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<p>UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – CAMPUS GARANHUNS</p><p>ESCOLA DE APLICAÇÃO PROFESSORA IVONITA ALVES GUERRA</p><p>Ensino Fundamental e Médio</p><p>EVA LUANA GOIS DA SILVA</p><p>IARA RODRIGUES DA SILVA</p><p>MARIA CLARA AQUINO NUNES</p><p>MARIA ISABELLY OLIVEIRA DA SILVA</p><p>PRISCILLA APARECIDA SOUZA DA COSTA</p><p>SOFIA XAVIER DE LIMA</p><p>RACISMO NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>GARANHUNS</p><p>2024</p><p>EVA LUANA GOIS DA SILVA</p><p>IARA RODRIGUES DA SILVA</p><p>MARIA CLARA AQUINO NUNES</p><p>MARIA ISABELLY OLIVEIRA DA SILVA</p><p>PRISCILLA APARECIDA SOUZA DA COSTA</p><p>SOFIA XAVIER DE LIMA</p><p>RACISMO NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>GARANHUNS</p><p>2024</p><p>EVA LUANA GOIS DA SILVA</p><p>Trabalho apresentado à Gerência</p><p>Regional de Educação em Garanhuns,</p><p>como requisito parcial para a conclusão</p><p>do 9º ano do Ensino Fundamental na</p><p>Escola de Aplicação Professora Ivonita</p><p>Alves Guerra, elaborado sob a orientação</p><p>da professora Andeilza Aparecida Silva</p><p>dos Santos.</p><p>IARA RODRIGUES DA SILVA</p><p>MARIA CLARA AQUINO NUNES</p><p>MARIA ISABELLY OLIVEIRA DA SILVA</p><p>PRISCILLA APARECIDA SOUZA DA COSTA</p><p>SOFIA XAVIER DE LIMA</p><p>RACISMO NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>Aprovado em:__ /__ /__ Nota:___</p><p>BANCA EXAMINADORA</p><p>__________________________________ Nota:______</p><p>__________________________________ Nota:______</p><p>___________________________________ Nota:______</p><p>“A todas as pessoas</p><p>negras que um dia se</p><p>sentiram injustiçadas.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>À Deus que sempre nos guiou, aos nossos pais que nos auxiliaram em todos os momentos</p><p>que precisamos, aos professores que fizeram parte da nossa trajetória, aos nossos colegas de</p><p>sala, amigos e especialmente à professora orientadora Andeilza Aparecida Silva dos Santos</p><p>por sua paciência ao nos orientar.</p><p>RESUMO</p><p>Este trabalho trata sobre racismo no ambiente escolar, com o objetivo de informar sobre</p><p>casos que ocorreram neste local. A metodologia utilizada foi a pesquisa de campo, revisão da</p><p>literatura e bibliográfica e questionário respondido por alunos da Escola de Aplicação</p><p>Professora Ivonita Alves Guerra e outras escolas. A nossa pretensão com esse trabalho é</p><p>destacar métodos que possam conscientizar as pessoas e amenizar as práticas de racismo na</p><p>escola.</p><p>PALAVRAS-CHAVES: Racismo; Escola; Combate; Conscientização.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9</p><p>2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 10</p><p>2.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................</p><p>2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .........................................................................</p><p>3. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 11</p><p>4. METODOLOGIA ....................................................................................................... 12</p><p>5. RACISMO .................................................................................................................. 13</p><p>5.1. TIPOS DE RACISMO ......................................................................................</p><p>5.2. RACISMO CULTURAL...................................................................................</p><p>5.3. RACISMO ESTRUTURAL .............................................................................</p><p>5.4. RACISMO INDIVIDUALISTA.......................................................................</p><p>5.5. RACISMO INTERPESSOAL .........................................................................</p><p>5.6. RACISMO INTITUCIONAL ..........................................................................</p><p>5.7. RACISMO VELADO ......................................................................................</p><p>6. RACISMO NO AMBIENTE ESCOLAR ........................................................................</p><p>6.1. ÍNDICES PELO MUNDO ................................................................................</p><p>6.2. DANOS ÀS VÍTIMAS.....................................................................................</p><p>6.3. O QUE DIZEM AS LEIS? ................................................................................</p><p>7. O ANTIRRACISMO NA PRÁTICA ...........................................................................</p><p>7.1. PRECONCEITO X ANTIRRACISMO...............................................................</p><p>7.2. CASOS DE RACISMO NA ESCOLA..............................................................</p><p>7.2.1. ESCOLA EMÍDIO CORREIA DE OLIVEIRA</p><p>7.2.2. ESCOLA IVONITA ALVES GUERRA</p><p>8. PROJETOS ANTIRRACISTAS.......................................................................</p><p>9. CONCLUSÃO...........................................................................................................</p><p>10. REFERÊNCIAS.......................................................................................................</p><p>11. ANEXOS...............................................................................................................</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Este trabalho tem o objetivo de informar aos alunos, seus responsáveis e membros</p><p>das escolas como o racismo no ambiente escolar pode afetar as suas vidas e como afeta as</p><p>vidas de outras pessoas, evidenciar a importância de cuidar da saúde mental, e que há muito</p><p>sobre esse assunto a ser observado e discutido. Esclarecemos como os alunos podem procurar</p><p>saber mais sobre esse tópico, e como familiares e escolas podem abordá-lo com os alunos.</p><p>Queremos mostrar que essa é uma questão de grande importância para todos e que não se</p><p>deve discriminar uma pessoa pela sua etnia.