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<p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Controle Da Administração Pública</p><p>Controle da Administração Pública é a faculdade de vigilância, orientação e correção que UM</p><p>PODER, ÓRGÃO OU AUTORIDADE exerce sobre a conduta funcional de outro.</p><p>Espécies De Controle</p><p>1. Quanto À Extensão Do Controle:</p><p>• CONTROLE INTERNO: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade</p><p>controlada, no âmbito da própria administração.</p><p>- exercido de forma integrada entre os Poderes</p><p>- responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar ciência</p><p>ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade.</p><p>• CONTROLE EXTERNO: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Administração DIVERSA</p><p>daquela de onde a conduta administrativa se originou.</p><p>- controle do Judiciário sobre os atos do Executivo em ações judiciais;</p><p>- sustação de ato normativo do Poder Executivo pelo Legislativo;</p><p>• CONTROLE EXTERNO POPULAR: As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente,</p><p>à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a</p><p>legitimidade, nos termos da lei.</p><p>2. Quanto Ao Momento Em Que Se Efetua:</p><p>• CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO: é o que é exercido antes de consumar-se a conduta</p><p>administrativa, como ocorre, por exemplo, com aprovação prévia, por parte do Senado Federal, do</p><p>Presidente e diretores do Banco Central.</p><p>• CONTROLE CONCOMITANTE: acompanha a situação administrativa no momento em que ela se</p><p>verifica. É o que ocorre, por exemplo, com a fiscalização de um contrato em andamento.</p><p>• CONTROLE POSTERIOR OU CORRETIVO: tem por objetivo a revisão de atos já praticados, para</p><p>corrigi-los, desfazê-los ou, somente, confirmá-los. ABRANGE ATOS como os de aprovação,</p><p>homologação, anulação, revogação ou convalidação.</p><p>3. Quanto À Natureza Do Controle:</p><p>• CONTROLE DE LEGALIDADE: é o que verifica a conformidade da conduta administrativa com as</p><p>normas legais que a regem. Esse controle pode ser interno ou externo. Vale dizer que a</p><p>Administração exercita-o de ofício ou mediante provocação: o Legislativo só o efetiva nos casos</p><p>constitucionalmente previstos; e o Judiciário através da ação adequada. Por esse controle o ato ilegal</p><p>e ilegítimo somente pode ser anulado, e não revogado.</p><p>• CONTROLE DO MÉRITO: é o que se consuma pela verificação da conveniência e da oportunidade</p><p>da conduta administrativa. A competência para exercê-lo é da Administração, e, em casos</p><p>excepcionais, expressos na Constituição, ao Legislativo, mas nunca ao Judiciário.</p><p>4. Quanto Ao Órgão Que O Exerce:</p><p>• CONTROLE ADMINISTRATIVO: é exercido pelo Executivo e pelos órgãos administrativos do</p><p>Legislativo e do Judiciário, sob os ASPECTOS DE LEGALIDADE E MÉRITO, por iniciativa própria ou</p><p>mediante provocação.</p><p>Meios de Controle:</p><p>- Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é inerente ao poder hierárquico.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>- Supervisão Ministerial: APLICÁVEL nas entidades de administração indireta vinculadas a um</p><p>Ministério; supervisão não é a mesma coisa que subordinação; trata-se de controle finalístico.</p><p>- Recursos Administrativos: são meios hábeis que podem ser utilizados para provocar o reexame do</p><p>ato administrativo, pela PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Recursos Administrativos: em regra,</p><p>o efeito É NÃO SUSPENSIVO.</p><p>- Representação: denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração;</p><p>- Reclamação: oposição expressa a atos da Administração que afetam direitos ou interesses</p><p>legítimos do interessado;</p><p>- Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame dirigida à mesma autoridade que praticou o</p><p>ato;</p><p>- Recurso Hierárquico próprio: dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo órgão</p><p>administrativo em que foi praticado o ato; é decorrência da hierarquia;</p><p>- Recurso Hierárquico Expresso: dirigido à autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu o</p><p>ato recorrido, mas com competência julgadora expressa.</p><p>• CONTROLE LEGISLATIVO: NÃO PODE exorbitar às hipóteses constitucionalmente previstas, sob</p><p>pena de ofensa ao princípio da separação de poderes. O controle alcança os órgãos do Poder</p><p>Executivo e suas entidades da Administração Indireta e o Poder Judiciário (quando executa função</p><p>administrativa).</p><p>- Controle Político: tem por base a possibilidade de fiscalização sobre atos ligados à função</p><p>administrativa e organizacional.</p><p>- Controle Financeiro: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da</p><p>União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,</p><p>economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso</p><p>Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.</p><p>- Campo de Controle: Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que</p><p>utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a</p><p>União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.</p><p>TCU: é órgão integrante do Congresso Nacional que tem a FUNÇÃO DE auxiliá-lo no controle</p><p>financeiro externo da Administração Pública.</p><p>Obs.: No âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber, aos respectivos Tribunais e</p><p>Conselhos de Contas, as normas sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentária.</p><p>• CONTROLE JUDICIAL: é o poder de fiscalização que o Judiciário exerce ESPECIFICAMENTE</p><p>sobre a atividade administrativa do Estado. Alcança, basicamente, os atos administrativos do</p><p>Executivo, mas também examina os atos do Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza</p><p>atividade administrativa.</p><p>Obs.: É VEDADO AO JUDICIÁRIO apreciar o mérito administrativo e restringe-se ao controle da</p><p>legalidade e da legitimidade do ato impugnado.</p><p>Atos sujeitos a controle especial:</p><p>- atos políticos;</p><p>- atos legislativos;</p><p>- atos interna corporis.</p><p>Controle Interno E Externo Da Administração Pública</p><p>1. Quanto À Extensão Do Controle:</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>• Controle interno: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade</p><p>controlada, no âmbito da própria administração.</p><p>- Exercido de forma integrada entre os poderes</p><p>- Responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar ciência</p><p>ao tcu de qualquer irregularidade ou ilegalidade.</p><p>• Controle externo: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em administração diversa daquela de</p><p>onde a conduta administrativa se originou.</p><p>- Controle do judiciário sobre os atos do executivo em ações judiciais;</p><p>- Sustação de ato normativo do poder executivo pelo legislativo;</p><p>• Controle externo popular: as contas dos municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à</p><p>disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a</p><p>legitimidade, nos termos da lei.</p><p>Quanto Ao Momento Em Que Se Efetua:</p><p>• Controle prévio ou preventivo: é o que é exercido antes de consumar-se a conduta administrativa,</p><p>como ocorre, por exemplo, com aprovação prévia, por parte do senado federal, do presidente e</p><p>diretores do banco central.</p><p>• Controle concomitante: acompanha a situação administrativa no momento em que ela se verifica. É</p><p>o que ocorre, por exemplo, com a fiscalização de um contrato em andamento.</p><p>• Controle posterior ou corretivo: tem por objetivo a revisão de atos já praticados, para corrigi-los,</p><p>desfazê-los ou, somente, confirmá-los. Abrange atos como os de aprovação, homologação, anulação,</p><p>revogação ou convalidação.</p><p>Quanto À Natureza Do Controle:</p><p>• Controle de legalidade: é o que verifica a conformidade da conduta administrativa com as normas</p><p>legais que a</p><p>que tem autorização constitucional</p><p>para apreciar os atos praticados pelos demais Poderes e se for o caso, invalidar os</p><p>atos ilícitos praticados pela Administração. Entenda-se: atos ilícitos praticados por toda Administração</p><p>Pública.</p><p>O controle judicial é um verdadeiro poder jurídico, pois o Poder Judiciário ao atuar não leva em conta</p><p>a conveniência política que normalmente figura na atuação do Legislativo e do Executivo. Ele realiza o</p><p>controle pautado na preservação da legalidade.</p><p>Em regra, o controle judicial é exercido a posteriori, ou seja, depois que os atos são realizados pelos</p><p>demais poderes. Ele é a posteriori, porque somente depois que os atos são produzidos e ingressam</p><p>no mundo jurídico é que o Judiciário entra em ação e realiza a fiscalização, combatendo eventuais</p><p>irregularidades cometidas quando da edição do ato administrativo.</p><p>Devidamente provocado, frise-se que o Judiciário só atua se for provocado, conforme já apontado, ele</p><p>restringe a sua atuação aos aspectos de legalidade do ato, decretando a sua nulidade, caso se depare</p><p>com alguma ilegalidade.</p><p>A anulação (e nunca a revogação) somente pode ocorrer nos casos de comprovada ilegalidade. A</p><p>invalidação (ou anulação) consiste em uma declaração de que o ato desrespeitou a lei em algum dos</p><p>seus elementos.</p><p>Sabendo que o ato administrativo é composto pelos elementos: Competência, finalidade, forma,</p><p>motivo e objeto, toda vez que for comprovada alguma ilegalidade na sua formação ou até mesmo na</p><p>execução, se for devidamente provocado, o Judiciário pode agir, decretando a imediata anulação do</p><p>ato.</p><p>Esta forma de invalidação opera efeitos retroativos, ex tunc, visto que retroage à origem do ato,</p><p>desfazendo as relações dele resultantes. Desta forma, toda vez que Para ilustrar este entendimento,</p><p>imagine que um determinado servidor público foi demitido pela prática de ato ilegal. O simples fato de</p><p>o servidor ter que devolver aos cofres públicos a quantia desviada de forma ilegal, já indica a idéia do</p><p>efeito ex tunc.</p><p>A Convalidação Dos Atos Ilegais</p><p>Caso o defeito presente no ato tenha como ser corrigido (ou seja, convalidado), não cabe ao Judiciário</p><p>realizar a convalidação dos atos ilícitos praticados pelos outros Poderes. Este instituto somente pode</p><p>ser utilizado pela própria Administração, pois, se trata de um juízo de oportunidade e conveniência,</p><p>conforme descrito no art. 55 da lei n. 9.784/99. A convalidação é uma tentativa se salvar o ato. É a</p><p>maneira encontrada pela Administração de manter no sistema jurídico, um ato que apesar de inválido,</p><p>está atendendo ao interesse público.</p><p>Parece um pouco estranho, mas é exatamente assim: de um lado temos o princípio da legalidade</p><p>pedindo a anulação do ato e do outro lado temos o interesse público pedindo a manutenção do ato. O</p><p>administrador coloca os dois princípios em uma balança e verifica qual dos princípios deve prevalecer.</p><p>Se o administrador através do seu juízo de discricionariedade entender que o interesse público precisa</p><p>ser resguardado, a própria lei lhe oferece o caminho da convalidação. Então não parece muito correto</p><p>dizer que a convalidação ofende o princípio da legalidade, pois se ela tem previsão legal, não é</p><p>coerente afirmar que o instituto denota uma ilegalidade.</p><p>Portanto, em que pese a Administração ter a obrigação de anular seus atos ilegais (tendo em vista o</p><p>princípio da legalidade, devidamente retratado nas súmulas 346 e 473 do STF), a Administração</p><p>determinará a convalidação se entender necessária a realização desse procedimento administrativo.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>20 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>É importante destacar que convalidar não significa confirmar um ato ilegal. A convalidação deve ser</p><p>vista como sinônimo de correção. Convalidar é corrigir. Convalidar é retirar a ilegalidade do ato. Seria</p><p>transformar um ato ilegal em legal. Seria sanar a ilegalidade do ato deixando-o totalmente válido, em</p><p>conformidade com o ordenamento jurídico. Seria aproveitar atos viciados, mas com vícios superáveis.</p><p>Então se, por exemplo, um determinado ato ilegal, que apesar de ilegal esteja atendendo ao interesse</p><p>público, apresentar vício no elemento competência, a autoridade competente poderá baixar um ato de</p><p>convalidação (que nesse caso seria a ratificação), corrigindo o vício existente naquele ato.</p><p>Conforme já apontado, a convalidação está prevista no art. 55 da lei n. 9.784/99 que tem a seguinte</p><p>redação:</p><p>“Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a</p><p>terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria</p><p>Administração”.</p><p>Conforme se depreende da redação, a convalidação só será possível se não acarretar lesão ao</p><p>interesse público nem prejuízo a terceiros. Essa é uma característica marcante do instituto. Isso</p><p>significa dizer que se a convalidação puder resultar em qualquer prejuízo ou dano à coletividade, ela</p><p>não poderá ser realizada em hipótese alguma, sob pena de responsabilização.</p><p>Em suma, a convalidação pode ser entendida como uma providência realizada pela Administração</p><p>Pública que visa, através de um ato válido, suprir o vício existente no ato ilegal, dando àquele efeitos</p><p>retroativos à data em que este foi praticado. Apesar da obrigatoriedade ou não de convalidar ser</p><p>amplamente discutida na doutrina, somos adeptos ao entendimento de que a Administração não é</p><p>obrigada a convalidar, visto que, discricionariamente ela tem o poder de decidir o que é mais oportuno</p><p>diante do caso concreto. Caso ela entenda que a convalidação é necessária, de acordo o seu</p><p>exclusivo interesse, ela procederá à correção do ato viciado. Caso contrário, cabe a ela determinar a</p><p>anulação.</p><p>Quanto à natureza do ato a ser convalidado, não importa se o mesmo é discricionário ou vinculado.</p><p>Porém, em caso de provocação, se o ato apresentar algum vício de ilegalidade, o Judiciário apenas</p><p>poderá anulá-lo para preservar a ordem jurídica e não revogá-lo ou convalidá-lo.