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Princípios legais e técnicos para design de interiores

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<p>PRINCÍPIOS LEGAIS E TÉCNICOS</p><p>PARA DESIGN DE INTERIORES</p><p>Beatriz Pacheco</p><p>Editora Senac São Paulo – São Paulo – 2024</p><p>Sumário</p><p>Capítulo 1</p><p>Designer de interiores, decorador, arquiteto e engenheiro</p><p>civil</p><p>1 Formação acadêmica</p><p>2 Áreas de atuação</p><p>3 Limites de atuação profissional</p><p>4 Cursos superiores e técnicos em design de interiores</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 2</p><p>Profissão: designer de interiores</p><p>1 Breve história da profissão</p><p>2 Campos de atuação do designer de interiores</p><p>3 Mercado de trabalho</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 3</p><p>Leis, decretos e normas da profissão designer de</p><p>interiores</p><p>1 Lei nº 13.369, de 12 de dezembro de 2016</p><p>2 Outros decretos e normas</p><p>3 Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)</p><p>4 Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 4</p><p>Conselhos e associações</p><p>1 Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea)</p><p>2 Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea)</p><p>3 Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU)</p><p>4 Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT)</p><p>5 Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD)</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 5</p><p>Nomenclatura para responsabilidade técnica</p><p>1 ART – anotação de responsabilidade técnica</p><p>2 RRT – registro de responsabilidade técnica</p><p>3 TRT – termo de responsabilidade técnica</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 6</p><p>ABNT NBR ISO para atuação do designer de interiores</p><p>1 ABNT NBRs – construção civil</p><p>2 ABNT NBRs – normas específicas para o design de interiores</p><p>3 ABNT NBRs ISOs</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 7</p><p>Abertura de empresa de design de interiores</p><p>1 Enquadramento tributário e investimentos</p><p>2 CNPJ ou MEI</p><p>3 Estrutura do plano de negócios</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 8</p><p>Código de ética</p><p>1 Regras e princípios</p><p>2 Das relações com o cliente</p><p>3 Da publicidade</p><p>4 Das disposições gerais</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Sobre a autora</p><p>Capítulo 1</p><p>Designer de interiores, decorador,</p><p>arquiteto e engenheiro civil</p><p>O ser humano começou a se preocupar em construir estruturas</p><p>sólidas para se abrigar a partir do momento em que foi se fixando em</p><p>um local; ou seja, conforme foi deixando de ser nômade, seus abrigos</p><p>foram se tornando mais elaborados.</p><p>É possível pensar desde a Pré-História que há dois movimentos</p><p>básicos de modos de se abrigar: primeiro usando estruturas naturais,</p><p>como cavernas, e, segundo, criando abrigos. Esse segundo modo é o</p><p>que será explorado neste livro.</p><p>Para se abrigarem, os povos nômades, ou seja, que não têm</p><p>habitação fixa, que vivem constantemente mudando de lugar,</p><p>precisam de estruturas que sejam leves e fáceis de serem</p><p>carregadas. Ainda hoje há, em algumas partes do planeta, povos que</p><p>vivem dessa maneira, tal como os beduínos, os banjaras, os</p><p>aborígenes e alguns povos indígenas.</p><p>Ao longo dos anos, os povos nômades foram desenvolvendo</p><p>formas de estruturar seus abrigos. Alguns permanecem na condição</p><p>nômade por causa do clima das regiões em que vivem (pela escassez</p><p>de alimentos), outros, por questões culturais. De qualquer maneira, é</p><p>possível perceber em todos eles a leveza de seus espaços de morar e</p><p>a possibilidade de transportar tais estruturas.</p><p>Entretanto, ao longo da história, nem sempre o transporte rápido</p><p>foi possível, então muitas vezes eram usados os materiais naturais</p><p>que havia no território onde as pessoas estavam alojadas: plantas,</p><p>madeiras e peles de animais.</p><p>A estruturação desses espaços passou a ganhar relevância,</p><p>conforme os povos foram percebendo que era possível cultivar seu</p><p>próprio alimento. Com a permanência das pessoas em determinado</p><p>espaço, tais abrigos puderam ser desenvolvidos e, assim, novos</p><p>materiais mais resistentes passaram a ser usados.</p><p>Carlos Lemos, em seu livro O que é arquitetura, ressalta a</p><p>expressão vernacular e a existência desse tipo de arquitetura entre os</p><p>povos primitivos (LEMOS, 1980). Segundo o autor, tal construção é</p><p>executada por uma comunidade e consumida por essa mesma</p><p>comunidade a partir dos recursos que o meio ambiente oferece.</p><p>Ghisleni (2020) traz uma boa definição de arquitetura vernacular:</p><p>A arquitetura vernacular pode ser definida como uma tipologia de caráter</p><p>local ou regional, na qual são empregados materiais e recursos do próprio</p><p>ambiente onde a edificação está inserida. São, portanto, arquiteturas</p><p>diretamente relacionadas ao contexto, influenciadas e atentas às</p><p>condições geográficas e aspectos culturais específicos da sua inserção e,</p><p>por esse motivo, surgem de modo singular nas diversas partes do mundo,</p><p>sendo consideradas, inclusive, um dispositivo de afirmação de identidades.</p><p>(GHISLENI, 2020)</p><p>Ghisleni (2020), com base nos estudos de Rapoport (1969), que</p><p>apresenta uma distinção entre arquitetura primitiva e arquitetura</p><p>vernacular, mostra que, enquanto o primeiro caso retrata uma</p><p>arquitetura das sociedades, tecnológica e economicamente pouco</p><p>desenvolvidas, o segundo apresenta a figura do construtor. Ou seja,</p><p>no primeiro grupo, há pouca especialização, e o conhecimento de</p><p>como construir é inerente ao povo, transmitido de pai para filho por</p><p>meio da tradição. Já no segundo grupo, o modelo permanece e o</p><p>processo de construção é “baseado em ajustes ou variações,</p><p>havendo, portanto, mais variabilidade individual” (TEIXEIRA, 2017).</p><p>Atente que é no período de pré-industrialização que surge a</p><p>figura do construtor, como aquele que, com base nos conhecimentos</p><p>tradicionais de seu povo, orquestra novas formas e desenvolve</p><p>projetos.</p><p>E hoje? Quem são os construtores? Quais os profissionais que,</p><p>de alguma maneira, constroem os espaços da cidade?</p><p>Neste capítulo, conheceremos as possibilidades de formação</p><p>acadêmica, as áreas de atuação e os limites de atuação profissional</p><p>de cada um dos profissionais estudados, e veremos ainda como os</p><p>cursos superiores e técnicos em design de interiores se posicionam</p><p>nessa grande engrenagem.</p><p>1 Formação acadêmica</p><p>Há diversos profissionais, com formações específicas, que</p><p>trabalham na construção civil: engenheiros, arquitetos, designers de</p><p>interiores, decoradores, mestres de obra, eletricistas, ceramistas e</p><p>outros tantos. Entre eles, destacam-se aqueles especializados no</p><p>desenvolvimento de projetos: engenheiros, arquitetos e designers de</p><p>interiores.</p><p>1.1 Engenheiros civis</p><p>A engenharia civil é um ramo da engenharia que visa a criação e</p><p>a execução de projetos de infraestrutura e edificações de pequeno,</p><p>médio e grande porte, bem como a manutenção de obras já</p><p>existentes.</p><p>Segundo o Guia do Estudante (2020), engenheiro civil:</p><p>[...] projeta, gerencia e executa obras como casas, prédios, pontes,</p><p>viadutos, estradas e barragens. Ele acompanha todas as etapas de uma</p><p>construção ou reforma, analisa as condições do solo e estuda a insolação</p><p>e a ventilação do local e até a definição dos tipos de fundação e os</p><p>acabamentos. Especifica as redes de instalações elétricas, hidráulicas e de</p><p>saneamento do edifício e define o material a ser usado. Chefia as equipes</p><p>de trabalho, supervisionando prazos, custos, padrões de qualidade e de</p><p>segurança. (GUIA DO ESTUDANTE, 2020)</p><p>O guia também aponta que esse profissional deve estar atento</p><p>ao cumprimento das leis específicas do local onde as obras serão</p><p>implantadas.</p><p>Segundo publicado no portal da Confea[1] por Francalacci</p><p>(2018), os engenheiros civis têm as seguintes atribuições:</p><p>Construção e averiguação de edificações, equipamentos de</p><p>segurança, urbanos, rurais e regionais e de serviços.</p><p>Aproveitamento e utilização de recursos naturais.</p><p>Análise de questões artístico-culturais e técnicas;</p><p>Planejamento e fornecimento de meios de locomoção durante a</p><p>execução da obra.</p><p>Desempenhar cargos, funções e comissões em organizações</p><p>estatais.</p><p>Explorar recursos alternativos e naturais para o desenvolvimento da</p><p>indústria.</p><p>Estudar, projetar, analisar e avaliar técnicas e obras relacionadas a</p><p>edifícios, rodovias, ferrovias captação e abastecimento de água,</p><p>drenagem e irrigação.</p><p>Planejar e projetar trabalhos em âmbito urbano, rural, de transportes</p><p>e em outras regiões.</p><p>Coordenar</p><p>técnico de arquitetura ou urbanismo tem um responsável habilitado e registrado no</p><p>Conselho para realizar tal atividade.</p><p>Capítulo 4</p><p>Conselhos e associações</p><p>Os conselhos e as associações nacionais e regionais têm como</p><p>principal responsabilidade a representação e a defesa dos interesses</p><p>dos profissionais de determinada área, com o objetivo de promover a</p><p>ética e a qualidade na prestação de serviços e contribuir para o</p><p>desenvolvimento e o aprimoramento da profissão. Essas</p><p>organizações podem regular o exercício da profissão, fiscalizar o</p><p>cumprimento das normas e oferecer ações de capacitação e</p><p>atualização profissional.</p><p>O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), o</p><p>Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o Conselho</p><p>de Arquitetura e Urbanismo (CAU), a Associação Brasileira de</p><p>Designers de Interiores (ABD) e o Conselho Federal dos Técnicos</p><p>Industriais (CFT) são correlatos aos profissionais ligados à</p><p>construção civil e seus desdobramentos.</p><p>No caso concreto de design de interiores, o Crea e o CFT têm</p><p>papel fundamental para o exercício da profissão, uma vez que o</p><p>primeiro se tornou responsável pelos profissionais de nível superior</p><p>(tecnólogos e bacharéis), e o segundo, por aqueles de nível técnico.</p><p>Eles respondem, então, a questões relacionadas à fiscalização do</p><p>exercício profissional, ética e normas técnicas que possam afetar o</p><p>trabalho desses profissionais, a depender do entendimento e do</p><p>posicionamento de cada conselho ou associação. Neste capítulo,</p><p>entenderemos melhor o papel de cada um deles.</p><p>1 Conselho Federal de Engenharia e</p><p>Agronomia (Confea)</p><p>O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), criado</p><p>em 1933, é a instância superior de fiscalização do Sistema</p><p>Confea/Crea e tem como objetivo principal proteger a sociedade e o</p><p>desenvolvimento sustentável do país, respeitando os princípios éticos</p><p>profissionais. O Confea atua por meio de ações regulamentadoras,</p><p>contenciosas, promotoras, informativas e administrativas, e é</p><p>responsável por baixar resoluções e decisões normativas, julgar em</p><p>última instância as demandas nos Creas, promover a fiscalização e o</p><p>aperfeiçoamento das atividades profissionais, entre outras</p><p>atribuições. O conselho também fixa anuidades, emolumentos e</p><p>taxas a pagar pelos profissionais e pessoas jurídicas, além de manter</p><p>as relações de títulos, cursos, instituições de ensino, entidades de</p><p>classe, profissionais e pessoas jurídicas registrados nos Creas</p><p>(CONFEA, [s. d.]).</p><p>2 Conselho Regional de Engenharia e</p><p>Agronomia (Crea)</p><p>O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) é um</p><p>dos maiores órgãos de fiscalização profissional do mundo e o maior</p><p>da América Latina. É responsável por fiscalizar, controlar, orientar e</p><p>aprimorar o exercício das atividades profissionais em várias áreas da</p><p>engenharia, agronomia e geociências, bem como das atividades dos</p><p>tecnólogos (CREA-SP, [s. d.]d).</p><p>Para entender o fluxograma de fiscalização, é importante</p><p>compreender a estrutura do Crea. Em São Paulo, ela se divide em:</p><p>Estrutura Básica: responsável por criar condições para o</p><p>desempenho integrado e sistemático das finalidades do Conselho</p><p>Regional, e composta por órgãos de caráter decisório ou executivo,</p><p>como Plenário, câmaras especializadas, Presidência, Diretoria e</p><p>inspetorias.</p><p>Estrutura de Suporte: responsável por dar apoio aos órgãos da</p><p>Estrutura Básica em sua competência específica, e composta por</p><p>órgãos de caráter permanente, especial ou temporário, como</p><p>Comissões Permanentes, Comissões Especiais, Grupos de Trabalho</p><p>e Órgãos Consultivos.</p><p>Estrutura Auxiliar: responsável pelos serviços administrativos,</p><p>financeiros, jurídicos e técnicos, cuja finalidade é prover apoio para o</p><p>funcionamento da Estrutura Básica e da Estrutura de Suporte, para a</p><p>fiscalização do exercício profissional e para a gestão do Conselho</p><p>Regional. A Estrutura Auxiliar é coordenada, orientada e</p><p>supervisionada pelas secretarias e pelo Gabinete da Presidência, e</p><p>seus serviços são executados pelas Superintendências,</p><p>responsáveis pela gestão das respectivas áreas de atuação (CREA-</p><p>SP, [s. d.]d).</p><p>Vale ressaltar que o Crea-SP tem um código de ética que</p><p>estabelece os princípios que devem nortear a conduta dos</p><p>profissionais registrados no Conselho. Entre esses princípios,</p><p>destacam-se: a valorização e a defesa da vida, a promoção da justiça</p><p>e da equidade, o compromisso com a sociedade, a promoção do</p><p>desenvolvimento sustentável, a busca contínua pela excelência</p><p>profissional, a transparência e a honestidade nas relações com</p><p>clientes e colegas de profissão, o respeito à legislação e às normas</p><p>técnicas, a responsabilidade técnica e social, e o respeito ao meio</p><p>ambiente. O cumprimento desses princípios éticos é fundamental</p><p>para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, bem</p><p>como para o fortalecimento do exercício profissional responsável e</p><p>de qualidade (CREA-SP, [s. d.]b).</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Para saber mais sobre a função e as atividades do Crea, recomendamos o vídeo</p><p>institucional “O que faz o Crea?” (O QUE..., 2019).</p><p>2.1 ART</p><p>A anotação de responsabilidade técnica (ART) é um documento</p><p>emitido pelo profissional que será responsável por determinado</p><p>serviço técnico, seja ele de engenharia, agronomia, geologia,</p><p>geografia ou outras áreas correlatas, e tem como objetivo registrar o</p><p>compromisso desse profissional com a qualidade do serviço</p><p>prestado, sua responsabilidade técnica e a remuneração</p><p>correspondente.</p><p>A ART é uma exigência legal prevista pela Lei nº 6.496, de 7 de</p><p>dezembro de 1977, e deve ser registrada no Crea da região em que o</p><p>serviço será prestado. A não emissão ou o registro indevido da ART</p><p>pode resultar em multas e outras sanções previstas na legislação</p><p>(BRASIL, 1977).</p><p>É importante porque permite o controle e a fiscalização do</p><p>exercício profissional, garantindo a qualidade e a segurança de obras</p><p>e serviços técnicos realizados. Além disso, é um instrumento que</p><p>confere transparência às relações entre os profissionais e seus</p><p>clientes, protegendo ambas as partes em caso de eventuais</p><p>problemas ou responsabilidades (CREA-SP, [s. d.]a).</p><p>2.2 Crea e design de interiores</p><p>O Crea é responsável por fiscalizar e regulamentar o exercício</p><p>profissional de nível superior não apenas de engenheiros e</p><p>agrônomos, mas também de tecnólogos em diversas áreas, incluindo</p><p>o designer de interiores (CREA-SP, [s. d.]c).</p><p>Assim, tem a responsabilidade de fiscalizar e regulamentar o</p><p>exercício profissional dos tecnólogos em design de interiores</p><p>registrados em seu conselho. Isso inclui verificar se esses</p><p>profissionais estão atuando de acordo com as normas técnicas e</p><p>éticas da profissão, além de garantir que eles tenham formação</p><p>adequada para o exercício da atividade. O Crea-SP pode aplicar</p><p>sanções administrativas caso sejam constatadas irregularidades na</p><p>atuação desses profissionais, contribuindo para a proteção da</p><p>sociedade e para a valorização da profissão de design de interiores.</p><p>Vale destacar que, para que o designer possa pedir seu registro,</p><p>a instituição na qual ele se formou deve estar cadastrada no</p><p>Conselho. Para cuidar desses profissionais, há um departamento</p><p>dentro do Crea.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Para saber como fazer seu registro profissional assim que se formar,</p><p>recomendamos que consulte o manual do Crea. No Crea-SP (2021), há um passo</p><p>a passo para o registro on-line de design de interiores disponível no site.</p><p>3 Conselho de Arquitetura e Urbanismo</p><p>(CAU)</p><p>O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) é um órgão que</p><p>regulamenta o exercício da profissão de arquitetos e urbanistas no</p><p>Brasil. Foi criado em 2010 pela Lei nº 12.378 e tem como objetivo</p><p>principal fiscalizar, orientar e normatizar o exercício da profissão.</p><p>É uma entidade autárquica federal responsável por orientar,</p><p>disciplinar e fiscalizar a prática da profissão de arquitetura e</p><p>urbanismo no território nacional. Além disso, o Conselho tem o dever</p><p>de garantir o cumprimento dos princípios éticos e disciplinares da</p><p>classe em todo o país e de promover o aperfeiçoamento da prática de</p><p>arquitetura e urbanismo (conforme o art. 24, § 1o da Lei nº</p><p>12.378, de</p><p>31 de dezembro de 2010) (CAU/BR, [s. d.]a).</p><p>Entre suas funções, destacam-se a de registro e fiscalização</p><p>profissional, garantindo que os serviços prestados estejam de acordo</p><p>com as normas técnicas e éticas da profissão. Além disso, o</p><p>Conselho também é responsável pela normatização e</p><p>regulamentação, elaborando e atualizando normas técnicas e éticas</p><p>que orientam o exercício da arquitetura e urbanismo no Brasil</p><p>(BRASIL, 2010).</p><p>Outra importante função do CAU é orientar e prestar suporte aos</p><p>profissionais, auxiliando-os na resolução de dúvidas e problemas</p><p>relacionados ao exercício da profissão. Finalmente, destaca-se a</p><p>incumbência de promover e valorizar a profissão, destacando a</p><p>importância do trabalho dos profissionais na construção de espaços</p><p>urbanos mais funcionais, estéticos e sustentáveis (BRASIL, 2010).</p><p>Vale ressaltar ainda que o Conselho oferece uma Carta de</p><p>serviços ao cidadão, que tem como objetivo informar à sociedade</p><p>sobre os serviços oferecidos pelo Conselho, bem como as formas de</p><p>acesso, os requisitos e os compromissos adotados pela instituição.</p><p>Essa carta é composta por onze capítulos, nos quais são descritos os</p><p>principais serviços oferecidos pelo Conselho, incluindo prazos e</p><p>requisitos para acessá-los. O último capítulo trata das formas de</p><p>comunicação com o CAU e traz informações sobre os endereços e</p><p>horários de atendimento das sedes dos conselhos (CAU/BR, [s. d.]b).</p><p>Com a ampla divulgação da Carta de serviços ao cidadão, o CAU</p><p>reforça seu compromisso com a transparência no serviço público e</p><p>com o atendimento balizado em princípios constitucionais. A Carta de</p><p>serviços ao cidadão do CAU foi desenvolvida em 2017, revisada em</p><p>2019 e em 2022, e está disponível em formato impresso e digital</p><p>(CAU/BR, [s. d.]b).</p><p>O CAU é uma autarquia federal e é composto por um conselho</p><p>diretor nacional, conselhos estaduais e regionais e comissões</p><p>temáticas. Todos os profissionais de arquitetura e urbanismo</p><p>registrados no CAU devem pagar uma anuidade para manter seus</p><p>registros ativos e poder exercer a profissão legalmente.</p><p>4 Conselho Federal dos Técnicos</p><p>Industriais (CFT)</p><p>O Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) é uma</p><p>autarquia federal brasileira que tem como objetivo principal a</p><p>regulamentação do exercício profissional dos técnicos industriais no</p><p>país. Foi criado em 2018, a partir da Lei nº 13.639, que regulamentou</p><p>o exercício da profissão de técnico industrial e criou o Sistema</p><p>CFT/CRTs.</p><p>É responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício</p><p>profissional de diversas áreas técnicas, incluindo o design de</p><p>interiores, bem como promover a valorização e a defesa dos</p><p>interesses da categoria. Além disso, cabe ao Conselho estabelecer as</p><p>diretrizes e os padrões de formação e habilitação desses</p><p>profissionais, bem como elaborar normas técnicas e éticas para o</p><p>exercício da profissão.</p><p>O CFT reconhece a importância dos técnicos em design de</p><p>interiores e sua atuação na sociedade, bem como sua relação com</p><p>outras profissões, como a arquitetura e o urbanismo. Assim, os</p><p>técnicos em design de interiores devem se registrar no CFT e obter a</p><p>habilitação profissional necessária para atuar na área. Vale ressaltar</p><p>que, além do CFT, os técnicos também podem se registrar no</p><p>Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) ou no Conselho Regional</p><p>de Engenharia e Agronomia (Crea) (CREA-SP, [s. d.]c), dependendo de</p><p>sua formação superior e da natureza de suas atividades profissionais.</p><p>Cada conselho tem suas próprias atribuições e regulamentações</p><p>específicas para o exercício da profissão de técnico em design de</p><p>interiores (COMELLINI, 2017).</p><p>4.1 Resolução CFT nº 096</p><p>A Resolução CFT n. 096, que entrou em vigor em 2020,</p><p>estabelece as atribuições e as prerrogativas dos profissionais</p><p>técnicos habilitados em design de interiores. Entre as principais</p><p>disposições da Resolução estão a definição das atividades que</p><p>podem ser desempenhadas por esses profissionais e as</p><p>competências necessárias para a habilitação, que incluem formação</p><p>técnica em design de interiores e registro no Conselho Federal dos</p><p>Técnicos Industriais (CFT). A Resolução também determina as</p><p>responsabilidades desses profissionais, que devem atuar de acordo</p><p>com as normas técnicas e de segurança em vigor, zelando pela saúde</p><p>e pelo bem-estar das pessoas que utilizarão os espaços projetados</p><p>(CFT, 2020).</p><p>Para poder atuar plenamente na área de design de interiores</p><p>como técnico, é necessário obter formação em uma instituição de</p><p>ensino credenciada pelos conselhos estaduais de educação e</p><p>cadastrada no CFT. Após a conclusão do curso, o registro no CFT é</p><p>obrigatório para aqueles que desejam assinar projetos de interiores,</p><p>executar obras e atuar no mercado de trabalho, atendendo clientes</p><p>(COMELLINI, 2017).</p><p>5 Associação Brasileira de Designers de</p><p>Interiores (ABD)</p><p>A Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) é uma</p><p>entidade sem fins lucrativos fundada em 1983, que representa os</p><p>profissionais de design de interiores no Brasil e tem como objetivo</p><p>promover o desenvolvimento da profissão e valorizar o trabalho</p><p>desses designers (ABD, [s. d.]b).</p><p>A ABD oferece diversos serviços aos seus associados, incluindo</p><p>cursos, eventos – como o Congresso Internacional de Design de</p><p>Interiores [Conad], maior encontro de designers de interiores do Brasil</p><p>–, palestras, workshops e a revista especializada Revista Intramuros.</p><p>Além disso, a ABD promove ainda concursos e premiações, como o</p><p>prêmio Láurea Máxima para os formandos de design de interiores,</p><p>reconhecendo os melhores projetos de interiores realizados pelos</p><p>profissionais associados.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>A Revista Intramuros, publicação da ABD, tem como objetivo principal disseminar</p><p>conhecimento sobre o universo do design de interiores e promover o</p><p>desenvolvimento da profissão no Brasil. Ela pode ser acessada pela internet.</p><p>A publicação apresenta artigos científicos produzidos por meio de atividades</p><p>acadêmicas de pesquisa, extensão e reflexão crítica sobre o campo do design de</p><p>interiores. Para garantir a qualidade e a transparência na seleção dos artigos,</p><p>todos os trabalhos são submetidos ao conselho editorial, composto por docentes</p><p>altamente qualificados, que avaliam a qualidade e a criatividade dos textos (ABD,</p><p>[s. d.]a).</p><p>A ABD também trabalha em parceria com outras entidades</p><p>relacionadas ao design de interiores, participando de fóruns,</p><p>seminários e debates para discutir as tendências e os desafios da</p><p>área. A associação tem como missão promover a ética, a excelência</p><p>profissional e a valorização dos designers de interiores no Brasil (ABD,</p><p>[s. d.]b). Ela foi responsável por atuar junto aos órgãos</p><p>regulamentadores colaborando na regulamentação da profissão em</p><p>2016.</p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, aprendemos quais são os conselhos e as</p><p>associações nacionais e regionais que congregam os designers de</p><p>interiores e demais profissionais que atuam na área. Verificou-se que</p><p>os responsáveis pela regulação profissional são diferentes e</p><p>dependem do nível de formação do designer. Vimos também que há</p><p>uma associação que nos representa e que está continuamente</p><p>visando nossa formação e especialização.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES (ABD).</p><p>Revista Intramuros. ABD, [s. d.]a. Disponível em:</p><p>https://www.abd.org.br/educacao-e-design/revista-intramuros/.</p><p>Acesso em: 3 mar. 2023.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES (ABD).</p><p>Sobre a ABD. ABD, [s. d.]b. Disponível em:</p><p>https://www.abd.org.br/somos-a-abd/. Acesso em: 14 fev. 2023.</p><p>BRASIL. Lei n. 6.496, de 7 de dezembro de 1977. Institui a “Anotação</p><p>de Responsabilidade Técnica” na prestação de serviços de</p><p>engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo</p><p>Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea,</p><p>de uma Mútua de Assistência Profissional; e dá outras providências.