Fatores geográficos

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Fatores geográficos e influência sobre o
clima
Apresentação
Contribuem na diferenciação dos elementos do clima os fatores geográficos, como temperatura,
umidade do ar, pressão atmosférica e precipitação, que favorecem, de forma relevante, na
configuração das paisagens, as quais se adaptam e se desenvolvem em função dos elementos e dos
fatores do clima.
A ação do homem, no decorrer dos milhares de anos e mais especificamente nos últimos séculos,
tem promovido muitas mudanças na paisagem, especialmente com a urbanização e a
industrialização. Essas alterações provocam reações por parte dos elementos do clima, que
repercutem não somente na paisagem natural, mas também na sociedade, na economia e no meio
ambiente. Portanto, a compreensão da interferência das atividades humanas nos elementos do
clima torna-se essencial para examinar os diversos eventos climáticos e meteorológicos e, dessa
maneira, encontrar fomas de minimizar os impactos causados pelo homem nos processos
atmosféricos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a relação entre os elementos climáticos e os
fatores geográficos do clima, e ver como essa interação interfere nas diversas paisagens do planeta
Terra. Além disso, também vai compreender a influência da ação antrópica nos elementos do clima
e as suas consequências.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever os fatores geográficos e suas especificidades no âmbito da climatologia.•
Caracterizar as ações humanas que influenciam nos elementos do clima.•
Apontar características e particularidades da paisagem geográfica em decorrência dos
elementos do clima.
•
Desafio
A poluição atmosférica é uma das consequências das atividades antrópicas que interferem nos
elementos do clima, especialmente na temperatura do ar. O aquecimento global e as mudanças
climáticas são temáticas muito debatidas quando há, por exemplo, eventos que envolvem chuvas
intensas, tempestades ou períodos de estiagem e secas mais prolongadas.
Todos esses eventos podem estar associados à intensificação do efeito estufa, que é um fenômeno
atmosférico natural muito importante, pois possibilita a vida na Terra. A potencialização do efeito
estufa, porém, estaria relacionada ao aumento das emissões de gases desse fenômeno por
atividades antrópicas diversas, como a queima de combustíveis fósseis e florestas tropicais,
atividades agrícolas, urbanas e industriais, que emitem CO2, CH4 e NOx, o que aumenta a
quantidade de calor reemitida pela atmosfera para a superfície terrestre, interferindo nos
elementos do clima e, por conseguinte, alterando os padrões da paisagem. Entretanto, pesquisas
também têm demonstrado que a Terra já enfrentou momentos de aquecimento e resfriamento
muito antes do aparecimento do homem.
Sendo assim, neste Desafio, coloque-se no papel de especialista e imagine que você está
palestrando sobre as variações de temperatura média global no decorrer do tempo e, para isso,
apresentou dois gráficos em escala temporal.
Veja:
Com base nesses dados, busque explicar as seguintes questões:
1) Considerando o Gráfico 1, qual é a sua percepção sobre as anomalias da temperatura em escala
global e quais são os possíveis eventos que podem estar associados a essas anomalias antes do
aparecimento do homem?
2) Analisando o Gráfico 2, qual é a sua percepção sobre as causas da elevação da temperatura nos
dias atuais? As causas do aumento podem ser relacionadas ao Gráfico 1?
Infográfico
As diversas paisagens são originadas pela ação de diversos fatores relacionados à interação dos
sistemas terrestres, como a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera, a pedosfera e a biosfera. O clima,
representado pelos elementos climáticos e os fatores geográficos, tem um papel essencial,
sendo responsável pela temperatura, pela umidade, pelos ventos e pelos fenômenos atmosféricos,
que atuam na dinâmica da paisagem em ciclos de tempo de curta duração e de longa duração,
formando os biomas, isto é, conjuntos de ecossistemas com características semelhantes, dispostos
em uma mesma região e associados aos fatores geográficos do clima.
Sendo assim, acesse o Infográfico para conhecer os biomas existentes no Brasil e sua relação com
os fatores geográficos.
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Conteúdo do livro
Ao ver uma paisagem com alguma característica diferente, você imagina quais são os processos
relacionados para conferir uma determinada peculiaridade a um local ou uma região? É sabido que
a origem das paisagens está relacionada a uma série de acontecimentos de ordem temporal,
geológica, geomorfológica, climática, entre outros. Os elementos do clima, juntamente com os
fatores geográficos, são responsáveis por conferir algumas características às diversas paisagens do
globo, em virtude da diferenciação climática que cada região da Terra apresenta.
Nesse contexto, a ação antrópica, considerada um fator geográfico do clima, tem ganhado
importância e magnitude nos últimos séculos, em função do aumento populacional e dos processos
de urbanização e industrialização. Assim, é possível afirmar que o progresso humano ocasionou a
alteração da paisagem, por meio da mudança da cobertura do solo e do lançamento de poluentes
diversos, aumentando o calor retido pela atmosfera e, ainda, alterando outros elementos, como a
umidade do ar e a pressão atmosférica, o que gera consequências diversas.
Leia o capítulo Fatores geográficos e influência sobre o clima, da obra, Climatologia, base teórica
desta Unidade de Aprendizagem, para compreender a relação dos fatores geográficos com a
climatologia e perceber como ocorrem as interferências nas paisagens geográficas. Ainda, você verá
como os elementos do clima podem ser influenciados pelas ações humanas.
Boa leitura.
Fatores geográficos e 
influência sobre o clima
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os fatores geográficos e suas especificidades no âmbito 
da climatologia.
  Caracterizar as ações humanas que influenciam nos elementos do 
clima.
