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<p>Licenciamento Ambiental</p><p>Sistema de Gestão,</p><p>Auditoria e Perícia</p><p>Ambiental</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>EDENILSON MARQUES FERREIRA</p><p>MARYELLA JÚNNIA FERREIRA E SILVA</p><p>AUTORIA</p><p>Edenilson Marques Ferreira</p><p>Sou formado em Ciências Biológicas (Licenciatura) e fiz alguns</p><p>cursos voltados para a área Ecológica, como Meio Ambiente e</p><p>Sustentabilidade, Paisagismo, entre outros. Sou apaixonado pela Biologia</p><p>e tudo que se refere a plantas e animais. Gosto muito da ideia de poder</p><p>compartilhar meu conhecimento e minhas experiências com os outros,</p><p>por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de</p><p>autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase</p><p>de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>Maryella Júnnia Ferreira e Silva</p><p>Sou formada em Engenharia Florestal e tenho experiência técnico-</p><p>profissional de mais de 5 anos na área de Gestão Ambiental e Tecnologia</p><p>da madeira. Sou Mestre em Ciência e Tecnologia da Madeira pela UFLA.</p><p>Na empresa Klabin, passei por estudos voltados ao desenvolvimento</p><p>de materiais resistentes e biodegradáveis, que diminuem a poluição</p><p>ambiental e aumentam a efetividade na degradação, diminuindo o</p><p>acúmulo de resíduos sólidos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro</p><p>transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas</p><p>profissões, por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu</p><p>elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você</p><p>nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento</p><p>de uma nova</p><p>competência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando necessárias</p><p>observações ou</p><p>complementações</p><p>para o seu</p><p>conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas</p><p>e links para</p><p>aprofundamento do</p><p>seu conhecimento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a</p><p>necessidade de</p><p>chamar a atenção</p><p>sobre algo a ser</p><p>refletido ou discutido;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso acessar</p><p>um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>fazer um resumo</p><p>acumulativo das</p><p>últimas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de</p><p>autoaprendizagem</p><p>for aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando uma</p><p>competência for</p><p>concluída e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>O Licenciamento Ambiental ................................................................... 12</p><p>Conhecendo o licenciamento ambiental ...................................................................... 12</p><p>Obstáculos do licenciamento ambiental .................................................................... 18</p><p>Características e Fases do Licenciamento Ambiental ................. 21</p><p>Fases do Licenciamento Ambiental .................................................................................. 21</p><p>As Modalidades de Licença ....................................................................................................22</p><p>Bases do Licenciamento Ambiental ..................................................................................26</p><p>EIA e RIMA ....................................................................................................... 31</p><p>Definindo EIA ...................................................................................................................................... 31</p><p>Definindo RIMA ..................................................................................................................................35</p><p>SLAP ................................................................................................................. 41</p><p>Conceituando SLAP ...................................................................................................................... 41</p><p>Mudanças no Cenário do SLAP ............................................................................................44</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>02</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>10</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Esta unidade vai trazer para você um novo olhar sobre o</p><p>licenciamento ambiental. Abordaremos assuntos referentes às mudanças</p><p>no licenciamento, assim como as fases que envolvem essa modalidade</p><p>de procedimento ambiental, bem como as licenças. Você mergulhará nos</p><p>conceitos e funções da EIA-RIMA e do SLAP (Sistema de Licenciamento de</p><p>Atividades Poluidoras). Você compreenderá como e por que os processos</p><p>de licenciamento são da forma como são e os fatores que devem ser</p><p>analisados quando forem definidos métodos a serem empregados em</p><p>cada tipo de empresa. Então vamos lá! Embarque nessa unidade para</p><p>aprender conceitos importantes sobre o meio ambiente e o licenciamento</p><p>ambiental.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>11</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade II. Nosso objetivo é auxiliar</p><p>você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o</p><p>término desta etapa de estudos:</p><p>1. Definir conceitos e discernir sobre os princípios legais do processo</p><p>de licenciamento ambiental, em suas várias áreas de atuação</p><p>industrial.</p><p>2. Identificar as fases e características do processo de licenciamento</p><p>ambiental.</p><p>3. Desenvolver o estudo de Impacto Ambiental (EIA), produzindo o</p><p>Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA) em decorrência</p><p>daquele estudo.</p><p>4. Discernir sobre a poluição e dano ambiental, aplicando-os no</p><p>Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP).</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>12</p><p>O Licenciamento Ambiental</p><p>OBJETIVO:</p><p>Neste capítulo vamos começar a explorar os conceitos</p><p>mais amplos e explicativos sobre o licenciamento</p><p>ambiental, entender como ele é realizado e saber quais são</p><p>as metodologias empregadas em seu desenvolvimento.</p><p>Vamos lá?</p><p>Conhecendo o licenciamento ambiental</p><p>Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), no</p><p>artigo 1º, I, da Resolução n. 237/97, o termo “Licenciamento Ambiental”</p><p>é um procedimento administrativo através do qual será licenciada a</p><p>localização, instalação, ampliação E operação de empreendimentos e</p><p>atividades que fazem uso do meio ambiente e dos seus recursos. Para</p><p>tanto, é preciso levar em consideração o que pode poluir o meio ambiente</p><p>e o que tem caráter potencialmente poluidor.</p><p>Existem alguns tipos de licenças que podem ser tiradas conforme a</p><p>finalidade de cada uma. Durante uma análise para licenciamento, alguns</p><p>critérios são observados, como os riscos que o estabelecimento pode</p><p>causar ao meio ambiente, isto é, se o empreendimento gera algum tipo</p><p>de resíduo que possa afetar de alguma forma o meio ambiente.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>As normas que são usadas pela CONAMA não foram</p><p>criadas ao acaso e são respaldadas pela Política Nacional</p><p>de Meio Ambiente, Lei nº6938, de 1981, que busca analisar</p><p>e regulamentar todos os tipos de obras e atividades que</p><p>desempenhem papel que possa causar algum tipo de</p><p>dano ao meio ambiente (PNLA, 2018).</p><p>Existem 3 tipos de licença: LP (licença prévia), LI (licença de</p><p>instalação) e LO (licença de operação). Vejamos uma figura que exemplifica</p><p>esses tipos de licenças.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>13</p><p>Figura 1 – Tipos de licença ambiental e sua aplicabilidade</p><p>Objeto de</p><p>licença</p><p>LP LI LO</p><p>AUTORIZA AUTORIZA AUTORIZA</p><p>Empreendi-</p><p>mento diversos</p><p>Inicio do pla-</p><p>nejamento</p><p>Início das obras</p><p>de construção</p><p>para estabe-</p><p>lecimento das</p><p>instalações e da</p><p>infraestrutura.</p><p>Funcionamento</p><p>do objeto da</p><p>obra (prédios,</p><p>pontes,</p><p>barragens, por-</p><p>tos, estradas,</p><p>etc).</p><p>Atividades ou</p><p>serviços</p><p>Inicio do pla-</p><p>nejamento</p><p>Início das obras</p><p>com carga diferente,</p><p>porém que se complementam. Aprendemos também uma</p><p>sigla nova, a SLAP (sistema de licenciamento de atividade</p><p>poluidoras) e vimos que ele também é bastante influente no</p><p>meio ambiental e que tem regras e aplicações diferentes a</p><p>depender da modalidade de ação ambiental a ser realizada.</p><p>Vimos um pouco sobre os desafios que são enfrentados</p><p>nesse setor e o porquê desses desafios assim como ideias</p><p>para melhorar esse panorama. Pudemos aprender um</p><p>pouco sobre a evolução do histórico ambiental do Brasil</p><p>e assim finalizamos mais esse processo de aprendizagem</p><p>juntos. Espero que tenham apreciado essa jornada. Desejo</p><p>ótimos estudos e nos vemos nas atividades sobre a Unidade</p><p>II. Até a próxima!</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>50</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BELLANI, P. O. et al.. Análise dos Relatórios de Impacto Ambiental</p><p>(RIMA) de acordo com exigências feitas pela Legislação. Trabalho</p><p>de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Federal de Santa</p><p>Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Graduação em Ciências Biológica,</p><p>Florianópolis, SC, 2014.</p><p>BRANQUINHO, P. M. F. Estudo de impacto ambiental como</p><p>instrumento de proteção do meio ambiente. 2011. Disponível em: https://</p><p>ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/estudo-de-impacto-</p><p>ambiental-como-instrumento-de-protecao-do-meio-ambiente/. Acesso</p><p>em: 28 maio 2022.</p><p>CALDEIRA, J. Relatório de Impacto Ambiental |Tudo sobre o</p><p>RIMA. 2020. Disponível em: https://iusnatura.com.br/relatorio-impacto-</p><p>ambiental-rima/. Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>CARADORI, R. Considerações sobre o EIA/RIMA. 2019. Disponível</p><p>em: https://www.inbs.com.br/consideracoes-sobre-o-eia-rima/ Acesso</p><p>em: 05 maio 2022.</p><p>CRISTOFOLETTI, M. Qual a diferença entre o EIA e o RIMA? 2015.</p><p>Disponível em: https://www.inteliagro.com.br/qual-diferenca-entre-eia-</p><p>e-o-rima/ Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>CRUZ, C.H. Saiba mais sobre o estudo e relatório de impacto</p><p>ambiental (EIA e RIMA). 2018. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>MORAES, V. R. de. Licenciamento ambiental e ordenamento do</p><p>território no estado do Rio de Janeiro: é possível uma integração?</p><p>Dissertação (Mestrado para o Programa de Planejamento Energético) -</p><p>COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.ppe.ufrj.