</p><p>Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 dez. 1977.</p><p>BRASIL. Lei n. 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o</p><p>exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e</p><p>Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura</p><p>e</p><p>Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAUs; e dá outras</p><p>providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 de dezembro de</p><p>2010.</p><p>https://www.abd.org.br/educacao-e-design/revista-intramuros/</p><p>https://www.abd.org.br/somos-a-abd/</p><p>BRASIL. Lei n. 13.639, de 26 de março de 2018. Cria o Conselho</p><p>Federal dos Técnicos Industriais, o Conselho Federal dos Técnicos</p><p>Agrícolas, os Conselhos Regionais dos Técnicos Industriais e os</p><p>Conselhos Regionais dos Técnicos Agrícolas. Diário Oficial da União,</p><p>Brasília, DF, 27 mar. 2018.</p><p>COMELLINI, Dayane. Regulamentação da profissão de Design de</p><p>Interiores. IBDI, 2 abr. 2017. Disponível em: https://www.ibdi-</p><p>edu.com.br/home/regulamentacao-da-profissao-de-design-de-</p><p>interiores/. Acesso em: 14 fev. 2023.</p><p>CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL (CAU/BR).</p><p>Apresentação. CAU/BR, [s. d.]a. Disponível em:</p><p>https://transparencia.caubr.gov.br/apresentacao/. Acesso em: 3 mar.</p><p>2023.</p><p>CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL (CAU/BR).</p><p>Carta de serviços ao cidadão. CAU/BR, [s. d.]b. Disponível em:</p><p>https://transparencia.caubr.gov.br/cartadeservicos0/. Acesso em: 3</p><p>mar. 2023.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA (CONFEA). O</p><p>conselho. Confea, [s. d.]. Disponível em:</p><p>https://www.confea.org.br/confea/o-conselho. Acesso em: 14 fev.</p><p>2023.</p><p>CONSELHO FEDERAL DOS TÉCNICOS INDUSTRIAIS (CFT).</p><p>Resolução CFT n. 096, de 13 de fevereiro de 2020. Dispõe sobre as</p><p>prerrogativas e atribuições dos profissionais Técnicos habilitados em</p><p>Design de Interiores e dá outras providências. Brasília, DF: CFT, 13 fev.</p><p>https://www.ibdi-edu.com.br/home/regulamentacao-da-profissao-de-design-de-interiores/</p><p>https://transparencia.caubr.gov.br/apresentacao/</p><p>https://transparencia.caubr.gov.br/cartadeservicos0/</p><p>https://www.confea.org.br/confea/o-conselho.</p><p>2020. Disponível em: https://www.ibdi-edu.com.br/home/wp-</p><p>content/uploads/2020/04/RESOLUÇÃO-nº-096.2020-Técnico-em-</p><p>Design-de-Interiores.pdf. Acesso em: 14 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). ART – Anotação de Responsabilidade Técnica.</p><p>Crea-SP, [s. d.]a. Disponível em: https://www.creasp.org.br/perguntas-</p><p>frequentes/art-anotacao-de-responsabilidade-tecnica/. Acesso em:</p><p>14 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Código de Ética. São Paulo: Crea-SP, [s. d.]b.</p><p>Disponível em: https://www.creasp.org.br/novo_site/wp-</p><p>content/uploads/2022/12/CREA-</p><p>SP_CodigodeEtica_Digital_VersaoFinal_12Dez2022.pdf. Acesso em:</p><p>14 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Designers de Interiores. Crea-SP, [s. d.]c.</p><p>Disponível em: https://www.creasp.org.br/perguntas-</p><p>frequentes/designers-de-interiores/. Acesso em: 14 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Registro Online. São Paulo: Crea-SP, 2021.</p><p>Disponível em: https://www.creasp.org.br/novo_site/wp-</p><p>content/uploads/2021/05/2021-05-passo-a-passo-Registro-Online-</p><p>Design-de-Interiores.pdf. Acesso em: 14 mar. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Sobre o Crea-SP. Crea-SP, [s. d.]d. Disponível em:</p><p>https://www.ibdi-edu.com.br/home/wp-content/uploads/2020/04/RESOLU%C3%87%C3%83O-n%C2%BA-096.2020-T%C3%A9cnico-em-Design-de-Interiores.pdf</p><p>https://www.creasp.org.br/perguntas-frequentes/art-anotacao-de-responsabilidade-tecnica/</p><p>https://www.creasp.org.br/novo_site/wp-content/uploads/2022/12/CREA-SP_CodigodeEtica_Digital_VersaoFinal_12Dez2022.pdf</p><p>https://www.creasp.org.br/perguntas-frequentes/designers-de-interiores/</p><p>https://www.creasp.org.br/novo_site/wp-content/uploads/2021/05/2021-05-passo-a-passo-Registro-Online-Design-de-Interiores.pdf</p><p>https://www.creasp.org.br/sobre-o-crea-sp/. Acesso em: 14 fev. 2023.</p><p>O QUE faz o Crea? [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo</p><p>canal TVCreaSP. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?</p><p>v=vd9X_VxAE3Q. Acesso em: 15 mar. 2023.</p><p>https://www.creasp.org.br/sobre-o-crea-sp/</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=vd9X_VxAE3Q</p><p>Capítulo 5</p><p>Nomenclatura para responsabilidade</p><p>técnica</p><p>A responsabilidade técnica é um conceito fundamental para</p><p>profissionais relacionados à construção civil, como designers de</p><p>interiores, arquitetos, engenheiros e os diferentes técnicos envolvidos</p><p>nessa área. Ela se refere à obrigação legal e ética desses</p><p>profissionais em garantir que os projetos, as obras e os serviços</p><p>prestados estejam em conformidade com as normas técnicas e as</p><p>regulamentações vigentes, além de serem seguros e eficientes para</p><p>os usuários.</p><p>Uma das principais formas de garantir a qualidade dos serviços</p><p>prestados por esses profissionais, a ART também é um instrumento</p><p>importante para a defesa dos direitos dos clientes, uma vez que</p><p>estabelece uma relação de confiança entre as partes envolvidas.</p><p>Para que esses profissionais possam exercer sua</p><p>responsabilidade técnica de maneira adequada, é necessário que</p><p>estejam atualizados sobre as normas e as regulamentações vigentes</p><p>em suas áreas de atuação, e que tenham sólido conhecimento</p><p>técnico e ético sobre suas atividades profissionais. Além disso,</p><p>devem estar sempre comprometidos com a qualidade e a segurança</p><p>dos serviços prestados, buscando constantemente aprimorar suas</p><p>habilidades e competências.</p><p>1 ART – anotação de responsabilidade</p><p>técnica</p><p>A anotação de responsabilidade técnica (ART) é um mecanismo</p><p>legal, estabelecido pela Lei nº 6.496/1977, necessário para</p><p>supervisionar as atividades técnicas e profissionais em uma</p><p>variedade de empreendimentos. A ART resume o acordo firmado</p><p>entre o profissional e seu cliente ou empregador para a realização de</p><p>serviços ou obras, e é exigida para projetos, consultoria, execução de</p><p>obras e serviços, independentemente do nível de atuação do</p><p>profissional (SOUZA, 2021).</p><p>Essencial para identificar os responsáveis técnicos pela</p><p>execução de obras ou serviços profissionais relacionados às</p><p>atividades da área tecnológica, como engenharia, agronomia e design</p><p>de interiores, ela especifica os serviços contratados, estabelecendo a</p><p>autoria e os limites da responsabilidade tanto do contratante quanto</p><p>do contratado.</p><p>A coleção de ARTs cria um acervo técnico profissional, que</p><p>funciona como um currículo que reúne todas as atividades</p><p>compatíveis com as competências desenvolvidas ao longo da vida</p><p>profissional (CREA-SP, [s. d.]d).</p><p>O Crea classifica essas anotações em três categorias:  obra ou</p><p>serviço, desempenho de cargo ou função e múltipla (CREA-SP, [s.</p><p>d.]a).</p><p>1.1 Obra ou serviço</p><p>É o tipo mais comum de ART, que deve ser emitido sempre que o</p><p>profissional realizar uma atividade técnica específica, como um</p><p>projeto de construção civil. Nessa ART, são descritas as atividades</p><p>realizadas, as características do projeto ou serviço, as</p><p>responsabilidades do profissional e outras informações relevantes.</p><p>1.2 Desempenho de cargo ou função</p><p>Deve ser emitido quando o profissional assume uma função</p><p>técnica em uma empresa ou organização. Essa ART atesta a</p><p>responsabilidade técnica do profissional pela função que</p><p>desempenha, por exemplo, gerente de obras. É uma forma de</p><p>comprovar que o profissional tem a habilitação necessária para</p><p>exercer determinada atividade.</p><p>1.3 Múltipla</p><p>Utilizada quando o profissional realiza serviços de rotina,</p><p>periódicos e de baixo valor dentro de certo período, geralmente um</p><p>mês. Nessa ART, são agrupados diversos serviços em uma única</p><p>anotação, o que facilita a gestão administrativa e financeira do</p><p>profissional e do contratante. É importante destacar que essa ART</p><p>não pode ser utilizada para serviços que já tenham sido objeto de</p><p>ART específica. Segundo o Crea-SP ([s. d.]a), estas podem ser de</p><p>obra/serviço ou de receituário agronômico.</p><p>2 RRT – registro de responsabilidade</p><p>técnica</p><p>Diferentemente da anotação de responsabilidade técnica, o</p><p>registro de responsabilidade técnica (RRT) é um documento emitido</p><p>por arquitetos com o objetivo de fornecer segurança técnica e jurídica</p><p>às partes envolvidas na contratação do projeto.</p><p>Esse registro atesta a presença de um arquiteto e urbanista</p><p>credenciado pelo conselho (CAU) e apto</p><p>a realizar projetos e outras</p><p>atividades relacionadas a obras e serviços. Esses documentos são</p><p>arquivados no Sistema de Informação e Comunicação do Conselho</p><p>de Arquitetura e Urbanismo (Siccau) e servem como registro do</p><p>histórico profissional do arquiteto e urbanista.</p><p>Existem quatro tipos de RRT: simples, múltiplo mensal, mínimo e</p><p>derivado (CAU/BR, 2015).</p><p>2.1 RRT simples</p><p>O RRT simples é utilizado para registrar a responsabilidade de</p><p>um arquiteto que trabalhou no projeto ou na obra.</p><p>Vale dizer que ele é empregado quando o arquiteto é o único</p><p>responsável técnico pelo projeto. O profissional precisa selecionar em</p><p>qual dos sete grupos de atividades o serviço se enquadra; e, após o</p><p>pagamento da taxa, o RRT é efetivado. Os grupos de atividades são</p><p>apresentados no quadro 1 (CAU/BR, 2015).</p><p>Quadro 1 – Grupos de atividades do arquiteto</p><p>PROJETO Refere-se às atividades de elaboração de projetos arquitetônicos, urbanísticos,</p><p>paisagísticos, de interiores, de restauro e de requalificação urbana.</p><p>EXECUÇÃO</p><p>Abrange as atividades de coordenação e supervisão técnica de execução de</p><p>projetos arquitetônicos, urbanísticos, paisagísticos, de interiores, de restauro e</p><p>de requalificação urbana.</p><p>GESTÃO Relacionado à gestão de projetos, incluindo atividades como planejamento,</p><p>controle de custos, acompanhamento de prazos e gerenciamento de equipes.</p><p>MEIO AMBIENTE</p><p>E</p><p>PLANEJAMENTO</p><p>REGIONAL E</p><p>URBANO</p><p>Compreende atividades relacionadas ao planejamento urbano e territorial, bem</p><p>como às questões ambientais envolvidas em projetos de arquitetura e</p><p>urbanismo.</p><p>ENSINO E</p><p>PESQUISA</p><p>Inclui atividades relacionadas ao ensino e pesquisa em arquitetura e</p><p>urbanismo, como elaboração de planos de ensino, orientação de pesquisas e</p><p>projetos de extensão.</p><p>ATIVIDADES</p><p>ESPECIAIS EM</p><p>ARQUITETURA E</p><p>URBANISMO</p><p>Abrange atividades que não se enquadram em nenhum dos grupos anteriores,</p><p>como projetos especiais, consultoria em arquitetura e urbanismo e projetos de</p><p>canteiros de obra.</p><p>ENGENHARIA DE</p><p>SEGURANÇA DO</p><p>TRABALHO</p><p>Relacionado às atividades de elaboração de projetos de segurança do trabalho</p><p>em canteiros de obra, análise e avaliação de riscos e elaboração de laudos</p><p>técnicos de segurança do trabalho. Vale ressaltar que este último é destinado</p><p>apenas para profissionais especializados no assunto.</p><p>Fonte: adaptado de CAU/BR (2015).</p><p>2.2 RRT múltiplo mensal</p><p>O RRT múltiplo mensal é utilizado para registrar atividades</p><p>especiais definidas pela Resolução CAU/BR nº 91, como vistoria,</p><p>perícia, avaliação, laudo técnico, parecer técnico, auditoria, arbitragem</p><p>e mensuração, desde que sejam realizadas dentro de um mesmo</p><p>mês e sejam de uma única unidade da federação (CAU/BR, 2015).</p><p>Profissionais com especialização em engenharia de segurança</p><p>do trabalho também podem utilizar essa modalidade de RRT para</p><p>atividades específicas, como relatórios para fins judiciais e laudos de</p><p>inspeção sobre atividades insalubres. O RRT múltiplo mensal é</p><p>adequado para atividades realizadas de maneira avulsa e descontínua</p><p>em um mesmo mês, ainda que envolvam diversos contratos, desde</p><p>que sejam com um único contratante (CAU/BR, 2015).</p><p>2.3 RRT mínimo</p><p>Usado para serviços prestados em habitação social ou projetos</p><p>de menor dimensão em imóveis com até 70 m². Vale dizer que,</p><p>segundo o CAU/BR (2015), o serviço prestado em conjunto</p><p>residencial unifamiliar deve estar enquadrado na Lei de Habitação de</p><p>Interesse Social – HIS (Lei nº 11.124/2005) ou na Lei de Assistência</p><p>Técnica (Lei nº 11.888/2008).</p><p>2.4 RRT derivado</p><p>Esta modalidade de registro gratuita é utilizada para transferir</p><p>para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo as atividades</p><p>formalizadas por meio de ART no Crea até 15 de novembro de 2011.</p><p>Vale dizer que só podem ser registradas as atividades</p><p>correspondentes às atuais atribuições dos arquitetos e urbanistas e</p><p>que este RRT é importante para o profissional, pois “possibilita</p><p>complementar e atualizar o seu acervo técnico” (CAU/BR, 2015, p. 7).</p><p>3 TRT – termo de responsabilidade</p><p>técnica</p><p>O termo de responsabilidade técnica (TRT) é um documento</p><p>essencial emitido pelo profissional responsável pela execução de um</p><p>serviço técnico, que atesta sua responsabilidade técnica sobre as</p><p>atividades realizadas. Esse documento é uma declaração formal que</p><p>inclui informações detalhadas sobre o projeto ou serviço, a</p><p>qualificação do profissional responsável, uma descrição das</p><p>atividades realizadas e o compromisso de cumprir todas as normas</p><p>técnicas e legais aplicáveis. O TRT é obrigatório pela Lei nº</p><p>13.639/2018 (art. 19) para todos os serviços técnicos que exijam</p><p>habilitação legal e conhecimentos técnicos no âmbito do Sistema</p><p>CFT/CRT ([s. d.]), de acordo com a modalidade e as atribuições do</p><p>profissional.</p><p>Além de assegurar ao contratante que os serviços técnicos estão</p><p>sendo executados por um profissional legalmente habilitado, o TRT</p><p>representa a garantia, para o profissional, da sua responsabilidade</p><p>pelo serviço prestado e construção do seu acervo técnico. Para a</p><p>sociedade, o TRT é um comprovante da execução dos serviços de</p><p>maneira responsável e em conformidade com a competência legal da</p><p>profissão (SISTEMA CFT/CRT, [s. d.]).</p><p>O registro do TRT é essencial para estabelecer os direitos e os</p><p>deveres de ambas as partes do contrato. Para o contratante, o TRT</p><p>oferece segurança e atesta que o profissional contratado tem a</p><p>capacitação necessária para desempenhar as funções para as quais</p><p>é responsável. Existem quatro tipos de registro (SISTEMA CFT/CRT,</p><p>[s. d.]):</p><p>TRT de obra ou serviço: deve ser emitido sempre que um</p><p>profissional executar uma atividade técnica específica.</p><p>TRT de cargo ou função: usado quando um profissional for</p><p>contratado por uma empresa como responsável técnico ou</p><p>como membro do seu quadro técnico, servindo como prova de</p><p>vínculo.</p><p>TRT múltiplo mensal: precisa ser emitido quando um</p><p>profissional realizar serviços de rotina, periódicos ou de baixo</p><p>valor dentro de determinado mês.</p><p>TRT extemporâneo: deve ser emitido quando um profissional</p><p>não registrar sua responsabilidade dentro dos prazos legais,</p><p>podendo ter acréscimo de taxa e multa.</p><p>É importante destacar que o TRT, o RRT e a ART têm valor</p><p>fundamental para garantir a legalidade e a qualidade dos serviços</p><p>técnicos prestados.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Para saber mais informações sobre as formas de registro de cada tipo de</p><p>responsabilidade, recomendamos os manuais do Crea, do CAU e do Sistema</p><p>CRT/CFT.</p><p>O Manual de procedimentos de anotação de responsabilidade técnica – ART,</p><p>desenvolvido pelo Crea-SC (2017), é bem interessante. Para verificar exatamente</p><p>como preencher os termos, ver os guias: Manual de preenchimento de ART: obra</p><p>ou serviço (CREA-SP, [s. d.]c) e Manual de preenchimento de ART: desempenho de</p><p>cargo ou função (CREA-SP, [s. d.]b).</p><p>Além deles, recomendamos também o Guia do RRT: entenda as regras do registro</p><p>de responsabilidade técnica (CAU/BR, 2015) e o TRT: entendendo o termo de</p><p>responsabilidade Técnica (SISTEMA CFT/CRT, [s. d.]).</p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, aprendemos que os registros de responsabilidade</p><p>técnica são de extrema importância para a garantia da segurança e</p><p>qualidade de projetos, obras e serviços realizados por profissionais de</p><p>diversas áreas, como engenheiros, arquitetos e designers de</p><p>interiores.</p><p>Esses documentos são essenciais para comprovar a</p><p>responsabilidade do profissional sobre as atividades realizadas,</p><p>garantindo que foram executadas de acordo com as normas e os</p><p>padrões técnicos exigidos, além de poderem ser usados como prova</p><p>em eventuais processos judiciais.</p><p>Referências</p><p>CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL (CAU/BR).</p><p>Guia do RRT: entenda as regras do registro de responsabilidade</p><p>técnica. Brasília, DF: CAU/BR, 2015. Disponível em:</p><p>https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2015/06/FOLDER-</p><p>Guia_RRT_2015-web.pdf. Acesso em: 22 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SANTA</p><p>CATARINA (CREA-SC). Manual de procedimentos de anotação de</p><p>responsabilidade técnica – ART. Florianópolis: Crea-SC, 2017.</p><p>Disponível em: https://portal.crea-sc.org.br/wp-</p><p>content/uploads/2018/01/M-DRP-001-Manual-ART-rv091.pdf.</p><p>Acesso</p><p>em: 22 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). ART: anotação de responsabilidade técnica. Crea-</p><p>SP, [s. d.]a. Disponível em: https://www.creasp.org.br/perguntas-</p><p>frequentes/art-anotacao-de-responsabilidade-tecnica/. Acesso em:</p><p>22 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Manual de preenchimento de ART: desempenho</p><p>de cargo ou função. Crea-SP, [s. d.]b. Disponível em:</p><p>https://www.creasp.org.br/arquivos/manuais_art/CARGO_FUNCAO_</p><p>MANUAL_DE_ART.pdf. Acesso em: 25 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Manual de preenchimento de ART: obra ou serviço.</p><p>Crea-SP, [s d.]c. Disponível em:</p><p>https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2015/06/FOLDER-Guia_RRT_2015-web.pdf</p><p>https://portal.crea-sc.org.br/wp-content/uploads/2018/01/M-DRP-001-Manual-ART-rv091.pdf</p><p>https://www.creasp.org.br/perguntas-frequentes/art-anotacao-de-responsabilidade-tecnica/</p><p>https://www.creasp.org.br/arquivos/manuais_art/CARGO_FUNCAO_MANUAL_DE_ART.pdf</p><p>https://www.creasp.org.br/arquivos/manuais_art/OBRA_SERVICO_M</p><p>ANUAL_DE_ART.pdf. Acesso em: 25 fev. 2023.</p><p>CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE SÃO</p><p>PAULO (CREA-SP). Sobre a ART. Crea-SP, [s. d.]d. Disponível em:</p><p>https://www.creasp.org.br/tutoriais-art/. Acesso em: 24 fev. 2023.</p><p>SISTEMA CFT/CRT. TRT: entendendo o termo de responsabilidade</p><p>técnica. São Paulo: Sistema CFT/CRT, [s. d.]. Disponível em:</p><p>https://www.crtsp.gov.br/wp-content/uploads/2021/11/TRT-</p><p>Entendendo-o-Termo-de-Responsabilidade-Tecnica-SITE.pdf. Acesso</p><p>em: 22 fev. 2023.</p><p>SOUZA, Mayk. O que são ART e RRT? Jus, 17 dez. 2021 Disponível</p><p>em: https://jus.com.br/artigos/95435/o-que-sao-art-e-rrt. Acesso em:</p><p>24 fev. 2023.</p><p>https://www.creasp.org.br/arquivos/manuais_art/OBRA_SERVICO_MANUAL_DE_ART.pdf</p><p>https://www.creasp.org.br/tutoriais-art/</p><p>https://www.crtsp.gov.br/wp-content/uploads/2021/11/TRT-Entendendo-o-Termo-de-Responsabilidade-Tecnica-SITE.pdf</p><p>https://jus.com.br/artigos/95435/o-que-sao-art-e-rrt</p><p>Capítulo 6</p><p>ABNT NBR ISO para atuação do</p><p>designer de interiores</p><p>Para que exerçamos adequadamente a profissão de designer de</p><p>interiores, devemos conhecer bem as normas técnicas e a legislação</p><p>vigente no país e na cidade em que atuamos.</p><p>A International Organization for Standardization (ISO), por</p><p>exemplo, é uma organização internacional que desenvolve normas</p><p>técnicas e padrões de qualidade para diversos setores, como</p><p>tecnologia, segurança, meio ambiente, saúde e construção civil. As</p><p>normas ISO são reconhecidas em todo o mundo e são utilizadas por</p><p>empresas e organizações para garantir a qualidade de seus produtos</p><p>e serviços.</p><p>A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por sua vez,</p><p>é a entidade responsável pela elaboração das normas técnicas</p><p>brasileiras (NBRs). As NBRs são desenvolvidas por comissões</p><p>técnicas que reúnem especialistas, pesquisadores e representantes</p><p>da indústria para definir os requisitos e as diretrizes técnicas que</p><p>devem ser seguidos.</p><p>Muitas das normas ISO são adotadas pela ABNT e se tornam</p><p>NBRs no Brasil. Quando formos desenvolver um projeto em outro</p><p>país, provavelmente teremos que seguir as regras ISO ou normas</p><p>elaboradas por entidades locais com base nas normas internacionais.</p><p>O mais importante em todo esse processo é que as normas</p><p>apresentam diretrizes e requisitos técnicos para garantir a qualidade</p><p>e a segurança de produtos, serviços e processos, ajudando a reduzir</p><p>riscos de acidentes e danos ambientais, além de facilitar a troca de</p><p>informações e a cooperação entre diferentes empresas e países.</p><p>1 ABNT NBRs – construção civil</p><p>A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma</p><p>entidade privada sem fins lucrativos que tem como objetivo a</p><p>padronização técnica em diversas áreas, incluindo o design de</p><p>interiores. As normas técnicas desenvolvidas pela ABNT são</p><p>utilizadas como referência para a fabricação de produtos, execução</p><p>de serviços, elaboração de projetos, entre outras aplicações.</p><p>Para cada área de atuação, há um conjunto específico de</p><p>normas. Na construção civil, algumas se destacam: ABNT NBR 9.050,</p><p>ABNT NBR 16.280, ABNT NBR 15.575, ABNT NBRs 16.636-1, 16.636-</p><p>2, 16.636-3, ABNT NBR 5.410, ABNT NBR 6.492. A seguir, falaremos</p><p>um pouco sobre cada uma delas.</p><p>1.1 ABNT NBR 9.050/2015</p><p>A ABNT NBR 9.050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário,</p><p>espaços e equipamentos urbanos estabelece as condições de</p><p>acessibilidade em edificações, mobiliários, espaços e equipamentos</p><p>urbanos, a fim de garantir sua utilização por pessoas com deficiência</p><p>ou mobilidade reduzida.</p><p>Alguns pontos de destaque são (ABNT, 2015a):</p><p>Acessibilidade: a norma estabelece requisitos técnicos para</p><p>garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência ou</p><p>mobilidade reduzida em edificações, espaços urbanos,</p><p>mobiliários e equipamentos urbanos, bem como no transporte</p><p>público.</p><p>Rampas: devem ser dimensionadas de acordo com a inclinação</p><p>máxima permitida, largura mínima, corrimão, piso antiderrapante,</p><p>entre outros requisitos técnicos.</p><p>Escadas: estabelece inclinação, altura dos degraus (espelho) e</p><p>tamanho do piso. Fala sobre sinalização, corrimãos e larguras de</p><p>acordo com o fluxo de pessoas.</p><p>Elevadores: normatiza as dimensões mínimas e acessibilidade</p><p>para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, como</p><p>botões de chamada em alturas acessíveis, sinalização sonora e</p><p>tátil.</p><p>Sanitários: necessitam ser acessíveis e adaptados para pessoas</p><p>com deficiência ou mobilidade reduzida, com dimensões</p><p>adequadas, barras de apoio, espelhos inclinados e piso</p><p>antiderrapante.</p><p>Sinalização: a norma estabelece requisitos para a sinalização</p><p>visual e tátil, que devem ser claras, objetivas e facilmente</p><p>compreensíveis para todas as pessoas, incluindo as com</p><p>deficiência visual.</p><p>Vagas de estacionamento: devem ser reservadas para pessoas</p><p>com deficiência ou mobilidade reduzida, com dimensões</p><p>adequadas, sinalização específica e localizadas próximas às</p><p>entradas.</p><p>Vale destacar também que, na última atualização dessa Norma,</p><p>em 2015, foram incorporados os conceitos de desenho universal em</p><p>suas diretrizes técnicas, para garantir que edificações, espaços</p><p>urbanos, mobiliários, equipamentos e transporte sejam acessíveis e</p><p>utilizáveis por todas as pessoas.</p><p>1.2 ABNT NBR 16.280/2014</p><p>A ABNT NBR 16.280 – Reforma em edificações estabelece</p><p>diretrizes e requisitos técnicos para a execução de reformas em</p><p>edificações, visando garantir a segurança e a qualidade das</p><p>intervenções realizadas. Publicada em 2014, é aplicável a todas as</p><p>edificações, sejam elas residenciais, comerciais, industriais ou</p><p>públicas (ABNT, 2014).</p><p>Essa norma define as etapas do processo de gestão de</p><p>reformas, desde a análise preliminar até a entrega da obra, passando</p><p>por planejamento, projeto, execução e acompanhamento. Entre seus</p><p>principais pontos abordados, destacam-se (ABNT, 2014):</p><p>Análise preliminar: antes de iniciar qualquer intervenção em</p><p>uma edificação, é importante fazer uma análise preliminar para</p><p>avaliar as condições do imóvel e identificar possíveis riscos e</p><p>impactos da reforma. Essa etapa envolve a elaboração de um</p><p>plano de reforma, que deve conter informações sobre a equipe</p><p>responsável, os recursos necessários, os prazos e as medidas de</p><p>segurança a serem adotadas.</p><p>Projeto e planejamento: o projeto de reforma deve ser elaborado</p><p>por profissional habilitado, com base nas normas técnicas e nas</p><p>legislações aplicáveis. O planejamento deve contemplar todas as</p><p>etapas da reforma, incluindo a definição dos materiais e dos</p><p>equipamentos a serem utilizados, a programação das atividades</p><p>e a definição das responsabilidades.