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<p>CAPÍTULO 11: MARÉ METEOROLÓGICA, MONÇÕES E NEVOEIROS</p><p>MARÉ METEOROLÓGICA</p><p>A definição de maré meteorológica é a diferença entre a maré observada e aquela</p><p>prevista pela Tábua de Marés (Pugh, 1987).</p><p>As causas desse fenômeno pouco conhecido fora dos meios acadêmicos são,</p><p>principalmente, as variações da pressão atmosférica e a troca de momento linear entre o vento</p><p>e a água, causando assim níveis mais baixos ou mais altos que os previstos na Tábua.</p><p>A maré meteorológica é um fenômeno que ocorre com certa freqüência e possui grande</p><p>importância devido à sua influência sobre a navegação, pesca processos de erosão costeira,</p><p>etc.</p><p>O efeito conhecido como ressaca ("storm surge") geralmente está acompanhado de uma</p><p>maré meteorológica intensa, e é caracterizado pelo avanço do mar em áreas normalmente não</p><p>alcançadas, causando assim danos a propriedades e também provocando inundações. Embora</p><p>as ondas de superfície possuam um alto poder destrutivo, as inundações associadas às marés</p><p>meteorológicas podem se manter durante um intervalo de tempo muito maior, aumentando</p><p>ainda mais os problemas relacionados a esse fenômeno, como por exemplo o represamento de</p><p>águas de drenagem continental.</p><p>Para fazer uma análise desse tipo, é necessário considerar três fatores muito importantes:</p><p>a direção, a intensidade e a duração do vento. Esses três fatores combinados definem a</p><p>chamada pista de vento.</p><p>Para que ocorram extremos de maré meteorológica, o vento deve soprar paralelo à costa,</p><p>pois assim o fenômeno terá sua intensidade máxima. Isso ocorre devido ao efeito de rotação</p><p>da terra que "empurra" a água para a esquerda da direção do vento no Hemisfério Sul.</p><p>A duração do vento também age proporcionalmente em relação às amplitudes da maré</p><p>meteorológica, pois quanto maior for o tempo de atuação do mesmo, maior será a transferência</p><p>de momento da atmosfera para o oceano.</p><p>A figura ao lado representa um caso idealizado, no qual</p><p>os centros de alta e baixa estão dispostos de forma adequada</p><p>para produzir um vento de superfície paralelo à costa (setas</p><p>pretas). No caso de intensidade e duração suficientes para</p><p>criar e manter um "empilhamento de água" junto à costa</p><p>devido ao transporte de água à esquerda do vento (setas</p><p>vermelhas) serão observados valores de maré mais altos do</p><p>que os previstos pela tábua de marés, ou seja, situações de</p><p>inundações persistentes associadas a marés meteorológicas</p><p>positivas.</p><p>Por outro lado, marés meteorológicas negativas</p><p>ocorrem quando acontece uma inversão entre as posições</p><p>dos centros de alta e baixa pressão em relação ao</p><p>esquema anterior, ou seja, a baixa sobre o continente e a</p><p>alta sobre o oceano, como esquematizado abaixo. Neste</p><p>caso, o transporte de água pelo vento será em direção ao</p><p>mar aberto, causando níveis mais baixos do que aqueles</p><p>previstos na tábua de marés, podendo comprometer a</p><p>navegação em canais de acesso a baías e portos.</p><p>MONÇÕES</p><p>Monção é a designação dada aos ventos sazonais, em geral associados à alternância</p><p>entre a estação das chuvas e a estação seca, que ocorrem em grandes áreas das regiões</p><p>costeiras tropicais e subtropicais. Monção também é usado como nome da estação climática na</p><p>qual os ventos sopram de sudoeste na Índia e países próximos e que é caracterizada por</p><p>chuva intensa. Embora também existam monções em regiões subtropicais, por extensão, a</p><p>designação de climas de monção ou climas monçónicos (tipo Am na classificação climática de</p><p>Köppen-Geiger), é utilizada para designar o clima das regiões tropicais onde o regime de</p><p>pluviosidade, e a consequente alternância entre estações seca e chuvosa, é governado pela</p><p>monção.