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<p>RIO DE JANEIRO</p><p>2018</p><p>REALIZAÇÃO</p><p>ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS</p><p>SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA</p><p>DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO</p><p>ASSESSORIA TÉCNICA</p><p>BRUNO KELLY – 2018/2016</p><p>AFONSO LOPES TEIXEIRA GARCIA LAMAS – 2017</p><p>PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO</p><p>ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL</p><p>PICTORAMA DESIGN</p><p>CAPA</p><p>COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,</p><p>sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG</p><p>E73s Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.</p><p>Seguros de riscos rurais e equipamentos rurais/Supervisão e coordenação metodológica da</p><p>Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Bruno Kelly. – Rio de Janeiro: ENS, 2018.</p><p>143 p.; 28 cm</p><p>1. Seguro rural. I. Kelly, Bruno. II. Título.</p><p>0017-1907 CDU 368.5(072)</p><p>A</p><p>Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diver-</p><p>sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem</p><p>para um mercado de seguros, previdência complementar,</p><p>capitalização e resseguro cada vez mais qualificado.</p><p>Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para</p><p>profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros ofe-</p><p>rece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiên-</p><p>cias com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida</p><p>trajetória acadêmica.</p><p>A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho</p><p>para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes</p><p>e a competitividade é cada vez maior.</p><p>Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>1. UMA BREVE VISÃO DO AGRONEGÓCIO 8</p><p>SEGURANÇA ALIMENTAR 11</p><p>AGRONEGÓCIO 12</p><p>Os Principais Segmentos do Agronegócio 13</p><p>Importância do Agronegócio 14</p><p>Oportunidades 14</p><p>Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro 14</p><p>Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro 15</p><p>O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO 16</p><p>CRÉDITO RURAL PARA A AGRICULTURA COMERCIAL 17</p><p>EM RESUMO 18</p><p>FIXANDO CONCEITOS 1 19</p><p>2. CRONOLOGIA NO SETOR DE SEGURO RURAL 22</p><p>CRONOLOGIA 24</p><p>CNSA – COMPANHIA NACIONAL DE SEGURO AGRÍCOLA 25</p><p>FESR – FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL 26</p><p>Receitas do FESR 26</p><p>Obtenção da Garantia do FESR 27</p><p>COSESP – COMPANHIA DE SEGUROS DO ESTADO DE SÃO PAULO 28</p><p>PROAGRO – PROGRAMA DE GARANTIA DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA 28</p><p>Síntese Histórica 28</p><p>PROAGRO MAIS 31</p><p>PSR – PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL 31</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTERATIVO</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>ALIANÇA DO BRASIL 32</p><p>FIXANDO CONCEITOS 2 33</p><p>3. POLÍTICA AGRÍCOLA 35</p><p>MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO) 36</p><p>Missão 36</p><p>Uma Parceria Histórica com o Agronegócio 36</p><p>RESSEGURADORAS 37</p><p>SUSEP – SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS 38</p><p>PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES EM VIGOR 38</p><p>Normas que Atualmente Regem o Seguro Rural 38</p><p>FIXANDO CONCEITOS 3 41</p><p>4. RISCO RURAL 42</p><p>INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PRODUTOR RURAL 43</p><p>OPERAÇÃO DO SEGURO RURAL 44</p><p>Mensuração do Risco 44</p><p>Produção 45</p><p>Distribuição dos Prêmios 46</p><p>Sinistralidade do Seguro Agrícola 47</p><p>CONCEITOS 48</p><p>Rural e Agrícola 48</p><p>Custeio, Produção, Rendimento e Índice 48</p><p>Safra e Safrinha 49</p><p>Zoneamento Agrícola 49</p><p>RISCOS 51</p><p>Riscos Não Correlacionados 52</p><p>Riscos Correlacionados 52</p><p>Riscos Intermediários 53</p><p>PREMISSAS 54</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Redução do Risco 54</p><p>Reconhecimento de Riscos Não Seguráveis 55</p><p>Capacidade Financeira 55</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS SEGURÁVEIS – RISCOS RURAIS 56</p><p>Lei dos Grandes Números 56</p><p>Acidental 56</p><p>Mensurável 56</p><p>Independente 57</p><p>Provável 57</p><p>Viável 57</p><p>MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DO RISCO 58</p><p>Diversificação 58</p><p>Franquia 58</p><p>Redução do Prêmio 58</p><p>Cosseguro 59</p><p>Resseguro & FESR 59</p><p>Consórcio 59</p><p>EM RESUMO 60</p><p>FIXANDO CONCEITOS 4 62</p><p>5. RAMOS DO SEGURO RURAL 66</p><p>MODALIDADES DO SEGURO RURAL 68</p><p>Seguro Agrícola 68</p><p>Seguro de Granizo x Seguro Multirrisco 68</p><p>Seguro de Animais 72</p><p>Seguro Pecuário 72</p><p>Seguro Aquícola 73</p><p>Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários 73</p><p>Seguro de Penhor Rural 74</p><p>Seguro de Florestas 79</p><p>Seguro de Cédula do Produto Rural – CPR 80</p><p>Seguro de Vida do Produtor Rural 82</p><p>EM RESUMO 82</p><p>FIXANDO CONCEITOS 5 84</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>6. OS DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO 86</p><p>GARGALO LOGÍSTICO 87</p><p>SISTEMA TRIBUTÁRIO 88</p><p>CONTROLE SANITÁRIO 88</p><p>INCREMENTO DA COMPETITIVIDADE 89</p><p>PESQUISA & DESENVOLVIMENTO (P&D) 89</p><p>7. EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS 91</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO 92</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS 96</p><p>ESTUDOS DE CASO 101</p><p>ANEXOS 104</p><p>Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro agrícola 104</p><p>Anexo 2 – Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003 106</p><p>Anexo 3 – Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004 113</p><p>Anexo 4 – Resolução CNSP 339, 11 de maio de 2016 118</p><p>Anexo 5 – Circular SUSEP 286, de 21 de março de 2005 128</p><p>Anexo 6 – Decreto 5.782, de 23 de maio de 2006 130</p><p>Anexo 7 – Lei Complementar 137, de 26 de agosto de 2010 132</p><p>GABARITO 141</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 143</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 8</p><p>UNIDADE 1</p><p>■ Compreender a</p><p>importância do</p><p>agronegócio para o país e</p><p>para a sociedade</p><p>■ Conhecer quais os</p><p>principais segmentos do</p><p>agronegócio</p><p>■ Identificar quais os</p><p>pontos fortes e fracos do</p><p>agronegócio brasileiro</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>SEGURANÇA ALIMENTAR</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>O POTENCIAL DO</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>CRÉDITO RURAL PARA A</p><p>AGRICULTURA COMERCIAL</p><p>FIXANDO CONCEITOS 1</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>01</p><p>Uma BREVE VISÃO do</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>■ Entender os principais</p><p>obstáculos à ampliação</p><p>das exportações</p><p>■ Identificar o que é o</p><p>crédito rural</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 9</p><p>UNIDADE 1</p><p>O</p><p>Brasil tem uma inegável vocação agrícola, e alguns analistas</p><p>apontam, inclusive, que seremos o maior país agrícola do</p><p>mundo em um prazo de até dez anos. Isto posto, é fácil per-</p><p>ceber que o agronegócio brasileiro é uma atividade próspera,</p><p>segura e rentável. Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia</p><p>solar abundante e quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o</p><p>Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta</p><p>produtividade, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados.</p><p>O agronegócio é, hoje, a principal locomotiva da economia brasileira e res-</p><p>ponde por um em cada três reais gerados no país.</p><p>O Brasil situa-se, no contexto mundial atual, como celeiro mundial em ter-</p><p>mos de agronegócio. O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo,</p><p>além de elevada tecnologia utilizada no campo, dados estes que fazem</p><p>do agronegócio brasileiro um setor moderno, eficiente e competitivo no</p><p>cenário internacional.</p><p>Temos acompanhado o esforço do Governo Federal no sentido de consolidar</p><p>a agricultura brasileira como setor estratégico moderno e competitivo. Para</p><p>isso, o governo brasileiro vem lutando, junto aos fóruns internacionais, pelo</p><p>acesso ao mercado e redução dos subsídios. Internamente, vem buscando</p><p>implementar medidas que permitam ao Brasil uma condição produtiva cada</p><p>vez maior, como a adoção de crédito com juros fixos, investimento em pes-</p><p>quisa, fortalecimento da defesa agropecuária, melhoria da infraestrutura</p><p>uma pequena participação desse seguro, como observamos</p><p>no gráfico a seguir. Portanto, existe um grande potencial de crescimento.</p><p>1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016</p><p>4,00%</p><p>3,50%</p><p>3,00%</p><p>2,50%</p><p>2,00%</p><p>1,50%</p><p>1,00%</p><p>0,50%</p><p>0,00%</p><p>0,28%</p><p>0,15%</p><p>0,20% 0,21%</p><p>0,27%</p><p>0,33% 0,33%</p><p>0,43%</p><p>0,61% 0,63%</p><p>0,68%</p><p>0,77%</p><p>0,67%</p><p>1,09%</p><p>1,14%</p><p>1,19%</p><p>1,03%</p><p>1,67%</p><p>1,96%</p><p>3,42%</p><p>3,76%</p><p>0,74%</p><p>PARTICIPAÇÃO DO SEGURO RURAL</p><p>NO MERCADO DE SEGUROS (1995-2016)</p><p>Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisionados do</p><p>Centro de Estatística da SUSEP.</p><p>46</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Distribuição dos Prêmios</p><p>A distribuição dos prêmios por região, no ano de 2016, deu-se da seguinte forma:</p><p>REGIÃO % DO PRÊMIO</p><p>Sul 45,30</p><p>Sudeste 24,16</p><p>Centro-Oeste 23,23</p><p>Nordeste 5,50</p><p>Norte 1,81</p><p>Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos</p><p>mercados supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP.</p><p>O Paraná (PR) foi o estado que mais arrecadou prêmios em 2016, com</p><p>22,22% do total, seguido do Rio Grande do Sul (RS), com 20,25%, e</p><p>de São Paulo (SP), com 14,07%. Estes três estados juntos representam</p><p>56,54% de todo o prêmio emitido no Seguro Rural anualmente.</p><p>Analisando a produção do Seguro Rural por modalidade, em 2016, a</p><p>modalidade com maior volume de prêmio foi o Seguro Agrícola (englo-</p><p>bando as operações com e sem participação do FESR).</p><p>A segunda modalidade, em volume de prêmio, foi o Penhor Rural. Essas duas moda-</p><p>lidades juntas representam mais de 73% de todo o segmento de Seguros Rurais.</p><p>RAMO PRÊMIO DIRETO (R$) %</p><p>1101 / 1102 – Seguro Agrícola 1.793.330.681 49,23%</p><p>1162 / 1163 – Penhor Rural 894.609.226 24,56%</p><p>1198 – Seguro de Vida do Produtor Rural 676.452.399 18,57%</p><p>1130 – Seguro Benf. e Prod. Agropecuários 239.754.955 6,58%</p><p>1107 / 1108 – Seguro Florestas 17.834.212 0,49%</p><p>1164 – Seguros Animais 12.797.166 0,35%</p><p>1103 / 1104 – Seguro Pecuário 7.850.479 0,22%</p><p>1105 / 1106 – Seguro Aquícola 0 0,00%</p><p>1109 – Seguro da Cédula do Produto Rural 0 0,00%</p><p>Totais 3.642.629.118 100,00%</p><p>Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisionados</p><p>do Centro de Estatística da SUSEP ( janeiro a dezembro de 2016).</p><p>Saiba mais</p><p>Sugestão de leitura</p><p>Distribuição de Prêmios</p><p>www.susep.gov.br</p><p>http://www.susep.gov.br</p><p>47</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Sinistralidade do Seguro Agrícola</p><p>A tarifação do Seguro Agrícola é muito difícil no Brasil, por falta de dados</p><p>estatísticos e estudos climáticos. Portanto, pode haver uma grande variabili-</p><p>dade nas sinistralidades, dependendo das ocorrências cíclicas dos eventos</p><p>meteorológicos, como podemos observar na tabela a seguir. Esse é um dos</p><p>principais motivos de as seguradoras necessitarem de que haja a cobertura</p><p>de resseguradores e do FESR para comercializar o Seguro Agrícola.</p><p>ANO SINISTRALIDADE</p><p>1995 77</p><p>1996 80</p><p>1997 46</p><p>1998 156</p><p>1999 62</p><p>2000 117</p><p>2001 69</p><p>2002 227</p><p>2003 25</p><p>2004 267</p><p>2005 365</p><p>2006 29</p><p>2007 45</p><p>2008 40</p><p>2009 79</p><p>2010 6,5</p><p>2011 45</p><p>2012 83</p><p>2013 37</p><p>2014 18</p><p>2015 89</p><p>2016 76</p><p>Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados</p><p>supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP.</p><p>48</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>CONCEITOS</p><p>Começando pelo conceito de que o bem segurado pode englobar desde a vida</p><p>e o patrimônio do produtor rural até a safra, temos que ter em mente que, no</p><p>Seguro de Safra, o bem não é sempre o mesmo e que, no risco rural, lida-se com</p><p>a chance ou probabilidade de consequências desfavoráveis sobre organismos</p><p>vivos expostos a céu aberto, sobre os quais o produtor não tem controle.</p><p>— Rural e Agrícola</p><p>No Brasil, sempre foi relativamente confusa a terminologia das atividades</p><p>que, direta ou indiretamente, exercem o papel de seguro para a ativida-</p><p>de agropecuária. É muito comum que muitos agricultores façam confusão</p><p>entre o Seguro Rural Privado e os programas governamentais, destacan-</p><p>do-se, entre eles, o PROAGRO.</p><p>O conceito de Seguro Rural privado, tal qual é utilizado hoje em dia, con-</p><p>sidera-se tratar do seguro operacionalizado por seguradoras, nas áreas</p><p>de Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário, Seguro de</p><p>Florestas e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas.</p><p>A atividade do PROAGRO, que, por muitos, é considerada como Seguro</p><p>Rural Governamental (Agrícola), não deve ser entendida como Seguro</p><p>Rural do ponto de vista legal.</p><p>A nova classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP, pre-</p><p>vê a existência do Grupo 11 – Rural/Animais –, que abrange todos aqueles</p><p>seguros direcionados à agricultura e à pecuária. O Seguro Agrícola, por</p><p>sua vez, é tão somente um dos ramos participantes do grupo.</p><p>— Custeio, Produção, Rendimento e Índice</p><p>Como o mercado está mudando, novas transações deverão exigir desenhos</p><p>alternativos na transferência de riscos e compensação de prejuízos. Embora</p><p>já existam várias formas de comercialização, as que se encontram mais pre-</p><p>sentes no mercado são:</p><p>■ Seguros de Custos (ou de Custeio) – o objeto do seguro é a inde-</p><p>nização da despesa de custeio da safra, do preparo do solo à colhei-</p><p>ta. Esse seguro permite que, sobrevindo o sinistro, o agricultor tenha</p><p>recursos para o replantio (se a indenização ocorrer em tempo hábil)</p><p>ou, pelo menos, possa manter-se na atividade.</p><p>■ Seguro de Produção – o objeto do seguro é a indenização da perda</p><p>de produção do agricultor. A perda de produção é a diferença entre a</p><p>produção em quantidade (toneladas ou sacas por hectare), estimada na</p><p>contratação da apólice, e a produção verificada por ocasião da colheita.</p><p>Rural</p><p>Conjunto amplo de seguros</p><p>direcionados à agricultura</p><p>e pecuária.</p><p>Agrícola</p><p>Subdivisão do Ramo de Seguro</p><p>Rural, direcionado a culturas</p><p>permanentes e temporárias.</p><p>Custeio</p><p>Seguro limitado ao custo de im-</p><p>plantação, manutenção e colheita.</p><p>Produção</p><p>Seguro atrelado ao montante físico</p><p>colhido, normalmente medido em</p><p>toneladas, sacas ou arrobas.</p><p>Rendimento</p><p>Seguro que garante a produção</p><p>por hectare tanto contra risco físico</p><p>quanto de mercado.</p><p>Índice</p><p>Seguro de produtividade associado</p><p>a indicador regional.</p><p>49</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>■ Seguro de Rendimento – o objeto do seguro é a indenização</p><p>da perda de receita do agricultor por hectare cultivado. A perda</p><p>de receita é a diferença entre a receita esperada e a receita efeti-</p><p>va, obtida por ocasião da venda. A receita esperada depende da</p><p>produtividade física da lavoura (toneladas ou sacas por hectare)</p><p>e também do preço do produto, e ambos têm um forte compo-</p><p>nente aleatório. A receita esperada é, portanto, o produto de uma</p><p>promessa tecnológica (a produção futura) pelo preço futuro do</p><p>bem que vier a ser colhido. O ressarcimento é baseado no valor</p><p>das perdas que podem decorrer, tanto do risco físico da produção</p><p>quanto do risco de mercado.</p><p>■ Seguro de Índice – o objeto do seguro é a indenização da perda</p><p>de produtividade, associada a um indicador regional. A perda é</p><p>estimada através de um índice que determina a quebra de produ-</p><p>tividade (toneladas ou sacas por hectare) da região. A quebra é</p><p>determinada pelo confronto das produtividades estimada e efetiva.</p><p>— Safra e Safrinha</p><p>Uma das principais características dos produtos agrícolas é a sazonalidade</p><p>da produção, ou seja, sua oferta ao mercado é concentrada em épocas</p><p>bem definidas do ano, devido a restrições impostas pelo clima aos culti-</p><p>vos agrícolas. Daí, o conceito de safra, nome que se atribui ao período de</p><p>colheita e, também, ao ciclo de desenvolvimento da cultura. Normalmente,</p><p>a safra restringe-se a um período dentro de um ano, mas, em função das</p><p>características das culturas, pode variar, ocorrendo mais de uma safra por</p><p>ano (hortaliças), duas safras por ano (uvas de mesa) ou, ainda, uma safra a</p><p>cada dois anos (café).</p><p>Muitas vezes, quando o produtor</p><p>antecipa ou posterga o plantio ou con-</p><p>dução de uma lavoura, ele está expondo sua atividade a um risco climáti-</p><p>co, como geada, frio ou seca. É a chamada safrinha. No entanto, deve-se</p><p>esclarecer que toda a cadeia relacionada ao agronegócio deve respeitar</p><p>esse conceito de safra.</p><p>— Zoneamento Agrícola</p><p>O zoneamento agrícola é um valioso instrumento de apoio à Política Agrícola</p><p>do Governo Federal, sendo fruto de um contrato firmado entre o Ministério</p><p>da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Fundação de Empreen-</p><p>dimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC/UnB.</p><p>O projeto inicial objetivava o desenvolvimento de estudos de regionali-</p><p>zação dos sinistros climáticos no Brasil, visando minimizar as perdas na</p><p>produção agrícola e disponibilizando ao produtor rural técnicas que permi-</p><p>tiriam fugir de riscos climáticos oriundos do regime de chuva.</p><p>Safra</p><p>É o período de colheita e, também,</p><p>o ciclo de desenvolvimento</p><p>adequado de uma cultura agrícola.</p><p>Safrinha</p><p>Está associada à época antecipada</p><p>ou adiada de plantio, em um</p><p>período curto e pouco apropriado,</p><p>em que a lavoura está mais exposta</p><p>a riscos como geada, frio ou seca.</p><p>Atenção</p><p>As seguradoras não aceitam</p><p>riscos de áreas que estejam</p><p>fora do zoneamento agrícola.</p><p>50</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Exemplo de Mapa de Zoneamento Climático para uma Região e uma Cultura</p><p>ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DA CULTURA DO FEIJÃO</p><p>NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>Favorável</p><p>Intermediária</p><p>Desfavorável</p><p>Inapta</p><p>CICLO MÉDIO</p><p>SOLO TIPO 1</p><p>SEMEADURA: 21 A 28/02</p><p>Fonte: MAA/FINAJEC-UnB/EMBRAPA-CPAC-C-</p><p>NPMS/PESAGRO-RIO/ANEEL/INMET/SERLA</p><p>Atualmente, sua finalidade é mais ampla, com base em dados técnico-</p><p>científicos, oferece orientações de períodos de plantio por município, por</p><p>cultura e tipos de solo, de modo a evitar adversidades climáticas res-</p><p>ponsáveis por perdas na agricultura. Assim, a minimização dessas per-</p><p>das, em razão da ocorrência de geadas, seca e outros eventos climáticos</p><p>adversos, elimina reflexos negativos no abastecimento e nos preços dos</p><p>produtos.</p><p>As informações são divulgadas e disponibilizadas a associações de produ-</p><p>tores, entidades de assistência técnica e extensão rural, agentes financei-</p><p>ros, cooperativas, secretarias de agricultura e entidades públicas/privadas</p><p>ligadas ao setor, inclusive seguradoras.</p><p>As seguradoras tornaram-se mais conservadoras no momento da taxa-</p><p>ção do seguro: quando o produtor rural não segue as orientações do</p><p>zoneamento, é possível que sua proposta de seguro não seja aceita.</p><p>Um dos maiores desafios do Seguro Agrícola no Brasil é reunir informa-</p><p>ção e tecnologia organizadas, passo a passo, em protótipos que facilitem</p><p>o entendimento dos sistemas de produção pelos agentes seguradores.</p><p>O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o</p><p>apoio da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de</p><p>várias outras organizações, desenvolveu um modelo de zoneamento</p><p>agrícola que tem sido extremamente importante na redução de riscos</p><p>e perdas. Esse modelo define zonas homogêneas quanto à precipitação</p><p>51</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>pluviométrica, à capacidade de retenção de umidade dos solos e aos</p><p>ciclos dos cultivares. Essas zonas podem ainda ser homogêneas, se sub-</p><p>divididas em função de outras características do solo.</p><p>Dentre as ferramentas necessárias à implementação de um programa</p><p>de Seguro Agrícola sustentável, o zoneamento agrícola é um dos pila-</p><p>res fundamentais, tanto no sentido de reduzir as perdas causadas por</p><p>eventos climáticos quanto no de melhorar o controle das operações e</p><p>também aumentar a produtividade, direcionando as safras às regiões</p><p>mais apropriadas para cada cultivo.</p><p>Se liga</p><p>O aquecimento da Terra nos próximos 100 anos requer uma tomada urgente de posi-</p><p>ção não apenas para tentar frear o efeito estufa. Por causa das alterações futuras no</p><p>clima do planeta, é preciso estar preparado para a mudança de zoneamento agrícola,</p><p>em que as culturas deverão migrar para regiões onde o cultivo possa ser sustentado.</p><p>RISCOS</p><p>A crescente alocação de capital e os riscos associados à tendência de</p><p>especialização do setor agropecuário têm criado exposição financei-</p><p>ra para a qual o seguro é indispensável. Ciclos de El Niño, furacões,</p><p>geadas, pestes, inundações estão tornando a produção agropecuária</p><p>menos previsível para o produtor rural, para o mercado de commodities,</p><p>para a indústria de processamento de alimentos e para os consumido-</p><p>res, criando demandas crescentes para a transferência de risco.</p><p>Uma peculiaridade do Seguro Agrícola consiste na definição de unidade</p><p>segurada, que dependerá do tamanho da propriedade e irá afetar a taxa</p><p>de prêmio necessária para manter um programa atuarialmente viável.</p><p>Há duas modalidades mais conhecidas:</p><p>■ quadra ou talhão – refere-se à possibilidade de o produtor</p><p>segurar cada unidade separadamente, o que pode ser satisfa-</p><p>tório para o programa de cobertura única, como granizo ou fura-</p><p>cão, em que o solo ou o gerenciamento da lavoura não sejam</p><p>fatores que afetem as perdas; e</p><p>■ toda a propriedade (Farm Unit) – refere-se a todas as quadras</p><p>ou talhões operados por um produtor, considerados uma uni-</p><p>52</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>dade. Em outras palavras, todos os hectares plantados com</p><p>uma cultura segurável, operados por um produtor, devem</p><p>ser segurados.</p><p>Portanto, tendo em mente que todos os riscos não são iguais e que ris-</p><p>cos diferentes requerem modos diferentes de distribuição, costuma-se</p><p>classificar, genericamente, os eventos em não correlacionados e corre-</p><p>lacionados ou, ainda, intermediários.</p><p>— Riscos Não Correlacionados</p><p>São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma independen-</p><p>te. São situações em que os riscos não se comunicam, gerando perdas</p><p>pontuais, pois nem todos, em uma mesma região, experimentam ocor-</p><p>rências iguais ao mesmo tempo, podendo ser efetivamente gerenciados.</p><p>As experiências mostram que os mercados de seguros, de uma maneira</p><p>geral, estão mais bem adequados à distribuição de riscos não correlatos.</p><p>Como exemplo, podemos citar automóveis e danos à propriedade devido</p><p>a fogo e vendaval, enquanto, no Seguro Agrícola, temos o exemplo clás-</p><p>sico das tempestades de granizo. As seguradoras, normalmente, traba-</p><p>lham melhor quando riscos independentes estão agregados para tomar</p><p>vantagem sobre os princípios básicos de diversificação, pois, ao agregar</p><p>riscos similares independentes em um único pacote de seguro, reduz-se</p><p>a perda variante.</p><p>Nesses casos, a contribuição financeira do governo é dispensável, sen-</p><p>do mais importante que ele exerça suas funções clássicas de disseminar</p><p>informações, garantir o cumprimento dos contratos, defender a concor-</p><p>rência e proteger o consumidor, regulando e fiscalizando as seguradoras,</p><p>especialmente na definição de parâmetros técnicos.</p><p>— Riscos Correlacionados</p><p>São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma generalizada.</p><p>São situações em que os riscos são interdependentes e aos quais, portanto,</p><p>os tradicionais mecanismos de redução do risco global não se aplicam.</p><p>Na realidade, são o calcanhar de aquiles do Seguro Rural. Sinistros de</p><p>natureza catastrófica, como seca, geada e pestes, podem atingir deze-</p><p>nas de municípios e milhares de produtores.</p><p>Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito impor-</p><p>tante e complicado que é o aumento na capacidade de previsão de</p><p>eventos sazonais extremos – em alguns casos, com muitos meses de</p><p>antecedência, como os fenômenos El Niño e La Niña. Esses eventos de</p><p>53</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>natureza generalizada também têm característica sistêmica, pois, além</p><p>de ocorrerem com uma certa frequência e causarem prejuízos que afe-</p><p>tam não somente uma região, repetem-se de tempos em tempos.</p><p>São os sinistros que, conforme sua magnitude, podem determinar o</p><p>comprometimento da</p><p>atividade financeira de uma seguradora ou do</p><p>próprio sistema de seguro, pois são abrangentes e, ao mesmo tempo,</p><p>implicam perdas extraordinárias.</p><p>Nesse caso, a participação do Governo na partilha do risco torna-se</p><p>recomendável, como forma de estimular o desenvolvimento do mercado</p><p>de seguro privado, atuando somente quando estritamente indispensável</p><p>e de forma a minimizar distorções na alocação de recursos da sociedade,</p><p>sem se transformar em um mecanismo de transferência de renda a grupos</p><p>de seu interesse.</p><p>— Riscos Intermediários</p><p>Alguns desastres naturais não são nem altamente independen-</p><p>tes, nem altamente correlacionados. São os chamados riscos</p><p>intermediários que, teoricamente, aumentam o custo marginal do</p><p>seguro, reduzindo sua oferta.</p><p>Esses riscos, como enchentes, terremotos, furacões ou quebra</p><p>de produtividade agrícola, requerem um tratamento diferenciado,</p><p>que exige maior compreensão e conhecimento, fundamentais no</p><p>cálculo de custos, tanto de perdas quanto administrativo, no car-</p><p>regamento de reservas, no carregamento catastrófico e no cálcu-</p><p>lo de taxas de prêmio e sinistros.</p><p>Como o mercado está mudando e as novas transações tendem</p><p>a diminuir os custos, seguradores e resseguradores estão exe-</p><p>cutando securitização do seguro, de que são exemplos claros as</p><p>chamadas cat bonds (mercados de bônus de catástrofe), títulos</p><p>de boa rentabilidade que fornecem capital em caso de ocorrên-</p><p>cia de um desastre.</p><p>No caso hipotético de um furacão se aproximando, os seguradores</p><p>poderiam ir ao mercado de capitais para comprar cobertura extra.</p><p>Para riscos intermediários, os custos históricos de perdas podem não</p><p>oferecer estimativas precisas. Eventos de baixa frequência e de alta</p><p>consequência podem facilmente ser subestimados ou superestima-</p><p>dos durante o período histórico usado para desenvolver os custos de</p><p>perdas, sendo necessários muitos anos de indenizações e prêmios</p><p>para avaliar a sinistralidade. Deve-se, também, acrescentar a este fato</p><p>que falhas de informação podem levar ao risco moral e à antisseleção.</p><p>Lembre-se</p><p>Riscos não</p><p>correlacionados</p><p>Riscos independentes,</p><p>perdas pontuais.</p><p>Riscos correlacionados</p><p>Riscos interdependentes,</p><p>perdas generalizadas.</p><p>Riscos intermediários</p><p>Eventos de baixa frequência e</p><p>alta consequência.</p><p>54</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>PREMISSAS</p><p>Para compreender o gerenciamento do risco rural, é preciso enten-</p><p>der bem o ambiente do mercado. É necessário, ainda, perceber que,</p><p>em se tratando de riscos rurais, a falta de um sistema confiável e</p><p>massificado causa um problema social, com efeitos nefastos para</p><p>toda a economia primária e áreas correlatas. Entre as causas do êxo-</p><p>do rural, está essa deficiência, pois o Estado acaba arcando com um</p><p>custo de refinanciamento muito grande. Além desse, há mais dois</p><p>problemas fundamentais neste setor:</p><p>■ oferta – é restrita devido ao vultoso risco envolvido, o que acaba</p><p>levando as empresas privadas a fugir do negócio; e</p><p>■ demanda – a realidade, que é de grande procura pelo seguro,</p><p>sofre, por vezes, distorções em função do alto custo do prêmio.</p><p>Uma estrutura que implica custos maiores exige preços mais altos. A taxa</p><p>do prêmio, portanto, é elevada. O negócio é de maturação lenta e, para</p><p>uma carteira de Seguro Agrícola apresentar resultados, são necessários</p><p>cinco anos em média.</p><p>A saída apontada por muitos operadores do mercado é a participa-</p><p>ção governamental, não mais como o ator que gere o negócio, mas</p><p>participando como indutor do crescimento, lembrando que, estrategi-</p><p>camente, o Seguro Agrícola tem papel de extrema importância para</p><p>a segurança alimentar.</p><p>A solução para os gargalos de oferta e demanda utilizada no Brasil é a</p><p>mesma que todos os governos de destaque no mundo já consolidaram:</p><p>o subsídio ao prêmio ( já existente no Brasil) e um fundo de catástrofe (em</p><p>processo de criação no Brasil) para amenizar as perdas das seguradoras</p><p>em situações de calamidade.</p><p>No que se refere à iniciativa privada (seguradoras), estas devem ter gran-</p><p>de atenção às premissas de redução do risco, reconhecimento de riscos</p><p>não seguráveis e capacidade financeira.</p><p>— Redução do Risco</p><p>É a minimização do risco utilizando tecnologias associadas ao proces-</p><p>so de cultivo, também chamadas de “práticas agrícolas”, e a perfeita</p><p>definição de “onde se deve plantar” e “quando se deve plantar”. O</p><p>objetivo é reduzir as restrições impostas por fatores naturais e geográ-</p><p>ficos. Questões como esta estão contempladas na seção “Zoneamen-</p><p>to Agrícola” (p. 42).</p><p>Atenção</p><p>Premissas básicas em que</p><p>as seguradoras se apoiam</p><p>no Seguro Rural:</p><p>■ redução do risco;</p><p>■ reconhecimento de riscos</p><p>não seguráveis; e</p><p>■ capacidade financeira.</p><p>55</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Alguns exemplos são as pragas e doenças contagiosas quando houver</p><p>prevenção ou tratamento. Deve-se dispender o que for necessário para</p><p>prevenir sua instalação e disseminação, mas não para indenizar aque-</p><p>les que, por negligência, deixarem de tomar as medidas preventivas. O</p><p>seguro não pode desestimular a prevenção.</p><p>— Reconhecimento de Riscos</p><p>Não Seguráveis</p><p>Prevenir-se contra a ocorrência de sinistros é sempre mais barato do que</p><p>remediar seus efeitos. É o caso de haver riscos onde a atividade não</p><p>seja recomendada por não conter os pressupostos mínimos de segu-</p><p>rabilidade, ou seja, atividades que não são passíveis de serem segura-</p><p>das. Os métodos utilizados em taxação do Seguro Rural, especificamente</p><p>do Agrícola, dependem do tipo de cobertura e dos dados disponíveis.</p><p>A taxação agrícola pode ser baseada no histórico de perdas do seguro ou,</p><p>para novos seguros, no histórico de perdas de produtividade.</p><p>A experiência tem mostrado que o modelo mais adequado é taxar o risco,</p><p>mas, como em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, tais dados não</p><p>existem, torna-se necessário contar com a larga experiência de ressegu-</p><p>radores internacionais que têm conhecimento sobre a natureza do risco</p><p>associada à suscetibilidade de perdas de cada cultura.</p><p>Caso não seja possível examinar ou estimar os custos de perda física ou</p><p>através do histórico de indenizações, aliando-se dados climáticos confiá-</p><p>veis, dentro de níveis aceitáveis de confiança e avançadas técnicas estatís-</p><p>ticas, o risco pode se tornar não segurável.</p><p>— Capacidade Financeira</p><p>A regulamentação do setor, feita pela SUSEP, limita o grau de exposição</p><p>das seguradoras à capacidade de suportar as altas perdas que podem</p><p>ocorrer no risco rural.</p><p>Apesar de muitas seguradoras perceberem a necessidade de oferecer</p><p>mais opções para o gerenciamento de preços de commodities, flutuações</p><p>de receita e riscos de produção, como forma de atender às exigências do</p><p>agronegócio, os próprios contrat os de resseguro estabelecem limites ao</p><p>valor das coberturas em áreas sujeitas a um determinado tipo de fenômeno</p><p>climático. Com isso, esses contratos evitam a concentração e também sal-</p><p>vaguardam a capacidade financeira das seguradoras (e das resseguradoras)</p><p>ao aplicar métodos científicos de taxação no desenvolvimento de taxas com</p><p>base em sua longa experiência em outras regiões e culturas correlatas.</p><p>56</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>O risco rural pressupõe conhecimento do mercado, com o objetivo de</p><p>reduzir a exposição ao risco, identificando riscos não seguráveis e limitan-</p><p>do o risco à capacidade dos tomadores.</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS</p><p>SEGURÁVEIS – RISCOS</p><p>RURAIS</p><p>Em que pesem as características específicas que os Seguros Rurais apre-</p><p>sentam, em linhas gerais, para que um risco seja segurável na carteira</p><p>Rural, ele deve apresentar as mesmas condições que qualquer outro tipo</p><p>de seguro, as quais já foram estudadas na disciplina “Teoria Geral do</p><p>Seguro”, a saber:</p><p>— Lei dos Grandes Números</p><p>A Lei dos Grandes Números diz que, quanto maior a amostragem, mais</p><p>perto da realidade será o resultado alcançado. No Seguro Rural, essa lei</p><p>proporciona</p><p>uma previsão bastante confiável das futuras perdas, evitan-</p><p>do, assim, a antisseleção de riscos.