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<p>DISPEPSIA FUNCIONAL (SLIDES)</p><p>· O QUE É DISPEPSIA FUNCIONAL – (MARINALVA)</p><p>(A dispepsia funcional é uma condição caracterizada por dor ou desconforto crônico na região superior do abdômen, que não está associada a nenhuma alteração estrutural detectável no estômago ou no trato digestivo.) Frequentemente referida como indigestão crônica, dispepsia nervosa ou dispepsia não ulcerosa, essa condição se diferencia de problemas como gastrite ou úlceras por não apresentar sinais visíveis de inflamação ou lesão durante exames endoscópicos.</p><p>(A dispepsia funcional afeta cerca de 20% da população, sendo considerada uma condição bastante comum. Ela pode durar por longos períodos, e os sintomas tendem a ser persistentes ou recorrentes.) Muitas vezes, a dor ou o desconforto experimentado por pacientes com dispepsia funcional é muito semelhante àqueles observados em condições como a gastrite ou a úlcera gástrica ou duodenal. No entanto, mesmo após uma investigação médica abrangente, não se encontra uma causa clara para os sintomas.</p><p>· SINTOMAS – (ELY)</p><p>Os critérios de Roma IV são amplamente utilizados para padronizar o diagnóstico de distúrbios gastrointestinais funcionais, como a dispepsia funcional. Segundo esses critérios, a dispepsia funcional é definida pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas, que devem ter início há pelo menos seis meses e estar presentes nos últimos três meses:</p><p>1. Sensação incômoda de plenitude pós-prandial:</p><p>· Sentir-se excessivamente cheio ou "empanturrado" após refeições, mesmo comendo quantidades normais.</p><p>2. Saciedade precoce:</p><p>· Sensação de estar satisfeito rapidamente, mesmo após consumir pequenas porções de alimentos.</p><p>3. Dor epigástrica:</p><p>· Dor localizada na região superior do abdômen, na área conhecida como "boca do estômago".</p><p>4. Queimação estomacal:</p><p>· Sensação de queimação na região epigástrica, que não está associada ao refluxo gastroesofágico.</p><p>5. Inchaço abdominal;</p><p>6. Náuseas;</p><p>7. Eructação (arrotos).</p><p>Além disso, para que o diagnóstico de dispepsia funcional seja confirmado, o paciente não deve apresentar nenhuma evidência de doença estrutural no estômago ou duodeno que possa justificar esses sintomas, de acordo com uma endoscopia digestiva alta normal.</p><p>· CLASSIFICAÇÃO – (SUZETE)</p><p>A dispepsia funcional, de acordo com os critérios de Roma IV, pode ser subdividida em dois grupos principais com base nos sintomas predominantes:</p><p>1. Síndrome do desconforto pós-prandial:</p><p>· Caracterizada por sintomas que ocorrem predominantemente após as refeições, como:</p><p>· Plenitude pós-prandial: sensação de estar "empanturrado" ou muito cheio após comer.</p><p>· Saciedade precoce: o paciente se sente satisfeito muito rapidamente, mesmo após ingerir uma pequena quantidade de comida.</p><p>Esses sintomas estão mais relacionados à dificuldade de digestão e à sensação de desconforto após a alimentação.</p><p>2. Síndrome da dor epigástrica:</p><p>· Neste grupo, os sintomas predominantes são:</p><p>· Dor epigástrica: dor localizada na área superior do abdômen, conhecida como "boca do estômago".</p><p>· Queimação estomacal: sensação de queimação ou desconforto na mesma região.</p><p>Esse subtipo foca mais na dor e na sensação de queimação estomacal, que podem ocorrer de forma independente da ingestão de alimentos.</p><p>(Esses dois subgrupos auxiliam os profissionais de saúde a determinar o tratamento mais adequado), já que o manejo clínico pode variar conforme os sintomas predominantes em cada paciente.</p><p>· CAUSAS – (VIVIANE)</p><p>As causas exatas da dispepsia funcional ainda não são completamente compreendidas, mas há quatro fatores principais que estão relacionados ao surgimento dos sintomas:</p><p>1. Problemas motores no estômago: Há uma lentificação no processo de esvaziamento gástrico, ou seja, o estômago demora mais para liberar o alimento digerido para o intestino. Isso pode gerar a sensação de desconforto ou plenitude após as refeições.</p><p>2. Distúrbios psicológicos: Condições como depressão e ansiedade são frequentemente associadas à dispepsia funcional, indicando que fatores emocionais podem influenciar a percepção de dor e desconforto no estômago.</p><p>3. Hipersensibilidade ao estiramento gástrico: Algumas pessoas são mais sensíveis ao estiramento natural do estômago que ocorre quando comemos. Isso faz com que elas sintam dor ou desconforto após as refeições, mesmo que o volume de comida ingerido seja pequeno.</p><p>4. Infecção por Helicobacter pylori (H. pylori): A presença dessa bactéria no estômago, conhecida por causar gastrite e úlcera, pode desencadear sintomas de dispepsia funcional, mesmo quando não há sinais visíveis de inflamação ou úlcera no estômago.</p><p>Outros fatores de risco que podem contribuir para a dispepsia funcional incluem:</p><p>· Tabagismo.</p><p>· Consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes.</p><p>· Uso de anti-inflamatórios não esteroidais.</p><p>· Eventos estressantes; que podem atuar como gatilho para o aparecimento ou intensificação dos sintomas.</p><p>Esses fatores, em conjunto, ajudam a entender a natureza multifatorial da dispepsia funcional, que envolve uma combinação de alterações gastrointestinais, psicológicas e ambientais.</p><p>· DIAGNÓSTICO – (WENDELL)</p><p>O diagnóstico da dispepsia funcional é considerado um diagnóstico de exclusão, o que significa que é necessário descartar outras causas comuns de dispepsia antes de confirmar o quadro. O processo de diagnóstico envolve:</p><p>1. Avaliação clínica: O médico coleta um histórico detalhado dos sintomas do paciente, verificando a presença de sinais como plenitude pós-prandial, saciedade precoce ou dor epigástrica nos últimos três meses, com início dos sintomas há pelo menos seis meses. Esses são os critérios de Roma IV.</p><p>2. Endoscopia digestiva alta: Esse exame é crucial para descartar lesões visíveis no estômago ou duodeno, como gastrite, úlcera gástrica ou úlcera duodenal, que possam justificar os sintomas. A endoscopia é importante porque a dispepsia funcional é definida pela ausência de alterações estruturais visíveis no trato digestivo superior.</p><p>3. Exclusão de outras doenças: Além da endoscopia, é necessário eliminar a possibilidade de outras condições que possam causar sintomas semelhantes, como problemas na vesícula biliar, pancreatite ou refluxo gastroesofágico. Em alguns casos, exames adicionais, como ultrassonografia abdominal, tomografia ou exames laboratoriais, podem ser solicitados para investigar essas outras possíveis causas.</p><p>Somente após todas essas investigações e com a ausência de achados que expliquem os sintomas, o diagnóstico de dispepsia funcional pode ser confirmado. Isso reflete a natureza multifatorial da condição, onde não há uma causa estrutural óbvia.</p><p>· TRATAMENTO – (PATRÍCIA)</p><p>O tratamento da dispepsia funcional pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e as particularidades de cada paciente. Aqui estão as principais abordagens terapêuticas:</p><p>1. Ajustes na dieta</p><p>Embora não haja uma dieta específica universalmente eficaz para a dispepsia funcional, recomenda-se que os pacientes identifiquem e evitem alimentos que agravam seus sintomas. Alguns alimentos frequentemente associados ao desconforto incluem:</p><p>· Leite, álcool, cafeína, refrigerantes, alimentos gordurosos ou fritos, hortelã, tomates e frutas cítricas.</p><p>Dicas gerais:</p><p>· Fazer refeições menores e mais frequentes ao longo do dia.</p><p>· Evitar deitar-se nas primeiras 2 horas após as refeições.</p><p>· Elevar a cabeceira da cama para reduzir o refluxo.</p><p>· Perder peso, se houver sobrepeso, pode aliviar os sintomas.</p><p>· Parar de fumar.</p><p>2. Tratamento do H. pylori</p><p>Se o paciente for positivo para H. pylori, a erradicação da bactéria com antibióticos é recomendada, mesmo que não haja sinais de gastrite ou úlcera visíveis na endoscopia. Isso pode melhorar significativamente os sintomas.</p><p>3. Controle da acidez estomacal</p><p>Pacientes que testam negativo para H. pylori podem se beneficiar do uso de medicamentos que reduzem a acidez estomacal, como os inibidores da bomba de prótons (IBPs):</p><p>· Omeprazol, pantoprazol, esomeprazol e lansoprazol são opções comuns.</p><p>· A expectativa é de que os sintomas melhorem após 4 a 8 semanas de tratamento.</p><p>4. Apoio psicológico</p><p>Problemas</p><p>psicológicos, como ansiedade e depressão, estão frequentemente associados à dispepsia funcional. O acompanhamento psicológico pode ajudar a controlar esses fatores emocionais, além de melhorar a qualidade de vida do paciente.</p><p>· O uso de medicamentos antidepressivos, como a amitriptilina, pode ser útil em casos mais resistentes, principalmente por seu efeito neuromodulador sobre a dor. Alguns médicos preferem utilizar antidepressivos da classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS). (Fluoxetina, Sertralina, Escitalopram e Paroxetina)</p><p>O tratamento da dispepsia funcional é muitas vezes individualizado e pode envolver uma combinação de mudanças no estilo de vida, medicação e apoio psicológico, com foco em melhorar a qualidade de vida dos pacientes.</p><p>· CONCLUSÃO</p><p>A dispepsia funcional é uma condição crônica, e os sintomas podem variar ao longo do tempo. Embora não seja uma ameaça à vida, ela pode afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento adequado, combinado com mudanças no estilo de vida, pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar o bem-estar dos indivíduos afetados.</p><p>(Em resumo, a dispepsia funcional é uma condição comum e desafiadora, caracterizada por sintomas crônicos de desconforto digestivo sem uma causa estrutural aparente. O manejo é multifacetado e inclui desde mudanças na dieta até intervenções médicas e psicológicas, conforme a gravidade e a persistência dos sintomas).</p>