</p><p>br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/mestrado/Vanessa_Riccioppo_</p><p>de_Moraes.pdf Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013/11/19</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013/11/19</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013/11/19</p><p>https://www.inbs.com.br/consideracoes-sobre-o-eia-rima/</p><p>http://pnla.mma.gov.br/estudos-ambientais</p><p>http://pnla.mma.gov.br/estudos-ambientais</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013</p><p>http://www.ppe.ufrj.br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/mestrado/Vanessa_Riccioppo_de_Moraes.pdf</p><p>http://www.ppe.ufrj.br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/mestrado/Vanessa_Riccioppo_de_Moraes.pdf</p><p>http://www.ppe.ufrj.br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/mestrado/Vanessa_Riccioppo_de_Moraes.pdf</p><p>51</p><p>ECOLIFE, 2020. Disponível em</p><p>Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental</p><p>(EIA/RIMA). LogicAmbiental. 2016. Disponível em: https://www.</p><p>logicambiental.com.br/eia-rima/ Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>Estudos ambientais. 2018. Disponível em: Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>FARIA, I. D. Ambiente e energia: crença e ciência no licenciamento</p><p>ambiental. Parte III: sobre alguns dos problemas que dificultam o</p><p>licenciamento ambiental no Brasil. Núcleo de Estudos e Pesquisas do</p><p>Senado, p. 1983-0645, 2011.</p><p>FEITOSA, I.R.; LIMA, L.S.; FAGUNDES, R.L. Manual de Licenciamento</p><p>ambiental. 2004. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.</p><p>php/5163900/mod_resource/content/1/cart_sebrae.pdf Acesso em: 05</p><p>maio 2022.</p><p>FEEMA (RJ). Procedimentos para licenciamento ambiental</p><p>na Fundação Estadual de Engenharia Do Meio Ambiente. Rio de</p><p>Janeiro. 2000. 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São Paulo: Saraiva Educação SA, 2017.</p><p>GRAEL, A. Decreto modifica o Licenciamento Ambiental do</p><p>Estado. O SLAP é complementado e surgem novos instrumentos</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>https://ecolifesa.com.br/entenda-o-que-e-licenca-ambiental-e-quais-sao-os-tipos/</p><p>https://ecolifesa.com.br/entenda-o-que-e-licenca-ambiental-e-quais-sao-os-tipos/</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013/11</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013/11</p><p>http://pnla.mma.gov.br/o-que-e-licenciamento-ambiental</p><p>http://pnla.mma.gov.br/o-que-e-licenciamento-ambiental</p><p>52</p><p>para o Licenciamento Ambiental. 2009. Disponível em: http://axelgrael.</p><p>blogspot.com/2009/12/decreto-modifica-o-licenciamento.html Acesso</p><p>em: 05 maio 2022.</p><p>GUSMÃO, A. C. F. de. Legislação e Responsabilidades Ambientais</p><p>nas Empresas. Rio de Janeiro: FIRJAN GMA, 2006. 46p.</p><p>HOFMANN, R. M. 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Direito do Ambiente. 8ª ed. São Paulo: Ed. Revista dos</p><p>Tribunais, 2013. 776-832 p.</p><p>MILARÉ, É. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco:</p><p>doutrina, jurisprudência, glossário. 6. ed. São Paulo: Revista dos</p><p>Tribunais, 2009.</p><p>MIRANDA, A. EIA/RIMA: quando é necessário? 2017. Disponível</p><p>em: https://advadrienemiranda.com.br/2017/07/18/eiarima-quando-e-</p><p>necessario/ Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>MIRANDA, S.A.A. de. O princípio da continuidade no licenciamento</p><p>ambiental. 2017. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/</p><p>direito-ambiental/o-principio-da-continuidade-no-licenciamento-</p><p>ambiental/ Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>http://axelgrael.blogspot.com/2009/12/decreto-modifica-o-licenciamento.html</p><p>http://axelgrael.blogspot.com/2009/12/decreto-modifica-o-licenciamento.html</p><p>https://www.verdeghaia.com.br/licenca-ambiental-como-gerar-licenca-ambiental-sem-dificuldades/</p><p>https://www.verdeghaia.com.br/licenca-ambiental-como-gerar-licenca-ambiental-sem-dificuldades/</p><p>https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/o-principio-da-continuidade-no-licenciamento-ambiental/</p><p>https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/o-principio-da-continuidade-no-licenciamento-ambiental/</p><p>https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/o-principio-da-continuidade-no-licenciamento-ambiental/</p><p>53</p><p>O que é Licenciamento Ambiental: Tipos de licenças, Eia Rima.</p><p>2018. 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O licenciamento ambiental da atividade de</p><p>exploração e produção de petróleo e gás natural em campos de</p><p>produção terrestres – uma abordagem comparativa do procedimento</p><p>do licenciamento ambiental entre os estados do Espírito Santo, Bahia e</p><p>Rio Grande do Norte. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2015.</p><p>PIAGENTINI, P. M.; FAVARETO, A. da S. Instituições para regulação</p><p>ambiental: o processo de licenciamento ambiental em quatro países</p><p>produtores de hidreletricidade. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v.</p><p>30, 2014.</p><p>PINTO, E. C. O licenciamento ambiental e suas modalidades. 2017.</p><p>Disponível em https://www.matanativa.com.br/licenciamento-ambiental-</p><p>modalidades/ Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>PNLA. Etapas do licenciamento. 2018. Disponível em: http://pnla.</p><p>mma.gov.br/etapas-do-licenciamento. Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>PORTAL SÃO FRANCISCO. 2015. 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Licenciamento ambiental: Uma análise a luz de</p><p>seus princípios norteadores. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862,</p><p>Teresina, ano 18, n. 3793, 19 nov. 2013. Disponível em: https://jus.com.br/</p><p>artigos/25888. Acesso em: 18 jan. 2021.</p><p>RICCIOPPO, V. Licenciamento ambiental e ordenamento do</p><p>território no Estado do Rio de Janeiro: é possível uma integração? Rio</p><p>de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2010.</p><p>ROSADO, D. L. Licenciamento ambiental federal: procedimentos,</p><p>problemas e avanços. Brasília: Universidade de Brasiília. Centro de</p><p>Desenvolvimento Sustentável, 2000.</p><p>SAFE. Estudo de Impacto Ambiental (EIA): o que é e qual a sua</p><p>importância? 2020. Disponível em: https://blog.safesst.com.br/estudo-</p><p>de-impacto-ambiental/ Acesso em: 05 maio 2022.</p><p>SILVEIRA, M.; ARAÚJO NETO, M. D. de. Licenciamento ambiental</p><p>de grandes empreendimentos: conexão possível entre saúde e meio</p><p>ambiente. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 3829-3838, 2014.</p><p>SOARES, V. Entenda o que é licença ambiental e quais são os</p><p>tipos?</p><p>THOMAZI, A. J. et al. Licenciamento Ambiental no Brasil: uma</p><p>amostra para reflexão. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental).</p><p>UNICAMP, Campinas, 2001.</p><p>TEIXEIRA, D. M. Os procedimentos do licenciamento ambiental.</p><p>Boletim Científico ESMPU, Brasília, a. 9, n. 32/33, p. 37-69, 2010.</p><p>TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Cartilha de licenciamento</p><p>ambiental. Brasília: TCU, Secretaria de Fiscalização de Obras e Patrimônio</p><p>da União, 2004. 57p.</p><p>VERDE, G. Como gerar Licença Ambiental sem dificuldades?</p><p>2019. Disponível em: https://www.verdeghaia.com.br/licenca-ambiental-</p><p>como-gerar-licenca-ambiental-sem-dificuldades/ Acesso em: 05 maio</p><p>2022.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf</p><p>https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf</p><p>https://jus.com.br/artigos/25888/licenciamento-ambiental</p><p>https://jus.com.br/artigos/25888/licenciamento-ambiental</p><p>https://blog.safesst.com.br/estudo-de-impacto-ambiental/</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013/11/19</p><p>https://www.logicambiental.com.br/eia-rima/</p><p>https://www.matanativa.com.br/licenciamento-ambiental-modalidades/</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2013</p><p>https://advadrienemiranda.com.br/2017/07/18/eiarima-quando-e-necessario/</p><p>https://advadrienemiranda.com.br/2017/07/18/eiarima-quando-e-necessario/</p><p>https://www.verdeghaia.com.br/licenca-ambiental-como-gerar-licenca-ambiental-sem-dificuldades/</p><p>https://innovatebi.com/o-que-e-licenciamento-ambiental-tipos-de-licencas-eia-rima/</p><p>https://innovatebi.com/o-que-e-licenciamento-ambiental-tipos-de-licencas-eia-rima/</p><p>O Licenciamento Ambiental</p><p>Conhecendo o licenciamento ambiental</p><p>Obstáculos do licenciamento ambiental</p><p>Características e Fases do Licenciamento Ambiental</p><p>Fases do Licenciamento Ambiental</p><p>As Modalidades de Licença</p><p>Bases do Licenciamento Ambiental</p><p>EIA e RIMA</p><p>Definindo EIA</p><p>Definindo RIMA</p><p>SLAP</p><p>Conceituando SLAP</p><p>Mudanças no Cenário do SLAP</p><p>de construção ne-</p><p>cessárias par ao</p><p>estabelecimento</p><p>da atividade ou</p><p>serviço</p><p>Início da opera-</p><p>ção da ativida-</p><p>de ou serviço.</p><p>Fonte: Tribunal de Contas da União (2004).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Somente quando o estabelecimento obtiver a licença é</p><p>que ele pode realizar a ativação do seu negócio de forma</p><p>legalizada e segundo orientações, para evitar causar mais</p><p>danos ao meio ambiente.</p><p>O motivo das empresas buscarem realizar o licenciamento</p><p>ambiental também se deve pela geração de “passivos ambientais”, isto</p><p>é, mesmo que seja de forma não planejada, alguma atividade de algum</p><p>determinado comércio pode causar danos ao meio ambiente, e esses</p><p>danos são posteriormente tirados do lucro do estabelecimento.</p><p>A fim de minimizar esses gastos, as empresas começaram a</p><p>aderir ao licenciamento ambiental e à Gestão Ambiental de forma total,</p><p>como aplicação de auditorias que cumprem o papel de evitar que esses</p><p>problemas possam acontecer ou que sejam menos danosos.</p><p>De acordo com Milaré (2013), o licenciamento se dá em três</p><p>fases distintas: fase deflagratória, que é quando o interessado requer a</p><p>licença; fase instrutória, que é quando será realizada a arrecadação dos</p><p>componentes que irão contribuir com a decisão administrativa, e a fase</p><p>decisória, que é quando é aprovada ou não a licença.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>14</p><p>Um dos princípios chave que norteiam o processo de licenciamento</p><p>ambiental é o Princípio da Prevenção, isto é, por meio do licenciamento</p><p>deve-se objetivar o processo que consiste em minimizar os possíveis</p><p>riscos que podem ocorrer ao meio ambiente, buscando, também, mitigar</p><p>os danos, assim como visa a licença ambiental (RIBEIRO, 2013).</p><p>Na esfera legal, o IBAMA fica responsável pelas licenças e pelo</p><p>licenciamento ambiental, que ocorre da seguinte forma:</p><p>Figura 2 – Panorama geral das licenças e sua execução</p><p>Levantamento topográfico e estudo preliminar de viabilidade</p><p>urbanística</p><p>Fixação de diretrizes pelo município</p><p>EIA/RIMA (se necessário)</p><p>Licencia previa ambiental</p><p>Elaboração dos projetos técnicos e urbanísticos</p><p>Diretrizes pelo estado/anuência previa da autoridade metropolitana</p><p>Aprovação dos projetos pelo município e expedição metropolitana</p><p>Aprovação de projetos pelo município e expedição da licença</p><p>urbanística</p><p>Licença de instalação</p><p>Execução das obras exigidas para o registro imobiliário</p><p>Registro de parcelamento de registro de imóveis</p><p>Execução da obra remanescentes.