</p><p>Os atos discricionários são atos onde o administrador público exerce o seu mérito, a sua</p><p>discricionariedade. O administrador edita o ato se entender conveniente e oportuno ao interesse</p><p>público. Já os atos vinculados são atos ditados pela lei, neste tipo de ato o administrador público tem</p><p>uma atuação vinculada, só podendo realizar o ato se a lei o autorizar.</p><p>O controle judicial, conforme apontado anteriormente não analisa o mérito administrativo, apenas</p><p>analisa os aspetos de legalidade do ato. Podemos extrair então que:</p><p>Conforme se depreende do quadro acima, se um ato administrativo apesar de válido, se tornar</p><p>inoportuno: O Judiciário não poderá proceder à revogação. Ele não tem autorização legal para</p><p>proceder à revogação. No entanto, caso apresente algum vício de legalidade, o Judiciário poderá</p><p>realizar a anulação.</p><p>Se não existisse essa premissa, o princípio da legalidade cairia por terra, visto que ninguém</p><p>restringiria a atuação ilegal da Administração. Não faria sentido algum o instituto da anulação, muito</p><p>menos ainda o próprio controle judiciário.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>21 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Anulação X Revogação</p><p>Conforme mencionado, o controle judicial restringe-se aos aspectos de legalidade do ato</p><p>administrativo. Nesse passo, caso o Judiciário se depare com alguma ilegalidade, ele procederá à</p><p>anulação. A anulação juntamente com a revogação, constituem as figuras da “retirada”, que é uma</p><p>das categorias de extinção do ato administrativo. A retirada em breve análise, seria a extinção de um</p><p>ato “A” pela prática de um ato “B”, sendo que esse ato “B” é um ato secundário, praticado</p><p>exclusivamente para a extinção do ato primário.</p><p>A anulação é representada por um ato secundário chamado de ato anulatório. Ela deve ocorrer</p><p>quando há vício no ato administrativo e configura um verdadeiro controle de LEGALIDADE, o que</p><p>difere da revogação, que</p><p>configura um controle de MÉRITO.</p><p>O Judiciário não está autorizado a revogar atos administrativos de outros poderes. Já foram abordado</p><p>os motivos pelos quais existe essa limitação do controle judicial, mas é sempre bom frisar, que se o</p><p>Judiciário estivesse autorizado a revogar atos administrativos de outro Poder, o juiz deixaria de lado a</p><p>função de julgador e passaria a ocupar o cargo de administrador, pois caberia a ele o reexame da</p><p>oportunidade e conveniência dos feitos administrativos. O princípio da tripartição de funções estatais</p><p>estaria prejudicado, toda a atuação executiva perderia a independência e ocorreria um verdadeiro</p><p>caos no Judiciário, visto que haveria a necessidade de triplicar o número de juízes, pois aumentaria o</p><p>rol de suas atribuições.</p><p>No cenário atual, cada poder revoga os seus próprios atos administrativos, quando no exercício</p><p>atípico de função administrativa. Nesse sentido, o Judiciário até pode revogar atos administrativos,</p><p>desde que sejam os seus próprios atos e não os atos de outros poderes. Portanto, “a faculdade de</p><p>revogar está fundada no poder genérico de agir de dado órgão da Administração Pública. Mas só se</p><p>encontra onde existe a prerrogativa de modificar ulteriormente a relação jurídica oriunda do ato</p><p>anterior”.</p><p>A revogação é um juízo de mérito, por isso somente o próprio Poder pode realizá-la. Revogar significa</p><p>retirar do sistema jurídico um ato que apesar de legal, se tornou inconveniente / inoportuno. Em um</p><p>primeiro momento a Administração realizou o ato acreditando ter adotado a medida certa, mas depois,</p><p>por motivos supervenientes, o ato deixou de atender aos interesses da coletividade, não havendo</p><p>mais motivos para mantê-lo em vigor. Essa é a idéia de revogação: um ato que apesar de válido,</p><p>tornou-se desnecessário por motivos supervenientes.</p><p>O Sistema De Jurisdição Una</p><p>Dentro do controle de legalidade realizado pelo Poder Judiciário, faz-se necessário tecer algumas</p><p>observações sobre o sistema de jurisdição una, devido a importância que ele representa para a</p><p>facilitação do controle judicial.</p><p>Dispõe o texto constitucional em seu art. 5º, XXXV, que:</p><p>“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.</p><p>Tal dispositivo consagrou o princípio da Inafastabilidade da tutela jurisdicional, também conhecido</p><p>como sistema de unidade de jurisdição, ou ainda, jurisdição una. Segundo este sistema, o Judiciário</p><p>tem o monopólio da função jurisdicional. Ele não só pode apreciar como também pode decidir com</p><p>definitividade, a lesão ou ameaça a direitos individuais e coletivos, passando as suas decisões a terem</p><p>força de coisa julgada.</p><p>Na verdade, o art. 5º, XXXV, que consagrou o sistema de unidade de jurisdição, tem uma dupla</p><p>interpretação. Num primeiro momento podemos dizer que o texto constitucional proibiu a lei de impedir</p><p>e/ou atrapalhar a atuação jurisdicional. Em outras palavras, ao determinar que “a lei não excluirá ...”, a</p><p>Constituição Federal na verdade quis dizer: “a lei não impedirá” a atuação do juiz toda vez que ele</p><p>tiver que agir, tiver que atuar, a fim de exercer a jurisdição, para proteger um direito já lesado ou</p><p>ameaçado de sofrer uma lesão.</p><p>Como somos um Estado regido por leis (Estado de Direito), a regra é que qualquer pessoa (em</p><p>sentido amplo, face ao princípio da isonomia) que tenha um direito lesado ou ameaçado de lesão,</p><p>poderá provocar o Poder Judiciário, para ter resguardado o exercício de tal direito.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>22 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Em uma segunda interpretação, que na verdade já foi mencionada acima, podemos dizer que tal</p><p>princípio também reconhece que o Judiciário é o único dentre os poderes constitucionais, que decide</p><p>com força de coisa julgada, somente as suas decisões são realmente definitivas.</p><p>De acordo com o mestre José dos Santos Carvalho Filho:</p><p>“Pelo sistema da unidade de jurisdição, todos os litígios, administrativos ou de caráter privado, são</p><p>sujeitos à apreciação e à decisão da Justiça comum, vale dizer, a que é composta de juízes e tribunais</p><p>do Poder Judiciário. No sistema da unidade de jurisdição – una lex una jurisdictio – apenas os órgãos</p><p>do Judiciário exercem a função jurisdicional e proferem decisões com o caráter de definitividade.</p><p>Mesmo as raríssimas exceções contempladas na Constituição, conferindo essa função ao Congresso</p><p>Nacional, não servem para desfigurar o monopólio da jurisdição pelo Judiciário”.</p><p>Por estas razões, não só a lei está impedida de excluir determinadas matérias da apreciação do</p><p>Judiciário, como também, o princípio foi inserido como garantia fundamental, gravada pelo art. 60, §</p><p>4º, IV da Constituição Federal, como cláusula pétrea, insuscetível de qualquer tipo de alteração, não</p><p>podendo sequer ser objeto de proposta de emenda constitucional.</p><p>Limites Da Atuação Judicial</p><p>Assim como os demais poderes, o Judiciário também está sujeito a limites. A sua atuação deve</p><p>ocorrer em conformidade com a lei e com os preceitos fixados na Constituição Federal.</p><p>Em diversos momentos foi mencionado que o controle judicial se restringe aos aspectos de legalidade</p><p>dos atos administrativos. O Judiciário não pode invadir o mérito de outro poder. Invadir o mérito</p><p>significa discutir ou até mesmo modificar as razões que levaram o administrador a editar o ato.</p><p>O mérito consiste no juízo de oportunidade e conveniência que permite que o administrador tome a</p><p>melhor decisão diante do caso concreto que está sendo analisado.</p><p>O próprio administrador, diante da situação que lhe é posta a julgamento é quem vai avaliar</p><p>discricionariamente a situação e tomar a melhor decisão dentre todas as admitidas pelo direito. Se o</p><p>juiz pudesse analisar a conveniência e oportunidade dos atos praticados por outro Poder, como o</p><p>Poder Executivo, por exemplo, ele estaria atuando como administrador público e não como juiz,</p><p>deixando de lado as suas atribuições jurisdicionais.</p><p>Se a lei autorizasse que juiz apreciasse o mérito de outro Poder, nós encontraríamos dentro do</p><p>Judiciário, uma categoria vitalícia de administradores públicos e não aplicadores do direito.</p><p>Outra limitação imposta ao Judiciário é a impossibilidade de invalidação de atos normativos do Poder</p><p>Executivo, como as resoluções, regulamentos e portarias. A única maneira que o Judiciário tem de</p><p>invalidar esse tipo de ato é através da ação direta de inconstitucionalidade, cujo julgamento é de</p><p>competência do STF, quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou estadual que contrarie a</p><p>Constituição Federal.</p><p>Quando se tratar de lei ou ato normativo estadual ou municipal que contrarie a constituição do</p><p>Estado, a competência para efetuar o julgamento passa a ser do Tribunal de Justiça.</p><p>Insta salientar, que nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou a</p><p>constitucionalidade dos atos normativos do Poder Executivo, mas a decisão produzirá efeitos apenas</p><p>entre as partes, devendo ser observada a norma do artigo 97 da Constituição Federal, que exige a</p><p>maioria absoluta dos membros dos Tribunais para a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato</p><p>normativo do Poder Público.</p><p>Quanto aos atos classificados como interna corporis, que são aqueles praticados dentro da</p><p>competência interna e exclusiva dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, em regra eles não</p><p>são apreciados pelo Judiciário, porque são destinados a estabelecer regras sobre o funcionamento</p><p>interno dos seus órgãos, assim, o juiz não poderia substituir os critérios internos e exclusivos</p><p>concedidos pela Constituição aos Poderes. No entanto, como toda regra tem uma exceção, caso</p><p>exorbitem em seu conteúdo, desrespeitando preceitos fundamentais assegurados pela Constituição</p><p>Federal, poderão ser apreciados pelo Judiciário.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>23 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Por fim, quanto aos atos políticos, nada obsta a apreciação judicial,</p><p>caso haja uma ilegalidade</p><p>evidente. Os atos políticos não são atos propriamente administrativos, mas sim atos de governo, então</p><p>em tese, não poderiam ser controlados pelo Judiciário. Mas, já é pacífica na doutrina a posição de que</p><p>quando tais atos ofenderem direitos consagrados pela lei, gerando um vício de ilegalidade, é possível</p><p>a sujeição ao controle judiciário. Veja:</p><p>“Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder Judiciário, desde</p><p>que causem lesão a direitos individuais ou coletivos. Houve um período no direito brasileiro, na</p><p>vigência da Constituição de 1937, em que os atos políticos eram insuscetíveis de apreciação judicial,</p><p>por força de seu artigo 94. Essa norma ligava-se à concepção do ato político como sendo aquele que</p><p>diz respeito a interesses superiores da nação, não afetando direitos individuais; como o exercício do</p><p>direito de ação estava condicionado à existência de um direito individual lesado, não ocorrendo essa</p><p>lesão, faltava o interesse de agir para o recurso às vias judiciais. Pela atual Constituição, existe mais</p><p>uma razão para admitir o controle judicial dos atos políticos; é que o art. 5º, XXXV, proíbe que seja</p><p>excluída da apreciação judicial a lesão ou ameaça a direito, sem distinguir se ele é individual ou</p><p>coletivo; previu ainda, além da ação popular, outras medidas judiciais cabíveis para a defesa dos</p><p>direitos e interesses coletivos, como a ação civil pública e o mandado de segurança coletivo. Com</p><p>isso, ampliou também a possibilidade de apreciação judicial dos atos exclusivamente políticos”.</p><p>Meios de Controle Judicial</p><p>A Constituição Federal, com o intuito de facilitar o acesso à justiça, de forma a permitir que qualquer</p><p>pessoa procure o Judiciário para promover a defesa de seus direitos, estabeleceu ações específicas,</p><p>que são os meios processuais de que se vale o titular de um direito lesado ou ameaçado de lesão</p><p>para obter a anulação do ato ilegal em ação própria ajuizada contra a Administração Pública, como a</p><p>ação civil pública, a ação direta de inconstitucionalidade ou ainda os conhecidos remédios</p><p>constitucionais.</p><p>Os remédios são ao mesmo tempo “direitos” e “garantias” constitucionais. São direitos, pois são bens</p><p>declarados pela norma jurídica que tem a proteção constitucional. E são garantias porque visam</p><p>garantir, proteger o exercício dos aludidos direitos.</p><p>São garantias porque têm o objetivo de resguardar outros direitos fundamentais. Como o próprio</p><p>nome bem indica: são “garantias”, ou seja, garantem o adimplemento de alguma coisa, que seriam o</p><p>próprio exercício dos direitos fundamentais, quando estes sofrerem limitações.</p><p>Como exercem significativa importância dentro do tema controle, nada mais justo do que mencionar</p><p>algumas de suas peculiaridades:</p><p>Habeas Corpus</p><p>Determina a Constituição Federal em seu art. 5º, LXVIII que “conceder-se-á habeas-corpus sempre</p><p>que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de</p><p>locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. Com esta determinação constitucional, temos uma</p><p>das maiores e mais importantes garantias individuais que se pode ter dentro de um Estado</p><p>Democrático de Direito. Através do habeas corpus, procura-se tutelar a liberdade de locomoção, que</p><p>está preconizada no art. 5º, XV da própria Constituição Federal.</p><p>Não precisamos nem mencionar a importância que representa a plena liberdade de locomoção para</p><p>os indivíduos. Sem tal liberdade, o indivíduo deixa de exercer inúmeras outras liberdades individuais,</p><p>pois o mesmo fica impossibilitado de se locomover, ocorrendo assim, uma verdadeira restrição no</p><p>tocante ao exercício de outros direitos fundamentais, daí a necessidade de se promover o habeas</p><p>corpus, que devido à importância de sua função, também é conhecido como “Remédio Heróico”.