</p><p>Visando essas condições, abordamos o racismo na vida dos estudantes e do corpo</p><p>docente, tendo em vista que acontece frequentemente casos de racismo neste ambiente. Mas,</p><p>muitas vezes, esses casos caem no esquecimento e essa prática ocorre disfarçada de</p><p>brincadeira. No capítulo 1 tratamos acerca dos tipos de racismo, exemplificando cada tipo e</p><p>trazendo definições e como é classificado cada tipo como forma de discriminação.</p><p>No capítulo 2 abordamos o tema especificamente no ambiente escolar apresentando</p><p>pesquisas realizadas pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Através de</p><p>argumentos de ilustração mostramos casos de racismo pelo mundo e pelo Brasil até</p><p>chegarmos à realidade escolar. Visitamos as leis acerca do tema, como a lei nº</p><p>No capítulo 3 trazemos os resultados de nossa pesquisa de campo na qual</p><p>evidenciamos alguns casos de práticas racistas no nosso próprio ambiente escolar. Após</p><p>fazermos uma análise desses casos, seguimos nosso trabalho trazendo propostas de atividades</p><p>para intervir na nossa realidade, apresentando no capítulo 4 essas propostas e trazendo nos</p><p>anexos um mini projeto de intervenção que virá a ser aplicado na escola contribuindo com</p><p>a</p><p>real e efetiva função deste trabalho: causar impacto na realidade.</p><p>Por fim, concluímos fazendo uma retomada de todo o tema e recomendando o</p><p>trabalho para futuros estudos na escola. Incentivando assim os demais estudantes a seguir na</p><p>luta e no combate ao racismo.</p><p>2. OBJETIVOS</p><p>2.1. OBJETIVO GERAL</p><p>Este trabalho tem por objetivo principal destacar ações que visem conscientizar e</p><p>amenizar as práticas de racismo no ambiente escolar.</p><p>2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS</p><p>• Encorajar o combate ao racismo no ambiente escolar;</p><p>• Desenvolver o senso crítico e o respeito nas escolas;</p><p>• Promover atividades que combatam o racismo na escola.</p><p>3. JUSTIFICATIVA</p><p>A prática do racismo no ambiente escolar pode causar problemas psicológicos</p><p>afetando o desempenho estudantil e as relações interpessoais. A importância de abordar esse</p><p>tema é devido ao racismo estar enraizado na nossa cultura e ser algo que é tratado como</p><p>normal. Escolhemos o ambiente escolar por ser um local mais próximo da nossa realidade,</p><p>pois futuramente a vida adulta das vítimas pode ser prejudicada.</p><p>Esta pesquisa fundamenta-se em explorar estudos e livros que tratam do racismo</p><p>abordando situações corriqueiras entre os jovens que muitas vezes são ignoradas pelo fato de</p><p>essa prática estar ativa na sociedade e ser tratada como brincadeira, além disso,</p><p>fundamentamos nosso trabalho com base em pesquisa de campo. O trabalho se faz necessário</p><p>como uma forma de trazer propostas de intervenção no ambiente escolar visando amenizar os</p><p>efeitos para quem sofre esse tipo de preconceito e estimular a conscientização e o respeito.</p><p>Algumas formas de trabalhar essa temática em áreas acadêmicas são: impor regras</p><p>valorizando o respeito mútuo, promover palestras e projetos de conscientização, trabalhos em</p><p>grupo, conversas com psicólogos e fazer denúncias quando sofrerem algum tipo de</p><p>preconceito nesse sentido ou quando presenciarem o racismo sendo praticado com outras</p><p>pessoas.</p><p>Para o desenvolvimento deste trabalho, foram consultadas obras como “Racismo</p><p>Estrutural” e “O que é Racismo Estrutural?” de Silvio Almeida, que forneceram uma base</p><p>sólida sobre o racismo na sociedade brasileira. Também foram utilizados “Olhos D'Água” de</p><p>Conceição Evaristo, para compreender o impacto social do racismo; “Educação Anti-Racista:</p><p>Caminhos Abertos pela Lei Federal nº 10.639/03”, essencial para a análise da legislação</p><p>educacional; a “Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”, que ampliou a discussão</p><p>sobre políticas públicas; e a cartilha “Racismo não é mal-entendido. Racismo é crime!”,</p><p>importante para abordar o caráter jurídico do racismo. Além disso, foram consultados sites</p><p>como G1, Mundo Educação, Brasil Escola e Centro de Estudos das Relações de Trabalho e</p><p>Desigualdades (CEERT), que forneceram atualizações sobre a implementação dessas políticas</p><p>e dados relevantes sobre o contexto educacional brasileiro.</p><p>4. METODOLOGIA</p><p>Para a construção deste trabalho abordamos o tema em duas etapas. A primeira</p><p>consistiu em uma pesquisa de campo na qual elaboramos um questionário para os alunos das</p><p>Escolas Emídio Correia de Oliveira e escola de Aplicação Professora Ivonita Alves Guerra</p><p>nas cidades de São João e Garanhuns. O objetivo do formulário é saber o que os outros</p><p>estudantes pensam, avaliar o conhecimento sobre o assunto tratado e levantar dados para</p><p>fundamentar nossa pesquisa.</p><p>A segunda etapa consistiu em buscas em sites da internet, livros e documentários</p><p>coletando dados e informações acerca do tema. Para a construção da parte teórica do texto</p><p>visitamos alguns sites como: Brasil Escola, (outro), e realizamos a leitura de alguns livros</p><p>como: “Racismo estrutural” de Silvio Almeida, “Educação antirracista” um documento</p><p>produzido pela SECAD (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade),</p><p>“LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional” e “o que é racismo estrutural” do</p><p>senador federal</p><p>5. RACISMO</p><p>Segundo o dicionário compacto da língua portuguesa Rideel, o racismo é definido</p><p>como uma “Doutrina que sustenta a superioridade de certas raças; qualidade, sentimento ou</p><p>ato de indivíduo racista.” (p. 406,1998) Como o dicionário afirma, o racismo é a crença que</p><p>uma determinada etnia está acima de uma raça.