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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Estudo sobre os principais fatores relacionados aos projetos das principais obras geotécnicas.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Conhecer as obras lineares, de túneis e de barragens existentes na engenharia e a relação</p><p>desse reconhecimento com a área de intervenção profissional.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Reconhecer as obras lineares existentes na Engenharia: rodovias, ferrovias, canais, dutos e</p><p>linhas de transmissão</p><p>MÓDULO 2</p><p>Reconhecer as obras de túneis existentes na Engenharia: rodoviários, ferroviários e</p><p>metroviários</p><p>MÓDULO 3</p><p>Reconhecer as obras de barragens existentes na Engenharia bem como seus elementos, tipos</p><p>e etapas de projeto</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>OBRAS GEOTÉCNICAS</p><p></p><p>AVISO: orientações sobre unidades de medida.</p><p>javascript:void(0)</p><p>AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE</p><p>MEDIDA</p><p>Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por</p><p>questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um</p><p>espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais</p><p>materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e</p><p>das unidades.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Reconhecer as obras lineares existentes na Engenharia: rodovias, ferrovias, canais,</p><p>dutos e linhas de transmissão</p><p>OBRAS LINEARES</p><p></p><p>OBRAS DE INFRAESTRUTURAS DE</p><p>ESTRADAS</p><p>Os investimentos em infraestrutura são determinantes para o desenvolvimento de um país, por</p><p>isso são justificados plenamente em virtude de desencadearem produção. Dentre esses</p><p>investimentos, destacam-se as obras geotécnicas.</p><p>Você pode observar essas obras o tempo inteiro! Veja só:</p><p>Você pode viajar de carro graças a uma rodovia. Ou ainda, pode precisar atravessar uma</p><p>montanha e depender da construção de um túnel. A chegada de uma encomenda depende de</p><p>uma via de transporte, seja rodovia, ferrovia ou hidrovia.</p><p>Para ler este conteúdo, você certamente está utilizando energia. No Brasil, a maior parte da</p><p>energia é gerada em usinas hidrelétricas, as quais dependem de uma barragem de terra ou de</p><p>enrocamento.</p><p>Para essa energia produzida chegar até você, ela depende de uma ligação por meio de linhas</p><p>de transmissão.</p><p>Enfim, neste conteúdo, vamos estudar as obras geotécnicas, e aqui elas serão divididas em</p><p>três grupos:</p><p>OBRAS LINEARES</p><p>Representadas pelas rodovias, ferrovias, canais, dutos e linhas de transmissão.</p><p>TÚNEIS</p><p>Podem ser rodoviários, ferroviários e metroviários.</p><p>BARRAGENS</p><p>Podem ser em solo, em enrocamento ou de rejeitos.</p><p> COMENTÁRIO</p><p>As obras lineares são aquelas em que uma das dimensões (geralmente o comprimento) é</p><p>muito maior e mais importante que as outras duas (a largura e a espessura).</p><p>Detalhadamente, vamos aprender agora um pouco sobre: rodovias, ferrovias; canais, dutos e</p><p>linhas de transmissão.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>FASES DE PROJETO DE UMA OBRA</p><p>LINEAR</p><p>O processo de projetação de uma obra linear envolve a aplicação do conhecimento, das</p><p>aptidões pessoais e das experiências de projetistas em benefício da resolução dos problemas</p><p>inerentes ao projeto.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Ao desenvolver o projeto, seja ele de uma obra linear ou de qualquer outra obra de engenharia,</p><p>o que se deve ter em mente é que não existe resposta ou solução perfeita. O projeto, seja ele</p><p>de uma rodovia, ferrovia, canal, barragem, túnel ou qualquer outro, não deve se limitar a</p><p>obedecer às regras rígidas ou soluções rotineiras e convencionais.</p><p>Os projetos geralmente possuem dois níveis de detalhamento descritos na Lei nº 8666/93, a</p><p>Lei de Licitações:</p><p>Projeto básico</p><p>É “o conjunto de elementos necessários e suficientes (...) para se caracterizar a obra ou</p><p>serviço” (art. 6, Inciso IX). Com esse projeto é possível orçar a obra ou serviço inteiro, pois</p><p>se infere que já existem elementos suficientes para tal.</p><p></p><p>Projeto executivo</p><p>É “o conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da obra (...)” (art. 6,</p><p>Inciso X). Com esse projeto é possível executar a obra completamente, pois já se possui</p><p>elementos suficientes para que isso ocorra.</p><p>Em seguida ao projeto executivo, ocorre a execução dos serviços (art. 7). No caso de obras</p><p>de engenharia, isso se confunde com a operação e utilização da obra.</p><p>Tenha em mente que, para desenvolver todos esses projetos de que falaremos aqui, é</p><p>necessária uma série de estudos para se obter as informações pertinentes ao desenvolvimento</p><p>ao projeto, as quais estão baseadas em conhecimentos de várias áreas da Engenharia:</p><p>Geologia, Geotecnia, Hidrologia, Hidráulica, Engenharia Estrutural e Engenharia Ambiental, só</p><p>para citar alguns exemplos.</p><p>PROJETOS DE RODOVIAS E FERROVIAS</p><p>A seguir, serão apresentados os estudos e levantamentos necessários para desenvolver os</p><p>projetos de rodovias e de ferrovias:</p><p>RECONHECIMENTO OU ANTEPROJETO</p><p>Fase em que se reconhece o terreno para fazer a escolha do traçado da rodovia. Esse</p><p>reconhecimento envolve o levantamento e a análise de dados geográficos e geotécnicos da</p><p>região, pois assim pode-se mapear os possíveis obstáculos para a construção. Essa é a</p><p>primeira fase do projeto.</p><p>EXPLORAÇÃO OU PROJETO</p><p>É a segunda fase do projeto. É nela que se faz o estudo de volume de tráfego, peso máximo</p><p>suportado, hidrologia e outras características físicas e químicas do local. Essas análises podem</p><p>intervir na escolha do traçado da rodovia.