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<p>LICITAÇÕES E</p><p>CONTRATOS</p><p>ADMINISTRATIVOS</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE I ..................................................................................................................... 4</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................ 5</p><p>1.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5</p><p>1.2 NOÇÕES GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................ 6</p><p>1.3 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................... 13</p><p>1.4 ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................ 21</p><p>1.5 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ............................................................................. 22</p><p>UNIDADE II .................................................................................................................. 28</p><p>ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 29</p><p>2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 29</p><p>2.2 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO .............................................................. 29</p><p>2.3 REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO ............................................................ 31</p><p>2.5 ATO NULO E ATO ANULÁVEL E SEUS EFEITOS E A EXTINÇÃO DOS ATOS ........ 35</p><p>UNIDADE III ................................................................................................................. 39</p><p>UM ESTUDO DA LEI Nº 8.666/93 ............................................................................... 40</p><p>3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 40</p><p>3.2 LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ........................ 40</p><p>3.2 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO.............................................................................. 41</p><p>3.4 DISPENSA E INEXIGIBLIDADE ......................................................................... 46</p><p>3.5 TIPOS DE LICITAÇÃO ...................................................................................... 50</p><p>UNIDADE IV ................................................................................................................ 59</p><p>CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA E REGISTROS</p><p>PÚBLICOS ............................................................................................................... 60</p><p>4.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 60</p><p>4.2 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ...................................................................... 61</p><p>4.3 CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................... 67</p><p>4.4 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ................................... 70</p><p>E-Book</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>3</p><p>4.5 PRORROGAÇÃO, RENOVAÇÃO, INEXECUÇÃO E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS</p><p>ADMINISTRATIVOS ............................................................................................... 72</p><p>REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 81</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>4</p><p>UNIDADE I</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>5</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>Nesta Unidade, você será capaz de:</p><p>✓ Conhecer os conceitos da Administração Pública e suas diferenciações;</p><p>✓ Compreender e Entender a Divisão da Administração Pública Direta e Indireta;</p><p>✓ Analisar os sentidos de suas estruturas na Administração Pública;</p><p>✓ Explicar de forma clara, simples e objetiva a Administração Pública.</p><p>1.1 INTRODUÇÃO</p><p>Nesta unidade você aluno terá seu estudo baseado em como observar e te</p><p>aproximar dos embasamentos teóricos sobre as diretrizes básicas da Administração</p><p>Pública e já nas unidades seguintes você terá o direcionamento geral dos Contratos</p><p>Administrativos e Licitações para possibilitar o reconhecimento da estrutura</p><p>administrativa que compõe o Estado na Administração Pública.</p><p>A Administração Pública e o Poder Público é um conjunto abrangente onde se</p><p>integram, incluindo dos diversos níveis federativos que se divide nos Poderes</p><p>Legislativo, Executivo e Judiciário, além de Instituições de Provedoria de Justiça, como</p><p>o Ministério Público.</p><p>O planejamento e todo o controle dos serviços que são prestados pelo Poder</p><p>Público é a Administração Pública que também os executa em sua maioria e integram a</p><p>Administração Pública, pois, o conjunto de órgãos da organização administrativa de cada</p><p>um dos Poderes e Instituições Políticas, denominada administração direta, assim como,</p><p>de pessoas jurídicas criada pelo Estado para com ele compõem a Administração Pública,</p><p>sendo estas, as Autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e</p><p>as fundações.</p><p>O estudo trata-se do estabelecimento de conhecimento neste processo de</p><p>diretrizes e aprendizagem onde a base de observação irá aproximar e compor as</p><p>informações necessárias para obedecer e respeitar os princípios da legalidade,</p><p>impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência para obediência sendo respeitada</p><p>em consonância a legislação vigente.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>6</p><p>1.2 NOÇÕES GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>A administração pública comporta diversos entendimentos doutrinários, como</p><p>pode ser vistos mais adiante por Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (apud Di Pietro, 2008,</p><p>p. 48) indica duas versões para a palavra administração:</p><p>[...] Para uns, vem de ad (preposição) mais ministro, as, are (verbo), que</p><p>significa servir, executar; para outros, vem de ad manus trahere, que</p><p>envolve ideia de direção ou gestão. Nas duas hipóteses, há o sentido de</p><p>relação de subordinação, de hierarquia. O mesmo autor demonstra que a</p><p>palavra administrar significa não só prestar serviço, executá-lo, como,</p><p>outrossim, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter</p><p>um resultado útil; e que até, em sentido vulgar, administrar quer dizer</p><p>traçar programa de ação e executá-lo. (grifo no original).</p><p>Nesse sentido, Di Pietro (2008, p. 48) continua a linha de raciocínio, quando afirma</p><p>que “o vocábulo tanto abrange a atividade superior de planejar, dirigir, comandar, como</p><p>a atividade subordinada de executar.” Para José dos Santos Carvalho Filho (2010, p. 12),</p><p>Administração Pública pode ter dois sentidos: um objetivo e um subjetivo.</p><p>No sentido objetivo, administrar significa:</p><p>[...] gerir, zelar, enfim, uma ação de supervisão. O adjetivo público pode</p><p>significar não só algo ligado ao Poder Público, como também à</p><p>coletividade ou ao público em geral. O sentido objetivo, pois, da</p><p>expressão – que aqui deve ser grafada com iniciais minúsculas – deve</p><p>consistir na própria atividade administrativa exercida pelo Estado por</p><p>seus órgãos e agentes, caracterizando, enfim, a função administrativa</p><p>com os lineamentos que procuramos registrar anteriormente [...]. (grifo</p><p>no original).</p><p>Já no sentido subjetivo, Carvalho Filho (2010, p. 12-13) destaca que:</p><p>A expressão pode também significar o conjunto de agentes, órgãos e</p><p>pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as atividades</p><p>administrativas. Toma-se aqui em consideração o sujeito da função</p><p>administrativa, ou seja, quem a exerce de fato. Para diferenciar este</p><p>sentido da noção anterior, deve a expressão conter as iniciais</p><p>maiúsculas: Administração Pública.</p><p>A Administração Pública, sob o ângulo subjetivo, não deve ser confundida</p><p>com qualquer dos poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder</p><p>Executivo, ao qual se atribui usualmente a função administrativa. Para a</p><p>perfeita noção de sua extensão é necessário por em relevo a função</p><p>administrativa em si, e não o Poder em que ela é exercida.</p><p>Não confere direito à indenização</p><p>❖</p><p>Não são todos os atos administrativos que admitem revogação São irrevogáveis:</p><p>✔ Atos vinculados;</p><p>✔ Atos que geram direito adquirido;</p><p>✔ Ato consumado.</p><p>✔</p><p>Deve ocorrer quando há vício no ato, relativo à legalidade ou legitimidade</p><p>(ofensa à lei ou ao direito como um todo)</p><p>✔ Controle de legalidade;</p><p>✔ Vício pode ser sanável ou não.</p><p>Se for insanável a anulação é obrigatória; se for sanável, o ato pode ser anulável ou</p><p>convalidado</p><p>Atos Vinculados e discricionários são passíveis de anulação:</p><p>• Não existe anulação de um ato discricionário por questão de mérido adm.</p><p>• Um ato nunca pode ser anulado por ser considerado inoportuno ou inconveniente.</p><p>✔ Efeito “ex tunc” v Caso se trate de ato nulo, não é possível sua convalidação</p><p>✔ A anulação pode ser feita pela adm, de ofício ou mediante provocação, ou pelo</p><p>poder judiciário, mediante provocação.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>38</p><p>EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS - CONVALIDAÇÃO</p><p>Regra geral – vícios de legalidade ou legitimidade acarretarem sua nulidade.</p><p>Poucas hipóteses de vícios dão origem a atos meramente anuláveis – a critério da adm</p><p>pública, poderão ser anulados ou convalidados. Convalidar = corrigir, regularizar o ato,</p><p>desde a origem (ex tunc), de forma que:</p><p>a) Os efeitos já produzidos passem a ser considerados efeitos válidos, não</p><p>passíveis de desconstituição;</p><p>b) Esse ato permaneça no mundo jurídico como um ato válido, apto a produzir</p><p>efeitos regulares.</p><p>Art. 55. Lei 9.784/99: Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao</p><p>interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis</p><p>poderão ser convalidados pela própria Administração.</p><p>Condições:</p><p>a) Defeito sanável</p><p>b) Não acarretar lesão ao interesse público</p><p>c) Não acarretar prejuízo a terceiros</p><p>Os defeitos sanáveis são:</p><p>a) Vícios relativos à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), desde</p><p>que não se trate de competência exclusiva;</p><p>b) Vício de forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à</p><p>validade daquele ato.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>39</p><p>UNIDADE III</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>40</p><p>UM ESTUDO DA LEI Nº 8.666/93</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>Nesta Unidade, você será capaz de:</p><p>✔ Explicar sucintamente a Lei nº 8.666/93 (Estatuto das Licitações e Contratos)</p><p>✔ Compreender o planejamento e os princípios basilares da orientação</p><p>administrativa pública.</p><p>✔ Observar os apontamentos da tomada de decisão nos procedimentos licitatórios.</p><p>✔ Entender os procedimentos internos e externos que podem afetar a sociedade.</p><p>3.1 INTRODUÇÃO</p><p>Após uma visão ampla dos fundamentos necessários para entenderse a</p><p>Administração Pública, bem como o Ato Administrativo – ensinamentos fundamentais</p><p>para o prosseguimento de nossos estudos – passaremos a estudar a Lei das Licitações</p><p>Públicas (Lei nº 8.666/93).</p><p>Será feita uma análise de seus princípios, o que vem a ser dispensa e</p><p>inexigibilidade de uma licitação, e em quais situações podem ser utilizadas pela</p><p>Administração Pública. Verificar-se-ão, também, os tipos de Licitações Públicas</p><p>3.2 LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988</p><p>LEI Nº 8.666, DE 21 JUNHO DE 1993</p><p>Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para</p><p>licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.</p><p>▪ A competência para dispor sobre normas gerais de licitações e contratos é da</p><p>União, nos termos do art. 22, XXVII, e do art. 37, XXI, da CF:</p><p>art. 22 [...] XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as</p><p>modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da</p><p>União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para</p><p>as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;</p><p>art. 37 [...] XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,</p><p>serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação</p><p>pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas</p><p>que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>41</p><p>proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação</p><p>técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.</p><p>▪ A competência trata apenas das “normas gerais”. Por isso, os estados, DF e</p><p>municípios podem dispor sobre normas específicas, independentemente da delegação</p><p>prevista no art. 22, parágrafo único da CF. Nesse caso, a única exigência é que os</p><p>estados, o DF e os municípios observem o disposto nas normas gerais da União.</p><p>▪ A União também pode legislar sobre normas específicas de licitações, mas estas</p><p>disposições apenas serão aplicáveis à própria União. Ex.: o STF entendeu que o art. 17, I,</p><p>“b” e “c”, e II, “b”, são normas específicas, aplicáveis somente à União (ADI 927).</p><p>▪ Nos termos do art. 173, § 1º, III, da CF, compete à União elaborar o estatuto</p><p>jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que</p><p>explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação</p><p>de serviços. Tal estatuto consta na Lei 13.303/2016, que dispõe, entre outras coisas,</p><p>sobre o regime de “licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,</p><p>observados os princípios da administração pública” específico para as empresas</p><p>estatais.</p><p>▪ A Lei 10.520/2002 estabelece normas gerais de licitações para a modalidade</p><p>pregão, aplicando-se integralmente a todos os entes da Federação (União, estados, DF</p><p>e municípios) e também a todas as entidades administrativas (autarquias, fundações</p><p>públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista).</p><p>3.2 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DAS DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>SEÇÃO I</p><p>DOS PRINCÍPIOS</p><p>Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos</p><p>administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,</p><p>alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal</p><p>e dos Municípios.</p><p>Parágrafo Único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da</p><p>administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as</p><p>empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas</p><p>direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>42</p><p>DICA COMENTADA</p><p>Expressamente, a Lei de Licitações prevê a sua aplicação para toda a</p><p>administração direta e indireta, incluindo “as empresas públicas, as sociedades de</p><p>economia mista”. No entanto, tecnicamente, ela não se aplica mais integralmente às</p><p>empresas estatais, pois estas estão sujeitas ao regime da Lei 13.303/2016.</p><p>▪ Assim, podemos resumir da seguinte forma as normas gerais de licitações:</p><p>▪ Administração direta, autárquica e fundacional: aplicação integral da Lei</p><p>8.666/1993;</p><p>▪ Empresas públicas e sociedades de economia mista:</p><p>▪ Lei 13.303/2016: como norma principal (primária)</p><p>▪ Lei 8.666/1993: nos casos expressamente determinados pela Lei 13.303: (i)</p><p>critério de desempate previsto no art. 3º, § 2º; (ii) disposições penais previstas nos arts.</p><p>89 a 99.</p><p>▪ Subsidiariamente (entendimento doutrinário).</p><p>▪ Lei 10.520/2002: a Lei do pregão continua a ser empregada pelas empresas</p><p>estatais, conforme determina o art. 32, IV, da Lei 13.303/2016.</p><p>▪ O art. 1º da Lei 8.666/93 prevê a sua aplicação aos “fundos especiais”. Na</p><p>verdade, um fundo especial é uma dotação de recurso (dinheiro) direcionada a uma</p><p>finalidade específica. Assim, não é o fundo que faz a licitação, mas o ente encarregado</p><p>de gerir o recurso. Porém, em questões literais, devemos saber que a lei de licitações</p><p>se aplica</p><p>“aos fundos especiais”.</p><p>Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,</p><p>concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com</p><p>terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses</p><p>previstas nesta Lei.</p><p>A regra é a realização de licitação para contratação com terceiros. Porém, a</p><p>legislação poderá estabelecer situações de contratação direta, ou seja, de contratação</p><p>sem licitação. Os casos estão disciplinados nos seguintes dispositivos:</p><p>▪ art. 17 (licitação dispensada);</p><p>▪ art. 24 (licitação dispensável); e</p><p>▪ art. 25 (inexigibilidade de licitação).</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>43</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste</p><p>entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um</p><p>acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações</p><p>recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.</p><p>✔ Contrato é uma manifestação bilateral de vontade, uma vez que disciplina a</p><p>vontade tanto da administração como do terceiro que com ela contrata. O</p><p>conceito apresentado acima é de contrato em sentido amplo, pois envolve</p><p>qualquer tipo de contrato firmado pela administração pública, incluindo aqueles</p><p>em que o poder público não terá todas as suas prerrogativas.</p><p>✔ Contrato administrativo, por sua vez, é o ajuste firmado entre a administração</p><p>pública, agindo na qualidade de poder público, e terceiros, sob regime</p><p>predominante de direito público.</p><p>Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da</p><p>isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do</p><p>desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita</p><p>conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da</p><p>moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao</p><p>instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.</p><p>▪ São finalidades ou objetivos da licitação pública:</p><p>▪ garantir a observância do princípio constitucional da isonomia;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>44</p><p>▪ seleção da proposta mais vantajosa para a administração;</p><p>▪ promoção do desenvolvimento nacional sustentável;</p><p>▪ O princípio da isonomia é decorrência do princípio da impessoalidade e significa</p><p>que a administração deve assegurar a todos igualdade de condições para que possam</p><p>comprovar que atendem às exigências do poder público, estando aptos a fornecer o bem,</p><p>prestar o serviço, realizar a obra, etc.</p><p>▪ A proposta mais vantajosa não é necessariamente a de menor preço, pois os</p><p>aspectos de qualidade também são relevantes nas contratações. Com efeito, a licitação</p><p>será julgada objetivamente, conforme os tipos de licitação (critérios de julgamento), que</p><p>são os seguintes:</p><p>(i) menor preço;</p><p>(ii) melhor técnica;</p><p>(iii) técnica e preço; e</p><p>(iv) maior lance ou oferta.</p><p>▪ A promoção do desenvolvimento nacional sustentável flexibiliza, em alguns</p><p>aspectos, o princípio da isonomia e também apresenta um novo significado para o que</p><p>seja “proposta mais vantajosa”. São algumas decorrências desta finalidade a instituição</p><p>de margem de preferência (art. 3º, §§ 5º ao 10), a utilização de critérios de</p><p>sustentabilidade em licitações (Decreto 7.746/2012), etc.</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>▪ Os princípios são os postulados básicos, mais gerais, que orientam o</p><p>administrador público na aplicação das disposições da Lei 8.666/1993.