</p><p>Silvio almeida, em seu livro “O que é racismo estrutural”, define o Racismo da</p><p>seguinte forma:</p><p>“Podemos dizer que o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a</p><p>raça como fundamento, e se manifesta por meio de práticas conscientes e</p><p>inconscientes que culminam em desvantagens e privilégios para indivíduos, a</p><p>depender do grupo racial ao qual pertençam” (p. 07, 2018)</p><p>Como o autor afirma, o racismo é uma forma de discriminação de raça. Dessa forma,</p><p>podemos afirmar que essa prática afeta diferentes grupos raciais, mas, de maneira mais</p><p>enfática, a população negra. Ainda é possível depreender da fala do autor que o racismo se</p><p>perpetua como algo que acontece inconscientemente, isso evidencia como a discriminação</p><p>pode se enraizar na sociedade influenciando a cultura de um povo de tal modo que passa a ser</p><p>considerado como algo “normal”.</p><p>Algumas pesquisas como a “Teacher and Student Perceptions of Microaggressions in</p><p>College Classrooms”, “Australian Human Rights Commission's National Anti-Racism</p><p>Strategy”, “Race, Racism and Education: Inequality, resilience and reform in policy and</p><p>practice”, "Racialized Students in Canadian Schools: Disparities in Access, Resources, and</p><p>Treatment”, “Discriminação racial e desigualdades na educação básica no Brasil” que foram</p><p>realizadas no Brasil e em outros países apontam que o ambiente escolar é um dos locais em</p><p>que acontece com mais frequência casos de racismo. A partir disso, percebemos que o</p><p>racismo não é um problema isolado e que ocorre em diversos lugares do mundo, por isso ele</p><p>deve ser tratado imediatamente, pois enquanto não for tratado ele vai continuar prejudicando a</p><p>vida das vítimas seja no presente ou no futuro podendo assim afetar o desempenho</p><p>acadêmico, a saúde mental, o ambiente de trabalho, as relações familiares, entre outros.</p><p>Algumas ocorrências que exemplificam o racismo no ambiente escolar são: o caso</p><p>Ruby Bridges que ocorreu em 1960, uma menina afro-americana de seis anos, foi a primeira</p><p>criança negra a frequentar uma escola primária no Sul dos EUA, em New Orleans. Sua</p><p>caminhada para a escola era escoltada por policiais federais porque a mesma sofria insultos no</p><p>portão de sua escola onde ficavam manifestantes brancos, insultando-a, chamando nomes e</p><p>segurando cartazes, o episódio de Mckenzie Adams que aconteceu em 2018, uma menina</p><p>negra de nove anos que estudava em uma escola no Alabama nos Estados Unidos, ela foi alvo</p><p>de comentários racistas e de bullying por parte de seus colegas o que a levou a cometer</p><p>suicídio, o caso de Ariana Miyamoto que intercorreu em 2015, no Japão, uma estudante afro-</p><p>americana e japonesa e vencedora do Miss Japão, relatou enfrentar racismo constante na</p><p>escola ela diz ter sido chamada de “hafu” e ter enfrentado discriminação.</p><p>É possível notarmos com um dos exemplos como a segregação é algo duradouro, pois</p><p>mesmo em 1960 a escravidão já havia sido abolida nos Estados Unidos, mas a população</p><p>ainda cometia atos racistas, e é provável observar que até atualmente ainda há muitos casos de</p><p>racismo devido aos anos em que ocorrem e como podemos ver no segundo exemplo vemos</p><p>um dos danos causado a vítima de racismo e que se não tratarmos o problema muitas crianças,</p><p>jovens e idosos podem acabar tendo o mesmo fim que Mckenzie Adams, por isso é de</p><p>extrema importância estarmos</p><p>abertos a solucionar o problema.</p><p>5.1. - TIPOS DE RACISMO</p><p>O racismo pode ser classificado de diversas formas diferentes dependendo de como e</p><p>onde aconteça. Neste trabalho apresentaremos seis dessas formas, sendo elas: o racismo</p><p>cultural, racismo estrutural, racismo individualista, racismo interpessoal, racismo institucional</p><p>e o racismo velado. Abaixo faremos um breve resumo sobre cada tipo e levaremos em</p><p>consideração apenas alguns desses como fundamentais para nossa pesquisa, tendo eles mais</p><p>relevâncias.</p><p>5.2. – RACISMO CULTURAL</p><p>É o tipo de racismo que acredita que uma cultura é superior a outra, não apenas em</p><p>relação a características físicas dessa raça, mas também em sua religião, tradição, música,</p><p>costume, idioma, entre outros e a fim de combater o racismo cultural, é fundamental</p><p>promover o respeito e a valorização da diversidade cultural.</p><p>Como observamos acima o racismo cultural pode se manifestar de muitas formas e é</p><p>possível que esse tipo de discriminação passe despercebido, tendo em vista que diversas vezes</p><p>não prestamos atenção no que consumimos, um exemplo de como a crença descrita acima</p><p>pode se manifestar é em uma campanha de sabonete líquido da Dove norte-americana que foi</p><p>postada apenas nas redes sociais da marca em 2017, nela uma mulher negra remove sua</p><p>camiseta marrom e revela uma mulher branca com uma camiseta bege, os internautas</p><p>afirmaram que a transição sugeria que a mulher negra era suja, e após muitos comentários</p><p>negativos a Dove removeu assa postagem e se desculpou, mesmo com o pedido de desculpas</p><p>os internautas não foram tocados e disseram que qualquer pessoa com olhos conseguiria</p><p>enxergar que a postagem era ofensiva.</p><p>Podemos compreender que a campanha é um exemplo visível de racismo cultural e</p><p>como a marca não se sensibilizou com a população negra, dito isto acreditamos que as</p><p>empresas devem ter em vista como suas campanhas são percebidas por públicos diferentes, e</p><p>devem tomar cuidado com falhas sistemáticas ao permitir que tal campanha fosse publicada,</p><p>pois quando não são observadas tal coisas cuidadosamente a empresa pode ser prejudicada,</p><p>mesmo que não tenha a intenção de ofender qualquer público.</p><p>5.3. - RACISMO ESTRUTURAL</p><p>O racismo estrutural é quando o preconceito e a discriminação racial estão enraizados</p><p>na estrutura da sociedade, favorecendo determinada raça ou etnia em prejuízo de outra.</p><p>Algumas características desse tipo de racismo são: a desigualdade econômica, a diferença no</p><p>financiamento de escolas e o acesso desigual a cuidados de saúde.</p><p>Esse tipo de discriminação é duradouro e apresenta raízes históricas que influenciam</p><p>até o presente no acesso desigual a práticas que deveriam serem legais para todos os cidadãos,</p><p>algumas dessas raízes são: a “lei n.º 1, de 14 de janeiro de 1837” que proibia os escravos e</p><p>negros africanos de frequentarem escolas públicas, mesmo os livres, a “lei n.