</p><p>Apesar de a doutrina apontar que o habeas corpus teve sua origem remota no Direito Romano, o certo</p><p>é que a noção de liberdade começou a surgir muito antes disso. Surgiu quando o ser humano</p><p>começou a perceber que era “humano”, e que merecia um mínimo de respeito por parte dos</p><p>detentores do poder. Assim, se torna impossível informar com exatidão em que época o instituto</p><p>surgiu, pois a “luta pela liberdade” esteve presente desde os primórdios das civilizações, e por incrível</p><p>que pareça ao que tudo indica, essa luta continua até hoje. O que podemos informar com exatidão são</p><p>os marcos históricos que materializaram o instituto e o tornaram conhecido.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>24 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A título de exemplo, podemos citar a Magna Carta de 1215, que foi outorgada pelo Rei João Sem</p><p>Terra, por pressão dos barões, em 19 de Junho de 1215, e aqui no Brasil, citamos o Decreto de 23-</p><p>05-1821, expedido por D. João VI que proibia as prisões arbitrárias.</p><p>Antes de chegar ao Brasil, o habeas corpus sofreu uma evolução. Após a Magna Carta de 1215, ainda</p><p>na Inglaterra, adquiriu várias modalidades, como: “habeas corpus ad prosequendum”, “habeas corpus</p><p>ad satisfaciendum”, “habeas corpus as deliberandum”, “habeas corpus ad faciendum et recipiendum” e</p><p>etc.</p><p>Após séculos de existência, o atual habeas corpus garantido pela Constituição Federal de 1988, é</p><p>muito diferente dos Writs apontados acima que marcaram a história da sociedade. Só para se ter uma</p><p>idéia da brutal diferença, antigamente admitia-se habeas corpus para tutelar outras violações, além da</p><p>locomoção, como por exemplo, violações de direitos civis. Hoje em dia, isso não é possível, o campo</p><p>de atuação deste remédio constitucional é restrito e objetivo: O habeas corpus apenas tutela</p><p>a liberdade de locomoção do indivíduo, não sendo cabível para tutelar outro direito que não seja o de</p><p>ir, vir e permanecer, constitucionalmente garantido pelo art. 5º, no seu inciso XV.</p><p>Por exercer tamanha importância, o habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa que</p><p>tiver a sua locomoção violada ou ameaçada de violação, por ilegalidade ou abuso de poder. O</p><p>conceito de qualquer pessoa é amplo, abrangendo pessoas físicas, nacionais, estrangeiras, residentes</p><p>ou não residentes no Brasil. Não abrange, porém, pessoas jurídicas, pois estas não exercem a</p><p>liberdade de locomoção (elas não podem se locomover, transitar, como pode fazer uma pessoa</p><p>física).</p><p>Quanto à natureza jurídica, o habeas corpus configura uma verdadeira ação constitucional de caráter</p><p>penal, regulada por lei e isenta de custas judiciais. Em que pesem posições em contrário, o habeas</p><p>corpus não é um recurso, é uma ação constitucional, que pode inclusive ser impetrada sem a</p><p>ocorrência da violação direta à liberdade de locomoção, pois o indivíduo “ameaçado” de sofrer uma</p><p>futura lesão já pode proteger a sua liberdade de locomoção por intermédio do habeas corpus, ele não</p><p>precisa esperar a violação se concretizar (ou seja, ser privado da sua liberdade), para impetrar esta</p><p>ação constitucional. Se o habeas corpus fosse um recurso criminal, o indivíduo não poderia impetrá-lo</p><p>antes da ocorrência da violação na sua liberdade de locomoção.</p><p>Quanto às modalidades, o habeas corpus pode ser: preventivo ou repressivo. Será preventivo quando</p><p>houver uma ameaça de violação ao exercício do direito de locomoção de alguém. Nesta modalidade,</p><p>a pessoa que sente ameaçada, deverá embasar o seu pedido com a comprovação do “justo receio” de</p><p>a qualquer momento sofrer uma violação na sua liberdade de locomoção. Neste caso, o juiz expedirá</p><p>um documento chamado “salvo-conduto”, que impedirá que a ilegalidade se concretize.</p><p>Quando o habeas corpus for repressivo (liberatório), o juiz emitirá um documento chamado “alvará de</p><p>soltura”, que determinará o fim da violação da liberdade de locomoção do indivíduo que foi preso por</p><p>ilegalidade ou abuso de poder.</p><p>Por fim, é importante destacar que como típico direito fundamental de primeira geração, o habeas</p><p>corpussomente protegerá a liberdade de locomoção dos indivíduos, se for por meio de uma ordem</p><p>emanada de</p><p>uma autoridade judiciária competente (por meio de um juiz / tribunal), que seja um dos</p><p>órgãos componentes da estrutura do Poder Judiciário.</p><p>Habeas Data</p><p>O Habeas Data é um instrumento jurídico constitucional que se destina a proteção do direito de</p><p>informações de caráter pessoal. O habeas data possibilita aos indivíduos a obtenção e retificação de</p><p>dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público.</p><p>De acordo com o art. 5º, LXXII da Constituição de 1988, este remédio constitucional será concedido:</p><p>“a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de</p><p>registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;</p><p>b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou</p><p>administrativo.”</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>25 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Além de estar previsto no texto constitucional, este remédio encontra-se regulado pela Lei nº. 9.507,</p><p>de 12 de Novembro de 1997, que acrescentou outra hipótese de cabimento da medida, além das</p><p>constitucionalmente previstas, veja:</p><p>“para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado</p><p>verdadeiro, mas, justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável”.</p><p>Portanto, o habeas data é uma ação colocada à disposição de qualquer pessoa que esteja sendo</p><p>impedida de conhecer, retificar ou complementar (anotar) seus dados pessoais registrados em banco</p><p>de dados de caráter público. Portanto, toda vez que alguma entidade possuidora de banco de dados</p><p>oficial impedir alguém do:</p><p>a)Direito de conhecer seus dados pessoais</p><p>b) Direito de retificar o seu registro ou ainda do</p><p>c) Direito de complementar o seu registro, a pessoa interessada poderá ajuizar o habeas data, para</p><p>que sejam respeitados os direitos acima mencionados, assegurados pela lei e Constituição Federal.</p><p>O habeas data pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, brasileira ou estrangeira,</p><p>desde que o impetrante seja o próprio lesado, ou seja, não é possível ingressar com esta ação para</p><p>obter informações pessoais de uma terceira pessoa que não seja o impetrante.</p><p>Como regra geral, trata-se de uma ação personalíssima, cuja tutela se restringe exclusivamente a</p><p>pessoa do impetrante, mas, excepcionalmente é possível a impetração por terceiros, de forma a</p><p>preservar outros direitos assegurados pela lei, como o pedido apresentado por parentes de falecido, a</p><p>fim de evitar o uso indevido de dados do de cujus, ou ainda o pedido impetrado por cônjuge de</p><p>falecido, a fim de evitar prejuízo ao patrimônio financeiro da família interessada na obtenção das</p><p>informações.</p><p>Como legitimados passivos podem figurar entidades governamentais da administração pública direta</p><p>ou indireta ou pessoas jurídicas de direito privado, desde que sejam possuidoras de banco de dados</p><p>de caráter público. Não interessa se a entidade é pública ou privada, o que importa para fins de</p><p>cabimento do habeas data é que a entidade possua um banco de dados oficial, aberto ao público,</p><p>como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e o SERASA.</p><p>É importante salientar, que a jurisprudência já tem admitido como legitimado passivo, partidos</p><p>políticos e universidades particulares.</p><p>Por fim, deve ser ressaltado que:</p><p>- O habeas data é uma ação de natureza mandamental;</p><p>- Em regra, como é ação personalíssima, não admite pedido de terceiros, nem sucessão no direito de</p><p>pedir (mas existem exceções);</p><p>- Assim como o habeas corpus, não há custas na ação desse writ. Trata-se de ação gratuita,</p><p>consoante regra expressa do texto constitucional em seu art. 5º, LXXVII e art. 21 da lei nº. 9.507/97.</p><p>Mandado de Segurança</p><p>O Mandado de segurança é um remédio constitucional judicial que poderá ser impetrado toda vez que</p><p>ocorrer lesão ou ameaça a direitos líquidos e certos não amparados por habeas corpus ou habeas</p><p>data. O mandado de segurança configura um verdadeiro mecanismo de proteção dos indivíduos</p><p>contra atos ou ameaças de atos arbitrários do Poder Público, que não sejam amparados por outros</p><p>remédios constitucionais.</p><p>Trata-se de uma ação constitucional de rito sumário especial, a ser utilizada por qualquer pessoa que</p><p>se sinta prejudicada face à violação ou evidente ameaça de direitos líquidos e certos assegurados</p><p>pela lei.</p><p>Um direito líquido e certo é um direito que resulta de fato certo, que facilmente pode ser comprovado</p><p>pelo seu titular, por intermédio de uma documentação inequívoca que não desperte dúvidas.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>26 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Doutrinariamente direito líquido e certo é todo aquele cuja titularidade possa ser inequivocamente</p><p>demonstrada por quem o pretende (certo) e que esteja delimitado em sua extensão, ou seja, que se</p><p>tenha exatamente dimensionado o alcance do direito pretendido (líquido).</p><p>O mandado de segurança é um remédio constitucional assegurado pelo art. 5º, incisos LXIX e LXX do</p><p>texto constitucional e regulamentado pela lei nº 12.016 de 07 de Agosto de 2009, que revogou a</p><p>antiga lei regulamentadora, lei nº 1.533 de 31 de Dezembro de 1951.</p><p>Nos termos do art. 1º da nova lei do mandado de segurança (Lei 12.016/09), “conceder-se-á mandado</p><p>de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,</p><p>sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou</p><p>houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem</p><p>as funções que exerça”.</p><p>Conforme pode ser observado, qualquer pessoa física ou jurídica pode ser legitimado ativo da ação de</p><p>mandado de segurança, desde que a violação ou ameaça ao direito líquido e certo tenha sido</p><p>decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.</p><p>Consoante determina o art. 6, § 3º da nova lei de mandado de segurança, "considera-se autoridade</p><p>coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática”.</p><p>Apesar da nova lei não ter evoluído no conceito de autoridade coatora, podem figurar no pólo passivo</p><p>do mandado de segurança, além das autoridades públicas propriamente ditas, administradores de</p><p>autarquias ou de entidades paraestatais e também pessoas naturais ou jurídicas com funções</p><p>delegadas pelo poder público.</p><p>Porém, cabe destacar que a nova lei em seu art. 1º, § 2º não admitiu mandado de segurança contra</p><p>os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de</p><p>economia mista e das concessionárias de serviço público.</p><p>O mandado de segurança é uma ação de cabimento residual, visto que é subsidiária. Portanto só será</p><p>possível impetrá-la quando o direito líquido e certo violado ou ameaçado de lesão, não for protegido</p><p>por habeas corpus ou habeas data. Em outras palavras, podemos dizer que o mandado de segurança</p><p>configura a “sobra”, o “resto”: primeiro deve ser analisado se é cabível o habeas corpus ou habeas</p><p>data, se no caso concreto não for cabível nenhuma dessas ações e desde que trate-se de um direito</p><p>líquido e certo, caberá então o mandado de segurança.</p><p>A doutrina admite, quanto ao momento da impetração, duas modalidades de mandado de segurança:</p><p>o repressivo e preventivo. Será repressivo o mandado de segurança destinado a reparar uma lesão já</p><p>ocorrida. Será preventivo quando impetrado para evitar que a lesão ocorra e prejudique direito líquido</p><p>e certo do impetrante.</p><p>O mandado de segurança poderá ser ainda individual ou coletivo. O individual é aquele impetrado</p><p>pelo próprio prejudicado, devidamente representado por um advogado ou pela Defensoria Pública. Já</p><p>o coletivo, que está previsto no art. 5º, LXX da Constituição Federal, é direcionado à defesa de direitos</p><p>coletivos. Consoante indica o art. 21, § único da nova lei de mandado de segurança, os direitos</p><p>protegidos pelo mandado de segurança coletivo</p><p>podem ser:</p><p>“I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de</p><p>que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma</p><p>relação jurídica básica;</p><p>II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum</p><p>e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do</p><p>impetrante.”</p><p>Ainda nos termos do art. 21 da nova lei, o mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por</p><p>partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos</p><p>relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe</p><p>ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de</p><p>direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos</p><p>seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização</p><p>especial.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>27 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Quando o mandado de segurança for coletivo, estaremos diante de uma substituição processual (ou</p><p>extraordinária), visto que os legitimados ativos indicados acima, apenas substituirão em juízo, a</p><p>coletividade de pessoas prejudicadas pela violação indevida de seus direitos líquidos e certos.</p><p>Para que haja a substituição processual não se faz necessária a autorização expressa dos titulares do</p><p>direito, bastando apenas uma previsão genérica no estatuto. Haveria necessidade de autorização</p><p>expressa dos associados, se fosse um caso de representação, como ocorre no caso do art. 5º, XXI da</p><p>Constituição Federal.