</p><p>Origem do termo</p><p>A palavra monção teve a sua origem na designação dada pelos antigos marinheiros</p><p>árabes do noroeste do Oceano Índico e do Mar Arábico às periódicas mudanças de direcção</p><p>do vento que ocorrem ao largo das costas da Índia e da Península Arábica, especialmente no</p><p>Mar Arábico, no Golfo Pérsico e no noroeste do Índico, onde o vento sopra desde o sudoeste</p><p>uma metade do ano e desde o nordeste durante a outra metade. A partir da designação árabe,</p><p>a palavra foi-se estendendo pelos povos marítimos da região até ser incorporada na língua</p><p>inglesa através da palavra monsoon, usada inicialmente para designar a estação chuvosa da</p><p>Índia. A partir da palavra inglesa, o seu uso expandiu-se pelos diversos idiomas europeus,</p><p>onde o fenómeno é designado por temos com esta etimologia.</p><p>Causa das monções</p><p>O efeito de monção é causado pelo aparecimento sazonal de grandes diferenças</p><p>térmicas entre os mares e as regiões continentais adjacentes nas zonas próximas dos bordos</p><p>externos da célula de Hadley.</p><p>A diferença de temperaturas gera-se devido à muito menor capacidade térmica das</p><p>superfícies emersas face às regiões marítimas. Na realidade, os materiais geológicos que</p><p>constituem os solos têm uma capacidade térmica relativamente baixa quando comparada com</p><p>a da água, a que acresce o facto da variação de temperatura em geral não se propagar em</p><p>cada estação do ano para além do 1 a 1,5 m abaixo da superfície. Esta realidade contrasta</p><p>com a superfície dos mares, onde à muito maior capacidade térmica da água acresce a</p><p>existência de convecção e de vorticidade induzida pelos ventos e correntes que levam ao</p><p>aparecimento de uma camada de mistura, de temperatura relativamente homogénea, que em</p><p>geral ronda os 50 m de espessura. Logo, a quantidade de calor que em cada estação quente é</p><p>absorvida e acumulada no águas do mar é incomparavelmente maior do que a que acumulada</p><p>em terra.</p><p>Como consequência, as zonas terrestres aquecem com muito maior rapidez durante a</p><p>estação quente, mas também arrefecem com ainda maior rapidez durante a estação fria. Em</p><p>resultado destas diferentes dinâmicas, durante o Verão a terra está mais quente que a água do</p><p>mar, pelo que o ar quente sobre a terra tende a subir, criando uma área de baixa pressão</p><p>atmosférica sobre a região, a qual contrasta com o ar mais fresco situado sobre o mar onde se</p><p>forma uma região anticiclónica. Por sua vez, esta diferença de pressão atmosférica cria um</p><p>vento constante no sentido do mar para terra, transportando para sobre o continente ar</p><p>marítimo rico em humidade. Este ar, ao ser elevado pelo efeito convectivo, particularmente</p><p>quando está presente sobre a região a Zona de Convergência Intertropical ou pelo efeito da</p><p>presença de montanhas, esfria, o que provoca condensação e as consequentes chuvas.</p><p>Durante o Inverno a situação inverte-se: as regiões continentais arrefecem rapidamente</p><p>enquanto os mares adjacentes se conservam quentes. Em resultado, forma-se anticiclones</p><p>sobre as regiões terrestres e baixas pressões sobre os mares adjacentes, passando os ventos</p><p>a soprar de terra para o mar, em geral muito secos e frios.</p><p>Este efeito contrastante é tanto maior quanto maior for o contraste entre terra e mar,</p><p>intensificando-se com a dimensão da região continental e com a temperatura do oceano. É</p><p>essa a razão que leva a que o monção asiática seja a mais intensa, resultado da dimensão da</p><p>Ásia e do contraste térmico existente entre as planícies da Ásia Central e da Sibéria face às</p><p>águas tépidas do Oceano Índico e do Oceano Pacífico Ocidental. Naquela região, os ventos da</p><p>monção asiática sopram, no Verão, do mar para o continente (monção marítima) e no Inverno o</p><p>sentido é do continente para o mar (monção continental), quando a terra esfria rapidamente,</p><p>mas os oceanos retêm o calor mais tempo.</p><p>Existem mais sistemas de monções, como a monção norte-americana, sentida entre</p><p>Julho e Setembro no Arizona, Novo México, Nevada, Utah, Colorado, Texas e Califórnia.