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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU</p><p>(UNINASSAU)</p><p>1º PERÍODO DE MEDICINA VETERINÁRIA</p><p>MAKALISTER KAUÃ SANTOS SILVA</p><p>MARIANA RIBEIRO LIMA</p><p>SAMUEL BRITO LIMA</p><p>PARTICIPAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS</p><p>Cacoal-RO</p><p>2024</p><p>MAKALISTER KAUÃ SANTOS SILVA</p><p>MARIANA RIBEIRO LIMA</p><p>SAMUEL BRITO LIMA</p><p>PARTICIPAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS</p><p>Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção de nota semestral na disciplina de Bioestatística ministrado pelo professor Rodrigo Janjob, pelo curso de Medicina Veterinária em 2024 do Centro Universitário Maurício de Nassau de Cacoal.</p><p>Orientador(a): Prof. Esp. Rodrigo Janjob</p><p>Cacoal-RO</p><p>2024</p><p>PARTICIPAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS</p><p>Resumo: Este estudo ilustrou a contribuição inestimável da agricultura familiar na produção de alimentos no Brasil, mostrando que, apesar das adversidades e do crescente domínio da agricultura em grande escala, os agricultores familiares permanecem fundamentais para a segurança alimentar do país. A análise de dados do Censo Agropecuário de 2017-2018 revelou que a agricultura familiar detém uma participação robusta na produção de alimentos básicos como feijão, mandioca e leite, evidenciando sua resiliência e importância estratégica. O estudo realçou a relevância econômica, social e ambiental da agricultura familiar, além de chamar a atenção para as tendências preocupantes, como a diminuição do número de estabelecimentos familiares e o aumento da concentração fundiária. Estes achados são vitais para o planejamento de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade da agricultura familiar, que é vista não só como fonte de alimento, mas também como guardiã de uma biodiversidade rica e de práticas agrícolas sustentáveis.</p><p>Palavras-chave: agricultura familiar, segurança alimentar, censo agropecuário, produção alimentar, políticas públicas.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A participação da agricultura familiar na produção de alimentos no Brasil é um tema de extrema relevância para a compreensão da dinâmica agrícola e alimentar do país (Da Silva; De Queiroz Costa, 2023). Este segmento, caracterizado pela gestão e trabalho familiar, não apenas semeia a terra com cultivos variados, mas também cultiva tradições e sustenta a diversidade biológica e cultural das zonas rurais (Wesz Junior et al., 2021).</p><p>A análise da contribuição da agricultura familiar à produção total de alimentos é imperativa para entender seu papel fundamental na segurança alimentar, na geração de renda para milhões de pessoas e na manutenção de práticas agrícolas sustentáveis (Silva; Hauresko, 2014).</p><p>Este artigo visa, portanto, examinar a extensão da influência da agricultura familiar no panorama alimentar do Brasil, ilustrando como a sinergia entre tradição e produção é essencial para o futuro da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável no país.</p><p>RESULTADOS E DISCUSÃO</p><p>A agricultura familiar desempenha um papel crucial no contexto agroeconômico do Brasil, apresentando-se como um pilar essencial para a segurança alimentar e a sustentabilidade econômica das zonas rurais. Reconhecida legalmente pela Lei nº 11.326 de 2006, essa modalidade de agricultura é definida por critérios que enfatizam a gestão familiar, a limitação do tamanho da propriedade, o uso predominante de mão de obra familiar e a principal fonte de renda derivada do próprio estabelecimento agrícola (Brasil, 2006). Representando a vasta maioria dos estabelecimentos agropecuários do país, a agricultura familiar é identificada não apenas pelo seu volume de produção, mas também por seu papel na preservação da biodiversidade e na manutenção de práticas agrícolas sustentáveis e inclusivas (Da Silva; De Queiroz Costa, 2023).</p><p>Contudo, a análise de dados recentes revela uma dinâmica complexa e desafiadora que perpassa o setor. A partir dos indicativos do Censo Agropecuário de 2017-2018 e comparações com dados de 2006, observa-se a relevância incontestável da agricultura familiar na produção de alimentos, embora confrontada com a diminuição do número de estabelecimentos e o aumento da concentração fundiária. Essa dualidade reflete as transformações sociais e econômicas nas zonas rurais brasileiras e coloca em evidência as tensões entre modelos de produção agrícola e a necessidade de políticas públicas que reconheçam e enderecem as especificidades desse segmento produtivo (Da Silva; De Queiroz Costa, 2023).</p><p>As tabelas 1 e 2 evidenciam aspectos distintos da produção agropecuária no Brasil, com foco particular na agricultura familiar. A tabela 1 revela uma perspectiva temporal e quantitativa, comparando os anos de 2006 e 2017 em termos de número de unidades e área ocupada pela agricultura familiar e não familiar. Os dados indicam um incremento substancial na quantidade de estabelecimentos não familiares (45%) e uma redução no número de estabelecimentos familiares (11%) no período analisado. A despeito do aumento da área total ocupada pela agricultura familiar, este crescimento é modesto (1%), especialmente se comparado ao aumento da área ocupada pela agricultura não familiar (7%). Este cenário pode sinalizar uma tendência de concentração de terras e intensificação da produção em larga escala, potencialmente em detrimento das práticas agrícolas familiares, que são mais diversificadas e sustentáveis, conforme discutido nos textos de apoio. A variação na distribuição das áreas e unidades agropecuárias entre a agricultura familiar e não familiar evidencia a necessidade de políticas públicas que considerem as especificidades e desafios da agricultura familiar, a fim de assegurar sua sustentabilidade e continuidade como pilar da economia rural e da segurança alimentar nacional (Wesz Junior et al., 2021).