</p><p>▪ Os princípios expressos na Lei 8.666/1993 são os seguintes (mnemônico: LIMPI</p><p>Pro Julgamento Vinculado):</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>45</p><p>▪ LIMPI: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, igualdade;</p><p>▪ Pro: probidade administrativa;</p><p>▪ Julgamento: julgamento objetivo;</p><p>▪ Vinculado: vinculação ao instrumento convocatório).</p><p>▪ Além desses, também se aplicam às licitações públicas alguns princípios</p><p>implícitos, os mais importantes são:</p><p>(i) competitividade;</p><p>(ii) procedimento formal;</p><p>(iii) sigilo das propostas;</p><p>(iv) adjudicação compulsória; e</p><p>(v) eficiência.</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>46</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>3.4 DISPENSA E INEXIGIBLIDADE</p><p>Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de</p><p>interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às</p><p>seguintes normas:</p><p>I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração</p><p>direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades</p><p>paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de</p><p>concorrência, dispensada está nos seguintes casos:</p><p>ALINEAR</p><p>É transferir a propriedade de um</p><p>bem, o que normalmente ocorre por</p><p>intermédio da venda.</p><p>ENTIDADES PARAESTATAIS A expressão “entidades</p><p>paraestatais”, no contexto da Lei</p><p>8.666/1993, foi empregada em seu sentido</p><p>antigo, referindo-se às empresas públicas</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>47</p><p>e sociedades de economia mista.</p><p>Portanto, em que pese a expressão, hoje</p><p>em dia, tenha outro sentido, entenda que,</p><p>na Lei 8.666/1993, o legislador está se</p><p>referindo às empresas estatais.</p><p>Dessa forma, não se exige autorização legislativa para alienação de imóveis</p><p>pelas empresas estatais. É importante mencionar as regras sobre as estatais,</p><p>constantes na Lei 8.666/1993, apenas para fins de questões literais. No entanto,</p><p>atualmente, a alienação de bens das empresas estatais é disciplinada nos arts. 49 e 50</p><p>da Lei 13.303/2016.</p><p>Vale reforçar: hoje, na prática, as regras sobre alienação de bens de empresas</p><p>estatais constam na Lei 13.303/2016, de tal forma que as determinações da Lei</p><p>8.666/1993 sobre a alienação de bens das empresas estatais foram tacitamente</p><p>revogadas. Porém, ainda podemos encontrar questões literais sobre o tema em</p><p>concursos públicos.</p><p>Podemos resumir da seguinte forma as condições para alienar bens imóveis:</p><p>▪ Para a administração direta, autárquica e fundacional:</p><p>▪ interesse público devidamente justificado;</p><p>▪ avaliação;</p><p>▪ autorização legislativa;</p><p>▪ licitação na modalidade concorrência (regra).</p><p>▪ Para as empresas estatais (entidades paraestatais)</p><p>▪ interesse público devidamente justificado;</p><p>▪ avaliação;</p><p>▪ licitação na modalidade concorrência (regra).</p><p>A modalidade de licitação para alienação de imóveis é a concorrência, mas</p><p>existem exceções:</p><p>▪ quando a origem do bem derivar de procedimento judicial ou de dação em</p><p>pagamento, será possível alienar o bem imóvel por intermédio das modalidades</p><p>concorrência ou leilão (art. 19).</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>48</p><p>▪ as alíneas do art. 17, I, tratam da licitação dispensada para alienação de bens</p><p>imóveis, ou seja, nesses casos não será realizado procedimento licitatório, procedendo-</p><p>se a alienação diretamente.</p><p>▪ A licitação dispensada possui as seguintes características:</p><p>▪ É uma forma de contratação direta, ou seja, é uma exceção ao dever de licitar;</p><p>▪ a decisão é vinculada, isto é, a autoridade terá que dispensar (não tem outra</p><p>opção)</p><p>▪ o rol enumerado no art. 17 da lei de licitações é exaustivo (taxativo), ou seja,</p><p>todas as situações de licitação dispensada estão enumeradas nesse artigo;</p><p>▪ o inciso i do art. 17 trata de alienação de bens imóveis, já o inciso ii trata de</p><p>alienação de bens móveis;</p><p>▪ a incidência dos casos de licitação dispensada, em questões de concursos, é</p><p>baixa quando comparada com os casos de licitação dispensável ou inexigível. Por isso,</p><p>não “gaste” muito tempo estudando este artigo, já que ele é complexo, mas pouco</p><p>cobrado.</p><p>▪ Nas alíneas a seguir, vamos ver os casos em que a licitação é dispensada para</p><p>alienação de imóveis:</p><p>a) dação em pagamento;</p><p>b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da</p><p>administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas</p><p>f, h e i;</p><p>c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do</p><p>art. 24 desta Lei;</p><p>d) investidura;</p><p>e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera</p><p>de governo;</p><p>f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,</p><p>locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou</p><p>efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização</p><p>fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração</p><p>pública;</p><p>g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383,</p><p>de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração</p><p>Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;</p><p>h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,</p><p>locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>49</p><p>de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de</p><p>programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou</p><p>entidades da administração pública;</p><p>i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras</p><p>públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o §</p><p>1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária,</p><p>atendidos os requisitos legais; e II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de</p><p>licitação, dispensada esta nos seguintes casos:</p><p>▪ A alienação de bens móveis, qualquer que seja a entidade, dependerá das</p><p>seguintes condições:</p><p>▪ interesse público devidamente justificado;</p><p>▪ avaliação prévia;</p><p>▪ licitação.</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>§ 1º Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas</p><p>as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica</p><p>doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.</p><p>§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de</p><p>direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:</p><p>I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização</p><p>do imóvel;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>50</p><p>II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão</p><p>competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e</p><p>pacífica e exploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1º do art.</p><p>6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009;</p><p>§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização</p><p>legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos:</p><p>I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja</p><p>comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;</p><p>II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da</p><p>destinação e da regularização fundiária de terras públicas;</p><p>III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei</p><p>agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou</p><p>administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e</p><p>IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de</p><p>declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.</p><p>3.5 TIPOS DE LICITAÇÃO</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DA LICITAÇÃO</p><p>SEÇÃO I</p><p>DAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA</p><p>Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição</p><p>interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.</p><p>Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de</p><p>interessados residentes ou sediados em outros locais.</p><p>Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das</p><p>tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição</p><p>interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:</p><p>I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou</p><p>entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras</p><p>financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições</p><p>federais;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>51</p><p>II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,</p><p>respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública</p><p>Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;</p><p>III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em</p><p>jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o</p><p>serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração,</p><p>conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a</p><p>área de competição.</p><p>§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados</p><p>poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.</p><p>DICA!</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>Não é o texto todo do edital que deve ser publicado, mas apenas o aviso contendo</p><p>o seu resumo. Não existe exigência de publicação da carta-convite, pois esta é enviada</p><p>diretamente aos licitantes convidados e é disponibilizada em local apropriado para que</p><p>outros licitantes possam manifestar o interesse em participar do certame (art. 22, § 3º).</p><p>A Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação – LAI) exige que os editas e demais</p><p>informações sobre procedimentos licitatórios sejam divulgados, independentemente de</p><p>requerimentos, em local de fácil acesso, incluindo a internet (LAI, art. 8º, IV).</p><p>A exigência de publicação em jornal impresso chegou a ser revogada pela MP</p><p>896/2019. Contudo, essa MP teve a vigência encerrada e não foi convertida em lei. Dessa</p><p>forma, voltou a existir a obrigatoriedade de publicação em jornal impresso.</p><p>a) concurso;</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>52</p><p>b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de</p><p>empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e</p><p>preço";</p><p>II - trinta dias para:</p><p>a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;</p><p>b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e</p><p>preço";</p><p>III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea</p><p>"b" do inciso anterior, ou leilão; IV - cinco dias úteis para convite.</p><p>§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da</p><p>última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva</p><p>disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que</p><p>ocorrer mais tarde.</p><p>§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se</p><p>deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,</p><p>inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>53</p><p>Art. 22. São modalidades de licitação:</p><p>I - concorrência;</p><p>II - tomada de preços; I</p><p>II - convite;</p><p>IV - concurso;</p><p>V - leilão.</p><p>§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase</p><p>inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de</p><p>qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.</p><p>§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente</p><p>cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o</p><p>terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária</p><p>qualificação.</p><p>§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu</p><p>objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela</p><p>unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento</p><p>convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade</p><p>que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da</p><p>apresentação das propostas.</p><p>§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha</p><p>de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou</p><p>remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na</p><p>imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.</p><p>§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de</p><p>bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou</p><p>penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o</p><p>maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>54</p><p>FIQUE ATENTO!</p><p>Modalidade é o procedimento, ou seja, a forma da organização das fases da licitação</p><p>pública.</p><p>▪ A concorrência, a tomada de preços e o convite são modalidades que, em regra, são</p><p>definidas conforme o valor estimado da contratação.</p><p>▪ O concurso e o leilão, por outro lado, são definidos conforme o objetivo da contratação:</p><p>▪ O concurso tem o objetivo de selecionar trabalho técnico, científico ou artístico,</p><p>situação em que o julgamento será marcado por uma “leve” subjetividade;</p><p>▪ O leilão tem o objetivo de alienar (vender) bens.</p><p>Além dessas modalidades, existem outras que não constam na Lei 8.666/93, quais</p><p>sejam:</p><p>▪ Pregão (Lei 10.520/2002) – contratação de bens ou serviços comuns;</p><p>▪ Consulta (Lei 9.472/1997) – modalidade aplicável apenas às agências reguladoras;</p><p>▪ Regime diferenciado de contratações públicas (RDC) (Lei 12.462/2011) – inicialmente,</p><p>foi implementado para as contratações de infraestrutura dos grandes eventos</p><p>esportivos (Olímpiadas, Copa do Mundo, etc.), depois acabou sendo ampliado para</p><p>diversos tipos de contratações, como as obras do SUS, construção de estabelecimentos</p><p>penais, ações de segurança pública, obras nos sistemas públicos de ensino, etc. Nem</p><p>todo autor considera o RDC como uma modalidade, já que, na verdade, ele prevê vários</p><p>procedimentos distintos para contratação. Nós optamos, todavia, por considerá-lo</p><p>como modalidade, já que prevê um procedimento distinto daquele previsto na Lei de</p><p>Licitações.</p><p>NOVIDADE!</p><p>▪ Durante o período de calamidade pública, decorrente da Pandemia da Covid-19, a MP</p><p>961/2020 autorizou a utilização do RDC em qualquer tipo de contratação. Assim,</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>55</p><p>qualquer órgão e entidade pode substituir as regras da Lei 8.666/1993 pelo RDC, não</p><p>importa qual seja o objeto da licitação (quaisquer obras, serviços, compras, alienações e</p><p>locações).</p><p>▪ Essa disposição da MP, porém, é temporária e não modificou expressamente a</p><p>redação da Lei 12.462/2011 (Lei do RDC). Por isso, para fins de concursos, ainda vale a</p><p>regra de que o RDC se aplica a situações específicas (exceto se a pergunta for realizada</p><p>no contexto da calamidade pública da Covid-19).</p><p>▪ Além das modalidades de licitação, existem “procedimentos competitivos” utilizados</p><p>pelo poder público para selecionar entidades privadas, sem fins lucrativos, para firmar</p><p>parcerias com o Estado. Usualmente, esse tipo de procedimento é conhecido como</p><p>chamamento público.</p><p>▪ No nosso ponto de vista, o chamamento público não é uma modalidade de licitação,</p><p>uma vez que ele não é um procedimento que precede os contratos administrativos. O</p><p>objeto do chamamento é selecionar uma entidade para firmar uma parceria, por</p><p>intermédio de convênio, termo de parceria, termo de colaboração, termo de fomento,</p><p>etc.</p><p>▪ Exemplo: a Lei 13.019/2014 exige que os “termos de parceria” e os “termos de</p><p>fomento” sejam precedidos de chamamento público, definido, na própria Lei, como:</p><p>“procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar</p><p>parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a</p><p>observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da</p><p>moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao</p><p>instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”</p><p>(L13.019/14, art. 2º, XII).</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>56</p><p>MODALIDES</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>CONCORRÊNCIA</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>57</p><p>TOMADA DE PREÇOS</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>CONVITE</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-esquematizada.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>58</p><p>§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis</p><p>interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é</p><p>obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem</p><p>cadastrados não convidados nas últimas licitações.</p><p>§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for</p><p>impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo,</p><p>essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de</p><p>repetição do convite.</p><p>§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas</p><p>neste artigo.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>59</p><p>UNIDADE IV</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>60</p><p>CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA E</p><p>REGISTROS PÚBLICOS</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>Nesta Unidade, você será capaz de:</p><p>✔ Analisar e Distinguir as situações onde a Administração Pública poderá não</p><p>realizar os procedimentos.</p><p>✔ Entender quais os procedimentos serão destinados às licitações e evidenciar a</p><p>conceituação de Dispensa.</p><p>✔ Compreender as tipologias das licitações e Inexigibilidade de Licitação.</p><p>✔ Analisar e identificar os tipos de licitações públicas que são autorizados na</p><p>legislação vigente e verificar em qual tipo poderá ser empregada.</p><p>4.1 INTRODUÇÃO</p><p>Esta unidade é elaborada com o intuito de levar a você o que ocorre após o</p><p>encerramento de uma licitação, e sua natural consequência: a contratação do vencedor.</p><p>Portanto serão estudados os contratos administrativos e suas principais</p><p>características. Também serão vistos o que são e como são feitos os convênios públicos.</p><p>Também, será objeto de nosso estudo os Registros Cadastrais, ou seja, como deve a</p><p>Administração Pública proceder, uma vez que realiza habitualmente licitações. Veremos</p><p>como funcionam esses cadastros e o</p><p>que vem a ser o CRC – Cadastro Geral de</p><p>Fornecedores.</p><p>Por fim, será estudada a Parceria Público-Privada, que é uma forma diferenciada</p><p>de contratação, onde a iniciativa privada assume uma tarefa que normalmente é</p><p>destinada ao Estado, como por exemplo, a manutenção de uma estrada. Neste tópico,</p><p>serão estudados os Contratos Administrativos e os Contratos da Administração Pública.</p><p>Ambas as espécies diferem não só na nomenclatura, mas também nas regras e objetivos.</p><p>Serão abordadas todas as etapas desses contratos, especificando como são celebrados</p><p>com a Administração Pública, seu desenvolvimento, e por fim, seu encerramento.</p><p>Este encerramento pode ser natural, ou seja, pela entrega do bem ou término de</p><p>uma obra, bem como forçado, quando a administração encerrará as relações com o</p><p>particular, normalmente quando este não cumpre sua parte no pactuado, ou outras vezes</p><p>por interesse público. Faremos uma breve introdução de como os contratos são</p><p>efetuados quando a Administração Pública se encontra como agente passivo</p><p>(contratada), ou como agente ativo (contratante).</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>61</p><p>4.2 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>Inicialmente registramos que o contrato administrativo é regido pela Lei Federal</p><p>n° 8.666/93, a qual trata-se de norma geral e abstrata, e de competência da União.</p><p>Contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da</p><p>Administração Pública e particulares, em que há um acordo de vontade para a formação</p><p>de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas.</p><p>Subordinam-se ao regime do contrato administrativo imposto pela Lei n°</p><p>8.666/93, além dos órgãos da Administração direta, os fundos especiais, as autarquias,</p><p>as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e</p><p>demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pela União, pelos Estados,</p><p>Distrito Federal e Municípios (artigo 1°, parágrafo único).</p><p>Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua</p><p>execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e</p><p>responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da</p><p>proposta a que se vinculam.</p><p>A Administração Pública, através de seus agentes, para desempenhar as</p><p>atividades administrativas e satisfazer os interesses públicos necessita de bens e</p><p>serviços e, em certos casos, atribuir algum direito seu a particulares como é o caso da</p><p>necessidade de comprar equipamentos, realizar obras, locar imóveis e tantas outras, o</p><p>que obriga da Administração a firmar contratos.</p><p>Isto vale dizer que, quando o Estado escolhe fornecer bens ou serviços através de</p><p>terceiros, do próprio administrado, utiliza um instrumento idôneo para tal fim que é o</p><p>contrato, que é, em regra geral, instituto do direito privado, definido como um acordo de</p><p>vontades, firmado livremente entre as partes contratantes com a finalidade de criar</p><p>obrigações e direitos recíprocos, a princípio, um negócio jurídico bilateral (que possui</p><p>duas partes – contratante e contratado) e comutativo (cria obrigações recíprocas entre</p><p>os contratantes).</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>62</p><p>CARACTERÍSTICAS GERAIS</p><p>FONTE: .</p><p>O contrato administrativo tem as seguintes características: formal, oneroso,</p><p>comutativo e intuitu personae. É formal porque deve ser formulado por escrito e nos</p><p>termos previstos em lei. Oneroso porque há remuneração relativa contraprestação do</p><p>objeto do contrato. Comutativo porque são as partes do contrato compensadas</p><p>reciprocamente. Intuitu personae consiste na exigência para execução do objeto pelo</p><p>próprio contratado.</p><p>Vejamos melhor algumas das características dos contratos administrativos:</p><p>• Formalismo: diferente da esfera privada, os contratos administrativos por terem</p><p>em vista a gestão da “coisa pública”, não é suficiente o consenso entre as partes,</p><p>sendo necessária a observação de determinados requisitos externos e internos e</p><p>certas formalidades, como por exemplo, a forma escrita, como regra geral a</p><p>proibição de contratos verbais, prazo determinado etc.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>63</p><p>• Comutatividade: os contratos administrativos são sinalagmáticos, ou seja, são</p><p>firmados com equivalência entre as obrigações, previamente ajustadas e</p><p>conhecidas o que gera direito e obrigações para ambas as partes.</p><p>• Confiança recíproca: o contratado é, em tese, aquele que, em condições de</p><p>igualdade, melhor comprovou condições de contratar com a Administração, sendo</p><p>este o fato que conduz, por exemplo, a somente ser permitida a subcontratação de</p><p>obra, serviço ou fornecimento até o limite consentido, sem prejuízo de sua</p><p>responsabilidade legal e contratual.</p><p>• Bilateralidade: o contrato administrativo deve sempre traduzir obrigações para</p><p>ambas as partes.</p><p>• Equação ou equilíbrio econômico-financeiro: há uma relação inicialmente</p><p>estabelecida de exigências/encargos do contratado e a adequada e justa</p><p>remuneração pela Administração do objeto contratado. Em situações de não</p><p>manutenção da execução do contrato, no todo ou em parte, o contratado virá a</p><p>sofrer uma indevida redução dos lucros normais do empreendimento. Se a</p><p>Administração alterar unilateralmente o contrato, por exemplo, o contratado tem</p><p>direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro estabelecido</p><p>originariamente. A principal consequência da equação ou equilíbrio</p><p>econômicofinanceiro do contrato administrativo é a de fornecer às partes</p><p>possibilidade de restabelecê-lo sempre que, de alguma maneira mais profunda, ele</p><p>for rompido ou se impossível restabelecê-lo, motivar a própria rescisão do</p><p>contrato.</p><p>DICA!</p><p>• Enquanto a poder público busca satisfazer uma utilidade pública, o particular</p><p>procura o lucro. A Administração deve atuar em seus contratos com absoluta lisura e</p><p>respeito total aos interesses econômicos legítimos de seu contratante, uma vez que não</p><p>pode minimizá-los em ordem a colher benefícios econômicos suplementares ao previsto</p><p>e sugados em detrimento da outra parte.</p><p>• Reajustamento de preços e tarifas: com o fim de evitar o rompimento do</p><p>contrato por oscilação do mercado, desvalorização da moeda ou aumento geral dos</p><p>salários, ou qualquer outro fator durante o período de execução do contrato que poderia</p><p>romper o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, as partes realizam um ajuste nos</p><p>contratos administrativos, a fim de não haver prejuízo no que diz respeito à relação</p><p>encargo-remuneração, a Administração pode fazer aumento do preço, unitário ou global,</p><p>previsto no início do contrato para remunerar obra, serviço ou fornecimento, ou da tarifa</p><p>estabelecida inicialmente para pagamento de serviços públicos ou de utilidade pública,</p><p>prestados por particulares. A intenção é garantir com prudência a equação econômico-</p><p>financeira do contrato que deve estar explicitada já no acordo de vontades. A intenção,</p><p>em síntese, é a de buscar equivalência real entre as prestações e o preço.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>64</p><p>• Onerosidade: em geral, os contratos administrativos possuem objeto</p><p>quantificável financeiramente, mesmo que sejam valores reduzidos.</p><p>• Comutatividade: as partes contratantes possuem obrigações equivalentes e</p><p>previamente estabelecidas, destacadamente financeira. Trata-se de princípio</p><p>constitucional do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, previsto no Art. 37, XXI,</p><p>da CF que determina: “cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas</p><p>as condições efetivas da proposta, nos termos da lei”. Portanto, o ajuste financeiro inicial</p><p>deve ser preservado mesmo quando ocorre decurso do tempo ou fatos extraordinários</p><p>não imputáveis ao contratado.</p><p>• Personalíssimo (intuitu personae): os contratos administrativos são firmados</p><p>especificamente com o particular escolhido pela Administração Pública através de</p><p>procedimento licitatório, como adiante será melhor</p><p>estudado, ou de procedimento de</p><p>contratação direta. Por essa razão, a natureza dos contratos administrativos é intuito</p><p>personae, admitindo-se apenas a subcontratação em casos restritos e legalmente</p><p>permitidos.</p><p>O QUE É</p><p>INTUITO</p><p>PERSONAE?</p><p>Trata-se de uma das características dos</p><p>contratos administrativos e significa que o contrato é</p><p>estabelecido de acordo com as características</p><p>pessoais e relevantes do contratado. É a pessoalidade</p><p>dos contratos administrativos, devendo ser executado</p><p>pessoalmente pelo contratado. Exemplo do uso da</p><p>palavra Intuito personae: o contratado foi selecionado</p><p>no processo licitatório e foi escolhido aquele que</p><p>melhor se encaixava na necessidade da Administração</p><p>Pública. Sua morte ou, no caso de empresas, extinção,</p><p>é motivo para rescisão do contrato, conforme previsão</p><p>do Artigo 78 da Lei nº 8.666/93. Em regra, não é</p><p>permitida a subcontratação pelo contratado, sendo</p><p>esta, também motivo para rescisão contratual.</p><p>FONTE:https://www.dicionarioinformal.com.br/significado/intuito%20personae/12010/.</p><p>CLÁUSULAS EXORBITANTES</p><p>Apresentadas as características do contrato administrativo, podemos notar que</p><p>sua estrutura é semelhante ao contrato regido pelo Direito Privado, cuja teoria geral dos</p><p>contratos aplica-se subsidiariamente aos contratos administrativos. Hely Lopes</p><p>Meirelles, ensina que: “A instituição do contrato é típica do Direito privado, baseada na</p><p>autonomia da vontade e na igualdade jurídica dos contratantes, mas é utilizada pela</p><p>Administração Pública, na sua pureza originária (contratos privados realizados pela</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>65</p><p>Administração) ou com as adaptações necessárias aos negócios públicos (contratos</p><p>administrativos propriamente ditos).</p><p>Daí por que os princípios gerais dos contratos tanto se aplicam aos contratos</p><p>privados (civis e comerciais) quanto aos contratos públicos, dos quais são espécies os</p><p>contratos administrativos, os convênios e consórcios executivos e os acordos</p><p>internacionais”.</p><p>Todavia, o que distingue o contrato administrativo do privado é a supremacia do</p><p>interesse público sobre o particular, que permite ao Estado certos benefícios sobre o</p><p>particular que não existe no contrato privado. Estes benefícios ou peculiaridades são</p><p>denominados pela doutrina de cláusulas exorbitantes e são previstas nos contratos</p><p>administrativos de forma explícita ou implícita. Vejamos então as principais cláusulas</p><p>exorbitantes.</p><p>Os contratos, compreendidos como acordo de vontade entre contratantes,</p><p>devem expressar tal acordo nas cláusulas que formam o corpo do contrato. Em geral, as</p><p>cláusulas estabelecem o objeto contratual, valor do contrato, condições, prazos e</p><p>condições de pagamento, direitos e obrigações dos contratantes, multa em caso de</p><p>descumprimento etc. Estas são as cláusulas tradicionais. Entretanto, os contratos</p><p>administrativos possuem cláusulas específicas, dentre as quais um conjunto de</p><p>cláusulas que, por suas características e natureza são chamadas de cláusulas</p><p>exorbitantes.</p><p>Cláusulas exorbitantes, também denominadas de cláusulas de privilégio, são as</p><p>prerrogativas especiais conferidas à Administração Pública na relação contratual</p><p>conferindo-lhe supremacia em relação à parte contratada. Tais cláusulas exorbitantes</p><p>constituem princípios de direito público que atualmente adquirem a denominação de</p><p>“prerrogativas” e são aplicáveis basicamente aos contratos administrativos e colocam a</p><p>Administração em posição de supremacia sobre o contratado. São cláusulas que não</p><p>seriam comuns ou até mesmo seriam ilícitas em contrato celebrado entre particulares,</p><p>em virtude de conferirem prerrogativas a uma das partes em relação à outra.</p><p>Enquanto nos contratos de direito privado existe um nivelamento entre as partes,</p><p>nos contratos administrativos, por haver um fim público a ser alcançado e a participação</p><p>da Administração na relação jurídica, se reconhece certa desigualdade entre as partes</p><p>contratantes e, assim, a Administração possui posição de supremacia em relação ao</p><p>contratado.</p><p>É necessário observar que as cláusulas exorbitantes, em relação aos contratos</p><p>administrativos, são absolutamente lícitas, uma vez que decorrem da lei ou dos</p><p>princípios que regem a atividade administrativa, já que visam estabelecer uma</p><p>prerrogativa em favor de uma das partes para o atendimento do interesse público, que,</p><p>como estudado, se sobrepõe sempre aos interesses particulares.</p><p>Tais prerrogativas deixam o contrato à mercê de uma das partes, a Administração</p><p>Pública, tanto no que diz respeito à continuidade quanto, dentro de certos limites, às</p><p>condições da prestação devida pelo particular, e aí está a razão pela qual tais contratos</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>66</p><p>invertem profundamente a noção de contrato comum na teoria geral do direito,</p><p>particularmente, no âmbito do direito civil.</p><p>No entanto, as cláusulas exorbitantes não significam uma destruição ou</p><p>minimização dos interesses do contratado no objeto de sua pretensão contratual. É-lhe</p><p>devida integral proteção no que concerne às aspirações econômicas que determinaram</p><p>seu ingresso no vínculo e se sustentaram, de direito, por ocasião do ajuste, conforme os</p><p>termos estipulados. A desigualdade na relação é equilibrada com o resguardo do objetivo</p><p>de lucro buscado pelo contratante particular.</p><p>FONTE:https://liciniarossi.com.br/mapas-mentais/contratos-administrativos-clausulas-exobrbitantes/</p><p>Na sequência vamos estudar melhor algumas das principais cláusulas</p><p>exorbitantes no Direito Administrativo brasileiro. Vejamos então as principais cláusulas</p><p>exorbitantes.</p><p>https://liciniarossi.com.br/mapas-mentais/contratos-administrativos-clausulas-exobrbitantes/</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>67</p><p>4.3 CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Alteração Unilateral do Contrato</p><p>Os contratos administrativos poderão ser alterados unilateralmente, com as</p><p>devidas justificativas da Administração Pública. Cumpre esclarecer que a alteração</p><p>unilateral limita-se ao objeto e às cláusulas regulamentares, significando o modo de sua</p><p>execução do contrato administrativo. O artigo 65 da Lei n° 8.666/93 traz um rol dos</p><p>motivos sujeitos a alteração unilateral. Assim, o particular que contrata com o Estado</p><p>não possuirá direitos imutáveis no que se refere ao objeto e às cláusulas regulamentares.</p><p>Todavia, toda e qualquer alteração unilateral do contrato deve conservar o</p><p>equilíbrio financeiro inicial, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado. O contratado</p><p>fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou</p><p>supressões que se fizeram nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por</p><p>cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício</p><p>ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos</p><p>(artigo 65, § 1° e § 2°). Esclarecemos que nenhum acréscimo ou supressão poderá</p><p>exceder estes limites, sob pena de nulidade do ato administrativo.</p><p>A alteração unilateral encontra previsão, genericamente, no Artigo 58, inciso I, da</p><p>Lei nº 8.666/1993 (BRASIL, 1993), para possibilitar a melhor adequação às finalidades de</p><p>interesse público. Já o Artigo 65, inciso I, prescreve a possibilidade de alteração</p><p>unilateral nos seguintes casos:</p><p>• quando houver modificação do projeto ou das especificações, para a melhor</p><p>adequação técnica aos seus objetivos;</p><p>• quando for necessária a modificação do valor contratual em consequência de</p><p>acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, não podendo exceder 25%</p><p>do valor inicial do contrato no caso de obras, serviços e compras, e de 50% no</p><p>caso de acréscimo de reformas de edifício ou equipamentos (DI PIETRO, 2020,</p><p>p. 316).</p><p>FONTE: Adaptado de</p><p>a</p><p>Administração Pública alterar o projeto ou suas especificações, sob pena de burla ao</p><p>instituto da licitação. Tais modificações só se justificam por circunstâncias específicas,</p><p>quando eventos supervenientes, fatores invulgares, anômalos, desconcertantes de sua</p><p>previsão inicial, tornam impossível ou pouco provável alcançável o bom cumprimento do</p><p>objetivo que o justifica, sua razão de ser, sentido, salvo para atendimento do interesse</p><p>público, lhe promovam e/ou justifiquem alterações.</p><p>Se por um lado à Administração possui o direito de alterar o contrato de forma</p><p>unilateral, por outro o contratado possui direito à manutenção do equilíbrio econômico-</p><p>financeiro do contrato, lembrando que deve ser sempre considerada relação firmada no</p><p>momento da celebração contratual, qual seja, o encargo assumido pelo contratado e a</p><p>prestação pecuniária assegurada pela Administração Pública.</p><p>Equilíbrio Financeiro</p><p>Equilíbrio financeiro é a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os</p><p>encargos do contratado e a atribuição da Administração para a justa remuneração pela</p><p>execução do objeto do contrato. Em outras palavras, equilíbrio financeiro objetiva a</p><p>manutenção do equilíbrio econômico inicialmente assumido no contrato, na hipótese de</p><p>sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis,</p><p>retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior</p><p>ou caso fortuito (artigo 65, § 6°).</p><p>Havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do</p><p>contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio</p><p>econômico-financeiro inicial, mesmo que a alteração atinja somente o objeto do</p><p>contrato.</p><p>Reajustamento de Preços</p><p>Reajustamento de preços é o aumento do valor pactuado no contrato e previsto</p><p>no edital de licitação, que visa compensar perda decorrente da desvalorização da moeda</p><p>ou da elevação dos custos relativos ao objeto. O índice de reajuste de preço deve ser</p><p>previsto no edital e no contrato de licitação, sob pena de não alterar esta cláusula até o</p><p>seu término, pois não trata de faculdade da Administração e sim de acordo contratual</p><p>que deve ser observado e aplicado quando de sua aquisição. O reajustamento de preços</p><p>decorre de hipótese de fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências</p><p>incalculáveis, como, por exemplo, a desvalorização da moeda ou o aumento real dos</p><p>custos.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>69</p><p>Exceção de Contrato não Cumprido</p><p>A exceção de contrato não cumprido – exceptio non adimpleti contractus –</p><p>impede ao contratado cessar a execução do objeto contratual por inadimplência do</p><p>Estado. O contrato de Direito Privado permite ao contratado a paralisação da execução</p><p>do objeto por inadimplência do contratante, fato este que o distingue do contrato</p><p>administrativo porque sempre há, no seu objeto, um serviço de natureza pública</p><p>outorgada a um terceiro a sua execução.</p><p>Assim, em face do princípio da continuidade dos serviços públicos, não permite</p><p>sua paralisação pelo contratado. Caso haja prejuízos pela inadimplência do Estado, será</p><p>o contratado indenizado, se comprovados. O que não se permite é a suspensão da</p><p>execução dos serviços decorrentes de fatos menores e suportados pelo contratado.</p><p>O atraso superior a 90(noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração</p><p>decorrentes de obras, sérvios ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou</p><p>executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna</p><p>ou guerra, faculta ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de</p><p>suas obrigações até que seja normalizada a situação (artigo 78, XV).</p><p>Controle do Contrato</p><p>O controle ou fiscalização do contrato compete à Administração e, segundo Hely</p><p>Lopes Meirelles, consiste em supervisionar, acompanhar, fiscalizar e intervir na</p><p>execução do contrato para garantir o seu fiel cumprimento por parte do contratado</p><p>(artigo 58, III).</p><p>Exigências de Garantia</p><p>Poderá a Administração, se prevista no edital de licitação, exigir prestação de</p><p>garantia nas contratações de obras, serviços e compras (artigo 56). As modalidades de</p><p>garantias apresentadas pela Lei de Licitação são caução em dinheiro ou títulos da dívida</p><p>pública, seguro-garantia e fiança bancária. Faculta ao contratado optar por quaisquer</p><p>destas modalidades (§ 1°).</p><p>A garantia não excederá a 5% (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu</p><p>valor atualizado nas mesmas condições daquele (§ 2°). Todavia, se o contrato tiver como</p><p>objeto obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, envolvendo alta complexidade</p><p>técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer</p><p>tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia poderá ser</p><p>elevado para até 10 % (dez por cento) do valor do contrato (§ 3°).