</p><p>PROJETO DEFINITIVO</p><p>É a terceira e última fase do projeto, onde são realizados os cálculos necessários para</p><p>construção da rodovia. Nessa fase, deve-se montar um documento, contendo as duas fases</p><p>anteriores, além das memórias dos cálculos que são exclusivos dessa terceira fase. Além</p><p>disso, o documento também deve conter justificativa de soluções e processos adotados,</p><p>quantificação de serviços, especificações de materiais e orçamento.</p><p>RODOVIAS</p><p>Rodovias, em uma definição sumária, referem-se a estradas que permitem o deslocamento de</p><p>veículos sobre rodas, por meio do contato entre a borracha do pneu e uma superfície que pode</p><p>ser em solo, em asfalto ou em concreto.</p><p>COMPONENTES GEOMÉTRICOS E ELEMENTOS</p><p>DE SUPERESTRUTURA DA RODOVIA</p><p>As rodovias possuem os seguintes componentes geométricos e condicionantes de projeto:</p><p>ACOSTAMENTO</p><p>Composto por faixas que ladeiam as pistas de rolamento e auxiliam, em geral, a operação da</p><p>rodovia.</p><p>DISTÂNCIAS DE VISIBILIDADE</p><p>Parâmetros que garantem a visibilidade de quem trafega na rodovia. Essa característica</p><p>dependerá do traçado dessa rodovia.</p><p>EIXO DA RODOVIA</p><p>Alinhamento longitudinal da estrada e sobre ele inicia-se um traçado rodoviário, que engloba</p><p>um alinhamento horizontal e outro alinhamento vertical. Nas estradas de rodagem, o eixo</p><p>localiza-se na região central da pista de rolamento.</p><p>ESTAQUEAMENTO DE UMA RODOVIA</p><p>Sistema de demarcação de pontos igualmente distanciados estabelecido para se identificar</p><p>elementos do traçado como pontos notáveis e curvas. Esses pontos são chamados de</p><p>estacas, são numerados sequencialmente e geralmente distam 20m entre si.</p><p>PERFIL LONGITUDINAL</p><p>Representação, em escala conveniente, da interseção da estrada com a superfície cilíndrica</p><p>vertical que contém o eixo da rodovia. Envolve a fixação de tangentes (trechos retos) e de</p><p>curvas (arcos de circunferências ou de parábolas) para formar o traçado por onde a rodovia vai</p><p>passar.</p><p>PISTA DE ROLAMENTO</p><p>Pista destinada ao deslocamento dos veículos rodoviários. A pista de rolamento contém, no</p><p>mínimo, duas faixas de tráfego capazes de conter a largura do veículo acrescida de folgas</p><p>laterais para permitir que os veículos circulem de forma segura.</p><p>PLANTA</p><p>Representação, em escala adequada à fase do projeto, da projeção da estrada sobre um plano</p><p>horizontal. Envolve a fixação de tangentes (trechos retos) e de curvas (arcos de</p><p>circunferências e de espirais de transição) para formar o traçado por onde a rodovia vai passar.</p><p>SEÇÕES TRANSVERSAIS</p><p>Representações transversais de uma rodovia em um plano vertical. Essa representação é</p><p>importante, pois os elementos de velocidade, capacidade de tráfego, nível de serviço,</p><p>aparência e</p><p>segurança da rodovia dependem dessa informação. As seções transversais podem</p><p>ser dos tipos corte, aterro e mista.</p><p>CORTE</p><p>Refere-se a uma estrada projetada abaixo do nível da superfície do terreno natural.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p> Seção em corte.</p><p>ATERRO</p><p>Refere-se a uma estrada projetada acima do nível do terreno natural.</p><p> Seção em aterro.</p><p>MISTA</p><p>Refere-se ao projeto da rodovia que possui simultaneamente um lado acima do terreno natural</p><p>e outro lado abaixo do terreno nautral.</p><p> Seção mista.</p><p>VEÍCULOS DE PROJETO</p><p>Veículos de teste para poder determinar as proporções da rodovia, como raios das curvas,</p><p>largura da pista, capacidade em peso e volume etc.</p><p>Uma rodovia também é definida pelos seguintes elementos de superestrutura:</p><p>PAVIMENTOS FLEXÍVEIS</p><p>São aqueles que possuem uma ou mais camadas internas. Essas camadas não sofrem esforço</p><p>de tração.</p><p>REVESTIMENTO</p><p>É a camada superior (capa). Pode sofrer resistência à tração e, por conta disso, é projetada</p><p>para oferecer resistência. Por isso, geralmente, é produzida com materiais betuminosos e</p><p>agregados. A capa é ligada à base, por meio do Binder, que é um elemento que cria uma</p><p>camada de ligação da base com a capa asfáltica. O Binder é composto de cimento asfáltico,</p><p>reforçado por agregados de diversos tamanhos.</p><p>BASE</p><p>É a camada que está acima da sub-base. Constitui-se de material granular devidamente</p><p>compactado, oferecendo uma superfície plana.</p><p>SUB-BASE</p><p>É outra camada granular, agora existente sobre o subleito. Os grânulos são compactados e</p><p>oferecem uma superfície plana.</p><p>REFORÇO DO SUBLEITO</p><p>Existe somente em caso de pavimentos muito espessos. Também é composto de grânulos</p><p>compactados que oferecem superfície plana.</p><p>SUBLEITO</p><p>É o terreno de fundação que serve como base para a construção da rodovia.</p><p>FERROVIAS</p><p>Ferrovias, em uma definição sumária, referem-se a estradas que permitem o deslocamento de</p><p>veículos sobre rodas metálicas.</p><p>A seção transversal da infraestrutura das ferrovias é bem semelhante à das rodovias. A</p><p>diferença está nas dimensões, que são adequadas a uma outra espécie de veículo, e na</p><p>terminologia de alguns de seus elementos.</p><p>Além disso, no caso rodoviário, é possível passar com o carro em uma via aberta apenas com</p><p>revestimento primário, sem pavimento. No caso ferroviário, isso não acontece: a locomotiva e</p><p>os vagões precisam de trilhos sobre os quais possam se deslocar.</p><p>ELEMENTOS DA SUPERESTRUTURA DA</p><p>FERROVIA</p><p>A superestrutura é constituída fundamentalmente de trilhos, dormentes e lastro. Além desses</p><p>componentes essenciais, existem elementos adicionais, conforme a imagem a seguir:</p><p> Superestrutura típica de ferrovia.