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<p>Boa noite, senhores jurados, sabemos que as provas possuem o importante papel num processo penal visto que elas têm a responsabilidade de demonstrar a verdade sobre o acontecimento vez que o bem jurídico aqui protegido é a vida, e o excelentíssimo juiz compreendendo este fato encaminhou este caso a júri popular, utilizando o princípio do "in dubio pro societate" que nos ensina, que na dúvida encaminhe para a sociedade julgar, sobre o destino deste homem que aqui é designado de RÉU.</p><p>Afirmamos senhores que este processo, está cheio de dúvidas materiais, há dúvidas quanto a autoria, quanto ao motivo que culminou tal fato, quanto as máximas e as mínimas que se faziam presente naquela ocasião. E respeitosamente esclareço que a condenação em âmbito criminal deve se balizar nas provas acima de qualquer dúvida razoável.</p><p>Vejamos senhores o que nos diz a SEGUNDA TESTEMUNHA, que chamaremos de AUTÔNOMO. Ela nos diz, na folha 05, que por volta das 5 h da manhã do dia 22/02/2015, estava em um momento de diversão na companhia de seus amigos enfrente a feira do morrinho, e que por volta de 9 h, o RÉU, solicitou da VÍTIMA a quantia de 2 reais para compra a cachaça, e a VÍTIMA se chateou, reclamou diante de todos os presentes que o RÉU sempre lhe pedia dinheiro, e deu-lhe um empurrão. Em seguida ao empurrão, disse que o RÉU retirou uma faca peixeira da cintura e desferiu um golpe no peito da VÍTIMA, a qual caiu no chão e foi mediatamente socorrida por populares. Disse que ao ferir a VÍTIMA o RÉU saiu caminhando não sendo contido por nenhum dos populares visto era agressivo e estava com a faca na mão.</p><p>Temos ainda, senhores, a declaração do depoente que chamaremos de FLANELINHA, o qual não foi incluso no rol de testemunhas do processo, no entanto, é imprescindível ouvi-lo, já que diferente do sargento, este informa que presenciou os fatos. Ele nos diz, na folha 7 do processo, que na manhã do dia 22/02/2015 estava trabalhando vigiando os carros estacionados próximo à feira do morrinho, quando viu o RÉU solicitando da VÍTIMA que devolvesse a quantia de 2 reais que tinha lhe dado para comprar cachaça, e disse mais, disse que a VÍTIMA falou ao RÉU que tinha dado o dinheiro a uma terceira pessoa para comprar a bebida, informando que iria pegar o dinheiro de volta. Disse que neste momento o RÉU com uma faca tipo peixeira desferiu um golpe no peito da VÍTIMA, que ajudou a socorrer a VÍTIMA, e que o RÉU colocou calmamente a faca numa mochila e saiu caminhando do local.</p><p>Os senhores aqui como jurados estão para decidir pala condenação ou absolvição deste RÉU, mas eu vos alerto que o façam olhando para os ditames da justiça e vossas consciências, mas antes eu me atrevo a perguntar aos senhores promotores:</p><p>- Onde estava o ESTADO na escuta das testemunhas deste processo?</p><p>- A pequena quantia em questão era de quem? Muitos vão dizer que pouco importa, mas eu os alerto que por vezes o testemunho ainda que direto pode incorrer em vícios sendo deslizante no imaginário sem consciência disso, eu acho que estou falando a verdade.</p><p>- Porque senhores, não foi perguntado as testemunhas diretas que alegam terem presenciado o fato informações sobre a VÍTIMA, como se portava, se estava agressiva, se estava armada, ainda que a resposta fosse um grande não, eu lhes pergunto, por que não há perguntas que investiguem o contexto do fato?</p><p>- Membros do Ministério Público, digam aos senhores jurados o motivo pelo qual as perguntas feitas as testemunhas apresentam um aspecto tendencioso. Será que foi por conveniência? Nós entendemos que sejam muitos processos, e um condenado injustamente pouco importe, conte mais a questão de ganhar por um processo a menos.</p><p>- Onde esta a senhora que entregou a faca e não foi ouvida?</p><p>-Onde esta o dono do bar do soldado? E os populares sobrios, não restou nenhum.</p><p>No presente fato temos uma testemunha que estava com certamente alcoolizada, e um depoente, que foi excluído, ainda tenha presenciado os fatos, talvez porque dividia sua atenção entre os carros que vigiava, os 2 reais que recebia pela guarda dos veículos e os acontecimentos no bar.</p><p>Mas aqui a questão é dizer aos senhores jurados que o RÉU nos diz em seu testemunho que a VÍTIMA não era “flor que se cheire”, não se flor que se cheire, é ser pessoa de caráter duvidoso em quem não se deve confiar, a qual temos que nos precaver. Nossos pais usam essa expressão para nos alertar com um “amigo ou outro”.</p><p>Neste processo não foi realizado uma investigação dos fato, recordando-me das aulas de penal 1 sobre o direito penal do inimigo.</p><p>Diante do conhecimento das provas testemunhais deste processo penal esperasse que a justiça seja feita, com base, na verdade, e não em posicionamentos pessoais dos que afirmam terem presenciado o fato. A missão dos senhores é defender a justiça, e esta que não representa lados e sim a verdade dos fatos e as convicções incontestáveis.</p>

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