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<p>DISCIPLINA: SAÚDE PÚBLICA</p><p>Professor: Fábio Vieira Ribas</p><p>TEMA: História e saúde - Historicidade das</p><p>Políticas públicas de saúde no Brasil</p><p>CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A SAÚDE NAS DÉCADAS DE 1920 A 1960</p><p>- Entre os anos de 1920 e os anos 1980, o Brasil conviveu com dois tipos de atenção à saúde, a</p><p>saúde pública e a medicina previdenciária.</p><p>- Em 1920, com a nomeação de Carlos Chagas, para assumir o Departamento Nacional de</p><p>Saúde.</p><p>- Em 1923, promulgado a lei Eloy Chaves, sendo considerada o marco do início da Previdência</p><p>Social no Brasil e que criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP´s).</p><p>A Lei Eloy Chaves obrigou cada companhia ferroviária a criar a sua CAP`s.</p><p>- Durante as décadas de 1920 e 1930, houve extensão das CAP´s, para outras</p><p>categorias profissionais, como por exemplo: portuários, navegação marítima e a</p><p>aviação.</p><p>- Quais eram os benefícios das CAPS?</p><p>Os benefícios eram proporcionais às contribuições e foram previstos: assistência</p><p>médica-curativa e fornecimento de medicamentos; aposentadoria por tempo de</p><p>serviço, velhice e invalidez, pensão para os dependentes e auxílio funeral.</p><p>Era Vargas</p><p>A Era Vargas e a saúde garantida na Carteira de Trabalho</p><p>O governo de Getúlio Vargas foi além da criação das leis trabalhistas.</p><p>O presidente entrou no combate das endemias e epidemias que se alastravam</p><p>pelo país sem muito êxito, já que parte do dinheiro que deveria ser direcionado à</p><p>saúde, acabava indo para a indústria.</p><p>As leis do país começaram a ser organizadas e com a Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho – CLT, foram instituídos licença-gestante e outros direitos trabalhistas,</p><p>como benefícios à saúde.</p><p>Ou seja, a saúde era um privilégio do trabalhador urbano, que possuía registro</p><p>em carteira. A população rural e os trabalhadores informais continuavam sem</p><p>acesso ao sistema de saúde.</p><p>Era Vargas</p><p>Em 1933, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAP´s), organização</p><p>dos trabalhadores em categorias profissionais. (estendem a previdência social à</p><p>maior parte dos trabalhadores urbanos).</p><p>- Em 1953, ainda na Era Vargas, fora criado o Ministério da Saúde. (Ministério da</p><p>Educação e Saúde Pública – MESP)</p><p>O Ministério da Saúde era responsável pela formulação de políticas nacionais de</p><p>saúde, de alimentação e de nutrição, assim como pelas ações de atenção à saúde</p><p>de interesse coletivo.</p><p>Campanhas Nacionais contra tuberculose, malária, febre amarela e outros;</p><p>Assistência materno-infantil; Saúde dos Portos; Assistência a Psicopatas e outros.</p><p>J.K - “50 anos de progresso em 5 anos de realizações”</p><p>Em 1960, houve a unificação das regras das CAP´s e dos IAP´s, incluindo a fixação</p><p>de um valor máximo para as contribuições e os benefícios.</p><p>Surgem os grandes hospitais, incorporando novas tecnologias desenvolvidas.</p><p>CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A SAÚDE DURANTE A DITADURA MILITAR.</p><p>(1964 A 1985)</p><p>Durante a Ditadura Militar (1964 a 1985), a saúde pública brasileira, que já era</p><p>limitada, tornou-se mais precária e baixa qualidade.</p><p>Formação dos profissionais, onde antes enfatizava a saúde pública e a partir desse</p><p>momento, passa a enfatizar a prática curativa e especializada.</p><p>Em 1966, houve a fusão dos IAP´s, resultando na criação do Instituto Nacional de</p><p>Previdência Social (INPS).</p><p>Declaração de Alma-Ata - 1978</p><p>Em setembro de 1978, a Conferência Internacional sobre Cuidados</p><p>Primários de Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)</p><p>em Alma-Ata, na República do Cazaquistão – URSS.</p><p>Os objetivos eram priorizar a</p><p>assistência profilática e</p><p>preventiva, sem contudo,</p><p>descuidar dos aspectos</p><p>curativos e de reabilitação.</p><p>Tal panorama, instigou</p><p>movimentos de contestação e</p><p>mobilização popular na área</p><p>de saúde, devido as</p><p>condições precárias em que a</p><p>população estava submetida.</p><p>MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA</p><p>O movimento da Reforma Sanitária nasceu no início da década de 1970. A</p><p>expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em</p><p>relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Essas</p><p>mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o setor saúde, em busca</p><p>da melhoria das condições de vida da população.</p><p>Surgimento de diversas organizações de profissionais de saúde</p><p>- Centro Brasileiro de Estudos em Saúde - CEBES;</p><p>- Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO (1979);</p><p>- Associação dos Médicos Sanitaristas;</p><p>- Associação Paulista de Saúde Pública.</p><p>Obs.: Todas lutam por um sistema de saúde mais justo e igualitário e articulam-</p><p>se a movimentos sociais.</p><p>Enquanto duraram os anos do chamado "milagre econômico", de 1967 a 1973,</p><p>crescia a economia, crescia o assalariamento e, portanto, garantia-se o</p><p>orçamento da previdência...</p><p>Porém... nos anos seguintes, no entanto, é uma retração do crescimento da</p><p>economia e consequente redução do assalariamento, gerando diminuição da</p><p>arrecadação da contribuição sobre a folha de salários.