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<p>CADERNO DE FORMAÇÃO</p><p>ENSINO MÉDIO</p><p>ENSINO MÉDIO</p><p>Filosofia</p><p>Caderno de Formação</p><p>Módulo 1</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 1 16/02/17 12:47</p><p>Índice</p><p>› O Telecurso de Filosofia ............................................................................................... 5</p><p>› Diretrizes do Telecurso de Filosofia ............................................................................ 11</p><p>Problematização .................................................................................................... 11</p><p>Leitura de imagem ................................................................................................. 12</p><p>Leitura do Livro do Aluno ....................................................................................... 12</p><p>Atividade complementar ........................................................................................ 12</p><p>Avaliação da aprendizagem ................................................................................... 13</p><p>› Organização da disciplina .......................................................................................... 14</p><p>As teleaulas ........................................................................................................... 14</p><p>O Livro do Professor .............................................................................................. 15</p><p>O Livro do Aluno .................................................................................................... 15</p><p>› Sinopses das teleaulas de Filosofia ............................................................................ 17</p><p>› Sugestão de planejamento de uma aula .................................................................... 18</p><p>› Sugestões de atividades de problematização ............................................................ 23</p><p>› Sugestões de materiais complementares................................................................... 39</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 3 16/02/17 12:47</p><p>5 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>O Telecurso de Filosofia</p><p>Professor(a),</p><p>Bem-vindo ao Telecurso e ao trabalho com a Filosofia, que tem como ponto de partida as</p><p>narrativas nas quais os estudantes são convidados a filosofar sobre questões diárias que</p><p>lhes desafiam o pensamento.</p><p>Ao optar por este caminho, você estará estimulando o desenvolvimento de habilidades</p><p>necessárias à investigação do conhecimento e a uma adequada participação no diálo-</p><p>go filosófico.</p><p>Esta disciplina do Telecurso sugere a realização de atividades que propiciem o desenvolvi-</p><p>mento do estudante e promovam a reflexão sobre atitudes que tenham como base: luci-</p><p>dez, clareza, coerência, ponderação, etc.</p><p>Esse fazer implica a construção de um espaço propício à troca de ideias, um ambiente no</p><p>qual o estudante deve ser estimulado a saber ouvir, saber falar e, sobretudo, saber respei-</p><p>tar as diferentes ideias.</p><p>A partir desse entendimento, o Telecurso de Filosofia toma como referência as competências</p><p>básicas dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM). São elas:</p><p>Representação e comunicação.</p><p>Investigação e compreensão.</p><p>Representação e comunicação</p><p>LER TEXTOS FILOSÓFICOS DE MODO SIGNIFICATIVO.</p><p>Segundo Kant, “não se ensina Filosofia, ensina-se a filosofar”. Para apropriar-se de fato do tex-</p><p>to filosófico, o estudante deverá compreender o processo por meio do desenvolvimento da</p><p>competência discursivo-filosófica. O acesso ao conteúdo filosófico se faz de maneira reflexiva,</p><p>buscando os pressupostos dos conceitos e exercitando a capacidade de problematização.</p><p>A leitura analítica pode ser desenvolvida de várias formas, mas em geral é importante que</p><p>o estudante comece pela análise temática, quando aprende a “ouvir o que o autor tem a di-</p><p>zer”. Dessa forma é estimulada a disciplina intelectual, identificando-se as ideias centrais, o</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 5 16/02/17 12:47</p><p>6 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>rigor dos conceitos, a articulação da argumentação e a coerência da exposição, para de-</p><p>pois então enveredar pelos aspectos denotativos do texto e exercitar a análise interpretati-</p><p>va e posterior problematização.</p><p>A apropriação do processo de filosofar é um modo de construir um pensar autônomo, em</p><p>última análise, um pressuposto decisivo para o exercício da cidadania.</p><p>LER, DE MODO FILOSÓFICO, TEXTOS DE DIFERENTES ESTRUTURAS E REGISTROS.</p><p>Na medida em que o estudante desenvolve a competência de ler os textos filosóficos de</p><p>maneira significativa, o professor pode ampliar esse processo, oferecendo textos de dife-</p><p>rentes estruturas e registros, tais como artigos de jornal, poesias, programas de televisão,</p><p>músicas, pinturas, textos científicos, etc. É indispensável que o estudante respeite a espe-</p><p>cificidade de cada estrutura discursiva e que viva a experiência de um olhar analítico, ques-</p><p>tionador, reflexivo, filosófico.</p><p>ELABORAR POR ESCRITO O QUE FOI APROPRIADO DE MODO REFLEXIVO.</p><p>É importante garantir ao estudante um espaço para sua própria produção, iniciando</p><p>pela sala de aula.</p><p>Por meio da formulação de questões ou da participação em trabalhos de grupo ou em de-</p><p>bates, o estudante exercita, além do respeito pela palavra do outro, a organização de seu</p><p>pensamento – através da expressão oral. É preciso que se estimule também o desenvolvi-</p><p>mento da expressão escrita, através da dissertação filosófica. As dificuldades iniciais dos</p><p>estudantes para estruturar um texto devem ser superadas, pois o trabalho dissertativo é o</p><p>coroamento de um processo iniciado com a leitura de textos, fichamentos, debates e pes-</p><p>quisas, que se configura como condição para a autonomia intelectual do educando e deve</p><p>ser compreendida como o amadurecimento das discussões.</p><p>DEBATER, TOMANDO UMA POSIÇÃO, DEFENDENDO-A ARGUMENTATIVAMENTE E MUDANDO</p><p>DE POSIÇÃO, EM FACE DE ARGUMENTOS MAIS CONSISTENTES.</p><p>O debate não deve ser meramente de opinião, mas deve ser alavancado a partir de textos</p><p>e de conteúdos analisados, ainda que extrapole esse ponto de partida. Aprender a pensar</p><p>e a debater é contribuir para a construção de uma sociedade pluralista, que pressupõe o</p><p>sujeito autônomo e crítico e que, ao mesmo tempo, é capaz de reconhecer a alteridade,</p><p>aceitar as diferenças e buscar o consenso pelo poder da palavra, reconhecendo o dissen-</p><p>so como expressão da sociedade democrática e heterogênea.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 6 16/02/17 12:47</p><p>7 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Investigação e compreensão</p><p>ARTICULAR CONHECIMENTOS FILOSÓFICOS E DIFERENTES CONTEÚDOS E MODOS</p><p>DISCURSIVOS NAS CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS, NAS ARTES E EM OUTRAS</p><p>PRODUÇÕES CULTURAIS.</p><p>A necessidade de se incluir um eixo privilegiado do Ensino Médio na interdisciplinaridade deve</p><p>ser encarada como um desafio para qualquer professor. A Filosofia pressupõe uma visão de</p><p>conjunto e percepção da totalidade, cooperando para a articulação dos diversos sistemas teó-</p><p>ricos e conceituais, como disciplinas específicas ou como projetos, programas de estudo, etc.</p><p>CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL</p><p>Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica, quanto</p><p>em outros planos: o pessoal-biográfico; o científico-tecnológico; o entorno sociopolítico,</p><p>histórico e cultural.</p><p>O estudante deve aprender a examinar o texto não como algo pronto, mas aberto a inter-</p><p>pretações e problematizações diversas.</p><p>Para percorrer este caminho com o estudante, é importante trabalhar quatro dimensões do</p><p>pensamento: o raciocínio, a investigação, a formação de conceitos e a tradução.</p><p>O RACIOCÍNIO</p><p>Permite ampliar nossos conhecimentos pelas conclusões ou inferências que fazemos a</p><p>partir de conhecimentos anteriores, que nos conduzem à coerência interna de nossos</p><p>discursos, preservando as nossas ideias. Envolve algumas ações que, em conjunto,</p><p>possibilitam o raciocínio competente, necessário em qualquer discurso, escrito ou fala-</p><p>do, e na solução de questões que implicam: inferir; detectar premissas ou pressuposi-</p><p>ções subjacentes; formular questões; exemplificar;</p><p>ELAINE KABARITE COSTA</p><p>Revisão de texto</p><p>ELIANE SONDERMANN</p><p>Projeto Gráfico e Diagramação</p><p>INVENTUM DESIGN</p><p>identificar similaridades e diferen-</p><p>ças; construir e criticar analogias; comparar; contrastar; etc.</p><p>A INVESTIGAÇÃO</p><p>Está associada à execução de métodos científicos. A ideia de investigação sugere bus-</p><p>ca. Busca, não das respostas prontas ao desafio que a realidade nos apresenta, mas</p><p>do caminho para se chegar às respostas. A busca da construção das respostas impli-</p><p>ca saber medir; observar; verificar; descrever; estimar; prever; etc.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 7 16/02/17 12:47</p><p>8 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>A FORMAÇÃO DE CONCEITOS</p><p>Para desenvolver essa dimensão do pensamento, se faz necessário identificar componen-</p><p>tes, perceber as relações, aproximar conceitos semelhantes e os diferentes. Desta forma,</p><p>os conceitos adquirem sentido e se tornam instrumentos de compreensão, construindo co-</p><p>nhecimento. Para tanto, algumas habilidades precisam ser desenvolvidas, como fazer dis-</p><p>tinções; fazer conexões; agrupar; classificar; definir; identificar significados; explicar; etc.