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<p>matriz de Atividade INDIVIDUAL</p><p>Estudante:</p><p>Disciplina: Responsabilidade Civil: Interpretação e Temas da Atualidade</p><p>Turma: 1223-2</p><p>Tarefa 1</p><p>Situação 3:</p><p>Em relação a situação 3, insta ressaltar que conforme entendimento do STJ, sendo o médico um mero locatário do espaço hospitalar, não há que se falar na responsabilidade do hospital, podendo este se eximir alegando fato de terceiro. Portanto, pode-se afirmar que a responsabilidade civil do hospital é objetiva, conforme demonstra o artigo 14, caput do Código de Defesa do Consumidor, porém, esta só existirá se o médico for vinculado e provado a culpa deste. Além disso, deve-se destacar que de acordo com o Marcelo Junqueira Calixto (2023), o hospital tem a responsabilidade objetiva verdadeiramente, quando se trata dos serviços hospitalares, como exemplos, a hospedagem e funcionamento dos aparelhos.</p><p>Já em relação ao médico cirurgião, por sua vez, conforme entendimento do STJ, não responde pelo ato do anestesista, pois o cirurgião não tem nenhum controle sobre o ato deste, já que o mesmo age como autônomo em seus casos, além de possuir uma capacitação especial. À vista disso, se o dano resultou da conduta do anestesista, este é o único a ser responsabilizado de modo individual pelo suposto dano.</p><p>Todavia, destaca-se a possibilidade de o médico cirurgião vir a ser responsável pelo ato do anestesista quando ambos forem subordinados, isto é, quando o anestesista deixa de ser autônomo, passando assim, a responder aos comandos do médico cirurgião. E nessa circunstância, caso esse cirurgião pertença aos quadros do hospital, passa o hospital a ser responsável pelo ato do médico anestesista também.</p><p>Desta feita, se houver uma ação de indenização em face do hospital por conta de erro médico, entendendo o hospital que a culpa é exclusiva do anestesista, este poderá entrar com uma ação de regresso.</p><p>Insta destacar que a responsabilidade do hospital é objetiva, conforme o artigo 14, caput do Código de Defesa do Consumidor, sendo assim, não precisa de comprovar a culpa. Entretanto, a responsabilidade do hospital é veiculada com o médico, isto é, para haver a indenização do hospital em virtude de erro médico, tem que haver a comprovação da subordinação, além de ter que comprovar a culpa do médico, devido sua responsabilidade ser subjetiva, conforme demonstra o artigo 14, §4º do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>Situação 5:</p><p>No caso em estudo, pôde-se observar que a loja que vende flores fica localizada nas dependências hospitalar, dessa forma, Charles pode se eximir da responsabilidade alegando ser esta do hospital, por ter responsabilidade objetiva (artigo 14, caput do Código de Defesa do Consumidor).</p><p>Caso houver uma ação de indenização para reparação civil em face do hospital, sendo esta fundamentada no artigo 927 do Código Civil, este poderá argumentar em sua defesa a excludente do nexo causal, como consequência, excludente da responsabilidade civil, ou seja, alegar fato de terceiro.</p><p>À vista disso, frisa-se que o termo “fato de terceiro” é referente às situações em que uma terceira pessoa que não faz parte da relação jurídica original entre as partes envolvidas, acabou provocando o evento danoso. Esse fato influencia nos direitos e deveres das partes que inicialmente foram envolvidas no contexto, pois tira a responsabilidade destas e passa para este terceiro envolvido, que no caso em estudo, é a loja de flores. Insta destacar que essa excludente de responsabilidade por parte do hospital, deve ser acompanhada de uma comprovação demonstrando que o ato ilícito cometido que resultou o evento danoso, foi culpa exclusiva de terceiro.</p><p>Caso o hospital venha a sofrer a ação de reparação civil, e o magistrado entenda por condenar o hospital, já que a loja de flores está dentro de suas dependências, além de sua responsabilidade ser objetiva, poderá o hospital entrar com uma ação regressiva em face da loja de flores para conseguir recuperar os valores pagos a título de reparação civil, conforme prevê o artigo 930 do Código Civil, em virtude do ato ilícito cometido pela floricultura.</p><p>tarefa 2</p><p>Para corroborar o assunto em estudo, é de suma importância a jurisprudência em entendimento do STJ, o (REsp nº 1.790.014/SP, Relator Ministro Paulo De Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 11 de maio de 2021, Dje 10/06/2021) que enfatiza sobre culpa exclusiva do anestesista, na qual, fica esclarecido que o médico cirurgião não se responsabiliza pelo erro do anestesista, quando estes não estão subordinados.</p><p>Pontos Convergentes: Pode-se afirmar que os pontos convergentes se referem justamente no entendimento de que o médico cirurgião não responde pelo ato do anestesista, já que este possui uma capacitação especializada, sendo assim, age com autonomia. Desse modo, afirma-se que devido o médico cirurgião não conseguir ter nenhum controle sobre o ato do anestesista, este último responde individualmente, sendo o único a ser responsabilizado pelo dano.</p><p>Pontos Divergentes: Já em relação aos pontos divergentes, por sua vez, refere-se se há ou não relação de subordinação entre o médico cirurgião e o anestesista, como consequência, se este fazia parte ou não dos quadros do hospital.</p><p>Insta salientar que estes são temas imprescindíveis para a análise da responsabilidade civil do hospital, pois se o anestesista deixa de ser autônomo, passando a responder aos comandos do médico cirurgião, sendo este último pertencente ao quadro hospitalar, passa o hospital a ser responsável pelo erro médico (responsabilidade objetiva). Entretanto, caso o médico não seja pertencente do corpo hospitalar, o hospital passa a não ter mais responsabilidade, já que foi uma decisão pacificada pelo STJ, em razão do anestesista ter especialidade e autonomia.</p><p>tarefa 3</p><p>A minha mãe passou por uma situação parecida com a situação 2, tendo em vista que a mesma realizou cirurgia bariátrica e precisou fazer as chamadas reparadoras.</p><p>Ao realizar a cirurgia plástica reparadora, com o objetivo de se sentir com autoestima elevada, percebeu-se que a cirurgia não saiu do jeito que ela imaginaria.</p><p>Apesar de não ser advogada a época dos fatos, tive a oportunidade de explicá-la que por entendimentos jurisprudencial, mesmo se tratando de cirurgia plástica, o que teria uma responsabilidade de resultado, foi consolidado que as chamadas reparadoras, tem-se responsabilidade de meio, podendo ser chamada também de cirurgia plástica com natureza “mista”. Para corroborar o assunto em pauta, destaca-se o (REsp: 819008 PR 2006/0029864-0, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 04/10/2012, QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/10/2012) que aborda exatamente o tema em estudo.</p><p>*Referências bibliográficas</p><p>CALIXTO, Marcelo Junqueira. Responsabilidade civil: interpretação e temas da atualidade. Rio de</p><p>Janeiro: FGV, 2023.</p><p>1</p><p>2</p><p>image1.emf</p><p>image2.wmf</p>