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<p>186186</p><p>(parte I): a perspectiva frontal</p><p>Maristela Maia Lobo1</p><p>Roger Kirschner2</p><p>Luiz Antônio Franco Barbosa3</p><p>Guilherme Cardoso4</p><p>Alessandra Rezende Peris5</p><p>Análise da face em</p><p>Harmonização Orofacial</p><p>Face analysis in orofacial balance</p><p>(part I): frontal perspective</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>FACE 2019;1(2):186-201186</p><p>187</p><p>1Doutora em Dentística e Mestra em Cariologia – FOP/Unicamp; Especialista em Periodontia – EAP/APCD; Professora horista dos cursos de pós-graduação em</p><p>Odontologia Estética e Especialização em Implantodontia – Centro Universitário Senac; Master em Toxina e Preenchimento – MARC Miami; Professora de cursos livres</p><p>de Imersão em Perio-Implantodontia Plástica aplicada à Odontologia Estética multidisciplinar e Imersão em Visagismo e Harmonização Orofacial.</p><p>2Mestre em Prótese e Especialista em Periodontia – São Leopoldo Mandic; Especialista em Implantodontia – FMU; MBA em Visagismo – Estácio; Master em Toxina e</p><p>Preenchimento – MARC Miami; Professor de Cursos Livres de Imersão em Visagismo e Harmonização Orofacial.</p><p>3Clínico geral – Universidade Metodista; Especializando em Implantodontia – Facset; Master em Toxina e Preenchimento – Marc Miami; Professor assistente de cursos</p><p>livres de Imersão em Visagismo e Harmonização Orofacial.</p><p>4Clínico geral; Professor de cursos livres de Imersão em Visagismo e Harmonização Orofacial.</p><p>5Mestra e doutora em Dentística – FOP/Unicamp; Professora de Dentística – Universidade do Estado do Amazonas (UEA).</p><p>RESUMO</p><p>À medida que os profi ssionais de saúde aumentam sua capaci-</p><p>dade de mudar linhas, formas e ângulos faciais, intensifi ca-se</p><p>a necessidade de entender o que é esteticamente agradável e</p><p>de se traduzir isso em objetivos defi nidos e sequência de tra-</p><p>tamento clínico em Harmonização Orofacial. A análise facial é</p><p>indispensável ao sucesso de qualquer proposta de Harmonização</p><p>Orofacial, pois visa auxiliar o diagnóstico de possíveis assimetrias,</p><p>desequilíbrios e/ou defi ciências faciais, e no planejamento em</p><p>Odontologia estética multidisciplinar. O presente trabalho tem</p><p>como objetivo descrever a análise facial em perspectiva frontal</p><p>(parte I), caracterizando elementos-chave a serem observados</p><p>no diagnóstico da face. Posteriormente, será publicada a análise</p><p>facial em perspectiva lateral (parte II), caracterizando outros</p><p>elementos faciais igualmente importantes, visualizados quando</p><p>o paciente está posicionado em perfi l. São muitos os pontos a</p><p>serem observados, e as mensurações precisas podem indicar em</p><p>quais regiões predominam as assimetrias, possibilitando, assim,</p><p>melhor planejamento das técnicas clínicas em Harmonização</p><p>Orofacial.</p><p>Palavras-chave – Harmonização Orofacial; Análise de face; Esté-</p><p>tica; Proporção; Simetria.</p><p>ABSTRACT</p><p>As health professionals increase their ability to change lines,</p><p>shapes and facial angles, the need to understand what is</p><p>aesthetically pleasing and to translate this into defi ned goals and</p><p>sequence of clinical treatment in orofacial balance intensifi es.</p><p>Facial analysis is indispensable for the success of any orofacial</p><p>harmonization proposal, since it aims to assist in the diagnosis of</p><p>possible asymmetries, imbalances and/or facial defi ciencies and</p><p>in planning in multidisciplinary aesthetic dentistry. The present</p><p>work aims to describe facial analysis in frontal perspective (part I),</p><p>characterizing key elements to be observed in the face diagnosis.</p><p>Subsequently, facial analysis in lateral perspective (part II) will be</p><p>published, characterizing other facial elements equally important,</p><p>visualized when patient is positioned in profi le. There are many</p><p>points to be observed, and precise measurements can indicate</p><p>in which regions asymmetries predominate, thus enabling better</p><p>planning of clinical techniques in orofacial balance.</p><p>Key words – Orofacial balance; Face analysis; Aesthetics;</p><p>Proportion; Symmetry.</p><p>Pesquisa Básica</p><p>Recebido em fev/2019</p><p>Aprovado em fev/2019</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>188</p><p>| Introdução |</p><p>A face tem sido uma fonte de grande interesse de</p><p>psicólogos, pesquisadores e profi ssionais da área da Saú-</p><p>de, por causa da excelente capacidade dos seres humanos</p><p>de processar, reconhecer e extrair informações de outros</p><p>rostos, como a capacidade inata de reconhecer quando um</p><p>rosto é belo. As regras que governam o porquê de um rosto</p><p>ser bonito não são compreendidas nem são necessárias</p><p>para que alguém defi na a beleza facial. Contudo, à medida</p><p>que os profi ssionais de Saúde aumentam sua capacidade</p><p>de mudar linhas, formas e ângulos faciais, intensifi ca-se a</p><p>necessidade de entender o que é esteticamente agradável</p><p>e de traduzir isso em objetivos defi nidos e sequência de</p><p>tratamento clínico em Harmonização Orofacial1.