</p><p>Também se referencia a monção do nordeste asiático, sentida entre Dezembro e o início de</p><p>Março.</p><p>No subcontinente indiano, onde a presença da cordilheira dos Himalaia cria condições</p><p>excelentes para a formação da monção, esta começa pelo sudoeste, na costa de Kerala, na</p><p>Índia, geralmente</p><p>na primeira quinzena de Junho. A monção de noroeste em Tamil Nadu</p><p>começa habitualmente em Outubro.</p><p>À medida que se compreendeu melhor as monções, a sua definição foi-se ampliando de</p><p>forma a incluir quase todos os fenómenos associados com o ciclo meteorológico anual</p><p>verificado nos territórios tropicias e subtropicais dos continentes da Ásia, Austrália e África junto</p><p>com os seus mares e oceanos adjacentes. Nestas regiões ocorrem as mudanças climáticas</p><p>sazonais mais dramáticas da Terra.</p><p>Num sentido mais amplo, no passado geológico, sistemas monçónicos têm</p><p>acompanhado sempre a formação de supercontinentes, como a Pangea, com os seus climas</p><p>continentais extremos.</p><p>Figura1:Distribuição mundial dos</p><p>climas: as regiões verde mais claro e</p><p>a azul claro são as regiões de</p><p>monções.</p><p>NEVOEIROS</p><p>Introdução</p><p>Quando uma massa de ar experimenta resfriamento à superfície, Nevoeiros podem ser</p><p>formados. Nevoeiro é um tipo de nuvem estratiforme que se forma na superfície ou muito</p><p>próximo a ela, e que afeta seriamente a visibilidade. É como se a base de uma nuvem</p><p>estratiforme estivesse muito baixa e em algumas situações é possível identificar gotinhas</p><p>d’água boiando na atmosfera. Por isso, existe muita preocupação por parte dos órgãos</p><p>gerenciadores dos meios de transportes aéreos, marítimos e rodoviários, pois muitas vezes, o</p><p>Nevoeiro é situação precursora de acidentes graves e até mesmo fatais. Por outro lado, a</p><p>correta exploração do conteúdo de água líquida de um Nevoeiro pode trazer benefícios às</p><p>atividades humanas, como por exemplo, no Chile, que se coleta cerca de 7000 litros de água</p><p>por dia através de 50 coletores de 48 m2 de área da base. Por sua estreita associação com</p><p>inversões de temperatura e por sua tremenda importância nos transportes, segurança pública e</p><p>atividades humanas em geral, os Nevoeiros merecem uma séria consideração como</p><p>propriedade da massa de ar. Para os propósitos desta discussão, Nevoeiros podem ser</p><p>definidos como uma camada de nuvem estratiforme ocorrendo na superfície ou muito próximo</p><p>a ela.</p><p>Nuvens estratiformes são características da parte mais baixa da atmosfera quando uma</p><p>inversão térmica bem desenvolvida existe ou quando há uma camada aproximadamente</p><p>isotérmica. Se o ar localizado abaixo for suficientemente úmido, uma camada estratiforme irá</p><p>se formar, com topo à altura da base da inversão. Para que a formação se dê como Nevoeiro, a</p><p>base da inversão deve estar próxima à superfície. Uma inversão térmica de superfície ou muito</p><p>próximo a ela é meramente uma expressão de resfriamento por baixo e isto é, portanto</p><p>característica de massas de ar que são originariamente mais quentes do que a superfície sobre</p><p>a qual ela está passando ou está em repouso. O problema de investigar a formação de</p><p>Nevoeiro consiste em determinar as circunstâncias nas quais o resfriamento de massas de ar</p><p>na superfície, num contexto de alta umidade, pode ocorrer.</p><p>Classificação</p><p>Para simplificar a discussão, é extremamente útil ter uma classificação para os</p><p>Nevoeiros. Esta classificação deve levar em conta tanto a explicação dos processos de</p><p>formação de Nevoeiros como em prover uma base para poder prevê-los. Do ponto de vista</p><p>físico, se reconhece que Nevoeiros podem ser formados tanto por resfriamento ao ponto de</p><p>orvalho ou por adição de vapor d’água até que a temperatura do ponto de orvalho iguale a</p><p>temperatura atual. A classificação considera dois tipos principais, dependendo de qual dos</p><p>efeitos citados é predominante no sentido de igualar a temperatura do ponto de orvalho com</p><p>temperatura atual. Estes dois tipos são (A) Nevoeiros formados por abaixamento de</p><p>temperatura de uma massa de ar (com exceção de um) e (B) Nevoeiros frontais, formados na</p><p>presença de precipitação, freqüentemente com o aumento da temperatura do ponto de orvalho</p><p>como o fator mais importante.