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<p>NOÇÕES ELEMENTARES DO DIREITO CIVIL</p><p>CONCEITO DE DIREITO CIVIL</p><p>- Principal ramo do Direito Privado;</p><p>- Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil</p><p>- Serpa Lopes conceitua Direito Civil como:</p><p>“(...) destinado a regulamentar as relações de família e as</p><p>relações patrimoniais que se formam entre os indivíduos</p><p>encarados como tal, isto é, tanto quanto membros da sociedade”.</p><p>O Prof. Miguel Reale conceitua o Direito Civil, in verbis:</p><p>“(...) a Constituição do homem comum, por reger as</p><p>relações mais simples da vida cotidiana, os direitos e</p><p>deveres das pessoas, na sua qualidade de esposo ou</p><p>esposa, pai ou filho, credor ou devedor, alienante ou adquirente, proprietário ou possuidor, condômino ou vizinho, testador ou herdeiro etc.</p><p>Toda a vida social, como se nota, está impregnada do Direito Civil, que regula as ocorrências do dia a dia”.</p><p>PODEMOS ASSIM RESUMIR:</p><p>O Direito Civil é o conjunto de normas jurídicas que regulam as relações jurídicas entre as pessoas, os vínculos pessoais ou patrimoniais entre pessoas naturais ou jurídicas, de caráter privado ou público, que não se encaixem no Direiro Empresarial e que tem por objetivo proteger e defender os interesses da pessoa na ordem moral e patrimonial.</p><p>Pessoa Física</p><p>1 – Sujeitos do Direito</p><p>Pessoa Jurídica</p><p>PARTE GERAL</p><p>2 – Objetos do Direito Bens Juridicos</p><p>3 – Fatos Jurídicos: ações que surgem das atividades humanas ou de atividades naturais,</p><p>capazes de criar, transformar, transferir</p><p>ou eliminar direitos.</p><p>1 – Direito das Obrigações</p><p>2 – Direito das Empresas</p><p>PARTE ESPECIAL 3 – Direito das Coisas</p><p>4 – Direito da Família</p><p>5 – Direito da Sucessão</p><p>EVOLUÇÃO HISTÓRICA</p><p>DO DIREITO CIVIL</p><p>NO MUNDO</p><p>LEI DE TALIÃO: o escrito mais antigo ao qual se tem notícias, e sem data definida. Expressão pela máxima “olho por olho, dente por dente”.</p><p>CÓDIGO DE HAMMURABI (1700 a.C.): talhado em rocha com 2,25 m de altura, 1,50 m de circunferência na parte superior e 1,90 sobre o qual se dispunha em 46 colunas de escrita, com 282 leis que descreviam casos que serviam como modelos a serem aplicados em questões semelhantes.</p><p>DIREITO ROMANO - LEI DAS XII TÁBUAS: meados do século V a.C, sendo desenvolvido em Roma.</p><p>IDADE MÉDIA - DIREITO CANÔNICO: surge o propósito de organizar e manter a ordem de acordo com os anseios da vida em comunidade e dos preceitos divinos estabelecidos e divulgados pela Igreja Católica.</p><p>CÓDIGO NAPOLEÔNICO: grande influência a partir de 1804 do Código Napoleônico (Igualdade, Liberdade e Fraternidade). Combatia o Absolutismo Estatal; defendia a autonomia do particular e da propriedade privada.</p><p>CÓDIGO ALEMÃO: 1896, preservava o individualismo e o patrimonialismo, onde para proteger a pessoa e seu patrimônio entendia-se necessário expulsar o Estado das relações jurídicas e conflito entre particulares.</p><p>ORDENAÇÕES: através do sistema normativo adotado em Portugal, que compreendiam:</p><p>- 1º Ordenações Afonsinas (1500-1514)</p><p>- 2º Ordenações Manuelinas (1514-1603)</p><p>- 3º Ordenações Filipinas (1603-1916)</p><p>Devemos deixar bem claro que essas Ordenações não eram códigos no sentido atual, mas compilações de leis, atos e costumes.</p><p>1822: com a independência do Brasil em 1822, não havia como se editar da noite para o dia uma nova legislação e foi determinado que continuasse a vigorar no Império as Ordenações Filipinas até que fosse editada lei própria.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1824 (Carta Política): é a primeira norma concreta a regulamentar o Direito Civil em seu artigo 179, nº 18 que “determinava que se organizasse, o quanto antes, um Código Civil baseado na Justiça e na equidade”.</p><p>1865: contrata-se Teixeira de Freitas para preparar um projeto de Código Civil, que seguiu a influência do Código Civil Alemão. Prezava pela tutela do patrimônio e da pessoa.</p><p>Tinha cerca de 5.000 mil artigos, o qual solidificava as relações privadas, civis e comerciais, e não fora aprovado por entenderem que aquele era um código bastante avançado para a época.