</p><p>Será a garantia prestada pelo contratado restituída após a execução do contrato,</p><p>e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente (§ 4°).</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>70</p><p>4.4 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>a) Contrato de Obra Pública: trata-se do ajuste levado a efeito pela administração</p><p>pública com um particular, que tem por objeto a construção, a reforma, fabricação,</p><p>recuperação ou ampliação referentes a imóvel público ou destinados a fins públicos</p><p>(ART. 6º , I). Pode ser Direta (própria Administração realiza) ou Indireta (particular realiza).</p><p>Tais contratos devem ser efetuados com base no projeto básico, projeto executivo e</p><p>execução só podem ser realizados com profissionais ou empresa de engenharia,</p><p>registrados no CREA.</p><p>Se for realização da obra pública for indireta, pelo particular, será através de</p><p>Empreitada, que pode ser por preço global, preço unitário, tarefa, integral, atribui-se ao</p><p>particular a execução da obra mediante remuneração previamente ajustada.</p><p>b) Contrato de Serviço: Trata-se de acordo celebrado pela Administração Pública</p><p>com certo particular, sendo atividade para obter determinada utilidade de interesse para</p><p>administração. São serviços de demolição, conserto, instalação, montagem, operação,</p><p>conservação, reparação, manutenção, transporte, etc. A doutrina distingue os serviços</p><p>em a) comuns – não é exigida habilitação especifica (limpeza); b) Técnico –</p><p>profissionais – exige habilitação especifica (manut. Elevador); c) Técnico</p><p>profissionais especializados – execução por profissional habilitado e notória</p><p>especialização (art. 13).</p><p>c) Contrato de Fornecimento/Compras: E o acordo através do qual a</p><p>Administração Pública adquire, por compra, coisas móveis de certo particular, com</p><p>quem celebra o ajuste. O contrato de fornecimento é denominado pela Lei contrato de</p><p>compra e definido, em seu art. 6º, III, como toda aquisição remunerada de bens para</p><p>fornecimento de uma só vez ou parceladamente. É o contrato administrativo por meio</p><p>do qual a Administração adquire coisas móveis, como material hospitalar, material</p><p>escolar, equipamentos, gêneros alimentícios, necessárias à realização e à manutenção</p><p>de seus serviços.</p><p>O contrato pode ser de fornecimento integral, assemelhado à compra e venda, em</p><p>que a coisa é entregue de uma só vez na sua totalidade; de fornecimento parcelado, em</p><p>que a quantidade a ser entregue é certa e determinada; e de fornecimento contínuo, em</p><p>que a entrega é sucessiva e prolonga-se no tempo pelo período estipulado como de</p><p>duração do contrato.</p><p>d) Contrato de Concessão e Permissão: Conforme art. 175 da CF/88, compete ao</p><p>poder Público, diretamente ou sob o regime de concessão e permissão, sempre através</p><p>de licitação, a prestação de serviços públicos. HELY LOPES MEIRELLES define o</p><p>contrato de concessão como o ajuste pelo qual a Administração delega ao particular a</p><p>execução remunerada de serviço ou de obra pública ou lhe cede o uso de um bem público</p><p>(concessão de uso de bem público), para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo</p><p>e nas condições legais e contratuais. Pode ser:</p><p>d.1</p><p>- Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo</p><p>poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>71</p><p>ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua</p><p>conta e risco e por prazo determinado, sendo remunerado através de Tarifa, que deve se</p><p>módica. Ex: serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, Telefonia.</p><p>d.2 - Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a</p><p>construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de</p><p>quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante</p><p>licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas</p><p>que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o</p><p>investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração</p><p>do serviço ou da obra por prazo determinado (Ex. Construção de estrada com</p><p>remuneração propiciada pelo pedágio).</p><p>d.3 – Concessão de uso de bem público – Administração consente que particular</p><p>tenha uso privativo de bem público, exigindo remuneração (ou não) do concessionário.</p><p>Ex: espaço em mercado municipal.</p><p>d.4 – Permissão de Serviço Público – “é, tradicionalmente, considerada ato</p><p>unilateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público transfere a outrem a</p><p>execução de um serviço público, para que o exerça sem eu próprio nome e por sua conta</p><p>e risco, mediante tarifa paga pelo usuário. (MARIA SYLVIA DI PIETRO) EX: Táxi, ônibus,</p><p>Casa Lotérica.</p><p>g) Contratos de Consórcios Administrativos: Regulado pela Lei 11.107/05, para se</p><p>celebrar o consórcio público, deve os municípios celebrarem contrato administrativo</p><p>entre os mesmos (contrato de gestão).</p><p>h) Termo de Parceria – disciplinada pela Lei Federal nº. 9.790/99, é o instrumento</p><p>celebrado entre Poder Público e Fundações/Institutos, para a realização de parcerias</p><p>unicamente entre os mesmos para o fomento e execução de projetos visando o interesse</p><p>público. Em outras palavras, o Termo de Parceria consolida um acordo de cooperação</p><p>entre as partes e constitui uma alternativa ao convênio para a realização de projetos</p><p>entre Fundações/Institutos e órgãos das três esferas de governo, dispondo de</p><p>procedimentos mais simples do que aqueles utilizados para a celebração de um</p><p>convênio.</p><p>i) Alienações e Locações - “em nosso entender , as alienações da administração</p><p>são perpetradas por contratos privados, (compra e venda, doação, permuta, dação em</p><p>pagamento), exigindo-se , em regra, autorização legislativa e licitação.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>72</p><p>DETALHES</p><p>Contrato de Concessão de Serviço</p><p>Público - o Poder Público transfere a</p><p>execução de um serviço público a</p><p>particular, que terá a sua</p><p>remuneração através de tarifa</p><p>cobrada dos usuários.</p><p>✔ Contrato de Concessão de Obra Pública</p><p>- é delegada a um particular a execução e</p><p>exploração de obra pública para o uso da</p><p>coletividade, mediante remuneração ao</p><p>concessionário.</p><p>Contrato de Concessão de Uso de</p><p>Bem Público - o Poder Público</p><p>outorga a particular a faculdade de</p><p>utilizar um bem da administração</p><p>para uma destinação específica, que</p><p>pode ser gratuita ou onerosa (paga).</p><p>Esta se divide em:</p><p>✔ Concessão Administrativa de Uso ou</p><p>Concessão Comum de Uso: para exploração</p><p>de um bem público conforme sua finalidade.</p><p>Exemplo: concessão de um quiosque</p><p>estabelecido em área pública; e</p><p>✔ Concessão de Direito Real de Uso: o</p><p>cessionário tem direito de uso real do imóvel;</p><p>normalmente concede o direito de uso de</p><p>imóvel público como moradia. Exemplo:</p><p>contrato de locação de um bem imóvel de</p><p>propriedade da Administração Pública a um</p><p>particular.</p><p>4.5 PRORROGAÇÃO, RENOVAÇÃO, INEXECUÇÃO E EXTINÇÃO DOS</p><p>CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO</p><p>É estabelecida nos arts. 60 /62 da Lei licitatória, sendo que esta exige a</p><p>formalização do contrato por meio de instrumento próprio, e a publicação do extrato</p><p>(resumo) do contrato no Diário Oficial do Órgão licitante, até vinte dias após</p><p>providenciada. Não é necessária a publicação de todo o contrato, mas somente dos</p><p>elementos essenciais à sua identificação.</p><p>Os contratos administrativos têm que ser precedidos por Licitação, salvo nos</p><p>casos de INEXEGIBILIDADE e DISPENSA.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>73</p><p>a) Instrumento Contratual: lavram-se nas próprias repartições interessadas;</p><p>- Exige-se Escritura Pública quando tenham por objeto direito real sobre imóveis</p><p>- O contrato verbal constitui exceção, pois os negócios administrativos</p><p>dependem de comprovação documental e registro nos órgãos de controle interno.</p><p>- A ausência de contrato escrito e requisitos essenciais e outros defeitos de</p><p>forma podem viciar as manifestações de vontade das partes e com isto acarretar a</p><p>ANULAÇÃO do contrato.</p><p>b) Conteúdo: é a vontade das partes expressa no momento de sua formalização</p><p>- Surge então a necessidade de cláusulas necessárias, que fixem com fidelidade</p><p>o objeto do ajuste e definam os direitos e obrigações, encargos e responsabilidades.</p><p>- Não se admite, em seu conteúdo, cláusulas que concedam maiores vantagens</p><p>ao contratado, e que sejam prejudiciais à Administração Pública.</p><p>- Integram o Contrato: o Edital, o projeto, o memorial, cálculos, planilhas, etc.</p><p>CLÁUSULAS ESSENCIAIS</p><p>Estão previstas no art. 55 da Lei nº. 8.666/93, entre outras,</p><p>a) o objeto e seus elementos característicos;</p><p>b) o regime de execução ou a forma de fornecimento; o preço e as condições de</p><p>pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os</p><p>critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do</p><p>efetivo pagamento;</p><p>c) os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de</p><p>observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;</p><p>d) o crédito pelo qual correrá a despesa,</p><p>e) as garantias oferecidas;</p><p>f) os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os</p><p>valores das multas; g) casos de rescisão.</p><p>h) vinculação ao edital, entre outras.</p><p>PRAZO</p><p>É todo contrato administrativo deve ser pactuado com prazo determinado, a lei</p><p>expressamente veda a contratação por prazo indeterminado. O art. 57 da Lei 8666</p><p>determina que a vigência dos contratos fica vinculada à existência dos respectivos</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>74</p><p>créditos orçamentários, portanto, vigoram até o final do exercício financeiro em que</p><p>foram instituído, ou seja, pelo período de um ano. Há na lei as seguintes exceções à</p><p>obrigatória vigência de um ano:</p><p>1) contratos celebrados até o último quadrimestre do ano vigoram até o exercício</p><p>financeiro seguinte;</p><p>2) contratos que contemplam projetos previstos no plano plurianual de governo;</p><p>3) contratos que tenham por objeto prestação de serviços contínuos, ou seja, de</p><p>execução continuada, que podem durar por até 60 meses;</p><p>4) contratos que tenham por objeto a locação de equipamentos e utilização de</p><p>programas de informática, até 48 meses.</p><p>PRORROGAÇÃO E RENOVAÇÃO DO CONTRATO</p><p>É “Prorrogação do Contrato é o fato que permite a continuidade do que foi</p><p>pactuado além do prazo estabelecido, e por esse motivo pressupõe a permanência do</p><p>mesmo objeto contratado inicialmente. Observe-se, todavia, que apenas nas hipóteses</p><p>legais poderá o contrato ser prorrogado, porque a prorrogação não pode ser a regra, mas</p><p>sim a exceção. Se fosse livre a prorrogabilidade dos contratos, os princípios da igualdade</p><p>e da moralidade estariam irremediavelmente atingidos” (CARVALHO FILHO)</p><p>A possibilidade de prorrogação do contrato e do prazo para a execução está</p><p>prevista no art. 57 da Lei nº. 8666/93. Os contratos de prestação de serviço de forma</p><p>contínua podem ter sua duração prorrogada por sucessivos períodos iguais, com o</p><p>mesmo contratado e o mesmo objeto, se houver</p><p>cláusula prevendo essa possibilidade,</p><p>com o objetivo de obter preços e condições mais vantajosas para a Administração, no</p><p>limite máximo de sessenta meses, admitindo-se a prorrogação por mais doze meses, em</p><p>caráter excepcional. Somente se permite a prorrogação pelo mesmo prazo inicial do</p><p>contrato original. Exemplo: 12 + 12 + 12 + 12. Não é exigida licitação para a prorrogação do</p><p>contrato.</p><p>Nos demais casos, o prazo da execução do contrato pode ser prorrogado de</p><p>acordo com a previsão da lei, ou seja, desde que ocorram os motivos que ela elenca:</p><p>alteração do projeto e suas especificações pela Administração; superveniência de fato</p><p>excepcional ou imprevisível que altere as condições de execução; interrupção da</p><p>execução ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e interesse da Administração;</p><p>aumento de quantidades; impedimento da execução por fato ou ato de terceiro</p><p>reconhecido pela Administração; omissão ou atraso de providências pela</p><p>Administração.</p><p>A renovação em todo ou em parte do contrato é vedada e necessita de licitação,</p><p>dando oportunidade à concorrência. A recontratação somente é permitida nas hipóteses</p><p>de dispensa ou inexigibilidade de licitação.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>75</p><p>EXECUÇÃO DO CONTRATO</p><p>É todo contrato é firmado “intuitu personae”, ou seja, só poderá executá-lo aquele</p><p>que foi o ganhador da licitação, no entanto, nem sempre é personalíssimo, podendo</p><p>exigir a participação de diferentes técnicos e especialistas, sob sua inteira</p><p>responsabilidade. É o cumprimento de suas cláusulas firmadas no momento de sua</p><p>celebração; é cumpri-lo até seu termo, no seu objeto, nos seus prazos e nas suas</p><p>condições, com perfeição técnica e tudo o mais que for estabelecido. A execução deve</p><p>obedecer aos art. 66 a 76 da Lei 8.666/93.</p><p>Durante a execução do contrato, são gerados direitos e obrigações, tanto para a</p><p>Administração quanto para o contratante, tais como:</p><p>a) da Administração: exercer suas prerrogativas, pagar o preço, entregar o local,</p><p>designar servidor para acompanhar a execução e do contratado: receber seu preço,</p><p>executar o objeto com precisão, obedecer normas de direito público, bem como</p><p>encargos trabalhistas, fiscais, previdenciários (entre outros), designar empregado para</p><p>representa-lo na execução do contrato é Recebimento do objeto – a etapa final da</p><p>execução do contrato é a entrega e recebimento do objeto (art. 73) . Pode ser:</p><p>a) Provisório – efetuado em caráter experimental, para a verificação da perfeição</p><p>do objeto do contrato (90 dias art. 73, § 3º), e caso se observem falhas ou imperfeições, o</p><p>contratado fica obrigado a repará-las.</p><p>b) Definitivo – feito em caráter permanente, incorporando o objeto ao patrimônio</p><p>da Administração, mas não exclui a responsabilidade do contratado pela solidez ou</p><p>segurança da obra ou serviço, nem pela perfeita execução. O recebimento definitivo</p><p>pode ocorrer em termo circunstanciado ou por decurso do prazo do recebimento</p><p>provisório.</p><p>INEXECUÇÃO DO CONTRATO</p><p>É o descumprimento total ou parcial de suas cláusulas, com ou sem culpa da parte</p><p>inadimplente. Pode haver inexecução por parte da Administração e por parte do</p><p>contratado. Não constitui inexecução a alteração unilateral, nos limites fixados na lei.</p><p>Pode ser:</p><p>a) culposa – ocorre por imperícia, negligência, imprevidência ou imprudência da</p><p>parte, ensejando a aplicação das sanções legais.</p><p>b) sem culpa – ocorre quando atos fatos estranhos à conduta da parte impedem</p><p>a execução do contrato, nesse caso, não há responsabilização, pois há causas que a</p><p>justificam, não sofrendo penalidades, desde que ocorra e comprove as causas abaixo</p><p>relacionadas:</p><p>b.1) teoria da imprevisão – “Álea econômica, que dá lugar à aplicação da teoria da</p><p>imprevisão, é todo acontecimento externo ao contrato, estranho á vontade das partes,</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>76</p><p>imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande, tornando a execução</p><p>do contrato excessivamente onerosa para o contratado.” (MARIA SYLVIA DI PIETRO).</p><p>Na teoria da imprevisão, reconhece-se que a ocorrência de eventos novos, ou</p><p>seja, após a celebração do contrato, imprevistos e imprevisíveis pelas partes, nos quais</p><p>elas não tiveram participação, geralmente de ordem econômica, possam causar</p><p>desequilíbrio ou impeçam a execução do contrato. Autoriza a teoria da imprevisão a</p><p>revisão do contrato, para ajustá-lo a circunstâncias supervenientes.</p><p>Essa autorização decorre da álea econômica, extraordinária ou extracontratual,</p><p>que é todo acontecimento externo ao contrato, imprevisível e inevitável, estranho à</p><p>vontade das partes, causador de um grande desequilíbrio que torna onerosa a execução</p><p>do contrato. Não seria justo pedir à parte onerada que cumpra o contrato, por isso, a</p><p>outra parte participa também do acréscimo de encargos, restabelecendo o equilíbrio</p><p>econômico-financeiro para assegurar a continuidade da execução do contrato;</p><p>b.2) força maior e caso fortuito – são eventos humanos (força maior) ou da</p><p>natureza (caso fortuito), imprevisíveis e inevitáveis, que impedem a execução do</p><p>contrato, por criar ao contratado impossibilidade instransponível de realizá-lo, ou seja,</p><p>cria um absoluto impedimento à execução do contrato. Ex: Inundação (força maior) e</p><p>Inundação (caso fortuito).</p><p>b.3) fato do príncipe – também denominada “álea administrativa”, caracteriza-se</p><p>por uma norma geral do Poder Público, uma determinação estatal positiva ou negativa,</p><p>mas de conseqüências incalculáveis, que onera demasiadamente ou impede a execução</p><p>do contrato. Somente se configura se tiver origem na própria Administração Pública</p><p>contratante, ou seja, na mesma esfera: Município, Estado, União, se for de esfera</p><p>diferente, aplica-se a teoria da imprevisão. São medidas não relacionadas com o</p><p>contrato, mas que nele repercutem. Ex.: Medida Governamental que dificulte a</p><p>importação de matéria-prima necessária à execução do contrato</p><p>b.4) fato da Administração – relaciona-se diretamente com o contrato, é</p><p>qualquer conduta comissiva ou omissiva da Administração que, como parte contratual,</p><p>incidindo diretamente sobre o contrato administrativo, torne impossível a execução do</p><p>contrato, como por exemplo, quando a Administração não entrega adequadamente o</p><p>local da obra. É imprevisível e inevitável à outra parte, e onera a execução do contrato.</p><p>b.5) interferências imprevistas – são situações imprevistas que oneram, mas não</p><p>impedem a execução do contrato. Embora imprevistas, não são supervenientes ao</p><p>contrato, e sim antecedentes, mas permanecem desconhecidas até o momento da</p><p>execução do contrato. Exemplo: descoberta de terreno arenoso no momento da</p><p>execução da fundação de uma obra.</p><p>Caso a inexecução do contrato Administrativo seja culposa, não estando</p><p>amparada pelas hipóteses supra citadas, o Contratado pode sofres as seguintes</p><p>conseqüências pela Inexecução contratual:</p><p>· propicia sua rescisão – com base na Lei 8.666/93, art. 79, a inexecução é motivo</p><p>hábil a ensejar a rescisão do contrato.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>77</p><p>· acarreta para o inadimplente- conseqüência de Ordem Civil, com base na lei</p><p>civil, abrangendo lucros cessantes e dano emergente, multas moratórias ou</p><p>compensatórias previstas no contrato, além da conseqüência de Ordem Administrativa,</p><p>como aplicação de advertência, multa, interdição de atividade</p><p>· acarreta a suspensão provisória – quando fatos são de menor gravidade, fica a</p><p>empresa proibida de participar de licitações e/ou contratar coma Administração por um</p><p>lapso temporal, restrita apenas ao órgão que suspendeu. EX: entregou mercadorias com</p><p>atraso.</p><p>· e a declaração de inidoneidade para contratar com a Administração, quando a</p><p>empresa praticou fatos graves, estando impedida de contratar coma Administração</p><p>Geral, nos três âmbitos e todos os poderes. EX: Entregou mercadoria falsa, falsificou</p><p>documentos.