</p><p>Cumpre observar ainda, que em relação aos prazos para impetração, a nova lei em seu art. 23,</p><p>manteve o prazo de 120 dias contados da data em que o interessado tomar conhecimento do ato</p><p>impugnado. A nova redação é equivalente a antiga redação do art. 18 da lei nº. 1.533/51.</p><p>Mandado de Injunção</p><p>Trata-se de uma ação constitucional de caráter civil e procedimento especial utilizada para suprir a</p><p>ausência de norma regulamentadora que esteja inviabilizando o exercício de direitos assegurados</p><p>pelo texto constitucional. Conforme indica a própria Lei Maior em seu art. 5º, LXXI, o mandado de</p><p>injunção tem por objeto a tutela dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes</p><p>à nacionalidade, à soberania e à cidadania.</p><p>O mandado de injunção, inovação da Constituição de 1988, não é uma ação constitucional destinada</p><p>a criar um novo direito, mas tão somente permitir que alguém exerça um direito existente, mas que</p><p>devido a ausência de regulamentação específica, não pode ser exercido por seu titular.</p><p>É um remédio constitucional colocado à disposição de qualquer pessoa que esteja impedida de</p><p>exercer direitos constitucionais pelo fato de tais direitos não se encontrarem regulamentados por lei.</p><p>Assim, toda vez que um indivíduo que possuir algum direito assegurado pela Constituição, estiver</p><p>impedido de exercê-lo pelo simples fato deste direito não se encontrar regulado por lei, a solução</p><p>indicada é a impetração do mandado de injunção.</p><p>O mandado de injunção apresenta alguma semelhança com a ação direta de inconstitucionalidade</p><p>por omissão (ADInPO). Ambas as ações tem o intuito de suprir omissões legislativas. Porém, o</p><p>mandado de injunção é utilizado num caso concreto, individualmente considerado, pela própria pessoa</p><p>que esteja inviabilizada de exercer o direito constitucional por ausência de norma regulamentadora, já</p><p>a ADInPO, é uma das formas de controle concentrado do STF, em que a legitimação não cabe ao</p><p>próprio prejudicado, mas sim aos legitimados ativos enumerados no art. 103 da Constituição Federal.</p><p>Pode impetrar o mandado de injunção qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. A</p><p>legitimação ativa é atribuída ao titular de direitos constitucionais, cujo exercício esteja inviabilizado por</p><p>falta de norma que o regulamente. Já na legitimação passiva podem figurar órgãos ou autoridades</p><p>públicas que estavam obrigados a legislar, mas não legislaram. Ou seja, que se mantiveram inertes</p><p>em relação às suas obrigações, prejudicando os titulares de direitos constitucionalmente protegidos.</p><p>Assim como acontece no mandado de segurança, em sede de injunção, é possível a tutela de direitos</p><p>individuais ou coletivos. O próprio STF já admitiu a possibilidade de mandado de injunção coletivo, por</p><p>aplicação análoga do art. 5º, LXX da Constituição Federal.</p><p>Cabe ainda destacar, que um dos assuntos mais polêmicos dos remédios constitucionais, sem dúvida</p><p>alguma é conteúdo da decisão em mandado de injunção. A natureza jurídica da decisão é palco de</p><p>divergências doutrinárias e jurisprudenciais face ao princípio da independência e separação dos</p><p>poderes.</p><p>De fato, é notório que o Judiciário está impedido pela sistemática constitucional de determinar que o</p><p>Executivo ou Legislativo elabore a norma faltante. Diante deste impedimento e com o intuito de</p><p>solucionar a questão foram criadas algumas correntes. Para a posição não-concretista, que já foi</p><p>muito utilizada pelo STF até o ano de 2006 em reiterados julgados, o Poder Judiciário deve apenas</p><p>reconhecer formalmente a inércia e comunicar a omissão ao órgão competente para que este tome as</p><p>devidas providências a fim de editar a norma faltante. Assim, haveria apenas um reconhecimento</p><p>formal da inércia do órgão omissor.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>28 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A corrente concretista, por sua vez, seja ela geral, individual ou intermediária admite a possibilidade</p><p>de concretização judicial do direito constitucional, com a finalidade de viabilizar o seu exercício.</p><p>Com a mudança da composição do STF, alguns entendimentos foram reformulados, como a posição</p><p>sobre a eficácia das decisões em mandado de injunção. Alguns julgados recentes tem admitido o</p><p>caráter mandamental e não meramente declaratório da decisão judicial do mandado de injunção.</p><p>Ação Popular</p><p>Consoante determina o art. 5º, LXXIII da Constituição Federal, qualquer cidadão é parte legítima para</p><p>propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado</p><p>participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o</p><p>autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.</p><p>A Ação popular é um meio de controle judicial das atividades administrativas, que pode ser impetrada</p><p>por qualquer cidadão, conforme indica a própria Constituição.</p><p>Regulamentada pela lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965, a ação popular tem o intuito de proteger a</p><p>coisa pública, preservado desta forma, os princípios constitucionais de legalidade e moralidade que</p><p>devem reinar dentro da Administração Pública.</p><p>Consoante lição do Prof. José Afonso da Silva, a ação popular pode ser definida como ação</p><p>constitucional brasileira outorgada a qualquer cidadão, como garantia político-constitucional, para a</p><p>defesa dos interesses da coletividade, mediante a provocação do controle jurisdicional corretivo de</p><p>atos lesivos do patrimônio público, da moralidade administrativa, do meio ambiente e do patrimônio</p><p>histórico e cultural.</p><p>Decorrência do parágrafo único do art. 1º do texto constitucional, que diz que “todo poder emana do</p><p>povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, ou diretamente nos termos desta</p><p>Constituição”, a ação popular acaba por valorizar a participação popular na gestão pública, pois ao</p><p>permitir que o cidadão fiscalize os atos e contratos lesivos ao patrimônio público, à moralidade</p><p>administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio público, histórico e cultural, a Magna Carta colocou</p><p>nas mãos do povo a privilégio de exercer o seu próprio poder.</p><p>A legitimação ativa cabe somente ao cidadão. Desta</p><p>responsabilidade civil ou criminal dos</p><p>infratores.</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>regem. Esse controle pode ser interno ou externo. Vale dizer que a administração</p><p>exercita-o de ofício ou mediante provocação: o legislativo só o efetiva nos casos constitucionalmente</p><p>previstos; e o judiciário através da ação adequada. Por esse controle o ato ilegal e ilegítimo somente</p><p>pode ser anulado, e não revogado.</p><p>• Controle do mérito: é o que se consuma pela verificação da conveniência e da oportunidade da</p><p>conduta administrativa. A competência para exercê-lo é da administração, e, em casos excepcionais,</p><p>expressos na constituição, ao legislativo, mas nunca ao judiciário.</p><p>Quanto Ao Órgão Que O Exerce:</p><p>• Controle administrativo: é exercido pelo executivo e pelos órgãos administrativos do legislativo e do</p><p>judiciário, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.</p><p>Meios De Controle:</p><p>- Fiscalização hierárquica: esse meio de controle é inerente ao poder hierárquico.</p><p>- Supervisão ministerial: aplicável nas entidades de administração indireta vinculadas a um ministério;</p><p>supervisão não é a mesma coisa que subordinação; trata-se de controle finalístico.</p><p>- Recursos administrativos: são meios hábeis que podem ser utilizados para provocar o reexame do</p><p>ato administrativo, pela própria administração pública. Recursos administrativos: em regra, o efeito é</p><p>não suspensivo.</p><p>- Representação: denúncia de irregularidades feita perante a própria administração</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>- Reclamação: oposição expressa a atos da administração que afetam direitos ou interesses</p><p>legítimos do interessado;</p><p>- Pedido de reconsideração: solicitação de reexame dirigida à mesma autoridade que praticou o ato;</p><p>- Recurso hierárquico próprio: dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo órgão</p><p>administrativo em que foi praticado o ato; é decorrência da hierarquia;</p><p>- Recurso hierárquico expresso: dirigido à autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu o</p><p>ato recorrido, mas com competência julgadora expressa.</p><p>• Controle legislativo: não pode exorbitar às hipóteses constitucionalmente previstas, sob pena de</p><p>ofensa ao princípio da separação de poderes. O controle alcança os órgãos do poder executivo e</p><p>suas entidades da administração indireta e o poder judiciário (quando executa função administrativa).</p><p>- Controle político: tem por base a possibilidade de fiscalização sobre atos ligados à função</p><p>administrativa e organizacional.</p><p>- Controle financeiro: a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da</p><p>união e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,</p><p>economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo congresso</p><p>nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder.</p><p>- Campo de controle: prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que</p><p>utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a</p><p>união responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.</p><p>TCU: é órgão integrante do congresso nacional que tem a função de auxiliá-lo no controle financeiro</p><p>externo da administração pública.</p><p>Obs.: no âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber, aos respectivos tribunais e</p><p>conselhos de contas, as normas sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentária.</p><p>• Controle judicial: é o poder de fiscalização que o judiciário exerce especificamente sobre a atividade</p><p>administrativa do estado. Alcança, basicamente, os atos administrativos do executivo, mas também</p><p>examina os atos do legislativo e do próprio judiciário quando realiza atividade administrativa.</p><p>Obs.: é vedado ao judiciário apreciar o mérito administrativo e restringe-se ao controle da legalidade e</p><p>da legitimidade do ato impugnado.</p><p>Atos sujeitos a controle especial:</p><p>- atos políticos;</p><p>- atos legislativos;</p><p>- atos interna corporis.</p><p>Conceito De Controle Da Administração Pública</p><p>Para iniciar o entendimento de o que é o controle da administração pública, cabe se utilizar do</p><p>conceito da palavra controle, em tema de administração pública, utilizado pelo professor hely lopes</p><p>meirelles, dizendo que controle “é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder,</p><p>órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro”.</p><p>Já se utilizando deste conceito, marcelo alexandrino e vicente paulo conceituam o controle da</p><p>administração pública dizendo que esta é tanto o poder como o dever, que a própria administração</p><p>(ou outro poder) tem de vigiar, orientar e corrigir, diretamente ou por meio de órgãos especializados,</p><p>a sua atuação administrativa. É o controle que o poder executivo – e os outros órgãos administrativos</p><p>dos demais poderes – tem sobre suas próprias atividades, tendo como intenção a legitimidade de</p><p>seus atos, mantê-los dentro da lei, a defesa dos direitos dos administrados e a conduta adequada de</p><p>seus agentes.</p><p>Assim, chega-se ao conceito mais simples de fernanda marinela, que explana o controle da</p><p>administração como “o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos para a fiscalização e</p><p>revisão de toda atividade administrativa”.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Cabe ressaltar que o controle da administração é exercitável em todos e por todos os poderes do</p><p>estado, devendo-se estender à toda atividade administrativa e todos seus agentes.</p><p>Qualquer atuação administrativa estará condicionada aos princípios expressos no artigo 37 da</p><p>constituição federal. Porém, não há um capítulo ou título específico, nem um diploma único que</p><p>discipline o controle da administração. Por outro lado, a existência de diversos atos normativos</p><p>colaboram com regras, modalidades, instrumentos, órgãos, etc. Para a organização desse controle.</p><p>Portanto, este controle é extremamente necessário para se garantir que a administração pública</p><p>mantenha suas atividades sempre em conformidade com os referidos princípios encontrados na</p><p>constituição e com as regras expressas nos atos normativos – tornando legítimos seus atos – e</p><p>afastá-los da nulidade.</p><p>Classificação Das Formas De Controle Da Administração Pública</p><p>Existem diversos tipos e formas de controlar a administração pública. Estes variam conforme o poder,</p><p>órgão ou autoridade que o exercitará, ou também pelo sua fundamentação, modo e momento de sua</p><p>efetivação.</p><p>A classificação das formas de controle se dará, portanto, conforme: sua origem; o momento do</p><p>exercício; ao aspecto controlado; à amplitude.</p><p>Conforme A Origem</p><p>Controle Interno</p><p>O controle interno é aquele que é exercido pela entidade ou órgão que é o responsável pela atividade</p><p>controlada, no âmbito de sua própria estrutura. O controle que as chefias exercem nos atos de seus</p><p>subordinados dentro de um órgão público é considerado um controle interno. Segundo marinela, todo</p><p>superior hierárquico poderá exercer controle administrativo nos atos de seus subalternos, sendo, por</p><p>isso, responsável por todos os atos praticados em seu setor por servidores sob seu comando.</p><p>Sempre será interno o controle exercido no legislativo ou no judiciário por seus órgãos de</p><p>administração, sobre seus servidores e os atos administrativos praticados por estes.