</p><p>— Acidental</p><p>As perdas devem ocorrer como resultado de situações inesperadas não</p><p>intencionais. Portanto, deve-se tomar muito cuidado, pois o risco moral é</p><p>uma ameaça real.</p><p>Espera-se que o produtor que opta pelo seguro mantenha-se compro-</p><p>missado com as práticas técnicas e culturais mais conhecidas e reco-</p><p>mendadas, sem direito a improvisações. Sob o ponto de vista do seguro,</p><p>esta tendência humana a arriscar-se mais, a partir do momento em que o</p><p>risco envolvido nas atividades foi, em parte, repartido com as segurado-</p><p>ras (“relaxamento”), chama-se risco moral.</p><p>— Mensurável</p><p>Sob a ótica do Seguro Agrícola, o desenvolvimento de uma planta é um</p><p>processo influenciado por uma enorme quantidade de fatores.</p><p>57</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Considerando que as perdas precisam ser mensuráveis e determinadas</p><p>através de níveis aceitáveis de confiança, isso significa dizer que a per-</p><p>da deve ser definida por uma causa, tempo, lugar e quantidade. Assim,</p><p>reforça-se a necessidade de qualificação na aceitação do risco, bem</p><p>como na mensuração das perdas, evitando que sejam superestimados</p><p>ou subestimados.</p><p>— Independente</p><p>Se as perdas forem positivamente correlacionadas entre as unidades</p><p>de seguro e o risco for tomado por sistêmico, a Lei dos Grandes Núme-</p><p>ros não se aplica, pois as perdas anuais serão extremamente variáveis,</p><p>podendo ser grandes o suficiente para ameaçar a solvência do mercado.</p><p>São as chamadas perdas catastróficas.</p><p>Classicamente, a produtividade não é segurável porque as perdas são</p><p>correlatas. Muitos riscos com componentes catastróficos violam a condi-</p><p>ção de independência do seguro, tornando as perdas correlatas. Quando</p><p>isso acontece, há duas maneiras para se segurarem esses prejuízos: res-</p><p>seguro e extensão geográfica.</p><p>— Provável</p><p>Para desenvolver uma taxa de prêmio, deve-se estimar tanto a média de</p><p>frequência quanto a média de severidade das perdas. A baixa frequên-</p><p>cia, aliada à alta severidade dos riscos catastróficos, apresenta sérios</p><p>desafios na determinação da taxa do prêmio, ou seja, a probabilidade de</p><p>perda tende a tornar-se incalculável. Soma-se, ainda, o fato de que cir-</p><p>cunstâncias geográficas e meteorológicas diferem de região para região,</p><p>que o risco rural de um país não exibe uma organização uniforme e um</p><p>mesmo estágio de desenvolvimento e que as probabilidades de perda</p><p>também serão diferentes.</p><p>— Viável</p><p>Para que os prêmios sejam suportáveis, a probabilidade de ocorrência do</p><p>evento deve ser moderada.</p><p>Normalmente, os riscos rurais apresentam níveis altos de probabilidade,</p><p>e as perdas podem se transformar em uma despesa padrão do negócio,</p><p>em vez de um risco a ser transferido.</p><p>Quando o risco possui alta frequência e baixa severidade, os custos da</p><p>transação serão tão altos, que os prêmios não serão economicamente</p><p>viáveis, pois o fator distância, inerente aos riscos rurais, também é um</p><p>fator que inviabiliza a operação.</p><p>58</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>MECANISMOS DE</p><p>TRANSFERÊNCIA DO RISCO</p><p>De modo geral, o agricultor não faz uso em larga escala do seguro como</p><p>ferramenta para sua administração de riscos.</p><p>No entanto, não sendo possível evitar o risco em sua integralidade, vere-</p><p>mos que há vários mecanismos para sua diluição e partilha.</p><p>— Diversificação</p><p>Embora este item já tenha sido analisado como um princípio do seguro,</p><p>trata-se, na realidade, também de um mecanismo de proteção. Ao partilhar</p><p>o risco entre o maior número de produtores, aqueles produtores que não</p><p>sofrerem o risco contribuem com uma pequena parcela para a cobertu-</p><p>ra das grandes perdas dos demais. É o que chamamos de princípio do</p><p>mutualismo, muito compreendido no meio rural, berço do sistema coope-</p><p>rativo nacional.</p><p>— Franquia</p><p>Uma das formas de tornar o prêmio economicamente viável decorre de o</p><p>produtor preferir aceitar uma pequena e consistente parcela de perda a</p><p>enfrentar o risco de uma grande perda não desejável, mas possível. Com</p><p>a participação no risco, o produtor tem um incentivo para evitar o sinistro e</p><p>reduz, assim, o risco moral.</p><p>Devido ao alto risco das atividades que envolvem o Seguro Rural, os pro-</p><p>dutos comercializados apresentam, obrigatoriamente, opções com fran-</p><p>quias altas, bem como outros mecanismos de participação no risco.</p><p>— Redução do Prêmio</p><p>É difícil vender um produto para alguém que não faz planos de comprá-lo.</p><p>E, muitas vezes, é exatamente esse o desafio do Seguro Rural. Aquele</p><p>produtor que elege o seguro como uma de suas prioridades, destacando-o</p><p>como item no orçamento da lavoura, não corresponde ao perfil médio da</p><p>classe.</p><p>Mudanças nesse cenário, entretanto, parecem inevitáveis. Cada vez mais,</p><p>vem sendo exigida habilidade gerencial daqueles que administram uma</p><p>propriedade rural. É preciso conciliar técnicas de produção agropecuária,</p><p>gestão, finanças e mercado, sendo este mais um motivo pelo qual os cus-</p><p>tos administrativos e os riscos devem ser minimizados ao máximo. Esta</p><p>59</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>tendência deve trazer para o mercado segurador não somente aquelas</p><p>áreas com maior incidência de sinistros, mas também aquelas com históri-</p><p>co de perdas menores.</p><p>É exatamente o aumento do volume e a qualificação dos riscos aceitos</p><p>o que poderá proporcionar a redução do prêmio cobrado dos clientes. A</p><p>participação governamental subsidiando o prêmio do seguro rural é um</p><p>importante instrumento de apoio a essa operação.</p><p>— Cosseguro</p><p>Tendo em vista as dimensões continentais de nosso país, e com o objetivo</p><p>de compatibilizar os riscos maiores da concentração espacial com custos</p><p>mais baixos, podem-se regionalizar as operações, garantindo-se custos</p><p>operacionais menores. Este é o princípio do cosseguro: dividir o risco entre</p><p>vários seguradores, cada um limitando sua exposição ao risco de determi-</p><p>nada região a uma percentagem pequena de sua carteira. Na prática, isso</p><p>solucionaria, inclusive, a distribuição dos riscos correlacionados, trazendo</p><p>também maior eficiência da especialização regional.</p><p>— Resseguro & FESR</p><p>Sendo resseguro o seguro comprado por seguradores primários para</p><p>transferir o risco existente em seu negócio, comprando resseguro a segu-</p><p>radora garante sua solvência.</p><p>Atualmente, o resseguro vem cumprindo seu papel na viabilização das ope-</p><p>rações de Seguro Rural no Brasil, seja através da retrocessão, seja do res-</p><p>seguro internacional. Embora não tenha condições de atender à demanda</p><p>de resseguro rural, o IRB-Brasil Re, além de dividir o risco, reduzindo o risco</p><p>global, tem atuado como agente regulador, em substituição ao Governo, e</p><p>na gestão do FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural.</p><p>O FESR, ao ser criado, levou o Seguro Rural para muito próximo de sua</p><p>universalização, tornando possível diluir riscos ao longo do tempo, permi-</p><p>tindo que as seguradoras lançassem mão dos recursos para liquidar inde-</p><p>nizações em anos de alta sinistralidade. No entanto, o que vemos hoje</p><p>são as grandes limitações do Fundo, que consistem no pequeno volume</p><p>de dinheiro em caixa, insuficiente para cobrir operações em um país de</p><p>dimensões continentais.</p><p>— Consórcio</p><p>Considerando que o Seguro Rural se apresenta como um risco de nature-</p><p>za catastrófica, desconhecido e, por isso, com taxas muito altas, aliado a</p><p>um alto custo operacional, o mercado segurador ainda não se sente atraí-</p><p>60</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>do a estabelecer consórcios. Uma opção que permitiria partilhar esse risco</p><p>seria criar uma associação de seguradores.</p><p>A associação seria um mecanismo de transferência de risco, como existe,</p><p>atualmente, no consórcio que opera o DPVAT – Seguro de Danos Pessoais</p><p>causados por Veículos Automotores –, em que todos os prêmios vão para</p><p>um fundo comum, para cobrir as indenizações, e o lucro ou o prejuízo são</p><p>rateados</p><p>entre as empresas participantes, na proporção do valor das apóli-</p><p>ces vendidas. A fim de que haja um bom funcionamento, os custos devem</p><p>ser uniformes, e qualquer uma dessas empresas pode ser procurada para</p><p>pagamento de uma indenização.</p><p>Para que uma solução como essa fosse aplicada ao Seguro Rural, seria,</p><p>provavelmente, necessário que o mercado homogeneizasse as coberturas</p><p>oferecidas. Além disso, seria preciso reduzir, ao máximo, os custos indivi-</p><p>duais de cada seguradora antes da montagem do pool.</p><p>EM RESUMO</p><p>Modalidade de Unidades Seguradas no</p><p>Seguro Agrícola</p><p>■ Quadra ou talhão</p><p>■ Toda a propriedade</p><p>Classificação dos Riscos no Seguro Agrícola</p><p>■ Riscos não correlacionados</p><p>■ Riscos correlacionados</p><p>■ Riscos Intermediários</p><p>Soluções para Problemas de Oferta e</p><p>Demanda do Seguro Agrícola no Brasil</p><p>■ Subsídio ao prêmio</p><p>■ Fundo de catástrofe</p><p>Premissas Básicas em que as Seguradoras</p><p>se Apoiam no Seguro Rural</p><p>■ Redução do risco</p><p>■ Reconhecimento de riscos não seguráveis</p><p>■ Capacidade financeira</p><p>61</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Características dos Riscos Rurais Seguráveis</p><p>■ Observar a Lei dos Grandes Números</p><p>■ Ser acidental</p><p>■ Ser Mensurável</p><p>■ Ser independente</p><p>■ Ser provável</p><p>■ Ser viável</p><p>Mecanismos de Transferência dos</p><p>Riscos do Seguro Rural</p><p>■ Diversificação</p><p>■ Franquia</p><p>■ Redução do prêmio</p><p>■ Cosseguro</p><p>■ Resseguro e FESR</p><p>■ Consórcio</p><p>62</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>FIXANDO CONCEITOS 4</p><p>Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta</p><p>1. Com as mudanças de mercado, o Seguro Rural deverá oferecer novos</p><p>formatos de transferência de riscos. O Seguro de Rendimento é um for-</p><p>mato bastante utilizado pelo mercado brasileiro. Podemos defini-lo como:</p><p>I) O seguro que garante a produção por hectare, tanto contra risco físico</p><p>quanto de mercado.</p><p>II) Um seguro de produtividade associado a indicador regional.</p><p>III) Um seguro limitado ao custo de implantação, manutenção e colheita.</p><p>IV) Um seguro que garante um título emitido pelo produtor rural.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente I é proposição verdadeira.</p><p>(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.</p><p>(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.</p><p>(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(e) I, II, III e IV são proposições falsas.</p><p>2. Sobre a classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP,</p><p>podemos afirmar que:</p><p>I) Define-se Seguro Rural como o conjunto de ramos direcionados à agri-</p><p>cultura e pecuária.</p><p>II) Define-se Seguro Agrícola como um conjunto amplo de ramos direciona-</p><p>dos exclusivamente à agricultura.</p><p>III) O Seguro Agrícola é um ramo para culturas permanentes e temporárias.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente I é proposição verdadeira.</p><p>(b) Somente II é proposição verdadeira.</p><p>(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.</p><p>(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.</p><p>(e) I, II e III são proposições falsas.</p><p>63</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s)</p><p>3. Nos desenhos alternativos de transferência de risco rural através de</p><p>seguro, uma das formas de comercialização atualmente disponível é o</p><p>__________________. O produtor rural também dispõe de um seguro de</p><p>rendimento, associado a indicador regional, que é o __________________.</p><p>(a) Seguro Safra e Safrinha / zoneamento</p><p>(b) Seguro de Produção / seguro de índice</p><p>(c) Seguro Safra e Safrinha / Seguro de Rendimento</p><p>(d) Seguro de Produção e Custeio / Seguro de Rendimento</p><p>(e) Seguro de Renda / Seguro de Granizo</p><p>4. A crescente alocação de capital na agricultura e a crescente demanda</p><p>para transferir os riscos a ela associados acarretam uma especialização do</p><p>mercado segurador, cujos mecanismos tradicionais de redução de risco</p><p>não se aplicam, pois as experiências têm mostrado que os mercados estão</p><p>mais bem adequados para distribuição de riscos __________________.</p><p>Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito importante</p><p>e complicado que é o decorrente aumento na capacidade de previsão de</p><p>eventos que ocorrem de forma generalizada, também denominados riscos</p><p>__________________.</p><p>(a) correlatos / não correlatos</p><p>(b) não correlatos / genéricos</p><p>(c) intermediários / correlatos</p><p>(d) não correlatos / correlatos</p><p>(e) intermediários / não correlatos</p><p>5. Como o produtor rural tem conhecimento e noção do risco inerente</p><p>à atividade agrícola, normalmente não admite o seguro como ferramen-</p><p>ta para sua administração. Em não sendo possível evitar o risco em sua</p><p>integralidade, há vários mecanismos para sua diluição e partilha com o</p><p>mercado segurador privado. Uma das formas é quando o produtor aceita</p><p>uma pequena parcela de perda, denominada ________________. Outro</p><p>mecanismo é o aumento do volume e a qualificação dos riscos aceitos, que</p><p>podem proporcionar a __________________ do prêmio cobrado. Tam-</p><p>bém é viável reduzir o risco a uma pequena percentagem da carteira das</p><p>seguradoras, através da prática do ________________.</p><p>(a) franquia / redução / cosseguro</p><p>(b) franquia / viabilidade / resseguro</p><p>(c) franquia / diversificação / resseguro</p><p>64</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>(d) consórcio / diversificação / resseguro</p><p>(e) consórcio / redução / cosseguro</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>6. No Seguro Rural, devido aos seus diferentes modos de distribuição, classifi-</p><p>camos os riscos de forma diferenciada. Chamamos de riscos não correlaciona-</p><p>dos aqueles que:</p><p>(a) São interdependentes e produzem perdas generalizadas.</p><p>(b) São independentes e produzem perdas pontuais.</p><p>(c) Geram eventos de baixa frequência e de alta consequência.</p><p>(d) São limitados aos custos de implantação da colheita.</p><p>(e) São atrelados a um indicador regional.</p><p>7. O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos</p><p>de seguros. A principal delas é o(a):</p><p>(a) Inexpressivo índice de sinistralidade.</p><p>(b) Costumeira alta frequência e baixa severidade dos sinistros.</p><p>(c) Ocorrência cíclica dos eventos meteorológicos, que variam no decor-</p><p>rer dos anos.</p><p>(d) Seu reduzido custo operacional.</p><p>(e) Não utilização de pesquisas agronômicas.</p><p>8. “Alguns riscos, teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro,</p><p>reduzindo sua oferta.” Estamos nos referindo a:</p><p>(a) Riscos intermediários.</p><p>(b) Riscos não correlacionados.</p><p>(c) Riscos correlacionados.</p><p>(d) Riscos de oferta.</p><p>(e) Riscos de demanda.</p><p>Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta</p><p>9. Uma das principais características da produção agrícola é a sua sazona-</p><p>lidade. A safrinha ocorre quando o produtor:</p><p>I) Antecipa o plantio de uma lavoura.</p><p>II) Colhe duas safras por ano.</p><p>III) Posterga o plantio de uma lavoura.</p><p>IV) Colhe uma safra a cada dois anos.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente IV é proposição verdadeira.</p><p>65</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.</p><p>(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>10. Tratando-se de conceitos, no Seguro Rural, o bem segurado pode</p><p>englobar desde a vida e o patrimônio do produtor rural até a safra. Sobre o</p><p>Seguro de Safra, podemos dizer que o bem segurado:</p><p>(a) É sempre o mesmo.</p><p>(b) Está sempre protegido das intempéries.</p><p>(c) Sempre apresenta valores constantes.</p><p>(d) Apresenta valores constantes em função da igualdade das safras.</p><p>(e) Não tem cobertura para secas.</p><p>11. O gerenciamento do Seguro do Risco Rural é complexo, e problemas</p><p>podem gerar efeitos negativos para toda a economia primária. Além disso,</p><p>existem mais dois grandes problemas fundamentais nesse setor, que são a</p><p>oferta e a demanda. A partir desse contexto, podemos afirmar que:</p><p>(a) O Seguro Rural, hoje, exige uma estrutura com custos maiores,</p><p>acar-</p><p>retando uma taxa de prêmio elevada.</p><p>(b) O Seguro Rural é uma carteira de maturação imediata.</p><p>(c) Uma carteira de Seguro Agrícola apresenta resultados logo no pri-</p><p>meiro ano.</p><p>(d) A oferta é bastante elevada, pois todas as seguradoras operam nes-</p><p>te segmento.</p><p>(e) A demanda é grande, pois as taxas do seguro são baixas.</p><p>12. Todo seguro tem que ter definido, em seu escopo, qual o risco segu-</p><p>rado. No Seguro Rural, chamamos risco de unidade segurada aquele</p><p>que dependerá do tamanho da propriedade. Uma das modalidades mais</p><p>conhecidas de unidade segurada é:</p><p>(a) O Seguro de Custeio.</p><p>(b) Quadra ou talhão.</p><p>(c) Zoneamento.</p><p>(d) Safra.</p><p>(e) O Seguro de Produtividade.</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 66</p><p>UNIDADE 505</p><p>■ Conhecer as características de cada um dos principais</p><p>ramos que compõem a carteira de Seguro Rural</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>MODALIDADES DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>FIXANDO CONCEITOS 5</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>RAMOS do</p><p>SEGURO RURAL</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 67</p><p>UNIDADE 5</p><p>A</p><p>SUSEP estabeleceu que os ramos ligados aos riscos rurais esta-</p><p>riam enquadrados dentro do Grupo 11 (Rural / Animais). Os riscos</p><p>rurais estão englobados nos seguintes Ramos de Seguro:</p><p>■ Agrícola com Cobertura do FESR;</p><p>■ Agrícola sem Cobertura do FESR;</p><p>■ Animais;</p><p>■ Aquícola com Cobertura do FESR;</p><p>■ Aquícola sem Cobertura do FESR;</p><p>■ Benfeitoria e Produtos Agropecuários;</p><p>■ Cédula do Produto Rural;</p><p>■ Florestas com Cobertura do FESR;</p><p>■ Florestas sem Cobertura do FESR;</p><p>■ Pecuário com Cobertura do FESR;</p><p>■ Pecuário sem Cobertura do FESR;</p><p>■ Penhor Rural; e</p><p>■ Vida do Produtor Rural.</p><p>Atenção</p><p>À exceção do Seguro de Animais, todos os demais ramos possuem alíquota zero do</p><p>imposto cobrado nas operações financeiras – IOF.</p><p>68</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>MODALIDADES DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>— Seguro Agrícola</p><p>Esse seguro cobre as explorações agrícolas contra perdas decorren-</p><p>tes de fenômenos meteorológicos.</p><p>Também cobre basicamente a vida da planta, desde a sua emergência</p><p>ou floração até a colheita, contra um ou vários riscos de origem climática,</p><p>como incêndio e raio, tromba-d’água, ventos fortes, granizo, geada, chuvas</p><p>excessivas, seca e variação excessiva de temperatura, dependendo da for-</p><p>ma de comercialização.</p><p>Algumas seguradoras também cobrem danos decorrentes de doenças e/</p><p>ou pragas, desde que não existam métodos difundidos de combate, con-</p><p>trole ou profilaxia.</p><p>—</p><p>Importante</p><p>O Seguro Agrícola contratado no Brasil não tem previsão de cobertura para doenças e</p><p>pragas. Eventualmente, essas situações poderão ser inseridas na cobertura mediante</p><p>o pagamento de prêmio adicional e apenas para situações para as quais não existam</p><p>vacinas, pulverização ou controles</p><p>Seguro de Granizo x Seguro Multirrisco</p><p>Existem, atualmente no Brasil, dois tipos de cobertura disponíveis para</p><p>contratação – Seguro de Granizo e Multirrisco – as quais, são linhas de</p><p>Seguro Agrícola que já se encontram bem estabelecidas.</p><p>Uma das mais antigas linhas de Seguro Agrícola é o Seguro de Granizo,</p><p>que cobre perdas ocasionadas por tempestade de granizo, cuja apólice</p><p>padrão indeniza um valor de cobertura por unidade segurada, aliado a um</p><p>dedutível mínimo.</p><p>Já os programas de Multirrisco preveem cobertura para causas não evitáveis</p><p>de perda de produção, em especial os casos de clima adverso (seca, chuvas</p><p>excessivas, geadas, incêndio, raio, tromba-d’água, ventos fortes). A alta expo-</p><p>sição de Multirrisco se reflete no preço: são cobradas altas taxas e aplicados</p><p>altos dedutíveis (Franquias e Participação Obrigatória do Segurado – POS).</p><p>69</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Riscos Cobertos</p><p>No Seguro de Granizo, temos apenas um único evento coberto. Normal-</p><p>mente, é um seguro de custeio.</p><p>No Seguro Multirrisco, temos vários eventos cobertos, especialmente o ris-</p><p>co de clima adverso. Pode garantir custeio e produtividade. Esse seguro é</p><p>muito comum no mercado norte-americano, onde é chamado de Multiple</p><p>Peril Crop Insurance (MPCI). As principais características do Seguro</p><p>Multirrisco são:</p><p>■ riscos cobertos;</p><p>■ incêndio e raio;</p><p>■ tromba-d’água;</p><p>■ ventos fortes e ventos frios;</p><p>■ granizo;</p><p>■ chuvas excessivas;</p><p>■ seca;</p><p>■ geada; e</p><p>■ variação de temperatura.</p><p>As principais aplicações de cada um dos tipos de seguro apresentados</p><p>anteriormente são:</p><p>CULTURAS TIPO DE SEGURO</p><p>Grãos ■ Multirrisco (Seca, Chuva Excessiva, Granizo,</p><p>Geada, Vendaval, Variação Brusca de</p><p>temperatura);</p><p>■ Granizo;</p><p>■ Geada.</p><p>Frutas/Hortaliças ■ Granizo</p><p>■ Geada.</p><p>70</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Período de Cobertura</p><p>Compreende do plantio à colheita, des-</p><p>de que contratada a cobertura integral</p><p>(Replantio e Produção). Caso a cobertura</p><p>de Replantio não tenha sido contratada,</p><p>o seguro terá eficácia quando a partir da</p><p>emergência da planta ou ainda quando a</p><p>lavoura tiver uma altura mínima estabele-</p><p>cida pela seguradora.</p><p>Processo de Formação</p><p>de Prêmio</p><p>O custo do seguro, ou prêmio de seguro,</p><p>será calculado com base no valor segu-</p><p>rado. A taxa de risco corresponde a um</p><p>percentual sobre esse valor e varia de acordo com os seguintes fatores</p><p>inter-relacionados:</p><p>■ tipo de cultura;</p><p>■ região geográfica;</p><p>■ nível de cobertura desejado pelo agricultor; e</p><p>■ coberturas contratadas (riscos cobertos – MPCI × Granizo).</p><p>Vigência do Seguro</p><p>Início: o seguro tem início a partir da data de protocolo de recepção da</p><p>proposta de seguro na seguradora.</p><p>Término: o seguro se encerra com o término da colheita. É importante</p><p>destacar os prazos máximos de vigência, que dependerão da cultura a</p><p>ser segurada.</p><p>Período de Carência</p><p>Poderá ser estabelecido, a critério da seguradora, um período de</p><p>carência como forma de evitar a ocorrência da antisseleção de risco,</p><p>ou seja, contratação do seguro quando haja previsão de ocorrência</p><p>de eventos cobertos.</p><p>Exemplo: previsão de geada em dois dias depois de divulgado pelo</p><p>Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE).</p><p>Nessa hipótese, portanto, não serão considerados indenizáveis sinis-</p><p>tros ocorridos durante o período de carência.</p><p>Importante</p><p>É fundamental informar ao</p><p>produtor rural corretamente</p><p>sobre o período de carência,</p><p>incentivando-o a contratar</p><p>o seguro antecipadamente,</p><p>antes mesmo do plantio.</p><p>COBERTURA</p><p>71</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Exigências para Aceitação de Risco</p><p>As seguradoras, normalmente, aceitam apenas as propostas que se enqua-</p><p>drem dentro de premissas especificadas, como:</p><p>Zoneamento agrícola do MAPA</p><p>A lavoura deverá ser plantada dentro do período especificado pelo</p><p>zoneamento agroclimático elaborado pelo Ministério da Agricul-</p><p>tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para cada região, cultivo e</p><p>ano agrícola;</p><p>Área total plantada</p><p>No Brasil, é comum a exigência de que seja segurada a área total</p><p>plantada da cultura referente à propriedade rural especificada na pro-</p><p>posta de seguro. Em caso de sinistro, se verificado que esse requisito</p><p>não foi cumprido, aplicar-se-á o rateio na indenização, pagando-se</p><p>proporcionalmente à área contratada; e</p><p>Vistoria prévia</p><p>Obrigatória para culturas implantadas. O objetivo da vistoria prévia é</p><p>diagnosticar eventuais prejuízos ocorridos anteriormente à contrata-</p><p>ção do seguro, bem como comprovação de informações dispostas</p><p>na proposta de seguro, irregularidades que possam ocorrer no trato</p><p>da lavoura e demais informações técnicas relevantes à contratação.</p><p>72</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Aplicação prática</p><p>Seguro Multirrisco – Como Funciona</p><p>Exemplo Numérico – Cultura de Soja:</p><p>Área – 150 hectares</p><p>Produção Média – 49 sacas por hectare</p><p>Nível de Cobertura – 60%</p><p>Produção Garantida – 150 × 49 × 60% = 4.410 sacas</p><p>Valor da Saca – R$ 25,00 por saca</p><p>Importância Segurada – 4.410 sacas × R$ 25,00 = R$ 110.250,00</p><p>Sinistro – seca</p><p>Franquia – Não há</p><p>Produção Obtida – 4.042</p><p>sacas (ou 26,9 sacas por hectare)</p><p>Perda – 368 sacas</p><p>Indenização – R$ 9.200,00</p><p>— Seguro de Animais</p><p>O Seguro Animais é aquele que tem por objetivo garantir o pagamento</p><p>de indenização em caso de morte de animais de elite.</p><p>Entende-se como animal de elite aquele destinado à participação em</p><p>torneios, provas esportivas e exposições, bem como o animal desti-</p><p>nado exclusivamente à coleta de sêmen e transferência de embriões</p><p>para fins comerciais.</p><p>— Seguro Pecuário</p><p>Esse seguro garante indenização por morte de animais (bovinos, equi-</p><p>nos, ovinos, caprinos, suínos) em consequência de acidentes e doenças.</p><p>Também tem o objetivo de garantir o pagamento de indenização em</p><p>caso de morte de animal destinado, exclusivamente, ao consumo,</p><p>produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração.</p><p>Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen</p><p>ou transferência de embriões – exclusivamente com a finalidade de incre-</p><p>mento e/ou melhoria de plantéis próprios de animais de produção – estão,</p><p>igualmente, enquadrados na modalidade de Seguro Pecuário.</p><p>Atenção</p><p>O Seguro de Animais e o</p><p>Seguro Pecuário têm objetos de</p><p>seguro diferentes.</p><p>Leia atentamente as</p><p>informações ao lado, liste e</p><p>entenda, uma a uma,</p><p>essas diferenças.</p><p>73</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Seguro Aquícola</p><p>Esse seguro garante indenização por morte de animais aquáticos (pei-</p><p>xes, crustáceos) em consequência de acidentes e doenças.</p><p>O termo aquicultura pode ser definido como a produção de organismos</p><p>aquáticos vivos em cativeiro.</p><p>A aquicultura comercial é uma das classes de negócio agrícola mais recen-</p><p>tes. Novas técnicas e materiais estão permitindo que esse setor se desen-</p><p>volva por todo o mundo, desde mar aberto até lagos ou fazendas agrícolas</p><p>distantes de rios, cuja produção fica altamente exposta.</p><p>Existem coberturas all risks ou riscos nomeados, dependendo da situação</p><p>e das exigências do ressegurador. No Brasil, a cobertura mais comum é a</p><p>de Riscos Nomeados.</p><p>Os riscos cobertos, normalmente, incluem tempestades, marés, avalanches,</p><p>deslizamentos, inundação, danos por excesso de chuva, algas, poluição,</p><p>pestes, roubo, colisão, doenças e outros riscos naturais.</p><p>— Seguro de Benfeitorias e</p><p>Produtos Agropecuários</p><p>Esse seguro garante todo o patrimônio nos limites da propriedade, cobrin-</p><p>do construções, instalações ou equipamentos fixos, produtos agropecuários</p><p>depois de removidos do campo de colheita ou estocados, produtos pecuá-</p><p>rios, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus imple-</p><p>mentos contra os riscos de incêndio, raio ou explosão, ventos fortes, impacto</p><p>de veículo de qualquer espécie, desmoronamento, roubo ou furto. As cober-</p><p>turas podem, entretanto, variar conforme a maneira de comercialização, sen-</p><p>do, em geral, necessária vistoria prévia para a aceitação dos riscos.</p><p>Atenção</p><p>Seguro de Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas</p><p>Recentemente houve uma revisão em relação ao seguro de Riscos Diversos (a partir da</p><p>Circular SUSEP 417/2011) fazendo com que parte dos seguros para equipamentos fossem</p><p>subscritos em outros ramos de seguro. Assim, por exemplo, o seguro de um trator, que é</p><p>um equipamento que pode ser utilizado na cidade ou no campo, deve ser realizado em</p><p>Riscos Diversos, no primeiro caso ou em Benfeitorias ou Penhor Rural (caso o equipa-</p><p>mento seja dado em garantia de operação de crédito rural) se for utilizado na agricultura.</p><p>74</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Seguro de Penhor Rural</p><p>Esse seguro destina-se a preservar os bens dados em garantia nas opera-</p><p>ções de crédito rural, estendendo sua proteção às benfeitorias, máquinas,</p><p>veículos e implementos utilizados na atividade rural, bem como produtos</p><p>agropecuários já colhidos.</p><p>Quando os bens postos em garantia são equipamentos rurais, sejam esta-</p><p>cionários ou móveis, o Seguro de Penhor Rural se assemelha muito com</p><p>os seguros de Equipamentos tradicionais, diferenciando-se basicamente</p><p>em dois fatores:</p><p>I. Não há incidência de IOF no Penhor Rural; e</p><p>II. São apólices do tipo all risks com cláusula de beneficiária em</p><p>favor da instituição financeira credora do segurado na operação</p><p>de crédito rural.</p><p>Bens Seguráveis</p><p>Este seguro destina-se a conceder cobertura a máquinas e equipamen-</p><p>tos de utilização agrícola, florestal, aquícola e agropecuária, oferecidos</p><p>em garantia de operações de crédito rural, cujo agente seja instituição</p><p>financeira, conforme as modalidades a seguir:</p><p>a) equipamentos estacionários – são as máquinas e/ou equipa-</p><p>mentos industriais e comerciais de “tipo fixo” quando instalados</p><p>para operação permanente em local determinado, de proprie-</p><p>dade ou sob controle do arrendatário ou cessionário, expressa-</p><p>mente indicado na apólice; e</p><p>b) equipamentos móveis – são os equipamentos que operam</p><p>por autopropulsão, deslocando-se por seus próprios meios,</p><p>em canteiros de obras, entre locais de trabalho ou viagem</p><p>de entrega.</p><p>Bens, Objetos ou Interesses</p><p>Não Compreendidos no Seguro</p><p>Além das exclusões previstas em cada uma das cláusulas de coberturas,</p><p>este seguro não indenizará por prejuízos causados a:</p><p>a) qualquer tipo de veículo licenciado para uso em via pública,</p><p>embarcação, aeronave, locomotiva ou vagões, assim como seus</p><p>respectivos acessórios, peças e objetos instalados ou existentes</p><p>em seu interior;</p><p>b) em caso de Seguro para Equipamento Acoplado a veículos</p><p>licenciados, ficam excluídos todos e quaisquer danos causados</p><p>75</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>ao veículo e pelo veículo licenciado;</p><p>c) bens pessoais existentes no interior do equipamento;</p><p>d) equipamentos que se caracterizem como mercadoria do segurado;</p><p>e) queda, quebra, trinca ou amassamento, salvo se decorrentes</p><p>de eventos cobertos; e</p><p>f) documentos, inclusive registros magnéticos.</p><p>Prejuízos Indenizáveis</p><p>São indenizáveis, até os respectivos limites máximos de indenização fixa-</p><p>dos na apólice, os prejuízos e despesas decorrentes:</p><p>a) diretamente dos riscos cobertos; e</p><p>b) da impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados, por</p><p>motivo de força maior.</p><p>Os eventuais desembolsos efetuados pelo segurado, decorrentes de Des-</p><p>pesas de Salvamento durante e/ou após a ocorrência do sinistro, e os valo-</p><p>res referentes aos danos materiais comprovadamente causados pelo segu-</p><p>rado e/ ou terceiros com objetivo de evitar o sinistro, minorar o dano ou</p><p>salvaguardar o bem também estão garantidos no presente seguro, limitados,</p><p>porém, ao Limite Máximo de Indenização da cobertura afetada pelo sinistro.</p><p>As despesas de salvamento serão somadas aos prejuízos apurados na</p><p>cobertura básica para dedução da franquia cabível.</p><p>Riscos Cobertos</p><p>Consideram-se riscos cobertos os danos materiais decorrentes de causa</p><p>externa ocorridos com o(s) equipamento(s) segurado(s), doravante deno-</p><p>minados como COBERTURA BÁSICA – EVENTOS DE CAUSA EXTERNA,</p><p>até o Limite Máximo de Indenização contratado para esta cobertura.</p><p>Para fins do seguro, acidente deve ser entendido como avaria, perda ou dano</p><p>material de origem súbita, imprevista e acidental sofrida pelo bem segurado,</p><p>exceto em decorrência dos riscos mencionados nas EXCLUSÕES GERAIS.</p><p>É obrigatória a contratação da Cobertura Básica e da cobertura adicional</p><p>de Roubo e/ou Furto Qualificado.