</p><p>EXTINÇÃO DO CONTRATO</p><p>É a cessação do vínculo contratual, que faz desaparecer</p><p>as relações negociais,</p><p>deixando as conseqüências da execução ou inexecução do contrato. O contrato pode ser</p><p>extinto pelos seguintes fatos e atos:</p><p>a) conclusão do objeto – as partes cumprem integralmente suas prestações</p><p>contratuais. Os direitos foram exercitados e as obrigações foram satisfeitas, nos termos</p><p>pactuados. Nesse caso, o efeito da extinção é ex nunc;</p><p>b) término do prazo – previsto no contrato, o prazo é adstrito à vigência dos</p><p>créditos orçamentários, exceto projetos de planos plurianuais e, no caso de serviços</p><p>continuados, limitado a 60 meses. Cumprido o prazo, o contrato extingue-se</p><p>independentemente de qualquer formalidade das partes, já que os direitos foram</p><p>exercidos e as obrigações, cumpridas. O efeito é ex nunc;</p><p>c) desaparecimento do contratado particular – por ser o contrato administrativo</p><p>intuitu personae, a responsabilidade pessoal do contratado lhe é inerente. A morte,</p><p>falência ou concurso de credores extinguem o contrato, pois a Administração não pode</p><p>ser compelida a manter vínculo com sucessores do contratante particular ou com outra</p><p>pessoa jurídica;</p><p>d) desaparecimento do objeto – o objeto pode desaparecer em razão de um fato</p><p>da natureza ou por comportamento humano, que não seja imputável a qualquer um dos</p><p>contratantes, extinguindo o contrato, que não pode continuar sem objeto;</p><p>e) rescisão – a rescisão pode ser administrativa, amigável, judicial, de acordo com</p><p>a Lei 8666;</p><p>e.1) administrativa – ocorre por ato unilateral da Administração, em razão de</p><p>interesse público, inadimplemento por parte do contratado e demais condições</p><p>estabelecidas no art. 78 da Lei 8666;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>78</p><p>e.2) amigável ou consensual – ocorre por acordo entre as partes, ou seja, por</p><p>entendimento entre os contratantes, reduzido a termo de distrato, realizado com a</p><p>mesma autoridade que contratou ou autoridade superior;</p><p>e.3) judicial – ocorre por meio de decisão judicial em ação proposta por um dos</p><p>contratantes. Para o contratado, a via judicial é obrigatória sempre que desejar pôr fim</p><p>ao vínculo. Para a Administração, é facultativa. O pedido geralmente decorre do</p><p>inadimplemento de umas das partes.</p><p>f) anulação – é forma excepcional de rescisão do contrato. A ilegalidade, na</p><p>formalização ou cláusula essencial, deve ser cabalmente demonstrada. A nulidade da</p><p>licitação induz à nulidade do contrato. O contrato nulo não gera direitos e obrigações</p><p>entre as partes, só subsistem seus efeitos para terceiros de boa-fé. A Administração</p><p>deve remunerar aos contratados os trabalhos ou fornecimentos, por dever moral e legal</p><p>(art. 59 parágrafo único).</p><p>CONVÊNIO ADMINISTRATIVO</p><p>A Lei nº 8666, no art. 116, disciplina os convênios, acordos, ajustes ou outros</p><p>instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração, e seus</p><p>demais dispositivos aplicam-se, no que couber, a esses tipos de ajustes.</p><p>É Convênio e Consórcio não são contratos. Não se pode confundir convênio com</p><p>uma modalidade de contrato, apesar de o convênio ser um tipo de ajuste que tem como</p><p>parte ente da Administração Pública. O convênio difere dos contratos, especialmente,</p><p>nos seguintes aspectos:</p><p>1 – Interesses – no contrato os interesses são opostos e antagônicos, as partes</p><p>possuem direitos que se contrapõem: uma deseja a prestação do serviço, a execução da</p><p>obra, o fornecimento do material, e a outra almeja o recebimento do preço a</p><p>remuneração do serviço prestado, da obra executada, do material fornecido. No</p><p>convênio os interesses são comuns, as entidades conveniadas sejam públicas ou pública</p><p>e privada, possuem interesses recíprocos, comuns e coincidentes.</p><p>2 – Vínculos – no contrato há partes, ligadas permanentemente, e no convênio há</p><p>partícipes, que podem denunciá-lo, retirando-se a qualquer momento, sem se submeter</p><p>a sanções por esse procedimento. Não pode haver cláusula no convênio proibindo a sua</p><p>denúncia, ou aplicando penalidades ao conveniente que se retirar.</p><p>3 – Colaboração – no convênio há mútua colaboração de pessoas com objetivos</p><p>institucionais comuns, que se reúnem para alcançá-los. Dele podem participar pessoas</p><p>públicas de qualquer espécie e pessoas privadas, físicas ou jurídicas, sendo</p><p>indispensável que pelo menos um dos participantes seja pessoa de direito público.</p><p>4 – Remuneração – no contrato há remuneração do contratante, no convênio não</p><p>há remuneração. Se houver repasse de verba de um dos conveniados, essa verba será</p><p>utilizada na forma prevista no ajuste e em prol do objetivo a ser alcançado, para fins</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>79</p><p>determinados, e não perde a característica de dinheiro público, passível de fiscalização</p><p>e controle interno e externo. A verba não utilizada retornará ao ente que a repassou. No</p><p>contrato, o preço ou remuneração passará a fazer parte do patrimônio do contratado.</p><p>5 – Execução – a execução do contrato fica a cargo do contratado. No convênio,</p><p>é responsabilidade de todos os partícipes ou de uma comissão executiva criada para</p><p>esse fim.</p><p>Os convênios públicos estão previstos no art. 116 da Lei 8666/93:</p><p>Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,</p><p>acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades</p><p>da administração.</p><p>§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da</p><p>Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho</p><p>proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes</p><p>informações:</p><p>] I- identificação do objeto a ser executado;</p><p>II- metas a serem atingidas;</p><p>III- etapas ou fases de execução;</p><p>IV- plano de aplicação dos recursos financeiros;</p><p>V- cronograma de desembolso;</p><p>VI- previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas</p><p>ou fases programadas;</p><p>VII- se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os</p><p>recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente</p><p>assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão</p><p>descentralizador.</p><p>§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo</p><p>à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.</p><p>§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano</p><p>de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até</p><p>o saneamento das impropriedades ocorrentes:</p><p>I- quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela</p><p>anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante</p><p>procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão</p><p>descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno</p><p>da Administração Pública;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>80</p><p>II- quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não</p><p>justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias</p><p>aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos</p><p>praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a</p><p>outras cláusulas conveniais básicas;</p><p>III- quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo</p><p>partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle</p><p>interno.</p><p>§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente</p><p>aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de</p><p>seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto</p><p>prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a</p><p>utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.</p><p>§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão</p><p>obrigatoriamente computadas a crédito do convênio</p><p>Embora seja o Poder Executivo o administrador por excelência, nos</p><p>Poderes Legislativo e Judiciário há numerosas tarefas que constituem</p><p>atividade administrativa, como é o caso, por exemplo, das que se referem</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>7</p><p>à organização interna de seus serviços e dos seus servidores. Desse</p><p>modo, todos os órgãos e agentes que, em qualquer desses Poderes,</p><p>estejam exercendo função administrativa, serão integrantes da</p><p>Administração Pública.</p><p>Alguns autores, existe uma harmonia no relacionamento da expressão da</p><p>“Administração Pública”, afirmado que ela tem mais de um sentido e de acordo com</p><p>Carvalho Filho (2006, p. 9), uma das razões para o fato é:</p><p>A extensa gama de tarefas e atividades que compõem o objetivo do</p><p>Estado. Exatamente por isso é que, para melhor precisar o sentido da</p><p>expressão, devemos dividi-lo sob a ótica dos executores da atividade</p><p>pública, de um lado, e da própria atividade, de outro.</p><p>Di Pietro (2008, p. 49) também entende que, basicamente, são dois os sentidos</p><p>em que se utiliza mais comumente a expressão Administração Pública:</p><p>a) em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que</p><p>exercem a atividade administrativa, compreende pessoas jurídicas,</p><p>órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em</p><p>que se triparte a atividade estatal: a função administrativa;</p><p>b) em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da</p><p>atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração</p><p>Pública é a própria função administrativa que incumbe,</p><p>predominantemente, ao Poder Executivo. (grifo no original).</p><p>Continua ainda Di Pietro (2008, p. 49) afirmando que há, ainda, outra distinção que</p><p>alguns autores costumam fazer:</p><p>A partir da ideia de que administrar compreende planejar e executar:</p><p>a) em sentido amplo, a Administração Pública, subjetivamente considerada,</p><p>compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos</p><p>quais incumbe traçar os planos de ação, dirigir, comandar, como também os órgãos</p><p>administrativos, subordinados, dependentes (Administração Pública, em sentido</p><p>estrito), aos quais incumbe executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo,</p><p>porém objetivamente considerada, a Administração Pública compreende a função</p><p>política, que traça as diretrizes governamentais e a função administrativa, que as</p><p>executa;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>8</p><p>b) em sentido estrito, a Administração Pública compreende, sob o aspecto</p><p>subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função</p><p>administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a</p><p>função política. (grifos no original).</p><p>Analisada a Administração Pública em seu sentido objetivo e subjetivo, pode-se,</p><p>então, fazer a sua conceituação, que nos ensinamentos de Meirelles (1999, p. 118), é “o</p><p>conjunto de órgãos do Estado encarregado de exercer, em benefício do bem comum,</p><p>funções previstas na Constituição e nas leis”. Di Pietro (2008, p. 56) define Administração</p><p>Pública, como “[...] o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais as leis atribuem</p><p>o exercício da função administrativa do Estado.</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA</p><p>A Administração pública direta e indireta é de fundamental importância na medida</p><p>em que traz conceitos básicos fundamentais para o estudo do Direito Administrativo,</p><p>propiciando o correto entendimento dos Órgãos Públicos, Administração Pública,</p><p>Autarquia, Empresa Pública, Fundação Pública, Sociedade de Economia Mista e</p><p>Agências Reguladoras.</p><p>Os entes estatais, políticos ou centrais são pessoas jurídicas de Direito Público</p><p>que integram a estrutura constitucional do Estado, possuindo poderes políticos e</p><p>administrativos. A união, estados membros, municípios e distrito federal possuem</p><p>autonomia política, administrativa e financeira, compondo a República Federativa do</p><p>Brasil.</p><p>Tais entes dividem-se internamente em órgãos desconcentrados,</p><p>despersonalizados, incumbidos da realização das atividades da entidade por meio de</p><p>seus agentes.</p><p>Título III</p><p>Da Organização do Estado</p><p>Capítulo VII</p><p>Da Administração Pública</p><p>Seção I</p><p>Disposições Gerais</p><p>Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de</p><p>legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao</p><p>seguinte:</p><p>https://jus.com.br/tudo/direito-administrativo</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>9</p><p>I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que</p><p>preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma</p><p>da lei;</p><p>II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia</p><p>em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a</p><p>complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações</p><p>para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;</p><p>III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável</p><p>uma vez, por igual período;</p><p>IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele</p><p>aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com</p><p>prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;</p><p>V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores</p><p>ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por</p><p>servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,</p><p>destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;</p><p>VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;</p><p>VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei</p><p>específica;</p><p>VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as</p><p>pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;</p><p>IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para</p><p>atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;</p><p>X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do</p><p>art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a</p><p>iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data</p><p>e sem distinção de índices;</p><p>XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e</p><p>empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de</p><p>qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos</p><p>detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões</p><p>ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as</p><p>vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio</p><p>mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;</p><p>XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário</p><p>não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;</p><p>XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies</p><p>remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>10</p><p>XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão</p><p>computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;</p><p>XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos</p><p>públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos</p><p>arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;</p><p>XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando</p><p>houver compatibilidade de</p><p>e aplicadas, exclusivamente, no</p><p>objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as</p><p>prestações de contas do ajuste.</p><p>§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo</p><p>ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas</p><p>obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão</p><p>repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena</p><p>da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada</p><p>pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.</p><p>O convênio é um instrumento que permite que a administração faça a</p><p>transferência de recursos públicos. Pode ser firmado com o nome de convênio, ajuste, e</p><p>outros instrumentos congêneres.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>81</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALVIM, A.; ALVIM, T.; ALVIM, E. A., MARINS, J. Código do consumidor comentado. 2 ed.,</p><p>Brasília: Editora Revista dos Tribunais, 1995.</p><p>ÁVILA, F. B. de. Pequena enciclopédia de moral e civismo. 2. ed., Rio de Janeiro: Fename.</p><p>Ministério da Educação e Cultura, 1972.</p><p>BARROS, Felipe Luiz Machado. Sinopses jurídicas. São Paulo: Saraiva, 2000.</p><p>BERTERO, C. O. Administração pública e administradores. Brasília: FUNCEP, 1985.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro</p><p>Gráfico, 1988.</p><p>BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000. Lei de Responsabilidade Fiscal.</p><p>Brasília, Senado Federal: Centro Gráfico, 2000.</p><p>BOBBIO, N. A Era dos Direitos. Trad.: CARLOS NELSON COUTINHO. Rio de Janeiro:</p><p>Campus, 1992.</p><p>BOBBIO, N. Liberalismo e democracia. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.</p><p>BONAVIDES, P. Do Estado liberal ao Estado social. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 1961.</p><p>BONAVIDES, P. Do Estado liberal ao Estado social. 4 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1980.</p><p>BONAVIDES, P. Do Estado liberal ao Estado social. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1988</p><p>BOSELLI, Paulo. Simplificando as licitações: inclusive o pregão. 2 ed. São Paulo: Edicta,</p><p>2002.</p><p>BULOS, L. B. Mandado de segurança coletivo. São Paulo: RT, 1996.</p><p>BUZAID, A. Considerações sobre o mandado de segurança coletivo. São Paulo: Saraiva,</p><p>1992.</p><p>CARNEIRO, A. G. O mandado de segurança coletivo como garantia dos cidadãos: as</p><p>Garantias do Cidadão na Justiça. São Paulo: Saraiva, 1993.</p><p>CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 23 ed. Rio de</p><p>Janeiro: Ed. Lumen Júris, 2010.</p><p>CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 16 ed. Rio de</p><p>Janeiro: Ed. Lumen Júris, 2006.</p><p>CAVALCANTI, A. Responsabilidade civil do Estado. Rio de Janeiro: Borsoi Editor, 1957.</p><p>CITADINI, Antonio Roque. Comentários e jurisprudência sobre a Lei de licitações</p><p>públicas. 3 ed. São Paulo: Max Limonad, 1999</p><p>CRETELLA JÚNIOR, José. Das licitações públicas. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1993.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>82</p><p>CRETELLA JÚNIOR, José. Revista de informação legislativa, v. 97:7. 7</p><p>COMPARATO, F. K. A nova cidadania. Revista Lua Nova, n. 28/29. São Paulo: Cedec, 1993.</p><p>COMPARATO, F. K. Direito público: Estudos e Pareceres. São Paulo: Saraiva, 1996.</p><p>COSTA, C. S., A interpretação constitucional e os direitos e garantias fundamentais na</p><p>Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Liber Juris, 1992.</p><p>DROMI, José Roberto. La Licitación pública. 2 ed. Buenos Aires: Editorial Astrea de</p><p>Alfredo Y Ricardo Depalma, 1977.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2008.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2000.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Temas polêmicos sobre licitações e contratos. São</p><p>Paulo: Malheiros Editores, 1994.</p><p>FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Lei de licitações e contratos administrativos. Rio de</p><p>Janeiro: Fórum, 2008.</p><p>FIGUEIREDO, L. V. Responsabilidade dos Agentes Políticos e dos Servidores. In: Revista</p><p>de Direito Administrativo nº 196, Abril/Junho, 1994.</p><p>FORTINI, Cristiana. Contratos administrativos. Belo Horizonte: Del Rey, 2007.</p><p>FREITAS, J. Do princípio da probidade administrativa e de sua máxima efetivação.</p><p>Boletim de Direito Administrativo, nº 07, ano XII. São Paulo: NDJ, 1996.</p><p>FURTADO, Lucas Rocha. Curso de licitações e contratos administrativos. Rio de Janeiro:</p><p>Fórum, 2007.</p><p>GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.</p><p>GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 1995.