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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FACVEST</p><p>MESTRADO EM PRÁTICAS TRANSCULTURAIS</p><p>VALDENORA SILVA DOS SANTOS</p><p>SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO NO CONTEXTO BRASILEIRO</p><p>Lages</p><p>2020</p><p>SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO NO CONTEXTO BRASILEIRO</p><p>RESUMO</p><p>O presente artigo tem como objetivo estabelecer uma breve retrospectiva da história</p><p>da Educação brasileira, compreendendo o período entre 1960 e 2000, trazendo à</p><p>tona algumas questões que fazem parte da memória dos pensadores em Educação</p><p>em nosso país; da mesma forma, recortamos do estudo algumas dessas questões</p><p>devido à profundidade de tais elementos para o estudo – seria necessário mais</p><p>tempo de pesquisa e estudo para que pudéssemos contemplar todas, ou a maior</p><p>parte das problemáticas educacionais. Acreditamos que esse fato não diminui a</p><p>importância do estudo, visto que se faz necessário sempre que possível confrontar</p><p>nossa história à luz do desenvolvimento meramente econômico estabelecido no</p><p>Brasil e em boa parte de países outrora considerados “subdesenvolvidos” ou</p><p>“periféricos”. Dentro ainda de sua pretensão, o texto reflete sobre algumas</p><p>implicações da história da Educação nos dias atuais, enfatizando a inserção do</p><p>pensamento e da política neoliberal nas estruturas e na organização sócio‐</p><p>educacional. Nosso intuito é o de debater como o capitalismo agiu e contemplou</p><p>suas ideias em nosso sistema, como o incorporou e o transformou ao longo desses</p><p>períodos históricos. Para tanto, nos orientamos através da leitura de autores como:</p><p>Dermeval Saviani, Gaudêncio Frigotto, José Carlos Libâneo, Roseli Caldart, entre</p><p>outros relevantes nomes que estudam e debatem a temática.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Nos últimos anos a maior preocupação dos discentes que concluem um</p><p>curso de graduação, preferencialmente o de pedagogia, posto aqui em questão, é o</p><p>mercado de trabalho que como vimos esse novo mercado passou a exigir</p><p>profissionals cada vez mais completos. Diante desse reflexo, o nosso interesse pelo</p><p>tema é de investigar a fundo o novo profissional de pedagogia que o mundo</p><p>conteporaneo precisa, novos métodos, novos conhecimentos e novas</p><p>características. Tendo em vista que a Pedagogia é a ciência da educação e ocorre</p><p>em todos os espaços, pois é fruto da socialização, a cada dia mais a educação tem</p><p>se tornado pauta em diversas discussões.</p><p>Quando falamos em educação estamos reverenciando um processo de</p><p>construção que norteia diversos conhecimentos e promove o desenvolvimento</p><p>intelectual e moral do indivíduo, sendo construído, culturalmente, a partir do contexto</p><p>familiar e social.</p><p>A partir da década de 1960, os programas de pós‐graduação em</p><p>Educação e as faculdades de Educação tiveram um forte apelo economicista, tanto</p><p>nas teorias educacionais quanto nas políticas públicas.</p><p>A sociedade moderna apresenta demandas de caráter social e</p><p>educacional promovidas pelos efeitos do sistema capitalista e da globalização que</p><p>ultrapassaram os limites formais do espaço escolar. Antes, via-se apenas a relação</p><p>existente entre educação e escola; hoje, na contemporaneidade, essa visão mudou,</p><p>abriu-se para o entendimento da sociedade, com um leque de possibilidades da</p><p>educação também em espaços não escolares. O pedagogo, diante desse novo</p><p>paradigma, numa sociedade em constante processo de transformação, é o</p><p>profissional que, a cada dia mais, se enquadra para exercer essa função de</p><p>transmissão do conhecimento, “ocorrendo em muitos lugares, institucionalizados ou</p><p>não, sob várias modalidades.” (LIBÂNEO, 2004, p. 26). Portanto, ele