</p><p>Riscos Excluídos</p><p>Além das limitações e riscos excluídos descritos em cada uma das cláusu-</p><p>las adicionais, excluem-se do presente seguro quaisquer prejuízos, ônus,</p><p>perdas, danos ou responsabilidades de qualquer natureza, direta ou indire-</p><p>tamente causados por, resultantes de ou para os quais tenham contribuído:</p><p>76</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>■ atos ilícitos dolosos, culpa grave equiparável ao dolo, atos propo-</p><p>sitais, fraude, má-fé, ação ou omissão dolosa do segurado ou de</p><p>seus sócios controladores, dirigentes e administradores legais e</p><p>de seus respectivos beneficiários ou representantes legais, bem</p><p>como os decorrentes de</p><p>atos praticados em estado de alcoolis-</p><p>mo, sob efeito de substâncias tóxicas ou em estado de insanida-</p><p>de mental, inclusive negligência em usar de todos os meios com-</p><p>provadamente ao seu alcance para evitar os prejuízos cobertos,</p><p>durante ou após a ocorrência de qualquer sinistro;</p><p>■ defeitos de fabricação, erro de projeto, vício intrínseco, má qualida-</p><p>de, uso indevido ou mau acondicionamento dos objetos segurados;</p><p>■ atos de autoridades públicas, salvo para evitar propagação de</p><p>danos cobertos por esta apólice;</p><p>■ reação nuclear, radiações ionizantes ou contaminação por radioati-</p><p>vidade de qualquer combustível ou resíduo nuclear, combustão de</p><p>material nuclear, material de armas nucleares ou qualquer proces-</p><p>so autossustentador de fissão nuclear;</p><p>■ invasão, ato de inimigo estrangeiro, hostilidades ou operações</p><p>bélicas, guerra, insurreição, rebelião, motim, revolução, conspira-</p><p>ção, ato de autoridade civil ou militar ou usurpadores de autori-</p><p>dade ou atos de qualquer pessoa que esteja agindo por parte de</p><p>ou em ligação com qualquer organização cujas atividades visem à</p><p>derrubada, pela força, do Governo de jure ou de facto ou instigar</p><p>a queda do mesmo por meio de atos de terrorismo ou subversão;</p><p>■ tumultos, greves e lockout, atos de vandalismo, invasões de pro-</p><p>priedade, saques, inclusive os ocorridos durante ou após o sinistro;</p><p>■ quaisquer danos extrapatrimoniais, como perda de ponto, lucros</p><p>cessantes, perda de mercado ou de lucros esperados, desvalori-</p><p>zação dos objetos segurados em consequência de retardamento,</p><p>multas, juros e outros encargos financeiros decorrentes do não</p><p>cumprimento de qualquer contrato, bem como da paralisação total</p><p>ou parcial dos equipamentos segurados;</p><p>■ desgaste natural ou anormal causado pelo uso, falta de manuten-</p><p>ção ou manutenção inadequada, deterioração gradativa, vício pró-</p><p>prio, desarranjo mecânico, corrosão, incrustação, ferrugem, umida-</p><p>de e chuva, oxidação, combustão natural ou espontânea, fadiga e</p><p>fim de vida útil;</p><p>■ extorsão, apropriação indébita, estelionato, praticados contra o</p><p>patrimônio do segurado por seus funcionários, arrendatários, ces-</p><p>sionários, prepostos ou operadores contratados, quer agindo por</p><p>conta própria ou mancomunados com terceiros;</p><p>■ operações de instalação e montagem, reparos, ajustamentos,</p><p>77</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>serviços em geral de manutenção, salvo se ocorrer incêndio ou</p><p>explosão e, nesse caso, responderá somente por perda ou dano</p><p>causado por tal incêndio ou explosão;</p><p>■ operações de içamento dos equipamentos segurados ou ainda</p><p>transladação por helicóptero;</p><p>■ apropriação ou destruição por força de regulamentos alfan-</p><p>degários, riscos provenientes de contrabando, transporte ou</p><p>comércio ilegais;</p><p>■ estouros e/ou explosões, cortes e outros danos causados a pneumá-</p><p>ticos ou câmaras de ar, bem como arranhões em superfícies polidas</p><p>ou pintadas, salvo se resultarem de evento coberto por esta apólice;</p><p>■ sobrecarga, entendendo-se como tal as situações que superam as</p><p>especificações fixadas em projeto para operação das máquinas,</p><p>equipamentos ou instalações seguradas;</p><p>■ erro de montagem, falta de habilidade, negligência, imperícia ou</p><p>sabotagem;</p><p>■ furto simples, sem emprego de violência, desaparecimento inexpli-</p><p>cável e simples extravio, salvo se contratada a Cobertura de Furto</p><p>Simples (adicional da cobertura de Roubo e/ou Furto Qualificado);</p><p>■ operação dos equipamentos segurados em obras subterrâneas ou</p><p>escavações de túneis;</p><p>■ atos terroristas, independentemente de seu propósito;</p><p>■ roubo e/ou furto qualificado, de qualquer natureza, salvo se con-</p><p>tratada a Cobertura Adicional de Roubo e/ou Furto Qualificado e</p><p>respeitadas suas disposições;</p><p>■ roubo e/ou furto, apropriação indébita ou estelionato, praticados</p><p>contra o patrimônio do segurado por seus funcionários, prepostos</p><p>ou ainda por operadores contratados, quer agindo por conta pró-</p><p>pria ou mancomunados com terceiros;</p><p>■ danos elétricos, curto-circuito, sobrecarga, fusão ou outros distúr-</p><p>bios elétricos causados aos dínamos, alternadores, motores, trans-</p><p>formadores, condutores, chaves e demais acessórios elétricos, sal-</p><p>vo se ocorrer incêndio, caso em que serão indenizáveis somente os</p><p>prejuízos causados pelo incêndio consequente. As exclusões pre-</p><p>vistas nesta alínea poderão ser revogadas se contratada a Cober-</p><p>tura Adicional de Danos Elétricos e respeitadas suas disposições;</p><p>■ operações dos equipamentos segurados sob e/ou sobre água,</p><p>entendendo-se como operação sobre água qualquer operação do</p><p>equipamento em plataformas flutuantes ou fixas, balsas e seme-</p><p>lhantes ou qualquer tipo de base operacional sobre água, inclusive</p><p>a bordo de embarcações;</p><p>78</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>■ queda dos equipamentos segurados em água doce ou salgada</p><p>em consequência da operação dos mesmos em proximidade de</p><p>margens de rios, praias, açudes, lagos, lagoas, cais, salvo se con-</p><p>tratada a Cobertura Adicional de Operação do Equipamento em</p><p>Proximidade à Água e respeitadas suas disposições;</p><p>■ danos ou prejuízos causados a terceiros, salvo se contratada a</p><p>Cobertura Adicional de Responsabilidade Civil – Equipamentos</p><p>Móveis e respeitadas suas disposições;</p><p>■ indenizações punitivas;</p><p>■ erro na Interpretação de Datas por Equipamentos Eletrônicos, con-</p><p>forme Cláusula de Exclusão a seguir:</p><p>Fica entendido e concordado que este seguro não cobre qualquer pre-</p><p>juízo, dano, destruição, perda e/ou reclamação de responsabilidade, de</p><p>qualquer espécie, natureza ou interesse, que possa ser, direta ou indireta-</p><p>mente, originado de ou consistir em:</p><p>» falha ou mau funcionamento de qualquer equipamento e/ou</p><p>programa de computador e/ou sistema de computação eletrô-</p><p>nica de dados em reconhecer e/ou corretamente interpretar e/</p><p>ou processar e/ou distinguir e/ou salvar qualquer data como a</p><p>real e correta data de calendário, ainda que continue a funcio-</p><p>nar aparentemente de forma correta após aquela data; e</p><p>» qualquer ato, falha, inadequação, incapacidade, inabilidade ou</p><p>decisão do segurado ou de terceiro, relacionados com a não uti-</p><p>lização ou não disponibilidade de qualquer propriedade ou equi-</p><p>pamento de qualquer tipo, espécie ou qualidade, em virtude do</p><p>risco de reconhecimento, interpretação ou processamento de</p><p>datas de calendário. Para todos os efeitos, entendem-se como</p><p>equipamento ou programa de computador os circuitos eletrôni-</p><p>cos, microchips (componentes físicos de informática para arma-</p><p>zenamento de dados), circuitos integrados, microprocessadores,</p><p>sistemas embutidos, hardwares (equipamentos computadoriza-</p><p>dos), softwares (programas utilizados ou a serem utilizados em</p><p>equipamentos computadorizados), firmwares (programas resi-</p><p>dentes em equipamentos computadorizados), programas, com-</p><p>putadores, equipamentos de processamento de dados, sistemas</p><p>ou equipamentos de telecomunicações ou qualquer outro equi-</p><p>pamento similar, sejam eles de propriedade do segurado ou não.</p><p>A presente cláusula é abrangente e derroga inteiramente qualquer dispo-</p><p>sitivo do contrato de seguro que com ela conflite ou que dela divirja:</p><p>» qualquer operação de condução, manobra do equipamento</p><p>segurado por pessoa não habilitada para tal fim;</p><p>79</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>» danos decorrentes de terremotos, tremores de terra e mare-</p><p>motos;</p><p>» danos causados por infiltração de água, mofo ou maresia, sal-</p><p>vo se decorrentes de risco coberto;</p><p>» danos morais;</p><p>» roubo ou furto parcial ou perda de qualquer peça, ferramen-</p><p>ta, acessório ou sobressalente;</p><p>» alagamento, enchente ou inundação, exclusivamente para</p><p>equipamentos estacionários;</p><p>■ Para equipamentos portáteis, esta cobertura não garante ainda os</p><p>prejuízos causados por:</p><p>» queda, quebra, trinca ou amassamento, salvo se decorrentes</p><p>de eventos cobertos;</p><p>» roubo ou furto dos equipamentos do interior de veículo, salvo</p><p>se</p><p>o próprio veículo for roubado; e</p><p>» equipamentos cuja guarda tenha sido transferida a terceiros (com-</p><p>panhias aéreas, hotéis, clientes, fornecedores e assemelhados).</p><p>■ danos causados por colisão de colheitadeiras e/ou suas partes e</p><p>acessórios com quaisquer obstáculos existentes no solo, como:</p><p>raízes, tocos, pedras.</p><p>— Seguro de Florestas</p><p>Esse seguro garante cobertura aos custos de reposição de florestas em</p><p>formação ou de seu valor comercial, quando se tratar de florestas já forma-</p><p>das ou naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos bioló-</p><p>gicos e meteorológicos.</p><p>Para a definição do valor de cobertura (LMR) existem duas metodologias</p><p>de cálculo:</p><p>■ florestas em formação; e</p><p>■ florestas já formadas.</p><p>80</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Saiba mais</p><p>Seguro de Florestas e Seguro da Produção de Florestas – Saiba</p><p>a diferença</p><p>Além do Seguro de Florestas, que protege o valor da madeira ou a sua reposição,</p><p>existe o Seguro da Produção de Florestas destinadas ao extrativismo vegetal. O</p><p>interesse do produtor pode consistir na produção de óleo de palmeira, erva-mate,</p><p>coco, resina, borracha ou outras frutas. Nestes casos, se a plantação (floresta) for</p><p>danificada por algum dos riscos cobertos (incêndio, granizo, insetos), a indeniza-</p><p>ção incidirá sobre a perda da produção, e não do valor da sua madeira.</p><p>No primeiro caso, as coberturas podem se estender do custo de implan-</p><p>tação, acrescido de custeio anual para a sua manutenção, visando à repo-</p><p>sição de florestas em formação. No caso de florestas já formadas (ou</p><p>naturais), o valor de cobertura deve ser determinado pelo próprio valor</p><p>comercial da floresta.</p><p>— Seguro de Cédula do</p><p>Produto Rural – CPR</p><p>A CPR é um título emitido pelo produtor rural que vende a termo sua pro-</p><p>dução agropecuária, recebe o valor da venda no ato da formalização do</p><p>negócio e se compromete a entregar o produto vendido na quantidade,</p><p>qualidade, local e data estipulados no título, garantindo ao último credor</p><p>titular da CPR, desde que não seja o emitente ou seu avalista (segurado), o</p><p>fiel cumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo produtor</p><p>(tomador) na cédula.</p><p>Entre os tipos de CPR atualmente disponíveis no mercado, podemos citar:</p><p>■ Cédula do Produto Rural Física – o emitente da Cédula do Pro-</p><p>duto Rural tem o compromisso, junto ao credor, de entregar o pro-</p><p>duto objeto do título, de acordo com as condições previstas na</p><p>cédula, no vencimento;</p><p>■ Cédula do Produto Financeira – o emitente da Cédula do Pro-</p><p>duto Rural tem o compromisso, junto ao credor, de liquidar o título</p><p>Curiosidade</p><p>As seguradoras, atualmente, não</p><p>estão aceitando esse tipo de</p><p>apólice no mercado brasileiro.</p><p>81</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>pelo valor de resgate estipulado na respectiva cédula, no venci-</p><p>mento. Há, ainda, outros dois tipos: Financeira Indexada – Futuro</p><p>BM&F e Financeira Indexada – Indicador Esalq; e</p><p>■ Cédula do Produto para Exportação – o emitente da Cédula do</p><p>Produto Rural tem o compromisso, junto ao credor (importador não</p><p>residente no país), de entregar o produto objeto do título, de acor-</p><p>do com os requisitos previstos na cédula, no vencimento.</p><p>Esse seguro garante ao último credor titular da CPR, desde que ele não</p><p>seja o emitente ou seu avalista (segurado), o fiel cumprimento das obriga-</p><p>ções contratuais assumidas pelo produtor (tomador) na cédula.</p><p>Observação</p><p>A seguradora somente poderá isentar-se de responsabilidade quanto ao pagamento de</p><p>indenização na hipótese de ocorrência de, pelo menos, uma das seguintes situações:</p><p>■ atos ou fatos de responsabilidade do segurado que impossibilitem o tomador do fiel</p><p>cumprimento de suas obrigações estipuladas na CPR;</p><p>■ alteração dos requisitos sem sua prévia anuência; e</p><p>■ caso fortuito ou de força maior, exceto chuva excessiva, geada, granizo, incêndio aciden-</p><p>tal, inundação, raio, seca, tromba-d’água, variação excessiva de temperatura, vento forte,</p><p>doença e praga não controláveis.</p><p>Regulamentação da CPR</p><p>Criado pela Lei 8.929, de 22 de agosto de 1994, está disponível no merca-</p><p>do o Seguro de Garantia de Adiantamentos a Produtores Rurais, que, há</p><p>alguns anos, vem se constituindo na principal proteção que os operadores</p><p>de mercado dispõem contra a não entrega de mercadorias. Em 2001, ficou</p><p>permitida a liquidação financeira da CPR.</p><p>Aliado ao Seguro de Quebra de Safra, o Seguro da CPR proporciona ao</p><p>segurado uma operação a risco zero, cobrindo seus contratos contra</p><p>falhas de entrega de qualquer natureza. Em havendo uma quebra de safra</p><p>que impeça a entrega da mercadoria contratada e paga antecipadamente,</p><p>não há como se exigir qualquer garantia, e, nesse ponto, a existência de</p><p>um Seguro de Safra, conjugado com a garantia de entrega, é importante,</p><p>principalmente, por proporcionar uma proteção total aos operadores de</p><p>commodities agrícolas que financiam seus fornecedores.</p><p>A Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004, dispõe sobre a obriga-</p><p>toriedade de Seguro à CPR – Cédula de Produto Rural –, com objetivo</p><p>82</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>de garantir ao segurado o pagamento de indenização, na hipótese de</p><p>comprovada falta de cumprimento, por parte do tomador, das obrigações</p><p>nela estabelecidas.</p><p>— Seguro de Vida do Produtor Rural</p><p>Esse seguro é destinado ao produtor rural que seja devedor de crédito</p><p>rural junto a uma instituição financeira e terá sua vigência limitada ao perío-</p><p>do do financiamento, sendo que o beneficiário será o agente financiador.</p><p>Serve para amortizar ou liquidar as operações de crédito rural desse pro-</p><p>dutor rural, contratadas junto a um agente financiador, em caso de morte</p><p>do segurado.</p><p>EM RESUMO</p><p>Modalidades do Seguro Rural</p><p>Benfeitoria</p><p>Patrimônio nos limites da propriedade</p><p>Penhor</p><p>Bens oferecidos em garantia nas operações de crédito</p><p>Animais</p><p>Animais de elite</p><p>Agrícola</p><p>Acidentes climatológicos para plantas</p><p>Pecuário</p><p>Animais para atividade agropecuária tradicional</p><p>Aquícola</p><p>Animais aquáticos em cativeiro</p><p>Floresta</p><p>Valor da madeira e produtividade de plantações</p><p>Cédula do Produto Rural (CPR)</p><p>Garantia a um título emitido por produtor rural</p><p>Vida</p><p>Amortiza ou liquida as operações de crédito rural, em caso de mor-</p><p>83</p><p>UNIDADE 5</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>te do segurado</p><p>84</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>FIXANDO CONCEITOS 5</p><p>1. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):</p><p>A CPR – Cédula do Produto Rural – é um título emitido pelo produtor rural,</p><p>que vende a termo sua produção agropecuária. No tipo de CPR chamado</p><p>de Cédula do ____________________, o emitente da cédula tem o com-</p><p>promisso junto ao credor de, no vencimento, entregar o produto objeto do</p><p>título, de acordo com as condições previstas na cédula.</p><p>(a) Produto Financeiro.</p><p>(b) Produto Pecuário.</p><p>(c) Produto Rural Física.</p><p>(d) Produto para Exportação.</p><p>(e) Produto Futuro BM&F.</p><p>2. Marque a alternativa correta</p><p>O Ramo do Seguro Rural que garante o patrimônio nos limites da propriedade,</p><p>cobrindo construções, instalações ou equipamentos fixos, além de produtos</p><p>agropecuários, depois de removidos do campo de colheita ou estocados é o:</p><p>(a) Penhor Rural.</p><p>(b) Agrícola.</p><p>(c) RD-Equipamentos.</p><p>(d) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.</p><p>(e) CPR – Cédula do Produto Rural.</p><p>3. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa</p><p>correta:</p><p>O Seguro Pecuário é um seguro abrangente, que garante indenização</p><p>por morte de animais próprios em consequência de acidentes e doenças.</p><p>Esses animais devem ser destinados:</p><p>I) Ao consumo e à produção.</p><p>II) À cria e recria.</p><p>III) À engorda ou ao trabalho de tração.</p><p>IV) À finalidade de incremento e/ou melhoria de plantéis.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente I é proposição verdadeira.</p><p>(b) Somente II é proposição verdadeira.</p><p>(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.</p><p>(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.</p><p>85</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>4. Correlacione os itens abaixo e depois marque a alternativa correta:</p><p>1) Benfeitoria</p><p>2) Penhor</p><p>3) Animais</p><p>4) Agrícola</p><p>5) Pecuário</p><p>( ) bens oferecidos, em garantia, nas operações de crédito</p><p>( ) animais de elite</p><p>( ) acidentes climatológicos para plantas</p><p>( ) patrimônio nos limites da propriedade</p><p>( ) animais para atividade agropecuária tradicional</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) 1, 2, 3, 4, 5</p><p>(b) 5, 2, 4, 3, 1</p><p>(c) 2, 3, 4, 1, 5</p><p>(d) 1, 2, 5, 3, 4</p><p>(e) 4, 5, 1, 3, 2</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>5. Em relação ao Seguro Rural, no que concerne aos conceitos a ele perti-</p><p>nentes, podemos afirmar que o (a):</p><p>(a) Bem segurado pode englobar desde a vida e o patrimônio do produ-</p><p>tor rural até a safra.</p><p>(b) Bem segurado se restringe aos implementos agrícolas.</p><p>(c) Bem segurado diz respeito exclusivamente às plantações.</p><p>(d) Pecuária é a principal atividade securitária.</p><p>(e) Bem segurado se restringe aos fenômenos da natureza.</p><p>6. Garantir o pagamento de indenização em caso de morte de animal des-</p><p>tinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria, engorda ou tra-</p><p>balho por tração é o objetivo do seguro:</p><p>(a) Aquícola.</p><p>(b) Agrícola.</p><p>(c) de Penhor Rural.</p><p>(d) de Benfeitorias.</p><p>(e) Pecuário.</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 86</p><p>UNIDADE 606</p><p>Os DESAFIOS do</p><p>■ Entender o potencial de crescimento do agronegócio</p><p>brasileiro e, consequentemente, do Seguro Rural</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>GARGALO LOGÍSTICO</p><p>SISTEMA TRIBUTÁRIO</p><p>CONTROLE SANITÁRIO</p><p>INCREMENTO DA</p><p>COMPETITIVIDADE</p><p>PESQUISA &</p><p>DESENVOLVIMENTO (P&D)</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 87</p><p>UNIDADE 6</p><p>O</p><p>potencial do agronegócio brasileiro é indiscutível, mas para</p><p>que possamos chegar a ser o maior país agrícola do mundo</p><p>nos próximos dez anos, como apontam os indicadores da</p><p>UNCTAD – Conferência das Nações Unidas para o Comércio</p><p>e Desenvolvimento –, temos que dar solução imediata para alguns pontos</p><p>nevrálgicos no nosso agronegócio, entre os quais destacamos:</p><p>GARGALO LOGÍSTICO</p><p>A falta de investimentos públicos no setor de logística – portos, aeroportos,</p><p>rodovias e ferrovias – já provoca perdas da ordem de 4% do Produto Interno</p><p>Bruto (PIB) e é idêntica ao volume que o país precisa investir para acabar com</p><p>os gargalos do setor.</p><p>Essa perda reflete diretamente a limitação de novos negócios, já que não há</p><p>canais suficientes para escoar a produção e impacta em maiores custos dos</p><p>produtos brasileiros.</p><p>Praticamente toda a infraestrutura de transporte do país precisa se moderni-</p><p>zar, não apenas a malha rodoviária, que é precária, em especial na região</p><p>Nordeste, mas também as ferrovias, que, muito embora tenham recebido</p><p>investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda do</p><p>setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao trans-</p><p>porte rodoviário.</p><p>No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial no</p><p>Brasil), assiste-se a uma situação semelhante. Embora a privatização tenha</p><p>contribuído para a modernização dos portos, o excesso de mão de obra (que</p><p>chega a ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus e sul-a-</p><p>mericanos) ainda mantém os padrões de produtividade baixos. Enquanto o</p><p>Curiosidade</p><p>No Brasil, os gastos dos</p><p>empresários com transporte</p><p>de cargas chegam a 12% do</p><p>PIB, e estima-se que esse</p><p>número possa chegar a 20%</p><p>nos próximos anos, dada</p><p>a falta de investimento do</p><p>Governo nesse segmento.</p><p>Na China e na África do Sul,</p><p>eles são de apenas 8% e</p><p>9%, respectivamente, e há</p><p>projeção de queda para algo</p><p>em torno de 7% do PIB.</p><p>88</p><p>UNIDADE 6</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>índice internacional de movimentação é de 40 contêineres/hora, nos portos</p><p>brasileiros essa média é de 27. Este é um dos motivos pelos quais todos os</p><p>anos caminhões formam filas de até 150 quilômetros de extensão para des-</p><p>carregar no Porto de Paranaguá (PR).</p><p>Consciente de que sozinho não conseguirá reverter esse quadro, o Governo</p><p>Federal já busca o apoio da iniciativa privada não apenas no que se refe-</p><p>re ao desenvolvimento da infraestrutura do país, mas também incentivando</p><p>a criação de polos intermodais de transporte (integração entre os sistemas</p><p>rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo) para a redução de custos e o</p><p>aumento do nível de serviços.</p><p>SISTEMA TRIBUTÁRIO</p><p>Com uma economia aberta ao exterior, isto é, com possibilidade de exportar</p><p>e importar qualquer produto do agronegócio, a carga tributária deveria ser</p><p>compatível com a dos nossos competidores.</p><p>Como os concorrentes dos brasileiros, inclusive no Mercosul, têm impostos</p><p>baixos, fica difícil para o produtor do Brasil competir nos mercados externos.</p><p>Não é raro acontecer de perdermos o próprio mercado interno, porque os</p><p>produtos importados nos chegam mais baratos.</p><p>Não há como o produtor rural e a agroindústria serem competitivos com</p><p>governos vorazes em criar novos impostos e aumentar os atuais, e com</p><p>mecanismos complexos de arrecadação, o que aumenta os custos de produ-</p><p>ção. A reforma tributária é urgente, com a diminuição da carga de tributos e a</p><p>simplificação dos procedimentos na tributação.</p><p>CONTROLE SANITÁRIO</p><p>O nível de exigência em relação à origem e qualidade dos produtos</p><p>comercializados no mundo tem aumentado significativamente nos últi-</p><p>mos anos. Tal situação obriga o Brasil a buscar cada vez mais se moder-</p><p>nizar quanto nossa segurança alimentar. Em que pese termos um sistema</p><p>de controle sanitário que não pode ser considerado ruim, este ainda pre-</p><p>cisa melhorar significativamente.</p><p>De outra forma, o potencial de prejuízos que isso pode acarretar aos pro-</p><p>dutores já foi demonstrado nos últimos anos. Por causa do surgimento</p><p>89</p><p>UNIDADE 6</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, mais de 50</p><p>países impuseram embargo à carne bovina desses Estados, que estão</p><p>entre os maiores produtores nacionais.</p><p>Além do embargo à carne bovina, o agronegócio brasileiro sofreu com</p><p>o surto de gripe aviária, que prejudicou as exportações até mesmo de</p><p>países que não registraram casos da doença (como o Brasil).</p><p>INCREMENTO DA</p><p>COMPETITIVIDADE</p><p>O maior de todos os desafios está relacionado ao incremento da compe-</p><p>titividade, que envolve a criação de uma cultura mercadológica e visão</p><p>exportadora, com conceitos desenvolvidos de qualidade, conformida-</p><p>de a padrões globais, preços competitivos, prazos, redução de custos</p><p>(capital, tributos, logística). Para vencer esse desafio, o país necessita de</p><p>uma melhoria substancial na organização do agronegócio como um todo</p><p>(aumento do nível de informação, administração [gerência] profissional,</p><p>integração de elos, relações contratuais, como prática corriqueira, refor-</p><p>ma do papel do Estado, entre outros) e o desenvolvimento de mecanis-</p><p>mos e condições que possibilitem a geração de renda adicional e de</p><p>novas oportunidades de negócios (escalas adequadas de produção,</p><p>especialização, diferenciação de processos produtivos e de produtos,</p><p>agregação de valor). Nesse contexto, a agricultura familiar pode desem-</p><p>penhar um importante papel na conquista de nichos específicos de mer-</p><p>cado, com geração de produtos de qualidade e criação de marcas dife-</p><p>renciadas, gerando renda e aumentando o nível de emprego no campo.</p><p>Nesse mercado, o domínio e o uso de novas tecnologias e novas ferra-</p><p>mentas, principalmente aquelas proporcionadas pela biotecnologia, pas-</p><p>sa a desempenhar papel de fundamental importância.</p><p>PESQUISA &</p><p>DESENVOLVIMENTO (P&D)</p><p>Em que pese já haver no país uma série de novos mecanismos criados</p><p>recentemente, principalmente os fundos setoriais, importantes no financia-</p><p>mento público das atividades de pesquisa, ainda persistem algumas ques-</p><p>90</p><p>UNIDADE 6</p><p>SEGUROS</p><p>de</p><p>transporte, portos e armazenagem, e modernização do parque de máquinas</p><p>e implementos agrícolas.</p><p>10</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>O que o Brasil ganha com isso? Muita coisa. A segurança alimentar</p><p>é, por exemplo, uma questão estratégica que afeta diretamente a</p><p>população brasileira. Temos, hoje, alimentos de qualidade, ofertados</p><p>durante todo o ano, e com um custo que não vem sofrendo aumen-</p><p>tos significativos nos últimos anos. Esta é uma das contribuições</p><p>importantes do agronegócio brasileiro, com impactos diretos</p><p>na inflação, na estabilidade econômica e, consequentemente,</p><p>no bolso do consumidor. Somam-se a este quadro o saldo positivo</p><p>da balança de pagamentos e o impacto do setor no interior do país,</p><p>gerando mais empregos e renda. A maioria dos seus 5 mil municípios,</p><p>que representam 89% do total dos municípios brasileiros, tem menos</p><p>de 50 mil habitantes e é altamente dependente do agronegócio.</p><p>O setor do agronegócio precisa aproveitar o momento positivo para conso-</p><p>lidar sua imagem na sociedade, por meio de um bem estruturado plano de</p><p>comunicação. O maior beneficiário não será o próprio setor, mas a socieda-</p><p>de, que estará assegurando as bases do desenvolvimento sustentável.</p><p>Comentário</p><p>Medidas para o</p><p>Brasil ter maior</p><p>produção agrícola:</p><p>■ adoção de créditos</p><p>com juros fixos;</p><p>■ investimento em pesquisa;</p><p>■ fortalecimento da defesa</p><p>agropecuária;</p><p>■ melhoria da infraestrutura de</p><p>transporte, portos e armaze-</p><p>nagem; e</p><p>■ modernização do parque</p><p>de máquinas e implementos</p><p>agrícolas.</p><p>11</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>SEGURANÇA ALIMENTAR</p><p>O mercado de seguros não está limitado à realidade da vida urbana, na</p><p>qual os riscos seguráveis estão alinhados às circunstâncias das metró-</p><p>poles e áreas adjacentes. É uma visão equivocada o entendimento de</p><p>que a riqueza produzida pelo País encontra-se apenas nas cidades. O</p><p>profissional do mercado de seguros deve estar atento às grandes pos-</p><p>sibilidades de negócios que os riscos inerentes ao agronegócio ofe-</p><p>recem. Isso porque não se trata apenas de uma escolha pública de</p><p>desenvolver o agronegócio, mas, sim, de uma obrigação do Estado em</p><p>garantir a segurança alimentar de sua população.</p><p>O conceito de segurança alimentar foi consolidado na Cúpula Mundial</p><p>de Alimentação, em 1996, na cidade de Roma, na qual os represen-</p><p>tantes de vários países, inclusive do Brasil, estiveram reunidos e ela-</p><p>boraram um Plano de Ação da Cúpula Mundial da Alimentação, o qual</p><p>previu que há “segurança alimentar quando as pessoas têm, a todo o</p><p>momento, acesso físico e econômico a alimentos seguros, nutritivos e</p><p>suficientes para satisfazer às suas necessidades dietéticas e preferên-</p><p>cias alimentares, a fim de levarem uma vida ativa e sã”.</p><p>O art. 6º da Constituição Federal de 1988 prevê, na sua atual redação,</p><p>o seguinte:</p><p>Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-</p><p>mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,</p><p>a segurança, a previdência social, a proteção à materni-</p><p>dade e à infância, a assistência aos desamparados, na</p><p>forma desta Constituição.</p><p>12</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Portanto, o direito à alimentação é um direito fundamental. Além dis-</p><p>so, tal direito é entendido pela comunidade internacional como Direito</p><p>Humano, de modo que, dentro do contexto dos direitos sociais, a Segu-</p><p>rança Alimentar deve ser assegurada, sobretudo para que prevaleça a</p><p>dignidade da pessoa humana.</p><p>Por essa razão, o agronegócio brasileiro está inserido no contexto da</p><p>segurança alimentar em tal magnitude, que, ao se tratar de desenvol-</p><p>vimento do setor, há percepções teóricas até mesmo do que seria a</p><p>soberania e a sustentabilidade alimentar do País.</p><p>O conceito de segurança alimentar relaciona-se também com aspectos</p><p>macroeconômicos, sobretudo no que concerne à inflação, a qual retira</p><p>o poder de compra e restringe o acesso aos produtos. Desse modo,</p><p>assegurar padrões estratégicos de segurança alimentar é interagir,</p><p>construtivamente, com variáveis econômicas, políticas públicas, subsí-</p><p>dios, proteções aos riscos, políticas sociais e agrárias, e zoneamentos</p><p>agroclimáticos.</p><p>O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – tem</p><p>como missão o desenvolvimento de políticas agrícolas que promovam</p><p>a segurança alimentar brasileira.</p><p>Como veremos a seguir, o crédito rural, o seguro rural, os programas de</p><p>Governo e os fundos de proteção da atividade rural são variáveis que</p><p>atuam intensamente para o desenvolvimento do agronegócio. Para a</p><p>compreensão da dinâmica do seguro rural, é fundamental entender os</p><p>agentes envolvidos, as operações, as relações com o poder público e</p><p>os elementos do risco rural.</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização dos</p><p>alimentos e fibras.</p><p>INSUMOS PRODUÇÃO COMERCIALIZAÇÃO</p><p>Fertilizantes Agricultura &</p><p>Pecuária</p><p>Atacadistas</p><p>Sementes Cooperativas</p><p>Herbicidas Agroindústria &</p><p>Energia</p><p>Exportadores</p><p>Defensivos Varejistas</p><p>Insumos Produção Comercialização</p><p>C</p><p>O</p><p>N</p><p>S</p><p>U</p><p>M</p><p>ID</p><p>O</p><p>R</p><p>13</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Os Principais Segmentos do Agronegócio</p><p>ANTES</p><p>DA PORTEIRA</p><p>DENTRO</p><p>DA PORTEIRA DEPOIS DA PORTEIRA</p><p>MÁQUINAS E</p><p>EQUIPAMENTOS</p><p>PRODUÇÃO</p><p>AGROPECUÁRIA</p><p>AGROINDÚSTRIA</p><p>(PROCESSAMENTO) DISTRIBUIÇÃO</p><p>Sementes</p><p>Calcário</p><p>Fertilizantes</p><p>Rações</p><p>Defensivos</p><p>Fármacos</p><p>Veterinários</p><p>Combustíveis</p><p>Tratores</p><p>Colheitadeiras</p><p>Implementos</p><p>Equipamentos</p><p>Máquinas</p><p>Motores</p><p>Inseminação</p><p>Artificial</p><p>Ordenha</p><p>mecânica</p><p>Equipamentos</p><p>de frio</p><p>→ Produção</p><p>animal</p><p>Lavouras</p><p>permanentes</p><p>Lavouras</p><p>temporárias</p><p>Horticultura</p><p>Fruticultura</p><p>Silvicultura</p><p>Extração</p><p>vegetal</p><p>→ Indústria</p><p>alimentar</p><p>Indústria de</p><p>bebidas</p><p>Couro e</p><p>calçados</p><p>Têxtil e</p><p>confecções</p><p>Papel e</p><p>celulose</p><p>Madeira e</p><p>móveis</p><p>Álcool</p><p>carburante</p><p>Borracha</p><p>natural</p><p>Fumo e</p><p>cigarros</p><p>Óleos e</p><p>essências</p><p>→</p><p>C</p><p>O</p><p>N</p><p>S</p><p>U</p><p>M</p><p>ID</p><p>O</p><p>R</p><p>E</p><p>S</p><p>Comércio</p><p>atacadista</p><p>Refeições</p><p>industriais</p><p>Fast-food</p><p>Lojas de</p><p>conveniência</p><p>Restaurantes,</p><p>hotéis</p><p>Super/</p><p>hipermercados</p><p>Mercearias</p><p>Bares</p><p>Padarias</p><p>Açougues</p><p>Feiras e</p><p>sacolões</p><p>Exportação</p><p>→</p><p>→ → → →</p><p>→ → → →</p><p>→ → → →</p><p>SERVIÇOS DE APOIO</p><p>Agronômicos, veterinários, P&D, bancos, marketing, vendas, transporte, armazenagem, portos, assistência</p><p>médica, informação de mercados, bolsas de mercadorias, seguros, outros.</p><p>14</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Importância do Agronegócio</p><p>■ Um dos Setores Mais Dinâmicos da Economia</p><p>» representa 34% do PIB brasileiro (2016);</p><p>» comporta 37% dos empregos; e</p><p>» US$ 1 milhão investido na agropecuária equivale à geração de</p><p>202 empregos (IBGE).</p><p>■ Maior Gerador de Divisas do País</p><p>» saldo comercial de US$ 47,7 bilhões em 2016; e</p><p>» corresponde a 43% do total das exportações brasileiras.</p><p>— Oportunidades</p><p>O agronegócio brasileiro é muito competitivo e oferece grandes oportunidades:</p><p>■ aumento da produção = desenvolvimento</p><p>1. + empregos e renda;</p><p>2. + alimentos e fibras;</p><p>3. + exportações; e</p><p>4. + energia (biocombustíveis).</p><p>— Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro</p><p>■ disponibilidade de terras e clima favorável;</p><p>■ recursos humanos qualificados;</p><p>■ capacidade de gestão;</p><p>■ estrutura de comercialização;</p><p>■ potencial para bioenergia; e</p><p>■ desenvolvimento tecnológico (diferencial).