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<p>GASTROENTERITES E HEPATITES :</p><p>→GASTROENTERITES:</p><p>As gastrites incluem uma série de sintomas no trato gastrointestinal, como náusea, diarreia,</p><p>vômito e dor abdominal, que derivam de inflamações na mucosa do TGI. O aumento do risco de</p><p>contaminação depende de fatores ligados ao hospedeiro e a virulência dos patógenos.</p><p>➢ Fatores do hospedeiro ⇒ Desnutrição, deficiência imunológica, redução da acidez</p><p>gástrica e redução damotilidade intestinal.</p><p>➢ Fatores virais ⇒ Alta resistência ao ambiente, baixa dose infectante e liberação de</p><p>grande número de partículas virais nas fezes.</p><p>Os principais vírus relacionados a quadros de infecções no TGI são: rotavírus, rotavírus e</p><p>adenovírus.</p><p>1) ROTAVIRUS:</p><p>Partícula viral de formato icosaédrico, RNA de fita dupla e sem envelope, sendo considerado o</p><p>maior causador de diarreia infantil. Possui um capsídeo triplo, o que aumenta seu fator de</p><p>resistência às enzimas do TGI.</p><p>➢ Essa classe viral possui uma fragmentação do RNA, o que possibilita umgrande número</p><p>de formas variadas de cepas contaminantes por troca de material genético. Apesar das</p><p>vacinas se utilizarem das proteínas do capsídeo, como há uma grande variabilidade,</p><p>dificulta a proteção total.</p><p>➢ Transmissão: oral-fecal com período de incubação de, no máximo, 2 dias. A infecção</p><p>limita-se àmucosa intestinal, causando umprocesso diarreico de natureza osmótica.</p><p>Fisiopatologia: os vírus penetram nas células das vilosidades do intestino delgado, levando a</p><p>produção de proteína semelhante à toxina da cólera, o que destroi as microvilosidades. Esse</p><p>processo leva a interrupção na absorção de eletrólitos e água (diarreia aquosa). Os vírions são</p><p>eliminados nas fezes, permitindo a transmissão.</p><p>A sintomatologia inclui diarreia (líquidas e semodor forte), dor abdominal intensa, febre, vômito</p><p>(amarelado/esverdeado) e cansaço/irritação em crianças. Com duração média de 5 dias, que</p><p>corresponde ao tempo de produção da resposta celular.</p><p>➢ Diagnóstico: A detecção de rotavírus nas fezes pode ser realizada (se necessária)</p><p>pormétodo de ELISA ou PCR.</p><p>➢ Tratamento: terapia de reidratação oral.</p><p>➢ Vacinação: as vacinas vivas atenuadas foram desenvolvidas para prevenir infecções por</p><p>rotavírus e são indicadas para todas as crianças antes dos 8meses de idade.</p><p>2) NOROVIRUS:</p><p>Família de vírus não envelopados, de RNA simples, capsídeo único e altamente resistente. São os</p><p>maiores causadores de gastroenterites virais em adultos. Possui diversas sub espécies, na</p><p>maioria das vezes, relacionadas a contaminação de humanos (GI), caninos, felinos e porcos (GIV</p><p>eGII).</p><p>➢ Via de transmissão: fecal-oral com grande eficiência devido à alta infecciosidade.</p><p>Relaciona-se com surtos emhospitais, clínicas, escolas, navios, restaurantes.</p><p>Patogênese: vírus pode entrar numhospedeiro humano através de enterócitos ou de célulasM e</p><p>infectam o intestino delgado provocandomá absorção transitória. (<2 semanas). Replicam-se em</p><p>macrófagos, células dendríticas e células B e a liberação do vírus produz desintegração das</p><p>células epiteliais e atrofia leve das vilosidades. São eliminados nas fezes.</p><p>➢ Adoença está associada a:</p><p>○ Atraso no esvaziamento do ácido gástrico→náuseas e vómitos</p><p>○ ↓Atividade enzimática da bordadura emescova→ diarreiamalabsortiva</p><p>A sintomatologia inclui diarreia, vômito, dor no estômago, náusea, febre, dor de cabeça e dor</p><p>no corpo. Possui início agudo, com duração de 1-3 dias, em pacientes saudáveis, e 4-6 dias</p><p>(idosos e pacientes hospitalizados).</p><p>➢ Diagnóstico: geralmente é presuntivo e os testes diagnósticos geralmente não são</p><p>necessários. No entanto, testes confirmatórios podemser realizados para indivíduos</p><p>imunocomprometidos ou com sintomas graves, comoo PCRde fezes para RNAviral.</p><p>➢ Tratamento: terapia de reidratação oral.</p><p>➢ Não há vacinação para essa família viral, logo a prevenção se resume em hábitos</p><p>higiênicos e proteção individual.