</p><p>GRINOVER, A. P. Acesso à justiça e as garantias constitucionais no processo do</p><p>consumidor. As Garantias do Cidadão na Justiça, São Paulo: Saraiva, 1993.</p><p>JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005.</p><p>JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 6 ed.</p><p>São Paulo: Dialética, 1999.</p><p>JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 13</p><p>ed. São Paulo: Dialética, 2009.</p><p>MANCUSO, R. de C., Interesses difusos: conceito e legitimação para agir. 2 ed., São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 1991.</p><p>MAZZILLI, H. N., A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor e</p><p>outros interesses difusos e coletivos. 7 ed., São Paulo: Saraiva, 1995.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>83</p><p>MEIRELLES, Hely Lopes et al. Direito administrativo brasileiro. 29 ed. São Paulo:</p><p>Malheiros, 2004.</p><p>MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores,</p><p>2003.</p><p>MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 24 ed. São Paulo: Malheiros</p><p>Editores, 1999.</p><p>MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 12 ed. São Paulo: Malheiros</p><p>Editores, 1999.</p><p>MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 11 ed. São Paulo:</p><p>Malheiros Editores, 1999</p><p>Links:</p><p>https://jus.com.br/artigos/77427/estruturacao-da-administracao-publica</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3336009/mod_resource/content/1/Aula%20</p><p>3%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Administrativa.pdf</p><p>http://www.marinela.ma/wp-</p><p>content/uploads/2018/11/CADERNODEAULADELEGADOAULA03ATOS.pdf</p><p>https://bebendodireito.com.br/os-requisitos-e-os-atributos-do-ato-administrativo/</p><p>https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/07/06161730/Lei-8666-atualizada-e-</p><p>esquematizada.pdf</p><p>https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/contrato-</p><p>administrativo/</p><p>https://cursodegestaoelideranca.paginas.ufsc.br/files/2016/09/Material-3-Prof-</p><p>Mauricio.pdf</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>84</p><p>horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso</p><p>XI:</p><p>a) a de dois cargos de professor;</p><p>b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;</p><p>c) a de dois cargos privativos de médico;</p><p>XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange</p><p>autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas</p><p>subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;</p><p>XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de</p><p>suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores</p><p>administrativos, na forma da lei;</p><p>XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a</p><p>instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo</p><p>à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;</p><p>XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de</p><p>subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação</p><p>de qualquer delas em empresa privada;</p><p>XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,</p><p>compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que</p><p>assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que</p><p>estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,</p><p>nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e</p><p>econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.</p><p>§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos</p><p>públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não</p><p>podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de</p><p>autoridades ou servidores públicos.</p><p>§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato</p><p>e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.</p><p>§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração</p><p>pública direta e indireta, regulando especialmente:</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>11</p><p>I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,</p><p>asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação</p><p>periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;</p><p>II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre</p><p>atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;</p><p>III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de</p><p>cargo, emprego ou função na administração pública.</p><p>§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos</p><p>políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao</p><p>erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.</p><p>§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por</p><p>qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as</p><p>respectivas ações de ressarcimento.</p><p>§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras</p><p>de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,</p><p>causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos</p><p>de dolo ou culpa.</p><p>§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou</p><p>emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações</p><p>privilegiadas.</p><p>§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da</p><p>administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado</p><p>entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas</p><p>de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:</p><p>I - o prazo de duração do contrato;</p><p>II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações</p><p>e responsabilidade dos dirigentes;</p><p>III - a remuneração do pessoal.</p><p>§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de</p><p>economia mista e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio</p><p>em geral.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>12</p><p>Já no Artigo 38 que destaca:</p><p>Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no</p><p>exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:</p><p>I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado</p><p>de seu cargo, emprego ou função;</p><p>II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou</p><p>função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;</p><p>III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,</p><p>perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da</p><p>remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma</p><p>do inciso anterior;</p><p>IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato</p><p>eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para</p><p>promoção por merecimento;</p><p>V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores</p><p>serão determinados como se no exercício estivesse.</p><p>http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_04.06.1998/art_39_.asp</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA BÁSICA</p><p>Resumidamente, a Administração Direta é o próprio ente da Federação. Fazem</p><p>parte da estrutura federativa brasileira a União, os estados, o Distrito Federal e</p><p>os municípios, todas as pessoas jurídicas de direito público. Estes, por conseguinte, são</p><p>os entes que compõem as diversas Administrações Diretas que coexistem em nosso</p><p>país.</p><p>A Administração Pública Direta é formada por órgãos públicos, ou seja, partes de</p><p>uma pessoa jurídica. São exemplos de órgãos do ente União Federal: os Ministérios,</p><p>as Forças Armadas, a Receita Federal, e, inclusive, os próprios</p><p>Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Deve-se atentar, portanto, em que a</p><p>Administração Direta é o ente no todo, com toda a sua máquina estatal.</p><p>A criação dos órgãos públicos se dá por um processo chamado</p><p>de desconcentração. Desconcentrar nada mais é do que dividir internamente.</p><p>Exemplificando: se a Administração nota que um órgão está encarregado de muitas</p><p>tarefas e ficando desorganizado por isso, ela pode, por meio de lei (art. 48, XI da CF), criar</p><p>um novo órgão, desconcentrando uma ou mais tarefas do antigo e resolvendo esse</p><p>problema.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>13</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA SIMPLES</p><p>As entidades que fazem parte da Administração Indireta estão muito bem</p><p>explicitadas no Decreto-Lei n° 200/67 (DL 200/67):</p><p>Decreto-Lei n° 200/67</p><p>Art. 4° A Administração Federal compreende: [...]</p><p>II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades,</p><p>dotadas de personalidade jurídica própria:</p><p>a) Autarquias;</p><p>b) Empresas Públicas;</p><p>c) Sociedades de Economia Mista.</p><p>d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)</p><p>Assim, a estrutura da Administração Indireta abriga tanto pessoas jurídicas de</p><p>direito público (como as autarquias), quanto pessoas jurídicas de direito privado (como</p><p>as empresas públicas e as sociedades de economia mista).</p><p>Obs: as fundações, em princípio, são pessoas de direito privado, mas, quando</p><p>criadas por lei, seguem o regime das autarquias e assumem, assim, personalidade de</p><p>direito público (entidades autárquicas, no sentido amplo da expressão).</p><p>A criação das entidades da Administração Indireta se dá mediante um processo</p><p>de descentralização</p><p>(art. 37, XIX e XX, da CF), que, por meio de lei, cria uma nova pessoa</p><p>jurídica.</p><p>1.3 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Os princípios de direito administrativo são mandamentos gerais que se aplicam a</p><p>toda e qualquer situação, em maior ou menor medida. Eles orientam a expedição de atos</p><p>administrativos, a condução de processos e a celebração de contratos, bem como a</p><p>edição de atos normativos. Os princípios gerais primordiais estão previstos no art. 37,</p><p>caput da Constituição. Outros, porém, estão previstos em leis específicas.</p><p>Os princípios são referências de preposições que podem ser colocados como</p><p>valores que trazem as diretrizes que deverão ser respeitadas em suas determinações ao</p><p>ponto em que o princípio seja visto como a sua aplicabilidade e eficiência diante do que</p><p>poderá acontecer e serve como uma suposta bússola de trabalhos e atividades</p><p>importantes que auxiliam quem intérprete a lei como um todo.</p><p>http://www.planalto.gov.br/cciViL_03/Decreto-Lei/Del0200.htm</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>14</p><p>Nestes apontamentos abordados e destacados acima é notório observar os</p><p>expostos dos princípios básicos que regem a Administração Pública, os quais encontram</p><p>elencados na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, que define o seguinte:</p><p>Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes</p><p>da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá</p><p>aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e</p><p>eficiência e, também ao seguinte: [...] (Grifo Nosso).</p><p>Os princípios devem ser seguidos por toda a Administração Pública, seja ela direta</p><p>ou indireta de qualquer um dos Poderes como: da União, dos Estados, do DF e dos</p><p>Municípios. Assim também, devem obedecer aos princípios particulares que estejam em</p><p>seu exercício/atividade da função pública, como é o caso das Organizações Sociais que</p><p>recebem verbas públicas.</p><p>Princípio da Legalidade (art. 37, caput)</p><p>O Estado é resultado da vontade da coletividade. Por conseguinte, as entidades</p><p>públicas e a ação do administrador público está condicionada aos mandamentos legais</p><p>e às exigências do bem comum. Os atos que desrespeitam a lei são viciados e alguns</p><p>vícios não podem ser corrigidos, o que exige a anulação do ato e, eventualmente, se</p><p>houver má-fé ou falha, a responsabilização do Estado e do agente público. Na</p><p>Administração Pública não há real liberdade nem vontade pessoal, mas sim ações</p><p>vinculadas às finalidades públicas de cada instituição. Em alguns casos, porém, a</p><p>legislação cria espaços de discricionariedade, ou seja, dá margens de escolha para o</p><p>administrador, mas mesmo nessas situações há que se observar os princípios gerais e</p><p>as finalidades públicas.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Moralidade (art. 37)</p><p>A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da</p><p>Administração Pública, que deve obedecer não somente à lei jurídica, mas também a</p><p>padrões éticos que podem ser estabelecidos em cada instituição. No caso da USP,</p><p>existe um código de ética que deve ser observado, inclusive por docentes e discentes.</p><p>A violação de regras éticas e morais pode eventualmente configurar infração</p><p>disciplinar e, em casos mais graves, improbidade administrativa. Além disso, todo e</p><p>qualquer cidadão pode ajuizar ação popular contra atos públicos que afrontem a</p><p>moralidade administrativa. Anote-se, ainda, que a moralidade vincula-se com o</p><p>princípio da razoabilidade, pelo qual os atos do administrador público devem ser</p><p>adequados para se atingir a finalidade pública, devem ser brandos nas restrições que</p><p>causam aos particulares e os inconvenientes que causam devem ser compensados por</p><p>benefícios à coletividade.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>15</p><p>Princípio da Impessoalidade e Finalidade</p><p>O princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade</p><p>pública. O administrador não pode buscar outro objetivo ou praticá-lo com interesse</p><p>próprio ou de terceiros. O interesse público pode coincidir com o de particulares, como</p><p>ocorre nos atos administrativos negociais e nos contratos públicos, casos em que é</p><p>lícito conjugar a pretensão do particular com o interesse coletivo. É vedado praticar</p><p>ato administrativo visando unicamente a satisfazer interesses privados, por</p><p>favoritismo ou perseguição dos agentes governamentais. De modo geral, para se</p><p>evitar risco de lesão à impessoalidade, existem regras de impedimento e suspeição</p><p>nas leis de processo administrativo federal. Assim, as autoridades ficam proibidas de</p><p>atuar, por exemplo, em processos envolvendo interesses próprios ou de parentes até</p><p>o 3º grau, bem como com pessoas com as quais tenham relação de amizade íntima ou</p><p>inimizade notória.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Publicidade</p><p>A gestão pública, em razão do princípio democrático, deve ser transparente.</p><p>Assim, a publicidade impõe a divulgação oficial do ato, processos e contratos para o</p><p>conhecimento público. Além disso, todo cidadão tem o direito de conhecer as</p><p>informações que a Administração possua a seu respeito, e as que dizem respeito ao</p><p>bem-estar da coletividade. O princípio da publicidade abrange toda a atuação estatal,</p><p>não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos mas, também, para</p><p>conhecimento da conduta interna de seus agentes. Os atos e contratos</p><p>administrativos que omitirem ou desatenderem à publicidade necessária não só</p><p>deixam de produzir seus regulares efeitos como se expõem à invalidação. Atualmente,</p><p>as normas sobre o acesso a informações estão previstas na Lei 12.527 de 2011,</p><p>amplamente aplicável à USP.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Eficiência</p><p>Exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e</p><p>rendimento funcional, com resultados positivos para o serviço público e satisfatório</p><p>atendimento das necessidades da coletividade. A lentidão, a omissão, o desperdício</p><p>de recursos públicos e a falta de planejamento são atitudes que ofendem esse</p><p>princípio.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>16</p><p>Princípio da Segurança Jurídica</p><p>A atuação da Administração não deve gerar instabilidade desnecessária. Assim,</p><p>a segurança jurídica impõe o respeito à boa-fé e à confiança dos administrados. O</p><p>Poder Público não pode, sem causa legal, invalidar ou revogar atos administrativos,</p><p>desfazendo relações ou situações. A lei não pode retroagir para não gerar insegurança</p><p>nas relações já consolidadas, bem como não violar as expectativas legítimas das</p><p>pessoas. Não bastasse isso, embora os órgãos públicos possam modificar seu padrão</p><p>de decisão, eles não podem utilizar novas interpretações da lei para modificar casos já</p><p>julgados.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Motivação</p><p>Para que todo cidadão possa exercer seus direitos fundamentais e se defender</p><p>contra ações estatais, a legislação impõe a motivação dos atos administrativos, ou</p><p>seja, a explicitação dos motivos que justificam uma conduta. Por meio da</p><p>exteriorização dos motivos de um ato pode-se verificar se o funcionário buscou</p><p>atender à finalidade daquele ato ou se, ao contrário, buscou um fim ilegal ou imoral.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório</p><p>Garante o conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de</p><p>resposta ou de reação. Quando há possibilidade de uma pessoa ser atingida por uma</p><p>decisão, ela deve participar de sua discussão. O princípio constitucional do</p><p>contraditório, que é inerente ao direito de defesa, é decorrente da bilateralidade do</p><p>processo: quando uma das partes</p><p>alega alguma coisa, há de ser ouvida também a</p><p>outra.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público</p><p>O funcionário público deve cuidar dos interesses da coletividade e da entidade</p><p>pública a que presta seus serviços, não se desviando desse caminho. Em outras</p><p>palavras, as finalidades públicas não são disponíveis e não podem ser deixadas de lado</p><p>pelos agentes públicos. Assim, por exemplo, o funcionário público que desperdiça</p><p>recursos públicos com gastos desnecessários; que cumpre mal suas tarefas,</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>17</p><p>prejudicando os usuários do serviço público; que utiliza o veículo oficial para</p><p>atividades de lazer, está se desviando das finalidades públicas em infração disciplinar.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Supremacia do Interesse Público</p><p>Como o interesse da coletividade é mais importante que o de cada indivíduo, a</p><p>Administração Pública está numa relação de superioridade em relação à particular,</p><p>respeitando-se, é claro, os direitos individuais consagrados na Constituição e o</p><p>princípio da legalidade. É desse princípio que decorre o poder de aplicação de sanções,</p><p>bem como o poder de execução e de revogação dos próprios atos administrativos.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>Princípio da Continuidade do Serviço Público</p><p>O Estado presta serviços públicos, pois eles constituem atividades</p><p>consideradas essenciais ao bem-estar da coletividade. Sendo assim, os serviços</p><p>públicos devem ser contínuos, não devem ser interrompidos. O princípio da</p><p>continuidade, portanto, impõe uma série de restrições ao exercício da função</p><p>administrativa. É ele que justifica as regras de suplência em órgãos colegiados, a</p><p>necessidade de substitutivos de chefias para todo e qualquer setor administrativo,</p><p>bem como restrições ao exercício do direito constitucional de greve no âmbito da</p><p>Administração Pública. Como, porém, não há normas específicas de greve para</p><p>agentes públicos, o Supremo Tribunal Federal - STF entende que se deve aplicar o</p><p>conjunto de normas sobre greve em atividades essenciais, previstas na lei geral de</p><p>greve do setor privado.</p><p>https://ted.iqsc.usp.br/files/2015/03/Manual_direito_Administrativo_FEA.pdf</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>18</p><p>PODERES ADMINISTRATIVOS</p><p>Os poderes administrativos tem sua responsabilidade de instrumentos gerais de</p><p>trabalho como verdadeiras atividades administrativas de poder-chave. Deles são</p><p>exemplos:</p><p>1. PODER HIERÁRQUICO</p><p>O Poder Hierárquico é aquele que o Executivo dispõe para distribuir e escalonar</p><p>as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a</p><p>relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.