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<p>UNIVERSIDADE FEDERAL DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE</p><p>CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO</p><p>Julia Lima</p><p>AVALIAÇÃO DE BIOÉTICA</p><p>1. Analise as quatro afirmativas a seguir, assinalando V (verdadeiro) ou F</p><p>(falso) em cada uma delas. Justifique a sua resposta. A resposta que não</p><p>contiver justificativa não será pontuada:</p><p>a) A primeira geração dos direitos humanos busca a proteção dos direitos</p><p>individuais. Por isso, admite explicitamente a prática da tortura;</p><p>FALSO. Na Revolução Francesa, de 1789, o que existia era um Estado</p><p>absolutista. Durante este período, somente os nobres tinham poder, mas quem</p><p>tinha dinheiro era a burguesia. Assim, em um acordo com o Estado, em troca do</p><p>dinheiro a burguesia passou a ter alguns direitos individuais, como direito a vida,</p><p>propriedade, inviolabilidade do domicílio. Junto com esses direitos, havia a</p><p>garantia de proteção deles, ou seja, a não-intervenção do Estado. Sim, a 1ª</p><p>dimensão busca a proteção dos direitos individuais, mas de forma alguma admite</p><p>a prática de tortura.</p><p>b) A segunda geração dos direitos humanos inclui a proteção dos direitos</p><p>sociais, o que demanda um papel ativo e prestacional por parte do Estado;</p><p>VERDADEIRO. Com a não-intervenção do Estado, a burguesia começou a</p><p>explorar as pessoas que trabalhavam para eles. Como o Estado não podia</p><p>intervir não havia controle sobre o que acontecia (turnos de trabalho sem horário,</p><p>falta de pagamento, condições insalubres), e começaram a ocorrer revoluções</p><p>trabalhistas pelo mundo todo, pedindo por mudanças. A segunda dimensão dos</p><p>direitos humanos veio após a Primeira Guerra Mundial, quando começa a se</p><p>fortalecer a ideia de Estado de Bem-Estar Social. Surge a necessidade de o</p><p>Estado garantir direitos de oportunidade iguais a todos, e aí entram os direitos</p><p>de liberdade positiva são aqueles onde o Estado deve prestar algo para o</p><p>cidadão: direito à educação, saúde, condições de trabalho dignas. O Estado</p><p>deve dar o que está previsto na Constituição Federal e garantir isso de alguma</p><p>forma. Por exemplo, os trabalhadores que antes eram explorados agora contam</p><p>com leis trabalhistas, e empresas que descumprirem as leis serão punidas pelo</p><p>Estado. É a ação positiva do Estado em relação ao cidadão.</p><p>c) O direito à saúde é, segundo o art. 196 da Constituição, um direito</p><p>individual, devido a todo e qualquer indivíduo, independentemente da formulação</p><p>de políticas públicas;</p><p>FALSO. O art. 196 da Constituição Federal diz exatamente o oposto: “A saúde é</p><p>direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e</p><p>econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao</p><p>acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção</p><p>e recuperação.” Para garantir que a saúde, direito de todos, chegue até a</p><p>população, o Estado depende de políticas públicas e normas programáticas</p><p>onde não é dito o que deve ser feito, mas quem tem que fazer (o Legislativo faz</p><p>as leis, e o Executivo organiza as políticas públicas).</p><p>d) Quando se trata da elaboração de políticas públicas no campo da saúde,</p><p>nenhuma consideração relativa à escassez de recursos deve ser aceita; ou seja,</p><p>deve-se prever, na política pública, o direito universal e ilimitado a qualquer</p><p>tratamento de saúde.