  Apontar as características e particularidades da paisagem geográfica 
em decorrência dos elementos do clima.
Introdução
Os elementos do clima, como a pressão atmosférica, a temperatura do ar 
e a umidade, interagem na formação dos diferentes climas da Terra. Entre-
tanto, esses elementos, em suas diferentes manifestações, variam tanto no 
tempo quanto no espaço, devido à influência dos fatores geográficos do 
clima. A variabilidade climática permite a existência de uma infinidade de 
paisagens, com características importantes para a sociedade e a economia 
Com o aumento da população e o advento de novas técnicas e modos 
de exploração da paisagem, por meio da expansão das áreas urbanas, 
rurais e industriais, muitas alterações que têm ocorrido nos sistemas 
naturais podem impactar de forma direta e indireta os elementos do 
clima. Esses elementos passam a ter a sua dinâmica alterada, o que gera 
consequências não só para a sociedade e para a economia, mas também 
para a paisagem.
Neste capítulo, você vai aprender sobre a relação entre os fatores 
geográficos e a climatologia. Você também vai verificar como os ele-
mentos do clima atuam, de forma conjunta, na dinâmica atmosférica e 
vai identificar as características da paisagem geográfica que decorrem 
dos elementos do clima.
Os fatores geográficos e a climatologia
Para melhor compreender as diferenças na paisagem, é necessário entender os
diferentes estados meteorológicos e os climas nos diversos pontos do planeta.
Os elementos do clima, como a temperatura e a umidade do ar, e os fatores
climáticos são os responsáveis pela variabilidade climática, que se reflete nas
paisagens e na forma como elas se reproduzem no espaço geográfico. Conforme
apontamMendonça e Danni-Oliveira (2007), os fatores climáticos consistem
nas características geográficas estáticas responsáveispela diversificação da
paisagem: latitude, altitude, continentalidade/maritimidade, correntes marí-
timas, relevo, cobertura do solo e atividades humanas. Além dos elementos e
dos fatores do clima, também devemos considerar os aspectos dinâmicos do
meio oceânico e atmosférico, como correntes oceânicas, massas de ar e frentes
que, atuando de forma integrada, qualificam os diversos climas da Terra.
Latitude
A latitude é a distância de um determinado local sobre a superfície da Terra
em relação à linha do Equador. Ela varia de 0°, local situado sobre a linha do
Equador, até 90°, local situado em uma das regiões polares. A latitude é um
importante fator climático, pois está relacionada à quantidade de energia que
entra no sistema superfície e atmosfera, isto é, a radiação solar.
O que define o ângulo de incidência dos raios do Sol sobre a superfície de
uma determinada região é a relação entre a latitude do lugar e a época do ano.
Portanto, a disponibilidade de energia em uma dada região é determinada pelo
ângulo com que a energia atinge a superfície. Assim, quanto maior a latitude,
mais longe estaremos da linha do Equador e menor será a temperatura.
Em outras palavras, quanto mais perpendicular o feixe de raios solares
incidir sobre a superfície, menor será a área da superfície por ele atingida,
promovendo uma maior concentração de energia por unidade de área quando
comparado a uma incidência oblíqua, conforme lecionam Torres e Machado
(2011) e demonstra a Figura 1.
Fatores geográficos e influência sobre o clima2
Figura 1. A inclinação do eixo da Terra provoca a distribuição da energia do sol de forma 
paralela no Equador e perpendicular nas latitudes médias e nos polos. 
Fonte: NoPainNoGain/Shutterstock.com.
Luz solarHemisfério
à noite
Hemisfério
durante o dia
A quantidade de energia recebida é influenciada por alguns condicionantes,
que estão listados a seguir, com base em Barry e Chorley (2013) e Torres e
Machado (2011).
 O movimento de rotação da Terra é responsável pela definição do dia
e da noite em um dado hemisfério, de acordo com a posição da Terra
em relação ao sol. O movimento de rotação provoca uma diferenciação
da entrada de energia, considerando o tempo de duração do dia e da
noite, a latitude e a época do ano.
 A inclinação do eixo da Terra sobre o plano da elíptica, em que o
planeta realiza o movimento de translação, limita a máxima intensi-
dade de energia a uma restrita faixa compreendida entre o Trópico de
Capricórnio (23°23’ S) e o Trópico de Câncer (23°23’ N), conforme
lecionam Torres e Machado (2011). Além disso, o próprio movimento
de translação realizado pela Terra em torno do sol distribui a energia
do sol de forma sazonal, promovendo uma maior recepção de energia
em determinadas regiões, em detrimento de outras, de acordo com a
época do ano (Figura 2).
 A distância entre a Terra e o Sol e a aparente forma esférica da Terra
fazem com que os raios de sol atinjam a superfície de forma paralela,
mas não uniforme.
3Fatores geográficos e influência sobre o clima
Figura 2. A inclinação do eixo da Terra, associada ao movimento de translação, provocam 
a distribuição, de forma desigual, da energia do sol ao longo do ano, sendo responsáveis 
pelas estações do ano, pelas variações dos tipos climáticos e pelas alternâncias nas paisagens 
das diversas regiões do planeta. 
Fonte: Barry e Chorley (2013, p. 45).
Altitude
A altitude é a altura de referência de um ponto qualquer situado sobre a super-
fície terrestre, emmetros, em relação ao nível do mar. É um fator climático que
influencia na retenção de calor pela superfície, pois, quanto maior a altitude,
menor será a retenção de calor por parte dos gases na atmosfera terrestre, já
que o ar se torna rarefeito à medida que a altitude aumenta. A temperatura
diminui, em média, 0,65°C a cada 100 metros de altitude.