</p><p>Tipo A</p><p>1. Nevoeiros do tipo advectivo</p><p>a)devido à transporte de ar quente sobre superfície fria</p><p>1. Nevoeiro associado à brisa terrestre/marítima</p><p>2. Nevoeiro de ar marítimo</p><p>3. Nevoeiro de ar tropical</p><p>b) devido a transporte de ar frio sobre superfície quente</p><p>1. Nevoeiro de vapor</p><p>2. Nevoeiros do tipo radiativo</p><p>a. Nevoeiro de superfície</p><p>b. Nevoeiro de alta inversão</p><p>3. Nevoeiros do tipo advectivo-radiativo</p><p>4. Nevoeiro de encosta</p><p>Tipo B</p><p>1. Nevoeiros pré-frontais</p><p>2. Nevoeiros pós-frontais</p><p>3. Nevoeiro frontal</p><p>Descrições</p><p>Nevoeiro associado à brisa terrestre/marítima</p><p>Nevoeiros do tipo advectivo dependem do transporte de ar entre regiões de</p><p>temperaturas de superfície contrastantes. As linhas de costa em geral apresentam estas</p><p>características praticamente todo o ano. No inverno, a advecção de ar do mar relativamente</p><p>quente para o continente relativamente frio causa Nevoeiro sobre o continente; entretanto,</p><p>estes Nevoeiros estão mais relacionados a fenômenos radiativos do que a transportes</p><p>horizontais de massas de ar, e, portanto não devem ser colocados na categoria de Nevoeiros</p><p>advectivos. No verão, em localidades onde as condições são favoráveis para o transporte de ar</p><p>quente e úmido do continente em direção a água, ocorre o Nevoeiro associado à brisa</p><p>terrestre/marítima.</p><p>Na maioria dos casos de Nevoeiro associado à brisa terrestre/marítima, flutuações na</p><p>direção do vento, usualmente de natureza diurna, fazem parte do mecanismo. O ar proveniente</p><p>do continente aquecido é resfriado ao passar sobre a superfície fria do oceano. Se os ventos</p><p>forem de moderado a forte, a turbulência pode manter uma abrupta taxa de resfriamento nas</p><p>camadas inferiores, e nuvens estratiformes se formarão sob a inversão turbulenta. Entretanto,</p><p>se o vento for fraco, uma densa superfície de Nevoeiro pode ser desenvolvida sobre o oceano.</p><p>Este Nevoeiro pode ser trazido de volta para o continente por uma brisa marítima que se faz</p><p>sentir no meio da tarde, podendo voltar para o oceano quando a brisa terrestre prevalecer</p><p>novamente. Este tipo de Nevoeiro também ocorre sobre grandes corpos d’água no continente.</p><p>De qualquer forma, estes Nevoeiros não se estendem muito terreno adentro.</p><p>Exemplos: costa de New England e Great Lakes durante a primavera e início do verão.</p><p>Nevoeiro de ar marítimo</p><p>Fundamentalmente, existe uma pequena diferença entre Nevoeiro associado à brisa</p><p>terrestre/marítima e o Nevoeiro de ar marítimo. Enquanto o primeiro se forma pelo resfriamento</p><p>de ar continental sobre o oceano, o segundo se dá pelo resfriamento do próprio ar marítimo</p><p>sobre uma corrente fria. Sendo assim, o Nevoeiro associado a ar marítimo pode ocorrer em</p><p>qualquer lugar do oceano onde houver significativa diferença de temperatura. Entretanto, a</p><p>maioria das águas frias oceânicas é encontrada em correntes costeiras, e, portanto o Nevoeiro</p><p>de ar marítimo se desenvolve mais freqüentemente próximo ao continente.</p><p>Exemplos: Nevoeiros de verão nas costas do Peru, Chile, noroeste e sudoeste da África,</p><p>onde o ar se move sobre águas frias provenientes de ressurgências.