</p><p>O conceito de beleza evolui a cada década, mas com</p><p>apenas um objetivo: o equilíbrio – expressado na simetria</p><p>e na harmonia dos traços orofaciais. Há muito se observou</p><p>que existe um estereótipo de que “o que é bonito é bom”2 e</p><p>que indivíduos atraentes são percebidos como possuidores</p><p>de uma variedade de atribuições positivas de personalida-</p><p>de. A proporção áurea (ou divina) é considerada a base de</p><p>toda a estética, porque está no limite da irregularidade3. A</p><p>proporção divina foi usada pelos antigos gregos (proporção</p><p>de 1,0 a 1,618) para descrever a estética facial ideal, e alguns</p><p>autores advogam que quanto mais simétrica for a face,</p><p>mais atraente e estética ela será4. Isso acontece porque</p><p>a percepção visual de formas organizadas e simétricas é</p><p>interpretada como bela pelo cérebro, antes mesmo que</p><p>se possa raciocinar sobre esse fato. Há evidências que</p><p>pessoas com faces atraentes tendem a receber mais re-</p><p>ações positivas5, e a ser julgadas como mais inteligentes</p><p>que pessoas com faces menos atraentes, o que eleva suas</p><p>probabilidades de obter mais sucesso6-7.</p><p>Segundo Rhodes (2006)8, existem três temas de</p><p>investigação sobre traços físicos que infl uenciam a atrativi-</p><p>dade facial em humanos. O primeiro abrange hipóteses de</p><p>que a simetria facial é o principal fator de atratividade9-10.</p><p>Tal característica poderia ser um fator de forte infl uência</p><p>na atratividade facial, por demonstrar sinais saudáveis</p><p>dos indivíduos7-8,11, sugerindo que eles tiveram bom desen-</p><p>volvimento físico e fi siológico, supostamente por serem</p><p>resistentes tanto a pressões do meio ambiente quanto</p><p>a infecções por parasitas e, por isso, poderiam ser bons</p><p>representantes genéticos de sua população12-13. O segundo</p><p>engloba pesquisas sobre as proporções e as harmonizações</p><p>entre os elementos faciais, com ênfase nas faces médias ou</p><p>prototípicas4. E o terceiro abrange teorias que evidenciam o</p><p>dimorfi smo sexual como responsável pelas características</p><p>de uma face atraente, o que inclui características sexuais</p><p>secundárias, textura e cor da pele14.</p><p>Estudos sobre quais as características e quais as</p><p>relações faciais são importantes nos julgamentos da atra-</p><p>tividade são essenciais ao clínico, pois podem elucidar ele-</p><p>mentos básicos a serem trabalhados quando se pretende</p><p>intervir na aparência facial, seja em nível estético ou nível</p><p>funcional. A análise facial é indispensável ao sucesso de</p><p>qualquer proposta de Harmonização Orofacial, pois visa</p><p>auxiliar o diagnóstico de possíveis assimetrias, desequi-</p><p>líbrios e/ou defi ciências faciais, e no planejamento em</p><p>Odontologia Estética e Harmonização Orofacial. O presente</p><p>trabalho tem como objetivo descrever a análise facial em</p><p>perspectiva frontal (parte I), caracterizando elementos-</p><p>-chave a serem observados no diagnóstico da face. Poste-</p><p>riormente, será publicada a análise facial em perspectiva</p><p>lateral (parte II), caracterizando outros elementos faciais</p><p>igualmente importantes, visualizados quando paciente</p><p>está posicionado em perfi l. Essa divisão permite explorar</p><p>mais detalhadamente cada perspectiva, auxiliando o clínico</p><p>a identifi car os principais pontos a serem trabalhados na</p><p>face do seu paciente.</p><p>1. Protocolo de fotografi as de face para Harmonização</p><p>Orofacial</p><p>Estabelecer um protocolo simples e sucinto de fotos</p><p>da face é bastante útil para a análise facial e o espelhamen-</p><p>to digital (Figuras 1). As fotos devem ser tiradas com fundo</p><p>negro (de preferência um tecido do tipo veludo molhado),</p><p>branco ou cinza, posicionado atrás da cabeça do paciente.</p><p>O cabelo deve estar preso para mostrar a face de forma</p><p>ampla (ou isolado através de toucas brancas), assim como</p><p>o pescoço que também deve estar evidente – o paciente</p><p>pode utilizar uma capa com tecido semelhante ao veludo</p><p>molhado negro utilizado como fundo para a foto, visando</p><p>isolar possíveis interferências reflexivas advindas dos</p><p>tecidos da roupa do paciente (Figuras 2). De preferência,</p><p>o profi ssional deverá pedir às pacientes do sexo feminino</p><p>que removam acessórios como brincos e colares, além de</p><p>qualquer tipo de maquiagem.</p><p>Alguns profissionais podem investir em câmeras</p><p>profi ssionais e estúdios fotográfi cos (com soft boxes);</p><p>outros, podem fazer a foto de face utilizando câmeras</p><p>profi ssionais ou semiprofi ssionais e o conjunto fl ash e</p><p>difusor Gary Fong (Figuras 3); ou, ainda, realizar fotos com</p><p>a câmera do celular, utilizando aplicativos que compensam</p><p>a distorção da lente e padronizam a luz do fl ash, como o</p><p>DuduApp (http://www.duduapp.com.br) ou dispositivos</p><p>que padronizam a iluminação da face.