Fatores geográficos e influência sobre o clima4
Você já percebeu que os picos de algumas montanhas permanecem com neve, mesmo 
com o céu azul e com bastante sol? Como o ar é rarefeito em altitudes elevadas, a 
capacidade de retenção do calor do sol é menor; por isso, o topo das montanhas 
permanece coberto por gelo, conforme ilustra a figura abaixo. 
Fonte: Seqoya/Shutterstock.com.
Maritimidade e continentalidade
Amaritimidade e a continentalidade se referem à interferência da proximidade
ou da distância de um determinado local em relação aos mares e oceanos,
respectivamente. Devido à diferença de calor específico entre a superfície
terrestre (continente) e a água (mares e oceanos), o continente se aquece e
se resfria mais rapidamente do que a água. O efeito da maritimidade atua na
homogeneização das temperaturas costeiras, atenuando ou amenizando as
diferenças térmicas, refletindo em pequenas amplitudes entre o dia e a noite.
Já o efeito da continentalidade é o inverso, ou seja, nas áreas mais afastadas
da costa ou no interior do continente, as amplitudes térmicas tendem a ser
5Fatores geográficos e influência sobre o clima
maiores, já que o resfriamento do continente à noite e o aquecimento durante
o dia são mais rápidos.
Como a água retém calor por mais tempo do que o solo, a temperatura das regiões 
litorâneas se mantém praticamente constante. Isso porque, durante o dia, a água 
absorve o calor do sol, e, à noite, quando o ar deveria estar frio, a irradiação lenta 
do calor absorvido pela massa de água faz com que o ar se aqueça, mantendo e 
amenizando a temperatura em qualquer estação. O fenômeno inverso ocorre no 
continente: como o solo perde a temperatura mais rapidamente, não possui reserva de 
calor para aquecer o ar durante a noite; assim, a amplitude térmica é maior, acentuando 
a tendência da temperatura.
Correntes marítimas
As correntes marítimas são movimentos de grandes parcelas de água no
oceano, que se deslocam quase sempre na mesma direção, em paralelo com
as massas de ar. Elas são movimentadas em função da temperatura, conforme
a latitude e a salinidade da água, que alteram a sua densidade, tornando-a
mais pesada ou mais leve. Além disso, as correntes marítimas se movimentam
influenciadas pelos ventos, pelas diferenças de pressão, pela força das marés e
pela força de Coriolis, conforme lecionam Torres e Machado (2011) e Souza e
Miranda (2013). Dessa forma, as correntes marítimas atuam no transporte de
umidade e calor, influenciando, assim, no clima das regiões em que atuam, em
uma ação paralela às massas de ar, sendo das altas para as médias latitudes.
Cobertura do solo 
Os diferentes tipos de superfície, como solo exposto, solo com vegetação,
solo coberto com neve, o tipo de solo, os tipos de vegetação, a quantidade
e a configuração das construções em decorrência de urbanização, entre ou-
tros aspectos, refletem diferentes porcentagens da luz solar incidente. Essa
propriedade está relacionada ao albedo, que é a capacidade de reflexão da
radiação solar de uma determinada superfície (Figura 3). Albedos ou índices
Fatores geográficos e influência sobre o clima6
de reflexão diferentes interferem na dinâmica dos elementos do clima, como
a temperatura do ar, a umidade do ar e a pressão atmosférica.
Figura 3. O albedo se refere à capacidade de reflexão da energia recebida pelo sol de 
uma determinada superfície, de acordo com suas características físicas, químicas, térmicas, 
entre outras. 
Fonte: ValentinaKru/Shutterstock.com.
A forma e a intensidade com que a energia do sol é refletida ou absorvida variam 
conforme a superfície na qual a radiação solar incide. Tal aspecto influencia nos dife-
rentes elementos do clima. Algumas variáveis são empregadas para a análise desse 
contexto, conforme descrito abaixo:
  albedo — indica a refletividade total de uma superfí cie;
  absortividade — consiste na fraç ã o de energia incidente que é absorvida pelo 
material;
  refletividade — consiste na fraç ã o de energia incidente que é refletida pelo material;
  transmissividade — consiste na fraç ã o de energia incidente que é transmitida 
pelo material.
7Fatores geográficose influência sobre o clima
Os elementos do clima e a ação antrópica
Os elementos do clima interferem na vida do homem de várias formas. Da
mesma maneira, o homem influencia na dinâmica dos elementos climáticos,
por meio de suas diversas atividades. A influência do homem no clima tem
aumentado ano após ano de forma considerável, devido ao crescimento da
população, à maior necessidade de uso do aparato produtivo e urbano, para
dar condições de sobrevivência à população, e aos avanços tecnológicos, que
modificam o consumo, a produção industrial, dentre outros aspectos.
Dessa forma, o homem consegue exercer influência sobre o clima local,
regional e global. Várias ações podem ser citadas nesse sentido:
 o sistema de consumo como o conhecemos;
 o distanciamento entre o homem e a natureza, mesmo que esta seja
essencial para a possibilidade de vida;
 a separação de todos os elementos humanos e naturais em detrimento
do crescimento econômico.
Assim, as várias atividades e ações realizadas pelo homem que influenciam
os elementos do clima estão associadas à urbanização, à industrialização, ao
desmatamento, às atividades agropecuárias, à construção de barragens para
finalidades diversas, entre outras. A urbanização e a industrialização, por
exemplo, podem provocar a alteração das propriedades químicas, térmicas,
hidrológicas e dos parâmetros aerodinâmicos, como a presença de obstáculos
devido ao tamanho dos edifícios e a alteração da rugosidade do território
devido às construções, que atrapalham o fluxo dos ventos. Pode-se citar ainda
a remoção dos solos, a alteração dos cursos de água, a drenagem de rios e
a alteração dos lençóis freáticos, além do lançamento de material gasoso ou
particulado na atmosfera, que também ocasionam alterações nos elementos
do clima.