</p><p>Execução: durante a execução da reforma, é importante seguir</p><p>as orientações do projeto e do plano de reforma, adotando as</p><p>medidas de segurança necessárias e verificando regularmente o</p><p>cumprimento das normas técnicas. É importante também</p><p>documentar todas as etapas da reforma, incluindo as medições,</p><p>as vistorias e as avaliações técnicas.</p><p>Entrega da obra: ao final da reforma, é importante fazer uma</p><p>vistoria final para verificar se todas as etapas foram</p><p>concluídas</p><p>conforme o projeto e as normas técnicas. É importante também</p><p>entregar ao proprietário do imóvel um relatório de reforma, que</p><p>deve conter informações sobre as etapas realizadas, as</p><p>especificações técnicas dos materiais e equipamentos utilizados,</p><p>e as garantias oferecidas pelos fornecedores.</p><p>Ao se pensar nessa norma para o profissional de design de</p><p>interiores, vale destacar que ele deve sempre verificar até que ponto,</p><p>em uma reforma, vão suas atribuições, lembrando que esse</p><p>profissional não está habilitado para fazer alterações estruturais,</p><p>demolir e construir paredes, alterar projetos elétricos ou hidráulicos e</p><p>que ele sempre trabalhará, em casos assim, em conjunto com outros</p><p>profissionais, como engenheiros e arquitetos.</p><p>1.3 ABNT NBR 15.575/2013</p><p>A ABNT NBR 15.575 – Edificações habitacionais estabelece</p><p>critérios e parâmetros técnicos para avaliação do desempenho de</p><p>edificações habitacionais em relação à segurança, habitabilidade e</p><p>sustentabilidade. Publicada em 2013, substituiu a NBR 5.674/1999,</p><p>que tratava do mesmo tema.</p><p>Essa Norma é composta por seis partes (quadro 1), e cada uma</p><p>delas aborda um aspecto específico do desempenho de edificações</p><p>habitacionais (ABNT, 2013a):</p><p>Quadro 1 – ABNT NBR 15.575: aspecto físico de desempenho de</p><p>edificações habitacionais</p><p>PARTE</p><p>1</p><p>Requisitos gerais: estabelece os princípios gerais de desempenho que devem ser</p><p>atendidos pelos sistemas construtivos de edificações habitacionais, incluindo segurança,</p><p>conforto ambiental, funcionalidade, durabilidade e economia de energia (ABNT, 2013a).</p><p>PARTE</p><p>2</p><p>Requisitos para os sistemas estruturais: estabelece os requisitos mínimos de</p><p>desempenho para os sistemas estruturais das edificações, como resistência, estabilidade,</p><p>deformabilidade e durabilidade (ABNT, 2013b).</p><p>PARTE</p><p>3</p><p>Requisitos para os sistemas de pisos: estabelece os requisitos mínimos de desempenho</p><p>para os sistemas de pisos das edificações, como resistência, estabilidade, conforto</p><p>acústico e térmico (ABNT, 2013c).</p><p>PARTE</p><p>4</p><p>Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas: estabelece os</p><p>requisitos mínimos de desempenho para os sistemas de vedações verticais internas e</p><p>externas das edificações, como resistência à compressão, estanqueidade, isolamento</p><p>térmico e acústico (ABNT, 2013d).</p><p>PARTE</p><p>5</p><p>Requisitos para os sistemas de coberturas: estabelece os requisitos mínimos de</p><p>desempenho para os sistemas de coberturas das edificações, como resistência,</p><p>estanqueidade, isolamento térmico e acústico (ABNT, 2013e).</p><p>PARTE</p><p>6</p><p>Requisitos para os sistemas hidrossanitários: estabelece os requisitos mínimos de</p><p>desempenho para os sistemas hidrossanitários das edificações, como resistência,</p><p>estanqueidade, conforto acústico e térmico (ABNT, 2013f).</p><p>Fonte: adaptado de ABNT (2013a, 2013b, 2013c, 2013d, 2013e, 2013f).</p><p>Essa Norma tem grande importância para a indústria da</p><p>construção civil, pois estabelece padrões mínimos de qualidade para</p><p>as edificações habitacionais, garantindo a segurança, o conforto e a</p><p>durabilidade delas. Além disso, contribui para a redução de</p><p>desperdícios e de custos, pois estabelece critérios para a seleção de</p><p>materiais e sistemas construtivos mais eficientes e econômicos. Para</p><p>o profissional de design de interiores, conhecê-la permite garantir</p><p>uma interlocução com os demais profissionais envolvidos no projeto</p><p>e execução da obra, além dos demais aspectos já mencionados.</p><p>1.4 ABNT NBRs 16.636-1/2017, 16.636-2/2017 e</p><p>16.636-3/2020</p><p>A ABNT 16.636 – Elaboração e desenvolvimento de serviços</p><p>técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos é</p><p>dividida em três partes: diretrizes, projeto arquitetônico e projeto</p><p>urbanístico. O quadro 2 apresenta as especificações de cada uma</p><p>dessas partes.</p><p>Quadro 2 – ABNT NBR 16.636</p><p>PARTE</p><p>1</p><p>Organiza os procedimentos e as diretrizes gerais para a aplicabilidade e produção das</p><p>principais etapas para a elaboração e o desenvolvimento dos serviços especializados de</p><p>projetos técnicos profissionais, arquitetônicos e urbanísticos, considerando outras</p><p>normas específicas e adequadas, de acordo com as diversas especialidades envolvidas</p><p>em cada projeto (ABNT, 2017b).</p><p>PARTE</p><p>2</p><p>Fornece orientações para o planejamento e desenvolvimento de projetos arquitetônicos</p><p>de edificações, abrangendo todas as etapas do processo. A Norma caracteriza as</p><p>entradas e saídas de cada fase, bem como o relacionamento com outras especialidades.</p><p>É importante ler essa Norma em conjunto com a ABNT NBR 16.636-1, que estabelece as</p><p>diretrizes e terminologias gerais para as atividades técnicas de projetos arquitetônicos e</p><p>urbanísticos. Esta parte 2 é específica para o projeto arquitetônico de edificações (ABNT,</p><p>2017c).</p><p>PARTE</p><p>3</p><p>Trata das atividades técnicas envolvidas no desenvolvimento de projetos urbanísticos. É</p><p>direcionada para o planejamento de novas cidades, trechos urbanos e redesenho de áreas</p><p>urbanas existentes que precisam ser renovadas (ABNT, 2020).</p><p>Fonte: adaptado de ABNT (2017b, 2017c, 2020).</p><p>1.5 ABNT NBR 5.410/2004</p><p>A ABNT NBR 5.410 – Instalações elétricas de baixa tensão</p><p>estabelece os requisitos para esse tipo de instalações elétricas,</p><p>incluindo as instalações em edificações. Essa norma é aplicável em</p><p>todas as edificações, como residências, edifícios comerciais,</p><p>hospitais, escolas e indústrias (ABNT, 2014).</p><p>Essa norma define os requisitos mínimos de segurança para a</p><p>instalação de equipamentos e sistemas elétricos de baixa tensão,</p><p>visando proteger pessoas e animais, além de garantir o</p><p>funcionamento correto dos equipamentos. Ela abrange aspectos</p><p>como a escolha de materiais e equipamentos elétricos, as condições</p><p>ambientais e as características das instalações.</p><p>Estabelece, ainda, critérios para o desenvolvimento do projeto</p><p>elétrico, como a determinação da potência necessária para a</p><p>instalação, o dimensionamento dos condutores elétricos, a escolha</p><p>dos dispositivos de proteção e a disposição dos equipamentos. Além</p><p>disso, a ABNT  NBR  5.410 também estabelece os requisitos para a</p><p>instalação dos sistemas elétricos e para sua manutenção.</p><p>1.6 ABNT NBR 6.492/2021</p><p>A ABNT NBR 6.492 – Representação de projetos de arquitetura</p><p>estabelece as condições necessárias para a representação gráfica</p><p>desse tipo de projeto. Ela é aplicável para desenhos arquitetônicos de</p><p>edificações, abrangendo plantas, cortes, fachadas e detalhes</p><p>construtivos. A norma define as convenções gráficas para</p><p>representação de elementos arquitetônicos, como paredes, portas,</p><p>janelas, escadas, rampas e pilares, as escalas gráficas a serem</p><p>utilizadas, as convenções para representação de curvas de nível em</p><p>terrenos e as características da legenda dos projetos (ABNT, 2021).</p><p>O documento estabelece ainda as condições para a</p><p>apresentação dos projetos, como a indicação das cotas, a disposição</p><p>dos elementos no desenho, a organização da prancha e a</p><p>apresentação da legenda.</p><p>Vale ressaltar que objetivo principal da ABNT NBR 6.492 é</p><p>padronizar a representação gráfica dos projetos, de modo a facilitar a</p><p>compreensão e a interpretação dos desenhos pelos usuários e</p><p>profissionais envolvidos no processo de construção.</p><p>2 ABNT NBRs – normas específicas para</p><p>o design de interiores</p><p>Pode-se dizer que a maioria das normas discutidas</p><p>anteriormente é, de alguma maneira, importante para o exercício da</p><p>profissão do designer de interiores. Entre elas, destacam-se a ABNT</p><p>NBR 9.050 e a ABNT  NBR 16.636-2. Além delas, há outras normas</p><p>importantes para o campo do design como um todo.</p><p>Em 2017, foi publicada a ABNT NBR 16.585/2017, que apresenta</p><p>recomendações de boas práticas para os serviços de design, com o</p><p>objetivo de minimizar erros e inconsistências no resultado final das</p><p>atividades. O público-alvo abrange designers, empresas de design,</p><p>prestadores de serviços, clientes e organizações que trabalham com</p><p>diversas áreas desse campo (CAU/SP, 2017).</p><p>De acordo com a arquiteta e urbanista Denise Guarezzi,</p><p>coordenadora do GT Arquitetura de Interiores do CAU/SP na ocasião,</p><p>a diversificação de áreas de atuação do design exige profissionais</p><p>com conhecimentos sistematizados de artes,</p><p>técnicas, teorias e</p><p>práticas específicas de cada área (CAU/SP, 2017).</p><p>Guarezzi foi a profissional representante do conselho na</p><p>comissão da ABNT que discutiu os termos da nova Norma entre 2016</p><p>e 2017. O grupo multidisciplinar da associação contou com a</p><p>participação de profissionais ligados a diversas áreas do design, com</p><p>o objetivo de elaborar duas novas normas. A primeira, ABNT NBR</p><p>16516/2016, foi destinada à conceituação de termos pertinentes ao</p><p>design, enquanto a segunda estabelece diretrizes para as boas</p><p>práticas na prestação dos serviços de design (CAU/SP, 2017).</p><p>2.1 ABNT NBR 16.516/2016</p><p>A ABNT NBR 16.516 – Serviços de design tem como objetivo</p><p>fornecer definições de termos específicos utilizados nos serviços de</p><p>design, incentivando a utilização de uma terminologia uniforme e um</p><p>entendimento comum dentro desse segmento de serviço (ABNT,</p><p>2016).</p><p>Essa norma deve ser utilizada por pessoas e organizações</p><p>envolvidas com serviços de design e pelos desenvolvedores de</p><p>normas, guias, procedimentos e outros documentos normativos</p><p>relativos às atividades de serviços de design.</p><p>Um dos termos que essa norma estabelece é o próprio conceito</p><p>de design:</p><p>uma atividade intelectual, técnica, criativa, de planejamento, projeto e</p><p>desenvolvimento que une elementos estéticos, simbólicos, funcionais,</p><p>produtivos e do usuário, em sistemas, produtos, serviços, comunicação ou</p><p>ambientes, cujo objetivo principal é criar valor e sentido, produzindo</p><p>adequação, melhoria e/ou inovação. (ABNT, 2016)</p><p>Assim, a ABNT NBR 16.516 é uma norma geral que estabelece</p><p>os termos e definições utilizados em serviços de design de maneira</p><p>ampla, abrangendo diversos campos de atuação do design, inclusive</p><p>o design de interiores. Desse modo, vários dos pontos da Norma são</p><p>relevantes para o design de interiores, como (ABNT, 2016):</p><p>Design de interiores: design aplicado à concepção e à</p><p>organização de espaços interiores.</p><p>Ergonomia: estudo da relação entre o ser humano e o ambiente,</p><p>visando à otimização do conforto, da segurança e da eficiência.</p><p>Sustentabilidade: princípio que orienta o desenvolvimento de</p><p>produtos, serviços e ambientes, de modo a minimizar os</p><p>impactos ambientais e sociais.</p><p>Briefing: documento que contém as informações essenciais</p><p>para a realização de um projeto de design, como seus objetivos,</p><p>as características do espaço, as necessidades e preferências do</p><p>cliente.</p><p>Conceito: ideia central que orienta o desenvolvimento de um</p><p>projeto de design, definindo a abordagem estética, funcional e</p><p>conceitual do espaço.</p><p>Protótipo: modelo inicial ou amostra de um produto ou serviço,</p><p>utilizado para testes e avaliações.</p><p>Usuário: pessoa ou grupo que utiliza ou interage com o ambiente</p><p>desenvolvido pelo design, sendo fundamental considerar suas</p><p>necessidades, preferências e comportamentos.</p><p>Comunicação visual: conjunto de técnicas utilizadas para</p><p>transmitir informações por meio de elementos visuais, como</p><p>cores, tipografia, imagens e símbolos, que podem ser aplicados</p><p>em projetos de sinalização e ambientação.</p><p>Qualidade: grau de conformidade do ambiente com as</p><p>especificações e os requisitos estabelecidos, incluindo aspectos</p><p>relacionados à segurança, à higiene, ao conforto e à estética.</p><p>Normas e regulamentos: conjunto de requisitos legais e</p><p>normativos que devem ser considerados no desenvolvimento de</p><p>projetos de design de interiores, como normas técnicas de</p><p>acessibilidade e regulamentos de segurança contra incêndio.</p><p>2.2 ABNT NBR 16.585/2017</p><p>A ABNT NBR 16.585 – Serviços de design tem como principal</p><p>objetivo esclarecer a profissionais e clientes do mercado que o design</p><p>é um processo e que um bom resultado desse processo é decorrente</p><p>do cumprimento de uma série de etapas descritas pela norma técnica</p><p>(CAU/SP, 2017).</p><p>Essa Norma estabelece diretrizes para as melhores práticas</p><p>utilizadas no serviço de design e tem como objetivo incentivar a</p><p>aplicação dessas práticas em todas as áreas desse segmento.</p><p>Pessoas e organizações envolvidas com o design devem utilizar essa</p><p>Norma.</p><p>É importante lembrar que a norma é dinâmica e deve ser</p><p>revisada periodicamente para avaliar se são necessárias alterações.</p><p>No processo de projeto, as consultas dos profissionais da área</p><p>devem ser constantes.</p><p>A Norma sugere que, na fase final, seja entregue ao cliente uma</p><p>documentação com o serviço de pós-venda. Alexandre Guedes,</p><p>coordenador da comissão responsável pela NBR 16.585, destaca que,</p><p>sem um processo-padrão, havia a tendência de os prestadores de</p><p>serviço entregarem resultados muito diversos, resultando em projetos</p><p>que muitas vezes não podiam ser utilizados pelo cliente. Ele</p><p>acrescenta que a norma não pretende resolver tudo, mas, sim,</p><p>informar quais são as diretrizes para uma boa prestação de serviços</p><p>de design, servindo como base de consulta para todos os envolvidos</p><p>(CAU/SP, 2017).</p><p>Embora tenham sido consideradas muitas variáveis do</p><p>segmento de design no desenvolvimento dessas duas Normas, é</p><p>possível que alguns casos específicos não estejam contemplados em</p><p>detalhes. Por isso, é importante que o processo de criação de normas</p><p>específicas para cada área do design seja continuado, como já</p><p>acontece em outros segmentos. Esse é o caso do design de</p><p>interiores, que utiliza normas de áreas afins como engenharia,</p><p>arquitetura e do próprio design como um todo.</p><p>3 ABNT NBRs ISOs</p><p>As ABNT NBRs ISOs são normas técnicas elaboradas pela ABNT</p><p>que seguem as diretrizes e os requisitos estabelecidos pela</p><p>International Organization for Standardization (ISO). Ao usar tais</p><p>normas, o profissional garante estar trabalhando de acordo com as</p><p>diretrizes internacionais. Entre as usadas pelos designers de</p><p>interiores, destacam-se a ABNT NBR ISO 8.995-1, a ABNT NBR ISO</p><p>19.650 e a ABNT NBR ISO 14.001.</p><p>3.1 ABNT NBR ISO 8.995-1/2013</p><p>A ABNT NBR ISO 8.995-1 – Iluminação de ambientes de trabalho</p><p>trata de iluminância de interiores. Ela estabelece as condições</p><p>mínimas de iluminação necessárias para as atividades visuais em</p><p>ambientes internos, com o objetivo de assegurar conforto visual e</p><p>eficiência energética (ABNT, 2013g).</p><p>A norma define que a iluminância é a quantidade de luz incidente</p><p>em uma superfície e é medida em lux (lx). Ela estabelece diferentes</p><p>níveis de iluminância recomendados para diferentes tipos de</p><p>atividades, considerando as necessidades visuais específicas de cada</p><p>uma (ABNT, 2013g).</p><p>Entre as atividades consideradas pela norma, estão escritórios,</p><p>escolas, hospitais, indústrias, comércio e esportes. Para cada uma,</p><p>são definidos valores de iluminância mínima recomendada em lux,</p><p>que variam de acordo com a tarefa a ser realizada e com a idade da</p><p>população usuária.</p><p>A Norma também estabelece critérios para o cálculo da</p><p>iluminância, considerando a distribuição da luz, o fator de reflexão</p><p>das superfícies e outros aspectos relevantes.</p><p>Ao desenvolver projetos de interiores, a iluminação é item de</p><p>extrema importância; assim, especialistas em design de interiores e</p><p>arquitetura devem estar bem informados sobre a norma e aplicá-la</p><p>em seus projetos, garantindo que os espaços planejados ofereçam</p><p>iluminação confortável e apropriada para as atividades</p><p>desempenhadas.</p><p>Além dessa norma, outras devem ser observadas, como a NBR</p><p>5.413 – Iluminância de interiores, a NBR 6.854 – Aparelhos de</p><p>iluminação para interiores e a NBR 7.195 – Cores para segurança do</p><p>trabalho.</p><p>3.2 ABNT NBR ISO 19.650/2022</p><p>A ABNT NBR ISO 19.650 – Organização da informação acerca de</p><p>trabalhos da construção estabelece os princípios e requisitos para</p><p>gestão de informações de construção ao longo do ciclo de vida de</p><p>um empreendimento. Ela define os processos, procedimentos e</p><p>tecnologias necessários para gerenciar e compartilhar informações</p><p>de construção de maneira eficiente e integrada, desde a concepção</p><p>até o descarte do empreendimento (ABNT, 2022a, 2022b).</p><p>A Norma se aplica a todos os envolvidos no ciclo de vida de um</p><p>empreendimento, incluindo proprietários, empreiteiros, projetistas,</p><p>construtores, fabricantes de componentes e fornecedores de</p><p>serviços. Ela se baseia em princípios de colaboração, transparência,</p><p>padronização e automação</p><p>de processos.</p><p>Entre os principais benefícios da aplicação da ABNT NBR ISO</p><p>19.650, estão (ABNT, 2022a, 2022b):</p><p>Melhoria da qualidade das informações de construção, reduzindo</p><p>erros e retrabalho.</p><p>Redução de custos e prazos, por meio da eliminação de</p><p>duplicação de esforços e aumento da eficiência na gestão das</p><p>informações.</p><p>Facilitação do auxílio entre os envolvidos no empreendimento,</p><p>melhorando a comunicação e a tomada de decisão.</p><p>Aumento da transparência e da responsabilidade dos envolvidos</p><p>no empreendimento, por meio do registro completo e do seguro</p><p>das informações ao longo do ciclo de vida do empreendimento.</p><p>A ABNT NBR ISO 19.650 é uma Norma recente e ainda pouco</p><p>conhecida no mercado brasileiro, mas a tendência é que sua adoção</p><p>se torne cada vez mais comum, especialmente em empreendimentos</p><p>de maior complexidade.</p><p>3.3 ABNT NBR ISO 14.001/2015</p><p>A ABNT NBR ISO 14.001 – Sistemas de gestão ambiental foi</p><p>criada com o intuito de auxiliar empresas a gerenciar seus riscos</p><p>ambientais como parte integrante da estratégia de negócios. Seu</p><p>objetivo principal é especificar os requisitos para a implementação de</p><p>um sistema de gestão ambiental que permita que organizações,</p><p>independentemente de seu tamanho, possam desenvolver práticas</p><p>sustentáveis em seus produtos e serviços. Além disso, essa norma</p><p>considera tanto os aspectos ambientais influenciados pela</p><p>organização quanto aqueles que podem ser controlados por ela</p><p>(CASACOR, 2019).</p><p>A ABNT NBR ISO 14.001 é um conjunto de diretrizes para</p><p>sistemas de gestão ambiental, que visa promover a sustentabilidade</p><p>e a preservação do meio ambiente (ABNT, 2015b). Essa Norma pode</p><p>ser aplicada em diferentes contextos, inclusive no design de</p><p>interiores, como escolhendo materiais sustentáveis, prevendo a</p><p>redução do consumo de energia e priorizando a gestão de resíduos.</p><p>A leitura das normas é muito importante para que se adotem</p><p>práticas que promovam a sustentabilidade e a preservação do meio</p><p>ambiente em escritórios e em nossos projetos.</p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, aprendemos as principais normas que regem a</p><p>atividade do designer de interiores. Vimos que há normas nacionais e</p><p>internacionais e que é de suma importância que ambas sejam</p><p>integradas e, na medida do possível, equivalentes, para que projetos</p><p>elaborados em um país possam ser desenvolvidos em outros sem</p><p>necessitar de grandes adaptações.</p><p>É importante ressaltar que as normas não são limitadoras, mas,</p><p>sim, orientadoras na elaboração de projetos de alta qualidade. Ao</p><p>contratar profissionais e especificar produtos, é fundamental verificar</p><p>a idoneidade e a conformidade com as normas que regulamentam</p><p>suas áreas de atuação. Desde o projetista complementar, que deve</p><p>seguir as legislações pertinentes, até o fabricante de um</p><p>revestimento, que deve atender aos requisitos legais nos processos</p><p>de produção e qualidade do produto, todos os envolvidos são</p><p>responsáveis por garantir um resultado satisfatório para o projeto de</p><p>interiores.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>5.410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT,</p><p>2004.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>6.492: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro:</p><p>ABNT, 2021.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>9.050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e</p><p>equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-1: Edificações habitacionais – desempenho. Parte 1:</p><p>requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-2: Edificações habitacionais – desempenho. Parte 2:</p><p>requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013b.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-3: Edificações habitacionais – desempenho. Parte 3:</p><p>requisitos para os sistemas de pisos. Rio de Janeiro: ABNT, 2013c.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-4: Edificações habitacionais – desempenho. Parte 4:</p><p>requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas</p><p>– SVVIE. Rio de Janeiro: ABNT, 2013d.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-5: Edificações habitacionais – desempenho. Parte 5:</p><p>requisitos para os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro: ABNT,</p><p>2013e.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-6: Edificações habitacionais – desempenho. Parte 6:</p><p>requisitos para os sistemas hidrossanitários. Rio de Janeiro: ABNT,</p><p>2013f.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.280: Reforma em edificações – sistema de gestão de reformas –</p><p>requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.516: Serviços de design – terminologia. Rio de Janeiro: ABNT,</p><p>2016.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.585: Serviços de design – diretrizes para boas práticas. Rio de</p><p>Janeiro: ABNT, 2017a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.636-1: Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos</p><p>especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos – parte 1:</p><p>diretrizes e terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2017b.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.636-2: Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos</p><p>especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos – parte 2:</p><p>projeto arquitetônico. Rio de Janeiro: ABNT, 2017c.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.636-3: Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos</p><p>especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos – parte 3:</p><p>projeto urbanístico. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO</p><p>8.995-1: Iluminação de ambientes de trabalho – parte 1: interior. Rio</p><p>de Janeiro: ABNT, 2013g.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO</p><p>14.001: Sistemas de gestão ambiental – requisitos com orientações</p><p>para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015b.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO</p><p>19.650-1: Organização da informação acerca de trabalhos da</p><p>construção – gestão da informação usando modelagem da</p><p>informação da construção. Parte 1: conceitos e princípios. Rio de</p><p>Janeiro: ABNT, 2022a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO</p><p>19.650-2: Organização da informação acerca de trabalhos da</p><p>construção – gestão da informação usando modelagem da</p><p>informação da construção. Parte 2: fase de entrega de ativos. Rio de</p><p>Janeiro: ABNT, 2022b.</p><p>CASACOR. CASACOR 2020: rumo à certificação ISO 14001.</p><p>CASACOR, 27 dez. 2019. Disponível em:</p><p>https://casacor.abril.com.br/sustentabilidade/casacor-2020-rumo-a-</p><p>certificacao-iso-14001/. Acesso em: 5 mar. 2023.</p><p>CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DE SÃO PAULO</p><p>(CAU/SP). Nova norma técnica ajuda a aprimorar prestação de</p><p>serviços em design. CAU/SP, 23 maio 2017. Disponível em:</p><p>https://causp.gov.br/nova-norma-tecnica-ajuda-a-aprimorar-</p><p>prestacao-de-servicos-em-design/. Acesso em: 5 mar. 2023.</p><p>https://casacor.abril.com.br/sustentabilidade/casacor-2020-rumo-a-certificacao-iso-14001/</p><p>https://causp.gov.br/nova-norma-tecnica-ajuda-a-aprimorar-prestacao-de-servicos-em-design/</p><p>Capítulo 7</p><p>Abertura de empresa de design de</p><p>interiores</p><p>As possibilidades de trabalho para um designer de interiores são</p><p>bastante amplas e variadas. É possível trabalhar em empresas</p><p>especializadas como parte de uma equipe profissional, em lojas de</p><p>móveis e decoração, em construtoras ou imobiliárias, em eventos</p><p>desenvolvendo stands e cenários ou, ainda, de maneira independente,</p><p>como freelancer. Vale dizer que o profissional freelancer pode atuar</p><p>como autônomo ou por meio de uma empresa própria.</p><p>Abrir uma empresa de design de interiores pode ser um grande</p><p>desafio, mas, com um planejamento cuidadoso e a escolha correta</p><p>do enquadramento tributário e dos investimentos necessários, é</p><p>possível obter sucesso no empreendimento.