precisa estar</p><p>preparado para os desafios do mundo contemporâneo, sobretudo com as mudanças</p><p>bruscas do sujeito social motivadas pelo surgimento das novas tecnologias e pelos</p><p>efeitos da economia. Segundo Libâneo (2004, p. 28), “o mundo assiste hoje às</p><p>intensas transformações, como a internacionalização da economia e as inovações</p><p>tecnológicas em vários campos de saberes. Essas transformações levam à mudança</p><p>no perfil desses diversos profissionais, afetando os sistemas de ensino”, sobretudo</p><p>os pedagogos, que são os profissionais diretamente ligados ao processo de</p><p>disseminação das práticas pedagógicas do conhecimento. Para isso, é necessário</p><p>que haja um melhor preparo na formação dos pedagogos, sobretudo nos cursos de</p><p>Pedagogia oferecidos. É preciso que as instituições comecem a discutir o diálogo</p><p>entre os currículos do curso que preparam os futuros profissionais e as exigências</p><p>da sociedade contemporânea. Hoje, é preciso pensar, a todo o momento, que o</p><p>profissional que se forma e que irá trabalhar em uma sociedade de mudanças</p><p>rápidas esteja preparado para entender a educação como um fenômeno</p><p>plurifacetado, portanto, é preciso abordar as questões referentes ao campo de</p><p>estudo da Pedagogia, à identidade profissional e ao sistema de formação de</p><p>pedagogos ainda no curso.</p><p>O que vemos, muitas vezes, são profissionais que se formam totalmente</p><p>despreparados, sobretudo em termos de processos que envolvem inovações</p><p>tecnológicas. Independentemente do espaço em que o pedagogo irá atuar, - na</p><p>escola, na empresa ou no hospital -, ele precisa entender que não é apenas</p><p>necessária a utilização de aportes como computadores e tablets, é exigência</p><p>fundamental para se desenvolver um excelente trabalho e permanecer no mercado.</p><p>Isso se deve ao sujeito, que também mudou. O efeito acelerado da</p><p>globalização e as exigências das constantes mudanças exigem que o ensino e a</p><p>disseminação do conhecimento sejam mais rápidos, e o pedagogo, como o</p><p>profissional ligado a essa prática, tem que estar atento e entender-se elo, pois é</p><p>também um sujeito, participante e inserido nesse contexto.</p><p>As discussões acerca de tantas questões que envolvem hoje o campo</p><p>pedagógico e os profissionais da Pedagogia estão diretamente ligadas aos fatos</p><p>sociais. Ao pensar na identidade desse profissional, é preciso entendê-lo como um</p><p>sujeito que está dentro da sociedade e que é responsável pela formação de outro</p><p>sujeito dentro dessa mesma sociedade - e isso se dá pela educação. No que se</p><p>refere à formação desses profissionais, é preciso recorrer aos sistemas de ensino</p><p>superior e analisar os conteúdos dos currículos oferecidos. Será que estão sendo</p><p>oferecidas aos estudantes as possibilidades da pluralidade dos conhecimentos, a</p><p>compreensão da educação e de suas facetas, as inovações tecnológicas, a</p><p>orientação de como trabalhar a relação dos conhecimentos antigos com os novos e</p><p>de como inserir os sujeitos que, mesmo não tendo acesso às tecnologias, estão</p><p>inseridos numa sociedade de mudanças tecnológicas rápidas?</p><p>Para entender e mudar esse quadro de tantos conflitos, é preciso que</p><p>nós, estudantes de Pedagogia, que sentimos em nosso dia a dia os efeitos das</p><p>mudanças da sociedade, lutemos para que mudanças ocorram também no curso.</p><p>Precisamos sair da zona de conforto que nos paralisa e reivindicar mudanças no</p><p>processo da nossa formação, o que possível por meio de um diálogo aberto com as</p><p>instituições de ensino. É preciso, portanto, que a principal mudança comece em nós,</p><p>com as nossas atitudes.