º 601, de 18 de</p><p>setembro de 1850” que impedia negros de serem proprietários de terras., as "leis de Jim</p><p>Crow" nos Estados Unidos, que exigiam a segregação racial em ônibus, restaurantes e outros</p><p>locais públicos no sul do país, além de excluírem negros de diversos empregos e bairros no</p><p>norte.</p><p>Estes são apenas alguns exemplos de como a população negra tem historicamente</p><p>enfrentado acesso desigual em comparação com a população branca, incluindo em áreas como</p><p>salários, oportunidades de emprego e educação. É importante observar como essas leis não</p><p>apenas impactaram gerações passadas, mas também têm consequências atualmente,</p><p>sustentando desigualdades que ainda influenciam as oportunidades de hoje. Isso se reflete em</p><p>disparidades no mercado de trabalho, no acesso à educação de qualidade e em outras áreas</p><p>essenciais para o desenvolvimento e bem-estar de qualquer cidadão.</p><p>5.4. – RACISMO INDIVIDUALISTA</p><p>O racismo individual se manifesta de pessoa para pessoa, através de estereótipos levando</p><p>a ideia ou modelo conceitual de imagem referenciada a pessoas ou aglomerações sociais de</p><p>forma preconceituosa sem nenhum atributo técnico ou científico. É uma forma de racismo que</p><p>consiste nas crenças pessoais e nas atitudes de uma pessoa, mesmo que não se manifestem</p><p>externamente de forma direta.</p><p>Encontramos no site Geledés o seguinte caso de racismo individualista: No último dia 10</p><p>uma menina de 4 anos foi ofendida pela avó de um garoto branco por ser negra, em uma</p><p>escola particular de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, a avó do menino</p><p>teria chamado ela de “preta horrorosa” na frente dos colegas. A agressora não teria</p><p>concordado com o fato de o neto ter formado par com uma garota negra na festa junina da</p><p>escola. A denúncia foi feita pela professora Denise Cristina Aragão, que pediu demissão do</p><p>emprego por não concordar com a postura da direção do colégio, que teria se omitido em</p><p>relação ao episódio. Os pais da menina registraram ocorrência. O delegado Juarez Gomes</p><p>informou que todos os envolvidos foram intimados e irão começar a prestar depoimento a</p><p>partir de segunda-feira.</p><p>Um levantamento feito pela Organização Não Governamental (ONG) SOS Racismo, de</p><p>Belo Horizonte, apontou que 70% das denúncias que chegaram ao conhecimento da entidade</p><p>aconteceram em escolas públicas ou privadas. A ONG, no entanto, reconhece que por trás das</p><p>112 notificações recebidas ao longo de seus 12 anos de existência, existem muitos casos que</p><p>nem chegam a ser apurados por falta de denúncias das vítimas e pela dificuldade que muitas</p><p>pessoas têm de provar que foram alvo de preconceito.</p><p>Esse caso envolvendo a pequena menina é realmente alarmante e triste. Infelizmente,</p><p>casos de preconceito racial nas escolas são mais comuns do que se imagina, e a situação</p><p>descrita mostra como o racismo pode se manifestar até mesmo em ambientes que deveriam</p><p>ser seguros e acolhedores para as crianças.</p><p>A pesquisa da ONG SOS Racismo destaca a urgência de abordar esse problema,</p><p>evidenciando que 70% das denúncias de discriminação racial ocorrem em instituições de</p><p>ensino. Isso ressalta a necessidade de políticas educacionais que promovam a diversidade e a</p><p>inclusão, além de uma cultura de respeito e empatia.</p><p>É fundamental que as vítimas e testemunhas de atos de racismo se sintam encorajadas a</p><p>denunciar, pois a impunidade contribui para a perpetuação desse problema. O trabalho de</p><p>organizações como a SOS Racismo é essencial para levantar essas questões e buscar justiça</p><p>5.5. – RACISMO INTERPESSOAL</p><p>Se manifesta através de interações entre indivíduos, onde uma pessoa pode direcionar</p><p>a outra comportamentos racistas por meio de atitudes maldosas, podendo serem elas micro</p><p>agressões, que incluem insultos, piadas, exclusão social, bullying, entre outros.</p><p>No site do G1 encontramos em uma reportagem o seguinte caso de racismo</p><p>interpessoal: "A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, da Asa Sul, em Brasília,</p><p>denunciou estudantes do Colégio Galois por racismo durante um jogo de futebol da "Liga das</p><p>Escolas". O torneio foi no dia 3 de abril, e alunos do Galois teriam usado palavras como</p><p>"macaco", "pobrinho" e "filho de empregada" para discriminar os estudantes da Escola</p><p>Franciscana. Discriminação é um assunto sério e inaceitável.</p><p>No caso mencionado na reportagem do G1, é lamentável o que os alunos da Escola</p><p>Franciscana Nossa Senhora de Fátima tenham sofrido, e como mostra o acontecimento a</p><p>escola é um lugar onde os estudantes estão submetidos a vivenciarem atos racistas, sendo</p><p>assim eventos como esse realçam como é de extrema importância que as instituições</p><p>educacionais estejam abertas a diálogos sobre o tema buscando combater qualquer forma de</p><p>discriminação.</p><p>5.6. – RACISMO INSTITUCIONAL</p><p>O racismo institucional é a discriminação que</p><p>acontece em instituições, empresas e</p><p>organizações. Ele refere-se a práticas, políticas e normas dentro de instituições e organizações</p><p>que resultam em tratamento desigual e discriminação contra determinados grupos raciais.</p><p>Como o exemplo abaixo:</p><p>Gabriel Domingues, ex-aluno bolsista do Colégio Marista Arquidiocesano, em São</p><p>Paulo, enfrentou diversas barreiras devido à sua origem periférica e racial. Quando ingressou</p><p>no colégio, destoava dos outros alunos por ser negro e bolsista, o que gerou dificuldades de</p><p>socialização, com colegas o excluindo de eventos por motivos financeiros. Além disso, ele foi</p><p>apelidado de "Gabnegão", algo que na época aceitou para se encaixar, mas que hoje</p><p>reconhece como uma manifestação racista. Atualmente, Gabriel, com 21 anos, estuda</p><p>administração pública na FGV e faz parte da organização Ponteduca, que trabalha pela</p><p>redução das desigualdades socioeconômicas e pela democratização da educação particular. Na</p><p>sua atuação, ele recolhe relatos de bolsistas que enfrentam discriminação em escolas de elite,</p><p>buscando garantir um tratamento mais justo para esses alunos.