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<p>Copyright© Maria Adelaide Rhein Gavioli</p><p>10124/1 – 300 – 152 – 2021</p><p>O conteúdo desta obra é de responsabilidade do(s)</p><p>Autor(es), proprietário(s) do Direito Autoral.</p><p>Imagem de Capa: Pixabay / Okan Caliskan</p><p>Arte de Capa: Mário Casali Filho</p><p>Diagramação: Valdir Colonhezi</p><p>CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO</p><p>SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ</p><p>T426p</p><p>Tiago, Irmão (Espírito)</p><p>Pandemia, e agora? / pelo espírito Irmão Tiago ; [psicografado por] Maria Adelaide Rhein Gavioli. - 1.</p><p>ed. - São Paulo : Scortecci, 2022.</p><p>ISBN 978-65-5529-760-7</p><p>1. Espiritismo. 2. Obras psicografadas. I. Gavioli, Maria Adelaide Rhein. II. Título.</p><p>21-74154</p><p>CDD: 133.93</p><p>CDU: 133.9</p><p>Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária - CRB-7/6439</p><p>Rua Deputado Lacerda Franco, 98</p><p>São Paulo - SP - CEP 05418-000</p><p>Telefone: (11) 3032-1179</p><p>www.scortecci.com.br</p><p>Livraria Asabeça</p><p>Telefone: (11) 3032-8848</p><p>www.asabeca.com.br</p><p>http://www.scortecci.com.br/</p><p>http://www.asabeca.com.br/</p><p>Dedico esta obra ao meu irmão Mario e a todos que partiram para a Pátria</p><p>Mãe em decorrência da Covid-19.</p><p>Agradecimentos</p><p>Agradeço a oportunidade de ser escolhida pelo Irmão Thiago para</p><p>psicografar esta obra.</p><p>Agradeço ao meu esposo Aparecido pela ajuda e compreensão.</p><p>Agradeço às minhas filhas Michelle e Karine pelo incentivo e paciência.</p><p>Agradeço ao Bêne Queiroz, escritor, que me ajudou a realizar este sonho.</p><p>Sumário</p><p>Introdução</p><p>I</p><p>II</p><p>III</p><p>IV</p><p>V</p><p>VI</p><p>VII</p><p>VIII</p><p>IX</p><p>X</p><p>XI</p><p>XII</p><p>XIII</p><p>XIV</p><p>XV</p><p>XVI</p><p>XVII</p><p>Pandemia, e agora?</p><p>Sobre a obra</p><p>Sobre a autora</p><p>Introdução</p><p>Caros leitores em Cristo, é com alegria que vamos iniciar mais uma obra.</p><p>Este livro será de cunho amoroso e informativo, pois, após a pandemia, apesar</p><p>de haver aqueles que não estão se importando com o que está acontecendo,</p><p>algumas pessoas estão assustadas, e nós temos o dever de mostrar que tudo</p><p>está sob controle e que cada um tem o direito e o dever de agir conforme as</p><p>recomendações.</p><p>Lembrem-se, ninguém está encarnando para veraneio, todos estão com</p><p>resgates. Os que debocham não sabem ainda ou não têm maturidade para</p><p>entender que o momento é crítico e que cada irmão encarnado está aqui para</p><p>passar pelas provas, seja sentindo em sua própria pele, seja sentindo por entes</p><p>queridos que partiram ou foram acometidos pelo vírus. Esses desencarnes que</p><p>estão ocorrendo, seja no Brasil ou no mundo, são resgates coletivos e cada</p><p>irmão é sabedor de suas necessidades. Os que não desencarnarem ficarão</p><p>reféns da própria sorte, ou seja, viverão com essa dor causada pela partida de</p><p>muitos.</p><p>Portanto, irmãos, o que vamos lhes passar não é uma obra de dor, e sim</p><p>uma obra de valores morais para o pós-pandemia.</p><p>Há muitas décadas tivemos inúmeros irmãos que hoje se encontram</p><p>encarnados e ligados a uma falange de irmãos compromissados com o mal.</p><p>Infelizmente, ainda hoje isso existe, embora tenhamos um número muito</p><p>maior de irmãos imbuídos no bem.</p><p>Sabemos que essa falange do mal existe, é enorme e continua manipulando</p><p>os encarnados. Parece história de ficção, mas não é. São espíritos que ainda</p><p>não entenderam a sua real situação, não querem entender e manipulam os</p><p>encarnados que, por sintonia, aceitam.</p><p>Essa falange dominou muitos encarnados pelo mundo todo,</p><p>principalmente na época da Primeira Guerra Mundial, na qual tiveram uma</p><p>atuação bem forte, levando compatriotas a não terem escrúpulos com os seus</p><p>conterrâneos, tampouco com pessoas de outros países.</p><p>Não vou detalhar os países que causaram dor a tantas pessoas, pois agora</p><p>não é importante. O que importa é que estamos vivendo reminiscências do</p><p>passado, resgatando débitos que contraímos.</p><p>Eu pergunto por que alguns irmãos encarnados estão desencarnando em</p><p>sofrimento e outros, do mesmo mal, estão partindo com mais leveza? Tudo</p><p>está de acordo com os débitos do passado.</p><p>Uns são mais devedores e outros, menos. Agora vocês devem estar se</p><p>perguntando: por que alguns desencarnam e outros não? Meus irmãos, tudo</p><p>está de acordo com o que foi combinado antes de cada um encarnar.</p><p>Percebemos o grande sofrimento que está se instalando pelo mundo em</p><p>razão de tantos resgates coletivos. Os familiares que ficam estão sofrendo</p><p>muito.</p><p>Vejam, meus irmãos, não pensem que o desencarne é somente para as</p><p>pessoas devedoras, pois não é. Todos somos devedores e estamos neste</p><p>planeta de provas e expiações para nos depurarmos. Portanto, meus caros</p><p>leitores, dos irmãos que estão partindo pelo mundo afora, muitos são</p><p>missionários que voltarão mais rapidamente para auxiliar o planeta no</p><p>processo de regeneração que já se iniciou. Não pensem que os que partiram</p><p>foram merecedores e que os que ficaram serão punidos.</p><p>Não. A balança da justiça não pende apenas para um lado. Ela tem</p><p>equilíbrio, pois, se assim não fosse, não teríamos como governador planetário</p><p>Jesus, que é o irmão que Deus, nosso criador, designou para nos ensinar.</p><p>Jesus sabe exatamente o que está acontecendo e como deveria ser, pois os</p><p>seus irmãos ainda são muito imaturos para seguir vivendo de uma maneira</p><p>harmoniosa.</p><p>Tudo faz parte de um processo. Não tivemos a Terceira Guerra Mundial,</p><p>mas temos um vírus levando o mundo a refletir sobre o que está acontecendo.</p><p>Muitos estão querendo ajudar, outros sentem medo do futuro, e há outros</p><p>ainda que não se importam com o que está acontecendo.</p><p>Digo, meus irmãos, não tem o certo nem o errado. Apenas temos irmãos</p><p>em desenvolvimento tentando lidar com a situação da melhor maneira</p><p>possível.</p><p>Estamos no fim de uma era. Isso nos dizem os astros, que são sempre fiéis,</p><p>pois já nos provaram que são capazes de mostrar o que vai acontecer ao</p><p>mundo. Não digo isso de forma individualizada, mas em âmbito mundial.</p><p>Portanto, confiem que essa tempestade que está no pensamento de muitos,</p><p>destruindo o mundo, vai passar e trará muita libertação, mostrando novos</p><p>desafios.</p><p>As crianças que estão vindo encontrarão o mundo em uma outra situação.</p><p>Elas serão missionárias do novo mundo, pois têm conhecimento muito além</p><p>desta vida. O que achamos novidade, para elas será apenas mais uma</p><p>trivialidade, pois essas crianças virão com a missão de regenerar o mundo.</p><p>Eu quero que vocês tenham em mente que tudo o que acontece tem um</p><p>porquê, ou mesmo um para quê. Nada é em vão.</p><p>As mudanças de séculos a séculos acontecem e trazem melhoras, mudam</p><p>as pessoas para melhor ou para pior. Essas pessoas que não conseguem levar</p><p>adiante os propósitos que trouxeram da reencarnação são pessoas muito</p><p>devedoras que, infelizmente, não conseguem se desligar de vícios, da ganância</p><p>e do comportamento endurecido.</p><p>Quando dizemos para orar pelos inimigos, esses irmãos que hoje vemos</p><p>nas mídias sendo rudes, levianos, malfeitores são irmãos que não conseguem</p><p>se desvencilhar das encarnações passadas. Eles não agem sozinhos, estão</p><p>envolvidos por malfeitores do astral que conseguem manipulá-los feito</p><p>marionetes.</p><p>Viver no Planeta Terra é um grande desafio, pois somos manipulados, não</p><p>só pelo plano espiritual como pelos encarnados. Por que estamos sempre</p><p>ouvindo “orai e vigiai”? Para que não fiquemos à mercê desses irmãos que</p><p>ainda querem o mal e a destruição.</p><p>Meus irmãos, muitos espíritos encarnados estão se prejudicando.</p><p>Perguntamos: por que Deus permite tamanho sofrimento? Deus não permite.</p><p>Nós permitimos e estamos envolvidos por grossas nuvens negras e não</p><p>deixamos vir até nós a luz. Quantas vezes estamos bem e de repente temos</p><p>maus pensamentos, nos lembramos de pessoas que não foram legais conosco,</p><p>isso acontece por quê? Acontece para que não fiquemos com os pensamentos</p><p>sempre em harmonia. Muitas vezes as trevas não sabem como nos ferir, por</p><p>isso trazem situações do passado para nos deixar tristes. Agora, se estivermos</p><p>imbuídos no bem, deixamos esses pensamentos de lado e seguimos em frente</p><p>dizendo: isto é passado, não me atormenta mais.</p><p>É assim que devemos viver de agora em diante, meus irmãos. O passado</p><p>não tem como voltar, o presente é agora, vamos nos esforçar para viver um</p><p>bom presente para assim chegarmos a um futuro redentor.</p><p>vai. Com isso,</p><p>atrasam a própria evolução.</p><p>Sabemos que há muitos irmãos ajudando quem precisa, mas a mídia ainda</p><p>destaca as desgraças. Não conseguimos ver situação de melhora, enquanto está</p><p>havendo, sim. Infelizmente, o alarmante, aquilo que indigna a população, ainda</p><p>é mais forte.</p><p>Por isso o mal sempre parece vencer. Mas, não, o bem ainda é mais forte.</p><p>Só se mantém anônimo.</p><p>O trabalho que vocês estão fazendo, de amor ao próximo, por exemplo.</p><p>Gostaria de estar ao lado de vocês, mas, como sei que sou mais vulnerável,</p><p>pela minha idade, faço a minha parte de onde estou.</p><p>– Nossa! – disse Vanda. – Se a senhora estivesse conosco, seria muito mais</p><p>fácil. Mas saber que está conosco em pensamento já é o bastante.</p><p>– Obrigada, Vanda. Mas precisamos ter discernimento para sabermos as</p><p>nossas limitações. Sei que a Heloisa as acompanha. Aliás, ela está aqui conosco.</p><p>Vanda e Eduarda se olham, sem entender, e dona Vicentina continua:</p><p>– Eu sei que parece estranho, mas sou médium vidente, e sei que vocês</p><p>também. Sei do compromisso que vocês têm de ajudar o próximo. A equipe</p><p>que está com vocês é muito poderosa. De minha parte, o que eu tenho a dizer</p><p>a vocês é: NÃO DESISTAM DESSE TRABALHO. Até agora foi fácil, mas a</p><p>Heloisa está me dizendo que, daqui para a frente, enfrentarão pessoas que se</p><p>colocam em pele de cordeiro, mas são lobos. Para vocês ficarem atentas. Ela</p><p>está me dizendo também que, quando não houver perigo para mim, de</p><p>contrair a doença, eu poderei acompanhá-las. Ela vai me avisar.</p><p>– Que bom! Ficaríamos muito honradas com a sua presença e,</p><p>principalmente, em sermos beneficiadas por sua experiência e sabedoria.</p><p>– Muito bem! Estamos conversadas! Quando Heloisa me avisar, estarei no</p><p>local que vocês precisarão ir para uma palavra de carinho.</p><p>– Obrigada, dona Vicentina. Ficaremos muito felizes.</p><p>– Gente, esse bolo está muito bom. Acho que vou repetir – diz Eduarda.</p><p>Todas riram e mudaram de assunto, para uma conversa mais amena. Com</p><p>isso, quando elas se retiraram da casa de dona Vicentina, estavam mais</p><p>animadas com o compromisso e, na certeza de que Deus não abandona</p><p>nenhuma de suas ovelhas, por mais rebelde que possa ser.</p><p>As meninas começam uma conversa animada:</p><p>– Às vezes pensamos que vamos ajudar e nós é que somos ajudadas – diz</p><p>Eduarda. – Quantos ensinamentos a dona Vicentina nos passou.</p><p>– Realmente – responde Vanda. – Ela tem uma sabedoria que nunca</p><p>imaginei que tivesse. Como não conhecemos as pessoas! Graças a Deus</p><p>tivemos essa oportunidade.</p><p>– É mesmo – diz Eduarda. – Agora, vamos para casa que já é tarde e</p><p>amanhã temos muitos compromissos.</p><p>– A nossa empresa é grande e a lista de funcionários que estão necessitados</p><p>de uma palavra de consolo e incentivo é grande.</p><p>As duas amigas chegam em casa, vão se refrescar, fazem uma refeição leve</p><p>e resolvem ir cada uma para seu quarto e descansar para o dia seguinte.</p><p>VIII</p><p>Passando das onze horas da noite, as duas se despedem do corpo e vão ao</p><p>encontro de Heloisa.</p><p>Depois dos cumprimentos, com muita alegria, Heloisa as leva para um</p><p>Vale. Nesse vale não existem lamentos, apenas um silêncio profundo.</p><p>Eduarda pergunta a Heloisa:</p><p>– Que local é este?</p><p>Heloisa esclarece:</p><p>– Vocês se lembram de ter ouvido muitas vezes, e mesmo lido o livro</p><p>“Nosso Lar” de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier?</p><p>– Sim – elas respondem.</p><p>– Imaginem o Nosso Lar, que está localizado acima do Rio de Janeiro. Não</p><p>muito distante dessa colônia, existe um Vale que fica próximo, mas fora da</p><p>colônia. Muitos irmãos que não têm condição de adentrar ao Nosso Lar ficam</p><p>nesse Vale. Esses espíritos fazem um estágio, digamos assim, para que possam,</p><p>em um futuro próximo, adentrar à colônia Nosso Lar. Não são espíritos tão</p><p>devedores, mas ainda precisam retirar a venda dos olhos, para olhar os seus e o</p><p>mundo mais nitidamente.</p><p>– Que interessante – diz Vanda. – Nunca tinha ouvido falar de um local</p><p>assim.</p><p>Heloisa esclarece:</p><p>– Sempre ouvimos falar dos bons lugares, dos lugares trevosos, mas há</p><p>lugares intermediários, que acolhem muitas pessoas boas. Nós vamos fazer um</p><p>intenso trabalho neste Vale, quer dizer, em uma parte do Vale, pois eles</p><p>reservaram uma ala bem grande e muito bonita só para receber irmãos</p><p>vitimados pela Covid-19.</p><p>– Como o plano espiritual é maravilhoso! – diz Eduarda. – Para cá vêm</p><p>todos os desencarnados?</p><p>– Não, Eduarda – responde Heloísa. – Para cá vêm muitos, mas não todos.</p><p>Temos vários locais que estão recebendo esses irmãos e esse é só mais um</p><p>deles. Como eu estou bem próximo desse Vale, estou em Nosso Lar, para mim</p><p>fica bem mais fácil ajudar. Mesmo porque vieram muitos conhecidos nossos</p><p>para cá, e isso facilita a nossa ajuda.</p><p>As duas amigas, maravilhadas com a ajuda do plano espiritual juntamente</p><p>com Heloisa, adentram ao Vale.</p><p>Logo, são recebidas por Josefa. Zefa, como é chamada carinhosamente.</p><p>– Irmã Heloisa, que bom que está conosco.</p><p>– Zefa, essas são as minhas amigas de quem lhe falei. Elas estão fazendo</p><p>um excelente trabalho junto aos encarnados, principalmente com os que</p><p>trabalham na mesma empresa onde trabalhávamos.</p><p>Elas se cumprimentam. Zefa é em espírito iluminado, bondoso e não</p><p>precisa dizer nada para transmitir paz.</p><p>– Bem-vindas, meninas. Trabalhar com Jesus não é uma tarefa fácil, mas é</p><p>uma tarefa gloriosa para quem o faz.</p><p>– Prazer, dona Josefa.</p><p>– Deixe disso! Sou Zefa, sempre. Agora, vamos dar um passeio.</p><p>Elas saem caminhando e veem um lindo local, com flores bem diferentes</p><p>das convencionais. Cores misturadas, dando harmonia ao ambiente.</p><p>– Nossa! Que lugar lindo! Se esse é o estágio para ir a colônias melhores,</p><p>quero vir para cá – diz Eduarda.</p><p>– É mesmo um lugar esplendoroso – diz Vanda.</p><p>– Minha querida, nem sempre foi assim. Aqui sempre existiu muita treva,</p><p>mas, com a ajuda de espíritos de luz que habitam no ser humano, com muita</p><p>dedicação, este lugar foi se transformando no que é hoje.</p><p>Eduarda, que das três sempre era a mais curiosa, perguntou a Zefa:</p><p>– Zefa, sempre pensei que os lugares já existissem e os espíritos viriam</p><p>depois do desencarne, para onde tivessem afinidade.</p><p>– Isso mesmo, minha querida. Os locais já existem, são desprovidos de</p><p>energia. São neutros, digamos assim, e as pessoas vão encontrando, vão</p><p>ficando e impregnando de suas energias. Os espíritos que chegam e sentem</p><p>afinidade, ficam e, assim, constroem uma colônia. O local fica com luz e flores,</p><p>ou com barro e escuro, dependendo dos espíritos que ali habitam.</p><p>Aqui era um local sem luz, com energia muito carregada, principalmente de</p><p>maldade. Mas a misericórdia divina não desampara ninguém. Assim chegaram,</p><p>por vontade própria, espíritos de luz que viram um potencial imenso neste</p><p>Vale e resolveram, com a permissão de Jesus, habitá-lo para ajudar a iluminar o</p><p>lugar.</p><p>Hoje, esse Vale se chama Ceifa de Luz, pois foi preciso muita renúncia e</p><p>muita dedicação para transformá-lo.</p><p>– Entendi. Nossa! Estamos sempre aprendendo.</p><p>– Isso mesmo – diz Zefa. – O aprendizado é eterno. Vou levá-las à ala</p><p>Covid-19. Assim chamamos para diferenciar dos outros irmãos que estão</p><p>desencarnando junto com os que foram acometidos pelo vírus.</p><p>Elas foram até a ala, bem parecida com um hospital na Terra. Viam-se</p><p>médicos e enfermeiros circulando sem trégua.</p><p>– Aqui estão chegando irmãos acometidos pelo vírus. Uns chegam em</p><p>desespero, outros não querem acordar. Há quem acorde e fique tão perturbado</p><p>que os colocamos para dormir. O trabalho de vocês será todas as noites. Digo</p><p>noite por ser a hora que Eduarda e Vanda adormecem. Heloisa ficará um</p><p>tempo aqui conosco. Ela estava mais perto da crosta para trazer os</p><p>desencarnados para cá, mas, de agora em diante, ficará aqui com os pacientes.</p><p>Nem Heloisa sabia que fora transferida de função. Fez um gesto com a</p><p>cabeça, em agradecimento para Josefa, e ela continuou mostrando e falando o</p><p>que elas iriam fazer.</p><p>– Vejam, meninas. Há muitos leitos e muitas alas. Temos muitas irmãs</p><p>auxiliando o trabalho. Não é fácil, mas, quando estamos sintonizados com</p><p>Jesus, tudo flui mais facilmente.</p><p>Alguns pacientes acordam e ficam alheios.</p><p>Não sabem o que está acontecendo. A função de vocês é tentar acolher esses</p><p>irmãos. Muitos aceitam, outros não. Não insistam. Quando vocês perceberem</p><p>que estão desesperados, mentalizem uma enfermeira ou um médico, que eles</p><p>virão imediatamente. Agora, se o paciente tiver vontade de conversar, falem</p><p>com ele e, no decorrer da conversa, vão mostrando o que lhe aconteceu.</p><p>Vanda pergunta:</p><p>– Podemos dizer que eles desencarnaram?</p><p>– Sim, se vocês sentirem que estão preparados. Mas o melhor é sempre</p><p>ouvir, e falar o menos possível. Me acompanhe até aquela cama, onde vemos o</p><p>sr. Homero, que está acordando.</p><p>Elas foram até ele e ficaram surpresas. O sr. Homero era o gerente da</p><p>contabilidade da empresa onde elas trabalhavam.</p><p>– Sim, é ele mesmo – esclarece Zefa. – Desencarnou ontem e a família vai</p><p>comunicar à empresa hoje pela manhã. Por essa razão vocês ainda não sabiam.</p><p>Ele começou com sintomas leves, mas foi piorando. O pulmão foi</p><p>comprometido muito rapidamente. Ele foi levado para o hospital e nem</p><p>chegou a ser entubado. Quando o processo ia iniciar, ele desencarnou.</p><p>– Zefa, posso fazer uma pergunta?</p><p>– Sim, Eduarda.</p><p>– Sofrer e sentir esse sofrimento é sempre o resgate das provas que</p><p>escolhemos?</p><p>– No caso do sr. Homero – responde Zefa –, ele tinha os seus resgates,</p><p>mas, enquanto encarnado, sempre foi uma pessoa íntegra. A sua função</p><p>deixava-o vulnerável a fazer coisa ilícitas, mas ele jamais fez coisas que não</p><p>fossem aceitas pela lei. Com isso, os donos da empresa o tinham em alta conta.</p><p>Um dos donos também é um espírito endividado, como a maioria dos seus</p><p>funcionários, mas sabe agir com respeito e é muito generoso.</p><p>Portanto, Eduarda, ele recebeu sim um merecimento em não sofrer, mas</p><p>fazia parte das pessoas que escolheram desencarnar neste momento de</p><p>coletividade. Deixa na Terra, esposa e dois filhos. Ele ainda dorme, mas em</p><p>breve vai acordar. Será bom ver rostos familiares.</p><p>Vanda completou para dona Zefa:</p><p>– O que a senhora disse sobre os donos da empresa é verdade. Eles são</p><p>honestos e bons. O que mais admiro é como eles são justos, mesmo em</p><p>situações que para nós não têm solução. Sempre as resolvem de maneira justa e</p><p>amena.</p><p>– Eles, felizmente, estão cumprindo o que se programaram a fazer.</p><p>– E agora, quem ficará no lugar do sr. Homero? Com o nosso olhar</p><p>humano parece que ninguém poderá substituí-lo.</p><p>– Existe sim, minhas irmãs, pessoa que foi preparada pelo sr. Homero para</p><p>assumir o seu lugar e dar continuidade ao seu magnífico trabalho.</p><p>– Isso e muito bom – disse Vanda.</p><p>Esperaram um pouco e o sr. Homero acordou.</p><p>Ele olhou para os três rostos conhecidos e disse em tom de brincadeira:</p><p>– Estou no céu?</p><p>Elas sorriram para ele.</p><p>Dona Josefa se apresentou, perguntou como estava se sentindo.</p><p>– Estou com dor no peito.</p><p>– É normal – responde Josefa.</p><p>– Onde estou?</p><p>– Está em um lugar se recuperando. Você lembra de ter ficado doente?</p><p>– Sim, me lembro de ter contraído o vírus da Covid-19, mas estava</p><p>tratando em casa. Depois fiquei com falta de ar e fui levado ao hospital, onde</p><p>me encontro.</p><p>– O senhor foi para o hospital, mas depois veio transferido para cá –</p><p>responde, carinhosamente, Heloísa.</p><p>– Nossa! Heloisa, é você? Como pode ser?</p><p>Nesse instante, a enfermeira entra com uma jarra de água e remédio, e dá</p><p>para o paciente beber. Ele toma e se sente bem.</p><p>Sr. Homero pergunta para a enfermeira se pode se sentar, e ela o ajuda.</p><p>Sentado, ele fica mais à vontade com as amigas.</p><p>– Contem-me como vocês estão e o que fazem aqui – pergunta ele.</p><p>– Viemos visitá-lo.</p><p>– E como pode a Heloisa estar aqui? E vocês, como puderam entrar no</p><p>hospital e a minha família não? E a minha família? Por que não estão aqui?</p><p>Minha esposa, meus filhos?</p><p>– Calma – diz Zefa –, o senhor terá todas as respostas, em breve. Agora,</p><p>precisa se acalmar para entender o que está acontecendo. Por enquanto, sua</p><p>família não pode vir vê-lo. Logo o senhor entenderá.</p><p>– Mas, se as meninas podem, por que eles não?</p><p>Homero era um homem muito inteligente e de raciocínio rápido. Ele fez a</p><p>pergunta e logo sentiu o que havia acontecido.</p><p>– Heloisa – diz Homero –, sei que você morreu logo no início da</p><p>pandemia, e sei dos dons mediúnicos da Vanda e da Eduarda. Vou fazer uma</p><p>pergunta: que horas são?</p><p>– Nesse momento, são 3 horas da manhã.</p><p>– Sabia! Eu morri.</p><p>Elas se entreolharam e ele ficou sério, esperando uma resposta. Josefa,</p><p>então, esclarece:</p><p>– Isso mesmo, meu irmão. O senhor se encontra em um Vale, no plano</p><p>espiritual, em recuperação.</p><p>– Obrigado pela sinceridade. Estou triste por não dar continuidade ao meu</p><p>trabalho, mas estou feliz por estar entre amigos.</p><p>As três o abraçam e se despedem, prometendo voltar.</p><p>A enfermeira retornou.</p><p>Homero se deita, recebe outro líquido e adormece.</p><p>– Esse será o trabalho de vocês, doravante – esclarece Zefa às meninas. –</p><p>Saibam que não será fácil como foi com Homero, mas será um trabalho</p><p>pautado no amor e no acolhimento.</p><p>– Até breve, meninas – diz Heloisa.</p><p>Elas se abraçam e as duas retornaram ao corpo para mais um dia de</p><p>trabalho, agora no plano físico. Heloisa segue com Josefa para as novas</p><p>atividades.</p><p>IX</p><p>É chegado o momento de mudança para as meninas.</p><p>Eduarda e Vanda estão fazendo um trabalho ímpar em prol dos irmãos</p><p>necessitados e, agora, juntamente com dona Vicentina, essas irmãs darão</p><p>ênfase ao trabalho, mais intensamente. Nesse momento terão de ir a um lar</p><p>onde o desespero se encontra instalado.</p><p>No dia anterior, haviam recebido uma ligação da irmã Vicentina para pedir</p><p>ajuda, e irem juntas à casa do sr. Manoel. Sua esposa se encontra internada,</p><p>com um quadro grave da Covid-19. Está entubada, pois a doença se instalou</p><p>de uma forma muito dura, uma vez que os outros problemas graves que já</p><p>possuía dificultaram o tratamento.