</p><p>3) ADENOVÍRUS:</p><p>Vírus de DNA, sem envelope e associado a diferentes quadros, principalmente no trato</p><p>respiratório. Em alguns casos, a infecção no sistema respiratório pode evoluir para uma</p><p>transmissão no TGI (doença respiratória→ gastroenterite).</p><p>➢ Transmissão: contato com secreções de umapessoa infectada ou fomites.</p><p>As fibras do capsídeo viral ligam-se aos receptores celulares ou células epiteliais e são</p><p>endocitados. Saem do endossoma→ o DNA viral entra no núcleo da célula→ transcrição e</p><p>replicação. A tradução e a síntese de proteínas estruturais virais ocorrem no citoplasma,</p><p>assim comoo empacotamento viral (libertados novos vírus da célula hospedeira).</p><p>→HEPATITES:</p><p>Hepatites são inflamações do fígado, caracterizadas pela presença de células inflamatórias</p><p>no tecido do órgão. Podempossuir diversas patologias, como infecções, agressão por tóxicos,</p><p>alteração metabólica e agressão imunológica. Porém, as hepatites virais são causadas por</p><p>vírus que possuem tropismopelo tecido hepático.</p><p>➢ Não uma única classe viral que é responsável pelo quadro, mas simdiversos vírus de</p><p>diferentes familiares que podemmigrar para o fígado e causar a sintomatologia.</p><p>O vírus da hepatite A (HAV) é umvírus, semenvelope, da família Picornaviridae comRNAde</p><p>cadeia simples. O vírus replica-se no fígado, é excretado na bilis e encontra-se em altas</p><p>concentrações nas fezes de indivíduos agudamente infectados.</p><p>➢ Picornavirus: enterovírus, sem envelope, icosaédrico com RNA linear de cadeia</p><p>simples, de sentido positivo. É considerado hepatotrópico, com alta afinidade</p><p>hepática.</p><p>Possui transmissão fecal-oral, seja pelo contato entre humanos ou com água/alimentos</p><p>contaminados. Replica-se no fígado e é excretado nas fezes. A replicação primária decorre da</p><p>ingestão de alimentos contaminados/transmissão fecal-oral, com replicação na</p><p>orofaringe/intestinos ( primeira viremia).</p><p>➢ Após essa primeira replicação, atinge o fígado pelo tropismo tecidual. Os hepatócitos</p><p>captam o vírus pelo receptor na membrana plasmática e a replicação ocorre nos</p><p>hepatócitos e células de Kupffer (macrófagos hepáticos).</p><p>■ Entrada na célula → As proteínas virais são sintetizadas e o</p><p>genoma viral é copiado por umaRNApolimerase viral.</p><p>○ Partículas de vírus lançadas na árvore biliar→ excretadas nas fezes</p><p>○ Não há citotoxicidade viral aparente, sendo que a lesão hepática está</p><p>relacionada com o sistema imunológico: infiltração linfocítica portal e</p><p>periportal que resultamem graus variados de necrose.</p><p>Clinicamente, a hepatite viral aguda é geralmente autolimitada, sem cronificação e com</p><p>imunidade vitalícia após a infeção. Durante o período de viremia hepática, há um aumento</p><p>das aminotransferases (marcadores de lesão hepática), com marcadores que chegam a 300</p><p>emquantidade.</p><p>➢ Diagnóstico de infeção aguda: Anticorpos IgManti-HAVno soro (detetáveis entre 1 a</p><p>2 semanas após a infecção; permanecempor até 6meses) OUPCRpositivo para RNA</p><p>doHAV. Corrobora o diagnóstico o aumento de transaminases séricas.</p><p>O vírus da hepatite B é um vírus de DNA parcialmente de cadeia dupla, que pertence ao</p><p>gênero Orthohepadnavirus (estável, muito resistente e infeccioso). Esse vírus é transmitido</p><p>através da exposição a sangue ou fluidos corporais infecciosos. As relações sexuais, o uso de</p><p>drogas intravenosas e o parto são exemplos de tipos de exposição.</p><p>➢ Causa hepatite aguda e crônica que pode ser prevenida por vacinação (vacina</p><p>recombinante), apesar de não haver nenhumagarantia de imunocompetência contra</p><p>a doença.</p><p>O VHB infeta células hepáticas que expressam péptidos virais na superfície→ os péptidos</p><p>ativam os linfócitos (CD8 + células T citotóxicas) → os leucócitos desencadeiam uma</p><p>resposta imune celular contra células hepáticas infetadas→ destruição de hepatócitos→</p><p>inflamação hepática.</p><p>➢ A exposição a fluidos corporais infecciosos → replicação da mucosa→ circulação</p><p>sanguínea (1ª viremia). Atinge o fígado devido ao tropismo tecidual e ocorre a</p><p>captação viral pelos hepatócitos através de um receptor namembrana plasmática.