</p><p>CERRADO – DISPONIBILIDADE DE TERRAS</p><p>(MILHÕES DE HECTARES)</p><p>Área Total: 204</p><p>Área Agricultável: 137</p><p>Pastagem: (35)</p><p>Culturas Anuais: (10)</p><p>Culturas Perenes e Florestas: (2)</p><p>Área Disponível: 90</p><p>Fonte: MAPA/SPC</p><p>15</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro</p><p>■ logística (transporte, armazenagem, portos);</p><p>■ a questão social;</p><p>■ desenvolvimento da biotecnologia;</p><p>■ ação proativa e profissionalização em negociações internacionais; e</p><p>■ políticas públicas.</p><p>VITÓRIA</p><p>PONTA DA</p><p>MADEIRA</p><p>SANTARÉM</p><p>ITACOATIARA</p><p>SANTOS</p><p>BOLÍVIA</p><p>ARGENTINA</p><p>PARAGUAI</p><p>DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>tões fundamentais com relação às organizações de Pesquisa e Desenvol-</p><p>vimento (P&D), que necessitam de um encaminhamento mais apropriado:</p><p>■ criação/existência de um arcabouço legal adequado e moderno,</p><p>que pode vir a existir através da lei de inovação tecnológica;</p><p>■ valorização institucional, por parte do Governo Federal, como cul-</p><p>tura permanente da sociedade brasileira;</p><p>■ um modelo adequado de gestão, principalmente nas organizações</p><p>públicas; e</p><p>■ um forte engajamento do setor privado (com parcerias estratégi-</p><p>cas, recursos específicos de financiamento, utilização de cientistas</p><p>e engenheiros) em todo o processo de pesquisa e desenvolvimen-</p><p>to, mas, principalmente, na inovação tecnológica.</p><p>Assim, seriam recomendáveis ações integradas em diferentes níveis – Gover-</p><p>no, universidades, organizações de P&D e empresas privadas. Em nível de</p><p>Governo, como forte indutor de projetos específicos de P&D, com visão de</p><p>médio e longo prazos, “comprando soluções tecnológicas” em vez de sub-</p><p>sidiar produtos, com uma visão de “governança integrada”. Nas universida-</p><p>des, formando cientistas e engenheiros para atender a demandas especí-</p><p>ficas também de empresas privadas distintas, com forte integração com o</p><p>Governo. Nas organizações de P&D, buscando atender à demanda atual e</p><p>potencial, viabilizando soluções tecnológicas competitivas, com forte parceria</p><p>com universidades e empresas privadas, estabelecendo arranjos e inovação</p><p>tecnológica integrados (cluster tecnológico) em diferentes níveis. Nas empre-</p><p>sas privadas, com a internalização, na cultura dessas organizações, de que o</p><p>processo de geração e desenvolvimento de novos conhecimentos, que são</p><p>a base permanente da inovação tecnológica, deve ser parte da estratégia</p><p>mercadológica de conquista e manutenção de mercados, além de pressupor</p><p>uma visão empresarial moderna do “melhor, mais cedo e mais barato”.</p><p>Como se vê, os obstáculos para o crescimento do agronegócio brasileiro são</p><p>imensos, mas podem ser superados. Muito embora o potencial de comércio do</p><p>agronegócio brasileiro seja muito grande, já poderia ser maior do que é atualmen-</p><p>te; mesmo assim, o Brasil ocupa lugar de destaque entre os demais países.</p><p>Com isso, pode-se perceber que ainda falta muito para que o Brasil se torne</p><p>a maior potência do agronegócio do mundo, pois é competitivo em algumas</p><p>cadeias produtivas. Além do mais, as políticas econômicas impedem que o ren-</p><p>dimento seja maior, e os problemas de logística geram custos elevados.</p><p>Contudo, o agronegócio brasileiro é persistente e, apesar desses obstáculos,</p><p>ocupa, a cada dia, lugar no cenário mundial. Isto implica dizer que as vanta-</p><p>gens apresentadas como terras abundantes, potencial de produção, climas</p><p>favoráveis, imensa disponibilidade de água doce e energia renovável, além</p><p>de sua capacidade empresarial, falam mais alto do que qualquer problema,</p><p>fazendo do agronegócio o nosso negócio.</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 91</p><p>UNIDADE 707</p><p>■ Entender que não existe</p><p>no mundo caso de sucesso</p><p>em Seguros Agrícolas sem</p><p>a participação do Governo</p><p>Federal</p><p>■ Conhecer os dois</p><p>principais modelos de</p><p>sucesso nos Seguros</p><p>Rurais mundiais, a saber:</p><p>Estados Unidos e Espanha</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>EXPERIÊNCIAS</p><p>INTERNACIONAIS</p><p>■ Identificar as características</p><p>da participação</p><p>governamental brasileira</p><p>no modelo nacional de</p><p>Seguro Rural</p><p>■ Conhecer, preliminarmente,</p><p>o Fundo de Catástrofe em</p><p>vias de ser criado no Brasil</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 92</p><p>UNIDADE 7</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO</p><p>Uma das primeiras experiências mundiais em larga escala com o</p><p>Seguro Agrícola formal foi observada em fins do século XIX, nos EUA.</p><p>A primeira iniciativa com o Seguro Agrícola Privado de Riscos Múl-</p><p>tiplos ocorreu na região de Minneapolis, em 1899. Até então, havia</p><p>apenas seguros cobrindo riscos específicos como, por exemplo, a</p><p>queda de granizo.</p><p>De acordo com a Lei Federal do Seguro Agrícola, de 1980, o Progra-</p><p>ma de Seguro Agrícola Múltiplos Riscos (MPCI) seria garantido como</p><p>a principal forma de proteção contra desastres. Essa ação garantia,</p><p>ainda, o subsídio ao prêmio dado pelo Governo e o subsídio tradicio-</p><p>nal ao custo administrativo e de operação das firmas seguradoras.</p><p>O resultado direto desse movimento foi que em 1981, a área segurada</p><p>aumentou 81%, passando de 10,6 milhões para 19,3 milhões de hecta-</p><p>res, abrangendo aproximadamente 3.000 municípios.</p><p>Apesar do grande crescimento da área segurada, a Lei Federal do</p><p>Seguro Agrícola, de 1980, trouxe como consequência direta a baixa</p><p>performance atuarial durante o período de 1981 a 1989. A sinistralida-</p><p>de, naquele período, ficou em 1,41, bem acima da registrada de 1948</p><p>a 1980 (1,10).</p><p>Diante da situação, o Governo promulgou a Lei Agrícola Norte-Ameri-</p><p>cana, de 1990, determinando que as taxas de prêmio fossem aumen-</p><p>tadas, que as metas de sinistralidade estabelecidas para todas as</p><p>culturas seguradas e que novos produtos fossem desenvolvidos e</p><p>experimentados. Além disso, a Federal Crop Insurance Corporation</p><p>– FCIC – foi autorizada a ressegurar e subsidiar produtos desenvolvi-</p><p>dos pela iniciativa privada. Deste modo, a companhia iniciou, na épo-</p><p>ca, um projeto piloto cuja indenização era baseada em indicadores de</p><p>produtividade regional.</p><p>Como resultado imediato, houve um grande aumento da responsa-</p><p>bilidade da FCIC, que passou de aproximadamente US$ 13,6 bilhões,</p><p>em 1994, para US$ 23,7 bilhões, em 1995. A área segurada também</p><p>aumentou, passando de 99,6 milhões para 220,5 milhões de acres no</p><p>mesmo período.</p><p>O nível de sinistralidade também melhorou sensivelmente no período</p><p>de 1995 a 2003. Apenas em 2002, o índice ficou bem acima de “1”.</p><p>Contrabalanceando o bom resultado obtido em 1997, o índice médio</p><p>foi de “0,96”.</p><p>Curiosidade</p><p>Foi fundada, na Alemanha, a</p><p>primeira Associação de Seguros</p><p>contra granizo, em 1797. A</p><p>primeira experiência norte-</p><p>americana, entretanto, data</p><p>de 1880, também envolvendo</p><p>seguro contra granizo. A primeira</p><p>apólice teria sido subscrita no</p><p>estado de Connecticut para uma</p><p>lavoura de tabaco.</p><p>O seguro durou apenas 1 ano</p><p>e abrangia a lavoura de trigo.</p><p>Posteriormente, em 1917, o seguro</p><p>foi ofertado para os estados de</p><p>Dakota do Norte, Dakota do Sul</p><p>e Montana por três seguradoras</p><p>privadas, que sofreram prejuízos</p><p>devido à seca e à limitada</p><p>abrangência geográfica do</p><p>Seguro Kramer (1983).</p><p>Três anos mais tarde, em 1920, a</p><p>Companhia de Seguros Hartford</p><p>Fire ofereceu um contrato o</p><p>que cobria variações na renda</p><p>e no preço. As fortes quedas</p><p>nos preços das commodities</p><p>agrícolas aumentaram o</p><p>montante de indenizações,</p><p>de modo a exceder o total de</p><p>prêmios recolhidos em US$</p><p>1,7 milhão. Outras experiências</p><p>com Seguro Agrícola de Riscos</p><p>Múltiplos não obtiveram sucesso,</p><p>ao longo dos anos, em diversas</p><p>regiões daquele país.</p><p>93</p><p>UNIDADE 7</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>O programa de Seguro Agrícola Americano passou por fortes pressões no sen-</p><p>tido de sua descontinuidade, em meados da década de 1990, em falta da alta</p><p>sinistralidade. Atualmente, o programa encontra-se estabilizado atuarialmente.</p><p>É interessante perceber que a subvenção ao prêmio pode ser considerada</p><p>como o principal incentivador para que os produtores optem pelo seguro.</p><p>Não é exagero dizer que todos os modelos de sucesso em Seguro Agríco-</p><p>la no mundo possuem como elemento comum a existência de participação</p><p>governamental subvencionando parte do prêmio do seguro.</p><p>No que se refere ao Brasil, com 23 anos de defasagem em relação aos</p><p>EUA, foi aprovada a Lei 10.823/2003, que concede subvenção ao prêmio</p><p>do Seguro Agrícola. O objetivo é o de reduzir o custo do seguro e, com</p><p>isso, aumentar sua demanda.</p><p>Em 2008, o prêmio, no Brasil, atingiu o volume de US$ 100 milhões. Mui-</p><p>to pouco se comparado aos volumes</p><p>captados em outros mercados tidos</p><p>como referências mundiais: EUA, com aproximadamente US$ 3,35 bilhões,</p><p>e Espanha com aproximadamente US$ 1,7 bilhão.</p><p>Nos países desenvolvidos, grande parte dos subsídios agrícolas é repassa-</p><p>da através do seguro. Nos Estados Unidos, por exemplo, há casos em que</p><p>100% do prêmio são pagos pelo Governo, que também arca com os custos</p><p>operacionais das seguradoras. O governo da Espanha, cuja experiência</p><p>começou em 1978, subsidia 50% do prêmio e apoia a indústria de Segu-</p><p>ros Agrários com ações de resseguro anticatástrofe. Lá, os seguros estão</p><p>concentrados em granizo e outros poucos riscos. No México, cuja história</p><p>de seguros começou em 1965, há 30% de subsídio, além do suporte nas</p><p>questões de resseguro.</p><p>Em alguns mercados, como EUA e Espanha, os governos atuam direta-</p><p>mente na definição de taxas, por mais complexas que possam ser as defi-</p><p>nições dos valores tabelados por cultura e região. O México, por sua vez,</p><p>não exerce controle sobre as taxas cobradas.</p><p>Na Espanha, o modelo existente é operacionalizado por uma empresa pri-</p><p>vada (AgroSeguro), da qual as seguradoras são acionistas, assim como o</p><p>Governo, através do consórcio de Compensación, que centraliza as opera-</p><p>ções técnicas, racionalizando custos.</p><p>Nos EUA, o programa de seguro existente é mais inovador, dispondo des-</p><p>de modalidades tradicionais até seguros complexos de renda com gatilhos</p><p>de compensação definidos pela produtividade do produtor, pela renda ou</p><p>até mesmo por índices. Esses seguros são vendidos e propostos ao Gover-</p><p>no por seguradoras privadas especializadas.</p><p>Percebemos que todos os modelos de sucesso em Seguro Rural no mun-</p><p>do têm um ponto em comum: a participação governamental, em especial</p><p>na criação de um Programa de Subvenção aos Prêmios do Seguro Rural</p><p>94</p><p>UNIDADE 7</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>(PSR). No Brasil, possuímos um PSR que, em linhas gerais, é bom e gera</p><p>até 45% de redução no preço final do seguro, como demonstra a tabela a</p><p>seguir. O nosso PSR, porém, é subutilizado, pois, em determinados Estados</p><p>brasileiros não existe oferta de produtos, dadas a alta exposição ao risco</p><p>e as perdas financeiras verificadas pelas seguradoras nos últimos anos.</p><p>Alguns Estados criaram Programas de Subvenção paralelos ao apresen-</p><p>tado pelo Governo Federal. Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, assu-</p><p>mem parte do custo do seguro, que, quando somado à subvenção federal,</p><p>garante um custo até 60% inferior para o agricultor.</p><p>MODALIDADES</p><p>DE SEGURO</p><p>GRUPOS DE</p><p>ATIVIDADES</p><p>TIPO DE</p><p>COBERTURA</p><p>NÍVEL DE</p><p>COBERTURA</p><p>SUBVENÇÃO</p><p>(%)</p><p>Agrícola</p><p>Grãos</p><p>Multirriscos</p><p>60% – 65% 45%</p><p>70% – 80% 40%</p><p>> 80% 35%</p><p>Riscos</p><p>Nomeados</p><p>___ 35%</p><p>Frutas,</p><p>Olerícolas,</p><p>Café e Cana</p><p>___ ___ 45%</p><p>Florestas</p><p>Silvicultura</p><p>(Florestas</p><p>Plantadas)</p><p>___ ___ 45%Pecuário</p><p>Aves, bovinos,</p><p>bubalinos, ca-</p><p>prinos, equinos,</p><p>ovinos e suínos</p><p>Aquícola</p><p>Carcinicultura,</p><p>maricultura,</p><p>piscicultura</p><p>LIMITES</p><p>Agrícola – R$ 72.000,00 TOTAL</p><p>R$ 144.000,00Pecuário, Florestal e Aquícola – R$ 24.000,00 (cada)</p><p>Outro fato que merece destaque é que tivemos, recentemente, a abertu-</p><p>ra do resseguro nacional aos players internacionais. Isoladamente, essa</p><p>ação ajuda, mas não resolve o problema da pouca oferta de cobertura.</p><p>De nada adiantará a abertura do mercado se não tivermos uma parti-</p><p>cipação governamental mais eficaz, e, quando falamos em participação</p><p>eficaz, não estamos nos referindo simplesmente a aumentar o programa</p><p>de subvenção (PSR).</p><p>95</p><p>UNIDADE 7</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Uma solução que tem o apoio e a expectativa de todo o mercado</p><p>é a criação do Fundo de Catástrofe, cujo projeto já foi sancionado</p><p>em 2010 pela presidência da República, o qual, inicialmente, traz</p><p>consigo as seguintes características:</p><p>■ extinção do antigo Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR);</p><p>■ a responsabilidade pela cobertura de riscos catastróficos passa a</p><p>ser, subsidiariamente, da União;</p><p>■ o Governo realizará um aporte inicial de até R$ 4 bilhões (R$ 2</p><p>bilhões na ocasião de sua adesão e o restante nos dois anos</p><p>seguintes);</p><p>■ a expectativa é de que, logo após sua implementação, o Estado</p><p>detenha cerca de 90% das cotas do fundo, e, com a maior penetra-</p><p>ção do seguro junto aos agricultores, os aportes do Tesouro Nacio-</p><p>nal se tornem desnecessários num prazo estimado de 10 a 15 anos;</p><p>■ a solução de continuidade se dará na forma do gerenciamento dos</p><p>riscos: o produtor de maior risco pagará prêmio mais elevado, o</p><p>prêmio cobrado da seguradora pela proteção do fundo será tão</p><p>mais alto quanto maior for o risco transferido, as seguradoras não</p><p>poderão selecionar as apólices que serão transferidas ao fundo,</p><p>tendo que segurar a totalidade da carteira, operações com o fundo</p><p>terão de incluir todo o grupo econômico a que pertencer a segu-</p><p>radora; e</p><p>■ será permitido ao novo fundo contratar para si proteção no merca-</p><p>do internacional de resseguros.</p><p>Apesar de já se encontrar aprovado e sancionado pelo presidente da</p><p>República, falta, ainda, a regulamentação de alguns pontos importantes,</p><p>como, por exemplo a definição de catástrofes.</p><p>Curiosidade</p><p>O Fundo de Catástrofe foi</p><p>criado pela Lei Complementar</p><p>137, de 26/08/2010.</p><p>96SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>1. Podemos afirmar que não é área de política agrícola do MAPA:</p><p>(a) Produção.</p><p>(b) Comercialização.</p><p>(c) Abastecimento.</p><p>(d) Determinação do preço das commodities.</p><p>(e) Armazenagem.</p><p>2. Podemos afirmar que apresenta(m) pouca atratividade para fins de</p><p>retenção de risco para o mercado interno nacional:</p><p>(a) Florestas.</p><p>(b) Penhor Rural.</p><p>(c) Agrícola.</p><p>(d) Vida do Produtor Rural.</p><p>(e) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.</p><p>3. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):</p><p>Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras</p><p>setoriais das diversas ______________ do agronegócio (carne, leite, avi-</p><p>cultura, açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem represen-</p><p>tantes ______________ para debater e propor políticas públicas para o</p><p>agronegócio brasileiro.</p><p>(a) cadeias produtivas / do Governo e do setor privado</p><p>(b) atividades pecuárias / do Governo</p><p>(c) cadeias produtivas / do Governo</p><p>(d) atividades pecuárias / do Governo e do setor privado</p><p>(e) cadeias produtivas / do setor privado</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>4. No que se refere aos Seguros Agrícolas, podemos afirmar que represen-</p><p>ta(m) um risco coberto nas apólices do tipo “Multirrisco”:</p><p>(a) Incêndio criminoso.</p><p>(b) Danos Elétricos.</p><p>(c) Impacto de Veículos.</p><p>97SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>(d) Roubo.</p><p>(e) Geadas.</p><p>5. No que se refere aos Seguros Pecuários, podemos afirmar que os ani-</p><p>mais a que se destina a cobertura desse seguro são:</p><p>(a) Bovinos de exposição.</p><p>(b) Bovinos de corte.</p><p>(c) Equinos de competição.</p><p>(d) Equinos com participação em torneios.</p><p>(e) Animais de elite.</p><p>6. Entre os seguros abaixo relacionados, aqueles que se destina a cobrir</p><p>os produtos agrícolas já colhidos é:</p><p>(a) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.</p><p>(b) Agrícola.</p><p>(c) Penhor Rural.</p><p>(d) Florestas.</p><p>(e) Cédula do Produto Rural (CPR).</p><p>7. No que se refere ao Seguro de Florestas, podemos afirmar que:</p><p>(a) Garante os custos de reposição apenas quando se tratarem de flo-</p><p>restas em formação.</p><p>(b) Não garante o valor comercial da floresta.</p><p>(c) Pode cobrir apenas florestas já formadas.</p><p>(d) Cobre apenas eventos meteorológicos.</p><p>(e) Pode cobrir apenas florestas em formação.</p><p>8. “Destina-se a garantir ao credor, a entrega do produto objeto do título”</p><p>é característica do(a):</p><p>(a) Mercado Futuro.</p><p>(b) Cédula do Produto Rural para Exportação.</p><p>(c) Mercado de Commodities.</p><p>(d) Cédula do Produto Rural Física.</p><p>(e) Cédula do Produto Rural Financeira.</p><p>9. No que se refere às exigências mais comuns para a obtenção de crédito</p><p>rural, aquela que não se enquadra</p><p>nessas exigências é:</p><p>(a) Idoneidade do tomador.</p><p>98SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>(b) Elaboração de planos ou projetos com orçamentos.</p><p>(c) Capacidade de execução.</p><p>(d) Cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.</p><p>(e) Manutenção de conta corrente junto ao Banco Federal.</p><p>10. A norma que criou o Fundo de Estabilidade do Seguro prevê que as</p><p>seguradoras que operam com Seguro Rural devem, obrigatoriamente, con-</p><p>tribuir para o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR –, em função</p><p>do resultado positivo em cada exercício nas modalidades garantidas pelo</p><p>Fundo. O ramo e o percentual correto para essa contribuição são:</p><p>(a) Penhor Rural – 30%.</p><p>(b) Agrícola – 30%.</p><p>(c) Vida do Agricultor – 30%.</p><p>(d) Florestas – 50%.</p><p>(e) Animais – 30%.</p><p>11. Podemos afirmar que não é entendido(a) como um desafio do agronegócio:</p><p>(a) Gargalo logístico.</p><p>(b) Pesquisa e desenvolvimento.</p><p>(c) Crédito rural.</p><p>(d) Sistema tributário.</p><p>(e) Controle sanitário.</p><p>12. Podemos afirmar que a “criação de uma cultura mercadológica e visão</p><p>exportadora, com conceitos desenvolvidos de qualidade, conformidade a</p><p>padrões globais, preços competitivos, prazos, redução de custos” tem rela-</p><p>ção com o seguinte desafio do agronegócio:</p><p>(a) Gargalo logístico.</p><p>(b) Pesquisa/desenvolvimento.</p><p>(c) Incremento de competitividade.</p><p>(d) Sistema tributário.</p><p>(e) Controle sanitário.</p><p>13. Podemos afirmar que a utilização das parcerias público-privadas (PPP)</p><p>pode surgir (e vem surgindo) como uma solução para o seguinte desafio</p><p>do agronegócio:</p><p>(a) Gargalo logístico.</p><p>(b) Pesquisa/desenvolvimento.</p><p>(c) Incremento de competitividade.</p><p>99SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>(d) Sistema tributário.</p><p>(e) Controle sanitário.</p><p>14. Podemos afirmar que a frase “Seriam recomendáveis ações integradas</p><p>em diferentes níveis – Governo, universidades, organizações e empresas</p><p>privadas” tem relação com o seguinte desafio do agronegócio:</p><p>(a) Gargalo logístico.</p><p>(b) Sistema tributário.</p><p>(c) Controle sanitário.</p><p>(d) Incremento de competitividade.</p><p>(e) Pesquisa e desenvolvimento.</p><p>15. Podemos afirmar que a melhor definição da ação norte-americana atra-</p><p>vés da Lei Federal do Seguro Agrícola em 1980:</p><p>(a) Redução de franquias.</p><p>(b) Subsídio ao prêmio do seguro e dos custos administrativos e de</p><p>operação das seguradoras.</p><p>(c) Melhor acesso ao Crédito Rural.</p><p>(d) Redução dos impostos sobre a exportação de produtos agrícolas.</p><p>(e) Controle sanitário.</p><p>16. Em relação às fortes pressões pelas quais passou o programa de Segu-</p><p>ro Agrícola Americano no sentido de sua descontinuidade, em meados da</p><p>década de 1990, podemos afirmar que a sua melhor justificativa é:</p><p>(a) Pouca oferta de cobertura por parte das seguradoras.</p><p>(b) Falta de resseguro obrigatório.</p><p>(c) Alto custo do seguro.</p><p>(d) Alta sinistralidade.</p><p>(e) Baixas comissões pagas aos corretores.</p><p>17. Em relação à alta sinistralidade que obrigou o Governo a promulgar a</p><p>Lei Agrícola Norte-Americana em 1990, podemos afirmar que NÃO é deter-</p><p>minação dessa lei:</p><p>(a) Resseguro obrigatório.</p><p>(b) Aumento das taxas de prêmio.</p><p>(c) Estabelecimento de metas de sinistralidade.</p><p>(d) Desenvolvimento de novos produtos.</p><p>100SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>TESTANDO CONHECIMENTOS</p><p>(e) Experimentação de novos produtos.</p><p>18. Em relação ao modelo espanhol de Seguro Rural, podemos afirmar</p><p>que NÃO apresenta uma das suas características:</p><p>(a) Operacionalização do seguro realizada por empresa privada</p><p>(AgroSeguro).</p><p>(b) Seguradoras acionistas da AgroSeguro.</p><p>(c) O governo espanhol é sócio da AgroSeguro, através do consórcio de</p><p>Compensación.</p><p>(d) Existência de Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural.</p><p>(e) O Governo espanhol não atua diretamente na definição das taxas</p><p>cobradas.</p><p>101SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>ESTUDOS DE CASO</p><p>Caso 1</p><p>Fonte: Lavouras do Brasil | 15/03/2011 | 12h44min</p><p>Quebra de safra frustra produtores de soja em MS</p><p>Grão danificado pelas chuvas deve complicar pagamento de dívidas</p><p>de agricultores.</p><p>A expectativa de colher uma safra recorde de soja no Mato Grosso do</p><p>Sul já não existe mais. Se antes a previsão era produzir mais de 5,5</p><p>milhões de toneladas, por conta das chuvas os agricultores devem reti-</p><p>rar no máximo quatro milhões de toneladas do campo. Os reflexos des-</p><p>ta quebra já começam a aparecer. Os caminhões que fazem carrega-</p><p>mento em São Gabriel do Oeste (MS), que deveriam puxar 20 mil sacas</p><p>do grão durante o pico da colheita, devem trazer a metade.</p><p>– Estou vendo que carrego o mesmo tanto no caminhão, só que o</p><p>peso fica dois mil quilos abaixo. O grão está muito danificado, está</p><p>feio – lamenta o motorista Fernando Rodrigues Nascimento.</p><p>Volumes maiores ou semelhantes com pesos menores. A explicação para isso</p><p>é a falta de qualidade da soja que é retirada da lavoura. São grãos danificados,</p><p>com umidade elevada e baixo padrão, características que não atendem às</p><p>exigências mínimas estabelecidas pelos armazéns que recebem a produção.</p><p>Na classificação, é possível ter uma ideia de como a qualidade dos grãos foi</p><p>comprometida. Cargas chegam a ter até 28% dos grãos ardidos. Índice muito</p><p>acima do limite tolerado para não haver descontos ao produtor, que são de 8%.</p><p>O problema é que receber cargas com uma quantidade tão elevada</p><p>de soja ardida se tornou comum nos últimos dias. Poucos estão acei-</p><p>tando o grão com umidade elevada. Até caminhões com mais de 80%</p><p>dos grãos prejudicados desembarcaram.</p><p>– Nós ainda estamos recebendo estes grãos, tantos os bons quan-</p><p>to os ruins. Vamos colaborar com os produtores, mas temos que</p><p>ver lá na frente o que vamos fazer com este produto – diz Luciano</p><p>Souza Nunes, gerente de armazém.</p><p>Se a situação das armazenadoras é delicada, a dos produtores dispensa</p><p>comentários. O produtor rural Sebastião Cruciol Filho entregou quase 17 tone-</p><p>ladas para uma empresa. Menos de 4% da carga passaram na classificação.</p><p>– Entreguei mais de 16 mil quilos na semana passada e tive muito</p><p>desconto por grãos úmidos e ardidos. Me sobrou só 500 quilos,</p><p>não pagou nem o frete do caminhão – conta o produtor.</p><p>102SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>Dívidas</p><p>Mas a preocupação do agricultor vai além destes descontos. Sebastião con-</p><p>seguiu colher apenas 15% da área de 980 hectares antes das chuvas. Do</p><p>terreno que ainda falta colher, 300 hectares já estão completamente perdi-</p><p>dos. Os outros 520 também estão prejudicados, mas devem ser colhidos</p><p>mesmo assim. Com a quebra e a baixa qualidade do produto, dificilmente</p><p>o agricultor terá condições de cumprir os compromissos feitos para a safra.</p><p>Da produção prevista, 85% já estavam comprometidos em negociações de</p><p>compra de insumos, financiamentos e arrendamento da área.</p><p>– É uma situação complicada. A maior parte das minhas áreas é</p><p>arrendada. Também tenho financiamento para pagar. Agora não</p><p>sei o que fazer. Vamos ter que contar com a colaboração dos cre-</p><p>dores para tentar sair desta situação. Acredito que sejam necessá-</p><p>rios uns quatro anos para nos recuperarmos disso. Dá muito desâ-</p><p>nimo, mas não podemos deixar a atividade, senão os credores não</p><p>receberão mesmo.</p><p>Perguntas:</p><p>a) Tendo por base o texto anterior, identifique as consequências regionais</p><p>da quebra de safra.</p><p>b) Qual o tipo de seguro mais adequado à situação descrita e de que forma</p><p>o Seguro Agrícola poderia auxiliar os agricultores no momento da que-</p><p>bra de safra? Justifique sua resposta.</p><p>Caso 2</p><p>Só o fundo de catástrofe não garante o seguro rural</p><p>Posted by Mirian Gasparin on August 26th, 2010 filed in Seguro</p><p>Um antigo pleito da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep),</p><p>do setor agropecuário e securitário foi atendido, mas ainda gera apreen-</p><p>são. Para dar maior segurança aos produtores e seguradoras foi sancio-</p><p>nado pela presidência da República, nesta quinta-feira (26), o Fundo de</p><p>Catástrofe, proposto em projeto de lei do Poder Executivo,</p><p>que vai substi-</p><p>tuir o atual Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), criado em 1966.</p><p>Apesar de esse fundo somente se tornar realidade após a regulamenta-</p><p>ção da lei, o que pode demorar mais um ou dois anos, tem um significado</p><p>importante para a evolução do seguro rural no Brasil, pois protege as ope-</p><p>rações de seguro rural, caso as lavouras seguradas sejam afetadas por</p><p>eventos climáticos catastróficos.</p><p>Porém, ainda não foi definido o conceito de catástrofe. Caso seja muito</p><p>103SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>restrito, poderá dificultar o acesso ao Fundo de Catástrofe e tornar o ins-</p><p>trumento ineficiente. A partir da instituição do fundo, as seguradoras e</p><p>resseguradoras vão contratar as operações cientes de que suas respon-</p><p>sabilidades terão limite determinado para sinistro, a partir do qual o fundo</p><p>propiciará a cobertura suplementar.</p><p>O produtor rural ainda guarda na memória a imagem negativa dos atrasos</p><p>no pagamento das indenizações de sinistros de seguro agrícola. Em 2004</p><p>os produtores paranaenses demoraram um ano para receber suas indeni-</p><p>zações. Esse prazo para recebimento da indenização está limitado a, no</p><p>máximo 30, dias, contados a partir do cumprimento de todas as exigências</p><p>por parte do produtor segurado.</p><p>Após a regulamentação da lei do Fundo de Catástrofe, o Governo vai</p><p>aportar no primeiro ano R$ 2 bilhões e outros R$ 2 bilhões serão apli-</p><p>cados no fundo nos três anos seguintes por meio de títulos públicos.</p><p>Os recursos, constituídos em parceria público-privada, irão garantir às</p><p>empresas seguradoras e resseguradoras cobertura suplementar dos ris-</p><p>cos de seguro rural em casos de catástrofes climáticas, como secas, gea-</p><p>das ou excesso de chuva.</p><p>O Fundo fará com que as seguradoras tenham menos risco de quebrar</p><p>quando os valores desembolsados para cobrir as perdas nas lavouras</p><p>forem superiores ao prêmio arrecadado. Para o produtor, se o fundo fun-</p><p>cionar adequadamente, significa maior confiança no seguro, recebimento</p><p>dos sinistros nos prazos acordados em contrato e, além disso, pode gerar</p><p>o desenvolvimento de novos produtos de seguro rural.</p><p>A Faep esperava um avanço mais rápido da cobertura do seguro no Bra-</p><p>sil para resolver o crônico problema de endividamento e renda. O que o</p><p>Governo poderia fazer em cinco anos ele está estimando fazer em dez anos.</p><p>Pergunta:</p><p>Tendo por base o texto anterior, identifique as principais vantagens do</p><p>Fundo de Catástrofe em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro</p><p>Rural (FESR).</p><p>104SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>ESTUDO DE CASO</p><p>ANEXOS</p><p>— Anexo 1 – Modelo de</p><p>proposta de seguro agrícola</p><p>DADOS DO SEGURADO</p><p>ESTIPULANTE</p><p>:JPNC :laicoS oãzaR/emoN</p><p>:oipícinuM :enofeleT :oçerednE</p><p>PROPONENTE</p><p>:FPC – acisíF aosseP :laicoS oãzaR/emoN</p><p>E-mail:</p><p>:odarugeS :arap aicnêdnopserroc raivnE :oxeS</p><p>ENDEREÇO RESIDENCIAL</p><p>:otnemelpmoC :oremúN :oçerednE</p><p>:FU/oipícinuM :PEC :orriaB</p><p>:edadeirporP enofeleT :raluleC enofeleT :laicnediseR enofeleT</p><p>ENDEREÇO DE COBRANÇA</p><p>:otnemelpmoC :oremúN :oçerednE</p><p>:FU/oipícinuM :PEC :orriaB</p><p>CORRETOR</p><p>:enofeleT :aroterroC :oãçapicitraP :PESUS .múN</p><p>OBSERVAÇÃO</p><p>DADOS DA PROPRIEDADE</p><p>:oçerednE :edadeirporP ad emoN</p><p>CEP: Município/UF:</p><p>Ref. para localização:</p><p>:enofeleT :emoN ?airotsiv a rahnapmoca a adazirotua aossep áH</p><p>CLÁUSULA BENEFICIÁRIA</p><p>:JPNC/FPC :étA :ed edadilauq aN :ed rovaf A</p><p>DECLARAÇÃO DO PROPONENTE</p><p>Ao assinar esta proposta</p><p>roterroC od arutanissA etnenoporP od arutanissA ataD e lacoL</p><p>105</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>QUESTIONÁRIO</p><p>Há danos de pelo menos um dos eventos cobertos?</p><p>A lavoura está em fase de implantação ou implantada?</p><p>O Segurado possui outra plantação na mesma praça?</p><p>Há outro seguro sobre a mesma área?</p><p>VALORES</p><p>Cultura Área Total Unidades Dispositivo para Taxa</p><p>da Cultura (há) Seguradas LMGA (R$) Franquia Taxa (%) Prêmio Tarifário (R$)</p><p>INFORMAÇÕES DE COBRANÇA</p><p>ocnaB .otgaP amroF laicremoC oãçidnoC</p><p>1 %00,0 sulaM/sunôB a Parcela</p><p>sartuO %00,0 otnocseD</p><p>Sobretaxa 0,00%</p><p>otnemucoD otnemicneV )$R( rolaV alecraP odiuqíL oimêrP</p><p>1 ecilópA ed otsuC</p><p>2 otnesi FOI</p><p>3</p><p>4 RAGAP A OIMÊRP</p><p>DECLARAÇÃO DO PROPONENTE</p><p>Ao assinar esta proposta, declaro</p><p>roterroC od arutanissA etnenoporP od arutanissA ataD e lacoL</p><p>106</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Anexo 2 – Lei 10.823, de</p><p>19 de dezembro de 2003</p><p>Dispõe sobre a subvenção econômica ao prêmio</p><p>do Seguro Rural e dá outras providências.</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional</p><p>decreta e eu sanciono a seguinte Lei:</p><p>Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder subvenção econômi-</p><p>ca em percentual ou valor do prêmio do seguro rural, na forma estabeleci-</p><p>da em ato específico.</p><p>§1º O seguro rural deverá ser contratado junto a sociedades autorizadas a</p><p>operar em seguros pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP,</p><p>na forma da legislação em vigor.</p><p>§2º Para a concessão da subvenção econômica de que trata o caput, o</p><p>proponente deverá estar adimplente com a União, na forma do regulamen-</p><p>to desta Lei.</p><p>§3º As obrigações assumidas pela União em decorrência da subvenção</p><p>econômica de que trata este artigo serão integralmente liquidadas no exer-</p><p>cício financeiro de contratação do seguro rural.</p><p>§4º As despesas com a subvenção econômica de que trata este artigo</p><p>correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas anualmente ao</p><p>Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, observados os limites</p><p>de movimentação e empenho e de pagamento.</p><p>Art. 2º A subvenção de que trata o art. 1º poderá ser diferenciada segundo:</p><p>I – modalidades do seguro rural;</p><p>II – tipos de culturas e espécies animais;</p><p>III – categorias de produtores;</p><p>IV – regiões de produção;</p><p>V – condições contratuais, priorizando aquelas consideradas redu-</p><p>toras de risco ou indutoras de tecnologia.</p><p>Parágrafo único. Poderá ser exigido do produtor rural, como condição para</p><p>acessar a subvenção econômica de que trata esta Lei, o fornecimento de dados</p><p>históricos individualizados dos ciclos produtivos antecedentes em relação à ati-</p><p>vidade agropecuária a ser segurada. (Incluído pela Lei nº 13.195, de 2015)</p><p>Art. 3º O Poder Executivo regulamentará:</p><p>107</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>I – as modalidades de seguro rural contempláveis com o benefício</p><p>de que trata esta Lei;</p><p>II – as condições operacionais gerais para a implementação, exe-</p><p>cução, pagamento, controle e fiscalização da subvenção econômi-</p><p>ca de que trata esta Lei;</p><p>III – as condições para acesso aos benefícios previstos nesta Lei,</p><p>incluindo o rol dos eventos cobertos e outras exigências técnicas</p><p>pertinentes;</p><p>IV – (Revogado pela Lei complementar nº137, de 2010)</p><p>V – a composição e o regimento interno do Comitê Gestor Intermi-</p><p>nisterial do Seguro Rural de que trata o art. 4º desta Lei.</p><p>§1º (Revogado pela Lei nº 13.195, de 2015)</p><p>§2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento organizará e</p><p>disponibilizará na rede mundial de computadores um banco de dados</p><p>com as informações das operações subvencionadas, objetivando fornecer</p><p>dados estatísticos que facilitem os cálculos atuariais e a precificação do</p><p>seguro rural. (Incluído pela Lei nº 13.195, de 2015)</p><p>Art. 4º Fica criado, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e</p><p>Abastecimento, que o coordenará, o Comitê Gestor Interministerial do</p><p>Seguro Rural.