</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>189</p><p>Figuras 1 – Protocolo básico de fotos de face</p><p>para análise facil. A. Frontal com lábios</p><p>selados. B. Frontal sorrindo socialmente.</p><p>C. Movimentando o músculo frontal ou</p><p>feição de “susto”. D. Movimentando os</p><p>músculos glabelares – corrugadores do</p><p>supercílio e prócero, ou feição de “bravo”.</p><p>E. Movimentando o músculo depressor</p><p>do ângulo oral ou feição de “triste”.</p><p>F. Movimentando o músculo platisma.</p><p>G. Perfi l direito com lábios selados.</p><p>H. Sorrindo. I. Perfi l esquerdo com lábios</p><p>selados. J. Sorrindo. K. Foto cranial.</p><p>Pesquisa Básica</p><p>[ 1i ]</p><p>[ 1k ]</p><p>[ 1b ]</p><p>[ 1d ]</p><p>[ 1h ]</p><p>[ 1f ]</p><p>[ 1a ]</p><p>[ 1c ] [ 1e ]</p><p>[ 1g ] [ 1j ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>190</p><p>Se a câmera for uma DSLR profi ssional ou semi-</p><p>profi ssional, a sugestão é: fotografar no modo e no foco</p><p>manuais, com F entre 2,8 e 11, velocidade 1/125 e ISO 200.</p><p>Deve-se evitar fotografar no foco automático, pois as fotos</p><p>fi cam com tamanhos diferentes, tornando difícil ou quase</p><p>impossível deixá-las no mesmo tamanho, posteriormente,</p><p>na apresentação. O paciente deve estar olhando para o seu</p><p>horizonte (como se estivesse se vendo no espelho), nem</p><p>para cima nem para baixo, a roupa deverá ter cor neutra</p><p>(branca, preta ou cinza).</p><p>Figuras 2 – A e B. Face e pescoço devem ser isolados do meio circundante através de um tecido próprio (veludo molhado negro) dividido em duas</p><p>partes, quando as fotografi as são realizadas em ambiente clínico.</p><p>Figuras 3 – A e B. Câmera profissional DSLR Canon EOS 70D, com</p><p>lente macro 100, flash Speedlite Young Nuo (Yn560 III) e difusor</p><p>Gary Fong.</p><p>2. Defi nição de referências pontuais anatômicas indis-</p><p>pensáveis à análise da face</p><p>Algumas posições anatômicas externas são frequen-</p><p>temente utilizadas como referência para as medidas e as</p><p>análises faciais, e devem ser reconhecidas na estrutura</p><p>facial durante a fase de diagnóstico e planejamento. Com</p><p>a face em perspectiva frontal, devem ser localizados os</p><p>seguintes pontos anatômicos: glabela, násio, pogônio e</p><p>subnasal; e as seguintes linhas anatômicas: mento em</p><p>tecido mole e tríquio (início da área pilosa), Figuras 4.</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>[ 2a ]</p><p>[ 3a ] [ 3b ]</p><p>[ 2b ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>191</p><p>Utilizando o tríquio, a glabela, o subnasal e o mento</p><p>em tecido mole, pode-se dividir a face em três terços e</p><p>padronizar essas divisões em todos os pacientes (Figura 5).</p><p>O terço superior compreende a área determinada pelas</p><p>duas linhas horizontais que passam pelo tríquio e pela</p><p>glabela. O terço médio é compreendido pelas linhas que</p><p>passam pela glabela e pela base de nariz, e o terço inferior</p><p>é compreendido pelas linhas horizontais que passam pela</p><p>base do nariz e pelo mento em tecido mole. Os terços</p><p>faciais estão dentro de uma faixa de 55 mm a 65 mm15-16,</p><p>verticalmente, e podem ser mensurados através de réguas</p><p>digitais calibradas com medidas reais da face do paciente,</p><p>obtidas por meio de paquímetros precisos. O aumento</p><p>dessa proporção vertical é frequentemente encontrado</p><p>com o excesso vertical de maxila e com as más-oclusões</p><p>de classe III (a falta de intercuspidação aumenta a altura</p><p>vertical). O decréscimo dessa proporção vertical pode es-</p><p>tar associado à defi ciência vertical da maxila, à retrusão</p><p>mandibular com mordidas profundas ou à diminuição da</p><p>distância vertical de oclusão.</p><p>Idealmente, os terços faciais deveriam ter tamanhos</p><p>equilibrados, sob os pontos de vista frontal e lateral</p><p>(Figura 5). Entretanto, se fosse possível escolher, o terço</p><p>superior da face deveria ser o menor, uma vez que não</p><p>abriga nenhuma estrutura anatômica importante. O terço</p><p>médio deveria ser o maior, já que contém os olhos, o nariz e</p><p>as orelhas. Na avaliação das bochechas, são observadas a</p><p>eminência malar, a borda infraorbital e as áreas paranasais1.</p><p>Figuras 4 – Fotografi as com a exata localização dos pontos</p><p>anatômicos faciais externos: glabela, násio, pogônio e subnasal,</p><p>mento em tecido mole e tríquio. A. Frontal. B. Lateral.</p><p>Figura 5 – Disposição frontal dos terços da face divididos através de linhas horizontais que passam pelo tríquio,</p><p>glabela, subnasal e mento em tecido mole. Esses terços podem ser medidos através de réguas digitais calibradas</p><p>manualmente com paquímetros digitais.</p><p>Pesquisa Básica</p><p>[ 4a ]</p><p>[ 5 ]</p><p>[ 4b ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>192</p><p>O terço inferior localiza-se entre a linha subnasal e o mento</p><p>e deveria possuir tamanho vertical intermediário, por conter</p><p>apenas a boca. O mento é avaliado quanto à sua simetria,</p><p>relações verticais e morfologia e muito frequentemente é</p><p>mais pronunciado que o resto da face15-16. Se o terço inferior</p><p>apresentar-se aumentado, tal desarmonia pode sugerir</p><p>a ocorrência de mordida cruzada acentuada ou mordida</p><p>aberta severa ou, até mesmo, a associação de ambas.