</p><p>Para começar, é importante definir o tipo de empresa que se</p><p>pretende abrir. Existem diversas opções, como microempreendedor</p><p>individual (MEI – não permitida</p><p>ao designer de interiores),</p><p>microempresa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP), cada uma</p><p>com suas próprias características e exigências legais. Já para</p><p>trabalhar como autônomo, é necessário recorrer ao pagamento do</p><p>carnê-leão.</p><p>Em relação ao enquadramento tributário, há diferentes opções</p><p>disponíveis, como Simples Nacional, lucro presumido e lucro real. É</p><p>importante avaliar cuidadosamente as vantagens e as desvantagens</p><p>de cada uma delas, considerando fatores como o volume de</p><p>faturamento esperado, a complexidade do negócio e os custos</p><p>tributários envolvidos.</p><p>Além disso, é preciso considerar também os investimentos</p><p>necessários para abrir a empresa, como compra de equipamentos,</p><p>contratação de funcionários e aquisição de materiais de trabalho.</p><p>Deve-se elaborar um plano de negócios detalhado e definir um</p><p>orçamento realista para garantir que a empresa possa ser aberta com</p><p>segurança e sustentabilidade financeira.</p><p>Por fim, é fundamental buscar a orientação de profissionais</p><p>especializados na área, como contadores e advogados, para garantir</p><p>que todos os aspectos legais e tributários da empresa sejam</p><p>cumpridos de maneira adequada.</p><p>Neste capítulo, apresentaremos as possibilidades para o</p><p>profissional de design de interiores.</p><p>1 Enquadramento tributário e</p><p>investimentos</p><p>Conforme apontado anteriormente, há vários campos e formas</p><p>de atuação para um profissional de design de interiores. Neste tópico,</p><p>serão apresentados os possíveis enquadramentos tributários e os</p><p>investimentos necessários para iniciar um negócio.</p><p>Em relação aos enquadramentos tributários, os principais são:</p><p>Simples Nacional, lucro presumido e lucro real.</p><p>1.1 Simples Nacional</p><p>O Simples Nacional é, segundo a Receita Federal (BRASIL, [s. d.]),</p><p>um regime tributário simplificado que abrange várias categorias de</p><p>empresas, inclusive microempresas e empresas de pequeno porte, e</p><p>permite o pagamento de todos os tributos em uma única guia. Para</p><p>se enquadrar no Simples Nacional, a empresa de design de interiores</p><p>deve ter faturamento anual de até R$ 4,8 milhões (GULARTE, 2023).</p><p>Ele foi criado para simplificar o processo de arrecadação,</p><p>cobrança e fiscalização de tributos para as microempresas e</p><p>empresas de pequeno porte, de acordo com a Lei Complementar n.</p><p>123, de 14 de dezembro de 2006. Todos os entes federados (União,</p><p>estados, Distrito Federal e municípios) participam do regime</p><p>compartilhado. O Simples Nacional é administrado por um Comitê</p><p>Gestor, composto por oito integrantes – quatro da Secretaria da</p><p>Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos estados e do Distrito Federal</p><p>e dois dos municípios (BRASIL, [s. d.]).</p><p>Para aderir ao Simples Nacional, é necessário atender às</p><p>seguintes condições: estar enquadrado na definição de</p><p>microempresa ou empresa de pequeno porte, cumprir os requisitos</p><p>previstos na legislação e formalizar a opção pelo Simples Nacional.</p><p>Algumas características do regime do Simples Nacional são</p><p>(BRASIL, [s. d.]):</p><p>ser facultativo;</p><p>ser irretratável durante todo o ano-calendário;</p><p>abranger vários tributos, incluindo imposto de renda da pessoa</p><p>jurídica (IRPJ), contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL),</p><p>(Programa de Integração Social/Programa de Formação do</p><p>Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), contribuição para o</p><p>financiamento da seguridade social (Cofins), imposto sobre</p><p>produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações</p><p>relativas à circulação de mercadorias (ICMS), imposto sobre</p><p>serviços (ISS) e contribuição patronal previdenciária (CPP);</p><p>ter recolhimento dos tributos por meio de documento de</p><p>arrecadação (DAS);</p><p>dispor de sistema eletrônico para cálculo do valor mensal devido</p><p>e geração do DAS;</p><p>ter apresentação de declaração única e simplificada de</p><p>informações socioeconômicas e fiscais;</p><p>ter prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês</p><p>subsequente àquele em que foi auferida a receita bruta; e</p><p>possibilitar que estados adotem sublimites para as EPPs com</p><p>base na respectiva participação no PIB – caso a receita bruta</p><p>total extrapole o respectivo sublimite, os estabelecimentos</p><p>localizados nesses estados devem recolher o ICMS e o ISS</p><p>diretamente ao estado ou município.</p><p>O valor pago por uma empresa que está no regime do Simples</p><p>Nacional é calculado com base no faturamento anual da empresa e</p><p>varia de acordo com a atividade exercida e o montante de receita</p><p>bruta auferida no ano-calendário anterior. O valor pago pela empresa</p><p>é calculado com base em uma tabela de alíquotas que varia de 4% a</p><p>33%, dependendo da faixa de faturamento e atividade exercida.</p><p>Considerando, por exemplo, uma empresa que tenha lucro anual</p><p>de R$ 160 mil e não esteja exercendo atividades que impeçam o</p><p>enquadramento no Simples Nacional, pode-se calcular o valor a ser</p><p>pago de acordo com as faixas de faturamento e alíquotas</p><p>estabelecidas pela legislação. Na tabela de alíquotas do Simples</p><p>Nacional, a atividade de design de interiores pode ser enquadrada</p><p>segundo os anexos IV e V, sendo mais adequado o anexo IV. Nele, a</p><p>faixa de faturamento até R$ 180 mil tem alíquota de 15,5% (GULARTE,</p><p>2023).</p><p>Tabela 1 – Alíquotas do Simples Nacional – participantes:</p><p>empresas que fornecem serviço de auditoria, jornalismo,</p><p>tecnologia, publicidade, engenharia, entre outros</p><p>RECEITA BRUTA TOTAL EM 12</p><p>MESES</p><p>ALÍQUOTA QUANTO DESCONTAR DO VALOR</p><p>RECOLHIDO</p><p>Até R$ 180.000,00 15,5% 0</p><p>De 180.000,01 a 360.000,00 18% R$ 4.500,00</p><p>De 360.000,01 a 720.000,00 19,5% R$ 9.900,00</p><p>De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5% R$ 17.100,00</p><p>De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23% R$ 62.100,00</p><p>De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% R$ 540.000,00</p><p>Fonte: adaptado de Gularte (2023).</p><p>Dessa maneira, a empresa pagaria R$ 24.800,00 ao longo do</p><p>ano, mas vale lembrar que outros fatores podem influenciar o valor a</p><p>ser pago, como o tipo de atividade exercida e a existência de débitos</p><p>fiscais em aberto.</p><p>É interessante observar que, pelas características descritas, essa</p><p>é uma boa opção para a maioria dos escritórios de design de</p><p>interiores, visto que estes costumam ser de pequeno porte.</p><p>1.2 Lucro presumido</p><p>O lucro presumido é um regime tributário que presume qual será</p><p>o lucro da empresa com base em um percentual fixo sobre seu</p><p>faturamento. Esse regime é indicado para empresas que apresentam</p><p>margens de lucro maiores (AMORIM, [s. d.]).</p><p>A Receita Federal adota uma porcentagem fixa do faturamento</p><p>como lucro presumido, eliminando a necessidade de comprovação de</p><p>lucro durante a declaração de impostos. Apesar de ser vantajoso em</p><p>algumas situações, esse modelo pode ser desfavorável em outras.</p><p>No Brasil, a maioria das empresas pode utilizar o lucro</p><p>presumido, desde que fature menos de R$ 78 milhões por ano e não</p><p>opere em setores específicos, como bancos e empresas públicas. As</p><p>alíquotas de imposto variam entre 1,6% e 32% do faturamento, de</p><p>acordo com a atividade da empresa.</p><p>Ao se optar pelo lucro presumido, é importante estar ciente dos</p><p>impostos que devem ser pagos. A frequência de pagamento pode</p><p>variar entre mensal e trimestral, dependendo do tributo. Os impostos</p><p>de cálculo mensal incluem: o ISS, que varia entre 2,5% e 5%,</p><p>dependendo do município e serviço prestado; o PIS com alíquota de</p><p>0,65%; e a Cofins com alíquota de 3% (GULARTE, [s. d.]).</p><p>Já o IRPJ e a CSLL são tributos trimestrais, com alíquotas de</p><p>15% e 9%, respectivamente. Esses impostos incidem apenas sobre os</p><p>percentuais de presunção de lucro, de acordo com a atividade da</p><p>empresa (GULARTE, [s. d.]).</p><p>A tabela 2 apresenta as porcentagens de tributação conforme a</p><p>atividade da empresa.</p><p>Tabela 2 – Percentual de presunção de lucro</p><p>ATIVIDADE EXERCIDA PERCENTUAL DE</p><p>FATURAMENTO TRIBUTADO</p><p>Revenda de combustíveis e gás natural 1,60%</p><p>Transporte de cargas 8,00%</p><p>Atividades imobiliárias 8,00%</p><p>Industrialização para terceiros com recebimento do material 8,00%</p><p>Demais atividades não especificadas que não sejam prestação de</p><p>serviço</p><p>8,00%</p><p>Transporte que não seja de cargas e serviços em geral 16,00%</p><p>Serviços profissionais que exijam formação técnica ou acadêmica</p><p>– como advocacia e engenharia</p><p>32,00%</p><p>Intermediação de negócios 32,00%</p><p>Administração de</p><p>bens móveis ou imóveis, locação ou cessão</p><p>desses mesmos bens</p><p>32,00%</p><p>Construção civil e serviços em geral 32,00%</p><p>Fonte: adaptado de Gularte ([s. d.]).</p><p>Importante observar que, neste caso, a tributação é bem maior</p><p>(32%), o que faz com que esta não seja a melhor opção para as</p><p>pequenas e médias empresas de design de interiores.</p><p>1.3 Lucro real</p><p>Neste regime tributário, a empresa deve apurar seu lucro real,</p><p>considerando todas as receitas e despesas, e pagar os impostos</p><p>sobre esse valor. É indicado para empresas com margens de lucro</p><p>menores (AMORIM, [s. d.]).</p><p>Esse regime é uma opção de tributação que se aplica a</p><p>empresas cuja receita bruta anual ultrapassa o limite de R$ 78</p><p>milhões ou quando a empresa escolhe esse regime por opção ou por</p><p>obrigatoriedade legal. Nele, a empresa deve calcular seus impostos</p><p>com base no lucro real apurado em seu balanço contábil, que</p><p>consiste no lucro líquido ajustado de acordo com as normas</p><p>contábeis e fiscais vigentes. Dessa maneira, os impostos são</p><p>calculados sobre a base do lucro real, e não sobre uma presunção de</p><p>lucro, como ocorre no regime de lucro presumido.</p><p>Alguns impostos que incidem sobre empresas que optam pelo</p><p>regime de lucro real são o IRPJ e a CSLL, que são calculados sobre o</p><p>lucro contábil da empresa, além de outras contribuições sociais e</p><p>tributos que podem ser devidos de acordo com a atividade exercida.</p><p>Esse regime exige maior controle e rigor na contabilidade da</p><p>empresa, pois a base de cálculo dos impostos é o lucro real apurado</p><p>no balanço contábil. Além disso, a empresa deve observar as regras</p><p>fiscais e contábeis para a apuração do lucro real, sendo necessária a</p><p>contratação de profissionais especializados para garantir o</p><p>cumprimento das obrigações fiscais e contábeis.</p><p>Embora o regime de lucro real exija maior esforço na gestão</p><p>contábil e tributária da empresa, ele pode ser vantajoso para</p><p>empresas que apresentam lucros reais inferiores aos presumidos,</p><p>uma vez que os impostos a serem pagos serão menores do que se</p><p>estivessem no regime de lucro presumido. Além disso, esse regime</p><p>também permite a utilização de determinadas deduções e incentivos</p><p>fiscais que podem reduzir o valor dos impostos devidos pela</p><p>empresa.</p><p>1.4 Investimentos</p><p>Investimento é uma aplicação de recursos com o objetivo de</p><p>obter retorno financeiro no futuro. É importante ressaltar que o</p><p>investimento envolve riscos e incertezas, e que o retorno esperado</p><p>pode não ser alcançado.</p><p>Para abrir uma empresa de design de interiores, devem-se</p><p>considerar também custos, preços e valores. Custos são os gastos</p><p>diretos necessários para produzir um bem ou serviço; preços são os</p><p>valores pelos quais um bem ou serviço é vendido; e valores, por sua</p><p>vez, são os critérios subjetivos que determinam a importância de algo</p><p>para uma pessoa ou empresa.</p><p>No contexto de design de interiores, os investimentos podem ser</p><p>de ordem material, física, de instalações e mesmo estar relacionados</p><p>ao aprimoramento do conhecimento do profissional. Por exemplo,</p><p>investimentos de ordem material incluem a compra de materiais e</p><p>equipamentos necessários para a realização de projetos; já os</p><p>investimentos de ordem física envolvem a construção ou a reforma</p><p>de espaços físicos para a instalação do escritório.</p><p>Por fim, o conhecimento do profissional de design de interiores é</p><p>um investimento importante, pois o sucesso de um projeto muitas</p><p>vezes depende da capacidade e habilidade do profissional em</p><p>entender as necessidades e preferências do cliente e traduzi-las em</p><p>um projeto funcional e esteticamente agradável. Assim, cursos</p><p>diversos são fundamentais para o aprimoramento do profissional.</p><p>Compreender os diferentes tipos de investimentos necessários</p><p>para a realização de projetos de design de interiores é fundamental</p><p>para o sucesso do negócio; e a análise cuidadosa de custos, preços e</p><p>valores envolvidos em cada investimento é importante para garantir</p><p>que o retorno esperado seja alcançado e que o projeto seja viável</p><p>financeiramente. Além disso, a escolha dos investimentos corretos</p><p>pode contribuir para a melhoria da qualidade dos projetos e da</p><p>satisfação dos clientes.</p><p>Por exemplo, é fundamental que um profissional de design de</p><p>interiores tenha um fluxo de trabalho estabelecido e uma base de</p><p>clientes consolidada antes de pensar em se instalar em um novo</p><p>local com gastos. Isso porque o processo de conquistar novos</p><p>clientes e estabelecer uma rede de contatos pode levar tempo e</p><p>demandar investimentos financeiros e tempo.</p><p>Além disso, o setor de design de interiores vem passando por</p><p>transformações significativas com o avanço das tecnologias. Cada</p><p>vez mais, os profissionais estão utilizando recursos digitais para</p><p>otimizar seus processos e aumentar sua eficiência. No entanto, é</p><p>preciso ter em mente que a transição para o formato digital pode</p><p>demandar investimentos significativos em tecnologias, softwares e</p><p>equipamentos. No início, os gastos com esses investimentos podem</p><p>ser maiores do que os custos associados à produção de pranchas</p><p>impressas, por exemplo.</p><p>Em relação aos investimentos, deve-se considerar o capital</p><p>inicial, ou seja, o valor necessário para abrir a empresa e arcar com os</p><p>primeiros meses de despesas até que o negócio comece a gerar</p><p>receita. Esse valor pode variar de acordo com o porte e a localização</p><p>da empresa, bem como com a estrutura e os equipamentos</p><p>necessários para a atividade de design de interiores. Em um primeiro</p><p>momento, pode-se trabalhar de casa e optar por agendar reuniões</p><p>com clientes nas obras ou em espaços de coworking. De qualquer</p><p>modo, é importante contar com um espaço adequado para a</p><p>realização dos projetos, além de equipamentos, softwares e materiais</p><p>de qualidade para a execução dos trabalhos.</p><p>Vale destacar ainda a necessidade de um investimento em</p><p>marketing com o objetivo de atrair clientes e consolidar sua marca no</p><p>mercado, investindo em ações de marketing (ao menos digital) e</p><p>divulgação do negócio, como presença em redes sociais e outras</p><p>estratégias.</p><p>2 CNPJ ou MEI</p><p>O microempreendedor individual (MEI) é um regime tributário</p><p>simplificado e facilitado para pequenos empresários que atuam como</p><p>pessoa física e faturam até R$ 81 mil por ano. É uma opção</p><p>interessante para profissionais autônomos, microempresários e</p><p>empreendedores individuais que querem formalizar sua atividade e</p><p>pagar menos impostos.</p><p>Entre as vantagens de ser um microempreendedor individual,</p><p>está o pagamento de um valor fixo mensal que engloba diversos</p><p>impostos (INSS, ICMS e ISS), além da dispensa de contabilidade</p><p>formal e da redução de custos e burocracias para formalização e</p><p>manutenção da empresa.</p><p>Os profissionais aceitos no regime MEI são aqueles que exercem</p><p>atividades permitidas pela legislação e que se enquadram nos limites</p><p>de faturamento anual previstos para esse regime. Entre as atividades</p><p>permitidas, destacam-se (TORRES, 2023a):</p><p>artesanato;</p><p>beleza e estética (como cabeleireiros, manicures e depiladores);</p><p>comércio de roupas, calçados e acessórios;</p><p>conserto e manutenção de eletrodomésticos;</p><p>criação de animais de estimação;</p><p>cuidados com crianças e idosos;</p><p>fotografia;</p><p>jardinagem;</p><p>prestação de serviços de informática;</p><p>serviços de limpeza e conservação;</p><p>venda de alimentos e bebidas;</p><p>transporte de passageiros (como motoristas de aplicativo).</p><p>Vale lembrar que existem algumas restrições e condições para o</p><p>enquadramento no regime MEI, como o limite de faturamento anual, a</p><p>proibição de possuir sócios e a possibilidade de contratar apenas um</p><p>empregado. Por isso, é importante verificar as regras e as condições</p><p>específicas para cada caso antes de optar por ele (PORTAL DA</p><p>INDÚSTRIA, [s. d.]).</p><p>De acordo com as leis atuais, a atividade de design de interiores,</p><p>classificada na CNAE 7410-2/02, não pode ser enquadrada como</p><p>MEI. CNAE é a sigla para Classificação Nacional de Atividades</p><p>Econômicas, sistema que organiza e classifica as atividades</p><p>econômicas realizadas por empresas e empreendedores individuais</p><p>no Brasil. Seu objetivo é padronizar e organizar as informações sobre</p><p>as atividades econômicas, facilitando o acompanhamento e a</p><p>atribuições em autarquias e instituições de economia</p><p>mista ou privada.</p><p>Estudar, projetar, analisar e avaliar técnicas e obras relacionadas a</p><p>portos, rios, canais, barragens e das concernentes aos aeroportos.</p><p>Estudar, projetar, analisar e avaliar técnicas e obras relacionadas</p><p>peculiares ao saneamento urbano e rural.</p><p>Estudar, projetar, analisar e avaliar técnicas e obras e serviços de</p><p>urbanismo.</p><p>Projetar e construir “pontes e grandes estruturas” (FRANCALACCI,</p><p>2018).</p><p>1.2 Arquitetos</p><p>A arquitetura pode ser definida, segundo o dicionário Houaiss,</p><p>como “a arte e técnica de organizar espaços e criar ambientes para</p><p>abrigar os diversos tipos de atividades humanas, visando também a</p><p>determinada intenção plástica”.</p><p>Perceba aqui a presença da intenção plástica da palavra “arte” e</p><p>da expressão “atividade humana”. Arquitetos projetam para pessoas,</p><p>com arte.</p><p>Os arquitetos, por sua formação generalista, têm as seguintes</p><p>atribuições em onze campos de atuação:</p><p>Arquitetura e urbanismo – concepção e execução de projetos.</p><p>Arquitetura de interiores – concepção e execução de projetos de</p><p>ambientes.</p><p>Arquitetura paisagística – concepção e execução de projetos para</p><p>espaços externos, livres e abertos, privados ou públicos, como</p><p>parques e praças, considerados isoladamente ou em sistemas,</p><p>dentro de várias escalas, inclusive a territorial.</p><p>Patrimônio histórico-cultural e artístico – arquitetônico, urbanístico,</p><p>paisagístico, monumentos, restauro, práticas de projeto e soluções</p><p>tecnológicas para reutilização, reabilitação, reconstrução,</p><p>preservação, conservação, restauro e valorização de edificações,</p><p>conjuntos e cidades.</p><p>Planejamento urbano e regional – planejamento físico-territorial,</p><p>planos de intervenção no espaço urbano, metropolitano e regional</p><p>fundamentados nos sistemas de infraestrutura, saneamento básico</p><p>e ambiental, sistema viário, sinalização, tráfego e trânsito urbano e</p><p>rural, acessibilidade, gestão territorial e ambiental, parcelamento do</p><p>solo, loteamento, desmembramento, remembramento, arruamento,</p><p>planejamento urbano, plano diretor, traçado de cidades, desenho</p><p>urbano, sistema viário, tráfego e trânsito urbano e rural, inventário</p><p>urbano e regional, assentamentos humanos e requalificação em</p><p>áreas urbanas e rurais.</p><p>Topografia – elaboração e interpretação de levantamentos</p><p>topográficos cadastrais para a realização de projetos de arquitetura,</p><p>urbanismo e paisagismo, fotointerpretação, leitura, interpretação e</p><p>análise de dados e informações topográficas e sensoriamento</p><p>remoto.</p><p>Tecnologia e resistência dos materiais, dos elementos e produtos de</p><p>construção, patologias e recuperações.</p><p>Sistemas construtivos e estruturais – estruturas, desenvolvimento</p><p>de estruturas e aplicação tecnológica de estruturas.</p><p>Instalações e equipamentos referentes a arquitetura e urbanismo.</p><p>Conforto ambiental – técnicas voltadas ao estabelecimento de</p><p>condições climáticas, acústicas, lumínicas e ergonômicas, para a</p><p>concepção, organização e construção dos espaços.</p><p>Meio ambiente, estudo e avaliação dos impactos ambientais,</p><p>licenciamento ambiental, utilização racional dos recursos</p><p>disponíveis e desenvolvimento sustentável (CAU/BR, 2016, p. 47).</p><p>Tanto no caso dos engenheiros como no dos arquitetos, a lista</p><p>de atribuições profissionais é longa e complexa por se tratar de</p><p>cursos bem densos em relação aos conteúdos estudados.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Que tal pensar um pouco mais sobre o que é arquitetura? O artigo “Definições</p><p>incertas: arquitetura”, de Wellington Cançado (2009), apresenta uma ótima</p><p>reflexão sobre o tema.</p><p>1.3 Decoradores</p><p>O decorador é um profissional que atua na ambientação de</p><p>espaços (RIZZO, 2013). Vale ressaltar que essa pessoa pode ou não</p><p>ter algum curso de curta duração e que, muitas vezes, eles são</p><p>autodidatas.</p><p>Suas atribuições são bastante restritas, pois não há exigência de</p><p>um conhecimento aprofundado sobre diversos componentes da</p><p>construção civil. Assim, sua função está restrita “à escolha de</p><p>acessórios, móveis ou cores sem que altere fisicamente a obra. Não</p><p>pode interferir no ambiente nem mesmo no detalhamento de</p><p>mobiliários” (RIZZO, 2013).</p><p>1.4 Designers de interiores</p><p>O designer de interiores, por sua vez, além de desenvolver o</p><p>trabalho do decorador, tem também a “função de elaborar o espaço</p><p>coerentemente, seguindo normas técnicas de ergonomia, acústica”</p><p>(RIZZO, 2013), conforto térmico e luminotécnica. Tais profissionais</p><p>elaboram projetos de reconstrução dos espaços existentes por meio</p><p>da “releitura do layout, da ampliação ou redução de espaços, dos</p><p>efeitos cênicos e aplicações de tendências e novidades técnicas, do</p><p>desenvolvimento de peças exclusivas” (RIZZO, 2013). O trabalho</p><p>desse profissional se restringe aos espaços internos, “auxiliando o</p><p>arquiteto a resolver os espaços da edificação de forma a atender</p><p>melhor às necessidades do cliente” (RIZZO, 2013).</p><p>Compete ao designer de interiores e ambientes, segundo a</p><p>Lei nº 13.369, de 12 de dezembro de 2016:</p><p>Estudar, planejar e projetar ambientes internos existentes ou pré-</p><p>configurados conforme os objetivos e as necessidades do cliente ou</p><p>usuário, planejando e projetando o uso e a ocupação dos espaços</p><p>de modo a otimizar o conforto, a estética, a saúde e a segurança, de</p><p>acordo com as normas técnicas de acessibilidade, de ergonomia e</p><p>de conforto luminoso, térmico e acústico devidamente</p><p>homologadas pelos órgãos competentes.</p><p>Elaborar plantas, cortes, elevações, perspectivas e detalhamento de</p><p>elementos não estruturais de espaços ou ambientes internos e</p><p>ambientes externos contíguos aos interiores, desde que na</p><p>especificidade do projeto de interiores.</p><p>Planejar ambientes internos, permanentes ou não, inclusive</p><p>especificando equipamento mobiliário, acessórios e materiais,</p><p>providenciando orçamentos e instruções de instalação, respeitados</p><p>os projetos elaborados e o direito autoral dos responsáveis técnicos</p><p>habilitados.</p><p>Compatibilizar seus projetos com as exigências legais e</p><p>regulamentares relacionadas a segurança contra incêndio, saúde e</p><p>meio ambiente.</p><p>Selecionar e especificar cores, revestimentos e acabamentos.</p><p>Criar, desenhar e detalhar móveis e outros elementos de decoração</p><p>e ambientação.</p><p>Assessorar nas compras e na contratação de pessoal, podendo</p><p>responsabilizar-se diretamente por tais funções, inclusive no</p><p>gerenciamento das obras afetas ao projeto de interiores e na</p><p>fiscalização de cronogramas e fluxos de caixa, mediante prévio</p><p>ajuste com o usuário dos serviços, assegurado a este o pleno direito</p><p>à prestação de contas e a intervir para garantir sua vontade.</p><p>Propor interferências em espaços existentes ou pré-configurados,</p><p>internos e externos contíguos aos interiores, desde que na</p><p>especificidade do projeto de interiores, mediante aprovação e</p><p>execução por profissional habilitado na forma da lei.</p><p>Prestar consultoria técnica em design de interiores.</p><p>Desempenhar cargos e funções em entidades públicas e privadas</p><p>relacionadas ao design de interiores.</p><p>Exercer o ensino e desenvolver pesquisas, experimentações e</p><p>ensaios relativamente ao design de interiores.</p><p>Observar e estudar permanentemente o comportamento humano</p><p>quanto ao uso dos espaços internos e preservar os aspectos</p><p>sociais, culturais, estéticos e artísticos (BRASIL, 2016).</p><p>Vale ressaltar também que decoradores ou designers de</p><p>interiores não podem propor alterações em paredes, aberturas,</p><p>ampliações ou demolições – isso é ilegal, pois tais profissionais “não</p><p>dispõem do diploma legal que os habilitem interferir na obra física”</p><p>(RIZZO, 2013).</p><p>2 Áreas de atuação</p><p>Como visto no tópico Formação acadêmica, cada uma das</p><p>quatro principais profissões que atuam como elaboradoras de</p><p>projetos na área da construção civil tem suas atribuições. Entre</p><p>todas, entretanto, vale dizer que a única que não exige formação</p><p>universitária é a de decorador, mas que, por esse mesmo motivo, se</p><p>configura como a mais restrita entre as abordadas aqui.