</p><p>Pedagogia é a ciência da educação, é método para ensinar. E</p><p>pedagogo? Pedagogo é o mestre de meninos; antigamente, pedagogo era o escravo</p><p>que conduzia as crianças à escola. E hoje, em pleno século XXI, ser pedagogo é só</p><p>conduzir crianças à escola, ensinar qualquer coisa? Ser pedagogo não é apenas ser</p><p>professor; ser pedagogo é ser responsável pelo processo educativo, é saber lidar</p><p>com o diferente, sem preconceitos. Nas mãos de um pedagogo está o futuro de</p><p>muitas pessoas.</p><p>Ser pedagogo não é fácil, requer dedicação, confiança e perseverança.</p><p>Como afirmei, ser pedagogo não é ensinar qualquer coisa. Para ser um bom</p><p>profissional, precisa-se estar atento a tudo, estar atualizado sempre, pois, cada vez</p><p>mais, os alunos nos exigem isso. A educação contemporânea</p><p>exige um profissional</p><p>dinâmico, criativo e flexível, pois os desafios que se colocam para o educador, na</p><p>atualidade, parecem se multiplicar dia após dia. As mudanças que ocorrem em</p><p>nossa sociedade são caracterizadas tanto pela sua expansão como pelo ritmo</p><p>acelerado em que ocorrem. Mal acabamos de alcançar um desafio, já nos</p><p>deparamos com outros. E um dos desafios é nos colocarmos na posição de um</p><p>eterno aprendiz.</p><p>A formação do profissional, hoje em dia, deve ser contínua. Além de</p><p>buscar atualização e especialização na área, em cursos livres e de educação formal,</p><p>o educador deve ser capaz de traçar um plano de desenvolvimento pessoal em que</p><p>ele próprio seja o administrador do seu processo de aprendizagem, buscando</p><p>aprofundar o conhecimento desejado. Essa postura de eterno aprendiz traz reflexos</p><p>de grande impacto na sua prática pedagógica, pois ampliará sua competência para</p><p>lecionar e repercutirá na relação com seus alunos. Entender as transformações</p><p>psicológicas que ocorrem no ser humano, na família, na sociedade, ajuda a</p><p>enfrentar o desafio de combater a violência, que pretende se estabelecer nas</p><p>escolas. Ajudar os alunos violentos a trabalhar os limites, os valores e as suas</p><p>consequências, torna-se cada vez mais necessário ao educador que pretenda</p><p>instalar uma cultura de paz tanto em seu ambiente de trabalho, quanto fora dele. Na</p><p>verdade, o fracasso em lidar com essa questão pode trazer resultados drásticos,</p><p>como o de insatisfação profissional. No que se refere ao processo de ensino-</p><p>aprendizagem, um dos desafios atuais é saber incluir as novas tecnologias de forma</p><p>equilibrada e inovadora na sala de aula. Isso requer do educador um amplo</p><p>conhecimento, não só do que está disponível no mercado, mas de como essas</p><p>ferramentas estão consistentemente alinhadas com a metodologia adotada pela</p><p>escola e com o público alvo. Que geração queremos formar? Cidadãos</p><p>competentes, éticos, solidários, comprometidos com uma sociedade mais justa? Se</p><p>a resposta à pergunta for positiva, o educador não pode se esquecer de que ele é</p><p>um referencial com alto grau de impacto na vida de seus educandos, positiva ou</p><p>negativamente. Ninguém quer saber de alguém que “faça o que eu falo, mas não</p><p>faça o que eu faço”. Educação pressupõe referenciais verdadeiros, inspirativos e</p><p>construtivos.</p><p>É preciso ser um referencial positivo na vida de um educando. Hoje em</p><p>dia, as novas gerações, além de estarem em busca de líderes que lhes mostrem um</p><p>caminho confiável, têm mais facilidade de se oporem a um falso educador. O desafio</p><p>de preparar uma geração para a vida, para toda a vida, requer do educador não só o</p><p>conhecimento da realidade em que está inserido, mas também a sua participação no</p><p>enfretamento dos problemas sociais de sua comunidade. A partir daí, ele terá</p><p>“autoridade” para falar sobre a verdadeira postura do cidadão na sociedade. Só a</p><p>partir de sua prática ele poderá influenciar outros a influenciar o mundo. Para isso,</p><p>ele precisa perceber o valor da inserção social de seus educandos, enquanto ainda</p><p>frequentadores do ambiente escolar.