</p><p>O sr. Manoel está em desespero, e seus filhos também.</p><p>Dona Vicentina foi avisada da situação e logo ligou para Vanda e Eduarda,</p><p>que prontamente se colocaram, à disposição para a ajuda necessária.</p><p>Naquele mesmo dia se ligaram com Heloisa, que estava a par da situação e</p><p>já dava amparo aos necessitados internados, inclusive à esposa do sr. Manoel.</p><p>Combinaram para, no dia seguinte, irem à casa do sr. Manoel e lhe dar o</p><p>amparo e consolo de que todos estavam precisando.</p><p>No dia seguinte, elas chegam à casa do sr. Manoel, que as atende com um</p><p>semblante de dar dó.</p><p>Elas entram e ele cai em pranto desolador. Elas se mantêm em silêncio até</p><p>ele se acalmar. Ficam em prece e vibrando amor.</p><p>Sr. Manoel vai se acalmando. Os seus filhos se encontram em casa, mas em</p><p>seus quartos. São dois jovens de 20 e 21 anos. Estão trabalhando no sistema</p><p>home office, como é a atual situação em diversas empresas.</p><p>Sr. Manoel, mais calmo, diz para as meninas e para dona Vicentina que já</p><p>se encontrava na residência:</p><p>– Desculpem o meu desabafo, mas está muito difícil lidar com tudo o que</p><p>está acontecendo. Eu sempre fui equilibrado, sempre tive bom senso e, agora,</p><p>diante dessa situação, não consigo nem raciocinar direito. Eu me pergunto:</p><p>como vocês estão aqui? Como souberam que a Mafalda foi internada?</p><p>Eduarda responde:</p><p>– O senhor ligou para a empresa e então ligaram para a dona Vicentina,</p><p>que nos comunicou.</p><p>– Sr. Manoel, sabemos que as dificuldades são muitas e que a aceitação,</p><p>neste momento, é difícil, mas viemos trazer um pouco de carinho, de amor</p><p>para que o senhor se estabilize. Os seus filhos são jovens e precisam de seu</p><p>apoio.</p><p>– Eu sei, minhas filhas. Mas não sei o que fazer. A minha Mafalda nunca</p><p>ficou doente. Só foi ao hospital quando deu à luz meus filhos e, agora, isso –</p><p>diz limpando uma lágrima que teima em cair.</p><p>– Nós entendemos como o senhor está se sentindo, mas o que vamos lhe</p><p>dizer é que o momento pede fé e esperança. Muitas pessoas já conseguiram</p><p>melhorar, mesmo estando em quadro grave. Vamos ter fé que o mesmo</p><p>acontecerá com dona Mafalda.</p><p>A equipe espiritual que lá se encontrava, aplicava passes nos filhos e no sr.</p><p>Manoel que, aos poucos, foi serenando e se sentindo</p><p>melhor.</p><p>– Sabe, dona Vicentina, Mafalda sempre foi muito boa. Sempre querendo</p><p>ajudar a todos, e olha o que deu. Ela foi ajudar a vizinha a fazer uma troca de</p><p>móvel de um cômodo para outro. Eu disse a ela para não ir, porque era o tipo</p><p>de serviço que poderia esperar. Mas a nossa vizinha mora sozinha e está</p><p>sempre precisando de ajuda. Mesmo eu lhe dizendo para não ir, ela foi. Não</p><p>por ser teimosa, mas para ajudar. O que não sabíamos é que dona Benedita já</p><p>estava infectada e também não sabia. Como é sozinha, saiu para fazer compras.</p><p>Era uma pessoa cuidadosa, mas, mesmo assim, contraiu a doença e, quando ela</p><p>percebeu, já estava muito mal. Quando Mafalda chegou em sua casa, ela estava</p><p>bem ruim, e logo chamamos uma ambulância. Eles a levaram ao hospital, mas</p><p>ela não resistiu. Minha esposa ficou triste com a morte da amiga e logo</p><p>começou a sentir os sintomas. Nós a levamos ao hospital e está lá até agora.</p><p>Não podemos vê-la e isso dói demais. Ligamos sempre para lá e dizem que o</p><p>quadro é o mesmo.</p><p>– Sr. Manoel, o senhor e seus filhos estão bem? – quer saber Eduarda.</p><p>– Sim, minha filha. Fizemos os exames e nós três, não sei como, não fomos</p><p>infectados. Agora estamos aqui, nessa agonia, sem poder ver Mafalda e nem</p><p>saber do seu estado.</p><p>– Sr. Manoel, fique tranquilo, não se desespere. Confie em Deus, que tudo</p><p>sabe.</p><p>Nesse momento os filhos vêm ter com o pai e um deles diz ao sr. Manoel:</p><p>– Pai, liguei para o hospital agora e a mãe está melhor. Já saiu do tubo e</p><p>amanhã vai para o quarto. Eles disseram que um de nós poderá vê-la. Eu</p><p>acredito que o senhor queira ir.</p><p>O sr. Manoel fica radiante e as meninas e dona Vicentina agradecem ao</p><p>plano espiritual pelas bênçãos recebidas.</p><p>– Sabe, sr. Manoel – diz Vicentina –, as pessoas estão brincando com a</p><p>doença. Muitos estão pensando que não é nada, mas é algo muito sério. Claro</p><p>que o desespero não deve existir, mas precisamos ter discernimento e atenção</p><p>para tudo. Estender a mão ao necessitado quando é preciso. Isso não devemos</p><p>negar, mas ser imprudente, isso não.</p><p>Os filhos, que ali estavam, disseram:</p><p>– Eu acho que minha mãe foi imprudente. O que ela foi fazer? Não era</p><p>necessário, podia esperar e, agora, está sofrendo as consequências.</p><p>– Não devemos julgar. O que temos que fazer é nos resguardar o quanto</p><p>pudermos para não ficarmos doentes sem necessidade.</p><p>João Vitor, filho caçula do sr. Manoel, pergunta:</p><p>– E vocês, não estão se expondo ao virem aqui?</p><p>– João Vitor, boa pergunta! Mas nós vamos onde nos é permitido pelo</p><p>plano espiritual. Já sabíamos, por Heloisa, que não haveria risco para nenhuma</p><p>de nós vir aqui. A Heloisa, nossa amiga que morreu pelo vírus, está nos</p><p>auxiliando. Ela ajuda os que morrem e nós, os que estão vivos. Com o amparo</p><p>e a supervisão de uma equipe de médicos e enfermeiros, podemos ir a alguns</p><p>lares sem corrermos riscos. Esse é o nosso trabalho.</p><p>– Eu fiquei tão triste quando soube da morte da menina Heloisa. Tão</p><p>jovem – diz sr. Manoel.</p><p>– Sr. Manoel, temos uma encarnação para viver. Trazemos escrito o que</p><p>vamos vivenciar. Eu, Eduarda e Heloisa não nos unimos por acaso. Sabíamos</p><p>que tínhamos compromissos a serem feitos na vida atual. Claro que não</p><p>sabíamos o que era nem suspeitávamos que seria uma pandemia, mas estamos</p><p>tentando cumprir com as obrigações assumidas da melhor maneira possível,</p><p>confiando que existe uma força maior que nos lidera – responde Vanda.</p><p>Pedro, o filho mais velho, diz:</p><p>– Mesmo sabendo que temos um tempo aqui na terra, eu não consigo</p><p>pensar em minha mãe morrendo. Aliás, nem gosto de falar nisso.</p><p>– Meu filho – diz dona Vicentina –, não somos eternos no planeta Terra,</p><p>mas somos eternos para o mundo espiritual.</p><p>– Como assim? – quer saber Pedro.</p><p>– Nós morremos aqui na Terra, mas somente o nosso corpo físico morre.</p><p>Temos um espírito imortal, que não morre nunca. Vivemos várias vezes aqui</p><p>na Terra, para nos redimirmos dos nossos erros, até nos purificarmos</p><p>totalmente.</p><p>– Como isso é possível? Sempre pensei que morria e tudo acabava.</p><p>– Não, Pedro. Nós morremos para esse plano, mas o nosso espírito é</p><p>imortal. Voltamos com outro corpo para que possamos continuar a nos</p><p>redimir dos nossos erros, tentando não errar mais.</p><p>– Nossa! Que interessante. Gostaria de saber mais.</p><p>– Eu também – afirma o sr. Manoel.</p><p>– Eu tenho um livro de Allan Kardec que explica sobre tudo que falei – diz</p><p>dona Vicentina. – Vou dá-lo a vocês e, quando lerem e tiverem dúvidas,</p><p>podem me procurar que tentarei esclarecer.</p><p>Os três estavam mais tranquilos.</p><p>Heloisa diz para Eduarda passar tranquilidade a eles, que tudo ficará bem.</p><p>Dona Vicentina, antes de irem embora, pede ao sr. Manoel se ela poderia</p><p>fazer uma prece.</p><p>Ele prontamente responde:</p><p>– Claro, minha amiga. É o que estava precisando.</p><p>Ela eleva o pensamento e faz uma prece, tão emocionada, que todos os</p><p>presentes não contêm as lágrimas e agradecem a Jesus pela oportunidade de ali</p><p>estarem e também por saberem que dona Mafalda logo estaria com eles.</p><p>As três saem dali cientes da missão cumprida. Vão para a casa de dona</p><p>Vicentina e, lá, tomam um chá e conversam.</p><p>– É muito difícil para as pessoas entenderem que devem fazer a sua parte e</p><p>só se exporem quando necessário.</p><p>Uns acham que é bobagem, outros ficam extremamente medrosos e o</p><p>equilíbrio acaba não existindo quando o ideal é termos a nossa fé raciocinada e</p><p>entendermos o que está acontecendo.</p><p>O planeta passa por provas onde todos têm algo a aprender. Cada um</p><p>reage de acordo com a sua vivência terrena, não tem nem o certo nem o</p><p>errado, o que tem que existir é o equilíbrio.</p><p>O que existe hoje como orientação do Ministério da Saúde são algumas</p><p>recomendações que devemos seguir à risca.</p><p>As pessoas que podem ficar em suas casas fiquem e deixem espaço para</p><p>aqueles que não podem, mas fazem apenas o que é necessário sem precisar,</p><p>por um período, correr riscos, já que estão enclausurados. O lar é um templo</p><p>que devemos manter sempre em harmonia.</p><p>Se cada um fizer a sua parte, sem extravagâncias, logo tudo estará</p><p>controlado.</p><p>Foi Vanda quem falou:</p><p>– Dona Vicentina, como é difícil! As pessoas só olham o lado negativo.</p><p>Querem ficar em casa e, quando têm a oportunidade, se veem enclausuradas.</p><p>Como somos pessoas insatisfeitas! Só olhamos o lado ruim das coisas, sendo</p><p>que estamos tendo a oportunidade de nos unirmos ainda mais à família, mas</p><p>não estamos percebendo.</p><p>Vamos nos ocupar com o nosso lar. Vamos dar harmonia, deixá-lo limpo</p><p>das impurezas terrenas e espirituais. Vamos dar mais por nós e pelos outros.</p><p>– Sabem, meninas, temos muitas oportunidades de sermos bons e não</p><p>estamos vendo. Hoje estamos vivendo um momento histórico, onde muitas</p><p>almas estão partindo em resgate e outras, por descuidos de si mesmas.</p><p>Eduarda argumenta:</p><p>– Dona Vicentina, eu pensei que todos que estavam partindo eram por</p><p>resgate.</p><p>– Eduarda, a maioria, sim. Mas outros, por estarem desdenhando do que</p><p>está acontecendo. Temos que ser coerentes. Estamos vendo mortes por medo.</p><p>Não é brincadeira. Sim, há pessoas maldosas se aproveitando do momento</p><p>para se destacarem, mas o fato de existir a quantidade de mortos que está</p><p>existindo mostra que não dá para não ficar atento. Muitas pessoas acham que a</p><p>vida termina aqui, que morrem e tudo acaba. A vida continua e nos mostra</p><p>que temos que fazer a nossa parte. Se não for por nós, que seja pelos nossos.</p><p>Vanda pergunta:</p><p>– Dona Vicentina, o que fazer diante dessas pessoas tão incrédulas?</p><p>– Minha filha, nada. O que podemos fazer é orar, pois, quando as pessoas</p><p>agem assim, nada pode mudar o seu ponto de vista. Às vezes, têm que sentir</p><p>na pele para acreditar, mas isso só Deus quem sabe.</p><p>Vanda diz para Eduarda:</p><p>– Já tomamos muito o tempo de dona Vicentina, vamos embora.</p><p>– Vocês jamais tomam o meu tempo. Temos muito trabalho a realizar.</p><p>Quando as meninas chegam em casa, estão cansadas, mas vão fazer uma</p><p>prece, em agradecimento a tudo o que receberam naquele dia, e Heloisa estava</p><p>ao lado delas.</p><p>X</p><p>O telefone de Vanda toca no meio da noite. É Vicentina, que</p><p>pede</p><p>urgência para que elas a acompanhem em uma chamada de extremada</p><p>necessidade.</p><p>Vanda e Eduarda se vestem rapidamente, saem e vão até a casa de</p><p>Vicentina.</p><p>– O que aconteceu, Vicentina? Viemos o mais rápido possível.</p><p>– Obrigada, meninas. Temos uma urgência na casa do Roberto. Ele está</p><p>muito mal, indo para o hospital, e Sueli não sabe o que fazer. Está desesperada.</p><p>Vamos, então.</p><p>As três saem e vão para o hospital, onde Roberto já se encontra.</p><p>Na recepção, elas encontram Sueli, desesperada. Eles têm uma filha que</p><p>mora fora do país. Está vivendo em Portugal. A mãe não quer aborrecê-la e</p><p>não sabe o que fazer.</p><p>Roberto sempre a orientou para que, se algo acontecesse, ela ligasse para</p><p>Vicentina, uma amiga de longa data que a ajudaria.</p><p>Elas chegam e cumprimentam Sueli, desesperada porque Roberto foi</p><p>internado às pressas.</p><p>– Sabe, Vicentina, a culpa é minha – diz Sueli. – Roberto está há dias muito</p><p>mal, mas não queria que o levasse para o hospital. Se eu o tivesse levado</p><p>quando percebi que não estava bem, não teria que trazê-lo assim, como está</p><p>agora.</p><p>Vicentina e as meninas pedem proteção e amparo para o plano espiritual.</p><p>Vão conversando com Sueli que, aos poucos, vai se acalmando.</p><p>Heloisa, que está ao lado delas, vai derramando energias salutares em Sueli.</p><p>Eduarda diz para Sueli:</p><p>– Minha senhora, fique bem tranquila. Deus é nosso Pai e não nos</p><p>desampara. Tenha confiança e aguarde. Quanto mais você visualizar o Roberto</p><p>bem, melhor ele ficará. Portanto, os bons pensamentos, as energias boas que</p><p>emanamos, são remédios para a alma, que acalmam e vão fazendo muito bem.</p><p>Sueli vai se acalmando.</p><p>Vanda recebe de Heloisa o que ela deve falar para Sueli:</p><p>– Nesse momento, você não deve falar com a sua filha, pois ela vai se</p><p>desesperar, e não há necessidade. Assim que o Roberto estiver bem, você liga e</p><p>conta o que aconteceu.</p><p>– Muito obrigada, Vanda. Farei isso, pois agora eu iria preocupá-la e sei que</p><p>o Roberto ficará bem.</p><p>Nesse instante, chega o médico para dar notícias.</p><p>– Dona Sueli, o sr. Roberto está fora de perigo. Conseguimos estabilizar os</p><p>seus batimentos cardíacos, que se alteraram devido à sua ansiedade por ficar</p><p>sem respirar. Por ora, ele ficará na UTI, mas não precisaremos entubá-lo. Está</p><p>no oxigênio e hoje ficará na UTI. Se continuar respondendo como estamos</p><p>esperando, amanhã já vai para o quarto.</p><p>Sueli, já mais calma, agradece ao médico e ele lhe dá permissão para ver</p><p>Roberto pela janela da UTI. Ela vai até lá e Vicentina e as meninas ficam</p><p>aguardando.</p><p>O médico se despede e, nesse momento, recebe uma carga de energia</p><p>salutar dos irmãos espirituais que ali se encontram.</p><p>Sueli retorna e as quatro vão para a casa de Sueli, para deixá-la mais bem</p><p>acomodada, já que ela havia ido para o hospital de ambulância.</p><p>Já acomodadas, Vanda sugere que façam uma prece, em agradecimento ao</p><p>plano espiritual pela ajuda.</p><p>Todas elevam os pensamentos e Vanda faz sentida prece, em</p><p>agradecimento.</p><p>Sueli agradece as amigas pelo amparo. Elas conversam mais um pouco e</p><p>dona Vicentina diz:</p><p>– Sueli, vamos embora, mas amanhã iremos com você ao hospital.</p><p>Sabemos que não tem visita, mas vamos até lá para termos notícias.</p><p>Assim, elas se despedem. Eduarda deixa Vicentina em casa e vão embora,</p><p>combinadas de, no dia seguinte, irem ao hospital. Vanda e Eduarda chegam em</p><p>casa e Heloisa conversa com elas:</p><p>– Minhas irmãs, a situação geral pela Pandemia está muito grave. As</p><p>pessoas não estão dando crédito para o que está acontecendo. O sofrimento</p><p>que acomete a muitos é intenso. Roberto estava sofrendo muito, mas não</p><p>queria preocupar a esposa, por isso foi aguentando. Isso está acontecendo em</p><p>muitos lares. O Roberto sairá dessa e não terá complicação, mas com muitos</p><p>não acontecerá assim. Aguentam até quando não dá mais e vão a óbito.</p><p>As pessoas estão brincando com fogo. Não que tenha que haver desespero,</p><p>mas temos que ter cautela, cuidados, respeitar o nosso próximo. A doença</p><p>existe e está levando muitos irmãos de volta à Pátria Mãe, uns por escolha,</p><p>outros por resgate e muitos por total descaso, achando que tudo é besteira, que</p><p>está tendo muito terrorismo sobre as pessoas, quando não é verdade. Sabemos</p><p>que muitas pessoas estão se aproveitando desse sentimento. Bem, esse é outro</p><p>assunto... O que não podemos é negligenciar as mortes que estão ocorrendo</p><p>pelo mundo. Esse é um fato, portanto, somente por esses dados, as pessoas já</p><p>deveriam ter compaixão pelo seu próximo, pelas famílias enlutadas.</p><p>– Minhas irmãs, não desistam desse trabalho. Sei o quanto está difícil para</p><p>vocês, o quanto vocês estão fragilizadas, mas estamos aqui para dar</p><p>sustentação e ajuda fluídicas para vocês e Vicentina não esmorecerem. Como</p><p>já disse, Roberto ficará bem e a sua família será fortalecida. A filha dele,</p><p>mesmo não sabendo o que está acontecendo, já está a caminho. Com isso,</p><p>Sueli ficará mais fortalecida. Ela chega amanhã. Roberto ficará no hospital por</p><p>mais 10 dias e Sueli ficará amparada pela filha. Logo, os três estarão juntos e</p><p>fortalecidos.</p><p>Eduarda pergunta:</p><p>– E a Sueli, por que não pegou o coronavírus?</p><p>Heloisa responde:</p><p>– Ela não se contaminou. Já fez o exame e o resultado deu negativo. Não</p><p>tem uma lógica sobre por que uns pegam e outros não.</p><p>– Obrigada, minha irmã, pelo carinho, pelas palavras e pela sustentação.</p><p>Fizeram uma prece de agradecimento.</p><p>Sueli, na manhã seguinte, resolve lavar tudo o que foi utilizado por</p><p>Roberto, arejar bem a casa, fazer uma limpeza geral. Quer que, quando</p><p>Roberto retorne, tudo esteja bem harmonizado e limpo.</p><p>No outro dia, à tarde, elas foram para o hospital como combinado. Sueli</p><p>contou para elas que se levantou disposta, abriu toda a casa, fez uma boa</p><p>higienização na casa, para que, quando Roberto chegar, tudo esteja bem</p><p>limpinho.</p><p>Chegaram ao hospital e foram informadas de que Roberto já estava no</p><p>quarto e que pela manhã já respirava com tranquilidade.</p><p>Agradeceram a informação.</p><p>– Dona Sueli, a senhora receberá, por telefone, as informações diárias</p><p>sobre estado do sr. Roberto, portanto, não há necessidade de vir até o hospital.</p><p>Elas agradecem e vão embora.</p><p>Eduarda estaciona o carro na porta da casa de Sueli. Nesse instante, atrás</p><p>do carro de Eduarda, estaciona um táxi e dele desce Milena, filha de Sueli, que</p><p>não se aguenta de tanta felicidade.</p><p>As cinco adentram a casa e, depois de tudo explicado e esclarecido,</p><p>Vicentina e as meninas se despedem, mas não sem antes fazerem uma prece</p><p>em agradecimento por tantas benções recebidas.</p><p>As meninas vão até a casa de Vicentina para tomarem um café.</p><p>Eduarda, que sempre tem o espírito muito alegre, diz sorrindo:</p><p>– Mais uma missão impossível resolvida – e ri gostosamente.</p><p>– Só você mesmo! – diz Vicentina. – Vamos nos encontrar com Heloisa e a</p><p>equipe no plano espiritual. Todos trabalham incessantemente, pois há muitos</p><p>espíritos chegando. Os que dormem estão mais refeitos, mas há muitos em</p><p>desespero e os familiares não ajudam.</p><p>XI</p><p>Essa noite será diferente para os três espíritos encarnados, pois serão</p><p>levados ao plano para ajudar com as suas boas energias.</p><p>Enquanto Vanda, Eduarda e Vicentina dormem, as equipes já estão a</p><p>postos para buscá-las. Serão desdobradas e levadas para o plano espiritual.</p><p>Cientes de onde e com quem estão, as meninas seguem com o coração</p><p>feliz, pois querem muito ajudar. Elas já têm feito muito no plano físico para</p><p>ajudar a muitos e, à noite, trabalham em prol dos que partiram.</p><p>Elas são levadas para o trabalho e, quando chegam, sentem um aperto no</p><p>coração, pois veem muita dor e muita injustiça. Isso as faz sofrer, mas logo</p><p>recebem as energias salutares dos espíritos que as acompanham, para que o</p><p>trabalho possa fluir.</p><p>Elas se encontram com Heloisa. Depois dos cumprimentos, Eduarda</p><p>pergunta para Heloisa:</p><p>– Heloisa, por que tanta dor e sofrimento? Todos que desencarnam ficam</p><p>assim?</p><p>– Não, Eduarda. Muitos estão sofrendo por não entenderem o que está</p><p>acontecendo. Isso porque dormem e, quando acordam, se veem no meio de</p><p>muitas pessoas estranhas,</p><p>não veem seus familiares e não estão preparados</p><p>para esse desencarne. Outras pessoas nem sabem que desencarnaram. Muitos</p><p>vão para o hospital e não voltam mais para o seio familiar e, com isso, se veem</p><p>angustiados. Outros, como vocês podem ver, dormem serenamente, como se</p><p>estivessem, agora, se recuperando de um dia cansativo de trabalho.</p><p>A maioria dos espíritos que estão em sofrimento é por seus familiares</p><p>encarnados estarem em sofrimento também. Quanto mais os familiares</p><p>sofrem, mais difícil é a recuperação do desencarnado, principalmente aquele</p><p>que está em desequilíbrio. Por essa razão a prece, os bons pensamentos são de</p><p>suma importância. Me acompanhem, meninas. Temos muito trabalho pela</p><p>frente.</p><p>As três acompanharam Heloisa para o trabalho no plano espiritual.</p><p>Meus caros leitores, temos muito o que ensinar para vocês que se</p><p>encontram encarnados, mas como é difícil fazê-los entender o simples.</p><p>Quando Jesus nos trouxe a máxima do orai e vigiai, ele estava nos</p><p>ensinando a vigiar os nossos pensamentos. Quanto melhores os pensamentos,</p><p>mais bem fazemos a nós e aos outros. A separação de um ente querido, seja</p><p>em qualquer situação, é dolorosa, sim, mas não por terem partido, e sim para</p><p>que possamos digerir esse luto. Temos um tempo para nos acostumarmos com</p><p>a separação energética que, muitas vezes, é intensa.</p><p>Deixem os encarnados passarem pelo seu luto como quiserem. Apenas</p><p>reforcem as energias de luz e de paz para quem partiu.</p><p>Vou contar-lhes o desencarne de dona Aparecida. Essa senhora que vocês</p><p>estão vendo trabalhando e ajudando os que estão em desespero.</p><p>O sofrimento não mais existe, só sofre aquele que não aceita, pois o</p><p>espírito se liberta de tudo quando desabita o corpo físico, mas, como tudo tem</p><p>ligação energética, ele sofre por não querer se libertar da sua última agonia.</p><p>Dona Aparecida, uma pessoa muito bondosa, acreditava na vida após a</p><p>morte, mas, enquanto encarnada, não fazia parte de nenhuma religião</p><p>específica.</p><p>Orava a Deus, tinha Jesus como o seu Mestre, ajudava muitas pessoas. Era</p><p>do interior de Minas Gerais e praticava a caridade em prol das pessoas carentes</p><p>com a sua reza e seu benzimento. Quando alguma criança se encontrava</p><p>adoecida, lá ia dona Aparecida com o seu enorme coração e, com uma legião</p><p>de bons espíritos para ajudar os necessitados, na sua maioria crianças, com</p><p>quem ela mais se identificava.</p><p>Na sua pacata cidade, sem muitos recursos médicos e de uma população</p><p>bem pobre, dona Aparecida se desdobrava para ajudar a quem mais precisasse.</p><p>Os adultos a procuravam, pois, como disse, a cidade era pobre e sem</p><p>muitos recursos. O hospital mais próximo ficava a uns 20 km da cidade,</p><p>portanto, era tudo muito difícil, mas dona Aparecida estava lá para dar</p><p>conforto para os irmãos de sua cidade. Ela era acompanhada por médicos que</p><p>a intuíam.</p><p>Meus irmãos, por mais que, aos nossos olhos, os moradores daquela cidade</p><p>estivessem desesperados e se sentissem desamparados, para Deus nenhum</p><p>filho seu fica sem amparo.</p><p>Dona Aparecida, de tanto socorrer os seus irmãos, principalmente neste</p><p>momento de pandemia, contraiu o vírus e, como não foi para o hospital em</p><p>tempo, desencarnou.</p><p>Chegou aqui e logo despertou, e, quando fomos ter com ela, encontramos</p><p>Aparecida iluminada, cheia de vida e de luz. Nem preciso dizer que, em alguns</p><p>dias após o seu desencarne, ela estava disposta e pronta para ajudar os menos</p><p>favorecidos.</p><p>Quando fomos conversar com ela, sentimos uma energia que nos deixou</p><p>em êxtase. Dona Aparecida era a luz em pessoa.</p><p>Vanda pergunta:</p><p>– Por que ela veio para cá, sendo um espírito tão evoluído?