Fatores geográficos e influência sobre o clima8
Quando há a substituição de uma área de vegetação por construções com telhados 
ou pavimentos e a pavimentação asfáltica das ruas, ocorre a redução da radiação 
em ondas longas e em ondas curtas nas áreas urbanas, aumentando a temperatura, 
mesmo quando a duração da insolação é menor.
Os elementos do clima têm a sua dinâmica afetada em ambientes urbanos,
devido às diversas alterações realizadas no meio natural. Com relação à tem-
peratura, as construções das cidades apresentam maior capacidade térmica e
condutividade, pois absorvemmais radiação durante o dia, liberando-a à noite;
com isso, a temperatura do ar se mantém mais quente do que o padrão. Além
disso, há o acréscimo de calor pela combustão veicular, pelo aquecimento
artificial dos espaços e pelo próprio metabolismo humano e animal.
Ainda, pelo fato de os ambientes urbanos serem desprovidos, em sua
maioria, de áreas alagadas ou pequenos corpos de água, de cobertura vegetal e
de escoamento superficial, tornam-se ambientes secos. As estruturas urbanas
também provocam a alteração no fluxo de ventos, devido ao efeito de fricção
das construções, que reduzem a troca de ar dos centos urbanos com as áreas
mais frias circundantes, afetando os processos de evaporação, que contribuem
para o resfriamento a nível local.
A concentração de poluentes nos centros urbanos também é responsável
pela alteração nos elementos do clima. O acréscimo de moléculas e materiais
particulados na atmosfera ocorre em decorrência dos poluentes liberados
pelas diversas atividades antrópicas, como gases provenientes da queima de
combustíveis fósseis, atividades industriais e agrícolas, dentre outras fontes. O
aumento da concentração do vapor de água, do ozônio (O
3
), do metano (CH
4
),
dos óxidos de nitrogênio (NO
x
) e do dióxido de carbono (CO
2
), por exemplo,
promove uma maior retenção de radiação de ondas longas na atmosfera pró-
xima à superfície, reemitindo a radiação para a superfície e aumentando a
temperatura da Terra.
Além disso, o aumento do CO
2
provoca maior absorção da radiação de ondas
curtas, elevando a temperatura, as taxas de evaporação e, consequentemente,
a quantidade de vapor de água na atmosfera. Com isso, tem-se um aumento
da nebulosidade, que intensifica o efeito estufa, caracterizando o aquecimento
global, incrementando a temperatura média global e sendo responsável por
9Fatores geográficos e influência sobre o clima
diversas mudanças no estado do tempo e do clima como um todo, conforme
Torres e Machado (2011). Ainda, a dissolução na camada de ozônio aumenta
devido a esses poluentes.
A ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com 
elevado grau de urbanização. Devido à alteração da cobertura do solo nas cidades, o 
ar atmosférico na cidade é mais quente do que nas áreas vizinhas, pois as estruturas 
urbanas aquecem e retêm o calor por mais tempo, atuando como uma “ilha”. O nome 
ilha de calor, portanto, relaciona-se ao fato de a cidade apresentar em seu centro uma 
taxa de calor muito alta, enquanto, no entorno, a taxa de calor é normal. 
Em áreas que apresentam taxas elevadas de poluição atmosférica, como as
grandes cidades, que apresentam numerosas indústrias e circulação de veículos
diversos, a inversão térmica impede a dispersão dos poluentes, mantendo-os
próximos à superfície. A inversão térmica é uma condição meteorológica que
ocorre quando uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio,
impedindo o movimento ascendente do ar, já que o ar abaixo dessa camada
é mais frio e, portanto, mais pesado. Devido às características térmicas das
camadas de ar, o vapor se concentra na camada mais quente, enquanto os
poluentes se concentram na camada mais fria.
O desmatamento interfere tanto nos elementos do clima como em outros
aspectos relacionados à paisagem. A vegetação tem um efeito importante
nas condições de temperatura, pois ela protege a superfície da radiação solar,
evitando a perda de calor por evapotranspiração, e atua na diminuição da
velocidade do vento, impedindo o movimento vertical do ar, que influencia o
ambiente térmico, conforme apontam Barry e Chorley (2013). Dessa forma,
quando a vegetação é removida, a temperatura do ar tende a aumentar, devido
ao maior valor do albedo do solo exposto e das construções, afetando o balanço
térmico e o teor de umidade.
Fatores geográficos e influência sobre o clima10
A exemplo, pode-se salientar que o desmatamento na Amazônia Brasileira tem como 
consequência o excesso de chuvas no Sudeste e as secas no Sul, pois as massas 
úmidas da Amazônia não conseguem mais chegar à região Sul do Brasil, por perderem 
volume. Em tempo: a Amazônia estabelece o equilíbrio térmico e hídrico em toda a 
América do Sul. 
Complementando, o desmatamento reduz a biodiversidade animal e ve-
getal, alterando a dinâmica da paisagem e desequilibrando os ecossistemas.
Além disso, a remoção da vegetação deixa o solo desprotegido, favorecendo a
atuação dos processos erosivos pela ação da chuva e dos ventos. As perdas de
solo por erosão afetam a paisagem, pois a fertilidade do solo diminui, devido
à lixiviação promovida pelo escoamento superficial. Outros riscos ambientais
associados à erosão incluem o aparecimento de ravinas e voçorocas, que podem
inviabilizar o uso do solo.