</p><p>A TRADUÇÃO</p><p>É necessária à compreensão de discursos falados ou escritos, de forma a permitir aos</p><p>ouvintes ou leitores dizer, com suas próprias palavras, o que ouviram ou leram, preser-</p><p>vando o significado original. Isso exige prestar atenção; interpretar criticamente; perce-</p><p>ber implicações e suposições; parafrasear; inferir; etc.</p><p>Essas quatro dimensões – o raciocínio, a investigação, a formação de conceitos</p><p>e a tradução oferecem instrumentos necessários para o desenvolvimento do pensar,</p><p>e devem ser trabalhadas de forma integrada, pois todos esses aspectos são aciona-</p><p>dos, ou convocados, quando temos desafios a resolver.</p><p>Diversos pensadores têm formulado perguntas que podem ajudar nas suas atividades</p><p>em sala de aula. Procure, por meio delas, estimular a participação dos estudantes, in-</p><p>corporando as sugestões que surgirem durante a aula. Explore os debates, a experiên-</p><p>cia pessoal e o histórico de vida dos estudantes.</p><p>A seguir, algumas de perguntas que podem aprofundar uma discussão filosófica.</p><p>Perguntas que pedem esclarecimento, explicação, definição:</p><p>O que você quer dizer exatamente quando diz isso?</p><p>O que você quer dizer com a palavra que está usando?</p><p>Você pode explicar de outra forma o que acabou de dizer?</p><p>Como poderia ser colocado esse tema?</p><p>O que você pensa que poderia ser colocado de outra forma?</p><p>Alguém é capaz de esclarecer o que foi dito?</p><p>Você poderia dar um exemplo do que acabou de dizer?</p><p>Perguntas que pedem opiniões diferentes, alternativas, contraexemplos:</p><p>Há outras maneiras de ver esse assunto?</p><p>Por acaso alguém tem um ponto de vista diferente?</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 8 16/02/17 12:47</p><p>9 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Vocês estão dizendo a mesma coisa de formas diferentes?</p><p>Há diferença entre o que eles disseram?</p><p>Quem pode explicar a diferença entre o que eles disseram?</p><p>Alguém poderia dar um contraexemplo?</p><p>Perguntas que contestam a opinião ou a sua coerência:</p><p>Seu pensamento continuaria coerente em quaisquer circunstâncias?</p><p>Você não acha que está se contradizendo?</p><p>Vocês estão dizendo a mesma coisa ou estão se contradizendo?</p><p>O que você pensa sobre opiniões contrárias à sua?</p><p>Perguntas que pedem razões ou pressupostos de uma opinião:</p><p>O que você está pressupondo quando faz essa afirmação?</p><p>Como você sabe disso?</p><p>Qual é o seu raciocínio para afirmar isso?</p><p>Em que se fundamenta sua opinião?</p><p>Por que você chegou a dizer isso?</p><p>Como você chegou a essa opinião?</p><p>Perguntas referentes a consequências, inferências:</p><p>O que eu posso concluir a partir que você disse?</p><p>O que está sugerindo com o que disse?</p><p>O que está implícito no que você disse?</p><p>Se o que você diz é correto, o que podemos concluir?</p><p>Quais são as consequências da sua opinião?</p><p>Perguntas que estabelecem relações:</p><p>Quais são as características fundamentais do que você está dizendo?</p><p>Há uma relação entre o que vocês disseram?</p><p>Você poderia esclarecer as diferenças e as semelhanças entre o que disseram?</p><p>É possível ver outras relações entre as opiniões de vocês?</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 9 16/02/17 12:47</p><p>10 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Perguntas sobre perguntas:</p><p>Você acha que esta é uma pergunta apropriada?</p><p>Esta é uma pergunta relevante?</p><p>O que essa pergunta pressupõe?</p><p>Você poderia pensar outra pergunta que enfatizasse outro aspecto desse assunto?</p><p>Essa pergunta vai nos ajudar?</p><p>Fonte: Apostila do Centro de Filosofia para Crianças</p><p>Agora, professor (a), é a sua vez!</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 10 16/02/17 12:47</p><p>11 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Diretrizes do Telecurso de Filosofia</p><p>A Metodologia TelessalaTM foi pensada para desenvolver significativamente o currículo do</p><p>Telecurso.</p><p>Nela, o cotidiano é posto no centro da ação pedagógica, e o conhecimento está a serviço</p><p>da vida. Trata-se de um espaço colaborativo de valorização das inteligências e saberes e</p><p>de respeito às diferenças e ritmos de aprendizagem.</p><p>Na sala de aula, o professor tem um papel fundamental na criação das condições para uma</p><p>aprendizagem de qualidade, e o estudante:</p><p>é construtor de seu conhecimento;</p><p>participa de uma rede colaborativa de aprendizagem;</p><p>constrói vínculos significativos;</p><p>vivencia novas situações de aprendizagem a partir de sua experiência de vida;</p><p>interage com o conhecimento científico, tecnológico e cultural de forma dinâmica,</p><p>reflexiva, crítica e contextualizada;</p><p>desenvolve a argumentação e fortalece sua leitura e escrita;</p><p>utiliza as diversas linguagens artísticas;</p><p>vivencia a cultura e reconhece nela valores e identidades de sua história;</p><p>participa de atividades de investigação e pesquisa;</p><p>aplica novos conhecimentos às situações cotidianas;</p><p>incorpora novas atitudes de cidadania.</p><p>Para a melhor utilização do material deste curso, recomendamos a você, professor, usar</p><p>esta sequência de atividades ao planejar a sua aula.</p><p>Problematização</p><p>Atividade que objetiva provocar o desejo, o interesse do estudante pela temática a ser tra-</p><p>balhada, e diagnosticar o seu conhecimento prévio sobre o assunto.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 11 16/02/17 12:47</p><p>12 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Leitura de imagem</p><p>Realizada após a exibição da teleaula, é uma atividade que estabelece correlações entre os</p><p>conceitos disciplinares, as imagens, os diálogos, os depoimentos, a trilha sonora, enfim, os</p><p>recursos narrativos audiovisuais e o cotidiano. Desenvolva uma atividade que possibilite aos</p><p>estudantes destacarem as imagens decisivas e os momentos mais significativos da teleaula.</p><p>Procure identificar junto com os estudantes os vários momentos dos diálogos, os argumentos</p><p>dos personagens, a fala do locutor, os depoimentos dos especialistas, os comentários das pes-</p><p>soas na rua e a contribuição de cada um deles para o desenvolvimento dos objetos tratados.</p><p>Você deverá contextualizar as situações apresentadas na teleaula procurando destacar se-</p><p>melhanças e diferenças com o seu contexto local e global.</p><p>Cada estudante deverá registrar as atitudes filosóficas mencionadas durante a teleaula. Logo</p><p>após, os estudantes deverão dizer quais dessas atitudes estão presentes em sua vida.</p><p>Leitura do Livro do Aluno</p><p>A leitura da narrativa deve ser compartilhada. O texto foi elaborado de forma argumentati-</p><p>va, visando orientar a discussão em sala de aula.</p><p>Uma boa maneira de verificar a compreensão da história é formular perguntas simples, de</p><p>modo que as respostas demonstrem o entendimento do texto. Promova atividades de lei-</p><p>tura de trechos dos diálogos em voz alta, para que todos possam acompanhar juntos.</p><p>Atividade complementar</p><p>É o momento da discussão das questões indicadas em cada aula.</p><p>Sugerimos a troca de ideias em trabalhos realizados em grupo, tomando como base per-</p><p>guntas surgidas durante a leitura do texto, ou indicadas no fim de cada aula.</p><p>O debate das questões propostas possibilita aprofundar os conteúdos.</p><p>Lembramos que</p><p>as perguntas são imprescindíveis à construção de um diálogo filosófico;</p><p>a discussão filosófica será o caminho para atingir os propósitos nas aulas;</p><p>uma</p><p>discussão somente será filosófica se nela houver um aprofundamento dos</p><p>pontos de vista dos participantes, um compartilhar e uma reflexão sobre os mesmos;</p><p>numa discussão filosófica, devemos cuidar da exatidão daquilo que dizemos;</p><p>a troca de ideias é a construção articulada do pensamento crítico e reflexivo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 12 16/02/17 12:47</p><p>13 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Nessa discussão, você, professor, tem um papel fundamental. Você deve atuar como me-</p><p>diador do diálogo entre os participantes. É preciso que provoque o pensamento e dirija a</p><p>discussão com perguntas que levem os estudantes a construírem suas posições de uma</p><p>forma aberta, porém organizada.</p><p>Avaliação da aprendizagem</p><p>A turma pode avaliar as atividades desenvolvidas no dia, utilizando a linguagem radiofônica.</p><p>Sugerimos um programa de auditório, no qual cada um dará um depoimento sobre o que</p><p>considerou importante na aula, observando os critérios definidos coletivamente ou toman-</p><p>do como referência as seguintes sugestões:</p><p>Relevância da temática.</p><p>Qualidade das produções apresentadas pelos grupos.</p><p>Participação, interesse e criatividade da equipe.</p><p>Qualidade do material de apoio disponibilizado para o trabalho.</p><p>“Como me senti”.</p><p>Nas aulas de cada unidade, em que sugerimos a exibição da teleaula, você encontrará um</p><p>planejamento que segue esse encadeamento de atividades. Nas outras aulas, são sugeri-</p><p>das algumas ações que podem ajudar no seu planejamento.</p><p>Na última aula de cada unidade do Livro do Aluno, é apresentado um texto complemen-</p><p>tar para enriquecer o debate das principais ideias trabalhadas. Sugerimos, na abertura</p><p>das duas primeiras unidades, alguns pontos que podem enriquecer o debate sobre os</p><p>textos com os estudantes.