</p><p>Heloisa, prontamente, esclarece:</p><p>– Minha irmã, um espírito tão evoluído não deixa os seus na mão. Por</p><p>escolha ela veio para ajudar os que estão chegando. Agora mesmo, veja a</p><p>quantidade de espíritos que estão entrando em macas. São muitos irmãos</p><p>necessitados do amor de dona Aparecida. Ela os envolve com tanto carinho,</p><p>que eles logo se recuperam.</p><p>Heloisa abriu uma tela através do pensamento e mostrou para as amigas a</p><p>cidade onde dona Aparecida vivia.</p><p>– Minhas amigas, além de dona Aparecida ter luz própria, olhem o que ela</p><p>está recebendo.</p><p>Quando a tela se abriu, mostrou a igrejinha antiga da cidade, o padre fazia</p><p>oração para a dona Aparecida, acompanhado de todos os moradores da</p><p>cidade, emanando energia de gratidão, de paz e muito amor para ela.</p><p>Nesse momento, atraída pelas energias que os seus amigos estavam</p><p>emanando, dona Aparecida se junta ao grupo, com os olhos marejados e em</p><p>prece.</p><p>O grupo eleva o pensamento em gratidão e todos, com os olhos</p><p>marejados, voltam para os seus afazeres.</p><p>Vanda, Eduarda e Vicentina trabalham ao lado de Heloisa, que as vai</p><p>orientando.</p><p>– Para os que dormem, vão ministrando passes de boas energias. Para os</p><p>que estão acordando, mas alheios ao que está acontecendo, vão doses</p><p>homeopáticas de ajuda fluídica e passes energéticos, e, para os que estão em</p><p>desespero, passes, remédios, água e muito amor para se acalmarem.</p><p>Elas trabalham muito e, quando o dia já está quase dando os ares da graça,</p><p>retornam, agradecidas pela oportunidade.</p><p>Quando acordam, na manhã seguinte, dão graça por terem podido ajudar</p><p>um pouco os que estão em sofrimento.</p><p>Reforço, meus queridos leitores, estamos passando para vocês essas</p><p>situações, pois é um momento em que muitas almas estão se encontrando em</p><p>resgates de vidas muito longínquas. E esse amor, esse carinho, essa</p><p>manifestação de desejo de que o ente querido que partiu fique bem devem ser</p><p>emitidos a qualquer momento, pois todos que desencarnam precisam dessas</p><p>energias de amor para o seu refazimento.</p><p>Portanto, essa obra que estamos escrevendo é para esse momento de</p><p>desencarne pela Covid-19, que está sendo doloroso, tanto para quem parte</p><p>quanto para quem fica. Mas, em qualquer desencarne, a separação é dolorosa.</p><p>Hoje temos espíritos trabalhando muito com esses irmãos que estão</p><p>desencarnando devido ao vírus. Como está sendo feito na Terra, em que estão</p><p>separando os que estão infectados dos outros que estão com outras doenças,</p><p>no plano espiritual estão obedecendo ao mesmo processo.</p><p>Existem muitas colônias designadas para os desencarnados pela Covid-19 e</p><p>as colônias que já existem recebem os que estão desencarnando por outros</p><p>problemas.</p><p>Vejam, meus irmãos, o desencarne está intenso. Muitos voltando para a</p><p>pátria, pois isso já estava previsto, mas, como dissemos, uns com aceitação,</p><p>outros, não. Portanto, o trabalho está sendo redobrado, por terem que socorrer</p><p>esses espíritos que, muitas vezes, estão desesperados. Qual a função de todos</p><p>vós, encarnados? Redobrem as vossas preces, emanem energia de amor, de</p><p>carinho, para que os amigos espirituais recebam cada vez mais remédios de</p><p>amor, para ministrar nos irmãos, desencarnados em desespero.</p><p>Portanto, meus caros leitores, nesse momento, todos estão envolvidos em</p><p>uma única missão: ajudar uns aos outros.</p><p>Sempre pensamos sobre o que faz uma pandemia. Ela traz união. Mesmo</p><p>que todos estejam separados, como o momento pede. Quando não podemos</p><p>estar em convívio próximo com as pessoas, não tem problema, se liguem a elas</p><p>por pensamento, por prece. Deseje o bem a todos e, assim, um fortalece o</p><p>outro, deixando que essa situação passe, com maior leveza.</p><p>Deus só nos pediu para nos amarmos e, com os nossos bons pensamentos,</p><p>com as nossas boas energias, podemos amar até aquele que não conhecemos.</p><p>Vamos, meus irmãos, aproveitar esse momento e orar pelos nossos irmãos,</p><p>pois, quanto mais elevarmos os nossos melhores pensamentos e sentimentos,</p><p>mais rápido dissiparemos essa nuvem que parou sobre o planeta, tão necessária</p><p>para o crescimento dos filhos do Pai de amor e bondade, que só quer o bem</p><p>dos seus filhos. Como Deus é justo, permite que passemos por situações para</p><p>colhermos o que nós mesmos plantamos.</p><p>Dona Aparecida deixou para nós o exemplo de amor, encarnada e</p><p>desencarnada. Vamos seguir o seu exemplo.</p><p>Meus leitores, nós vamos agora viajar para um plano que muitos não</p><p>conhecem. Como disse anteriormente,</p><p>muitos irmãos estão retornando à</p><p>Pátria Mãe, à casa à qual de fato pertencem. Uns estão indo por necessidade,</p><p>outros para ajudar, outros, ainda, à revelia, mas todos que estão retornando</p><p>estão sendo amparados.</p><p>Não pensem que os espíritos que estão retornando por outros motivos não</p><p>estão sendo acolhidos. Estão sim, mas, assim como no plano terreno,</p><p>ocorreram modificações para atender os irmãos vítimas do vírus, no plano</p><p>espiritual também. Portanto, o trabalho aqui no plano terreno aumentou, assim</p><p>como no plano espiritual.</p><p>XII</p><p>Vamos acompanhar outros desencarnados pela pandemia.</p><p>Estamos em Portugal, onde muitos também estão sofrendo com a</p><p>pandemia. Vamos para o Hospital de Coimbra. É um hospital grande com</p><p>uma ala disponível somente para receber pacientes com a Covid-19. Quando</p><p>esses irmãos lá chegam, já estão em estado lastimável.</p><p>O momento que estou relatando para vocês ocorreu no início de abril de</p><p>2020.</p><p>Os nossos irmãos chegam completamente desorientados e acabam</p><p>desencarnando por falta de conhecimento sobre a doença e tratamentos</p><p>inadequados. No início, muitos desencarnaram por falta de conhecimento, mas</p><p>vale lembrar que os espíritos que desencarnaram não partiram à revelia.</p><p>Lembrem-se sempre: não cai uma folha da árvore sem que Deus o saiba e</p><p>essa máxima diz respeito a tudo. Deus, sendo o soberano criador que tudo</p><p>sabe e vê, foi quem nos criou, sabe as necessidades de seus filhos, que, muitas</p><p>vezes, nem nós mesmos sabemos.</p><p>A necessidade do espírito que volta à Pátria Mãe não é diferente da</p><p>necessidade daquele que está cuidando e se sente impotente no auxílio ao</p><p>próximo.</p><p>Está sendo uma experiência coletiva, na qual profissionais da saúde se</p><p>questionam se estão fazendo corretamente as suas prescrições médicas, os</p><p>familiares dos entes queridos que partiram se perguntam se não podiam fazer</p><p>mais.</p><p>Vejam, meus irmãos, quando temos uma pandemia, ela se volta para o</p><p>aprendizado de todos, de quem parte, de quem fica e de quem trabalha na</p><p>cura. Enfim, pandemia é algo para o mundo, é um aprendizado para o mundo</p><p>neste momento.</p><p>Vemos governantes preocupados com os seus súditos, outros menos, mas</p><p>vemos cada um fazendo o seu papel da forma e da maneira que entendem</p><p>melhor. Assim como cada um está fazendo o melhor para os seus familiares,</p><p>da maneira que entendem e conseguem.</p><p>Pergunto: quem está certo?</p><p>Meus irmãos, quando falamos de aprendizagem, não existe o certo nem o</p><p>errado. Cada alma encarnada tem o seu resgate próprio. Como cada um lida</p><p>com o seu aproveitamento, é decisão individual somente, mesmo quando</p><p>ouvimos que o nosso exemplo é Jesus, que o temos como nosso modelo, fica</p><p>difícil entender se, dentro do universo individual, cada um está conseguindo</p><p>seguir os ensinamentos do Mestre.</p><p>O julgamento é uma “Pandemia”. Ele é o elemento que mais mata a</p><p>humanidade. Enquanto não entendermos que cada filho de Deus está no seu</p><p>processo de evolução e faz o melhor que entende, a evolução se arrasta, como</p><p>vem acontecendo.</p><p>Voltemos ao Hospital de Coimbra. Lá temos vários pacientes vítimas de</p><p>Covid-19, mas vamos contar como Maria partiu de volta à Pátria.</p><p>Maria, viúva há 15 anos, com três filhos, sendo o mais velho já com família</p><p>constituída e os outros dois solteiros, vivendo com ela.</p><p>Seus filhos eram bons rapazes, mas, como qualquer jovem, gostavam de</p><p>sair com os amigos e não se preocupavam muito, como vemos, até agora.</p><p>Cada um pensa: “Comigo não vai acontecer”, mas a vida nos ensina,</p><p>esquecemos dos nossos resgates do passado e o que temos que passar nesta</p><p>existência. Não somos vítimas do acaso, somos vítimas dos frutos que</p><p>colhemos. Às vezes, doces, outras vezes, amargos, mas necessários ao nosso</p><p>aprendizado.</p><p>Henrique, o filho mais moço de dona Maria, era caseiro, mas preocupado</p><p>com a mãe. Assim que começaram os rumores, na Europa, sobre o</p><p>coronavírus – que no início era apena um surto –, ele já começou a se</p><p>preocupar, muito embora sua mãe fosse saudável. Ele, como um espírito mais</p><p>evoluído, começou a tomar algumas providências, mesmo sem saber se estava</p><p>fazendo certo ou não.</p><p>Pediu à mãe que não saísse de casa e ficasse sem receber visitas, pois não</p><p>sabia o que aquela doença poderia causar.</p><p>O irmão João, espírito mais despreocupado, via um exagero excessivo no</p><p>irmão, e não mudou os seus hábitos. Já o irmão mais velho, por ter família e,</p><p>preocupado com a esposa e o filho, aderiu aos mesmos critérios de Henrique,</p><p>pois sempre via no irmão um menino com consciência elevada. Mas, como</p><p>nem tudo está em nossas mãos, foge de nosso alcance poder visualizar tudo ao</p><p>nosso redor.</p><p>Henrique pediu a João – que aparentemente concordou em se proteger e</p><p>proteger os seus, deixando-o mais calmo. Mas João não achou que o irmão</p><p>tinha razão, achou-o muito radical. Não fazia extravagâncias, mas não limitou</p><p>seus hábitos anteriores à pandemia. Não deixou de sair com os amigos e,</p><p>como parecia que a doença estava tão distante deles, do grupo de amigos, não</p><p>se preocuparam.</p><p>Um dia, João vai para casa e não toma nenhum cuidado. Ao adentrar ao</p><p>seu lar, leva o vírus destruidor, que pegou na lanchonete onde se encontrava –</p><p>lugar inocente, lugar que não tinha perigo e com ele nada iria acontecer.</p><p>Realmente, nada aconteceu com João. Sendo ele assintomático, não teve</p><p>problemas, mas sua mãe reagiu diferente. João levou o vírus para casa e dona</p><p>Maria e Henrique contraíram a doença. Henrique logo se recuperou, mas dona</p><p>Maria teve complicações pulmonares e veio a óbito.</p><p>Foi levada para a colônia de socorro às vítimas da pandemia e lá foi se</p><p>recuperando. Mas vamos até o lar de dona Maria.</p><p>João jamais se perdoou pelo que fez à mãe e Henrique, espírito evoluído</p><p>que era, tentou ajudar o seu irmão, sem conseguir. Infelizmente, João se</p><p>suicidou por ter em mente que havia matado sua mãe com as suas</p><p>irresponsabilidades.</p><p>Henrique sofreu muito. A perda da mãe já havia sido difícil e perder o</p><p>irmão, da forma pela qual desencarnara, foi muito duro para o espírito de</p><p>Henrique. Mesmo sendo evoluído e com o conhecimento da evolução do</p><p>espírito e da responsabilidade de cada um.</p><p>Muitos espíritos estão desencarnando vítimas do vírus, e outros de formas</p><p>diferentes, mas em consequência do vírus também, que foi o caso de João.</p><p>Infelizmente era um espírito que estava enfrentando várias dificuldades no</p><p>plano terreno. Ele se achava injustiçado no trabalho, os seus amigos já não</p><p>tinham muita paciência com ele, porque estava sempre reclamando.</p><p>Os irmãos que se suicidam já têm um histórico de sofrimento e, quando</p><p>chegam ao seu limite, não conseguem mais lidar com os turbilhões que estão</p><p>vivendo e explodem. Uns explodem de uma forma e outros tiram a própria</p><p>vida. Normalmente, espíritos que são muito calados, que vão guardando tudo</p><p>dentro de si, quando explodem, causam estragos em si mesmos.</p><p>Passado um tempo, dona Maria, já mais serena, consciente do que lhe havia</p><p>acontecido – ela era um espírito com evolução espiritual que entendia a</p><p>necessidade do aprendizado e acreditava que a vida continuava –, quando foi</p><p>elucidada de que estava no plano espiritual, agradeceu ao seu Mentor pela</p><p>ajuda que sempre teve, e quis saber dos seus filhos.</p><p>Quando lhe contaram que João havia se suicidado, achando que havia</p><p>matado sua mãe, ela ficou sem palavras. Isso não quer dizer que ela tenha se</p><p>revoltado. Apenas quis ficar só, para refletir.</p><p>Os irmãos que com ela estavam a deixaram e dona Maria fez sentida prece</p><p>por João e pelos seus outros filhos. Ela sabia da tendência de João, pois ele</p><p>sempre foi o filho com quem ela mais se preocupou, mas o fato de ele ter se</p><p>suicidado por achar que a tinha matado era muito grave e ela precisava fazer</p><p>alguma coisa.</p><p>Dona Maria ficou algumas semanas ali na colônia da pandemia, ajudando</p><p>como podia e, com isso, o seu espírito foi se fortalecendo dia a dia.</p><p>Um dia, dona Maria pede para falar com Osório.</p><p>Osório era o encarregado da colônia e que distribuía as tarefas para os</p><p>irmãos com condições de ajudar.</p><p>Prontamente, dona Maria foi atendida.</p><p>– Que a paz reine em seu coração.</p><p>Dona Maria, responde:</p><p>– Amém!</p><p>– O que posso fazer por você? – pergunta Osório.</p><p>– Sr. Osório, desculpe eu ter pedido para lhe falar. O senhor, com tantos</p><p>afazeres. Enfim, eu agradeço tudo o que tem feito por mim.</p><p>Dona Maria continuou:</p><p>– Sabe, sr. Osório, eu estou ajudando aqui nesta colônia, mas o meu</p><p>coração está apertado, pensando no meu filho, que está em sofrimento. Tive</p><p>oportunidade de ver a minha família que está no plano terreno e vi que</p><p>Henrique, mesmo abatido, continua levando sua vida, e Antônio também.</p><p>Portanto, eles estão bem, mas sei o quanto João está sofrendo. Também tive</p><p>oportunidade de vê-lo em uma tela mental. Ele está completamente alucinado.</p><p>Essa é a razão do meu encontro com o senhor. Peço, se me for permitido, que</p><p>eu possa trabalhar na colônia onde ele está. Sei que vou ajudar a muitos e,</p><p>também, ao meu filho João.</p><p>– Dona Maria, eu a louvo com o seu pedido, pois a vejo como uma</p><p>excelente tarefeira e pronta a ajudar em qualquer lugar. Mas não sou eu quem</p><p>decide. Falarei com meus superiores e vamos ver o que resolverão. Tenha</p><p>certeza de que será o melhor para todos – e continuou: – Dona Maria, tenho</p><p>algo a lhe dizer. O seu filho Henrique já cumpriu a sua missão terrena, logo</p><p>estará conosco e não vítima do vírus, pois o seu maior compromisso era com</p><p>João, com quem em várias encarnações esteve junto, e toda melhora que João</p><p>teve nesta encarnação deu-se com os esforços da senhora e de Henrique.</p><p>– Eu sei disso. Sempre vi em Henrique um espírito bom, amoroso e, acima</p><p>de tudo, consciente de suas responsabilidades. Ele voltará para cá?</p><p>– Não, ele quer estar com João e já lhe foi concedido. Há uma semana ele,</p><p>em desdobramento, foi levado ao plano espiritual e, ciente do seu retorno para</p><p>o plano espiritual, pediu que, quando ele estivesse em condição e, se fosse</p><p>possível, estivesse com João, que sofre muito.</p><p>Dona Maria não conteve as lágrimas e agradeceu a Deus por lhe ter dado</p><p>filhos tão amados, cada um em seu estágio.</p><p>Henrique desencarna, vítima de uma parada cardíaca. Vai para a colônia</p><p>onde terá o seu descanso merecido e para dar continuidade às suas tarefas,</p><p>interrompidas quando encarnou.</p><p>Henrique sempre trabalhou com os suicidas. Não foi somente agora que</p><p>pediu para estar ao lado de João. Na verdade, estava de volta ao lar que sempre</p><p>foi seu.</p><p>Algumas semanas depois, dona Maria é chamada por Osório.</p><p>– Minha irmã, mandei chamá-la para lhe comunicar que o seu pedido foi</p><p>aceito. Amanhã será encaminhada para a colônia dos suicidas, onde João se</p><p>encontra e você logo estará com Henrique, que voltará para suas atividades.</p><p>Henrique sempre trabalhou com muito amor ao lado dos irmãos menos</p><p>avisados. Ele tem um magnetismo muito forte, que já ajudou a recuperar</p><p>muitos espíritos. Ele sabe que vai ajudar a muitos e ao João, ao lado de sua</p><p>mãe.</p><p>Dona Maria abraça Osório e pede licença para fazer uma prece,</p><p>agradecendo a Deus pela oportunidade recebida.</p><p>Como já dissemos, a espiritualidade está assoberbada de trabalho. Quando</p><p>pensamos em pandemia, com muitas vidas em jogo, todos trabalham muito,</p><p>tanto no plano físico como no espiritual.</p><p>Vemos irmãos que compreendem o seu desenlace terreno, mas a maioria</p><p>não compreende. É por essa razão que o plano espiritual tem tanto trabalho,</p><p>pois os irmãos precisam de ajuda para se verem livres do sofrimento que os</p><p>arrebata. Precisam de ajuda para se recompor e não é fácil essa tarefa.</p><p>Por essa razão, muitos espíritos encarnados estão sendo requisitados para</p><p>ajudar no plano espiritual. Muitas vezes, até para ajudar os seus entes queridos</p><p>que partiram. Isso é comum, mesmo que para vocês pareça ser algo</p><p>inesperado. Não é. Muitos irmãos que partem, apegados que são ao plano</p><p>físico, quando veem um ente de sua família, ficam aliviados, e é por esse</p><p>motivo que a espiritualidade, muitas vezes, se utiliza desse recurso para auxiliar</p><p>os que partiram.</p><p>XIII</p><p>Vou contar como isso se dá.</p><p>Estamos na Colônia Pandemia e são muitos os espíritos que chegam em</p><p>desespero, porque nem sabem o que está acontecendo. Com isso, ficam</p><p>desesperados. Recebem passes e dormem, para terem mais tranquilidade.</p><p>O sr. Rosaldo é um desses espíritos que não compreende o que lhe</p><p>aconteceu. Foi para o hospital e o seu estado se agravou. Logo desencarnou e</p><p>foi levado à Colônia Pandemia, onde recebeu todo o amparo espiritual. Estava</p><p>bem enquanto dormia. Ao acordar, sentindo-se melhor, ficou muito contente,</p><p>mas a sua melhora durou pouco. Logo soube o que ocorrera com ele e o seu</p><p>desespero foi tão intenso, que todos os seus sintomas voltaram e ele ficou,</p><p>novamente, em estado de morte, como no plano físico.</p><p>Como isso ocorreu? Por diversas vezes, o plano espiritual trouxe a sua filha</p><p>para conversar com ele.</p><p>Os mentores espirituais a tiraram do corpo físico enquanto dormia e lhe</p><p>explicaram o que estava acontecendo com o seu pai. Sonia, por ser um espírito</p><p>mais esclarecido, logo entendeu. Mesmo sofrendo com a perda do seu pai,</p><p>mas, ao mesmo tempo, querendo que ele estivesse bem, prontamente aceitou ir</p><p>com os mentores para o auxílio necessário.</p><p>Ao chegar próximo ao leito do pai, ela o chama.</p><p>– Pai, sou eu, Sonia. Acorde.</p><p>O sr. Rosaldo desperta e fica muito feliz ao ver a filha ao seu lado.</p><p>– Ai, Sonia. Que bom vê-la. Acho que tive um pesadelo, pois me disseram</p><p>que eu havia morrido. Mas, agora, com você ao meu lado, percebo que foi</p><p>apenas um sonho.</p><p>– Como o senhor está se sentindo? – pergunta a filha.</p><p>– Eu estou ótimo. Tudo passou e, o que é mais importante, consegui</p><p>vencer a doença.</p><p>– Isso mesmo, meu pai. O senhor está livre do mal que o acometeu.</p><p>– E sua mãe, por que não está aqui com você?</p><p>– Ela está em casa, cuidando dos afazeres e, logo que possível, estará com</p><p>o senhor. Pai, me conte tudo o que passou. Quero entender como o vírus age</p><p>nas pessoas.</p><p>Os espíritos de luz, mesmo a distância, estava orientando Sonia nas</p><p>perguntas, para que seu pai fosse ficando bem à vontade.</p><p>– Sabe, filha. Nem sei explicar. Quando fui para o hospital, sentia uma dor</p><p>enorme no peito. Parecia que o ar me faltava. Logo que cheguei, fui socorrido.</p><p>Só lembro que me colocaram no soro e acordei aqui, neste hospital, onde via</p><p>pessoas de branco, que logo vi que eram médicos, e me disseram que eu havia</p><p>morrido. Agora acordei com você ao meu lado. Se eu morri e você está aqui,</p><p>será que você morreu também?</p><p>– Não, meu pai. Eu estou viva, mas o senhor realmente passou por uma</p><p>situação muito delicada. Embora sua dor física tenha sido bem pequena, o</p><p>senhor... morreu.</p><p>Ele ficou olhando para a filha, sem saber o que dizer.</p><p>– Mas como, filha, se estou falando com você? Não é possível. Eu devo</p><p>estar ficando louco.</p><p>Nesse momento, os mentores se apresentaram. O sr. Rosaldo estava</p><p>ficando nervoso e teria uma crise. Deram-lhe um passe e ele se acalmou. Sua</p><p>filha o abraçou, com lágrimas nos olhos, e agradeceu a oportunidade de estar</p><p>com ele. Os mentores lhe informaram que ele iria dormir e que, em uma</p><p>oportunidade próxima, ela voltaria para dar continuidade à conversa.</p><p>Sonia volta para o corpo, acorda com a sensação de que esteve com o pai,</p><p>mas sem muita certeza. Faz uma prece para ele e agradece, por ter tido essa</p><p>sensação, mesmo não se lembrando do ocorrido.</p><p>Passado um mês, o sr. Rosaldo, já mais fortalecido e entendendo o que lhe</p><p>aconteceu, pede para os mentores, se possível, rever a sua filha, pois, na última</p><p>vez que a viu, achou que a fez sofrer.</p><p>Atendido em seu pedido, os mentores trazem Sonia, em espírito, para o</p><p>encontro. Ela já não o encontra adormecido, e sim sentado em um banco de</p><p>jardim, onde a espera.</p><p>Eles se abraçam e Sonia agradece a oportunidade.</p><p>– Sabe, minha filha. Se todos soubessem como é bom voltar para casa, não</p><p>haveria tanto sofrimento. Claro que sinto falta de vocês, de sua mãe, mas,</p><p>quando se entende que o momento é chegado, e que voltamos para a nossa</p><p>verdadeira Pátria, não haveria tanto sofrimento. Pedi para vê-la, minha filha,</p><p>porque o nosso último encontro</p><p>foi penoso e quero me desculpar.</p><p>– Pai, não tem do que se desculpar. Mesmo porque, quando voltei ao</p><p>corpo, não me lembrei de nada, apenas que estive do seu lado. A</p><p>espiritualidade é muito boa.</p><p>– Eu sei, filha. Quando acordei no outro dia, sofria muito. Havia entendido</p><p>que morrera e, no meu egoísmo, nem pensei em você, em como vocês</p><p>estavam, e senti muita tristeza, não mais pelo meu desencarne, mas por tê-la</p><p>feito sofrer.</p><p>– Não pense assim, pai. Eu não sofro, só sinto sua falta e me sinto</p><p>privilegiada de poder estar com o senhor.</p><p>– E como está sua mãe?</p><p>– Ela está muito triste, mas temos conversado muito. Fazemos muitas</p><p>preces para que Deus nos dê equilíbrio, e para o senhor também.</p><p>– Eu sei, filha. Sinto todo esse amor e carinho, e é por essa razão que estou</p><p>conseguindo me recuperar mais rapidamente. Há tantos irmãos aqui, em</p><p>sofrimento, que sentem o sofrimento dos seus familiares e, como já</p><p>entenderam que deixaram o plano físico, mas recebem tanta dor do plano</p><p>terreno, sofrem mais do que quando estavam entubados ou com dores e falta</p><p>de ar. Sou privilegiado por ter uma filha tão equilibrada que, mesmo sentindo a</p><p>minha falta, consegue me mandar energias boas. Fico grato e tenho só que</p><p>agradecer por tê-la ao meu lado.</p><p>Eles se abraçam. O mentor se aproxima para avisar que o momento de</p><p>Sonia retornar é chegado.</p><p>Eles se despedem e o sr. Rosaldo pede à filha que ore muito por todos que</p><p>estão desencarnando, para que eles possam receber alívio para o seu espírito.</p><p>Sonia retorna e logo desperta.