</p><p>O relato do Gabriel Domingues ilustra como a desigualdade educacional pode se</p><p>manifestar de forma tanto social quanto racial. É triste vermos que, mesmo em instituições de</p><p>ensino, onde deveria haver um ambiente de inclusão e respeito, muitos alunos enfrentam</p><p>barreiras e preconceitos que dificultam sua integração. A diferenciação de tratamento, como a</p><p>segregação por turnos e a criação de apelidos racistas, são exemplos claros de como a</p><p>discriminação pode se institucionalizar. A situação é ainda mais alarmante quando se</p><p>considera que muitos desses jovens estão buscando oportunidades de melhorar suas vidas</p><p>através da educação, e acabam enfrentando não apenas desafios acadêmicos, mas também</p><p>sociais e emocionais. É fundamental que essas questões sejam trazidas à tona e que as escolas</p><p>adotem políticas efetivas para promover a inclusão e combater o racismo e a discriminação.</p><p>5.7. – RACISMO VELADO</p><p>O racismo velado é silencioso, ou seja, a forma de discriminação é menos óbvia e mais</p><p>indireta em comparação com o racismo explícito e aberto. Sua prática envolve</p><p>comportamentos violentos, mas que não são verbalmente expressados como ofensas contra a</p><p>vítima. Algumas formas de racismo velado são: as micro agressões e os estereótipos</p><p>implícitos.</p><p>No site do Portal Geledés diz a seguinte informação: “Assim como milhares de</p><p>crianças negras, Elenir Fagundes Freitas, enfrentou situações de racismo no ambiente escolar.</p><p>Logo na primeira série, na hora da fila, um menino se recusava a dar a mão para entrar na sala</p><p>de aula. O motivo? Dizia que era por ela ser preta. Em uma família em que as mulheres</p><p>alisavam o cabelo, ela ia de lenço na escola para evitar ser motivo de preconceito entre os</p><p>coleguinhas. Como professora e educadora, Elenir passou a refletir sobre as possíveis</p><p>maneiras de combater as práticas racistas no ambiente escolar. Com mestrado em Educação</p><p>pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e há 35 anos na área, Elenir tornou-se uma</p><p>grande especialista no assunto.”</p><p>Essa é uma história muito triste, mas infelizmente comum. O racismo no ambiente</p><p>escolar é uma realidade que muitas crianças negras enfrentam e que precisa ser combatido</p><p>com urgência. É importante que as escolas e educadores estejam preparados para lidar com</p><p>essas situações de forma sensível e proativa, promovendo a diversidade, a empatia e o</p><p>respeito. Histórias como a de Elenir nos lembram da importância de criar espaços seguros e</p><p>acolhedores para todas as crianças, independentemente de sua cor ou origem. Só assim</p><p>poderemos construir uma sociedade mais justa e inclusiva.</p><p>6. RACISMO NO AMBIENTE ESCOLAR</p><p>Se compararmos as oportunidades que são ofertadas a brancos e negros no âmbito</p><p>escolar vamos perceber que as desigualdades são maiores no grupo negro, principalmente na</p><p>permanência e sucesso escolar. O racismo estrutural presente nas instituições apresentam</p><p>políticas e práticas sociais que tem contribuído para manter essas disparidades, mesmo diante</p><p>do progresso educacional geral. Portanto, o aumento da escolaridade não tem sido suficiente</p><p>para eliminar as diferenças sistêmicas que afetam mais intensamente as pessoas negras.</p><p>Uma pesquisa realizada pela PNAD Educação 2019 aponta que dos 10 milhões de</p><p>jovens brasileiros há pessoas entre 14 e 29 anos que deixaram de frequentar a escola sem ter</p><p>completado a educação básica, sendo mais de 70% pretos e pardos. Esse número evidencia</p><p>que os jovens negros continuam a enfrentar barreiras estruturais para concluir sua formação</p><p>educacional, mantendo um ciclo de exclusão e marginalização. Essas barreiras incluem desde</p><p>a discriminação racial no ambiente escolar até a necessidade de ingressar no mercado de</p><p>trabalho aspectos diretamente ligados ao racismo estrutural presente na sociedade. São</p><p>muitos os obstáculos que impedem jovens negros de ter uma trajetória educacional bem-</p><p>sucedida como a discriminação no tratamento, taxas elevadas de reprovação, punições mais</p><p>rigorosas para esses alunos e uma falta de expectativa positiva por parte da comunidade</p><p>escolar. Além disso, esses jovens enfrentam problemas antes de chegar à escola, como por</p><p>exemplo condições de vida precárias, violência e diversos outros fatores que fazem com que o</p><p>acesso à educação seja cada vez mais difícil.</p><p>6.1. ÍNDICES PELO MUNDO</p><p>6.2. DANOS ÀS VÍTIMAS</p><p>6.3. O QUE DIZEM AS LEIS?</p><p>No ambiente escolar, as escolas devem implementar políticas de prevenção ao racismo,</p><p>promover a diversidade e a inclusão, e garantir um ambiente seguro e respeitoso para</p><p>todos os alunos. Em caso de práticas discriminatórias, a legislação prevê mecanismos</p><p>para denúncias e sanções. Todo projeto politico pedagógico (PPP) deve conter projetos</p><p>interdisciplinares incluindo aulas, projetos, palestras, seminários, sobre as diversidades</p><p>Culturais e Etnias p romovendo assim uma ação de conhecimento, respeito, igualdade d</p><p>cidadania para todos tendo em vista uma sociedade mais justa e democrática.</p><p>Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003</p><p>1. Lei nº 10.639/2003:</p><p>- Art. 1º*: Inclui a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e</p><p>africana nas escolas de educação básica. Este artigo visa garantir que o currículo escolar</p><p>inclua esses temas, promovendo um entendimento mais profundo e inclusivo da</p><p>diversidade racial.</p><p>- Art. 2º: Determina a inclusão da história e cultura afro-brasileira e africana nos</p><p>programas de formação de professores, garantindo que eles estejam preparados para</p><p>lidar com a diversidade racial e cultural.