</p><p>FALSO. O Estado deve prever um mínimo para as pessoas, mas não pode ir</p><p>além das suas capacidades, pois seus recursos financeiros são finitos. Desse</p><p>modo, não há como atender os direitos sociais de todos os cidadãos. Por</p><p>exemplo: o Estado garante saúde, mas faltam recursos financeiros para garantir</p><p>direito universal e ilimitado a qualquer tratamento de saúde. Existem muitos</p><p>tratamentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser utilizados</p><p>por todo e qualquer brasileiro, independentemente de sua condição social,</p><p>econômica ou de saúde. Tratamentos específicos que não são cobertos pelo</p><p>SUS, em casos muito necessários, podem ser solicitados por via judicial desde</p><p>que o requerente comprove que não tem como pagar por ele. Exemplo: um</p><p>jogador de futebol que ganha milhões de reais de salário poderia pedir, mas não</p><p>ganharia o tratamento pelo SUS, pois tem como arcar com os custos.</p><p>2. O princípio bioético do respeito à vida envolve o problema moral da</p><p>proibição ou permissão do aborto. Explicite esse dilema ético, indique os</p><p>princípios bioéticos em jogo, disserte sobre as condições e circunstâncias que,</p><p>eventualmente, podem pesar a favor ou contra determinada posição (deve ser</p><p>proibido totalmente, deve ser permitido totalmente, deve haver uma solução</p><p>intermediária...). Ao final, aponte qual seria, em sua opinião, a posição mais</p><p>consistente em termos bioéticos.</p><p>Nessa situação existem 2 vidas: a da mãe e a do feto. Assim, existe</p><p>também o conflito de dois direitos fundamentais, que é o direito, de ambos, à</p><p>vida. A vida da mãe, que deve ser respeitada, bem como sua dignidade como</p><p>pessoa humana e a vida do feto, que também deve ter sua dignidade humana</p><p>respeitada.</p><p>O art. 1 da Constituição diz que o direito a dignidade humana é um</p><p>princípio fundamental e um fundamento da República Federativa do Brasil, em</p><p>todas as relações. O direito de dignidade da pessoa humana tem duas vertentes,</p><p>uma subjetiva e outra objetiva. A subjetiva diz que é direito de todo cidadão de</p><p>cobrar do Estado que sua dignidade seja respeitada (prestação de saúde,</p><p>segurança, educação), enquanto a vertente objetiva faz a irradiação dos direitos</p><p>fundamentais por todas as esferas do ordenamento jurídico: o Estado sempre</p><p>tem que agir pensando na dignidade da pessoa humana.</p><p>Como no caso apresentado há uma mulher querendo fazer um aborto,</p><p>deve-se considerar o caso concreto, porque no Brasil usamos o critério da</p><p>ponderação quando há conflito de direitos fundamentais. Esse critério diz que o</p><p>Estado deve ponderar caso a caso, vendo onde existem exceções. Antes só a</p><p>vida do feto importava, mas hoje a vida da mãe também importa. O Supremo</p><p>Tribunal Federal, usando o critério de ponderação, decidiu que o aborto é</p><p>permitido em dois casos: e por isso hoje existem leis que permitem o aborto em</p><p>3 casos: risco de morte à gestante, em caso de estupro (uma dupla violação), e</p><p>em caso de anencefalia do feto.</p><p>3. A confidencialidade é um princípio bioético importante. Disserte sobre as</p><p>principais características desse princípio e, ao final, escreva como você, na</p><p>condição de profissional da saúde, agiria se, em âmbito clínico, tomasse</p><p>conhecimento de que determinado paciente possui uma doença sexualmente</p><p>transmissível e que não toma, apesar disso, nenhum cuidado para proteger as</p><p>pessoas com as quais convive e se relaciona sexualmente.</p><p>A confidencialidade é a obrigação ética que tem o profissional de saúde</p><p>de guardar para si mesmo o que ficou conhecendo (viu ou ouviu) no exercício de</p><p>suas funções. Toda pessoa humana tem direito de guardar seus segredos e a</p><p>divulgação de informações sem contexto é o mesmo que desumanizar a pessoa</p><p>em questão. No campo da saúde temos: tratamento + confidências = confiança.