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 13 16/02/17 12:47</p><p>14 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Organização da Disciplina</p><p>O Telecurso de Filosofia é composto de cinco teleaulas, do Livro do Aluno, que contém</p><p>vinte aulas, organizadas em cinco unidades, e do Livro do Professor</p><p>Na última aula de cada unidade do Livro do Aluno, é apresentado um texto complementar,</p><p>para enriquecer o debate sobre as principais ideias trabalhadas na unidade.</p><p>As teleaulas</p><p>O eixo central das teleaulas é uma pergunta provocadora. A partir do questionamento, de-</p><p>senvolvem-se os temas semelhantes aos abordados no Livro do Aluno, porém com enfo-</p><p>ques contextualizados.</p><p>Sempre em torno de uma narrativa, cujos personagens, com seu modo de agir, pensar e</p><p>se expressar, nos levam a refletir sobre muitas questões de Filosofia.</p><p>Uma mesma teleaula será utilizada em mais de uma aula. Não existe uma correspondência</p><p>entre esta e a aula do Livro do Aluno; uma teleaula trata de várias aulas. É papel da teleau-</p><p>la introduzir e problematizar o assunto da aula. Assista-a com atenção, procurando realizar</p><p>a leitura de imagem. Ela consiste no exercício do olhar sobre o material audiovisual, que lhe</p><p>permite apreender os pontos essenciais do conteúdo trabalhado.</p><p>As cinco teleaulas têm como base as seguintes questões provocadoras:</p><p>Teleaula 1 – É o espanto!</p><p>Teleaula 2 – É lógico!</p><p>Teleaula 3 – Quanto é que isso vale?</p><p>Teleaula 4 – Ética para quem?</p><p>Teleaula 5 – Arte serve para quê?</p><p>Habitue-se a fazer pequenos registros sobre as informações que a teleaula traz, anotando</p><p>aspectos que necessitem de mais esclarecimentos. Os vários assuntos do curso são rela-</p><p>cionados ao dia a dia de um taxista, seus colegas de trabalho e seus passageiros.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 14 16/02/17 12:47</p><p>15 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>O Livro do Professor</p><p>Este livro traz esclarecimentos sobre os conteúdos que estão no Livro do Aluno, nas tele-</p><p>aulas e no portal www.telecurso.org.br. Apresenta sugestões de atividades, para apoiar o</p><p>planejamento das aulas, e orienta a aplicação de instrumentais de avaliação de desempe-</p><p>nho dos estudantes. Fortalece a prática pedagógica do professor, possibilitando melhor</p><p>gestão do uso dos materiais.</p><p>O Livro do Aluno</p><p>Apresenta os assuntos das aulas e traz situações do cotidiano para motivar discussões fi-</p><p>losóficas e favorecer a construção do conhecimento. Os temas são apresentados por meio</p><p>de diálogos filosóficos entre os membros de uma família.</p><p>As aulas estão organizadas de maneira que o estudante amplia, participa e acompanha o</p><p>seu aprendizado.</p><p>Cada aula foi estruturada de forma a permitir uma leitura consciente, reflexiva e crítica do</p><p>mundo. Ao trabalhar com o Livro do Aluno, você lerá a história e irá se exercitar, não só in-</p><p>terpretando e construindo diferentes textos, como também sistematizando conteúdos.</p><p>O livro está organizado em cinco unidades que versam sobre os principais temas da Filosofia.</p><p>UNIDADE AULA TEMÁTICAS</p><p>Unidade 1</p><p>O mito, a Filosofia e o conhecimento</p><p>1 O que é Filosofia e o que são as atitudes filosóficas.</p><p>2</p><p>Definições de Filosofia, atitudes filosóficas.</p><p>Relação entre Filosofia e liberdade.</p><p>3 O que é ser crítico. Conhecimento empírico.</p><p>4</p><p>Conhecimento científico. Semelhanças e diferenças</p><p>entre o conhecimento científico e o conhecimento</p><p>filosófico.</p><p>Unidade 2</p><p>Lógica, linguagens e comunicação</p><p>5 Lógica e silogismos.</p><p>6 Sofismas e falácias.</p><p>7</p><p>Funções básicas da linguagem e suas formas</p><p>não verbais.</p><p>8</p><p>Formas de expressão de sentimentos.</p><p>Linguagem musical e poética.</p><p>9 Formas não verbais de comunicação.</p><p>Unidade 3</p><p>A Ciência,a tecnologia e os valores</p><p>10</p><p>Investigação dos conceitos de Ciência e Tecnologia.</p><p>O avanço tecnológico, seus benefícios e problemas.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 15 16/02/17 12:47</p><p>16 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>UNIDADE AULA TEMÁTICAS</p><p>Unidade 3</p><p>A Ciência,a tecnologia e os valores</p><p>11</p><p>A questão dos valores. A relação entre os valores e</p><p>a personalidade.</p><p>12 Consumismo e alienação.</p><p>Unidade 4</p><p>A ética, a política e a cidadania</p><p>13</p><p>Investigação dos conceitos de ética e moral.</p><p>Juízos de valor e consciência moral.</p><p>14</p><p>Ética autônoma e ética heterônoma e os</p><p>determinismos.</p><p>15</p><p>Significados da palavra política.</p><p>Participação política.</p><p>16 A cidadania e os direitos e deveres de um cidadão.</p><p>Unidade 5</p><p>A arte, a criatividade e o “pensar por</p><p>si mesmo”</p><p>17 A arte, o belo e a vida.</p><p>18 O mérito da arte. A relação entre arte e criatividade.</p><p>19 A expressão de emoções e a utilidade da arte.</p><p>20 O valor de pensar por si mesmo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 16 16/02/17 12:47</p><p>17 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Sinopses das teleaulas de Filosofia</p><p>›Teleaula 1: É o espanto!</p><p>Nesta primeira teleaula, você vai conhecer a origem da Filosofia. Vai ver que a mitologia</p><p>também é uma maneira de explicar o mundo, mas de um jeito fantasioso, com a ajuda de</p><p>deuses e entes sobrenaturais.</p><p>›Teleaula 2: É lógico!</p><p>A lógica é a disciplina da Filosofia que estuda as regras do raciocínio. Você vai aprender que</p><p>silogismo é uma forma de raciocínio formado de duas premissas – ou juízos – e uma conclu-</p><p>são, e que nem todo silogismo é confiável, pois suas premissas podem ser falsas ou mentiro-</p><p>sas. Além disso, vai ver que os argumentos incorretos de uma discussão chamam-se falácias.</p><p>›Teleaula 3: Quanto é que isso vale?</p><p>Os valores são entidades virtuais. Você vai ver que eles não existem na realidade, não são</p><p>propriedades dos objetos. Aprenderá que eles são atribuídos às coisas por um sujeito, só</p><p>existindo na medida em que uma pessoa avalia e valoriza.</p><p>›Teleaula 4: Ética para quem?</p><p>O assunto desta teleaula é a Ética. Você vai aprender que ela tem a ver com a discussão</p><p>dos valores e da moral, e saberá que ser ético não consiste apenas em seguir a moral do-</p><p>minante da sociedade.</p><p>›Teleaula 5: Arte serve para quê?</p><p>A arte tem a ver com a criação. Você vai ver que um artista cria um mundo novo, que pode</p><p>ser feito de sons, cores, formas, palavras e gestos. Esse mundo novo, a obra artística, me-</p><p>xe com os nossos sentidos e transforma a nossa visão da realidade.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 17 16/02/17 12:47</p><p>18 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Sugestão de planejamento de uma aula</p><p>A Unidade 1 enfoca as várias noções</p><p>de Filosofia. Os temas explorados são o mito, a Filo-</p><p>sofia e o conhecimento. Você irá notar que a Filosofia veio de uma transformação gradual</p><p>a partir dos mitos.</p><p>A palavra mito vem do grego mythos, que significa contar, narrar, falar alguma coisa para outros.</p><p>O mito é uma narrativa imaginária do surgimento das coisas. Há uma tendência natural de</p><p>identificar um mito como uma lenda ou uma mentira. O mito não é uma mentira, pois é ver-</p><p>dadeiro para quem o vive.</p><p>Com o tempo, surgiu também a necessidade de explicações racionais da realidade. Disso</p><p>surgem a Filosofia e a percepção de que é essencial compreender a diferença entre mito e</p><p>Filosofia para se ter ideia do que é a Filosofia.</p><p>Nesta unidade, você encontrará várias definições de Filosofia concebidas por filósofos. Tais</p><p>definições foram incluídas no livro para que os estudantes possam fazer comparações en-</p><p>tre elas e construir seus próprios conceitos.</p><p>Uma compreensão efetiva das atitudes filosóficas é necessária para que os estudantes pro-</p><p>curem desenvolvê-las e utilizá-las nas discussões que serão promovidas na sala de aula.</p><p>Conteúdos dessa unidade</p><p>O que é Filosofia.</p><p>Atitudes filosóficas.</p><p>Definições de Filosofia.</p><p>Relação entre Filosofia e liberdade.</p><p>O que é ser crítico.</p><p>Conhecimento empírico.</p><p>Conhecimento científico.</p><p>Conhecimento filosófico.</p><p>Atividade de aprofundamento</p><p>Texto complementar: A alegoria da caverna. Platão.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 18 16/02/17 12:47</p><p>19 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Sugestões para discussão</p><p>A caverna é o mundo de aparências em que vivemos.</p><p>As sombras projetadas no fundo são imagens captadas pelos nossos sentidos.</p><p>As correntes são nossos preconceitos e opiniões.</p><p>O prisioneiro que se liberta é o filósofo.</p><p>A luz do sol é a luz da verdade.</p><p>A Filosofia é aquilo que liberta o prisioneiro.</p><p>Professor, é hora de propor a realização de uma pesquisa sobre os sofistas e os céticos e</p><p>a relação do seu pensamento com o pensamento de Platão por meio do texto citado.</p><p>Aula 1 – O que é Filosofia</p><p>PRINCIPAIS IDEIAS A SEREM DISCUTIDAS</p><p>O que é Filosofia e o que são as atitudes filosóficas?</p><p>ATIVIDADE PARA PROBLEMATIZAR</p><p>Dividir a turma em duplas e pedir que cada uma descreva:</p><p>O que é ser um filósofo?</p><p>Para que serve a Filosofia na minha vida diária?</p><p>Após uma breve discussão, cada dupla deverá expor suas ideias ao grupo.