</p><p>O objetivo desta Lei é promover uma compreensão mais ampla e respeitosa da</p><p>diversidade racial e cultural, desenvolvendo então um lugar melhor para todos .</p><p>2.Constituição Federal de 1988:</p><p>- Art. 5º, caput : "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,</p><p>[...]". Este artigo estabelece a igualdade de todos perante a lei e a proibição de</p><p>discriminação, incluindo discriminação racial.</p><p>- Art. 205 : "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será</p><p>promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno</p><p>desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação</p><p>para o trabalho." Esse artigo orienta que a educação deve promover o desenvolvimento</p><p>pleno e a cidadania, o que inclui a promoção da igualdade e o combate à discriminação.</p><p>[ Art.205] esta cláusula estabelece a base para todos os outros regulamentos e Leis que</p><p>tratam da igualdade e da não descriminação racial.</p><p>3. Lei nº 7.716/1989:</p><p>- Art. 1º: Define crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, incluindo ofensas e</p><p>práticas discriminatórias. Aplicável a qualquer ambiente, incluindo escolas,</p><p>quando há</p><p>discriminação racial.</p><p>- Art. 2º: Estabelece penas para crimes de discriminação racial, enfatizando a</p><p>seriedade com que a lei trata tais práticas.</p><p>Essa lei inclui ações que possam ocorrer em qualquer ambiente, incluindo escolas, como</p><p>ofensas verbais, exclusão ou qualquer forma de discriminação racial.</p><p>4.Lei nº 11.645/2008:</p><p>-Art. 1º: Altera a Lei nº10.639/2003 para incluir o ensino da história e cultura indígena</p><p>nas escolas. Esta lei amplia a abordagem da diversidade, incorporando também a</p><p>cultura indígena.</p><p>-Art. 2º: Estabelece a obrigatoriedade de conteúdos relacionados à cultura Indígena</p><p>nos currículos de formação de professores.</p><p>Esta lei visa fortalecer o respeito e a inclusão de diferentes culturas e etnias no ambiente</p><p>educacional.</p><p>5.Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):</p><p>-Art.53: Garante que crianças e adolescentes têm direito a um ambiente educacional</p><p>livre de discriminação, e que as instituições de ensino devem promover o respeito e a</p><p>igualdade entre todos os alunos.</p><p>6.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB):</p><p>-Art. 3º: Define os objetivos da educação nacional, incluindo a promoção de igualdade e</p><p>respeito às diferenças. As instituições educacionais devem assegurar que seus programas</p><p>e práticas reflitam esses objetivos.</p><p>-Art.26-A: Inclui a obrigatoriedade de temas relacionados a história e cultura afro-</p><p>brasileira e indígena nos currículos escolares, conforme a Lei n° 10.639/2003 e a Lei nº</p><p>11.645/2008.</p><p>7. Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais:</p><p>-Não são leis, mas orientações do Ministério da Educação (MEC) que detalham como as</p><p>escolas devem implementar práticas pedagógicas para enfrentar o racismo e promover a</p><p>inclusão racial. Estas diretrizes sugerem metodologias e estratégias para integrar a</p><p>diversidade racial no currículo e na cultura escolar.</p><p>8. Plano Nacional de Educação (PNE):</p><p>-Meta 10: Foca na promoção da igualdade racial e na inclusão de conteúdos sobre</p><p>diversidade étnico-racial no currículo escolar. Esta meta orienta as escolas a adotar</p><p>práticas que integrem e respeitem a diversidade racial.</p><p>As Leis, diretrizes e normas fornecem um estrutura abrangente para enfrentar o</p><p>racismo e assegurar que o ambiente escolar seja um espaço onde todos possam</p><p>aprender e se desenvolver em um clima de respeito e igualdade, prevenindo e</p><p>combatendo a discriminação racial.</p><p>“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por</p><p>sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar,</p><p>elas podem ser ensinadas a amar.”Nelson Mandela</p><p>7. O ANTIRRACISMO NA PRÁTICA</p><p>7.1. PRECONCEITO X ANTIRRASCISMO</p><p>7.2. CASOS DE RACISMO NA ESCOLA</p><p>A prática do racismo não se restringe a escolas públicas devido a se tratar de uma</p><p>questão sistêmica e estrutural que permeia todos os aspectos da sociedade, não se restringindo</p><p>apenas a um setor específico, como as escolas públicas. Mesmo que existam evidências e</p><p>relatos frequentes de práticas racistas em ambientes educacionais, é importante destacar que o</p><p>racismo também se manifesta em outras esferas, incluindo escolas privadas como é</p><p>apresentado no caso abaixo.</p><p>Um artigo do site do G1 reponta o seguinte caso “Adolescente de 15 anos sofre ataques</p><p>racistas em escola particular em Brasília”. Segundo a polícia civil, os estudantes do 9 ano</p><p>estavam jogando queimada quando uma aluna ofendeu outra estudante com xingamentos</p><p>racistas. O pai da menina disse que ela foi pega de surpresa “minha filha não escutou na hora.</p><p>Mais tarde, postaram no grupo do Whatsapp as mensagens e alguns alunos concordaram e</p><p>outros totalmente contra, falando que não concordavam que aquilo era “nojento”, conta Jorge</p><p>Cavalcante.</p><p>Embora os casos de racismo em escolas particulares revelem a presença dessa</p><p>problemática em instituições com maior acesso a recursos, a realidade nas escolas públicas</p><p>também reflete a frequência e a gravidade do racismo no ambiente escolar. No entanto, nas</p><p>escolas públicas, onde grande parte dos estudantes pertence a grupos socialmente e</p><p>economicamente vulneráveis, o impacto do racismo pode ser ainda mais profundo, afetando</p><p>tanto o desempenho acadêmico quanto o bem-estar emocional dos alunos. A seguir, serão</p><p>apresentados alguns casos que ilustram como o racismo se manifesta no cotidiano das escolas</p><p>públicas e suas consequências.</p><p>No site do G1, encontramos uma reportagem do seguinte caso de racismo no ambiente</p><p>escolar: “Em junho do ano passado, o diretor da Escola Estadual Adelina Issa Ashcar, na</p><p>Zona Sul de São Paulo, perdeu o cargo após a mãe de uma aluna de 6 anos denunciar</p><p>desinteresse por parte do colégio” A criança foi vítima de agressão e racismo e foi transferida</p><p>de escola. A mãe da menina contou que em maio, a filha chegou em casa com diversos</p><p>hematomas e que a escola pouco fez para acolher o caso. As lesões aconteceram nos olhos,</p><p>quadril e virilha e teriam sido provocadas por outras crianças da mesma faixa etária de idade.