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GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 1 GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 06 11 16 21 26 32 37 43 48 53 59 63 68 74 80 85 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESCOLAR A INFLUÊNCIA NEOLIBERAL DA DÉCADA DE 1990 E A GESTÃO ESCOLAR GESTÃO ESCOLAR: PERSPECTIVAS E DESAFIOS A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO GESTÃO ESCOLAR E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR GESTÃO ESCOLAR E A ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA GESTÃO ESCOLAR: O PAPEL DO PEDAGOGO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO GESTÃO ESCOLAR: O PAPEL DO DIRETOR ESCOLAR A GESTÃO ESCOLAR NO SISTEMA PÚBLICO DE ENSINO GESTÃO ESCOLAR E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO GESTÃO DO CONHECIMENTO GESTÃO DA SALA DE AULA O FOCO E A FUNÇÃO ESCOLAR NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA A GESTÃO ESCOLAR NA PANDEMIA COVID-19 GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 INTRODUÇÃO Caros (as) alunos (as), vamos iniciar uma nova jornada do conhecimento. A partir de agora vamos descobrir os caminhos da gestão escolar como um todo. Iniciaremos com a perspectiva do diretor escolar tradicional e das mudanças apoia- das pelas políticas neoliberais do fim do século XX e início do século XXI, passaremos pela trilha de documentos que amparam a nova gestão escolar, a Constituição Fede- ral, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Plano Nacional de Educação e Base Nacional Comum Curricular. A gestão escolar do século XXI é baseada nos princípios da Gestão Democrática, e conta com a participação de toda comunidade escolar e comunidade local. Todas as participações estão ligadas às instâncias colegiadas (conselho de classe, conselho escolar, grêmio estudantil e APMF). O conselho escolar é o órgão máximo da institui- ção escolar, todas as decisões devem ser tomadas com a participação de todos os membros deste conselho. O projeto político pedagógico é o documento que ampara toda a organização es- colar, tanto a parte administrativa, como a parte pedagógica. O PPP deve nortear as atividades da gestão escolar e da gestão de sala de aula. Como documento político e pedagógico ele deve ser aprovado pelo órgão máximo da instituição, o conselho escolar. É de grande relevância que o Gestor escolar tenha pleno domínio da estrutura e or- ganização de toda educação básica, mesmo que o profissional atue com apenas uma etapa da educação é fundamental que tenha conhecimento de todo o processo, desde a educação infantil até o ensino médio. Seguimos com a apresentação do foco e da função do coordenador pedagógico e do diretor (gestor) escolar, e como a participação destes profissionais é essencial para a organização e funcionamento escolar. Também é importante mencionar que estes dois profissionais devem trabalhar em harmonia, diálogo e empatia. A estrutura e funcionamento da Educação pública serão abordados com o objetivo de apontar a atuação da gestão na escola pública. Com a mesma importância de en- tender a escola pública, também discutiremos o ato de avaliar, e como o processo de avaliação é importante para o processo de ensino e aprendizagem. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 Passaremos pela gestão do conhecimento e sua contribuição educacional, refletin- do na gestão da sala de aula, que torna o professor um gestor responsável. A educação contemporânea tem objetivo de ser inovadora e superar as dificulda- des da educação tradicional. Nesse sentido, o fim do século XX e o início do século XXI trouxe a esperança que a educação seja o instrumento de transformação social. Também é importante apresentar o desfecho educacional perante as dificuldades impostas pela pandemia Covid-19. A adaptação para esse enfrentamento foi por parte dos alunos e dos professores, por mais que a desigualdade social dificultou o acesso dos alunos às plataformas digitais, os professores também enfrentaram grandes difi- culdades para trabalharem com os meios digitais de ensino e aprendizagem. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 AULA 1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESCOLAR Fonte:https://pixabay.com/photos/books-stack-read-stack-of-books-690219/ 1.1 DEFINIÇÃO DE GESTÃO Caros (as) alunos (as), nesta primeira aula da disciplina Gestão Escolar na Educação Básica esclareceremos os fundamentos que amparam a gestão escolar. Abordaremos a Gestão com foco específico na instituição educacional, desta forma entendemos quefaz-se necessário pontuar que a educação aqui discutida é no sentido restrito, compreendida como esforço ordenado, sistemático, de uma sociedade sobre a infância e a Juventude a fim de formá-la e encaminhá-la em uma dada direção (SETOGUTI, 2009, p.21). Nesta perspectiva, sabendo do conceito de educação aqui discutido, partiremos para o nosso ponto principal, a gestão. O que significa a palavra gestão? De acordo com o dicionário,“a palavra ‘gestão’ é um substantivo feminino; que GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 significa: Ação de gerir, de administrar, de governar ou de dirigir negócios públicos ou particulares; administração. Função ou exercício da pessoa responsável pela administração; gerência”. (Fonte: https://www.dicio.com.br/gestao/) Observamos que a palavra “Gestão” nos lembra administração de uma empresa, de um governo, mas como será que acontece a Gestão escolar? Na perspectiva de Vieira e Bussolotti (2018), o conceito de gestãoda escola vem substituir o foco limitado da administração escolar, no momento que há compreensão de como os problemas educacionais são complexos e demandam ações articuladas na superação das dificuldades do cotidiano escolar, a gestão vem contribuir com a organização escolar como um todo A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em educação, que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a torná- los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade complexa, globalizada e da economia centrada no conhecimento (LÜCK, 2009, p. 24). O papel do gestor é articular toda a organização escolar, promovendo transparência e flexibilização em sua gestão, cuidar para que a equipe pedagógica esteja sempre engajada e trabalhando para promover o processo de ensino e aprendizagem articulado com a realidade dos alunos e manter um ambiente de trabalho calmoBásica, a Educação Infantil é o início e o fundamento do processo educacional. A entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada (BNCC, 2017). Já o ensino Fundamental é a etapa que a criança será devidamente alfabetizada em português e matemática, bem como adquirirá conhecimentos em artes, história, geografia, ciências, educação física e outros. Sobre esta etapa a Base Nacional Comum Curricular afirma que: Art. 11. A BNCC dos anos iniciais do Ensino Fundamental aponta para a necessária articulação com as experiências vividas na Educação Infantil, prevendo progressiva sistematização dessas experiências quanto ao desenvolvimento de novas formas de relação com o mundo, novas formas de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Art. 12. Para atender o disposto no inciso I do artigo 32 da LDB, no primeiro e no segundo ano do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, de modo que se garanta aos estudantes a apropriação do sistema de escrita alfabética, a compreensão leitora e a escrita de textos com complexidade adequada à faixa etária dos estudantes, e o desenvolvimento da capacidade de ler e escrever números, compreender suas funções, bem como o significado e uso das quatro operações matemáticas. Art. 13. Os currículos e propostas pedagógicas devem prever medidas que assegurem aos estudantes um percurso contínuo de aprendizagens ao longo do Ensino Fundamental, promovendo integração nos nove anos desta etapa da Educação Básica, evitando a ruptura no processo e garantindo o desenvolvimento integral e autonomia. (BNCC, 2017) O Ensino Médio é a última etapa da Educação Básica, esta etapa é fundamental para preparar o aluno para escolha de sua profissão para uma graduação, e para o GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 mercado de trabalho. Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação (LDB, 2017). Nesta perspectiva, cada etapa da educação básica é importante em sua singularidade e a Gestão escolar deve acompanhar se a etapa da educação básica que encontra-se na sua responsabilidade está de fato de acordo com as orientações da BNCC. ANOTE ISSO A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)1, e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Fonte: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#introducao GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 AULA 8 GESTÃO ESCOLAR E A ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Fonte: https://pixabay.com/photos/classroom-student-learn-school-732016/ O gestor escolar deve conhecer claramente a estrutura e o funcionamento de toda a educação básica, mesmo que atue com apenas uma etapa da educação. VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático- escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; Nesta perspectiva, discutiremos nesta aula sobre a organização de todas as etapas da educação básica. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 8.1 Estrutura e funcionamento da Educação Infantil A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica e muito importante para o desenvolvimento da criança. De acordo com a BNCC (2017), nesta primeira etapa da Educação Básica devem ser assegurados seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, para que as crianças tenham condições de aprender e se desenvolver: Conviver Brincar Participar Explorar Expressar Conhecer-se. Segundo a LDB,a educação infantil é gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade. Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 A educação infantil é uma etapa muito importante e fundamental para o pleno desenvolvimento da criança. É uma preparação essencial para o ensino fundamental. 8.2 Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental De acordo com a BNCC (2017), O Ensino Fundamental com nove anos de duração, é a etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros. Veja a seguir a perspectiva da LDB para o ensino Fundamental: Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos defamília, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. § 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. A organização do ensino fundamental é complexa por ser dividida em dois ciclos (ensino fundamental 1 e ensino fundamental 2), podendo os dois ciclos acontecerem na mesma instituição, ou não. Nesse sentido, o gestor precisa conhecer o funcionamento de todo o ensino fundamental para que seus alunos tenham a preparação necessária para o ensino médio. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 ISTO ESTÁ NA REDE De acordo com texto “Além de escolas fechadas, 2020 significou programas parados na educação”, pois a Pandemia ocasionou muitas dificuldades. Segundo a organização da sociedade civil Todos pela Educação, 2020 foi o ano com menor investimento em educação básica da década, justamente num contexto em que havia menor necessidade de recurso por causa da pandemia. Além disso, o 2º relatório anual de acompanhamento do Educação Já!, iniciativa suprapartidária coordenada pelo Todos pela Educação, aponta desaceleração na agenda de políticas públicas voltadas ao ensino básico. Iniciativas em andamento antes da pandemia se paralisaram, caso da implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e do novo ensino médio e medidas voltadas para a profissionalização e atualização de professores. Fonte:https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/educacao-basica/2021/02/4907687-alem-de-escolas-fechadas-2020-significou-programas- parados-na-educacao.html 8.3Estrutura e Funcionamento do Ensino Médio O Ensino Médio passou por mudanças na sua organização em 2017. Essas mudanças foram amparadas pela Reforma do Ensino Médio, pela BNCC e pela Lei de Diretrizes e Bases. Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. [...] § 5ºA carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 O ensino médio está bem organizado, articulando a BNCC e a reforma do ensino médio, mas merece uma atenção muito especial do gestor escolar, por ser a última etapa da Educação Básica o Gestor precisa garantir que os seus alunos estejam preparados para encarar a vida adulta, seguindo uma graduação ou direto para o mercado de trabalho. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Previsto no art. 212-A da Constituição Federal e regulamentado pela Lei 14.113 de 2020, o novo Fundeb continua a ser o principal instrumento de financiamento da Educação Básica Pública no Brasil, sendo responsável por mais de 60% da totalidade dos recursos de que os estados e os municípios possuem para investir na educação básica pública nacional. [...] O Manual de Orientação do FNDE apresenta esclarecimentos que vão desde a composição do Fundeb até a prestação de contas quanto à aplicação dos recursos, passando pelos critérios de distribuição, pelas regras de aplicação, pelas condições de criação e aprovação dos indicadores e pelas etapas de operacionalização do Fundo. Fonte: https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/financiamento/fundeb/ManualNovoFundeb2021.pdf GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 AULA 9 GESTÃO ESCOLAR: O PAPEL DO PEDAGOGO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO Fonte: Fonte: https://pixabay.com/photos/people-discussion-meeting-discussion-5069845/ É pedagogo o profissional que cursou graduação em Pedagogia. Segundo o Dicionário online da Língua Portuguesa: pedagogia: substantivo feminino Ciência cujo objeto de análise é a educação, seus métodos e princípios; reunião das teorias sobre educação e sobre o ensino. Ciência responsável pela educação e pelo direcionamento de crianças e adolescentes com problemas de adaptação escolar; processo de tratamento das crianças ou adolescentes que apresentam problemas e dificuldades escolares. Fonte: https://www.dicio.com.br/pedagogia/ https://pixabay.com/photos/people-discussion-meeting-discussion-5069845/ https://www.dicio.com.br/pedagogia/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 9.1 O pedagogo como gestor O pedagogo tem ocupado diferentes papéis dentro da instituição escolar no decorrer da história. Este profissional mantinha a função de supervisão, planejamento e inspeção escolar com visão autoritária, na mesma dimensão que nas fábricas. A segunda metade do século XX marcou a educação com a característica tecnicista de forma para o mercado de trabalho, atendendo a demanda política de produção do capital, o que tornou o pedagogo responsável por: inspeção, planejamento e avaliação do processo de ensino e aprendizagem, neste período não havia definição do papel do gestor na educação. O fim do século XX e o início do século XXI foram de muitas modificações nas políticas de Estado, e com isso as políticas educacionais também passaram por grandes mudanças, incluindo no papel do pedagogo. Nos diferentes estados brasileiros e nas diferentes redes escolares, este profissional, se existente, recebe denominações variadas e exerce atividades também variadas. Tal diversidade descaracteriza a real dimensão de seu fazer profissional e estabelece um conflito entre os diversos papéis desempenhados pelos diferentes profissionais da educação. (PASCHOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008, p.101) O pedagogo que atua na gestão escolar, na maioria das vezes, assume a função de coordenador pedagógico, mas essa nomenclatura pode ser diferente dependendo a região do país, em alguns lugares o coordenador pedagógico representa o pedagogo unitário. Independente da nomenclatura o foco do pedagogo deve ser mediar, propiciar melhores condições para os professores conduzirem sua práxis pedagógica e o processo de ensino e aprendizagem, lutar juntamente com toda a comunidade para melhores condições e educação de qualidade. Na sociedade do conhecimento que vivemos hoje, o pedagogo pode atuar com os três tipos de educação (formal, não formal e informal). As três formas de educação são muito importantes para a formação crítica do ser humano. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 ISTO ESTÁ NA REDE Para entender um pouco melhor a atuação do pedagogo como coordenador pedagógico vamos ver o texto “Afinal, o que o coordenador pedagógico faz?” O coordenador pedagógico atua nos processos educacionais e mobiliza o grupo para que todos estejam empenhados em oferecer a melhor educação aos seus alunos. Existem três atividades fundamentais envolvendo a sua atuação: - Planejamento de reuniõespedagógicas. - Acompanhamento das ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores em sala de aula. - Acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Ou seja, o coordenador auxilia a escola a ter práticas pedagógicas mais eficientes, ajuda os professores nas ações realizadas para que os alunos aprendam mais e com mais qualidade e articular com as pessoas das escolas para que a escola realmente consiga pôr em prática a sua proposta pedagógica. Fonte:https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/carreira/o-que-faz-um-coordenador-pedagogico 9.2 O pedagogo Unitário O pedagogo Unitário que também pode ser chamado de coordenador pedagógico tem a função de coordenar toda organização do trabalho pedagógico, e também administrativo, sem dissociar sua atuação do caráter formativo. Seu papel é amparado pela intencionalidade da ação, da transformação do trabalho do professor e da realidade do aluno. Nesta perspectiva o pedagogo se apoia em algumas dimensões para realizar seu trabalho. Conduzir o professor em suas atividades de planejamento, docência e avaliação. Oferecer subsídios que proporcionem ao professor oportunidade constante atualização e aperfeiçoamento. Promover reuniões, discussões e debates com toda comunidade a fim de melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Apoiar os professores a desenvolverem com entusiasmo suas atividades, procurando auxiliá-los na prevenção e na solução dos problemas. Resolver os problemas individuais com empatia. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 [...] pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando o processo de formação cultural. É, pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. E como o homem só se constitui como tal na medida em que se destaca da natureza e ingressa no mundo da cultura, eis como a formação cultural vem a coincidir com a formação humana, convertendo-se o pedagogo, por sua vez em formador de homens (SAVIANI, 1985, p.27). Este profissional deve ter domínio de toda legislação da educação, sua atuação se difere do diretor escolar, pois a função do diretor é voltada a parte burocrática da institução escolar e o pedagogo tem a função de humanizar a instituição escolar, atuando juntamente com o corpo docente, funcionários e comunidade, por uma educação de qualidade, priorizando o atendimento individual de pais/responsáveis e dos alunos. . 9.3 O pedagogo em espaços não escolares O pedagogo deixou aquela perspectiva de uma formação única para ser professor e atuar dentro do ambiente escolar. Hoje o pedagogo tem espaço de atuação em outros ambientes com educação não formal e informal. A educação não formal, por sua vez, aliada aos esforços da escola, visa a complementar a formação específica para determinados objetivos pessoais. Cada vez mais, ampliam-se os espaços da educação não formal. Neles, o pedagogo pode planejar e desenvolver programas e projetos educacionais com maior ou menor grau de estrutura e sistematização (BENTO, 2016, p. 23). Nesta perspectiva, o pedagogo também tem espaço de atuação sem estar diretamente ligado ao processo de ensino e aprendizagem. O pedagogo se tornou um dos sujeitos que compõem as equipes multidisciplinares que pensam e implementam os projetos destinados a incentivar os indivíduos das comunidades em que as ONGs estão inseridas a ocupar seu lugar como sujeitos da história, aqueles que reconhecem seus pares e, juntos, assumem-se como construtores da história, o que é algo vivo, orgânico. Assim, começa-se a vislumbrar uma nova via de democratização do conhecimento historicamente construído e a tessitura de uma sociedade que vise ao SER em detrimento do TER, que tenha uma fraterna solidariedade (SCHMITZ, 2012, p. 84). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 Veja, Bento (2016) afirma que o pedagogo empresarial tem como objetivo empregar o conhecimento, gerando o progresso no desempenho da produção. O pedagogo do século XXI é multifacetado, pois atua em diversas perspectivas, sendo elas referentes à educação, organização de projetos, ações sociais, administrativas ou gestão. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Os espaços não escolares de atuação do pedagogo são vários, mas vamos apresentar melhor a pedagogia hospitalar: A pedagogia hospitalar é um modo de ensino da Educação Especial que visa a ação do educador no ambiente hospitalar, no qual atende crianças ou adolescentes com necessidades educativas especiais transitórias, ou seja, crianças que por motivo de doença precisam de atendimento escolar diferenciado e especializado. Cabe ao hospital buscar alternativas e métodos qualificados que possibilitem aos pacientes usufruírem de abordagens educativas por um determinado espaço de tempo. Este novo espaço de educação nos hospitais é desenvolvida pela necessidade de atender crianças afastadas da escola e também é um espaço de ajuda nos transtornos emocionais, causados pela internação, como a raiva, insegurança, incapacidades e frustrações que podem prejudicar na recuperação do paciente. [...] A pedagogia hospitalar é um desafio, nesta área o pedagogo desenvolve um trabalho solidário ajudando pacientes prejudicados na sua escolarização, proporcionando conhecimento e qualidade de vida ao paciente. A educação no hospital tem como princípio, o atendimento personalizado ao educando na qual se trabalha uma proposta pedagógica com as necessidades, estabelecendo critérios que respeitem a patologia do paciente. No hospital a criança está longe do seu cotidiano voltado pelos amigos, brincadeiras e escola entrando em contato com integrantes do hospital enfermeiras, médicos além da família, por isso e fundamental a atenção do educador, em articular atividades para a aceitação do paciente no hospital. Fonte:https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-papel-pedagogo-hospitalar.htm GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 AULA 10 GESTÃO ESCOLAR: O PAPEL DO DIRETOR ESCOLAR Fonte: https://pixabay.com/illustrations/team-silhouettes-corporate-human-1697987/ O Século XXI trouxe grandes mudanças para todas as áreas do conhecimento. Uma das mudanças foi a nomeação de gestor para o antigo diretor de empresa. Esse termo também ganhou lugar na educação, trocando o termo diretor escolar para gestor escolar. Mas para entender melhor a figura do gestor (diretor), vamos entender a história deste profissional tão importante para a instituição escolar. 10.1 O Diretor Clássico A função de diretor escolar é nova, quando comparada à história da educação, pois surgiu da necessidade de organização e resolução de problemas dentro da instituição escolar, no início do século XX. Esse processo aconteceu ainda com a educação tradicional que já apresentava sintomas de que precisava de mudanças. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 Quando as escolas começam a crescer, na década de 1930, coincidindo com o início da industrialização no Brasil e o movimento escolanovista (Manifesto dos Pioneiros de 1932), as atribuições (atividades, isto é, o dever fazer) e competências (autoridade, isto é, o poder fazer) aumentam e se tornam mais complexas, dando origem à administração escolar especialmente aplicada à educação básica (SANTOS, 2012, p.38). O Manifesto dos Pioneiros trouxe grandes avanços para a educação no Brasil, o movimento escolanovista revolucionou a maneira de pensar a organização escolar, e assim nasce o diretor escolar, mas esse profissional, inicialmente trouxe uma perspectiva tradicional para o cargo, como autoridade máxima da instituição. A figura clássica do diretor de escola surge em uma instituição deporte médio, quando um dos professores assume a missão de coordenar o trabalho comum e prover os meios para que os docentes exerçam melhor suas funções. Portanto, era um coordenador ou diretor pedagógico, mais que um funcionário administrativo-burocrático. [...] Apesar das críticas à direção de escola, não se pode negar sua importância e necessidade. No entanto, as tarefas administrativo- burocráticas não podem absorver totalmente o tempo do gestor escolar em detrimento do utilizado pela parte pedagógica (SANTOS, 2012, p.38) No início o papel do diretor era puramente administrativo, de tomada de decisões. Tudo que acontecia na instituição escolar era com a autorização exclusiva do diretor, ele era o único que detinha o poder de decidir as solicitações dos professores, funcionários e alunos. Observe a organização da escola com o papel do diretor clássico: Fonte: Sant´Anna (2014, p.48) GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 Com o passar do tempo, outros cargos ganharam força dentro da instituição escolar e o diretor que no início era detentor do poder e de todas as decisões escolares aprendeu a delegar e dividir as responsabilidades com o coordenador pedagógico, e agora divide as responsabilidades com as instâncias colegiadas, principalmente com o conselho escolar, que é o órgão máximo dentro da instituição. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O texto “As responsabilidades do diretor” define o diretor como um profissional que, na definição clássica conjuga três perfis básicos: Administrador escolar: mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos. Supervisor pedagógico: valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente. Líder sociocomunitário: preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala. Fonte:https://gestaoescolar.org.br/conteudo/235/as-responsabilidades-do-diretor 10.1.1 O papel do diretor como gestor na educação contemporânea O papel do diretor continua sendo fundamental para a organização e funcionamento da instituição escolar. A nova nomenclatura de gestor deixa claro que acima de tudo, este profissional está ali para promover a educação democrática. Nesse sentido, Santos (2012, p.40) afirma que “o gestor escolar (diretor) cabe coordenar esse exército de especialistas e não ser apenas um ‘diretor geral’ de ‘diretores setoriais’ que só indiretamente conhecem os dados que informam ou apoiam suas decisões”. O gestor escolar (diretor) deve estar perfeitamente integrado ao processo, coordenando e aprovando todas as iniciativas para o êxito da proposta pedagógica, que deve ser construída por toda a comunidade interna e externa à instituição [...] O gestor escolar (diretor) deve estar perfeitamente integrado ao processo, coordenando e aprovando todas as iniciativas para o êxito da proposta pedagógica, que deve ser construída por toda a comunidade interna e externa à instituição (SANTOS, 2012, p.39). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 A construção da gestão escolar precisa contar com Diretor disposto a saber ouvir, saber fazer e saber orientar, para que a gestão democrática seja símbolo de crescimento críticos e cidadão para todos os alunos. Ao diretor cabe, indiscutivelmente, uma postura em consonância com os fundamentos da proposta de escola, pois de nada adianta pregar dogmaticamente uma ideia que não seja de fato vivenciada. É uma outra instância de um currículo oculto do qual partem coerência entre discurso e prática, consistência de trabalho, além de segurança para corpo docente, funcionários, alunos e pais (COLOMBO, 2011, p. 242). Observamos que os desafios para ser um gestor na educação contemporânea são muitos. Na perspectiva de Colombo (2011, p. 242) espera-se do gestor (Diretor): Tenha criatividade Percebo macro. Saiba trabalhar em equipe. Seja ágil na resolução de problemas. Se comunique com eficiência. A principal função do administrador escolar é realizar uma liderança política, cultural e pedagógica, sem perder de vista a competência técnica para administrar a instituição que dirige, demonstra que o diretor e a escola contam com possibilidades de, em cumprimento com a legislação que rege, usar criatividade e colocar o processo administrativo a serviço do pedagógico e assim facilita a elaboração de projetos educacionais que sejam resultantes de uma construção coletiva dos componentes da escola (HORA, 2014, p.53). Segundo Colombo (2011, p.242), o ponto central da nova gestão escolar é valorizar e investir no capital humano, conferir autonomia e responsabilidade aos profissionais envolvidos e conferir autoridade ao líder que atue como organizador, articulador e mobilizador dos diversos processos que se desenvolvem na escola. De acordo com Oliveira (2020), as principais funções do gestor de escola são: Administrativa - Que objetiva o andamento e aperfeiçoamento de todas as tarefas burocráticas da escola, acompanhando as partes ou fases dos trabalhos escolares que não funcionam a contento e providenciar modificações que as tornem mais eficientes. Pedagógica – Atua sobre a boa ação didática do magistério que deve estar GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 presente nas cogitações do gestor para que os objetivos sejam atingidos. Seu estímulo deve fazer-se sentir junto à coordenação pedagógica, para que os professores se atualizem continuamente. Social – Quando o gestor realiza melhor o entrosamento entre a escola e a comunidade, oferecendo melhores oportunidades de socialização dos educandos. Relações Humanas - É considerada a função mais importante, pois o gestor dedica-se para transformar a escola numa autêntica comunidade, de ideais e de esforços entre direção, corpo docente, corpo discente, família e sociedade. A função de gestor (diretor) é complexa e fundamental, mas o profissional responsável por essa função deve agir com empatia e sabedoria, não apenas com os alunos e pais/ responsáveis, mas com os funcionários que trabalham com ele, e manter a discrição quando for necessário chamar a atenção ou dispensar algum funcionário, jamais fazer algo nesse sentido na frente de outras pessoas. Seguindo esta perspectiva, precisamos entender os tipos de liderança segundo Toledo (2016, p. 39): • Liderança transformacional – trata-se de uma liderança assentada sobre valores, integridade e confiança compartilhados por todos na organização; • Liderança transacional – focada sobre as interações entre as pessoas como maneira de manter a unidade da organização; • Liderança compartilhada – típica das organizações de gestãodemocrática, em que as decisõessão tomadas coletivamente, havendo espaço para agir com criatividade em prol dos objetivos da organização; • Coliderança – aqui uma equipe de gestão se responsabiliza pela liderança geral; •Liderança educativa–centrada na formação de organizações de aprendizagem, típica da escola, como organização que aprende; • Liderança holística – considera todos os aspectos da realidade, com foco no desenvolvimento global e equilibrado das ações desenvolvidas na escola. O profissional responsável pela gestão escolar deve ter conhecimento específico sobre a gestão escolar e merece respeito e apoio de toda comunidade escolar e local. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 ISTO ESTÁ NA REDE Agora que ficou mais claro qual é o objetivo da gestão escolar é importante entender melhor quais são as funções do educadorque desempenha o papel de gestor. Basicamente, ele é responsável pelo sucesso da escola, desde a infraestrutura até a captação de alunos. Ele deve conferir os materiais, determinar os conteúdos junto aos professores, atender os estudantes, supervisionar serviços internos e auxiliar na seleção de novos profissionais. [...] Acima de tudo, um bom gestor precisa ser um bom líder. Dessa forma, ele cria um ambiente ideal para que as pessoas desenvolvam suas habilidades. É preciso conhecer o propósito da escola, sua missão e dificuldades. O gestor escolar também precisa ter um ótimo relacionamento com toda a comunidade escolar, desde alunos, responsáveis e diretores até secretários de educação e prefeitos. Fonte: https://jornadaedu.com.br/gestao-escolar/gestao-escolar/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 AULA 11 A GESTÃO ESCOLAR NO SISTEMA PÚBLICO DE ENSINO Fonte: https://pixabay.com/illustrations/businessman-businesswoman-2753324/ A gestão escolar possui perspectivas diferentes no ensino público e no ensino privado. Nesse sentido, esta aula apresenta a perspectiva da gestão escolar especificamente na escola pública de ensino. 11.1 A escola pública A oferta da educação básica na escola pública de ensino está amparada pela Lei máxima do país, a Constituição Federal, e pela Lei máxima da Educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Segundo a Constituição Federal de 1988, “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Nesse sentido, como sendo dever do Estado, a educação deve ser oferecida gratuitamente a toda população. A garantia da educação pública está detalhada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 9.394/96: GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) À luz do conhecimento da LDB podemos entender que a educação pública gratuita é obrigatória em todas as etapas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio). A escola não é responsável pela busca de crianças fora da escola pela comunidade, a obrigatoriedade de matricular os filhos na escola é dos pais que podem responder judicialmente caso isso não aconteça. O acompanhamento da frequência dos alunos é realizado pelo professor, com apoio da gestão escolar (coordenação e direção). Assim, o papel da gestão escolar para garantir que os alunos matriculados permaneçam na escola é fundamental. A escola deve ofertar uma educação pública, gratuita, democrática, inclusiva e de qualidade para todos.[...] o processo de apropriação e reapropriação do conhecimento, a organização coletiva do trabalho de sala de aula e o relacionamento interpessoal são elementos fundamentais para que a educação desempenhe a sua função e a concretize no cotidiano da escola por meio dos processos de gestão (PABLO, 2019, p. 32) Nesta perspectiva é fundamental que os profissionais responsáveis pela gestão da escola pública sejam capacitados para a função, conhecedores de toda a estrutura da educação básica pública e seus objetivos, devem conhecer a legislação que ampara toda a educação e ter bom diálogo com a comunidade escolar e local. 