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<p>CONTABILIDADE BÁSICA</p><p>AULA 1 – PRINCÍPIOS DA</p><p>CONTABILIDADE</p><p>Olá!</p><p>A contabilidade básica é uma área fundamental para a gestão financeira de</p><p>uma empresa. Ela é responsável pelo registro e controle das informações</p><p>financeiras e contábeis da organização, visando fornecer informações precisas e</p><p>confiáveis para a tomada de decisão dos gestores.</p><p>Nesta aula, você aprenderá sobre os usuários da contabilidade, os</p><p>profissionais, débito e crédito.</p><p>Bons estudos!</p><p>1 CONTABILIDADE</p><p>A Contabilidade é a ferramenta que fornece o máximo de informações</p><p>necessárias para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga</p><p>e sempre existiu para ajudar os indivíduos a tomarem decisões. Com o passar do</p><p>tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna</p><p>obrigatória para a maioria das empresas. Padoveze (2016, p.3) defini Contabilidade</p><p>como “o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade”.</p><p>Segundo Ribeiro (2018, p.19), a contabilidade “é uma ciência social que tem</p><p>por objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas. Seu objetivo</p><p>principal é controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas variações”.</p><p>Todas as movimentações passíveis de mensuração monetária são registradas</p><p>pela Contabilidade, que resume os dados registrados em forma de relatórios e os</p><p>entrega aos interessados em conhecer a situação da organização. Por meio de</p><p>relatórios de contábeis, os interessados relembram os fatos ocorridos, examinam os</p><p>resultados e as causas que os levaram àqueles resultados e tomam decisões em</p><p>relação ao futuro.</p><p>Vale ressaltar que conforme a área de atividade desenvolvida pela entidade,</p><p>haverá também um ramo da contabilidade específico, que a ela se aplica como:</p><p>“Contabilidade bancária, contabilidade comercial, contabilidade de condomínio,</p><p>contabilidade industrial, contabilidade imobiliária, contabilidade macroeconômica,</p><p>contabilidade hospitalar, contabilidade agrícola, contabilidade pastoril, contabilidade</p><p>das entidades de fins ideais, contabilidade de transportes, e outras” (RIBEIRO, p. 20,</p><p>2018).</p><p>1.1 Usuários</p><p>As pessoas que usam Contabilidade são chamadas de usuários. Eles se</p><p>interessam pela situação da empresa e buscam respostas nela.</p><p>Nota-se que a Contabilidade é utilizada por outros além dos gerentes</p><p>(administradores). Os investidores (sócios ou acionistas), que investem dinheiro na</p><p>organização, estão interessados principalmente em obter lucros; dessa forma, eles</p><p>usam os relatórios contábeis para analisar se um negócio é lucrativo; os fornecedores</p><p>de mercadoria a prazo querem saber se a empresa tem capacidade de pagar suas</p><p>dívidas; os bancos, por outro lado, emprestam dinheiro desde que a organização</p><p>tenha condições de pagamento; o governo quer saber quanto de impostos foi gerado</p><p>para os cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação da</p><p>empresa: os funcionários, os sindicatos, os concorrentes, entre outros. Analise a</p><p>Figura 1.</p><p>Figura 1 – Usuários da informação contábil</p><p>Fonte: Marion (2022, p.25)</p><p>Os usuários das informações contábeis são pessoas físicas e jurídicas.</p><p>Considera-se pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigações.</p><p>Pessoa física é a pessoa natural (sem qualquer exceção), seu principal registro, além</p><p>da Certidão de Nascimento, é o Cadastro de Pessoa Física (CPF).</p><p>Pessoa jurídica é uma entidade composta por uma ou mais pessoas físicas,</p><p>podendo ser empresas, governos e organizações. Normalmente, as pessoas jurídicas</p><p>são registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). As pessoas</p><p>jurídicas podem ter fins lucrativos (empresas industriais, comerciais, entre outras) ou</p><p>não (cooperativas, associações culturais, religiosas, entre outras). Assim, as pessoas</p><p>jurídicas são as ONGs, as Igrejas, as fundações, as sociedades, os partidos políticos,</p><p>entre outros.</p><p>A contabilidade pode, portanto, ser realizada para uma única pessoa física</p><p>(desde que haja necessidade em virtude do volume de negócios) ou para pessoas</p><p>jurídicas com ou sem fins lucrativos</p><p>Quando se faz Contabilidade para a pessoa física (embora não seja comum)</p><p>ou a pessoa jurídica, essa pessoa é denominada entidade contábil. Dessa forma,</p><p>qualquer pessoa que tenha necessidade de Contabilidade (e a Contabilidade é</p><p>mantida para esta pessoa) é chamada entidade contábil.</p><p>1.2 O profissional</p><p>O Código Civil de 2002 usa o termo contabilista em substituição a contador e a</p><p>expressão técnico em contabilidade, que são duas categorias previstas em lei. No</p><p>entanto, atualmente, nos referimos a ambas as categorias como "profissional</p><p>contábil".