</p><p>Ela também foi xingada de “feia”, “cabelo feio” e “urubu”.</p><p>“Eles disseram que era normal e que minha filha tinha que ter falado na hora. Que ela</p><p>ia ter que falar. Eu tive que mostrar as lesões no corpo da minha filha. O diretor disse que não</p><p>estava vendo nada e se isso não poderia ter ocorrido dentro da minha casa.” – Relatou a mãe</p><p>na época.</p><p>No caso mencionado na reportagem do G1, é inaceitável que essa aluna da Escola</p><p>Estadual Adelina Issa Ashcar sofra esse tipo de situação, pois reflete um grave problema de</p><p>racismo no ambiente escolar. A escola deveria ser um lugar seguro para todas as crianças e</p><p>adolescentes, independente de sua cor, raça e religião. E referente a resposta da Escola, em</p><p>particular, a do diretor foi inaceitável e insensível. E por isso perdeu seu cargo na escola.</p><p>Acredito que a família da menina se sentiu desrespeitada e constrangida com esse caso.</p><p>O racismo no ambiente escolar pode se manifestar de várias formas, tanto de maneira</p><p>explícita quanto de forma sutil, afetando as experiências e o desempenho acadêmico de</p><p>estudantes negros, algumas dessas formas são o silenciamento da instituição de ensino diante</p><p>de situações racistas, insultos, piadas, apelidos, micro agressões, comentários sutis</p><p>disfarçados de elogios, etc. Esse conjunto de fatores provoca sentimentos negativos e</p><p>inferioriza a pessoa podendo desencadear problemas psicológicos como ansiedade e</p><p>depressão.</p><p>Uma reportagem de 21 de março de 2024 do jornal Carta Capital traz a seguinte</p><p>manchete: “Estudante negra é xingada de “macaca” e “cabelo de bombril” por alunos em</p><p>escola municipal em SP”. O fato ocorreu em 11 de Março de 2024. Casos como esse ilustram</p><p>como o racismo pode afetar tanto fisicamente quanto emocionalmente causando danos e</p><p>oferecendo riscos à integridade física. Como também, acarreta em estresse, depressão,</p><p>ansiedade etc.</p><p>Outro relato do G1 “Adolescente denuncia preconceito racial dentro da escola estadual;</p><p>Caso de injuria qualificada é investigado” o registro ocorreu em 27 de outubro de 2022. De</p><p>acordo com testemunhas, garota de 13 anos foi chamada de “macaca”. Jovem de 14 anos</p><p>sofreu agressões por causa da cor de pele e do tipo de cabelo. Uma das testemunhas contou</p><p>que “duas meninas sofreram racismo dentro da escola”. No caso da garota mais nova houve</p><p>xingamentos de “macaca”. A garota de 14 foi agredida por causa da cor da pele e do tipo de</p><p>cabelo”. Os colegas da meninas reuniram-se para pressionar a direção a tomar uma atitude</p><p>contra os estudantes envolvidos na agressão. Segundo a denunciante, não houve proteção</p><p>A prática de racismo não ocorre somente com alunos, mas, também com os educadores.</p><p>O site UOL relata que uma professora do estado de São Paulo foi chamada de “macaca” em</p><p>uma lista de chamada no dia 24 de outubro de 2022, ela afirma que “as 15h do mesmo dia,</p><p>outro colega viu a coluna correspondente ao meu nome e me avisou, os alunos já estavam</p><p>falando sobre a ofensa racista. Eu fiquei chocada, disse que não sabia o que ele estava</p><p>falando. Fui atrás da lista para entender do que se tratava”. Completou. Ana só conseguiu ter</p><p>acesso a lista por volta das 17h daquele dia. Ana, o diretor e dois professores foram na sala</p><p>em que a lista foi assinada avisar que aquela situação era crime.</p><p>“O preconceito racial impede que pessoas tenham as mesmas oportunidades de vida”,</p><p>quando pensamos em racismo na escola, imaginamos que só ocorre com alunos pelo fato de</p><p>serem em maior quantidades, mas devemos expandir nossos conhecimentos e entender que</p><p>mesmo que ocorra com menos frequência, professores e gestores também são vítimas.</p><p>8.PROJETOSANTIRRACISTAS</p><p>A luta contra o racismo é um desafio global que exige uma abordagem coletiva e</p><p>multifacetada. Projetos antirracistas têm surgido em várias partes do mundo como ferramentas</p><p>fundamentais para promover a igualdade e o respeito à diversidade. Seja nas escolas de outros</p><p>países ou no Brasil, essas iniciativas visam educar jovens e comunidades sobre os impactos</p><p>do racismo e ensinar como combatê-lo de forma ativa. Através de oficinas, exposições e</p><p>eventos culturais, alunos são convidados a refletir sobre a desconstrução de preconceitos e a</p><p>valorização da cultura negra. A seguir, apresentamos exemplos de projetos antirracistas bem-</p><p>sucedidos em diferentes escolas.</p><p>Na França, algumas escolas têm adotado o projeto “Éducation contre le Racisme”</p><p>(Educação contra o Racismo), promovido pela organização SOS Racisme. Este projeto inclui</p><p>atividades como oficinas de sensibilização sobre racismo e discriminação, palestras com</p><p>ativistas e membros da comunidade negra, exposições sobre a história da escravidão e do</p><p>colonialismo, e discussões sobre identidade e diversidade. O objetivo é sensibilizar estudantes</p><p>e professores para o impacto do racismo e promover uma cultura de respeito e igualdade.</p><p>No Brasil, a Escola de Referência do Ensino Médio (EREM) Ana Faustina, em</p><p>Surubim, Pernambuco, implementou um projeto de educação antirracista intitulado</p><p>“Desconstruindo o Preconceito Racial nas Artes, Religiosidade e Literatura”. Voltado para</p><p>alunos do 1º e 2º anos do Ensino Médio, na disciplina de Protagonismo Estudantil, o projeto</p><p>promoveu oficinas de capoeira, palestras sobre religiosidade, e uma aula de campo para uma</p><p>exposição artística de personalidades negras. O projeto culminou em um sarau que celebrou a</p><p>cultura afro-brasileira por meio das artes, literatura, culinária, música e poesia. A estudante</p><p>Melissa Gabrielly, que apresentou o projeto, destacou a urgência da causa com a seguinte</p><p>frase: "É muito triste presenciarmos um mercado de trabalho que, na maioria das vezes, nos</p><p>exclui. Sem falar da intolerância religiosa, abuso de poder e violação de direitos a que somos</p><p>expostos diariamente diante de uma sociedade excludente."