</p><p>Registro do parcelamento no registro de imoveis.</p><p>Execução da obra</p><p>Licença ambiental de operação (LO)</p><p>Fonte: Jeliek (2004).</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>15</p><p>Algumas pessoas acreditam que o termo “licenciamento ambiental”</p><p>é a mesma coisa que “licença ambiental”, mas ambos têm seus próprios</p><p>significados, como aborda a Resolução n.237/97, no artigo 1º (CONAMA, 1997):</p><p>Licenciamento ambiental: procedimento administrativo</p><p>pelo qual o órgão ambiental competente licencia a</p><p>localização, instalação, ampliação e a operação de</p><p>empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos</p><p>ambientais consideradas efetiva ou potencialmente</p><p>poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma,</p><p>possam causar degradação ambiental, considerando as</p><p>disposições legais e regulamentares e as normas técnicas</p><p>aplicáveis ao caso.</p><p>Licença ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão</p><p>ambiental competente, estabelece as condições,</p><p>restrições e medidas de controle ambiental que</p><p>deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa</p><p>física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e</p><p>operar empreendimento ou atividades utilizadoras</p><p>dos recursos ambientais consideradas efetivas ou</p><p>potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob</p><p>qualquer forma, possam causar degradação ambiental.</p><p>(CONAMA, 1997, p.1)</p><p>Nessa perspectiva, e na tentativa de tornar mais fácil a sua</p><p>compreensão, analise a figura 3, que enfatiza as diferenças entre licença</p><p>ambiental e licenciamento ambiental.</p><p>Figura 3 – Licenciamento ambiental vs. Licença ambiental</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor com base em CONAMA (1997).</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>16</p><p>De modo mais resumido Miranda (2017) demonstra a diferença</p><p>entre a licença ambiental e o licenciamento ambiental:</p><p>Licença Ambiental é um ato administrativo decorrente</p><p>da análise técnica desenvolvida pela administração com</p><p>base nas informações prestadas pelos interessados. Já o</p><p>licenciamento é o conjunto de todos os procedimentos</p><p>observados na obtenção das licenças ambientais e,</p><p>como tal, compreende, em regra, três fases encadeadas,</p><p>conexas e contínuas, permitindo a sua revisão técnica ao</p><p>longo do tempo, em conformidade com o conhecimento,</p><p>as informações, os estudos e as tecnologias disponíveis</p><p>no momento da sua realização. (MIRANDA, 2017, p.10-11)</p><p>O que pode vir à mente é a questão “quais profissionais podem</p><p>realizar um licenciamento ambiental?”. Em relação a esta pergunta, podem</p><p>atuar no licenciamento ambiental: biólogos, técnicos em meio ambiente,</p><p>geógrafos, engenheiros ambientais, cartógrafos, entre outros. Como</p><p>é regido pelo Ibama e não por outras autarquias ou órgãos federais ou</p><p>regionais, os profissionais que realizam o licenciamento ambiental podem</p><p>vir de diversas áreas de formação, uma vez que não é necessária nenhuma</p><p>comprovação efetiva para o ato de licenciar e sim que haja domínio na</p><p>elaboração e no levantamento dos documentos que posteriormente</p><p>serão enviados ao órgão ambiental competente (GEOEDUC, 2018).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Para saber se sua empresa precisa de licenciamento</p><p>ambiental, basta conferir na CONAMA 237 de 1997. Se</p><p>precisar, é extremamente necessário que sejam seguidos</p><p>todos os requisitos, lembrando que o órgão responsável</p><p>pode pedir que empresas que não estão listadas no</p><p>documento apresentem licença para dar início as suas</p><p>atividades (FEITOSA et al.., 2004).</p><p>A visão do licenciamento ambiental tende a ser caracterizada de</p><p>duas formas consideradas extremas, como aborda Faria (2011): como</p><p>um obstáculo para os grandes investimentos ou como um empecilho</p><p>para o crescimento e desenvolvimento da economia. Por outro lado, há</p><p>quem entenda o licenciamento como um processo corrompido pelo</p><p>capitalismo, assim, as duas percepções são extremas e marcadas pela</p><p>falta de informação, bem como pela ausência da intenção de melhorar a</p><p>aplicação do mecanismo em questão.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>17</p><p>O que mudou?</p><p>Todo esse novo cuidado com o meio ambiente é derivado do novo</p><p>século, no qual as pessoas começaram a desenvolver um maior senso</p><p>crítico voltado para o meio ambiente, reconhecendo a enorme importância</p><p>que ele tem em nosso cotidiano. Podemos observar que, depois do</p><p>grande desenvolvimento tecnológico e científico, a grande oferta de</p><p>produtos naturais vindo diretamente do meio ambiente está diminuído</p><p>de forma progressiva. Esse fato fez com que várias políticas, estudos e</p><p>tecnologias surgissem na busca rápida para que a destruição do planeta</p><p>fosse desacelerada e que as consequências dos danos que já haviam</p><p>acontecido fossem abrandados para que, de alguma forma, alguns dos</p><p>recursos que estão ficando gradativamente menores pudessem começar</p><p>a se reformular.</p><p>Cada área de desenvolvimento ambiental ligado ao licenciamento</p><p>ambiental precisa ser analisada de forma ímpar, assim como suporta a</p><p>equipe do LogicAmbiental (2016), segundo a qual para o meio biótico é</p><p>imprescindível a atuação de biólogos, ecólogos, cientistas, ambientais,</p><p>engenheiros florestais e outros profissionais que se dediquem ao estudo</p><p>dos seres vivos. Além disso, não pode ser ignorada a presença de</p><p>profissionais que desempenhem as suas funções relativas aos aspectos</p><p>físicos, como é o caso dos geógrafos, geólogos, engenheiros agrônomos e</p><p>ambientais, entre outros. Por fim, a participação de profissionais vinculados</p><p>ao meio socioeconômico, como os economistas e os sociólogos, é de</p><p>extrema relevância para que os impactos negativos que possam atingir a</p><p>sociedade sejam devidamente identificados.</p><p>Todos</p><p>os profissionais mencionados são parte importante no</p><p>processo de validação da melhoria do estado atual do meio ambiente. É</p><p>a partir da união desses profissionais que a força de restauração do que já</p><p>foi danificado se tornará possível em um nível mais amplo.</p><p>Lorini e Persson (2001) afirmam que para que haja o estudo do</p><p>licenciamento ambiental existe a necessidade de introduzir a dimensão</p><p>espacial do ambiente, apresentar os objetivos e as ferramentas de</p><p>pesquisa utilizadas na articulação das análises realizadas, com intuito</p><p>de criar vários pontos de vista capazes de auxiliar na superação de</p><p>dificuldades relacionadas à comunicação entre os profissionais envolvidos</p><p>no procedimento no momento de tomadas de decisões.</p><p>Isto é, ao realizar um licenciamento, os profissionais envolvidos</p><p>devem ter bem definidos seus objetivos e ferramentas de trabalho para</p><p>que, durante o levantamento dos dados e das análises obtidas, seja</p><p>possível tomar as melhores decisões.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>18</p><p>Dentro dessa metodologia deve-se sempre buscar trazer todos os</p><p>conceitos aprendidos em Ecologia, uma vez que sem eles não é possível</p><p>realizar um levantamento da situação atual e futura do ambiente. Somente</p><p>conhecendo as espécies daquele local é que se pode tomar uma decisão</p><p>que seja boa para aquele ambiente específico e para o empreendimento</p><p>de modo cumulativo.</p><p>Nessa perspectiva, a abordagem voltada para Ecologia de</p><p>paisagens é tida como importante no licenciamento ambiental, tendo em</p><p>vista as ações de mitigação e compensação dos empreendimentos nas</p><p>hipóteses em que existam alvos definidos. Assim, a seleção de alvos é tida</p><p>como uma informação que deriva das amostragens de biodiversidade</p><p>(KOBLITZ et al.., 2011).</p><p>De modo geral, podemos observar que a prática do licenciamento</p><p>ambiental não é algo simples e rápido de ser feito, pois devem ser</p><p>analisados os aspectos sociais, ecológicos, econômicos e deve-se fazer</p><p>um apanhado geral dessas informações, analisar os comportamentos</p><p>ecológicos dos nichos encontrados no local. Depois disso, esses</p><p>resultados devem apresentar um padrão socioeconômico e ambiental</p><p>aceitável.</p><p>Obstáculos do licenciamento ambiental</p><p>A seguir vemos uma tabela que aborda os principais obstáculos em</p><p>um processo de licenciamento ambiental.</p><p>Tabela 1 – Obstáculos que emergem no processo de licenciamento</p><p>Obstáculos Comentário</p><p>Incertezas as-</p><p>sociadas ao</p><p>processo de</p><p>licenciamen-</p><p>to ambiental</p><p>Fator de risco significativo</p><p>Inibidor de investimento</p><p>Engajamento da população orientada por grupos de</p><p>pressão</p><p>Ausência de padrões e critérios ambientais</p><p>Avaliação ambiental que extrapola o escopo,</p><p>abrangendo questões macroambientais e sociais</p><p>Questão fundiária</p><p>Autogoverno das comunidades indígenas</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>19</p><p>Coordenação</p><p>entre os</p><p>diferentes</p><p>níveis e</p><p>agências de</p><p>governo</p><p>Falta de coordenação entre os diferentes níveis de</p><p>governo e as agências</p><p>Estabelecer essa coordenação é o maior desafio</p><p>atual</p><p>O acordo de harmonização ambiental muito tem</p><p>ajudado na superação do problema</p><p>Em 2005, foi editada Lei de Avaliação Ambiental,</p><p>objetivando aumentar o nível de cooperação</p><p>Outros</p><p>obstáculos</p><p>Tendência de aumentar a responsabilidade legal</p><p>e as obrigações do governo federal e de seus</p><p>funcionários</p><p>Ações populares no judiciário</p><p>Responsabilidade legal e até a criminalização dos</p><p>proponentes do projeto em relação ao cumprimento</p><p>das exigências e na implementação de medidas</p><p>Aumento do conteúdo do EIAs</p><p>Maior importância dada à participação pública e</p><p>comunitária</p><p>Ausência de políticas e programas solidamente</p><p>elaborados, coerentes e publicamente aceitos.</p><p>Fonte: Bird (2008) apud Fiorillo (2017).</p><p>De forma geral, como alertam Ferreira e Rezende (2017), o atual</p><p>paradigma de licenciamento gera desafios para a sua reformulação,</p><p>tendo em vista que existe a compatibilização perante o desenvolvimento</p><p>econômico-social e a tutela ambiental. Dessa forma, salienta-se que</p><p>questões como a morosidade, a discricionariedade e as análise técnicas</p><p>questionáveis existentes no licenciamento ambiental acabam tornando</p><p>esse procedimento ineficiente e gerando a judicialização do processo na</p><p>maior parte das vezes.