</p><p>Se o terço inferior estiver diminuído, a presença dessa</p><p>desarmonia facial pode sugerir a ocorrência de mordida</p><p>profunda severa acompanhada ou não de defi ciência no</p><p>desenvolvimento mandibular.</p><p>A igualdade dos terços médio e inferior não deve</p><p>ser usada como fator determinante no planejamento de</p><p>alterações na altura facial. A exposição dos incisivos e</p><p>o intervalo interlabial, dentro do terço inferior, são mais</p><p>importantes na avaliação do equilíbrio da face do que a</p><p>igualdade dos terços médio e inferior. De fato, os indivíduos</p><p>não são perfeitamente simétricos e, frequentemente, há</p><p>uma predominância vertical de algum dos terços17.</p><p>As distâncias horizontais da face também podem ser</p><p>avaliadas, após se determinar a linha média da face (uma</p><p>linha vertical que passa pelo ponto central da glabela,</p><p>independentemente da posição da ponta do nariz ou do</p><p>mento). É possível determinar o comprimento da hemiface</p><p>frontal esquerda ou direita (Figuras 6).</p><p>Em relação ao exame dos olhos, Arnett & Bergman</p><p>(1993)16 citam que estes devem estar simétricos tanto</p><p>no sentido horizontal quanto no sentido transversal. A</p><p>assimetria do globo ocular sugere a existência de desen-</p><p>volvimento defi ciente do osso maxilar do lado afetado, po-</p><p>dendo ter sido causado pela presença de mordida cruzada,</p><p>respiração mista ou bucal.</p><p>3. Espelhamento digital da face em perspectiva frontal</p><p>Apesar de as faces humanas mostrarem alto grau</p><p>de simetria, certa dose de assimetria é aceitável, as cha-</p><p>madas assimetrias fl utuantes. Neste tipo de assimetria,</p><p>há pequenas diferenças entre o lado esquerdo e o lado</p><p>direito da face do indivíduo, que aparecem principalmente</p><p>durante a fala e nas expressões faciais17. Uma hemiface é,</p><p>geralmente, mais expressiva do que a outra3.</p><p>Para o estudo da simetria facial são utilizadas duas</p><p>técnicas de manipulação para confecção de faces simé-</p><p>tricas: a técnica de hemifaces e a técnica de morphing18.</p><p>Ambas têm pontos positivos e negativos na confecção de</p><p>faces simétricas, que podem prejudicar ou melhorar a atra-</p><p>tividade das faces manipuladas. A técnica da composição</p><p>Figuras 6 – A. Uma linha vertical que passa pelo ponto central</p><p>da glabela divide a face em duas hemifaces – esquerda e</p><p>direita – tornando possível a mensuração das proporções</p><p>horizontais. B. Outras linhas verticais podem ser empregadas</p><p>para determinar as proporções dos olhos (OE, OD), dos</p><p>entreolhos (E-O), a distância da orelha até o olho esquerdo</p><p>(O-EE) ou olho direito (O-ED).</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>[ 6a ]</p><p>[ 6b ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>193</p><p>digital por espelhamento de hemifaces é uma maneira sim-</p><p>ples e mais viável, clinicamente, de determinar a simetria/</p><p>assimetria da face do paciente, previamente à realização</p><p>dos procedimentos em Harmonização Orofacial. Para a</p><p>realização dessa técnica, são utilizadas fotos frontais, com</p><p>lábios selados e sorrindo (Figuras 7), e ela é descrita pelas</p><p>composições bilaterais com formação de faces compostas</p><p>da metade direita (composição de face direita-direita) e</p><p>faces compostas da metade esquerda (composição de face</p><p>esquerda-esquerda).</p><p>A técnica de espelhamento facial é bem simples: a</p><p>foto frontal do paciente, com lábios selados ou sorrindo,</p><p>Figuras 7 – Fotos essenciais à análise de espelhamento digital da face. A. Frontal com lábios selados. B. Frontal sorrindo.</p><p>Figuras 8 – A e B. A foto frontal (com lábios selados ou sorrindo) deve ser inserida sobre um slide de tamanho 4:3, com fundo branco ou negro, no</p><p>software de apresentações (Keynote). A coluna “imagem” deve ser selecionada no editor de slides à direita da tela, com o botão “editar máscara”.</p><p>Na função máscara, o limite vertical direito da moldura é posicionado sobre a glabela, simulando a linha média da face e determinando a sua</p><p>divisão em duas hemifaces. A hemiface direita permanece visível e a hemiface esquerda é omitida.</p><p>no tamanho de 810 pt de largura por 1050 pt de altura, é</p><p>inserida sobre um slide negro, de tamanho 4:3, no software</p><p>de apresentações (Apple Inc.), embora qualquer software de</p><p>apresentações possa ser utilizado. A coluna “imagem” deve</p><p>ser selecionada no editor de slides à direita da tela, com</p><p>o botão “editar máscara”. Nesta função, o limite vertical</p><p>direito da moldura deve ser posicionado sobre a glabela,</p><p>simulando a linha média da face e determinando a sua</p><p>divisão em duas hemifaces. A hemiface direita permanece</p><p>visível e a hemiface esquerda é omitida (Figuras 8). Em</p><p>seguida, a hemiface direita é duplicada, e posteriormente</p><p>girada horizontalmente através da função “virar” na coluna</p><p>Pesquisa Básica</p><p>[ 7a ] [ 7b ]</p><p>[ 8a ] [ 8b ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>194</p><p>“organizar” do editor de slides (Figura 9). O resultado obtido</p><p>é a “face DD”, composta do espelhamento das hemifaces</p><p>do lado direito da paciente. O mesmo processo é repetido</p><p>com a hemiface esquerda e com a foto frontal da paciente</p><p>sorrindo, de modo que, ao fi nal das análises, são geradas</p><p>duas faces (DD e EE) além da face real (ou plena) da pa-</p><p>ciente (Figura 10A).