</p><p>A constituição federal, em seu artigo 74, determina que deverá ser mantido pelos poderes sistemas</p><p>de controle interno, estabelecendo alguns itens mínimos que este controle deverá ter como objeto,</p><p>conforme exposto abaixo:</p><p>“art. 74. Os poderes legislativo, executivo e judiciário manterão, de forma integrada, sistema de</p><p>controle interno com a finalidade de:</p><p>I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de</p><p>governo e dos orçamentos da união;</p><p>Ii - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia</p><p>e eficiência, da gestão</p><p>orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da</p><p>aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;</p><p>Iii - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres</p><p>da união;</p><p>IV - Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.”</p><p>Em seu parágrafo primeiro, fica estabelecido que “os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem</p><p>conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao tribunal de contas da</p><p>união, sob pena de responsabilidade solidária”. Ou seja, se torna obrigatório a denúncia de qualquer</p><p>irregularidade encontrada para o tcu.</p><p>Controle Externo</p><p>O controle externo ocorre quando outro poder exerce controle sobre os atos administrativos</p><p>praticados por outro poder. Nas palavras de hely lopes meirelles, “é o que se realiza por órgão</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>estranho à administração responsável pelo ato controlado”. Este mesmo autor utiliza como exemplo a</p><p>apreciação das contas do executivo e do judiciário pelo legislativo; a auditoria do tribunal de contas</p><p>sobre a efetivação de determinada despesa do executivo; a anulação de um ato do executivo por</p><p>decisão do judiciário; a sustação de ato normativo do executivo pelo legislativo.</p><p>Controle Externo Popular</p><p>Já que a administração sempre atua visando o interesse público, é necessário a existência de</p><p>mecanismos que possibilitem a verificação da regularidade da atuação da administração por parte</p><p>dos administrados, impedindo a prática de atos ilegítimos, lesivos tanto ao indivíduo como à</p><p>coletividade, e que também seja possível a reparação de danos caso estes atos de fato se</p><p>consumem.</p><p>O exemplo mais comum de controle externo popular é o previsto no artigo 31, §3º, da constituição</p><p>federal, que determina que as contas dos municípios fiquem, durante sessenta dias, anualmente, à</p><p>disposição de qualquer contribuinte para o exame e apreciação, podendo questionar-lhes a</p><p>legitimidade nos termos da lei. Não existindo lei específica sobre o assunto, o controle poderá ser</p><p>feito através dos meios processuais comuns, como, por exemplo, o mandado de segurança e a ação</p><p>popular.</p><p>Conforme o Momento do Exercício</p><p>Controle Prévio ou Preventivo (A Priori)</p><p>Se chama prévio o controle exercido antes do início ou da conclusão do ato, sendo um requisito para</p><p>sua eficácia e validade. É exemplo de controle prévio quando o senado federal autoriza a união, os</p><p>estados, o distrito federal ou os municípios a contrair empréstimos externos. Outro exemplo</p><p>apresentado por hely lopes meirelles é o da liquidação da despesa para oportuno pagamento.</p><p>Controle Concomitante</p><p>É o controle exercido durante o ato, acompanhando a sua realização, com o intento de verificar a</p><p>regularidade de sua formação. Marcelo alexandrino e vicente paulo expõem como exemplos do</p><p>controle concomitante a fiscalização da execução de um contrato administrativo e a realização de</p><p>uma auditoria durante a execução do orçamento, entre outros.</p><p>Controle Subsequente ou Corretivo (A Posteriori)</p><p>Considera-se subsequente ou corretivo, o controle exercido após a conclusão do ato, tendo como</p><p>intenção, segundo fernanda marinela, “corrigir eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou dar-lhe</p><p>eficácia, a exemplo da homologação na licitação”. Alexandrino e paulo ainda constatam que o</p><p>controle judicial dos atos administrativos, por via de regra é um controle subsequente.</p><p>Quanto ao Aspecto Controlado</p><p>Controle de Legalidade ou Legitimidade</p><p>É este tipo de controle que verifica se o ato foi praticado em conformidade com a lei; nas palavras de</p><p>hely lopes meirelles, “é o que objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do procedimento</p><p>administrativo com as normas legais que o regem”.</p><p>O controle de legalidade e legitimidade não só verifica apenas a compatibilidade entre o ato e o</p><p>disposto na norma legal positivada, mas também deverá ser apreciado os aspectos relativos à</p><p>observância obrigatória da dos princípios administrativos.</p><p>Poderá ser exercido tanto pela própria administração que praticou o ato (que configurará um controle</p><p>interno de legalidade) quanto pelo poder judiciário, no exercício de sua função jurisdicional, ou pelo</p><p>poder legislativo em casos previstos na constituição.</p><p>Nas palavras de alexandrino e paulo, “como resultado do exercício do controle de legalidade pode</p><p>ser declarada a existência de vício no ato que implique a declaração de sua nulidade”.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O ato será declarado nulo nos casos em que existir ilegalidade neste, e poderá ser feita pela própria</p><p>administração, ou pelo poder judiciário. A anulação terá efeito retroativo, desfazendo as relações</p><p>resultantes dele.</p><p>Com a edição da lei nº 9.784/99, além de um ato poder ser válido ou nulo, passou a ser admitida a</p><p>convalidação do ato administrativo defeituoso, quando este não acarretar lesão ao interesse público</p><p>ou a terceiros.</p><p>Controle de Mérito</p><p>O controle de mérito tem como objetivo a verificação da eficiência, da oportunidade, da conveniência</p><p>e do resultado do ato controlado. Conforme hely lopes meirelles, “a eficiência é comprovada em face</p><p>do desenvolvimento da atividade programada pela administração e da produtividade de seus</p><p>servidores”.</p><p>Ele normalmente é de competência do próprio poder que editou o ato. Todavia, existem casos</p><p>expressos na constituição em que o poder legislativo deverá exercer controle de mérito sobre atos</p><p>que o poder executivo praticou, caso este previsto no artigo 49, inciso x:</p><p>“art. 49. É da competência exclusiva do congresso nacional: (...)</p><p>X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas casas, os atos do poder executivo,</p><p>incluídos os da administração indireta;”</p><p>Segundo grande parte da doutrina, não cabe ao poder judiciário exercer esta revisão, para não violar</p><p>o princípio de separação dos poderes. Quando o poder judiciário exerce controle sobre atos do</p><p>executivo, o controle será sempre de legalidade ou legitimidade.</p><p>Entretanto, pelo fortalecimento dos princípios fundamentais da administração como o da moralidade e</p><p>eficiência, e os princípios constitucionais implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade, existe</p><p>atualmente, nas palavras de alexandrino e paulo, “uma nítida tendência à atenuação dessa vedação</p><p>ao exercício, pelo poder judiciário, do controle de determinados aspectos de alguns atos</p><p>administrativos, que costumavam ser encobertos pelo conceito vago de ‘mérito administrativo’”.</p><p>Portanto, hoje em dia o poder judiciário pode invalidar um ato administrativo de aplicação de uma</p><p>penalidade disciplinar, por considerar a sanção desproporcional ao motivo que a causou, por</p><p>exemplo. Quando o judiciário se utiliza do controle de mérito, ele está declarando ilegal um ato que</p><p>estará ferindo os princípios jurídicos básicos, como no exemplo acima, o da razoabilidade. Cabe</p><p>também lembrar que o judiciário não poderá revogar o ato administrativo, e sim apenas anulá-lo.</p><p>Quanto à Amplitude</p><p>Controle Hierárquico</p><p>O controle hierárquico, segundo hely lopes meirelles, é aquele “que resulta automaticamente do</p><p>escalonamento vertical dos órgãos do executivo, em que os inferiores estão subordinados aos</p><p>superiores”. O controle é hierárquico sempre que os órgãos superiores (dentro de uma mesma</p><p>estrutura hierárquica) têm competência para controlar e fiscalizar os atos praticados por seus</p><p>subordinados.</p><p>Esta forma de controle é sempre um controle interno, típico do poder executivo, mas que também</p><p>existe nos demais poderes.</p><p>Nas palavras do professor gustavo mello, “existe controle hierárquico em todos os poderes, quanto às</p><p>funções administrativas, de acordo com a escala hierárquica ali existente, mas não há nenhum</p><p>controle hierárquico entre</p><p>poderes distintos, vez que os três poderes são independentes entre si”. Um</p><p>exemplo de controle hierárquico é o diretor de uma secretaria controlando o ato de seu serventuário.</p><p>O controle hierárquico é irrestrito e não depende de alguma norma específica que o estabeleça ou o</p><p>autorize. Graças a este controle que se pode verificar os aspectos relativos à legalidade e ao mérito</p><p>de todos atos praticados pelos agentes ou órgãos subordinados a determinado agente ou órgão.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Controle Finalístico</p><p>É o controle que é exercido pela administração direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da</p><p>administração indireta. É um controle que depende de lei que o estabeleça, determine os meios de</p><p>controle, as autoridades responsáveis pela sua realização, bem como as suas finalidades.</p><p>Em casos excepcionais (casos de descalabro administrativo), poderá a administração direta controlar</p><p>a indireta independentemente de regulamentação legal. É a chamada tutela extraordinária.</p><p>ele não se submete a hierarquia, visto que não há subordinação entre a entidade controlada e a</p><p>autoridade ou o órgão controlador. Segundo hely lopes meirelles, “é um controle teleológico, de</p><p>verificação do enquadramento da instituição no programa geral no governo e de seu</p><p>acompanhamento dos atos de seus dirigentes no desempenho de suas funções estatuárias, para o</p><p>atingimento das finalidades da entidade controlada”.</p><p>Controle Judicial da Adminstração Pública</p><p>O controle judiciário ou judicial é o exercido pelos órgãos do poder judiciário sobre os atos</p><p>administrativos exercidos pelo poder executivo, legislativo e do próprio judiciário – quando este</p><p>realiza atividade administrativa.</p><p>De acordo com maria sylvia zanella di pietro, graças a adoção do sistema da jurisdição una,</p><p>fundamentado no artigo 5º, inciso XXXV da constituição federal, no direito brasileiro, o poder judiciário</p><p>deverá apreciar qualquer lesão ou ameaça a direito, mesmo que o autor da lesão seja o poder</p><p>público.</p><p>Este tipo de controle é exercido, por via de regra, posteriormente. Ele tem como intuito unicamente a</p><p>verificação da legalidade do ato, verificando a conformidade deste com a norma legal que o rege.</p><p>Conforme alexandrino e paulo, os atos administrativos podem ser anulados mediante o exercício do</p><p>controle judicial, mas nunca revogados. A anulação ocorrerá nos casos em que a ilegalidade for</p><p>constatada no ato administrativo, podendo a anulação ser feita pela própria administração ou pelo</p><p>poder judiciário, e terá efeitos retroativos, desfazendo as relação resultantes do ato. Entretanto, de</p><p>acordo com os mesmos autores, a regra de o ato nulo não gerar efeitos “há que ser excepcionada</p><p>para com os terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelos efeitos do ato anulado. Em relação a</p><p>esses, em face da presunção de legitimidade que norteia toda a atividade administrativa, devem ser</p><p>preservados os efeitos já produzidos na vigência do ato posteriormente anulado”.</p><p>No que concerne aos limites do controle do poder judiciário, este não deverá invadir os aspectos que</p><p>são reservados à apreciação subjetiva da administração pública, conhecidos como o mérito</p><p>(oportunidade e conveniência).</p><p>Neste ponto, a doutrina se divide ao analisar qual é o limite que a apreciação judicial poderá chegar:</p><p>alexandrino e paulo consideram que “o judiciário não pode invalidar, devido ao acima explicado, a</p><p>escolha pelo administrador (resultado de sua valoração de oportunidade e conveniência</p><p>administrativas) dos elementos motivo e objeto desses atos, que formam o chamado mérito</p><p>administrativo, desde que feita, essa escolha, dentro dos limites da lei”, já di pietro considera que</p><p>“não há invasão de mérito quando o judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que precedem a</p><p>elaboração; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação pelo</p><p>poder judiciário”.</p><p>O poder judiciário sempre poderá, portanto, anular atos administrativos, vinculados ou discricionários,</p><p>desde que provocado, que apresentem vícios de ilegalidade ou ilegitimidade. Existem diversos meios</p><p>de controle dos atos da administração, sendo alguns acessíveis a todos os administrados, e outros</p><p>restritos a legitimados específicos. Estes meios serão expostos a seguir.</p><p>Meios de Controle Judiciário</p><p>De acordo com hely lopes meirelles, os meios de controle judiciário “são as vias processuais de</p><p>procedimento ordinário, sumaríssimo ou especial de que dispõe o titular do direito lesado ou</p><p>ameaçado de lesão para obter a anulação do ilegal em ação contra a administração pública”.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Habeas Corpus</p><p>O habeas corpus tem como objetivo proteger o direito de locomoção. Gustavo mello ensina que este</p><p>“será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em</p><p>sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.</p><p>Este instrumento poderá ser impetrado por qualquer pessoa (não necessita de advogado) quando</p><p>seu direito de ir, vir e ficar for prejudicado por alguém, tanto uma autoridade pública quanto um</p><p>particular estranho à administração. Ele é gratuito, conforme disposto no artigo 5º, inciso lxxvii e se</p><p>encontra previsto no inciso lxviii deste mesmo artigo:</p><p>“lxviii - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer</p><p>violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;”</p><p>Habeas Data</p><p>O habeas data é o instrumento constitucional que será concedido para assegurar à pessoa física ou</p><p>jurídica o conhecimento de informações contidas em registros concernentes ao postulante e</p><p>constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, ou para retificação de dados</p><p>pessoais. A lei nº 9.507/97, acrescentou mais uma hipótese em seu artigo 7º, inciso iii, garantindo</p><p>também “para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre</p><p>dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável”.