</p><p>O trabalho em dupla é interessante para que haja troca de conhecimentos. É importante</p><p>ajudar os estudantes a analisarem os próprios pensamentos.</p><p>EXIBIÇÃO DA TELEAULA</p><p>TELEAULA 1 – É O ESPANTO!</p><p>Pergunta provocadora: buscando explicar o inexplicável?</p><p>Principais conceitos</p><p>Para filosofar é preciso maravilhar-se; espantar-se com o mundo. Maravilhar-se não</p><p>quer dizer deslumbrar-se. Significa considerar que as coisas precisam ser explicadas.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 19 16/02/17 12:47</p><p>20 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Tudo o que acontece, longe de ser o que é apenas porque é, necessita de uma</p><p>explicação. Mas tal explicação nasce de uma reação fortemente afetiva, que é a do</p><p>espanto, que nos leva a perguntar.</p><p>Uma das primeiras reações dos gregos, ao maravilharem-se com o mundo, foi criar</p><p>mitos para explicar os fenômenos.</p><p>A Filosofia nasceu como uma forma racional de explicação dos fenômenos. Há uma</p><p>passagem do mito ao logos (razão).</p><p>Indicativos e exemplos</p><p>O que causa espanto. (Para onde vai a luz quando uma vela apaga?)</p><p>Exemplo: de onde vem a ideia de perfeição se não conhecemos nada perfeito?</p><p>O que segura a Terra no espaço (isso causava espanto nos gregos). Uma de suas</p><p>respostas foi a de que um grande elefante a segurava nas costas. Mas esta</p><p>pertence à esfera do mito. Lembrar também que os gregos, embora não tivessem</p><p>nosso instrumental científico, afirmaram que a Terra era redonda e procuraram</p><p>medir a distância da Terra à Lua.</p><p>“Em Filosofia a gente aprende o que já sabe.” Frase de uma criança ao perceber</p><p>que a Filosofia, às vezes, investiga o óbvio. Os filósofos e as crianças têm em</p><p>comum a capacidade de maravilhar-se com o mundo.</p><p>Opor a explicação mítica ou mitológica à racional. Pode-se narrar um mito que</p><p>explique, por exemplo, o surgimento do mundo ou de determinada conduta ou ser,</p><p>e depois formular perguntas que geram uma resposta racional a essa questão.</p><p>Depoimentos</p><p>Explorar os depoimentos de:</p><p>Betty Mindlin, antropóloga, fala sobre os mitos indígenas;</p><p>Milton Meira do Nascimento, professor de Ética e Filosofia da Universidade de São</p><p>Paulo (USP), fala sobre os mitos gregos;</p><p>Renato Janine Ribeiro, filósofo, fala sobre o nascimento da Filosofia.</p><p>Leitura de imagem</p><p>Após a exibição da teleaula, solicitar aos estudantes que respondam:</p><p>O que viram na teleaula, o que ouviram e o que sentiram?</p><p>Como são os personagens?</p><p>Para os personagens, quem é um filósofo?</p><p>Concordam com as ideias dos personagens?</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 20 16/02/17 12:47</p><p>21 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Até que ponto essas ideias são fruto de preconceitos?</p><p>Que ideias poderiam ser verdadeiras?</p><p>Qual a opinião sobre quem é um filósofo?</p><p>Trabalho com o Livro do Aluno</p><p>Realizar leitura da narrativa individual ou em grupo, teatralizada, em forma de jogral, pos-</p><p>sibilitando que os estudantes desempenhem papéis e interpretem personagens com ar-</p><p>gumentos divergentes.</p><p>Aqueles que não participam são estimulados a interferir no diálogo, apresentando outras</p><p>possibilidades de argumentação.</p><p>Atividades complementares</p><p>Possibilitam discutir e trocar ideias. Para tanto, divida a turma em quatro grupos e solicite</p><p>que eles respondam às seguintes questões:</p><p>Grupo 1</p><p>Na sua opinião, o que é Filosofia?</p><p>É importante lembrar que a questão não requer uma resposta fechada nem conceitos prontos.</p><p>A ideia é que os estudantes possam expressar suas opiniões, e compará-las com as res-</p><p>postas dos seus colegas. Lembre-se de que essa é uma questão aberta.</p><p>Grupo 2</p><p>Que contribuições os gregos deram para a Filosofia?</p><p>Essa questão deverá ser objeto de pesquisa para os estudantes.</p><p>Os gregos, de forma racional, começaram a refletir sobre questões como a origem das coisas.</p><p>Grupo 3</p><p>Qual é a relação entre o mito e a Filosofia?</p><p>Saber comparar é uma das habilidades de raciocínio. Nas comparações identificamos o</p><p>que há em comum entre os objetos que comparamos e suas diferenças. Na comparação</p><p>entre mito e Filosofia percebemos:</p><p>Em comum: tanto o mito quanto a Filosofia são tentativas de explicação das coisas que</p><p>acontecem no mundo e do próprio mundo.</p><p>A diferença: enquanto o mito é uma narrativa imaginária para a explicação dos fenôme-</p><p>nos, a Filosofia procura dar uma explicação baseada na razão.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 21 16/02/17 12:47</p><p>22 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Grupo 4</p><p>Qual a importância da Filosofia no cotidiano?</p><p>Socialização das aprendizagens</p><p>Os grupos deverão apresentar suas produções à turma, utilizando a linguagem de sua pre-</p><p>ferência (cênica, plástica ou musical). As produções deverão ser discutidas e enriquecidas</p><p>por todos os participantes.</p><p>Atividade para contextualizar</p><p>Peça para os estudantes registrarem atitudes filosóficas presentes em suas vidas.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 22 16/02/17 12:47</p><p>23 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Sugestões de atividades de problematização</p><p>Professor(a), a seguir você encontrará sugestões de problematizações para todas as aulas</p><p>das três primeiras unidades, 12 aulas no total. Para algumas aulas, também apresentamos</p><p>sugestões de atividades de enriquecimento e textos complementares, que visam dar apoio</p><p>ao desenvolvimento do trabalho proposto nas atividades.</p><p>Aula 1: O que é Filosofia?</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>1. Dividir a turma em dupla ou em trio. Pedir que cada grupo reflita com os colegas sobre</p><p>as questões abaixo, para depois expor para a turma um resumo das reflexões:</p><p>a. Você acha que o ato de aprender faz parte da sua vida? Em caso positivo, é uma</p><p>parte agradável ou desagradável? Por quê?</p><p>b. “Aprender” ajuda você a viver melhor? Por quê?</p><p>c. Existem coisas importantes que não são aprendidas</p><p>no contexto escolar? Quais?</p><p>d. Na escola, você aprende mais a fazer perguntas ou a respondê-las?</p><p>e. Se você aprende mais a responder perguntas, de que maneira o conteúdo é ensinado?</p><p>Como você aprende?</p><p>f. A escola ensina você a pensar melhor? Como?</p><p>g. A partir do que a escola ensina, é possível aprender a pensar? Como?</p><p>h. Que tipo de coisa você espera aprender nas aulas de Filosofia?</p><p>i. Por que é importante uma disciplina como a Filosofia?</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 23 16/02/17 12:47</p><p>24 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR I</p><p>Sobre a Filosofia: construindo e desconstruindo conceitos e pré-conceitos</p><p>Estudar Filosofia envolve muitos conceitos e conceitos são ideias elaboradas so-</p><p>bre um assunto, que exigem de nós análise e reflexão. Antes de desenvolver o con-</p><p>ceito sobre alguma coisa, formamos um pré-conceito sobre ela.</p><p>O pré-conceito é uma ideia vaga, pouco elaborada sobre alguma coisa. Digamos</p><p>que seja uma primeira noção de algo. Por isso é que muitos pré-conceitos são par-</p><p>ciais, incompletos, superficiais, têm um sentido negativo, como é o caso dos precon-</p><p>ceitos raciais, sexuais, religiosos, políticos. O pré-conceito é apenas um ponto de</p><p>partida para se pensar mais profundamente sobre algum assunto e, se bem desen-</p><p>volvido, pode tornar-se um conceito. O preconceito torna-se negativo quando nos</p><p>restringimos a ele, sem desenvolvê-lo e passamos a olhar o mundo a partir dessa</p><p>“lente”. Dessa forma, ele pode nos limitar, nos impedir de ver as coisas de outra ma-</p><p>neira. Os juízos intuitivos e pré-conceitos são a mesma coisa: pontos de partida que</p><p>ajudam a desenvolver um conceito mais elaborado.</p><p>Em Filosofia, para se chegar a um conceito, precisamos começar com os pré-con-</p><p>ceitos e desenvolvê-los. Este é um dos objetivos da Filosofia. Uma boa maneira de iden-</p><p>tificar esses pré-conceitos é questionar: qual a utilidade da Filosofia na minha vida? O</p><p>que se pretende com isso? O conhecimento filosófico faz alguma diferença no mundo?</p><p>Você pode levantar essas questões em relação a qualquer disciplina, mas é a Fi-</p><p>losofia que propõe esse tipo de questionamento e é junto com você que ela pretende</p><p>investigar as respostas.</p><p>ATIVIDADE DE ENRIQUECIMENTO</p><p>Ler o texto complementar II- A palavra Filosofia e o início do filosofar para a turma e per-</p><p>guntar para os estudantes: qual o significado do seu nome? Por que você tem esse nome?</p><p>Vocês sabem os significados de outras palavras?</p><p>Mostrar dois ou mais exemplos de palavras e suas histórias.</p><p>Filosofia = philos + sophia (philos = amizade, amor; sophia = sabedoria; sophós = sábio).</p><p>Filosofia = amor pelo saber, amizade à sabedoria, busca do saber.</p><p>Letícia: a origem do nome Letícia está no latim. O nome Letícia é a adaptação em portu-</p><p>guês do nome em latim Laetitia, que significa "alegria", "felicidade". O nome Letícia é usado</p><p>em mais de 60 formas diferentes em todo o mundo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 24 16/02/17 12:47</p><p>25 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>João: segundo o nome original em hebraico Iohanan, João significa "Deus é cheio de gra-</p><p>ça", "agraciado por Deus" ou mesmo "a graça e misericórdia de Deus" e "Deus perdoa".