</p><p>○ A replicação ocorre nos hepatócitos e células de Kupffer (macrófagos</p><p>hepáticos).</p><p>■ Montagem: O retículo endoplasmático ou as membranas do</p><p>complexo de Golgi comantigénio</p><p>de superfície da hepatite B (AgHBs)</p><p>envolvemanucleocápside, compondo o virião.</p><p>■ Libertação: Os viriões completos são secretados via exocitose.</p><p>○ As partículas de vírus recém-envelopadas são excretadas na circulação</p><p>sanguínea e infectamos fluidos corporais.</p><p>○ A lesão hepática está relacionada com o sistema imune (sem citotoxicidade</p><p>viral): infiltração linfocítica portal e periportal→ grau de necrose variável.</p><p>A infecção aguda possui um tempo de incubação de 1-6 meses, com⅔ dos indivíduos com</p><p>infeção aguda são assintomáticos e ⅓ dos indivíduos desenvolvem sintomas de hepatite</p><p>aguda.</p><p>➢ Os antígenos de superfície da hepatite B (AgHBs) são elevados na hepatite B aguda,</p><p>hepatite B crônica e portadores assintomáticos e são usados como diagnóstico do</p><p>quadro.</p><p>O vírus da hepatite D (VHD) é um pequeno vírus de RNA de cadeia simples, comenvelope. É</p><p>considerado um vírus satélite, pois requer a presença do vírus da hepatite B (VHB) para a sua</p><p>agregação e libertação. Portanto, para que um indivíduo fique infectado com hepatite D, é</p><p>necessária a coinfecção ou sobreinfeção pelo VHB.</p><p>➢ Assim, o VHD tambem é transmitido por via parentérica, por relações sexuais</p><p>desprotegidas ou via perinatal.</p><p>Fisiopatologia: O VHD infeta as células hepáticas → expressa peptídeos virais nas suas</p><p>superfícies através de um transportador de bílis. O VHD reconhece o seu receptor pelo</p><p>HbsAg e, após entrar no hepatócito, faz uso das RNA polimerases celulares do hospedeiro</p><p>para se replicar.</p><p>➢ Peptídeos ativam linfócitos (células T citotóxicas CD8 +)→ leucócitos montam uma</p><p>resposta imune celular contra células hepáticas infectadas → destruição de</p><p>hepatócitos→ inflamação do fígado.</p><p>➢ A infecção pelo VHDé clinicamente indistinguível de outras formas de hepatite viral.</p><p>O vírus da hepatite E (HEV) é um pequeno vírus, sem envelope, que contém RNA linear, de</p><p>cadeia simples e de sentido positivo, tornando-o semelhante ao norovírus. A transmissão do</p><p>HEV é por via fecal-oral e é clinicamente semelhante à da hepatiteA. Ahepatite E é bastante</p><p>grave, especialmente emmulheres grávidas.</p><p>Replicação primária:</p><p>➢ Ingestão de alimentos contaminados/transmissão fecal-oral → replica-se na</p><p>orofaringe/intestinos→ corrente sanguínea = 1ª viremia.</p><p>➢ Atinge o fígado devido ao tropismo tecidual. Os hepatócitos captam o vírus pelo</p><p>receptor namembrana plasmática.</p><p>➢ A replicação ocorre nos hepatócitos e células de Kupffer (macrófagos hepáticos):</p><p>○ Após a entrada na célula, o RNA viral não é revestido e os ribossomas</p><p>hospedeiros ligam-se para formar polissomas.</p><p>○ As proteínas virais são sintetizadas e o genoma viral é copiado por uma</p><p>RNApolimerase viral.</p><p>➢ Partículas de vírus lançadas na árvore biliar→ excretadas nas fezes.</p><p>A hepatite C corresponde a uma infecção hepática causada pelo vírus VHC. Este vírus deRNA</p><p>éummembro do gêneroHepacivirus. A infeção pode ser transmitida através do contato com</p><p>sangue ou fluidos corporais infetados, durante o parto, através da utilização de drogas</p><p>intravenosas ou de relações sexuais.</p><p>➢ O vírus da hepatite C pode provocar tanto hepatite aguda como crônica, variando</p><p>desde uma doença ligeira a grave, com consequências para o resto da vida como</p><p>cirrose hepática e carcinomahepatocelular (CHC).</p><p>Fisiopatologia: A entrada nas células hospedeiras ocorre através das glicoproteínas na</p><p>superfície do vírus. Entram no endossoma→ fusão do endossoma com o invólucro vírico→</p><p>libertação doRNAno citoplasma.</p><p>➢ Para se poder replicar, o VHC controla a maquinaria intracelular da célula</p><p>hospedeira→ tradução do genomadoVHC</p><p>➢ A replicação do RNA ocorre através da ação da RNA polimerase vírica</p><p>dependente deRNA.</p><p>➢ O RNA formado pode ser traduzido, replicado ou armazenado dentro de novas</p><p>partículas víricas.</p>

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