</p><p>As faces geradas foram dispostas ao lado da face real</p><p>ou plena, que fi ca no centro, e comparadas visualmente.</p><p>Quanto mais parecidas forem as faces, mais simétrica</p><p>(e estética) será a pessoa. Visualizando as três faces, é pos-</p><p>sível perceber a localização e a magnitude das assimetrias.</p><p>No caso da paciente em questão, ela possui assimetrias em</p><p>nariz, mento, sulco nasogeniano, olhos e orelhas (Figuras 10).</p><p>A análise da foto frontal com sorriso revela a discrepância</p><p>entre as linhas média facial e dental (Figura 10B).</p><p>Essa avaliação torna-se bastante útil para revelar ao</p><p>paciente, antes de qualquer tratamento, as assimetrias</p><p>inerentes à sua face, que, muito provavelmente, poderão</p><p>se manter em algum grau, mesmo após qualquer procedi-</p><p>mento estético realizado para a Harmonização Orofacial.</p><p>Uma face simétrica pode ser observada nas Figuras 10, com</p><p>a paciente séria ou sorrindo, na qual as três faces geradas</p><p>se parecem muito. Por outro lado, a assimetria pode ser</p><p>facilmente identifi cada na paciente das Figuras 11, uma</p><p>vez que as faces geradas pela técnica do espelhamento</p><p>diferem bastante entre si. Segundo alguns autores16, as</p><p>áreas faciais em que as assimetrias são mais comuns são</p><p>o mento (queixo), os ângulos mandibulares (gônios) e os</p><p>arcos zigomáticos (ápice malar).</p><p>4. A face esteticamente agradável em perspectiva frontal</p><p>Em uma face esteticamente agradável, existem al-</p><p>guns parâmetros e medidas que devem ser observados. A</p><p>distância bizigomática (entre os ápices zigomáticos) deve</p><p>ser cerca de 30% maior que a distância bigoníaca (entre</p><p>os gênios mandibulares), ou seja, o terço inferior da face</p><p>deve ser mais estreito em perspectiva frontal, causando o</p><p>efeito visual de rosto em formato de triângulo invertido16</p><p>(Figura 12). Defi ciências nas distâncias bizigomáticas estão</p><p>frequentemente associadas à retrusão de maxila15-16.</p><p>Quanto à proporção altura (medida do tríquio ao</p><p>mento) versus largura (medida entre zigomáticos) da</p><p>face, existem diferenças entre os gêneros. Na mulher, a</p><p>largura do rosto deve corresponder a 70% da medida do</p><p>seu comprimento, enquanto no homem, a largura da face</p><p>deve corresponder a 65% do valor do seu comprimento.</p><p>Dessa forma, a proporção facial altura/largura ideal é de</p><p>1,3:1 para a mulher e 1,35:1 para o homem (mulher: altura</p><p>30% = largura; homem: altura 35% = largura), Figura 1319.</p><p>Figura 9 – A hemiface visível (direita) é duplicada após clique no botão direito do mouse, e girada horizontalmente com a função “virar”, disponível</p><p>na coluna “organizar” no editor de slides à direita da tela. O resultado obtido corresponde à “face DD”, composta do espelhamento das hemifaces</p><p>do lado direito da paciente.</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>[ 9 ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>195</p><p>Figuras 10 – Faces espelhadas (DD e EE) e plena (real) com fotos frontais. A. Séria. B. Sorrindo. Em perspectiva frontal, com</p><p>lábios selados, é possível perceber pequenas assimetrias em nariz, mento, sulco nasogeniano, lábios, olhos e orelhas. Essa face</p><p>exemplifi ca uma face simétrica espelhada: as três faces se parecem muito porque o nível de assimetria é pequeno.</p><p>Pesquisa Básica</p><p>[ 10a ]</p><p>[ 10b ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>196</p><p>Figuras 11 – A e B. Exemplo de face assimétrica espelhada sob análise em fundo fotográfico branco, as diferenças são</p><p>bastante perceptíveis, e envolvem: volume de têmpora e malar; plano oclusal; nível de comissura labial; volume de mento;</p><p>linha média dental; filtro labial; nariz; olhos e orelhas.</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>[ 11a ]</p><p>[ 11b ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>197</p><p>Embora as proporções altura versus largura da face</p><p>possam ser quantifi cadas, é comum caracterizar as faces</p><p>como longa ou curta, redonda ou oval, quadrada ou retan-</p><p>gular. Desproporções podem resultar em faces longas e</p><p>fi nas – excesso vertical de maxila, mordida aberta e/ou</p><p>protrusão mandibular –; curtas e largas – defi ciência verti-</p><p>cal de maxila, má-oclusão classe II com mordida profunda</p><p>e/ou hiperplasia de masseter.