</p><p>João é um nome bastante popular em todo o mundo e diversas línguas possuem uma ver-</p><p>são própria deste nome. Versões femininas: Joana, Jane, Giovana, Giovanna.</p><p>Propor que cada estudante pesquise o significado aproximado de seu próprio nome, quem</p><p>o escolheu e por que o escolheu.</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR II</p><p>A palavra Filosofia e o início do filosofar</p><p>As palavras têm história e significados. Quando pesquisamos o significado das pa-</p><p>lavras, encontramos diversos sentidos que vêm sendo utilizados ao longo dos tempos.</p><p>A linguagem é um tipo de herança que recebemos das gerações anteriores e que,</p><p>com o passar dos anos, vai sofrendo mudanças. Por meio da linguagem, podemos</p><p>entender melhor o mundo, construir significados e até criar novas palavras, enrique-</p><p>cendo o patrimônio que também vamos deixar para as gerações futuras.</p><p>A Filosofia é uma linguagem de amor à sabedoria. Nasceu da busca da compre-</p><p>ensão do mundo, dos outros e de si mesmo. O desejo de compreender a realidade</p><p>gerou a Filosofia.</p><p>Assim como o seu nome tem um significado e a escolha do seu nome tem uma</p><p>história, um significado pessoal, social, familiar, a palavra filosofia tem uma história e</p><p>significados próprios.</p><p>A palavra filosofia é de origem grega. O filósofo grego Platão registrou em seus es-</p><p>critos que somente o ser humano é capaz de buscar a sabedoria, ou seja, de filoso-</p><p>far. Somente os seres humanos percebem que ignoram as coisas e sentem necessi-</p><p>dade de conhecê-las. E esta consciência de ignorância, assim como a busca do co-</p><p>nhecimento, nos tornam filósofos. É isto que nos faz humanos e, entre outras coisas,</p><p>nos diferencia dos animais e dos deuses. E é também por isso que construímos dife-</p><p>rentes tipos de saber.</p><p>Aula 2: Atitudes filosóficas</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Colocar em um cartaz ou no quadro a seguinte frase de Sócrates: “Só sei que nada sei.” Dis-</p><p>cutir a frase relacionando-a às atitudes filosóficas de questionar, investigar, ampliar os horizontes,</p><p>contextualizar a época do filósofo grego Sócrates, que viveu no século V a.C., em Atenas.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 25 16/02/17 12:47</p><p>26 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Questões para serem refletidas com a turma</p><p>a. O que Sócrates quis dizer com a afirmação: “Só sei que nada sei.”</p><p>b. Sócrates realmente não sabia nada sobre nenhum tema ou assunto?</p><p>c. O que esta afirmação nos diz a respeito das atitudes filosóficas?</p><p>Ideias a serem trabalhadas nesta problematização</p><p>Sócrates praticava a Filosofia com outras pessoas que, assim como ele, estavam</p><p>interessados em compreender e investigar suas próprias ideias, pressupostos e</p><p>consequências.</p><p>O método de análise e investigação utilizado por Sócrates para filosofar reconhecia a</p><p>própria ignorância como ponto de partida e de abertura para o conhecimento; além</p><p>disso, o método utilizava como ferramenta a formulação de perguntas que levassem</p><p>o interlocutor a examinar e rever as ideias apresentadas sobre os temas levantados.</p><p>Muitos filósofos utilizaram frases afirmativas para divulgar suas reflexões. Um outro</p><p>exemplo, além de Sócrates, é Descartes, no século XVII (ou seja, muitos séculos</p><p>depois de Sócrates), que afirmou, para enfatizar a importância do pensamento</p><p>racional e do método científico: “Penso, logo existo”.</p><p>Aula 3: O conhecimento empírico</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Escrever no quadro ou ler em voz alta o significado da palavra sábio:</p><p>Significado de sábio: que ou aquele que sabe muito, que tem extensos e profundos conhe-</p><p>cimentos; erudito: os sete sábios da Grécia. Que ou aquele que tem conhecimento em cer-</p><p>ta especialidade; especialista, douto. Que ou aquele que age ou fala em conformidade com</p><p>a razão e a moral, com prudência e experiência da vida; sensato, equilibrado: sábias pala-</p><p>vras, sábias medidas. Filósofo, pensador que se distingue pelo grande saber, pela experi-</p><p>ência do mundo e por uma vida exemplar. (Fonte: http://www.dicio.com.br/sabio/)</p><p>Levantar as seguintes questões:</p><p>1. Saber algo sobre algum assunto faz de você um sábio?</p><p>2. Uma pessoa considerada sábia pode desconhecer determinados assuntos?</p><p>3. Saber, sabedoria e conhecimento são a mesma coisa?</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 26 16/02/17 12:47</p><p>27 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Aula 4: Conhecimento científico e conhecimento filosófico</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Dividir a turma em quatro grupos e entregar para cada um as duas questões abaixo:</p><p>Qual a importância da Ciência?</p><p>Você percebe situações em que a Ciência esteja presente no seu dia a dia?</p><p>Cada grupo deve apresentar um resumo das reflexões e alguns exemplos lembrados da</p><p>presença da Ciência no dia a dia.</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR</p><p>O conhecimento filosófico</p><p>A Ciência se achava ligada à Filosofia nos seus primórdios, sendo o filósofo o sábio</p><p>que refletia sobre todos os assuntos da natureza humana. Assim, a Filosofia englobou</p><p>desde a Geometria de Tales e Pitágoras até</p><p>a Física e a Astronomia de Aristóteles.</p><p>A revolução científica iniciada no século XVII determinou a ruptura com essa</p><p>abordagem e fez surgirem as ciências particulares, como a Física, a Química, a Bio-</p><p>logia, entre outras.</p><p>Mesmo assim, a Filosofia deve estar presente em todos os setores do conheci-</p><p>mento e da ação como reflexão crítica a respeito de todos os assuntos e ações. Mas</p><p>como seria essa trajetória do filósofo? Sabemos que somos todos seres racionais e</p><p>sensíveis e assim, estamos sempre dando sentido às coisas. O filosofar espontâneo</p><p>do homem comum é chamado de filosofia de vida e se trata de um pensar ainda não</p><p>posto em discussão, pelo qual o homem no seu cotidiano escolhe seus caminhos.</p><p>A Filosofia propriamente dita tem condições de surgir no momento em que o pen-</p><p>sar é posto em questão, tornando um tema objeto de uma reflexão. A palavra refle-</p><p>xão significa retomar o próprio pensamento, pensar o que já foi pensado, voltar para</p><p>si mesmo e rever o que já se conhece ou se sabe.</p><p>Dessa forma, a Filosofia não é um pensar qualquer, é uma reflexão. Mas também</p><p>não é qualquer reflexão. Quando o homem comum, no cotidiano da vida, é levado a</p><p>momentos de parada, a fim de retomar o significado dos seus atos e pensamentos,</p><p>nessa hora ele é levado a refletir. Ainda assim, não é Filosofia o que ele faz.</p><p>A maneira pela qual se faz a reflexão filosófica varia de acordo com as tendências</p><p>históricas decorrentes da situação vivida pelos homens na sua ação sobre o mundo</p><p>e também de acordo com a orientação do filósofo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 27 16/02/17 12:47</p><p>28 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Mas muitos estudantes se perguntam: qual a utilidade da Filosofia? Podemos res-</p><p>ponder à referida questão com outras perguntas: qual a finalidade de uma obra de</p><p>arte? Qual a finalidade da arte? A Filosofia se faz necessária porque permite que o ho-</p><p>mem tenha mais uma dimensão, ou seja, a que é dada pelo agir imediato, no qual o</p><p>homem se encontra mergulhado. É ela que permite o distanciamento para a avalia-</p><p>ção dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam. Portan-</p><p>to, a Filosofia é a possibilidade do homem de superar a imanência (que significa a si-</p><p>tuação dada e não escolhida), ou seja, transcender. E pela transcendência o homem</p><p>é capaz de construir o seu próprio destino, capaz de liberdade.</p><p>Aula 5: A Lógica em nossas vidas</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>O professor deve escrever o texto a seguir no quadro:</p><p>Os animais se dividem em: a) domesticados, b) embalsamados, c) que se agitam como lou-</p><p>cos, d) inumeráveis, e) que de longe parecem mosca, f) sem donos, g) dragões, h) que po-</p><p>dem ser reproduzidos por desenhos à mão, i) fabulosos, j) cães em liberdade, k) leitões, l)</p><p>que viveram há milhares de anos, m) coloridos.</p><p>Perguntar para a turma: “Como podemos classificar os animais acima?”</p><p>O grupo tentará classificar, mas logo perceberá que com as orientações dadas é impossí-</p><p>vel classificar.</p><p>Perguntar por que não conseguimos classificar.</p><p>Deixar que falem até que apareça uma fala sobre não ter lógica. Provocar uma reflexão so-</p><p>bre o que é lógica.</p><p>O texto complementar a seguir ajudará a conduzir a reflexão, mas não se preocupe em dar</p><p>um fechamento às discussões. Lembre-se que esse é só o início da aula e que durante a</p><p>leitura do livro-texto e das outras atividades a reflexão será aprofundada.</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR</p><p>Passado o espanto inicial, percebemos que essa classificação nos incomoda por-</p><p>que não podemos pensá-la: existe uma mistura de assuntos e tentamos, de certa</p><p>forma, organizá-la com critérios, estabelecendo regras, buscando uma coerência. Is-</p><p>to significa que, quando tentamos compreender a realidade, procuramos formas que</p><p>nos ajudem a pensá-la.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 28 16/02/17 12:47</p><p>29 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>A Filosofia no correr dos séculos se preocupou com o conhecimento formulando</p><p>várias questões, como já vimos juntos: qual a origem do conhecimento? Qual a sua</p><p>essência? Quais os tipos de conhecimento? Qual o critério da verdade? Qual o sen-</p><p>tido da vida? Por que as pessoas agem de determinada forma?