</p><p>Mesmo que existam procedimentos e legislação para essas</p><p>metodologias legais, ainda precisamos melhorar o sistema que é</p><p>responsável por essas metodologias em quesitos como velocidade</p><p>geral (início e finalização do processo), assim como padronizar a</p><p>responsabilidade e diminuir a ação tutelar entre os órgãos, dando poder</p><p>aos municípios — contanto que não sejam deixados à total deriva, visto</p><p>que as capacitações não são fáceis de realizar e todo trâmite legal requer</p><p>diversos recursos do país.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>20</p><p>Para Metaxas (2015) o licenciamento ambiental garante ao</p><p>empreendedor o reconhecimento público a partir do qual as atividades</p><p>são desenvolvidas, buscando-se garantir a segurança e a qualidade de</p><p>vida. Dentro dos parâmetros de qualidades deve-se considerar o Sistema</p><p>Integrado de Gestão Ambiental, que é dotado de importante compreensão</p><p>na legislação e nas normas responsáveis por descrever o licenciamento.</p><p>Assim, cabe aos órgãos públicos controlar e garantir a utilização de forma</p><p>correta dos recursos naturais.</p><p>Hofman (2015) argumenta:</p><p>A imaturidade da gestão leva à máxima: “preciso de mais</p><p>servidores e mais orçamento”, o que, por si só, não garante</p><p>o sucesso do licenciamento. O Ibama não tem controle</p><p>sobre o número de demandas a serem respondidas e</p><p>também não sabe dizer quais estão dentro do prazo e</p><p>quais estão vencidas. Há muita margem para avançar</p><p>em efetividade, por meio da priorização baseada em</p><p>ponderação de riscos e na adoção de uma administração</p><p>gerencial focada em resultados. (HOFMAN, 2015, p.120)</p><p>RESUMINDO:</p><p>Nesse capítulo aprendemos que o licenciamento ambiental</p><p>é um dos documentos mais importantes que as empresas</p><p>devem obter caso seu empreendimento gere algum tipo</p><p>de dano ao meio ambiente. Se as empresas não tiverem</p><p>esse documento, não receberão a licença de operação — o</p><p>que as impede de funcionar. Nesse capítulo você aprendeu</p><p>que vários profissionais podem atuar nesse procedimento,</p><p>desde que sejam de áreas afins. Você também aprendeu</p><p>que o mais complicado no licenciamento é o fato de ser um</p><p>sistema ainda tutelado e lento, que precisa de atualizações</p><p>para que seja mais convidativo para as indústrias de modo</p><p>geral.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>21</p><p>Características e Fases do Licenciamento</p><p>Ambiental</p><p>OBJETIVO:</p><p>Neste capítulo vamos abordar com mais detalhes as</p><p>características do licenciamento ambiental. Aqui também</p><p>vamos abordar, de modo mais detalhado, todas as licenças.</p><p>Vamos lá!.</p><p>Fases do Licenciamento Ambiental</p><p>O licenciamento ambiental, como procedimento administrativo</p><p>realizado por órgão ambiental, analisa as atividades ambientais que</p><p>podem, de alguma forma, causar danos ao meio ambiente, assim</p><p>como assegura a Lei Federal nº6.938/1981 da Política Nacional de Meio</p><p>Ambiente.</p><p>Essa lei lista os três tipos de licença possíveis de serem adquiridas:</p><p>a primeira é referente à utilização de recursos naturais (solo, água, ar,</p><p>árvores, animais) em empreendimentos e/ou atividades (como mineração,</p><p>agricultura, pecuária e pesca); a segunda é referente aos empreendimentos</p><p>potencialmente poluidores, que pode gerar resíduos sólidos, líquido ou</p><p>gasoso ou ainda alguma radiação, luz ou calor, mesmo que não faça</p><p>uso de recursos naturais (como metalurgia, mecânica, madeira, química,</p><p>serviços de transporte, terminais de transporte, depósito e outros) e a</p><p>última refere-se ao empreendimento que provoca degradação no meio</p><p>ambiente fazendo uso excessivo dos recursos naturais e provocando</p><p>erosão, assoreamento etc. (como exemplo, pecuária, agricultura, geração</p><p>de energia e construção civil) (PINTO, 2017).</p><p>Diante disso, é necessário que a atividade econômica e a proteção</p><p>ao meio ambiente andem</p><p>de mãos dadas, pois os dois são importantes</p><p>para o desenvolvimento e o crescimento da sociedade, contudo, em</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>22</p><p>muitos momentos, ambos podem estar em conflito. Nessa perspectiva,</p><p>Fiorillo (2017) destaca que a incolumidade do meio ambiente não pode ser</p><p>afetada pelos interesses das empresas e nem depender de motivações</p><p>puramente econômicas.</p><p>É evidente que o meio ambiente realmente ganhou muito espaço</p><p>na mídia e nas situações sociais corriqueiras, fato que se deve ao grande</p><p>fluxo de informações sobre os desastres naturais e das atividades humanas</p><p>que podem trazer risco para nós mesmos, como o caso mais atual do</p><p>Covid-19 — situação que poderia ser evitada se houvesse um cuidado</p><p>geral com as auditorias e licenças de funcionamento com respaldo da</p><p>área da saúde com análises dos riscos, fazendo projeções embasadas</p><p>cientificamente.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>À medida que as diretrizes para conservação e cuidado do</p><p>meio ambiente são deixadas de lado, mais acontecimentos</p><p>de caráter grave podem ocorrer. Em contrapartida, se nos</p><p>empenharmos para melhorar as condições nas quais o</p><p>meio ambiente se encontra, as melhorias aparecerão no</p><p>nosso dia a dia e nosso estilo de vida e nossa saúde serão</p><p>melhorados.</p><p>As Modalidades de Licença</p><p>Em conformidade com o Plano Nacional de Licenciamento</p><p>Ambiental – PNLA (2018), existem algumas modalidades de licenças</p><p>ambientais a serem aplicadas ao longo do licenciamento ambiental e que</p><p>estão previstas no plano nacional. Nessa perspectiva, a figura 4 apresenta</p><p>quais são essas licenças, para que, posteriormente, possamos entender</p><p>as características referentes a cada uma dessas.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>23</p><p>Figura 4 – Modalidades de licença</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor (2022).</p><p>Segundo o PNLA (2018) as modalidades de licença são:</p><p>1. Licença Prévia (LP) – responsável por aprovar a localização e a</p><p>concepção do empreendimento, atividade ou obra que se encontra</p><p>em fase preliminar do planejamento, tendo como intenção atestar a</p><p>sua viabilidade, requisitos básicos e condicionantes indispensáveis</p><p>nas suas fases de implementação.</p><p>2. Licença de Instalação (LI) – estabelece a autorização do</p><p>empreendimento, atividade ou obra em conformidade com as</p><p>especificidades presentes nos planos, programas e projetos</p><p>aprovados.</p><p>3. Licença de Operação (LO) – é a responsável por autorizar a</p><p>operação da atividade, obra ou empreendimento, sendo efetuada</p><p>depois da verificação das medidas de controle ambiental e das</p><p>condicionantes que determinam as licenças presentes nas fases</p><p>anteriores.</p><p>4. Dispensa do Licenciamento – engloba as hipóteses em que</p><p>a licença pode ser dispensada, sendo que essa dispensa pode</p><p>acontecer por motivos diferentes a depender das determinações</p><p>dos estados.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>24</p><p>Além dessas modalidades de licença, destacam-se ainda outras</p><p>que se fazem presentes no PNLA:</p><p>Licença de Alteração: geralmente está condicionada à</p><p>existência de Licença de Instalação (LI) ou Licença de</p><p>Operação (LO), concedida quando porventura ocorrer</p><p>modificação no contrato social do empreendimento,</p><p>atividade ou obra, ou qualificação de pessoa física. Licença</p><p>de Ampliação: poderá ser concedida para a realização de</p><p>ampliações ou ajustes em empreendimento ou atividade</p><p>já implantados e licenciados. Licença de Instalação e de</p><p>Operação (LIO): substitui os procedimentos administrativos</p><p>do licenciamento de instalação e do licenciamento de</p><p>operação ordinários, unificando-os. Através da LIO o</p><p>órgão ambiental autoriza, em uma única fase, a instalação</p><p>e a operação de atividade ou empreendimento. Deve</p><p>ser solicitada antes de iniciar-se a implantação do</p><p>empreendimento ou atividade, estando sua concessão</p><p>condicionada às medidas e condições de controle</p><p>ambiental estabelecidas pelo órgão ambiental. Licença</p><p>Prévia e de Instalação (LPI): substitui os procedimentos</p><p>administrativos do licenciamento prévio e do licenciamento</p><p>de instalação ordinários, unificando-os. Antes de iniciar-se</p><p>a implantação do empreendimento ou atividade, em uma</p><p>única fase o órgão ambiental atesta a viabilidade ambiental</p><p>e autoriza a instalação da atividade ou empreendimento,</p><p>estabelecendo as condições e medidas de controle</p><p>ambiental necessárias. Geralmente será concedida</p><p>quando a análise de viabilidade ambiental não depender</p><p>de estudos ambientais, podendo ocorrer simultaneamente</p><p>à análise dos projetos de implantação. (PNLA, 2018, p.1-2)</p><p>Além dessas modalidades de licença, ainda temos a Licença</p><p>Simplificada e a Licença Única, sendo a primeira concedida antes da</p><p>implantação do empreendimento ou da atividade, ocorrendo em uma</p><p>única fase. Ela atesta a viabilidade ambiental, aprova a localização</p><p>e autoriza a sua implantação e diz respeito também à operação de</p><p>empreendimento ou atividade, fixando as condições e as medidas de</p><p>controle ambiental que precisam ser atendidas.</p><p>Por sua vez, a Licença Única é aquela que substitui os procedimentos</p><p>administrativos ordinários do licenciamento prévio, de instalação e de</p><p>operação do empreendimento ou da atividade, sendo que todos esses</p><p>são unificados em uma só licença, o que justifica a sua nomenclatura.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>25</p><p>É de extrema importância lembrar que se a empresa previamente</p><p>autorizada a funcionar pelo licenciamento ambiental tiver alguma</p><p>modificação interna, é necessário que ela faça um pedido de revisão</p><p>da licença, que irá analisar se as mudanças realizadas acabam ou não</p><p>alterando o parâmetro de enquadramento nas regras específicas perante</p><p>o órgão ambiental (SOARES, 2020).</p><p>O fato de ainda existir uma modalidade “tutelada” dos procedimentos</p><p>ambientais faz com que algumas empresas teimem em deixar de lado a</p><p>busca pelo licenciamento, uma vez que acreditam que é mais fácil lidar</p><p>com eventuais taxas de danos do que com prazos que atrapalham os</p><p>planos de abrir seus empreendimentos.</p><p>Algo que tem atormentado os gestores é o prazo para</p><p>que o Órgão Ambiental possa analisar o processo de</p><p>licenciamento, por vezes o pedido da Licença e os</p><p>documentos solicitados são apresentados, no entanto, a</p><p>Licença demora anos para ser emitida, gerando prejuízos</p><p>de toda ordem para o empresário, sendo necessário em</p><p>alguns casos, a obtenção de medida judicial para obrigar</p><p>a Administração Pública a analisar os pedidos de licença.</p><p>(PINTO, 2017, p. 2)</p><p>Essa é uma das lacunas relacionadas ao licenciamento ambiental.</p><p>Além disso, como menciona Hofmann (2015), um dos desafios presentes</p><p>no licenciamento ambiental brasileiro faz menção à necessidade de</p><p>evolução no caráter inter e transdisciplinar perante os pareceres técnicos,</p><p>tendo em vista que a metodologia presente na atualidade prega a</p><p>segregação da análise quando o assunto é as diferentes áreas temáticas.