</p><p>As linhas verticais e horizontais em face frontal devem</p><p>estar paralelas entre si. A principal linha horizontal é a</p><p>bipupilar e deve ser reconhecida para avaliar o nivelamento</p><p>horizontal da face. Assimetrias podem ser avaliadas atra-</p><p>vés de linhas horizontais, considerando as asas do nariz, as</p><p>comissuras e os vértices labiais, os cantos interno e externo</p><p>dos olhos, os ápices malares, as sobrancelhas e as orelhas.</p><p>Figura 12 – Distâncias bizigomática e bigoníaca: proporcionalmente,</p><p>a</p><p>primeira deve ser 30% maior que a segunda, em vista frontal.</p><p>Figura 13 – Proporção altura versus largura da face: para mulheres (1,3:1) e para homens (1,35:1).</p><p>Pesquisa Básica</p><p>[ 12 ]</p><p>[ 13 ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>198</p><p>A principal linha vertical é a linha média facial, que</p><p>atravessa o centro da glabela. Linhas verticais revelam</p><p>posição das asas do nariz em relação aos olhos, comissuras</p><p>labiais em relação à íris, posição do ápice nasal e do mento</p><p>em relação à linha média. A linha vertical que passa pela</p><p>asa do nariz, bilateralmente, permite verifi car se o nariz é</p><p>correto, largo ou estreito para a face (Figura 14). O ideal é</p><p>que a linha vertical que tangencia a asa do nariz quando</p><p>o paciente está com a face em repouso toque o início da</p><p>esclera (branco do olho). Para que ocorra uma proporção</p><p>ideal, a largura da base do nariz deve ser um pouco maior</p><p>que a largura do olho, enquanto a largura da boca deve se</p><p>aproximar da distância interpupilar1. Quanto mais dentro</p><p>da esclera está a linha, mais largo é o nariz. Se a linha não</p><p>toca a esclera, o nariz é estreito para a face. Sugere centrais</p><p>abaixo, ou na média ou acima da média de largura. Sugere</p><p>ainda arco maxilar mais triangular ou mais quadrado.</p><p>Outra linha vertical pode ser desenhada saindo</p><p>da comissura labial em direção à linha interna da íris,</p><p>tangenciando-a. Essa linha permite verifi car se a largura</p><p>da boca em repouso é correta para a face (Figura 15). Uma</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>Figura 14 – As linhas verticais e horizontais em face frontal devem estar paralelas entre si. A principal linha horizontal é a</p><p>bipupilar e deve ser reconhecida para avaliar o nivelamento horizontal da face. Assimetrias podem ser avaliadas através de</p><p>linhas horizontais, considerando as asas do nariz, as comissuras e os vértices labiais, os cantos interno e externo dos olhos, os</p><p>ápices malares, as sobrancelhas e as orelhas. A principal linha vertical é a linha média facial, que atravessa o centro da glabela.</p><p>Linhas verticais revelam posição das asas do nariz em relação aos olhos, comissuras labiais em relação à íris, posição do ápice</p><p>nasal e do mento em relação à linha média.</p><p>boca larga teria essa linha vertical invadindo a íris. As linhas</p><p>verticais bilaterais que tangenciam as comissuras labiais</p><p>devem também tangenciar a pupila ou a linha externa da</p><p>íris quando o paciente sorri. Essas linhas mostram se a</p><p>boca do paciente é pequena (quando ela passa pelo meio</p><p>da pupila) ou grande (quando tangencia a distal da íris).</p><p>A boca é um receptor – órgão que assume trocas com o</p><p>meio externo –, e seu tamanho e largura é, ou deve ser,</p><p>proporcional à amplitude e à frequência de suas trocas.</p><p>A linha vertical que passa pela lateral da asa do na-</p><p>riz deve passar na porção medial da face vestibular dos</p><p>primeiros pré-molares, demonstrando a relação ideal de</p><p>largura dos seis dentes anteriores superiores. Mostra</p><p>ainda a disposição ideal do arco maxilar, se ele deve ser</p><p>mais quadrado ou mais triangular até que a linha toque na</p><p>porção medial da face vestibular dos primeiros pré-molares</p><p>superiores (Figura 15).</p><p>A exposição ideal dos dentes no sorriso radial é de</p><p>três quartos da altura da coroa, a 2 mm de gengiva, sendo</p><p>maior nas mulheres do que nos homens. A variabilida-</p><p>de na exposição dos dentes e da gengiva ao sorrir está</p><p>[ 14 ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>199</p><p>Pesquisa Básica</p><p>Figura 15 – As linhas verticais que passam pela comissura labial em direção ao globo ocular, em repouso e ao sorrir, determinam</p><p>a largura da boca e a proporção dela em relação à face. Quando o lábio está em repouso, essas linhas devem tangenciar o limite</p><p>interno da íris. Quando a paciente sorri, as mesmas linhas devem deslocar-se para o limite externo da íris.</p><p>relacionada com: (1) comprimento labial; (2) comprimento</p><p>maxilar vertical; (3) comprimento anatômico da coroa e (4)</p><p>magnitude da elevação dos lábios com sorriso.</p><p>O excesso de exposição gengival pode ser causado</p><p>por lábio superior curto, excesso vertical de maxila, coroa</p><p>clínica curta e/ou elevação dos lábios ao sorrir. Exposição</p><p>defi ciente inclui lábio superior longo, defi ciência vertical</p><p>de maxilar e hipotonia labial. A diminuição da exposição</p><p>dos incisivos é tratada com alongamento maxilar, quando</p><p>encontrada em combinação com a diminuição da distância</p><p>interlabial, a menor altura de um terço da face inferior e o</p><p>comprimento normal do lábio superior.