</p><p>Vejamos alguns desses componentes a seguir:</p><p>Trilho</p><p>É a peça básica e característica da via permanente ferroviária, destinada ao rolamento dos</p><p>veículos para guiá-los em seu deslocamento. Possui uma seção mais espessa na parte</p><p>superior chamada boleto, que sofre desgaste causado pela abrasão das rodas. A base de apoio</p><p>do trilho é plana e larga e se chama de patim, enquanto a parte mais fina que liga boleto e</p><p>patim é a alma.</p><p>Bitola</p><p>É a distância que os trilhos devem ter para se manter paralelos e retos, de modo a estarem</p><p>sempre adequados à distância entre as rodas das composições (trens, metrôs, bondinhos etc.).</p><p>Essa distância é chamada de bitola e é medida entre as faces internas do boleto.</p><p>Dormentes</p><p>São peças colocadas transversalmente à via, igualmente espaçadas, para servir como apoio</p><p>aos trilhos e garantir a altura e a inclinação da bitola. São peças de dimensões padronizadas</p><p>com espaçamento conforme o valor das cargas solicitantes verticais e horizontais que são</p><p>transmitidas pelos trilhos, distribuindo-as para o lastro.</p><p>Os lastros mais comuns são de madeira ou concreto. Enquanto o primeiro proporciona as</p><p>melhores condições para os dormentes graças a suas propriedades mecânicas, os dormentes</p><p>de concreto podem ser fabricados em três tipos: monobloco, bibloco e articulado.</p><p>MONOBLOCO</p><p>Constituído por um único bloco de concreto que sustenta os dois trilhos paralelos.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>BIBLOCO</p><p>Trata-se de dois blocos de concreto. Cada um sustentando um dos trilhos, porém ambos estão</p><p>interligados por uma barra de metal.</p><p>ARTICULADO</p><p>Pode ser monobloco ou bibloco. Permite a mudança da composição de uma linha férrea para</p><p>outra.</p><p>Lastro</p><p>É um componente da superestrutura entre os dormentes e a plataforma. Tem a função de</p><p>distribuir os esforços provenientes das cargas dos veículos no subleito, bem como ser um</p><p>obstáculo aos movimentos longitudinal e transversal dos dormentes, impedindo deslocamentos</p><p>da linha.</p><p>Embora o sublastro seja considerado elemento da infraestrutura, tem uma forte</p><p>interdependência com o lastro, com propriedades drenantes e funções econômicas.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>No Brasil, predomina a bitola larga, com b=1,60m, e a bitola métrica, com b=1,00m. Em</p><p>algumas regiões, pode-se superpor os dois tipos de malhas para possibilitar a circulação com</p><p>trens de duas bitolas, chamada de bitola mista, que possui três trilhos.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Você deve estar percebendo que a função do lastro se assemelha à da base: distribuir os</p><p>esforços provenientes das cargas dos veículos nas camadas inferiores. Por isso, as partículas</p><p>do lastro devem estar em íntimo contato entre si para, por meio do atrito, cumprirem essa</p><p>finalidade de transmissão de carga.</p><p>CANAIS</p><p>Os canais são condutos naturais ou artificiais, destinados a escoar as águas, com uma</p><p>superfície livre, geralmente, a parte superior. São construídos tanto ao longo dos próprios</p><p>cursos d’água da rede hidrográfica, modificados de acordo com as necessidades, como</p><p>escavados em terra seca.</p><p>Os canais diferenciam-se pela utilização das águas conduzidas e pelas características do meio</p><p>físico envolvido. O resultado desses fatores é um conjunto de peculiaridades como aspectos</p><p>construtivos e procedimentos de manutenção dos canais durante sua operação, com reflexo</p><p>intenso na condução desses projetos de obras hídricas.</p><p> ATENÇÃO</p><p>A condução da água por um canal, de acordo com sua finalidade, determina vários critérios</p><p>básicos, como o de admitir ou não perdas d'água. Canais de navegação e de retificação de</p><p>rios, por exemplo, em geral admitem tais perdas; enquanto aqueles que aduzem água, seja</p><p>para o abastecimento urbano ou para irrigação, em geral não podem perder esse recurso.</p><p>Os tipos de canais mais comuns são:</p><p>hidrovias;</p><p>canais de irrigação;</p><p>canais de adução para abastecimento;</p><p>canais para drenagem de áreas encharcadas;</p><p>canais de retificação de cursos naturais para os mais diversos fins.</p><p>O canal, quanto à concepção do projeto, pode ser construído escavado, em aterro, estrutural</p><p>ou misto. A seguir, veja os tipos mais comuns de canal considerando a seção transversal:</p><p>SEÇÃO TRAPEZOIDAL</p><p>SEÇÃO RETANGULAR</p><p>SEÇÃO TRIANGULAR</p><p>SEÇÃO CIRCULAR</p><p>PROJETOS DE CANAIS</p><p>Agora, veremos como são projetados alguns tipos de canais para utilizações bem definidas:</p><p>HIDROVIAS</p><p>Envolvem tanto canais de acesso (aproximação ou saída de embarcações de alguma obra</p><p>fluvial) quanto canais de navegação quando são projetados para garantir profundidade mínima</p><p>em qualquer ponto da hidrovia. Em geral, fazem parte de um sistema mais complexo que</p><p>compreende eclusas, barragens e portos e que controla a navegação de embarcações. Os</p><p>canais de acesso e de navegação mais usuais têm seção transversal retangular ou trapezoidal.</p><p>CANAIS DE RETIFICAÇÃO</p><p>Podem ser concebidos para controle de cheias; para a organização do espaço visando ao uso</p><p>do solo e para o controle de processos erosivos-deposicionais etc.</p><p>CANAIS DE IRRIGAÇÃO</p><p>Devem facilitar o escoamento d'água sem provocar erosão ou deposição de sedimentos. Em</p><p>geral, os canais de irrigação de maior porte, que aduzem e distribuem água até os lotes</p><p>irrigados, são dotados de revestimentos para evitar perdas d'água importantes.