Prévia do material em texto
<p>CORRENTE AUSSIE</p><p>A dor muscular de início tardio (DMIT) é uma condição comum associada a atividades físicas intensas ou não habituais, especialmente aquelas que envolvem exercícios excêntricos. A DMIT pode afetar tanto atletas quanto pessoas que praticam atividades físicas esporadicamente. Ela geralmente se manifesta entre 8 a 24 horas após o exercício, atinge seu pico de 24 a 72 horas e tende a melhorar dentro de cinco a sete dias.</p><p>A DMIT é causada por lesões microscópicas nas fibras musculares e nos tecidos conjuntivos, resultando em uma resposta inflamatória que sensibiliza as fibras nervosas. Embora o papel do ácido lático na dor muscular seja controverso, pesquisas indicam que mediadores inflamatórios como a ciclooxigenase-2 (COX-2), o fator de crescimento neuronal (NGF) e o fator neurotrófico derivado de células gliais (GDNF) podem estar envolvidos na dor associada à DMIT.</p><p>Embora a DMIT normalmente se resolva sem tratamento específico, ela pode impactar negativamente o desempenho motor e, em casos graves, levar a dor crônica e alterações no sistema nervoso central. Diversos métodos foram propostos para tratar a DMIT, incluindo medicamentos, suplementos e técnicas fisioterapêuticas, mas seus resultados são frequentemente inconsistentes devido às limitações dos estudos.</p><p>A eletroterapia, que utiliza estímulos elétricos para tratamento, inclui correntes de baixa, média e alta frequência. A Corrente Aussie, uma corrente de média frequência, é amplamente utilizada em práticas clínicas, embora existam poucos estudos avaliando sua eficácia especificamente para a DMIT.</p><p>O objetivo deste estudo foi investigar o efeito da Corrente Aussie na DMIT e avaliar o comportamento da acomodação ao longo de diferentes sessões de tratamento.</p><p>O estudo foi realizado com 20 mulheres sedentárias, divididas em dois grupos: um grupo recebeu a Corrente Aussie e o outro recebeu um falso estímulo, durante quatro dias consecutivos. A avaliação da dor foi feita através da Escala Visual Analógica de Dor (EVAD), e a intensidade da corrente e o tempo de acomodação foram monitorados.</p><p>Os resultados mostraram que a Corrente Aussie não teve um efeito analgésico significativo na DMIT. No entanto, observou-se a necessidade de ajuste na intensidade da corrente ao longo das sessões devido à acomodação. O tempo e o número de acomodações não variaram entre os dias, mas a intensidade média aumentou, possivelmente devido à adaptação das participantes.</p><p>Outro estudo também abordou questões cruciais relacionadas à imobilidade ao leito e suas consequências na força e espessura muscular dos pacientes. A imobilidade ao leito pode afetar diversos sistemas do corpo, incluindo os gastrointestinal, urinário, cardiovascular, respiratório, cutâneo e musculoesquelético. A perda de força e resistência muscular, especialmente nos membros inferiores, é um problema significativo, com uma redução de até 5% na força muscular a cada semana de imobilização.</p><p>O estudo explorou a eficácia da corrente Aussie combinada com exercícios isométricos para o músculo quadríceps em pacientes imobilizados. A corrente Aussie foi escolhida devido ao seu conforto em comparação com outras correntes de eletroestimulação, oferecendo alta intensidade sem causar desconforto significativo.</p><p>Realizado em um hospital com critérios de inclusão e exclusão bem definidos, o estudo dividiu os participantes em dois grupos: o grupo controle recebeu apenas os exercícios, com a corrente Aussie desligada, enquanto o grupo tratado recebeu a corrente Aussie ligada durante os exercícios. Foram utilizadas dinamometria isométrica e ultrassonografia para medir a força e a espessura muscular, respectivamente.</p><p>Os resultados indicaram que o grupo controle apresentou uma perda significativa de força, enquanto o grupo tratado com corrente Aussie não apresentou uma perda significativa, sugerindo que a corrente pode ajudar a preservar a força muscular. Apesar de ambos os grupos terem mostrado perda de espessura muscular, a corrente Aussie não resultou em um aumento significativo na espessura, mas pode ter contribuído para a preservação da força.</p><p>A corrente Aussie também foi avaliada em um estudo que explorou a relação entre insatisfação com a aparência, particularmente com o acúmulo de gordura abdominal, e as opções de tratamento como a eletroterapia. A gordura abdominal é um fator de risco para doenças como diabetes e hipertensão e, entre as várias técnicas de redução de gordura, a corrente Aussie é destacada por seu conforto e eficácia na estimulação muscular.</p><p>O estudo, realizado no Centro de Reabilitação Física da UNIOESTE, incluiu 20 mulheres sedentárias com IMC entre 25,0 e 29,9 kg/m². As participantes foram divididas em dois grupos: controle (GC) e intervenção (GI). O GI recebeu tratamento com corrente Aussie durante 10 sessões, enquanto o GC não recebeu tratamento. As avaliações incluíram IMC, circunferência abdominal, resistência abdominal e bioimpedância para medir gordura e massa magra.