11.1.1 A Gestão na escola pública A gestão da escola pública acontece com a coordenação pedagógica, diretor escolar (gestor), com apoio e aprovação do conselho escolar (órgão máximo da instituição). O Plano Nacional de Educação 2014-2024 estabelece que a gestão na escola pública deve acontecer mediante “VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; de acordo com as estratégias: GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 Estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo; [...] Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares (BRASIL, 2014). Nesta perspectiva a gestão da escola pública depende não apenas dos profissionais responsáveis pela instituição escolar, mas também depende da atuação efetiva da comunidade escolar e local, nas instâncias colegiadas e na elaboração do Projeto político pedagógico. Considerando o atual contexto de trabalho do gestor educacional, balizado por uma regulamentação que se apoia sobre a gestão participativa, a liderança é uma competência inerente ao cargo. Não há como conceber uma prática de gestão na escola, sobretudo na escola pública, em que o gestor não seja o líder dos processos que viabilizam o projeto pedagógico da escola (TOLEDO, 2016, p.29) Na perspectiva de Paulo Freire (1992) um dos princípios da gestão escolar democrática é ofertar educação de qualidade para todos, envolvendo a participaçãoe o compromisso da comunidade e do núcleo gestor com o desenvolvimento de práticas democráticas na escola pública. Assim, a boa relação entre escola e comunidade é fundamental para a efetividade da gestão democrática na educação pública. ISTO ESTÁ NA REDE O texto: Gestão democrática escolar: esferas, funcionamento e legislações,esclarece o papel do gestor muito bem “A gestão escolar é um tema bastante estudado na comunidade acadêmica, principalmente aquela que gerencia a educação básica. É a partir dela que acontece todo o funcionamento da escola. Depois de muitos estudos e pesquisas, entendeu-se que a Gestão Democrática é a mais relevante para o processo completo de ensino-aprendizagem. [...] A gestão de uma escola pública é responsável também por garantir o bom funcionamento da unidade, bem como pela preservação e manutenção do espaço público. A análise do que precisa ser comprado, melhorado ou descartado é feita pelo gestor ou alguém designado por GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 ele, o que não isenta os demais pares deste processo de participar e contribuir para as melhorias da unidade. Cabe ao gestor assegurar que os recursos financeiros destinados à manutenção dos espaços da unidade, os materiais necessários para o serviço de alimentação escolar, a limpeza de todo o ambiente e os instrumentos tecnológicos e pedagógicos sejam investidos integralmente para esses fins. O corpo discente e docente precisa funcionar em um espaço bem organizado, limpo e com mínima condição de uso. E cabe ao gestor assegurar esse espaço.” Fonte:https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/5/gestao-democratica-escolar-esferas-funcionamento-e-legislacoes 11.1.1.1 A escola e a comunidade Para Pablo (2019, p.20), “Hoje, busca-se uma gestão escolar com base na democratização e na autonomia, o que requer vínculos mais estreitos com a comunidade educativa, os pais, as entidades e as organizações paralelas à escola.” Ainda para este autor “as escolas atuais necessitam de gestorescapacitados para promover a integração entre todos os membros da escola e a comunidade.” A participação ativa deve ser uma via de mão dupla, tanto a comunidade deve apoiar e participar efetivamente dentro da instituição escolar, como a instituição escolar tem o dever que integrar e participar do crescimento da comunidade local. A comunidade vai contribuir com a instituição participando das instâncias colegiadas, principalmente do conselho escolar, e na construção e aprovação do projeto político pedagógico. Já a instituição escolar deve contribuir com a comunidade com apoio, lutando por uma educação justa, democrática e de qualidade para a comunidade. A gestão também pode promover palestras e gincanas envolvendo toda a comunidade local. Aescola, como organização social, também pretende ser um espaço democrático, de modo que os educadores profissionais, os alunos, os pais, os ativistas comunitários e outros cidadãos do contexto social imediato tenham o direito de estarem bem informados e de terem uma participação crítica na criação e execução do Projeto Educativo (HORA, 2014, p. 5). A integração entre a instituição e a comunidade é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem, proporcionando aos alunos uma formação crítica, e atuante na sociedade, que lutarão por justiça e igualdade, fortalecendo sua comunidade. https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/5/gestao-democratica-escolar-esferas-funcionamento-e-legislacoes GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 AULA 12 GESTÃO ESCOLAR E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/coment%c3%a1rios-pesquisa-revis%c3%a3o-melhor-3584509/ O processo de avaliação passou por mudanças no decorrer da história da educação, sendo fundamental que o gestor escolar entenda essas mudanças. Para direcionar e acompanhar de perto o processo de avaliação da instituição que trabalha. Até a década de 1970, o tema avaliação não despertava a atenção de educadores, alunos e pais como agora acontece. Ele só começou a ser mais discutido depois que foram criados os conselhos de classe, embora tais discussões se baseassem muito menos em princípios e métodos pedagógicos e muito mais em divergências entre professores sobre os méritos ou deméritos dos alunos e dos próprios professores, enquanto os pais se concentravam mais nas “injustiças” ocorridas durante as avaliações (FALIVENE, 2013, p.04). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 A avaliação acontecia no método tradicional de ensino e, muitas vezes, era vista como punição. Há relatos de ex-alunos que afirmam que a avaliação era a justificativa para manter a ordem. Ou seja, a avaliação era utilizada como punição para a desordem ou falta de comportamento dos alunos na sala de aula. Naquela época, a avaliação era um ponto pacífico na Educação, porque não era vista como um processo concomitante ao ensino- aprendizagem e sim como um processo à parte e apenas uma verificação do resultado do esforço ou da displicência dos alunos, medido no final de determinados períodos (FALIVENE, 2013, p.04). O processo avaliativo é muito mais do que uma verificação, ela faz parte do processo de ensino e aprendizagem, e o tipo de avaliação utilizada pela instituição escolar deve estar claro no projeto político pedagógico. A avaliação é o momento de entender o processo de ensino e aprendizagem como uma via de “mão dupla”, pois o aluno vai demonstrar se o método utilizado é favorável para sua aprendizagem ou não. O processo avaliativo deve mostrar caminhos para o aluno, para o professor e para a escola como um todo. ANOTE ISSO No Brasil, a reforma da educação com foco no desenvolvimento de competências e na avaliação formativa iniciou-se, como já foi visto, antes da pesquisa citada, com a LDB/96, embora até hoje ela ainda não se encontre consolidada enquanto prática efetiva. Isso é lamentável, pois a avaliação formativa é a forma mais segura de acompanhamento e controle dos resultados do ensino-aprendizagem, pois promove o aprimoramento da prática pedagógica dos educadores e o autodesenvolvimento do aluno. Fonte: (FALIVENE, 2013,p.79) 12.1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: Avaliação somativa, avaliação diagnóstica e avaliação formativa Há vários métodos e formas de realizar a avaliação da aprendizagem, desta maneira, nesta aula vamos apresentar a avaliação somativa, a avaliação diagnóstica e a avaliação formativa. A avaliação somativa tem a função de classificar, ela acontece no fim do processo. Esta avaliação consiste em classificar os alunos de acordo com o nível de aproveitamento já estabelecido, com objetivo de promover de uma série para outra, GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 ou de um grau para outro. É uma avaliação pontual, já que deve acontecer no final de um curso, de um bimestre ou de um ciclo de aprendizagem, sempre tratando de determinar o grau de domínio de alguns objetivos previamente estabelecidos. A avaliação diagnóstica deve ser realizada no início do curso, semestre ou período de aprendizagem, tem como objetivo constatar o desempenho do aluno e seu domínio de conteúdo para aquisição de novas aprendizagens. O propósito desta avaliação é informar o professor sobre o nível de conhecimentos e habilidades de seus alunos, antes de iniciar o processo de ensino e aprendizagem de novos conteúdos. A avaliação formativa é o processo avaliativo mais discutido na educação contemporânea, muitos pesquisadores entendem que esta é a melhor forma de avaliar. Esta avaliação tem função orientadora, assegurando que cada novo ciclo de ensino e aprendizagem atinja resultados melhores. A finalidade da avaliação formativa é proporcionar informações acerca do desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem, com o fim de que o professor possa ajustá-lo, para melhor atender o aluno em sua individualidade. Como se caracteriza a avaliação formativa? 1. É qualitativa, pois deve ser feita para orientar e acompanhar a aprendizagem dos alunos e as práticas didático-pedagógicas dos professores, ao invés de apenas classificar, julgar, atribuir aos primeiros os resultados insatisfatórios e responsabili- zar os segundos pelos os resultados satisfatórios, como se fazia mais comumente na avaliação tradicional. 2. Está inserida no processo de ensino-aprendizagem o tempo todo – desde antes do planejamento do curso até à sua finalização –, abrindo, inclusive, possibilidades para a reformulação do plano de curso e de aula elaborados pelo professor, confor- me forem coletados dados nas diversas atividades avaliadas. 3. É, portanto, contínua e serve de instrumento de controle tanto do ensino quanto da aprendizagem. Como ocorre durante todo o tempo em que o professor e o alu- no estão juntos, ambos podem perceber desenvolvimentos e dificuldades e dialogar sobre tais situações, procurando suas causas e seus resultados possíveis. Essa per- cepção e os diálogos dela decorrentes aproximam os dois e os tornam parceiros, companheiros: uma dupla em busca de um desenvolvimento bem-sucedido. Fonte: (FALIVENE, 2013,p.76) GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 A avaliação, na dimensão pedagógica, está ligada ao processo de ensino e aprendizagem com todas as suas características, como: princípios, objetivos, conteúdos e metodologia. A avaliação compõe os elementos necessários e coerentes que objetivam a aprendizagem do aluno. Nesta perspectiva, assim como todo o processo de ensino e aprendizagem, a escolha do processo avaliativo deve estar claro no projeto político pedagógico da instituição escolar, aprovado pelo conselho escolar. Além da avaliação da aprendizagem interna da instituição escolar,os alunos realizam as avaliações institucionais. ISTO ESTÁ NA REDE Com a pandemia foi necessário reinventar a educação, aulas mediadas por tecnologia, ensino híbrido, tudo para que a aprendizagem não parasse nesse momento. No entanto, muitos professores estão procurando caminhos para avaliar o processo cognitivo, um processo importante que permite ao educador traçar novas rotas e mais do que isso, abordar novas metodologias. Os modelos clássicos que quantificam a aprendizagem já vinham sofrendo críticas antes de estarmos vivenciando o processo emergencial. Com a educação mediada por tecnologia surge a oportunidade de repensar práticas, descobrir o que dá certo e encontrar novos caminhos, inclusive para promover uma avaliação que avalie o processo e não somente o produto final e no momento oportuno, combiná-las com a retomada das aulas presenciais. Fonte:https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/debora-garofalo/2020/09/09/como-avaliar-a-aprendizagem-em-tempos-de-pandemia. htm?cmpid=copiaecola 12.2 AS AVALIAÇÕES EM LARGA ESCALA Caro(a) aluno (a), você já ouviu falar em avaliação em Larga escala? As avaliações em larga escala iniciaram na década de 1990, com as políticas neoliberais, com apoio dos organismos internacionais. Essas avaliaçõesganharam força com a criação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), organizado para atender as necessidades da nova organização do país e da educação como um todo. Houve muitas mudanças e evoluções no processo de organização dessas avaliações na educação básica e hoje temos o Saeb responsável pelas seguintes avaliações: Aneb- Avaliação Nacional da Educação Básica (acontece de forma amostral, escolas e alunos das redes públicas e privadas do país que não atendem aos critérios de participação da Anresc/Prova Brasil, que pertencem às etapas finais dos três GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 últimos ciclos da Educação Básica: em áreas urbanas e rurais, 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio regular). Anresc/ Prova Brasil – Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (aplicada aos alunos de 5º e 9º anos do ensino fundamental público, nas redes estaduais, municipais e federais, de área rural e urbana, em escolas que tenham no mínimo 20 alunos matriculados na série avaliada. A Prova Brasil oferece resultados por escola, município, Unidade da Federação e país que são utilizados no cálculo do Ideb). ANA – Avaliação Nacional da Alfabetização (Acontece no 3º ano do Ensino Fundamental, conforme orientação da Base Nacional Comum Curricular, com as disciplinas: Língua Portuguesa e Matemática). Há também outras duas avaliações de extrema importância para a educação: ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio eo ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). O Enem e o Enade são avaliações de larga escala, de natureza sistêmica, que são realizada por um agente externo à escola, o Inep. Essas avaliações estão previstas por lei, amparadas pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O que é a Provinha Brasil A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica que visa investigar as habilidades desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras. Composta pelos testes de Língua Portuguesa e de Matemática, a Provinha Brasil permite aos professores e gestores obter mais informações que auxiliem o monitoramento e a avaliação dos processos de desenvolvimento da alfabetização e do letramento inicial e das habilidades iniciais em matemática, oferecidos nas escolas públicas brasileiras, mais especificamente, a aquisição de habilidades de Leitura e de Matemática. Aplicada duas vezes ao ano, a avaliação é dirigida aos alunos que passaram por, pelo menos, um ano escolar dedicado ao processo de alfabetização. Todos os anos os alunos da rede pública de ensino, matriculados no 2º ano do ensino fundamental, têm oportunidade de participar do ciclo de avaliação da Provinha Brasil. A adesão a essa avaliação é opcional, e a aplicação fica a critério de cada secretaria de educação das unidades federadas. A aplicação em períodos distintos possibilita a realização de um diagnóstico mais preciso que permite conhecer o que foi agregado na aprendizagem das crianças, em termos de habilidades de leitura e de matemática. Ressalte-se que a data de aplicação da Provinha Brasil segue sendo uma decisão de cada rede de ensino. Fonte: http://portal.inep.gov.br/provinha-brasil GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 AULA 13 GESTÃO DO CONHECIMENTO Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/reuni%c3%a3o-neg%c3%b3cios-brainstorming-1453895/ A gestão do conhecimento surgiu das novas perspectivas de gestão na década de 1990, juntamente com os termos “era da Informação” e“era do conhecimento”, cada qual com sua singularidade. A gestão do conhecimento ganhou força e espaço dentro das grandes empresas. Hoje existem cursos de pós-graduação lato-sensu (especialização) ou stricto-sensu (Mestrado e doutorado) direcionados especificamente para esta formação. Gerenciar o conhecimento é algo grande, poderoso e forte, e assim o gestor escolar também precisa de conhecimentos sobre a gestão do conhecimento para aplicar o que for possível desta perspectiva dentro do ambiente escolar, por isso, caros (as) alunos (as), esta aula é dedicada a gestão do conhecimento. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 13.1 A gestão do conhecimento Para entender a gestão do conhecimento precisamos entender o conceito que essas palavras nos trazem. O conceito de gestão já foi apresentado nas aulas anteriores, mas retomaremos para compreender a gestão do conhecimento como um todo. Gestão um substantivo feminino; Ação de gerir, de administrar, de governar ou de dirigir negócios públicos ou particu- lares; administração. Função ou exercício da pessoa responsável pela administra- ção; gerência. (DICIONÁRIO ONLINE) Conhecimento substantivo masculino Entendimento sobre algo; saber: conheci- mento de leis. Ação de entender por meio da inteligên- cia, da razão ou da experiência. [Por Extensão] Ação de dominar uma ciência, uma arte, um método, um pro- cedimento etc.: ele tinha grande conheci- mento de história. (DICIONÁRIO ONLINE) Fonte: https://www.dicio.com.br// Nesse sentido podemos entender que a gestão do conhecimento é gerenciar/ administrar o entendimento, ou seja, é gerenciar o ato de conhecer/ entender algo, administrar o conhecimento. Esta perspectiva de gestão surgiu no fim do século XX, com as novas políticas de Estado, com objetivo de melhorar a comunicação e o desenvolvimento das empresas. Desde o início da década de 1990, a administração do conhecimento tornou-se o assunto do momento. Os pesquisadores da administração, os consultores e os especialistas da mídia de todo o mapa global exortavam as empresas atuais a considerar a criação do conhecimento uma fonte de vantagem competitiva, para enfocar as necessidades dos trabalhadores do conhecimento (HIROTAKA; IKUJIRO, 28, p. 118) Nessa linha de pensamento os funcionários devem trabalhar com ideias inovadoras e criativas que impulsionam o crescimento da empresa. Ainda para os autores, o conhecimento deve ser gerado, portanto, em um ambiente verdadeiramente empático, onde as pessoas importam-se com as experiências individuais genuínas. https://www.dicio.com.br/gestao/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 ANOTE ISSO A promoção do conhecimento inclui facilitar as conversações e as relações, assim como compartilhar o conhecimento local através de uma organização ou além dos limites geográficos e culturais. No entanto, em um nívelmais aprofundado, a promoção do conhecimento depende de um novo sentido de conhecimento emocional e cuidado na organização, um sentido que enfatize como as pessoas tratam-se entre si e que encoraje a criatividadeaté mesmo a jocosidade (HIROTAKA; IKUJIRO, 2008, p.128). 13.1.1 A gestão como promotora do conhecimento Para que a gestão do conhecimento seja efetiva dentro da empresa, os funcionários precisam de integração e o gestor deve proporcionar um ambiente agradável para que todos se sintam confortáveis em criar, pesquisar e apresentar novas ideias. A criação do conhecimento deve ser acompanhada pela promoção do conhecimento, dadas à fragilidade característica do conhecimento e as várias barreiras a sua criação (HIROTAKA; IKUJIRO, 200, p.119). No entanto, a criação, a pesquisa e aquisição de novos conhecimentos precisam de disposição do indivíduo, ele precisa estar disposto a esse processo e sabemos que há certa dificuldade por parte de alguns indivíduos em aceitar as mudanças. Manter o que já está em andamento é mais fácil e mais seguro. Podemos encontrar várias barreiras à criação do conhecimento, tanto individuais quanto organizacionais. Iniciaremos com as barreiras individuais. A criação do conhecimento no nível individual envolve a capacidade de lidar com novas situações, eventos, informação e contextos (HIROTAKA; IKUJIRO, 2008, p.121). Embora alguns indivíduos tenham certa resistência em aceitar as mudanças, novas propostas e processo de criação, Santanna (2014, p.69) acredita que as pessoas possuem mapas mentais de como planejar, implementar e avaliar suas ações, mesmo que sejam processos inconscientes ou, algumas tantas vezes, tenham ações distintas do que sentem ou pensam. Nesta perspectiva, é essencial a atuação da educação para promover o indivíduo a entender a trabalhar a gestão do conhecimento. A educação é o caminho para desenvolver a criatividade, o autoconhecimento, a confiança e a conexão, características necessárias para o sucesso na gestão do conhecimento. Para além da sala de aula, a gestão do conhecimento pode ser utilizada pela gestão GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 escolar com seus funcionários. Lembrando que “Ao estabelecer a gestão democrática do ensino, o texto constitucional institui, ao mesmo tempo, o direito e o dever de participação a todos os que atuam nos sistemas de ensino” (SANTANNA, 2014, p.21). Agestão democrática atrelada à gestão do conhecimento pode oferecer excelentes resultados dentro deste ambiente de ensino e aprendizagem. ISTO ESTÁ NA REDE O artigo “Gestão do Conhecimento: o que é e por que aplicá-la na sua empresa” apresenta os pontos principais desta perspectiva de gestão. O sucesso de uma empresa, independentemente do seu porte ou ramo de atuação, está vinculado à prática de transformar seu conhecimento em resultados efetivos. Com a gestão do conhecimento aplicada no dia a dia, as respostas deixam de ser construídas a partir do zero e, com o tempo, começam a acontecer de forma intuitiva sem que as pessoas se deem conta disso. Sabe aquela premissa de que devemos aprender com os erros? Então, isso é levado em conta na GC, pois erros e acertos são gerenciados para serem utilizados em decisões futuras com base no aprendizado obtido em experiências anteriores. [...] A gestão do conhecimento consiste na administração dos ativos de conhecimento de uma organização. É um processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos conhecimentos estratégicos na vida de uma companhia. O conceito abrange um conjunto de metodologias e tecnologias que visam criar condições para identificar, integrar, capturar, recuperar e compartilhar o conhecimento existente nas organizações. A soma do conhecimento de todos em uma empresa resulta no seu capital intelectual, criado a partir do intercâmbio entre o capital humano, o capital estrutural e o capital clientes. Fonte: https://www.oconhecimento.com.br/gestao-do-conhecimento/ 13.1.1.1 As inovações da gestão do conhecimento na era da informação no ambiente escolar O século XXI trouxe com ele uma grande necessidade de mudança na educação. A gestão escolar é o ponto a ser discutido com atenção, pois é a partir da gestão que a comunidade escolar poderá ser repensada, assim há uma séria discussãosobre a atuação da gestão democrática e da gestão do conhecimento dentro da instituição escolar. https://www.oconhecimento.com.br/gestao-do-conhecimento/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 A escola deve ser um centro de formação humana, cidadã e profissional, além de um espaço privilegiado de socialização dos jovens, de desenvolvimento de suas aptidões e sonhos. Por isto mesmo, a estrutura educacional precisa ser repensada, buscando aproximar-se da realidade dos jovens e da cultura juvenil (TEIXEIRA, 2018, p. 125). A escola deve abrir caminhos para que o indivíduo esteja preparado a assumir seu papel na sociedade atual (era do conhecimento, era digital, era da informação). Ainda para o autor “a elaboração de projetos educacionais deve engendrar a oportunidade de práticas, construções e investigações colaborativas e sociais em rede, considerando para isto a coaprendizagem e a coinvestigação” (TEIXEIRA, 2018, p. 188). Uma metodologia inovadora educacional deve estar inserida, por exemplo, em uma educação híbrida, que mistura o ensino presencial e o online, que ocorre tanto nas instituições educacionais, de modo formal, como informalmente, por meio de tecnologias digitais. As redes são formadas justamente para sustentar essas interações que agora ultrapassam espaços (abertos) e se conectam a novos interesses, que pertencem a todos aqueles envolvido (TEIXEIRA, 2018, p.197). Com uma gestão preparada para assumir essas mudanças, o sucesso do futuro educacional está garantido, pois astransformações e a complexidade do mundo atual provocam insegurança e medo nas organizações do modo de produção, pondo em cheque o trabalho, fazendo emergir o conhecimento como categoria central das novas relações e da vida social. Nesta perspectiva, a escola temcomo função social a socialização dos saberes historicamente acumulados para a formação integral do indivíduo. Assim,é necessária uma formação continuada para que o gestor escolar tenha discernimento ao tomar uma posição ou mesmo implantar ações pedagógicas, administrativas, financeiras ou realizar algum investimento no capital intelectual da comunidade escolar para a melhoria da qualidade de seus processos educativos. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA A sala de aula éo espaço de encontro entre alunos, professores e conhecimento. Vínculos de amizade, cooperação e confiança constroem ese consolidam neste espaço dando vida ao processo de ensino aprendizagem. Antes mesmode ter acesso a conhecimentos considerados científicos o indivíduo, empiricamente, constrói explicações para os fenômenos naturais, sociais e culturais. Estessaberes particulares servem de acesso a outros novos conhecimentos.Assim sendo,cada aluno é um sujeito repleto de saberes individuais, coletivos, múltiplos, oriundos da interação com o meio físico,familiar, da experiência com o trabalho, do agir dos papéis sociais que cada um representa na vida. Sobeste enfoque, a sala de aula pode ser caracterizada por ser pulsante, viva e dinâmica. Porconseguinte, o espaço da sala de aula emana vivência, experimentação, ação e construção do conhecimento. A adoção de ferramentas e de técnicas inerentes à gestão do conhecimento,num ambiente de EJA, pode fortalecer a relação entre alunos, professorese a gestão escolar.Portanto, a inovaçãona gestão da escola é um desafio que se está impondo aos gestores desta modalidade de ensino. Fonte: https://periodicos.ufsm.br/regae/article/view/25545/pdf GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 AULA 14 GESTÃO DA SALA DE AULA Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/palestra-professora-forma%c3%a7%c3%a3o-5423877/ Caros (as) alunos (as), já ouviram falar em Gestão da sala de aula? A sala de aula é um espaço que precisa de gestão diariamente, mas aquinão estamos no referindo da gestão representada pelo gestor (diretor), ou pelo coordenador, a gestão da sala de aula deve ser específica do professor, isso mesmo, o professor é gestor da sala de aula, pois cabe a ele organizar e realizar o planejamento, acompanhar o processo de ensino e aprendizagem de seus alunos e resolver os conflitos existentes. 14.1. O professor gestor Caro (a) aluno(a), você pensou no professor como gestor da sala de aula? Pois essa é a pura realidade, cada professor deve ser gestor da sua sala de aula, e isso significa estar disposto a gerenciar conflitos e situações complexas de relações com os alunos e com os pais/responsáveis. A matéria-prima do trabalho do professor é o conhecimento. Não é conseguir que o aluno faça isto ou aquilo, mas conseguir que ele entenda, por reflexão e tomada de GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 consciência, como fez isto ou aquilo (BECKER, 2015, p.82). Nesse sentido, o professor precisa saber gerenciar esse processo de ensino e aprendizagem com muito cuidado. Assim, otrabalho de gestão da sala de aula deve levar em consideração tais apontamentos: • As notas devem ser um assunto privado entre você e cada estudante. • Permita que os alunos apresentem sugestões e opiniões sobre as aulas. • Tarefas ou decisões em grupo. • Seja acolhedor com cada aluno. • Seja sensível ao problema do seu aluno; • Estabeleça as suas expectativas sobre o comportamento. • Seja justo e verdadeiro; • Conheça seu aluno e a cultura da qual ele faz parte. Conhecer os seus alunos significa reconhecer e apreciar as maneiras pelas quais cada indivíduo é único, bem como entender as características comuns da adolescência. Sem dúvida, sua turma será composta de alunos com uma grande variedade de capacidades, habilidades sociais e maturidade emocional. (23) É fundamental a comunicação com os pais e responsáveis dos seus alunos, embora seja de conhecimento de todos, que a maior dificuldade é na maioria das vezes por parte dos pais. Às vezes, os professores dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio argumentam que seus alunos sabem como se comportar, uma vez que eles estão na escola há muitos anos. O argumento é o seguinte: ‘Meus alunos não são bebês. Nos anos finais do ensino fundamental ou no ensino médio, os estudantes sabem a importância de chegar na hora à sala de aula, de fazer o dever de casa, de respeitar os pertences dos outros e de levantar a mão quando quiserem fazer um comentário. Além disso, há tanto conteúdo a ser ensinado que eu não posso desperdiçar tempo ensinando regras que eles já deveriam conhecer.”Essa argumentação tem um certo apelo, particularmente para professores que são entusiastas das suas áreas de conhecimento e ávidos por começar. Porém, é importante reconhecer que, embora os seus alunos tenham noções gerais a respeito do comportamento adequado no ambiente escolar, eles não conhecem suas expectativas específicas. Seus alunos, provavelmente, têm aula com cinco professores diferentes por dia e as expectativas específicas variam de turma para turma (SIMON;INGRID, 2015, p.21). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 Nesta perspectiva, há indícios que indicam que o envolvimento da família na escola diminui à medida que os alunos passam dos anos iniciais para os finais do ensino fundamental, e que, no ensino médio, o envolvimento praticamente desaparece. Mas esse indicador vale para as escolas públicas, nas escolas privadas a comunicação e integração dos pais com a instituição escolar é melhor. ANOTE ISSO As teorias críticas sobre o currículo surgem ao lado dos movimentos culturais da década de 1960, principalmente na defesa dos grupos minoritários: negros, mulheres, homossexuais entre outros. Esses grupos se manifestaram fortemente na cultura norte-americana por meio do rock e do movimento hippie. A partir dessa época, compreende-se que o currículo escolar se encontra vinculado às ideologias dominantes na sociedade e que deve ter espaço para discutir também as desigualdades sociais existentes. A teoria crítica dos currículos inspirou-se nas obras de Kant, Hegel e Marx (SANTANNA, 2014, p.175). Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/professor-propriedade-3765909/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 14.1.1 Estratégias da gestão dentro da sala de aula no século XXI As Estratégias utilizadas na gestão da sala de aula no século XXI são ações desenvolvidas pelos professores que proporcionam condições apropriadas ao processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, passamos a inserir nos procedimentos didáticos adotados pelo professor algumas outras técnicas que facilitem a observação direta, o acompanhamento quase diário do desenvolvimento do aluno. Relacionamos aqui alguns caminhos que podem ser introduzidos na sala de aula, de maneira natural e motivadora, permitindo retirar o aluno da passividade e torná-lo participante ativo da aula, processando informações e construindo gradativamente o conhecimento dinâmico que poderá mobilizar futuramente na resolução de problemas (SANTANA, 2014, p. 76). O interesse e a participação ativa dos alunos dependem da utilização de estratégias adequadas dentro da sala de aula. Nesse sentido, a tecnologia tem muito a contribuir. Por sua vez, notebooks, tablets, smartphones e outras tecnologias passaram a integrar a sala de aula e a sala de aula passou a estar conectada com o planeta. Surgiram livros digitais, ambientes virtuais de aprendizagem (AVA); o mundo encontra-se cada vez mais midiatizado (SANTANA, 2014, p. 75). Nesta perspectiva, além da utilização da tecnologia, o professor pode utilizar de várias outras estratégias que motivam a participação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, pois a participação do aluno contribuindo com o desenvolvimento da aula coloca em prática a gestão democrática e a gestão do conhecimento dentro da sala de aula, no dia a dia do aluno. Veja a seguir algumas estratégias para esse processo de gestão de sala de aula. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 Fonte: Santanna (2014, p.77) Quando o aluno participa das ações e decisões da sala de aula, até mesmo das decisões da instituição escolar por meio das instâncias colegiadas, ele pratica a democracia, estabelece relação com as responsabilidades de participação ativa na sociedade, concretizando o objetivo do professor gestor da sala de aula. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O artigo “O que é gestão de sala de aula e por que todo professor precisa dela” da revista digital “Sae Digital” esclarece a necessidade de todo professor entender a gestão da sala de aula: O que é gestão de sala de aula? Gestão de sala de aula são todas as ações realizadas pelo professor para promover um ambiente de aprendizagem efetivo, em que todos os estudantes se sintam seguros e estimulados a aprender. A gestão é um trabalho diário, em que o professor está sempre percebendo e controlando a “temperatura” da sala de aula, identificando osproblemas e traçando planos de ação para solucioná-los. Por que todo professor precisa fazer a gestão de sala de aula? De acordo com Celso Vasconcellos, doutor em Educação e autor de diversos livros na área, uma boa gestão de sala de aula é fundamental para atingir os grandes objetivos da escola: a aprendizagem efetiva, a alegria crítica e o desenvolvimento humano pleno de todos os alunos. É por meio da gestão da sala de aula que o professor busca responder as seguintes perguntas: • Como está o engajamento dos alunos? • Eles são mais motivados quando utilizamos algum recurso tecnológico? • Quais práticas tiveram os melhores resultados? • Todos participam igualmente quando desenvolvemos um trabalho em grupo? • Qual a melhor forma de lidar com um aluno indisciplinado? • O que faço se houver uma briga? Ainda segundo Vasconcellos, a gestão de sala de aula acontece em três dimensões distintas: o trabalho com o conhecimento, a organização da coletividade e o relacionamento interpessoal. Fonte: https://sae.digital/gestao-de-sala-de-aula/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80 AULA 15 O FOCO E A FUNÇÃO ESCOLAR NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/aprenda-escola-estudante-matem%c3%a1tica-1996845/ Caros (as) alunos (as), nesta aula estudaremos o foco e a função da escola contemporânea, a perspectiva educacional no século XXI e a implicação de uma grande pandemia na organização educacional. A educação contemporânea tem objetivo de ser inovadora e superar as dificuldades da educação tradicional. Nesse sentido, o fim do século XX e o início do século XXI trouxe a esperança que a educação seja o instrumento de transformação social. 