</p><p>A partir de 1974, o governo começou a perceber a sua deficiente atenção às</p><p>questões sociais, principalmente pela deterioração da distribuição de renda, pela</p><p>elevação dos níveis de mortalidade infantil. (Em 1968, o índice era de 89,62 para</p><p>cada mil nascidos, considerando apenas as capitais).</p><p>- Surgindo no Brasil, medidas características da transformação do modelo de</p><p>atenção à saúde previdenciário para um modelo universalista.</p><p>Em 1977, houve a criação do Instituto Nacional de Assistência Médica e</p><p>Previdência Social (INAMPS). O sistema de saúde a partir da década de 70 se</p><p>subdividiu em:</p><p>1 - Com isso o INAMPS, ficou em posse dos hospitais e postos de assistência</p><p>médica e CEME (Central de Medicamentos).</p><p>2- Ministério da Saúde: Ficou com estruturas hospitalares e ambulatoriais</p><p>próprias, além de fundações e institutos como a Fundação Oswaldo Cruz, a</p><p>Superintendência Nacional de Campanhas Sanitárias (SUCAM) e outros. Assim</p><p>com os programas de combate para alguns agravos.</p><p>3- Existia e existe serviços de saúde os Militares e dos Servidores Públicos</p><p>composto pelos sistemas de saúde próprios que estes grupos mantinham.</p><p>4- Estados e Municípios composto pela estrutura médica oferecida por estes</p><p>entes subnacionais, mas que existiam em condições muito precárias.</p><p>Em 1984, foi criado o Programa das AIS – Ações Integradas de Saúde.</p><p>Esse programa marcou a passagem definitiva do modelo de atenção à saúde</p><p>previdenciário para um modelo mais universalista. Um dos principais objetivos do</p><p>modelo era expandir a atenção primária à saúde.</p><p>O país já vivia um período político democrático, a Constituição da Nova República</p><p>estava sendo criada, e nela estavam presentes os preceitos de criação de um</p><p>sistema único de saúde descentralizado, integral e com participação social.</p><p>As AIS haviam sido criadas no início da década e depois, em 1987, é criado o</p><p>Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). – Devido a 8ª CNS</p><p>A VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE - 1986</p><p>Uma das propostas do movimento sanitário era levar o INAMPS, para dentro do</p><p>Ministério da Saúde, de forma que a assistência à saúde, restrita aos</p><p>previdenciários, pudesse ser estendida.</p><p>Tal impasse foi uma das razões para a convocação da 8ª.</p><p>A 8ª Conferência Nacional da Saúde, é considerada um marco na história das</p><p>conferências.</p><p>Foi a primeira Conferência Nacional da Saúde aberta à sociedade e resultou na</p><p>implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um</p><p>convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter</p><p>formado as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira de 5 de</p><p>outubro de 1988.</p><p>O relatório final aponta a importante conclusão de que as</p><p>mudanças necessárias para a melhoria do sistema de saúde</p><p>brasileiro não seriam alcançadas apenas com uma reforma</p><p>administrativa e financeira. Era preciso que se ampliasse o</p><p>conceito de saúde e se fizesse uma revisão da legislação. Em</p><p>outras palavras, era preciso implantar uma Reforma Sanitária.</p><p>Constituição Cidadã. A nova Carta Magna, nos</p><p>artigos 196 ao artigo 200, onde traz a proposta</p><p>da criação do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do</p><p>Estado, garantido mediante</p><p>políticas sociais e</p><p>econômicas que visem à redução do risco de</p><p>doença e de outros agravos e ao acesso universal</p><p>e igualitário às ações e serviços para sua</p><p>promoção, proteção e recuperação.”</p><p>Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada</p><p>e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as</p><p>seguintes diretrizes...</p><p>Nesse artigo é que cita o “SUS”.</p><p>PORÉM...</p><p>A Constituição Federal de 1988 implantou, no país, o SUS, regulamentado dois</p><p>anos depois pelas Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 e nº 8.142, de 28</p><p>de dezembro de 1990, sendo recentemente atualizada pelo Decreto nº 7.508,</p><p>de 28 de junho de 2011.</p><p>Considerado um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, por meio dele a população</p><p>brasileira tem a garantia de acesso integral, universal e gratuito e atendimento à Saúde.</p><p>x</p><p>REFERÊNCIA(S) BIBLIOGRÁFICA(S)</p><p>GEOVANINI, T.; MOREIRA, A.; DORNELLES, S.; MACHADO, W. C. A. História da enfermagem: versões e</p><p>interpretações. Rio de Janeiro: Revinter, 2010.</p><p>MANSUR, Marilia Coser. O financiamento federal da saúde no Brasil: tendências da década de 1990.</p><p>[Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 2001. 116 p.</p><p>Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. As Conferências Nacionais de Saúde: Evolução e</p><p>perspectivas./ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2009. 100 p.</p><p>Stedile, Nilva Lúcia Rech et al. Contribuições das conferências nacionais de saúde na definição de políticas</p><p>públicas de ambiente e informação em saúde. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2015, v. 20, n. 10</p><p>[Acessado 25 Maio 2020] , pp. 2957-2971. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-</p><p>812320152010.15142014>. ISSN 1678-4561.https://doi.org/10.1590/1413-812320152010.15142014.</p><p>MENDES, Eugênio Villaça. Uma Agenda Para a Saúde. São Paulo: HUCITEC, 1996.</p><p>CARDOSO, Maria Manuela V. N. et al. R. Bras. Enferm., Brasília, v. 52, n. 3, p. 339-348, jul.lset. 1999.</p>