</p><p>deve-se lembrar que esse remédio constitucional tem como objetivo garantir que a pessoa tenha</p><p>conhecimento de quais informações sobre sua própria pessoa constam de algum banco de dados,</p><p>bem como para retificá-las, caso tenha interesse. O habeas data não serve para garantir o direito de</p><p>obter uma informação qualquer, mesmo sendo de seu interesse particular, mas que não se refira à</p><p>sua vida pessoal.</p><p>O habeas data será cabível, conforme o stj consagrou em sua súmula nº 2, após a recusa por parte</p><p>da autoridade administrativa em fornecer a informação indesejada.</p><p>Mandado de Segurança Individual</p><p>O mandado de segurança é o meio constitucional que será concedido sempre para proteger um</p><p>direito líquido e certo, que não seja amparado por habeas corpus e habeas data, lesado ou</p><p>ameaçado de lesão por ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de</p><p>atribuições do poder público. Segundo hely lopes meirelles, “destina-se a coibir atos ilegais de</p><p>autoridade que lesam direito subjetivo, liquido e certo, do impetrante”.</p><p>O prazo para impetrar o mandado de segurança é de 120 dias contados após o conhecimento do ato</p><p>a ser impugnado. É um prazo decadencial, onde não se admite interrupção nem suspensão. Este</p><p>meio constitucional não será cabível nas hipóteses de: direitos amparados pelo habeas</p><p>corpus e habeas data; para corrigir lesão decorrente de lei em tese (conforme preceitua a súmula nº</p><p>266 do stf); ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução;</p><p>decisão judicial que caiba recurso com efeito suspensivo; e de decisão judicial transitada em julgado.</p><p>Esse remédio constitucional admite a suspensão liminar do ato, e a ordem, quando concedida, tem</p><p>efeito mandamental e imediato, não podendo ser impedida sua execução por nenhum</p><p>recurso</p><p>comum, exceto pelo presidente do tribunal competente para apreciar a decisão inferior.</p><p>Mandado de Segurança Coletivo</p><p>Esse tipo de mandado de segurança surgiu com a constituição federal de 88, em seu artigo 5º, inciso</p><p>lxx, que determina:</p><p>“lxx - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:</p><p>A) partido político com representação no congresso nacional;</p><p>B) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em</p><p>funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;”</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>De acordo com gustavo mello, “cabe ressaltar que as entidades relacionadas na alínea b só podem</p><p>defender os interesses de seus ‘membros ou associados’, enquanto os partidos políticos defendem</p><p>os interesses da população.”</p><p>Ação Popular</p><p>A ação popular é um instrumento de defesa dos interesses da coletividade. Ela é utilizável por</p><p>qualquer de seus membros, exercendo seus direitos cívicos e políticos. Não tem como intenção</p><p>proteger direito próprio do autor, mas sim interesses de toda a comunidade. Ela poderá ser utilizada</p><p>de forma preventiva ou de forma repressiva contra a atividade administrativa lesiva do patrimônio</p><p>público.</p><p>Ela poderá ser proposta por qualquer cidadão, ou seja, o brasileiro nato ou naturalizado, que está no</p><p>gozo de seus direitos políticos, apto a votar e ser votado. Caso derrotado na ação, o autor não será</p><p>obrigado a pagar custas judiciais ou indenizar a parte contraria, visto que a ação visa proteger um</p><p>interesse público, e não o seu interesse individual, salvo se o autor houver movido a ação de má-fé.</p><p>A ação popular se encontra prevista no artigo 5º, inciso lxxiii, da constituição federal:</p><p>“lxxiii - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao</p><p>patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, ao meio</p><p>ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de</p><p>custas judiciais e do ônus da sucumbência”;</p><p>Em caso de desistência da ação por parte do autor, como esta se trata de um interesse público,</p><p>poderá haver o prosseguimento da ação pelo ministério público ou por outro cidadão.</p><p>Ação Civil Pública</p><p>Nas palavras de alexandrino e paulo “a ação civil pública visa reprimir ou impedir lesão a interesses</p><p>difusos e coletivos, como os relacionados à proteção do patrimônio público e social, do meio</p><p>ambiente, do consumidor, etc.”. Ela nunca deverá ser proposta para defesa de direitos individuais, e</p><p>não se destina a reparar prejuízos causados a particulares pela conduta comissiva ou omissiva do</p><p>réu.</p><p>O doutrinador gustavo mello considera que essa ação “não é especificamente uma forma de controle</p><p>da administração, vez que tem como sujeito passivo qualquer pessoa, pública ou privada, que cause</p><p>o referido dano; eventualmente, essa pessoa poderá ser da administração pública”.</p><p>O estado de direito, por definição, possui como característica a edição de normas jurídicas a todos</p><p>oponíveis, i.e., cuja observância pode ser cobrada tanto dos administrados como do próprio estado.</p><p>Nesta seara, exatamente para aferir o cumprimento de seu papel, o estado de direito estabelece</p><p>mecanismos de controle sobre seus próprios atos, subdivididos em mecanismos de controle interno e</p><p>de controle externo.</p><p>Isto não afasta, por óbvio, a possibilidade de participação da sociedade no controle dos atos</p><p>praticados pela administração pública, notadamente se ao estado for conferida feição ideológica</p><p>como o fez a constituição da república federativa do brasil de 1988. Referido controle passa a ser</p><p>exercido não apenas pelos representantes eleitos pela sociedade para representá-la no congresso</p><p>nacional, mas também pelos mecanismos de participação direta, como o plebiscito, o referendo e a</p><p>iniciativa popular, sem prejuízo das ações constitucionais de mandado de segurança, mandado de</p><p>injunção, habeas corpus, habeas data e ação popular.</p><p>De qualquer modo, quando se fala em controles externo e interno da administração pública, atém-se,</p><p>em verdade, aos mecanismos de controle exercidos pelos poderes legislativo, executivo e judiciário.</p><p>Quando a própria administração pública exerce controle mediante seus órgãos, aferindo seus</p><p>próprios atos e agentes, caracteriza-se o chamado controle interno da administração pública. Já</p><p>quando se verificar o controle exercido por órgãos dos poderes legislativo e judiciário sobre atividades</p><p>da administração pública, direta ou indireta, é de controle externo que se cuida.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Não obstante, tanto no controle externo como no interno da administração pública, o sistema de freios</p><p>e contrapesos, essencial à manutenção da integridade do princípio da separação de poderes, deve</p><p>ser rigidamente respeitado. Quer isto significar, em outras palavras, que o controle da administração</p><p>pública deve se restringir aos limites estabelecidos em lei, preservando a autonomia do gestor público</p><p>na condução das políticas de estado.</p><p>Entretanto, eventual controle de legalidade do ato administrativo praticado, por si só, não implica</p><p>necessariamente sua validade. De rigor, neste contexto, exercer o controle finalístico das atividades</p><p>administrativas, em que pesem as opções políticas adotadas, haja vista que em qualquer hipótese</p><p>deve ser preservado um núcleo mínimo de direitos e condições sociais, hábeis a sustentar a</p><p>manutenção das bases do conceito de dignidade da pessoa humana.</p><p>O controle administrativo, necessário deixar estabelecido, não depende do exercício do controle da</p><p>sociedade, correspondendo à aferição que a administração pública exerce sobre a atuação de seus</p><p>próprios órgãos, tanto diante da descentralização como da desconcentração administrativas.</p><p>Já o controle exercido pela sociedade é, atecnicamente, conhecido como recurso administrativo (pois,</p><p>muitas vezes de recurso não se trata, mas sim de iniciativa do administrado). Sua razão fundante</p><p>encontra-se no direito de petição e na garantia da ampla defesa, previstos, respectivamente, no artigo</p><p>5º, incisos XXXIV e LV, da constituição federal brasileira.</p><p>No exercício do controle social, mediante a prática de recursos administrativos, pode o administrado</p><p>discutir a legalidade do ato administrativo sob as mais diversas formas. Neste contexto, a</p><p>irregularidade pode ser comunicada à própria administração pública ou a órgãos de controle</p><p>(representação); impugnação de ato ilegal provocador de lesão ou ameaça a direito do administrado</p><p>(reclamação administrativa) e solicitação de reexame do ato praticado ao próprio agente de que</p><p>emanado (pedido de reconsideração) ou à autoridade imediatamente superior (recurso hierárquico).</p><p>O pedido de reexame do ato praticado à autoridade imediatamente superior ao agente administrativo,</p><p>recurso hierárquico, pode ser próprio ou impróprio. Será próprio quando a autoridade administrativa</p><p>hierarquicamente superior fizer parte da mesma estrutura do órgão administrativo a que pertencer o</p><p>autor do ato administrativo impugnado; será imprópria, por sua vez, se não fizer parte da mesma</p><p>estrutura hierarquizada do órgão do agente administrativo que praticou o ato discutido.</p><p>Mas o controle dos atos administrativos, em que pesem os inúmeros mecanismos retromencionados,</p><p>não se restringe àquela esfera, sendo legítimo o controle exercido pelo poder judiciário sobre a</p><p>administração pública, considerado como controle externo. Impende destacar que esta análise abarca</p><p>tanto a legalidade quanto a legitimidade dos atos administrativos, permitindo-se a discussão de</p><p>validade, nos casos de lesão ou ameaça de direito, de direitos políticos, inclusive.</p><p>O princípio da ubiquidade, ou da inafastabilidade da jurisdição, está esculpido no art. 5º, inciso xxxv,</p><p>da constituição federal</p><p>brasileira, estabelecendo o princípio da jurisdição una. Referido princípio não</p><p>pode ser afastado pelo poder constituinte derivado, sob pena de ofensa a cláusula pétrea (direitos e</p><p>garantias individuais, art. 60, §4º, inciso iv, da constituição federal brasileira). O próprio poder</p><p>constituinte originário, no entanto, excepcionou o princípio da ubiquidade no que diz respeito à justiça</p><p>desportiva, nos termos do art. 217, §1º, da constituição federal brasileira, exigindo o esgotamento das</p><p>instâncias daquela justiça antes de os fatos serem submetidos ao poder judiciário.</p><p>Fica claro, portanto, que ao cidadão é apresentado farto leque de possibilidades de controle dos atos</p><p>administrativos, seja pela linha direta como pela indireta, neste último caso provocando órgão ou</p><p>entidade encarregada da fiscalização dos atos administrativos a adotar providências de qualquer</p><p>ordem. No entanto, não se podem desprezar os mecanismos de controle direto do cidadão, que, no</p><p>mais das vezes, contam com a atuação direta do poder judiciário para permitir sua execução.</p><p>E este papel exercido pelo poder judiciário reflete, exatamente, um de seus principais papéis: o das</p><p>substitutividade. Através do resultado da atividade do poder judiciário, impõe-se a vontade concreta</p><p>da lei, pondo-se fim à lide, revestindo-se essa decisão de eficácia que a torna imutável.</p><p>O papel do poder judiciário é tão importante que mesmo as decisões proferidas por “tribunais</p><p>administrativos” (que, por exemplo, examinam matérias fiscais) não se revestem do atributo da</p><p>imutabilidade e poderão ser, sempre, revistas perante o poder judiciário.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Por tais motivos, merecem destaque os meios especialmente previstos pela constituição federal</p><p>brasileira para o controle dos atos administrativos, amplamente conhecidos como ações</p><p>constitucionais.</p><p>A primeira delas é prevista no art. 5º, inciso lxviii, da constituição federal brasileira, atinente à figura</p><p>do habeas corpus. Trata-se de ação constitucional de natureza penal com o escopo de proteger a</p><p>liberdade de locomoção se e quando ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder.</p><p>Já o artigo 5º, incisos lxix e lxx, do texto maior albergam o instituto do mandado de segurança, tanto</p><p>individual como coletivo. Constituem remédio constitucional a proteger direito líquido e certo,</p><p>individual ou coletivo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, violado ou ameaçado de</p><p>violação por ato ou omissão de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica de direito privado</p><p>no exercício de atribuições públicas, praticado ilegalmente ou com abuso de poder. A proteção, neste</p><p>caso, afigura-se de tal sorte importante que este remédio constitucional pode ser manejado não</p><p>apenas com caráter corretivo (após a prática do ato lesionador), mas, inclusive e principalmente, na</p><p>seara preventiva. Não se pode admitir a violação do direito para, somente após, buscar-se a proteção</p><p>do ordenamento jurídico; de fato, o resguardo eficaz do bem jurídico tutelado pela norma permite o</p><p>acionamento de mecanismos de proteção antes mesmo que o dano ou atentado ao direito ocorram.</p><p>Em terceiro lugar, o mandado de injunção também se apresenta como ação constitucional segundo</p><p>disposto no art. 5º, inciso lxxi, da constituição federal brasileira. Busca, por seu turno, a garantia de</p><p>efetivação dos direitos individuais e coletivos não exercidos porque ausente norma regulamentadora.</p><p>Ao lado destes instrumentos, tem-se o habeas data, previsto no art. 5º, inciso lxxii, da constituição</p><p>federal brasileira, destinado ao direito de acesso a dados ou informações pessoais constantes de</p><p>registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.