</p><p>Contudo, entende-se que um método multidisciplinar traria muitos</p><p>benefícios para o licenciamento ambiental como um todo.</p><p>Logo, podemos concluir que o problema a serem enfrentado pelos</p><p>órgãos ambientais responsáveis por auditorias, perícias e licenciamentos</p><p>é o fato de terem atividades tuteladas e a lentidão nos processos que</p><p>envolvem seu desenvolvimento de modo geral.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>26</p><p>Bases do Licenciamento Ambiental</p><p>O processo de licenciamento ambiental deve obedecer a seguinte</p><p>ordem de execução:</p><p>Figura 5 – Bases do processo de licenciamento ambiental</p><p>Fonte: Instituto Innovate (2018).</p><p>Ainda segundo o Instituto Innovate (2018), o processo de</p><p>licenciamento segue um padrão de sete etapas que podemos simplificar</p><p>em: a- identificar o tipo de licença que o empreendedor requer; b-</p><p>identificar a qual órgão o pedido deve ser feito; c- solicitar o cadastro</p><p>desse requerimento; d- coletar dados e toda documentação; e- preencher</p><p>o cadastro de atividade industrial; f- requerer a licença, isto é, a abertura</p><p>do processo e, por último, g-</p><p>publicar a abertura do processo.</p><p>Figura 6 – Fluxograma do processo de licenciamento ambiental</p><p>Fonte: Instituto Innovate (2018).</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>27</p><p>No Brasil, podem ser exigidos estudos específicos a depender do</p><p>estado onde o pedido de licença é realizado. Alguns dos estudos são:</p><p>PBA (Plano Básico Ambiental ou Projeto Básico Ambiental), RAS (Relatório</p><p>Ambiental Simplificado), RCA (Relatório de Controle Ambiental), PCA</p><p>(Plano de Controle Ambiental) e EIA-RIMA. O RAS (Relatório Ambiental</p><p>Simplificado) é requerido em empreendimentos que tenham impacto</p><p>ambiental de pequeno porte (PNLA, 2018).</p><p>ACESSE:</p><p>Para agregar mais conhecimento sobre o conteúdo</p><p>estudado até o momento, clique aqui.</p><p>Em linhas gerais, podemos definir o licenciamento ambiental como</p><p>um importante instrumento de gestão do ambiente, na medida em que,</p><p>por meio dele, a Administração Pública busca exercer o necessário</p><p>controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições</p><p>ambientais, de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico com</p><p>a preservação do equilíbrio ecológico (MILARÉ, 2009, p. 420).</p><p>Teixeira (2010) também fala sobre o conceito de licenciamento</p><p>ambiental levando em conta seu caráter de poder de polícia que dá, pelo</p><p>Estado, à Administração Pública o direito de empreender sem exceder os</p><p>limites, usando os recursos naturais com o objetivo de garantir a qualidade</p><p>de vida e proteger o meio ambiente.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Em relação a esse poder de polícia ambiental, Machado</p><p>(2010) o conceitua como sendo a atividade da Administração</p><p>Pública responsável por limitar ou por disciplinar direito,</p><p>interesse ou liberdade, também sendo incumbido de</p><p>regular a prática de ato ou a abstenção de fato que decorra</p><p>de interesse público.</p><p>Desta forma, podemos concluir que para que as diretrizes que giram</p><p>em torno do meio ambiente sejam eficazes é preciso que cada órgão ou</p><p>entidade ambiental tenha poder de atuar sem necessidade de apoio de</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=M9Bx4EHjud4&ab_channel=LogicAmbiental</p><p>28</p><p>outros órgãos, isto é, que onde quer que haja um órgão ambiental, ele</p><p>possa ser capaz de agir em seu próprio nome, seguindo todas as leis e</p><p>diretrizes pertinentes.</p><p>Os dois protocolos ambientais, EIA e RIMA, desempenham papel</p><p>importante na liberação de atuação dos empreendimentos. Isso quer</p><p>dizer que sem eles não podem ser ativados empreendimentos, uma</p><p>vez que essa negativa se dá a que esses empreendimentos precisam</p><p>se enquadrar em diretrizes que visem a proteção do meio ambiente da</p><p>melhor forma possível.</p><p>Desse modo, podemos destacar que as auditorias são responsáveis</p><p>por identificar o que pode ser feito para que esses problemas sejam</p><p>evitados e para que os prestadores de serviço possam ter um negócio</p><p>ambientalmente seguro, que não traga saldos negativos em virtude</p><p>de possíveis autuações e multas em perícias ambientais que apontem</p><p>irregularidades.</p><p>ACESSE:</p><p>Assista ao vídeo “Licenciamento Ambiental 2020</p><p>obrigatoriedade e suas fases (LP, LI e LO) – EIA-RIMA”</p><p>clicando aqui.</p><p>Para assegurar que as empresas ajam de forma correta em relação</p><p>ao meio ambiente, portanto, é importante que elas adotem auditorias</p><p>ambientais e façam uso do licenciamento ambiental antes de darem início</p><p>às atividades.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Para entender um pouco mais sobre o licenciamento</p><p>ambiental, leia um artigo sobre o assunto clicando aqui.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=-FFNaMTO6A&ab_channel=AlvarengaCosta</p><p>https://www.masterambiental.com.br/consultoria-ambiental/licenciamento-e-estudos-ambientais/licenciamento-ambiental/</p><p>29</p><p>Ser ambientalmente correta além de evitar problemas judiciais e</p><p>gastos negativos, faz com que seus produtos sejam mais bem vistos pela</p><p>sociedade que, de forma crescente, vem demostrando mais atenção ao</p><p>meio ambiente. Produtos que sejam ambientalmente corretos podem,</p><p>além de tudo, terem preços maiores. Por isso, que a multidisciplinariedade</p><p>pode trazer contribuições para o aperfeiçoamento dos instrumentos que</p><p>se relacionem com as políticas públicas de setores, sendo que essa</p><p>temática passaria a estar mais vinculada com outros aspectos importantes</p><p>para a sociedade, como a saúde, a educação e economia, conforme</p><p>Silveira e Neto (2014).</p><p>Na busca pela atuação coerente dos órgãos de licenciamento</p><p>ambiental e da melhor forma de uso dos poderes a eles dados, Piagentini</p><p>e Favareto (2014) dizem:</p><p>No âmbito técnico, há dificuldades de mais difícil</p><p>transposição, que só poderão ser minimizadas a médio</p><p>prazo, com o avanço das pesquisas científicas que</p><p>permitam melhor compreender – e, como decorrência,</p><p>melhor monitorar – aspectos como os efeitos sobre a</p><p>capacidade de suporte dos ecossistemas, garantindo uma</p><p>avaliação mais fiel dos impactos negativos gerados pelas</p><p>alterações ambientais e maior coerência para a proposição</p><p>de medidas mitigadoras. (PIAGENTINI e FAVARETO, 2014,</p><p>p.41)</p><p>Portanto, assim como abordam Nascimento e Fonseca (2017),</p><p>entende-se que a precariedade que atinge o licenciamento municipal</p><p>é compreensível quando se lava em conta a realidade brasileira, tendo</p><p>em vista que a descentralização do licenciamento ambiental atribui aos</p><p>Municípios mais uma responsabilidade a ser somatizada a suas demais</p><p>competências, como atendimento a saúde e educação da população.</p><p>Assim, é preciso que sejam implementadas soluções de natureza</p><p>política, fiscal e institucional na intenção de que as assimetrias entre os</p><p>entes da federação sejam solucionadas, para que só depois se pense no</p><p>fortalecimento dos órgãos locais de meio ambiente.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>30</p><p>RESUMINDO:</p><p>Neste capítulo você aprendeu um pouco mais sobre</p><p>as licenças que existem. Foram abordadas as fases</p><p>de um licenciamento ambiental, para que você possa</p><p>compreender como é realizado, de forma didática, um</p><p>levantamento desse tipo. Também aprendemos sobre as</p><p>bases do licenciamento ambiental propriamente dito, isto</p><p>é, ficamos sabendo um pouco mais sobre a história e a</p><p>evolução desse sistema de controle. Vimos também que</p><p>existe o poder de polícia para órgãos e entidades com</p><p>finalidades ambientais, mas podemos ainda mencionar</p><p>que os fatores que ainda fazem com que os programas</p><p>ambientais ainda sofram na questão de continuarem com</p><p>metodologias tuteladas e com os prazos, isto é, a lentidão</p><p>que os processos ambientais tomam das indústrias.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>31</p><p>EIA e RIMA</p><p>OBJETIVO:</p><p>Depois de todos os conceitos base sobre licenciamento</p><p>ambiental foram distribuídos nos capítulos anteriores agora</p><p>podemos dar início a avaliação de dois grandes processos</p><p>ambientais que buscam o equilíbrio do meio ambiente com</p><p>o fator socioeconômico das cidades, a EIA e a RIMA..</p><p>Definindo EIA</p><p>Para que haja o licenciamento ambiental são necessários alguns</p><p>documentos, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório</p><p>de Impacto Ambiental (RIMA), que são documentos de caráter técnico</p><p>multidisciplinar que objetivam avaliar, de forma ampla, os impactos</p><p>ambientais significativos, assim como indicar quais as melhores</p><p>metodologias a serem adotadas para mitigar esses impactos (PNLA, 2018).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Nessa perspectiva, o Estudo de Impacto Ambiental e o</p><p>Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) são tidos como</p><p>instrumentos voltados para a proteção ambiental que tem</p><p>como base a Política Nacional do Meio Ambiente, ou seja,</p><p>a Lei nº 6.938/1981. Esses dois estudos fazem uso da</p><p>metodologia de avaliação de impacto ambiental, tendo</p><p>como intenção fornecer um diagnóstico do meio ambiente</p><p>antes que o empreendimento seja instalado, para que</p><p>possam ser identificados os impactos e danos ambientais</p><p>que podem surgir a partir de sua implementação.</p><p>Existem diferenças entre o EIA e o RIMA. o Estudo De Impacto</p><p>Ambiental (EIA) pode ser entendido como aquele efetuado por uma</p><p>equipe</p><p>técnica com a intenção de analisar de forma objetiva o que pode acontecer</p><p>e o que pode ser consequência daquele projeto ou empreendimento no</p><p>meio ambiente. Esse estudo engloba várias disciplinas.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>32</p><p>De acordo com a definição da UFSC (2010) o termo EIA é uma</p><p>avaliação de caráter preliminar necessária para que qualquer obra ou</p><p>atividade que possa causar danos ambientais seja validada de forma</p><p>que ou existam poucos danos ambientais em sua execução ou que</p><p>esses danos possam ser amenizados. Esse procedimento é feito por</p><p>meio de estudos de origem técnica, científica, social e econômico. Ele é</p><p>considerado um meio preventivo da tutela ambiental.