</p><p> ATENÇÃO</p><p>A profundidade mínima do canal deve atender ao calado máximo da embarcação ou comboio</p><p>(distância vertical entre a superfície da calha e a superfície da rodovia) que serve como padrão</p><p>para o projeto geral da hidrovia.</p><p>A largura mínima do canal deve levar em conta condições mínimas de segurança para a</p><p>embarcação, tanto em percurso individual como em cruzamento.</p><p>LINHAS DE TRANSMISSÃO E DUTOVIAS</p><p>As linhas de transmissão de energia elétrica e as dutovias são obras de engenharia lineares</p><p>bem superficiais, envolvendo quase sempre apenas o horizonte de solo e a rocha decomposta.</p><p>Portanto, essas obras assumem proporções grandiosas e importantes tanto do ponto de vista</p><p>logístico como operacional. Trata-se de tipos de obras que podem ser aéreas, subaquáticas,</p><p>enterradas ou subterrâneas.</p><p>As linhas de transmissão são consideradas apenas obras aéreas, apoiadas por meio de</p><p>torres metálicas nas superfícies do terreno.</p><p>Em geral, podem ser compostas de postes ou torres. Os postes são formados de madeira, de</p><p>metal ou de concreto constituídos de peça única e altura limitada, o que torna seu transporte</p><p>difícil. Já as torres são formadas de peças metálicas e possuem dimensões maiores do que os</p><p>postes; mas são constituídas de peças metálicas menores que exigem operações complexas</p><p>para serem montadas no local.</p><p>As dutovias, por sua vez, são consideradas obras enterradas ou subterrâneas e, por isso,</p><p>prescindem de maiores estudos geológicos principalmente o estudo da estrutura da parede do</p><p>duto com o conjunto solo-rocha.</p><p>As dutovias são compostas por tubulações instaladas em valas com até 5m de profundidade,</p><p>ou por meio de túneis escavados em solo ou rocha. Geralmente, podem transportar água bruta</p><p>ou tratada (adutoras), esgotos e efluentes em geral (coletores, interceptores e emissários),</p><p>óleos (oleodutos), gases (gasodutos) e cabos elétricos ou telefônicos. São construídas com</p><p>tubos de aço, ferro fundido, concreto, cerâmica e plásticos, e seus diâmetros variam de pouco</p><p>mais de 1cm, nas redes de adução, até metros, em galerias de esgoto.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>A transmissão primária, quase sempre com tensões superiores a 13,8kV e transmitida por meio</p><p>de sistemas com torres metálicas, é chamada de alta tensão, enquanto a transmissão</p><p>secundária, para distribuição da energia e de tensões inferiores a esse valor por meio de</p><p>postes, é chamada de baixa tensão.</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Rodovias</p><p>Ferrovias</p><p>Canais</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 2</p><p> Reconhecer as obras de túneis existentes na Engenharia: rodoviários, ferroviários e</p><p>metroviários</p><p>TÚNEIS NA ENGENHARIA</p><p></p><p>TIPOS DE TÚNEIS</p><p>Dá-se o nome de túnel a uma passagem subterrânea que facilita ou torna possível o acesso a</p><p>um determinado local ou via. Trata-se de construções que podem ser desenvolvidas pelo ser</p><p>humano, por meio de uma escavação em rocha ou em solo, ou que podem ser realizadas pela</p><p>própria natureza ao longo do tempo. O objetivo dos túneis construídos pelo homem é permitir</p><p>uma passagem direta através de certos obstáculos, que podem ser elevações, rios, canais,</p><p>áreas densamente povoadas etc.</p><p>O que será apresentado aqui são os túneis utilizados para transporte, os quais, nesse caso,</p><p>têm a função de ligar duas seções de uma estrada, de uma via férrea – sendo ferroviária ou</p><p>metroviária – ou uma avenida ou rua. Veja alguns exemplos de túneis:</p><p>Interior de túnel rodoviário.</p><p>Trem-bala passando pelo Túnel Seikan, no Japão.</p><p>Túnel metroviário em Viena, Áustria.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Além do nosso estudo, é importante perceber que o túnel terá a superestrutura do modal de</p><p>transporte em que ele será utilizado. Note nos exemplos apresentados que o túnel rodoviário</p><p>deve ser dotado de pista de pavimentação asfáltica ou de concreto para poder efetivamente</p><p>ligar duas porções de uma rodovia. E no caso do túnel ferroviário, deve ser adotada a</p><p>superestrutura ferroviária formada por lastro, dormentes, trilhos, sinalização e linha energizada</p><p>para possibilitar a ligação que se deseja entre as vias.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Atualmente, os túneis respondem por mais de 90% do volume de escavações subterrâneas</p><p>civis em todo mundo. Nas últimas décadas, os túneis totalizaram de 500 a 1.000km perfurados</p><p>por ano, correspondentes a 20.000 a 40.000m3 de volume escavado. Além disso, seus</p><p>comprimentos e suas seções transversais mais comuns variam respectivamente de 150 a</p><p>1.500m e 15 a 75m2, podendo atingir seções transversais de mais de 200m2 em estações</p><p>metroviárias subterrâneas.</p><p>TIPOS DE ESCAVAÇÃO E SEUS MÉTODOS</p><p>Vamos agora nos aprofundar quanto ao tipo da escavação, que pode ser feita em rocha ou em</p><p>solo.</p><p>ESCAVAÇÕES EM ROCHA</p><p>Quanto à escavação em rocha, a não ser nos casos de túneis curtos, ou seja, com menos de</p><p>200m de comprimento, que utilizam somente uma frente de escavação, são normalmente</p><p>estabelecidas duas ou mais frentes de escavação. A configuração mínima é a escavação com</p><p>duas frentes, uma para cada saída do túnel.</p><p>Trata-se de uma construção que envolve operações de perfuração e de detonação de</p><p>explosivos. Se fosse determinada uma sequência das operações, seria a seguinte:</p><p>Perfuração da frente de escavação com marteletes.</p><p>Carregamento dos furos com explosivos.</p><p>Detonação dos explosivos.</p><p>Ventilação e remoção dos detritos e da poeira.</p><p>Remoção da água de infiltração, se necessário.</p><p>Colocação do escoramento para o teto e paredes laterais, se necessário.