</p><p>O pedagogo não é apenas um simples educador, é mais do que isso.</p><p>Diante das várias dificuldades que hoje existem na educação, ele “sofre” para poder</p><p>exercer sua profissão. Portanto, para ser pedagogo, não basta só querer, tem que</p><p>gostar, pois não é fácil passar pelas dificuldades da educação contemporânea e não</p><p>desistir. Sendo assim este trabalho irá demostrar em palavras tudo aquilo que é</p><p>necessário para um novo profissional de pedagogia, além disso será utilizada</p><p>palavras de autores que no nosso trabalho terão a função de enriquecer ainda mais</p><p>o conteúdo deste, fazendo com que qualquer pessoa que tenha contato com esse</p><p>material possa perceber que um pedagogo não é apenas um professor, mas sim</p><p>quem leva conhecimento a todos os nossos profissionais de todas as áreas, fazendo</p><p>com que a sociedade se desenvolva em uma esfera social, intelectual e matéria. O</p><p>trabalho será composto em 4 capitulos que mostra deste o processo de construção</p><p>do profissional de pedagogia até a pedagogia contemporânea.</p><p>2 PROCESSO HISTÓRICO DA PEDAGOGIA</p><p>O Curso de Pedagogia no Brasil se institucionalizou no ano de 1939 e,</p><p>desde então, como os outros espaços em que se encontram as práticas educativas,</p><p>tem sido marcado pela aproximação às exigências do mundo produtivo que</p><p>desencadearam mudanças nas atividades pedagógicas. A mais recente iniciou-se</p><p>no ano de 2005 quando se tornou pública a primeira versão do que configuraria as</p><p>Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Pedagogia no país.</p><p>A criação do curso de Pedagogia nos anos finais da década de 1930 no</p><p>Brasil ocorreu em um período conturbado, no interior do Estado Novo. Naquele</p><p>momento as discussões educacionais eram realizadas por vertentes diferentes da</p><p>intelectualidade ligada à educação.</p><p>Apesar de já existir o curso da Escola Normal no Brasil desde 1835 ainda</p><p>não existia de fato um curso de Pedagogia no país, esta criação só foi realmente</p><p>feita no ano de 1939, de acordo com Silva:</p><p>O curso de Pedagogia foi instituído entre nós por ocasião da organização</p><p>da Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, através do</p><p>Decreto-lei n° 1190 de 4 de abril de 1939. Visando a dupla função de</p><p>formar bacharéis e licenciados para várias áreas inclusive para o setor</p><p>pedagógico (SILVA, 1999, p.34).</p><p>O Curso de Pedagogia nasce articulado à formação do professor, mais</p><p>precisamente em 1939, e fruto de dissensões no campo educacional.</p><p>No decorrer do tempo algumas modificações foram realizadas no curso</p><p>de pedagogia, em 1962, porém não identifica precisamente o profissional a que se</p><p>refere, estabelecendo que o curso de Pedagogia destina-se à formação do técnico</p><p>em educação e do professor de disciplinas pedagógicas do curso normal. De acordo</p><p>com essa ideia desenvolve-se o argumento de Brzezinski:</p><p>A tendência de a formação do professor das séries iniciais de escolarização</p><p>ser a base da identidade do curso de pedagogia leva à conclusão de que</p><p>vem se concretizando a previsão de Valnir Chagas feita no Parecer</p><p>251/1962. Nesse sentido, o curso de pedagogia retoma sua vocação inicial</p><p>que encontra origens remotas na antiga Escola Normal e na Escola de</p><p>Professores de Anísio Teixeira (1996, p. 26).</p><p>As transformações no setor econômico, político e social acarretaram</p><p>modificações na área educacional em função de ideais pedagógicos pautados no</p><p>ideário escolanovista, do qual o movimento dos Pioneiros da Educação Nova é uma</p><p>das expressões. Destacaram-se também, nesse período, a defesa da formação</p><p>docente em nível superior, se possível na universidade, essa também objeto de</p><p>instigantes debates que propunham a sua criação.