Elementos do clima e a paisagem geográfica
Cada local ou região do planeta apresenta condições físicas ou geográficas que
são capazes de influenciar e modificar a dinâmica dos elementos do clima. O
conjunto de elementos climáticos, como a temperatura, a pressão atmosférica
e a umidade, associado às influências dos fatores geográficos de uma região,
refletem nos processos de precipitação, insolação e padrão de ventos, conforme
apontam Souza e Miranda (2013).
Existe correlação entre a variação da latitude e a modificação geral dos
valores da temperatura e da pressão atmosférica e, dessa forma, no processo
de formação dos ventos. Essa variação também está relacionada à radiação
solar, que se apresenta de forma perpendicular na zona intertropical, incidindo
de forma mais oblíqua à medida que se aproxima dos polos, conforme visto
anteriormente. Como resultado, os climas têm seus valorestérmicos na razão
inversa da latitude: quanto maior a latitude, menor a temperatura.
Quanto à precipitação, há um máximo principal no Equador, dois
secundários na altura das latitudes médias, relacionados às áreas de baixa
pressão, e dois mínimos nas latitudes em torno dos 30° e nos polos Norte e
11Fatores geográficos e influência sobre o clima
Sul, correspondendo às zonas de alta pressão. Devido à concentração máxima
de umidade e de calor na região equatorial, essa região se torna uma zona de
alta pluviosidade. À medida que o calor e a umidade são distribuídos para as
latitudes médias e os polos, a intensidade e a frequência das chuvas diminuem,
conforme Mendonça e Danni-Oliveira (2007).
As paisagens geográficas podem ser definidas como uma porção do espaço
geográfico — que reúne um conjunto de elementos do sistema natural, como
as rochas, os minerais, o relevo, os solos e a fauna e a flora — que está em
transformação constante por processos geológicos, hidrológicos e atmosféricos.
Não se pode ignorar a ação humana, atividade cada vez mais intensa e que
passou a interferir de forma considerável na paisagem.
Os elementos do clima possuem um papel primordial na formação e na
manutenção das paisagens, pois são responsáveis pelo fornecimento de energia
e água. Dessa forma, podemos utilizar os tipos climáticos para compreender
e definir as principais paisagens geográficas da Terra (Figura 4).
Figura 4. Principais climas do planeta Terra e sua localização de acordo com a latitude.
Fonte: A7880S/Shutterstock.com. 
MAPA DE ZONAS CLIMÁTICAS DO PLANETA
Clima polar
Clima subpolar
Clima temperado
Clima subtropical
Clima tropical
Clima subequatorial
Clima equatorial
A paisagem é influenciada, portanto, pelos tipos climáticos predomi-
nantes, que podem ser classificados em climas megatérmicos, climas secos,
climas mesotérmicos, climas frios úmidos e climas polares, apontam Torres
e Machado (2011).
Fatores geográficos e influência sobre o clima12
Climas megatérmicos
Os climas megatérmicos são aqueles associados a altas temperaturas e taxas
de umidade, e incluem os climas equatorial, subequatorial e tropical. Nas
regiões de climas equatoriais, que estão localizadas próximas ao Equador,
não há uma estação seca, devido à convergência da umidade de ambos os
hemisférios e, ainda, à evapotranspiração vegetal, responsável por mais de 50%
da precipitação local, conforme lecionam Torres eMachado (2011). A presença
de calor e umidade elevada favorece a manifestação da grande diversidade
vegetal e animal, como as grandes florestas encontradas próximas à linha do
Equador, como a Amazônica (Figura 5). São paisagens caracterizadas por
vegetação densa, com espécies megatérmicas e higrófilas, com folhas grandes
e largas, apresentando grande diversidade, em que sobressaem árvores com
até 50 metros de altura.
Figura 5. Floresta Amazônica, no Brasil.
Fonte: Gustavo Frazao/Shutterstock.com. 
13Fatores geográficos e influência sobre o clima
O desmatamento é um dos grandes problemas das florestas equatoriais, e muitas 
áreas têm se transformado em áreas de pastagem e de cultivo agrícola. Devido às 
queimadas e à remoção da vegetação nativa, o solo perde a sua proteção natural, 
perdendo a fertilidade natural de forma rápida, por meio da lixiviação, além de estar 
mais suscetível aos processos erosivos. 
Os climas tropicais se caracterizam por apresentar duas estações bem
definidas, uma seca e outra úmida, frutos da alternância entre as massas
de ar equatoriais e tropicais, que provocam a estação chuvosa, e as massas
polares, responsáveis pela estação seca do ano, conforme lecionam Torres
e Machado (2011). Apresentam amplitude térmica mais destacada do que o
clima equatorial. Dependendo da localização da região em relação ao oceano
e da força das massas de ar polares ou tropicais, a estação seca pode durar de
três a oito meses. Devido à menor presença de umidade, a vegetação é mais
aberta, sendo conhecida como savana.
Climas secos
O clima semiárido ocorre em regiões com domínio mais longo de massas de
ar secas, quando comparadas às regiões de climas tropicais. As massas de ar
secas podem ser explicadas pelas barreiras geográficas, como o relevo, ou à
atuação de zonas de baixa pressão que atraem as massas úmidas, impedindo
a sua chegada. O clima semiárido apresenta maior umidade em relação aos
climas desérticos, com precipitação anual entre 250 e 500 milímetros, mas com
a predominância dos processos de evaporação em detrimento da precipitação.