</p><p>Colocação do revestimento, se necessário.</p><p>Com relação ao avanço da escavação do túnel, existem diferentes métodos, sendo estes os</p><p>mais comuns:</p><p>Escavação total</p><p>Toda a frente do túnel é perfurada e dinamitada. É o método adequado para a escavação de</p><p>túneis pequenos, com cerca de 3m de diâmetro.</p><p>Escavação por galeria frontal e bancada</p><p>Ocorre o avanço da parte superior do túnel, sempre adiante da parte inferior. O desmonte da</p><p>bancada fica facilitado e apresenta um modus operandi bem semelhante à escavação de</p><p>pedreiras, utilizando bancadas.</p><p>Escavação com galerias</p><p>Abre-se um túnel menor, chamado de galeria, antes da escavação total da frente. Essa galeria</p><p>de escavação pode ser chamada de central, fundo, teto ou lateral. Geralmente, esse método é</p><p>vantajoso para a construção de túneis bastante largos.</p><p> COMENTÁRIO</p><p>Iniciais de New Austrian Tunneling Method, em português, Novo método austríaco de</p><p>abertura de túneis, o NATM é um método que utiliza a rocha circunvizinha e as cavidades do</p><p>local como elemento de sustentação da escavação ao invés de ser elemento de carga. Outros</p><p>meios de suporte do NATM consistem em:</p><p>Ancoragens com tirantes (sejam eles tensionados, ou de ancoragem ativa ou não</p><p>tensionados ou de ancoragem passiva).</p><p>Concreto projetado aplicado por máquina que utiliza ar comprimido.</p><p>Cambotas metálicas (são perfis metálicos, em geral circulares, utilizados para fazer</p><p>túneis).</p><p>TIRANTES</p><p>Tirantes são elementos passivos que trabalham sobre tração, transmitindo esforços de um</p><p>ponto a outro. Em geral, é uma barra de aço enterrada no solo verticalmente. A ancoragem</p><p>passiva é realizada, tendo como base, blocos de concreto.</p><p>ESCAVAÇÕES EM SOLO</p><p>A escavação em solos ou em materiais moles divide-se em construção a céu aberto (quando</p><p>se cava a vala, e ela fica com a superfície aberta, a céu aberto) e construção em</p><p>subsuperfície (quando se faz o buraco, sem romper a superfície do solo).</p><p>A construção a céu aberto se distingue pelo tipo de escoramento, conforme veremos a seguir:</p><p>ESCORAMENTOS POR MEIO DE TALUDES</p><p>INCLINADOS</p><p>Método de construção bem simples, destinado a escavações não muito profundas. A inclinação</p><p>do talude depende diretamente do tipo de solo, então deve-se tomar cuidado com sua</p><p>determinação. Se for possível a escavação livre, sem escoramento, é a condição mais</p><p>racionalizada para os trabalhos; contudo isso é possível somente se na superfície existir lugar</p><p>suficiente tanto para a escavação como para o tráfego.</p><p>javascript:void(0)</p><p>ESCORAMENTOS POR MEIO DE ESTRUTURAS</p><p>Nesse tipo de escoramento, são utilizadas estruturas como paredes de estacas metálicas,</p><p>pranchões de madeira, estacas justapostas, estacas-prancha de aço. É obedecida</p><p>a seguinte</p><p>sequência: escavação manual e mecanizada, escoramento das paredes, concretagem do túnel</p><p>e reaterro, sem que as estruturas de escoramento façam parte da estrutura do túnel. Também é</p><p>utilizado quando o talude é muito vertical a ponto de não permitir a escavação livre, já</p><p>apresentada aqui.</p><p>ESCORAMENTOS POR MEIO DE PAREDES-</p><p>DIAFRAGMA</p><p>Em oposição ao método anterior, antes do início da escavação, os escoramentos farão parte da</p><p>estrutura do túnel. Nesse caso, são escavadas seções com cerca de 5m de comprimento até a</p><p>profundidade onde deverá ficar a base do túnel. Tais seções são escavadas em meio à lama</p><p>bentonítica para não haver desmoronamentos. Em seguida, são colocados respectivamente, a</p><p>ferragem e o concreto, o qual expulsa a lama para ser usada em outra seção, separada da</p><p>anterior em cerca de 5m. O processo se segue continuamente até o final da escavação.</p><p>ESCORAMENTOS POR MEIO DE COURAÇAS</p><p>Esse método traz menos problemas para o tráfego superficial, sendo aplicáveis a quase todos</p><p>os tipos de solo, com presença ou não de nível d´água. Atualmente, existem três tipos de</p><p>couraça:</p><p>Couraça manual.</p><p>Couraça semimecanizada, onde ferramentas, geralmente hidráulicas, são acionadas</p><p>individualmente por trabalhadores.</p><p>Couraça totalmente mecanizada.</p><p>Nas escavações mais atuais, são muito comuns as máquinas perfuratrizes de túneis,</p><p>chamadas de tuneladoras (tunnel boring machine). Trata-se de uma máquina que aumenta</p><p>muito a produtividade da escavação de túneis.</p><p>ETAPAS DE PROJETO DE TÚNEIS</p><p>As etapas do projeto de túneis são bem semelhantes às etapas do projeto de estradas e obras</p><p>lineares. Como tais, também são divididas em fases:</p><p>1</p><p>PROJETO CONCEITUAL</p><p>Engloba estudo das alternativas de soluções de engenharia para o traçado, seção transversal,</p><p>métodos de escavação, reforço estrutural etc. Diversos aspectos das alternativas de projeto</p><p>são condicionados por fatores de ordem geológica e geomorfológica, até culminar com a</p><p>eleição da melhor solução.</p><p>Embora, na maioria dos casos, o traçado, o tamanho e a forma da seção do túnel sejam</p><p>estabelecidos anteriormente ao reconhecimento geológico, em alguns casos, isso não ocorre,</p><p>principalmente quando o reconhecimento prévio de condições geológicas particularmente ruins</p><p>pode dar lugar a um novo traçado do túnel.</p><p>PROJETO BÁSICO</p><p>Engloba o detalhamento das alternativas levantadas na fase anterior. Nessa fase, as revisões e</p><p>os ajustamentos no projeto são função da interpretação de informações suplementares, como</p><p>locais e pormenorizadas, resultantes de levantamentos geológicos e geotécnicos mais</p><p>detalhados, de investigações adicionais e do monitoramento do comportamento hidráulico e</p><p>mecânico do meio rochoso. O objetivo é estabelecer todos os detalhamentos, adaptações e</p><p>ajustes necessários para a preparação do projeto para a licitação da obra, em um grau em que</p><p>orçamentos e especificações sejam definidos com precisão.