</p><p>Neste contexto, o Curso de Pedagogia foi criado pelo Decreto-Lei n. 1190,</p><p>de quatro de abril de 1939, por ocasião da organização da Faculdade Nacional de</p><p>Filosofia, parte da Universidade do Brasil – projeto do então Ministro da Educação</p><p>Gustavo Capanema, no governo de Getúlio Vargas – na qual se transformou a</p><p>Universidade do Distrito Federal, encerrada no mesmo ano. Foram criadas quatro</p><p>seções, secção de filosofia, secção de ciências, secção de letras e secção de</p><p>pedagogia, entre as quais se distribuíam os cursos regulares de Filosofia,</p><p>Matemática, Química, Física, História Natural, Geografia, História, Ciências Sociais,</p><p>Letras, Pedagogia e Didática. Inicialmente, o Curso de Pedagogia formava</p><p>bacharéis, respeitando o “padrão federal” curricular num esquema chamado 3 + 1,</p><p>no qual o bacharel, formado em um curso com duração de três anos, que desejasse</p><p>se licenciar completaria seus estudos com mais um ano no Curso de Didática. Os</p><p>Bacharéis em Pedagogia atuariam em cargos técnicos de educação no Ministério da</p><p>Educação e os licenciados, ao concluírem o Curso de Didática, estariam habilitados</p><p>ao magistério no ensino secundário e normal.</p><p>A organização da Faculdade Nacional</p><p>de Filosofia da Universidade do Brasil fez parte de um contexto social, econômico e</p><p>político que envolveu, desde meados da década de 1930, a formação dos</p><p>professores em nível universitário ou superior. Os anos de 1930 foram marcados por</p><p>um intenso debate político relacionado às questões educacionais, destacando-se as</p><p>discussões sobre a formação docente. Entre as questões que se discutiam com</p><p>relação à reforma educacional, havia um consenso de que a educação possuía um</p><p>papel fundamental na construção de um Estado Nacional moderno. Conforme</p><p>assinala Evangelista (2002, p. 19),</p><p>O projeto de reformas educacionais era parte destacada do projeto de</p><p>civilização que propugnava a construção de uma cultura onde a ciência e a</p><p>técnica sustentariam a racionalização do trabalho; a proposição de políticas</p><p>públicas; a expansão do mercado; a homogeneização da sociedade; a</p><p>projeção brasileira internacional; a construção do Estado Nacional. Criar</p><p>universidades e formar o professor secundário fazia parte dessa estratégia.</p><p>Para que se possa compreender o que é pedagogia faz-se necessário</p><p>uma revisão termológica sobre os principais acontecimentos a cerca de seuy</p><p>surgimento. A pedagogia existe desde os primórdios da civilização e para muitos</p><p>autores ela é considerada a ciência da educação.</p><p>Segundo franco (2003) ela é considerada como ciência 1e a arte da</p><p>educação, ou seja, a ciencia da arte de educar. E tem por foco levar o conhecimento</p><p>até as pessoas, criando assim mentes reflexivas e críticas.</p><p>A pedagogia perpassou por diferentes momentos durante toda a sua</p><p>historia, tendo em vista seus dogmas que sofreram influencias da realidade social,</p><p>econômica e política da época em que surgiram.</p><p>Atualmente é denominado pedagogo o profissional que passa por uma</p><p>graduação de pedagogia, curso oferecido por instituições de ensino superior.</p><p>A partir do período clássico surgiram os questionamentos pautados nos</p><p>trabalhos de Platão e Aristóteles, na qual tinham por base a relação entre o individuo</p><p>e o estado, escola pública e privada. Com a expansão do cristianismo, na idade</p><p>média era enfatizando o estado da Teologia e logo a educação passou a formar o</p><p>cristão perfeito.</p><p>Libaneo ( 2001, p. 39) enfatiza que a historia da pedagogia, e da</p><p>formação do pedagogo e também de sua indetidade profissional está relacionada</p><p>nas peculiaridades da historia da educação desde o inicio do século.