15.1 A Educação do século XXI O fim do século XX foi marcado pelas novas políticas neoliberais no Brasil, que impactaram todo setor educacional. Nas décadas finais do século XX, vimos e sentimos que não conseguimos uma ordem internacional mais justa e solidária. Não foram corrigidas as imensas desigualdades sociais, de alcance planetário, nem foram reparadas as injustiças históricas. Na realidade, observamos como a diferença entre os países foi crescendo (ORGANIZADORES,2011, p. 18). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81 Ainda para os autores, a virada de século tornou-se para a sociedade ocidental um referencial estimulante, composto em partes iguais de ilusão e de receio. O século XXI já começa mais documentado do que qualquer um dos anteriores, mas também é mais incerto para grande parte da humanidade do que o século XX. Embora a incerteza faça parte intrínseca do tempo que vivemos, embora seja parte do presente, há sociedades e povos inteiros que não estão preparados para enfrentá- la. (ORGANIZADORES, 2011, p. 19). O início do século XXI foi um marco para a chamada “era da informação”, a tecnologia evoluiu de tal maneira a manter todos conectados a todo momento. E essa conexão, embora nos proporciona facilidade e segurança para muitas coisas, nos trouxe também o impasse de notícias falsas, ideias copiadas, e uma grande tendência de individualismo e falta de socialização, tornando a educação um símbolo de apoio para todas essas questões. Três preocupações orientam nossa reflexão sobre a educação e a escola para o século XXI: • Preocupação ética. Refletir sobre a classe de pessoa que se quer chegar a ser e a sociedade em que se quer viver, bem como a classe de vida que se quer que ocorra nela. • Preocupação política. Relacionar permanentemente a questão da educação com a questão da construção, apropriação, legitimação e distribuição do poder na sociedade, bem como a construção de estruturas de poder que estabelecem relações de dominação e de subalternidade. • Preocupação epistemológica. Elaborar um pensamento de ruptura e superação do dado, coerente com a busca ética de gerar pensamento crítico que situe o conhecimento como momento dialético da práxis. Fonte:(ORGANIZADORES, 2011, p. 19). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82 ISTO ESTÁ NA REDE O financiamento da educação foi afetado com a pandemia Covid 19 como todos os departamentos da educação. O momento atual exige todos os esforços para conter a crise sanitária, econômica e social que se instalou no país com a pandemia da Covid-19. Entre suas inúmeras consequências, é necessário discutir e refletir sobre os impactos da pandemia no financiamento da educação básica pública que, assim como a saúde, é um direito fundamental de especial envergadura no nosso ordenamento jurídico.A Constituição da República prevê, basicamente, três pilares que sustentam o financiamento da educação básica pública no Brasil. Primeiro, temos a vinculação da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, de, no mínimo, 25% para Estados, municípios e Distrito Federal e 18% para a União à manutenção e desenvolvimento do ensino (artigo 212). É tamanha a importância desse direito que a vinculação para a finalidade prevista no artigo 212 é uma exceção ao princípio da não afetação da receita de impostos previsto no artigo 167, IV, da CR/88. Segundo, o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), previsto no artigo 60 do ADCT como um fundo de natureza contábil e composto por parte dos recursos que os Estados, o Distrito Federal e os municípios devem destinar à educação a que se refere o artigo 212. Por último, a contribuição social do salário- educação recolhida pelas empresas, na forma da lei, prevista no artigo 212, § 5º, como fonte adicional de financiamento da educação. Fonte:https://www.conjur.com.br/2020-jun-11/miola-melo-impactos-covid-19-educacao-basica-publica 15.1.1 A Educação em Home office na Pandemia Covid-19 Com o surgimento da pandemia da covid-19 um sinal de alerta se acendeu sobre os problemas educacionais no país. A grande desigualdade que existe entre os alunos passou a ocupar mais espaço nos debates, assim como as diferenças no que se refere ao acesso à Internet. Os profissionais da educação se viram diante de um grande desafio frente às defasagens e dificuldades com maior intensidade, os alunos sentiram a necessidade da presença física do professor e tiveram de lidar com tecnologias diferentes daquelas com que estavam acostumados (redes sociais, games). Plataformas digitais passaram a ser usadas diariamente; alguns já dominavam, mas muitos apresentavam grandes dificuldades. A escola se obrigou a se reorganizar em função das novas demandas. A discrepância entre o ensino privado e o público chamou atenção da mídia e da população; pois algumas escolas já contavam com infraestrutura adequada e com professores capacitados, enquanto GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83 outras contavam com um modelo totalmentetradicional. O modelo de trabalho Home Office surgiuhá mais de 50 anos, proporcionando mudança na forma de execução do trabalho, no qual as pessoas exercem suas atividades em casa, mantendo o vínculo com a organização. No Brasil, teve início nas empresas privadas; está sendo implementado no setor público nos últimos 10 anos. Ainda assim, há receio por parte dos administradores que o HomeOffice seja uma reestruturação radical do ambiente de trabalho. As novas mídias contribuem na relação ensino-aprendizagem a partir do intercâmbio de informações e conceitos, num ambiente que é mediatizado pela questão técnica, porém, viabiliza o encontro pedagógico de forma natural, além da sala de aula, possibilitando relacionamento próximo entre os protagonistas do processo educativo (TEIXEIRA, 2018, p. 123). Embora muitos profissionais e alunos tenham encontrado muitas dificuldadese receptivo para todos os alunos e funcionários, ao mesmo tempo que administra toda a parte burocrática da escola. ISTO ESTÁ NA REDE O papel do gestor escolar é constantemente questionado, nesse sentido, a leitura do texto “Quais competências devem ser desenvolvidas pelos diretores?” publicado pela Nova escola é fundamental para todo educador. “A reconfiguração da figura do diretor escolar, visando o desenvolvimento de competências e habilidades de liderança que sejam capazes de endereçar as necessidades do novo século, está em debate há algum tempo. É consenso de que o perfil desenhado décadas atrás não atende aos desafios atuais e ao que ainda virão”. Fonte:https://novaescola.org.br/conteudo/20230/quais-competencias-devem-ser-desenvolvidas-pelos-diretores GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 1.1.1 A GESTÃO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA Na história da educação brasileira aprendemos que as formas educacionais e as formas de organizar a educação estão diretamente relacionadas com os problemas sociais da época, assim a educação e sua organização se modifica à medida que esta sociedade percebe os seus problemas e tenta solucioná-los. O campo da administração escolar, embora tão em voga atualmente em virtudedas inúmeras reformas educacionais, nem sempre foi alvo de atenção na produção acadêmica dos intelectuais na História da Educação. Emuma trajetória educacional de mais de 500 anos, a administração escolar estrutura-se como campo de estudos acadêmicos há menos de um século. Osprimeiros escritos teóricos no Brasil reportam-se à década de 1930. Istonão significa dizer que a prática administrativa era inexistente na educação.(DRABACH; MOUSQUER, 2009, p. 259-260). O Gestor tem um papel fundamental na organização educacional, embora a história nos mostra que apenas com as ideias escolanovistas a partir de 1930 que o gestor ganhou espaço dentro do ambiente escolar propriamente dito. Os responsáveis pela gestão também foram se moldando no ambiente escolar, alguns lugares são organizados com coordenador pedagógico, diretor escolar e supervisor, outros lugares são organizados com o pedagogo Unitário (que ocupa a mesma função do coordenador pedagógico), e o Diretor, e outros lugares são organizados com coordenador escolar e Gestor. Embora tenham nomenclaturas diferentes que variam de região para região, as funções são as mesmas e objetivam manter a instituição educacional organizada e funcionando nas melhores condições possíveis. As principais mudanças na história da gestão escolar aconteceram já no fim do século XX, com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei nº 9.394/96, esses documentos estabelecem uma nova organização, novos parâmetros para a gestão escolar, o que conhecemos como Gestão Democrática. A LDB contém normas gerais, de âmbito nacional, revestindo-se de características de flexibilidade e garantindo aos sistemas de ensino (estadual e municipal) espaços para exercitarem a sua autonomia como sistemas. Essa autonomia também garante às escolas ampla liberdade para definirem seus projetos político-pedagógicos. (PITÁGORAS, 2003, p. 72). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 Esta lei foi escrita e aprovada para organizar e garantir que as orientações da Constituição Federal e dos novos financiadores da educação fossem colocadas em prática. Essa nova perspectiva da educação foi baseada na política Neoliberal, esta política defende a não participação do Estado na economia, oferecendo liberdade de comércio ao mercado, proporcionando crescimento econômico e desenvolvimento social. Também conhecemos essa política como “descentralização”, pois ela exime o Estado de suas obrigações sociais e responsabiliza a sociedade civil. 1.1.1.1 GESTÃO NA COMUNIDADE ESCOLAR De acordo com a Constituição Federal de 1988, e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, a gestão educacional se expressa por meio da organização dos sistemas de ensino federal, estadual e municipal. A nova organização trouxe para a gestão escolar a participação de toda a comunidade e esse foi um grande marco, pois essa mudança aconteceu da década de 1980 para 1990, logo depois do período da Ditadura Militar no Brasil. Segundo a LDB - Lei nº 3.394/96 a gestão escolar diz respeito ao estabelecimento de ensino e suas responsabilidades são: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica; Observamos que, além de manter toda a organização escolar, com relação ao trabalho dos professores, funcionários e materiais utilizados, a comunicação e interação com a comunidade onde a instituição de ensino está inserida se faz necessária e pertinente à gestão escolar. A comunidade escolar está dividida em duas partes, a primeira diz respeito à comunidade de professores, funcionários e alunos, ou seja, a todos que frequentam GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 este ambiente escolar, a segunda diz respeito à comunidade em que a instituição está inserida, o bairro que ela atende. Seguindo essa perspectiva, a partir da inserção da gestão democrática na Gestão educacional, representantes de toda a comunidade escolar deve participar das tomadas de decisões, tanto representantes de funcionários, professores, alunos e da comunidade que a instituição está inserida. Essa participação da comunidade nas tomadas de decisões acontece por meio das Instâncias Colegiadas. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O que realmente faz um gestor? O artigo “Gestor: o que é, principais características e desafios” vai nos mostrar na prática qual a real função e importância do gestor na prática. “Tornar-se gestor é a meta de muitos trabalhadores. Já alguns outros, enxergam a posição como desnecessária. Essa concepção, no entanto, não poderia estar mais errada: a gestão é fundamental para garantir o bom funcionamento de qualquer empresa. [...] Um gestor é, essencialmente, um líder. Por isso, seu papel é extremamente importante na motivação, união e eficiência da equipe. No entanto, como todo cargo de liderança, ser gestor exige um conjunto de habilidades bem específicas.” Fonte: https://www.sbcoaching.com.br/gestor/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 AULA 2 A INFLUÊNCIA NEOLIBERAL DA DÉCADA DE 1990 E A GESTÃO ESCOLAR Fonte: https://pixabay.com/photos/coins-banknotes-money-currency-1726618/ 2.1 O Neoliberalismo Os ideais do neoliberalismo são parecidos com os ideais do liberalismo do século XVII, mas não é a mesma coisa. Já que o Liberalismo “[...] os princípios do liberalismo clássico foram, à sua época, revolucionários. As propostas de liberdade e igualdade, delineados pelos defensores de tal doutrina, se colocavam contra o abuso monárquico e em defesa da vida”. (OLIVEIRA, 2020, p.2014). Ainda para este autor: [...] um aspecto fundamental do liberalismo e que será defendido ao longo dos séculos por vários outros pensadores liberais [...] a liberdade dos súditos inclui a regulação da vida social através do Estado, permitindo a eles comprar e vender através de contratos, trabalhar, assim como escolheriniciais em atuar com auxílio da tecnologia, observamos que este apoio é muito bem- vindo e validado. 15.1.1.1 O gestor escolar na escola contemporânea O gestor escolar na contemporaneidade deve atuar de acordo com os tópicos já discutidos nas aulas passadas, sendo eles: Gestão Democrática. Apoio das instâncias Colegiadas. Projeto Político Pedagógico. Gestão do Conhecimento. Gestão da sala de aula. O gestor que conta com todo esse apoio na instituição escolar que atua pode garantir que atende as necessidades dos seus alunos, oferecendo educação de qualidade, com todos os direitos e deveres garantidos por lei. Uma concepção contemporânea de direitos humanos incorpora os conceitos de cidadania democrática, a qual, por sua vez, denota inspiração em valores humanistas e embasada nos princípios da liberdade, da igualdade, da equidade e da diversidade (TEIXEIRA, 2018, p. 21). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84 Outro aspecto que deve ser prioridade na gestão contemporânea é a diversidade. Esse tema é primordial para todas as áreas do conhecimento no século XXI. A diversidade é definida como um mix de pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo sistema social. Nestes sistemas coexistem grupos de maioria e de minoria. Os grupos de maioria são os grupos cujos membros, historicamente, obtiveram vantagens em termos de recursos econômicos e de poder em relação aos outros (FLEURY, 2000, p. 20). a diversidade é entendida como tudo aquilo que se afasta de uma identidade específica: a do homem branco, heterossexual e sem deficiências. Desta maneira, mulheres, não brancos (negros, pardos, orientais ou indígenas), não-heterossexuais e pessoas com deficiência recaem todos na categoria de diversidade. Revela-se, então, um aspecto político da dicotomia normal-diferente, que pode ser traduzido pelo questionamento do que é o normal e do que é o diferente (BITENCOURT, 2011, p.337). A diversidade está presente em todas as instituições escolares, sejam elas públicas e privadas, e deve ser um tema livre a discussão, defendido e claro por todos os envolvidos na gestão escolar. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Considerando-se a Rede Estadual de Educação de São Paulo, a maior do país, cerca de 3,8 milhões de estudantes e cerca de 200 mil educadores e educadoras tiveram que rapidamente se adaptar, não somente a um novo estilo de vida frente à necessidade do afastamento social, mas também a ensinar (e aprender) dentro de um novo modelo de educação mediada por tecnologia. Para garantir a oferta de aulas e atividades e, ao mesmo tempo, oferecer em tempo real formação aos seus educadores, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo criou o Centro de Mídias da Educação de São Paulo, em funcionamento até esse momento. Apesar de todo o suporte, a enorme diversidade de realidades educacionais, sociais e econômicas dentro do Estado é, por si só, um grande desafio mesmo em períodos não emergenciais. A pandemia trouxe um cenário ainda mais desafiador e que precisa ser compreendido de maneira aprofundada, a fim de gerar novos conhecimentos e mapear possibilidades de ações para o presente e para o futuro. Fonte:https://jornal.usp.br/artigos/educacao-e-pandemia-desafios-e-perspectivas/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85 AULA 16 A GESTÃO ESCOLAR NA PANDEMIA COVID-19 Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/escrit%c3%b3rio-em-casa-336377/ A pandemia Covid-19 causou um transtorno mundial em 2020 - 2021. A educação foi profundamente afetada pela pandemia. Como é de conhecimento comum o vírus covid-19 é altamente transmissível, principalmente em ambientes fechados com muitas pessoas no mesmo ambiente, como uma sala de aula. Desta forma, as aulas foram suspensas. Nesta perspectiva vamos entender a legislação que amparou a suspensão das aulas e reorganizou todo o funcionamento da educação. 