</p><p>2</p><p>3</p><p>PROJETO EXECUTIVO</p><p>A obra de um túnel é geralmente parte de uma obra maior, então é nessa fase em que outras</p><p>investigações menos numerosas ocorrem em função de novos detalhes construtivos, como</p><p>confirmações dos modelos geológicos, da geometria final de uma escavação e das</p><p>conformações com projetos executivos adjacentes.</p><p>Como se trata de uma obra que pressupõe a escavação de um meio, seja em rocha ou em</p><p>solo, o levantamento geológico reveste-se de uma importância significativa.</p><p>O principal documento geológico utilizado é um corte ao longo de seu plano axial, que deve</p><p>indicar os diferentes tipos de rochas e solos no futuro traçado do túnel, as eventuais</p><p>deficiências geológicas – como falhas ou diaclases –, ou o nível hidrostático ou algum achado –</p><p>como águas de infiltrações ou fontes subterrâneas no corte.</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Escavações em rocha</p><p>Escavações em solo</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>BARRAGENS NA ENGENHARIA</p><p>MÓDULO 3</p><p> Reconhecer as obras de barragens existentes na Engenharia bem como seus</p><p>elementos, tipos e etapas de projeto</p><p></p><p>BARRAGENS</p><p>Barragem é definida como uma obra construída transversalmente a vales ou depressões com o</p><p>objetivo de elevar o nível da água dos cursos naturais ou para formar reservatórios que</p><p>acumulem água temporariamente.</p><p>Uma barragem, principalmente as grandes, é o tipo de obra que impacta muito o meio</p><p>ambiente à sua volta. Uma barragem pode modificar o regime de um rio, criando um</p><p>reservatório ou até um lago artificial a partir de sua construção.</p><p>Com isso, os níveis dos lençóis freáticos próximos à barragem tornam-se completamente</p><p>alterados e modificados, bem como o desnível de água entre montante e jusante da barragem</p><p>cria gradientes hidráulicos, ou seja, diferenças de pressões hidrostáticas, bem elevados.</p><p>Uma barragem muda completamente uma paisagem e, por isso, a segurança das barragens</p><p>deve ser olhada e monitorada com muito cuidado, pois os desastres que podem surgir devido</p><p>ao rompimento de barragens causam prejuízos materiais e humanos incalculáveis.</p><p>As principais aplicações das barragens são:</p><p>abastecimento de água doméstica e industrial;</p><p>irrigação;</p><p>geração de energia;</p><p>navegação;</p><p>controle de enchentes ou de poluição;</p><p>retenção de detritos.</p><p> ATENÇÃO</p><p>A diferença de dique para barragem é que o primeiro busca evitar o extravasamento de um</p><p>reservatório de água após o fechamento da barragem, não barrando completamente o rio.</p><p>Barragens necessariamente barram completamente a passagem do rio para formar</p><p>reservatórios, acumulando água temporariamente.</p><p>TIPOS E PARTES DAS BARRAGENS</p><p>Vejamos as definições mais importantes relativas aos tipos e às partes das barragens:</p><p>PARAMENTOS</p><p>São definidos pelas superfícies regulares que envolvem os elementos estruturais mais</p><p>importantes em ambas as faces de uma barragem.</p><p>CRISTA</p><p>É a parte superior da barragem, onde, às vezes, existe uma pista para passagem de veículos.</p><p>BASE</p><p>Constitui a superfície de apoio da estrutura da barragem sobre o terreno, excluindo cortinas e</p><p>trincheiras de impermeabilização eventualmente existentes.</p><p>CORPO</p><p>É limitado pela crista ou pelo coroamento, pela base e pelos paramentos de montante e</p><p>jusante.</p><p>OMBREIRAS</p><p>São as partes da fundação de uma barragem próximas às encostas que limitam lateralmente a</p><p>obra.</p><p>FUNDAÇÃO</p><p>É a parte do terreno natural próximo à base da barragem.</p><p>VERTEDOURO</p><p>Também chamado de vertedor ou sangradouro, tem a função de escoamento das águas</p><p>excedentes à acumulação do reservatório, funcionando especialmente durante as enchentes.</p><p>TOMADA DA ÁGUA</p><p>É o órgão pelo qual é retirada a água do reservatório para a utilização prevista para a obra.</p><p>SISTEMA ADUTOR</p><p>É o conjunto de tubulações, podendo incluir túnel, que leva a água da represa até o local onde</p><p>será utilizada.</p><p>Quanto aos materiais de construção utilizados em sua construção, as barragens podem ser</p><p>classificadas em:</p><p>Barragens de terra</p><p>São construídas com solos de granulometria fina a grossa e permeabilidade baixa. As mais</p><p>comuns são as barragens homogêneas e as barragens zoneadas, ambas construídas a</p><p>partir da compactação do solo em camadas delgadas. As primeiras são feitas com um mesmo</p><p>tipo de solo, em geral argiloso e pouco permeável, e taludes mais abatidos, enquanto as</p><p>barragens zoneadas têm a zona central e o núcleo impermeáveis, e duas zonas externas, em</p><p>geral de materiais granulares, mais permeáveis e mais resistentes aos deslizamentos.</p><p>Barragens de rejeito</p><p>São destinadas a impedir resíduos indesejáveis de entrarem no fluxo normal das águas e, em</p><p>grande parte, são levantadas com os próprios rejeitos. Têm muita aplicação na mineração, em</p><p>que é necessária uma barragem para evitar que resíduos dos minérios tanto atinjam os corpos</p><p>d’água como poluam o meio ambiente.</p><p>Barragens de enrocamento</p><p>Chama-se enrocamento um aterro feito com fragmentos de rocha ou cascalho, compactado em</p><p>camadas por rolos vibratórios pesados. Nessas barragens, os deslizamentos de taludes são</p><p>menos comuns, em virtude do elevado ângulo de atrito do enrocamento. As barragens de</p><p>enrocamento são construídas</p><p>preferencialmente sobre fundações resistentes, mas também</p><p>podem ser implantadas sobre outros materiais, como rocha alterada, aluviões compactos e</p><p>outros materiais.