</p><p>Existem algumas exceções, como 1) a óbvia – quando o paciente ou sujeito dá</p><p>permissão; 2) a coerciva – atuação da lei ou sob ordem judicial; e 3) a mais difícil</p><p>– a confidência que representa prejuízo ou risco à terceiro. Na mesma exceção</p><p>é preciso atenuar o dano à privacidade.</p><p>No caso exemplificado eu estaria no centro de um dilema ético, pois a</p><p>confidencialidade é essencial, mas a proteção da saúde pública também deve</p><p>ser considerada. Assim, reafirmaria a confidencialidade com o paciente,</p><p>explicando que suas informações estão protegidas. Em seguida, incentivaria o</p><p>paciente a adotar medidas preventivas, como o uso de preservativos e a busca</p><p>de tratamento adequado. Por fim, se nada surtisse efeito, consideraria notificar</p><p>as autoridades de saúde pública de forma anônima, pois o paciente está</p><p>causando danos a terceiros.</p><p>4. Sobre o</p><p>princípio bioético da autonomia, disserte, da maneira mais</p><p>exaustiva possível, sobre as características e limites desse princípio, indicando,</p><p>principalmente, todos os elementos que são importantes para que o paciente,</p><p>quando possível, tome uma decisão consciente e informada.</p><p>O princípio de autonomia do paciente é um dos pilares da bioética.</p><p>Segundo este conceito, o paciente deve ter o poder de tomar as decisões</p><p>relacionadas a sua saúde, corpo e tratamento, e ter a certeza de que suas</p><p>decisões serão respeitadas. Ele se baseia na capacidade de escolha informada,</p><p>onde o paciente compreende os riscos, benefícios e alternativas expostos pelo</p><p>profissional de saúde.</p><p>O paciente deve receber informações claras e compreensíveis sobre seu</p><p>diagnóstico, opções de tratamento e possíveis consequências, além de ser</p><p>mentalmente competente para tomar decisões. Caso contrário, um</p><p>representante legal pode fazê-lo. Mesmo que discordem, os profissionais de</p><p>saúde devem respeitar as escolhas do paciente, exceto em situações de risco</p><p>iminente, o tratamento pode ser realizado sem consentimento, priorizando a</p><p>vida. O limite da autonomia do paciente está em prejudicar outras pessoas; se a</p><p>escolha dele prejudicar terceiros, pode-se intervir. Pacientes menores de idade</p><p>têm autonomia limitada, os pais ou responsáveis tomam decisões por eles.</p><p>Pode ser difícil para os profissionais acharem um equilíbrio entre o</p><p>respeito à autonomia do paciente e decidir por ele. O modelo participativo pode</p><p>ser considerado como o ideal, do ponto de vista ético, no qual o médico informa,</p><p>orienta e aconselha o paciente, através do encorajamento, à tomada de decisões</p><p>livre e consciente. Assim, a adoção do modelo participativo requer o</p><p>envolvimento tanto do médico quanto do paciente, ambos atuando como agentes</p><p>ativos do processo de decisão. O compartilhamento de informações é premissa</p><p>básica do relacionamento participativo e a tomada de decisões em conjunto</p><p>somente pode ocorrer em um meio onde exista sinceridade e confiança. Ambos,</p><p>paciente e médico, devem estar de acordo com a decisão final. A adesão a este</p><p>modelo aumenta da satisfação, melhora a qualidade de vida, aumenta a</p><p>confiança no tratamento e proporciona maior conhecimento acerca da própria</p><p>enfermidade. É importante lembrar, também, que uma das escolhas do paciente</p><p>pode ser de não saber sobre seu estado de saúde quando o prognóstico é ruim.</p><p>Nesse caso, deve-se informar ao paciente que um familiar ou responsável será</p><p>informado no lugar dele sobre o quadro de saúde.</p>

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