</p><p>Nevoeiro de ar tropical</p><p>Este tipo de Nevoeiro está relacionado ao gradativo resfriamento do ar tropical à medida</p><p>que ele se move de latitudes mais baixas em direção aos pólos sobre o oceano. Pode ocorrer</p><p>também no inverno sobre os continentes, onde o gradiente latitudinal de temperatura pode ser</p><p>muito maior do que sobre os oceanos. Por outro lado, a turbulência sobre o continente é maior</p><p>do que sobre o oceano por conta da rugosidade de superfície, o que pode tornar mais difícil a</p><p>condensação direta como Nevoeiro de superfície, exceto em casos com vento fraco. Sobre o</p><p>mar, verificou-se que o Nevoeiro pode se manter com ventos intensos mais facilmente do que</p><p>em relação ao continente. Ar tropical marítimo em movimento sobre o continente no inverno é</p><p>imediatamente sujeito a fortes processos de resfriamento radiativo, o que pode se tornar mais</p><p>importante do que o próprio</p><p>resfriamento pela advecção latitudinal. Nessas circunstâncias é</p><p>difícil de classificar o Nevoeiro como sendo de ar tropical ou do tipo radiativo.</p><p>Exemplos: Golfo do Alaska; porção leste do Atlântico Norte e Europa ocidental, nos</p><p>quais toda a intrusão de ar tropical resulta em formação de Nevoeiro ou nuvens estratiformes.</p><p>Nevoeiro de vapor</p><p>São formados quando ar frio com baixa pressão de vapor passa sobre água</p><p>relativamente quente. É uma simples questão de pressão de vapor, ou seja, se a água estiver</p><p>bastante “quente” o ar não necessita estar muito frio para haver evaporação. Em geral esses</p><p>Nevoeiros são rasos, da ordem de 15 a 30 metros, porém espessos o bastante para interferir</p><p>na navegação ou vôos sobre o mar. Ocorre também sobre rios, quando o ar foi resfriado por</p><p>radiação, e tende a formar Nevoeiro de radiação próximo ao rio bem como Nevoeiro de vapor</p><p>no rio. Essas ocorrências são comuns no outono, quando a água ainda está quente e o ar já</p><p>está sendo resfriado.</p><p>Exemplos: Lago Michigan; “artic sea smoke” em localidades com presença de cobertura</p><p>de gelo e água líquida.</p><p>Nevoeiro de superfície</p><p>Todos os Nevoeiros que ocorrem sobre o continente são causados totalmente ou</p><p>principalmente por resfriamento radiativo do ar inferior úmido. O exemplo mais simples é o</p><p>Nevoeiro de superfície. Ordinariamente é definido como raso, mas usualmente denso</p><p>ocorrendo em condições de céu claro. É considerado como sendo aquele formado a partir de</p><p>uma inversão térmica de superfície causada pelo resfriamento radiativo que ocorre durante</p><p>uma única noite, sendo a inversão destruída durante o dia. Muitas vezes o resfriamento por si</p><p>só não é suficiente para formar Nevoeiro, exceto em noites com ventos muito calmos. Quanto</p><p>maior for o vento, menor será a chance de uma inversão térmica de superfície, pois a</p><p>turbulência associada ao campo de vento irá carregar calor para baixo. Outro ponto a ser citado</p><p>é a cobertura de nuvens. Se existe nebulosidade, parte da radiação perdida pela superfície é</p><p>absorvida pelas nuvens e então refletida de volta e reabsorvida novamente pela superfície, o</p><p>que impede a formação de Nevoeiros. Assim, noites calmas e de céu claro permitem que a</p><p>radiação emitida pela superfície escape para o espaço e, portanto, formam condições ideais</p><p>para resfriamento de ar na superfície. Normalmente são rasos e desaparecem rapidamente</p><p>após o nascer do sol.</p><p>Nevoeiro de alta inversão</p><p>Este é basicamente um fenômeno de inverno e como todos os Nevoeiros do tipo</p><p>radiativo, ocorre apenas sobre o continente. Ele é formado não pelo resultado da perda</p><p>radiativa de uma só noite, como no caso do Nevoeiro de superfície, mas pela contínua perda</p><p>de calor por radiação que caracteriza regiões fora dos trópicos durante o inverno. Superpostos</p><p>ao resfriamento de longo-período, estão às perdas durante uma única noite. O resfriamento</p><p>radiativo de inverno mais marcante aparece sobre regiões continentais em altas latitudes e</p><p>nestes lugares os Nevoeiros são muito comuns no inverno. O termo “alta inversão” ao qual são</p><p>referidos os Nevoeiros nesta secção quer dizer que a inversão ocorre em uma camada mais</p><p>espessa do que a do Nevoeiro de superfície. Em alguns casos, este tipo de Nevoeiro se torna</p><p>uma nuvem estratiforme baixa durante o dia, mudando para um denso Nevoeiro durante a</p><p>noite.