</p><p>§1º O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural poderá criar Comissões</p><p>Consultivas, das quais poderão participar representantes do setor privado.</p><p>§2º O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural definirá a organização</p><p>e a composição das Comissões Consultivas e regulará seu funcionamento.</p><p>§3º Cabe ao presidente do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural</p><p>designar os integrantes das Comissões Consultivas.</p><p>Art. 5º Compete ao Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural:</p><p>I – (Revogado pela Lei complementar nº137, de 2010)</p><p>II – (Revogado</p><p>pela Lei complementar nº137, de 2010)</p><p>III – aprovar e divulgar: (Redação dada pela Lei complementar</p><p>nº137, de 2010).</p><p>108</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>a) os percentuais sobre o prêmio do seguro rural e os valores máximos da</p><p>subvenção econômica, considerando a diferenciação prevista no art. 2º</p><p>desta Lei; (Incluído pela Lei complementar nº137, de 2010)</p><p>b) as condições operacionais específicas; (Incluído pela Lei complementar</p><p>nº137, de 2010)</p><p>c) as culturas vegetais e espécies animais objeto do benefício previsto nes-</p><p>ta Lei; (Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)</p><p>d) as regiões a serem amparadas pelo benefício previsto nesta Lei; (Incluí-</p><p>do pela Lei complementar nº137, de 2010)</p><p>e) as condições técnicas a serem cumpridas pelos beneficiários; e (Incluído</p><p>pela Lei complementar nº137, de 2010)</p><p>f) a proposta de Plano Trienal ou seus ajustes anuais, dispondo sobre as</p><p>diretrizes e condições para a concessão da subvenção econômica, obser-</p><p>vadas as disponibilidades orçamentárias e as diretrizes estabelecidas no</p><p>Plano Plurianual; (Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)</p><p>IV – implementar e operacionalizar o benefício previsto nesta Lei;</p><p>(Redação dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)</p><p>V – incentivar a criação e a implementação de projetos-piloto pelas socie-</p><p>dades seguradoras, contemplando novas culturas vegetais ou espécies</p><p>animais e tipos de cobertura, com vistas a apoiar o desenvolvimento da</p><p>agropecuária; e (Redação dada pela Lei complementar n° 137, de 2010)</p><p>VI – estabelecer diretrizes e coordenar a elaboração de metodologias e a</p><p>divulgação de estudos e dados estatísticos, entre outras informações, que</p><p>auxiliem o desenvolvimento do seguro rural como instrumento de política</p><p>agrícola. (Redação dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)</p><p>Parágrafo único. O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural poderá</p><p>fixar limites financeiros da subvenção, por beneficiário e unidade de área.</p><p>(Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)</p><p>Art. 6º Os arts. 1º, 2º, 6º e 7º da Lei 10.696, de 2 de julho de 2003, passam</p><p>a vigorar com a seguinte redação:</p><p>“Art. 1º Ficam autorizados a repactuação e o alongamento</p><p>de dívidas oriundas de operações de crédito rural contra-</p><p>tadas ao abrigo do Programa Especial de Crédito para a</p><p>Reforma Agrária – Procera, cujos mutuários estejam adim-</p><p>plentes com suas obrigações ou as regularizem até 31 de</p><p>maio de 2004, observadas as seguintes condições:</p><p>..................................................................</p><p>109</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>IV – os agentes financeiros terão até 31 de maio de 2004</p><p>para formalização dos instrumentos de repactuação.” (NR)</p><p>“Art. 2º Os mutuários adimplentes que não optarem pela repactuação</p><p>farão jus ao bônus de adimplência de 90% (noventa por cento), no caso de</p><p>pagamento total de seus débitos até 31 de maio de 2004.” (NR)</p><p>“Art. 6º ..................................................................</p><p>I – ..................................................................</p><p>a) em 30 de setembro de 2004, no caso dos mutuários com obrigações</p><p>vencidas em anos anteriores a 2001 que não se valerem de uma das alter-</p><p>nativas previstas no art. 4º;</p><p>..................................................................</p><p>II – informar, até 30 de setembro de 2004, à Secretaria de Agricultura Fami-</p><p>liar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e à Secretaria do Tesouro</p><p>Nacional do Ministério da Fazenda os montantes envolvidos nas repactua-</p><p>ções e nas liquidações de obrigações.” (NR)</p><p>“Art. 7º Fica autorizada a renegociação de dívidas oriundas de operações</p><p>de crédito rural contratadas por agricultores familiares, mini e pequenos</p><p>produtores e de suas cooperativas e associações, no valor total original-</p><p>mente financiado de até R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) em uma</p><p>ou mais operações do mesmo beneficiário, cujos mutuários estejam adim-</p><p>plentes com suas obrigações ou as regularizem até 31 de maio de 2004,</p><p>observadas as seguintes características e condições:</p><p>I – ..................................................................</p><p>..................................................................</p><p>b) bônus de adimplência de 30% (trinta por cento) sobre cada parcela da</p><p>dívida paga até a data do respectivo vencimento, no caso das operações</p><p>de custeio e investimento contratadas na região dos Fundos Constitucio-</p><p>nais, e de 20% (vinte por cento) nas operações de custeio e investimentos</p><p>nas demais regiões do País, sendo que, nas regiões do semiárido, Norte</p><p>do Espírito Santo e nos Municípios do Norte de Minas Gerais, do Vale do</p><p>Jequitinhonha e do Vale do Mucuri, compreendidos na área da atuação da</p><p>Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene, o bônus será de 70%</p><p>(setenta por cento) para custeio e investimento;</p><p>..................................................................</p><p>II – ..................................................................</p><p>a) os mutuários que estavam adimplentes em 3 de julho de 2003 ou que</p><p>regularizaram seus débitos até 28 de novembro de 2003 terão as seguin-</p><p>tes condições:</p><p>110</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>1. rebate de 8,8% (oito inteiros e oito décimos por cento) no sal-</p><p>do devedor das operações de investimento, na posição de 1º de</p><p>janeiro de 2002, desde que se trate de operação contratada com</p><p>encargos pós-fixados;</p><p>2. no caso das operações de investimento, o saldo devedor apu-</p><p>rado na data da repactuação será prorrogado pelo prazo de 10</p><p>(dez) anos, incluídos 2 (dois) anos de carência, a ser liquidado em</p><p>parcelas iguais, anuais e sucessivas, sendo que as operações</p><p>repactuadas de custeio serão liquidadas em três parcelas anuais,</p><p>iguais e sucessivas, após 1 (um) ano de carência contado da data</p><p>da repactuação;</p><p>3. aplicação de taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao</p><p>ano) a partir de 1º de janeiro de 2002;</p><p>4. nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e nos Muni-</p><p>cípios do Norte de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e do</p><p>Vale do Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência de</p><p>Desenvolvimento do Nordeste – Adene, será concedido um bônus</p><p>de adimplência de 70% (setenta por cento) sobre cada parcela da</p><p>dívida paga até a data do respectivo vencimento;</p><p>b) os mutuários que se encontravam em inadimplência e não regularizaram</p><p>seus débitos até 28 de novembro de 2003 terão as seguintes condições:</p><p>1. o saldo de todas as prestações vencidas e não-pagas deverá</p><p>ser corrigido até a data da repactuação com base nos encargos</p><p>originalmente contratados, sem bônus e sem encargos adicionais</p><p>de inadimplemento;</p><p>2. para aderir à repactuação será dispensada contrapartida finan-</p><p>ceira por parte do mutuário nas regiões do semiárido, Norte do</p><p>Espírito Santo, e nos Municípios do Norte de Minas Gerais, do Vale</p><p>do Jequitinhonha e do Vale do Mucuri, compreendidos na área de</p><p>atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene;</p><p>3. para aderir à repactuação nas demais regiões do País será exi-</p><p>gido o pagamento do valor correspondente a 5% (cinco por cen-</p><p>to) do somatório das prestações vencidas apuradas na forma do</p><p>item 1 da alínea b quando os financiamentos forem realizados com</p><p>os recursos dos Fundos Constitucionais, ou convertidos para esta</p><p>fonte com base no § 3º deste artigo, e de 10% (dez por cento) do</p><p>somatório das parcelas vencidas quando se tratar de contratos</p><p>financiados exclusivamente por outras fontes, no ato da formaliza-</p><p>ção do instrumento de repactuação;</p><p>4. sobre o saldo das parcelas vencido, apurado após o pagamento</p><p>previsto nos itens 2 e 3 da alínea b, será concedido na data da</p><p>111</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>repactuação um rebate de 8,2% (oito inteiros e dois décimos por</p><p>cento), desde que contratadas com encargos pós-fixados, sendo</p><p>aplicada taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) a</p><p>partir da data de renegociação;</p><p>5. na parcela do saldo devedor vincendo das operações de inves-</p><p>timento será concedido na posição de 1º de janeiro de 2002 um</p><p>rebate de 8,8% (oito inteiros e oito décimos por cento) no saldo</p><p>devedor, desde que se trate de operação contratada com encar-</p><p>gos pós-fixados, passando a ter uma taxa efetiva de juros de 3%</p><p>a.a. (três por cento ao ano) a partir desta data;</p><p>6. o saldo devedor total apurado nas formas dos itens 4 e 5 da</p><p>alínea b das operações de investimento será consolidado na data</p><p>da repactuação e prorrogado pelo prazo de 10 (dez) anos, incluí-</p><p>dos 2 (dois) anos de carência, a ser liquidado em parcelas iguais,</p><p>anuais e sucessivas, após 1 (um) ano de carência contado da data</p><p>da repactuação;</p><p>7. nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e nos Muni-</p><p>cípios do Norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha e no</p><p>Vale do Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência</p><p>de Desenvolvimento do Nordeste – Adene, os mutuários que</p><p>vierem a adimplir-se nessas condições farão jus a um bônus de</p><p>adimplência de 40% (quarenta por cento) sobre cada parcela da</p><p>dívida para até a data do respectivo vencimento.</p><p>..................................................................</p><p>§5º Para os financiamentos de que tratam os incisos I e II, realizados na</p><p>região Nordeste, no Norte do Espírito Santo e nos Municípios do Norte</p><p>de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, com-</p><p>preendidos na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do</p><p>Nordeste – Adene, e lastreados com recursos do Fundo de Amparo ao</p><p>Trabalhador – FAT em operações com recursos mistos desse Fundo e</p><p>do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, ou realizadas</p><p>somente com recursos do FAT sem equalização, nessa região, cujo valor</p><p>total originalmente contratado não exceda a R$ 35.000,00 (trinta e cinco</p><p>mil reais), prevalecem as seguintes disposições:</p><p>..................................................................</p><p>II – a parcela do saldo devedor, apurado na data de repactuação, que diz</p><p>respeito ao crédito original excedente ao limite de R$ 15.000,00 (quinze</p><p>mil reais), na região do semiárido, incluído o Norte do Espírito Santo, e nos</p><p>Municípios do Norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha e no Vale</p><p>do Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência de Desenvolvi-</p><p>112</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>mento do Nordeste – Adene, poderá ser prorrogada pelo prazo de 10 (dez)</p><p>anos, incluídos 2 (dois) anos de carência, observado o seguinte:</p><p>a) os mutuários que estavam adimplentes em 3 de julho de 2003 ou que</p><p>regularizaram seus débitos até 28 de novembro de 2003 terão as seguin-</p><p>tes condições:</p><p>1. farão jus a bônus de adimplência de 50% (cinquenta por cento)</p><p>sobre a prestação ou parcela liquidada na data do vencimento;</p><p>2. aplicação de taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao</p><p>ano) a partir de 1º de janeiro de 2002;</p><p>b) os mutuários que se encontravam em inadimplência e não regularizaram</p><p>seus débitos até 28 de novembro de 2003 terão as seguintes condições:</p><p>1. para aderir à repactuação será dispensada contrapartida finan-</p><p>ceira por parte do mutuário;</p><p>2. o saldo de todas as prestações vencidas e não pagas deverá ser</p><p>corrigido até a data da repactuação com base nos encargos origi-</p><p>nalmente contratados, sem bônus e sem encargos adicionais de</p><p>inadimplemento, quando passam a ter uma taxa efetiva de juros</p><p>de 3% a.a. (três por cento ao ano);</p><p>3. na parcela do saldo devedor vincendo das operações de inves-</p><p>timento será aplicada uma taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por</p><p>cento ao ano) a partir de 1º de janeiro de 2002;</p><p>4. os mutuários que vierem a adimplir-se nessas condições farão</p><p>jus a bônus de adimplência de 20% (vinte por cento) sobre cada</p><p>prestação ou parcela da dívida paga até a data do respectivo</p><p>vencimento.</p><p>..................................................................” (NR)</p><p>Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Brasília, 19 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.</p><p>LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA</p><p>Antonio Palocci Filho</p><p>Roberto Rodrigues</p><p>Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.2003 com retifica-</p><p>ções em 30.08.2010.</p><p>113</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Anexo 3 – Circular SUSEP</p><p>261, de 9 de julho de 2004</p><p>Dispõe sobre o seguro de cédula de produto rural</p><p>– CPR e dá outras providências.</p><p>O SUPERINTENDENTE SUBSTITUTO DA SUPERINTENDÊNCIA DE</p><p>SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, na forma do disposto no art. 36, alínea</p><p>“b”, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e tendo em vista o que</p><p>consta do processo SUSEP 15414.002232/2003-69,</p><p>RESOLVE:</p><p>Art. 1º Aprovar as disposições constantes desta Circular e de seu anexo,</p><p>que serão aplicadas, obrigatoriamente, a todo e qualquer plano de seguro</p><p>de cédula de produto rural – CPR.</p><p>Art. 2º O seguro de CPR tem por objetivo garantir, ao segurado, o paga-</p><p>mento de indenização, na hipótese de comprovada falta de cumprimento,</p><p>por parte do tomador, de obrigações estabelecidas na CPR.</p><p>Parágrafo único. A cobertura do seguro vigorará até a data do vencimento</p><p>da CPR.</p><p>Art. 3º O seguro de CPR poderá garantir a CPR Financeira ou a CPR de</p><p>Entrega Física, emitidas e registradas na forma da legislação vigente.</p><p>Art. 4º As seguintes informações, dentre outras exigidas pelas normas em</p><p>vigor, deverão constar do frontispício da apólice:</p><p>I – Descrição do tipo de CPR, de acordo com o disposto no artigo</p><p>3º desta Circular;</p><p>II – Denominação do segurado;</p><p>III – Denominação do tomador, com sua respectiva identificação;</p><p>IV – Número da CPR; e</p><p>V – Descrição do produto rural, sua quantidade e preço ou índice</p><p>de preços aplicável.</p><p>Parágrafo único. O campo “denominação do segurado” poderá ser preen-</p><p>chido mediante reprodução da definição de que trata o anexo desta Circular.</p><p>Art. 5º A sociedade seguradora somente poderá isentar-se de responsa-</p><p>bilidade quanto ao pagamento de indenização, na hipótese de ocorrência</p><p>de, pelo menos, uma das seguintes situações:</p><p>114</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>I – Atos ou fatos de responsabilidade do segurado, que impossi-</p><p>bilitem o tomador do fiel cumprimento de suas obrigações esta-</p><p>belecidas na CPR;</p><p>II – Alteração dos requisitos da CPR, sem sua prévia anuência; e</p><p>III – Caso fortuito ou de força maior, exceto nos casos de chuva</p><p>excessiva, geada, granizo, incêndio acidental, inundação, raio,</p><p>seca, tromba d’água, variação excessiva de temperatura, vento</p><p>forte, doença e praga não controláveis.</p><p>Art. 6º Para que a CPR seja oferecida como ativo garantidor ou integrante</p><p>da carteira de FIE, nos termos da regulamentação vigente, a apólice de</p><p>seguro deverá observar as seguintes disposições:</p><p>I – A indenização corresponderá ao valor da obrigação estabe-</p><p>lecida na CPR, não podendo estar previsto nenhum limite máxi-</p><p>mo de garantia que impeça seu pagamento pelo valor integral;</p><p>II – Se na data de vencimento da CPR for constatada alguma dife-</p><p>rença em relação ao limite máximo de garantia inicialmente con-</p><p>tratado, para fins de cobrança de prêmio, a sociedade segurado-</p><p>ra poderá promover o necessário ajuste do prêmio, devolvendo</p><p>ou cobrando o valor correspondente à diferença apurada;</p><p>III – O pagamento da indenização deverá ser feito, no máximo,</p><p>no dia útil seguinte à data de vencimento da CPR, no caso de</p><p>CPR Financeira e em até 10 (dez) dias úteis, a partir da data</p><p>de vencimento da CPR, quando se tratar de CPR de Entrega</p><p>Física; e</p><p>IV – Se após o pagamento da indenização for constatado que a</p><p>mesma não era devida, em razão das excludentes previstas no</p><p>artigo 5o desta Circular, a sociedade seguradora deverá adotar</p><p>as providências cabíveis, com vistas ao respectivo ressarcimento.</p><p>Art. 7º Quando a CPR não for oferecida como ativo garantidor ou inte-</p><p>grante da carteira de FIE, deverá estar previsto na apólice que a inde-</p><p>nização corresponderá ao valor da obrigação estabelecida na CPR,</p><p>observado, se houver, o limite máximo de garantia previsto no contrato</p><p>de seguro.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, o prazo e a</p><p>forma de liquidação de sinistro deverão estar de acordo com as demais</p><p>normas vigentes.</p><p>Art. 8º No caso de CPR de Entrega Física, será permitido o pagamento da</p><p>indenização pelo valor equivalente à quantidade e qualidade de produto</p><p>nela previstos, desde que o segurado tenha concordado expressamente</p><p>com esta condição.</p><p>115</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Art. 9º A apólice continuará em vigor, mesmo que o tomador esteja ina-</p><p>dimplente em relação a qualquer parcela do prêmio, podendo a socie-</p><p>dade seguradora, neste caso, executar as contragarantias contratualmente</p><p>previstas.</p><p>Art. 10. Fica vedada a execução das contragarantias, quando o sinistro for</p><p>decorrente dos seguintes eventos:</p><p>I – Incêndio acidental;</p><p>II – Raio;</p><p>III – Tromba d’água;</p><p>IV – Vento forte;</p><p>V – Granizo;</p><p>VI – Chuva excessiva;</p><p>VII – Seca;</p><p>VIII – Geada;</p><p>IX – Variação excessiva de temperatura;</p><p>X – Inundação; e</p><p>XI – Doença e praga não controláveis.</p><p>Parágrafo único. A vedação de que trata o caput deste artigo prevalecerá</p><p>de forma proporcional ao valor dos prejuízos decorrentes diretamente dos</p><p>eventos nele descritos.</p><p>Art. 11. As sociedades seguradoras deverão submeter, à apreciação da</p><p>SUSEP, as condições contratuais e a nota técnica atuarial, observados os</p><p>critérios mínimos previstos em regulamentação específica.</p><p>Parágrafo único. As sociedades seguradoras, que desejarem comercia-</p><p>lizar apólices que garantam cédulas oferecidas como ativo garantidor ou</p><p>que integrem carteiras de FIE, deverão submeter o correspondente plano</p><p>de seguro em processo administrativo específico.</p><p>Art.12. As operações do seguro de cédula de produto rural – CPR serão</p><p>contabilizadas neste mesmo ramo.</p><p>Art. 13. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando</p><p>revogada a Circular SUSEP 248, de 13 de fevereiro de 2004.</p><p>JOÃO MARCELO M. R. DOS SANTOS</p><p>Superintendente Substituto</p><p>116</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>CIRCULAR SUSEP 261, de 9 de julho de 2004 – ANEXO</p><p>Título Único das Definições</p><p>Considerar-se-ão, para efeitos desta Circular, os conceitos abaixo:</p><p>I – Ativo garantidor: o ativo oferecido como garantia dos recursos</p><p>das reservas, das provisões e dos fundos, conforme as diretrizes</p><p>estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;</p><p>II – Caso fortuito: fato natural, imprevisível ou inevitável. É fruto do</p><p>acaso e provém das forças naturais ou de uma causa cujos efeitos</p><p>não eram possíveis prever ou evitar;</p><p>III – Cédula de produto rural – CPR: título emitido por produtor rural</p><p>ou suas associações, inclusive cooperativas, na forma da lei;</p><p>IV – Chuva excessiva: precipitação natural contínua de água que</p><p>gere redução na produtividade da plantação;</p><p>V – Contragarantias: conjunto de garantias dadas pelo tomador</p><p>em favor da sociedade seguradora;</p><p>VI – Doença e praga não controláveis: aquelas para as quais não</p><p>existe método de controle ou de profilaxia conhecidos, definidos</p><p>por entidades devidamente autorizadas pelo Ministério da Agricul-</p><p>tura, Pecuária e Abastecimento;</p><p>VII – Empreendimento rural: atividade com fins econômicos desen-</p><p>volvida em estabelecimento rural devidamente cadastrado no INCRA,</p><p>destinada à produção vegetal, animal, aquícola ou extrativista;</p><p>VIII – FAQE: o fundo de aplicação em quotas de fundos de investi-</p><p>mento especialmente constituído, conforme as diretrizes estabele-</p><p>cidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que</p><p>disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e</p><p>dos fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capi-</p><p>talização e das entidades abertas de previdência complementar,</p><p>bem como a aceitação dos ativos correspondentes como garanti-</p><p>dores dos respectivos recursos;</p><p>IX – FIE: o fundo de investimento especialmente constituído, inclu-</p><p>sive aqueles destinados à aplicação de recursos por parte do</p><p>FAQE, cuja carteira seja composta conforme as diretrizes estabe-</p><p>lecidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que</p><p>disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e</p><p>dos fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capi-</p><p>talização e das entidades abertas de previdência complementar,</p><p>bem como a aceitação dos ativos correspondentes como garanti-</p><p>dores dos respectivos recursos.</p><p>117</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>X – Força maior: causa a que não se pode oferecer resistência.</p><p>Acontecimento que não se pode impedir e de que não se é res-</p><p>ponsável;</p><p>XI – Geada: fenômeno atmosférico de resfriamento intenso, acom-</p><p>panhado, ou não, de depósitos de gelo nas superfícies expostas,</p><p>provocando redução na produtividade do empreendimento rural;</p><p>XII – Granizo: precipitação atmosférica em forma de pedras de</p><p>gelo, ocasionando danos físicos na planta ou suas partes, com a</p><p>consequente queda na produtividade do empreendimento rural;</p><p>XIII – Incêndio acidental: toda e qualquer combustão fora do con-</p><p>trole do homem, tanto no espaço quanto no tempo, que destrói ou</p><p>danifica o empreendimento rural;</p><p>XIV – Inundação: grande quantidade de água acumulada pelo</p><p>transbordamento de rios, diques, açudes ou similares decorrente</p><p>de fenômenos climáticos, provocando redução na produtividade</p><p>do empreendimento rural;</p><p>XV – Raio: fenômeno atmosférico que se verifica quando uma</p><p>nuvem carregada de eletricidade atinge um potencial electrostá-</p><p>tico tão elevado que a camada de ar existente entre ela e o solo</p><p>deixa de ser isolante, permitindo assim que uma descarga elétrica</p><p>a atravesse, ocasionando queda na produtividade do empreendi-</p><p>mento rural;</p><p>XVI – Seca: situação climática em que a ausência ou carência de</p><p>chuva acarreta queda na produtividade do empreendimento rural;</p><p>XVII – Segurado: último credor titular da CPR, não podendo, em</p><p>hipótese alguma, ser o próprio emitente ou seu avalista;</p><p>XVIII – Tomador: emitente da CPR e devedor das obrigações assu-</p><p>midas na respectiva CPR;</p><p>XIX – Tromba d’água: precipitação excessiva de chuva num curto</p><p>espaço de tempo, cuja incapacidade de absorção da água pelo</p><p>solo provoca enchentes, com consequentes danos ao empreen-</p><p>dimento rural;</p><p>XX – Variação excessiva de temperatura: oscilação atípica da tem-</p><p>peratura num curto período de tempo, comprometendo o normal</p><p>desenvolvimento das culturas e criações, resultando em queda na</p><p>produtividade do empreendimento rural; e</p><p>XXI – Vento forte: deslocamento intenso de ar provocando danos</p><p>à plantação, a exemplo de tombamento, quebra de partes da plan-</p><p>ta ou queda de frutos, resultando em queda na produtividade.</p><p>118</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Anexo 4 – Resolução CNSP</p><p>339, 11 de maio de 2016</p><p>Dispõe sobre o Seguro Rural e o Fundo de Estabilida-</p><p>de do Seguro Rural – FESR, de sua administração e</p><p>controle por seu gestor, e dá outras providências.</p><p>A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, no uso da atribuição</p><p>que lhe confere o art. 34, inciso XI, do Decreto no 60.459, de 13 de março</p><p>de 1967, torna público que o CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVA-</p><p>DOS – CNSP, em sessão extraordinária realizada em 9 de maio de 2016,</p><p>tendo em vista o disposto nos arts. 16 a 19, c/c art. 32, inciso I, do Decreto-</p><p>-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o que consta no</p><p>processo SUSEP nº 15414.002733/2014-06, de 08 de outubro de 2014,</p><p>RESOLVEU:</p><p>Capítulo I</p><p>do Objeto</p><p>Art. 1º O Seguro Rural e o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR,</p><p>instituído pelos arts. 16 e 17 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966,</p><p>com a finalidade de garantir a estabilidade das operações de Seguro Rural</p><p>e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe, serão regidos,</p><p>controlados e fiscalizados conforme o estabelecido na presente Resolução.</p><p>Art. 2º O Seguro Rural constitui grupo de seguros destinados à cobertura</p><p>dos riscos</p><p>peculiares às atividades agrícola, pecuária, aquícola e florestal,</p><p>abrangendo as modalidades definidas no art. 3º.</p><p>Capítulo II</p><p>das Modalidades do Seguro Rural</p><p>Art. 3º O Seguro Rural abrange as seguintes modalidades:</p><p>I – seguro agrícola;</p><p>II – seguro pecuário;</p><p>III – seguro aquícola;</p><p>IV – seguro de florestas;</p><p>V – seguro de penhor rural;</p><p>VI – seguro de benfeitorias e produtos agropecuários;</p><p>VII – seguro de vida; e</p><p>VIII – seguro de cédula de produto rural – CPR.</p><p>119</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>§1º O seguro de que trata o inciso VII deve ser destinado ao produtor rural,</p><p>devedor de crédito rural, e terá sua vigência limitada ao período de finan-</p><p>ciamento, sendo que o beneficiário será o agente financiador.</p><p>§2º A inclusão do seguro de que trata o inciso VIII como modalidade do</p><p>Seguro Rural dependerá de regulamentação da SUSEP.</p><p>Capítulo III</p><p>dos Planos do Seguro Rural</p><p>Art. 4º Para efeito de controle estatístico permanente de todas as opera-</p><p>ções de Seguro Rural realizadas no País, as sociedades seguradoras ficam</p><p>obrigadas a prestar à SUSEP as informações estatísticas referentes às ope-</p><p>rações de Seguro Rural, na forma e prazos por ela estabelecidos.</p><p>Capítulo IV</p><p>do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural</p><p>Seção I</p><p>Da Habilitação ao FESR</p><p>Art. 5º O FESR garantirá as operações do Seguro Rural, nas modalidades</p><p>relacionadas nos incisos I a V do art. 3º e nos limites estabelecidos por esta</p><p>Resolução.</p><p>Art. 6º O exercício do FESR será de 1º de janeiro a 31 de dezembro do</p><p>mesmo ano.</p><p>Parágrafo único. O exercício do FESR em vigor na data da publicação des-</p><p>te normativo terá, excepcionalmente, dezoito meses de duração, iniciando-</p><p>-se em 1º de julho do ano anterior, para adequação ao previsto no “caput”.</p><p>Art. 7º As sociedades seguradoras que pretendam operar nas modalida-</p><p>des de que tratam os incisos I a V do art. 3º deverão apresentar ao gestor</p><p>do FESR, com antecedência mínima de sessenta dias do início do seu exer-</p><p>cício, Plano de Operações com as seguintes informações mínimas:</p><p>I – relação das unidades federativas e culturas nas quais preten-</p><p>dam atuar em cada exercício do Fundo, observando, obrigatoria-</p><p>mente, as orientações do zoneamentoagrícola do Ministério da</p><p>Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou instituições oficiais de</p><p>pesquisa, caso as operações incluam o seguro agrícola;</p><p>II – programa de resseguro se houver, relacionado a cada uma das</p><p>modalidades selecionadas para atuação e de acordo com modelo</p><p>específico disponibilizado pelo gestor do Fundo; e</p><p>III – indicadores de distribuição de risco.</p><p>120</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>§1º Qualquer alteração no Plano de Operações deve ser apresentada com</p><p>antecedência mínima de quinze dias de sua ocorrência.</p><p>§2º As solicitações apresentadas durante o exercício do FESR que não</p><p>atendam ao prazo estabelecido no “caput” serão objeto de análise do ges-</p><p>tor do Fundo, em caráter excepcional, desde que devidamente justificadas.</p><p>Art. 8º A garantia do FESR está condicionada à apresentação à Susep de</p><p>nota técnica atuarial das modalidades do Seguro Rural relacionadas nos</p><p>incisos I a V do artigo 3º, contendo os seguintes elementos, além daqueles</p><p>previstos em regulação específica:</p><p>I – programa de resseguro adotado, se houver, dispondo sobre</p><p>critérios técnicos para sua elaboração, tipos de contrato com que</p><p>se espera trabalhar e percentuais de cessão;</p><p>II – para fins do custeio das despesas administrativas, deverá ser</p><p>considerado o percentual máximo de 20% (vinte por cento) dos</p><p>prêmios emitidos, devidamente justificado; e</p><p>III – limites mínimo e máximo do percentual de comissão de corre-</p><p>tagem a serem adotados na comercialização, aí incluída a despesa</p><p>de angariação, quando houver.</p><p>Seção II</p><p>Da Contribuição e da Recuperação do FESR</p><p>Art. 9º As sociedades seguradoras efetuarão contribuições ao FESR em</p><p>função do resultado positivo em cada exercício, apurado de acordo com</p><p>a metodologia apresentada no anexo I, nas modalidades garantidas pelo</p><p>FESR, de acordo com os seguintes percentuais:</p><p>I – seguros agrícola, pecuário, aquícola e de florestas – trinta por</p><p>cento; e</p><p>II – seguro de penhor rural – cinquenta por cento.</p><p>Art. 10. As sociedades seguradoras recuperarão do FESR, anualmente,</p><p>após o término do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos seguros</p><p>agrícola, pecuário, aquícola, de florestas quando esta exceder a cem por</p><p>cento de sinistralidade, limitada a cento e cinquenta por cento da sinistrali-</p><p>dade apurada de acordo com o anexo I, considerando o exercício em curso.</p><p>Art. 11. As sociedades seguradoras recuperarão do FESR, anualmen-</p><p>te, após o término do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos</p><p>seguros agrícola, pecuário, aquícola, de florestas quando esta exceder a</p><p>duzentos e cinquenta por cento de sinistralidade, apurada de acordo com</p><p>o anexo I, considerando o exercício em curso.</p><p>Parágrafo único. A solicitação da recuperação de que trata o “caput” pode-</p><p>121</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>rá ser realizada de forma imediata, a critério das sociedades seguradoras.</p><p>Art. 12. As sociedades seguradoras recuperarão do FESR, anualmente,</p><p>após o término do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos segu-</p><p>ros de penhor rural quando esta exceder a cem por cento de sinistralidade,</p><p>apurada de acordo com o anexo I, considerando o exercício em curso.</p><p>Art. 13. Para fins de cálculo do resultado de que tratam os art. 9º, 10, 11 e 12</p><p>devem ser consideradas como crédito ao prêmio ganho as comissões de</p><p>resseguro recebidas pelas sociedades seguradoras nas operações garan-</p><p>tidas pelo FESR.</p><p>Art. 14. A alteração dos percentuais de contribuição e recuperação junto</p><p>ao FESR, de que trata esta norma, poderá ser solicitada pelo gestor do</p><p>Fundo à Susep e deverá ser expressamente aprovada pelo CNSP, caso</p><p>seja comprovado o frequente impacto negativo no seu resultado, por meio</p><p>de estudos atuariais e financeiros submetidos para análise.</p><p>Art. 15. As contribuições efetuadas com base no art. 9º e as recuperações</p><p>efetuadas com base nos arts. 10, 11 e 12, inclusive de safras ocorridas em</p><p>períodos anteriores, serão ajustadas ao final de cada exercício do FESR.</p><p>Parágrafo único. O resultado de cada seguradora será atualizado de acor-</p><p>do com as regras definidas pelo gestor do Fundo, respeitadas as normas</p><p>do CNSP, desde a data do fim do exercício do FESR até a data da efetiva</p><p>liquidação financeira.</p><p>Seção III</p><p>Da Garantia do FESR às Resseguradoras Locais</p><p>Art. 16. Os resseguradores locais poderão efetuar contribuições e recu-</p><p>perações ao FESR em função de seu resultado, nas mesmas bases esta-</p><p>belecidas para as sociedades seguradoras na Seção II do Capítulo IV e de</p><p>acordo com o anexo II.</p><p>§1º O acesso ao FESR a que se refere o “caput” destina-se, exclusivamen-</p><p>te, ao resseguro proporcional (quota parte e/ou excedente de responsabi-</p><p>lidade) das operações de seguro habilitadas à garantia do FESR.