</p><p>2. PODER DISCIPLINAR</p><p>O Poder Disciplinar é o de organizar internamente as instituições, incluindo a</p><p>estipulação de regras de comportamento e a condução de processos administrativos</p><p>para apurar infrações cometidas por agentes públicos e cidadãos vinculados à</p><p>instituição. Reconhecida a infração disciplinar, ao condenado pode-se aplicar sanções</p><p>administrativas, incluindo:</p><p>a) advertência;</p><p>b) suspensão;</p><p>c) demissão;</p><p>d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade;</p><p>e) destituição de cargo em comissão;</p><p>f) destituição de função comissionada.</p><p>3. PODER NORMATIVO</p><p>O Poder Normativo é o poder de as entidades administrativas editarem normas</p><p>gerais e abstratas. O grau de vinculação dessas normas para a sociedade dependerá da</p><p>função de quem a edita. Assim, as normas de uma autarquia que assume a posição de</p><p>agência reguladora valerá para todos os agentes de mercado regulados (por exemplo, no</p><p>setor de transportes, de saúde ou de telecomunicações). Já as normas de uma autarquia</p><p>educacional como a USP valerão apenas para os usuários de seus serviços educacionais,</p><p>bem como para seus funcionários.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>19</p><p>4. PODER DE POLÍCIA</p><p>O Poder de Polícia, diferentemente do poder disciplinar, permite que certas</p><p>entidades regulem a vida do particular de modo geral. Essa atividade tem caráter</p><p>restritivo da liberdade ou da propriedade. É o que se vislumbra nas restrições ao direito</p><p>de construir, de conduzir veículos, de exercer 20 atividades econômicas e profissionais</p><p>etc. Entidades como a USP são prestadores apenas de serviços públicos e atividades de</p><p>fomento. Não lhes cabe, pois, exercer poder de polícia, senão mero poder disciplinar</p><p>sobre seus alunos e funcionários.</p><p>No exercício dos poderes, é possível que a autoridade aja de modo mais ou menos</p><p>vinculado. A vinculação indica situações em que a autoridade não detém margem de</p><p>escolha e deve respeitar exatamente o que diz a lei. Diferentemente, o exercício do poder</p><p>é discricionário sempre que houver alguma margem de escolha a ser exercida pelo</p><p>agente público. Essa margem de escolha pode dizer respeito a prática em si do ato, bem</p><p>como ao seu conteúdo ou à sua forma legal.</p><p>RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS</p><p>Os servidores públicos, no desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-</p><p>las, podem cometer infrações de quatro ordens: administrativa, civil, criminal e</p><p>improbidade administrativa. Por essas infrações deverão ser responsabilizados no</p><p>âmbito interno da Administração e/ou judicialmente.</p><p>1. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA</p><p>Administrativa Resulta da violação de normas internas de caráter disciplinar pelo</p><p>servidor. Tais normas encontram-se geralmente no estatuto dos servidores civis, em leis</p><p>específi cas para os empregados públicos, em códigos de ética e outras normas internas</p><p>de cada instituição. Observe-se que tanto os servidores estatutários e os empregados</p><p>públicos, como também os temporários e os colaboradores (mesários, representantes</p><p>discentes etc.) estão sujeitos ao regime disciplinar. A apuração de infrações desse</p><p>gênero ocorre na esfera interna da Administração. Ainda assim, deve-se respeitar o</p><p>devido processo legal, assegurando-se o amplo direito de informação e a ampla defesa</p><p>aos acusados.</p><p>2. RESPONSABILIDADE CIVIL</p><p>É a obrigação que se impõe ao servidor de reparar o dano causado à</p><p>Administração em razão de ação ou omissão, culposa ou dolosa, no desempenho de suas</p><p>funções. Tal responsabilidade é apurada perante a Justiça Comum. Essencial é que o ato</p><p>culposo tenha causado dano patrimonial, sem o qual não há responsabilidade.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>20</p><p>3. RESPONSABILIDADE CRIMINAL</p><p>Em casos mais graves, o cometimento de certas faltas pode confi gurar crimes</p><p>funcionais, defi nidos no Código Penal e em leis específi cas. Tais crimes devem ser</p><p>apurados em processo penal e, se confi gurados, sujeitam o servidor a duras sanções e</p><p>eventual demissão.</p><p>4. RESPONSABILIDADE POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA</p><p>Atos de improbidade administrativa são infrações graves ao dever de honestidade</p><p>no exercício da função pública. Eles abrangem três categorias:</p><p>a) Atos que importam enriquecimento Ilícito</p><p>Que gerem vantagem patrimonial indevida ao agente público em razão do</p><p>exercício do cargo, mandato, função etc. Sanções: perda da função pública; suspensão</p><p>dos direitos políticos de 8 a 10 anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor</p><p>do acréscimo patrimonial; proibição de contratar com o Poder Público ou receber</p><p>benefícios fiscais ou creditícios, pelo prazo de 10 anos; perda dos bens ou valores</p><p>acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano.</p><p>b) Atos que causam prejuízo ao Erário</p><p>Abrangendo qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que causa lesão ao</p><p>erário, perda patrimonial, desvio, apropriação ou dilapidação dos bens. Sanções: perda</p><p>da função pública; suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; pagamento de multa</p><p>civil de até duas vezes o valor do dano; proibição</p><p>de contratar com o Poder Público ou</p><p>receber benefícios fiscais ou creditícios, pelo prazo de 5 anos; perda dos bens ou valores</p><p>acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano.</p><p>c) Atos que atentam contra os Princípios da Administração Pública</p><p>São aqueles que violam gravemente os deveres de honestidade, imparcialidade,</p><p>legalidade e lealdade às instituições.</p><p>Sanções:</p><p>✔ Perda da função pública;</p><p>✔ Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;</p><p>✔ Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração recebida pelo</p><p>servidor;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>21</p><p>✔ Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais ou</p><p>creditícios, pelo prazo de 3 anos;</p><p>✔ Ressarcimento integral do dano.</p><p>1.4 ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Organização administrativa é o capítulo do Direito Administrativo que estuda a</p><p>estrutura interna da Administração Pública, os órgãos e pessoas jurídicas que a</p><p>compõem.</p><p>ÓRGÃOS PÚBLICOS</p><p>✔ Não há relações entre os órgãos, nem entre eles e outras pessoas</p><p>✔ Os órgãos não podem ser sujeitos de direitos e obrigações</p><p>✔ Nos vínculos entre Estado e outras pessoas, os que se relacionam são, de um lado,</p><p>o próprio Estado (atuando por via dos agentes do órgão), e, de outro, a pessoa que</p><p>é contraparte no liame jurídico travado</p><p>ÓRGÃOS PÚBLICOS CLASSIFICAÇÃO</p><p>Quanto à estrutura:</p><p>✔ ❖ Simples: constituídos somente por um centro de competências. Exemplo:</p><p>Presidência da República</p><p>✔ ❖ Compostos: constituídos por diversos órgãos menores. Exemplo: secretarias.</p><p>✔</p><p>Quanto às funções que exercem:</p><p>✔ Ativos: promovem a execução de decisões administrativas.</p><p>✔ De controle: responsáveis pela fiscalização das atividades de outros órgãos.</p><p>✔ Consultivos: desempenham atividade de assessoria e aconselhamento a</p><p>autoridades administrativas, emitindo pareceres* e respondendo a consultas.</p><p>✔ Verificadores: São os encarregados da emissão de perícias ou de mera</p><p>conferência da ocorrência de situações fáticas ou jurídicas.</p><p>✔ Contenciosos: julgamento de situações controversas</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>22</p><p>ÓRGÃOS PÚBLICOS PARECERES DOS ÓRGÃOS CONSULTIVOS</p><p>Quanto ao conteúdo são:</p><p>❖ de mérito: se lhes compete apreciar a conveniência e oportunidade da medida a ser</p><p>tomada</p><p>❖ de legalidade: se devem examiná-la sob o ponto de vista da conformidade do Direito</p><p>Quanto ao grau de necessidade ou influência que a lei lhes irroga serão:</p><p>❖ Facultativos: quando a autoridade não é obrigada a solicitá-los, fazendo-o para</p><p>melhor se ilustrar, sem que a tanto esteja obrigada</p><p>❖ Obrigatórios: quando sua ouvida é imposta como impostergável, embora não seja</p><p>obrigatório seguir a orientação.</p><p>❖ Vinculantes: quando a autoridade não pode deixar de atender às conclusões neles</p><p>apontadas.</p><p>COMPETÊNCIAS PÚBLICAS</p><p>São deveres-poderes</p><p>❖ São atribuídas ao Estado, a seus órgãos, e, pois, aos agentes neles investidos,</p><p>especificamente para que possam atender a certas finalidades públicas consagradas em</p><p>lei; isto é, para que possam cumprir o dever legal de suprir interesses concebidos em</p><p>proveito da coletividade.</p><p>As competências são:</p><p>❖ de exercício obrigatório;</p><p>❖ irrenunciáveis;</p><p>❖ intransferíveis;</p><p>❖ imodificáveis;</p><p>❖ imprescritíveis.</p><p>1.5 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA</p><p>A administração pública indireta possui seis diferentes tipos de pessoas</p><p>jurídicas que lhe auxiliam na prestação de serviços, sendo essas: Autarquias,</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>23</p><p>Fundações, Agências reguladoras e Executivas, Empresas Públicas e Sociedade de</p><p>Economia Mista.</p><p>AUTARQUIAS</p><p>Autarquias conceituam-se como pessoas jurídicas pertencentes ao direito</p><p>público que tem por função exercer atividades típicas da Administração Pública, como,</p><p>por exemplo, saúde, segurança, entre outros. Seu conceito está previsto no art. 5°, I, do</p><p>Decreto-lei n. 200/67:</p><p>''Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:</p><p>I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com</p><p>personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para</p><p>executar atividades típicas da Administração Pública, que</p><p>requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão</p><p>administrativa e financeira descentralizada. ''</p><p>Dentre suas características, está a sua criação e extinção, que dependerá da</p><p>publicação de lei específica com já mencionado art. 37, XIX da Constituição Federal; elas</p><p>possuíram capital exclusivamente público e autonomia administrativa, financeira e</p><p>patrimônio próprio, ou seja, elas não possuíram nenhum vínculo hierárquico com a</p><p>Administração Pública podendo assim desempenar suas atividades de forma</p><p>independente, porém isso não significa dizer que elas não poderão ser fiscalizadas pois</p><p>isso poderá ocorrer através da chamada tutela ministerial.</p><p>Outra característica das autarquias está nas suas atividades, pois, como</p><p>mencionado antes, elas exercem atividades típicas da Administração, logo é proibido</p><p>que a mesma pratique atividades econômicas, já que, os serviços prestados são de</p><p>caráter público.</p><p>As mesmas também podem usufruir de privilégios processuais como imunidade</p><p>tributária e não ser incluída na expressão ‘’Fazenda Pública’’, como pode ser conferido no</p><p>art. 150, § 2º, da CF:</p><p>''Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao</p><p>contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito</p><p>Federal e aos Municípios:</p><p>VI–Instituir impostos sobre:</p><p>a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>24</p><p>§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às</p><p>fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que</p><p>se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a</p><p>suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.''</p><p>Seu regime de vinculação será o estatutário e estas possuíram responsabilidade</p><p>objetiva e direta, ou seja, responderão objetivamente pelo prejuízo causado por seus</p><p>agentes, mesmo que não se comprove dolo ou culpa, e serão diretamente acionados</p><p>pelos danos que causar.</p><p>Alguns exemplos de autarquias são: Agência Nacional de Telecomunicações</p><p>(ANATEL); Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária (ANVISA); Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).</p><p>TIPOS DE AUTARQUIA</p><p>De acordo com o doutrinador Mazza (2019, p.201,202), as autarquias podem ser</p><p>identificadas em seis diferentes tipos:</p><p>✔ Autarquias Administrativas: São as consideradas autarquias comuns</p><p>por possuírem regime jurídico ordinário.</p><p>✔ Autarquias Especiais: Se diferenciam das administrativas por possuírem maior</p><p>autonomia.</p><p>✔ Autarquias Corporativas: São as entidades responsáveis pela fiscalização e</p><p>controle de certas profissões, como, por exemplo, a OAB.</p><p>✔ Autarquias Fundacionais: Também conhecidas como fundações públicas, serão</p><p>criadas quando houver afetação do patrimônio público.</p><p>✔ Autarquias Territoriais: São setores geográficos dirigido pela União, conhecidos</p><p>também como territórios federais.</p><p>✔ Autarquias Contratuais: São assim chamadas associações públicas que se</p><p>originaram de um consórcio entre entes federativos.</p><p>FUNDAÇÕES</p><p>Fundações públicas são definidas como pessoas jurídicas de direito público ou</p><p>privado, que são criadas a partir de autorização por lei, possuem capital público e</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>25</p><p>executam atividades de interesse público do Estado e dependendo de qual</p><p>personalidade de direito assumir, está poderá ter diferentes atributos.</p><p>Se estas assumirem como pessoas de direito público, serão conhecidas como</p><p>fundações públicas ou autarquias fundacionais e terão as mesmas características de</p><p>autarquias, acima já citadas. Porém, se escolherem o ramo do direito privado, serão em</p><p>partes, regidas pelo direito privado, não devendo confundi-las com as fundações</p><p>particulares que são regidas inteiramente pelo direito privado. Seu conceito legislativo</p><p>pode ser encontrado no art. 5°, IV, do Decreto-lei n. 200/67:</p><p>''Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:</p><p>IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade</p><p>jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em</p><p>virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de</p><p>atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades</p><p>de direito público, com autonomia administrativa,</p><p>patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de</p><p>direção, e funcionamento custeado por recursos da União e</p><p>de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).''</p><p>Alguns exemplos de fundações são: Funai, Funasa, IBGE, Funarte e Fundação</p><p>Biblioteca Nacional.</p><p>AGÊNCIAS REGULADORAS</p><p>As agências reguladoras são conhecidas como uma espécie de autarquia sob</p><p>regime especial e que tem por finalidade controlar, regulamentar e fiscalizar a execução</p><p>dos serviços públicos que foram transferidos as pessoas jurídicas de direito privado.</p><p>Elas são criadas por meio de lei e já nascem para realizar tal atividade, se</p><p>encontram entre a administração pública direta e indireta, e não possui vinculo</p><p>hierárquico, porém também são fiscalizadas.</p><p>Alguns exemplos de agências reguladoras: ANATEL (Agência Nacional de</p><p>Telecomunicações); ANP (Agência Nacional de Petróleo); ANEEL (Agência Nacional de</p><p>Energia Elétrica); ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil); ANTT (Agência Nacional de</p><p>Transportes terrestres); ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária);</p><p>AGÊNCIAS EXECUTIVAS</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>26</p><p>As Agências executivas são autarquias, fundações ou órgãos que recebem esse</p><p>título através da celebração de um contrato de gestão entre elas e o Governo Federal, ou</p><p>seja, elas se qualificam para se tornar uma agência executiva. Esse contrato tem</p><p>por objetivo aumentar a autonomia dessas fundações em troca da fixação de metas para</p><p>a execução da atividade administrativa que essas exerçam. Sua área de atuação se</p><p>encontra na Administração Pública direta.</p><p>Alguns exemplos de agências executivas: Inmetro.</p><p>EMPRESAS PÚBLICAS</p><p>Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas a partir de</p><p>autorização em lei específica e que possuem capital exclusivamente público. Seu</p><p>conceito legislativo está previsto no art. 5°, II, do Decreto-lei n.200/67:</p><p>''Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:</p><p>II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade</p><p>jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital</p><p>exclusivo da União, criado por lei para a exploração de</p><p>atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por</p><p>força de contingência ou de conveniência administrativa</p><p>podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em</p><p>direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969).''</p><p>Estas poderão exercer a atividade de prestar serviços públicos ou exploração de</p><p>atividades econômicas; quando praticar a exploração, poderá esta ser feita sob qualquer</p><p>modalidade empresarial.</p><p>Assim como as autarquias, as empresas públicas também possuem autonomia</p><p>administrativa, financeira e patrimônio próprio, logo, não possui nenhum vínculo</p><p>hierárquico, porém poderá ser fiscalizada assim como os demais já citadas.</p><p>As empresas públicas não tem o direito de usufruir de privilégios processuais,</p><p>como previsto no seguinte entendimento:</p><p>“As prerrogativas processuais conferidas à Fazenda</p><p>Pública devem ser interpretadas restritivamente. Somente</p><p>as pessoas jurídicas de direito público, incluídas as</p><p>autarquias, é que estão compreendidas no conceito de</p><p>Fazenda Pública. Nele não se incluem as empresas públicas</p><p>nem as sociedades de economia mista (STJ,</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>27</p><p>1ªT., Resp 30367-2 DF, rel. Min. Demócrito Reinaldo, julgado</p><p>em 03.03.1993).''</p><p>A empresa pública, responderá diretamente pelos danos causados e o Estado</p><p>poderá ser acionado subsidiariamente quando está prestar serviços públicos, porém se</p><p>esta explorar atividade econômica o Estado ficará isento de responsabilidades.</p><p>Alguns exemplos de empresas públicas: BNDS (Banco Nacional de</p><p>Desenvolvimento Econômico e Social Federal); Embrapa (Empresa Brasileira de</p><p>Pesquisa Agropecuária); CEF (Caixa Econômica Federal).</p><p>SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA</p><p>São definidas como pessoas jurídicas de direito privado que, assim como a</p><p>empresas públicas, também podem executar a prestação de serviços ou a exploração de</p><p>atividade econômica. Estás contam com o capital misto, ou seja, cinquenta por cento</p><p>mais um (50% + 1) do capital deve ser público e o restante pode ser privado; estas</p><p>somente podem ser constituídas na modalidade empresarial de sociedade anônima. Sua</p><p>definição encontra-se no art. 5°, III, do Decreto-lei n. 200/67:</p><p>''Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:</p><p>III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de</p><p>personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a</p><p>exploração de atividade econômica, sob a forma de</p><p>sociedade anônima, cujas ações com direito a voto</p><p>pertençam em sua maioria à União ou a entidade da</p><p>Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº</p><p>900, de 1969).''</p><p>Sua criação se dá é através de autorização em lei, mas é necessário que após</p><p>aprovação da lei, ainda ter seus estatutos socias aprovados e registrados. Também</p><p>possui, como as demais citadas acima, autonomia administrativa, financeira e</p><p>patrimônio próprio, não são subordinadas, mas podem ser fiscalizadas.