</p><p>Os engenheiros, por sua vez, estão à frente de atividades que</p><p>exigem grande precisão, mas, muitas vezes, não consideram as</p><p>necessidades dos clientes de maneira tão eficiente e próxima,</p><p>análise</p><p>das atividades produtivas, e auxiliando na elaboração de políticas</p><p>públicas e na tomada de decisões por parte de empresários e</p><p>governos (TORRES, 2023a).</p><p>Por não poder se enquadrar como MEI, a melhor opção para</p><p>atuar como designer de interiores é abrir uma microempresa (ME),</p><p>que é definida como uma empresa que tem faturamento anual de até</p><p>R$ 360 mil ou que emprega até 9 pessoas no comércio e serviços ou</p><p>19 pessoas no setor industrial (PORTAL DA INDÚSTRIA, [s. d.]).</p><p>Ao se optar por abrir uma microempresa, ela passará a ter um</p><p>Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Esse registro é o que</p><p>diferencia as empresas das pessoas físicas diante dos órgãos fiscais</p><p>e tributários. Desde a sua abertura, esse número acompanha a</p><p>empresa e é utilizado em diversos processos, não apenas contábeis,</p><p>mas também comerciais e até mesmo relativos a recursos humanos</p><p>(TORRES, 2023b).</p><p>No Brasil, a identificação da empresa pelo CNPJ é um padrão</p><p>estabelecido para garantir que se trata daquela pessoa jurídica</p><p>específica, e não de outra semelhante. Apesar de haver outros dados</p><p>e números que referenciam a empresa, como a razão social, nada é</p><p>tão seguro quanto o CNPJ para evitar confusão entre os negócios –</p><p>especialmente para fins de relacionamento com as esferas públicas,</p><p>em que esse dado é o mais importante.</p><p>Por meio das informações fornecidas ao Governo Federal no</p><p>cadastro, diversos órgãos públicos e privados podem obter mais</p><p>informações sobre o negócio, seja para realizar fiscalizações ou</p><p>verificar se a empresa está apta a ser contratada para algum serviço.</p><p>Vale ressaltar a importância de atentar-se ao fato de que há</p><p>empresas que estimulam a abertura de MEI com CNAE impróprio</p><p>para o exercício da profissão. Essa prática é ilegal, portanto o ideal é</p><p>que se estudem as possibilidades e se opte pela abertura da empresa</p><p>que seja a mais adequada para as atividades que se pretende exercer.</p><p>3 Estrutura do plano de negócios</p><p>Um plano de negócios é um documento que descreve em</p><p>detalhes a estratégia e os objetivos de uma empresa. Ele inclui</p><p>informações sobre mercado, produtos ou serviços oferecidos, análise</p><p>da concorrência, projeções financeiras, estrutura organizacional e</p><p>plano de marketing, entre outras informações relevantes (SEBRAE,</p><p>2021).</p><p>O objetivo do plano de negócios é fornecer um guia detalhado</p><p>para o empreendedor ou a equipe de gestão, bem como para</p><p>possíveis investidores, sobre como a empresa será administrada e</p><p>como ela pretende crescer e se tornar rentável. O plano de negócios é</p><p>um importante instrumento de planejamento que pode ajudar a</p><p>identificar oportunidades, desafios e riscos antes de iniciar um</p><p>negócio ou expandi-lo. Ele também pode ser usado para obter</p><p>financiamento ou investimento de terceiros, como de investidores,</p><p>bancos ou agências governamentais.</p><p>Há diversos modelos para planos de negócios, e neles costuma</p><p>haver alguma diferença de acordo com a área de atuação da</p><p>empresa. Para design de interiores, pode-se usar a estrutura sugerida</p><p>a seguir.</p><p>3.1 Visão geral</p><p>Neste item, deve-se explicar como é a área, ou o mercado, para a</p><p>qual pretende-se a inserção do negócio. Pode ser um texto</p><p>semelhante a esse: “Design ou decoração de interiores se refere à</p><p>arte e ao processo de criar o design do interior e, em alguns casos, do</p><p>exterior de uma instalação, seja uma sala, seja um edifício. O trabalho</p><p>de um designer de interiores envolve coordenar e gerenciar a</p><p>execução desses projetos. Na realidade, o design de interiores é uma</p><p>vocação multidimensional que inclui atividades como</p><p>desenvolvimento conceitual, comunicação com as partes</p><p>interessadas em um projeto e gestão e execução do design</p><p>acordado”. Quanto mais detalhada for essa visão geral, melhor será</p><p>seu plano.</p><p>3.2 Resumo executivo</p><p>Um resumo executivo de um plano de negócios para design de</p><p>interiores é um breve resumo das principais informações do plano.</p><p>Ele deve fornecer uma visão geral concisa e clara do que a empresa</p><p>de design de interiores planeja fazer, quais são seus objetivos e sua</p><p>estratégia para alcançar esses objetivos, e quais são as principais</p><p>oportunidades e desafios que enfrentará.</p><p>O objetivo do resumo executivo é fornecer aos leitores uma</p><p>rápida compreensão do negócio e seus planos, a fim de ajudá-los a</p><p>decidir se desejam ler o plano de negócios completo e considerar</p><p>investir na empresa. O resumo executivo deve ser claro, conciso e</p><p>atraente, além de ser escrito de maneira a despertar o interesse do</p><p>leitor e incentivá-lo a continuar lendo.</p><p>3.3 Nossos produtos e serviços</p><p>Esta seção do plano de negócios descreve em detalhes os</p><p>produtos e os serviços que a empresa oferece aos clientes, inclusive</p><p>os serviços de design de interiores e seus diferenciais competitivos,</p><p>além das necessidades dos clientes atendidas pelos serviços.</p><p>3.4 Nossa declaração de missão e visão</p><p>A missão da empresa é sua razão de existir e descreve seu</p><p>propósito principal. Ela deve ser clara e concisa e responder à</p><p>pergunta: “o que a empresa faz e por que faz?”.</p><p>Já a visão é uma descrição do futuro da empresa, uma imagem</p><p>do que ela aspira ser a longo prazo. Deve ser inspiradora e</p><p>desafiadora, e orientar as decisões estratégicas e ações da</p><p>companhia em direção ao seu objetivo final.</p><p>3.5 Funções e responsabilidades do trabalho</p><p>Detalha as posições-chave da empresa e as funções que cada</p><p>uma dessas posições desempenha. Pode também incluir</p><p>informações sobre salários e benefícios oferecidos para cada</p><p>posição, além de detalhes sobre a estrutura hierárquica da empresa.</p><p>Ela deve definir a estrutura organizacional da empresa e garantir que</p><p>cada posição tenha uma descrição clara de suas responsabilidades e</p><p>expectativas.</p><p>3.6 Análise SWOT</p><p>A análise SWOT é uma ferramenta utilizada em um plano de</p><p>negócios para avaliar os pontos fortes (strengths) e fracos</p><p>(weaknesses) internos da empresa, bem como as oportunidades</p><p>(opportunities) e as ameaças (threats) externas do ambiente de</p><p>negócios em que a empresa atua. Ela ajuda a identificar os fatores</p><p>internos e externos que podem afetar o desempenho da empresa e a</p><p>tomar decisões estratégicas para maximizar os pontos fortes e</p><p>minimizar os pontos fracos, enquanto aproveita as oportunidades e</p><p>evita as ameaças.</p><p>3.7 Análise de mercado</p><p>A análise de mercado em um plano de negócios é uma avaliação</p><p>do ambiente de negócios em que a empresa opera. Ela inclui</p><p>informações sobre o mercado-alvo da empresa, os concorrentes, os</p><p>clientes, as tendências e as oportunidades de mercado. Ela ajuda a</p><p>entender as demandas do mercado e as necessidades dos clientes,</p><p>bem como as estratégias de marketing que a empresa deve</p><p>implementar para alcançar seus objetivos. Essa análise também</p><p>ajuda a identificar os principais concorrentes e seus processos, para</p><p>que a empresa possa desenvolver estratégias de diferenciação e</p><p>posicionar seus produtos ou serviços de maneira única no mercado.</p><p>3.8 Mercado-alvo</p><p>O mercado-alvo em um plano de negócios é o grupo específico</p><p>de clientes que a empresa deseja alcançar e atender com seus</p><p>produtos ou serviços. Deve ser claramente definido, identificando</p><p>suas necessidades e preferências, a fim de orientar a estratégia de</p><p>marketing da empresa. Essa definição ajuda a ajustar o mix de</p><p>produtos e serviços oferecidos pela empresa e a desenvolver</p><p>mensagens de marketing direcionadas, o que pode aumentar suas</p><p>vendas e seu lucro.</p><p>3.9 Estratégia de vendas e marketing</p><p>Consiste em táticas para atingir as metas de vendas e lucro da</p><p>empresa. Isso envolve a definição do mix de produtos, preços,</p><p>promoções e distribuição, bem como uma análise detalhada do</p><p>mercado-alvo. A estratégia deve ser baseada em informações</p><p>atualizadas e confiáveis de pesquisa de mercado e incluir metas e</p><p>objetivos de vendas específicos, além de um plano de ação detalhado</p><p>para alcançá-los.</p><p>3.10 Previsão de vendas</p><p>Estimativa das receitas que a empresa espera gerar durante</p><p>determinado período. É uma parte crucial do plano de negócios, pois</p><p>ajuda a precisar a viabilidade financeira do negócio e a estabelecer</p><p>metas e objetivos realistas para a empresa. Deve ter como</p><p>base</p><p>dados e informações precisas, como análise de mercado-alvo,</p><p>histórico de vendas da empresa e tendências de mercado. É</p><p>importante ser realista ao fazer a previsão de vendas, considerando</p><p>fatores como sazonalidade, desempenho da concorrência e</p><p>economia geral.</p><p>3.11 Publicidade e estratégia de propaganda</p><p>Importantes para promover a marca e produtos ou serviços da</p><p>empresa. A escolha dos canais e da mensagem certa é fundamental</p><p>para o sucesso da campanha. É importante avaliar regularmente a</p><p>implementação da estratégia de propaganda e analisar o retorno</p><p>sobre o investimento para determinar se os resultados estão de</p><p>acordo com os objetivos da empresa.</p><p>3.12 Despesas iniciais (orçamento)</p><p>As despesas iniciais permitem determinar o orçamento</p><p>necessário para iniciar e operar o negócio até que comece a gerar</p><p>receita suficiente para se sustentar. É importante que as despesas</p><p>iniciais sejam detalhadas e realistas, e que a empresa considere um</p><p>período suficiente para se estabelecer e começar a gerar receita. A</p><p>análise das despesas iniciais também pode ajudar a determinar a</p><p>necessidade de financiamento externo, como empréstimos bancários</p><p>ou investidores. O objetivo é garantir a sustentabilidade financeira da</p><p>empresa.</p><p>3.13 Estratégia de sustentabilidade e expansão</p><p>Envolve a implementação de práticas sustentáveis em todas as</p><p>áreas da empresa, como redução do desperdício, uso de materiais</p><p>ecológicos e investimento em fontes de energia renovável. Além</p><p>disso, busca identificar oportunidades para crescimento futuro, seja</p><p>por meio de expansão geográfica, ampliação de produtos e serviços</p><p>ou fusões e aquisições.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Você sabe o que é um plano de negócios? Plano de negócios é um documento</p><p>que tem como finalidade apresentar os objetivos, as estratégias, os recursos</p><p>necessários e as projeções financeiras de uma empresa. Ele é essencial tanto</p><p>para o empreendedor quanto para os investidores, pois permite avaliar a</p><p>viabilidade do negócio e orientar as decisões estratégicas.</p><p>Por meio do plano de negócios, o empreendedor consegue ter uma visão</p><p>completa e detalhada do seu empreendimento, o que possibilita a avaliação de</p><p>oportunidades e desafios do mercado, a identificação dos recursos necessários</p><p>para alcançar os objetivos e a tomada de decisões estratégicas mais</p><p>conscientes e embasadas.</p><p>Para ver um plano de negócios de design de interiores na prática, recomendamos</p><p>o artigo de Javier Ricardo ([s. d.]), intitulado “Escrevendo um plano de negócios</p><p>de design de interiores [modelo de amostra]”, que pode ajudar bastante na</p><p>estruturação inicial de um negócio.</p><p>Para iniciar o processo de construção de uma empresa, é</p><p>fundamental começar esquematizando o plano de negócios.</p><p>Considerações finais</p><p>O processo de abertura de uma empresa de design de interiores</p><p>pode ser desafiador, mas é fundamental para o sucesso e</p><p>crescimento do negócio. É importante escolher o formato adequado</p><p>de acordo com as necessidades e os objetivos da empresa, além de</p><p>verificar que a tributação também deve ser cuidadosamente</p><p>analisada para garantir a conformidade com as obrigações fiscais e</p><p>reduzir custos.</p><p>A estrutura da empresa também é fundamental para o bom</p><p>funcionamento do negócio, incluindo a definição de papéis e</p><p>responsabilidades, a seleção e treinamento da equipe, e a adoção de</p><p>tecnologias e processos eficientes. Com uma estrutura sólida e</p><p>planejada, a empresa de design de interiores pode se destacar no</p><p>mercado e alcançar o sucesso desejado.</p><p>Assim, ao abrir uma empresa ou começar a atuar na área,</p><p>devem-se sempre verificar todas as possibilidades que foram</p><p>apresentadas neste capítulo, além de estudar e conversar com</p><p>profissionais de contabilidade e marketing, a fim de trabalhar da</p><p>maneira mais adequada à realidade da empresa.</p><p>Referências</p><p>AMORIM, Lucas. Como saber se a empresa é lucro real ou</p><p>presumido? Contabilizei, [s. d.]. Disponível em:</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilizei-responde/como-saber-</p><p>se-a-empresa-e-lucro-real-ou-presumido/. Acesso em: 14 mar. 2023.</p><p>BRASIL. O que é o Simples Nacional? Simples Nacional, [s. d.].</p><p>Disponível em:</p><p>http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/P</p><p>agina.aspx?id=3. Acesso em: 14 mar. 2023.</p><p>GULARTE, Charles. O que é lucro presumido? Contabilizei, [s. d.].</p><p>Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-</p><p>online/lucro-presumido/. Acesso em: 14 mar. 2023.</p><p>GULARTE, Charles. Simples Nacional: O que é? Guia completo,</p><p>faturamento, DAS e tabela 2023. Contabilizei, 2023. Disponível em:</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilizei-responde/como-saber-se-a-empresa-e-lucro-real-ou-presumido/</p><p>http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/lucro-presumido/</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/simples-</p><p>nacional/. Acesso em: 14 mar. 2023.</p><p>JAVIER, Ricardo. Escrevendo um plano de negócios de design de</p><p>interiores [modelo de amostra]. Economia e Negócios, [s. d.].</p><p>Disponível em: https://economiaenegocios.com/escrevendo-um-</p><p>plano-de-negocios-de-design-de-interiores-modelo-de-amostra/.</p><p>Acesso em: 8 maio 2023.</p><p>PORTAL DA INDÚSTRIA. Qual a definição de micro e pequena</p><p>empresa? Portal da Indústria, [s. d.]. Disponível em:</p><p>https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/micro-e-</p><p>pequena-empresa/. Acesso em: 15 mar. 2023.</p><p>SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS</p><p>(SEBRAE). Como montar uma empresa de decoração de ambientes.</p><p>Sebrae, 2021. Disponível em:</p><p>https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-</p><p>empresa-de-decoracao-de-</p><p>ambientes,ddb87a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD#apre</p><p>sentacao-de-negocio. Acesso em: 16 mar. 2023.</p><p>TORRES, Vitor. Atividades MEI 2023: lista de atividades e CNAEs</p><p>permitidas em 2023. Contabilizei, 2023a. Disponível em:</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/atividades-mei-</p><p>tabela/. Acesso em: 15 mar. 2023.</p><p>TORRES, Vitor. CNPJ: tudo o que você precisa saber para abrir e</p><p>manter um. Contabilizei, 2023b. Disponível em:</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/simples-nacional/</p><p>https://economiaenegocios.com/escrevendo-um-plano-de-negocios-de-design-de-interiores-modelo-de-amostra/</p><p>https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/micro-e-pequena-empresa/</p><p>https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-empresa-de-decoracao-de-ambientes,ddb87a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD#apresentacao-de-negocio</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/atividades-mei-tabela/</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/cnpj/. Acesso</p><p>em: 15 mar. 2023.</p><p>https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/cnpj/</p><p>Capítulo 8</p><p>Código de ética</p><p>Muitas profissões têm códigos de ética, um conjunto comum de</p><p>princípios orientadores que ajudam o profissional a tomar decisões</p><p>justas. Tais códigos devem proteger o trabalhador e o cliente de</p><p>práticas adversas, sejam elas comerciais ou pessoais.</p><p>Nesse sentido, tanto os designers que trabalham em equipes</p><p>quanto aqueles que exercem individualmente a profissão devem</p><p>segui-lo. Muitos profissionais da área podem, inclusive, seguir vários</p><p>códigos – do empregador, de organizações profissionais e um</p><p>conjunto mais pessoal de regras e diretrizes.</p><p>Muitas vezes, códigos éticos descrevem regras básicas de</p><p>conduta profissional. Isso se refere não apenas ao entendimento e à</p><p>obediência a todas as leis aplicáveis, mas também a práticas</p><p>comerciais boas e justas. Algumas coisas a considerar incluem não</p><p>aceitar presentes para o trabalho, recusar trabalho que seja ilegal ou</p><p>fraudulento e projetos propositalmente enganosos ou enganosos de</p><p>maneira que possa causar danos.</p><p>Além dessas irregularidades éticas óbvias, podem-se considerar</p><p>também questões como respeito, justiça e responsabilidade social.</p><p>Assim, neste capítulo, aprenderemos a reconhecer as regras e os</p><p>princípios do código de ética profissional e dos estatutos de</p><p>associações e conselhos que regulamentam a atuação do designer</p><p>de interiores.</p><p>1 Regras e princípios</p><p>Existem diversas entidades</p><p>de classe que regulamentam e</p><p>apoiam o design de interiores ao redor do mundo. Cada país,</p><p>portanto, define suas próprias regras específicas de conduta para</p><p>essa profissão em seu território. Os códigos de ética profissionais</p><p>constituem os deveres e as atribuições socioculturais do ofício e</p><p>servem como guias de atuação.</p><p>Em relação à profissão de designer de interiores, o item I do art.</p><p>V da Lei nº 13.369, de 12 de dezembro de 2016, diz: “O designer de</p><p>interiores e ambientes, no exercício de suas atividades e atribuições,</p><p>deve zelar principalmente: I – pela conduta ética” (BRASIL, 2016).</p><p>É possível observar que, desde a lei que regulamenta a profissão,</p><p>a preocupação com o exercício ético está presente. Este capítulo</p><p>procura enfatizar os documentos normativos mais relevantes para o</p><p>exercício da profissão no Brasil, incluindo o código de ética da</p><p>Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) e a declaração</p><p>da International Federation of Interior Architects/Designers (IFI).</p><p>1.1 Ética profissional pela Associação Brasileira de</p><p>Designers de Interiores (ABD)</p><p>A Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) adota</p><p>um código de ética que estabelece preceitos para a conduta</p><p>profissional e ética de seus associados. Os designers de interiores</p><p>associados devem trabalhar para elevar o nível profissional e ético da</p><p>profissão, além de cumprir e fazer cumprir o código de ética e zelar</p><p>pela honra e dignidade da classe.</p><p>Segundo a ABD, eles devem valorizar o projeto como resultado</p><p>conceitual, trabalhar pelo design responsável e cuidar para que sua</p><p>intervenção nos espaços construídos seja respeitosa e</p><p>fundamentada em critérios compatíveis com valores humanos. O</p><p>código de ética também estabelece princípios a serem seguidos nas</p><p>relações com o cliente, incluindo a formalização da prestação de</p><p>serviços por meio de contrato escrito e a não divulgação de</p><p>informações fornecidas pelo cliente a terceiros.</p><p>O art. 2o, capítulo I, do código de ética da ABD diz:</p><p>Art. 2º. O designer de interiores participa de importante função social ao</p><p>contribuir com suas habilidades técnicas e artísticas, para melhoria da</p><p>qualidade de vida, criando ambientes funcionais, seguros e compatíveis</p><p>com o usuário e seu bem-estar.</p><p>Parágrafo único – São deveres dos designers de interiores associados:</p><p>– Conhecer, cumprir e fazer cumprir este Código de Ética e propagar seus</p><p>preceitos entre os colegas de profissão;</p><p>– Zelar pela honra e dignidade de sua classe, trabalhando com</p><p>honestidade, lealdade e boa-fé. (ABD, [s. d.])</p><p>No final do art. 1o, capítulo I, a associação destaca também que</p><p>o profissional deve agir de acordo com o “Código e com os demais</p><p>princípios da moral individual, social e profissional” (ABD, [s. d.]).</p><p>O documento aborda ainda a necessidade de valorizar as</p><p>entidades de classe, especialmente a associação a que se pertence,</p><p>em suas iniciativas que visam beneficiar o exercício da profissão e,</p><p>assim, reconhecer o projeto como um resultado conceitual de um</p><p>processo baseado em conhecimentos especializados, destacando</p><p>para o cliente sua importância como instrumento de afirmação de</p><p>valores comprometidos com o usuário e o bem comum (ABD, [s. d.]).</p><p>Desse modo, o designer de interiores deve trabalhar para</p><p>implementar um design responsável que promova a preservação do</p><p>meio ambiente e a utilização eficiente de recursos naturais</p><p>renováveis, priorizando resiliência, redução de custos, reutilização de</p><p>materiais e espaço, e buscando a eficiência de longo prazo (ABD, [s.</p><p>d.]).</p><p>Destaca-se também que o profissional deve assegurar que a</p><p>intervenção nos espaços construídos seja respeitosa e</p><p>fundamentada em critérios compatíveis com os valores humanos,</p><p>reconhecendo a estreita relação entre design e consumo, e o impacto</p><p>disso na sociedade.</p><p>Assim, o profissional deve (ABD, [s. d.]):</p><p>incentivar a inclusão de todos os indivíduos em seu projeto,</p><p>valorizando a diversidade em todas as suas facetas;</p><p>usar seu nome ou assinatura somente em projetos que tenha</p><p>efetivamente elaborado;</p><p>recusar trabalhos, empregos, funções ou tarefas para os quais</p><p>não esteja qualificado e/ou formado adequadamente;</p><p>participar regularmente de eventos de formação profissional</p><p>para se atualizar, analisar, criticar, ser criticado e emitir opiniões</p><p>sobre a profissão;</p><p>lutar pela valorização da profissão e pelos direitos profissionais</p><p>que lhe são inerentes como designer de interiores.</p><p>1.2 Ética profissional pela International Federation of</p><p>Interior Architects/Designers (IFI)</p><p>A International Federation of Interior Architects/Designers (IFI) é</p><p>uma federação mundial que unifica a arquitetura/design de interiores</p><p>por meio de conhecimento, experiência e compreensão globalmente</p><p>relevantes. Ela representa cerca de um quarto de profissionais da</p><p>área em todo o mundo e tem como missão expandir a contribuição e</p><p>a conscientização das profissões de arquitetura e design de interiores</p><p>em todos os níveis da sociedade. A declaração da IFI, redigida</p><p>originalmente em 2011, é um documento de visão que estabelece as</p><p>bases essenciais para disciplinar o setor e seu avanço em todo o</p><p>mundo (IFI, [s. d.]a).</p><p>A federação estabeleceu um conjunto de padrões éticos para</p><p>designers de interiores com base na declaração desenvolvida em</p><p>2011, descrevendo o propósito e o valor da arquitetura e do design de</p><p>interiores.</p><p>De acordo com a declaração de interiores da IFI, a principal</p><p>responsabilidade dos designers de interiores é moldar ambientes</p><p>humanos que respondam às necessidades humanas por meio de seu</p><p>conhecimento e criatividade. Devem exercer sua profissão com o</p><p>máximo cuidado na aplicação de recursos econômicos e naturais de</p><p>modo sustentável, priorizando a saúde e o bem-estar social (IFI, [s.</p><p>d.]b).</p><p>A declaração também enfatiza a importância de práticas</p><p>comerciais responsáveis e éticas na profissão de design de interiores.</p><p>Os designers de interiores devem identificar, pesquisar e resolver de</p><p>maneira criativa os problemas relacionados à função e à beleza dos</p><p>espaços interiores, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida</p><p>das pessoas. Eles devem educar a si mesmos e ao público,</p><p>desenvolver a profissão e defender o bem comum (IFI, [s. d.]b).</p><p>Além disso, a declaração de interiores da IFI destaca o valor que</p><p>a profissão de design de interiores traz para a sociedade. É uma</p><p>atividade que gera benefícios econômicos, funcionais, estéticos e</p><p>sociais, ajudando o cliente a entender o valor de suas decisões e a</p><p>fazer escolhas que sejam benéficas para si e para a sociedade como</p><p>um todo (IFI, [s. d.]b).</p><p>A introdução da declaração ressalta ainda sete tópicos sucintos</p><p>– valor, relevância, responsabilidade, cultura, negócios, conhecimento</p><p>e identidade –, que estabelecem os princípios fundamentais para a</p><p>prática profissional, a educação e a pesquisa na área de design de</p><p>interiores.</p><p>2 Das relações com o cliente</p><p>É importante ressaltar que o design é uma atividade criativa que</p><p>interage e se adapta às complexidades da sociedade. Ela está</p><p>intimamente ligada ao progresso tecnológico e às mudanças</p><p>comportamentais do ser humano. Como o progresso é contínuo e o</p><p>cenário é dinâmico, o design está em constante evolução junto com</p><p>as transformações do planeta. Do mesmo modo, o design de</p><p>interiores se enquadra no nicho específico de projetar ambientes,</p><p>tanto internos quanto externos (CORRÊA, 2021).</p><p>A ética profissional é uma questão importante para qualquer</p><p>profissão, incluindo a de designer de interiores. Esses profissionais</p><p>têm o dever de atuar de maneira ética e transparente em todas as</p><p>suas relações com clientes e demais partes interessadas.</p><p>Uma das principais questões éticas que os designers de</p><p>interiores devem enfrentar é a de estabelecer limites claros em sua</p><p>relação com os clientes. Eles devem ter consciência de que estão</p><p>trabalhando para atender às necessidades dos clientes, mas que</p><p>também têm a responsabilidade de atuar dentro de um conjunto de</p><p>padrões éticos e profissionais. Isso inclui respeitar leis e normas</p><p>aplicáveis ao trabalho de designer de interiores, não enganar ou</p><p>ludibriar clientes, não aceitar</p><p>presentes ou benefícios que possam</p><p>influenciar negativamente seu julgamento e não compartilhar</p><p>informações confidenciais sem a autorização dos clientes.