</p><p>Como a lógica entra na nossa vida e nos assuntos em geral? A ela não interessa ne-</p><p>nhuma das perguntas anteriores, somente estabelecer regras do pensamento correto.</p><p>A lógica é a ferramenta que vai permitir o caminhar rigoroso do filósofo ou do cientista.</p><p>Para Aristóteles, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain define lógica co-</p><p>mo “a arte que nos faz proceder em ordem, facilmente e sem erro, no ato da própria</p><p>razão”; Liard considera que é “a ciência das formas do pensamento”.</p><p>A etimologia da palavra lógica vem do grego logos, que significa “palavra”, “expres-</p><p>são”, “pensamento”, “conhecimento”, “conceito”, “discurso”, “razão”.</p><p>Mas como a lógica atua na prática? Por meio de uma operação discursiva do</p><p>pensamento, por meio do raciocínio, desencadeando juízos e conceitos a fim de tirar</p><p>uma conclusão. Por exemplo:</p><p>Toda baleia é mamífero.</p><p>Ora, nenhum mamífero é peixe.</p><p>Logo, baleia não é peixe.</p><p>No exemplo, há três proposições, sendo que a última é chamada de conclusão,</p><p>deriva das duas premissas anteriores. Cada uma das proposições é formada por</p><p>ideias ou conceitos ou termos. No caso acima: “baleia”, “mamífero”, “peixe”.</p><p>Nossas ações, de certa forma, seguem uma lógica movida por diferentes justifica-</p><p>tivas e quase não pensamos no porquê de cada uma das nossas atitudes e hábitos</p><p>diários mas, se pararmos para analisar, veremos que os mesmos estão baseados em</p><p>argumentos.</p><p>A argumentação é a forma como procuramos construir as justificativas que nos</p><p>levam a agir de determinadas formas, a determinadas opiniões e formas de ver e</p><p>compreender o mundo, a determinadas escolhas.</p><p>Concluindo</p><p>Para compreendermos a realidade buscamos formas corretas para pensá-la:</p><p>tentamos estabelecer semelhanças e diferenças;</p><p>buscamos razões;</p><p>pensamos em exemplos;</p><p>examinamos alternativas;</p><p>procuramos repetições;</p><p>estabelecemos relações e regras;</p><p>tiramos conclusões.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 29 16/02/17 12:47</p><p>30 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Aula 6: Sofismas e falácias</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO (com jornais e revistas, de preferência diferentes)</p><p>Dividir a turma em grupos de quatro pessoas e distribuir o jornal e revistas entre os grupos,</p><p>incluindo a parte de classificados e propagandas.</p><p>Pedir que identifiquem duas propagandas que considerem enganosas.</p><p>Os grupos devem debater os motivos e argumentos que os levam a duvidar do texto/ima-</p><p>gem do anúncio e escolher dois oradores para apresentar à turma as propagandas e os ar-</p><p>gumentos levantados pelo grupo.</p><p>Ao final das apresentações, devem refletir sobre como a propaganda constrói argumentos</p><p>para nos fazer acreditar no que está sendo prometido, mas ao analisarmos criticamente,</p><p>percebemos que aquilo não pode ser real.</p><p>Apresentar duas palavras: sofisma e falácia. Perguntar se já escutaram essas palavras.</p><p>Contar que elas, na Filosofia, estão diretamente relacionadas ao que acabamos de perce-</p><p>ber na nossa atividade.</p><p>Ideias a serem trabalhadas nessa problematização</p><p>Quando tentamos formular nossas ideias e argumentos, quando tentamos compreender o</p><p>mundo, muitas vezes cometemos erros, até porque nem tudo tem a forma lógica correta.</p><p>A lógica, como já vimos, é a área que examina nossas formas de raciocínio e indica as for-</p><p>mas válidas e as que não são válidas, mesmo convencendo muita gente... O mundo em</p><p>geral está cheio de exemplos de argumentos construídos com intenção de enganar ou es-</p><p>conder alguma coisa. Nossos sentidos muitas vezes contribuem para que tenhamos uma</p><p>apreensão errônea da realidade.</p><p>Podemos entender por sofisma ou falácia o argumento que tem o objetivo de criar uma ilu-</p><p>são de verdade apresentando-se segundo as regras da lógica. Atualmente, o senso co-</p><p>mum chama de sofisma qualquer raciocínio falso, mas que se apresenta de forma coeren-</p><p>te e que tem por objetivo induzir indivíduos ao erro mediante ações de má-fé.</p><p>ATIVIDADE DE ENRIQUECIMENTO</p><p>Voltar com</p><p>os mesmos grupos da problematização. Os estudantes devem identificar se as</p><p>propagandas selecionadas são sofisma ou falácia e justificar.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 30 16/02/17 12:47</p><p>31 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Aula 7: A linguagem e suas funções</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Mostrar para a turma a imagem da obra: O grito, de Edvard Munch (1895).</p><p>http://3.bp.blogspot.com/-rRAjQ2WMuiA/TXPOrly_ByI/AAAAAAAABt8/-c2zyKchxCQ/</p><p>s1600/o-grito.jpg</p><p>Pedir que os estudantes observem bem a imagem. Levantar as seguintes questões:</p><p>Qual o sentimento que a imagem desperta?</p><p>Quais as informações que podemos extrair dessa imagem?</p><p>Vocês acham que é inverno ou verão (frio ou quente)? Por quê? Dia ou noite?</p><p>O que você acha que despertou o sentimento demonstrado pelo protagonista da</p><p>obra? Por quê?</p><p>Qual foi a intenção do autor?</p><p>As respostas dos estudantes devem ser escritas no quadro.</p><p>Contextualizar a obra em uma conversa com a turma sobre o movimento expressionista e</p><p>quem foi o pintor da obra O grito (ver texto complementar). Comentar que o ser humano</p><p>tem diferentes formas/ linguagens para expressar seus sentimentos. Munch utilizou a lin-</p><p>guagem plástica para falar sobre seus sentimentos.</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR</p><p>O Expressionismo</p><p>Foi um movimento da pintura que se baseou na ideia de que a arte deve expres-</p><p>sar aquilo que sentimos sobre o que vemos. Por exemplo, ao pintar um retrato, o ar-</p><p>tista pode ter liberdade de distorcer a fisionomia do retratado, buscando reforçar as-</p><p>pectos que expressem a sua realidade.</p><p>No Expressionismo, o pintor expressa sua sensação interior, reagindo à realidade</p><p>da nova sociedade industrial que define as pessoas e as coisas pela função que elas</p><p>têm. Um grande nome do Expressionismo foi Edvard Munch (1863–1944), pintor no-</p><p>rueguês que desenvolveu boa parte de sua obra na Alemanha e na França. Suas pin-</p><p>turas expressam emoções por meio de cores fortes e pinceladas decorrentes da influ-</p><p>ência, entre outras, de Van Gogh. Sua obra O grito, um trabalho de profundo deses-</p><p>pero existencial, é considerada uma das mais importantes obras do Expressionismo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 31 16/02/17 12:47</p><p>32 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>Aula 8: Expressando sentimentos</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Escreva no alto de uma folha de papel e no quadro a seguinte frase: HOJE EU ESTOU ME</p><p>SENTINDO...</p><p>Entregue para um dos estudantes e peça que complete a frase escrevendo na linha infe-</p><p>rior. Depois ele deve dobrar o papel, de forma a cobrir seu escrito e passar a folha para o</p><p>colega ao lado, que deve repetir a mesma ação, lembrando-se de escrever sempre no es-</p><p>paço abaixo da dobra e não em cima da dobra. Pode passar também duas folhas, cada</p><p>uma circulando por lados opostos.</p><p>Quando todos tiverem escrito, peça para um dos estudantes ler em voz alta o texto com-</p><p>pleto. Pergunte se é fácil ou difícil falarmos sobre nossos sentimentos. Leve o grupo a re-</p><p>fletir sobre:</p><p>Conseguimos localizar nossos sentimentos? Em que lugar?</p><p>Existe alguma relação entre sentimento, corpo e linguagem? Qual a relação?</p><p>Para enriquecer a conversa, pode ser lido o poema de Ferreira Gullar intitulado Traduzir-se:</p><p>http://pensador.uol.com.br/frase/MzI5MTc/</p><p>Aula 9: As diferentes formas de comunicação</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Dividir a turma em duplas. Cada um deve contar para o outro uma pequena história da sua</p><p>vida. Cada ouvinte tem dois minutos para tentar, por meio da linguagem não verbal, expres-</p><p>sar o que o companheiro disse.</p><p>Refletir com a turma sobre a atividade vivenciada. Leve-os a perceber que o que fizeram foi</p><p>uma tentativa de comunicar, por meio de formas não verbais, uma história falada.</p><p>Aula 10: Ciência e Tecnologia</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Dividir a turma em grupo. Devem conversar e refletir sobre como seria um dia inteiro sem</p><p>tecnologia, como se vivêssemos em uma década antiga. A partir disso, cada grupo deve</p><p>montar um esquete de teatro e apresentar para turma.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 32 16/02/17 12:47</p><p>33 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>ATIVIDADE DE ENRIQUECIMENTO</p><p>Em pequenos grupos de dois a quatro integrantes, os estudantes devem pesquisar:</p><p>Como o uso da tecnologia nos dias de hoje está transformando hábitos e costumes? Quais</p><p>os pontos positivos dessa situação? Quais os pontos negativos?</p><p>Qual a diferença entre ciência e tecnologia? Como a ciência e a tecnologia andam juntas?</p><p>Como a “tecnologia” se traduz em prosperidade e desenvolvimento de um país?</p><p>Como o atraso tecnológico e científico se traduz em subdesenvolvimento?</p><p>Depois de discutir essas questões, o grupo deve redigir um breve texto, com as conclusões</p><p>sobre as questões propostas, e apresentá-las para que toda a turma reflita a partir de seus</p><p>pontos de vista. Os estudantes podem apresentar também seus trabalhos, explorando as</p><p>ferramentas tecnológicas disponíveis.