A vegetação característica é chamada de estepe semiárida; no Brasil, a sua
correspondente é a caatinga nordestina.
O clima desértico quente é influenciado pela atuação direta da zona de
alta pressão dos 30°, que, devido ao movimento do sistema de alta pressão,
primeiro descendente e depois dispersor de massas secas, dificulta a chegada
da umidade. Esse mecanismo é o responsável pelo aparecimento dos maiores
desertos quentes do globo, como o Saara (Figura 6). Já o clima desértico frio
apresenta invernos frios, rigorosos, com médias negativas e verões quentes,
apresentando amplitudes térmicas maiores do que as dos desertos quentes.
Fatores geográficos e influência sobre o clima14
Figura 6. Deserto do Saara, na região do Marrocos.
Fonte: Bruno Ismael Silva Alves/Shutterstock.com.
O deserto de Gobi, situado na região norte da República Popular da China e na região sul 
da Mongólia, na Ásia, é um deserto frio. A origem do deserto de Gobi está relacionada 
ao barramento das massas de ar úmidas vindas das latitudes médias pelo Himalaia.
Climas mesotérmicos
O clima subtropical é um clima de transição entre o tropical e o temperado
e está associado ao recebimento das massas de ar úmidas vindas do oceano,
graças ao efeito de Coriolis, além da alternância entre as massas de ar polares
e as massas de ar tropicais, com predomínio das primeiras. Suas amplitudes
térmicas anuais são mais destacadas, apresentando invernos frios e verões
quentes, com a possibilidade de geadas e neve em áreas de altitude mais
elevada. É também caracterizado por apresentar altas taxas de pluviosidade,
15Fatores geográficos e influência sobre o clima
que variam entre 1.000 mm e 2.000 mm bem distribuídos ao longo do ano,
apesar de maior concentração no verão, em razão das massas quentes e úmidas.
As áreas subtropicais apresentam uma vegetação que varia de acordo
com a altitude e a latitude; mas, de forma geral, são compostas por florestas
subtropicais, que podem ser caducifólias, ou seja, perdem suas folhas nas
estações mais frias. No Brasil, além de florestas subtropicais, como a mata
Atlântica, que se estende do litoral do Rio Grande do Sul até o litoral nordes-
tino, há também o pampa gaúcho, tipo de pradaria presente nas planícies do
Rio Grande do Sul, e os domínios das araucárias (Figura 7).
Figura 7. (a) Pampa gaúcho e (b) mata de araucárias, no Brasil.
Fonte: Arquivo Sagah; Bernard Barroso/Shutterstock.com.
(a)
(b)
Fatores geográficos e influência sobre o clima16
Climas frios úmidos
Os climas frios úmidos, também denominados climas temperados, são ca-
racterizados por apresentarem as quatro estações do ano bem definidas. São
climas mais restritos ao hemisfério norte, devido à maior concentração de
continentes nessa faixa latitudinal e à maior repartição entre continentes e
oceanos, destacando a influência da continentalidade em detrimento da mariti-
midade, conforme apontam Torres e Machado (2011). Durante o verão, atuam
sobre essas regiões as massas tropicais continentais e oceânicas e, durante o
inverno, as massas polares. A amplitude térmica é bem elevada, tanto anual
quanto diária, e varia de temperaturas negativas de –3°C até aproximadamente
18°C; em dias mais quentes, varia de 22° a 24° C, promovendo calor no verão
e geadas e neve no inverno. A precipitação média é alta, em torno de 1.500
mm por ano, conforme Mendonça e Danni-Oliveira (2007).
Os climas temperados sã o climas mais restritos ao hemisfério norte, em decorrên-
cia da maior concentração de continentes e damaior repartição entre continentes 
e oceanos observadas nessa latitude. A continentalidade, nesse caso, exerce uma 
grande influência sobre o clima, reduzindo o poder da maritimidade e resultando em 
amplitudes térmicas destacadas. 
A grande amplitude térmica observada nos climas frios úmidos torna-se um
fator seletivo para a paisagem, pois restringe um grande número de espécies
vegetais e animais. Poucas espécies conseguem resistir às variações climáticas,
como temperaturas entre –3°C e 22°C; por isso, as florestas se apresentam de
forma mais homogênea, sendo conhecidas como taiga (Figura 8), comuns no
norte do Canadá e na Rússia, em latitudes acima dos 40º Norte. As árvores
apresentam folhas aciculares, para auxiliar na sobrevivência da planta em
ambientes que são constantemente atingidos por neve.
17Fatores geográficos e influência sobre o clima
Figura 8. Floresta de taiga, evidenciando a adaptação das espécies vegetais aos climas 
mais severos.
Fonte: Anastasiia Kachkova/Shutterstock.com. 
Climas polares
Os climas polares estão localizados nas regiões próximas aos polos, entre os
paralelos de 50° e 70° de latitude; também são observados em grandes altitu-
des, como nas montanhas da Cordilheira dos Andes, do Himalaia, dos Alpes
e Rochosas, entre outras. Devido à localização, o ganho energético diminui
drasticamente, refletindo-se na temperatura, que apresenta umamédia de –20°C
a 10°C, com baixa precipitação, que varia entre 50 mm e 450 mm. A paisagem
é formada por uma vegetação conhecida como tundra, que se caracteriza por
ser rasteira e permanecer sob o gelo boa parte do ano (Figura 9).
Fatores geográficos e influência sobre o clima18
Figura 9. Vegetação de tundra, soterrada por neve.
Fonte: Troutnut/Shutterstock.com.
BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosfera, tempo e clima. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
MENDONÇA, F.; DANINI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. 