</p><p>Outra questão ética importante para os designers de interiores é</p><p>a de garantir a qualidade dos serviços prestados. Eles devem se</p><p>esforçar para entregar um trabalho de alta qualidade e atender às</p><p>expectativas dos clientes, sem comprometer a integridade e os</p><p>princípios éticos que regem a profissão. Isso envolve atuar com</p><p>transparência e honestidade em todas as fases do projeto, desde a</p><p>elaboração do orçamento até a entrega do projeto final.</p><p>A ABD, em sua carta de ética, traz no capítulo II aspectos da</p><p>relação com os clientes. Em seu art. 3o, destacam-se as obrigações</p><p>do profissional associado nas relações com seus clientes, que são as</p><p>seguintes (ABD, [s. d.]):</p><p>Informar ao cliente, claramente e antes de iniciar a prestação de</p><p>serviços, de que maneira serão remunerados os trabalhos do</p><p>escritório, incluindo a remuneração por terceiros (ou indiretas),</p><p>como reserva técnica, alcance do projeto, serviços a serem</p><p>executados por terceiros e assessoria para aquisição dos</p><p>produtos e serviços e implantação do projeto.</p><p>Formalizar sempre a prestação de serviços por meio de contrato</p><p>escrito, que deve disciplinar as fases do projeto, os prazos, os</p><p>honorários contratados e formas de remuneração, a extensão</p><p>das responsabilidades assumidas e todas as demais cláusulas</p><p>necessárias para garantir transparência, objetividade e descrição</p><p>dos direitos e obrigações das partes ao longo da prestação de</p><p>serviços.</p><p>Favorecer e respeitar os interesses de seus clientes, dentro dos</p><p>limites legais e profissionais.</p><p>Abster-se de divulgar as informações fornecidas pelo cliente a</p><p>terceiros e orientar sua equipe a proceder da mesma maneira.</p><p>Abster-se de suspender os serviços contratados</p><p>injustificadamente e sem prévia comunicação.</p><p>Certificar-se, tanto quanto possível e razoável, de que os</p><p>produtos e serviços especificados para o projeto são adequados</p><p>aos fins propostos, alertando sempre os clientes com clareza e</p><p>nitidez sobre qualquer eventual consequência negativa ou</p><p>restrição que possa advir da utilização desses produtos e</p><p>serviços.</p><p>Fixar seus honorários de maneira justa, trabalhando dentro de</p><p>um padrão de mercado e sem extorquir o cliente. É indicado</p><p>seguir a referência da tabela de valores por serviço fornecida</p><p>pela ABD.</p><p>2.1 A prática da reserva técnica</p><p>O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e a Associação</p><p>Brasileira de Designers de Interiores (ABD) têm opiniões e</p><p>posicionamentos diferentes sobre a reserva técnica.</p><p>A reserva técnica é uma prática comum em que os profissionais</p><p>de arquitetura e design de interiores recebem uma comissão sobre a</p><p>compra de materiais e mobiliários especificados em um projeto. O</p><p>valor dessa comissão é muitas vezes embutido no preço que é</p><p>cobrado do cliente (CORRÊA, 2021).</p><p>O CAU é contra a prática da reserva técnica e considera que ela é</p><p>prejudicial aos clientes, pois pode levar a conflitos de interesse e à</p><p>indicação de produtos com base em interesses financeiros, em vez</p><p>de critérios técnicos e estéticos. Além disso, o CAU acredita que a</p><p>reserva técnica pode levar a práticas ilegais, como a cobrança de</p><p>valores adicionais pelos profissionais, sem a devida emissão de notas</p><p>fiscais (CORRÊA, 2021).</p><p>Por outro lado, a ABD defende que a reserva técnica é uma</p><p>prática legítima e comum no mercado de design de interiores, e que</p><p>ela é fundamental para garantir a remuneração adequada dos</p><p>profissionais pelo seu trabalho e expertise. A ABD acredita que a</p><p>reserva técnica deve ser transparente e devidamente informada aos</p><p>clientes, e que os profissionais devem seguir um código de ética</p><p>rigoroso para evitar conflitos de interesse (CORRÊA, 2021).</p><p>Vale ressaltar também que a ABD deixa bem clara a importância</p><p>da transparência do profissional em relação à cobrança, ou não, da</p><p>reserva técnica, conforme vimos no tópico anterior quando</p><p>abordamos o capítulo II, art. 3o, da carta ética da ABD ([s. d.]).</p><p>3 Da publicidade</p><p>No capítulo III do código de ética da ABD, a associação destaca,</p><p>em três artigos, a questão da publicidade para profissionais do design</p><p>de interiores. Esses artigos trazem importantes orientações para os</p><p>profissionais de design de interiores quanto à sua conduta em</p><p>relação à publicidade de seus serviços.</p><p>O art. 4o destaca a importância da imagem da profissão e da</p><p>responsabilidade que os profissionais têm em mantê-la. Isso significa</p><p>que a publicidade deve ser realizada de maneira digna, evitando</p><p>informações que possam comprometer a imagem da profissão.</p><p>Assim, o profissional deve tomar cuidado com o tipo de mensagem</p><p>que está transmitindo em sua publicidade, evitando promessas</p><p>exageradas, desrespeito à ética profissional ou à legislação vigente</p><p>(ABD, [s. d.]).</p><p>Já o art. 5o reforça a importância da honestidade e da</p><p>transparência na divulgação dos serviços do profissional. Todo</p><p>material promocional ou de propaganda divulgado pelo associado</p><p>deve conter apenas fatos reais. Isso significa que o profissional não</p><p>pode fazer promessas que não pode cumprir ou exagerar nos</p><p>resultados que podem ser alcançados com seu trabalho. Além disso,</p><p>é importante que o profissional vincule seu nome somente a projetos</p><p>que tenham sido elaborados por ele, evitando a apropriação indevida</p><p>de trabalhos de outros profissionais.</p><p>Por fim, o art. 6º trata da questão da autoria do projeto. O</p><p>profissional não deve permitir que seu nome seja associado a um</p><p>projeto original modificado pelo cliente ou por outro profissional. Isso</p><p>significa que o profissional deve zelar pela autoria de seu trabalho e</p><p>pelo reconhecimento que lhe é devido. Desse modo, o profissional</p><p>deve sempre deixar claro qual foi sua participação em um projeto e,</p><p>caso haja modificações posteriores, é importante que essa</p><p>informação seja esclarecida.</p><p>Seguem os artigos do capítulo III do código de ética da ABD ([s.</p><p>d.]):</p><p>Art. 4º. O profissional associado deve realizar de maneira digna a</p><p>publicidade de sua empresa ou atuação profissional, não veiculando</p><p>informações que comprometam o conceito da profissão;</p><p>Art. 5º. Todo material promocional e/ou propaganda divulgados pelo</p><p>profissional associado deverá conter somente fatos reais, vinculando seu</p><p>nome apenas a projetos por ele elaborados;</p><p>Art. 6º. O profissional não deve permitir que seu nome seja associado a</p><p>um projeto original modificado pelo cliente ou por outro profissional.</p><p>Em suma, essas orientações estabelecem que a publicidade</p><p>deve ser feita de maneira ética, responsável e transparente, evitando</p><p>informações que possam comprometer a imagem da profissão.</p><p>4 Das disposições gerais</p><p>O documento da ABD traz ainda artigos com disposições gerais</p><p>sobre a conduta do designer e a ética. Primeiramente, é destacada a</p><p>importância de não difamar, discriminar ou referir-se</p><p>preconceituosamente ao trabalho ou reputação de outros</p><p>profissionais da área, e sim tratar a todos com consideração, apreço,</p><p>respeito mútuo e solidariedade, a fim de fortalecer a harmonia e o</p><p>bom conceito da classe (ABD, [s. d.]).</p><p>Além disso, é proibido aos profissionais disputar serviços</p><p>profissionais mediante aviltamento de honorários ou em concorrência</p><p>desleal. É importante respeitar a ética profissional e evitar práticas</p><p>que possam prejudicar outros profissionais ou o mercado de trabalho</p><p>(ABD, [s. d.]).</p><p>O código de ética também aborda a intervenção na prestação de</p><p>serviços por outro profissional, estabelecendo que essa prática só</p><p>deve ocorrer a pedido do profissional responsável ou em caso de</p><p>urgência, desde que seguida de comunicação imediata ao</p><p>profissional responsável. Isso mostra a importância de respeitar o</p><p>trabalho de outros profissionais e evitar interferências desnecessárias</p><p>(ABD, [s. d.]).</p><p>Outro ponto importante é o zelo pelo meio ambiente e patrimônio</p><p>cultural do país, além da não discriminação por motivos de ordem</p><p>étnica, religiosa, política, cultural, de gênero, nacionalidade, estado</p><p>civil, idade, aparência ou classe social no exercício das atividades</p><p>profissionais (ABD, [s.</p><p>d.]).</p><p>Por fim, o código de ética estabelece que qualquer ato cometido</p><p>pelo profissional associado que infrinja os princípios éticos previstos</p><p>no código atente contra a moral e os bons costumes, descumpra os</p><p>deveres de ofício ou prejudique direitos reconhecidos de outrem será</p><p>considerado uma infração ética. A tipificação da infração ética será</p><p>determinada pelo conselho deliberativo da associação, de acordo</p><p>com as normas internacionais definidas pela IFI e o código de ética</p><p>do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (ABD, [s.</p><p>d.]).</p><p>Considerações finais</p><p>Aprendemos, neste capítulo, que um designer de interiores ético</p><p>não apenas segue padrões morais e legais, mas também demonstra</p><p>compromisso com a qualidade e a segurança dos projetos que cria.</p><p>Pela aplicação de princípios éticos, o designer de interiores pode</p><p>garantir que seus projetos atendam às necessidades de seus clientes,</p><p>sem comprometer a integridade do design ou o bem-estar dos</p><p>usuários. Além disso, a ética também ajuda a construir uma</p><p>reputação sólida e confiável no mercado, o que pode ser fundamental</p><p>para o sucesso em longo prazo na carreira de um designer de</p><p>interiores.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES (ABD).</p><p>Código de ética. ABD, [s. d.]. Disponível em:</p><p>https://abd.org.br/web/wp-</p><p>content/uploads/2021/08/Codigo_de_etica.pdf. Acesso em: 21 mar.</p><p>2023.</p><p>BRASIL. Lei n. 13.369, de 12 de dezembro de 2016. Dispõe sobre a</p><p>garantia do exercício da profissão de designer de interiores e</p><p>https://abd.org.br/web/wp-content/uploads/2021/08/Codigo_de_etica.pdf</p><p>ambientes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF, 13 dez. 2016.</p><p>CORRÊA, Maira Pires. Reflexões sobre ética profissional no âmbito</p><p>do design de interiores. 2021. Dissertação (Mestrado) –</p><p>Universidade do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021.</p><p>INTERNATIONAL FEDERATION OF INTERIOR</p><p>ARCHITECTS/DESIGNERS (IFI). About IFI. IFI, [s. d.]a. Disponível em:</p><p>https://ifiworld.org/about/. Acesso em: 24 mar. 2023.</p><p>INTERNATIONAL FEDERATION OF INTERIOR</p><p>ARCHITECTS/DESIGNERS (IFI). IFI Interiors Declaration (IDA). IFI, [s.</p><p>d.]b. Disponível em: https://ifiworld.org/programs-events/interiors-</p><p>declaration-adoptions/. Acesso em: 24 mar. 2023.</p><p>https://ifiworld.org/about/</p><p>https://ifiworld.org/programs-events/interiors-declaration-adoptions/</p><p>Sobre a autora</p><p>Beatriz Pacheco é graduada em arquitetura e urbanismo pela</p><p>Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e em pedagogia pela</p><p>Universidade Paulista (Unip). Especialista em educação pela</p><p>Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e</p><p>mestre e doutora em comunicação e semiótica pela Pontifícia</p><p>Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É professora titular,</p><p>pesquisadora e coordenadora auxiliar do curso de arquitetura e</p><p>urbanismo na Unip, campi Tatuapé e Norte, e coordenadora auxiliar</p><p>do curso superior de tecnologia em design de interiores na mesma</p><p>universidade. É sócia-fundadora do escritório Supernova – Cinema e</p><p>Arquitetura, trabalhou como coordenadora de design instrucional da</p><p>UPM, escreveu diversos artigos e livros didáticos e foi sócia e diretora</p><p>de planejamento e gestão da Escola no Ar.</p><p>Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo</p><p>Presidente do Conselho Regional</p><p>Abram Szajman</p><p>Diretor do Departamento Regional</p><p>Luiz Francisco de A. Salgado</p><p>Superintendente Universitário e de Desenvolvimento</p><p>Luiz Carlos Dourado</p><p>Editora Senac São Paulo</p><p>Conselho Editorial</p><p>Luiz Francisco de A. Salgado</p><p>Luiz Carlos Dourado</p><p>Darcio Sayad Maia</p><p>Lucila Mara Sbrana Sciotti</p><p>Luís Américo Tousi Botelho</p><p>Gerente/Publisher</p><p>Luís Américo Tousi Botelho</p><p>Coordenação Editorial</p><p>Verônica Pirani de Oliveira</p><p>Prospecção</p><p>Dolores Crisci Manzano</p><p>Administrativo</p><p>Marina P. Alves</p><p>Comercial</p><p>Aldair Novais Pereira</p><p>Coordenação de Arte</p><p>Antonio Carlos De Angelis</p><p>Coordenação de E-books</p><p>Rodolfo Santana</p><p>Coordenação de Revisão de Texto</p><p>Marcelo Nardeli</p><p>Acompanhamento Pedagógico</p><p>Mônica Rodrigues dos Santos</p><p>Designer Educacional</p><p>Diogo Felizardo</p><p>Revisão Técnica</p><p>Ana Paula Coelho de Carvalho</p><p>Preparação de Texto</p><p>Karen Daikuzono</p><p>Revisão de Texto</p><p>Fernanda Corrêa</p><p>Projeto Gráfico</p><p>Alexandre Lemes da Silva</p><p>Emília Corrêa Abreu</p><p>Capa</p><p>Antonio Carlos De Angelis</p><p>Editoração Eletrônica</p><p>Sandra Regina Santana</p><p>Ilustrações</p><p>Sandra Regina Santana</p><p>Imagens</p><p>Adobe Stock Photos</p><p>Produção do ePub</p><p>Beatriz Bevilacqua</p><p>Proibida a reprodução sem autorização expressa.</p><p>Todos os direitos desta edição reservados à</p><p>Editora Senac São Paulo</p><p>Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – Prédio Editora</p><p>Jurubatuba – CEP 04696-000 – São Paulo – SP</p><p>Tel. 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Decoração e estilo : Design de interiores 747</p><p>EDITORAEDITORASENACSP.com.brSENACSP.com.br</p><p>MODAMODAGASTRONOMIAGASTRONOMIAGESTÃOEGESTÃOE</p><p>NEGÓCIOSNEGÓCIOSDESIGNDESIGNARTESARTESTECNTECN</p><p>OLOGIAOLOGIAHOTELARIAHOTELARIATURISMOTURISMOFOFO</p><p>TOGRAFIATOGRAFIACOMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃOMEIOMEIO</p><p>AMBIENTEAMBIENTECIÊNCIASHUMANASCIÊNCIASHUMANAS</p><p>CIÊNCIASDANATUREZACIÊNCIASDANATUREZASAÚDESAÚDE</p><p>https://pt-br.facebook.com/editorasenacsp/</p><p>https://www.instagram.com/editorasenacsp/</p><p>https://twitter.com/editorasenacsp</p><p>https://www.editorasenacsp.com.br/</p><p>Capítulo 1 Designer de interiores, decorador, arquiteto e engenheiro civil</p><p>1 Formação acadêmica</p><p>2 Áreas de atuação</p><p>3 Limites de atuação profissional</p><p>4 Cursos superiores e técnicos em design de interiores</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 2 Profissão: designer de interiores</p><p>1 Breve história da profissão</p><p>2 Campos de atuação do designer de interiores</p><p>3 Mercado de trabalho</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 3 Leis, decretos e normas da profissão designer de interiores</p><p>1 Lei nº 13.369, de 12 de dezembro de 2016</p><p>2 Outros decretos e normas</p><p>3 Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)</p><p>4 Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 4 Conselhos e associações</p><p>1 Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea)</p><p>2 Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea)</p><p>3 Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU)</p><p>4 Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT)</p><p>5 Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD)</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 5 Nomenclatura para responsabilidade técnica</p><p>1 ART – anotação de responsabilidade técnica</p><p>2 RRT – registro de responsabilidade técnica</p><p>3 TRT – termo de responsabilidade técnica</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 6 ABNT NBR ISO para atuação do designer de interiores</p><p>1 ABNT NBRs – construção civil</p><p>2 ABNT NBRs – normas específicas para o design de interiores</p><p>3 ABNT NBRs ISOs</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 7 Abertura de empresa de design de interiores</p><p>1 Enquadramento tributário e investimentos</p><p>2 CNPJ ou MEI</p><p>3 Estrutura do plano de negócios</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Capítulo 8 Código de ética</p><p>1 Regras e princípios</p><p>2 Das relações com o cliente</p><p>3 Da publicidade</p><p>4 Das disposições gerais</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Sobre a autora</p><p>sem</p><p>contar o não compromisso com os aspectos plásticos[2] das</p><p>soluções propostas.</p><p>A seguir, apresentamos um quadro comparativo entre as</p><p>profissões que atuam com esse olhar mais humanístico para o setor</p><p>da construção civil. Observe que o quadro faz uma comparação entre</p><p>o arquiteto que faz projetos de interiores (arquiteto de interiores), o</p><p>designer de interiores e o decorador. Inicialmente, define cada uma</p><p>das profissões: arquiteto de interiores é um arquiteto que trabalha</p><p>com interiores e que pode atuar, inclusive, no âmbito estrutural da</p><p>edificação projetada; o designer de interiores é um especialista, que</p><p>trabalha espaços internos de edificações construídas, sem atribuição</p><p>de alteração dessas estruturas, e com a elaboração de ambientes</p><p>temporários; por fim, o decorador trabalha com espaços interiores</p><p>por meio da escolha de acessórios, mobiliários cores e revestimentos,</p><p>sem alterar o projeto arquitetônico original, e, sim, focando nas</p><p>questões meramente estéticas e funcionais.</p><p>Quadro 1 – Comparativo entre profissões ABD: definição</p><p>ARQUITETO DE INTERIORES DESIGNER DE INTERIORES DECORADOR</p><p>Como profissional de arquitetura e</p><p>urbanismo, o arquiteto de interiores</p><p>foca na atuação em interiores, que</p><p>consiste na intervenção em</p><p>ambientes internos ou externos de</p><p>edificação, definindo a forma de uso</p><p>do espaço em função de</p><p>acabamentos, mobiliário e</p><p>equipamentos, além das interfaces</p><p>com o espaço construído –</p><p>mantendo ou não a concepção</p><p>arquitetônica original, para</p><p>adequação às novas necessidades</p><p>de utilização.</p><p>Essa intervenção se dá no âmbito</p><p>espacial; estrutural; das instalações;</p><p>do condicionamento térmico,</p><p>acústico e lumínicos; da</p><p>comunicação visual; dos materiais,</p><p>texturas e cores; e do mobiliário</p><p>(Res. n. 51 CAU/2013).</p><p>O designer de interiores com</p><p>formação superior é especialista</p><p>qualificado para organizar, projetar</p><p>e criar espaços interiores,</p><p>buscando qualidade de vida,</p><p>atento às necessidades</p><p>específicas dos usuários, visando</p><p>ao conforto, considerado em</p><p>todos os seus aspectos. A</p><p>profissão é regulamentada pela</p><p>Lei nº 13.369/2016.</p><p>Além dos arquitetônicos, trabalha</p><p>com espaços temporários e</p><p>efêmeros, assim como</p><p>equipamentos de transporte</p><p>(embarcações, aeronaves e</p><p>demais).</p><p>Tem conhecimentos específicos</p><p>que vão da análise espacial à</p><p>busca da compreensão</p><p>psicológica do usuário, passando</p><p>pelo programa de necessidades e</p><p>pelo briefing, pelo conceito de</p><p>projeto, pela ergonomia – em suas</p><p>diferentes abordagens, com o</p><p>intuito de solucionar problemas e</p><p>garantir aos usuários espaços</p><p>adequados a suas necessidades</p><p>individuais e/ou coletivas,</p><p>pessoais ou profissionais.</p><p>O decorador trabalha</p><p>com espaços</p><p>interiores, por meio</p><p>da seleção de</p><p>equipamentos e</p><p>mobiliários, assim</p><p>como materiais de</p><p>revestimento, objetos</p><p>acessórios e obras</p><p>de arte, com foco nas</p><p>questões estéticas e</p><p>funcionais.</p><p>O termo foi usado em</p><p>época que não se</p><p>admitiam</p><p>estrangeirismos no</p><p>país, mas hoje não</p><p>tem mais sentido</p><p>usá-lo como</p><p>sinônimo do designer</p><p>de interiores. A</p><p>decoração faz parte</p><p>da atividade projetual</p><p>do designer de</p><p>interiores, mas o</p><p>contrário não é</p><p>verdadeiro.</p><p>Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD, 2019).</p><p>No quadro 2, temos uma comparação das formações</p><p>acadêmicas, apontando que o arquiteto tem uma formação</p><p>generalista em um curso superior tradicional de cinco anos de</p><p>duração, o designer costuma ter formação superior técnica de cerca</p><p>de dois anos, enquanto o campo do decorador prescinde a formação</p><p>superior.</p><p>Quadro 2 – Comparativo entre profissões ABD: formação</p><p>acadêmica</p><p>ARQUITETO DE INTERIORES DESIGNER DE INTERIORES DECORADOR</p><p>A formação acadêmica se dá na</p><p>arquitetura, campo generalista</p><p>que forma arquitetos e</p><p>urbanistas capazes de</p><p>compreender e traduzir as</p><p>necessidades de indivíduos,</p><p>grupos sociais e comunidade,</p><p>com relação à concepção, à</p><p>organização e à construção do</p><p>espaço interior e exterior,</p><p>abrangendo o urbanismo, a</p><p>edificação, o paisagismo, bem</p><p>como a conservação e a</p><p>valorização do patrimônio</p><p>construído, a proteção do</p><p>equilíbrio do ambiente natural e</p><p>a utilização racional dos</p><p>recursos disponíveis (DCN Res.</p><p>nº 2, de 11 de junho de 2010).</p><p>Tratando-se de profissão complexa e</p><p>multidisciplinar, a formação acadêmica de</p><p>nível superior (bacharelados e cursos</p><p>tecnológicos) exige uma metodologia</p><p>específica para elaborar o conceito de projeto,</p><p>grande conhecimento em história e cultura</p><p>(história da arte, do design e de interiores,</p><p>história das artes e das técnicas, cultura</p><p>brasileira, antropologia, sociologia, psicologia</p><p>ambiental, semiótica), conhecimento em</p><p>tecnologia e sustentabilidade (conforto</p><p>térmico, acústico, luminotécnico, ergonomia,</p><p>antropometria, acessibilidade, instalações</p><p>prediais, materiais, sustentabilidade), e</p><p>conhecimento em desenho e expressão</p><p>gráfica (desenho bi e tridimensional, desenho</p><p>técnico, representação gráfica bi e</p><p>tridimensional, metodologia visual).</p><p>O campo</p><p>prescinde de</p><p>formação</p><p>acadêmica,</p><p>permitindo</p><p>autodidatas e</p><p>estudiosos</p><p>que se</p><p>dediquem por</p><p>meio de</p><p>aquisição de</p><p>conhecimento</p><p>em cursos</p><p>livres dentro</p><p>da área.</p><p>Fonte: adaptado de ABD (2019).</p><p>O quadro 3 mostra a relação dos profissionais com as normas,</p><p>ressaltando que o arquiteto e o designer devem conhecê-las e</p><p>respeitá-las, enquanto o decorador, por sua vez, não tem,</p><p>necessariamente, que conhecer as normas, uma vez que dificilmente</p><p>precisará levá-las em consideração em seus projetos.</p><p>Quadro 3 – Comparativo entre profissões ABD: normas</p><p>ARQUITETO DE INTERIORES DESIGNER DE INTERIORES DECORADOR</p><p>Deve conhecer as normas</p><p>técnicas e os regulamentos</p><p>legais que estabelecem</p><p>parâmetros de qualidade,</p><p>segurança e normalidade.</p><p>Deve conhecer e pesquisar as normas técnicas</p><p>específicas a cada tema, entendendo a</p><p>complexidade de cada solução de projeto, atento</p><p>às questões de segurança, habitabilidade e</p><p>desempenho ambiental.</p><p>–</p><p>Fonte: adaptado de ABD (2019).</p><p>O quadro 4 trata de projeto; percebe-se que, no campo de</p><p>arquiteto e de designer de interiores, as atribuições se aproximam</p><p>bastante. Vale ressaltar que os designers de interiores têm em sua</p><p>formação um aprofundamento nos aspectos perceptivos, na teoria</p><p>das cores, nos materiais de acabamentos e em outras questões que</p><p>fazem com que eles possam se aproximar com grande propriedade</p><p>das necessidades de seus clientes e atendê-las com propostas muito</p><p>assertivas. Os decoradores, por sua vez, buscam atender os usuários</p><p>criando uma identidade para o projeto, sem intervenções nos</p><p>espaços existentes.</p><p>Quadro 4 – Comparativo entre profissões ABD: projeto</p><p>ARQUITETO DE INTERIORES DESIGNER DE INTERIORES DECORADOR</p><p>Concebe, projeta e reforma a</p><p>edificação, mantendo ou não a</p><p>concepção arquitetônica</p><p>original; elabora projeto de</p><p>arquitetura de interiores, cuja</p><p>intervenção se dá no âmbito</p><p>espacial; estrutural; das</p><p>instalações; do</p><p>condicionamento térmico,</p><p>acústico e lumínicos; da</p><p>comunicação visual; dos</p><p>materiais, texturas e cores; e do</p><p>mobiliário (Res. nº 51</p><p>CAU/2013).</p><p>Elabora projeto de arquitetura</p><p>da iluminação do edifício (Res.</p><p>nº 51 CAU/2013).</p><p>Elabora projeto de</p><p>acessibilidade e ergonomia da</p><p>edificação (Res. nº 51</p><p>CAU/2013).</p><p>Concebe e projeta espaços interiores,</p><p>compreendendo necessidades, valores e</p><p>inserção cultural dos usuários, garantindo</p><p>pertinência e identidade, buscando o conforto</p><p>em todos os seus aspectos e otimizando a</p><p>qualidade de vida. Trabalha a inclusão,</p><p>projetando espaços para atendimento a</p><p>quaisquer usuários (pessoas com deficiência,</p><p>idosos, obesos, crianças, pessoas com</p><p>carrinhos). Compromete-se ainda com a</p><p>responsabilidade social, estudando o impacto</p><p>do design no comportamento humano.</p><p>Busca o conforto térmico por meio do</p><p>conhecimento das propriedades térmicas das</p><p>fachadas e das coberturas, e das condições de</p><p>temperatura e umidade do ar, direção e</p><p>velocidade dos ventos, e seleciona</p><p>equipamentos e acessórios, materiais de</p><p>revestimentos e esquemas cromáticos, cuja</p><p>especificação possa gerar uma relação de</p><p>conforto fisiológico, psicológico e ambiental.</p><p>Busca a qualidade acústica nos espaços</p><p>interiores, com base na absorção e na</p><p>reverberação do som de acordo com o</p><p>contexto, assim</p><p>como observa as</p><p>necessidades de isolamento e privacidade</p><p>auditiva.