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<p>Anticrese</p><p>NOÇÃO</p><p>• Pouco usual no Brasil</p><p>• Um imóvel é dado em garantia e transmitido do devedor, ou por terceiro, ao credor, podendo o último</p><p>retirar da coisa os frutos para o pagamento da dívida.</p><p>• Meio de caminho entre penhor e hipoteca</p><p>• Partes:</p><p>o Devedor anticrético – aquele que dá o imóvel em garantia, transferindo sua posse ao credor</p><p>o Credor anticrético – recebe o imóvel em garantia, ficando com sua posse</p><p>OBJETO</p><p>Art. 1.506, CC. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito</p><p>de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos.</p><p>• Exclusivamente Bens Imóveis</p><p>• Pode abranger propriedade fiduciária, laje e enfiteuse</p><p>Art. 1506, §1º, CC. É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo</p><p>credor à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações</p><p>financeiras, o remanescente será imputado ao capital.</p><p>• Credor pode estipular que frutos e rendimentos sejam percebidos à conta de juros</p><p>o Remanescente imputado ao capital</p><p>CONSTITUIÇÃO</p><p>• Escritura Pública (art. 108)</p><p>• Registro (art. 1.227)</p><p>ESPÉCIES</p><p>Anticrese Comum – o credor se empossa do imóvel da maneira imediata</p><p>Anticrese a Termo – o apossamento pelo credor se condiciona ao inadimplemento do débito em dado</p><p>tempo</p><p>CONSTITUIÇÃO EM CONJUNTO COM HIPOTECA</p><p>Art. 1.506, §2º, CC. Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor</p><p>ao credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese.</p><p>• Imóvel dado em anticrese pode ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou terceiros</p><p>• Imóvel hipotecado pode ser dado em anticrese</p><p>• O imóvel pode ser objeto de várias hipotecas</p><p>• Hipoteca registrada anteriormente</p><p>• Hipoteca registrada posteriormente (art. 1.509)</p><p>Art. 1.509, CC. O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o adquirente dos bens, os</p><p>credores quirografários e os hipotecários posteriores ao registro da anticrese.</p><p>DIREITOS DO CREDOR ANTICRÉTICO</p><p>• Posse direta</p><p>• Retenção da coisa até a satisfação da dívida</p><p>• Defesa da posse</p><p>• Frutos e administração do imóvel</p><p>Art. 1.507, CC. O credor anticrético pode administrar os bens dados em anticrese e fruir seus frutos e</p><p>utilidades, mas deverá apresentar anualmente balanço, exato e fiel, de sua administração.</p><p>• Sequela</p><p>• Arrendar o bem, salvo contrário</p><p>Art. 1.507, §2ª, CC. O credor anticrético pode, salvo pacto em sentido contrário, arrendar os bens dados</p><p>em anticrese a terceiro, mantendo, até ser pago, direito de retenção do imóvel, embora o aluguel desse</p><p>arrendamento não seja vinculativo para o devedor.</p><p>DEVERES DO CREDOR ANTICRÉTICO</p><p>• Dever de guarda e conservação</p><p>• Responsabilidade pela deterioração culposa</p><p>Art. 1.508, CC. O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer,</p><p>e pelos frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber.</p><p>• Zelar pela frutificação</p><p>• Prestação de contas</p><p>PENHORA DO IMÓVEL POR OUTRO CREDOR</p><p>???</p><p>EXTINÇÃO</p><p>• Remição</p><p>Art. 1.510, CC. O adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los, antes do vencimento da dívida,</p><p>pagando a sua totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na sua posse.</p><p>• Perecimento da coisa</p><p>• Desapropriação</p><p>• Impossibilidade de fruição (tornar-se infrutífera)</p><p>• Decurso de prazo de 15 anos (art. 1.423)</p><p>• Confusão</p><p>• Renúncia (expressa ou tácita)</p><p>Art. 1.509, §1º, CC. Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o</p><p>execute, sem opor o seu direito de retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço.</p><p>OUTROS ARTIGOS</p><p>Art. 1.507, §1º, CC. Se o devedor anticrético não concordar com o que se contém no balanço, por ser</p><p>inexato, ou ruinosa a administração, poderá impugná-lo, e, se o quiser, requerer a transformação em</p><p>arrendamento, fixando o juiz o valor mensal do aluguel, o qual poderá ser corrigido anualmente.</p><p>Art. 1.509, §2º, CC. O credor anticrético não terá preferência sobre a indenização do seguro, quando o</p><p>prédio seja destruído, nem, se forem desapropriados os bens, com relação à desapropriação.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. ANTICRESE. DIREITO</p><p>REAL SOBRE IMÓVEL. AQUISIÇÃO. REGISTRO.</p><p>1. A anticrese, direito real sobre imóvel, nos termos do art. 1.225 do CC, só se adquire com o registro no</p><p>Cartório de Registro de Imóveis.</p><p>2. A pretensão de simples reexame de provas, além de escapar da função constitucional deste Tribunal,</p><p>encontra óbice nas Súmula 7 do STJ, cuja incidência é induvidosa no caso presente.</p><p>3. Agravo regimental a que se nega provimento.</p><p>(AgRg no Ag n. 1.185.129/SP, relatora Ministra Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora Convocada</p><p>do TJ/PE), Sexta Turma, julgado em 19/2/2013, DJe de 12/3/2013.)</p>