</p><p>Em relação ao EIA, ele é um documento que deve ser elaborado</p><p>por uma equipe técnica multidisciplinar habilitada e devem constar nele</p><p>as seguintes atividades, segundo Resolução CONAMA 01/1986 (PNLA,</p><p>2018):</p><p>I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto</p><p>completa descrição e análise dos recursos ambientais e</p><p>suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar</p><p>a situação ambiental da área, antes da implantação do</p><p>projeto, considerando:</p><p>a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima,</p><p>destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e</p><p>aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico,</p><p>as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;</p><p>b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a</p><p>fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da</p><p>qualidade ambiental, de valor científico e econômico,</p><p>raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação</p><p>permanente;</p><p>c) o meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo,</p><p>os usos da água e a socioeconômica, destacando os</p><p>sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais</p><p>da comunidade, as relações de dependência entre a</p><p>sociedade local, os recursos ambientais e a potencial</p><p>utilização futura desses recursos.</p><p>II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de</p><p>suas alternativas, através de identificação, previsão da</p><p>magnitude e interpretação da importância dos prováveis</p><p>impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos</p><p>e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos,</p><p>imediatos e a médio e longo prazos, temporários</p><p>e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>33</p><p>propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos</p><p>ônus e benefícios sociais.</p><p>III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos</p><p>negativos, entre elas os equipamentos de controle e</p><p>sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência</p><p>de cada uma delas.</p><p>lV – Elaboração do programa de acompanhamento</p><p>e monitoramento (os impactos positivos e negativos,</p><p>indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.</p><p>(PNLA, 2018, p.2)</p><p>Figura 7 - Fluxo do processo de Estudo de Impacto Ambiental</p><p>EIA</p><p>RIMA</p><p>CARACTERIZAÇÃO DO</p><p>EMPREENDIMENTO</p><p>INFORMAÇÕES</p><p>GERAIS</p><p>MEDIDAS</p><p>MITICADORAS</p><p>PROGRAMA DE</p><p>MONITORAMENTO</p><p>ÁREA DE</p><p>INFLUÊNCIA</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>AMBIENTAL</p><p>ANÁLISE DOS</p><p>IMPACTOS</p><p>AMBIENTAIS</p><p>Fonte: Cristofoletti (2015, p. 3).</p><p>Podemos compreender a importância dos métodos de análise</p><p>sobre o âmbito ambiental e principalmente do EIA ser realizado: ele é</p><p>considerado um instrumento protetivo, tendo em vista que é o responsável</p><p>por analisar os problemas que podem trazer resultados para instalação,</p><p>ampliação ou funcionamento das atividades tidas como potencialmente</p><p>poluidoras. Destaca-se, ainda, que esse é um instrumento pertencente à</p><p>Política Nacional do Meio Ambiente (SAFE, 2020).</p><p>Segundo a Lei 1.356 no artigo 1º, o EIA/RIMA é obrigatório em</p><p>atividades que sejam relacionadas a:</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>34</p><p>1 – Estradas de rodagem com duas ou mais pistas de</p><p>rolamento;</p><p>2 – Ferrovias;</p><p>3 – Portos e terminais de minério, petróleo e produtos</p><p>químicos;</p><p>4 – Aeroportos, conforme definidos na legislação</p><p>pertinente;</p><p>5 – Oleodutos, gasodutos, minerodutos e emissários</p><p>submarinos de esgotos sanitários ou industriais;</p><p>6 – Linhas de transmissão de energia elétrica, com</p><p>capacidade acima de 230 Kw;</p><p>7 – Barragens e usinas de geração de energia elétrica</p><p>(qualquer que seja a fonte de energia primária), com</p><p>capacidade igual ou superior a 10 Kw;</p><p>8 – Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);</p><p>9 – Extração de minério, inclusive areia;</p><p>10 – Abertura e drenagem de canais de navegação,</p><p>drenagem ou irrigação, ratificação de cursos d’água,</p><p>abertura de barras e embocaduras, transposição de</p><p>bacias, construção de diques;</p><p>11 – Aterros sanitários, processamento e destino final de</p><p>resíduos tóxicos ou perigosos;</p><p>12 – Complexos ou unidades petroquímicas, cloroquímicas,</p><p>siderúrgicas e usinas de destilação de álcool;</p><p>13 – Distritos industriais e zonas estritamente industriais-</p><p>zei;</p><p>14 – Projetos de desenvolvimento urbano e exploração</p><p>econômica de madeira ou lenha em áreas acima de 50</p><p>(cinquenta) hectares, ou menores quando confrontantes</p><p>com unidades de conservação da natureza ou em áreas de</p><p>interesse especial ou ambiental, conforme definidos pela</p><p>legislação em vigor;</p><p>15 – Projetos agropecuários em áreas superiores a 200</p><p>(duzentos) hectares, ou menores quando situados total ou</p><p>parcialmente em áreas de interesse especial ou ambiental,</p><p>conforme definidos pela legislação em vigor;</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>35</p><p>16 – Qualquer atividade que utilize carvão vegetal,</p><p>derivados ou produtos similares acima de 10 (dez)</p><p>toneladas por dia. (MIRANDA, 2017, p.2)</p><p>Branquinho (2011) deixa claro que o EIA nem sempre é obrigatório,</p><p>isto é, só será necessário quando as atividades de determinado</p><p>empreendimento forem analisadas e consideradas de periculosidade ao</p><p>meio ambiente, periculosidade esta que deve ser considerada de caráter</p><p>relevante.</p><p>Ainda que o EIA seja um dos estudos de impacto ambiental de</p><p>maior destaque, não pode ser entendido como o único, já que existem</p><p>estudos de menor complexidade, tais como:</p><p>• Relatório de Controle Ambiental (RCA).</p><p>• Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA).</p><p>• Relatório de Avaliação Ambiental (RAA).</p><p>• Projeto de Controle Ambiental (PCA).</p><p>• Relatório Ambiental Simplificado (RAS).</p><p>• Relatório Ambiental Preliminar (RAP).</p><p>Definindo RIMA</p><p>O RIMA (Relatório De Impacto Ambiental) é um relatório realizado</p><p>para avaliação do estudo ambiental que contém dados importantes</p><p>para averiguar a possiblidade de um determinado estabelecimento ser</p><p>considerado ambientalmente viável. Cristofoletti (2015) afirma que esses</p><p>dados devem ser dispostos de forma clara e objetiva, que qualquer pessoa</p><p>possa ter acesso a eles e consiga compreender toda a sua extensão, isto</p><p>é, deve estar em linguagem acessível, com ilustrações (imagens, gráficos,</p><p>tabelas etc.) que consigam configurar as vantagens e desvantagens do</p><p>projeto a ser estudado, assim como os impactos no meio ambiente.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>36</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Segundo a Resolução CONAMA 01/1986, o RIMA tem</p><p>que obedecer aos critérios mencionados anteriormente</p><p>(linguagem clara e objetiva, fácil compreensão etc.) e deve</p><p>conter todos os dados sobre as propostas de mitigação</p><p>dos impactos, levando em conta a implantação e operação</p><p>geral dos empreendimentos a serem analisados. .</p><p>As informações podem ser demonstradas por meio de mapas,</p><p>cartas, quadros, gráficos e outras técnicas visuais, demonstrando, como já</p><p>anteriormente dito, vantagens e desvantagens totais do empreendimento,</p><p>levando em conta alguns critérios, como:</p><p>a. Os objetivos e as justificativas do projeto.</p><p>b. A descrição do projeto e as suas alternativas tecnológicas e locais.</p><p>c. Síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos de caráter</p><p>ambiental.</p><p>d. Descrição dos prováveis impactos ambientais e das consequências</p><p>de sua implementação e operação de atividades.</p><p>e. Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência.</p><p>f. Descrição dos efeitos que são esperados, tendo em vista as</p><p>medidas mitigadoras relativas aos impactos negativos.</p><p>g. Programa de acompanhamento e de monitoramento dos impactos.</p><p>h. Necessário que ocorra a recomendação da alternativa tida como</p><p>mais favorável.</p><p>De forma geral, podemos compreender que o RIMA é responsável</p><p>por trazer à tona a totalidade das conclusões que foram obtidas no EIA,</p><p>além de ter que respeitar o sigilo industrial (quando solicitado) e pode ser</p><p>livre ao acesso público — porém, para isso, no documento deve constar,</p><p>segundo Caldeira (2020):</p><p>a. Finalidade e justificativas do projeto.</p><p>b. Descrição detalhada e as suas alternativas de tecnológicas.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>37</p><p>c. Resumo dos diagnósticos de caráter ambiental.</p><p>d. Descrição dos impactos ambientais e de como deve ser feita a sua</p><p>implementação.</p><p>e. Descrição do impacto dos efeitos negativos.</p><p>f. Efetuação do acompanhamento e da monitoração dos impactos</p><p>negativos.</p><p>g. Relatório contendo conclusão e comentários gerais.</p><p>A Resolução CONAMA 001/86, em seu artigo nono, define o</p><p>conteúdo mínimo de um RIMA:</p><p>Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá</p><p>as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá,</p><p>no mínimo: I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua</p><p>relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos</p><p>e programas governamentais; II - A descrição do projeto e</p><p>suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando</p><p>para cada um deles, nas fases de construção e operação</p><p>a área de influência, as matérias primas, e mão-de obra,</p><p>as fontes de energia, os processos e técnica operacionais,</p><p>os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os</p><p>empregos diretos e indiretos a serem gerados; III - A síntese</p><p>dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental</p><p>da área de influência do projeto; IV - A descrição dos</p><p>prováveis impactos ambientais da implantação e operação</p><p>da atividade, considerando o projeto, suas alternativas,</p><p>os horizontes de tempo de incidência dos impactos e</p><p>indicando os métodos, técnicas e critérios adotados</p><p>para sua identificação, quantificação e interpretação; V -</p><p>A caracterização da qualidade ambiental futura da área</p><p>de influência, comparando as diferentes situações da</p><p>adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a</p><p>hipótese de sua não realização; VI - A descrição do efeito</p><p>esperado das medidas mitigadoras previstas em relação</p><p>aos impactos negativos, mencionando aqueles que não</p><p>puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado; 22</p><p>VII - O programa de acompanhamento e monitoramento</p><p>dos impactos; VIII - Recomendação quanto à alternativa</p><p>mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).</p><p>Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma</p><p>objetiva e adequada a sua compreensão. As informações</p><p>devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>38</p><p>por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de</p><p>comunicação visual, de modo que se possam entender as</p><p>vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas</p><p>as consequências ambientais de sua implementação.