</p><p>§2º As resseguradoras locais que pretendam operar com amparo do FESR</p><p>nas modalidades de que tratam os incisos I a V do art. 3º deverão enviar</p><p>ao gestor do FESR, com antecedência mínima de trinta dias do início do</p><p>exercício do Fundo, carta formal requisitando habilitação.</p><p>§3º A carta formal a que se refere o parágrafo anterior deverá mencionar,</p><p>no mínimo, as seguradoras habilitadas e as respectivas operações garan-</p><p>tidas pelo FESR.</p><p>Capítulo V</p><p>122</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>dos Aportes Extraordinários ao FESR</p><p>Art. 17. Na hipótese de insuficiência de recursos no FESR, o seu gestor</p><p>comunicará o fato, em caráter de urgência:</p><p>I – ao CNSP, a quem competirá solicitar crédito especial suficiente</p><p>para atender ao referido déficit; e</p><p>II – às sociedades seguradoras e resseguradoras locais autoriza-</p><p>das a operar junto ao FESR, indicando as medidas que adotará</p><p>para a liquidação das obrigações do FESR.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput”,</p><p>o CNSP providenciará,</p><p>por intermédio do Ministério da Fazenda, os procedimentos para obtenção</p><p>do crédito especial.</p><p>Capítulo VI</p><p>Da Gestão e Controle Financeiro do FESR</p><p>Art. 18. O gestor do FESR disciplinará os critérios para gestão e acompa-</p><p>nhamento das operações abrangidas pelo Fundo.</p><p>§1º O gestor fica autorizado a estabelecer as normas e regulamentos</p><p>necessários ao cumprimento do disposto no “caput”.</p><p>§2º As empresas seguradoras/resseguradoras locais fornecerão em tempo</p><p>hábil os dados solicitados pelo gestor, na forma disposta no regulamento.</p><p>§3º As empresas seguradoras/resseguradoras locais firmarão declaração</p><p>de responsabilidade de informação, quando da remessa dos dados solici-</p><p>tados pelo gestor, na forma por ele estabelecida.</p><p>Art. 19. O gestor do FESR encaminhará à Secretaria do Tesouro Nacional,</p><p>até o fim do primeiro semestre do ano subsequente, relatório contendo as</p><p>demonstrações financeiras relativas às operações realizadas entre 1º de</p><p>janeiro a 31 de dezembro de cada ano.</p><p>Capítulo VII</p><p>Das Disposições Finais</p><p>Art. 20. A garantia do FESR de que trata esta Resolução restringe-se, para</p><p>a modalidade agrícola, aos seguros que garantam ao produtor uma inde-</p><p>nização pelos prejuízos causados às lavouras seguradas, abrangendo as</p><p>perdas físicas efetivas de produção.</p><p>Art. 21. A SUSEP fica autorizada a baixar as normas complementares</p><p>123</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>necessárias à execução das disposições desta Resolução, bem como</p><p>resolver os casos omissos.</p><p>Art. 22. Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2017.</p><p>Art. 23. Ficam revogadas, a partir de 1º de janeiro de 2017, as Resoluções</p><p>CNSP no 46, de 12 de fevereiro de 2001; no 50, de 3 de setembro de 2001;</p><p>no 95, de 30 de setembro de 2002; e no 217, de 6 de dezembro de 2010.</p><p>ROBERTO WESTENBERGER</p><p>Superintendente</p><p>124</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Anexo I</p><p>Estrutura de Apuração do Resultado de cada Seguradora</p><p>Junto ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR</p><p>Seguradora:</p><p>Ramo:</p><p>Ano-Safra: /</p><p>Percentual de Prêmio Ganho</p><p>Prêmio Emitido (PE)</p><p>Prêmio Ganho (PG)</p><p>PG/PE %</p><p>Custo do Resseguro</p><p>Prêmio de Resseguro (PR) (+)</p><p>Comissão de Resseguro (CR) (-)</p><p>Diferença (=)</p><p>PG/PE %</p><p>Custo de Resseguro = (PR-CR)*PG/PE</p><p>Prêmio Líquido</p><p>Prêmio Ganho (+)</p><p>Custo de Resseguro (-)</p><p>Prêmio Líquido (=)</p><p>Despesas de Carregamento</p><p>Prêmio Líquido</p><p>Comissão de Corretagem (CC) 15%</p><p>Despesas Administrativas (DA) 20%</p><p>Despesas de Carregamento (CC + DA)</p><p>Prêmio Final</p><p>Prêmio Líquido (+)</p><p>Despesas de Carregamento (-)</p><p>125</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Prêmio Final (=)</p><p>Sinistro Retido</p><p>Sinistro Pago (+)</p><p>Sinistro Recuperado (-)</p><p>Sinistro Retido (=)</p><p>Resultado da Safra Atual</p><p>Prêmio Final (+)</p><p>Sinistro Retido (-)</p><p>Diferença (=)</p><p>Contribuição X% (=)</p><p>Recuperação (=)</p><p>Resultado da Safra Anterior</p><p>Contribuição (+)</p><p>Recuperação (-)</p><p>Apuração do Resultado Final</p><p>Resultado da Safra Atual (+)</p><p>Resultado da Safra Anterior (-)</p><p>Contribuição (=)</p><p>Recuperação (=)</p><p>Sinistralidade FESR</p><p>Sinistro Retido/Prêmio Final %</p><p>126</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Anexo 2</p><p>Estrutura de apuração do resultado de cada resseguradora</p><p>junto ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR</p><p>Resseguradora:</p><p>Ramo:</p><p>Ano-Safra: /</p><p>Prêmio Líquido</p><p>Prêmio de Resseguro Emitido (+)</p><p>Comissão de Resseguro Paga) (-)</p><p>Prêmio Líquido (=)</p><p>Despesa de Carregamento</p><p>Prêmio Líquido</p><p>Comissão de Corretagem (“Broker”) 2%</p><p>Despesas Administrativas (DA) 5%</p><p>Despesa de Carregamento (CC + DA)</p><p>Sinistro Retido</p><p>Sinistro Pago (+)</p><p>Sinistro Retido (=)</p><p>Resultado da Safra Atual</p><p>Prêmio Líquido (+)</p><p>Despesa de Carregamento (-)</p><p>Prêmio Final (=)</p><p>Sinistro Retido (-)</p><p>Resultado (=)</p><p>Contribuição X% (=)</p><p>Recuperação (=)</p><p>Resultado da Safra Anterior</p><p>127</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Contribuição (+)</p><p>Recuperação (-)</p><p>Apuração do Resultado Final</p><p>Resultado da Safra Atual (+)</p><p>Resultado da Safra Anterior (-)</p><p>Contribuição (=)</p><p>Recuperação (=)</p><p>Sinistralidade FESR</p><p>Sinistro Retido/Prêmio Final %</p><p>128</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Anexo 5 – Circular SUSEP 286,</p><p>de 21 de março de 2005</p><p>Dispõe sobre o seguro pecuário e o seguro de</p><p>animais.</p><p>O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVA-</p><p>DOS – SUSEP, no uso das atribuições que lhe confere o art. 36, alíneas “b”</p><p>e “c”, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o que</p><p>consta do Processo SUSEP 15414.000184/2002-93,</p><p>RESOLVE:</p><p>Art. 1º Dispor sobre o seguro pecuário e o seguro de animais, nos termos</p><p>expressos nesta Circular.</p><p>Art. 2º O seguro pecuário, definido como modalidade de seguro rural,</p><p>tem por objetivo garantir o pagamento de indenização, em caso de morte</p><p>de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria,</p><p>engorda ou trabalho por tração.</p><p>§1º Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de</p><p>sêmen ou transferência de embriões, cuja finalidade seja, exclusivamen-</p><p>te, o incremento e/ou melhoria de plantéis daqueles animais menciona-</p><p>dos no caput deste artigo, estão também enquadrados na modalidade</p><p>de seguro pecuário.</p><p>§2º No seguro de que trata o caput deste artigo, a sociedade seguradora</p><p>poderá, também, oferecer outras coberturas que garantam riscos passíveis</p><p>de causar prejuízos pecuniários ao segurado.</p><p>Art. 3º O seguro de animais tem por objetivo garantir o pagamento de</p><p>indenização, em caso de morte de animais classificados como de elite ou</p><p>domésticos e não está enquadrado como seguro rural.</p><p>§1º Entende-se como animais de elite os destinados ao lazer ou à par-</p><p>ticipação em torneios/provas esportivas, bem como aqueles utilizados,</p><p>exclusivamente, na coleta de sêmen e transferência de embriões para fins</p><p>distintos do disposto no § 1º do artigo §2º desta Circular.</p><p>§2º Entende-se como animais domésticos aqueles adaptados ao conví-</p><p>vio familiar e destinados, exclusivamente, à companhia de pessoas ou</p><p>guarda residencial.</p><p>§3º No seguro de que trata o caput deste artigo, a sociedade seguradora</p><p>poderá, também, oferecer outras coberturas que garantam riscos passíveis</p><p>de causar prejuízos pecuniários ao segurado.</p><p>129</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Art. 4º A sociedade seguradora poderá oferecer, também, coberturas</p><p>que garantam o reembolso de despesas incorridas com veterinários,</p><p>exames e/ou internações, cabendo ao segurado a livre escolha do</p><p>prestador de serviços.</p><p>Art. 5º A sociedade seguradora que opere ou pretenda operar com os</p><p>seguros de que trata esta Circular deverá apresentar a SUSEP as respecti-</p><p>vas notas técnicas atuariais e condições contratuais, conforme regulamen-</p><p>tação em vigor.</p><p>§1º Os planos de seguro pecuário e de seguro de animais deverão ser</p><p>encaminhados em processos distintos.</p><p>§2º Caso haja interesse da sociedade seguradora na obtenção da garantia</p><p>do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR, para o seguro pecuário,</p><p>o respectivo plano deverá ser aprovado, em cada exercício daquele Fun-</p><p>do, conforme estabelecido em regulamentação específica.</p><p>Art. 6º Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando</p><p>revogada a Circular SUSEP 194, de 8 de julho de 2002.</p><p>RENÊ GARCIA JR.</p><p>Superintendente</p><p>130</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Anexo 6 – Decreto 5.782,</p><p>de 23 de maio de 2006</p><p>Aprova os percentuais e valores máximos da subvenção</p><p>ao prêmio do seguro rural para o exercício de 2006.</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o</p><p>art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no inciso IV</p><p>do art. 3º da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003,</p><p>DECRETA:</p><p>Art. 1º Ficam aprovados os percentuais de subvenção econômica ao prê-</p><p>mio do seguro rural para o exercício de 2006, de que tratam os arts. 3º,</p><p>inciso IV, da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003, e 7º, incisos II e III, do</p><p>Decreto 5.121, de 29 de junho de 2004, na forma do</p><p>Anexo a este Decreto.</p><p>Art. 2º Fica estabelecido, para o seguro rural na modalidade agrícola, o</p><p>valor máximo de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) de subvenção ao</p><p>prêmio, por beneficiário, pessoa física ou jurídica, por ano civil, para cada</p><p>um dos grupos de culturas previstos nos incisos a seguir indicados:</p><p>I – aveia, canola, cevada, centeio, milho segunda safra, sorgo, trigo</p><p>e triticale;</p><p>II – abacaxi, alface, algodão, alho, amendoim, arroz, batata, berinjela,</p><p>beterraba, cana-de-açúcar, cebola, cenoura, couve-flor, feijão, girassol,</p><p>milho, morango, pepino, pimentão, repolho, soja, tomate e vagem; e</p><p>III – ameixa, café, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, limão e demais</p><p>cítricos, maçã, nectarina, pêra, pêssego e uva.</p><p>Parágrafo único. O produtor rural poderá receber subvenção para mais</p><p>de uma cultura dentro do mesmo grupo, desde que o somatório do benefí-</p><p>cio não ultrapasse o limite de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais).</p><p>Art. 3º Fica igualmente estabelecido, para o seguro rural nas modalidades</p><p>pecuário, de florestas e aquícola, o valor máximo de R$ 32.000,00 (trinta e</p><p>dois mil reais) de subvenção ao prêmio, por beneficiário, pessoa física ou</p><p>jurídica, por ano civil, para cada uma dessas modalidades.</p><p>Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Art. 5º Fica revogado o Decreto 5.514, de 17 de agosto de 2005.</p><p>Brasília, 23 de maio de 2006; 185º da Independência e 118º da República.</p><p>LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA</p><p>Roberto Rodrigues</p><p>Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.5.2006.</p><p>131</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Anexo – Percentagens de Subvenção ao</p><p>Prêmio para a Safra 2016/2018</p><p>MODALIDADES</p><p>DE SEGURO GRUPOS DE ATIVIDADES TIPO DE</p><p>COBERTURA</p><p>NÍVEL DE</p><p>COBERTURA</p><p>SUBVENÇÃO</p><p>(%)</p><p>Agrícola</p><p>Grãos</p><p>Multirriscos</p><p>60% – 65% 45%</p><p>70% – 80% 40%</p><p>> 80% 35%</p><p>Riscos</p><p>Nomeados</p><p>---------- 35%</p><p>Frutas, Olerícolas, Café e Cana ---------- ---------- 45%</p><p>Florestas Silvicultura (Florestas Plantadas)</p><p>---------- ---------- 45%Pecuário</p><p>Aves, bovinos, bubalinos, caprinos, equinos,</p><p>ovinos e suínos</p><p>Aquícola Carcinicultura, maricultura, piscicultura</p><p>Limites: Agrícola – R$ 72.000,00 / Pecuário, Florestal e Aquícola – R$ 24.000,00 (cada) /</p><p>TOTAL R$ 144.000,00</p><p>132</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Anexo 7 – Lei Complementar</p><p>137, de 26 de agosto de 2010</p><p>Mensagem de veto:</p><p>Autoriza a participação da União em fundo destinado à cobertu-</p><p>ra suplementar dos riscos do seguro rural; altera dispositivos da Lei</p><p>10.823, de 19 de dezembro de 2003, da Lei Complementar 126, de 15</p><p>de janeiro de 2007, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, do</p><p>Decreto-Lei 261, de 28 de fevereiro de 1967, e da Lei 4.594, de 29 de</p><p>dezembro de 1964; revoga dispositivos da Lei 8.171, de 17 de janeiro de</p><p>1991, da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003, e do Decreto-Lei 73,</p><p>de 21 de novembro de 1966; e dá outras providências.</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional</p><p>decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:</p><p>Art. 1º É a União autorizada a participar, na condição de cotista, de fundo</p><p>que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos riscos do seguro</p><p>rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal, que passa,</p><p>nesta Lei Complementar, a ser denominado, simplesmente, Fundo.</p><p>§1º A integralização de cotas pela União será autorizada por decreto e</p><p>poderá ser realizada a critério do Ministro de Estado da Fazenda:</p><p>I – em moeda corrente, até o limite definido na lei orçamentária;</p><p>II – em títulos públicos, até o limite de R$ 4.000.000.000,00 (qua-</p><p>tro bilhões de reais), a ser integralizados nas seguintes condições:</p><p>a) até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) por ocasião da adesão</p><p>da União ao Fundo; e</p><p>b) (VETADO)</p><p>§2º A representação da União na assembleia de cotistas observará os ter-</p><p>mos do inciso V do art. 10 do Decreto-Lei 147, de 3 de fevereiro de 1967.</p><p>§3º O Fundo não contará com garantia ou aval do poder público e responderá</p><p>por suas obrigações até o limite dos bens e direitos integrantes de seu patrimônio.</p><p>§4º O disposto no §3º não obstará a União de adquirir novas cotas do</p><p>Fundo, seja para recompor patrimônio eventualmente consumido no cum-</p><p>primento de obrigações próprias do Fundo, seja para atender metas da</p><p>política de expansão do seguro rural ou outros objetivos à discrição do</p><p>Poder Executivo.</p><p>Art. 2º O Fundo poderá ser instituído, administrado, gerido e representado</p><p>judicial e extrajudicialmente: I – por pessoa jurídica criada para esse fim</p><p>133</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>específico, da qual podem participar, na condição de cotistas, sociedades</p><p>seguradoras, sociedades resseguradoras, empresas agroindustriais e coo-</p><p>perativas; ou II – (VETADO)</p><p>§1º O Fundo terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patri-</p><p>mônio dos cotistas e da instituição administradora.</p><p>§2º O patrimônio do Fundo será formado:</p><p>I – pela integralização de cotas;</p><p>II – pelos valores pagos pelas seguradoras e resseguradoras, para</p><p>aquisição de cobertura suplementar junto ao Fundo;</p><p>III – pelo resultado das aplicações financeiras dos seus recursos;</p><p>IV – por outras fontes definidas no estatuto do Fundo.</p><p>Art. 3º A participação da União no Fundo é condicionada a que seu esta-</p><p>tuto obedeça às disposições desta Lei Complementar.</p><p>§1º O estatuto do Fundo deverá dispor sobre:</p><p>I – a composição e as competências do Conselho Diretor do Fun-</p><p>do, assegurando-se a participação de pelo menos 1 (um) represen-</p><p>tante das sociedades seguradoras, 1 (um) representante das socie-</p><p>dades resseguradoras, 1 (um) representante das cooperativas e 1</p><p>(um) representante das empresas agroindustriais cotistas do Fun-</p><p>do, desde que seja atendido o que determina o §8º deste artigo;</p><p>II – as atribuições da assembleia de cotistas;</p><p>III – as modalidades de cobertura suplementar operadas pelo</p><p>Fundo, podendo diferenciá-las segundo o risco das operações ou</p><p>outros critérios previstos no estatuto;</p><p>IV – os limites de cobertura de risco transferíveis ao Fundo pelas</p><p>sociedades seguradoras ou resseguradoras; V – a remuneração</p><p>da instituição administradora.</p><p>§2º Os votos da União, sociedades seguradoras, sociedades ressegurado-</p><p>ras e empresas agroindustriais na assembleia de cotistas serão distribuí-</p><p>dos na proporção do número de cotas de cada um.</p><p>§3º Alterações no estatuto do Fundo serão decididas pela assembleia de cotistas.</p><p>§4º O Fundo não poderá pagar rendimentos a cotistas.</p><p>§5º Os cotistas do Fundo poderão, conforme dispuser o estatuto:</p><p>I – solicitar o resgate de suas cotas, desde que haja recursos não</p><p>comprometidos com coberturas contratadas pelo Fundo;</p><p>II – transferir a propriedade de suas cotas.</p><p>134</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>§6º A sociedade seguradora ou resseguradora que optar por operar com</p><p>o Fundo deverá, nos termos e condições previstos no estatuto do Fundo:</p><p>I – subscrever cotas do Fundo;</p><p>II – contratar cobertura suplementar ofertada pelo Fundo para a</p><p>totalidade da carteira de risco retido nas modalidades de seguro</p><p>rural de que trata o art. 1º.</p><p>§7º Da mesma forma que as sociedades seguradoras e resseguradoras,</p><p>as empresas agroindustriais e as cooperativas que optarem por participar</p><p>do Fundo deverão subscrever cotas, nos termos e condições previstos no</p><p>estatuto do Fundo.</p><p>§8º O estatuto do Fundo definirá o número mínimo de cotas que devem</p><p>ser subscritas e integralizadas pelas sociedades seguradoras, sociedades</p><p>resseguradoras ou empresas agroindustriais e cooperativas para assegu-</p><p>rar representação no Conselho Diretor do Fundo.</p><p>§9º A obrigatoriedade de contratação de cobertura suplementar para a</p><p>totalidade da carteira de que trata o inciso II do §6º levará em consideração</p><p>as operações de todo o grupo econômico a que pertencer a sociedade</p><p>seguradora ou resseguradora, podendo o estatuto do Fundo definir parâ-</p><p>metros ou exceções para aplicação dessa regra.</p><p>Art.</p><p>PARANAGUÁ</p><p>S.F. DO SUL</p><p>RIO GRANDE</p><p>LOGÍSTICA ATUAL</p><p>Ferrovias</p><p>Hidrovias</p><p>Portos</p><p>Nova fronteira agrícola</p><p>Fonte: MAPA/SPC</p><p>16</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>O POTENCIAL DO</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>O agronegócio é potencialmente o maior segmento econômico brasilei-</p><p>ro e mundial.</p><p>O Brasil detém terras abundantes, planas e baratas, como são os cerrados,</p><p>com uma reserva de 90 milhões de hectares; dispõe de produtores rurais</p><p>experientes e capazes de transformar essas potencialidades em produtos</p><p>comercializáveis; e detém um estoque de conhecimentos e tecnologias</p><p>agropecuárias, transformadoras de recursos em produtos.</p><p>Por qualquer ângulo que se analise o mercado, o tamanho que o Brasil</p><p>adquiriu no campo do agronegócio é impressionante.</p><p>Estes são pontos que reforçam a importância do agronegócio no Brasil,</p><p>além de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia e gera-</p><p>ção de empregos e riquezas para o país.</p><p>Feitas estas considerações, parece racional acreditar positivamente no</p><p>futuro da produção brasileira de soja, visto que o Brasil é o único país</p><p>capaz de prover o esperado aumento da demanda mundial, por possuir</p><p>mais de 60 milhões de hectares de terras ainda virgens e aptas para a</p><p>produção de grãos apenas no ecossistema do Cerrado. A área cultivada</p><p>com soja nos Estados Unidos, Argentina, China e Índia, que, juntos com</p><p>o Brasil, produzem mais de 90% da soja mundial, só cresce se substituir</p><p>outros cultivos – milho, sorgo e girassol, principalmente. Sua fronteira</p><p>agrícola, diferentemente do Brasil, está esgotada.</p><p>Estes são pontos que reforçam a importância do agronegócio no Brasil,</p><p>além de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia e gera-</p><p>ção de empregos e riquezas para o país.</p><p>A renda per capita, de aproximadamente US$ 8.800,00/ano, embora baixa</p><p>para os padrões “desenvolvidos” e concentrada, vem crescendo ano a ano.</p><p>Quanto ao mercado externo, o agronegócio participa com 43% das</p><p>exportações brasileiras. Em 2016, as exportações totais foram de US$</p><p>185 bilhões, e o agronegócio respondeu por US$ 80 bilhões, gerando um</p><p>significativo saldo positivo na balança comercial agropecuária. A pauta de</p><p>exportações é diversificada, abrangendo o café, complexo soja, carnes,</p><p>fumo, suco de laranja, cacau, açúcar e álcool, frutas, flores, hortaliças,</p><p>madeira, móveis e compensados, couros e peles, entre outros produtos.</p><p>Entre os principais obstáculos à ampliação das exportações estão:</p><p>■ o protecionismo dos países desenvolvidos;</p><p>17</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>■ o custo Brasil e as deficiências da política comercial brasileira;</p><p>■ a falta de promoção e de marketing dos produtos brasileiros; e</p><p>■ a falta de tradição dos empresários.</p><p>A possibilidade de crescimento da produção de grãos, fibras, energia, car-</p><p>nes, frutas, hortaliças, tubérculos, flores e piscicultura é muito grande, tanto</p><p>sob a forma de aumento de produtividade quanto pela expansão das áreas</p><p>cultivadas em mais de 120 milhões de hectares.</p><p>CRÉDITO RURAL PARA A</p><p>AGRICULTURA COMERCIAL</p><p>O crédito rural procura estimular os investimentos rurais, garantir o valor</p><p>de custeio da produção e comercialização e, consequentemente, favo-</p><p>recer o setor rural, responsável pela produção de alimentos. Além disso</p><p>tudo, ele permite o desenvolvimento de tecnologias que irão promover</p><p>a melhoria da produtividade e o aumento da produção de alimentos.</p><p>O crédito rural pode ser solicitado por produtores rurais ou empresas</p><p>agropecuárias de pesquisa, de produção de mudas e sementes, de inse-</p><p>minação artificial para bovinos, de serviços mecanizados e outras empre-</p><p>sas com finalidade comercial. Com a demanda do consumidor por ali-</p><p>mentos produzidos de forma mais saudável e com garantia de qualidade,</p><p>recentemente as instituições financeiras de crédito rural iniciaram suas</p><p>operações junto à atividade específica da agricultura orgânica.</p><p>As exigências para a obtenção do crédito rural variam de acordo com</p><p>a instituição financiadora.Algumas exigências são comuns, como:</p><p>■ a idoneidade do tomador;</p><p>■ a elaboração de planos ou projetos com orçamentos;</p><p>■ a capacidade de execução; e</p><p>■ um cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.</p><p>Comentário</p><p>Vantagens</p><p>competitivas do Brasil</p><p>Atualmente, as lavouras</p><p>ocupam 55 milhões de</p><p>hectares, a pecuária 220</p><p>milhões, e as florestas</p><p>cultivadas abrangem 5 milhões</p><p>de hectares. Em termos de</p><p>piscicultura, o Brasil dispõe da</p><p>maior reserva de água doce do</p><p>mundo e de uma das maiores</p><p>costas marítimas.</p><p>Saiba mais</p><p>Sugestão de leitura</p><p>Crédito Rural</p><p>www.agricultura.gov.br</p><p>http://www.agricultura.gov.br</p><p>18</p><p>UNIDADE 1</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>EM RESUMO</p><p>Medidas para o Brasil Ter Maior Agronegócio</p><p>■ Adoção de créditos com juros fixos</p><p>■ Investimento em pesquisa</p><p>■ Fortalecimento da defesa agropecuária</p><p>■ Melhoria da infraestrutura de transporte, portos e armazenagem</p><p>■ Modernização do parque de máquinas e implementos agrícolas</p><p>Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro</p><p>■ Disponibilidade de terras e clima favorável</p><p>■ Recursos humanos qualificados</p><p>■ Capacidade de gestão</p><p>■ Estrutura de comercialização</p><p>■ Potencial para bioenergia</p><p>■ Desenvolvimento tecnológico (diferencial)</p><p>Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro</p><p>■ Logística (transporte, armazenagem, portos)</p><p>■ A questão social</p><p>■ Desenvolvimento da biotecnologia</p><p>■ Ação proativa e profissionalização em negociações internacionais</p><p>■ Políticas públicas</p><p>Principais Obstáculos para a Ampliação das Exportações do Brasil</p><p>■ O protecionismo dos países desenvolvidos</p><p>■ O custo Brasil e as deficiências da política comercial brasileira</p><p>■ A falta de promoção e de marketing dos produtos brasileiros</p><p>■ A falta de tradição dos empresários</p><p>19</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>FIXANDO CONCEITOS 1</p><p>Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois</p><p>marque a alternativa correta</p><p>1. São considerados insumos na cadeia produtiva do agronegócio:</p><p>( ) Fertilizantes.</p><p>( ) Atacadistas.</p><p>( ) Sementes.</p><p>( ) Defensivos.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) F, F, F, F</p><p>(b) V, V, F, F</p><p>(c) V, F, V, F</p><p>(d) F, F, V, F</p><p>(e) V, F, V, V</p><p>Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta</p><p>2. Podemos considerar pontos fortes do agronegócio brasileiro o(a)(s):</p><p>I) Disponibilidade de terras e clima favorável.</p><p>II) Recursos humanos qualificados.</p><p>III) Capacidade de gestão.</p><p>IV) Logística (transporte, armazenagem, portos).</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.</p><p>(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.</p><p>(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.</p><p>(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>Correlacione os itens abaixo e depois marque a alternativa correta</p><p>3. O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização</p><p>dos alimentos e fibras. Associe insumo, produção e comercialização aos</p><p>itens a que se referem:</p><p>20</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>1) Insumo</p><p>2) Produção</p><p>3) Comercialização</p><p>( ) herbicidas.</p><p>( ) fertilizantes.</p><p>( ) agricultura e pecuária.</p><p>( ) atacadistas.</p><p>( ) cooperativas.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) 1, 1, 1, 2, 2</p><p>(b) 1, 1, 2, 3, 3</p><p>(c) 1, 2, 1, 2, 2</p><p>(d) 2, 2, 1, 1, 1</p><p>(e) 2, 2, 2, 1, 1</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>4. Com relação à importância do agronegócio podemos dizer que:</p><p>(a) É um dos setores mais dinâmicos da economia.</p><p>(b) Tem inexpressiva participação no PIB brasileiro.</p><p>(c) Concentra-se fortemente nas cidades.</p><p>(d) Depende exclusivamente da indústria.</p><p>(e) Gera poucos postos de trabalho.</p><p>Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta</p><p>5. São pontos fracos do agronegócio brasileiro:</p><p>I) Logística (transporte, armazenamento, portos).</p><p>II) Potencial para bioenergia.</p><p>4º O Fundo terá direitos e obrigações próprias, pelas quais respon-</p><p>derá exclusivamente com seu patrimônio, eximindo-se a instituição admi-</p><p>nistradora do Fundo, a União e os demais cotistas de obrigações que são</p><p>próprias do Fundo.</p><p>Art. 5º Aplicam-se aos membros do Conselho Diretor do Fundo e aos gesto-</p><p>res da instituição administradora do Fundo os deveres e responsabilidades</p><p>de que tratam os arts. 153 a 159 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976.</p><p>Art. 6º Os rendimentos auferidos pela carteira do Fundo não se sujeitam à</p><p>incidência de imposto de renda na fonte ou do Imposto sobre Operações</p><p>de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários</p><p>(IOF), devendo integrar a base de cálculo dos impostos e contribuições</p><p>devidos pelo cotista, na forma da legislação vigente, quando houver o res-</p><p>gate de cotas, total ou parcial, ou por ocasião da dissolução do Fundo.</p><p>Art. 7º As receitas do Fundo não estarão sujeitas à Contribuição para</p><p>o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e à Contribuição para</p><p>o PIS/Pasep.</p><p>§1º O disposto no caput deste artigo não se aplica às receitas de adminis-</p><p>tração ou gerência auferidas pela instituição de que trata o art. 2o desta</p><p>Lei Complementar.</p><p>§2º As receitas de administração ou gerência do Fundo permanecem</p><p>135</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>sujeitas às normas da legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da</p><p>Cofins vigentes anteriormente às Leis 10.637, de 30 de dezembro de 2002,</p><p>e 10.823, de 19 de dezembro de 2003, observado o disposto no § 3º.</p><p>§3º As receitas de administração ou gerência de que trata o §2º são sujei-</p><p>tas às alíquotas referidas no art. 1º da Medida Provisória 2.158-35, de 24 de</p><p>agosto de 2001, e no art. 18 da Lei 10.684, de 30 de maio de 2003.</p><p>Art. 8º O valor das cotas do Fundo adquiridas por seguradoras, ressegura-</p><p>doras e empresas agroindustriais poderá ser deduzido:</p><p>I – do lucro real, para efeito de imposto de renda; e</p><p>II – da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líqui-</p><p>do (CSLL).</p><p>Art. 9º A dissolução do Fundo será condicionada à inexistência de riscos</p><p>por ele cobertos.</p><p>Parágrafo único. Dissolvido o Fundo, seu patrimônio será distribuído entre</p><p>os cotistas, na proporção de suas cotas, com base na situação patrimonial</p><p>à data da dissolução.</p><p>Art. 10. O órgão regulador de seguros poderá dispor sobre:</p><p>I – diretrizes para operações de seguro, cosseguro, resseguro e</p><p>retrocessão amparadas pelo Fundo, podendo estabelecer cláusu-</p><p>las de instrumentos contratuais;</p><p>II – os limites de cobertura de risco transferíveis ao Fundo pelas</p><p>seguradoras e resseguradoras de que trata o inciso IV do § 1º do</p><p>art. 3º;</p><p>III – limites de retenção de risco do Fundo;</p><p>IV – operações que impliquem transferência de risco do Fundo,</p><p>inclusive as de resseguro ou retrocessão.</p><p>Art. 11. A instituição administradora do Fundo deverá submeter, para apro-</p><p>vação dos sócios cotistas, o plano de operações e o orçamento anual do</p><p>Fundo, nos termos e prazos definidos pelo órgão regulador de seguros.</p><p>Parágrafo único. O plano de operações e o orçamento anual deverão ser</p><p>compatíveis com o equilíbrio atuarial de longo prazo do Fundo.</p><p>Art. 12. Caberá ao Conselho Monetário Nacional (CMN) definir as diretrizes</p><p>para aplicação dos recursos do Fundo.</p><p>Art. 13. A instituição administradora do Fundo, o Fundo e suas operações</p><p>estão sujeitos à fiscalização do órgão fiscalizador de seguros, observadas</p><p>as peculiaridades técnicas, contratuais, operacionais e de risco da ativida-</p><p>136</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>de e as disposições do órgão regulador de seguros.</p><p>§1º A instituição administradora do Fundo e o Fundo estão sujeitos às penali-</p><p>dades previstas no Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, aplicadas pelo</p><p>órgão fiscalizador de seguros, conforme normas do órgão regulador de seguros.</p><p>§2º O órgão fiscalizador de seguros definirá as informações a serem pres-</p><p>tadas pela instituição administradora do Fundo, bem como aquelas que</p><p>deverão ser fornecidas pelas seguradoras e resseguradoras cotistas do</p><p>Fundo, em função das coberturas suplementares adquiridas.</p><p>Art. 14. (VETADO)</p><p>Art. 15. A Lei 10.823, de 2003, passa a vigorar com as seguintes alterações:</p><p>“Art. 1º..................................................................................................................................</p><p>.......................................................</p><p>§4º (VETADO)” (NR)</p><p>“Art. 3º ...............................................................................................................................</p><p>.......................................</p><p>IV – (revogado);</p><p>.............................................................................................</p><p>VI – (VETADO)”</p><p>Parágrafo único. (Revogado)” (NR)</p><p>“Art. 5º ........................................................................</p><p>I – (revogado);</p><p>II – (revogado);</p><p>III – aprovar e divulgar:</p><p>a) os percentuais sobre o prêmio do seguro rural e os valores máximos da sub-</p><p>venção econômica, considerando a diferenciação prevista no art. 2º desta Lei;</p><p>b) as condições operacionais específicas;</p><p>c) as culturas vegetais e espécies animais objeto do benefício previsto nesta Lei;</p><p>d) as regiões a serem amparadas pelo benefício previsto nesta Lei;</p><p>e) as condições técnicas a serem cumpridas pelos beneficiários; e</p><p>f) a proposta de Plano Trienal ou seus ajustes anuais, dispondo sobre as</p><p>diretrizes e condições para a concessão da subvenção econômica, obser-</p><p>vadas as disponibilidades orçamentárias e as diretrizes estabelecidas no</p><p>Plano Plurianual;</p><p>137</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>IV – implementar e operacionalizar o benefício previsto nesta Lei;</p><p>V – incentivar a criação e a implementação de projetos-piloto pelas</p><p>sociedades seguradoras, contemplando novas culturas vegetais</p><p>ou espécies animais e tipos de cobertura, com vistas a apoiar o</p><p>desenvolvimento da agropecuária; e</p><p>VI – estabelecer diretrizes e coordenar a elaboração de metodo-</p><p>logias e a divulgação de estudos e dados estatísticos, entre outras</p><p>informações, que auxiliem o desenvolvimento do seguro rural</p><p>como instrumento de política agrícola.</p><p>Parágrafo único. O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural pode-</p><p>rá fixar limites financeiros da subvenção, por beneficiário e unidade de</p><p>área.” (NR)</p><p>Art. 16. Os arts. 4º, 6º, 9º e 25 da Lei Complementar 126, de 15 de janeiro</p><p>de 2007, passam a vigorar com a seguinte redação:</p><p>“Art. 4º ...............................................................................................................................</p><p>.......................................