</p><p>O terço inferior da face deve ser avaliado com cautela,</p><p>pois existem muitos detalhes importantes a serem obser-</p><p>vados. O lábio superior corresponde à região situada entre</p><p>o ponto subnasal e o estômio, devendo ocupar um terço</p><p>da distância subnasal mentoniana20. Seu comprimento</p><p>normal, medido do subnasal ao ponto mais inferior do lábio,</p><p>é de 19 mm a 22 mm (Figura 16A)15-16. A proporção normal</p><p>entre os volumes verticais dos lábios superior e inferior é</p><p>de 1:215-16. Segundo Landgraf et al (2002)20, o lábio inferior</p><p>e o mento correspondem a dois terços da distância sub-</p><p>nasal mentoniana e situam-se entre os pontos estômio e</p><p>mentoniano. Seu comprimento normal, entre o ponto mais</p><p>superior do lábio até o tecido mole do mento (Li – Pg’),</p><p>fi ca entre 38 mm e 44 mm (Figura 16A)15-16. A exposição</p><p>do lábio inferior, quando em repouso, deve ser 25% maior</p><p>que a do lábio superior. Um lábio inferior anatomicamente</p><p>curto está associado, algumas vezes, com más-oclusões</p><p>de classe II. Um lábio inferior anatomicamente longo pode</p><p>ser associado a más-oclusões de classe III1.</p><p>Na posição de repouso, quando existe uma boa es-</p><p>tética, haverá um espaço interlabial de 1 mm a 5 mm15-16</p><p>onde é possível verifi car a exposição dentária (particular-</p><p>mente dos incisivos centrais; Figura 16B). Em mulheres,</p><p>essa exposição pode variar entre 1,0 mm e 3,0 mm para</p><p>ser esteticamente agradável, e em homens entre 1 mm e</p><p>1,5 mm. O ideal é que apareça em maior comprimento os</p><p>centrais superiores e em menor comprimento os laterais</p><p>superiores, os caninos podem ou não aparecer. Quanto à</p><p>correspondência entre a linha média facial e a linha média</p><p>dental, os desvios de até 2 mm podem ser imperceptíveis</p><p>ao observador. Porém, nenhum grau de inclinação é acei-</p><p>tável para a linha média dental.</p><p>Um aumento no espaço interlabial com os lábios</p><p>em repouso é observado quando existe um lábio superior</p><p>[ 15 ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>200</p><p>Lobo MM, Kirschner R, Barbosa LAF, Cardoso G, Peris AR</p><p>Figuras 16 – A. A medida normal do lábio superior (da base do nariz</p><p>até o limite mais inferior do lábio superior) é de 19 mm a 22 mm;</p><p>a medida normal do lábio inferior (da base do mento em tecido mole</p><p>até o limite superior do lábio inferior) é de 38 mm a 44 mm.</p><p>B. A exposição dentária com lábios em repouso é de 1,5 mm a 3,0 mm</p><p>para mulheres e de 1,0 mm a 1,5 mm para homens. C. O espaço</p><p>interlabial normal, com lábios em repouso, é de 1 mm a 5 mm.</p><p>1,5 mm (mulheres)</p><p>1,0 mm (homens)</p><p>[ 16a ]</p><p>[ 16b ] [ 16b ] [ 16c ]</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p><p>201</p><p>Referências</p><p>1. Suguino R, Ramos AL, Terada HH, Furquim LZ, Filho OGS. Análise facial. Rev Dental Press Ortodon</p><p>Ortop Max 1966;1(2):86-107.</p><p>2. Dion K, Berscheid E, Walster E. What is beautiful is good. J Pers Soc Psychol 1972;24(3):285-90.</p><p>3. Hallawel P. Visagismo: harmonia e estética. Editora Senac, 2009.</p><p>4. Langlois JH Roggman LA. Attractive faces are only average. Psychological Science 1990;1(2):115-21.</p><p>5. Newell R, Marks I. Phobic nature of social di� culty in facially disfi gured people. Br J Psychiatry</p><p>2000;176:177-81.</p><p>6. Omote S. Efeitos da atratividade física facial de crianças sobre a percepção de outras qualidades</p><p>delas. Psicol Teor Pesqui 1991;7(3):295-302.</p><p>7. Phillips C, Pro� t WR. Aspectos psicossociais das deformidades dentofaciais e de seu tratamento.</p><p>In: Pro� t WR, White Jr. RP, Sarver DM (Orgs.). Tratamento contemporâneo das deformidades</p><p>dentofaciais. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 80-101.</p><p>8.</p><p>Rhodes G. The evolutionary psychology of facial beauty. Annu Rev Psychol 2006;57:199-226.</p><p>9. Faure JC, Rie� e C, Maltha JC. The infl uence of di� erent facial components on facial aesthetics.</p><p>Eur J Orthod 2002;24(1):1-7.</p><p>10. Rhodes G, Sumich A, Byatt G. Are average facial confi gurations attractive only because of their</p><p>symmetry? Psychological Science 1999;10(1):52-8.</p><p>11. Bruce V, Young A. The mating game: Attractiveness and the sociobiology of faces. In: Bruce V, Young</p><p>A (Eds.). In the eye of the beholder. London: Oxford University Press, 1998. p. 119-49.</p><p>12. Fink B, Penton-Voak I. Evolutionary psychology of facial attractiveness. Current Directions in</p><p>Psychological Science 2002;11(5):154-58.</p><p>13. Rhodes G, Proffitt F, Grady JM, Sumich A. Facial symmetry and the perception of beauty.</p><p>Psychonomic Bull Rev 1998;5(4):659-69.</p><p>14. Perrett DI, Burt DM, Penton-Voak IS, Lee KJ, Rowland DA, Edwards R. Symmetry and human facial</p><p>attractiveness. Evol Hum Behav 1999;20: 295-307.</p><p>15. Arnett GW, Bergman RT. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part I. Am</p><p>J Orthod Dentofacial Orthop 1993;103(4):299-312.