</p><p>(BELLANI, 2014, p.21-22)</p><p>Ao estudar os percalços do EIA-RIMA, Bellani (2014) percebeu</p><p>que os profissionais responsáveis por tais documentos têm agido de</p><p>forma a negligenciar os temas dos estudos relacionados, uma vez que a</p><p>bibliografia é escassa. Porém, sobre o EIA existem vários livros e artigos</p><p>produzidos por instituições de ensino e pesquisa.</p><p>É extremamente importante e necessário que os RIMAs sejam</p><p>mais criteriosos, característica que só será possível a partir do momento</p><p>em que as empresas e os órgãos responsáveis derem mais atenção ao</p><p>documento e trabalharem com a comunidade científica na busca da</p><p>melhoria de suas práticas.</p><p>Nem tudo pode ser previsto por meio desses estudos, por isso o</p><p>EIA nem sempre é suficiente para que todas as condições possam ser</p><p>previstas, porém mesmo nessas hipóteses, é importante que se estabeleça</p><p>o acompanhamento, pois assim será mais fácil que determinadas</p><p>consequências sejam antecipadas.</p><p>Por isso o EIA e o RIMA são importantes de formas diferentes, não</p><p>podendo haver uma confusão entre ambos. O RIMA é um registro que</p><p>aborda as conclusões do EIA, na medida em que este é tido como uma</p><p>abordagem mais completa, tendo em vista que um passo a passo foi</p><p>atendido e seguido em sua construção (CRUZ, 2018).</p><p>O RIMA é o documento que tem poder de definir e demonstrar o</p><p>resultado do EIA. O artigo 6º, trata do estudo de impacto ambiental que</p><p>terá como atividades técnicas mínimas os seguintes quesitos:</p><p>I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto</p><p>completa descrição e análise dos recursos ambientais e</p><p>suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar</p><p>a situação ambientais da área, antes da implantação do</p><p>projeto, considerando: a) o meio físico – o subsolo, as</p><p>águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a</p><p>topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água,</p><p>o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>39</p><p>atmosféricas; b) o meio biológico e os ecossistemas naturais</p><p>– a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras</p><p>da qualidade ambiental. de valor científico e econômico,</p><p>raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação</p><p>permanente; c) o meio socioeconômico – o uso e ocupação</p><p>solo, os usos da água e a socioeconomia destacando os</p><p>sítios e monumentos arqueológicos. históricos culturais</p><p>da comunidade, as relações de dependência entre a</p><p>sociedade local, os recursos ambientais e a potencial</p><p>utilização futura desses recursos. II – Análise dos impactos</p><p>ambientais do projeto e de suas alternativas, através de</p><p>identificação, previsão da magnitude interpretação da</p><p>importância dos prováveis impactos vantes, discriminando:</p><p>os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos),</p><p>diretos e indiretos, imediatos e médio e longo prazos,</p><p>temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade;</p><p>suas propriedades comulativas e sinérgicas; a distribuição</p><p>dos ônus e benefícios sociais. III – Definição das medidas</p><p>mitigadoras dos impactos negativos entre elas os</p><p>equipamentos de controle e sistemas de tratamento</p><p>de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.</p><p>IV – Elaboração do programa de acompanhamento e</p><p>monitoramento dos impactos positivos e negativos,</p><p>indicando os fatores e parâmetros a serem considerados;</p><p>Parágrafo Único Ao determinar a execução do estudo</p><p>de lmpacto ambiental, o órgão estadual competente; ou</p><p>o IBAMA ou, quando couber, o Município fornecerá as</p><p>instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas</p><p>peculiaridades do projeto e características ambientais da</p><p>área. (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2015, p.4)</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>40</p><p>RESUMINDO:</p><p>Neste capítulo você estudou sobre o EIA (Estudo De Impacto</p><p>Ambiental) e ao RIMA (Relatório De Impacto Ambiental),</p><p>que se completam. Esses dois são estudos que buscam</p><p>fomentar a ideia de que uma determinada empresa pode</p><p>atuar no mercado, pois ela segue os padrões definidos por</p><p>diretrizes e normas ambientais, provando que consegue</p><p>coexistir com o meio ambiente, causando pouco ou até</p><p>mesmo nenhum dano ao meio ambiente. Você aprendeu</p><p>que cada sigla tem seu significado, ou seja, não são termos</p><p>iguais. Você aprendeu também que o processo ambiental é</p><p>cheio de detalhes que devem ser observados para que não</p><p>sejam tomadas decisões incorretas ou sem embasamento</p><p>sobre as necessidades da sociedade e do meio ambiente.</p><p>É de extrema importância que, de agora em diante todo o</p><p>conhecimento seja replicado e repassado para as pessoas</p><p>do seu círculo social, de modo que elas também conheçam</p><p>os processos ambientais de uma forma mais leve e fluída.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>41</p><p>SLAP</p><p>OBJETIVO:</p><p>Neste</p><p>último capítulo vamos aprender um pouco sobre</p><p>mais uma das siglas de procedimentos ambientais: SLAP</p><p>que significa Sistema de Licenciamento de Atividades</p><p>Poluidoras..</p><p>Conceituando SLAP</p><p>A legislação presente no Brasil acerca dos Códigos das Águas e</p><p>da Floresta são de 1934, contudo, apenas em 1975 foi estabelecida a</p><p>Secretaria Especial do Meio Ambiental, e o licenciamento ambiental surgiu</p><p>a partir de uma derivação do Sistema de Licenciamento de Atividades</p><p>Poluidoras, também conhecido pela sigla SLAP.</p><p>O termo SLAP foi introduzido pela Legislação Ambiental Federal e</p><p>ele determina um conjunto de leis que envolvem tanto normas técnicas</p><p>quanto administrativas que buscam, assim como as outras diretrizes</p><p>ambientais, implantar um sistema responsável por analisar e permitir ou</p><p>não o funcionamento de equipamentos poluidores ou potencialmente</p><p>poluidores no território brasileiro (VERDEGHAIA, 2019).</p><p>Esse sistema foi instituído em 1977 pelo Decreto Estadual n.1.633</p><p>de 21 de dezembro em conjunto com o Decreto-lei n.134, de 16 de junho</p><p>de 1975 (FEEMA, 2000) e regulou, durante muito tempo, o licenciamento</p><p>ambiental, tendo sido por meio de suas determinações que as atividades</p><p>potencialmente poluidoras passaram a ter como obrigação a obtenção da</p><p>licença ambiental.</p><p>A importância desse sistema destacava a necessidade de que</p><p>ele passasse por atualizações, então, em 2009 o SLAP foi reformulado</p><p>e substituído pelo Sistema de Licenciamento Ambiental (SLAM), a partir</p><p>do qual novos mecanismos foram inseridos e consolidados em um único</p><p>documento. Esse sistema também foi responsável por instituir critérios</p><p>para determinação do porte e potencial poluidor dos empreendimentos e</p><p>das atividades voltadas para o processo de licenciamento.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>42</p><p>Nessa perspectiva, o SLAM foi o responsável por proporcionar uma</p><p>maior agilidade na emissão das licenças ambientais, pois as suas práticas</p><p>tornaram possível a utilização de diferentes instrumentos para colocar em</p><p>prática determinadas atividades e empreendimentos que não dependiam</p><p>mais dos estudos ambientais complexos.</p><p>Tabela 2 – Relação SLAP</p><p>Objetivo</p><p>O SLAP foi criado para disciplinar a implantação</p><p>e o funcionamento de qualquer equipamento ou</p><p>atividade considerada poluidora e/ou passível de</p><p>provocar degradação ambiental.</p><p>Abrangência</p><p>Estão sujeitos ao SLAP todos os empreendimentos</p><p>passíveis de poluição ou degradação do meio</p><p>ambiente que estejam se implantando ou já em</p><p>atividade.</p><p>Licenciamento</p><p>ambiental</p><p>O instrumento de controle do SLAP é o</p><p>licenciamento ambiental que se processa por três</p><p>tipos de licenças, todas obrigatórias: LP, LI e LO.</p><p>Fonte: FEEMA (2000).</p><p>Dessa forma, são consideradas como atividades potencialmente</p><p>poluidoras ou degradadoras do meio ambiente, segundo a Resolução do</p><p>CONEMA nº02/2008:</p><p>I – indústrias químicas e alimentícias; II – postos</p><p>revendedores, postos de abastecimento, instalações de</p><p>sistemas retalhistas e postos flutuantes de combustíveis e</p><p>bases de estocagem de combustíveis; III – galvanizadoras;</p><p>IV – portos organizados, instalações portuárias e terminais</p><p>marítimos de minério e de produtos químicos; V – usinas</p><p>de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de</p><p>energia primária; VI – construção e instalação de refinaria</p><p>de petróleo, unidades petroquímicas, cloroquímicas,</p><p>siderúrgicas, metalúrgicas e usinas de destilação de álcool;</p><p>VII – qualquer atividade industrial que utilize carvão vegetal</p><p>ou mineral, seus derivados e seus produtos similares; VIII –</p><p>gasodutos, minerodutos, refinarias, oleodutos e terminais</p><p>de petróleo e seus derivados; IX – instalações destinadas</p><p>à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas; X –</p><p>instalações de processamento e disposição final de</p><p>resíduos perigosos; XI – instalações de processamento,</p><p>recuperação e destinação final de lixo urbano;</p><p>XII – atividades de extração mineral inclusive de</p><p>combustível fóssil. (RESOLUÇÃO CONEMA N° 02 DE 07 DE</p><p>OUTUBRO DE 2008, p.2)</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>43</p><p>Segundo Gusmão (2006), esse procedimento (SLAP) tem como</p><p>formato de funcionamento o acompanhamento, de forma sistêmica, de</p><p>todas as consequências ambientais das atividades que são analisadas,</p><p>seguindo critérios em todas as etapas que compõem as metodologias</p><p>empregadas na elaboração até a instalação e realização do projeto,</p><p>observando o cumprimento de todas essas etapas, assim como das</p><p>restrições em cada uma delas durante toda execução do projeto, além</p><p>das medidas de controle e regras de operação, também não deixando de</p><p>lado as rotinas de acompanhamento de licença (MORAES, 2010).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Thomazi et al.. (2001) diz que a Resolução 03, de 28</p><p>de dezembro de 1977, estabeleceu que, as licenças,</p><p>serão dispostas pela FEEMA e a CECA, em conjunto dos</p><p>prazos máximos dados da data de atendimento pelo</p><p>empreendedor que se demonstrou atento as necessidades</p><p>ambientais, esse prazo gira em torno de 30 a 60 dias.</p><p>Salienta-se que a construção, instalação, ampliação e funcionamento</p><p>das atividades que fazem uso dos recursos ambientais e que são tidas</p><p>como poluidoras ou potencialmente poluidoras só serão permitidas</p><p>quando for emitido prévio licenciamento, partindo dos órgãos estaduais</p><p>que fazem parte do Sistema Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1990</p><p>apud OLIVEIRA, 2010).</p><p>Rosado (2000) aborda o que foi feito para melhorar o SLAP.