</p><p>Há, ainda, a ação popular, definida pelo art. 5º, inciso lxxiii, da constituição federal brasileira como</p><p>ação constitucional em que o cidadão a propõe pretendendo anular ato lesivo ao patrimônio público</p><p>ou de entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao</p><p>patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e</p><p>do ônus da sucumbência.</p><p>Por fim, não se pode olvidar a figura da ação civil pública, estabelecida no art. 129, inciso iii, da</p><p>constituição federal brasileira, para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de</p><p>outros interesses difusos e coletivos. Antes da atual constituição federal brasileira esta ferramenta de</p><p>controle já era prevista na lei federal n. 7.347/85,cujo art. 1º atualmente apresenta a seguinte</p><p>redação:</p><p>Art. 1º regem-se pelas disposições desta lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de</p><p>responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:</p><p>L - Ao meio-ambiente;</p><p>LL - Ao consumidor;</p><p>III – A bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;</p><p>IV - A qualquer outro interesse difuso ou coletivo.</p><p>V - Por infração da ordem econômica;</p><p>VI - À ordem urbanística.</p><p>VII – À honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.</p><p>VIII – Ao patrimônio público e social.</p><p>No mais, em se tratando de controle dos atos da administração pública, inconcebível deixar de tratar</p><p>dos famigerados atos de improbidade administrativa, mencionada no art. 15, inciso v, da constituição</p><p>federal brasileira como causa de suspensão dos direitos políticos e, no art. 37, §4º, do mesmo</p><p>diploma maior, como ensejadora de graves sanções.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Como maneira de dar efetividade à aplicação das sanções preconizadas no art. 37, §4º, da</p><p>constituição federal brasileira, editou-se lei de âmbito nacional n. 8.429/92, aplicável a todas as</p><p>entidades políticas, definindo: sujeitos ativos e passivos do ato de improbidade, ato de improbidade,</p><p>sanções cabíveis, regras processuais aplicáveis à ação de improbidade administrativa.</p><p>Embora se relacionem, os conceitos de probidade e moralidade administrativa não se equivalem; ao</p><p>contrário, complementam-se. Cumpre dizer, neste lanço, que a violação ao princípio da probidade</p><p>administrativa, embora compreenda a violação do princípio da moralidade administrativa, é mais</p><p>ampla. De fato, o ato ímprobo viola não apenas o princípio da moralidade administrativa, mas sim</p><p>todos os princípios da administração pública.</p><p>Não apenas os componentes da administração pública direta e indireta podem ser sujeitos passivos</p><p>dos atos de improbidade, mas qualquer entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal</p><p>ou creditício, de órgão público, bem como cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou</p><p>concorra de qualquer forma.</p><p>Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não são apenas os agentes públicos (e aqui</p><p>resta essencial a participação da sociedade no controle dos atos administrativos, denunciando</p><p>eventuais irregularidades aos órgãos competentes à persecução e penalização dos agentes</p><p>ímprobos), mas também terceiros que induzam ou concorram para a prática da improbidade ou dela</p><p>se beneficiem sob qualquer forma – direta ou indireta.</p><p>Impende dizer, por outro lado, que a ação de improbidade administrativa não afasta a concomitância</p><p>de concomitantes mecanismos de controle, podendo o cidadão ou o órgão controlador adotar todas</p><p>as outras providências já mencionadas neste texto (sejam elas medidas administrativas, judiciais ou</p><p>mesmo constitucionais), posto que eventual responsabilização em sede de ação de improbidade</p><p>administrativa não impede, muito menos afasta, possíveis sanções penais, civis e administrativos que</p><p>se afigurem aplicáveis à espécie.</p><p>Por todo o exposto, pode-se concluir que são inúmeros os mecanismos de controle dos atos</p><p>administrativos, iniciando-se pelos controles internos que cada órgão ou poder deve exercer,</p><p>passando pelos mecanismos de controle externo (mesmo que ainda administrativos)</p><p>e, por fim, não</p><p>excluindo mecanismos judiciais de controle direto, seja por meio de ações constitucionais ou pela</p><p>atuação de órgãos legitimados a promover a responsabilidade no âmbito judicial daqueles que agiram</p><p>com desvio ou abuso de poder no trato da coisa pública. De fato, mister se faz que a sociedade seja</p><p>cada vez mais informada a respeito destes instrumentos, para que possa, eficazmente, zelar pelo</p><p>efetivo exercício de sua cidadania.</p><p>Controles Do Poder Legislativo Sobre A Administração Pública</p><p>A Necessidade De Respeito Aos Preceitos Constitucionais</p><p>É cediço que o Poder Judiciário tem a missão institucional de “examinar a legalidade e a</p><p>constitucionalidade de atos e leis, aplicando o direito criado pelo Poder Legislativo, a um caso</p><p>concreto que lhe seja submetido a julgamento”. Sem dúvida alguma, a principal intenção do Poder</p><p>Judiciário é garantir a aplicação das leis que determinam os direitos, as vedações e as imposições aos</p><p>indivíduos.</p><p>A sua missão institucional é manter a paz social. E para alcançar os seus objetivos, ele tutela direitos,</p><p>preserva interesses e restringe comportamentos, assumindo para tanto, a posição de “garantidor da</p><p>justiça social”, sempre pautando sua conduta nos preceitos estabelecidos pelas leis e principalmente</p><p>pela Constituição Federal.</p><p>Não só o Poder Judiciário, como também os Poderes Executivo e o Legislativo devem assumir a</p><p>função de “garantidor da justiça social”, visando sempre preservar os interesses postos como</p><p>relevantes pela Carta Constitucional.</p><p>A Constituição Federal, lei fundamental de nosso país, é a base e o fundamento de todas as demais</p><p>espécies normativas. É a lei suprema da nação brasileira, que está acima de tudo e deve ser</p><p>respeitada por todos.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A Constituição deve estar presente no dia-a-dia de todos os poderes constitucionais. Todos os</p><p>poderes têm a obrigação de respeitar os ditames fixados pelo texto constitucional, eles têm o dever de</p><p>pautar as suas condutas na lei e de zelar pelo seu cumprimento. É por isso que existe o controle: Se</p><p>algum dos poderes desrespeitar alguma lei, ele estará afrontando diretamente a Constituição,</p><p>sujeitando o seu ato a anulação, se dele resultar alguma ilegalidade.</p><p>Desta forma, mesmo que seja uma simples ofensa a uma lei infraconstitucional, haverá com essa</p><p>simples ofensa, uma violação direta à lei maior, pois como se extrai do art. 37, caput da Constituição</p><p>Federal, um dos princípios que devem nortear a Administração Pública é o princípio da legalidade.</p><p>Desrespeitado o princípio da legalidade, automaticamente estará desrespeitada a Constituição</p><p>Federal.</p><p>Para corroborar ainda mais essa visão, pense em uma licitação. Imagine que um determinado</p><p>administrador público, ao invés de escolher a melhor proposta para a administração, por razões</p><p>pessoais, escolheu uma proposta diversa. Foi escolhida uma proposta que não era a mais vantajosa</p><p>para a Administração. Nesse caso, o ato do administrador está eivado de ilegalidade, eis que violou</p><p>alguns dos princípios licitatórios previstos na lei n. 8.666/93, como por exemplo, o princípio do</p><p>julgamento objetivo.</p><p>Mas na verdade, ao praticar a conduta ilícita, o administrador feriu diretamente a Constituição. E não</p><p>foi uma ferida reflexa, foi uma ferida direta e objetiva, pois a indisponibilidade do interesse público</p><p>deve nortear a realização das atividades administrativas.</p><p>O agente ao exercer o múnus público, deve verdadeiramente atuar em nome do povo. Ele não pode</p><p>agir como bem entender, ele precisa respeitar as regras previstas no instrumento convocatório, de</p><p>forma a atender a finalidade prevista na lei. Afinal, a finalidade é um elemento do ato, que se não for</p><p>observada gera a sua invalidade.</p><p>O princípio da indisponibilidade do interesse público está diretamente relacionado ao princípio da</p><p>finalidade. Empregando as palavras de Dalmo de Abreu Dallari: “Estado é ordem soberana, que tem</p><p>por finalidade o bem comum de um povo situado em certo território”.</p><p>Para alcançar o bem comum é indispensável buscar e agir dentro dos estritos termos da lei. Desta</p><p>forma, voltando ao exemplo da licitação, o administrador tem o dever de escolher a melhor proposta</p><p>para a Administração e ao escolher a proposta mais conveniente de acordo com os seus interesses</p><p>pessoais, ele estará “dispondo” do interesse público, ele estará “desviando” a finalidade do ato,</p><p>fazendo cair por terra, toda a essência que deve ser extraída da Constituição.</p><p>Por isso, há sempre a necessidade de respeito aos preceitos constitucionais. Violado quaisquer</p><p>desses preceitos, violada estará a Constituição, inválido será o ato e punido será o administrador. Eis</p><p>aí a importância do controle.</p><p>O Controle Da Administração Pública</p><p>Com o advento do Estado Democrático, que deixou para trás a administração patrimonialista tornou-</p><p>se claro que os bens e receitas do Estado não seriam mais vistos como pertences do soberano, mas</p><p>como pertencente a toda coletividade para atendimento das necessidades desta. Assim sendo, o</p><p>controle assumiu um papel importante na administração, impondo limites à atuação do governo e</p><p>orientando a melhor utilização dos recursos disponíveis de forma organizada e ponderada.</p><p>A Reforma Administrativa Federal instrumentalizada pelo Decreto-Lei 200/1967, elegeu o “controle”</p><p>como um dos princípios fundamentais da Administração. Tal inclusão evidenciou mais ainda a</p><p>importância do tema.</p><p>Analisando a expressão “controle” no contexto administrativo, fica fácil perceber que a nomenclatura</p><p>indica fiscalização, orientação, correção e direcionamento das atividades administrativas, a fim de</p><p>levar à extinção dos atos ou atividades que estejam desrespeitando as leis ou a Constituição Federal,</p><p>além de buscar resguardar a moralidade que deve sempre reinar dentro da Administração.</p><p>O controle visa “adequar” as funções administrativas ao ordenamento jurídico. O administrador deve</p><p>agir segundo as previsões da lei.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Administrar é atividade daquele que não é o senhor, mas sim, atividade daquele que tem o dever de</p><p>zelar pela coisa pública de forma que atenda aos interesses da coletividade.</p><p>Enquanto na iniciativa privada o particular pode fazer “quase” tudo o que ele quiser, na Administração</p><p>Pública, o administrador “só” pode fazer o que a lei autorizar. Essa é a noção que se extrai do</p><p>princípio da legalidade. Desta forma, o administrador não pode agir conforme o impulso da sua</p><p>vontade, dentro da Administração o que deve existir é legalidade e não autonomia de vontade. Por</p><p>isso, o administrador durante toda a sua vida funcional, deve restringir a sua atuação aos ditames da</p><p>lei, vinculando-se a uma previsão normativa dentro do ordenamento jurídico. O controle sobre os seus</p><p>atos é inerente a própria razão de ser da Administração Pública.</p><p>A finalidade do controle é verificar a legalidade, a legitimidade, a atuação, a adequação do ato ao</p><p>ordenamento jurídico. O controle pressupõe ao mesmo tempo uma proposta de uma legalidade ampla</p><p>e estrita. E também pressupõe a observância de todos os princípios conformadores do regime jurídico</p><p>administrativo: de todos os valores que compõem o sistema jurídico brasileiro.</p><p>O controle é extremamente necessário, pois através dele, o dono do patrimônio público (coisa</p><p>pública), que é o povo, tem a oportunidade de saber como a Administração está cuidando dos seus</p><p>interesses. Por sermos um Estado Democrático de Direito, nada mais justo do que oferecer à</p><p>coletividade, a oportunidade de verificar se a Administração está realmente buscando o “bem comum”,</p><p>que é um dos objetivos fundamentais da República Federativa Brasileira.</p><p>A idéia central, quando se fala em controle da Administração Pública, reside no fato de que o titular do</p><p>patrimônio público (material e imaterial) é o povo,</p><p>e não a Administração, razão pela qual ela se</p><p>sujeita, em toda a sua atuação, sem qualquer exceção, ao princípio da indisponibilidade do interesse</p><p>público. Assim, na qualidade de mera gestora da coisa alheia, sem que dela possa dispor, deve a</p><p>Administração pautar a integralidade de suas condutas pela mais ampla transparência, a fim de que o</p><p>efetivo titular da coisa pública possa, a todo o tempo, ter condições de verificar se esta – a coisa</p><p>pública – está realmente sendo gerida de forma mais adequada ao interesse público.</p><p>Levando-se em conta que toda a atividade estatal deve ser fiscalizada, de forma a verificar a sua</p><p>compatibilidade com a ordem constitucional, doutrinariamente, o controle da administração é</p><p>conceituado como:</p><p>“O conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria</p><p>Administração, os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos</p><p>especializados, possam exercer o poder-dever ou a faculdade de fiscalização, orientação e revisão da</p><p>atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas do</p><p>Poder. Garante-se, mediante o amplo controle da Administração, a legitimidade de seus atos, a</p><p>adequada conduta funcional de seus agentes e a defesa dos direitos dos administrados”.</p><p>Consoante a doutrina da Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a finalidade do controle é assegurar que</p><p>a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento</p><p>jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação e</p><p>impessoalidade.