</p><p>Aula 11: A questão dos valores</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Perguntar aos estudantes quem já ouviu a expressão: os dois lados de uma mesma moeda.</p><p>O que significa esta expressão? Em quais situações a utilizamos? A partir do que for sen-</p><p>do falado, converse sobre a existência do lado bom e do lado mau. Como se decide o que</p><p>é bom e o que é mau. Se temos dois lados, o que nos faz escolher que lado mostrar.</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR</p><p>O que são valores morais?</p><p>Inseridos no mundo, estamos constantemente olhando as coisas e as pessoas e</p><p>as avaliando: “Esta moça é interessante. Esta caneta não é tão boa porque falha de-</p><p>mais. Gosto demais de dias de sol porque fico de bom humor. Acho que Roberta agiu</p><p>de forma impulsiva. Este quadro não é bonito, mas foi presente de uma pessoa que</p><p>adoro, por isso passei a gostar dele”. Isto quer dizer que fazemos juízos de valor, ou</p><p>seja, nessas realidades existe um conteúdo que desperta a nossa atração ou a nos-</p><p>sa repulsa. Esses valores são, numa primeira instância, herdados por nós.</p><p>Vivemos em um mundo cultural que é um sistema de significados já estabelecidos</p><p>por outros e perpetuado de tal maneira que desde cedo aprendemos como nos com-</p><p>portar em diversas situações: como andar, brincar; quando cobrir o corpo e quando</p><p>não; qual o padrão de beleza; quais nossos direitos e deveres, etc. E de acordo com</p><p>a forma como aceitamos ou transgredimos certos padrões e regras, nossos compor-</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 33 16/02/17 12:47</p><p>34 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>tamentos são avaliados como bons ou maus. E a partir daí, as pessoas podem nos</p><p>criticar por não cedermos o lugar para uma pessoa mais velha; ou nos elogiar por ter-</p><p>mos escolhido bem os objetos que fazem parte de uma decoração; ou nos recrimi-</p><p>nar por termos faltado com a verdade. E nós também podemos sentir remorsos ou</p><p>alegria por ações praticadas, o que demonstra que nossos atos estão sujeitos a re-</p><p>compensas ou a punições, nas diversas intensidades e nos mais diversos tipos.</p><p>Existem diversos tipos de valores (econômicos, vitais, lógicos, éticos, estéticos,</p><p>religiosos) e os expostos aqui dizem respeito aos valores morais ou éticos. E inicial-</p><p>mente podemos afirmar que a moral é um conjunto de regras que determinam o</p><p>comportamento dos indivíduos na sociedade. Existe uma moral constituída que</p><p>orienta o comportamento dos indivíduos por meio de normas e, em função das nor-</p><p>mas estabelecidas, as ações são consideradas morais ou imorais.</p><p>A existência do mundo moral é de tal importância que é impossível imaginar um</p><p>povo sem qualquer conjunto de regras. Assim, o comportamento varia de um lugar</p><p>para outro, de um tempo para outro, de acordo com as exigências nas quais os ho-</p><p>mens se organizam ao estabelecerem as formas efetivas e práticas de trabalho. E</p><p>quando acontecem mudanças na forma de produzir, mudam também as exigências</p><p>das normas do comportamento coletivo.</p><p>ATIVIDADE DE ENRIQUECIMENTO</p><p>Divida a turma em quatro grupos e entregue para dois deles a proposta 1 de trabalho</p><p>com o texto sobre Herbert de Souza e para os outros dois a proposta 2 com a carta do</p><p>cacique Seattle.</p><p>Os estudantes podem utilizar como base o texto que está disponível</p><p>nos links abaixo e/ou</p><p>complementar com outras pesquisas.</p><p>Proposta de trabalho 1</p><p>A partir da biografia de Herbert de Souza reflitam sobre as questões abaixo:</p><p>O que vocês entendem por amor universal? O que é solidariedade? Qual a diferença?</p><p>Listem alguns exemplos de solidariedade e outros exemplos de amor universal.</p><p>Link para biografia de Herbert de Souza (Betinho): http://educacao.uol.com.br/biografias/</p><p>herbert-jose-de-sousa-betinho.jhtm</p><p>Proposta de trabalho 2</p><p>A partir do texto da carta do cacique Seattle ao presidente norte-americano (na íntegra, a se-</p><p>guir), reflitam sobre que tipo de sentimento (s) ou sensação essa carta desperta em vocês.</p><p>Comentem a postura do cacique à luz do que se entende por valores morais e por valores</p><p>econômicos.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 34 16/02/17 12:47</p><p>35 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>O que vocês acham da posição do cacique Seattle? Concordam com o cacique? Qual a</p><p>opinião a respeito?</p><p>Carta do cacique Seattle ao presidente norte-americano</p><p>Texto de domínio público distribuído pela ONU (http://forum.cifraclub.com.br/forum/11/</p><p>178091/)</p><p>“O que ocorrer com a terra,</p><p>Recairá sobre os filhos da terra.</p><p>Há uma ligação em tudo."</p><p>No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a pro-</p><p>posta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a con-</p><p>cessão de uma outra"reserva". O texto da resposta do chefe Seattle, distribuído pela</p><p>ONU (Programa para o Meio Ambiente) e aqui publicado, tem sido considerado, atra-</p><p>vés dos tempos, como um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a</p><p>respeito da defesa do meio ambiente.</p><p>Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra?</p><p>Essa ideia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, co-</p><p>mo é possível comprá-los?</p><p>Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro,</p><p>cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a</p><p>zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o cor-</p><p>po das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho. Os mortos do homem</p><p>branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas.</p><p>Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. So-</p><p>mos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo,</p><p>o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sucos úmidos nas</p><p>campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.</p><p>Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa</p><p>terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos</p><p>viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos consi-</p><p>derar sua oferta de comprar nossa terra.</p><p>Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós. Essa água brilhante que escorre nos</p><p>riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vender-</p><p>mos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crian-</p><p>ças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de aconteci-</p><p>mentos e lembranças da vida do meu povo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 35 16/02/17 12:47</p><p>36 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nos-</p><p>sa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos</p><p>nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus</p><p>também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.</p><p>Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra,</p><p>para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite</p><p>e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando</p><p>ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa pra trás os túmulos de seus antepassados</p><p>e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepul-</p><p>tura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu ir-</p><p>mão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carnei-</p><p>ros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.</p><p>Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do</p><p>homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.</p><p>Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir</p><p>o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja por-</p><p>que eu seja um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.</p><p>E o que resta da vida se um homem não pode ouvir um choro solitário de uma ave ou o de-</p><p>bate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? eu sou um homem vermelho e não com-</p><p>preendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o pró-</p><p>prio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.</p><p>O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo so-</p><p>pro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o ho-</p><p>mem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é in-</p><p>sensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar</p><p>que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda vida que mantém.</p><p>O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se</p><p>lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde</p><p>até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.</p><p>Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, im-</p><p>porei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.</p><p>Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos</p><p>apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao</p><p>passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro po-</p><p>de ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.</p><p>O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de</p><p>uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o</p><p>homem. Há uma ligação em tudo.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 36 16/02/17 12:47</p><p>37 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Vocês devem ensinar as suas crianças que o solo a seus pés, é a cinza de nossos avós.</p><p>Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nos-</p><p>so povo. Ensinem as suas crianças, o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe.</p><p>Tudo que acontecer a terra, acontecerá aos seus filhos da terra. Se os homens cospem no</p><p>solo, estão cuspindo em si mesmos.</p><p>Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.</p><p>Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma</p><p>ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não</p><p>tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido,</p><p>fará a si mesmo. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, ilumina-</p><p>dos pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o</p><p>domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois</p><p>não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam</p><p>todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos</p><p>homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.</p><p>Onde está o arvoredo? Desapareceu.</p><p>Onde está a águia? Desapareceu.</p><p>É o final da vida e o início da sobrevivência.</p><p>Aula 12: O consumismo</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Trabalho em grupo com jornais e revistas. Cada grupo deve primeiramente listar todos os</p><p>produtos anunciados no material recebido e classificá-los como: básicos e supérfluos. Em</p><p>seguida, devem analisar criticamente os anúncios, tendo como guia algumas questões pro-</p><p>vocadoras abaixo:</p><p>1. Vocês acham que os anúncios publicitários trazem informações importantes sobre os</p><p>produtos?</p><p>2. Todas as informações apresentadas são verdadeiras? Alguma parece ser duvidosa?</p><p>3. Vocês percebem a influência da publicidade quando vai comprar algum produto?</p><p>4. Vocês se lembram de algum anúncio que chamou a sua atenção? Por quê?</p><p>5. Vocês já compraram alguma coisa só por influência da publicidade?</p><p>Cada grupo deve apresentar um cartaz com a lista de produtos organizados como básicos</p><p>e supérfluos e oralmente expor as análises críticas realizadas pelo grupo. Após cada apre-</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 37 16/02/17 12:47</p><p>38 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>sentação, os outros grupos devem dizer se concordam ou não com as classificações dos</p><p>produtos e se alguma argumentação contrária for procedente e tiver a aceitação do grupo</p><p>que se apresentou, o produto em questão pode ser realocado.</p><p>TEXTO COMPLEMENTAR</p><p>O ato de consumir é um ato humano, segundo o qual o homem atende a suas ne-</p><p>cessidades orgânicas (de subsistência), culturais (educação e aperfeiçoamento) e es-</p><p>téticas. De acordo com essa premissa devemos nos envolver por inteiro como pesso-</p><p>as movidas por sensibilidade, inteligência, imaginação e pelo exercício da liberdade.</p><p>Quando adquirimos um produto, diversos fatores são considerados. Por exem-</p><p>plo, quando compramos uma roupa: ela serve para proteger nosso corpo; usamos</p><p>nossa imaginação na escolha e na combinação das peças, e mesmo seguindo indi-</p><p>cações da moda, desenvolvemos um estilo próprio de vestir e usar as peças. Ou se-</p><p>ja, o consumo nunca é um fim em si, mas um meio para outra coisa.</p><p>Em um mundo em que predomina o consumo de massa, em quantidade, com uma</p><p>produção alienada, o consumo tende a ser também alienado. Muitas vezes somos in-</p><p>fluenciados a adquirir produtos que não precisamos, por meio de estímulos artificiais</p><p>das necessidades: podemos comprar produtos que nunca usaremos e por aí vai.</p><p>Nos dias atuais, isso está ainda mais intenso porque rapidamente os produtos tor-</p><p>nam-se ultrapassados por modelos novos e com novidades. Será mesmo que todas</p><p>as coisas que temos são indispensáveis para nossa vida ou para nossa sobrevivên-</p><p>cia? Claro que temos coisas supérfluas e fúteis também! Mas existem várias questões</p><p>em jogo que não podemos perder de vista e que é importante refletir sobre elas antes</p><p>de consumirmos, e uma delas é que o meio ambiente (todas as coisas vivas e não vi-</p><p>vas que ocorrem na Terra e que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos) não</p><p>se sustentará com esse modelo de consumo que hoje sustenta a produção industrial</p><p>da maioria dos países. Traduzindo, se faz cada vez mais urgente pensar ecologica-</p><p>mente, o que significa consumir de forma consciente, consumir apenas o necessário.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 38 16/02/17 12:47</p><p>39 FILOSOFIA ENSINO MÉDIO</p><p>Sugestões de materiais complementares</p><p>Apresentamos uma lista de filmes e livros relacionados ao conteúdo das aulas de Filosofia,</p><p>que podem ser assistidos e lidos tanto pelos estudantes como por você, professor(a).</p><p>Antes seguem algumas dicas de questões que devem ser levantadas com os estudantes</p><p>ao final de uma exibição de um dos filmes e/ou da leitura de um dos livros:</p><p>Quanto ao diretor do filme ou autor do livro: quem é? Quais as outras obras que ele fez?</p><p>Qual o seu estilo? Qual a atmosfera criada em suas obras? Quais os aspectos que ele en-</p><p>fatiza: a beleza, a emoção, o enredo, a reflexão, o humor, a denúncia?</p><p>Quais os recursos mais explorados: a fotografia, a música, efeitos especiais, a linguagem,</p><p>o enredo?</p><p>O que o filme/livro mostra? Transmite ideias ou valores? Como? O que os diálogos sugerem?</p><p>É um bom filme? É um bom livro? Quais os elementos que justificam sua opinião?</p><p>Você gostou do filme/livro? Por quê? Quais os sentimentos que foram despertados em você?</p><p>Filmes sugeridos</p><p>O nome da rosa (Itália, 1996) – Classificação etária: 16 anos</p><p>Trama religiosa, política, filosófica e lógica, ambientada em um mosteiro na Idade Média,</p><p>onde ocorre uma série de assassinatos.</p><p>Matrix (EUA, 1999) – Classificação etária: 12 anos</p><p>Ficção futurista que aborda a questão do domínio do mundo por máquinas de inteligência</p><p>artificial. Quem são os humanos e quem são as máquinas? Qual é a realidade: a que você</p><p>foi condicionado a ver ou aquela que você gostaria que não fosse verdade? Como saber o</p><p>que é real? É possível transformar a realidade?</p><p>Alice no país das maravilhas (EUA, 2011) – Classificação etária: 10 anos</p><p>Adaptação do livro clássico de mesmo título, sobre a menina que sonha e entra em um mun-</p><p>do de fantasia em que tudo é possível e a lógica dominante não é a mesma da vida comum.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 39 16/02/17 12:47</p><p>40 ENSINO MÉDIO FILOSOFIA</p><p>A prova (Austrália, 1992) – Classificação etária: 16 anos</p><p>Fotógrafo cego envolve-se em uma estranha relação com a governanta e um amigo. Ele</p><p>dedica-se a fotografar o que não vê, mas tem um curioso método de verificação do que fo-</p><p>tografou.</p><p>Inteligência artificial (EUA, 2001) – Classificação etária: 12 anos</p><p>O filme narra uma época em que existem poucos recursos naturais e a tecnologia está bem</p><p>desenvolvida. Então, existem robôs para todas as necessidades, menos para o amor. Mas</p><p>uma empresa cria a solução, lançando David, o menino-robô programado para amar.</p><p>O homem bicentenário (EUA, 2000) – Classificação etária: Livre</p><p>Baseado em um conto de Isaac Asimov. Andrew é um robô que realiza tarefas domésticas</p><p>de forma perfeita e eficiente na casa da família Martin. Surpreende a todos quando come-</p><p>ça a desenvolver sentimentos e emoções humanas.</p><p>Livros sugeridos</p><p>O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder – Editora Companhia das Letras</p><p>A menina Sofia começa a receber misteriosas cartas anônimas, contendo perguntas sobre</p><p>a existência e o entendimento da realidade. Usando este fato como pano de fundo, o autor</p><p>conta a história da Filosofia, dos pré-socráticos aos pós-modernos, de maneira acessível a</p><p>todas as idades.</p><p>O dia em que Sócrates vestiu jeans, de Lucy Eyre – Editora Casa das Letras</p><p>Conta a história de um jovem que escapa de sua vida entediante para um mundo paralelo</p><p>e se dá conta da real importância da vida, por meio da aprendizagem dos conceitos bási-</p><p>cos de Filosofia.</p><p>Ética para um jovem, de Fernando Savater – Editora Dom Quixote</p><p>Explica em uma linguagem clara e ao mesmo tempo divertida do que trata a ética e de co-</p><p>mo podemos aplicá-la à vida cotidiana para vivermos melhor. Com exemplos ilustrativos e</p><p>citações de vários filósofos e pensadores. Bom para jovens, pais e professores.</p><p>Convite à Filosofia, de Marilena Chauí – Editora Ática</p><p>A autora analisa a Filosofia e sua utilidade para a vida.</p><p>Que diria Sócrates?, de Alexander George - Editora Gradiva</p><p>O livro aborda questões e respostas acerca da natureza da arte, da vida, da verdade, da</p><p>guerra, da linguagem e muitos outros assuntos.</p><p>FILOSOFIA_EM_caderno_formação_FEV17.indd 40 16/02/17 12:47</p><p>FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO</p><p>Presidência</p><p>JOSÉ ROBERTO MARINHO</p><p>Secretaria Geral</p><p>WILSON RISOLIA</p><p>LEd - Laboratório de Educação</p><p>Gerente Geral</p><p>JOÃO ALEGRIA</p><p>Gerente de Produção</p><p>DECA FARROCO</p><p>Líderes de Produção</p><p>MARIA CLARA BOING</p><p>MARIA CORRÊA E CASTRO</p><p>THYAGO CORREA</p><p>Produção Executiva</p><p>JOANA LEVY</p><p>Produção</p><p>VALÉRIA DIAS</p><p>Gerente de Implementação</p><p>HELOISA MESQUITA</p><p>Coordenação de Implementação</p><p>ADRIANA TRINDADE</p><p>FÁTIMA GABRIEL</p><p>INGRID BERTOLDO</p><p>KAREN LUCENA</p><p>RENAN SILVA</p><p>RICARDO PONTES</p><p>Equipe de Implementação</p><p>ÁUREA CARVALHO</p><p>BERNADETE RUFINO</p><p>GEORGE LIMA</p><p>HELOISA ROCHA</p><p>Produção de Conteúdo</p><p>Sugestão de atividades e</p><p>materiais complementares</p>

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