</p><p>– Mãe, a senhora não sabe o que aconteceu. Sonhei com o meu pai. Ele</p><p>está bem e manda lembranças para a senhora. Quer vê-la fortalecida. Estou tão</p><p>feliz. Vamos orar por ele e por todos que estão partindo.</p><p>XIV</p><p>Quantas vidas ceifadas, quanta dor. A humanidade clama por um fim.</p><p>Irmãos, vocês precisam entender que nada acontece sem a permissão do</p><p>Pai Criador e nada é obra do acaso. Tudo tem a ver com atitudes do homem e</p><p>como ele cuida dos seus e de suas terras. Não precisam se desesperar, pois os</p><p>que já entendem que passaram por provas necessárias – e muitas de sua</p><p>própria escolha – estão já no plano espiritual, auxiliando os que ainda não</p><p>entenderam o que está acontecendo.</p><p>Muitas pessoas culpam a Deus por seus desafios, pois ainda não</p><p>entenderam que Deus é bom, misericordioso, deu-nos o livre-arbítrio para que</p><p>seguíssemos o nosso caminho. Mas, antes, deu-nos as leis divinas e o seu filho</p><p>Jesus como exemplo. Enquanto nos afastamos de tudo o que Deus nos deu,</p><p>para termos uma vida melhor, nos utilizando do livre-arbítrio à revelia e</p><p>dizendo que somos donos de nós mesmos – e somos –, temos que arcar com</p><p>as responsabilidades por nossos atos.</p><p>Irmãos, uns se dizem ateus, outros já têm consciência de que a colheita é</p><p>livre, mas a semeadura é da responsabilidade de cada um.</p><p>Não podemos ser rebeldes a vida toda. Precisamos enxergar os nossos</p><p>desatinos. Necessário enxergar que temos que sofrer para entender o</p><p>sofrimento que causamos. Não é olho por olho e dente por dente. É a</p><p>misericórdia divina mostrando nossas falhas e como corrigi-las.</p><p>Temos, no âmbito terreno, um conhecimento muito limitado e, com isso,</p><p>muitos se enxergam como sabedores das verdades de Deus. Ledo engano. Foi-</p><p>nos dado um ínfimo punhado de areia para entendermos o universo e, mesmo</p><p>assim, nos achamos sabedores de tudo.</p><p>A pandemia é uma lição que muitos não estão entendendo e muitos não</p><p>querem entender. As vidas ceifadas não são por acaso e, como sabemos que</p><p>tudo o que Deus criou é perfeito, que as imperfeições são moldadas pelo</p><p>homem, ele está sempre desafiando as leis de Deus e acaba criando</p><p>turbulências para se redimir.</p><p>O que Deus quer de nós é que aprendamos e cresçamos, não a duras</p><p>penas, mas fazendo a nossa parte.</p><p>E qual é essa parte?</p><p>É viver em harmonia, respeitar o outro e ter dentro de si que Deus é a</p><p>perfeição e o modelo é Jesus. O que tiver contrário a isso não é real.</p><p>Orem pelos desvalidos, orem pelos atormentados e orem pelos seus</p><p>vizinhos, pois todos estão em missão para consigo mesmos e, como já</p><p>dissemos nesta obra, a pandemia está ceifando muitas vidas, mas não</p><p>aleatoriamente.</p><p>Não pensem que os que ficarem receberão o paraíso. Não, pois cada um</p><p>recebe conforme suas obras e, nesse desencarne coletivo, nem todos os</p><p>encarnados fazem parte.</p><p>Lembrem-se: todos estão em um planeta de provas e expiação, voltarão</p><p>para a Pátria Mãe de uma forma ou de outra, mas não por não partirem neste</p><p>desencarne.</p><p>Como já dissemos, uns vão por fazerem parte desse coletivo, outros por</p><p>zombarem, por não acreditarem que nada está acontecendo. Mas todos os</p><p>encarnados estão para um resgate de algo que já fizeram e, infelizmente, que</p><p>ainda fazem.</p><p>Muitos espíritos são misericordiosos e muitos espíritos estão chegando na</p><p>Terra em meio a esse furacão. São espíritos que vieram para apaziguar com</p><p>missões de ajudar a reconstruir o planeta Terra.</p><p>Nada é caos. Até a grande explosão, chamada Big Bang, não foi um caos.</p><p>Foi, sim, uma organização que os estudiosos entenderam como o início do</p><p>Planeta – mas isso é outro tema. Estamos falando da pandemia e de como os</p><p>nossos irmãos estão sendo acolhidos, no plano terreno e no plano espiritual.</p><p>Vou contar uma coisa para vocês. Os que estão desencarnando estão</p><p>dando menos trabalho do que os encarnados.</p><p>Com essa livre expressão tão à moda, cada um diz o que quer e o que não</p><p>quer. Além de vermos famílias sofrendo da dor física, muitos estão sofrendo</p><p>da dor moral. Mas, nesse momento em que as máscaras caem e cada um se</p><p>mostra, a pele de cordeiro cai.</p><p>Vamos orar, meus irmãos, para que Deus tenha misericórdia do seu</p><p>rebanho, para que possamos ser luz no fundo do poço para muitas vidas em</p><p>desespero.</p><p>Quero que esta obra traga alento aos corações e, por essa razão, trarei mais</p><p>casos do plano espiritual. Quando não vemos, sofremos mais. Quando</p><p>estamos vendo um ente querido se recuperando, ficando bem, é fácil. Mas,</p><p>quando vemos que ele partiu, fica difícil. Não sabemos ou não estamos vendo</p><p>como ele está no plano espiritual.</p><p>Vou continuar relatando a vocês vários casos e esses casos vão envolver os</p><p>familiares que estão encarnados também.</p><p>Eduarda e Vanda estão na sala, conversando e pensando sobre quando</p><p>tudo vai acabar e, nesse momento, sentem a presença amorosa de Heloisa.</p><p>– Minhas irmãs, não se preocupem com isso agora. O tempo, para vocês, é</p><p>diferente do tempo para nós, que estamos no plano espiritual. O que importa é</p><p>o que se está fazendo nesse tempo. Hoje, por viverem situação atípica,</p><p>diferente das enfrentadas no dia a dia, a humanidade sofre. A perda de muitas</p><p>vidas está deixando a humanidade muito triste e essa tristeza envolve o planeta,</p><p>faz com que as trevas se levantem em alegria. Não é só a pandemia que está</p><p>ceifando vidas, é a desilusão, a falta de amor, caridade e o envolvimento com</p><p>as trevas que está levando as pessoas ao desespero. Não estou dizendo que as</p><p>pessoas não devem sofrer nem chorar por suas perdas. Não é isso. Sei como é</p><p>difícil não ver mais o ente querido ao seu lado. O que estou dizendo é sobre o</p><p>desespero que as pessoas estão se permitindo sentir, pois, em vez de levar</p><p>amor e saudade para o seu ente querido, estão levando dor. É por essa razão</p><p>que a atmosfera terrestre está tão saturada de energias negativas. Antes de a</p><p>pandemia ser amenizada, a humanidade tem que se purificar. Purificar sua</p><p>mente e seu coração para que o amor erradicado limpe a atmosfera, se</p><p>dissipando a escuridão que invadiu o planeta. Não deixem essa poluição afetar</p><p>vocês, pois sabem da missão grandiosa que estão realizando. Apenas vibrem</p><p>amor. Quanto mais pessoas forem contaminadas pelo amor e pela luz, mais</p><p>rapidamente tudo passará.</p><p>Antes de continuarmos nossas histórias, caros leitores, vamos explicar para</p><p>vocês como as meninas se comunicam.</p><p>Vanda vê e Eduarda sente. Quando elas se comunicam, é através do</p><p>pensamento.</p><p>– Diga, Heloisa. Para que tudo volte ao normal, só temos que vibrar amor?</p><p>– Sim, Eduarda. O amor vence</p><p>barreiras e fará com que as pessoas pensem</p><p>mais no outro e não sejam tão egoístas. O amor faz com que a claridade e o</p><p>sol adentrem o ser humano, deixando que as trevas se dissipem.</p><p>Hoje, o que vemos no mundo? Brigas de ego por poder e, enquanto os</p><p>governantes brigam, a população sofre, mas quem vai vencer é a humanidade,</p><p>que está acordando para Jesus e se distanciando da escuridão. Quanto mais</p><p>prece e ligação com Jesus, mais as trevas se afastarão e varrerão do planeta as</p><p>manchas escuras que insistem em ficar.</p><p>A luz sempre vence. Não tenham dúvidas! Mas, para isso, temos que</p><p>plantar amor. Quanto mais ódio, raiva e maledicência plantarmos, mais</p><p>sombrio o planeta ficará. É luz que precisamos plantar.</p><p>Os pensamentos negativos devem ser dissipados. Vamos orar pelos nossos</p><p>dirigentes, pelas pessoas que estão no poder, pois, quanto mais luz eles</p><p>receberem, mais voltados para o bem eles ficarão.</p><p>Vocês, minhas amadas irmãs, que têm esse conhecimento, que têm essa</p><p>lucidez, não se deixem envolver pelas trevas e, onde quer que forem, plantem o</p><p>amor.</p><p>O trabalho no plano espiritual não é diferente do terreno. Temos que nos</p><p>vigiar para que as trevas não nos dominem. Como sabem, ninguém vira anjo</p><p>quando desencarna, portanto, o trabalho é o mesmo.</p><p>Estamos vencendo etapas, assim como vocês, mas, como a nossa</p><p>atmosfera é menos densa e temos mais espíritos de luz, é mais fácil controlar.</p><p>Ao passo que no plano terreno é mais difícil, pois a atmosfera é mais densa.</p><p>Mesmo existindo mais irmãos no bem do que no mal, algumas pessoas ainda</p><p>sofrem mais facilmente essa influência.</p><p>Importante não se deixar enganar. Os espíritos trevosos que estão se</p><p>deliciando com tudo o que a humanidade está sofrendo estão atentos para</p><p>qualquer desestabilização da humanidade para influenciarem. Alguns não são</p><p>suscetíveis às vibrações deles, mas outros são. Portanto, irmãs, não desistam da</p><p>luz e a levem aonde vocês forem.</p><p>Deem sempre uma palavra de consolo e incentivo para que as pessoas</p><p>comecem a vibrar amor pelo planeta. Quanto mais amor, mais a humanidade</p><p>terá meios de vencer esse desafio que todos sabiam que iriam enfrentar.</p><p>Eduarda corta as palavras de Heloisa.</p><p>– Nossa, Vanda. Heloisa está brava conosco, nos chamou pelo nome</p><p>inteiro.</p><p>Heloisa não contém o sorriso e volta-se para as duas amigas, que considera</p><p>suas irmãs, já que já foram irmãs e filhas em outras encarnações.</p><p>– Sim, minhas irmãs amadas, confio em vocês. Estou trabalhando com</p><p>vocês para que possamos passar luz e amor. Sei das vossas limitações, mas,</p><p>quando se virem em sintonia indesejável, orem e eu virei ter com vocês.</p><p>Vou aproveitar e fazer um alerta à Humanidade. Vocês, minhas irmãs,</p><p>oram e eu venho, converso com vocês. Como vocês são médiuns, conseguem</p><p>me ver, ouvir e sentir. Mas nem todos têm a mediunidade aflorada, embora</p><p>recebam a mesma assistência. O mentor está sempre a postos para ajudar no</p><p>momento que é chamado.</p><p>Se as outras pessoas não os ouvem nem os veem, não significa que não</p><p>estão sendo assistidos. Vou dar uma dica preciosa: conversem com Jesus, com</p><p>os mentores amigos como se vocês estivessem conversando com alguém que</p><p>possam ver. Eles estão ali. Vocês receberão respostas, amor e luz. Isso acalma</p><p>e liberta dos maus pensamentos.</p><p>Vou lhes contar um segredo: as trevas não gostam da luz, portanto, quando</p><p>estamos envolvidos com Jesus e com os espíritos do bem, nada nem ninguém</p><p>fará nenhum mal a vocês, mas basta uma piscadela, um desviar do</p><p>pensamento, que eles ficarão ao vosso lado.</p><p>Por isso, vigiem-se para que estejam sob a influência dos bons anjos</p><p>espirituais e de Jesus.</p><p>Agora, irmãs, lembrem-se: não são só os trevosos que prejudicam as suas</p><p>sintonias. Há muitos encarnados que comungam com os espíritos das trevas e</p><p>que levam desarmonia e desavenças aonde quer que estejam. Como lidar com</p><p>eles? Da mesma forma. Não dando sintonia. Deixem falar e, se puderem se</p><p>afastar, se afastem, pois, quando não estão na mesma sintonia, não há choque.</p><p>Vamos trabalhar o amor em nós e espalhar esse amor ao próximo. Quanto</p><p>maior a luz de Jesus, mais o amor vencerá.</p><p>– Heloisa – diz Vanda –, obrigada por estar sempre conosco. Seria difícil</p><p>viver esses momentos sem o seu esclarecimento e apoio.</p><p>– Minhas irmãs, espalhem esse apoio e esclarecimento. Essa é a missão e,</p><p>não apenas para vocês, e sim para a Humanidade. Quero que vocês fiquem</p><p>sempre bem, pois contamos com o trabalho de vocês no plano terreno e no</p><p>plano espiritual. Está chegando mais um desafio para vocês. Fiquem tranquilas,</p><p>pois será mais um desafio e vocês precisarão ter muito mais amor,</p><p>determinação e coragem.</p><p>Vanda e Eduarda se olham, vão questionar Heloisa, mas ela, com um olhar</p><p>amoroso, se despede.</p><p>XV</p><p>Heloisa está ocupada com a chegada de vários irmãos que acabam de</p><p>desencarnar. Entre eles, uma jovem de 14 anos, Marta. Ela está assustada e não</p><p>sabe o que está acontecendo. Envolvida por energias de refazimento, ela é</p><p>levada para o leito na colônia, mas, mesmo com os passes e o envolvimento</p><p>amoroso de Heloisa, ela não adormece.</p><p>– Moça, o que está acontecendo? Onde eu estou?</p><p>– Você se encontra em um hospital para o seu tratamento – responde</p><p>Heloisa.</p><p>– Mas como em um hospital? Eu estava em minha casa, me tratando do</p><p>vírus, e agora estou aqui?</p><p>– Marta, você estava em sua casa, mas teve uma parada cardíaca que a</p><p>deixou desacordada e foi levada para o hospital. Você estava com sintomas e se</p><p>tratando do coronavírus, mas, por alguma razão, o seu corpo reagiu de forma</p><p>diferente. Mesmo sabendo que estava contaminada e não sentindo</p><p>agravamento da doença, você tinha outros problemas que não sabia. Tinha um</p><p>problema no coração que nem você nem seus pais sabiam. Com o vírus, esse</p><p>problema se manifestou mais evidente e você foi acometida por um ataque.</p><p>Foi para o hospital e, quando fizeram mais exames, o seu pulmão já estava</p><p>bem comprometido também. Por essa razão você se encontra aqui, agora.</p><p>– Eu fui transferida?</p><p>– Mais ou menos – responde Heloisa. – Você está em um hospital para sua</p><p>recuperação e, em breve, saberá tudo o que lhe aconteceu.</p><p>– E os meus pais? Não estão aqui, por quê?</p><p>– Por enquanto, esta ala está proibida para pessoas de fora. É como um</p><p>isolamento temporário, mas, conforme o paciente vai se recuperando, ele vai</p><p>podendo receber visitas, e você é uma paciente que vai se recuperar logo.</p><p>– Como é o seu nome?</p><p>– Eu me chamo Heloisa.</p><p>– Heloisa, aqui é tão gostoso. Me sinto bem, embora pareça que, a</p><p>qualquer momento, vou parar de respirar. Mesmo assim me sinto bem.</p><p>– Por ora, Marta, você está em recuperação e não deve se preocupar com</p><p>nada. Pense apenas em se recuperar o mais breve possível. Quanto mais você</p><p>pensar que está bem, mais depressa você se recuperará.</p><p>Heloisa deu-lhe água fluidificada para beber e aplicou um passe. Ela</p><p>adormeceu.</p><p>No dia seguinte, Heloisa foi ver Marta e qual não foi sua surpresa quando a</p><p>viu de pé e conversando com os outros pacientes. Heloisa ficou contente.</p><p>– Olá, Marta. Como está se sentindo hoje?</p><p>– Estou bem. Parece que nem estou doente. Respiro normalmente, não</p><p>sinto dor no peito. Acho que estou curada.</p><p>– Boa notícia! É assim que se fala! Quanto mais você se sentir bem e</p><p>pensar que está curada, mais rápida será a recuperação.</p><p>– Heloisa, eu poderei ver meus pais? Estou com tanta saudade.</p><p>– Em breve, minha menina.</p><p>Neste momento, em desdobramento, chegam Vanda e Eduarda.</p><p>– Olá, Heloisa. Nos chamou?</p><p>– Sim, meninas. Esta é Marta. Está conosco desde ontem. Vejam como</p><p>está bem.</p><p>– Olá! – diz Eduarda. – Que bom que está bem!</p><p>Heloisa esclarece:</p><p>– Marta, essas são minhas melhores amigas, ou melhor, minhas irmãs.</p><p>Estamos sempre unidas e fazemos muitas coisas juntas. Assim que você se</p><p>fortalecer, vai trabalhar com elas.</p><p>– Trabalhar? – pergunta Marta.</p><p>– Sim. Não era o que você mais queria? Trabalhar?</p><p>– Sim, mas o que eu vou fazer?</p><p>– Em breve você saberá.</p><p>Vanda e Eduarda olham para Heloisa, sem entender o que ela está dizendo.</p><p>Marta havia desencarnado. Como Marta iria</p><p>trabalhar com elas?</p><p>– Calma, meninas. Logo vocês entenderão o que eu acabo de dizer. Por</p><p>ora, vocês só precisavam ser apresentadas.</p><p>Marta, Vanda e Eduarda ficam sem entender, mas não dizem nada.</p><p>– Vão dar um passeio e conversar com os pacientes que estão acordados,</p><p>pois eles precisavam de companhia.</p><p>Eduarda e Marta saem e Vanda fica:</p><p>– Helô, quando ela vai saber que desencarnou?</p><p>– Agora – responde Heloisa. – Veja com os seus olhos.</p><p>Eduarda e Marta chegam perto de uma senhora muito sorridente que</p><p>estava sentada na cama.</p><p>– Olá, meninas. Como é bom ver rostos jovens! Como vocês estão?</p><p>Eduarda responde:</p><p>– Bem, e a senhora?</p><p>– Hoje estou muito bem. Depois que entendi tudo o que se passou</p><p>comigo, agora estou mais confiante.</p><p>– O que aconteceu com a senhora? – pergunta Marta.</p><p>– O mesmo que você passou. Fui acometida pelo vírus, fiquei muito mal e</p><p>muito tempo no hospital terreno, sem ver ninguém. Quando desencarnei,</p><p>fiquei aqui por mais um tempo, pois não estava entendendo o que havia</p><p>acontecido. Achava que estava no hospital terreno e, no entanto, estou aqui no</p><p>plano espiritual. Estou grata por ter sido acolhida com tanto amor. A menina</p><p>Heloisa é um anjo que Deus me enviou.</p><p>– Como assim, a senhora está aqui? Aqui onde?</p><p>– Aqui, minha menina, onde você está também.</p><p>– O que é esse plano espiritual que a senhora falou?</p><p>– Marta, minha menina, sente-se aqui ao meu lado e, Eduarda, sente-se</p><p>aqui – pediu dona Gertrudes. – Vou explicar para você. Posso, Eduarda?</p><p>– Fique à vontade.</p><p>– Eu fiquei muito mal, como já disse, e morri. Continuei mal. Por essa</p><p>razão me trouxeram para o hospital, para que eu me recuperasse e, como não</p><p>aceitei de pronto, como você aceitou, mesmo sem saber onde estava, eu</p><p>demorei mais para me recuperar.</p><p>– Então, eu morri também?</p><p>– Sim e não, pois quem morre é o corpo físico. O espírito não morre, volta</p><p>para à Pátria Mãe, onde é o nosso verdadeiro lar.</p><p>Marta, com os olhos marejados de lágrimas, diz:</p><p>– Não verei mais os meus pais?</p><p>Eduarda a abraça e diz:</p><p>– Verá, sim, minha menina, mas quando for possível.</p><p>– Eles estão sofrendo?</p><p>– Sim, pois sentem sua falta, mas, se você continuar se recuperando, em</p><p>breve vai vê-los e poderá ajudá-los a não sofrer a sua ausência física.</p><p>– Nunca pensei que morrer fosse tão fácil.</p><p>Dona Gertrudes diz:</p><p>– Para uns é fácil, mas, para outros, não. Depende de como cada um está</p><p>vibrando. Você sempre foi uma menina com muita bondade no coração.</p><p>Esteve junto aos seus para dar amor e fazê-los serem mais amorosos. A sua</p><p>passagem foi tranquila. Você não sofreu no hospital, conscientemente. Eu me</p><p>demorei mais para entender o que estava se passando. Sofri com as dores</p><p>físicas, com a falta de ar. Meu Deus, como foi difícil.</p><p>Nesse momento, Heloisa percebe que dona Gertrudes iria passar mal.</p><p>– Calma, dona Gertrudes, tudo passou. Agora você está bem. Beba a água</p><p>e respire fundo.</p><p>– Isso mesmo. Tudo passou – responde dona Gertrudes.</p><p>Marta, espírito evoluído que era, pergunta para as meninas:</p><p>– Quando começo o trabalho?</p><p>Elas se olham.</p><p>Marta, instintivamente, dá um abraço em dona Gertrudes, que se enche de</p><p>alegria e gratidão.</p><p>Heloisa responde:</p><p>– Logo, menina Marta.</p><p>XVI</p><p>– Levante-se, Vanda. O dia já raiou e nós temos muito trabalho a realizar –</p><p>diz Eduarda. – Recebi ontem um e-mail para que nós passássemos na casa do</p><p>sr. Juvenal, para ver como eles estão.</p><p>– Ele está doente, Eduarda? – pergunta Vanda.</p><p>– Não sei. Só recebi essa mensagem.</p><p>– Está bem. Então, vamos. Já estou pronta.</p><p>Elas saem e vão até a casa do sr. Juvenal.</p><p>O sr. Juvenal é um funcionário da empresa que mora sozinho e, por algum</p><p>motivo, se isolou e não quer falar com ninguém.</p><p>Elas chegam e tocam a campainha. O sr. Juvenal aparece e elas se assustam</p><p>ao vê-lo, magro, com aspecto de doente.</p><p>– Hoje são vocês. O que querem? Não quero conversar com ninguém.</p><p>Nesse instante, Heloisa se faz presente e emite vibrações de amor para o sr.</p><p>Juvenal. As duas, percebendo a presença da amiga, mentalmente fazem o</p><p>mesmo.</p><p>O sr. Juvenal começa a chorar e faz um gesto com a mão para que elas</p><p>entrem.</p><p>Elas entram e qual não é a surpresa quando veem a casa imunda, sem</p><p>comida, sem nada, apenas água.</p><p>Elas nada comentam e sentam-se onde ele indica. Passado o primeiro</p><p>momento, Vanda pergunta:</p><p>– Como o senhor está?</p><p>Ele, mais calmo, responde:</p><p>– Nada bem. Fui para o hospital três dias atrás e me disseram que eu estava</p><p>com a doença que está matando todo mundo. Como eu não tenho ninguém,</p><p>não quis morrer no hospital. Vim para minha casa, para morrer aqui.</p><p>– Sr. Juvenal – diz Eduarda –, muitas vidas também estão sendo salvas. O</p><p>senhor não pode pensar assim.</p><p>– Mas eu não tenho mais nada nesta vida. Vivo só, não tenho mais sonhos.</p><p>Quero morrer.</p><p>– Sr. Juvenal, não pense assim. Ninguém está sozinho nesta vida. Temos</p><p>Deus, que olha por nós, e Jesus, que comanda o nosso planeta.</p><p>– Como pode ser isso, se a Humanidade está sendo ceifada e Jesus não faz</p><p>nada para impedir?</p><p>– Sr. Juvenal, não estamos aqui para dar aula de religião, mas vamos, com</p><p>poucas palavras, mostrar para o senhor o causador de tudo – disse Vanda.</p><p>Intuída por Heloisa, Vanda começa a falar.</p><p>– Deus é amor e bondade. Não quer nenhum mal para os seus filhos, mas</p><p>a rebeldia tem seu preço. Se agimos de maneira errada, respondemos pelos</p><p>nossos atos. Vivemos, já, muitas encarnações para que possamos nos redimir</p><p>dos erros do passado e conquistar melhorias para o nosso espírito. Mas, se</p><p>causamos dor aos nossos irmãos, não é Deus que nos pune, somos nós</p><p>mesmos. Pense, sr. Juvenal, como vou fazer uma plantação pensando em</p><p>colher outra. É preciso agir bem para colher bondade. Quanto mais bondade</p><p>eu tiver, mais bondade receberei. Quanto mais maldade, mais resgates terei que</p><p>passar.</p><p>Quando vivenciamos algo que está acontecendo agora, como essa</p><p>pandemia e os desencarnes que estão ocorrendo, chamamos de desencarne</p><p>coletivo por ser um número significativo de pessoas, mas nem todos que estão</p><p>partindo tiveram mau comportamento, juntos. Muitos nem se conhecem.</p><p>Alguns, sim, mas isso não é importante. O que realmente importa é o que</p><p>estamos entendendo com tudo o que está acontecendo, e as nossas ações</p><p>diante de tudo.</p><p>Estamos apontando o dedo para o nosso próximo? Estamos julgando o</p><p>seu passamento? Sr. Juvenal, estamos na mesma embarcação. Cada um com os</p><p>seus débitos, e não é porque uns estão partindo que têm mais débitos do que</p><p>os que ficam, ou vice-versa. Todos temos os nossos compromissos. O</p><p>importante é se os estamos cumprindo.</p><p>O sr. Juvenal nem piscava. Olhava para Vanda com os olhos estatelados.</p><p>– Não quero assustá-lo, sr. Juvenal, e, sim, esclarecer. Todos temos a</p><p>missão, enquanto encarnados, de sermos bons, de ajudar uns aos outros. Esse</p><p>é o nosso legado, é o que realmente levaremos para a eternidade. Levar o</p><p>nosso espírito sem máculas, apenas irradiando luz.</p><p>O sr. Juvenal olha para Vanda e diz:</p><p>– Se tudo que você está dizendo é verdade, então, com a minha atitude,</p><p>estou sendo egoísta e construindo mais desafios para mim?</p><p>É Eduarda quem responde:</p><p>– Isso mesmo, sr. Juvenal. O senhor tem que viver bem enquanto aqui</p><p>estiver. Se será o vírus ou outros problemas que o levarão, não importa. O que</p><p>importa é como o senhor viveu a sua vida.</p><p>– Nossa! – ele parecia estar pensando em voz alta. – Se eu morrer agora,</p><p>terei muitos débitos? Me entreguei e olha onde eu estou vivendo. Parece um</p><p>chiqueiro.</p><p>– O importante, sr. Juvenal, é ter esse entendimento. Viver bem, viver</p><p>saudável.