</p><p>Quando uma lide é gerada na Administração, seja ela exercida pelo Legislativo, Executivo ou</p><p>Judiciário, a própria Constituição indica os possíveis mecanismos que podem ser adotados pelo Poder</p><p>para a solução da questão. Caso ela não indique o mecanismo, certamente ela direcionará o</p><p>administrador à correta solução do caso concreto.</p><p>Algumas vezes, a lide é solucionada pela própria Administração, quando ela exerce o controle interno</p><p>sobre as suas próprias atividades, se valendo para tanto, dos instrumentos indicados pela lei. Outras</p><p>vezes, a Constituição autoriza a intervenção de um Poder sobre o outro, para que haja a correção das</p><p>eventuais ilegalidades e/ou para que a ordem institucional seja preservada, ocorrendo neste caso o</p><p>controle externo da Administração.</p><p>Desta forma, segundo a classificação doutrinária mais comum, quanto à origem, o controle pode ser</p><p>interno ou externo. Será interno quando realizado pela própria entidade responsável pela atividade</p><p>controlada, ou seja, quando exercido dentro de um mesmo Poder por meio dos órgãos integrantes de</p><p>sua própria estrutura. É, por exemplo, o controle que as chefias exercem sobre os atos de seus</p><p>subordinados dentro do próprio órgão que realiza as atividades.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Tal controle é fruto do art. 74 da Constituição de 1988, e dispensa lei expressa. O art. 74 determina</p><p>que os Poderes mantenham sistema de controle interno dentro da sua própria estrutura, veja:</p><p>“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de</p><p>controle interno com a finalidade de:</p><p>I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de</p><p>governo e dos orçamentos da União;</p><p>II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão</p><p>orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da</p><p>aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;</p><p>III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres</p><p>da União;</p><p>IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.”</p><p>Em suma, o controle interno é aquele que a própria Administração exerce sobre ela mesma. É um</p><p>controle prévio ou concomitante, pode ser de mérito ou de legalidade e que pode ser provocado ou de</p><p>oficio. Esse controle decorre da hierarquia ou da tutela administrativa.</p><p>A hierarquia é um poder inerente ao controle interno. O poder hierárquico é interno, ele só se</p><p>manifesta dentro de uma MESMA pessoa jurídica, entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa.</p><p>Não existe hierárquica externa: não existe hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes.</p><p>Diz-se externo o controle exercido por um Poder sobre o outro. É aquele realizado por uma entidade</p><p>diversa daquela que praticou o ato. Ele ocorre quando o órgão controlador pertence à estrutura de</p><p>outro Poder, ou seja, quando o órgão fiscalizador estiver situado em Administração diversa daquela de</p><p>onde a conduta administrativa se originou.</p><p>Diferentemente do controle interno, no Brasil o controle externo depende de previsão normativa,</p><p>sendo indispensável previsão constitucional expressa. Nesse sentido, assim como a Constituição</p><p>Federal estabeleceu que os poderes são independentes e harmônicos entre si, só ela pode admitir</p><p>eventuais interferências de um poder sobre o outro: Todo controle externo depende de previsão</p><p>constitucional. O controle é uma mitigação à independência prevista na Constituição Federal. Somente</p><p>o próprio texto constitucional pode mitigar, somente a lei fundamental pode criar um controle externo,</p><p>um controle que tem o condão de permitir a interferência direta de um poder sobre as atividades</p><p>realizadas por outro poder.</p><p>Vários são os casos que traduzem o controle externo exercido entre os Poderes constitucionais. Para</p><p>exemplificar, o Executivo, controla o Legislativo através do veto aos projetos oriundos desse Poder</p><p>(art. 66, § 1º da CF). O Legislativo, por sua vez, através do Congresso Nacional, controla o Executivo</p><p>quando autoriza o Chefe do Executivo Federal a se ausentar do país, quando a ausência exceder a 15</p><p>dias (art. 49, III da CF).</p><p>O Controle Administrativo</p><p>Ainda em sede de classificação e conceitos doutrinários, a expressão “controle da administração” não</p><p>deve ser confundida com “controle administrativo”. em que pesem posições contrárias, a expressão</p><p>“controle da administração” denota a administração em sentido amplo, abrangendo os mais variados</p><p>tipos de controle que são exercidos dentro da Administração Pública.</p><p>Levando-se em conta que a Administração Pública é exercida por todos os Poderes Constitucionais, e</p><p>não apenas pelo Poder Executivo, obviamente a expressão “controle da administração” refere-se ao</p><p>controle exercido pelos Três Poderes. Tal controle consiste, pois, em um conjunto de mecanismos por</p><p>meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e revisão das atividades realizadas em qualquer das</p><p>esferas do Poder.</p><p>Quando o próprio Poder exerce pessoalmente a fiscalização sobre os seus próprios atos</p><p>administrativos, anulando os atos ilegais e revogando os inconvenientes e inoportunos, estamos</p><p>diante do “controle administrativo”.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Assim, a última expressão é bem mais restrita que a primeira.</p><p>Este controle é um verdadeiro controle interno, pois consiste no poder de fiscalização e correção que</p><p>a Administração Pública exerce quando pratica a autotutela sobre os seus próprios atos. Ou seja,</p><p>deriva do poder-dever de autotutela que a Administração tem sobre os seus próprios atos.</p><p>O Mestre José dos Santos Carvalho Filho menciona que:</p><p>“O Controle Administrativo é o que se origina da própria Administração Pública. Significa aquele poder</p><p>que têm os órgãos que a compõem, de fiscalizarem e reverem os seus próprios atos, controle, aliás,</p><p>normalmente denominado de autotutela. A revogação de um ato administrativo serve como exemplo</p><p>desse tipo de controle”.</p><p>Como o controle administrativo é aquele que permite que a Administração fiscalize e reveja os seus</p><p>próprios atos, em regra, o controle administrativo é exercido através da fiscalização</p><p>hierárquica, que</p><p>ocorre quando os órgãos superiores fiscalizam os inferiores, tendo como fundamento o exercício do</p><p>poder hierárquico.</p><p>Mas também pode ser exercido em razão da apresentação de recursos administrativos, que</p><p>geralmente são interpostos pelos próprios administrados, como um pedido de reconsideração, uma</p><p>reclamação administrativa ou ainda, um recurso hierárquico. Através da interposição dos recursos, o</p><p>interessado pleiteia, junto aos órgãos públicos, a revisão de determinado ato administrativo que lhe</p><p>prejudica, para que o ato seja revisto pela própria Administração. Os recursos administrativos podem</p><p>ter efeito devolutivo ou suspensivo, sendo o efeito devolutivo o efeito normal de todos os recursos, só</p><p>cabendo o suspensivo nos casos expressamente indicados pela lei.</p><p>Insta salientar, que o direito de solicitar uma pretensão face à Administração, não se esgota com na</p><p>via administrativa. Muitas vezes as decisões administrativas fazem coisa julgada, o que impossibilita</p><p>uma revisão da decisão dentro da própria Administração, mas a coisa julgada administrativa produz</p><p>efeitos internos, apenas para a Administração e não para o Poder Judiciário. Seria inadmissível que</p><p>uma decisão da Administração impedisse a atuação jurisdicional posterior. A imutabilidade da decisão</p><p>administrativa pode ser alterada pelo Judiciário, desde que verificada a ilegalidade da decisão.</p><p>A Profª. Maria Sylvia Zanella di Pietro, nos ensina que:</p><p>“Na função administrativa, a Administração Pública é parte na relação que aprecia; por isso mesmo se</p><p>diz que a função é parcial e, partindo do princípio de que ninguém é juiz e parte ao mesmo tempo, a</p><p>decisão não se torna definitiva, podendo sempre ser apreciada pelo Poder Judiciário, se causar lesão</p><p>ou ameaça de lesão. Portanto, a expressão coisa julgada, no Direito Administrativo, não tem o mesmo</p><p>sentido que no Direito Judiciário. Ela significa apenas que a decisão de tornou irretratável pela própria</p><p>Administração”.</p><p>Assim, a expressão coisa julgada administrativa não deve ser interpretada de forma taxativa, que</p><p>impeça definitivamente a alteração da decisão administrativa. A decisão pode ser modificada pelo</p><p>Judiciário, desde que sejam atendidos os pressupostos legais, autorizadores do controle judicial.</p><p>O Controle Legislativo</p><p>O controle legislativo, também conhecido como controle parlamentar é um controle externo, pois é</p><p>exercido pelo Legislativo sobre os demais poderes (Executivo e Judiciário).</p><p>Como o Legislativo espelha a representação popular, materializando a vontade do povo, esta vontade</p><p>também é manifestada quando o Legislativo fiscaliza os demais Poderes. Só que não é um controle</p><p>ilimitado, pois o Poder Legislativo deverá estar autorizado a exercê-lo. Ele deverá restringir a sua</p><p>atuação aos casos previstos e delimitados na Constituição Federal.</p><p>A sua atuação deve ser mais restrita, pois estamos diante de um controle mais invasivo, constituindo</p><p>uma verdadeira exceção à regra da separação e independência dos Poderes, prevista no art. 2º da</p><p>Constituição Federal.</p><p>O controle em tela alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta e</p><p>inclusive, o próprio Judiciário, quando executa função administrativa.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O controle parlamentar pode ser direto ou exercido com o auxílio do Tribunal de Contas. O controle</p><p>legislativo pode então, ser realizado sob o aspecto político ou financeiro.</p><p>O aspecto político confere ao Legislativo a prerrogativa de analisar a legalidade e também o mérito</p><p>dos demais poderes. É interessante, que apesar do controle legislativo ser restrito quando ao âmbito</p><p>de sua atuação (pois só pode ser aplicado nos casos expressamente delimitados pelo texto</p><p>constitucional), ele consegue ser mais abrangente que o controle judiciário, pois quando o Legislativo</p><p>exerce o controle político, ele pode analisar não só a legalidade dos atos realizados pelos demais</p><p>poderes, como também o mérito (ou seja, a discricionariedade), pois em determinadas situações é</p><p>possível que o Legislativo analise a conveniência e oportunidade da realização de atos dos outros</p><p>poderes constitucionais.</p><p>Para ilustrar este entendimento, podemos citar como exemplo a competência exclusiva do Congresso</p><p>Nacional e do Senado para apreciar a priori ou a posteriori atos do Poder Executivo, como a</p><p>autorização dada pelo Congresso ao Presidente da República, para que este se ausente do país por</p><p>período superior a 15 dias, ou ainda o poder que possui o Congresso de sustar os atos normativos do</p><p>Executivo que exorbitem do poder regulamentar. (art. 49, I à V e 52, III, IV, V e XI da CF).</p><p>Já o controle financeiro, é aquele exercido pelo Poder Legislativo nos termos dos arts. 70 a 75 da</p><p>Constituição Federal. Tal controle cuida da fiscalização contábil, financeira e operacional e patrimonial</p><p>da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das Entidades da Administração Direta e</p><p>Indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicabilidade das subvenções e renúncia</p><p>de receitas.</p><p>De acordo com a Constituição Federal, prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou</p><p>privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou</p><p>pelos quais a União responda ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.</p><p>Esta fiscalização financeira é exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo (com</p><p>auxílio do Tribunal de Contas da União), e pelo sistema de controle interno de cada poder. A própria</p><p>Constituição indica quais são as atribuições do Tribunal de Contas da União. Veja:</p><p>“Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal</p><p>de Contas da União, ao qual compete: (...)</p><p>VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as</p><p>sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano</p><p>causado ao erário;</p><p>IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato</p><p>cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;</p><p>X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos</p><p>Deputados e ao Senado Federal;</p><p>§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que</p><p>solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.</p><p>§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as</p><p>medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.</p><p>§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título</p><p>executivo.”</p><p>O controle financeiro, em relação aos atos que fiscaliza, verifica sua legitimidade, economicidade a</p><p>fidelidade funcional dos agentes públicos responsáveis por bens e valores públicos e os resultados de</p><p>cumprimento de metas e programas de trabalho.</p><p>O Controle Judicial</p><p>O controle judicial ou judiciário consiste no poder de fiscalização e correção que os órgãos do Poder</p><p>Judiciário exercem sobre os atos administrativos dos demais poderes.</p><p>CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>19 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>O controle de legalidade realizado pelo Judiciário exerce uma significativa importância, merecendo</p><p>este ser o foco central deste trabalho, pois se não existisse esse controle, de nada adiantaria à</p><p>submissão da Administração Pública à lei.</p><p>Pelo princípio da legalidade, toda a atuação administrativa deve pautar a sua conduta na lei, mas</p><p>repita-se: “de nada adiantaria tal sujeição se não existisse na ordem pátria um poder dotado de</p><p>garantias de imparcialidade que pudesse verificar se a Administração está ou não pautando suas</p><p>atividades na lei”.</p><p>Esse poder dotado de garantias de imparcialidade é o Judiciário,</p>responsabilidade civil ou criminal dos 
infratores. 
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