</p><p>Em São Paulo a EE José Florentino de Souza, escola de Programa Integral de Braúna,</p><p>desenvolveu projetos interdisciplinares para ensinar a história e cultura afro-brasileira e</p><p>africana. Os estudantes pesquisaram sobre racismo estrutural e figuras negras importantes no</p><p>Brasil e no mundo. Nas apresentações que ocorreram de 16 a 22 de novembro destacaram-se a</p><p>produção de cordéis, declamação de poemas, podcasts, apresentações culturais e artísticas, e</p><p>um desfile para valorizar a beleza negra, com exposição fotográfica e exibição de um vídeo de</p><p>uma ex-aluna.</p><p>Esses projetos são importantes devido a consistir no fato de que eles agem de forma</p><p>preventiva e formativa. Ao trabalhar com jovens, essas iniciativas moldam novas gerações</p><p>com uma mentalidade mais aberta e crítica em relação ao racismo e suas diversas</p><p>manifestações. Além disso, esses projetos reforçam a autoestima dos alunos negros, ao</p><p>proporcionar visibilidade às suas culturas e histórias, o que os torna essenciais para promover</p><p>a consciência sobre racismo e diversidade no ambiente escolar.</p><p>Tendo sido realizada uma pesquisa com os estudantes da Escola de Aplicação Professora</p><p>Ivonita Alves Guerra, levamos em consideração seus resultados e visando ajudar na</p><p>conscientização dos alunos sobre a história e os impactos do racismo, contribuir para a</p><p>construção de uma sociedade mais justa, encorajar a valorização das diferenças culturais e</p><p>étnicas, ajudar a criar um ambiente escolar onde todos os alunos se sintam seguros e</p><p>respeitados e construir uma sociedade mais equitativa e inclusiva, a seguir listamos propostas</p><p>que ajudariam a realizar esses objetivos, sendo elas:</p><p>1. Educação Antirracista no Currículo</p><p>• Inserção de conteúdos sobre a história e cultura afro-brasileira e indígena, conforme</p><p>estabelecido pela Lei 10.639/03, promovendo o reconhecimento e valorização dessas</p><p>culturas.</p><p>• Discussões sobre preconceito, discriminação e diversidade racial nas disciplinas de</p><p>humanas, como história, geografia e sociologia, com debates que estimulem o</p><p>pensamento crítico dos estudantes.</p><p>• Adoção de materiais didáticos diversos, que representem diferentes etnias, com</p><p>histórias, imagens e exemplos que incluam figuras negras, indígenas e outras minorias.</p><p>2. Formação Continuada para Educadores</p><p>• Capacitações regulares sobre educação antirracista e práticas pedagógicas inclusivas,</p><p>para que estejam aptos a identificar e intervir em situações de discriminação racial.</p><p>• Sensibilização sobre os efeitos do racismo no desenvolvimento dos estudantes e</p><p>formas de apoiar aqueles que já foram afetados por ele.</p><p>• Troca de experiências entre educadores para discutir desafios e estratégias eficazes de</p><p>combate ao racismo na sala de aula.</p><p>3. Criação de Espaços de Diálogo e Reflexão</p><p>• Rodas de conversa regulares sobre temas como racismo, igualdade racial e inclusão,</p><p>envolvendo estudantes de diferentes idades e contextos.</p><p>• Projetos culturais e feiras temáticas que promovam a diversidade, como semanas</p><p>temáticas sobre cultura afro-brasileira e indígena, com apresentações, exposições e</p><p>oficinas.</p><p>• Grupos de apoio e escuta para vítimas de racismo, proporcionando um espaço seguro</p><p>para que os alunos possam relatar suas experiências e receber suporte emocional e</p><p>psicológico.</p><p>4. Promoção de Representatividade no Ambiente Escolar</p><p>• Contratação de professores e funcionários negros e indígenas, garantindo que a equipe</p><p>escolar reflita a diversidade da sociedade.</p><p>• Adoção de práticas inclusivas na escolha de líderes escolares, como líderes de turma e</p><p>representantes de classe, incentivando a participação de estudantes de diferentes etnias</p><p>nesses papéis.</p><p>• Revisão de símbolos, imagens e decoração da escola, buscando garantir que todos os</p><p>grupos étnicos sejam representados de forma positiva.</p><p>5.Projetos Psicopedagógicos e Psicológicos Integrados</p><p>• Programa de Promoção da Consciência Racial e Saúde Mental: Psicólogos</p><p>desenvolvem um programa que inclui atividades regulares para alunos e professores,</p><p>com foco em práticas de autocuidado, valorização da identidade racial e prevenção do</p><p>racismo. Isso pode incluir intervenções lúdicas para crianças e adolescentes, além de</p><p>grupos de apoio psicossocial para estudantes que se sintam isolados devido ao</p><p>racismo.</p><p>• Oficinas de Prevenção ao Bullying Racial: Psicólogos conduzem oficinas específicas</p><p>sobre o bullying racial, ensinando os estudantes a reconhecer quando o preconceito</p><p>está presente e a desenvolver habilidades sociais para lidar com ele de maneira</p><p>assertiva, ao mesmo tempo em que promovem a construção de laços de solidariedade</p><p>entre os estudantes.</p><p>Essas propostas são fundamentais para criar um ambiente escolar que combate</p><p>efetivamente o racismo e promove a inclusão,</p><p>quando elas são trabalhadas em conjunto,</p><p>podem transformar a escola em um ambiente mais equitativo e prestativo, onde todos os</p><p>estudantes têm a oportunidade de se sentirem valorizados.</p><p>O r O racismo no ambiente escolar se manifesta de várias formas, tanto de maneira</p><p>explícita quanto sutil, afetando as experiências e o desempenho acadêmico de estudantes</p><p>negros. Algumas das principais formas de manifestação do racismo escolar incluem:</p><p>no ambiente escolar se manifesta de várias formas, tanto de maneira explícita quanto sutil,</p><p>afetando as experiências e o desempenho acadêmico de estudantes negros. Algumas das</p><p>principais formas de manifestação do racismo escolar incluem:</p>

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