</p><p>– Sabe, Vanda. Eu disse que estava com a doença, mas nem sei. Estava</p><p>com alguns sintomas, fui ao pronto-socorro, eles disseram para eu tomar</p><p>alguns medicamentos e voltar depois de três dias para fazer o exame. Eu voltei</p><p>para casa, tomei os remédios e me senti melhor. Não voltei mais para o</p><p>hospital. Já que eu ia morrer, que fosse em casa. Fiquei aqui, esperando a</p><p>morte.</p><p>Heloisa diz para Eduarda:</p><p>– O sr. Juvenal não está com o vírus. Ele acha que está. Mas, como ele está</p><p>se entregando, pode até morrer,</p><p>Irmão Thiago</p><p>I</p><p>Vou contar a história de Heloisa, Eduarda e Vanda.</p><p>Essas três amigas trabalhavam na mesma empresa e, com o custo de vida</p><p>alto, como moravam sozinhas, resolveram se unir para que os gastos fossem</p><p>menores.</p><p>As três eram amigas inseparáveis, cada uma trabalhava em um setor de uma</p><p>grande empresa imobiliária. Estavam sempre em harmonia, não brigavam,</p><p>viviam muito bem até que a pandemia chegou e cada uma delas reagiu de</p><p>forma totalmente diferente em relação às outras.</p><p>Heloisa era a amiga mais velha, tinha 35 anos. Eduarda tinha 34 e Vanda,</p><p>32.</p><p>Eram bem ajuizadas para os moldes da sociedade. Não namoravam porque</p><p>diziam não ter tempo, eram bem dedicadas ao trabalho, cada uma tinha sua</p><p>família em regiões diferentes no Brasil.</p><p>Heloisa, por ser a mais velha, achava que deveria aconselhar as outras, mas</p><p>isso não era necessário, pois cada uma lidava com a sua própria vida de</p><p>maneira serena e tranquila. Não tinham vícios, o único vício era o trabalho,</p><p>pois viviam para ele.</p><p>Pois bem, com a chegada da pandemia no final do ano de 2019, as três</p><p>ficaram extremamente preocupadas com os seus familiares e resolveram, cada</p><p>qual, visitar a sua família. Então tiraram 15 dias para se dedicar a essa missão.</p><p>Durante esses 15 dias a situação piorou e começamos a ver na Europa</p><p>muitos casos que foram deixando-as alarmadas.</p><p>Depois dos 15 dias de férias, elas retornaram e seguiram com suas vidas.</p><p>Heloisa começa a manifestar sintomas da doença, inicia o tratamento em</p><p>casa, mas não melhora, precisando ir ao hospital. Como tudo estava ainda no</p><p>começo, ela não aguenta e desencarna.</p><p>Nesse meio-tempo, descobrem que seus pais também estavam com Covid-</p><p>19 e falecem.</p><p>Muito bem, a nossa irmã Heloisa ficou em contato com os seus pais sem</p><p>saber que eles estavam com a doença. Nem eles sabiam. Ela volta e contamina</p><p>suas amigas, mas, até aquele momento, as duas não haviam manifestado a</p><p>doença, eram assintomáticas.</p><p>Lembrem-se, leitores, tudo faz parte de um processo. As três amigas não se</p><p>encontraram por acaso. Elas têm débitos do passado e, nesta encarnação, o</p><p>objetivo maior é auxiliar ao próximo. Tudo o que está ocorrendo faz parte do</p><p>planejamento reencarnatório delas.</p><p>Heloisa desencarna e as duas amigas ficam para dar início ao que foi</p><p>programado.</p><p>Passado o tempo de luto das amigas e o tempo para que Heloisa se</p><p>restabeleça no plano espiritual, as três começam o trabalho ao qual se</p><p>propuseram no plano espiritual.</p><p>Até agora tudo está de acordo com o planejado. Heloisa volta à Pátria Mãe,</p><p>Eduarda e Vanda ficam para dar sequência ao planejado por elas na</p><p>erraticidade.</p><p>Heloisa será uma socorrista dos vitimados pela Covid-19. Eduarda e</p><p>Vanda, ajudadas pela equipe da qual Heloisa fará parte, vão ajudar os</p><p>encarnados, principalmente os seus colegas de trabalho.</p><p>Heloisa, além de estar ajudando os desencarnados, está, sempre que pode,</p><p>auxiliando suas duas amigas. Por intuição, vão recebendo instrução da amiga</p><p>desencarnada. Eduarda e Vanda são médiuns e, com isso, conseguem receber a</p><p>indicação da amiga.</p><p>Eduarda e Vanda estão trabalhando em home office, como acontece com os</p><p>funcionários de muitas empresas que adotaram esse caminho para diminuir o</p><p>contato. Elas fazem o seu trabalho sem preocupação, mas estão,</p><p>constantemente, sendo atacadas pelas falanges do mal.</p><p>Vejam, meus caros leitores, elas – as falanges do mal – não dão trégua e</p><p>sempre estão preocupadas com as duas.</p><p>Vou exemplificar: Heloisa é um espírito devedor que, em várias</p><p>encarnações, veio resgatando os seus débitos e, nesta encarnação, não foi</p><p>diferente. Conseguiu ajudar muitos em pouco tempo encarnada. Com isso, os</p><p>seus débitos estão a cada dia mais negativados, como se diz na gíria atual, e o</p><p>seu desencarne, que ela havia programado, ocorre de forma tranquila e</p><p>esperada.</p><p>Como já dissemos, passado o tempo que o espírito precisa para se</p><p>recuperar do desencarne – alguns, muito tempo, e outros, menos, como é o</p><p>caso de Heloisa –, logo ela é chamada para o início dos trabalhos espirituais, e</p><p>assim poder ajudar os desencarnados da Covid-19, o que aceita de pronto.</p><p>Agora ela é uma missionária no plano espiritual atuando no plano terreno.</p><p>Vou fazer um parêntese:</p><p>Heloisa, Eduarda e Vanda são amigas de longa data. Vieram juntas por</p><p>várias encarnações para resgate.</p><p>Uma vez vieram como esposa, esposo e filho. Outras vezes como irmãs.</p><p>Enfim, tiveram várias encarnações nas quais conseguiram liberar muitas</p><p>amarras do passado.</p><p>Hoje, vieram como amigas, mas, com o propósito de ajudar o próximo, até</p><p>agora cumprindo o que se propuseram com muito carinho.</p><p>Trabalhar na mesma empresa não foi por acaso, foi uma forma de se</p><p>unirem para que pudessem ficar juntas e continuar o que foi proposto.</p><p>Nas últimas encarnações – já estavam com o fardo leve –, elas fizeram</p><p>muitas coisas por onde passaram. Ajudaram muitas pessoas com as suas boas</p><p>palavras, sempre no intuito de auxiliar o próximo.</p><p>Nesta encarnação não seria diferente. Sabedoras das responsabilidades que</p><p>iriam desempenhar no Brasil, onde encarnaram, vieram com a missão de</p><p>ajudar a quem precisasse.</p><p>Heloisa programou seu desencarne para que, no plano espiritual, pudesse</p><p>ajudar as duas que ficaram encarnadas.</p><p>Elas estavam trabalhando em casa – como já dissemos – e com o passar do</p><p>tempo foram percebendo que alguns colegas de trabalho estavam precisando</p><p>de apoio espiritual. Lembrando sempre que elas são constantemente intuídas</p><p>por Heloisa.</p><p>Resolveram, então, reforçar para a empresa o suporte que elas dariam aos</p><p>que estivessem precisando, tanto os funcionários como os donos. Deixaram</p><p>bem claro que tudo seria feito com muito cuidado e seguindo as orientações</p><p>do Ministério da Saúde.</p><p>Nossas irmãs começam o trabalho de amor e caridade.</p><p>Sempre pensamos que, quando uma calamidade acontece em nível</p><p>mundial, tudo fica vulnerável, mas, irmãos, não é verdade, pois sempre</p><p>teremos pessoas e amigos espirituais do bem para nos ajudar.</p><p>O desencarne de Heloisa já estava programado. As três amigas se</p><p>comprometeram e sabiam o que iriam enfrentar dali em diante.</p><p>Eduarda e Vanda voltaram para a empresa, como já dissemos, para que</p><p>pudessem dar um suporte para os demais, pois entre os funcionários havia</p><p>muitas pessoas que adquiriram o vírus e os familiares não estavam</p><p>conseguindo lidar com a situação. As nossas irmãs, intuídas e imunes ao vírus,</p><p>mesmo não sabendo, armam-se de amor e vão ao encontro da ajuda que cada</p><p>um está precisando.</p><p>II</p><p>Genésio é um funcionário antigo e tem idade avançada. Como não queria</p><p>se aposentar, foi ficando e trabalhando. Entre os poucos que contraíram o</p><p>vírus, ele foi um deles. Ficou muito mal, foi hospitalizado e, depois de alguns</p><p>dias, não resistiu e morreu, sendo levado de regresso à Pátria Mãe.</p><p>Foi acolhido pelos irmãos espirituais, que viram o quanto esse irmão</p><p>sofreu, não por ser infectado, mas por não querer partir.</p><p>A morte, meus irmãos, ainda é um grande tabu. Muitos espíritos</p><p>encarnados não conseguem lidar com ela – uns por não acreditarem em vida</p><p>após morte, outros por acreditarem, mas não saberem o que os espera, outros,</p><p>ainda, por se verem apegados aos bens materiais, aos familiares, enfim – todos</p><p>têm medo da morte, cada um à sua maneira.</p><p>Genésio lutou tanto para viver que, no seu desespero, ficava cada dia mais</p><p>debilitado, mas, assim como estava programado, esse nosso irmão parte e</p><p>recebe os cuidados dos anjos espirituais, que estão trabalhando</p><p>incansavelmente para ajudar a todos que estão partindo.</p><p>Vou contar a vocês como essa ajuda está acontecendo no plano espiritual.</p><p>Vamos lembrar, meus irmãos, que vivemos uma pandemia, portanto, um</p><p>caos mundial aos olhos humanos.</p><p>Muitos encarnados sabem o que são colônias no plano espiritual. Pois bem,</p><p>colônias são lugares bem próximos à crosta terrestre, que auxiliam os</p><p>desencarnados tanto no plano espiritual como no plano físico. Essas colônias</p><p>construíram bases para receber os infectados pelo vírus no plano espiritual,</p><p>assim como aconteceu no plano físico</p><p>só não pelo vírus. Acredito que tudo o que lhe</p><p>foi dito deu-lhe ânimo. Agora, meninas, mãos à obra.</p><p>Eduarda pergunta para o sr. Juvenal:</p><p>– Podemos limpar a sua casa?</p><p>Ele começa a chorar, agradece e também ajuda. Mais animado, vai fazendo</p><p>o que seu corpo, já envelhecido, pode.</p><p>Eduarda vai ao mercado fazer compras para fazer uma refeição saudável.</p><p>O sr. Juvenal lhe diz que sua vizinha cozinha para ele. Ele paga e ela lhe faz</p><p>a comida. Mas Eduarda diz:</p><p>– Sr. Juvenal, hoje vamos fazer a nossa comida e vamos almoçar juntos.</p><p>Ele sorri e diz:</p><p>– Será que estou doente?</p><p>– Achamos que não, mas é bom o senhor fazer o exame. Está com o</p><p>pedido. Se o senhor quiser, após o almoço o levamos para fazer o exame.</p><p>Ele fica animado com a ajuda. Elas limpam tudo, almoçam com ele e o</p><p>levam para o exame, mesmo sabendo que ele não está infectado. Após dois</p><p>dias, sairia o resultado.</p><p>– Sr. Juvenal, nós pegaremos o resultado e traremos para o senhor. Pode</p><p>ser?</p><p>– Claro, minhas filhas. Que Jesus as abençoe.</p><p>– O senhor gosta de ler?</p><p>– Gosto muito.</p><p>Vanda pegou um exemplar do Evangelho Segundo o Espiritismo que ela sempre</p><p>deixava no carro para dar a quem necessitasse e deu para ele.</p><p>– Leia, sr. Juvenal, e verá como Deus é Pai misericordioso e bom. O</p><p>senhor vai se sentir bem.</p><p>– Já estou bem, menina. Venham sempre. Ficarei muito feliz com a</p><p>presença de vocês.</p><p>Dois dias se passam e elas, como haviam prometido, pegam o resultado do</p><p>exame e levam para o sr. Juvenal.</p><p>Ficaram surpresas ao vê-lo bem vestido, a casa limpinha e comida no</p><p>fogão.</p><p>– Nossa, sr. Juvenal. Que bom vê-lo bem.</p><p>– Eduarda, estou muito feliz.</p><p>Neste momento, vindo dos fundos da casa, aparece uma senhora, dona</p><p>Maria, bem tímida.</p><p>– Vanda e Eduarda, quero que conheçam a Maria. Lembram que disse que</p><p>tinha uma vizinha que cozinhava para mim? Pois é ela. Sempre foi um anjo em</p><p>minha vida e eu não via. Depois de tudo o que ouvi e li, percebi o quanto</p><p>egoísta que eu era. Tinha uma pessoa que morava ao meu lado, que só queria o</p><p>meu bem, mas eu não enxergava. Eu disse a ela que gostaria de me casar com</p><p>ela. Ela me aceitou, mas só iria ter certeza depois do resultado do exame. Nós</p><p>dois somos sozinhos e um faria companhia para o outro.</p><p>As meninas cumprimentaram dona Maria e ficaram muito felizes. Eduarda</p><p>pergunta:</p><p>– Quando serão as núpcias?</p><p>XVII</p><p>Em uma manhã ensolarada na casa de Vanda e Eduarda, acontece algo</p><p>inusitado.</p><p>O telefone toca e, quando Eduarda atende, uma voz abafada diz:</p><p>– Meninas, estou precisando de ajuda. Quem está falando é o Clóvis.</p><p>– Sr. Clóvis, o que posso fazer pelo senhor?</p><p>– Venham até a minha casa o mais rápido possível.</p><p>– Claro, estamos indo.</p><p>Eduarda chama Vanda e vão até a casa do sr. Clóvis.</p><p>O sr. Clóvis é um dos sócios da empresa onde ambas trabalham. Ao</p><p>chegarem, acham estranho. Está tudo apagado, não há movimento na casa,</p><p>mas elas tocam a campainha e um serviçal vem atender.</p><p>– Pois não?</p><p>Eduarda diz:</p><p>– Estamos aqui em nome do sr. Clóvis. Ele nos chamou.</p><p>A empregada manda que esperem e vai para dentro da casa.</p><p>Logo, vem ao encontro delas a esposa do sr. Clóvis, que pergunta:</p><p>– Quem mandou vocês?</p><p>Eduarda diz:</p><p>– Estamos aqui em nome do sr. Clóvis. Ele nos chamou.</p><p>– O sr. Clóvis nos ligou essa manhã – elas se apresentam. – Somos</p><p>funcionárias da empresa. Eu sou Eduarda e essa é minha amiga Vanda.</p><p>– Já ouvi falar de vocês. O Clóvis sempre mencionou o trabalho de amor</p><p>que vocês vêm fazendo com os funcionários. Mas eu não sei como ele poderia</p><p>ligar para vocês. Ele está em coma há dias, no hospital.</p><p>– Como assim? Ele pediu para que viéssemos aqui na sua casa.</p><p>– Desculpa, meninas. Entrem. Que falta de educação a minha. Será que ele</p><p>acordou e pediu para ligar?</p><p>– Dona Lúcia, o que aconteceu com o sr. Clóvis?</p><p>– Há uma semana ele começou a ter sintomas da Covid-19. Nós o levamos</p><p>para o hospital e ele já estava mal, porque ficou vários dias em casa, dizendo</p><p>que não tinha nada e, quando o levamos, sua respiração já estava</p><p>comprometida. Ele foi entubado.</p><p>– Por isso a senhora disse que ele estava em coma?</p><p>– Sim, mas eu não estou preocupada. Sei que ele ficará bem e voltará para</p><p>casa.</p><p>– Claro, claro – disse Vanda.</p><p>Nesse momento, o telefone toca e a empregada vai atender. Informa que é</p><p>do hospital e passa para dona Lúcia.</p><p>Dona Lúcia diz para as meninas:</p><p>– Não disse? Ele está bem.</p><p>A presença de Heloisa se faz sentir, e ela diz para as meninas que o sr.</p><p>Clóvis havia desencarnado e o real motivo de estarem ali era para auxiliar dona</p><p>Lúcia.</p><p>Dona Lúcia diz para as meninas que o hospital pediu que ela fosse até lá.</p><p>– Dona Lúcia, vamos com a senhora – diz Vanda.</p><p>O motorista traz o carro e as três se dirigem ao hospital. Ao chegarem são</p><p>levadas para a sala reservada e dona Lúcia vai logo dizendo:</p><p>– Doutor, ele está bem?</p><p>– Infelizmente, dona Lúcia, o seu esposo faleceu.</p><p>Dona Lúcia fica lívida. Se não fosse Vanda ampará-la, teria caído.</p><p>– Como assim, faleceu?</p><p>– Ele não resistiu. O pulmão ficou muito comprometido. Teve uma parada</p><p>cardíaca e faleceu.</p><p>– Não pode ser verdade! – disse Lúcia. – Eu posso vê-lo?</p><p>– Sim, vamos lhe mostrar o corpo e, depois, devido à pandemia, ele já</p><p>deverá ser sepultado.</p><p>– Como assim? E o velório?</p><p>– Não podemos fazer velório durante a pandemia, faz parte do protocolo.</p><p>Assim que a senhora vir o corpo, já vamos providenciar os trâmites</p><p>necessários. A administração do hospital vai informar tudo para a senhora.</p><p>Dona Lúcia parecia não escutar nada, mas as meninas estavam lá para dar a</p><p>sustentação necessária.</p><p>Ela identificou o corpo e, juntas, foram providenciar o sepultamento.</p><p>Acharam melhor não falar para ninguém, só depois. Dona Lúcia estava muito</p><p>abalada.</p><p>Tudo foi providenciado. Dona Lúcia parecia anes- tesiada.</p><p>As meninas entenderam por que foram chamadas. Houve auxílio do plano</p><p>espiritual para que elas fossem para a casa e não voltassem para o hospital.</p><p>O sr. Clóvis já havia desencarnado e, preocupado com a esposa, não tinha</p><p>paz. Justamente por isso as meninas foram acionadas pelo mentor do sr.</p><p>Clóvis.</p><p>Levaram dona Lúcia para casa. Ela estava fora de órbita. Não dizia nada</p><p>com nada e elas não sabiam o que fazer.</p><p>O sr. Clóvis tinha uma filha do primeiro casamento, mas, como elas não</p><p>sabiam como era a relação deles, não tocaram no assunto.</p><p>Dona Lúcia, de repente, tendo um sobressalto, lembra-se da enteada e diz</p><p>para as meninas:</p><p>– Nossa! Precisamos avisar a Rute, filha do Clóvis.</p><p>Ela deu o número para Eduarda, que ligou, ime- diatamente.</p><p>Dona Lúcia tinha uma relação bem amorosa com a enteada.</p><p>Rute atendeu e Eduarda não quis dizer pelo telefone o que havia</p><p>acontecido. Pediu para que ela viesse o mais rápido possível à casa de seu pai.</p><p>Rute não fez nenhuma pergunta e disse:</p><p>– Já estou indo.</p><p>Heloisa estava ao lado de Rute para que ela não questionasse, pois seria um</p><p>choque. Seria melhor saber na casa de seu pai.</p><p>Não demorou muito e Rute chegou. Achou tudo muito estranho, vendo</p><p>duas pessoas que não conhecia dentro da casa, ficou desconfiada.</p><p>Ela foi até dona Lúcia e perguntou:</p><p>– O que aconteceu?</p><p>– Minha filha, não sei como dizer – dona Lúcia não consegue falar e</p><p>desmaia.</p><p>– Meu Deus, Lúcia!</p><p>As meninas socorrem dona Lúcia, acomodam-na no sofá. Instruídas por</p><p>Heloisa, não fizeram mais nada.</p><p>– Precisamos chamar um médico – diz Rute.</p><p>– Não é necessário. Logo ela estará bem – responde Vanda.</p><p>– Desculpe, quem são vocês? Nunca as vi.</p><p>– Eu sou Eduarda e essa e minha amiga Vanda. O seu pai nos chamou.</p><p>– E onde ele está?</p><p>– Infelizmente, como você já sabia, ele estava internado. Teve complicação</p><p>e o coração não ajudou.</p><p>Rute sentou.</p><p>– Não acredito! Meu pai morreu?</p><p>– Sim, ele voltou para a Pátria, para onde todos nós retornaremos.</p><p>Rute nem ouviu o que disse Vanda, mas o seu inconsciente registrou</p><p>aquelas palavras.</p><p>– E agora, onde está seu corpo?</p><p>– Infelizmente, não pudemos vê-lo. Foi direto para o cemitério onde vocês</p><p>têm túmulo. Faz parte do protocolo. Não pode ter velório e a administração</p><p>do hospital se encarrega</p><p>de tudo.</p><p>– Meu Deus, eu não estou acreditando, e como está Lúcia? Vamos levá-la</p><p>para o hospital?</p><p>– Não há necessidade – disse Vanda. – Ela já está acordando.</p><p>Lúcia acorda e abraça a enteada. Ambas dão vazão ao que lhes vai na alma.</p><p>– Lúcia, por que você não me chamou antes? Por que você chamou a</p><p>Eduarda e a Vanda?</p><p>– Eu não chamei ninguém. Elas são funcionárias da empresa. O seu pai</p><p>tem muita estima por elas. Durante esse período de pandemia, elas têm dado</p><p>todo o suporte para os funcionários e as famílias. Eu não sei por que elas</p><p>vieram aqui, mas disseram que foi o seu pai que as chamou.</p><p>Rute olhou para as meninas e fez um aceno com a cabeça, em</p><p>agradecimento.</p><p>– Sabe – disse Rute –, se vocês não estivessem aqui, não sei o que seria da</p><p>Lúcia. Ela é muito boa, mas não consegue enxergar problemas. Não entendo</p><p>se isso é bom ou ruim. Ela não vê nada de ruim. Sempre acredita que tudo vai</p><p>passar. Nunca conheci uma pessoa como ela. Quando a minha mãe morreu,</p><p>ela não saiu do meu lado. Eu tinha uns 12 anos. Não me deixou por nada. Só</p><p>saí do lado deles quando me casei. Ela me ligou do hospital, quando levaram</p><p>meu pai, e disse que ficaria internado, que não era nada. Ontem liguei para ela,</p><p>e ela me disse que ele estava bem. Liguei para o hospital e o quadro estava</p><p>estável. Não me preocupei. Eu já estava indo para o hospital quando você me</p><p>ligou. Eu amo muito a Lúcia, mas ela não pertence a este planeta.</p><p>Durante todo o tempo que Rute estava contando para as meninas tudo que</p><p>ela achava de sua madrasta, dona Lúcia ouvia. Ela se levanta e diz para Rute:</p><p>– Meu bem, eu não sei lidar com as perdas, mas sei que tenho dentro de</p><p>mim uma força que se chama Jesus, e eu me apego a ele. Quando pediram para</p><p>ir ao hospital, eu tinha certeza de que seu pai estava bem e o traria para casa.</p><p>Dentro de mim eu sei que o trouxe, pois estará em minha lembrança e em meu</p><p>coração para sempre. Tenho fé e é essa fé que me move. Talvez eu pareça</p><p>alheia aos acontecimentos, e creio que essa sempre foi a preocupação do seu</p><p>pai. Ele sempre achou que eu não sabia lidar com problemas. Mas eu sei, só os</p><p>vejo de outra forma.</p><p>Eduarda e Vanda se olharam e perceberam como dona Lúcia era sábia,</p><p>apenas não a entendiam e a achavam alheia aos problemas. Na verdade, ela</p><p>lidava com os problemas da forma como todos deveriam lidar: com</p><p>tranquilidade e confiança no Pai Criador.</p><p>– Lúcia, minha mãe do coração, quanta sabedoria você tem. Preciso</p><p>aprender muito com você.</p><p>As meninas, vendo que tudo estava em harmonia, se despedem e saem.</p><p>Lúcia e Rute agradecem pelo amparo e apoio. Rute diz:</p><p>– Vamos ligar para o Tio Antônio – era como ela chamava o sócio do sr.</p><p>Clóvis – e vamos avisar a família.</p><p>– Faça isso – responde Lúcia.</p><p>Quando as meninas chegam em casa, fazem uma prece em agradecimento</p><p>e, desta vez, agradecem o aprendizado que tiveram. Eduarda diz:</p><p>– Quando pensamos que já sabemos de tudo, vemos que nada sabemos.</p><p>Fomos para auxiliar e, na verdade, não era necessário. O sr. Clóvis não</p><p>enxergou quão sábia era a sua esposa e, na ânsia de protegê-la, nos procurou.</p><p>Vanda responde:</p><p>– Agora ele sabe.</p><p>Pandemia, e agora?</p><p>Quero fazer valer cada palavra do que estamos escrevendo nesta obra. Há</p><p>muitos irmãos atormentados e muitas famílias devastadas. Quero levar alento a</p><p>cada coração para que todos percebam como a misericórdia divina não</p><p>abandona nenhum filho que retorna à Pátria Mãe.</p><p>Neste momento, não importa o que cada irmão está passando. Estão sendo</p><p>acolhidos com o mesmo amor e carinho de irmãos abnegados.</p><p>Os irmãos que estão desencarnando pelo vírus muitas vezes não sabem o</p><p>que lhes aconteceu e é por essa razão que estão sendo acolhidos igualmente.</p><p>Quando tiverem a sua razão restabelecida, agirão por conta própria. O livre-</p><p>arbítrio não desaparece porque desencarnaram. Ele é eterno. Portanto, para</p><p>vocês encarnados, e para os desencarnados, saibam que todos, sem distinção,</p><p>estão sendo acolhidos igualmente. Quando despertarem, cada um vai escolher</p><p>o seu caminho.</p><p>Os familiares e amigos que ficam devem continuar em prece e emitindo</p><p>boas vibrações para que os seus entes queridos recebam cada vez mais cargas</p><p>positivas e, ao se darem conta do ocorrido, terem serenidade em suas escolhas.</p><p>Tenhamos certeza de uma coisa: o Pai é misericordioso e justo. Não</p><p>existem erros nos acontecimentos provocados pelo homem que Ele não saiba,</p><p>e que não estejam sob a vigilância de nosso Pai. Todos sabem:</p><p>– Deus é onipresente, ou seja, está em toda parte.</p><p>– Deus é onisciente, ou seja, sabe de tudo.</p><p>Portanto, não estamos à deriva. Vamos nos unir a Ele e estarmos presente</p><p>em nossas dores, com confiança e certeza de que teremos dias melhores.</p><p>Enquanto muitos se preocupam com os outros, outros tantos estão</p><p>preocupados em fazer algo de bom para o semelhante. É com esse</p><p>pensamento que tudo vai mudar.</p><p>A pandemia não é algo provocado por Deus, e, sim, por condutas do</p><p>homem. Aquele que está passando por este momento o faz por necessidade de</p><p>sua evolução.</p><p>Vejam, meus irmãos, não pensem que os que estão partindo são melhores</p><p>do que os estão ficando, ou vice-versa. Todos os encarnados estão sofrendo</p><p>por estarem encarnados neste momento. Não existem os melhores. Existem</p><p>irmãos passando por necessidades encarnatórias.</p><p>Agora, vamos fazer deste período um período de vivência amorosa, ajudar</p><p>os mais aflitos, não julgar nenhum comportamento e ser justos conosco</p><p>mesmos.