</p><p>Tabela 1 – Características dos estabelecimentos agrícolas – Brasil (2006 e 2017)</p><p>Número (unidades)</p><p>Área (hectares)</p><p>Ano</p><p>Não familiar</p><p>Agricultura familiar</p><p>Não familiar</p><p>Agricultura familiar</p><p>2006</p><p>809.369</p><p>4.366.267</p><p>253.577.343</p><p>80.102.694</p><p>2017</p><p>1.175.916</p><p>3.897.408</p><p>270.398.732</p><p>80.891.084</p><p>Diferença (2006-2017)</p><p>366.547</p><p>-468.859</p><p>16.821.839</p><p>788.390</p><p>Variação (2006-2017)</p><p>45%</p><p>-11%</p><p>7%</p><p>1%</p><p>Fonte: IBGE, 2017</p><p>A tabela 2, oriunda do Censo Agropecuário de 2017-2018, destaca a produção total de diversos alimentos e a contribuição percentual da agricultura familiar nessa produção. Nota-se que, para produtos como feijão, mandioca, açaí e pimentão, a agricultura familiar tem uma participação expressiva, superando 20%, e em casos como o da mandioca e do açaí, chegando a quase 70% e 80%, respectivamente. Tais dados corroboram a relevância do setor na segurança alimentar do Brasil, enfatizando seu papel central na oferta de alimentos básicos para o consumo interno (Breitenbach, 2018). Abaixo um gráfico também representando um gráfico melhor com essas porcentagens.</p><p>Tabela 1 – Censo agropecuário – 2017-2018</p><p>Produto</p><p>Produto total</p><p>Produção familiar</p><p>Participação da agricultura familiar %)</p><p>Arroz em casca (1.000 t)</p><p>11.057</p><p>1.208</p><p>10,9</p><p>Feijão (todos os tipos) (1.000 t)</p><p>2.215</p><p>512</p><p>23,1</p><p>Milho em grão (1.000 t)</p><p>88.100</p><p>10.972</p><p>12,5</p><p>Soja (1.000 t.)</p><p>103.156</p><p>9.559</p><p>9,3</p><p>Trigo (1.000 t.)</p><p>4.681</p><p>862</p><p>18,4</p><p>Mandioca (1.000 t)</p><p>6.559</p><p>4.563</p><p>69,6</p><p>Café em grão (verde) (1.000 t)</p><p>2.357</p><p>892</p><p>37,8</p><p>Banana (1.000 t)</p><p>4.026</p><p>1.954</p><p>48,5</p><p>Abacaxi (1.000 t)</p><p>996</p><p>668</p><p>67,1</p><p>Açaí (1.000 t)</p><p>280</p><p>221</p><p>78,7</p><p>Alface (1.000 t)</p><p>672</p><p>432</p><p>64,4</p><p>Pimentão (1.000 t)</p><p>225</p><p>159</p><p>70,8</p><p>Leite de vaca (milhões de litros)</p><p>30.156</p><p>19.351</p><p>64,2</p><p>Ovos (milhões de dúzias)</p><p>4.672</p><p>579</p><p>12,4</p><p>Fonte: IBGE, 2017</p><p>Figura 1 - Censo agropecuário – 2017-2018</p><p>Fonte: O autor, 2024</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Os resultados apresentados neste estudo confirmam a posição fundamental da agricultura familiar na produção alimentar do Brasil. Observou-se que essa modalidade de agricultura contribui significativamente para o abastecimento de alimentos básicos, tais como feijão, mandioca e leite, essenciais para a segurança alimentar do país. A análise dos dados do Censo Agropecuário</p><p>de 2017-2018 revelou que a agricultura familiar é responsável por uma parcela relevante da produção desses itens, apesar da diminuição do número de estabelecimentos dedicados a essa prática e da crescente pressão da agricultura em grande escala.</p><p>A contribuição deste estudo estende-se do campo acadêmico às aplicações práticas, oferecendo uma visão clara da atual configuração da produção agrícola familiar no Brasil e suas implicações econômicas e sociais. Portanto, que a agricultura familiar não é meramente um resquício do passado agrário do Brasil, mas um elemento-chave para o futuro. O papel desempenhado por esses agricultores vai além do cultivo de alimentos; é um pilar para a conservação do patrimônio cultural e ambiental, além de ser um vetor crucial para a realização de uma transição para práticas agrícolas mais resilientes e sustentáveis.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Lei N° 11.326, de 24 de julho de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 _ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm. Acesso em: 04 abr 2024.</p><p>BREITENBACH, Raquel. Participação econômica das atividades de subsistência na agricultura familiar. REDES: Revista do Desenvolvimento Regional, v. 23, n. 1, p. 53-68, 2018.</p><p>DA SILVA, João Manoel; DE QUEIROZ COSTA, Jakes Halan. Agricultura familiar: vulnerabilidades, desafios e enfrentamentos. Diversitas Journal, v. 8, n. 2, p. 912-927, 2023.</p><p>IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2018.</p><p>Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/2017/default. Acesso em: 04 abr 2024.</p><p>IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2017.</p><p>Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/2017/default. Acesso em: 04 abr 2024.</p><p>SILVA, CP de O.; HAURESKO, C. A participação da agricultura familiar na produção agrícola da microrregião de Guarapuava, no Centro-sul do Paraná. Anais da XIX Semana de Iniciação Científica, v. 25, 2014.</p><p>WESZ JUNIOR, Valdemar J. et al. Assessing Brazilian agri-food policies: what impact on family farms?. arXiv e-prints, p. arXiv: 2105.14996, 2021.</p><p>image1.png</p>

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