</p><p>Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas entre os grupos para IMC, circunferência abdominal e porcentagem de gordura corporal. O grupo intervenção mostrou uma melhora moderada na resistência abdominal e em massa magra, enquanto o grupo controle teve efeitos triviais. A corrente Aussie não resultou em uma redução significativa da gordura abdominal, mas teve um efeito moderado na resistência muscular.</p><p>Em conclusão, a corrente Aussie, quando usada isoladamente, não demonstrou eficácia significativa na redução da gordura abdominal ou no aumento da resistência muscular. No entanto, observou-se que a eletroestimulação teve um efeito ligeiramente superior ao controle em algumas medidas. Estudos futuros podem explorar a combinação da corrente Aussie com outros tratamentos e considerar fatores adicionais para otimizar os resultados.</p><p>CORRENTE RUSSA</p><p>A corrente russa é um método de eletroestimulação neuromuscular desenvolvido na década de 1980 na Rússia, utilizado para fortalecer músculos e auxiliar na recuperação do corpo, especialmente após a gestação. Este método visa a redução da flacidez abdominal, um problema comum após o crescimento uterino durante a gravidez, que pode causar diástase do músculo reto abdominal.</p><p>A corrente russa usa estímulos elétricos para contrair a musculatura, promovendo melhorias no tônus e na definição corporal. Estudos indicam que apenas alguns minutos de uso podem ser tão eficazes quanto uma série de abdominais, e seus resultados são potencializados quando combinados com exercícios físicos regulares.</p><p>A técnica de corrente russa utiliza uma corrente alternada de 2500 Hz para provocar contrações musculares. Durante as sessões, que duram entre 5 a 20 minutos, são aplicados gel condutor e placas de silicone. Esse método é eficaz na redução da flacidez, no fortalecimento muscular e na modelagem corporal, sendo especialmente útil no pós-parto para recuperar o tônus muscular e melhorar a estética corporal.</p><p>A corrente russa deve ser aplicada por profissionais qualificados e, quando combinada com uma dieta equilibrada e exercícios físicos, pode proporcionar resultados notáveis.</p><p>A pesquisa sobre a corrente russa explora como essa técnica pode reduzir a flacidez abdominal pós-gestação e os benefícios que oferece à autoestima das pacientes. O estudo, de natureza qualitativa e descritiva, baseou-se em revisão de literatura científica, incluindo artigos, livros e outros recursos relevantes.</p><p>O fortalecimento dos músculos abdominais, particularmente o reto abdominal, é crucial não apenas para a postura e suporte da coluna, mas também para funções respiratórias e expulsivas. Manter a tonicidade desses músculos é essencial para evitar problemas futuros, como dores lombares e hérnias discais.</p><p>Durante a gestação, o corpo feminino passa por diversas mudanças físicas e emocionais para criar um ambiente adequado para o bebê. Após o parto, o corpo continua a passar por transformações enquanto tenta retornar ao estado pré-gestacional.</p><p>Esse processo pode ser lento</p><p>e resultar em flacidez abdominal, uma preocupação comum devido à expansão do útero e à hiperdistensão da parede abdominal. Além dos efeitos físicos, o padrão de beleza atual exerce pressão adicional sobre as mulheres, que muitas vezes buscam métodos para recuperar sua forma estética.</p><p>A flacidez abdominal é caracterizada pela falta de tonicidade da pele ou dos músculos, podendo ser causada por fatores genéticos, ambientais ou hábitos prejudiciais, como a falta de exercício físico. No pós-parto, a flacidez abdominal é frequente devido à diástase, que é o distanciamento dos músculos retos abdominais para acomodar o crescimento do útero. A flacidez pode ser tissular, relacionada à pele, ou muscular, relacionada aos músculos, e afeta a autoestima das mulheres após a gestação.</p><p>A corrente russa desenvolvida na década de 1980, utiliza uma corrente alternada de 2500 Hz para provocar contrações musculares, melhorando o tônus e a definição dos músculos.</p><p>A técnica é aplicada com gel condutor e placas de silicone, e as sessões variam entre 5 e 20 minutos. A corrente russa é eficaz na redução da flacidez, fortalecimento muscular e modelagem corporal, sendo especialmente útil no pós-parto para recuperar o tônus muscular e melhorar a estética corporal. Deve ser aplicada por profissionais qualificados e, quando combinada com dieta e exercícios, oferece excelentes resultados.</p><p>O puerpério é o período de cinco a seis semanas após o parto, durante o qual a mulher passa por mudanças físicas e emocionais enquanto seu corpo tenta retornar ao estado pré-gestacional. Muitas mulheres experimentam flacidez, especialmente na área abdominal, como resultado das mudanças ocorridas durante a gravidez.