</p><p>O mundo está ferido e o remédio é Jesus.</p><p>O que Jesus nos trouxe? O amor, portanto, o amor é o remédio para todos,</p><p>seja os que estão encarnados, seja os que já partiram. O amor vai sempre</p><p>cobrir o mal.</p><p>Meus irmãos, nada é eterno. Temos que sair da sombra da eternidade.</p><p>Apenas o espírito é eterno.</p><p>Cada um deverá fazer a sua parte. Para que isso ocorra, quanto mais</p><p>pensamentos de esperança no futuro, maior a vibração de bem para o planeta,</p><p>mas não se iludam. Vocês são responsáveis pela melhoria do planeta e, se</p><p>todos entenderem que o pensamento é o melhor veículo de descontaminação,</p><p>mais rápido sairão desta nuvem, que é passageira.</p><p>Esta obra será entregue para que vocês reflitam o quanto o Pai é</p><p>misericordioso e justo. Nada acontece sem sua permissão. Agora, o homem</p><p>tem que mudar a sua forma de agir e pensar. Pensar no outro, com amor.</p><p>Esta obra quer mostrar que nada é esquecido por Deus. Não importa o</p><p>que os seus filhos façam, Ele sempre ajudará.</p><p>Passemos por esta pandemia com coragem, mas, acima de tudo, com</p><p>esperança. Quanto mais luz for emitida de seus corações, mais verão o término</p><p>dessa poeira que está separando vidas.</p><p>Tenham fé que nós temos um papel fundamental, tanto os desencarnados</p><p>como os encarnados. Quanto mais revolta, mais durará esse momento. Quanto</p><p>mais entendimento e compaixão, mais essa nuvem se dissipará.</p><p>Vocês sabem qual é a solução. Usem amor, sempre.</p><p>Quero que todos saibam que, apesar de o momento ser de muita dor e</p><p>angústias, para muitos é também um momento de liberação. Os débitos do</p><p>passado, muitas vezes, devem ser depurados de forma coletiva. Não estou me</p><p>referindo apenas aos irmãos que estão contraindo o vírus, mas a todos que</p><p>estão envolvidos nessa pandemia.</p><p>Coletivo não é somente o desencarne. O coletivo é um todo. A dor não é</p><p>só de quem está com a doença. A dor é de todos, pois sofremos pela perda do</p><p>ente querido, sofremos por ver amigos sofrendo, sofremos por ver famílias em</p><p>situações deploráveis. Portanto, meus irmãos, o resgate coletivo é muito maior</p><p>do que a perda por desencarne. Todos os irmãos que estão vivendo na Terra,</p><p>nesta fase, estão resgatando e expurgando débitos, de uma forma ou de outra.</p><p>Não pensem que resgates coletivos são apenas muitos irmãos partindo.</p><p>Ledo engano. Resgates são resgates, e não necessariamente o desencarne.</p><p>Vemos muitos comerciantes e empresários sofrendo de igual para igual.</p><p>Isso é um resgate e podemos chamar de coletivo. Não necessariamente precisa</p><p>haver desencarne para ser intitulado resgate coletivo.</p><p>Por isso, meus irmãos, vamos orar muito, emitir</p><p>luz, nos unir em</p><p>coletividade e mudar o padrão vibratório do mundo. Quanto mais irmãos se</p><p>unirem a nós, mais conseguiremos dissipar a escuridão e deixar a luz entrar. O</p><p>fundo do poço é escuro, mas sempre haverá um raio luminoso para aquele que</p><p>tiver Deus no coração.</p><p>O desencarne não é o pior. O difícil será recuperar as perdas, recuperar</p><p>corações e, acima de tudo, recuperar o amor para com Deus, que realmente é o</p><p>único que sabe tudo e conhece o desafio de cada um.</p><p>Todos estamos neste resgate coletivo, de uma maneira ou de outra.</p><p>Portanto, não se iludam, ninguém é melhor do que ninguém. Estamos todos</p><p>juntos nessa encarnação de provas e expiações, por algum deslize do passado.</p><p>Cada um, com Jesus em seu coração, sabe o que fazer. Portanto, meus irmãos,</p><p>neste momento, não tem o melhor nem o pior, tem apenas os irmãos que</p><p>estão agindo com o conhecimento e o entendimento do que o mestre Jesus</p><p>veio nos trazer.</p><p>O que você aprendeu com Jesus, está colocando em prática? Você está</p><p>sendo um auxiliar, um apóstolo do Cristo ou está sendo Judas, que o traiu por</p><p>algumas moedas. Não estou aqui para julgar ninguém, apenas para alertar que</p><p>o resgate é de todos e, como vocês querem sair deste momento, cabe a cada</p><p>um rever as suas atitudes e o que vocês estão fazendo para ajudar ao seu</p><p>próximo.</p><p>Quando somos chamados a colocar em prática o que aprendemos, vemos</p><p>o quanto estamos longe de sermos indivíduos amorosos e benevolentes, mas o</p><p>que mais importa nessa jornada não é o quanto, e, sim, como vocês querem</p><p>passar por ela: segundo o que Jesus ensinou ou jogando tudo por terra,</p><p>fazendo o que os seus instintos primitivos e arraigados no seu interior querem?</p><p>Vocês já estão ao lado de Jesus. Façam o que ele nos ensinou. Se cada</p><p>indivíduo pensar dessa forma e esquecer o que o outro está pensando, sem se</p><p>deixar influenciar, verá que o número de irmãos imbuídos no bem é muito</p><p>maior que os irmãos que ainda vivem de seus instintos individualistas.</p><p>Esta obra é feita para reflexão e não para que vocês apenas pensem sobre</p><p>como os irmãos que desencarnaram estão, ou como ficarão os irmãos que não</p><p>partiram. Não, meus caros, essa obra é para fortalecer aqueles que aqui estão,</p><p>para que todos mudem o seu padrão vibratório e consigam, através do amor</p><p>que o Cristo nos ensinou, reverter essa história.</p><p>Só o amor constrói. Essa não é uma frase feita. É uma frase de poder, pois,</p><p>através de um sorriso, vocês mudam o outro. Com um abraço fraterno, vocês</p><p>tocam um coração. Com uma palavra de carinho, vocês mudam o padrão do</p><p>outro. Assim, quem mudará o que está acontecendo somos eu e você,</p><p>mudando o nosso pensamento e as nossas ações. Vamos unir os corações em</p><p>amor e emitir, onde quer que formos, esse amor.</p><p>Tenham em mente: o amor é a maior ferramenta que o ser humano tem. Se</p><p>ele a usar, só teremos paz e harmonia.</p><p>Esta obra não vai mostrar que a pandemia findou, mas mostrará que há</p><p>esperança e que os irmãos que partiram foram por razões únicas. Os que</p><p>ficaram também ficaram pelas mesmas razões.</p><p>Deixo bem claro: não há mérito em partir e não há mérito em ficar.</p><p>Ninguém é melhor ou pior que o outro. Neste planeta de provas e expiações,</p><p>todos estão no mesmo navio, conduzidos pelo mesmo capitão, portanto, o</p><p>mérito da encarnação e da desencarnação é de cada um.</p><p>O que peço, meus leitores, é que percebam que esse momento requer</p><p>compaixão, solidariedade e muita dedicação ao próximo.</p><p>Tenham em mente, meus amigos, que ninguém é melhor do que ninguém.</p><p>Façam o que gritam os vossos corações, pois todos, indistintamente, têm</p><p>dentro de si os conceitos básicos do Cristo. Voltem-se para dentro de si</p><p>mesmos e perguntem: estou agindo corretamente? Se vocês conseguirem ter as</p><p>respostas, continuem no caminho, pois estão cumprindo com os vossos</p><p>compromissos. Não olhem a trave alheia, pois ela é sempre a sua.</p><p>Esta obra não tem como objetivo deixar as pessoas acomodadas, muito</p><p>pelo contrário. Esta obra tem como objetivo maior trazer compreensão e</p><p>consolo para os que partiram, para os que ficaram e para aqueles que estão</p><p>sofrendo por causa de pandemia.</p><p>Queremos consolar os corações, e não atormentar os corações.</p><p>Todos os nomes utilizados nesta obra são fictícios, pois estamos retratando</p><p>o momento atual, e todos os casos são verídicos, portanto, meus irmãos,</p><p>vamos ter compaixão, solidariedade para com o outro. Cada ser humano está</p><p>sofrendo ou passando por este momento de uma forma única, e aquele que</p><p>tem mais força, mais compreensão, leva alento a esses irmãos.</p><p>Este livro visa, exclusivamente, alertar e socorrer os irmãos encarnados e,</p><p>também, os desencarnados, pois muitos estão partindo em desespero, e não é</p><p>necessário. Os que ficam estão em desespero, e não é necessário.</p><p>Já disse: tudo o que está acontecendo faz parte do planejamento</p><p>encarnatório de cada um, mas nos esquecemos.</p><p>Meus caros leitores, em tempo algum foram tão necessárias a prece e a</p><p>máxima orai e vigiai, portanto, rogo a vocês que se unam em prece, em amor e</p><p>deixem a negatividade de lado.</p><p>Quando vocês ouvirem algo nas mídias e redes sociais, antes de tecerem</p><p>qualquer comentário, se perguntem: Posso fazer algo para mudar o cenário?</p><p>Para mudar o que está acontecendo?</p><p>Se a resposta for não, ore para que você não caia na tentação de blasfemar.</p><p>Se a resposta for sim, faça o que acha justo e necessário.</p><p>Pergunte a Jesus: O senhor faria isso?</p><p>Meus amados leitores, eu me despeço com a humildade que tenho e não</p><p>tenho a pretensão de mudar a ninguém, mas, lembrem-se, Jesus pode mudar a</p><p>todos nós.</p><p>Fiquem na paz.</p><p>Irmão Thiago</p><p>Sobre a obra</p><p>“A leitura desse livro acalmou o coração e a despedida do meu tio Mário foi possível... agora</p><p>é saudade...”</p><p>Michelle Rhein Gavioli</p><p>“Um livro que acalma nosso coração, que nos conforta. Nos mostra que não estamos</p><p>enfrentando essa pandemia sozinhos.”</p><p>Karine Rhein Gavioli Michelletti</p><p>“A leitura nos faz crer que não estamos sós e que não devemos perder a fé em Jesus.”</p><p>Aparecido Antonio Gavioli</p><p>Três espíritos se comprometem, no plano espiritual, a auxiliar o próximo.</p><p>No plano terreno esses espíritos se reencontram e dão início ao trabalho ao</p><p>qual se comprometeram.</p><p>Com a Pandemia chegando em 2019, essas amigas se unem para auxiliar</p><p>muitos irmãos, tanto no plano físico quanto no plano espiritual.</p><p>Vocês lerão histórias que aconteceram durante a Pandemia, fatos esses que</p><p>irão mostrar como os irmãos espirituais estão socorrendo os que estão</p><p>desencarnando e também os encarnados.</p><p>A misericórdia divina está sempre atuando.</p><p>Sobre a autora</p><p>Maria Adelaide Rhein Gavioli nasceu em 30 de setembro na cidade de</p><p>Santo André (SP).</p><p>Está no Espiritismo há 40 anos.</p><p>Encontrando nessa doutrina as respostas que procurava, passou a se</p><p>dedicar aos estudos e trabalhos espíritas.</p><p>Em 2010 recebe o chamado intuitivo e carinhoso do Irmão Thiago e de</p><p>sua equipe espiritual. É orientada a iniciar o treinamento de sua mediunidade</p><p>intuitiva, materializada através da psicografia.</p><p>Desde então, dedica-se à psicografia.</p><p>Contato com a Autora</p><p>adelaidegavioli@gmail.com</p><p>mailto:adelaidegavioli@gmail.com</p><p>Introdução</p><p>I</p><p>II</p><p>III</p><p>IV</p><p>V</p><p>VI</p><p>VII</p><p>VIII</p><p>IX</p><p>X</p><p>XI</p><p>XII</p><p>XIII</p><p>XIV</p><p>XV</p><p>XVI</p><p>XVII</p><p>Pandemia, e agora?</p><p>Sobre a obra</p><p>Sobre a autora</p><p>com os chamados hospitais de</p><p>campanha.</p><p>Sobre cada país, cidade, existem colônias no plano espiritual. Essas</p><p>colônias estão equipadas com aparelhagem para dar suporte aos irmãos que</p><p>estão partindo neste momento, tão necessitados de ajuda e amor.</p><p>O nosso irmão Genésio foi para uma dessas colônias e logo se recuperou.</p><p>Vou explicar por que uns se recuperam mais rápidos e outros não:</p><p>O sr. Genésio, assim que foi contaminado, ficou em uma situação de risco,</p><p>mas vale informar que ele não precisou ser entubado, foi apenas hospitalizado</p><p>e reagiu de uma forma tranquila. Recebeu os cuidados médicos apropriados, se</p><p>recuperou, voltou para casa e ficou no convívio da família por mais 15 dias,</p><p>quando conversou com sua esposa, mostrando a ela tudo o que precisava saber</p><p>com relação à parte material. Ele lhe disse:</p><p>– Antônia, preciso te posicionar sobre tudo o que temos e o que você</p><p>precisa saber se eu partir.</p><p>Antônia, no primeiro momento, não quis saber daquela conversa:</p><p>– Genésio, você acaba de sair do hospital, ficou entre a vida e a morte, está</p><p>se recuperando e vem com essa conversa?</p><p>Genésio, tranquilamente, diz a sua esposa:</p><p>– É por essa razão que quero que você saiba tudo o que deverá fazer se eu</p><p>ficar novamente entre a vida e a morte e não voltar.</p><p>Antônia não pôde mais evitar aquela conversa, então ouviu tudo o que o</p><p>marido tinha para lhe dizer. Não era nada tão grandioso, pois eles tinham</p><p>poucos bens e dois filhos. Mas ele quis que tudo ficasse bem esclarecido,</p><p>pedindo que, se algo lhe acontecesse, procurasse a Vanda da empresa, que ela</p><p>iria auxiliar no que Antônia precisasse.</p><p>Ela prestou atenção, não fez perguntas e não quis detalhes, pois não</p><p>cogitava a possibilidade de Genésio partir.</p><p>Lá se vão quinze dias. Genésio tem uma insuficiência renal, volta para o</p><p>hospital e, dessa vez, desencarna.</p><p>Meus irmãos, todo o relatado foi consequência do vírus, sim, mas, como</p><p>ele precisava desse tempo para instruir a família, volta e desencarna após os</p><p>quinze dias, como estava programado.</p><p>Como já relatamos, o sr. Genésio, em nenhum momento, se irritou. Fez</p><p>tudo o que lhe foi pedido e, assim, quando partiu, foi sereno por ter</p><p>conseguido orientar os familiares.</p><p>Depois de um tempo em que já estava na colônia na qual foi socorrido, sr.</p><p>Genésio recebe a visita de uma amiga querida que, ao vê-la, não consegue</p><p>conter as lágrimas:</p><p>– Heloisa, minha filha, o que faz aqui?</p><p>O sr. Genésio não sabia que ela havia desencarnado, mas fica surpreso por</p><p>ver Heloisa, tão jovem, ali ao seu lado.</p><p>– Que bom vê-lo, sr. Genésio – responde ela. – Estou feliz em vê-lo bem e</p><p>recuperado.</p><p>– Como não, minha filha? O sofrimento físico é apenas temporário. Sabia</p><p>disso e ainda consegui orientar os meus familiares, caso eu partisse.</p><p>– E o fez muito bem. Dona Antônia já cuidou de tudo e seguiu à risca tudo</p><p>conforme a orientou. O fato de o senhor haver dito para ela procurar Vanda</p><p>foi a melhor coisa. Dona Antônia a procurou e tudo foi resolvido, sem</p><p>dificuldade. Os seus estão bem.</p><p>– Mas me diga, Heloisa, por que está aqui? – quis saber ele.</p><p>– Ué! Vim vê-lo! – responde ela.</p><p>Sr. Genésio sorri, mas no fundo ele não acredita que Heloisa havia</p><p>desencarnado. Ela percebe e logo esclarece:</p><p>– Brincadeira, sr. Genésio. Eu desencarnei logo depois do senhor. Fui</p><p>infectada também e não resisti.</p><p>Lágrimas vêm aos olhos do sr. Genésio, mas Heloisa logo muda de</p><p>assunto:</p><p>– Venha, sr. Genésio, vamos caminhar um pouco.</p><p>Ela lhe dá o braço e os dois saem a caminhar.</p><p>– Como é bonito este lugar, não, minha filha?</p><p>– É mesmo. As pessoas ficam com tanto medo da morte que fogem, como</p><p>o diabo foge da cruz. Isto é, se o Diabo existir – e ri.</p><p>– É, sim, minha filha. Vou lhe contar uma coisa: quando fui para o hospital</p><p>na primeira vez, não fiquei com medo da morte, mas estava apreensivo por</p><p>não poder ver mais a minha família. Mesmo assim, senti que a misericórdia</p><p>divina leu os meus pensamentos e me deu mais um tempinho.</p><p>– Isso mesmo, sr. Genésio. Merecimentos são concedidos a pessoas como</p><p>o senhor.</p><p>– Olha, minha filha, não sei se foi merecimento, mas fiquei muito grato por</p><p>ter tido aquele tempinho, e procurei aproveitá-lo. Heloisa, você ficará aqui?</p><p>– Não, sr. Genésio, estou em outra colônia. Só vim visitá-lo. O meu</p><p>trabalho é ajudar os que estão desencarnando com o vírus, assim como eu me</p><p>programei.</p><p>– Como? Você se programou? – quis saber ele.</p><p>– Sim. Nós temos várias vidas, o senhor acredita?</p><p>– Sim, minha filha, eu acredito em reencarnação. Não tenho conhecimento,</p><p>mas sei que já vivemos outras vidas e viveremos muitas mais.</p><p>REENCARNAÇÃO</p><p>L.E-166 Como a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corporal, pode acabar de se depurar?</p><p>– Submetendo-se à prova de uma nova existência.</p><p>L.E-166 a Como a alma realiza essa nova existência?</p><p>É pela sua transformação como Espírito?</p><p>– A alma, ao se depurar, sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso é preciso que passe pela prova da vida</p><p>corporal.</p><p>L.E-166 b A alma tem, portanto, que passar por muitas existências corporais?</p><p>– Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o</p><p>contrário querem vos manter na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse é o desejo deles.</p><p>L.E-166 c Desse princípio parece resultar que a alma, após ter deixado um corpo, toma outro, ou seja, reencarna em</p><p>um novo corpo. É assim que se deve entender?</p><p>– Evidentemente.</p><p>L.E- Livro dos Espíritos – Allan Kardec</p><p>– Isso mesmo. Eu, a Eduarda e a Vanda nos programamos para esse</p><p>momento, claro, aproveitando para um resgate entre nós três.</p><p>– Agora entendo por que vocês eram tão unidas quando foram morar</p><p>juntas. Infelizmente, houve muitos comentários maldosos. Mas o ser humano</p><p>tem mais maldade no coração do que boas intenções.</p><p>– O senhor se engana. Há mais bondade do que maldade. O que nos faz</p><p>ver a maldade é que ela é muito mais divulgada do que o bem que alguém faz.</p><p>Mas, enfim, fomos morar juntas e conseguimos viver em harmonia depois de</p><p>muitas e muitas encarnações. Estava no meu planejamento reencarnatório</p><p>voltar em situações de resgate coletivo. Não que eu fizesse parte ou já</p><p>houvesse vivido situação de erros coletivos, mas para a minha ajuda no plano</p><p>espiritual, graças a Deus eu consegui, pois, quando reencarnei, confesso que</p><p>tive muito medo de não conseguir, assim como Eduarda e Vanda estão</p><p>conseguindo.</p><p>– Elas também têm o mesmo dever que você?</p><p>– Sim, sr. Genésio. Nós somos espíritos comprometidos com o passado e</p><p>nos comprometemos a melhorar ajudando as pessoas. Conseguimos nos</p><p>entender – esse era um ponto e um desafio de nossa encarnação –, somos</p><p>muito ligadas e continuamos com essa ligação. As duas são médiuns e</p><p>conseguem se comunicar comigo com facilidade, haja vista eu conseguir dar o</p><p>recado que me foi passado, de que dona Antônia e os seus estão bem.</p><p>– Nossa, minha filha. Como o nosso Deus é bom!</p><p>– Isso mesmo, Ele é maravilhoso. Nós é que não lhe damos a devida</p><p>atenção.</p><p>– Agora, Heloisa, você ajuda daqui e a Eduarda e a Vanda, de lá?</p><p>– Isso mesmo. Eu ajudo os que chegam, elas ajudam os familiares dos que</p><p>partem e os que se recuperam também. Mas a ajuda maior e mais difícil está</p><p>sendo com os que não acreditam que possam ser infectados. Esses espíritos</p><p>mais revoltados, que gostam de contrariar, são os mais perigosos, pois ficam</p><p>vulneráveis e contaminam outras pessoas. Mas, como estamos vivendo provas</p><p>no planeta Terra, tudo faz parte do aprendizado.</p><p>– Heloisa, o que me diz das pessoas que se infectaram, mesmo fazendo</p><p>tudo o que está sendo orientado?</p><p>– Tudo tem um propósito, um merecimento. Algumas pessoas fazem parte</p><p>do desencarne coletivo, outras não. Muitos vêm para auxiliar. Veja, sr. Genésio,</p><p>nada foge do conhecimento do Criador. Ele sabe o que faz e por que faz. Nós</p><p>temos que acatar e nunca, jamais, nos desesperarmos. Não temos</p><p>conhecimento de tudo que acontece com cada irmão. Cada qual conforme as</p><p>suas obras. Portanto, não julgue. Vamos apenas fazer o que nos cabe.</p><p>– Heloisa, será que eu poderia ir com você a essa</p><p>colônia, para auxiliar? Eu</p><p>me sinto tão bem.</p><p>– O senhor acha que eu vim aqui apenas com uma boa notícia? Vim lhe</p><p>convidar ao trabalho!</p><p>Os dois levitam rumo ao trabalho bendito de amor ao próximo.</p><p>Meus caros leitores, vocês estão vendo como Deus é perfeito? Ele não age</p><p>de forma a nos punir. Ele simplesmente nos mostra os caminhos pelos quais</p><p>devemos seguir, e esse caminho, meus irmãos, é seguir os ensinamentos de</p><p>Jesus.</p><p>Não precisamos ser doutores para saber o que devemos fazer para sermos</p><p>bons. Se entendermos os caminhos que nos são traçados. Enxergaremos qual</p><p>caminho deveremos seguir.</p><p>O mundo passa por provas, lembrem-se. Provas essas que muitos</p><p>escolheram e sairão vitoriosos. Outros, infelizmente, vão contrair mais débitos</p><p>e terão que passar por provas mais duras para poderem se recompor.</p><p>A lei do retorno, meus irmãos. Ela não falha. O que dermos, receberemos.</p><p>Portanto, se seguirmos Jesus, vamos conseguir nos redimir mais rapidamente</p><p>de nossas dívidas do passado e, se entendermos o que estamos passando, com</p><p>resignação, não vamos contrair outras.</p><p>As provas são individuais, então, por que falamos tanto em carmas</p><p>coletivos? O que é carma e o que é carma coletivo?</p><p>Quando nos referimos a pessoas que voltam para o plano espiritual em um</p><p>número considerável, sem mesmo se conhecerem, sim, em vidas passadas</p><p>causaram dor a muitos irmãos e estão tendo a oportunidade de se redimir. Os</p><p>espíritos não precisam se conhecer. A prova, muitas vezes, é a forma do</p><p>desencarne.</p><p>Vamos exemplificar: em Roma, quando tivemos tantas mortes coletivas e</p><p>tantos algozes. E eles nem se conheciam. Faziam tantas maldades com as</p><p>pessoas quando encarnados e, por misericórdia divina, muitos desses algozes</p><p>encarnam na mesma época, não necessariamente no mesmo lugar ou no</p><p>mesmo país. Eles nascem em um determinado momento, para passar por uma</p><p>mesma situação, como quando um avião cai e muitos morrem queimados, uma</p><p>pandemia que leva milhares de pessoas de diferentes lugares, um tsunami que</p><p>ocorre em determinado país onde há pessoas visitando e são levadas. Esses</p><p>carmas coletivos são programados para acontecer. Não são programados por</p><p>Deus, e sim pelo próprio homem, para que todos consigam resgatar os débitos</p><p>e viver com mais dignidade.</p><p>Vou dizer outra coisa: Muitas pessoas que tomam consciência dos seus atos</p><p>perversos, por mais que sofram as mesmas atitudes que fizeram, por mais que</p><p>sintam na pele quanto mal fizeram, não conseguem se redimir. Vivem</p><p>atormentadas. E, por mais que saibam que foram perdoadas, o autoperdão é</p><p>tão difícil, que não conseguem conquistar a paz. Reencarnam como</p><p>missionários para fazerem o bem com muitos, e, assim, redimir-se a si mesmas.</p><p>A punição maior, meus caros leitores, é sabermos que temos uma</p><p>consciência. Ela vai despertar em algum momento, e seremos os algozes de</p><p>nós mesmos.</p><p>Muitas vezes, já reencarnamos nos redimindo dos atos infames que</p><p>praticamos no passado, mas a consciência nos mostra que fizemos pouco e</p><p>somos escravos de várias encarnações para que possamos nos perdoar.</p><p>Pensemos na misericórdia divina como um juiz que não condena nem</p><p>absolve, apenas ouve e vê os nossos delitos e nos mostra o caminho. Esse é</p><p>Jesus, não nos culpa de nada, mas nos mostra o caminho que devemos seguir.</p><p>Agora, imaginem, irmãos que, se fazem o mal, voltam para o plano</p><p>espiritual e continuam no mal. Reencarnam e ainda continuam no mal. Esses</p><p>irmãos sofrerão muito ao descortinar o véu da verdade, pois terão tantos</p><p>delitos que precisarão de muitas encarnações para se redimir.</p><p>E o mais importante, quando conseguirem vencer os defeitos, terão a</p><p>própria consciência a lhes cobrar.</p><p>Portanto, eu lhes digo, sigam ao Cristo, pois, conseguirão. Pelo menos</p><p>nesta encarnação não terão débitos a contrair e poderão fazer muitas coisas</p><p>boas para vocês e para o próximo.</p><p>Lembrem-se, Jesus não pediu para não nos amarmos. Muito pelo contrário.</p><p>Ele nos pediu para amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Portanto,</p><p>temos que nos amar, nos perdoar, para que possamos amar e ajudar aos</p><p>nossos.