</p><p>Exemplos: vales centrais da Califórnia durante o inverno e vales entre montanhas na</p><p>Europa ocidental.</p><p>Nevoeiro do tipo advectivo-radiativo</p><p>Este nome é dado ao Nevoeiro que se forma por resfriamento radiativo noturno sobre o</p><p>continente de ar procedente do mar durante o dia. Em geral, é como outros Nevoeiros do tipo</p><p>radiativo, porém se deriva de circunstâncias especiais, pois ar com alta umidade oriundo de</p><p>superfícies de águas quentes é resfriado radiativamente durante a noite sobre o continente.</p><p>Ocorre principalmente no fim do verão e outono quando a água está relativamente mais quente</p><p>e é, portanto capaz de produzir uma alta temperatura do ponto de orvalho no ar sobrejacente e</p><p>também quando as noites são longas o bastante para um resfriamento considerável.</p><p>Exemplos: Golfo do México e costa atlântica do sul dos EUA; Great Lakes.</p><p>Nevoeiro de encosta</p><p>Formam-se como resultado do resfriamento do ar por expansão adiabática à medida que</p><p>ele se move para altitudes maiores. Este é um dos poucos tipos de Nevoeiro que se mantém</p><p>em condições de vento relativamente forte. A razão para isso é que quanto mais rápido o vento</p><p>mais rápido será o movimento para altitudes maiores e mais rápido será o resfriamento. Como</p><p>regra geral, entretanto, nuvens estratiformes se formam em condições de vento realmente</p><p>forte. Estes Nevoeiros freqüentemente se formam por efeitos combinados de ascensão e</p><p>radiação e em alguns casos por aumento de umidade devido à precipitação.</p><p>Exemplos: Nevoeiros de serra e encosta.</p><p>Nevoeiros pré-frontais (frentes quentes)</p><p>O efeito de precipitação em colunas estáveis de ar pode aumentar a temperatura do</p><p>ponto de orvalho até que Nevoeiro seja formado sem resfriamento da camada de ar inferior.</p><p>Estas condições são mais facilmente obedecidas no lado frio adiante de uma frente quente.</p><p>Massas de ar continental polar de inverno quando associadas com frentes quentes e</p><p>precipitantes comumente apresentam Nevoeiro ou nuvens estratiformes bem baixas por serem</p><p>bastante estáveis. Por outro lado, uma massa de ar marítima polar não é estável o bastante</p><p>para permitir a formação de Nevoeiro. Assim como para os demais tipos de Nevoeiro, a</p><p>intensidade do vento é um fator importante. Uma vez que frentes quentes estão em geral</p><p>associadas com ciclones cuja circulação é mais intensa do que o normal, nuvens estratiformes</p><p>de frente quente são mais comuns que Nevoeiros de frente quente.</p><p>Nevoeiros pós-frontais (frentes frias)</p><p>Há uma sutil diferença entre Nevoeiro de frente quente e de frente fria, uma vez que</p><p>ambos se formam pela umidade da precipitação frontal. Entretanto, desde que a banda de</p><p>precipitação associada a uma frente fria é muito mais restrita em área do que a de uma frente</p><p>quente, os Nevoeiros pós-frontais são menos espalhados. De fato, apenas frentes frias que se</p><p>tornaram quase-estacionárias, usualmente orientadas na direção leste-oeste que apresentam</p><p>extensas áreas de Nevoeiro. Como no caso de frente quente, estas circunstâncias causam</p><p>Nevoeiro apenas se o ar frio for estável.</p><p>Nevoeiro frontal</p><p>Existe uma variedade de maneiras nas quais Nevoeiros podem se formar</p><p>temporariamente durante a passagem de uma frente. A mistura de massas de ar quente e frio</p><p>na zona frontal pode produzir Nevoeiro se o vento for bem calmo e se ambas as massas</p><p>estiverem perto da saturação antes da mistura. O súbito resfriamento do ar sobre a superfície</p><p>úmida com a passagem de uma frente fria marcadamente precipitante pode causar um</p><p>Nevoeiro provisório ao longo da frente. No verão, especialmente em latitudes baixas, o</p><p>resfriamento da superfície por evaporação de água de chuva pode ser tanto o resfriamento</p><p>necessário quanto o suprimento de umidade necessário para a formação do Nevoeiro.</p><p>Basicamente este tipo de Nevoeiro se dá por abaixamento da base da nuvem durante a</p><p>passagem da frente em condições extremamente úmidas.</p>