</p><p>Todavia, percebe-se que a pedagogia está ligada desde os primórdios da historia da</p><p>educação e que também está pautada nos avanços e retrocessos que refletem na</p><p>formação do pedagogo.</p><p>No seu livro pedagogia e pedagogos pra que: Líbano declara:</p><p>A identidade profissional do pedagogo se reconhece, portanto na</p><p>identidade do campo de investigação e na atuação dentro da variedade de atividade</p><p>voltada para o educacional e para o educativo. (LIBANEO 2003, p. 54)</p><p>Ao focar na identidade do profissional de pedagogia nos remete pensar</p><p>que ele é um sujeito que resinou na sociedade que é responsável pela formação de</p><p>outro individuo, na mesma sociedade, e isso so é para possível através da</p><p>educação. E para que ele estava preparado para exercer essa função de educador é</p><p>preciso que ele recorra aos sistemas de ensino superior para estar apto a ser um</p><p>educador competente, e para que isso ocorra é preciso estar qualificado e bem</p><p>aperfeiçoado, buscando cada dia mais formação continuada.</p><p>O que se sabe sobre a identidade do pedagogo é que ela continua em</p><p>construção, aperfeiçoamento porque sabe-se que esses movimentos e lutas que</p><p>marcaram o surgimento do profissional de pedagogia foi para que ele viesse adquirir</p><p>seu próprio espaço sua identidade própria.</p><p>Segundo Libâneo:</p><p>A educação é uma função parcial integrante da produção e reprodução da</p><p>vida social, que é determinada por meio da tarefa natuaral, e ao mesmo</p><p>tempo cunhada socialmente, da regeneração de sujeitos humanos, sem os</p><p>quais não existiria nenhuma práxis social. A historia do progresso social é</p><p>simultaneamente também um desenvolvimento dos indivíduos em suas</p><p>capacidades espirituais e corporais e em relações mútuas. A sociedade</p><p>depende tanto da formação e da evolução dos indivíduos que a cosntituem,</p><p>quanto estes não podem se desenvolver fora das relações sociais.</p><p>(LIBÂNEO 1983, P. 32)</p><p>O pedagogo diariamente está construindo sua identidade no momento em</p><p>que vai se deparando com a necessidade de crescimento, ou seja, durante sua</p><p>carreira profissional o pedagogo vai se deparando com situações em que ele vai ter</p><p>que buscar se capacitar profissionalmente para poder está apto a dirigir determinada</p><p>situação.</p><p>O pedagogo deve está em constante aprendizagem acompanhando a</p><p>evolução da sociedade, tanto no que diz respeito a área social, educacional e</p><p>cultural. Além disso, as tecnologias hoje em dia se fazem cada vez mais presente no</p><p>meio educacional e é dever do pedagogo acompanhar essa evolução.</p><p>Durante a década de 1970 tem‐se com mais eloqüência a produção de</p><p>pesquisas com caráter qualitativo no campo educacional, ainda que mesmo as</p><p>pesquisas consideradas “quantitativas” fossem elementares no período. A pesquisa</p><p>era muito escassa e incipiente (GATTI, 2004). Em 1971, “visando atender à</p><p>formação de mão‐de‐obra qualificada para o mercado de trabalho” (SAVIANI, 2008.</p><p>p. 298), tem‐se a reforma do Ensino de 1º e 2º Graus (Lei 5.692/71).</p><p>Durante esse momento histórico, os cortes orçamentários passam a ser</p><p>aplicados à Educação. O governo federal reduz progressivamente osrecursos para a</p><p>área. (SAVIANI, 2008). No final da década de 1970 e início de 1981, a Educação</p><p>assume uma postura de preocupação com as questões sociais, estabelecendo</p><p>maior atenção às classes populares com pouco acesso ao ensino. Nessa época, o</p><p>país ainda sofre as conseqüências da censura, instaurada a partir do golpe de 1964.</p><p>Na contramão da ideologia política de acúmulo do capital para a classe elitista,</p><p>muitos movimentos estudantis e sociais ganham força e destaque na tentativa de</p><p>mudar o quadro hegemônico, em busca do retorno à democracia. (GATTI, 2001). O</p><p>final da década de 1970 e início dos anos 80, foi o período em que ocorreram</p><p>significativas manifestações estudantis em defesa da democracia política brasileira.