3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
SOUZA, L.; MIRANDA, R. A. C. Climatologia geográfica. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 
2013. 2 v.
TORRES, F. T. P.; MACHADO, P. J. O. Introduç ã o a climatologia. Sã o Paulo: Cengage Le-
arning, 2011.
Leituras recomendadas
AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand 
do Brasil, 1988.
DEMILLO, R. Como funciona o clima. São Paulo. Quark Books, 1998.
HELENE, M. E. M. et al. Poluentes atmosféricos. Porto Alegre: Scipione, 1994.
HORNES, K. L. et al. Tornado. Ciência geográfica, v. 19, n. 1, p. 40-54, 2015.
MONTEIRO, C. A. F. Cadernos geográficos: o estudo geográfico do clima. Florianópolis: 
Imprensa Universitária, 1999.
VIANELLO, R. L.; ALVEZ, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: UFV, 1991.
19Fatores geográficos e influência sobre o clima
Dica do professor
O planeta Terra apresenta uma grande diversidade de paisagens devido à ação do clima. Além
disso, a dinâmica climática associada à história geológica e aos sistemas naturais presentes no
planeta são responsáveis pelas mais belas e diferentes paisagens.
Nesse contexto, a Dica do Professor vai tratar sobre uma das paisagens mais interessantes do
planeta, os desertos. Que tal conhecer e entender o papel dos fatores e elementos do clima na sua
formação?
Veja a seguir.
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Exercícios
1) Constituem as características geográficas estáticas responsáveis pela diversificação da
paisagem os fatores climáticos, que são a latitude, a altitude, a
continentalidade/maritimidade, as correntes marítimas, o relevo, a cobertura do solo e as
atividades humanas.
Sobre essas características, assinale a alternativa correta:
A) A latitude é a distância de um determinado local sobre a superfície da Terra ao Equador, e
constitui um importante fator climático, pois determina a quantidade de umidade que entra
no sistema superfície atmosfera.
B) A altitude é a altura de referência de um ponto qualquer situado sobre a superfície terrestre,
em metros, em relação ao nível do mar, e apresenta importância como fator geográfico, pois
quanto maior a altitude, maior será a retenção de calor por parte dos gases na atmosfera
terrestre.
C) As correntes marítimas são movimentos de grandes parcelas de água no oceano, que se
deslocam quase sempre na mesma direção, e são movimentadas em função dos ventos, não
importando, por exemplo, sua composição química, sua temperatura e a força de Coriolis.
D) A cobertura do solo atua na capacidade de reflexão da radiação solar de uma determinada
superfície, ou seja, as diferentes características das superfícies determinam a quantidade de
energia absorvida ou refletida, que são iguais para todos em virtude da posição em que
recebem a energia do Sol.
E) A maritimidade e a continentalidade referem-se à interferência da proximidade ou da
distância de um determinado local em relação aos mares e oceanos. Devido à diferença de
calor específico entre a superfície terrestre (continente) e a água (mares e oceanos), o
continente se aquece e se resfria mais rapidamente que a água.
2) Por um lado, os elementos do clima, como temperatura, umidade do ar e pressão
atmosférica, influenciam a vida do homem de várias formas; por outro lado, o homem
interfere na dinâmica dos elementos climáticos, por meio de suas diversas atividades.
Nesse contexto, levando em consideração as atividades humanas e a interferência nos
elementos do clima, pode-se afirmar que:
A) a urbanização e a industrialização provocam poucas alterações nas propriedades químicas,
térmicas, hidrológicas e dos parâmetros aerodinâmicos, pois a construção das cidades é
realizada de forma planejada, sendo consideradas a circulação dos ventos para a escolha do
local e a altura da construção.
B) as cidades não provocam alterações na temperatura do ar, pois as construções nos centros
urbanos são feitas de materiais alternativos, considerando as taxas de absorção, emissão e
transmissão de calor vindo do Sol, e, dessa forma, as cidades conseguem manter um clima
agradável mesmo nas grandes conturbações.
C) as alterações promovidas na paisagem pela urbanização não modificam as características das
áreas de alta e baixa pressão atmosférica, assim como as taxas de umidade do ar, a geração
de ventos e as taxas de precipitação, já que são fenômenos atmosféricos, e a superfície
terrestre pouco interfere na dinâmica da atmosfera.
D) pelo fato de os ambientes urbanos serem desprovidos, em sua maioria, de áreas alagadas ou
pequenos corpos d’água, de cobertura vegetal e de escoamento superficial, tornam-se
ambientes "secos", e a energia que seria utilizada para a evaporação é usada para aquecer o
ar.
E) a concentração de poluentes nos centros urbanos não interfere na dinâmica dos elementos
do clima, já que esses gases lançados pelas atividades antrópicas não apresentam
características de absorção de calor, mantendo, dessa forma, a temperatura das cidades nos
padrões normais.
3) As várias atividades e ações realizadas pelo homem, que podem influenciar os elementos do
clima, estão associadas à urbanização, à industrialização, ao desmatamento, às atividades
agropecuárias, à construção de barragens para finalidades diversas e à poluição atmosférica,
que é ocasionada pelo lançamento de materiais ou gases na atmosfera.
Sobre a poluição do ar, é correto afirmar que:
A) os processos de urbanização e de industrialização, por exemplo, não provocam alterações das
propriedades químicas, térmicas, hidrológicas e dos parâmetros aerodinâmicos devido ao
tamanho dos edifícios, remoção dos solos e alteração dos cursos d’água, além do lançamento
de material na atmosfera, pois são atividades necessárias e realizadas de forma controlada.