</p><p>Busca o conforto lumínico por meio da</p><p>apropriação máxima da iluminação natural e</p><p>de esquemas cromáticos adequados; estuda o</p><p>sistema de iluminação artificial que seja geral,</p><p>focal e de destaque, de acordo ao uso do</p><p>espaço, considerando a eficiência energética e</p><p>a psicologia da cor.</p><p>Elabora</p><p>projetos de</p><p>espaços</p><p>interiores de</p><p>baixa</p><p>complexidade,</p><p>sem que haja</p><p>qualquer tipo</p><p>de</p><p>intervenção</p><p>nos espaços</p><p>preexistentes.</p><p>Estuda a</p><p>identidade</p><p>visual do</p><p>usuário,</p><p>buscando a</p><p>linguagem do</p><p>projeto.</p><p>Fonte: adaptado de ABD (2019).</p><p>Por fim, o quadro 5, de grande importância, fala das alterações,</p><p>destacando o fato de o arquiteto poder alterar a configuração dos</p><p>espaços, o designer precisar contar com outros profissionais que</p><p>tenham conhecimento técnico para fazer alterações estruturais no</p><p>projeto e o decorador não poder fazer alterações significativas. Essas</p><p>atribuições se dão com base na formação de cada profissional.</p><p>Arquitetos podem demolir paredes ou alterar estrutura porque têm</p><p>grande carga horária em seu curso voltada para tais disciplinas.</p><p>Quadro 5 – Comparativo entre profissões ABD: alterações</p><p>ARQUITETO DE INTERIORES DESIGNER DE INTERIORES DECORADOR</p><p>Altera a configuração dos</p><p>espaços, propondo novas</p><p>soluções de uso e implantando</p><p>soluções tecnológicas e</p><p>projetuais adequadas.</p><p>Propõe alterações na configuração dos</p><p>espaços interiores com responsabilidade,</p><p>buscando a colaboração de outros</p><p>profissionais habilitados na forma da lei nas</p><p>intervenções.</p><p>–</p><p>Fonte: adaptado de ABD (2019).</p><p>Em todos esses itens, a atividade do arquiteto de interiores e do</p><p>designer se aproximam. Entretanto vale destacar que os designers</p><p>têm, em sua formação acadêmica, maior foco em alguns desses</p><p>itens, ou seja, muitas vezes o arquiteto delega ao designer a escolha</p><p>do mobiliário, dos acessórios ou mesmo das obras de arte a serem</p><p>incorporadas ao projeto.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>No site da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), está disponível</p><p>completo, para análise, o “Quadro comparativo de atribuições designers de</p><p>interiores, arquitetos de interiores e decoradores” (ABD, 2019). Além do que foi</p><p>apresentado neste capítulo, o quadro fala ainda de orçamentos, desenho</p><p>exclusivo, obras de arte, equipamentos, acessórios, compatibilizações de</p><p>projetos disciplinares, execução, entre outros. Há outros materiais bastante</p><p>interessantes para você estudar!</p><p>3 Limites de atuação profissional</p><p>O quadro da ABD estudado já especifica alguns dos limites da</p><p>atuação profissional de arquitetos, designers e decoradores. Vale</p><p>dizer ainda que o designer tem várias atribuições dentro de um</p><p>projeto, buscando tornar os ambientes internos mais bonitos,</p><p>confortáveis e eficientes.</p><p>É possível dizer que seu trabalho, de alguma maneira, é a</p><p>continuidade do trabalho do arquiteto que projeta as edificações e</p><p>que é complementar ao arquiteto de interiores, uma vez que ele tem</p><p>uma formação muito forte no que diz respeito ao mobiliário, aos</p><p>materiais de acabamento, aos tipos de revestimento e ao estudo de</p><p>tendências, cores e outros importantes elementos para fazer o</p><p>refinamento do projeto inicial proposto.</p><p>É possível pensar, então, que o designer pode seguir algumas</p><p>áreas principais de atuação, como o desenho de mobiliário, seja</p><p>marcenaria convencional ou peças exclusivas; a execução de projetos</p><p>completos de interiores, partindo do edifício cru e escolhendo todos</p><p>os materiais e revestimentos, verificando fluxos, especificando</p><p>mobiliário, desenvolvendo o projeto luminotécnico e escolhendo os</p><p>acessórios; fazendo meramente a decoração dos espaços; e no</p><p>paisagismo, escolhendo móveis, revestimentos e elementos naturais</p><p>adequados para compor o jardins, terraços e varandas, entre outras.</p><p>Resguardando os aspectos estruturais da edificação, seja em</p><p>termos da estrutura em si, seja em termos das disciplinas</p><p>complementares, como elétrica e hidráulica, o designer pode atuar</p><p>em projetos residenciais, comerciais, corporativos, entre outros.</p><p>4 Cursos superiores e técnicos em</p><p>design de interiores</p><p>Para que o profissional se torne um designer de interiores, ele</p><p>deve ter formação acadêmica na área, em cursos que podem ser</p><p>técnicos e superiores.</p><p>No primeiro grupo, o aluno cursa o ensino médio estruturado em</p><p>conjunto com a formação de técnico em design de interiores (ETEC,</p><p>[s.  d.]). Ao final do curso, o aluno conclui o ensino médio e recebe</p><p>também o diploma de técnico em design de interiores.</p><p>Vale ressaltar que o profissional técnico em design de interiores</p><p>não tem formação superior, o que traz algumas restrições de</p><p>atuação, como não poder cursar pós-graduação. Segundo a Etec, o</p><p>técnico em design de interiores é:</p><p>o profissional que participa na elaboração e na execução de projetos de</p><p>interiores de espaços residenciais, comerciais, vitrines e exposições,</p><p>visando à estética, à melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e</p><p>visuais dos ambientes, para atender às necessidades de conforto,</p><p>segurança e bem-estar dos usuários. Desenvolve esboços, perspectivas e</p><p>desenhos, de acordo com as normas técnicas. Planeja e organiza o</p><p>espaço, identificando elementos básicos para a concepção do projeto.</p><p>Representa os elementos de projeto no espaço bidimensional e</p><p>tridimensional, aplicando métodos de representação gráfica. (ETEC, [s. d.])</p><p>No que tange aos cursos superiores, existem dois tipos de</p><p>graduação para design de interiores: o bacharelado e a graduação</p><p>tecnológica. O bacharelado abarca cursos com duração de cerca de</p><p>quatro anos, enquanto os de graduação tecnológica, bem mais</p><p>populares e focados na prática profissional, costumam ter, em média,</p><p>dois anos de duração.</p><p>Nesses cursos de menor duração, o aluno aprende sobre</p><p>paisagismo, cores e seus impactos perceptivos, história da arte,</p><p>técnicas de iluminação e aplicação de materiais e revestimentos,</p><p>ergonomia, gestão de projetos, relação com o cliente, além de</p><p>disciplinas ligadas à representação do projeto, como desenho</p><p>técnico, uso de softwares, entre outros.</p><p>Apesar da formação semelhante entre o técnico, o superior</p><p>técnico e os bacharelados, a principal diferença está na maturidade</p><p>do aluno e no aprofundamento dos conteúdos trabalhados nas</p><p>disciplinas, sendo os superiores técnicos os cursos mais procurados.</p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, começamos a adentrar a vida profissional de um</p><p>designer de interiores. Para isso, verificamos quais são suas</p><p>atribuições, possibilidades de formação e diferenças entre os cursos</p><p>que, de alguma maneira, trabalham na área de construção civil;</p><p>finalmente, pudemos ver uma comparação entre as formações.</p><p>Referências</p><p>ARQUITETURA. In: HOUAISS online, [s. d.]. Disponível em:</p><p>https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-</p><p>1/html/index.php#1. Acesso em: 15 jan. 2023.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESIGNERS DE INTERIORES (ABD).</p><p>Quadro comparativo de atribuições designers de interiores, arquitetos</p><p>de interiores e decoradores. ABD, São Paulo, 2019. Disponível em:</p><p>https://abd.org.br/home/DownloadFile/arquiteto-designer-de-</p><p>interiores-e-decorador-e-tudo-igual/16. Acesso em: 9 fev. 2023.</p><p>BRASIL. Lei n. 13.369, de 12 de dezembro de 2016. Dispõe sobre a</p><p>garantia do exercício da profissão de designer de interiores e</p><p>ambientes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF, 13 dez. 2016.</p><p>CANÇADO, Wellington. Definições incertas: arquitetura. Arquitextos –</p><p>Vitruvius, São Paulo, 115.05, ano 10, dez. 2009. Disponível em:</p><p>https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.115/6. Acesso</p><p>em: 15 jan. 2023.</p><p>CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL (CAU/BR).</p><p>Manual do arquiteto e urbanista. 2. ed. Brasília, DF: CAU/BR, 2016.</p><p>Disponível em: https://www.caubr.gov.br/wp-</p><p>https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php#1</p><p>https://abd.org.br/home/DownloadFile/arquiteto-designer-de-interiores-e-decorador-e-tudo-igual/16</p><p>https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.115/6</p><p>https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/09/MANUAL_DO_AU_2016.pdf</p><p>content/uploads/2017/09/MANUAL_DO_AU_2016.pdf.</p><p>Acesso 15 jan.</p><p>2023.</p><p>ESCOLA ESTADUAL TÉCNICA (ETEC). Ensino médio com habilitação</p><p>profissional de técnico em design de interiores (M-tec – PI). ETEC, [s.</p><p>d.]. Disponível em: https://www.vestibulinhoetec.com.br/unidades-</p><p>cursos/curso.asp?c=1346. Acesso em: 16 jan. 2023.</p><p>FRANCALACCI, Patrícia. Engenheiro civil: garantia de autoridade</p><p>técnica. Confea – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, 5</p><p>nov. 2018. Disponível em: https://www.confea.org.br/engenheiro-civil-</p><p>garantia-de-autoridade-tecnica. Acesso em: 15 jan. 2023.</p><p>GHISLENI, Camilla. O que é arquitetura vernacular? ArchDaily, 15 nov.</p><p>2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/951326/o-que-</p><p>e-arquitetura-vernacular. Acesso em: 15 jan. 2023.</p><p>GUIA DO ESTUDANTE. Engenharia civil. São Paulo, 30 jun. 2020</p><p>Disponível em:</p><p>https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/engenharia-civil/.</p><p>Acesso em: 15 jan. 2023.</p><p>LEMOS, Carlos A. C. O que é arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 1980.</p><p>v. 16. (Coleção Primeiros Passos).</p><p>RAPOPORT, Amos. House form and culture. New Jersey: Prentice-</p><p>Hall, 1969.</p><p>RIZZO, Garibaldi. A diferença entre o arquiteto, o design de interiores e</p><p>o decorador. CAU/PI – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do</p><p>https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/09/MANUAL_DO_AU_2016.pdf</p><p>https://www.vestibulinhoetec.com.br/unidades-cursos/curso.asp?c=1346</p><p>https://www.confea.org.br/engenheiro-civil-garantia-de-autoridade-tecnica</p><p>https://www.archdaily.com.br/br/951326/o-que-e-arquitetura-vernacular</p><p>https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/engenharia-civil/</p><p>Piauí, 12 mar. 2013. Disponível em: https://www.caupi.gov.br/?</p><p>p=3217. Acesso em 15 jan. 2023.</p><p>TEIXEIRA, Rubenilson Brazão. Arquitetura vernacular: em busca de</p><p>uma definição. Arquitextos – Vitruvius, São Paulo, 201.01 vernacular,</p><p>ano 17, fev. 2017. Disponível em:</p><p>https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.201/6431.</p><p>Acesso em: 15 jan. 2023.</p><p>https://www.caupi.gov.br/?p=3217</p><p>https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.201/6431</p><p>[1] Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) é uma autarquia responsável por</p><p>verificar, fiscalizar e aperfeiçoar o exercício e as atividades dessas áreas profissionais.</p><p>[2] Os aspectos plásticos em arquitetura se referem às características formais, como linhas,</p><p>volumes, formas e texturas, que compõem a aparência de um edifício ou estrutura</p><p>arquitetônica. Eles são importantes porque influenciam a percepção estética e emocional de</p><p>uma construção e contribuem para a sua identidade visual.</p><p>Capítulo 2</p><p>Profissão: designer de interiores</p><p>Este capítulo apresenta brevemente a história do design de</p><p>interiores, apontando suas principais características ao longo da</p><p>história. Posteriormente, discute os campos de atuação do designer</p><p>e, finalmente, trata do mercado de trabalho desse profissional.</p><p>É possível dizer que design de interiores tem uma longa história</p><p>que se estende por milhares de anos e muitas culturas. Nas</p><p>civilizações antigas, como a egípcia, a grega e a romana, esses</p><p>profissionais costumavam dispor de desenhos e modelos intrincados</p><p>em edifícios e casas, normalmente incorporando símbolos e modelos</p><p>que continham significado cultural.</p><p>No Renascimento, na Europa, houve uma retomada das formas</p><p>clássicas, tanto na arquitetura quanto na expressão artística como</p><p>um todo, o que proporcionou o aumento do uso de ornamentos e</p><p>outros elementos decorativos em palácios e residências nobres.</p><p>Já durante a Revolução Industrial, no século XIX, a produção em</p><p>massa de diversos artefatos criou um embate entre artistas e</p><p>artesãos. Passou-se a discutir os novos meios de produção e o valor</p><p>artístico das peças fabricadas de modo industrial, em larga escala.</p><p>Nesse período, surgiram novos materiais e técnicas, o que tornou o</p><p>design de interiores mais acessível à classe média.</p><p>No século XX, diversos movimentos modernistas, como Art</p><p>Déco, Bauhaus e Minimalismo, desafiaram os designs tradicionais e</p><p>introduziram novas formas, materiais e filosofias. Foram</p><p>experimentados diversos materiais e técnicas, desenvolveu-se o</p><p>processo produtivo e questões como ergonomia passaram a ganhar</p><p>importância.</p><p>Hoje, o design de interiores continua a evoluir e abranger uma</p><p>variedade de estilos, influenciados por avanços culturais, sociais e</p><p>tecnológicos.</p><p>1 Breve história da profissão</p><p>A profissão de designer de interiores envolve a criação e a</p><p>execução de projetos de design de interiores para espaços</p><p>residenciais, comerciais e institucionais. Seus cursos começaram a</p><p>surgir no Brasil em meados do século XX, mas se popularizaram</p><p>como cursos superiores no início do século XXI. Como principais</p><p>objetivos dessa formação, destacam-se a otimização do uso do</p><p>espaço, criação de bem-estar e combinação de estética e</p><p>funcionalidade.</p><p>Outro fator importante para a popularização da profissão foi o</p><p>desenvolvimento da televisão a cabo e da internet, que permitiram a</p><p>exposição de programas de design de interiores e a disseminação de</p><p>ideias e tendências. Hoje em dia, a profissão de designer de interiores</p><p>é uma das mais procuradas e respeitadas no Brasil, com grande</p><p>demanda por profissionais capacitados em todo o país.</p><p>1.1 Design de interiores na Antiguidade</p><p>Desde a Antiguidade, o design de interiores tem sido uma forma</p><p>importante de expressão cultural e comunicação. As civilizações</p><p>antigas representavam sua arte por meio desenhos complexos</p><p>contendo símbolos e elementos com significado cultural. Até hoje, o</p><p>design de interiores continua sendo uma forma importante de</p><p>comunicação e expressão cultural, e a herança dessas civilizações</p><p>antigas é evidente em muitos dos estilos e das tendências de design</p><p>que ainda são utilizados hoje. Os interiores egípcios, por exemplo,</p><p>eram caracterizados pelo uso de simetria e equilíbrio, com desenhos</p><p>intrincados em pinturas murais e hieróglifos que retratavam cenas</p><p>religiosas e míticas. Os móveis eram tipicamente feitos de madeira e</p><p>pedra e incluíam sofás, cadeiras e mesas baixas.</p><p>Vale ressaltar a preocupação com os monumentos ligados aos</p><p>deuses e à morte, e que as mobílias eram feitas para durar por longos</p><p>períodos, mesmo após a morte dos faraós. Verificava-se o uso da</p><p>pintura como ornamentação, não somente nos túmulos e nas</p><p>pirâmides, mas também nas residências da classe média.</p><p>Os interiores gregos, por sua vez, costumavam ser simples e</p><p>funcionais, com foco em materiais naturais, como pedra e mármore.</p><p>Colunas e molduras intrincadas eram usadas para decorar casas e</p><p>prédios públicos, com móveis normalmente feitos de madeira</p><p>entalhada.</p><p>Já os interiores romanos foram fortemente influenciados pelo</p><p>design grego, mas também incorporaram elementos de luxo, como</p><p>piso de mosaico, afrescos e móveis ornamentados. As casas</p><p>romanas eram frequentemente construídas em torno de pátios e</p><p>apresentavam muita luz natural, com espaços interiores divididos por</p><p>arcos e colunas.</p><p>Essas civilizações antigas lançaram as bases para grande parte</p><p>do design de interiores ocidental, com o uso de detalhes intrincados,</p><p>simbolismo cultural e foco na função e na beleza.</p><p>1.2 Design de interiores renascentista</p><p>O design de interiores renascentista surgiu na Europa durante o</p><p>século XV e foi influenciado pelo movimento artístico e cultural</p><p>conhecido como Renascimento. Ele valoriza a harmonia, a proporção</p><p>e a simetria, além de incorporar elementos de antigos estilos</p><p>arquitetônicos gregos e romanos. Os interiores renascentistas são</p><p>caracterizados por paredes brancas, tetos altos e molduras</p><p>elaboradas, com mobiliário clássico e obras de arte que completam o</p><p>espaço. As cores são sóbrias, como o marrom, o azul e o verde, e as</p><p>texturas são suaves e refinadas. O design de interiores renascentista</p><p>é ainda hoje uma referência de sofisticação e elegância.</p><p>Depois de um longo período de trevas[1] da Idade Média, alguns</p><p>elementos-chave voltaram a ser incluídos nos projetos de interiores:</p><p>simetria e equilíbrio, com ênfase na proporção e elegância;</p><p>esculturas e detalhes intrincados, muitas vezes em madeira e</p><p>pedra;</p><p>tecidos e tecidos ricos, como veludos, sedas e brocados;</p><p>móveis grandes e imponentes, destinados a transmitir riqueza e</p><p>status.</p><p>Nesse período, pode-se destacar o surgimento e a popularização</p><p>de peças como:</p><p>Chaise longue: sofá longo e estofado com encosto curvo,</p><p>frequentemente usado para relaxar.</p><p>Cassone: baú de madeira grande e ricamente decorado, usado</p><p>para armazenamento e muitas vezes colocado ao pé de uma</p><p>cama.</p><p>Poltrona: cadeira estofada com braços, projetada para</p><p>proporcionar conforto e frequentemente usada em espaços</p><p>formais.</p><p>Escrivaninha: grande mesa de madeira com gavetas, usada para</p><p>escrever e estudar.</p><p>1.3 Design de interiores na Revolução Industrial</p><p>Tratar o design de interiores nesse período é adentrar um</p><p>universo particular. A Revolução Industrial marcou uma grande virada</p><p>no design de interiores, pois a produção em massa e novos materiais</p><p>transformaram a maneira como as pessoas viviam e decoravam suas</p><p>casas. Objetos antes só destinados aos mais abastados passaram a</p><p>ser produzidos em larga escala, podendo, assim, se tornar mais</p><p>acessíveis a outros estratos da população. No processo de produção,</p><p>houve a ruptura entre as atividades de idealizar (projetar) e de</p><p>produzir, o que acontecia tipicamente na produção artesanal. Essa</p><p>separação, entretanto, não contribuiu para melhorar a qualidade tanto</p><p>material quanto artística dos produtos (SORANO; SILVA; SOUZA,</p><p>2005).</p><p>Nesse contexto surgem, então, movimentos de resistência à</p><p>produção industrial. O Arts and Crafts, por exemplo, surgiu na</p><p>Inglaterra no final do século XIX como reação contra a produção</p><p>industrial, que vinha gerando bens com design de qualidade inferior. O</p><p>fundador do movimento, William Morris, criticou a produção industrial</p><p>ao dizer que não havia nada nas máquinas que as tornasse capazes</p><p>de produzir belos objetos. Em vez disso, o Arts and Crafts defendia o</p><p>trabalho artesanal, valorizando a habilidade manual e o design</p><p>personalizado (OLIVEIRA, 2014).</p><p>O Arts and Crafts buscou reviver o trabalho artesanal, tendo</p><p>como exemplo o trabalho dos artesãos medievais. Ele também</p><p>influenciou o design de interiores, valorizando o uso de materiais</p><p>naturais e a criação de espaços acolhedores e confortáveis</p><p>(FIGUEIREDO, 2021).</p><p>A produção industrial, por outro lado, priorizava a velocidade e a</p><p>eficiência na produção em massa de bens. Isso resultou em aumento</p><p>da produção e da disponibilidade de bens, mas com perda na</p><p>qualidade e originalidade dos projetos (OLIVEIRA, 2014).</p><p>Os principais elementos do design de interiores da Revolução</p><p>Industrial incluem, segundo Sorano, Silva e Souza (2005):</p><p>minimalismo e simplicidade, com foco na funcionalidade e na</p><p>acessibilidade;</p><p>novos materiais (como ferro, aço e vidro) em móveis e</p><p>decoração;</p><p>móveis simples e funcionais, muitas vezes com foco na</p><p>produção em massa e acessibilidade;</p><p>rejeição a estilos decorativos ornamentados em favor de uma</p><p>estética mais funcional e moderna.</p><p>1.4 Bauhaus e o design de interiores</p><p>A Bauhaus foi uma escola de arte e design fundada em 1919 na</p><p>Alemanha. Seu objetivo era integrar arte, tecnologia e indústria para</p><p>criar produtos funcionais e esteticamente atraentes.</p><p>Podem-se apontar como os principais expoentes que</p><p>contribuíram significativamente para o desenvolvimento da teoria e</p><p>da prática da escola, influenciando a arte, o design e a arquitetura de</p><p>maneira duradoura da Bauhaus, os seguintes artistas e designers:</p><p>Walter Gropius, fundador da Bauhaus;</p><p>Ludwig Mies van der Rohe, diretor da Bauhaus de 1930 a 1933;</p><p>Johannes Itten, professor de arte e design;</p><p>Wassily Kandinsky, artista e professor de arte;</p><p>Paul Klee, artista e professor de arte;</p><p>László Moholy-Nagy, artista e professor de design;</p><p>Marianne Brandt, designer industrial;</p><p>Herbert Bayer, designer gráfico e tipógrafo.</p><p>O design de interiores foi uma das áreas em que a escola teve</p><p>influência significativa, com seu enfoque na simplicidade, na</p><p>funcionalidade e na utilização de materiais modernos. A Bauhaus</p><p>promoveu a ideia de que o design de interiores deve ser acessível a</p><p>todos, e não apenas à elite, e deve ser integrado à arquitetura. Assim,</p><p>os princípios da escola ainda são influentes no design de interiores</p><p>contemporâneo (SORANO; SILVA; SOUZA, 2005).</p><p>Muito do mobiliário que se vê hoje nas lojas tem forte influência</p><p>dessa escola, como a cadeira Wassily (figura 1), uma cadeira simples</p><p>e minimalista projetada por Marcel Breuer, caracterizada pelo uso de</p><p>aço tubular e couro.</p><p>Figura 1 – Cadeira Wassily</p><p>A cadeira Barcelona (figura 2) é uma cadeira modernista clássica</p><p>projetada por Mies van der Rohe, com linhas limpas e design simples.</p><p>Figura 2 – Cadeira Barcelona</p><p>Entre outros grandes exemplos estão: a cadeira Cesca, de Marcel</p><p>Breuer; o berço de Peter Keler; a cadeira Brno, de Mies van der Rohe;</p><p>as mesas de encaixe de Josef Albers; e a modernista poltrona LC2,</p><p>projetada por Le Corbusier, com design simples e funcional, de aço</p><p>tubular.</p><p>1.5 Design de interiores na atualidade</p><p>Atualmente, o design de interiores é caracterizado por uma</p><p>abordagem minimalista, com linhas simples, tons claros e uso de</p><p>materiais naturais. Há também o enfoque em soluções sustentáveis,</p><p>como iluminação natural e reciclagem de materiais. O uso de</p><p>tecnologia também está se tornando cada vez mais comum, com a</p><p>incorporação de sistemas de automação e controle de iluminação e</p><p>temperatura. Além disso, a personalização e a criação de espaços</p><p>funcionais são valorizadas para atender às necessidades dos</p><p>usuários.</p><p>Podem-se apontar alguns fatores que vêm tornando a busca</p><p>pelo design de interiores mais popular nos últimos anos, como maior</p><p>foco na melhoria da casa em termos estéticos e de conforto, uma vez</p><p>que, desde a pandemia, com maior número de pessoas passando</p><p>mais tempo em casa, tem surgido o interesse crescente em torná-la</p><p>um espaço confortável e funcional.</p><p>Outro importante ponto a se destacar é a ampla disponibilidade</p><p>de conteúdo de design de interiores em redes sociais, como o</p><p>Pinterest e o Instagram, o que tornou mais fácil para as pessoas o</p><p>acesso a referências e imagens de inspiração, gerando ideias para</p><p>suas casas.</p><p>Já os programas de reforma de residências (em TV aberta, TV</p><p>fechada, streamings e vídeos on demand) tornaram o design de</p><p>interiores mais acessível e atraente para um público mais amplo.</p><p>Finalmente, pode-se destacar a crescente conscientização sobre</p><p>as questões ambientais, levando as pessoas a se concentrarem em</p><p>soluções de design de interiores sustentáveis e ecologicamente</p><p>corretas.</p><p>2 Campos de atuação do designer de</p><p>interiores</p><p>O designer de interiores precisa ter conhecimento em arquitetura,</p><p>design, decoração, história da arte, ergonomia, entre outras áreas,</p><p>para poder desenvolver projetos funcionais e estéticos que atendam</p><p>às necessidades e às expectativas de seus clientes. Esse profissional</p><p>deve desenvolver seus projetos por meio de um processo empático</p><p>profundo, adentrando o universo do cliente e entendendo todas as</p><p>suas características e necessidades.</p><p>Há diversos campos de atuação para um designer de interiores.</p><p>Entre eles, destaca-se o projetual, comumente dividido em:</p><p>residencial, comercial, hospitalidade, corporativo e institucional.</p><p>O projeto residencial consiste em projeto, planejamento e</p><p>decoração de interiores de residências. No comercial, o profissional</p><p>atua na criação de espaços comerciais, como escritórios, lojas e</p><p>restaurantes. Quanto à hospitalidade, desenvolve projeto de hotéis,</p><p>motéis, pousadas e outros espaços destinados a aluguel temporário.</p><p>No corporativo, lida com escritórios de empresas, layouts e</p><p>setorizações, fluxos e demandas específicas daquele setor.</p><p>Finalmente, no projeto de interiores de espaços institucionais,</p><p>desenvolve interiores de escolas, hospitais, bibliotecas, museus, entre</p><p>outros.</p><p>Vale ressaltar, entretanto, que esse profissional pode também</p><p>atuar em outras atividades, como:</p><p>Consultoria: prestação de serviços de consultoria para ajudar os</p><p>clientes a tomar decisões de design e decoração.</p><p>Venda de produtos: trabalho em lojas de móveis e decoração,</p><p>vendendo produtos relacionados ao design de interiores.