</p><p>No campo educacional, como apontam Rigotto e Souza (2005), destaca‐se o avanço</p><p>desordenado do ensino superior e o consequente desmantelamento das</p><p>universidades públicas e incentivo para a privatização do ensino superior. “O número</p><p>das instituições públicas de ensino superior estagnou entre 1970 e 2004, enquanto o</p><p>número de instituições privadas cresceu 314% nesses 34 anos.” (RIGOTTO e</p><p>SOUZA, 2005, p. 346).</p><p>Contudo, importa ressaltar que a Constituição de 1988 marca importantes</p><p>conquistas por movimentos sociais que se fazem ouvir e tem suas reivindicações</p><p>contempladas. Nesse sentido, a Educação reafirma‐se como direito de todos os</p><p>cidadãos no texto constitucional. Situarmos a questão da igualdade de acesso</p><p>implica em considerar as profundas e históricas diferenças que tangenciam o modo</p><p>como o direito à educação vem sendo concretizado no Brasil, pois é incontestável</p><p>que a Constituição de 1988 permanece distante de uma concretude aos sujeitos que</p><p>compõem o sistema de Educação brasileiro. Aos filhos e filhas das classes</p><p>populares, a igualdade de condições e, principalmente, a permanência na escola</p><p>não se efetivam numa sociedade em que as condições sociais dos diferentes grupos</p><p>que a compõem são de fato desiguais.</p><p>Em outras palavras, o poder público não apenas acolheu como também</p><p>facilitou a entrada do ideário empresarial, demonstrando forte inclinação à sua</p><p>ideologia e contribuindo com o agravamento da desigualdade social, uma vez que as</p><p>empresas privadas conseguiram essa maneira de “burlar” a lei e obter ainda mais</p><p>lucro sobre suas ações; visto que além de não pagarem os impostos a que deveriam</p><p>ser obrigadas, ainda recebem financiamento público ao agregar em sua estrutura</p><p>organizacional uma “instituição” de cunho filantrópico. A desmobilização das lutas</p><p>evidenciada nessa época foi marcada pela instauração da política neoliberal de</p><p>forma hegemônica em nossa sociedade. Isso contribuiu para reprodução do</p><p>pensamento capitalista, tendo como conseqüência o “abandono do pensamento</p><p>crítico vinculado a projetos societários firmados nas perspectivas da autonomia e, ao</p><p>mesmo tempo, num relacionamento soberano entre povos, culturas e</p><p>nações(FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003, p. 96).</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Percebemos, ao longo do texto produzido, que a história da Educação</p><p>brasileira é uma história de lutas e desafios, avanços e retrocessos. O artigo se</p><p>propôs a analisar a nossa Educação no período definido entre 1960‐2000,</p><p>contemplando debates que tiveram grande relevância para a área. Esse estudo nos</p><p>levou a repensar o processo de internacionalização educacional brasileiro,</p><p>acentuando suas principais consequências. Evidenciamos o quanto ainda se precisa</p><p>lutar contra a cultura hegemônica que interfere e, em certa medida, define os rumos</p><p>do projeto educacional no país.</p><p>REFERENCIAS</p><p>ALVES. Rubem. Ostra feliz não faz pérola. São Paulo: Editora Planeta do Brasil,</p><p>2008. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna,</p><p>1996.</p><p>BORGES, Gilberto André. Trajetória da educação no Brasil. Florianópolis: E‐book,</p><p>2005..</p><p>CALDART, Roseli Salete. Reforma agrária e educação. Rev Caros Amigos ‐ Ed.</p><p>Especial. Ano XV, n 53, junho 2011.</p><p>CARVALHO, Marta M. C. de; SAVIANI, Dermeval; VIDAL, Diana. Sociedade</p><p>brasileira de história da educação: constituição, organização e realizações. [online],</p><p>São Paulo, jul. 2006.</p><p>CHARLOT, Bernard. Relação com o saber, formação dos professores e</p><p>globalização. Porto Alegre: Artmed, 2005.</p>