</p><p>§1º É vedado o cadastro a que se refere o inciso III do caput deste artigo</p><p>de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, assim considera-</p><p>dos países ou dependências que não tributam a renda ou que a tributam</p><p>a alíquota inferior a 20% (vinte por cento) ou, ainda, cuja legislação interna</p><p>oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à</p><p>sua titularidade.</p><p>§2º Equipara-se ao ressegurador local, para fins de contratação de ope-</p><p>rações de resseguro e de retrocessão, o fundo que tenha por único obje-</p><p>tivo a cobertura suplementar dos riscos do seguro rural nas modalidades</p><p>agrícola, pecuária, aquícola e florestal, observadas as disposições de lei</p><p>própria.” (NR)</p><p>“Art. 6º ..........................………….........................................................................................</p><p>.....................................</p><p>IV – designar procurador, domiciliado no Brasil, com poderes especiais</p><p>para receber citações, intimações, notificações e outras comunicações; e</p><p>...................................................................................” (NR)</p><p>“Art. 9º .........................................……………......................................................................</p><p>.........................................................</p><p>§3º É o fundo</p><p>que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos</p><p>riscos do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e flo-</p><p>restal autorizado a contratar resseguro, retrocessão e outras formas de</p><p>transferência de risco, inclusive com pessoas não abrangidas pelos incisos</p><p>138</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>I e II do caput deste artigo.</p><p>§4º É o órgão regulador de seguros autorizado a dispor sobre transferên-</p><p>cias de riscos, em operações de resseguro e de retrocessão, com pessoas</p><p>não abrangidas pelos incisos I e II do caput deste artigo, quando ficar com-</p><p>provada a insuficiência de oferta de capacidade por resseguradores locais,</p><p>admitidos e eventuais.” (NR)</p><p>“Art. 25. ......................................................................</p><p>§1º O órgão fiscalizador de seguros, o Banco Central do Brasil e a Comis-</p><p>são de Valores Mobiliários (CVM) manterão permanente intercâmbio de</p><p>informações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos</p><p>inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que</p><p>as informações forem necessárias ao desempenho de suas atividades.</p><p>§2º O órgão fiscalizador de seguros poderá firmar convênios:</p><p>I – com o Banco Central do Brasil, a CVM e outros órgãos fiscaliza-</p><p>dores, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, obser-</p><p>vadas as respectivas competências;</p><p>II – com outros órgãos supervisores, reguladores, autorregulado-</p><p>res ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando:</p><p>a) a fiscalização de escritórios de representação, filiais e subsidiárias de</p><p>seguradoras e resseguradores estrangeiros, em funcionamento no Brasil,</p><p>e de filiais e subsidiárias, no exterior, de seguradoras e resseguradores</p><p>brasileiros, bem como a fiscalização de remessas ou ingressos de valores</p><p>do exterior originários de operação de seguro, resseguro e retrocessão;</p><p>b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investiga-</p><p>ção de atividades ou operações que impliquem aplicação, negociação,</p><p>ocultação ou transferência de ativos financeiros e de valores mobiliários</p><p>relacionados com a prática de condutas ilícitas ou que, sob qualquer outra</p><p>forma, tenham relação com possível ilicitude.</p><p>§3º O intercâmbio de informações entre os órgãos e entidades mencio-</p><p>nados nos incisos I e II do §2º deste artigo não caracteriza violação de</p><p>sigilo, devendo os referidos órgãos e entidades resguardar a segurança</p><p>das informações a que vierem a ter acesso.” (NR)</p><p>Art. 17. O art. 108 do Decreto-Lei 73, de 1966, passa a vigorar com a seguinte redação:</p><p>“Art. 108. A infração às normas referentes às atividades de segu-</p><p>ro, cosseguro, resseguro, retrocessão e capitalização sujeita, na</p><p>forma definida pelo órgão regulador de seguros, a pessoa natural</p><p>ou jurídica responsável às seguintes penalidades administrativas,</p><p>aplicadas pelo órgão fiscalizador de seguros:</p><p>139</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>...................................................................................” (NR)</p><p>Art. 18. A partir da vigência do Fundo de que trata o art. 1º desta Lei Com-</p><p>plementar, extinguir-se -á, na forma e no prazo definidos em regulamento,</p><p>o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), de que tratam os arts. 16</p><p>e 17 do Decreto-Lei 73, de 1966.</p><p>§1º É o IRB-Brasil Re encarregado da gestão do FESR até a completa liqui-</p><p>dação de suas obrigações, observadas as regras estabelecidas pelo Con-</p><p>selho Nacional de Seguros Privados (CNSP).</p><p>§2º Findo o processo de liquidação de que trata o § 1º deste artigo, o even-</p><p>tual superavit financeiro será incorporado à conta única do Tesouro Nacio-</p><p>nal.</p><p>Art. 19. Os arts. 32 e 36 do Decreto-Lei no 73, de 1966, passam a vigorar</p><p>com a seguinte redação:</p><p>“Art. 32. .............................................................................................................................</p><p>.......................................</p><p>XVII – fixar as condições de constituição e extinção de entidades</p><p>autorreguladoras do mercado de corretagem, sua forma jurídica,</p><p>seus órgãos de administração e a forma de preenchimento de car-</p><p>gos administrativos;</p><p>XVIII – regular o exercício do poder disciplinar das entidades autor-</p><p>reguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros,</p><p>inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;</p><p>XIX – disciplinar a administração das entidades autorreguladoras</p><p>do mercado de corretagem e a fixação de emolumentos, comis-</p><p>sões e quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades,</p><p>quando for o caso.” (NR)</p><p>“Art. 36. .............................................................................................................................</p><p>.......................................</p><p>k) fiscalizar as operações das entidades autorreguladoras do mercado de</p><p>corretagem, inclusive o exato cumprimento deste Decreto-Lei, de outras</p><p>leis pertinentes, de disposições regulamentares em geral e de resoluções</p><p>do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e aplicar as penalida-</p><p>des cabíveis; e</p><p>l) celebrar convênios para a execução dos serviços de sua competência</p><p>em qualquer parte do território nacional, observadas as normas da legisla-</p><p>ção em vigor.” (NR)</p><p>Art. 20. O Decreto-Lei 73, de 1966, passa a vigorar acrescido do seguinte</p><p>art. 127-A:</p><p>140</p><p>ANEXOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>“Art. 127 – A. As entidades autorreguladoras do mercado de corretagem</p><p>terão autonomia administrativa, financeira e patrimonial, operando sob a</p><p>supervisão da Superintendência de Seguros Privados (Susep), aplicando-</p><p>-se a elas, inclusive, o disposto no art. 108 deste Decreto-Lei.</p><p>Parágrafo único. Incumbe às entidades autorreguladoras do mercado de</p><p>corretagem, na condição de órgãos auxiliares da Susep, fiscalizar os res-</p><p>pectivos membros e as operações de corretagem que estes realizarem.”</p><p>Art. 21. O art. 3o do Decreto-Lei 261, de 28 de fevereiro de 1967, passa a</p><p>vigorar com a seguinte redação:</p><p>“Art. 3º ...............................................................................................................................</p><p>§1º Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros Privados</p><p>(CNSP) fixar as diretrizes e normas da política de capitalização e regula-</p><p>mentar as operações das sociedades do ramo, relativamente às quais</p><p>exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades de</p><p>seguros, nos termos dos incisos I a VI, X a XII e XVII a XIX do art. 32 do</p><p>Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966.</p><p>§2º A Susep é o órgão executor da política de capitalização traçada pelo</p><p>CNSP, cabendo-lhe fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e</p><p>operações das sociedades do ramo, relativamente às quais exercerá atribui-</p><p>ções idênticas às estabelecidas para as sociedades de seguros, nos termos</p><p>das alíneas a, b, c, g, h, i, k e l do art. 36 do Decreto-Lei 73, de 1966.” (NR)</p><p>Art. 22. Revogam-se:</p><p>I – os incisos IV e V do art. 82 da Lei 8.171, de 17 de janeiro de 1991;</p><p>II – o inciso IV e o parágrafo único do art. 3º e os incisos I e II do art.</p><p>5º da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003;</p><p>III – o art. 19 do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, a partir</p><p>de 1º de julho do ano seguinte ao do início de operação do Fundo;</p><p>IV – a partir da data da extinção do Fundo de Estabilidade do Seguro</p><p>Rural, os arts. 16 e 17 do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966;</p><p>V – a alínea a do art. 5o da Lei 4.594, de 29 de dezembro de 1964.</p><p>Art. 23. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Brasília, 26 de agosto de 2010; 189º da Independência e 122º da República.</p><p>LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA</p><p>Guido Mantega</p><p>Wagner Gonçalves Rossi</p><p>Paulo Bernardo Silva</p><p>Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.8.2010 e retificado no</p><p>DOU de 27.8.2010</p><p>141SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>GABARITO</p><p>GABARITO</p><p>Fixando Conceitos</p><p>UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5</p><p>1 – E 1 – A 1 – D 1 – A 1 – C</p><p>2 – D 2 – C 2 – A 2 – C 2 – D</p><p>3 – B 3 – E 3 – C 3 – B 3 – E</p><p>4 – A 4 – E 4 – D 4 – C</p><p>5 – D 5 – B 5 – A 5 – A</p><p>6 – C 6 –B 6 – E</p><p>7 – C</p><p>8 – A</p><p>9 – B</p><p>10 – B</p><p>11 – A</p><p>12 – B</p><p>Testando Conhecimentos</p><p>1 – D 7 – A 13 – A</p><p>2 – C 8 – D 14 – E</p><p>3 – A 9 – E 15 – B</p><p>4 – E 10 – B 16 – D</p><p>5 – B 11 – C 17 – A</p><p>6 – A 12 – C 18 – E</p><p>142SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>GABARITO</p><p>Estudos de Caso</p><p>Caso 1</p><p>Linha da resposta:</p><p>a) O aluno deve relacionar a quebra de safra com o êxodo rural, o</p><p>aumento dos custos dos produtos derivados da soja e os reflexos da</p><p>quebra de safra junto às empresas fornecedoras de insumos e imple-</p><p>mentos agrícolas aos produtores.</p><p>b) O aluno deve identificar, dentre os tipos de seguro disponibilizados</p><p>no mercado (Multirriscos/Granizo e Rendimento/Índice/Produção/ Cus-</p><p>teio), qual o que melhor se adapta às necessidades do produtor rural. É</p><p>importante afirmar que não existe resposta certa nem errada, devendo</p><p>apenas a justificativa do aluno estar bem embasada.</p><p>Caso 2</p><p>Linha da resposta:</p><p>O aluno deve comparar as características do Fundo de Catástrofe apre-</p><p>sentado acima com o FESR apresentado no manual. Em linhas gerais, a</p><p>resposta deve conter elementos relativos ao financiamento das segu-</p><p>radoras em caso de perdas catastróficas, dificuldade de aceitação de</p><p>riscos rurais, entre outras.</p><p>143SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>CUNHA, Aércio S. Um seguro agrícola “eficiente”. Brasília: Universidade de</p><p>Brasília, 2002. Texto para Discussão no 255.</p><p>ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural.</p><p>Assessoria técnica de Bruno Kelly. 11. ed. 1a reimpressão Rio de Janeiro:</p><p>Funenseg, 2015. 128 p.</p><p>ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural.</p><p>Assessoria técnica de Bruno Kelly. 12. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 128 p.</p><p>ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural.</p><p>Assessoria técnica de Afonso Lopes Teixeira Garcia Lamas. 13. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Funenseg, 2017. 130 p.</p><p>FENASEG. Apostila de treinamento de seguro rural. Rio de Janeiro: FENA-</p><p>SEG, [20--].</p><p>LOURENÇO, Joaquim Carlos. A evolução do agronegócio brasileiro no</p><p>cenário atual [s.l.: s.n., s.d.].</p><p>PORTUGAL, Alberto Duque. A visão da pesquisa. Jornal O Globo, Rio de</p><p>Janeiro, 7 de agosto de 2002.</p><p>REVISTA FAE BUSINESS. Número 3, set. 2002.</p><p>SCOLARI, Dante. Os desafios do agronegócio. www.portaldoagronegocio.</p><p>com.br.</p><p>TÁVORA, Fernando Lagares. Seguro rural: nova lei, velhos problemas</p><p>[s.l.: s.n.], 2004.</p><p>Uma BREVE VISÃO do</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>SEGURANÇA ALIMENTAR</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>Os Principais Segmentos do Agronegócio</p><p>Importância do Agronegócio</p><p>Oportunidades</p><p>Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro</p><p>Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro</p><p>O POTENCIAL DO</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>CRÉDITO RURAL PARA A</p><p>AGRICULTURA COMERCIAL</p><p>Em Resumo</p><p>Fixando Conceitos 1</p><p>CRONOLOGIA</p><p>no SETOR de</p><p>SEGURO RURAL</p><p>CRONOLOGIA</p><p>CNSA – COMPANHIA NACIONAL</p><p>DE SEGURO AGRÍCOLA</p><p>FESR – FUNDO DE ESTABILIDADE</p><p>DO SEGURO RURAL</p><p>Receitas do FESR</p><p>Obtenção da Garantia do FESR</p><p>COSESP – COMPANHIA DE SEGUROS</p><p>DO ESTADO DE SÃO PAULO</p><p>PROAGRO – PROGRAMA DE</p><p>GARANTIA DA ATIVIDADE</p><p>AGROPECUÁRIA</p><p>Síntese Histórica</p><p>PROAGRO MAIS</p><p>PSR – PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO</p><p>PRÊMIO DO SEGURO RURAL</p><p>ALIANÇA DO BRASIL</p><p>Fixando Conceitos 2</p><p>POLÍTICA</p><p>AGRÍCOLA</p><p>MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,</p><p>PECUÁRIA E ABASTECIMENTO)</p><p>Missão</p><p>Uma Parceria Histórica com o Agronegócio</p><p>RESSEGURADORAS</p><p>SUSEP – SUPERINTENDÊNCIA DE</p><p>SEGUROS PRIVADOS</p><p>PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES</p><p>EM VIGOR</p><p>Normas que Atualmente Regem o Seguro Rural</p><p>Fixando Conceitos 3</p><p>RISCO</p><p>RURAL</p><p>INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO</p><p>AO PRODUTOR RURAL</p><p>OPERAÇÃO DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>Mensuração do Risco</p><p>Produção</p><p>Distribuição dos Prêmios</p><p>Sinistralidade do Seguro Agrícola</p><p>CONCEITOS</p><p>Rural e Agrícola</p><p>Custeio, Produção, Rendimento e Índice</p><p>Safra e Safrinha</p><p>Zoneamento Agrícola</p><p>RISCOS</p><p>Riscos Não Correlacionados</p><p>Riscos Correlacionados</p><p>Riscos Intermediários</p><p>PREMISSAS</p><p>Redução do Risco</p><p>Reconhecimento de Riscos Não Seguráveis</p><p>Capacidade Financeira</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS</p><p>SEGURÁVEIS – RISCOS</p><p>RURAIS</p><p>Lei dos Grandes Números</p><p>Acidental</p><p>Mensurável</p><p>Independente</p><p>Provável</p><p>Viável</p><p>MECANISMOS DE</p><p>TRANSFERÊNCIA DO RISCO</p><p>Diversificação</p><p>Franquia</p><p>Redução do Prêmio</p><p>Cosseguro</p><p>Resseguro & FESR</p><p>Consórcio</p><p>Em Resumo</p><p>Fixando Conceitos 4</p><p>RAMOS do</p><p>SEGURO RURAL</p><p>MODALIDADES DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>Seguro Agrícola</p><p>Seguro de Granizo x Seguro Multirrisco</p><p>Seguro de Animais</p><p>Seguro Pecuário</p><p>Seguro Aquícola</p><p>Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários</p><p>Seguro de Penhor Rural</p><p>Seguro de Florestas</p><p>Seguro de Cédula do Produto Rural – CPR</p><p>Seguro de Vida do Produtor Rural</p><p>Em Resumo</p><p>Fixando Conceitos 5</p><p>Os DESAFIOS do</p><p>AGRONEGÓCIO</p><p>GARGALO LOGÍSTICO</p><p>SISTEMA TRIBUTÁRIO</p><p>CONTROLE SANITÁRIO</p><p>INCREMENTO DA</p><p>COMPETITIVIDADE</p><p>PESQUISA &</p><p>DESENVOLVIMENTO (P&D)</p><p>EXPERIÊNCIAS</p><p>INTERNACIONAIS</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO</p><p>Testando Conhecimentos</p><p>Estudos de Caso</p><p>ANEXOs</p><p>Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro agrícola</p><p>Anexo 2 – Lei 10.823, de</p><p>19 de dezembro de 2003</p><p>Anexo 3 – Circular susep 261, de 9 de julho de 2004</p><p>Anexo 4 – Resolução cnsp 339, 11 de maio de 2016</p><p>Anexo 5 – Circular susep 286,</p><p>de 21 de março de 2005</p><p>Anexo 6 – Decreto 5.782, de 23 de maio de 2006</p><p>Anexo 7 – Lei Complementar 137, de 26 de agosto de 2010</p><p>Gabarito</p><p>ReferênciaS BibliográficaS</p><p>III) A questão social.</p><p>IV) Desenvolvimento da biotecnologia.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente I é proposição verdadeira.</p><p>(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.</p><p>(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(d) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>21</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Marque a alternativa correta</p><p>6. Em relação à segurança alimentar no contexto do agronegócio brasilei-</p><p>ro, podemos afirmar que:</p><p>(a) A segurança alimentar é considerada uma necessidade desvinculada</p><p>de aspectos econômicos como a inflação e o preço final pago pelo</p><p>consumidor brasileiro.</p><p>(b) O agronegócio brasileiro desenvolve-se no sentido quantitativo da</p><p>produção agrícola, desconsiderando a qualidade e o controle sanitário</p><p>dos alimentos produzidos.</p><p>(c) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – tem</p><p>como missão o desenvolvimento de políticas agrícolas que promovam</p><p>a segurança alimentar brasileira.</p><p>(d) O consumo interno brasileiro de produtos agrícolas apresenta tendên-</p><p>cia de queda quando se assegura a segurança alimentar à população.</p><p>(e) A disponibilidade de terras e a diversidade de climas do território bra-</p><p>sileiro comprometem a segurança alimentar da população.</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 22</p><p>UNIDADE 202</p><p>■ Conhecer qual a cronologia</p><p>das ações do Governo e</p><p>da iniciativa privada no que</p><p>se refere à proteção ao</p><p>segmento rural</p><p>■ Conhecer as características</p><p>básicas da Companhia</p><p>Nacional de Seguro Agrícola</p><p>(CNSA)</p><p>■ Conhecer as características</p><p>básicas do Fundo de</p><p>Estabilidade do Seguro</p><p>Rural (FESR)</p><p>■ Conhecer as características</p><p>básicas da Companhia de</p><p>Seguros do Estado de São</p><p>Paulo (COSESP)</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>CRONOLOGIA</p><p>CNSA – COMPANHIA NACIONAL</p><p>DE SEGURO AGRÍCOLA</p><p>FESR – FUNDO DE</p><p>ESTABILIDADE DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>COSESP – COMPANHIA DE</p><p>SEGUROS DO ESTADO DE</p><p>SÃO PAULO</p><p>PROAGRO – PROGRAMA DE</p><p>GARANTIA DA ATIVIDADE</p><p>AGROPECUÁRIA</p><p>PROAGRO MAIS</p><p>PSR – PROGRAMA DE</p><p>SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>ALIANÇA DO BRASIL</p><p>FIXANDO CONCEITOS 2</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>CRONOLOGIA</p><p>no SETOR de</p><p>SEGURO RURAL</p><p>■ Conhecer as</p><p>características básicas do</p><p>Programa de Garantia da</p><p>Atividade Agropecuária</p><p>(PROAGRO)</p><p>■ Conhecer as</p><p>características básicas do</p><p>PROAGRO Mais</p><p>■ Conhecer as</p><p>características básicas da</p><p>Aliança do Brasil</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 23</p><p>UNIDADE 2</p><p>O</p><p>seguro é uma das mais antigas instituições idealizadas pelo</p><p>Homem para lidar com eventos incontroláveis, de maneira</p><p>a reduzir a incerteza ou o risco presente no mundo real. A</p><p>grande maioria dos riscos apresenta consequências econô-</p><p>micas, e são esses riscos e suas consequências que interessam ao mer-</p><p>cado segurador.</p><p>Diversos mecanismos criados pelo Homem surgiram com o objetivo de</p><p>reduzir o risco, como, por exemplo, diversificação, autosseguro, reservas</p><p>de crédito, investimentos em redução da perda ou mecanismos baseados</p><p>na pulverização do risco pelo mercado. Entretanto, restam ainda muitas</p><p>formas de perdas econômicas que não podem ser evitadas, como, por</p><p>exemplo, a maior parte das questões climáticas.</p><p>Quando falamos de clima, existem situações cuja probabilidade de perda</p><p>ou dano não pode ser reduzida. Tendo em vista esse problema, a trans-</p><p>ferência desse risco (ou parte dele) através da contratação de um seguro</p><p>é uma das formas mais eficientes de proteção. Atualmente, o seguro se</p><p>encontra difundido no mundo todo e em diversos setores da economia,</p><p>entre eles, o setor agropecuário.</p><p>24</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>CRONOLOGIA</p><p>A criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola, em 1954, e,</p><p>posteriormente, a regulamentação do Seguro Rural, por meio do</p><p>Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, representaram as pri-</p><p>meiras tentativas de estruturação desse mecanismo no país. Essa</p><p>norma criou o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), que</p><p>tem por fim equilibrar o mercado de Seguro Rural, minimizando os</p><p>prejuízos das seguradoras em caso de sinistros abrangentes, como</p><p>secas e geadas, e que está sob administração do IRB-Brasil Re.</p><p>De acordo com essa sistemática, as seguradoras que operam com</p><p>Seguro Rural devem, obrigatoriamente, contribuir para o Fundo de</p><p>Estabilidade do Seguro Rural – FESR –, em função do resultado</p><p>positivo em cada exercício nas modalidades garantidas pelo Fun-</p><p>do, segundo os seguintes percentuais:</p><p>I) Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola e de Florestas – 30%; e</p><p>II) Seguro de Penhor Rural – 50%.</p><p>Em caso de catástrofe abrangente, o FESR cobre o prejuízo causado pelo</p><p>elevado número de indenizações concentradas que devem ser pagas.</p><p>Na área privada, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo</p><p>(COSESP), criada em 1969, que opera, basicamente, em São Paulo e no</p><p>Paraná, representa um dos poucos exemplos de sucesso nesse segmento.</p><p>No setor público, em 1973, foi criado o Programa de Garantia da Ativida-</p><p>de Agropecuária (PROAGRO), que tinha por objetivo eximir o produtor das</p><p>obrigações financeiras do crédito rural, caso houvesse quebra de produ-</p><p>ção em decorrência de eventos naturais.</p><p>Assim, o PROAGRO não segurava toda a produção, mas tão somente o</p><p>valor correspondente ao crédito de custeio contratado junto ao agen-</p><p>te financeiro, o que o tornava uma espécie de “Seguro de Crédito”,</p><p>protegendo mais os agentes financeiros do que os produtores. Além</p><p>disso, por se tratar de um programa de Governo, não estava sujeito às</p><p>demais regras do Seguro Rural. Historicamente, o PROAGRO foi alvo</p><p>de denúncias de fraude, além de ser financeiramente inviável, uma</p><p>vez que o volume total de prêmios arrecadado, na grande maioria dos</p><p>anos, era insuficiente para cobrir os custos das indenizações, havendo</p><p>necessidade de aporte financeiro. Além disso, devido dificuldade de</p><p>fiscalização e aos constantes entraves burocráticos, grande número de</p><p>indenizações não foi honrado, o que levou o programa ao descrédito.</p><p>Em 1991, o PROAGRO foi reformulado, entrando em uma nova fase. A</p><p>partir de 1995, os preços cobrados aos agricultores e as coberturas do</p><p>Lembre-se</p><p>Finalidade do FESR</p><p>Equilibrar o mercado de</p><p>Seguro Rural, minimizando os</p><p>prejuízos das seguradoras em</p><p>caso de sinistros abrangentes.</p><p>25</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>programa passaram a ser calculados com base no zoneamento agrícola.</p><p>Isto permitiu a regionalização das datas de plantio e a consequente redu-</p><p>ção e diferenciação, por cultura, do valor do prêmio.</p><p>Além disso, procedeu-se à retirada dos sinistros causados pela seca</p><p>(apontada como principal risco da agricultura brasileira) dos eventos</p><p>cobertos pelo PROAGRO, o que, por um lado, contribuiu para a redução</p><p>do preço da cobertura ao agricultor, mas, por outro lado, levou à dimi-</p><p>nuição do interesse pela adesão ao programa.</p><p>Em 2 de outubro de 2002, o Poder Executivo, por meio da Exposição de</p><p>Motivos MAPA 31 EMI/PL/MF/SEGURO RURAL, apresentou uma minuta</p><p>de projeto, dispondo sobre a subvenção econômica ao prêmio do</p><p>Seguro Rural, que recebeu, na Câmara dos Deputados, a denominação</p><p>de PL 7.214, de 2002, que se tornou, no Senado, o PLC 68, de 2003, e,</p><p>finalmente, foi convertido na Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003.</p><p>Foi aprovado e sancionado, no final de 2010, pelo presidente da</p><p>República, o Fundo de Catástrofe, o qual substituirá o Fundo de</p><p>Estabilidade do Seguro Rural (FESR), com benefícios para o merca-</p><p>do e os agricultores.</p><p>Através desse novo fundo, a responsabilidade pela cobertura de</p><p>riscos catastróficos passará a ser, subsidiariamente, da União, sen-</p><p>do permitido ao novo fundo contratar para si proteção no mercado</p><p>internacional de resseguros.</p><p>CNSA – COMPANHIA NACIONAL</p><p>DE SEGURO AGRÍCOLA</p><p>Em 1954, acompanhando todos os trabalhos desenvolvidos pelo Gover-</p><p>no de São Paulo, que, àquela altura, já ensaiava operações</p><p>com cana-</p><p>-de-açúcar e café, o Governo Federal elabora instrumentos legais, possi-</p><p>bilitando a criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola, visando</p><p>fomentar o desenvolvimento do Seguro Agrícola no país.</p><p>A CNSA era uma empresa de economia mista, cujas ações pertenciam ao</p><p>Banco do Brasil (sócio principal, com cerca de 45%), seguradoras privadas</p><p>(20%) e autarquias federais (35%). A CNSA não executou projeto algum.</p><p>Importante</p><p>Ressalte-se que esse novo</p><p>fundo, o Fundo de Catástrofe,</p><p>apesar de sancionado, ainda</p><p>depende de regulamentação</p><p>para iniciar suas operações.</p><p>26</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>FESR – FUNDO DE ESTABILIDADE</p><p>DO SEGURO RURAL</p><p>Em 1966, é dissolvida a Companhia Nacional de Seguro Agrícola e cria-</p><p>do o FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –, com a finalidade</p><p>de dar suporte financeiro ao sistema brasileiro de Seguro Agrícola quan-</p><p>do houvesse perdas catastróficas. Seriam fontes de receita do fundo as</p><p>operações que apresentassem resultados superavitários nos Ramos</p><p>Agrícola, Florestal e de Penhor Rural. Além disso, seria realizada uma</p><p>complementação com recursos da União.</p><p>O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR – foi criado pelo Decre-</p><p>to-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, tendo como gestor o IRB-Brasil Re.</p><p>São também finalidades do FESR garantir o equilíbrio das operações</p><p>agrícolas no país e atender à cobertura suplementar dos riscos de catás-</p><p>trofe inerentes à atividade rural.</p><p>O exercício do FESR é de 1º de julho a 30 de junho do ano subsequente.</p><p>As sociedades seguradoras e o IRB-Brasil Re recuperam do FESR a par-</p><p>cela de seus sinistros retidos quando esta se situa entre 100% e 150% dos</p><p>prêmios puros ou é superior a 250% dos prêmios puros. A faixa de 150% a</p><p>250% pode ser amparada por um contrato de resseguro, uma vez que não</p><p>é coberta pelo FESR.</p><p>Para fins de cálculo de recuperação, são considerados créditos aos prê-</p><p>mios ganhos as comissões de resseguro recebidas pelas sociedades</p><p>seguradoras nas operações garantidas pelo FESR.</p><p>— Receitas do FESR</p><p>As receitas do fundo têm as seguintes origens:</p><p>■ excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas</p><p>operações de Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas</p><p>e Penhor Rural; e</p><p>■ crédito especial da União, quando necessário, para a cobertura de</p><p>deficiência operacional verificada no exercício anterior.</p><p>Atenção</p><p>O Fundo de Estabilidade do</p><p>Seguro Rural está em vias de</p><p>ser extinto. Isso acontecerá</p><p>quando da regulamentação do</p><p>Fundo de Catástrofe.</p><p>Saiba mais</p><p>Modalidades garantidas</p><p>pelo FESR</p><p>■ Seguro Agrícola (Custeio,</p><p>pela Resolução CNSP 50/01);</p><p>■ Seguro Pecuário;</p><p>■ Seguro Aquícola;</p><p>■ Seguro de Florestas; e</p><p>■ Seguro de Penhor Rural.</p><p>27</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Obtenção da Garantia do FESR</p><p>As sociedades seguradoras que operam com o FESR devem apresentar</p><p>ao seu gestor, com antecedência mínima de 90 dias do início do exercí-</p><p>cio, plano de operações com as seguintes informações mínimas:</p><p>■ relação das regiões e culturas em que pretendam atuar em cada</p><p>exercício do fundo, observando, obrigatoriamente, as orientações</p><p>do zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura e Abaste-</p><p>cimento ou instituições oficiais de pesquisa, caso as operações</p><p>incluam o Seguro Agrícola; e</p><p>■ programa de resseguro relacionado a cada uma das modalidades</p><p>selecionadas para atuação.</p><p>A garantia do FESR está condicionada à aprovação, pela SUSEP,</p><p>das condições contratuais e Nota Técnica Atuarial (NTA) para cada</p><p>exercício. O material deverá ser encaminhado com antecedência</p><p>mínima de 90 dias do início do exercício.</p><p>A aprovação da NTA fica condicionada à apresentação da cobertura de</p><p>resseguro. Para fins de custeio das despesas administrativas, deve ser</p><p>considerado, na NTA, o percentual de 10% dos prêmios emitidos ou até</p><p>20% se devidamente justificado.</p><p>Atualmente, o FESR não atende às necessidades do mercado de seguro</p><p>rural, uma vez que este não é reconhecido como mecanismo garantidor</p><p>do equilíbrio das carteiras das seguradoras. As razões para isso estão</p><p>no fato de que o fundo tem dificuldades de pagamento das coberturas</p><p>em virtude de contingenciamentos de recursos e da falta de previsão</p><p>orçamentária por parte do Governo Federal. Trata-se de problemas que</p><p>transcendem aspectos jurídicos e dizem respeito à confiabilidade, à</p><p>tempestividade das coberturas, à adequação das faixas de cobertura</p><p>e ao modo de participação e contribuição das seguradoras, as quais o</p><p>consideram apenas como um limitador de lucratividade da operação no</p><p>seguro rural.</p><p>São essas as deficiências que justificam a criação do Fundo de Catástrofe</p><p>da Lei Complementar 137/2010, com o objetivo de substituir o FESR. Con-</p><p>tudo, a necessária regulamentação avança com lentidão no Ministério da</p><p>Fazenda. Permanecem pendentes, para a regulamentação, as definições</p><p>de mecanismos de garantia de pagamento no prazo que resguarde a efi-</p><p>ciência do novo fundo; os limites de cobertura; como será a participação e</p><p>a contribuição das entidades privadas do mercado de seguros e do Gover-</p><p>no Federal; a constituição e criação do fundo com a origem de recursos,</p><p>dentre outros aspectos.</p><p>Atenção</p><p>Já foi sancionada pela</p><p>presidência da República a</p><p>lei que institui o Fundo de</p><p>Catástrofe, em substituição</p><p>ao FESR. Esse Fundo,</p><p>porém, ainda depende de</p><p>regulamentação para iniciar</p><p>suas operações.</p><p>28</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>COSESP – COMPANHIA DE SEGUROS</p><p>DO ESTADO DE SÃO PAULO</p><p>Em 1969, é criada a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo, uma</p><p>seguradora do governo estadual que herdou toda a experiência da Secre-</p><p>taria de Agricultura desse estado e cuja formatação foi incentivada por</p><p>uma forte regulamentação do setor.</p><p>É a seguradora com a mais longa história de Seguro Agrícola no país, com</p><p>uma experiência única no ramo, e é uma empresa de economia mista. O</p><p>Conselho Nacional de Seguros Privados aprovou a criação de várias segu-</p><p>radoras estatais para trabalhar com Seguro Agrícola.</p><p>No início, as operações da COSESP eram amparadas pelo governo do Esta-</p><p>do de São Paulo. Atualmente, tal respaldo é buscado junto ao FESR e ao</p><p>mercado ressegurador. A longevidade dessa companhia deve-se, em gran-</p><p>de parte, a fatores como a limitação geográfica de sua atuação e a inexis-</p><p>tência de coberturas amplas em regiões onde as lavouras apresentassem</p><p>riscos que a empresa não tivesse condições de avaliar com segurança.</p><p>Com base nessa política de atuação, que perdurou por 27 anos, a segura-</p><p>dora decidiu expandir-se, passando a abranger um maior número de cul-</p><p>turas, riscos e regiões. Em termos gerais, a experiência da COSESP apre-</p><p>senta como características principais forte base agronômica, alto custo</p><p>operacional e alta sinistralidade.</p><p>A seguradora já não vinha operando de forma significativa desde 2004</p><p>quando sofreu grandes prejuízos pela sinistralidade, e recentemente o</p><p>governo do Estado de São Paulo conseguiu autorização da Assembleia</p><p>Legislativa do Estado para a venda da seguradora.</p><p>PROAGRO – PROGRAMA DE</p><p>GARANTIA DA ATIVIDADE</p><p>AGROPECUÁRIA</p><p>— Síntese Histórica</p><p>O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi instituí-</p><p>do pela Lei 5.969, de 11/12/73, com a finalidade de eximir o produtor rural</p><p>29</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>do cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de crédi-</p><p>to rural, quando da ocorrência de perdas das receitas esperadas, em con-</p><p>sequência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atingissem bens,</p><p>rebanhos e plantações.</p><p>A criação do PROAGRO foi motivada pelos seguintes fatos:</p><p>■ ausência de um mecanismo de proteção contra perdas da produção</p><p>agropecuária decorrentes de causas naturais fortuitas, com conse-</p><p>quente descapitalização e crescente endividamento dos produtores;</p><p>■ fracasso na tentativa de implantação de um Seguro Rural capaz de</p><p>proteger o agricultor dos (riscos de) prejuízos causados por fenô-</p><p>menos naturais fortuitos. A Companhia Nacional de Seguro Agríco-</p><p>la (CNSA), criada em 1954 com essa finalidade, foi extinta em 1966</p><p>sem ter conseguido atingir seus objetivos;</p><p>■ existência de modelos, em outros países, onde o governo concede</p><p>créditos ou assume despesas advindas de perdas de produção; e</p><p>■ necessidade de institucionalizar um mecanismo de garantia das</p><p>operações de crédito rural que pudesse ser usado em substituição</p><p>às garantias reais ou fidejussórias usualmente exigidas pelo siste-</p><p>ma bancário.