</p><p>A corrente russa é uma técnica de eletroestimulação que pode ser iniciada duas semanas após um parto normal e cerca de um mês após uma cesárea. Este tratamento deve ser combinado com exercícios físicos e uma alimentação balanceada para obter melhores resultados. Utilizando uma corrente alternada de 2500 Hz, a corrente russa provoca contrações musculares que melhoram o tônus e a circulação.</p><p>A corrente russa oferece uma alternativa não invasiva às cirurgias plásticas, proporcionando uma recuperação rápida e eficiente. É recomendada especialmente no pós-parto para restaurar a estética corporal e melhorar a autoestima. Apesar das várias opções disponíveis para tratamento da flacidez, a corrente russa é destacada por sua eficácia e deve ser considerada antes de recorrer a métodos mais invasivos.</p><p>A flacidez e o acúmulo de gordura localizada são problemas comuns entre as mulheres, geralmente resultantes de desequilíbrios alimentares, falta de atividade física e envelhecimento natural da pele. Na busca por melhorar a aparência física, vária especialidades, como medicina, fitness e estética, oferecem tratamentos, sendo a estimulação russa uma das técnicas populares na área de estética corporal. Essa técnica de eletroestimulação neuromuscular (EENM) tem mostrado resultados satisfatórios na definição muscular.</p><p>O objetivo do tratamento com a corrente russa é estimular as fibras musculares para promover a diminuição do percentual de gordura e a hipertrofia muscular. No caso em questão, uma mulher de 27 anos, saudável e sem contraindicações para eletroestimulação, procurou o tratamento devido ao acúmulo de gordura na região abdominal e à dificuldade de definir os músculos do quadríceps e abdômen.</p><p>O plano de tratamento consistiu em 9 sessões de corrente russa, realizadas duas vezes por semana. O aparelho utilizado foi o Stimulus R, configurado para trabalhar diferentes grupos musculares (costas, abdômen, glúteos e quadríceps) com frequências e tempos ajustados. A cliente também realizou movimentos específicos durante as sessões, como elevação dos braços, abdominais e contração dos glúteos.</p><p>Os resultados mostraram uma melhora significativa na composição corporal da cliente, com redução de peso de 62 para 58 quilos, diminuição do percentual de gordura de 22% para 14%, e aumento da massa muscular de 24% para 31,2%. O tratamento foi realizado sem a utilização de medicamentos, suplementos ou outras terapias associadas. Esses resultados destacam a eficácia da estimulação elétrica neuromuscular no fortalecimento muscular e na definição corporal, sendo um recurso amplamente utilizado para prevenir a atrofia muscular e melhorar a aparência física.</p><p>Em termos de eficácia, a corrente russa foi testada em um estudo que comparou seus efeitos isolados com os de exercícios físicos isolados e a combinação de ambas as técnicas. O estudo foi realizado na clínica escola de fisioterapia do Centro Universitário Cesumar e incluiu 45 participantes divididas em três grupos: Grupo A (exercício ativo), Grupo B (corrente russa) e Grupo C (associação de corrente russa e exercício ativo). Foram realizadas 10 sessões de tratamento para os músculos reto abdominal, oblíquo interno e externo, e quadríceps femoral, com avaliações de plicometria, dinamometria e cirtometria.</p><p>Os resultados mostraram que o Grupo A, submetido a exercícios ativos, apresentou redução na plicometria e perimetria, com aumento da força muscular abdominal e do quadríceps. O Grupo B, que utilizou corrente russa, demonstrou melhorias significativas na perimetria e na força muscular, especialmente na coxa e no abdômen. O Grupo C, que recebeu a combinação das técnicas, mostrou melhorias na perimetria de coxa e abdômen, mas o único paciente do grupo não apresentou alterações significativas na força muscular.</p><p>A discussão dos resultados revela que a corrente russa e os exercícios ativos são eficazes, porém a combinação das técnicas apresentou resultados mistos, possivelmente devido ao número limitado de participantes. A corrente russa foi particularmente eficaz na melhora da força muscular e na redução da flacidez. Todos os grupos mostraram resultados positivos, mas o estudo necessitará de mais participantes para uma avaliação mais conclusiva dos benefícios comparativos das técnicas.</p><p>Conclui-se que a corrente russa demonstra ser um método eficaz para tratar a flacidez abdominal e fortalecer a musculatura no pós-puerpério, melhorando a qualidade de vida das mulheres após a gestação. A técnica merece mais atenção e divulgação devido aos seus benefícios e eficácia comparados a métodos mais conhecidos, como cirurgias e tratamentos farmacológicos.</p><p>Parte superior do formulário</p><p>Parte inferior do formulário</p>