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<p>Universidade do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Faculdade de Formação de Professores</p><p>Departamento de Geografia</p><p>Disciplina: Geografia Física e Geral do Brasil</p><p>Professora: Anice Esteves</p><p>Aluno: Matheus Gomes</p><p>Resenha do Texto:</p><p>“Geografia física nas provas do ENEM: relação interdisciplinar com as ciências da natureza”. COUTINHO, Edlane cruz da Silva; FRANCO, Gustavo Barreto; AMORIM, Raul Reis. Revista do Departamento de Geografia, USP, Volume Especial – XVII SBGFA/ ICNGF (2017)</p><p>O texto apresentado pelos autores, busca mostrar um trabalho realizado acerca de uma análise crítica da geografia que é encontrada no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), tendo como principal abordagem a interdisciplinaridade, mostrando como argumento uma pesquisa profunda a relação da Geografia e a interdisciplinaridade como recurso para a inserção de conteúdos de forma contextualizada.</p><p>Em uma passagem do texto, é possível ver essa indagação feita pelos autores:</p><p>Tal análise se dá na tentativa de responder a alguns questionamentos: que tipos de representações estão presentes nas provas do ENEM? Como estão estruturadas as questões da Geografia? Quais são as áreas de conhecimento que mantêm as relações interdisciplinares com a Geografia Física? Existe relação entre a Geografia Física e a Geografia Humana? Partindo dessas indagações, almeja-se que este trabalho possa contribuir para o Ensino de Geografia. (COUTINHO, p.148, 2017)</p><p>Esse termo interdisciplinaridade surgiu por volta dos anos 60 na Europa e foi adentrando ao Brasil a partir da década de 70. O desenvolvimento dessa nova metodologia no campo educacional, começou a se formar nos espaços acadêmicos pela necessidade de superar um modelo antigo de aprendizagem, um modelo engessado e fragmentado das ciências. Por isso, a pesquisa realizada tem como definição, mostrar que a interdisciplinaridade desenvolve abordagem do conhecimento nas mais diversas áreas, se tornando assim, um objeto de estudo que correlaciona as mais variadas ciências.</p><p>Os materiais utilizados nessa pesquisa foram as questões de geografia nas provas do ENEM de 1998, 1999, 2008, 2009 e 2010. Tais amostras foram selecionadas afim de mostrar as mudanças ocorridas ao longo de dez anos de aplicação do exame. O que se pode observar nessas comparações foi que, nos anos de 1998 e 2008 as provas foram formuladas a partir de uma matriz de 21 habilidades, sendo que cada uma delas, foram avaliadas por um número definidos de questões. Já a partir de 2009, se deu uma reformulação no padrão da prova, seguindo a orientação do PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio). Com isso, as disciplinas foram organizadas em áreas de conhecimento, se dividindo em 4 matrizes e cada uma delas composta por 45 questões. A geografia foi encaixada em duas áreas de conhecimento do ENEM, sendo as Ciências Humanas e Tecnologia e Ciências da Natureza e Suas Tecnologias. No texto, a autora identifica essa separação em um trecho:</p><p>Nas análises das questões nas provas do ENEM foram priorizados conceitos e conteúdos específicos da Geografia e a relação interdisciplinar presente nos enunciados e respostas. Para a identificação das ciências interdisciplinares, considerou-se a relação entre as disciplinas que compõem o currículo do Ensino Médio (Biologia, Química, Geografia, História, Sociologia, Filosofia, Matemática, Física, Português, Artes, entre outras). Essa forma de classificar teve como objetivo destacar a relação dos conhecimentos científicos de forma integrada a mais de um componente curricular. Assim, temas como poluição podem estar relacionados a três campos de conhecimento como Biologia, Geografia e Química. (COUTINHO, p.150, 2017)</p><p>O que se pode notar a partir das análises feitas, foi que as provas de 1998, 1999 e 2008, se espelharam em um modelo de elaboração interdisciplinar. Os exames eram estabelecidos em um bloco único que continham todas as disciplinas, no entanto, os enunciados estavam ligados as ciências. Com isso, pode mostrar que tais provas alcançaram a aplicação da interconexão entre as disciplinas.</p><p>Já as provas elaboradas a partir de 2009, tiveram uma remodelagem, sendo assim, organizadas por áreas de conhecimento. A partir desse novo formato, houve uma separação da Geografia, a parte Humana ficou no bloco das Ciências Humanas e suas Tecnologias e a Geo-Física se associou as questões das Ciências da Natureza e suas Tecnologias. As provas de 2009 e 2010, pelo fato de se dividirem em áreas do conhecimento, acarretaram em um novo modelo de fragmentação, dando ênfase a dicotomia Física e Humana.</p><p>A pesquisa se dividiu em três grandes gráficos, sendo o primeiro responsável por analisar a quantidade de questões da geografia Física e Humana em cada prova estudada. Tal gráfico, mostra uma diferença grande no número de questões entre os anos, como explica na passagem do texto:</p><p>As provas de 1999, 2008 e 2010 apresentaram um maior número de questões elaboradas com temas da Geografia Física e traziam questões com temas como ciclo da água, relevo e clima. As questões que abordavam temas relacionados à poluição e ao desmatamento estavam relacionadas a situações-problemas. Essas questões foram identificadas como de interface da Geografia Física e Geografia Humana. As provas que apresentaram maior número de questões relacionadas à Geografia Humana foram as de 1998 e 2009. As questões que traziam situações-problemas privilegiavam a relação homem e natureza, mas, quando eram conteúdos conceituais, apareciam de forma dissociada. (COUTINHO,p151, 2017)</p><p>O segundo gráfico trabalho no texto, mostra a relação dos componentes curriculares que tiveram relações interdisciplinares nas questões. O que se pode notar nessa figura é que, no que diz respeito a geografia, no ano de 2008 não houve essa correlação entre outras disciplinas, entretanto, no ano de 2009, foi quando o a geografia teve a maior quantidade de questões interdisciplinares.</p><p>O último gráfico analisado mostra dados dos diferentes recursos visuais que foram utilizados nas provas do ENEM nas questões de Geografia. O que as representações gráficas nos mostram é que há um baixíssimo número de utilização de mapas, imagens e tabelas. A geografia está sendo trabalhada, em sua grande maioria das edições do ENEM estudadas, apenas por textos. Isso mostra que a maioria das questões exigia do aluno a capacidade de ler e interpretar os problemas mostrados na questão e ter a consciência de relaciona-las com as situações do cotidiano.</p><p>O que se pode concluir desse estudo feito e representado no texto é que há na geografia, uma característica de valorizar a interdisciplinaridade nas provas do ENEM e, com isso, tornar a avaliação do aluno mais específica na capacidade dele de resolver as questões interligadas entre os diversos campos do conhecimento. Há também a constatação de que, a partir de 2009, com a separação da geografia em dois campos, houve uma maior interação da mesma com a Biologia, se relacionando aos conhecimentos Físicos, e a Sociologia e História quando o tema central das questões era o homem e a sociedade.</p><p>Para finalizar, o texto ainda nos faz um apontamento final sobre o ensino de Geografia em relação ao ENEM, tendo em vista que o ensino escolar ainda continua dividido e que isso nos faz repensar nos métodos de aprendizagem para o Ensino Básico.</p><p>image1.png</p>

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