16.1 Legislação para educação na pandemia Covid-19 De acordo com Parecer CNE/CP nº 5/2020, aprovado em 28 de abril de 2020, o Conselho Nacional de Educação (CNE) veio a público elucidar aos sistemas e às redes de ensino, de todos os níveis, etapas e modalidades, considerando a necessidade de http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=145011-pcp005-20&category_slug=marco-2020-pdf&Itemid=30192 GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86 reorganização [...] Além disso, segundo informações enviadas pelo MEC, outras ações estão sendo realizadas pelo Ministério para a mitigação dos impactos da pandemia na educação destacando-se entre elas: Criação do Comitê Operativo de Emergência (COE). Implantação de sistema de monitoramento de casos de coronavírus nas instituições de ensino. Destinação dos alimentos da merenda escolar diretamente aos pais ou responsáveis dos estudantes. Disponibilização de cursos formação de professores e profissionais da educação por meio da plataforma AVAMEC – Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ministério da Educação. Disponibilização de curso on-line para alfabetizadores dentro do programa Tempo de Aprender. Reforço em materiais de higiene nas escolas por meio de recursos do Programa. Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para as escolas públicas a serem utilizados na volta às aulas. Concessão de bolsas da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para estudos de prevenção e combate a pandemias, como o coronavírus. Ampliação de recursos tecnológicos para EaD em universidades e institutos federais. Ampliação das vagas em cursos de educação profissional e tecnológica na modalidade EaD pelo programa Novos Caminhos. Autorização para que defesas de teses e dissertações de Mestrado e Doutorado sejam realizadas por meio virtual. Todas as medidas indicadas no parecer CNE/CP nº 5/2020 foram pertinentes e necessárias, mas não foram suficientes para reorganizar a estrutura da educação, assim, o Parecer CNE/CP nº 15/2020, aprovado em 6 de outubro de 2020, trouxe diretrizes mais organizadas. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=145011-pcp005-20&category_slug=marco-2020-pdf&Itemid=30192 GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87 Art. 2º As instituições escolares de Educação Básica, observadas as diretrizes nacionais editadas pelo CNE, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as normas a serem editadas pelos respectivos sistemas de ensino, ficam dispensadas, em caráter excepcional, durante o ano letivo afetado pelo estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6/2020: I – na Educação Infantil, da obrigatoriedade de observância do mínimo de dias de trabalho educacional e do cumprimento da carga horária mínima anual previstos no inciso II do art. 31 da Lei nº 9.394/1996; e II – no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, da obrigatoriedade de observância do mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, desde que cumprida a carga horária mínima anual nos termos do inciso II do art. 2º da Lei nº 14.040/2020. Parágrafo único. O município que optou por manter a rede municipal integrada ao sistema estadual de ensino, nos termos do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 9.394/1996, deverá observar as normas educacionais do respectivo Conselho Estadual de Educação. A reorganização da educação no período da pandemia Covid-19 foi extremamente necessária, mudando toda a concepção de educação e a atuação de todos os profissionais que trabalham na educação, principalmente o Gestor escolar, este precisou se adaptar ao trabalho home-office por um tempo e reorganizar a instituição escolar de suas responsabilidades para o rodízio de alunos e funcionários. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA A suspensão das aulas presenciaisem março de 2020 exigia respostas imediatas dos setores e profissionais envolvidos na Educação. A grande maioria que afirma ter cumprido o calendário escolar o fez por meio de atividades educacionais não presenciais, mas com monitoramento pedagógico remoto. 5,5 milhões de estudantes no Brasil não tiveram acesso ou tiveram acesso limitado às atividades escolares - A falta de internet é uma das principais razões, já que, sem ela, os estudantes não conseguem acompanhar as atividades de suas casas. No país, 47 milhões de pessoas não têm acesso à internet, segundo estudo do Comitê Gestor da internet no Brasil. 78,6% foi o grau de dificuldade de acesso à internet registrado pelas redes - O grau piora em relação aos mais vulneráveis, com maior entraves quanto à conexão, o que contribui para a perda do vínculo escolar e para a evasão. Fonte: https://gente.globo.com/o-impacto-da-pandemia-na-educacao-brasileira 16.1.1 Organização escolar em Home-office A organização escolar frente à pandemia Covid-19 foi aderir ao trabalho home office, algumas escolas privadas permaneceram por pouco tempo em home office GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88 e voltaram o atendimento aos alunos por meio de rodízios. Os rodízios variam, em algumas escolas são diários e outras são semanais. No rodízio diário os alunos da sala são divididos em duas turmas que frequentam a escola em dias alternados. No rodízio semanal os alunos da sala são divididos em duas turmas e frequentam a escola em semanas alternadas. Também é permitido não frequentar a escola mesmo que esteja matriculado em uma instituição com rodízio, pois mesmo com todos os cuidados há um risco de contaminação com o Covid-19, e assim o aluno junto com seus pais/ responsáveis pode optar por não frequentar as aulas, mas deve se comprometer a acompanhar as aulas pela plataforma digital indicada pela instituição escolar. A organização de rodízio é amparada pelo órgão máximo da instituição, o conselho escolar, com apoio do gestor. É importante entender que toda a comunidade escolar permanece conectada durante todo o tempo, as reuniões acontecem por meio de plataformas digitais como Meet, Zoom, Teams ou Skype Business. A responsabilidade de garantir que tudo continue acontecendo para oferecer o melhor processo de ensino e aprendizagem possível neste momento é do gestor, cabe a ele orientar e acompanhar as atividades online entre professores e alunos. O gestor pode aproveitar o momento em que a tecnologia está em alta e auxiliando todos os segmentos da sociedade para inserir verdadeiramente as novas tecnologias no cotidiano escolar. Lembre- se que existem muitas ferramentas “free” que podem ser utilizadas no cotidiano escolar (MORASTANY, 2020, s/p). Este momento pode proporcionar aprendizado para todos, a tecnologia está facilitando a comunicação e o trabalho de todos neste momento, principalmente o trabalho do gestor. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89 ISTO ESTÁ NA REDE Os impactos negativos causados pela pandemia de Covid-19 na educação brasileira podem ser graves e duradouros, segundo relatório do Banco Mundial. Dois a cada três alunos brasileiros podem não aprender a ler adequadamente um texto simples aos 10 anos. Esta informação é de um estudo do Banco Mundial, divulgado na última semana, que analisou o impacto da Covid-19 na educação dos países da América Latina e Caribe. [...] Segundo o relatório, 70% das crianças brasileiras podem não aprender a ler adequadamente. [...] Outro dado destacado no estudo do Banco Mundial é em relação ao que chamam de índice da “pobreza de aprendizagem”, analisado com base em estatísticas educacionais. Ele indica o percentual de crianças com 10 anos incapazes de ler e entender um texto simples. A pandemia, segundo o levantamento, aumentaria esse índice para 70% dos alunos no Brasil, que já tinha 50% dos alunos em pobreza de aprendizagem. Essas perdas correspondem a 1,3 ano de escolaridade, ou seja, o estudante teria o conhecimento de mais de uma série anterior a que é correspondente à sua idade. Com um tempo maior de escolas fechadas, a defasagem pode subir para 1,7 ano de escolaridade. Fonte: https://www.futura.org.br/impactos-da-pandemia-na-educacao/ 16.1.1.1 A Gestão escolar e o home-office O papel do gestor escolar é essencial no trabalho home-office, pois ele precisa manter o processo de ensino e aprendizagem em andamento, ao mesmo tempo que organiza e acompanha todos os funcionários por meio das plataformas digitais. A atuação do gestor diante de uma pandemia como a Covid-19 deve ser de comprometimento e dedicação, não apenas com os alunos, mas também com cada funcionário, que precisa de cuidado e atenção. Segundo a cartilha do SEBRAE sobre a atuação da Gestão Escolar na Pandemia, há vários apontamentos importantes: • Proteger os alunos e funcionários de contaminações, não apenas suspendendo as atividades escolares, mas criando canais de comunicação para orientá-los sobre medidas preventivas a serem adotadas nas suas casas e após o retorno das aulas. • Fortalecer a resiliência da comunidade escolar face aos riscos demandados pela pandemia. https://www.futura.org.br/impactos-da-pandemia-na-educacao/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90 ANOTE ISSO Entender bem o que é esperado pela empresa durante a temporada em home office impacta diretamente nos resultados que podem ser obtidos nesse período. E posicionar estrategicamente o mobiliário pode ajudar, e muito, nessa missão. De acordo com os valores do fengshui, cargos que exigem a tomada de decisões, gerenciamento e gestão de equipes vão se beneficiar melhor de um ambiente onde a mesa permita que o trabalhador fique de costas para uma parede ou armário sólido, e de frente para a porta de entrada. Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/decoracao/dicas-para-criar-um-ambiente-para-home-office-mesmo-que-de-ultima-hora/ • Estreitar os canais de comunicação com a comunidade escolar para a conjugação de esforços coletivos e coordenados das partes interessadas, tendo em vista o levantamento de problemas que podem surgir após o retorno das aulas e o estabelecimento de um plano de ação com a participação de todos os envolvidos. • Planejar a continuidade das ações educacionais e sanitárias, sob o ponto de vista administrativo e pedagógico, a partir da análise do cenário atual e as perspectivas futuras, como trabalhar o conteúdo de forma flexível, utilizando canais de comunicação virtuais e seguindo as orientações emanadas das instâncias superiores. • Comunicar a comunidade escolar sobre as medidas adotadas pela gestão escolar para auxiliar estudantes e profissionais da educação nas suas dúvidas em relação à rotina escolar interrompida e o que será feito após o retorno das atividades da escola. • Garantir investimentos considerando a revisão da previsão orçamentária estabelecida para o atual ano letivo e para os próximos. • Criar mecanismos de levantamento e registros dos resultados das ações planejadas e das boas práticas realizadas para divulgar junto à comunidade escolar e compartilhar nas redes de educadores em atividade. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91 CONCLUSÃO Caros (as) alunos (as), finalizamos aqui nossa trajetória sobre os conhecimentos da gestão escolar. Apresentamos o diretor escolar tradicional, que atuou por muito tempo como detentor do poder dentro da instituição escolar. Passamos pelas mudanças apoiadas pelas políticas neoliberais do fim do século XX e início do século XXI, apresentando os documentos que nortearam a nova gestão escolar, a Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Plano Nacional de Educaçãoe Base Nacional Comum Curricular. A nova gestão escolar do século XXI, impulsionada pelas políticas do fim do século XXé baseada nos princípios da Gestão Democrática, com apoio das instâncias colegiadas (conselho de classe, conselho escolar, grêmio estudantil e APMF). Sendo que, entre elas, o conselho escolar é indispensável, por ser o órgão máximo da instituição escolar, todas as decisões devem ser tomadas com a participação de todos os membros deste conselho. Aprendemos que o projeto político pedagógico é o documento de maior importância dentro da instituição escolar, ele planeja e organiza toda a instituição escolar, a parte administrativa e a parte pedagógica. O PPP deve nortear as atividades da gestão escolar e da gestão de sala de aula. Como documento político e pedagógico ele deve ser aprovado pelo órgão máximo da instituição, o conselho escolar. A aula sobre a estrutura e organização de toda educação básica foi fundamental para entender o papel do gestor, mesmo que o profissional atue com apenas uma etapa da educação é fundamental que ele tenha conhecimento de todo o processo, desde a educação infantil até o ensino médio. Entender o foco e a função do coordenador pedagógico e do diretor (gestor) escolar e como a participação destes profissionais foi essencial, pois vai nortear o trabalho de vocês alunos (as), isso éessencial para a organização e funcionamento escolar. É importante lembrar que estes dois profissionais devem trabalhar em harmonia, diálogo e empatia. A estrutura e funcionamento da Educação pública foram abordados com o objetivo de apontar a atuação da gestão na escola pública. Com a mesma importância de entender a escola pública, também aprendemos sobre o ato de avaliar e como o GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92 processo de avaliação é importante para o processo de ensino e aprendizagem, e para a formação do cidadão crítico. Seguimos com a gestão do conhecimento e sua contribuição educacional, refletindo na gestão da sala de aula, que torna o professor um gestor responsável. Aprender sobre a gestão da escola contemporânea foi fundamental para superar as dificuldades da educação tradicional. Nesse sentido, o fim do século XX e o início do século XXI trouxeram a esperança de que a educação seja o instrumento de transformação social. Ainda discutimos sobre o desfecho educacional perante as dificuldades impostas pela pandemia Covid-19. A adaptação para esse enfrentamento foi por parte dos alunos e dos professores, por mais que a desigualdade social dificultou o acesso dos alunos às plataformas digitais, os professores também enfrentaram grandes dificuldades para trabalharem com os meios digitais de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, consideramos que as aulas abordaram assuntos relevantes e importantes para a formação acadêmica de cada um de vocês. Ótimos estudos a todos (as), nos encontramos em uma próxima jornada do conhecimento. Grande abraço. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93 ELEMENTOS COMPLEMENTARES LIVRO Título: Gestão democrática da escola pública Autor: Vitor Henrique Paro Editora: Cortez Sinopse: Sempre na perspectiva da gestão escolar como mediação para a realização de fins educativos, Vitor Henrique Paro examina problemas relacionados à efetiva participação de alunos, professores, pais, e demais sujeitos envolvidos na gestão democrática. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94 FILME Título: O Milagre - Mucize Ano: 2015 Sinopse: Em 1960, um professor é enviado a um povoado no interior da Turquia e, chegando lá, descobre que não existe uma escola para lecionar. Baseado numa história real. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95 REFERÊNCIAS ALVES, G., Gonçalves, L. H. do N., & Casulo, A. C. (2020). 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V.20, N.01. 