</p><p>ALUVIÕES COMPACTOS</p><p> Legenda: Leque aluvial visível no Parque Nacional do Vale da Morte (EUA).</p><p>javascript:void(0)</p><p>Barragens de concreto por gravidade</p><p>As barragens de concreto podem ser construídas com concreto convencional ou,</p><p>frequentemente, com concreto compactado com rolo (CCR) e têm sua estabilidade assegurada</p><p>pelo seu peso e pela largura da sua base, devidamente adequados à resistência da fundação.</p><p>Barragens de contraforte</p><p>A barragem principal de Itaipu é um exemplo bem conhecido de barragem de gravidade.</p><p>Nessas barragens, a subpressão fica muito reduzida devido à menor área da base, enquanto o</p><p>peso da água sobre o paramento inclinado de montante praticamente elimina o tombamento.</p><p>Em contraposição, aumentam os esforços de compressão sob os contrafortes. Devido ao seu</p><p>menor peso, são barragens mais sensíveis a problemas de deslizamento.</p><p>Barragens em arco</p><p>A estabilidade, nesses casos, é garantida pela forma curva, que faz com que as pressões da</p><p>água sejam transferidas, em grande parte, para as ombreiras. Para que a transferência seja</p><p>eficiente, é necessário que o vale seja estreito e regular. Frequentemente, essas barragens</p><p>ainda requerem escavações consideráveis nas ombreiras e no leito do rio, tanto para atingir</p><p>rocha sã como para garantir uma geometria adequada.</p><p>ETAPAS DE PROJETO DE BARRAGENS</p><p>As etapas do projeto de barragens (e de suas aplicações, como usinas hidrelétricas,</p><p>reservatórios de abastecimento ou barragens de regularização de vazões) guardam bastantes</p><p>semelhanças com as etapas do projeto de estradas e obras lineares.</p><p>Como veremos, as etapas de estudo são seguidas pelas etapas de projeto. As etapas de</p><p>estudo envolvem, normalmente, as fases de levantamento de inventário e de estudos de</p><p>viabilidade, enquanto as fases de projeto envolvem o projeto básico e o projeto executivo, que</p><p>se divide em projeto de construção e projeto de operação.</p><p>Em toda obra de terra que estamos estudando aqui, a dimensão das áreas envolvidas e as</p><p>escalas de abordagem dos estudos variam de acordo com o tipo de obra. Por exemplo, estudar</p><p>a construção de uma estrada possui uma ordem de grandeza e de amplitude diferente da obra</p><p>de uma barragem, que envolve uma área bem maior de influência.</p><p>De modo geral, temos que:</p><p>Os trabalhos, que sempre são iniciados no âmbito regional e de grandes áreas, empregando</p><p>pequenas escalas com poucos detalhes...</p><p></p><p>...evoluem para os estudos de âmbito local e mais minuciosos, empregando escalas</p><p>significativas com grandes detalhes com alta precisão.</p><p>O enfoque, que inicialmente é bem centrado na Geologia da região, com o desenvolvimento do</p><p>projeto...</p><p></p><p>...evolui para um aspecto mais geotécnico, com o estudo mais aprofundado das ocorrências de</p><p>solos e rochas e de suas consequências para a construção da barragem.</p><p>Agora, vamos conhecer esses estudos:</p><p>ESTUDOS DE INVENTÁRIO</p><p>Nessa fase, identifica-se, ao longo de cursos de rios, os locais mais favoráveis – sob o ponto</p><p>de vista geológico e hidrográfico – à implantação das obras da barragem e de suas obras</p><p>auxiliares. Trata-se de estudos de natureza mais ampla, regional.</p><p>Topografia é a ciência que estuda as características da superfície:</p><p>Do ponto de vista geológico, visa identificar, preliminarmente, as características e os</p><p>problemas específicos dos locais preferenciais da construção da barragem, bem como as</p><p>ocorrências dos solos e rochas disponíveis e de suas consequências prováveis à</p><p>estabilidade de taludes, à maior ou menor suscetibilidade à erosão ou ao assoreamento.</p><p>Do ponto de vista hidrográfico, abrange os estudos de um rio inteiro ou de uma bacia</p><p>hidrográfica para definir o potencial hidrelétrico.</p><p>ESTUDOS DE VIABILIDADE</p><p>Os estudos têm por objetivo determinar, de maneira mais detalhada, as características do meio</p><p>físico, social e econômico, bem como sua importância para as diversas possibilidades de</p><p>aproveitamento.</p><p>Os estudos visam, ainda, à definição de arranjos mais adequados das obras civis, de modo que</p><p>possam ser processadas análises técnico-econômicas, comparativas entre alternativas de</p><p>obras. Para isso, são necessários maiores detalhamentos dos estudos na fase anterior:</p><p>estudos hidrológicos, topográficos, geológicos, geotécnicos, hidráulicos, de arranjo das</p><p>diversas estruturas das obras principais e auxiliares e até mesmo estudos energéticos e</p><p>econômicos.</p><p>Com relação aos estudos geológicos, as pesquisas devem identificar corretamente defeitos e</p><p>problemas que possam inviabilizar ou encarecer a obra, e assim eliminar as surpresas</p><p>geológicas maiores, como estabilidade de encostas e áreas passíveis de inundação. Para isso,</p><p>são necessários trabalhos como mapeamentos geológicos e classificações e caracterizações</p><p>geológico-geotécnicas dos solos de superfície e das ocorrências dos maciços rochosos.</p><p>PROJETO BÁSICO</p><p>A partir da definição da melhor alternativa na fase de estudos de viabilidade, são necessários</p><p>sua complementação e seu detalhamento. Embora esses estudos já permitam a concepção</p><p>básica da obra, com a geometria das escavações, dimensionamentos estruturais e hidráulicos,</p><p>níveis de fundações, tais definições acontecem apenas em nível preliminar. É só no projeto</p><p>básico, no entanto, que se desenvolve o estudo detalhado da obra de terra, em um grau que</p><p>depende do porte da obra e das dificuldades geológico-geotécnicas nos estágios anteriores do</p><p>projeto.