</p><p>1899: contrata-se Clóvis Beviláqua que prepara novo esboço do Código Civil, que só vem a ser promulgado após 15 anos de sua apresentação original, aprovado em Dezembro de 1915, sancionado e promulgado em 01/01/1916, entrando em vigor em 01/01/1917. Mais, em razão de uma série de incorreções, necessário se fez a reparação com a Lei nº 3.725/17, sem modificações de conteúdo.</p><p>LINDB: o Código Civil de 1916 veio precedido de uma Lei de Introdução que depois foi substituída pelo Decreto-lei nº 4.657/42, a ainda vigente “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro” para a solução dos conflitos intertemporais e de Direito Internacional Privado.</p><p>NECESSIDADE DE OUTRAS NORMAS</p><p>Com a evolução social, começam a surgir conflitos de interesse privado não regulados expressamente, exigiram do Direito uma contínua adaptação, dando abertura para o surgimento dos micro-sistemas jurídicos como o Código de Águas, Estatuto da Mulher Casada (Lei nº 4.121/62), Lei dos Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), a Lei do Divórcio (Lei nº 6.515/77), o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) e as leis que reconheceram direitos aos companheiros e conviventes (Leis nº 8.971/94 e 9.278/96).</p><p>1969: é criada uma nova Comissão para rever o Código Civil devido ao grande número de leis complementares, convida-se então para a coordenação Miguel Reale que apresentou em 1972 o Anteprojeto de Código Civil.</p><p>1984: depois de anos de debates na Câmara dos Deputados, onde a matéria até se mostrou esquecida, ante a ausência de um clamor social que a exigisse, foi aprovado o projeto, com sua transformação no Projeto de Lei nº 634/B.</p><p>1988: é promulgada a Constituição Federal de 1988, chamada de “Constituição Cidadã”, dando início a Constitucionalização do Direito Civil que chama para si a responsabilidade de regulamentar não só o Direito Público, mais também o Direito Privado, transformando em verdadeiras vigas mestras importantes institutos como a propriedade, a família e o contrato, surgindo então a necessidade de acelerar o processo de viabilização de novo Código Civil, que se encontra arrastando no Congresso Nacional.</p><p>2002: a demorada tramitação fez com que o Anteprojeto fosse atropelado por leis especiais modernas e pela própria Constituição e por essa razão, foi apresentado à Câmara dos Deputados novo projeto de lei com proposta de alteração de 160 artigos ainda no período de vacatio legis, visando aperfeiçoar os dispositivos do novo Código.</p><p>PRINCÍPIOS NORTEADORES</p><p>DO DIREITO CIVIL</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>São preceitos gerais, regras mestras que auxiliam os Operadores do Direito no momento de solucionar os litígios, e são ainda de tamanha importância em nosso ordenamento jurídico, pois a sua violação é muito mais gravosa de que a transgressão de uma norma.</p><p>- O Direito Civil é alavancado por três princípios:</p><p>- Eticidade</p><p>- Operabilidade</p><p>- Sociabilidade</p><p>PRINCÍPIO DA ETICIDADE</p><p>- Eticidade: ética</p><p>- Busca valorizar o ser humano na sociedade, demonstrando a superioridade do homem sobre todas as demais coisas que o cercam, colocando-o como protagonista da vida social;</p><p>- E defende que as partes devem ser íntegras, leais, honestas e justas, impondo justiça e boa-fé nas relações civis ("pacta sunt servanda") visando coibir condutas não éticas, ou seja, tudo que vai contra ao justo, ideal, correto, tudo que ofenda os valores da sociedade.</p><p>PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE</p><p>- Teve a intenção de tornar simples o que estava complexo e conceder mais poderes aos juízes com a finalidade de garantir a busca da solução mais justa para o caso concreto e dar mais executividade as decisões judiciais.</p><p>- Volta-se a uma atuação mais efetiva, realista, sensata, uma atuação justa por parte dos Operadores do Direito, permitindo que a Lei se aproxime da realidade e concretize a sua finalidade.</p><p>PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE</p><p>- Este princípio impõe</p><p>a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem que se perca de vista os valores da dignidade da pessoa humana;</p><p>- Tem por finalidade restabelecer o equilíbrio entre o indivíduo e a própria sociedade, pois sendo a relação jurídica privada um acordo entre as partes, necessário se faz sua análise, evitando assim sérios gravames para a coletividade, pois quaisquer dos efeitos deste acordo se projeta na sociedade.</p>