</p><p>É denominado técnico de Contabilidade aquele que concluiu o curso de</p><p>Contabilidade de nível técnico (médio), extinto em 2015. Para o curso superior de</p><p>Contabilidade, o profissional é chamado bacharel em Ciências Contábeis ou</p><p>Contador. Nos termos da Lei n. 12.249/10, a realização do Exame de Suficiência é</p><p>obrigatória para o exercício profissional da contabilidade.</p><p>De acordo com essa lei, só pode exercer a profissão de técnico em</p><p>contabilidade ou de Contador após a conclusão com aproveitamento no respectivo</p><p>curso, aprovação em exame de suficiência e registro no Conselho Regional de</p><p>Contabilidade.</p><p>Tanto o técnico em contabilidade quanto o contador são denominados</p><p>profissionais contábeis, e ambos podem, legalmente, ser responsáveis pela</p><p>Contabilidade das empresas, analistas de balanços, pesquisadores contábeis, entre</p><p>outros. No entanto, o contador está habilitado a realizar outras tarefas que fogem ao</p><p>âmbito de um técnico de contabilidade. Essas atividades são:</p><p>Para atuar profissionalmente como contador, é imprescindível obter a</p><p>aprovação no Exame de Suficiência, que é aplicado tanto para técnicos quanto para</p><p>bacharéis em Contabilidade, e ainda é preciso estar regularmente habilitado pelo</p><p>Conselho Regional de Contabilidade (CRC).</p><p>1.3 Pilares da contabilidade (conforme a teoria da contabilidade)</p><p>Os Pilares da Contabilidade são os pressupostos fundamentais da</p><p>Contabilidade, chamados genericamente de princípios contábeis.</p><p>A Contabilidade se fundamenta em dois pilares teóricos principais: a entidade</p><p>contábil e a continuidade da empresa. O primeiro pilar exige a existência de uma</p><p>entidade contábil, isto é, uma pessoa ou entidade para a qual a contabilidade é</p><p>mantida. Se não houver uma entidade contábil, a contabilidade não pode ser aplicada.</p><p>Esse conceito implica que a contabilidade é mantida para a entidade como uma</p><p>pessoa separada dos seus proprietários.</p><p>O contador deve se esforçar para não confundir as transações da entidade com</p><p>as dos proprietários e não confundir pessoas físicas ou jurídicas com empresas. O</p><p>segundo pilar é baseado na premissa de que a empresa é um negócio em andamento,</p><p>que funcionará por prazo indeterminado. Uma empresa em processo de extinção ou</p><p>liquidação será contabilizada com regras diferentes.</p><p> Auditoria: exame e verificação da exatidão dos procedimentos</p><p>contábeis.</p><p> Perícia contábil: investigação contábil de empresas motivada por</p><p>uma questão judicial (solicitada pela justiça), ou extrajudicial</p><p>(arbitragem).</p><p> Professor de Contabilidade: para ser professor de curso superior,</p><p>exige-se pós-graduação.</p><p>1.4 Entendendo a terminologia contábil: desafios e significados de débito e</p><p>crédito</p><p>Conforme Ribeiro (2018), a terminologia é um dos desafios enfrentados por</p><p>quem está iniciando o estudo da contabilidade, pois apresentam dificuldades em</p><p>compreender o assunto. Entre os termos que mais preocupam os calouros estão a</p><p>compreensão de Débito e crédito.</p><p>Na linguagem cotidiana, débito, refere-se</p><p>à situação negativa, desfavorável;</p><p>ou saldo negativo na conta corrente bancária; ou estar em falta com alguém, entre</p><p>outras. Já na terminologia contábil, essa palavra poderá ter esses mesmos</p><p>significados ou até mesmo assumir uma conotação positiva. O crédito, no que lhe</p><p>concerne, pode significar situação positiva, favorável; ou saldo positivo na conta</p><p>Palavras-chave</p><p> Continuidade: refere-se à entidade que está funcionando</p><p>com prazo indeterminado; algo em andamento; não está em</p><p>fase de extinção ou liquidação.</p><p> Entidade contábil: pessoa para quem é mantida a</p><p>Contabilidade, podendo ser pessoa jurídica ou física.</p><p> Entidade contábil e continuidade: são conceitos tratados pela</p><p>Teoria da Contabilidade.</p><p> Pessoa física: ser natural, indivíduo considerado tal a partir</p><p>do seu nascimento, que termina com a morte.</p><p> Pessoa jurídica: ser abstrato, constituído legalmente através</p><p>de um contrato, formado por uma ou mais pessoas, que</p><p>termina com a dissolução.</p><p> Usuários da Contabilidade: pessoas ou entidades</p><p>interessadas em conhecer a situação da empresa para a</p><p>tomada de decisões: administradores, gerentes, governo,</p><p>bancos, fornecedores, entre outros.</p><p>corrente bancária; ou ter crédito no mercado (capacidade de comprar a prazo, ter</p><p>nome limpo na praça), entre outras. Contabilmente, essa palavra pode assumir esses</p><p>mesmos significados ou até mesmo corresponder à situação negativa.</p><p>Portanto, para aprender a Contabilidade seu aprendizado precisa exceder a</p><p>mera compreensão do sistema de débito e crédito, sendo a essência da contabilidade,</p><p>abrangendo para todo o processo contábil, além de estar ciente que algumas</p><p>palavras, termos ou expressões de uso cotidiano podem ter significados diferentes</p><p>quando usado pela ciência contábil.