</p><p>16. Arnett GW, Bergman RT. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part II. Am</p><p>J Orthod Dentofacial Orthop 1993;103(5):395-411.</p><p>17. Perrett DI, May K, Yoshikawa S. Attractive characteristics of female faces: Preferences for</p><p>non-average shape. Nature 1994;368:239-42.</p><p>18. Enquist M, Ghirlanda S, Lundqvist D, Wachtmeister CA. An ethological theory of attractiveness.</p><p>In: Rhodes G, Zebrowitz LA. Facial attractiveness: evolutionary, cognitive, and social perspectives.</p><p>Westport: Ablex, 2002. p. 127- 151.</p><p>19. Farkas LG. Anthropometry of the head and face in medicine. New York: Elsevier North Holland</p><p>Inc, 1981.</p><p>20. Tjan AH, Miller GD, The JG. Some esthetic factors in a smile. J Prosthet Dent 1984;51(1):24-8.</p><p>21. Klontz HA. Facial balance and harmony: an attainable objective for the patient with a high</p><p>mandibular plane angle. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1998;114(2):176-88.</p><p>22. Peck H, Peck S. A concept of facial esthetics. Angle Orthod 1970;40:284-318.</p><p>23. Skinazi GL, Lindauer SJ, Isaacson RJ. Chin, nose and lips. Normal ratios in young men and women.</p><p>Am J Orthod Dentofacial Orthop 1994;106(6):518-23.</p><p>24. De Smit A, Dermaut L. Soft-tissue profi le preference. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1984;86(1):67-73.</p><p>Pesquisa Básica</p><p>anatomicamente curto, excesso maxilar vertical e protusão</p><p>mandibular com mordida aberta. Um espaço reduzido é</p><p>encontrado nos casos de defi ciência maxilar vertical, lábio</p><p>superior anatomicamente longo (mudança natural com a</p><p>idade, especialmente nos homens) e retrusão mandibular</p><p>com mordida profunda1. A exposição ao sorrir é de três</p><p>quartos de altura da coroa para 2 mm de gengiva15-16. A va-</p><p>riabilidade da exposição gengival está relacionada a vários</p><p>fatores, como comprimento labial, comprimento maxilar</p><p>vertical, comprimento da coroa anatômica dos incisivos su-</p><p>periores e magnitude da elevação labial com o sorriso. Tjan</p><p>e Miller (1984)20 relataram dimorfi smo sexual na avaliação</p><p>do sorriso. As mulheres aceitam mostrar mais a gengiva</p><p>que os homens durante o sorriso, em uma relação de 2:1.</p><p>Também é possível avaliar a maxila no sentido transversal,</p><p>através do exame do sorriso. Em uma relação harmônica,</p><p>durante o sorriso, a maxila se comporta de maneira a</p><p>mostrar o corredor bucal (distância entre a face interna</p><p>da bochecha e a face vestibular dos dentes posteriores).</p><p>Diante de uma discrepância transversa de atresia maxilar,</p><p>identifi camos um extenso corredor bucal.</p><p>Lábios anatomicamente curtos e exposição dentária</p><p>em repouso maior que 3,0 mm em incisivos centrais podem</p><p>sinalizar excesso vertical de maxila. Lábios longos podem</p><p>estar associados ao envelhecimento da face e à ptose dos</p><p>tecidos moles21-22. O espaço interlabial (distância entre os</p><p>lábios inferior e superior com exposição de incisivos e lábios</p><p>em repouso) normal varia entre 1 mm e 5 mm, sendo que</p><p>as mulheres podem exibir espaços maiores23. Distâncias</p><p>interlabiais reduzidas podem sugerir defi ciências de maxila</p><p>e ptose de tecidos moles. E o aumento do espaço inter-</p><p>labial pode sugerir excesso vertical de maxila e protrusão</p><p>mandibular, com mordida aberta24.</p><p>| Conclusão |</p><p>A análise da face sob perspectiva frontal auxilia o</p><p>cirurgião-dentista clínico a diagnosticar desequilíbrios</p><p>visuais e defi ciências de proporção nos elementos que a</p><p>compõem. São muitos os pontos a serem observados, e</p><p>as mensurações precisas podem indicar em quais regiões</p><p>predominam as assimetrias, possibilitando, assim, melhor</p><p>planejamento das técnicas clínicas em Harmonização Oro-</p><p>facial. Seguindo a análise frontal e não menos importante,</p><p>a análise da face em perfi l permite a avaliação de outros</p><p>elementos faciais e seu relacionamento com o todo, e serão</p><p>abordados na continuação deste artigo.</p><p>Nota de esclarecimento</p><p>Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio fi nanceiro para pesquisa dado por organizações que</p><p>possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não</p><p>recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter</p><p>ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações</p><p>que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários</p><p>de apresentações vindos de organizações que com fi ns lucrativos possam ter ganho ou perda com a</p><p>publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo</p><p>e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou</p><p>realizamos atividades para uma entidade com interesse fi nanceiro nesta área.</p><p>Endereço para correspondência</p><p>Maristela Maia Lobo</p><p>Av. Ministro Gabriel de Resende Passos, 500 – Cj. 1010 – Indianópolis</p><p>04521-022 – São Paulo – SP</p><p>Tel.: (11) 5051-3534</p><p>maristelalobo@me.com</p><p>FACE 2019;1(2):186-201</p>