</p><p>Meus irmãos, em meio a tudo o que estamos vivenciando neste momento,</p><p>o que devemos fazer?</p><p>Muitos não sabem, mas as Leis de Deus são claras: ame a seu próximo e,</p><p>para isso, vocês devem, muitas vezes, se afastar.</p><p>O que a medicina nos diz: vírus é algo que passamos uns para os outros.</p><p>Não vou falar de política nem de religião. Vou só me atentar a algo bem</p><p>simples. Está explícito que o vírus é contagioso e mortal. Não precisam ter</p><p>medo. Usem dos recursos simples de que vocês dispõem como máscara, sabão,</p><p>álcool em gel. Esses recursos são eficazes. Muitas pessoas precisam trabalhar.</p><p>Não julguem, façam sua parte com o que a sua consciência lhes determinar. Se</p><p>vocês não concordam com esses métodos simples de higiene para evitar o</p><p>contágio de uma maneira rudimentar, façam não por vocês, mas pelos outros.</p><p>Se vocês têm condição de ficar em suas casas e não têm necessidade de</p><p>ficar saindo, façam e preservem-se por ora, e deem mais espaço para os que</p><p>precisam sair.</p><p>Meus irmãos, é com gestos muito pequenos que vamos garantir que muitos</p><p>que poderiam se contaminar sejam protegidos.</p><p>Vou voltar ao ponto do carma e da necessidade de reparar o mal praticado</p><p>no passado.</p><p>Podemos resgatar os nossos atos impensados do passado na encarnação à</p><p>qual nos propusemos e voltar à Pátria Mãe sem fazer parte de um desencarne</p><p>coletivo.</p><p>Sim, meus irmãos, as oportunidades são para todos. Por vezes nos</p><p>propomos a fazer algo no local onde reencarnamos, e fazemos tão bem que</p><p>somos redimidos e voltamos para a Pátria Mãe de outra forma. Esses casos</p><p>são raros, pois o resgate coletivo é algo que está determinado para todos no</p><p>plano espiritual. Cada um sabe do seu compromisso. Claro que não têm</p><p>consciência do que vai acontecer quando encarnados e cada qual vai fazer jus</p><p>ao compromisso assumido para uma vida melhor.</p><p>III</p><p>Voltemos às nossas amigas Vanda e Eduarda, espíritos que encarnaram</p><p>com a missão de ajudar muitos encarnados e estão conseguindo, com alegria e</p><p>amor no coração.</p><p>Sr. Antonio, um dos diretores da empresa, convoca as duas para uma</p><p>reunião e, sendo um homem justo e bondoso, que também faz parte dos</p><p>espíritos que encarnaram com a missão de ajudar, pergunta para ambas:</p><p>– Meninas, por que estão se expondo desta forma, voltando para a</p><p>empresa, quando deveriam ficar em casa?</p><p>Com um doce sorriso, Eduarda responde:</p><p>– Da mesma forma que o senhor está aqui. Sabemos que o seu dever é</p><p>ajudar todos os funcionários e seus familiares, visto que muitos colegas já</p><p>partiram.</p><p>Ele faz uma colocação:</p><p>– Inclusive Heloisa, tão jovem, uma funcionária exemplar, também nos</p><p>deixou.</p><p>Vanda diz:</p><p>– Heloisa está bem.</p><p>– Como pode afirmar, Vanda? – pergunta sr. Antonio.</p><p>– Temos uma ligação, eu e Eduarda, com a Heloisa.</p><p>Ele fica meio desconfiado, mas nada diz.</p><p>– Eu as chamei para dizer que não precisam fazer isso.</p><p>Eduarda não o deixa terminar:</p><p>– Sr. Antonio, estamos fazendo isso não por nós nem pelo senhor.</p><p>Estamos aqui para ajudar as pessoas e seus familiares, que estão em desespero.</p><p>Ele agradece:</p><p>– Minhas meninas! Sou grato por tudo o que estão fazendo. Sei o quanto</p><p>vocês já ajudaram, mas lhes digo: se algo acontecer com vocês, eu não me</p><p>perdoarei, pois estou sendo conivente com a decisão de vocês.</p><p>– Sr. Antonio, Heloisa partiu e, desde então, resolvemos ajudar a todos sob</p><p>a régia orientação de nossa amiga e irmã.</p><p>Sr. Antonio não consegue entender o que elas estão dizendo e, não</p><p>contendo a curiosidade, pergunta:</p><p>– Do que vocês estão falando, milhas filhas? Como assim, sob a orientação</p><p>de Heloisa?</p><p>– Sr. Antonio, somos espíritas e médiuns. Nós três. E estamos nesta</p><p>jornada juntas, para um bem maior. Com a orientação de nossa amiga Heloisa,</p><p>sabemos o que podemos ou não fazer. Portanto, nós nos sentimos</p><p>extremamente seguras fazendo a parte que nos cabe, de seguir as</p><p>determinações médicas e, ainda, seguindo as orientações de Heloisa, que</p><p>trabalha incansavelmente com uma equipe de espíritos</p><p>imbuídos em auxiliar os</p><p>que estão partindo contaminados pelo vírus. Inclusive, o sr. Genésio faz parte</p><p>dessa equipe.</p><p>– O sr. Genésio, nosso antigo funcionário? – pergunta ele.</p><p>– Sim – diz Vanda.</p><p>– Como pode ser isso? Eu estou impressionado. Se não as conhecesse,</p><p>diria que estão malucas. E de onde vocês tiraram tudo isso? Desculpe, sou</p><p>católico e foi a educação que me deram. Fui criado acreditando no céu e no</p><p>inferno, que quem faz o bem vai para o céu e quem faz o mal para o inferno e</p><p>pronto.</p><p>Eduarda diz:</p><p>– Mas, sr. Antonio, o senhor seguiu à risca o fazer o bem?</p><p>– Eu tento, minha filha. Mas é muito difícil. Os desafios que enfrento, por</p><p>vezes, me fazem tomar decisões as quais, no íntimo, não gostaria. Mas, minhas</p><p>meninas, quero saber mais sobre o que vocês creem.</p><p>– Vamos fazer melhor. O senhor gosta de ler? – pergunta Vanda.</p><p>– Gosto muito, mas o tempo é tão escasso que não tenho conseguido.</p><p>– Vamos lhe trazer uma obra que o senhor vai ler e conseguirá entender</p><p>um pouco do que estamos lhe dizendo.</p><p>Ele agradece muito. Mudam de assunto e continuam a falar sobre o</p><p>trabalho.</p><p>– Vanda e Eduarda, pelo que entendi, não vou conseguir convencê-las a</p><p>ficarem em casa, mas quero que vocês fiquem atentas a tudo o que acontece</p><p>com os funcionários. Vou emitir uma nota de esclarecimento dizendo que</p><p>ficarão na empresa apenas os funcionários que não conseguem trabalhar de</p><p>casa e, ainda assim, somente os que tiverem veículos próprios. Os demais,</p><p>quero em casa, e qualquer problema que se reportem a vocês, e vocês a mim.</p><p>Com isso quero restringir ao máximo as pessoas aqui dentro e também o</p><p>contato. As tarefas que vocês executam devem ser transferidas para outros</p><p>funcionários, pois neste momento o bem-estar das pessoas e dos seus é o mais</p><p>importante.</p><p>Com lágrimas nos olhos, elas agradecem a confiança e saem para executar</p><p>suas tarefas.</p><p>Heloisa estava ao lado delas e, por intuição, ela diz às amigas:</p><p>– Ao trabalho, meninas, e se cuidem.</p><p>As duas sorriem e voltam ao trabalho.</p><p>Muitos meses sem esperança, pois, para muitos, o que está acontecendo</p><p>não é nada, para outros, é algo que precisa ser levado muito a sério.</p><p>Lembrem-se, ninguém será punido por não ligar ou por dar extrema</p><p>atenção ao fato, pois tudo já está na programação encarnatória de cada um.</p><p>Portanto, dizer que esse ou aquele vai partir é algo irreal. Cada um vai no</p><p>momento que for determinado.</p><p>Como já dissemos, alguns terão que partir para serem ajudantes espirituais.</p><p>Outros terão que partir para reencarnar e dar sustentação aos que ficarem.</p><p>É assim porque estamos num planeta de provas e expiações. Ninguém está</p><p>aqui a passeio. Estão todos para resgate e vamos, ao longo do tempo, nos</p><p>modificando para que possamos encarnar em outro planeta mais evoluído, ou</p><p>ficaremos onde estamos.</p><p>Sabemos que evoluímos e não regredimos, mas também sabemos que</p><p>temos recaídas e que podemos estacionar.</p><p>Portanto, meus irmãos, nada acontece sem o conhecimento do Pai. Tudo</p><p>está sob o seu olhar e nós vivenciamos as provas das quais temos necessidade.</p><p>Agora, vou lembrá-los de que, durante uma pandemia, não há exclusão de</p><p>nenhum espírito, pois todos vivenciam a mesma situação, seja ela sofrendo as</p><p>consequências, seja vendo os entes queridos sofrendo. Enfim, ninguém está</p><p>fora da situação. Não é por não estarem contaminados que estão fora do</p><p>resgate. Cada um conforme a sua obra.</p><p>Hoje, temos uma pandemia na qual muitos estão sofrendo e partindo,</p><p>outros se curando e outros não se infectaram. Mas, lembrem-se, meus irmãos,</p><p>todos estão neste planeta para passarem por suas provas. Portanto, se não for</p><p>de uma forma, será de outra. Não se vangloriem de não terem se contaminado</p><p>com o vírus, pois não é um privilégio. É uma advertência para ficarem mais</p><p>vigilantes.</p><p>Quem pegar e ficar bem, também não se vanglorie, pois tudo tem um</p><p>significado. Estamos em provas.</p><p>Hoje é um dia muito importante. Nossas irmãs Vanda e Eduarda estão</p><p>indo à residência de vários funcionários que venceram a doença para dar</p><p>estímulo e auxílio aos familiares.</p><p>Agora, vocês me perguntam: as nossas irmãs não estão se expondo? Não</p><p>estão se prejudicando, já que o que mais precisamos é fazer o máximo que</p><p>pudermos de distanciamento social?</p><p>Sim, meus irmãos, mas é importante lembrar que as duas têm uma ligação</p><p>estreita com o plano espiritual, principalmente com a Heloisa, pois as três têm</p><p>um compromisso que assumiram antes de encarnar e sabiam que teriam que</p><p>auxiliar ao próximo. Por isso, meus irmãos, elas estão sob a proteção divina,</p><p>com o auxílio de Heloisa e das equipes que estão trabalhando no combate à</p><p>Covid-19.</p><p>Elas não são heroínas. Estão tomando todos os cuidados que o Ministério</p><p>da Saúde impõe e sendo orientadas pela equipe da qual Heloisa faz parte.</p><p>Assim, vão aonde realmente não houver danos a elas.</p><p>Auxiliadas pela equipe espiritual, elas agem. Não fazem um trabalho à</p><p>revelia. Se o fizessem, talvez já estivessem infectadas. Mas não no trabalho</p><p>responsável. Elas agem sempre sob as orientações espirituais.</p><p>As meninas vão aos lares que já sofreram com a doença e os moradores</p><p>estão temerosos que possam estar expostos novamente. Quem sofre com o</p><p>ataque do vírus sofre muito e fica com muito medo, precisa sim de pessoas</p><p>com boa vontade e com palavras de consolo para lhes devolverem o ânimo e a</p><p>vontade de viver.</p><p>IV</p><p>Vanda e Eduarda, com a ajuda da equipe espiritual, vão até a casa de</p><p>Valdemar, que passou por um sofrimento ímpar. Foi infectado e infectou a</p><p>família, sua esposa e seus dois filhos.</p><p>Os filhos, por serem mais resistentes e saudáveis, tiveram um</p><p>acompanhamento em casa, mas o sr. Valdemar ficou muito mal. Foi para o</p><p>hospital e teve que ser entubado. Já sua esposa ficou apenas hospitalizada,</p><p>reagiu, melhorou e logo saiu do hospital.</p><p>A família sofreu tanto que ficaram apavorados, mesmo depois que o sr.</p><p>Valdemar teve alta.</p><p>O sofrimento, meus irmãos, leva as pessoas a reverem suas vidas ou</p><p>mesmo a mudar radicalmente as atitudes.</p><p>Na casa do sr. Valdemar ocorreu uma situação inesperada. Depois de</p><p>terem sido diagnosticados com o vírus e terem a saúde restabelecida, eles se</p><p>fecharam pelo medo, não saíam de casa para nada e não tinham contato com</p><p>ninguém.</p><p>Mas a situação foi se tornando caótica. Os alimentos estavam acabando e</p><p>eles estavam precisando de ajuda, não só material como espiritual.</p><p>As nossas irmãs, orientadas por Heloisa, foram até a casa do sr. Valdemar.</p><p>Ele não teve como não as atender, pois, no trabalho, ele tinha uma estima</p><p>muito grande por elas, e foi graças ao que elas plantaram que conseguiram</p><p>ajudar.</p><p>Totalmente paramentadas, elas adentram à residência do sr. Valdemar.</p><p>Apenas ele ficou mais próximo a elas, os demais ficaram bem afastados.</p><p>Eduarda começou a conversa:</p><p>– Sr. Valdemar, muito obrigada por nos receber. Sabemos do sofrimento</p><p>que acometeu o senhor e os seus familiares, mas o que vou lhes dizer é de</p><p>extrema importância. O medo gera mais sofrimento. Vocês estão reclusos e</p><p>isso só está fazendo mal a vocês. Não digo que devam se expor sem</p><p>necessidade, mas têm que sair dessa atmosfera nebulosa que está em volta de</p><p>vocês e de sua casa.</p><p>– Vocês se recolheram, fecharam portas e janelas e não deixam nem o sol,</p><p>medicamento tão importante para o nosso corpo, entrar, para que ilumine –</p><p>observa Vanda.</p><p>– Desculpe, Vanda, mas Deus está em nossos corações – responde ele.</p><p>– Deus sempre está conosco, mas precisamos fazer a nossa parte – diz</p><p>Eduarda. – Essa atitude de fechar tudo, de se esconder, não é a solução. Onde</p><p>está a luz do dia, o sol precisa entrar. Vocês estão cavando a própria sepultura.</p><p>Sei que não foi fácil para vocês passarem pelo que passaram, mas essa atitude</p><p>vai fazer vocês sofrerem. Estou vendo que já estão sofrendo sem alimentos.</p><p>Estão precisando do mínimo, que já está em falta. O senhor acha certo privar</p><p>sua família do alimento necessário para a sobrevivência do corpo? Abra as</p><p>janelas, deixe o vento e o sol circularem.</p><p>Dona Matilde, que estava ouvindo a distância, pergunta:</p><p>– Se abrir tudo, o vírus não vai entrar novamente na nossa casa?</p><p>– Não, dona Matilde. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa. Um de</p><p>vocês pegou o vírus ou alguém que aqui esteve transmitiu para vocês.</p><p>– Vocês precisam arejar a casa, precisam sair nem que seja no quintal,</p><p>tomar ar fresco. Pelo modo como vocês estão vivendo, provavelmente ficarão</p><p>doentes de outras causas – diz Eduarda.</p><p>– E como vou voltar ao trabalho se tenho tanto medo? – pergunta o sr.</p><p>Valdemar.</p><p>– Com o trabalho o senhor não deve se preocupar. O sr. Medeiros, que é</p><p>um bom homem, está de acordo que os funcionários de risco fiquem em casa.</p><p>– E você, minha filha, não tem medo de contrair a doença fazendo este</p><p>trabalho? – pergunta ele.</p><p>– Sr. Valdemar, quando se trabalha com amor e orientado por Jesus, não se</p><p>tem medo dessa exposição. Estamos em prol do próximo, com amor e</p><p>ajudando muitas famílias, assim como estamos aqui hoje, para ajudá-los a</p><p>entender o que é grave e o que não é. Vocês precisam reagir. O pior vocês já</p><p>passaram, precisam viver.</p><p>– Sabe, Vanda, ouvindo você e recebendo tanto incentivo, tenho vontade</p><p>até de voltar ao trabalho.</p><p>– Por ora não será possível. Mas os funcionários de risco que estão ficando</p><p>em casa já estão trabalhando remotamente. Como o senhor está bem, vou</p><p>pedir para o Valdir entrar em contato e lhe dar todas as orientações.</p><p>– Obrigado – diz o sr. Valdemar. – Estou ansioso por voltar a trabalhar.</p><p>A equipe espiritual, que estava junto com elas nessa missão, estava</p><p>trabalhando no restabelecimento do físico e do espiritual de toda a família,</p><p>ministrando passes e higienizando a casa com fluidos energéticos positivos.</p><p>Todos, sem exceção, estavam melhorando a forma de pensar. O medo destrói</p><p>e precisamos, depois de vencer nossas batalhas, construir, e não destruir. Se</p><p>eles continuassem daquela forma, aí sim poderiam desencarnar. Estavam com</p><p>medo, amargurados e sem vontade de viver.</p><p>Junior, o filho mais velho, se aproximou de Eduarda e agradeceu, com</p><p>palavras de muito amor:</p><p>– Moça, não a conheço, mas sinto em meu coração como a senhora é boa,</p><p>e para vir até aqui, enfrentar essa situação que muitas famílias estão vivendo, só</p><p>sendo muito boa e corajosa.</p><p>– Junior, eu não sou corajosa, só confio em Deus e sei que estou protegida</p><p>pelo manto do amor. Também me protejo e só vou aonde a espiritualidade me</p><p>manda. Se eu posso fazer esse trabalho e ser recompensada com o</p><p>entendimento, fico grata a Deus.</p><p>– Sabe, antes de a senhora vir aqui, eu queria morrer, pois eu não estava</p><p>vendo o fim desta situação. Mesmo estando bem, já conseguindo vencer o</p><p>vírus, não via esperança nem futuro, mas agora, vendo vocês aqui, se expondo,</p><p>estou vendo como somos egoístas. Não só por estarmos isolados, mas por não</p><p>pensar nos outros. Quantas pessoas não estão vivenciando esse drama e,</p><p>talvez, até morram, e nós conseguimos vencer. Mesmo assim continuamos</p><p>com medo. Agora entendo o que vocês disseram quando falaram que nem</p><p>Deus aqui adentra. Nós nos fechamos e em nenhum momento agradecemos</p><p>por termos vencidos o vírus, nos trancamos, esperando que o mundo</p><p>morresse para destrancarmos a nossa casa e os nossos corações. Quando isso</p><p>acontecesse, já seríamos pó. Obrigado a vocês por virem em nossa casa e</p><p>mostrar que vencemos, não morremos e que precisamos continuar vivendo.</p><p>A essa altura, todos estavam em prantos.</p><p>Vanda, com o coração transbordando de amor, pede que todos elevem os</p><p>seus pensamentos e faz uma prece, que eleva o ânimo e dá esperança para</p><p>aquela família.</p><p>Ao final, se despede e recomenda que continuem tendo os cuidados</p><p>necessários, voltando a viver.</p><p>O sr. Valdemar agradece, muito emocionado. Se já apreciava as meninas,</p><p>como ele sempre dizia, agora então!</p><p>– Eduarda, devo esperar a ligação do Valdir ou ligo para ele? – pergunta</p><p>ele.</p><p>– Deve aguardar. Hoje conversarei com ele e, até amanhã, ele entrará em</p><p>contato.</p><p>– Minhas meninas, obrigado por tudo. Hoje a lição que recebi foi tão</p><p>importante que preciso retribuir de alguma forma. Sei que será com o trabalho</p><p>e, se possível, com essa palavra de incentivo para outras pessoas.</p><p>– Isso mesmo, sr. Valdemar. Agora, abra a sua casa e deixe a vida entrar.</p><p>Até logo.</p><p>Com o coração transbordando de alegria, as duas saem da casa do sr.</p><p>Valdemar. Eduarda diz a Vanda:</p><p>– Eu estou em êxtase. Não imaginei como iríamos encontrar a família.</p><p>Quando chegamos, senti tanta pena, tanta dor, que fiquei pensando em como</p><p>iríamos ajudar?</p><p>– Eu também. Se não fosse a equipe que estava conosco, não sei se</p><p>conseguiríamos.</p><p>– É por essa razão que confio cada dia mais no plano espiritual – disse</p><p>Eduarda. – Sei da importância dos amigos do outro lado e, se estamos</p><p>dispostos a fazer o bem, a ajuda não falha.</p><p>– Eu também penso assim – disse Vanda. – Agora vamos que temos muito</p><p>trabalho pela frente e à tarde temos de ir a outra residência.</p><p>Meus caros leitores, o que é uma pandemia?</p><p>Muitos não sabem, mas acontece há muitos e muitos séculos. Tudo o que</p><p>se passa em um determinado momento do planeta, todos dizem que é castigo,</p><p>mas não é. Faz parte da evolução, pois temos muito que aprender.</p><p>A pandemia do coronavírus causou medo e pânico em todo o mundo. O</p><p>cenário não é diferente do que já aconteceu em outros momentos da história.</p><p>Algumas pandemias que assolaram o mundo.</p><p>Peste bubônica: É causada pela bactéria Yersinia pestis e pode se disseminar pelo contato com pulgas e roedores</p><p>infectados. A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século 14,</p><p>matando entre 75 milhões e 200 milhões pessoas na antiga Eurásia.</p><p>Varíola: A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O vírus Orthopoxvírus variolae era</p><p>transmitido de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias. Felizmente, a varíola foi erradicada do planeta em</p><p>1980, após campanha de vacinação em massa.</p><p>Cólera: Sua primeira epidemia global, em 1817, matou centenas de milhares de pessoas. Desde então, a bactéria</p><p>Vibrio cholerae sofre diversas mutações e causa novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos.</p><p>Gripe Espanhola: Gripe Espanhola de 1918, causada por um subtipo de vírus influenza. Mais de um quarto da</p><p>população mundial na época foi infectada.</p><p>Gripe Suína (H1N1): O vírus H1N1, causador da chamada gripe suína, foi o primeiro a gerar uma pandemia no</p><p>século 21. O vírus surgido em porcos no México, em 2009, e se espalhou rapidamente pelo mundo, matando 16 mil</p><p>pessoas.</p><p>Diante de tudo isso, meus irmãos, é possível perceber que nada acontece</p><p>sem o consentimento do Pai. E vocês perguntam: e por que temos o livre-</p><p>arbítrio?</p><p>O livre-arbítrio foi dado para que todos os filhos do Pai aprendessem a ser</p><p>iguais, seguindo os exemplos que o seu filho mais velho, Jesus, nos deixou.</p><p>Que mérito cada indivíduo teria se nascesse pronto?</p><p>Tudo faz parte da evolução de cada um. Aqueles que vivenciarem as suas</p><p>dificuldades ou os seus desafios estarão no caminho certo.</p><p>Bendito Pai que nos dá o esquecimento do passado ou de outras</p><p>encarnações, para termos uma nova oportunidade de resgate, com mais leveza.</p><p>Vou lhes dizer: há espíritos que estão com tantas provas para resgatar que,</p><p>quando encarnam, trazem por vezes apenas um item para resolver. Isso se</p><p>chama misericórdia divina e, quando voltam à Pátria Mãe, muitas vezes têm a</p><p>lembrança de apenas alguns delitos. Novamente, meus irmãos, a misericórdia</p><p>divina atuando.</p><p>Há muitos irmãos que já foram desse planeta e não mais retornarão. Irão</p><p>para outros planetas e seguirão com a sua evolução.</p><p>Passamos por vários estágios encarnatórios para uma redenção.</p><p>Agora, voltemos à pandemia do século 21. Tudo está sob as rédeas do</p><p>plano espiritual, mas, como muitos irmãos têm muito o que aprender, ficam</p><p>divididos em aceitar ou não o que está acontecendo.</p><p>Como disse no início, o fato de aceitarem, ou não, não quer dizer que uns</p><p>são melhores que os outros. Apenas estão expressando o seu entendimento.</p><p>Não vou dizer o que é certo e o que é errado, pois, quando se vive uma</p><p>situação mundial,</p><p>vemos e temos entendimento para discernir o que pensamos</p><p>e passamos dentro de nossa evolução.</p><p>Hoje, temos muitas informações. Temos muitos meios de comunicação</p><p>que trazem informações diariamente e influenciam as pessoas, que, por sua</p><p>vez, ficam divididas em suas opiniões. Isso também faz parte da evolução de</p><p>cada um e do planeta.</p><p>Agora, se pensarmos nos ensinamentos de Jesus, vamos ser caridosos,</p><p>benevolentes e amorosos com quem está ao nosso lado. Principalmente com</p><p>quem tem ideias diferentes das nossas. Esse é um grande desafio e</p><p>aprendizado.</p><p>Expressar o que se pensa não é errado, mas insultar as pessoas que não</p><p>comungam da mesma opinião, isso sim vai na contramão.</p><p>Portanto, digo-lhes, ninguém está totalmente certo nem totalmente errado.</p><p>Vivemos em sociedade, onde divergimos e concordamos. Isso porque a</p><p>evolução se faz individual, mas precisamos do coletivo para o progresso.</p><p>Neste momento, vemos pessoas que insultam outras por não comungarem</p><p>de suas opiniões. Não se pode afogar no poço e obrigar os outros a fazerem o</p><p>mesmo.</p><p>Tudo acontece para um propósito maior. Quando vivenciamos guerras,</p><p>vimos que as atrocidades eram enormes, gerando débitos muito grandiosos,</p><p>pois, além de irmão tirar a vida de irmão, havia experimentos com mulheres e</p><p>crianças.</p><p>Com esse paralelo, hoje, vivemos em guerra. Mas o que se espera dessa</p><p>guerra viral? Que os povos se unam em respeito aos seus compatriotas e</p><p>ajudem uns aos outros.</p><p>Infelizmente, algo que está ainda muito arraigado no ser humano é o poder</p><p>– o poder cego e as criaturas deixando esse poder vencer.</p><p>Como lhes dissemos, esse é um planeta de provas. A pandemia é uma</p><p>prova do planeta e a expiação faz parte do aprendizado de todos.</p><p>ESCOLHA DAS PROVAS</p><p>L.E-258 Na espiritualidade, antes de começar uma nova existência corporal, o Espírito tem consciência e previsão das</p><p>coisas que acontecerão durante sua vida?</p><p>– Ele mesmo escolhe o gênero de provas que quer passar. Nisso consiste seu livre-arbítrio.