B) a concentração de poluentes nos centros urbanos não oferece nenhum tipo de risco à
dinâmica dos elementos do clima, pois, por se tratar de poluentes inertes, eles se dispersam
de forma rápida pela atmosfera, não permanecendo acumuladosnas camadas mais baixas da
atmosfera urbana.
C) o aumento de determinados gases na atmosfera, como o CO2, provoca uma maior absorção
da radiação de ondas curtas, elevando a temperatura, a evaporação da água e,
consequentemente, a quantidade de vapor d’água na atmosfera, elevando a nebulosidade,
que intensifica o efeito estufa e incrementa a temperatura.
D) a modificação da composição química da atmosfera é o resultado de processos naturais que
ocorrem no sistema atmosférico. Os poluentes liberados pelas diversas atividades antrópicas,
como gases provenientes da queima de combustíveis fósseis, atividades industriais e
agrícolas, dentre outras, não alteram a composição nem a dinâmica geral da atmosfera.
E) o aumento da concentração de vapor de água, ozônio (O3), metano (CH4), óxidos de
nitrogênio (NOx) e dióxido de carbono (CO2) na atmosfera das cidades promove a menor
retenção de radiação de ondas longas na atmosfera próximo à superfície, diminuindo a
temperatura desses locais.
4) As diversas paisagens existentes no planeta apresentam relação com os elementos do clima
e os fatores geográficos. Dessa relação, surgem condições físicas, químicas e geográficas
favoráveis para a existência de uma determinada paisagem, geralmente associada a um
sistema natural.
Tendo em vista essa relação, assinale a alternativa correta:
A) O conjunto de elementos climáticos, como a temperatura, a pressão atmosférica e a umidade,
associados às influências dos fatores geográficos de uma região, não interfere nos processos
de precipitação, insolação e padrão de ventos.
B) Cada região do planeta apresenta seu próprio clima em função da interação dos elementos
com os fatores do clima. E, como resultado, tem-se as diversas paisagens geográficas que
podem ser encontradas por toda a superfície terrestre.
C) Os elementos do clima pouco influenciam na formação e na manutenção das paisagens,
sendo estas resultantes, principalmente, do ciclo das rochas e da atuação dos fatores
endógenos relacionados à dinâmica interna da Terra.
D) A relação entre os elementos do clima e os fatores geográficos resulta em pouca diversidade
climática, o que se reflete na pequena variedade de paisagens existentes ao redor da Terra,
cuja existência dependente somente da dinâmica interna do planeta.
E) Os processos atmosféricos são responsáveis somente por fornecer água, na forma de
precipitação, e energia, na forma de radiação, não exercendo influência sobre a dinâmica da
paisagem.
5) A paisagem é influenciada pelos tipos climáticos predominantes, que podem ser classificados
em climas megatérmicos, climas secos, climas mesotérmicos, climas frios úmidos e climas
polares.
Considerando esses climas e suas relações com a paisagem, assinale a alternativa correta:
A) Nos climas mesotérmicos, ocorre o recebimento das massas de ar úmidas vindas do oceano,
além da alternância entre as massas de ar polares e massas de ar tropicais, o que provoca
invernos frios e verões quentes, com a possibilidade de geadas e neve em áreas de altitude
mais elevada. Nessas regiões, há a presença de florestas subtropicais.
B) No clima polar, devido ao movimento do sistema de alta pressão, primeiro descendente e
depois dispersor de massas secas, a chegada da umidade é dificultada, e, graças a esse
mecanismo, é possível o aparecimento de um dos maiores desertos quentes do globo, o
Saara.
C) Os climas megatérmicos são caracterizados por apresentarem as quatro estações do ano bem
definidas. Durante o verão, atuam sobre essas regiões as massas tropicais continentais e
oceânicas e, durante o inverno, as massas polares. Esse clima favorece a exuberância das
florestas equatoriais.
D) Os climas frios úmidos estão localizados nas regiões próximas aos polos e às de grande
altitude, como as montanhas. Devido a sua localização, o ganho energético diminui
drasticamente, refletindo na temperatura. Nessas regiões, a paisagem apresenta pouca
diversidade vegetacional, destacando-se a tundra.
E) Os climas secos estão associados a altas temperaturas e taxas de umidade devido à
convergência da umidade de ambos os hemisférios e, ainda, pela evapotranspiração vegetal,
responsável por mais de 50% da precipitação.
Na prática
A atuação dos fatores geográficos do clima, juntamente com os elementos do clima, resulta em uma
diversidade de tipos climáticos que se reflete nas diversas paisagens existentes no planeta.
Entretanto, a ação humana ao longo dos milhares de anos tem provocado algumas alterações em
ambos, ocasionando modificações meteorológicas e climáticas que também atingem a dinâmica das
paisagens.
Diante disso, para lidar com esses conceitos, é importante que o docente associe-os, sempre que
possível, à realidade do aluno, pois é por meio da prática e da observação que a teoria é fixada.
Baseado nessa prerrogativa, neste Na Prática, aproveite para conhecer a experiência do professor
Eduardo para explicar os fatores geográficos do clima e sua importância.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
As cidades e o clima
Neste vídeo, cuja discussão versa sobre o papel das cidades na gestão das questões climáticas, você
aprenderá um pouco mais a respeito da relação entre o clima, as atividades antrópicas e as cidades.
Aproveite.
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Dinâmicas da paisagem na interação terra-atmosfera
O artigo a seguir aborda, por meio de um estudo de caso, a relação entre os padrões de cobertura e
uso da terra e as condições de temperatura da superfície terrestre, analisando como isso afeta o
clima urbano e o clima do entorno. Confira.
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