</p><p>Assim é importante o detalhamento de todos os trabalhos, pois esses permitirão definir as</p><p>modificações, adaptações e ajustes necessários ao projeto, objetivando adequar, de maneira</p><p>mais segura e econômica, o projeto da obra, como um todo, ao meio físico escolhido. Além</p><p>disso, são preparados documentos de licitação, de modo que o grau de detalhe deve ser</p><p>aquele necessário para calcular com precisão o custo da obra. Diferenças entre o que consta</p><p>do projeto e o que é encontrado na construção podem causar aditivos contratuais de tempo e</p><p>de custo, aumentando o prazo e o custo da obra.</p><p>PROJETO EXECUTIVO</p><p>A etapa do projeto executivo contempla atividades de detalhamento e refinamento do projeto</p><p>básico das obras civis e dos equipamentos hidráulicos, elétricos e mecânicos. Caracteriza-se</p><p>pelas atividades complementares que se façam necessárias, e por aquelas que, devido a</p><p>algum impedimento ou necessidade de recursos mais amplos, não tenham sido executadas na</p><p>etapa anterior.</p><p>Nessa etapa, as atividades de projeto ocorrem em paralelo com a fase de construção da obra,</p><p>ou seja, pressupõe-se que a licitação já ocorreu, que já existe um contrato e que a empreiteira</p><p>já está trabalhando. Como grande parte dos ensaios que definiram o escopo da obra já</p><p>ocorreram, as investigações são menos numerosas em comparação com o projeto básico,</p><p>porém mais minuciosas, objetivando esclarecer detalhes construtivos, como a geometria final</p><p>de uma escavação ou os tratamentos previstos em cada estrutura ou, ainda, firmar os modelos</p><p>geomecânicos usados nas análises.</p><p>PROJETO DE OPERAÇÃO</p><p>Essa fase está relacionada às fases de enchimento do reservatório e de operação. É</p><p>necessário que o comportamento das estruturas e do reservatório seja investigado e</p><p>monitorado para comprovar a segurança geral da obra e verificar o seu comportamento ao</p><p>longo da utilização da barragem.</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Tipos e partes das barragens</p><p>Etapas de projeto de barragens</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Neste conteúdo, estudamos as obras geotécnicas, fazendo um panorama sobre todas elas:</p><p>rodovias, ferrovias, canais, dutovias, linhas de transmissão, barragens e túneis.</p><p>Iniciamos com o estudo das rodovias e das ferrovias, que embora guardem algumas</p><p>concordâncias em sua infraestrutura, apresentam superestruturas completamente diferentes.</p><p>Vimos que as diferenças mais marcantes são a presença de dormente e trilhos nas ferrovias e</p><p>de asfalto e concreto</p><p>nas rodovias. Também é importante considerar a distinção entre o veículo</p><p>que percorre uma e outra via: é só comparar as cargas transportadas entre carros e trens que</p><p>você vai entender a necessidade de uma superestrutura própria e com mais capacidade de</p><p>carga nas ferrovias.</p><p>Vimos ainda que os canais são condutos naturais ou artificiais, destinados a escoar as águas,</p><p>com uma superfície livre, construídos ao longo dos próprios cursos d’água da rede hidrográfica,</p><p>modificados de acordo com requisitos bem particulares. Podem se tornar: hidrovias, canais de</p><p>irrigação, canais de adução para abastecimento, canais para drenagem de áreas encharcadas,</p><p>canais de retificação de cursos naturais, canais de regulação de fluxo. Como é possível</p><p>perceber, há muitas maneiras de se empregar canais.</p><p>Também abordamos os tipos de obra e as fases que seus projetos devem seguir. A primeira</p><p>fase sempre tem o objetivo de verificar o local da obra buscando por características que podem</p><p>trazer problemas; a segunda fase tem como objetivo desenvolver o projeto básico propriamente</p><p>dito; e a terceira fase que objetiva desenvolver o projeto executivo para a construção da obra.</p><p> PODCAST</p><p>Agora, o especialista Giuseppe Miceli Junior encerra nosso estudo falando sobre os principais</p><p>tópicos abordados.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANTAS, P. M. et al. Estradas: projeto geométrico e de terraplenagem. Rio de Janeiro:</p><p>Interciência, 2010.</p><p>CHIOSSI, N. J. Geologia de engenharia. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.</p><p>CUNHA, M. A. (coord.) Ocupação de encostas. São Paulo: Instituto de Pesquisas</p><p>Tecnológicas, 1991. 234p.</p><p>FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE – FIDEM.</p><p>Diagnóstico ambiental, urbanístico e social das áreas de morros urbanos da Região</p><p>Metropolitana do Recife. (Programa Viva o Morro). Recife: FIDEM/SEDENE, 2001.</p><p>FUNDAÇÃO INSTITUTO DE GEOTÉCNICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO – GEORIO.</p><p>Manual técnico de encostas. 2. ed. v. 4. Rio de Janeiro, [s.d.].</p><p>LIMA, M. J. C. P. Prospecção geotécnica do subsolo. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e</p><p>Científicos, 1979.</p><p>MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. Santa Maria: Universidade</p><p>Federal de Santa Maria, 1997.</p><p>OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. Geologia de Engenharia. Oficina de Textos, 1998.</p><p>PONTES FILHO, G. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Paulo: Instituto</p><p>Panamericano de Carreteras Brasil, 1998.</p><p>EXPLORE+</p><p>Pesquise mais sobre os desastres das barragens de rejeitos das cidades de Mariana</p><p>(MG) e Brumadinho (MG). Esses são bons exemplos de como o componente ambiental</p><p>(ou a possível negligência dele) pode ser o causador de verdadeiras catástrofes</p><p>ambientais, prejudicando a vida de tantas pessoas.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Giuseppe Miceli Junior.</p>