</p><p>Nesse sentido, com a intenção de aperfeiçoar esse sistema, em 1997 o</p><p>CONAMA aprovou a Resolução nº 237, por meio da qual foram fixadas as</p><p>competências privativas do órgão federal do meio ambiente, direcionando</p><p>atenção para o licenciamento ambiental. Essa foi a resolução incumbida</p><p>de fixar as competências privativas do órgão federal do meio ambiente</p><p>para o licenciamento ambiental, englobando questões como os</p><p>empreendimentos e as atividades de impacto marcante, destinados à</p><p>pesquisa de lavra, produção, transporte e armazenamento, bem como</p><p>aquelas que levam em consideração as bases ou empreendimentos de</p><p>caráter militar, entre outras.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>44</p><p>Mudanças no Cenário do SLAP</p><p>No ano de 2009, uma reformulação foi feita na atual SLAP e novos</p><p>mecanismos foram trazidos para o sistema, que foi substituído pelo SLAM</p><p>(Sistema de Licenciamento Ambiental) tornando-se um único documento</p><p>(VALINHAS, 2010, apud SILVA et al., 2014) onde além desse fato foram</p><p>instituídos critérios que fossem capazes de determinar com coerência o</p><p>porte e potencial poluidor dos empreendimentos para assim poder definir</p><p>se eles podem ou não estar em processo de licenciamento (SILVA et al.,</p><p>2014).</p><p>Segundo o autor dispõe, após analisar alguns trabalhos da</p><p>área, sobre o licenciamento ambiental ser uma ferramenta</p><p>de caráter imprescindível na gestão ambiental e que se for</p><p>corretamente desempenhado pelos órgãos competentes</p><p>serve como somador na análise ambiental sobre os</p><p>impactos ambientais (positivos e negativos) podendo,</p><p>portanto, tomar medidas cabíveis segundo esses critérios.</p><p>(GURGEL JR, 2014. p.25)</p><p>Nessa perspectiva, o artigo 3º da Resolução CONAMA nº 16, de 07</p><p>de dezembro de 1989, determina que:</p><p>Art. 3º - O Programa terá as seguintes estratégias gerais</p><p>de execução: I - Inventário de Atividades modificadoras do</p><p>meio ambiente: a) Levantamento de dados já existentes:</p><p>relação de atividades já implementadas; b) Mapeamento</p><p>dos dados obtidos; c) Levantamento das atividades já</p><p>licenciadas no órgão de meio ambiente; d) Cruzamento</p><p>de dados; e) Informatização da informação. II - Sistema</p><p>de Licenciamento de Atividades Poluidoras - SLAP:</p><p>a) Identificação das atividades a serem licenciadas; b)</p><p>Correlação de Avaliação com dados ambientais; c) Definição</p><p>de prioridades para o licenciamento; d) Elaboração de</p><p>plano de procedimento; e) Avaliação do impacto ambiental</p><p>do empreendimento; f) Análise e emissão de licenças. III -</p><p>Monitoramento e Fiscalização Ambiental: a) Identificação</p><p>dos parâmetros a serem avaliados a acompanhados; b)</p><p>Definição das técnicas e métodos a serem utilizados; c)</p><p>Estabelecimento de redes de amostragem e fiscalização;</p><p>d) Redação de campanhas de monitoramento e</p><p>fiscalização; e) Implementação de medidas de controle.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>45</p><p>IV - Recuperação Ambiental: a) levantamento das áreas</p><p>degradadas; b) estudo e avaliação das alternativas de</p><p>recuperação possíveis; c) implementação de técnicas de</p><p>recuperação. V - Planejamento Ambiental: a) Elaboração</p><p>e realização de campanhas de educação ambiental; b)</p><p>Fornecimento de subsídios para pesquisas científicas</p><p>e tecnológicas; c) Elaboração de programas estaduais</p><p>de controle ambiental; d) Avaliação permanente da</p><p>qualidade ambiental do estado; e) Treinamento pessoal;</p><p>VI - Capacitação dos Órgãos estaduais de meio ambiente:</p><p>a) Avaliação da situação do Órgão: - institucional; - legal;</p><p>- pessoa. - infra- estrutura física, etc. b) Estudo das</p><p>alternativas; c) Correlacionamento com as demandas e</p><p>necessidades ambientais do Estado; d) Implantação das</p><p>soluções. (CONAMA nº 16, 1989)</p><p>O SLAP considerava as licenças prévia, de instalação e operação.</p><p>O novo sistema criou os seguintes novos documentos: Autorização</p><p>Ambiental (AA) destinado ao interesse público; Certidão Ambiental (CA)</p><p>relativo ao órgão ambiental e incumbido por manifestar a sua anuência</p><p>para casos específicos; Licença Ambiental Simplificada (LAS), relativa</p><p>aos empreendimentos de baixo impacto ambiental; Licença Prévia e de</p><p>Instalação (LPI), destinada ao afastamento da viabilidade ambiental do</p><p>empreendimento; e Licença de Instalação e Operação (LIO), por meio</p><p>da qual são estabelecidas as condições voltadas para a operação do</p><p>empreendimento.</p><p>Também foram criadas as licenças específicas para a recuperação</p><p>dos passivos ambientais, além de mais uma novidade, o TE (Termo de</p><p>Encerramento), que é relativo ao descomissionamento de atividades.</p><p>Esse novo documento teve o papel de aumentar a responsabilidade dos</p><p>profissionais envolvidos nesse processo que podem receber punições a</p><p>medida que seus serviços perante o órgão ambiental estejam deixando a</p><p>desejar (GRAEL, 2009).</p><p>Agora vamos dar uma olhada no gráfico que demonstra o histórico</p><p>evolutivo do licenciamento ambiental no Brasil.</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>46</p><p>Figura 8 – Histórico licenciamento ambiental no Brasil</p><p>Fonte: Carmo e Silva (2013).</p><p>No Brasil, é difícil entender o que dificulta o licenciamento, pois</p><p>grande parte dos problemas e obstáculos relacionados a essa área estão</p><p>enraizados em questões de caráter social, sendo que alguns aspectos</p><p>causam mais impactos do que outros. Dessa forma, o entendimento</p><p>acerca do contexto social, político e econômico também é de fundamental</p><p>importância para as políticas públicas ambientais, pois devem levar em</p><p>conta as decisões que partem do governo e os aspectos que dependem</p><p>da negociação, das preferências e dos interesses dos diversos atores,</p><p>conforme Carmo e Silva (2013).</p><p>Uma medida que foi tomada a fim de melhorar todo o processo</p><p>de licenciamento ambiental no Estado de Santa Catarina (que pode ser</p><p>ampliado para todo o país) é a colaboração entre a Secretaria de Estado do</p><p>Desenvolvimento Econômico Sustentável e os municípios, com intuito de</p><p>delegar funções pertinentes ao procedimento de autorização de atuação</p><p>de programas gestores compartilhados. Algumas informações podem ser</p><p>requeridas por endereço eletrônicos, tais como (NEIVA e NUMATA, 2019):</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>47</p><p>• Declaração de corte eventual de árvores.</p><p>• Transporte proveniente de corte eventual.</p><p>• Corte de árvores isoladas.</p><p>• Corte de árvores de risco.</p><p>• Corte de vegetação em estágio inicial (não pequeno produtor).</p><p>• Corte de vegetação em estágio inicial (pequeno produtor).</p><p>• Cadastro ambiental rural – car.</p><p>• Supressão de vegetação em imóvel urbano.</p><p>• Intervenção em área de preservação permanente – app (baixo</p><p>impacto ambiental).</p><p>• Aprovação de compensação ambiental.</p><p>[...] o processo de licenciamento ambiental é um</p><p>importante instrumento de suporte ao desenvolvimento</p><p>sustentável, mas o tema requer constante aprimoramento,</p><p>para superar os desafios da modernidade e não se</p><p>tornar um entrave ao crescimento econômico. Não</p><p>basta a previsão constitucional, a elaboração de leis e</p><p>normas detalhadas, pormenorizadas e burocráticas se</p><p>não existe uma atuação efetiva do Poder Público, com</p><p>o aparelhamento necessário dos órgãos ambientais,</p><p>especialização dos seus funcionários, como também uma</p><p>conscientização do empreendedor da necessidade da</p><p>apresentação de estudos ambientais com tecnicidade,</p><p>visando sempre à efetividade do desenvolvimento</p><p>sustentável. Entraves no licenciamento ambiental existem</p><p>e atrasam o desenvolvimento do País, mas podem ser</p><p>minorados, se houver uma atuação conjunta do Estado,</p><p>dos empreendedores e da sociedade. (NEIVA; NUMATA,</p><p>2019, p.5-6)</p><p>Assim, o processo de licenciamento ambiental é tido como um</p><p>instrumento de destaque para o desenvolvimento sustentável, sendo</p><p>que esse considera os aspectos sociais, econômicos e ambientais. Dessa</p><p>forma, apenas a determinação presente na constituição não é o suficiente,</p><p>sendo também imprescindível que ocorra a elaboração de leis e normas</p><p>bem detalhadas acerca dessa temática e que elas não sejam marcadas</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>48</p><p>pela burocracia e dificuldade em sua aplicação. Nesse sentido, entraves</p><p>presentes no licenciamento ambiental são os responsáveis por atrasar o</p><p>desenvolvimento do país, principalmente nos casos em que há aplicação</p><p>do empreendedorismo e da sociedade.</p><p>Vamos observar a figura a seguir, que demonstra os principais</p><p>problemas que são encontrados no Brasil acerca do licenciamento</p><p>ambiental.</p><p>Figura 9 – Principais problemas enfrentados no processo de licenciamento no Brasil</p><p>Fonte: Confederação Nacional da Indústria (2013).</p><p>Portanto, podemos reiterar que, segundo decreto (nº4.344, de 7 de</p><p>outubro de 1998, art. 4º), o SLAP é um instrumento da Política Estadual</p><p>essencial que garante a conservação e qualidade do meio ambiente,</p><p>assim como seu equilíbrio ecológico, atuando no acompanhamento</p><p>das decisões que impliquem a localização, instalação e operações</p><p>de estabelecimentos com potencial poluidor ou degradador do meio</p><p>ambiente (CIFLORESTAS, 2010, p.1).</p><p>Por último, vamos abordar a diferença entre poluição e danos</p><p>ambientais em relação aos procedimentos de análise ambiental. Nos</p><p>estudos ambientais sobre poluição (degradação de características</p><p>dos ecossistemas), leva-se em conta os efeitos relacionados ao meio</p><p>ambiente em si, em sua totalidade, enquanto nos estudos de danos</p><p>Sistema de Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental</p><p>https://www.masterambiental.com.br/consultoria-ambiental/licenciamento-e-estudos-ambientais/licenciamento-ambiental/</p><p>49</p><p>ambientais (diminuição ou subtração de bem ou interesse que agrida</p><p>ao meio ambiente) leva-se em conta o fator jurídico, pois envolve mais</p><p>do que o meio ambiente, sendo analisados os quesitos populacionais</p><p>e socioeconômicos que podem ser ou são afetados por atuação das</p><p>empresas. Logo, as metodologias devem ser estudas de forma diferente</p><p>para cada um desses conceitos.</p><p>RESUMINDO:</p><p>Bem, chegamos ao final de mais uma Unidade. Nessa</p><p>Unidade recapitulamos os conceitos chave do estudo de</p><p>gestão ambiental e introduzimos alguns termos novos</p><p>para não deixar o assunto somente naquele mesmo fluxo.</p><p>Nessa Unidade você aprendeu que existem outros tipos de</p><p>licenças sem ser aquelas típicas, sabe? Pois é, aprendemos</p><p>que o licenciamento ambiental pode ser realizado por</p><p>vários outros profissionais que tenham conhecimento</p><p>em áreas afins. Ficamos sabendo das fases e das bases</p><p>do licenciamento ambiental assim como aprendemos a</p><p>definir e compreender que EIA e RIMA não são as mesmas</p><p>coisas e que possuem significados</p>