</p><p>A administração do PROAGRO coube (e ainda cabe) ao Banco Cen-</p><p>tral do Brasil, segundo normas aprovadas pelo Conselho Monetário</p><p>Nacional (CMN), e os recursos financeiros eram provenientes da taxa</p><p>do adicional (prêmio), fixada em 1% ao ano sobre o saldo devedor do</p><p>empréstimo rural (custeio e investimento), de verbas do Orçamento</p><p>da União e de outros recursos alocados.</p><p>A Lei Agrícola (Lei 8.171, de 17/01/91), regulamentada pelo Decreto</p><p>175, de 10/07/91, e pela Resolução 1. 855, de 14/08/91, instituiu o</p><p>Conselho Nacional de Política Agrícola e modificou as regras do</p><p>Programa (fase a partir da qual se denomina PROAGRO NOVO),</p><p>com destaque para a possibilidade de se enquadrar em atividades</p><p>não financiadas e a restrição de o enquadramento aplicar-se ape-</p><p>nas às operações de custeio (exclusão das de investimento).</p><p>Essa regulamentação traduziu a preocupação em tornar o PROAGRO</p><p>autossuficiente, de forma que os adicionais arrecadados em cada safra</p><p>suportassem as despesas apuradas no mesmo período.</p><p>No que se refere às fontes de recursos, passou-se a considerar os resultados</p><p>das aplicações financeiras dos saldos existentes, e a participação do Tesouro</p><p>Nacional ficou limitada aos casos em que a disponibilidade do Programa não</p><p>fosse suficiente para cobrir os prejuízos, quando da ocorrência de adversida-</p><p>des climáticas generalizadas.</p><p>Importante</p><p>O PROAGRO não é um seguro,</p><p>mas tão somente um programa</p><p>do Governo Federal.</p><p>Curiosidade</p><p>Muito embora o Programa</p><p>tenha sido criado em 1973,</p><p>por diversas circunstâncias</p><p>sua implantação somente foi</p><p>possível em 01/01/75, com a</p><p>regulamentação divulgada</p><p>pela Resolução 301, de</p><p>09/10/74, pela Circular 241, de</p><p>23/12/74, e pela Carta-Circular</p><p>128, de 24/03/75.</p><p>30</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Nesse sentido, foram elevadas as alíquotas dos adicionais, e as normas do</p><p>PROAGRO foram simplificadas com o claro objetivo de reduzir custos.</p><p>Entretanto, o regulamento não cuidou de institucionalizar fluxos de infor-</p><p>mações que permitissem o acompanhamento sistemático das receitas</p><p>e o controle dos riscos assumidos, dificultando sobremaneira a gestão</p><p>financeira do Programa.</p><p>Como as medidas adotadas não surtiram os efeitos desejados, em 31 de</p><p>agosto de 1994, o CMN aprovou a Resolução 2.103, reduzindo a abran-</p><p>gência do Programa e instituindo mecanismos de controle mais eficien-</p><p>tes. Entre as modificações, destacam-se a vigência da cobertura após</p><p>a emergência da planta, a obrigatoriedade de orçamento analítico e de</p><p>seu enquadramento integral, a exigência de maior responsabilidade téc-</p><p>nica nos empreendimentos assistidos e a automação no recolhimento de</p><p>receitas e dos registros de comunicação de perdas, permitindo melhor</p><p>acompanhamento e segurança nos procedimentos.</p><p>Outro ponto a destacar foi a substituição do mecanismo de promover</p><p>rebates no valor da cobertura, quando verificadas indenizações ante-</p><p>riores, por bonificações concedidas aos produtores que comprovassem</p><p>bom desempenho nas safras anteriores.</p><p>A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do adi-</p><p>cional variam de acordo com a atividade (de 1,2% para o custeio pecuário</p><p>até 11,7% para o custeio do cultivo de sequeiro do arroz, feijão, aveia,</p><p>centeio, cevada, trigo e triticale). Nos empreendimentos em que não for</p><p>prevista a prestação de assistência técnica, as alíquotas são acrescidas</p><p>de dois pontos percentuais, por serem considerados de maior risco.</p><p>Em função do desempenho do produtor, a cobertura do PROAGRO, quando</p><p>devida, corresponde a, no mínimo, 70% e, no máximo, 100% do limite de</p><p>cobertura (calculado excluindo-se dos recursos comprovadamente aplica-</p><p>dos – financiados e próprios – as perdas não amparadas e as receitas pro-</p><p>duzidas pelo empreendimento).</p><p>Os eventos causadores de perdas são comunicados formalmente pelo</p><p>produtor ao agente do Programa, responsável pela solicitação de perícia,</p><p>que executada por empresas de assistência técnica, profissionais autôno-</p><p>mos ou pertencentes ao próprio quadro da instituição financeira.</p><p>Cabe ao agente examinar o pedido de cobertura, avaliando-o no prazo de</p><p>15 dias úteis, contados do recebimento do laudo pericial. O produtor não</p><p>satisfeito com a decisão tem o direito de recorrer à Comissão Especial de</p><p>Recursos (CER), a quem compete julgar, em única instância administrativa,</p><p>os recursos interpostos ao PROAGRO.</p><p>31</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>PROAGRO MAIS</p><p>Buscando aperfeiçoar o Programa, o Banco Central do Brasil, gestor</p><p>do PROAGRO, publicou a Resolução 3.234 do Banco Central do Brasil,</p><p>através da qual foi criado o subprograma PROAGRO MAIS. A intenção</p><p>dessa nova iniciativa é respaldar os produtores participantes do PRO-</p><p>NAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A</p><p>novidade proposta pelo novo Programa é a indenização de 100% do</p><p>custeio da lavoura garantida, acrescida de uma reposição de parte da</p><p>receita líquida esperada.</p><p>Mesmo com essas mudanças, não se deve cometer o erro de deno-</p><p>minarem “segurados” os participantes do PROAGRO, tampouco con-</p><p>siderar o Programa uma iniciativa de seguros.</p><p>PSR – PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO</p><p>PRÊMIO DO SEGURO RURAL</p><p>No contexto da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003, o Programa</p><p>de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural – PSR – oferece ao produ-</p><p>tor a oportunidade de contratar o seguro rural para sua atividade de</p><p>produção, uma vez que o Governo Federal fornece um auxílio finan-</p><p>ceiro na forma de subvenção que reduz os custos com a taxa de prê-</p><p>mio do referido seguro.</p><p>O programa é um importante instrumento de política agrícola, uma vez</p><p>que reduz o prêmio do seguro rural que seria devido pelo produtor</p><p>por transferir o risco à seguradora.</p><p>O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apre-</p><p>senta, anualmente, o orçamento para o programa, de modo que as</p><p>seguradoras habilitadas no PSR poderão oferecer seguros rurais com</p><p>a subvenção que facilita o segurado produtor rural à contratação, por</p><p>causa da redução do preço final do seguro.</p><p>As negociações anuais pelo montante a ser destinado no orçamento</p><p>para o PSR envolvem a discussão acerca do aumento da subvenção</p><p>defendido pelas seguradoras e o direcionamento do Ministério para</p><p>que não haja aumentos na taxa do seguro rural e para que se melhorem</p><p>os produtos do seguro rural. É evidente que a melhoria nos produtos</p><p>traduz-se em crescimento do ramo do seguro rural, a partir do aperfei-</p><p>Curiosidade</p><p>Faz parte dos planos do</p><p>Governo Federal transferir a</p><p>responsabilidade da gestão do</p><p>PROAGRO, do Banco Central,</p><p>para um dos dois ministérios</p><p>ligados diretamente ao setor</p><p>primário: seja o da Agricultura,</p><p>Pecuária e Abastecimento, seja</p><p>o de Desenvolvimento Agrário.</p><p>32</p><p>UNIDADE 2</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>çoamento das metodologias de gerenciamento do risco. Por outro lado,</p><p>a melhoria dos produtos pode representar a necessidade de aumento</p><p>da taxa, a fim de cobrir os custos operacionais e investimentos.</p><p>Se há um aumento da taxa do seguro, como o orçamento do PSR é defi-</p><p>nido em lei, há uma vinculação e uma limitação dos recursos, ocorrerá</p><p>uma redução no número de subvenções que podem ser concedidas,</p><p>o que reduz o número de produtores a terem acesso ao seguro rural.</p><p>O modelo atual apresenta oportunidades de melhoria que têm sido</p><p>apontadas pelo Tribunal de Contas da União ao analisar a eficiência</p><p>de programas do Governo Federal. As principais recomendações</p><p>dizem respeito às melhorias no planejamento de curto, médio e longo</p><p>prazos do PSR, bem como mudanças na sistemática de distribuição de</p><p>recursos e mecanismos para prevenir o descasamento da liberação</p><p>de subvenções com a época de plantio das safras, além de aperfei-</p><p>çoamentos nas metodologias de monitoramento e controle.</p><p>Do ponto de vista prático, é importante entender que o risco que se</p><p>pretende segurar pode ser contemplado com programas do Gover-</p><p>no, como o PROAGRO, o FSR, dentre outros, de forma que o preço</p><p>final a ser pago pelo segurado pode consagrá-lo como mais acessível,</p><p>a depender das condições específicas de cultura, plantio e área, a</p><p>depender do atendimento às exigências de habilitação dos editais de</p><p>cada programa governamental.</p><p>ALIANÇA DO BRASIL</p><p>A Companhia de Seguros Aliança do Brasil é uma sociedade anônima,</p><p>resultado da tomada de controle, por parte do Banco do Brasil, da Segura-</p><p>dora Aliança da Bahia. Criada em 1997, tem seu foco voltado para produtos</p><p>do setor de Seguros de Vida e Ramos Elementares, sendo uma segura-</p><p>dora importante no mercado, atuando em todo o país e oferecendo seus</p><p>produtos nas agências do Banco do Brasil.</p><p>A atuação da Aliança se restringe à cobertura dos financiamentos conce-</p><p>didos pelo Banco do Brasil para as culturas de algodão, arroz, milho e soja.</p><p>Há, ainda, o produto conhecido como BB Agrícola. Trata-se de um seguro</p><p>que cobre vários riscos até o nível de custeio da produção, com o prêmio</p><p>de seguro financiado junto com o orçamento da lavoura.</p><p>Os seguros da Aliança não são vendidos no varejo, sendo somente acopla-</p><p>dos aos financiamentos do banco.</p><p>33</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>FIXANDO CONCEITOS 2</p><p>Marque a alternativa correta:</p><p>1. Sobre o PROAGRO – Programa de Garantia da Atividade Agropecuária –,</p><p>podemos afirmar que:</p><p>(a) A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do</p><p>adicional variam de acordo com a atividade.</p><p>(b) Tem atuação sobre catástrofes generalizadas.</p><p>(c) Com a extinção da CNSA, criou-se o PROAGRO Novo.</p><p>(d) Trata-se do maior programa de seguro privado já operado no país.</p><p>(e) Utiliza experiências apenas de seguradoras nacionais.</p><p>2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:</p><p>I) Em 1966, é criado o FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –,</p><p>e extinta a Companhia Nacional de Seguro Agrícola.</p><p>II) A Companhia Nacional de Seguro Agrícola foi criada em 1954, como</p><p>uma empresa de economia mista, para fomentar o desenvolvimento</p><p>do Seguro Agrícola no país.</p><p>III) O FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – foi criado para</p><p>dar suporte financeiro sempre que o sistema tivesse prejuízos.</p><p>IV) Inicialmente, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo foi</p><p>criada para operar nos estados de São Paulo e Paraná.</p><p>V) O FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – tem, como uma</p><p>de suas fontes de receita, um percentual dos resultados superavitá-</p><p>rios das operações de seguro nos Ramos Agrícola, Pecuário, Aquíco-</p><p>la, de Florestas e Penhor Rural.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) Somente I é proposição verdadeira.</p><p>(b) Somente III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(c) Somente I, II e V são proposições verdadeiras.</p><p>(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.</p><p>(e) I, II, III e IV são proposições falsas</p><p>Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):</p><p>3. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi insti-</p><p>tuído pela Lei 5.969, de 11/12/73, com a finalidade de eximir o produtor rural</p><p>do cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de cré-</p><p>dito __________________, quando da ocorrência de perdas das recei-</p><p>34</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>tas esperadas, em consequência de fenômenos __________________,</p><p>pragas e doenças que atingissem bens, rebanhos e plantações.</p><p>(a) financeiro / sazonais</p><p>(b) industrial / ocasionais</p><p>(c) comercial / artificiais</p><p>(d) rural / artificiais</p><p>(e) rural / naturais</p><p>Marque a alternativa correta:</p><p>4. Para que as seguradoras possam ter a garantia do Fundo de Estabilidade</p><p>do Seguro Rural, é preciso que elas operem com alguns ramos de seguro. Um</p><p>deles é o:</p><p>(a) Seguro de Automóvel.</p><p>(b) Seguro Incêndio.</p><p>(c) Seguro Aeronáutico.</p><p>(d) Seguro de Vida.</p><p>(e) Seguro Pecuário.</p><p>Analise se as proposições a seguir são verdadeiras ou falsas e</p><p>depois marque a alternativa correta</p><p>5. Em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), pode-se</p><p>afirmar que suas receitas têm as seguintes origens:</p><p>( ) Excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas ope-</p><p>rações de Seguro Agrícola, Pecuário e outros.</p><p>( ) Crédito especial da União, quando necessário, para cobertura de defi-</p><p>ciência operacional verificada no exercício anterior.</p><p>( ) As receitas dos Seguros de Vida realizados no campo.</p><p>( ) As receitas provenientes dos lucros dos Seguros de Crédito à Exportação.</p><p>Agora assinale a alternativa correta:</p><p>(a) V, F, F, F</p><p>(b) V, V, F, F</p><p>(c) V, V, V, F</p><p>(d) V, V, V, V</p><p>(e) F, V, V, V</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 35</p><p>UNIDADE 303</p><p>AGRÍCOLA</p><p>■ Entender qual a real</p><p>função do Ministério da</p><p>Agricultura, Pecuária e</p><p>Abastecimento (MAPA)</p><p>■ Entender qual a função</p><p>das resseguradoras e da</p><p>SUSEP em relação ao</p><p>agronegócio brasileiro</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>MAPA (MINISTÉRIO DA</p><p>AGRICULTURA, PECUÁRIA</p><p>E ABASTECIMENTO)</p><p>RESSEGURADORAS</p><p>SUSEP – SUPERINTENDÊNCIA</p><p>DE SEGUROS PRIVADOS</p><p>PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES</p><p>EM VIGOR</p><p>FIXANDO CONCEITOS 3</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>■ Conhecer as principais</p><p>legislações em vigor</p><p>POLÍTICA</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 36</p><p>UNIDADE 3</p><p>MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,</p><p>PECUÁRIA E ABASTECIMENTO)</p><p>— Missão</p><p>Formular e implementar políticas para o desenvolvimento do agronegó-</p><p>cio, integrando os aspectos de mercado, tecnológicos, organizacionais e</p><p>ambientais para o atendimento aos consumidores do país e do exterior,</p><p>promovendo a segurança alimentar, a geração de renda e emprego, a</p><p>redução das desigualdades e a inclusão social.</p><p>— Uma Parceria Histórica</p><p>com o Agronegócio</p><p>Estimular o aumento da produção agropecuária e o desenvolvimento do</p><p>agronegócio, com o objetivo de atender ao consumo interno e formar</p><p>excedentes para exportação. Essa é a missão institucional do Ministério</p><p>da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que tem como conse-</p><p>quência a geração de emprego e renda, a promoção da segurança ali-</p><p>mentar, a inclusão social e a redução das desigualdades sociais.</p><p>Para cumprir sua missão, o MAPA formula e executa políticas para o desenvol-</p><p>vimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos, tecnológicos,</p><p>científicos, organizacionais e ambientais para o atendimento aos consumido-</p><p>res brasileiros e do mercado internacional. A atuação do ministério baseia-se</p><p>na busca de sanidade animal e vegetal, da organização da cadeia produtiva</p><p>do agronegócio, da modernização da política agrícola, do incentivo às expor-</p><p>tações, do uso sustentável dos recursos naturais e do bem-estar social.</p><p>A infraestrutura básica do MAPA é formada pelas áreas de política</p><p>agrícola (produção, comercialização, abastecimento, armazenagem</p><p>e indicadores de preços mínimos):</p><p>■ produção e fomento agropecuário;</p><p>■ mercado, comercialização e abastecimento agropecuário;</p><p>■ informação agrícola, defesa sanitária (animal e vegetal);</p><p>■ fiscalização dos insumos agropecuários;</p><p>■ classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal;</p><p>■ pesquisa tecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e asso-</p><p>ciativismo rural;</p><p>■ eletrificação rural; e</p><p>■ assistência técnica e extensão rural.</p><p>Importante</p><p>O Ministério possui uma extensa</p><p>ramificação de empresas que</p><p>dão suporte às suas ações.</p><p>São exemplos de empresas</p><p>vinculadas ao MAPA: Companhia</p><p>Nacional de Abastecimento</p><p>(Conab), Empresa Brasileira</p><p>de Pesquisa Agropecuária</p><p>(Embrapa), Instituto Nacional de</p><p>Meteorologia (Inmet),</p><p>entre outras.</p><p>37</p><p>UNIDADE 3</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras seto-</p><p>riais das diversas cadeias produtivas do agronegócio (carne, leite, avicultu-</p><p>ra, açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem representantes do</p><p>Governo e do setor privado para debater e propor políticas públicas para o</p><p>agronegócio brasileiro.</p><p>RESSEGURADORAS</p><p>O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, no governo do</p><p>presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no país</p><p>era feita quase totalmente no exterior, de forma direta ou por intermédio de</p><p>companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade de favore-</p><p>cer o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais, para a</p><p>retenção de maior volume de negócios em nossa economia, tornava urgente</p><p>a organização de uma entidade nacional de resseguro.</p><p>A abertura do resseguro brasileiro aos players internacionais foi um avanço</p><p>e representa uma excelente perspectiva para a comercialização de Seguros</p><p>Agrícolas no Brasil. Não devemos ser, porém, excessivamente otimistas. Em</p><p>que pese a entrada de novos parceiros no mercado de resseguro, os proble-</p><p>mas estruturais brasileiros ainda existem e continuarão a existir mesmo com</p><p>os novos resseguradores: falta de dados históricos confiáveis, pouca cultura</p><p>do seguro por parte do agricultor nacional, altas despesas administrativas das</p><p>seguradoras e a inexistência de uma participação estatal mais significativa,</p><p>que não desaparecerão com a simples abertura do mercado. Não existem</p><p>no mundo muitos resseguradores operando efetivamente no Seguro Agríco-</p><p>la e a maioria dessas companhias já operava no Brasil através de contratos</p><p>automáticos ou facultativos. Com a abertura do mercado, em um primeiro</p><p>momento, poucas mudanças acontecerão com o passar do tempo, porém o</p><p>mercado deve se desenvolver e se tornar mais consistente.</p><p>A carteira de Resseguro Rural, conforme a retenção, subdivide-se em:</p><p>■ carteiras com pouca atratividade ao mercado interno (Cessão ao</p><p>IRB-Brasil Re/Resseguradoras + mercado externo):</p><p>» Agrícola; e</p><p>» Animais.</p><p>■ carteiras atrativas ao mercado interno (Cessão ao IRB-Brasil Re/</p><p>Resseguradoras + retrocessão mercado segurador brasileiro +</p><p>mercado externo):</p><p>» Florestas; e</p><p>» Penhor Rural.</p><p>38</p><p>UNIDADE 3</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>SUSEP – SUPERINTENDÊNCIA DE</p><p>SEGUROS PRIVADOS</p><p>É o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de segu-</p><p>ro, Previdência Privada Aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vincula-</p><p>da ao Ministério da Fazenda, ela foi criada pelo Decreto-Lei 73, de 21 de</p><p>novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros</p><p>Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados</p><p>– CNSP, o IRB-Brasil Resseguros S.A. – IRB-Brasil Re, as sociedades autori-</p><p>zadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de Previ-</p><p>dência Privada Aberta e os corretores habilitados. Com a edição da Medida</p><p>Provisória 1.940-17, de 06/01/2000, o CNSP teve sua composição alterada.</p><p>No ramo de Seguro Rural, a SUSEP tem as mesmas funções exercidas jun-</p><p>to às demais carteiras: controle e fiscalização do mercado. Para que possa</p><p>ser comercializado, um Seguro Rural deve possuir um número de registro</p><p>junto à SUSEP.</p><p>Prestar atendimento à população, de maneira geral, também cabe a essa ins-</p><p>tituição. Produtores rurais que não se sentirem atendidos corretamente ou</p><p>que apresentem qualquer outro tipo de queixa a fazer devem a ela recorrer.</p><p>PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES</p><p>EM VIGOR</p><p>— Normas que Atualmente</p><p>Regem o Seguro Rural</p><p>■ Decreto-Lei 73/1966 (alterado pela Lei Complementar 126/2007)</p><p>– prevê isenção tributária para o Seguro Rural.</p><p>■ Resolução CNSP 46/2001 – dispõe sobre o Seguro Rural e o</p><p>Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR –, sua administra-</p><p>ção e controle por seu gestor, e dá outras providências.</p><p>■ Resolução CNSP 50/2001 – dispõe sobre a participação do</p><p>IRB-Brasil Resseguros S.A. na garantia de que trata o Capítulo IV</p><p>da Resolução CNSP 46, de 12 de fevereiro de 2001, e dá outras</p><p>providências.</p><p>39</p><p>UNIDADE 3</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>■ Resolução CNSP 95/2002 – altera a Resolução CNSP 46, de</p><p>2001, para incluir o Seguro de Vida do produtor rural, quando este</p><p>estiver vinculado a crédito rural, e o Seguro de CPR como modali-</p><p>dades do Seguro Rural; portanto, com isenção de IOF.</p><p>■ Projeto de Lei 7.214/2002 – dispõe sobre a subvenção econô-</p><p>mica ao prêmio do seguro e cria o Conselho Interministerial do</p><p>Seguro Rural.</p><p>■ Lei 10.823/2003 – regulamenta a subvenção econômica ao prê-</p><p>mio do Seguro Rural e dá outras providências.</p><p>■ Circular SUSEP 261/2004 – dispõe sobre o Seguro de Cédula de</p><p>Produto Rural – CPR – e dá outras providências.</p><p>■ Circular SUSEP 268/2004 – disponibiliza as novas condições</p><p>contratuais do plano padronizado do Seguro de Florestas e dá</p><p>outras providências.</p><p>■ Decreto 5.121, de 29 de junho de 2004 – regulamenta a Lei</p><p>10.823/03 e autoriza o Governo Federal a subvencionar o prêmio</p><p>do Seguro Agrícola. É preocupação do referido Programa de Sub-</p><p>venção ao Prêmio do Seguro Rural promover a universalização do</p><p>acesso ao Seguro Rural, bem como estabelecer esse seguro como</p><p>instrumento para a estabilidade da renda agropecuária. Também</p><p>reduz as taxas de participação do produtor na garantia ofereci-</p><p>da contra eventos frustrantes que venham impedir o sucesso do</p><p>empreendimento agropecuário.</p><p>■ Circular SUSEP 286/2005 – dispõe sobre o Seguro Pecuário e o</p><p>Seguro de Animais.</p><p>■ Circular SUSEP 305, de 3 de novembro de 2005 – dispõe</p><p>sobre o Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários.</p><p>■ Circular SUSEP 308/2005 – dispõe sobre o Seguro de Penhor</p><p>Rural e dá outras providências.</p><p>■ Decreto 5.514/2005 – aprova os percentuais e valores máximos</p><p>da subvenção ao prêmio do Seguro Rural.</p><p>■ Carta-Circular SUSEP/DETEC 02/2006 – dispõe sobre Condi-</p><p>ções Contratuais do Plano Padronizado de Seguro de Florestas.</p><p>■ Resolução CGSR 11, de 4 de julho de 2006 – altera o Regula-</p><p>mento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.</p><p>■ Circular SUSEP 360/2008 – estabelece, altera e consolida os</p><p>arquivos de dados a serem encaminhados à SUSEP pelas socieda-</p><p>des seguradoras, sociedades de capitalização, entidades abertas</p><p>de Previdência Complementar, autorizadas a atuar no país, e Caixa</p><p>Econômica Federal (Caixa).</p><p>40</p><p>UNIDADE 3</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>■ Circular SUSEP 379/2008 – dispõe sobre alterações das Normas</p><p>Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resse-</p><p>guradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de Pre-</p><p>vidência Complementar, instituídas pela Resolução CNSP 86/2002.</p><p>■ Circular SUSEP 385/2009 – dispõe sobre alterações das Normas</p><p>Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resse-</p><p>guradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previ-</p><p>dência complementar, instituídas pela Resolução CNSP 86/2002.</p><p>■ Circular SUSEP 387/2009 – inclui parágrafo único ao art. 6º da</p><p>Circular SUSEP 379, de 19 de dezembro de 2008.</p><p>■ Lei Complementar 137/2010 – institui o Fundo de Catástrofe, de</p><p>26 de agosto de 2010.</p><p>Seguro Rural no Brasil</p><p>1938 – Primeira experiência com o Seguro Rural, com a cultura do algodão.</p><p>1939 – Seguro para algodão em São Paulo.</p><p>1954 – Criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola – CNSA.</p><p>1966 – Criação do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR.</p><p>1969 – Fundação da Companhia de Seguros de São Paulo – COSESP.</p><p>1975 – Lançamento do Programa de Garantia Agropecuária – PROAGRO.</p><p>1986 – Aprovação da Tarifa de Penhor Rural pela SUSEP.</p><p>1988 – Disposição sobre Seguro Agrícola na Constituição Federal.</p><p>1991 – Lançamento</p><p>do Novo PROAGRO.</p><p>1996 – Fundação da Companhia de Seguros Aliança do Brasil.</p><p>1999 – Fundação da Primeira Operadora de Seguros Rurais do Brasil (AgroBrasil).</p><p>2001 – Administração do FESR pelo IRB-Brasil Re.</p><p>2002 – Aprovação do Seguro Pecuário e de Animais pela SUSEP.</p><p>2003 – Aprovação da Lei de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.</p><p>2004 – Aprovação, pela SUSEP, do Seguro da CPR.</p><p>2007 – Quebra do monopólio do IRB/Abertura do resseguro.</p><p>41</p><p>FIXANDO CONCEITOS</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>FIXANDO CONCEITOS 3</p><p>1. Marque a alternativa incorreta:</p><p>(a) A SUSEP presta atendimento à população de maneira geral.</p><p>(b) O IRB-Brasil Re é o atual gestor do FESR.</p><p>(c) A SUSEP também tem como responsabilidade o controle e a fiscali-</p><p>zação do Seguro Rural.</p><p>(d) Para que possa ser comercializado, um Seguro Rural não precisa</p><p>possuir um número de registro junto à SUSEP.</p><p>(e) A missão do MAPA é formular e implementar as políticas para o</p><p>desenvolvimento do agronegócio.</p><p>2. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s):</p><p>A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-</p><p>cimento (MAPA) é: “estimular o aumento da produção agropecuária e o</p><p>desenvolvimento do _____________, com o objetivo de atender ao con-</p><p>sumo interno e formar excedentes para ____________________.</p><p>(a) agronegócio / exportação</p><p>(b) setor industrial / importação</p><p>(c) setor pesqueiro / exportação</p><p>(d) comércio / importação</p><p>(e) setor automotivo / exportação</p><p>3. Marque a alternativa correta</p><p>Com relação ao desenvolvimento do agronegócio em bases sustentáveis,</p><p>pode-se afirmar que:</p><p>(a) Decorre exclusivamente de investimentos financeiros.</p><p>(b) A utilização de tecnologia avançada supre todas as necessidades.</p><p>(c) Resulta da sinergia de mudanças tecnológicas e político-institucionais.</p><p>(d) Resulta da vontade política da sociedade como um todo.</p><p>(e) Decorre de um perfeito acompanhamento das variações climáticas.</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 42</p><p>UNIDADE 4</p><p>■ Entender como o seguro</p><p>pode ser um importante</p><p>aliado e instrumento de</p><p>proteção ao produtor rural</p><p>■ Conhecer algumas</p><p>estatísticas do mercado</p><p>de Seguro Rural brasileiro,</p><p>tais como prêmios e</p><p>sinistralidade</p><p>■ Entender os principais</p><p>conceitos que norteiam o</p><p>mercado de Seguro Rural</p><p>no Brasil</p><p>Após ler esta unidade, você deve ser capaz de</p><p>INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO</p><p>AO PRODUTOR RURAL</p><p>OPERAÇÃO DO SEGURO RURAL</p><p>CONCEITOS</p><p>RISCOS</p><p>PREMISSAS</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS</p><p>SEGURÁVEIS – RISCOS RURAIS</p><p>MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA</p><p>DO RISCO</p><p>FIXANDO CONCEITOS 4</p><p>TÓPICOS</p><p>DESTA UNIDADE</p><p>■ Aprender a identificar os</p><p>riscos correlacionados,</p><p>não correlacionados e</p><p>intermediários</p><p>■ Conhecer as premissas e</p><p>características dos riscos</p><p>seguráveis no Segmento</p><p>Rural</p><p>■ Entender os principais</p><p>mecanismos de</p><p>transferência de riscos no</p><p>Segmento Rural</p><p>RISCO</p><p>04</p><p>RURAL</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 43</p><p>UNIDADE 4</p><p>INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO</p><p>AO PRODUTOR RURAL</p><p>Em todo o mundo, o Seguro Rural é um dos mais importantes instrumen-</p><p>tos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas</p><p>decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos, sendo</p><p>indispensável à estabilidade da renda dos produtores, à geração de empre-</p><p>go no campo e ao desenvolvimento tecnológico rural.</p><p>É uma atividade abrangente, que cobre não só a agricultura, mas também a ati-</p><p>vidade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para</p><p>comercialização desses produtos, além do Seguro de Vida dos produtores.</p><p>No Brasil, esse seguro cumpre um importante papel social e econômico, pois:</p><p>■ freia o êxodo rural, permitindo a continuidade das atividades do</p><p>trabalhador rural, devido à indenização recebida em caso de sinis-</p><p>tro, o que propicia a realização de investimentos produtivos; e</p><p>■ minimiza a inadimplência do produtor rural com as instituições</p><p>financeiras que concedem o crédito rural, porque, mesmo com a</p><p>ocorrência do sinistro, haverá recursos para saldar a dívida adqui-</p><p>rida. Com isso, o custo do crédito fica reduzido para o produtor,</p><p>alavancando a produção agrícola brasileira.</p><p>44</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>OPERAÇÃO DO</p><p>SEGURO RURAL</p><p>O Seguro Rural, mais especificamente o Seguro Agrícola, é o ramo de seguro</p><p>sujeito ao maior número de riscos e é o de maior dificuldade de precificação.</p><p>O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos</p><p>de seguros. A principal delas é a ocorrência cíclica dos eventos meteoro-</p><p>lógicos, que variam no decorrer dos anos. Com isso, para a precificação</p><p>correta desse tipo de seguro e para a mensuração do risco, não bastam</p><p>conhecimentos estatísticos e atuariais, mas há, também, a necessidade de</p><p>utilização de pesquisas agronômicas.</p><p>— Mensuração do Risco</p><p>Esta mensuração é muito difícil, no Brasil, pela falta de informações his-</p><p>tóricas. Por isso, atualmente, utilizam-se experiências dos ressegura-</p><p>dores internacionais instalados no país. Esta prática, contudo, reduz a</p><p>precisão na taxação das apólices, devido à utilização de experiências</p><p>de outros países.</p><p>Atualmente, esse problema vem se reduzindo com a utilização de dados</p><p>agrícolas e climáticos, pelos órgãos de pesquisa/pesquisadores, e o</p><p>desenvolvimento de pesquisas sobre riscos agrícolas nas universidades.</p><p>Além disso, a SUSEP passou a solicitar dados estatísticos relativos a</p><p>cada ano calendário para que seja possível acompanhar o resultado das</p><p>carteiras de Seguro Rural e verificar se as taxas estão adequadas aos</p><p>riscos assumidos.</p><p>O Seguro Rural exige grandes investimentos por parte das segurado-</p><p>ras para que tenham condições técnicas de operar no ramo. Tanto na</p><p>aceitação do risco quanto na liquidação de sinistro, algumas culturas</p><p>necessitam de inspeções individuais, acarretando o deslocamento de</p><p>técnicos das seguradoras, instaladas nos grandes centros, para lugares</p><p>longínquos, onde se encontram os objetos segurados. Por esse motivo,</p><p>são poucas as seguradoras que operam esse seguro.</p><p>Para viabilizar suas operações, a maioria das seguradoras contrata</p><p>empresas especializadas na aceitação e liquidação de Seguros Rurais, o</p><p>que pode tornar os prêmios do seguro superiores aos níveis aceitáveis</p><p>pelo produtor. Conclui-se, com isso, que a extensão territorial do Brasil</p><p>impõe um custo operacional muito alto às sociedades seguradoras.</p><p>Você sabia?</p><p>Que o Seguro Rural difere dos</p><p>outros Ramos, tais como: Vida,</p><p>Saúde, Roubo, Incêndio, Colisão,</p><p>pois, nestes últimos, os sinistros</p><p>podem ser eventos independentes.</p><p>Ou seja, a ocorrência de um sinistro</p><p>não altera as probabilidades</p><p>atribuídas à ocorrência de outros.</p><p>Por exemplo, o fato de um</p><p>segurado ter falecido não altera</p><p>a probabilidade de que um outro</p><p>venha a falecer também.</p><p>Já o mesmo não ocorre no</p><p>Seguro Rural, no qual o fato de um</p><p>segurado, por exemplo, ter sua</p><p>lavoura atacada por certa praga</p><p>aumenta a probabilidade de que a</p><p>lavoura de um vizinho venha a ser</p><p>atacada pela mesma praga. Isto</p><p>também ocorre com outros tipos de</p><p>eventos danosos, como seca, chuva</p><p>excessiva, granizo, geada.</p><p>45</p><p>UNIDADE 4</p><p>SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS</p><p>— Produção</p><p>A produção do Seguro Rural (prêmios) vem crescendo em grande escala,</p><p>como podemos observar no gráfico a seguir.</p><p>2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016</p><p>PRÊMIO EMITIDO SEGURO RURAL – BRASIL (2005-2016)</p><p>EM MILHÕES DE REAIS</p><p>269,4</p><p>452,8</p><p>328,6</p><p>779,3</p><p>1.022,9 1.022,9</p><p>1.246,0</p><p>1.471,3</p><p>2.329,2</p><p>2.894,0</p><p>3.271,4</p><p>3.642,6</p><p>Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados</p><p>supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP.</p><p>No entanto, tal crescimento ainda é pequeno se olharmos o desempe-</p><p>nho do agronegócio. Quando comparamos os prêmios arrecadados com</p><p>o Seguro Rural com os do mercado segurador nacional como um todo,</p><p>verificamos</p>