</p><p>L.E-258 a Então não é Deus que impõe os sofrimentos da vida como castigo?</p><p>– Nada acontece sem a permissão de Deus, que estabeleceu todas as leis que regem o universo. Perguntareis, então, por</p><p>que Ele fez esta lei em vez daquela. Ao dar ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade de seus</p><p>atos e de suas consequências, nada impede seu futuro; o caminho do bem está à frente dele, assim como o do mau.</p><p>Mas, se fracassa, resta-lhe uma consolação: nem tudo está acabado para ele. Deus, em sua bondade, deixa-o livre para</p><p>recomeçar, reparando o que fez de mau. É preciso, aliás, distinguir o que é obra da vontade de Deus e o que é obra do</p><p>homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós que o criastes, foi Deus; mas tendes a liberdade de vos expor a ele, por</p><p>terdes visto aí um meio de adiantamento, e Deus o permitiu.</p><p>L.E-Livro dos Espíritos – Allan Kardec</p><p>V</p><p>Vamos encontrar Vanda e Eduarda.</p><p>– Sabe, Vanda – diz Eduarda –, pensei que seria mais fácil atuar dentro do</p><p>quadro que estamos vendo, dos funcionários e os seus familiares. Quanta dor</p><p>cada um carrega mesmo sem estarem doentes. Vemos muita tristeza dentro de</p><p>cada um. Num momento como este em que devemos estar mais ligados a</p><p>Deus. Nem falo de religião, e sim de fé. As pessoas estão se martirizando</p><p>como se estivessem esperando pegar o vírus e desencarnar.</p><p>– Eu também sinto assim, Eduarda. Não há amor por si mesmo. A máxima</p><p>de Jesus, tão comentada: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo</p><p>como a ti mesmo.</p><p>“Amar a Deus sobre todas as coisas não é se humilhar em frente a uma imagem, se debulhar em prantos, se queixar</p><p>da sorte e esperar milagres. Você é um milagre. Um ser feito à imagem e semelhança de Deus, um ser consciente de si</p><p>mesmo e que sabe o que deve ser feito.”</p><p>• Ensinou-nos Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu</p><p>pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo</p><p>como a ti mesmo. Mateus, 22.37-39.</p><p>• Não […] se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus.</p><p>Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Allan Kardec: O E.S.E - Capítulo</p><p>15, item 5.</p><p>É apenas algo que falam da boca para fora. Na hora de vivenciar a</p><p>experiência, todos se retiram e, por vezes, nem em si mesmos pensam. Fica</p><p>difícil ajudar quem não quer ser ajudado.</p><p>– Veja a família de dona Sonia. Não quiseram nem saber o que está</p><p>acontecendo. Faziam reuniões, traziam pessoas de fora para sua casa e nem</p><p>faziam uso de máscara. O que se pode fazer neste momento?</p><p>– No dia em que fomos à casa dela, dona Sonia ainda estava deitada,</p><p>depois de uma noite de festa. Ela pediu que esperássemos, que viria ter</p><p>conosco, e qual não foi a nossa surpresa ao vê-la totalmente de ressaca. Fora</p><p>que todos que lá estavam se encontravam na mesma situação.</p><p>– Precisamos de apenas uma pessoa com o vírus para que, em festas desse</p><p>tipo, contaminem a todos e, o que é pior, levarem para os seus familiares. Por</p><p>isso estamos vendo ainda mais desencarnes.</p><p>– E agora, Vanda? Como vamos atuar? Quando falamos com dona Sonia,</p><p>ela nem quis prestar atenção. Disse que não nos preocupássemos, que tudo</p><p>estava certo. Para que viver com medo? Ela queria viver a vida e não estava</p><p>muito preocupada. Infelizmente não foi o que acabou acontecendo.</p><p>– Dona Sonia contraiu o vírus e, por ter problemas antigos, foi</p><p>hospitalizada. De lá não saiu mais.</p><p>– Quando Heloisa nos contou sobre o drama que ela passou, fiquei muito</p><p>triste.</p><p>– Eu também, Vanda. Ela sofreu muito no hospital e, quando desencarnou,</p><p>continuou sofrendo, porque não acreditava ter morrido. Continuou querendo</p><p>viver como vivia, o que a fazia ficar pior.</p><p>– Quando ela aceitou o desencarne e pediu perdão aos seus, pôde ser</p><p>socorrida.</p><p>– Vou fazer um aparte: Todos são socorridos, sem distinção, mas muitos,</p><p>depois que tomam consciência de que morreram, não aceitam e acabam</p><p>virando as costas para os socorristas. Por vezes ficam ao lado de seus corpos</p><p>em decomposição, vão para suas casas ou mesmo se juntam aos afins para dar</p><p>trabalho aos encarnados e desencarnados. Quando despertam novamente, a</p><p>mão amiga está sempre ali.</p><p>– Assim como é na Terra. Os encarnados se revoltam com Deus, mas Ele</p><p>não os abandona.</p><p>– Pois é, Eduarda. Como a nossa amiga sofreu! Mas agora se encontra em</p><p>tratamento.</p><p>É isso, meus irmãos. Cada um escolhe passar o momento que está a sua</p><p>volta conforme a sua compreensão. Algumas sugestões coletivas são inspiradas</p><p>pelos superiores, principalmente aquelas que perduram.</p><p>Vou exemplificar:</p><p>No começo da pandemia, o que se pedia era para usar álcool em gel, lavar</p><p>as mãos com água e sabão constantemente, e o uso de máscara.</p><p>Vocês lembram que foi feita uma campanha nas redes sociais dizendo que</p><p>o álcool em gel não surtia efeito? Para quem não lembra, isto ocorreu sim e</p><p>disseram ainda que o uso da máscara traria reações ainda piores.</p><p>Pois bem, esses fatos não ganharam força. Foram ventilados, mas não</p><p>foram para frente, pois, nesse momento, era uma providência de suma</p><p>importância. Ajudaria a evitar um número maior de contaminados, pois a</p><p>proteção e a importância de manter as mãos higienizadas ajudaria e muito no</p><p>combate ao vírus. Aliás, ajudará sempre. Esses hábitos, não deveremos perder.</p><p>As mãos encostam em tudo e a levamos à boca e aos olhos o tempo todo.</p><p>Portanto, leitores, estou dizendo isso para que vocês percebam que o mal</p><p>não prolifera. Ele é contido, principalmente quando há meios de se evitar</p><p>contágio de formas simples.</p><p>Agora, cabe a cada um aceitar ou não. Se vocês perceberem como o uso de</p><p>máscara e a higiene com as mãos e o corpo são de suma importância, não</p><p>haverá necessidade de cobrança. Deveria ser aceito sem relutância, não só pela</p><p>pandemia, mas por todos os processos de doenças nos quais existe contágio e</p><p>podem afetar o outro.</p><p>Quando ficamos resfriados, contaminamos pessoas que estão ao nosso</p><p>redor, sim. Se tomássemos</p><p>mais cuidados para evitar o contágio, seria melhor.</p><p>Mas estamos despertando agora, pensando sobre quantas situações</p><p>poderíamos ter evitado com o simples uso da máscara.</p><p>A consciência vai despertá-los, conforme a situação que vivenciarem.</p><p>Portanto, meus irmãos, não desdenhem de nada. Façam o que está sendo</p><p>orientado por todo o canto do mundo, para que possamos passar por mais</p><p>uma guerra com poucos feridos.</p><p>Vou reforçar também que se liguem mais a Jesus, que fortaleçam o planeta</p><p>com preces. Nós precisamos de amor para vencer essa guerra.</p><p>Hoje já faz três meses que as nossas irmãs Eduarda e Vanda, no plano</p><p>terreno, e Heloisa, no plano espiritual, estão fazendo esse trabalho de amor e</p><p>caridade.</p><p>Elas estão tão envolvidas com essas pessoas, que até se esquecem de si</p><p>mesmas.</p><p>Eduarda, por ser mais sensível, por vezes sofre muito por estar ao lado de</p><p>pessoas que não entendem o que está acontecendo, pessoas que não têm Jesus</p><p>no coração e não conseguem perceber que o planeta passa por situações</p><p>necessárias ao crescimento de cada um. Não estamos à deriva. Temos um</p><p>governador, que é Jesus, que recebe todas as diretrizes do Pai Criador.</p><p>Mas a nossa irmã, mesmo ficando sensível e fragilizada por não se</p><p>conformar com alguns encarnados que estão vendo que a situação é drástica e</p><p>ainda desdenham, é amparada pelos espíritos amigos com passes e com</p><p>energias salutares, o que faz com que ela logo reaja.</p><p>Viver entre pessoas que sofrem por não entender o que está acontecendo é</p><p>muito difícil. Essas pessoas só distorcem as coisas e, por vezes, as suas</p><p>opiniões são tão fortes, que levam outras pessoas a caírem em abismos que</p><p>não estavam nem perto.</p><p>Sabemos, meus irmãos, que muitos formadores de opinião, que têm acesso</p><p>a muitas pessoas, acabam por desestruturar seus ouvintes. São pessoas carentes</p><p>do conhecimento de Jesus.</p><p>Aqueles que estão passando as suas provas, com Jesus no coração, estão</p><p>passando com mais tranquilidade.</p><p>Vimos na história que, de tempos em tempos, temos catástrofes e</p><p>pandemias se repetem. Perguntamos: por quê?</p><p>Aqueles que não creem dirão que se trata da obra de Jesus nos castigando e</p><p>os que creem dirão que são obras do homem, que não aprende.</p><p>Vocês devem estar se perguntando: por que pessoas tão boas estão</p><p>sofrendo?</p><p>Lembrem-se, meus irmãos, nós nos encontramos em um planeta de provas</p><p>e expiação. Felizes daqueles que sofrem e entendem, ou são resignados. Eles</p><p>estão reconstruindo o seu eu para ser melhor e mais evoluído.</p><p>Temos muitos defeitos e, também, missões a cumprir. Saibam que nem</p><p>todos sofrem as dores apenas. Vivenciam as dores alheias, o que os faz sofrer</p><p>também. Portanto, é necessário entender que todos estão no mesmo barco.</p><p>Cada um resgatará o seu passado. Tudo é oportunidade para não contrair mais</p><p>débitos.</p><p>VI</p><p>Vamos acompanhar as nossas irmãs do bem em mais uma residência:</p><p>– Olá, dona Bene, tudo bem?</p><p>– Como vão, minhas meninas?</p><p>Vanda, Eduarda e mesmo Heloisa sempre foram chamadas de meninas do</p><p>bem na empresa. Isso porque, quando existia algum problema de ordem</p><p>emocional, lá estavam elas. Por isso, essa denominação carinhosa de “minhas</p><p>meninas” ficou para todos.</p><p>Dona Benedita era uma funcionária antiga. Estava em casa por fazer parte</p><p>do grupo de risco, assim como seu esposo. O casal não tinha filhos.</p><p>Dona Benedita era uma pessoa de fé. Acreditava nos conceitos de Jesus,</p><p>era uma pessoa de conversa fácil e tinha entendimento cristão. Já o sr. Horácio,</p><p>seu esposo, ao contrário, ficou muito deprimido com tudo que estava</p><p>vivenciando. Sem fé e esperança, estava cada dia mais debilitado. Não era uma</p><p>pessoa revoltada, mas não acreditava em nada. Com a pandemia, uma única</p><p>coisa lhe vinha à mente: ele iria morrer, pois, descrente que era, a morte, para</p><p>ele, era o fim.</p><p>O que mais doía em dona Benedita era que nada do que ela falava surtia</p><p>efeito em Horácio. Então, boa e crente que era, o que fazia era orar pelo bem</p><p>do seu esposo.</p><p>As meninas foram falar com o sr. Horácio, que as recebeu muito bem.</p><p>Elas logo perceberam como ele estava com o coração fechado e que tudo o</p><p>que elas dissessem não surtiria nenhum efeito.</p><p>Acontece que, para o plano invisível e para Jesus, nada é impossível:</p><p>– Olá, sr. Horácio, como está?</p><p>– Bem, na medida do possível. Eu creio que logo vou morrer.</p><p>Eduarda foi para perto dele e, segurando em suas mãos, perguntou:</p><p>– Por que o senhor quer morrer?</p><p>O sr. Horácio se chocou:</p><p>– Quem disse que eu quero morrer?</p><p>– O senhor acabou de dizer. E como ficará a nossa Bene, se o senhor</p><p>partir?</p><p>Nesse momento, o sr. Horácio se sobressaltou, porque normalmente as</p><p>pessoas que não acreditam em nada, são egoístas e só pensam em si mesmas:</p><p>– Mas, Eduarda, eu não quero morrer nem deixar a Bene...</p><p>E foi com esse argumento que as meninas levaram a conversa, mostrando</p><p>ao sr. Horácio que a vida leva as pessoas que têm que ser levadas e que,</p><p>mesmo não sendo a hora dele, agindo daquela forma, iria antes do tempo.</p><p>– Como assim, antes do tempo? Quem disse que há tempo para morrer?</p><p>Vanda se aproximou e respondeu:</p><p>– Nós temos um tempo para viver no plano físico e, depois, partimos para</p><p>a verdadeira morada.</p><p>– Desculpe, menina Vanda, mas não acredito em nada disso. Acredito que</p><p>Deus nos deu a oportunidade de vivermos e, quando morremos, tudo acaba.</p><p>– Muito bem. Vamos deixar para lá esses conceitos. O que nós queremos é</p><p>que o senhor viva bem com dona Bene, que fiquem juntos para um ajudar o</p><p>outro.</p><p>– Isso sim, minha filha. Não quero que a Bene morra, e nem eu.</p><p>– Muito bem – disse Eduarda. – E, para isso acontecer, o senhor tem que</p><p>mudar o seu comportamento.</p><p>– Como assim, mudar?</p><p>– O que o senhor fica pensando o dia todo?</p><p>– Que eu vou morrer e não tenho vontade para nada.</p><p>– E o que senhor acha que vai acontecer? O senhor vai acabar adoecendo e</p><p>pode até morrer. O senhor não percebeu como a Bene está sofrendo?</p><p>Ele se sobressaltou e percebeu como estava sendo egoísta, pensando</p><p>apenas em sua dor e se esquecendo de sua companheira, tão amorosa.</p><p>Nesse momento, lágrimas vieram a seus olhos e com a ajuda do plano</p><p>espiritual – pois os amigos de Eduarda e Vanda estavam ali unidos aos</p><p>mentores de Bene e Horácio – conseguiram operar um verdadeiro milagre em</p><p>Horácio.</p><p>Ele abraça a sua companheira e pede perdão a ela. Ela se desmancha em</p><p>lágrimas e diz que nada tem a perdoar, que daquele momento em diante eles</p><p>viveriam felizes e, se possível, ajudando a quem precisasse.</p><p>– Isso mesmo, Bene. Vamos ser úteis – reage sr. Horácio. – Vanda, o que</p><p>podemos fazer para ajudar a quem precisa?</p><p>– Hoje são vocês dois que estão precisando de ajuda, mas ainda assim</p><p>podem ajudar fazendo uma prece em prol do seu vizinho, uma ligação para um</p><p>ente querido para saber como ele está e lhe dar esperanças. Isso vocês podem</p><p>fazer. Mas, lembrem-se: não se exponham. Esse vírus não está para</p><p>brincadeira. Façam o que está sendo anunciado, se houver necessidade de</p><p>saírem. Usem máscara, álcool em gel, distanciamento das pessoas e vocês</p><p>verão que logo tudo passará e ficará tudo bem.</p><p>Bene não se cabia de tanta felicidade. Nunca achou que alguém pudesse</p><p>colocar amor e esperança no coração de Horácio, e elas conseguiram. Estava</p><p>tão grata que não conseguia parar de chorar.</p><p>O que Bene não percebeu?</p><p>Foi por amor a ela que ele despertou. O amor está sempre presente no ser</p><p>humano, de uma forma ou de outra.</p><p>– Bene! – disse Horácio. – Pare de chorar. O momento é de alegria. Vamos</p><p>ser felizes enquanto podemos, sem pensar na morte.</p><p>– É assim que se fala, sr. Horácio! – disse Eduarda.</p><p>Prosearam mais um pouco, as meninas se despediram e foram embora.</p><p>Quando chegaram em casa, estavam tão felizes que fizeram uma prece</p><p>agradecendo Heloisa e os anjos espirituais que com elas estiveram.</p><p>Agradeceram também pela oportunidade de ajuda.</p><p>Vejam, meus leitores, como ninguém está à deriva. A ajuda vai onde se</p><p>necessita, onde os irmãos espirituais estão vendo que há necessidade.</p><p>Muitos irmãos e irmãs estão vivendo da mesma forma que o sr. Horácio,</p><p>mas não permitem</p><p>serem ajudados. O sr. Horácio, mesmo dizendo não</p><p>acreditar em nada, aceitou a ajuda com muito amor. Claro que os passes e os</p><p>fluidos benéficos dos espíritos que ali estavam ajudaram para que ele ficasse</p><p>mais acessível a tudo que iria ouvir.</p><p>É importante lembrar que ninguém está sozinho. Deus sabe das</p><p>necessidades de cada um, portanto, tudo acontece com um propósito.</p><p>Acreditem!</p><p>Certos de que o momento requer muita atenção de todos, os amigos</p><p>encarnados precisam tomar as rédeas de suas vidas e ser envolvidos pela lição</p><p>do nosso mestre Jesus, que há 20 séculos esteve conosco para ensinar que</p><p>precisamos uns dos outros, mas para nos amarmos, e não para tirar proveito</p><p>dos irmãos que aqui se encontram.</p><p>Precisamos passar por muitas turbulências para entender o que é amar o</p><p>próximo, se importar com o próximo e estarmos unidos, mesmo distantes, em</p><p>pensamentos. Na fase que o mundo está passando pelas provas escolhidas para</p><p>a redenção, muitos voltaram à Pátria Mãe para poder ajudar aos que estão</p><p>partindo e não têm consciência.</p><p>Já falamos, muitas vezes, sobre a oportunidade da reencarnação, mas</p><p>muitos irmãos não conseguem acreditar. Acham que, com a morte, tudo acaba.</p><p>Pensando que tudo acaba, não se dão conta de quanto mal fazem para si</p><p>mesmos. Quando se acredita que a vida continua – e não estou falando de</p><p>religião, e sim de verdades –, é possível espiar as provas com mais facilidade,</p><p>pois entende-se que o verdadeiro caminho é o que Jesus nos ensinou e,</p><p>quando voltarmos para nossa Pátria verdadeira, saberemos que tivemos uma</p><p>vida digna e fizemos muito bem a quem conosco esteve.</p><p>Meus irmãos, estamos vivenciando no mundo hoje uma pandemia que está</p><p>levando muitos ao desespero. Se cada irmão tivesse o entendimento que Jesus</p><p>nos trouxe 20 séculos atrás, com certeza estaríamos passando por essa prova</p><p>com mais solidariedade.</p><p>VII</p><p>Vamos acompanhar nossas meninas em mais um lar.</p><p>Vanda e Eduarda vão até a casa de dona Vicentina, uma empregada antiga</p><p>da empresa que vivia sozinha. O seu esposo já era falecido e não teve filhos.</p><p>Além disso, os seus parentes mais próximos ainda vivos moram em outras</p><p>cidades.</p><p>Dona Vicentina é uma senhora de muita fé, e ela gosta muito das meninas.</p><p>Vanda e Eduarda sabiam que dona Vicentina não precisa da ajuda que elas</p><p>estavam prestando às famílias, mas, inspiradas por Heloisa, resolveram ir à sua</p><p>casa.</p><p>Ao chegarem, são recebidas com muito carinho. Dona Vicentina é uma</p><p>pessoa muito amorosa.</p><p>– Como vão, minhas meninas? Estava com muita saudade de vocês. Que</p><p>bom que vieram.</p><p>– Estamos bem – diz Eduarda – e a senhora? Sempre de muito bom</p><p>humor e feliz.</p><p>– E não é para estar? Mesmo vivendo essa situação que assola o mundo,</p><p>temos que confiar que Deus não desampara nenhum de seus filhos, e, quando</p><p>um filho seu se desgarra, Ele vai buscar.</p><p>– Isso mesmo – diz Vanda –, mas, viemos aqui para ver como a senhora</p><p>está. Pelo visto, muito bem.</p><p>– Estou sim, Vanda, embora triste com o que estamos vivenciando. A falta</p><p>de amor e caridade das pessoas e dos governantes. Com essa pandemia, temos</p><p>a oportunidade de ver como o mundo está doente. Não doente pelo vírus, e</p><p>sim doente de amor, de solidariedade e compreensão.</p><p>Vejo um mundo onde as pessoas são regidas pela ganância, pelo desprezo</p><p>aos semelhantes, nações brigando com nações, governantes brigando com</p><p>governantes. O que sinto é que essa pandemia não veio só para levar as</p><p>pessoas que precisavam retornar em resgates coletivos. Não! Essa pandemia</p><p>veio também para descortinar o mundo, mostrar que não existe primeiro,</p><p>segundo ou terceiro mundo. A ganância pelo dinheiro, pelo poder, faz com</p><p>que cada um pense apenas em si mesmo. Infelizmente, estamos assistindo a</p><p>esse comportamento da maioria dos dirigentes de cada país.</p><p>A solidariedade e o amor ao próximo deveriam emergir neste momento.</p><p>Mas o que vemos é um querendo tirar vantagens do outro. Triste, mas é a</p><p>realidade que estamos vivenciando.</p><p>O nosso grau de evolução moral já deveria estar mais adiantado, mas o que</p><p>vemos? Fome, pobreza, briga de poderes. O que essa pandemia deveria nos</p><p>mostrar é que temos amor uns pelos outros, que deveríamos nos unir. Não</p><p>com barganha, e sim por solidariedade. Mas não. A ganância é tão grande que</p><p>as pessoas estão se digladiando ao invés de se unir.</p><p>Os comerciantes estão se aproveitando para aumentar os preços, não</p><p>permitindo que as pessoas com poder aquisitivo menor possam comprar o</p><p>básico. Mais uma vez vivemos algo que já ocorreu muitos e muitos séculos</p><p>atrás, com as mesmas pessoas, que não aprenderam nada.</p><p>Sempre foi dito que o brasileiro é um povo amoroso, solidário, acolhedor.</p><p>Onde é que estamos vendo essa solidariedade? Muitos passando fome e os</p><p>preços dos alimentos, abusivos. Não vou falar sobre outros produtos, pois</p><p>tudo está muito caro. Sim, meninas. Essa prova vem nos mostrar o quão</p><p>atrasados estamos na evolução moral ensinada pelo Cristo.</p><p>Sabe, meninas. Eu não sei quando vamos aprender, mas tenho no meu</p><p>coração que ainda viveremos várias pandemias até entendermos que o</p><p>momento é de união, e não de ganância ou para tirar proveito do outro.</p><p>Outro exemplo de extrema importância é a tecnologia. Um instrumento do</p><p>bem, mas está sendo usada para atingir as pessoas. Não há respeito pela</p><p>opinião alheia e, quando isso acontece, emerge das profundezas, do limo,</p><p>criaturas tão animalescas instigando o mal nas mídias e redes sociais, que vão</p><p>envolvendo cada vez mais esses irmãos, até que eles não respondam mais por</p><p>si mesmos, e sim pelos outros.</p><p>Agora, minhas meninas, já falei demais. Vamos tomar um café com bolo,</p><p>que está quentinho.</p><p>As duas não tinham palavras. Ficaram de boca aberta.</p><p>Eduarda, com os olhos marejados, diz:</p><p>– Dona Vicentina, viemos aqui para dar uma palavra de consolo e</p><p>recebemos uma verdadeira aula de amor, compaixão e solidariedade. Como eu</p><p>gostaria que todo mundo pensasse como a senhora! Como o universo seria</p><p>melhor! Desculpe, melhor dizendo, a humanidade. Não o mundo em que</p><p>vivemos, pois sabemos que existem muitos lugares melhores.</p><p>– Que nada, Eduarda. Só falei o que grita o meu coração.</p><p>– Dona Vicentina, a senhora acha que tudo isso terá um fim? – quer saber</p><p>Vanda.</p><p>– Sim, minha filha, terá. Sabemos que estamos migrando para um planeta</p><p>de regeneração e ainda existirão planetas de provas e expiação. O aprendizado</p><p>não para nunca. Deus dará oportunidade para todas as suas ovelhas. Todas</p><p>aprenderão. Uns mais rápidos, outros mais lentamente, mas não ficará uma</p><p>ovelha desgarrada.</p><p>– Dona Vicentina, como é bom conversar com a senhora. Sempre tão</p><p>lúcida e esclarecedora.</p><p>– Sabe, meninas. Eu já vivi muito sofrimento e desilusão com as pessoas,</p><p>mas entendi que cada turbulência que vivi foi para o meu aprendizado. Resolvi</p><p>aceitar, por achar que eu precisava e, com isso, fui entendendo melhor as</p><p>pessoas, conseguindo perceber que o crescimento era meu. Hoje ainda tenho</p><p>muito a aprender, mas sou mais resignada, entendo mais o outro. Cada um está</p><p>no seu estágio de evolução. Ninguém passará as provas pelo outro. Portanto,</p><p>quem estiver do meu lado está para me ensinar algo. Eu preciso aprender e</p><p>ajudar também. Quando pensamos dessa forma, nada nos atinge. Apenas faz</p><p>com que reflitamos sobre o que precisamos aprender.</p><p>– E a senhora acha que essa pandemia está aí para nos ensinar algo? –</p><p>pergunta Eduarda.</p><p>– Tenho certeza, minha filha. Estamos sempre vivenciando oportunidades</p><p>para sermos melhores. A escolha é de cada um saber, entender e vivenciar com</p><p>serenidade.</p><p>Hoje, vemos mais tristeza vindo das pessoas do que da própria doença.</p><p>O vírus está levando para o plano espiritual as pessoas que precisavam</p><p>passar por esse resgate, mas muitas pessoas estão morrendo de outras formas,</p><p>através do suicídio, do desdém. As pessoas que não respeitam as regras que a</p><p>saúde está impondo estão, sim, desdenhando e, com isso, ficam mais</p><p>vulneráveis, partindo sem ser o seu momento. Outros, mais fracos, não estão</p><p>conseguindo entender, e morrem de solidão, depressão, e assim</p>

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