</p><p>As sociedades de economia mista não possuem nenhum tipo de privilégio</p><p>processual ou prerrogativa e sua responsabilidade pelas obrigações contraídas se</p><p>equipara as da empresa pública.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>28</p><p>UNIDADE II</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>29</p><p>ATO ADMINISTRATIVO</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>Nesta Unidade, você será capaz de:</p><p>✔ Compreender e analisar a exposição da conceituação dos Atos Administrativos;</p><p>✔ Reconhecer conceitos e explicações enumeradas para avaliação de seus efeitos</p><p>no cotidiano.</p><p>✔ Demonstrar a metodologia de gestão pública nas suas validações e eficácias.</p><p>✔ Administrar e indicar os requisitos necessários e essenciais para seu controle.</p><p>2.1 INTRODUÇÃO</p><p>A presente unidade é fundamental em nossos estudos, pois estuda a maneira pela</p><p>qual qualquer agente público se manifesta: o ato administrativo. A importância dos atos</p><p>administrativos reside no fato de que eles são a manifestação do poder/dever da própria</p><p>Administração Pública.</p><p>Somente através do estudo dos fundamentos do ato administrativo, é que</p><p>efetivamente poderão ser compreendidos os aspectos essenciais tanto da licitação,</p><p>quanto dos contratos públicos, ambos resultantes de uma série de atos administrativos.</p><p>2.2 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO</p><p>Os Atos Administrativos podem ser entendidos preliminarmente como uma</p><p>manifestação de poder-dever da autoridade pública ou de seu representante frente aos</p><p>administrados ou no âmbito interno da organização estatal. Eles constituem-se em um</p><p>dos pilares fundamentais para a dinamização da atividade administrativa.</p><p>Tal fato ocorre porque, dentro da estrutura estatal, é a Administração Pública que</p><p>executa automotivadamente a lei e dentro dos seus parâmetros implementa os projetos</p><p>de atendimento das necessidades coletivas.</p><p>Tudo isso se materializa, seja pela prestação de serviços, pela fiscalização das</p><p>atividades dos agentes privados, pela intervenção nestas atividades, seja pela</p><p>regulamentação dos direitos dos cidadãos sempre que julgar necessário.</p><p>Para Carvalho Filho (2006, p. 95), o conceito de ato administrativo é:</p><p>A exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus</p><p>delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de</p><p>efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público. Para Justen Filho (2005, p.</p><p>185), Ato Administrativo é</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>30</p><p>“[...]</p><p>uma manifestação de vontade funcional apta a gerar efeitos jurídicos,</p><p>produzida no exercício de função administrativa.”</p><p>Ato Administrativo, na visão de Diógenes Gasparini (1995, p. 60), deveria ser</p><p>entendido como:</p><p>Toda prescrição, juízo ou conhecimento, predisposta à produção de</p><p>efeitos jurídicos, expedida pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes, no</p><p>exercício de suas prerrogativas e como parte interessada numa relação,</p><p>estabelecida na conformidade ou compatibilidade da lei, sob o</p><p>fundamento de cumprir finalidades assinaladas no sistema normativo,</p><p>sindicável pelo Judiciário.</p><p>O Ato Jurídico, para ter validade, deve preencher seus requisitos básicos, que</p><p>são: forma, prescrita ou não defesa em lei, objetivo, deve ser lícito e o agente deve ser</p><p>capaz.</p><p>Assim, também, o Ato Administrativo, para cumprir seus efeitos, deve preencher,</p><p>obrigatoriamente, seus requisitos que são: forma, objeto, competência (que, no ato</p><p>jurídico, é o agente), motivo e finalidade. Esses requisitos serão analisados a seguir, um</p><p>a um.</p><p>ATO ADMINISTRATIVO</p><p>✔ Conceito: ato administrativo é a “declaração do Estado ou quem lhe faça as vezes (pode</p><p>ser praticado pelo Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), expedida em</p><p>nível inferior à lei – a título de cumpri-la (distingue o ato administrativo da lei), sob regime</p><p>de direito público (distingue do ato administrativo do ato de direito privado) e sujeita a</p><p>controle de legitimidade por órgão jurisdicional (distingue o ato administrativo do ato</p><p>jurisdicional)”.</p><p>ATO ADMINISTRATIVO FATO ADMINISTRATIVO</p><p>✔ declarações – enunciados (oral,</p><p>escrito, mímica, sinais, etc)</p><p>✔ Não são declarações, não há</p><p>pronunciamento algum.</p><p>✔ admite anulação e revogação ✔ não são anuláveis, nem</p><p>revogáveis</p><p>✔ gozam de presunção de</p><p>legitimidade</p><p>✔ não gozam de presunção de</p><p>legitimidade</p><p>✔ a vontade é relevante ✔ vontade não é relevante</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>31</p><p>Ato da administração e ato administrativo: Pode-se conceituar ato da</p><p>administração como todo ato praticado pela Administração Pública, mais</p><p>especificamente pelo Poder Executivo, no exercício da função administrativa, podendo</p><p>ser regido pelo direito público ou pelo direito privado. Note que esse conceito tem</p><p>sentido mais amplo do que o conceito de ato administrativo, que, necessariamente, deve</p><p>ser regido pelo direito público. Os atos da administração podem ser:</p><p>✔ atos privados da Administração como, por exemplo: a doação, a permuta, a</p><p>compra e venda e a locação;</p><p>✔ atos materiais: que são condutas que não contêm manifestação de vontade,</p><p>consistindo apenas em uma execução, como a demolição de uma casa, a</p><p>apreensão de mercadoria, a realização de um serviço, configurando fatos</p><p>administrativos e não atos administrativos;</p><p>✔ atos administrativos.</p><p>Nesse cenário, ficam excluídos do conceito de atos da administração os atos</p><p>administrativos não praticados pela Administração, como é o caso de alguns atos</p><p>praticados por concessionárias. Portanto, a noção de ato administrativo não depende da</p><p>noção de Administração Pública, porque acontecem atos administrativos dentro e fora</p><p>da Administração.</p><p>Consequentemente, existem atos administrativos que não são atos da</p><p>administração, porque não foram praticados pelo Poder Executivo, tais como os</p><p>praticados pelos Poderes Judiciário e Legislativo, quando no exercício de sua função</p><p>administrativa atípica, ou ainda, segundo alguns doutrinadores, certos atos praticados</p><p>por concessionários e permissionários de serviços públicos, quando regidos pelo direito</p><p>público, o que é bastante discutível.</p><p>Em resumo, é possível concluir que são atos da administração os praticados pela</p><p>Administração, assim entendidos os atos praticados por órgãos do Poder Executivo e</p><p>entes da Administração Indireta, que podem ser regidos pelo direito público ou privado.</p><p>Quando regidos pelo direito público, esses atos são, ao mesmo tempo, atos</p><p>administrativos e atos da administração. Entretanto, os atos administrativos também</p><p>podem ser praticados fora da Administração, ficando claro que atos da administração e</p><p>atos administrativos são conceitos coincidentes, mas não sobreponíveis.</p><p>2.3 REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO</p><p>Para tornar mais fácil o entendimento dos requisitos do Ato Administrativo será</p><p>adotado como meio de verificação da sua validade o disposto no artigo 2º, da Lei nº</p><p>4.717/65, Lei de Ação Popular, cuja ausência provoca a invalidação dos atos. São eles,</p><p>competência, objeto, forma, motivo e finalidade.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>32</p><p>Prevê o artigo 2º da lei supracitada:</p><p>São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo</p><p>anterior, nos casos de:</p><p>a) incompetência;</p><p>b) vício de forma;</p><p>c) ilegalidade do objeto;</p><p>d) inexistência dos motivos;</p><p>e) desvio de finalidade.</p><p>REQUISITOS OU ELEMENTOS ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS</p><p>✔ COMPETÊNCIA PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE</p><p>(LEGITIMIDADE - VERACIDADE)</p><p>✔ FORMA IMPERATIVIDADE (COERCIBILIDADE OU</p><p>PODER EXTROVERSO)</p><p>✔ FINALIDADE AUTO EXECUTORIEDADE (EXECUTORIEDADE</p><p>– EXIGIBILIDADE)</p><p>✔ MOTIVO TIPICIDADE</p><p>✔ OBJETO EFEITO JURÍDICO MEDIATO QUE O ATO</p><p>PRODUZ</p><p>Primeiramente é de bom tom definir o que é ato administrativo. Trata-se de</p><p>manifestação unilateral de vontade da administração pública que visa materializar a</p><p>vontade do legislador infraconstitucional, regida sob a égide do direito público, passível</p><p>de exame de legalidade pelo Poder Judiciário e que tem por fim modificar, adquirir,</p><p>resguardar, transmitir ou extinguir direitos ou impor obrigações aos administrados.</p><p>Assim, por exemplo, a autorização de porte de arma a determinado cidadão é</p><p>materializada através de um ato administrativo de natureza excepcional e discricionária.</p><p>São elementos ou requisitos de um ato administrativo, que figuram como elementos de</p><p>sua formação, a competência, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade. O art. 2º da Lei</p><p>nº 4.717/65, interpretado de forma reversa, permite que sejam aclarados os requisitos do</p><p>ato administrativo.</p><p>A competência é o poder previsto em lei que confere atribuições legais ao agente</p><p>público para a prática do ato administrativo.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>33</p><p>Já a forma representa a observância completa e regular das formalidades</p><p>indispensáveis à existência ou seriedade do ato administrativo. O objeto é o conteúdo do</p><p>ato administrativo, é o seu resultado prático.</p><p>O motivo são as razões de fato e de direito que justificam a prática do ato</p><p>administrativo. A finalidade representa o bem jurídico objetivado pelo ato</p><p>administrativo, que deve ser marcado pelo interesse público.</p><p>São atributos do ato administrativo a presunção de legalidade (legitimidade,</p><p>veracidade); a imperatividade (coercibilidade ou poder extroverso); a auto-</p><p>executoriedade (executoriedade e exigibilidade); e a tipicidade. A presunção de</p><p>legalidade é atributo segundo o qual o ato administrativo é presumivelmente legal,</p><p>verdadeiro e conforme o direito, até prova em contrário.</p><p>Já a imperatividade e o atributo segundo o qual o ato administrativo pode ser</p><p>imposto a terceiros independentemente de sua concordância, submetendo a vontade do</p><p>particular à vontade do Estado. A auto-executoriedade é atributo segundo o qual a</p><p>Administração Pública pode praticar os atos administrativos sem precisar recorrer</p><p>previamente ao Poder Judiciário. Com a auto-executoriedade o Estado pode se valer de</p><p>meios indiretos de coerção.</p><p>VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>Primariamente, para um melhor entendimento do assunto em questão, é capital</p><p>referir as noções de “validade” e de “eficácia”. Destarte, a validade traduz-se na aptidão</p><p>intrínseca do ato para produzir os efeitos jurídicos correspondentes ao tipo legal a que</p><p>pertence, em consequência da sua conformidade com a ordem jurídica, ao passo que a</p><p>eficácia consiste na efetiva produção dos mesmos efeitos. Fala-se, a este propósito, em</p><p>requisitos de validade e de eficácia, os quais se encontram previstos nos arts.148º a 154º</p><p>do CPA.</p><p>Concernente aos requisitos de validade do ato administrativo, surgem diferentes</p><p>tipos de exigências que a lei apresenta relativamente a cada um dos seus elementos,</p><p>podendo estas ser decompostas em:</p><p>❖ Requisitos quanto aos sujeitos;</p><p>❖ Requisitos quanto à forma e às formalidades;</p><p>❖ Requisitos quanto ao conteúdo e ao objeto;</p><p>❖ Requisitos quanto ao fim.</p><p>No referente aos requisitos quanto aos sujeitos, é relevante ter em consideração</p><p>que o autor do ato se apresenta enquanto um órgão administrativo, devendo este ato</p><p>inscrever-se no âmbito das atribuições da entidade a que pertence o órgão (seu autor), o</p><p>qual deve ter, consequentemente, competência para a prática do ato administrativo e</p><p>encontrar-se concretamente legitimado para o exercício dessa competência (revela-se</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>34</p><p>na não existência de impedimentos, ou – em órgãos coletivos - na regularidade na</p><p>constituição, convocação e funcionamento).</p><p>Relativamente à forma e às formalidades (também alvos de certos requisitos),</p><p>entende-se por “forma”, o modo pelo qual se exterioriza ou manifesta a conduta</p><p>voluntária em que o ato se traduz, sendo que os trâmites que a lei manda observar com</p><p>vista a garantir a correta formação da decisão administrativa ou o respeito pelas</p><p>posições jurídicas subjetivas dos particulares se enquadram na classificação de</p><p>“formalidades”.</p><p>Esta última designação é, para o nosso Direito, alvo de um princípio geral, sendo,</p><p>por conseguinte, todas as formalidades prescritas por lei, essenciais, pelo que a sua não</p><p>observância tem como consequência a ilegalidade do ato administrativo. Existem, não</p><p>obstante, três exceções à indispensabilidade das respetivas formalidades.</p><p>Primeiramente, não são essenciais as formalidades que a lei declara dispensáveis;</p><p>secundariamente, similarmente às primeiras, não são consideradas essenciais aquelas</p><p>cuja omissão ou preterição não tenha impedido a consecução do objetivo visado pela lei</p><p>ao exigi-las; por último, as formalidades meramente burocráticas, de caráter interno,</p><p>tendentes a assegurar apenas o bom funcionamento dos serviços, são igualmente tidas</p><p>como dispensáveis.</p><p>Existe ainda, por fim, uma distinção entre formalidades supríveis e insupríveis,</p><p>traduzindo-se as primeiras na omissão ou preterição de formalidades que a lei manda</p><p>cumprir num certo momento, não obstando, no entanto, à garantia dos objetivos para</p><p>que foram estabelecidas, se forem cumpridas em momento posterior; e as últimas, nas</p><p>formalidades cuja observância tem de ter lugar no momento que a lei exige.</p><p>Sinteticamente, dizemos que um ato é válido, quando preenche todos os</p><p>requisitos legais para a sua formação. O termo “requisito” é aqui empregado como o</p><p>conjunto dos elementos e dos pressupostos dos atos administrativos, que, como será</p><p>visto no tópico seguinte, integram a sua estrutura. A eficácia do ato, por outro lado, diz</p><p>respeito às condições que este deve cumprir para começar a produzir os seus efeitos.</p><p>Efetivamente, um ato pode ser válido, porém ineficaz, quando, por exemplo, se</p><p>expede um ato administrativo contendo todos os elementos e pressupostos exigidos em</p><p>lei, porém sujeito a uma condição suspensiva que deverá ocorrer para ele poder começar</p><p>a produzir os seus efeitos (eficácia). Lembramos ainda que o STF já decidiu que a</p><p>Administração pode rever e cancelar seus atos, quando contiverem vícios e ilegalidades,</p><p>conforme pode ser visto a seguir:</p><p>Súmula 346. A administração pode declarar nulidade</p><p>de seus próprios atos. Súmula 473. A administração</p><p>pode anular seus próprios atos, quando eivados de</p><p>vícios que os tornem ilegais, porque deles não se</p><p>originam direitos; ou revogá-los, por motivo de</p><p>conveniência ou oportunidade, respeitados os</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>35</p><p>direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,</p><p>a apreciação judicial.</p><p>Uma vez que os Atos Administrativos tenham validade e eficácia, preencham seus</p><p>requisitos, bem como atendam a seus atributos, o círculo se fecha e teríamos o</p><p>cumprimento das funções estatais em sua plenitude. Entretanto, em alguns casos, os</p><p>atos administrativos deixam de preencher os requisitos para sua validade. Nesses casos,</p><p>eles podem ser declarados nulos ou anuláveis.</p><p>2.5 ATO NULO E ATO ANULÁVEL E SEUS EFEITOS E A EXTINÇÃO DOS</p><p>ATOS</p><p>Teoria quaternária (Celso Antônio Bandeira de Mello) - quatro tipos de atos ilegais:</p><p>✔ Atos inexistentes: quando faltar algum elemento ou pressuposto indispensável</p><p>para o cumprimento do ciclo de formação do ato;</p><p>✔ Atos nulos: os atos portadores de defeitos graves insuscetíveis de convalidação,</p><p>tornando obrigatória a anulação;</p><p>✔ Atos anuláveis: aqueles possuidores de defeitos leves passíveis de convalidação;</p><p>✔ Atos irregulares: detentores de defeitos levíssimos e irrelevantes normalmente</p><p>à forma, não prejudicando a validade do ato administrativo.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>36</p><p>EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>A extinção de um ato administrativo pode ocorrer de várias maneiras, e que são</p><p>vistas de maneiras diferentes por alguns doutrinadores. Por exemplo, de acordo com</p><p>Carvalho Filho (2006, p. 142), um Ato Administrativo pode ser considerado extinto nas</p><p>seguintes modalidades:</p><p>I - Extinção natural – por cumprimento de seus efeitos. Ex.: a destruição de</p><p>mercadoria nociva ao consumo público. Neste caso, o ato cumpriu seus objetivos,</p><p>extinguindo-se naturalmente.</p><p>II - Extinção subjetiva ou objetiva:</p><p>a) Subjetiva: Ocorre quando do desaparecimento do sujeito ou do objeto. Ex.: a</p><p>morte do permissionário extingue o ato de permissão por ausência do elemento</p><p>subjetivo.</p><p>b) Objetiva: o ato administrativo, se depois de praticado desaparece o objeto</p><p>ocorre a chamada extinção objetiva. Ex.: interdição de estabelecimento, e após o</p><p>estabelecimento é definitivamente desativado pelo proprietário.</p><p>Apesar da lição de Carvalho Filho ser bem direta, ele deixa de explicar outras</p><p>formas de extinção que o ato administrativo pode sofrer. Já no entendimento de</p><p>Bandeira de Mello (apud DI PIETRO, 2008, p. 222), os Atos Administrativos podem ser</p><p>extintos por:</p><p>I - cumprimento de seus efeitos;</p><p>II - desaparecimento do sujeito ou objeto;</p><p>III - retirada, que abrange:</p><p>a) revogação, em que a retirada se dá por razões de oportunidade e conveniência;</p><p>b) invalidação, por razões de ilegalidade;</p><p>c) cassação, em que a retirada se dá porque o destinatário descumpriu as</p><p>condições que deveriam ser atendidas a fim de poder confirmar a situação jurídica;</p><p>d) caducidade, em que a retirada se deu porque sobreveio norma jurídica que</p><p>tornou impossível aquela situação antes permitida;</p><p>e) contraposição, em que a retirada se dá porque foi emitido ato com fundamento</p><p>em competência diversa que gerou o ato anterior.</p><p>IV - pela renúncia, extinguem-se os efeitos do ato porque o próprio beneficiário</p><p>abriu mão de uma vantagem de que desfrutava. Aqui pode se ver que o ato administrativo</p><p>pode sofrer extinção por quatro grandes situações: o cumprimento de sua finalidade,</p><p>ausência de um de seus pressupostos, a retirada (normalmente por iniciativa do Poder</p><p>Público) e a renúncia. Também é possível ver que há outras maneiras mais complexas de</p><p>extinguir um ato público, sendo esta uma explicação mais abrangente.</p><p>LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>37</p><p>✓ Cumprimento de seus efeitos;</p><p>✓ Desaparecimento do sujeito ou do objeto;</p><p>✓ Contraposição;</p><p>✓ Cassação: quando deixa de cumprir com os requisitos que deveria permanecer</p><p>atendento;</p><p>✓ Revogação;</p><p>✓ Anulação;</p><p>❖ Está relacionada com o mérito administrativo</p><p>❖ Competência discricionária</p><p>Ex.: permissão de uso de logradouro público v</p><p>❖ Efeito “ex nunc” – não retroage</p><p>❖ Competência: agente que expediu o ato, bem como seu superior hierárquico</p><p>❖ Não existe prazo para proceder à revogação</p><p>❖</p>