</p><p>Planejamento de</p><p>espaços: ajuda a planejar e organizar espaços</p><p>de maneira eficiente e funcional.</p><p>Styling: realização de sessões de styling, criando ambientes</p><p>atraentes e coerentes para fins comerciais ou residenciais.</p><p>Treinamento e ensino: ministra cursos e workshops sobre</p><p>design de interiores, compartilhando seus conhecimentos e</p><p>habilidades com outros interessados na área.</p><p>Design de móveis: desenha móveis para empresas (produzidos</p><p>industrialmente) e projetos exclusivos.</p><p>3 Mercado de trabalho</p><p>O mercado de trabalho para designers de interiores no Brasil tem</p><p>crescido nos últimos anos, com a necessidade de melhorias e</p><p>renovações de espaços residenciais e comerciais. De acordo com o</p><p>Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2019), a</p><p>construção civil é um dos setores que mais emprega profissionais da</p><p>área de arquitetura e design, incluindo designers de interiores.</p><p>A pesquisa aponta que, em 2019, havia cerca de 96 mil</p><p>arquitetos e engenheiros registrados no país, dos quais 23% eram</p><p>arquitetos. Embora não existam dados específicos sobre o número de</p><p>designers de interiores, é provável que haja uma demanda crescente</p><p>por esses profissionais à medida que as pessoas investem cada vez</p><p>mais em melhorias para seus lares e empresas (IBGE, 2019).</p><p>Além disso, o aumento da conscientização sobre a importância</p><p>de espaços funcionais e esteticamente agradáveis também tem</p><p>ajudado a expandir o mercado de trabalho para designers de</p><p>interiores no Brasil, especialmente após a pandemia de covid-19</p><p>(AGÊNCIA FIEP, 2020).</p><p>Assim, percebe-se que o mercado de trabalho para designers de</p><p>interiores no Brasil é promissor, com demanda crescente por</p><p>profissionais capacitados e criativos. No entanto, como em qualquer</p><p>outra carreira, é importante que os designers de interiores estejam</p><p>atualizados com as tendências e tecnologias atuais e se mantenham</p><p>em constante evolução para se destacarem em um mercado cada</p><p>vez mais competitivo.</p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, conhecemos um pouco da história do design de</p><p>interiores, suas principais funções e o mercado de trabalho. Vimos</p><p>que a pandemia colocou luz sobre a área a partir do momento em</p><p>que formas de trabalho precisaram ser repensadas, bem como nosso</p><p>modo de viver e de se relacionar com os espaços.</p><p>Referências</p><p>AGÊNCIA FIEP. Para atender demanda do mercado, que está mais</p><p>aquecido com a pandemia, Faculdades da Indústria lançam</p><p>tecnólogo de Design de Interiores. Agência Fiep, 24 nov. 2020.</p><p>Disponível em: https://agenciafiep.com.br/2020/11/24/para-atender-</p><p>demanda-do-mercado-que-esta-mais-aquecido-com-pandemia-</p><p>faculdades-da-industria-lancam-tecnologo-de-design-de-interiores/.</p><p>Acesso em: 9 fev. 2023.</p><p>FIGUEIREDO, Ana Carolina Carvalho Arts and crafts: material para</p><p>decoração e seu contexto histórico. Portal Pós, 15 jun. 2021.</p><p>Disponível em: https://blog.portalpos.com.br/arts-and-crafts-</p><p>decoracao/. Acesso em: 25 jan. 2023.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Perfil</p><p>dos profissionais de arquitetura e engenharia no Brasil. IBGE, 2019.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/industria/9018-</p><p>https://agenciafiep.com.br/2020/11/24/para-atender-demanda-do-mercado-que-esta-mais-aquecido-com-pandemia-faculdades-da-industria-lancam-tecnologo-de-design-de-interiores/</p><p>https://blog.portalpos.com.br/arts-and-crafts-decoracao/</p><p>https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/industria/9018-pesquisa-anual-da-industria-da-construcao.html?=&t=destaques</p><p>pesquisa-anual-da-industria-da-construcao.html?=&t=destaques.</p><p>Acesso em: 22 fev. 2023.</p><p>OLIVEIRA, Inês Santana de. Por uma consciência de época moderna:</p><p>a tradição clássica nos primórdios da arquitectura moderna alemã.</p><p>2014. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de</p><p>Arquitectura da Universidade do Porto, Porto, 2014.</p><p>SORANO, Elisangela Cristina; SILVA, José Carlos Plácido da; SOUZA,</p><p>Lea Cristina Lucas de. Os caminhos do design: da Revolução</p><p>Industrial ao período após a Primeira Guerra Mundial. In: CONGRESSO</p><p>INTERNACIONAL EM PESQUISA EM DESIGN, 4., 11 a 13 de out. 2005,</p><p>Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: [s. n.], 2005.</p><p>WOLFE, Tom. Da Bauhaus ao nosso caos. Rio de Janeiro: Rocco,</p><p>1990.</p><p>https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/industria/9018-pesquisa-anual-da-industria-da-construcao.html?=&t=destaques</p><p>[1] “Período das trevas” é uma expressão comumente usada para se referir à Idade Média,</p><p>que ocorreu na Europa entre o fim da Antiguidade Clássica (cerca de 476 d.C.) e o começo da</p><p>Idade Moderna (séculos XV e XVI).</p><p>Capítulo 3</p><p>Leis, decretos e normas da profissão</p><p>designer de interiores</p><p>A partir dos séculos XVIII e XIX, surgiram as primeiras leis</p><p>modernas e específicas para a construção civil, com o objetivo de</p><p>regular questões como o uso do solo, o planejamento urbano, a</p><p>segurança em construções, a higiene das habitações e a proteção do</p><p>patrimônio histórico e cultural. Desde então, essas leis vêm evoluindo</p><p>e se aperfeiçoando para atender às necessidades da sociedade.</p><p>No Brasil, algumas das principais leis e normas que</p><p>regulamentam o design de interiores incluem:</p><p>Lei nº 13.369/2016: regulamenta a profissão de designer de</p><p>interiores no Brasil.</p><p>ABNT NBR 9050/2015: estabelece as normas de acessibilidade</p><p>a edifícios, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos.</p><p>ABNT NBR 15.575/2013: define requisitos e critérios de</p><p>desempenho nas edificações habitacionais.</p><p>ABNT NBR 16.280/2014: regulamenta reformas em edificações.</p><p>Essas leis e normas estabelecem critérios para projetos de</p><p>interiores seguros, acessíveis e confortáveis, e são fundamentais</p><p>para que os designers de interiores possam desenvolver projetos de</p><p>alta qualidade e em conformidade com as regulamentações.</p><p>Conhecer e seguir essas leis é importante para garantir a qualidade e</p><p>a segurança dos projetos realizados, bem como para evitar</p><p>problemas legais.</p><p>Neste capítulo, conheceremos os principais aspectos da</p><p>legislação que devem ser respeitados ao desenvolver um projeto de</p><p>interiores.</p><p>1 Lei nº 13.369, de 12 de dezembro de</p><p>2016</p><p>A profissão de designer de interiores no Brasil é regulamentada</p><p>pela Lei nº 13.369/2016, que foi aprovada em 12 de dezembro de</p><p>2016 e entrou em vigor em 12 de janeiro de 2017. O processo de</p><p>aprovação da lei envolveu a participação de diversos setores da</p><p>sociedade, incluindo profissionais de design de interiores,</p><p>associações, órgãos governamentais e instituições de ensino. A lei foi</p><p>debatida em diversas instâncias, incluindo comissões técnicas e</p><p>plenários, antes de ser aprovada pelo Congresso Nacional.</p><p>A aprovação dessa lei foi uma conquista importante para a</p><p>categoria de designers de interiores, uma vez que regulamentou e</p><p>formalizou a profissão no Brasil, garantindo a qualidade dos serviços</p><p>prestados e protegendo os direitos dos consumidores. A lei também</p><p>reconheceu o papel importante dos designers de interiores na</p><p>construção de espaços funcionais, seguros e esteticamente</p><p>atraentes, e incentivou a formação de profissionais altamente</p><p>capacitados e qualificados.</p><p>De acordo com a lei, os designers de interiores são responsáveis</p><p>por planejar, projetar e executar interiores, incluindo espaços</p><p>residenciais, comerciais e institucionais. Algumas das principais</p><p>competências dos designers de interiores, segundo a lei, incluem</p><p>(BRASIL, 2016):</p><p>Análise de espaços: identificação das necessidades e</p><p>expectativas do cliente, levantamento de dados e medição dos</p><p>espaços, avaliação das condições de iluminação, ventilação e</p><p>acústica.</p><p>Planejamento e projeto: desenvolvimento de soluções para o</p><p>uso dos espaços, definição de layout, escolha de revestimentos,</p><p>acabamentos, mobiliário e objetos de decoração.</p><p>Execução de obra: acompanhamento da execução do projeto,</p><p>supervisionando a qualidade dos trabalhos e a utilização de</p><p>materiais adequados.</p><p>Coordenação de fornecedores e prestadores de serviços:</p><p>identificação de fornecedores e prestadores de serviços,</p><p>negociação de preços e prazos, fiscalização do trabalho</p><p>realizado.</p><p>Consultoria e orientação ao cliente: prestação de consultoria e</p><p>orientação ao cliente em relação</p><p>às escolhas de materiais,</p><p>mobiliário e objetos de decoração.</p><p>Lembre-se de que o Conselho Regional de Engenharia e</p><p>Agronomia (Crea) é o responsável pelos profissionais de design de</p><p>interiores, ou seja, a atividade profissional está agora regulamentada</p><p>por lei, e a fiscalização será realizada por esse conselho. Para realizar</p><p>projetos em condomínios, por exemplo, é necessário que o</p><p>profissional seja registrado no Crea e tenha uma ART.[1] Portanto, a</p><p>adesão e a regularização no Conselho são fundamentais para o</p><p>exercício legal da profissão.</p><p>1.1 ABNT NBR 9.050/2015</p><p>Acessibilidade é a condição de uma edificação, um espaço,</p><p>equipamento ou serviço ser utilizável e acessível, sem qualquer tipo</p><p>de barreira ou obstáculo, a todas as pessoas, incluindo aquelas com</p><p>deficiências ou mobilidade reduzida. Considera aspectos como</p><p>circulação, altura de instalações, largura de portas e corredores, entre</p><p>outros, visando garantir que todas as pessoas tenham acesso pleno e</p><p>independente a esses ambientes. Além disso, também se estende a</p><p>serviços e tecnologias, garantindo a utilização de recursos digitais e</p><p>tecnológicos para todos (CDHU, [s. d.]).</p><p>A ABNT NBR 9.050/2015 é a Norma Brasileira que estabelece</p><p>diretrizes para a acessibilidade de edifícios, espaços e equipamentos</p><p>urbanos para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.</p><p>Ela abrange aspectos como circulação, piso, rampas, sanitários, entre</p><p>outros, com vistas a garantir acesso e circulação segura e</p><p>independente para essas pessoas. A Norma é aplicável a todos os</p><p>tipos de edificações, desde residências até edifícios públicos e</p><p>comerciais, e é importante para garantir a inclusão e a acessibilidade</p><p>para todos.</p><p>Desde a atualização da Norma em 2015, passa a ser</p><p>considerada a expressão “design universal”, mais ampla do que o</p><p>termo “acessibilidade”. É uma abordagem de design que visa criar</p><p>produtos, espaços e serviços que sejam acessíveis e usáveis por</p><p>todas as pessoas, independentemente de suas habilidades, idade ou</p><p>condições físicas. Esse conceito considera desde o início da</p><p>concepção de um produto ou ambiente às necessidades de todas as</p><p>pessoas, incluindo aquelas com deficiência, a fim de garantir que eles</p><p>possam ser utilizados com segurança, conforto e independência. O</p><p>design universal procura aprimorar a acessibilidade e a inclusão,</p><p>tornando os ambientes mais acessíveis e acolhedores para todas as</p><p>pessoas.</p><p>Os sete princípios do design universal são (CARLETTO;</p><p>CAMBIAGHI, 2016):</p><p>1. Equidade: garantir que todas as pessoas tenham acesso</p><p>igualitário e não discriminatório a espaços, produtos e serviços.</p><p>2. Flexibilidade em uso: projetar soluções que possam ser</p><p>utilizadas por uma ampla gama de pessoas, incluindo aquelas</p><p>com deficiência.</p><p>3. Usabilidade: garantir que produtos e espaços sejam fáceis de</p><p>usar, compreender e manipular para todas as pessoas.</p><p>4. Informação e comunicação: proporcionar informações claras,</p><p>precisas e acessíveis a todos, independentemente da habilidade</p><p>ou condição física.</p><p>5. Acessibilidade percebida: projetar soluções que sejam fáceis de</p><p>encontrar e usar, sem a necessidade de orientação ou</p><p>instruções.</p><p>6. Tolerância a erros: projetar soluções que minimizem o risco de</p><p>erros e permitam recuperação fácil caso ocorram.</p><p>7. Tamanho e espaço para aproximação e uso: fornecer espaço</p><p>adequado para o acesso, alcance, manipulação e uso,</p><p>independentemente da estatura, mobilidade e destreza do</p><p>usuário.</p><p>Esses princípios têm como objetivo garantir que todas as</p><p>pessoas tenham acesso pleno e independente aos espaços, produtos</p><p>e serviços, sem restrições ou obstáculos. O design universal busca</p><p>tornar o mundo mais acessível e inclusivo para todas as pessoas.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Que tal entendermos bem a questão da acessibilidade e do design universal?</p><p>No manual Desenho universal: habitação de interesse social, da CDHU (2010) de</p><p>São Paulo, encontram-se muitas informações importantes para projetar edifícios</p><p>residenciais, espaços comunitários e equipamentos que possam ser usados por</p><p>pessoas com uma ampla gama de habilidades e necessidades. Isso envolve</p><p>considerar questões de acessibilidade, ergonomia e usabilidade para garantir que</p><p>o espaço seja utilizado por todos, independentemente das habilidades físicas,</p><p>sensoriais ou cognitivas.</p><p>2 Outros decretos e normas</p><p>Além da lei que regulamenta a profissão de designer de interiores</p><p>e da ABNT NBR 9.050/2015, outras normas e decretos impactam</p><p>fortemente o exercício das atividades desse profissional. Entre elas,</p><p>destacam-se a ABNT NBR 15.575/2013 e a ABNT NBR 16.280/2014.</p><p>2.1 ABNT NBR 15.575/2013</p><p>A ABNT NBR 15.575/2013 é uma norma que trata do</p><p>desempenho de edificações habitacionais e apresenta características</p><p>imperativas de uma obra para o consumidor, com o objetivo de</p><p>garantir o conforto, a acessibilidade, a higiene, a vida útil da</p><p>construção, a segurança estrutural e estabilidade, entre outros</p><p>aspectos (ABNT, 2013).</p><p>Ela também pode ser aplicada a projetos de design de interiores,</p><p>pois os princípios e diretrizes definidos na Norma são aplicáveis a</p><p>qualquer tipo de projeto de construção, incluindo projetos de design</p><p>de interiores.</p><p>Além disso, também define o papel de cada parte envolvida no</p><p>projeto, incluindo o proprietário, o designer de interiores, o contratante</p><p>e a equipe de execução, garantindo que todas as partes trabalhem</p><p>juntas com objetivos claros e que todas as expectativas sejam</p><p>alcançadas.</p><p>2.2 ABNT NBR 16.280/2014</p><p>A questão das reformas em edificações é cada vez mais</p><p>importante em razão do crescimento das cidades e da urbanização</p><p>de novas áreas. É uma atividade que precisa ser regulamentada para</p><p>garantir a segurança e a eficiência. À medida que as construções</p><p>envelhecem, é necessário fazer ajustes e recuperações para mantê-</p><p>las funcionais e seguras. Além disso, mudanças econômicas e</p><p>culturais podem requerer transformações nas edificações, mas é</p><p>importante preservar a segurança das edificações e de seus usuários.</p><p>O elemento risco sempre existe em qualquer tipo de reforma, por isso</p><p>deve ser adequadamente gerenciado (ABNT, 2014).</p><p>As edificações são projetadas para cumprir funções específicas,</p><p>mas, com o tempo, podem ser necessários ajustes para atender a</p><p>novas demandas. A adição de valor às edificações, seja econômico</p><p>ou social, é normalmente evidenciada por suas características que</p><p>apoiam as atividades humanas de maneira estruturada, sendo</p><p>passadas de geração em geração e fazendo parte da história.</p><p>Assim, a ABNT NBR 16.280, Norma Brasileira de Reforma em</p><p>Edificações, foi publicada em 2014. Ela fornece diretrizes para a</p><p>realização de reformas em edificações, incluindo informações sobre</p><p>os processos de planejamento, projeto, execução, fiscalização e</p><p>avaliação de conformidade com as normas técnicas e as</p><p>regulamentações aplicáveis. Além disso, a ABNT NBR 16.280/2014</p><p>abrange aspectos de segurança, acessibilidade, conforto térmico,</p><p>acústico e iluminação, bem como o uso eficiente de recursos</p><p>naturais, como água e energia.</p><p>Vale ressaltar que é essa Norma que determina quando o</p><p>profissional ou os profissionais envolvidos devem fornecer a</p><p>responsabilidade técnica, no caso do designer, a ART. Em relação à</p><p>ART/RRT,[2] podem-se dividir as obras conforme apresentado a</p><p>seguir.</p><p>Obras que precisam de ART/RRT (ABNT, 2014):</p><p>instalação de ar-condicionado;</p><p>instalação de banheira;</p><p>reparo ou alteração nas instalações de gás;</p><p>reformas que requerem engenheiro eletricista;</p><p>mudança de lugar de torneiras, chuveiro ou tomadas;</p><p>abertura de porta ou cozinha americana;</p><p>fechamento ou envidraçamento de sacadas;</p><p>buracos ou perfurações de lajes;</p><p>troca de revestimentos com ferramentas de alto impacto;</p><p>alterações estruturais na edificação.</p><p>Obras que não necessitam de ART/RRT (ABNT, 2014):</p><p>pintura;</p><p>pequenos reparos elétricos ou hidráulicos (sem modificação de</p><p>posicionamento de pontos;</p><p>colocação de redes de proteção;</p><p>substituição do forro de gesso (com características</p><p>semelhantes).</p><p>A norma é importante para garantir que as reformas em</p><p>edificações sejam realizadas de maneira segura, eficiente e</p><p>sustentável,</p><p>e para assegurar que as edificações atendam aos</p><p>requisitos técnicos e regulatórios aplicáveis. Em suma, ela fornece</p><p>diretrizes para garantir a qualidade, a segurança e a sustentabilidade</p><p>dessas reformas.</p><p>3 Classificação Brasileira de Ocupações</p><p>(CBO)</p><p>A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) é um sistema de</p><p>classificação de ocupações utilizado no Brasil. Ela foi desenvolvida</p><p>pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e é atualizada</p><p>periodicamente. A CBO é utilizada como ferramenta para</p><p>identificação, descrição e classificação das ocupações existentes no</p><p>mercado de trabalho brasileiro, e serve como base para definir</p><p>políticas de qualificação profissional e desenvolver programas de</p><p>treinamento e capacitação (BRASIL, 2017).</p><p>A CBO é composta por uma série de códigos e descrições das</p><p>ocupações, organizadas em grupos e subgrupos. Cada ocupação é</p><p>descrita de acordo com suas características, incluindo as atividades e</p><p>tarefas executadas, as habilidades e conhecimentos requeridos, e as</p><p>condições de trabalho. A CBO é utilizada como referência para vários</p><p>fins, como o registro de empregados em programas de seguro-</p><p>desemprego, o preenchimento de formulários para vistos de trabalho</p><p>e a definição de salários e benefícios trabalhistas.</p><p>É uma importante ferramenta para a gestão de recursos</p><p>humanos, pois permite identificar demandas de mão de obra, definir</p><p>políticas de capacitação e treinamento e monitorar tendências de</p><p>emprego no mercado de trabalho brasileiro. Além disso, a CBO é</p><p>utilizada como referência para a elaboração de estatísticas e estudos</p><p>sobre o mercado de trabalho e a economia do país.</p><p>De acordo com a CBO, a ocupação de designer de interiores está</p><p>classificada como CBO 2629, que inclui a atividade de planejar,</p><p>projetar e executar soluções de design de interiores, incluindo a</p><p>escolha de móveis, cores, iluminação, texturas e outros elementos de</p><p>decoração, com o objetivo de melhorar a funcionalidade e a estética</p><p>dos espaços internos. O designer de interiores pode trabalhar em</p><p>uma variedade de projetos, incluindo residências, escritórios, hotéis,</p><p>lojas e outros tipos de edificações (CBO, [s. d.]).</p><p>Já a CBO 3751 se refere especificamente a designer de</p><p>interiores, de vitrines e visual merchandiser (nível médio). Essa</p><p>ocupação inclui profissionais que planejam, projetam e executam</p><p>soluções de design de interiores, de vitrines e de visual</p><p>merchandising, tendo como objetivo melhorar a funcionalidade e a</p><p>estética de espaços internos e externos, bem como apresentar</p><p>produtos em vitrines e estabelecimentos comerciais. É requerido,</p><p>geralmente, nível médio de escolaridade para exercer essa função</p><p>(CBO, [s. d.]).</p><p>4 Classificação Nacional de Atividades</p><p>Econômicas (CNAE)</p><p>A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) é um</p><p>sistema de classificação de atividades econômicas utilizado no Brasil</p><p>que tem como objetivo identificar e classificar as atividades</p><p>econômicas desenvolvidas por empresas, instituições e organizações</p><p>(IBGE, [s. d.]).</p><p>A CNAE é administrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística (IBGE) e é utilizada para fins de estatísticas, planejamento,</p><p>fiscalização, cobrança de tributos, entre outros. A classificação é</p><p>baseada na natureza econômica das atividades, independentemente</p><p>da forma jurídica ou da dimensão da empresa.</p><p>É composta por nove dígitos e é atualizada periodicamente para</p><p>refletir as mudanças no mercado de trabalho e no setor econômico.</p><p>Conhecer a CNAE é importante para as empresas, pois elas precisam</p><p>informá-la na hora de se cadastrar em órgãos como a Receita Federal</p><p>e o INSS. Além disso, é usada para calcular o imposto devido e para</p><p>elaborar estatísticas econômicas e sociais (IBGE, [s. d.]).</p><p>O CNAE 7410-2/02 se refere à atividade de design de interiores</p><p>(IBGE, [s. d.]), conforme apresenta a figura 1. Essa classificação</p><p>engloba as empresas e os profissionais que se dedicam ao</p><p>planejamento, ao projeto e à execução de soluções de design de</p><p>interiores para edifícios residenciais e não residenciais, como</p><p>escritórios, lojas, hotéis e outros tipos de edifícios comerciais.</p><p>Figura 1 – CNAE design de interiores</p><p>Fonte: adaptado de IBGE ([s. d.]).</p><p>Perceba que, para exercer a profissão legalmente, são muitos os</p><p>aspectos aos quais você deve estar atento. Muitas vezes, será</p><p>necessária a ajuda de um profissional habilitado para te auxiliar na</p><p>elaboração de documentações, tal qual um contador.</p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, vimos que o designer de interiores é um</p><p>profissional cujo objetivo é criar ambientes funcionais e</p><p>esteticamente agradáveis e funcionais. Sua atuação está vinculada a</p><p>diversas normas, leis, decretos e classificações, como a CBO e a</p><p>CNAE, que servem para definir a natureza econômica da atividade e</p><p>auxiliar na fiscalização, cobrança de tributos e coleta de dados</p><p>estatísticos. Além disso, existem regulamentações e leis que</p><p>normalizam a atividade, visando garantir a qualidade e a segurança</p><p>dos projetos, e a proteção dos direitos dos clientes e dos</p><p>profissionais. O designer de interiores deve estar sempre atento a</p><p>essas normas e regulamentações, para assegurar a qualidade e a</p><p>eficiência de seus projetos e o cumprimento das exigências legais.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>9.050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e</p><p>equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>15.575-1: Edificações habitacionais – desempenho – Parte 1:</p><p>requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR</p><p>16.280: Reforma em edificações – sistema de gestão de reformas –</p><p>requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.</p><p>BRASIL. Lei n. 13.369, de 12 de dezembro de 2016. Dispõe sobre a</p><p>garantia do exercício da profissão de designer de interiores e</p><p>ambientes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF, 13 dez. 2016.</p><p>BRASIL. Classificação brasileira de ocupações – CBO. MTE, Brasília,</p><p>DF, 2017. Disponível em:</p><p>https://cbo.mte.gov.br/cbosite/pages/home.jsf. Acesso em: 8 fev.</p><p>2023.</p><p>CAMBIAGHI, Silvana Serafino. Desenho universal: métodos e técnicas</p><p>para arquitetos e urbanistas. São Paulo: Editora Senac São Paulo,</p><p>2007.</p><p>CARLETTO, Ana Claudia; CAMBIAGHI, Silvana. Desenho universal: um</p><p>conceito para todos. São Paulo: Instituto Mara Gabrilli, 2016.</p><p>Disponível em: https://maragabrilli.com.br/wp-</p><p>content/uploads/2016/01/universal_web-1.pdf. Acesso em: 5 fev.</p><p>2023.</p><p>CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÃO (CBO). CBO 2629. CBO-</p><p>MTE, [s.  d.]. Disponível em: https://www.ocupacoes.com.br/cbo-</p><p>mte/2629-designer-de-interiores-de-nivel-superior. Acesso em: 4 fev.</p><p>2023.</p><p>COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO DO</p><p>ESTADO DE SÃO PAULO (CDHU). Desenho universal: habitação de</p><p>interesse social. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 2010.</p><p>Disponível em:</p><p>http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-</p><p>desenho-universal.pdf. Acesso em: 21 jan. 2023.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).</p><p>Comissão Nacional de Classificação – Concla. IBGE, [s. d.]. Disponível</p><p>em: https://cnae.ibge.gov.br. Acesso em: 7 fev. 2023.</p><p>https://cbo.mte.gov.br/cbosite/pages/home.jsf</p><p>https://maragabrilli.com.br/wp-content/uploads/2016/01/universal_web-1.pdf</p><p>https://www.ocupacoes.com.br/cbo-mte/2629-designer-de-interiores-de-nivel-superior</p><p>http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-desenho-universal.pdf</p><p>https://cnae.ibge.gov.br/</p><p>[1] A anotação de responsabilidade técnica (ART) é um registro obrigatório para profissionais</p><p>da área de design de interiores e outras profissões regulamentadas no Brasil. A ART atesta</p><p>que o profissional responsável está apto a exercer suas atividades profissionais e que está</p><p>cumprindo as normas e regulamentos estabelecidos pelo Conselho Regional de sua</p><p>categoria. Ela é necessária para a execução de projetos e obras e tem como objetivo garantir</p><p>a qualidade e a segurança dos trabalhos realizados.</p><p>[2] O registro de responsabilidade técnica (RRT) é um documento que comprova que um</p><p>serviço</p>

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