</p><p>Vale pontuar que toda representação gráfica em forma de “T” é utilizada para</p><p>representar uma conta ou um conjunto de contas patrimoniais, ou de resultado, ficou</p><p>ajustado que o lado esquerdo será sempre o lado do débito e que o lado direito, o do</p><p>crédito.</p><p>DÉBITO CRÉDITO</p><p>CONTAS PATRIMONIAIS</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Bens ...................................................(1)</p><p>Direitos ...............................................(1)</p><p>Obrigações ........................................(2)</p><p>Patrimônio Líquido ......................(1 ou 2)</p><p>CONTAS E RESULTADOS</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Despesas...............................................(2)</p><p>Receitas...........................................(1)</p><p>Como observado no Balanço Patrimonial apresentado em forma de “T”, as</p><p>contas do Ativo estão posicionadas do lado esquerdo, enquanto as do Passivo do lado</p><p>direito, onde:</p><p> as contas do Ativo são de natureza devedora;</p><p> as contas do Passivo são de natureza credora.</p><p>A forma de “T” também foi utilizada para representar as contas de resultado, as</p><p>contas de despesas estão posicionadas do lado esquerdo e as de receitas do lado</p><p>direito, onde:</p><p> as contas de despesas são de natureza devedora;</p><p> as contas de receitas são de natureza credora.</p><p>1.5 Compreendendo melhor o assunto</p><p>Quais são as principais modalidades de pessoa jurídica?</p><p> Sociedade Limitada (Ltda.);</p><p> Sociedade Anônima (S.A.);</p><p> Microempreendedor Individual (MEI);</p><p> Empresário Individual (EI);</p><p> Sociedade Limitada Unipessoal (SLU);</p><p> Associações, fundações, organizações religiosas, partidos</p><p>políticos, etc.</p><p>Por que os pressupostos da Entidade e Continuidade são chamados</p><p>de Pilares da Contabilidade?</p><p>A Contabilidade tem um conjunto de regras, uma estrutura</p><p>conceitual suportada pela Teoria da Contabilidade. Quando pensamos em</p><p>estrutura, podemos imaginar um prédio (construção, edifício) com</p><p>alicerces, paredes, telhado. A parte mais relevante do prédio é o alicerce,</p><p>as colunas, os pilares que sustentam os demais componentes da</p><p>construção. Assim, na Teoria da Contabilidade, Entidade e Continuidade</p><p>representam esses pilares ou colunas. Os demais conceitos na</p><p>Contabilidade são alicerçados por esses dois princípios que a Teoria da</p><p>Contabilidade chama de postulados, verdades, que não podem ser</p><p>mudados. A ideia é que as regras contábeis decorrem da pressuposição</p><p>de que haja uma pessoa (empresa) para fazer a Contabilidade (entidade),</p><p>podendo fazer investimentos, financiamentos, etc. (continuidade).</p><p>Embora seja composto por doze membros (que não requerem remuneração),</p><p>sendo dois membros por entidade, outras entidades poderão vir a ser convidadas</p><p>futuramente.</p><p>O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) fornece a estrutura necessária</p><p>para o funcionamento do CPC, que é totalmente autônomo das entidades</p><p>representadas.</p><p>Existe uma Estrutura Conceitual da Contabilidade?</p><p>Sim, em 15/12/2011 foi divulgado o CPC 00 atualizado em 12/2019,</p><p>que trata da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de</p><p>Relatório Contábil-Financeiro. Esse pronunciamento está sincronizado</p><p>com as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS (International</p><p>Financial Reporting Standards). O Comitê de Pronunciamentos Contábeis</p><p>(CPC) foi criado em 2005 por meio da Resolução CFC no 1.055/05 e é a</p><p>principal entidade no Brasil que atua na convergência da Contabilidade</p><p>aos padrões internacionais (IFRS); tem por objetivo o estudo e a</p><p>divulgação de pressupostos, normas, padrões de Contabilidade e de</p><p>Auditoria. O CPC é a união de seis entidades não governamentais:</p><p>Fonte: Marion (2022, p.29)</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>LEMES JUNIOR, A. Princípios contábeis. São Paulo: Atlas, 2016.</p><p>MARION, José C. Contabilidade Básica. 13.ed. Barueri [SP]: Atlas, 2022.</p><p>MARTINES FILHO, J. G. Princípios de contabilidade e normas brasileiras de</p><p>contabilidade. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>PADOVEZE, C. L. (2016). Contabilidade gerencial: uma abordagem para as</p><p>decisões empresariais. São Paulo: Cengage Learning.</p><p>PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação</p><p>contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>RIBEIRO, O. M. (2018). Contabilidade geral fácil. São Paulo: Editora Saraiva.</p><p>RIBEIRO, O. M. Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.</p><p>SANTOS, A. F. Princípios de contabilidade. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.</p>

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