2018, p. 45-70. https://www.dicio.com.br/conhecimento/ https://www.dicio.com.br/conhecimento/ _GoBack _heading=h.gjdgxs _heading=h.7wv3m1ws8ch4 _GoBack _heading=h.gjdgxs _heading=h.kvzj8z31sfz1 _heading=h.tyjcwt _GoBack _heading=h.4mixkdc31dai _heading=h.9l4lk645yd4i _heading=h.lv31ovjvybcr _heading=h.ew7ipguqp9vh _heading=h.ctfw1pe98z8g _heading=h.6d0yslmdttb4 _heading=h.n0ycps6y3x2n _heading=h.cvnep9o1el0o _heading=h.e5kv1r1gvgk6 _heading=h.i3jc1jxx9p75 _heading=h.iocizgbgog8b _heading=h.6yudggrliey4 _heading=h.t0zd0unh78aa _heading=h.37vzd13d94ab _heading=h.4j4w8aptpbpp _heading=h.honrj53ciysj _heading=h.dz33bhd1ms4p _heading=h.ill1qz8q4md _heading=h.mavq25m6sv2j _heading=h.b6gj9gs9bmni _heading=h.utoyuk3wnfl6 _heading=h.i1ykws786qr9 _heading=h.yex9tqcnhct9 _heading=h.w944j9w9ubc8 _heading=h.5xlqxgwl15zp _heading=h.hky6tce5cfny _heading=h.c6m1gytl8xnh _heading=h.x42v9uk0e58x _heading=h.n1n4va7jf83f _heading=h.fmbgim1ktqt4 _heading=h.xxd169iagf5z _heading=h.v2vh9lesmnch 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_heading=h.5o0opeft4gxf _heading=h.p7nvgx9gwtct _heading=h.4cvr098beowq _heading=h.l6glaqpzvw5x _heading=h.mf0aiekxjutu _heading=h.k1498pk6n4gl _heading=h.xxg4m4wk1uvh _heading=h.ydqck0cqgm0c _heading=h.r696bdy0usrq _heading=h.s3uj77ymryog _heading=h.tk00qfspo3o7 _heading=h.j8fjksr5hoe7 _heading=h.2rgtwqikusnb _heading=h.zca44pd2dhnh _heading=h.983uqll15ra1 _heading=h.wc8rl810mc45 _heading=h.xbis675s4v8 _heading=h.8il9a75p43ny _heading=h.9p5rsikzcddt _heading=h.izputoltm2ys _heading=h.ormnugir02bz _heading=h.ixfxme46960 _heading=h.mo7loflccfqx _heading=h.9w87m96ch1xw _heading=h.31b4ktazaef7 _heading=h.14rl06vfxsyr _heading=h.lqlj6ggbgh83 _heading=h.6aexzk1scoq6 _heading=h.iyym5ez35z80 _heading=h.qiy3psrdeqlp _heading=h.wkcrbxwatuey _heading=h.i5320ukn3lnl _heading=h.lqpa4bj2tgxg _heading=h.8i22nozygn6 _heading=h.bwiuulr1boau _heading=h.ck8m0trwwmd _heading=h.pset0fx8ihfh _heading=h.s187a0pzk8rw _heading=h.vkgdeb7g40br _heading=h.q1n5n38ual52 _heading=h.wmjmpe7dnrl1 _heading=h.bxdnmhbas2f4 _heading=h.icc44ktxud9v _heading=h.lh5npvrftfvi _heading=h.1haob47euuph _heading=h.wpx36oy0baq0 _heading=h.a1u8b037ux43 _heading=h.f36bxuhrtiug _heading=h.o67yc99rxoo5 _heading=h.l6o1biy3c9ru _heading=h.yktvkstr68gt _heading=h.kw7troriubg4 _heading=h.gdvtblx0s2r6 _heading=h.f9i4m47iu8e5 _heading=h.56e7kxajicra _heading=h.jdhvdzlz1g59 _heading=h.26pnngwc9d9y _heading=h.sg66qk5km472 _heading=h.u5qfof7kthqn _heading=h.21w4xp51vuyd _heading=h.gyfand3bd0qe _heading=h.mi8oqvujlqyb _heading=h.xh54667ohtx2 _heading=h.iwix5ll9pr _heading=h.c10e2es846rd _heading=h.32tf59ivl60p _heading=h.w11g3hy76s9y _heading=h.f286bvzero8n _heading=h.a3ao30d5i39gonde morar e educar os filhos. Notemos que este princípio da liberdade, de comprar e vender através de contratos formais e legais, está vinculado ao quesito da propriedade privada dos meios de produção que estabelecerá a liberdade dos súditos de vender sua força de trabalho para quem quiser (OLIVEIRA, 2020, p.2015). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Agora que entendemos o conceito do modelo clássico do Liberalismo, vamos entender: O que é o Neoliberalismo? De acordo com Dicionário de direito, a base que ampara o neoliberalismo é uma política econômica que surgiu nos anos 1970, construída com o objetivo de originar novas políticas com características liberais. Os direitos que amparam a luta neoliberal são acompanhados de várias críticas, entre elas estão: - O aumento de desigualdade social. - A precariedade trabalhista. - A redução da soberania nacional. - A diminuição de desenvolvimento dos países mais pobres. - A redução dos desenvolvimentos sociais. O neoliberalismo é a forma política de globalização que resulta do modelo de capitalismo dos Estados Unidos, um modelo que baseia competitividade em inovação tecnológica acoplada a baixos níveis de proteção social. A agressiva imposição deste modelo no mundo todo pelas instituições financeiras internacionais, não apenas impõe abruptas mudanças no papel do Estado e nas regras do jogo entre o explorador e o explorado; bem como entre o opressor e o oprimido, mas também muda as regras do jogo dentro dos outros tipos de capitalismo desenvolvidos [...] (GOMES, 2007. p.72) Quando o neoliberalismo chegou ao Brasil, ele já estava presente na política dos Estados Unidos e na Inglaterra, organizados em três aspectos: 1. Austeridade fiscal. 2. Desoneração do capital, visando a livre circulação. 3. Diminuição do estado por meio da privatização das empresasdos serviços públicos. Notamos que o Neoliberalismo possui as características do Liberalismo, mas tem o objetivo de minimizar a responsabilidade do Estado e impulsionar a economia, com o livre comércio. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 ISTO ESTÁ NA REDE Neoliberalismo O que é neoliberalismo? O neoliberalismo é uma teoria econômica que recupera os princípios do liberalismo clássico ao defender a mínima intervenção do Estado na economia. De acordo com essa doutrina socioeconômica, o mercado não deve ser regulado pelo Estado, mas, sim, pelo próprio mercado, ou seja, a economia, além de se autorregular, regula igualmente a ordem econômica. Dessa maneira, o neoliberalismo defende uma maior autonomia dos cidadãos no âmbito econômico e político. Os governos de diversos países adotaram essa prática econômica na década de 1970. Fonte: https://escolaeducacao.com.br/neoliberalismo/ 2.1.1 Política neoliberal da década de 1990 O período da Ditadura militar é um marco importante na História do Brasil que finalizou em meados da década de 1980, e com o fim do Regime Militar o Brasil gritava por socorro democrático. No fim da década de 1980 e no início da década de 1990 o Brasil passou por grandes mudanças na sua liderança, mas foi o presidente Itamar Franco que iniciou a chamada “Reforma do Estado”, que foi delineada e apoiada com a liderança do presidente Fernando Henrique Cardoso. A Reforma do Estado marcou a década de 1990por decorrência dos processos de reestruturação capitalista, da internacionalização e da globalização da economia, persuadida pela política Neoliberal e seu conjunto de propostas ideológicas. Com esse processo novos paradigmas exigiram novas perspectivas, como “eficiência” e “equidade”. No entanto Alves (2020, p.32), nos diz que: [...] operíodo da “Nova República” fundada pela Constituição de 1988, com o surgimento e desenvolvimento, a partir da década de 1990, da “sociedade civil neoliberal” (1990-2018). Nanova etapa histórica do Estado neoliberal,podemos destacar, no plano social, a formação do novo (e precário) mundo do trabalho; e depois, a partir da década de 2000, a disseminação do tecnocapitalismo na vida cotidiana, alterando de modo qualitativamente novo a organização da cultura e o papel dos intelectuais. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 Ainda para esse autor, “asociedade liberal-democrática no Brasil deu lugar à sociedade civil neoliberal. Temos hoje, no país, uma crise dos valores liberais-democráticos, incapazes de conter as novas demandas sociais criadas contraditoriamente pelo desenvolvimento do capitalismo brasileiro”. (ALVES, 2020, p.33). A revolução tecnológica chamada hoje de “Tecnocapitalismo” proporcionou à sociedade civil uma linha de informação sem controle, por meio da internet e das redes sociais, com fakenews e opiniões contrárias. Nesta perspectiva, Costa e Domiciano (2020, p. 04) afirmam que: Desde 2016, no Brasil, cresceu muito rapidamente uma onda de reformas neoliberais e neoconservadoras por meio do aprofundamento de diferentes formas de privatização dos serviços prestados pelo Estado que acabaram por conter o pequeno e breve avanço dos direitos sociais brasileiros. Desta maneira, é importante lembrar que todas essas mudanças causam grande impacto na Instituição escolar e na Gestão escolar como um todo. É de grande importância que a equipe Gestora da Instituição tenha habilidade e conhecimento para lidar com todas essas mudanças, com relação aos funcionários, alunos e com a organização escolar. 2.1.1.1 A nova organização da Gestão Escolar. A partir dessa nova perspectiva neoliberal que amparouas reformas da década de 1990, novos direcionamentos surgiram para a área administrativa empresarial e, consequentemente, no novo modelo de gestão educacional. Essa nova organização teve como fonte a descentralização administrativa, O papel centralizador do diretor abriu espaço para a esperada Gestão democrática. Fonte: https://www.infoescola.com/educacao/gestao-democratica/ O que é Gestão Democrática? A gestão democrática pressupõe a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar – pais, professores, estudantes e funcionários – em todos os aspectos da organização da escola. Esta participação incide diretamente nas mais diferentes etapas da gestão escolar (planejamento, implementação e avaliação) seja no que diz respeito à construção do projeto e processos pedagógicos quanto às questões de natureza burocrática. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 Para a efetivação da Gestão democrática a Instituição escolar deve contar com as Instâncias Colegiadas, com representantes de todas comunidade escolar e represen- tantes da comunidade local. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA No texto: “O PAPEL DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NAS ESCOLAS”, podemos ver como a gestão democrática de fato exerce seu papel e atende às necessidades da lei. “A gestão democrática coloca em prática o espírito da Lei, por destacar a forma democrática com que a gestão dos sistemas e da escola deve ser desenvolvida. É um objetivo porque trata de uma meta a ser sempre aprimorada e é um percurso, porque se revela como um processo que, a cada dia, se avalia e se reorganiza. Traz, em si, a necessidade de uma postura democrática. E esta postura revela uma forma de perceber a educação e o ensino, onde o Poder Público, o coletivo escolar e a comunidade local, juntos, estarão sintonizados para garantir a qualidade do processo educativo.” Fonte:https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-papel-gestao-democratica-nas-escolas.htm GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 AULA 3 GESTÃO ESCOLAR: PERSPECTIVAS E DESAFIOSFonte: https://pixabay.com/photos/books-library-room-school-study-2596809/ / 3.1 Perspectivas da gestão escolar Para Lück (2009, p. 23), a gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na educação destinada a realizar o planejamento, a organização, a liderança, a orientação, a mediação, a coordenação, o monitoramento e a avaliação dos processos necessários à efetividade das ações educacionais orientadas para a promoção da aprendizagem e formação dos alunos. As perspectivas da Gestão estão ligadas ao perfil do profissional que atua neste cargo, o gestor escolar deve, acima de tudo, entender o funcionamento e as bases legais da educação como um todo. A gestão escolar é uma dimensão do próprio ato educativo. Definir objetivos, selecionar estratégias, planejar o trabalho, organizar, coordenar, avaliar as atividades e os recursos, em se tratando da sala de aula ou da escola no seu conjunto, são tarefas com sentido pedagógico e educativo evidentes (SANT’ANNA, 2014, p.43). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 Nesta perspectiva, é justo que o gestor tenha experiência como professor em sala de aula pois: O professor, como gestor da aprendizagem, redimensiona sua atividade profissional transmutando o conceito de “transmissor” de conhecimento para aquele que cria condições, a fim de que a aprendizagem se efetive. Assim, o docente organiza e disponibiliza recursos, de forma coletiva, para a estruturação de um ambiente que favoreça o aprendizado. Essa é uma mudança significativa em sua atividade profissional (SANT’ANNA, 2014, p.45). Em alguns lugares a exigência é de no mínimo 5 anos em sala de aula para assumir a gestão escolar. Em outros lugares o gestor precisa ser concursado, mas na maioria dos lugares o gestor é escolhido por uma votação interna em cada instituição, os funcionários que escolhem o seu gestor. O profissional que assume a gestão escolar, além de experiência em sala de aula, precisa de conhecimento sobre o funcionamento da secretaria e da coordenação pedagógica, para que desta forma possa garantir o bom funcionamento, organização e relacionamento de todos os departamentos da instituição. ISTO ESTÁ NA REDE O texto “Gestão escolar democrática: desafios e perspectivas“ no aproxima da real função do gestor. No que se refere às perspectivas, enfatizamos que a gestão democrática pode seconstituir numa dimensão mobilizadora das competências dos diversos atores que compõem a comunidade educativa, contribuindo para que haja sinergia entre eles, tendo em vista a consolidação da educação de qualidade. [...] Quanto aos desafios, destacamos a necessidade da consolidação de uma cultura escolar pautada pelo diálogo, pela participação e pela corresponsabilidade dos que integram uma comunidade educativa. Fonte: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/23370/14880 3.1.1 Desafios da Gestão escolar Os desafios enfrentados pelo profissional que atua na gestão escolar são inúmeros, existem os documentos (alunos, funcionários, instituição), as normas que devem ser seguidas, o relacionamento com os pais dos alunos e com a comunidade em geral, a organização de toda a instituição, garantir que todos os alunos estejam tenham GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 atendimento e professores, e também precisa manter a harmonia e colaboração entre todos os funcionários. O gestor educacional é fundamental ao apresentar uma gestão que favoreça e estimule o compromisso da equipe, bem como que proporcione melhorias no ambiente escolar e nas relaçõesinter- pessoais. O gestor, na figura de alguém que “dá ordens”, vem dando lugar ao líder, ao facilitador ou ao mentor, alguém que “está junto”, que orienta, apoia e ensino (SANT’ANNA, 2014, p.46). A gestão escolar é uma liderança importante, por isso, além de conhecer todos os departamentos da instituição, o profissional que atua nesta gestão precisa de ser um líder que preza o diálogo, que se importa realmente com os seus alunos e funcionários e que tenha facilidade em resolução de problemas sob pressão. O líder é aquele que observa e analisa o comportamento pessoal e profissional de sua equipe, procurando identificar potencialidades e fragilidades de cada pessoa, direcionando-as para que possam ser despertadas para novos desafios e melhorias; é focado no autodesenvolvimento de todos (SANT’ANNA, 2014, p.46). Nesse sentido, observamos que não basta apenas querer ser um gestor escolar é necessário ter conhecimento de toda organização e funcionamento escolar, espírito de liderança, bom relacionamento com alunos, funcionários, pais e comunidade, e também é essencial a este profissional se capacitar na área de gestão escolar, a formação continuada a todos os profissionais que atuam na educação é fundamental. 3.1.1.1 A Liderança do Gestor escolar Para compreender a liderança do gestor escolar é preciso entender o significado de liderança: Significado de Liderança ;substantivo masculino Algo ou alguém que está ou vem ocupando o primeiro lugar em: empresa se mantém na liderança do mercado; o time está na liderança do campeonato. Ofício, lugar ocupado ou natureza de líder: o presidente está na liderança do país. Autoridade; tendência para chefiar ou para demonstrar autoridade: liderança política. [Por Extensão] Alguém ou grupo de indivíduos que exerce algum tipo de chefia: as lideranças comerciais do município. Etimologia (origem da palavra liderança). Liderar + ança.(DICIONÁRIO Online, 2021). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 Nesta perspectiva, a liderança vem com responsabilidades e com poder de tomada de decisões importante. Esse pode ser definido de maneiras diferentes, de acordo com John Galbraith (2006, p. 4-6), há três tipos de poderes: - Poder condigno: esse tipo de poder se fundamenta na punição. Temos a tendência de obedecer àquelas pessoas capazes de nos punir. Conforme o autor, trata-se da habilidade de “impor às preferências do indivíduo ou do grupo, uma alternativa suficientemente desagradável ou dolorosa para levá-lo a abandonar essas suas preferências”. -Poder compensatório: o próprio nome revela a condição. Ocorre quando se faz possível realizar o desejo do outro por meio da troca, da “barganha”. Por exemplo, você faz o que eu quero e eu te dou isso ou aquilo. “O poder condigno obtém a submissão, infligindo ou ameaçando consequências adequadamente adversas”. Essa submissão pode ser conquistada pelo poder econômico, troca de favores ou oferta de cargos. -Poder condicionado: aqui há uma intervenção nas crenças das pessoas. Exige maior habilidade de influência e argumentação. O poder condicionado é exercido mediante a convicção e uma crença; “[...] a persuasão, a educação ou o compromisso social com o que parece natural, apropriado ou correto, leva o indivíduo a submeter- se à vontade alheia”. Há, então, maior ênfase em ressignificar ideias e princípios tendo como objetivo a dominação (SANT’ANNA, 2014, p.46-47). O profissional que atua na gestão escolar deve levar em consideração os tipos de poderes que existem, mas sua liderança deve ser pautada na mediação e para isso deve aderir à Gestão democrática, esta que está prevista na Constituição Federal e na LDB é maneira correta e eficaz para a boa liderança na Educação. A gestão democrática visa que a tomada de decisões deve ser compartilhada, entre os líderes, funcionários, alunos e comunidade. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Aprendemos que o papel do gestor é fundamental para o desenvolvimento e organização da instituição escolar. Nesse sentido o artigo “OS DESAFIOS DA GESTÃO ESCOLAR” nos esclareceque: [...] um gestor necessita analisar a sua aplicação de práticas administrativas de maneira crítica e rigorosa a fim de avaliar a instituição e de propor mudanças para melhorar sua qualidade. A Educação é mais que um mero produto é um compromisso filosófico e um ideal humanitário, vai além da finalidade de só cumprir as exigências burocráticas e honrar os compromissos financeiros é necessário organização e administração do espaço escolar; gestão dos recursos físicos, materiais e humanos; cumprimento das leis, diretrizes, estatutos e, organização e planejamento do sistema educacional, trabalhando na elaboração e na execução de projetos pedagógicos para garantir melhoria na qualidade educacional. [...] O gestor têm um desafio próprio, tudo o que acontece com a instituição é, de certa forma, sua responsabilidade, seu papel é orientar desde a atuação do corpo docente garantindo que sejam devidamente capacitados e trabalhem motivados, até a Secretaria, departamento financeiro, almoxarifado, limpeza e conservação, alimentação, monitoria, inspecionamento, portaria, ou seja, toda a instituição está sob seu comando, ele é o principal porta-voz da organização e deve zelar pelo interesse de todos os envolvidos. Fonte: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/os-desafios-da-gestao-escolar GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 AULA 4 A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA Fonte: h https://pixabay.com/photos/hands-teamwork-team-spirit-cheer-up-1939895/ / 4.1 Fundamentos legais da Gestão Democrática A Gestão democrática na forma da lei está prevista na Constituição Federal DE 1988 e foi detalhada e organizada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96. De acordo com a LDBem seu Art. 3º, “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida (Incluído pela Lei Nº 13.632) (BRASIL, 2018). Observamos que a LDB já passou por várias atualizações, a mais recente foi em 2018. Mas o que realmente nos interessa nesta aula é discutir o inciso “VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;”. A gestão democrática está vinculada a toda organização escolar, e acontece com a participação de um representante de cada grupo. ISTO ESTÁ NA REDE O artigo “O PAPEL DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NAS ESCOLAS” esclarece a gestão democrática de maneira clara e que atende às necessidades da lei. A gestão democrática tem se tornando um dos motivos mais frequentes, na área educacional de reflexões e iniciativas públicas a fim de dar sequência a um princípio constitucionalmente na lei de diretrizes e bases da educação nacional. O princípio está inscrito na Constituição Federal e na LDB, sendo assim, ele deve ser desenvolvido em todos os sistemas de ensino e escolas públicas do país. Ocorre, contudo, que como não houve a normatização necessária dessa forma de gestão nos sistemas de ensino, ela vem sendo desenvolvida de diversas formas e a partir de diferentes denominações: gestão participativa, gestão compartilhada, etc. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 E é certo que sob cada uma dessas denominações, comportamentos, atitudes e concepções diversas são colocados em prática. A gestão democrática coloca em prática o espírito da Lei, por destacar a forma democrática com que a gestão dos sistemas e da escola deve ser desenvolvida. É um objetivo porque trata de uma meta a ser sempre aprimorada e é um percurso, porque se revela como um processo que, a cada dia, se avalia e se reorganiza. Fonte:https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-papel-gestaodemocratica-nas-escolas.htm 4.1.1 Elementos Básicos da Gestão Democrática A base da gestão democrática é a participação de representantes de todos os grupos envolvidos com a instituição escolar, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade. Segundo Sant’Ana (2014, p.43), entendemos como gestão participativa quando cada pessoa que integra a organização participa ativamente dos processos decisórios, compartilhando méritose responsabilidades. Paulo Freire, com sua perspicácia e entendimento do ser humano como crítico e participativo, defende a gestão democrática como papel fundamental na organização escolar. A existência humana, porque humana,não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar (FREIRE, 1975, p. 93). A participação de todos os representantes na Gestão escolar torna a Gestão democrática essencial para a formação crítica e participativa dos alunos, pois a própria instituição representa a importância da voz ativa do cidadão não apenas dentro da sua comunidade, mas na sua cidade, no seu país. É esse conceito de ensino, como forma fundamental de integração do homem na sociedade, que se quer tornar acessível a todos na escola. E este é o compromisso e a função da escola eficaz: garantir que os alunos aprendam a pensar, a fazer, a ser e a conviver, tendo acesso a todo o tipo de informação e conhecimento, no momento certo, com prazer e facilidade. Para isso, é preciso rever a dinâmica da escola, de sua gestão aos currículos e àspráticaspedagógicas, visando a uma escola de qualidade, alegre e democrática (PITAGORAS, 2014, p.06). Nesta perspectiva, Sant’anna (2014, p.43) nos esclarece que: GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Nesse processo de mudanças, emerge a Pedagogia Profissional, que, conforme Abreu (1996), é um ramo da Pedagogia que estuda e propõe caminhos nas instituições escolares e/ou empresas, articulando as necessidades técnicas à gestão de conhecimentos, visando provocar mudanças comportamentais nas pessoas envolvidas e favorecendo a integração e a superação profissional. A maneira da gestão democrática se estabelecer na instituição escolar é organizar o Projeto Político Pedagógico, criar e apoiar as instâncias colegiadas. 4.1.1.1A Gestão Democrática e as Instâncias Colegiadas Segundo Sant’Ana (2014), gestão participativa é, sem dúvida, a participação efetiva das instâncias colegiadas na tomada de decisões da escola, o que vai de fato, efetivar a gestão democrática. Nesta perspectiva, Hora (2014, p.56) afirma que “A implantação de práticas participativas é importante, pois o processo de discussão nas comunidades escolares implanta a ação conjunta com a corresponsabilidade de todos no processo educativo”. Corroborando com: [...] um modelo de gestão democrático-participativa tem na autonomia um dos seus mais importantes princípios, implicando a livre escolha de objetivos e processosde trabalho e a construção conjunta do ambiente de trabalho. [...] é indispensável a introdução do trabalho em equipe (LIBÂNEO, 2004, p.102). Nesse sentido, Luck (2015) afirma que a ação participativa é orientada pela promoção solidária da participação dos integrantes da comunidade escolar, na construção da escola como organização dinâmica e competente, tomando decisões em conjunto orientadas pelo compromisso com valores, princípios e objetivos educacionais elevados. Desta maneira, a forma de colocar essa participação em prática é por meio das Instâncias colegiadas, ou seja, os conselhos escolares. Há quatro conselhos que pertencem às Instâncias colegiadas: Conselho de classe, Grêmio Estudantil, APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários, e o Conselho Escolar que é o órgão máximo da instituição escolar. Os conselhos de escola oscilam da mesma maneira: ora apenas registrados em livro-ata, formalizados e constituídos, mas sem atuação, ora outros interagindo com a escola, exercendo suas funções e contribuindo para o aprimoramento pedagógico, administrativo e financeiro. Algumas escolas adotam o professor conselheiro de classe, que atua como ponte entre os alunos e a equipe pedagógica, apresentando problemas e soluções, visando otimizar o processo de ensino-aprendizagem (SANT’ANA, 2014, p.108). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 Assim, na próxima aula discutiremos todos os conselhos, individualmente, para compreenderem a importância e a função de cada uma dentro da Gestão democrática. ANOTE ISSO Na educação, essa organização de espaços colegiados se realiza em diferentes instâncias de poder, que vão do Conselho Nacional aos Conselhos Estaduais e Municipais, e Escolares. Esses espaços e organizações são fundamentais para a definição de políticas educacionais que orientem a prática educativa e os processos de participação, segundo diretrizes e princípios definidos nessas várias instâncias. A construção de uma escola pública democrática, plural e com qualidade social demanda a consolidação e o inter-relacionamento dos diferentes órgãos colegiados. Há toda uma legislação educacional definida pelos espaços parlamentares competentes, influenciados pelos movimentos sociais organizados, que pode ser acionada para favorecer a gestão democrática da escola básica e a existência de Conselhos Escolares atuantes e participativos. Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 AULA 5 AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS Fonte: https://pixabay.com/photos/business-meeting-meeting-business-5395567/ As instâncias colegiadas colocam em prática a Gestão Democrática, com representantes de todos os grupos da comunidade escolar: alunos, professores, funcionários e gestores. A representação e participação de todos é fundamental para exercer a gestão democrática. Nesta aula discutiremos as quatro instâncias: Conselho escolar, conselho de classe, Associação de pais, Mestres e Funcionários (APMF) e Grêmio estudantil. As instâncias colegiadas proporcionam espaçopara que docentes, discentes, funcionários, pais/ responsáveis e comunidade local possam se fazer ouvir. 5.1 Conselho de escolar O conselho escolar ou conselho de escola é o órgão máximo da escola, todas as tomadas de decisões que dizem respeito à instituição escolar dependem da votação GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 dos participantes deste conselho, que é composto por representantes da comunidade escolar e local. Este conselho tem natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora sobre o trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar. O estatuto do Conselho escolar (2004) define os termos deliberativo, consultivo avaliativo e fiscalizador como: Função deliberativa: refere-se àtomada de decisão relativas às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, quanto ao direcionamento das políticas públicas. Função consultiva: refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras. Função avaliativa: refere-se ao acompanhamento sistemático das ações educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas e alternativas para melhoria do seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola, bem como a qualidade social da instituição escolar. Função fiscalizadora: refere-se ao acompanhamento e fiscalização da gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade de suas ações. O conselho de escola é responsável, entre outras ações, por aprovar o projeto político-pedagógico e o regimento escolar da unidade de ensino, decidir sobre a organização e o funcionamento da escola, propor e excluir cursos, arbitrar sobre problemas administrativos e pedagógicos quando assim requerido, avaliar o desempenho da escola etc. (SANTANNA, p.109). Nesse sentido, é importante salientar que o projeto político pedagógico é o documento de valor máximo dentro da instituição escolar e sua aprovação ou reprovação depende exclusivamente do Conselho escolar. [...]o conselho de escola extrapola as reuniões previstas em calendário, pois estas circunscrevem a ação de seus membros em um tempo- espaço definido e com tênue impacto sobre a tomada de decisões. Um conselho participante é aquele que interage frequentemente com o ambiente escolar, as atividades pedagógicas e tem voz ativa perante a gestão administrativa, patrimonial e financeira daquela escola. Deve constituir um espaçopermanente de reflexão, discussão, articulação e proposição de ações coletivas (SANTANNA, p.109). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 Diante desta informação, compreendemos que o conselho escolar é a instância colegiada mais importante dentro da instituição escolar, de maneira que sua formação é essencial para organização e funcionamento de toda escola. Sendo que a comunidade escolar e local pode/deve cobrar a formação deste conselho e a efetividade da Gestão Democrática. 5.1.1 Conselho de classe O conselho de classe é a Instância mais conhecida pela sociedade. Pois eleé responsável por definir todo o processo de ensino e aprendizagem escolar, acompanhar o desenvolvimento e evolução de cada aluno, em todos os bimestres do ano escolar, por meio de reuniões pré-agendadas. Este conselho é composto por todos os docentes, gestores, pedagogos, coordenador pedagógico, alunos e pais/responsáveis. A natureza deste conselho é consultiva e deliberativa, sendo que devem deliberar: os objetivos almejados, a metodologia e estratégias utilizadas, seleção de conteúdos curriculares, projetos coletivos de ensino, forma e critérios de avaliação, maneira de acompanhar os alunos, propostas curriculares alternativas para alunos com dificuldades, adaptações curriculares para alunos portadores de necessidades especiais, e organização de estudos complementares. [...] o conselho de classe reveste-se de espaços para reflexão pedagógica, amparado por um espírito colaborativo e centrado no processo evolutivo da aprendizagem dos alunos. Evidentemente, não existe a possibilidade de discutir melhorias da dialética ensino- aprendizagem sem considerar recursos necessários, ambientes de aprendizagem adequados, relações interpessoais e a própria formação docente [...] (SANT’TANA, p.108). Este Conselho está bem definido e organizado na Constituição Federal de 1988: De acordo com o Art. 20 – “Os conselhos de classe e série, enquanto colegiados responsáveis pelo processo coletivo de acompanhamento e avaliação do ensino e da aprendizagem, organizar-se-ãode forma a”: I – possibilitar a inter-relação entre profissionais e alunos, entre turnos e entre séries e turmas; II – propiciar o debate permanente sobre o processo de ensino e de aprendizagem; III – favorecer a integração e sequência dos conteúdos curriculares de cada série/classe; IV- orientar o processo de gestão do ensino. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 O Art. 21 – esclarece que “Os conselhos de classe e série serão constituídos por todos os professores da mesma classe ou série e contarão com a participação de alunos de cada classe, independentemente de sua idade.” No art. 22 – “Os conselhos de classe e série deverão se reunir, ordinariamente, uma vez por bimestre, ou quando convocados pelo diretor.” Observamos que este conselho é essencial para toda a organização pedagógica da instituição escolar, devendo cumprir no mínimo o calendário pré-estabelecido de se reunir uma vez em cada bimestre, para acompanhamento individual dos alunos desta instituição. Há um modelo de organização comum de conselho de classe, que envolve “pré- conselho”, “conselho de classe” e o “pós-conselho”. Pré-conselho Acontece um mês antes do conselho, os docentes fa- zem uma prévia, é um espaço de diagnóstico do pro- cesso de ensino e aprendizagem. Conselho de classe Nesse momento acontece a reunião pré-agendada com todos os integrantes do conselho de classe para discutir todo o processo de ensino e aprendizagem daquele bimestre. Pós-conselho Aqui se faz uma comunicação, acompanhamento das propostas aceitas na reunião do conselho de classe. 5.1.1.1 Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) tem objetivo de integrar os segmentos escolares, envolvendo o processo de ensino e aprendizagem, e facilitar a integração entre a família, a escola e a comunidade. É uma instância auxiliar trata-se de associação civil, sem fins lucrativos e com personalidade jurídica própria. Deve ser representada pelo seu Diretor-Executivo, mas o Diretor da Escola seja seu presidente nato. art. 37 do Estatuto Padrão da Associação de Pais e Mestres: “O Diretor da Escola poderá participar das reuniões da Diretoria Executiva da APM, intervindo nos debates, prestando orientação ou esclarecimento ou fazendo registrar em atas seus pontos de vista, mas sem direito a voto”. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 A APMF deve ser composta por representantes de pais/responsáveis, professores e funcionários da instituição escolar, esta instância não permite fins lucrativos, partidá- rios ou religiosos. Entre suas atribuições estão: * Colaborar e discutir as ações para assistência, e aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem. * Contribuir com a conservação da estrutura e ambiente escolar. * Contribuir com trabalhos voluntários na comunidade local. * Ajudar na integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto escolar, visando a realidade dessa comunidade. * Promover integração entre pais, alunos, professores, funcionários e comunidade local, por meio de atividades sócio-educativas-culturais. * Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhe forem repassados por meio de convênios. 5.1.1.1.1 Grêmio Estudantil O grêmio estudantil é a única instância composta unicamente por alunos, é independente da direção escolar e deve ser um mecanismo democrático, constituído por meio de uma eleição. “[...] os Grêmios Estudantis são organizações colegiadas lideradas pelos alunos. O incentivo à criação e à participação do Grêmio Estudantil deve partir do gestor escolar” (SANT’TANA, p.109). As atribuições do Grêmio estão ligadas com organização de eventos culturais, formação de grupos de debates sobre desigualdade, organizar palestras de temas diversos e a comunicação, esta Instância é responsável pela criação e manutenção da rádio e do jornal escolar. Muitas instituições escolares não possuem a Instância colegiada “Grêmio estudantil”, em alguns casos por falta de incentivo do diretor escolar, em outros casos por pura falta de interesse por parte dos alunos. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 ISTO ESTÁ NA REDE Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares tem por objetivo fomentar a implantação dos conselhos escolares, por meio da elaboração de material didático específico e formação continuada, presencial e a distância, para técnicos das Secretarias Estaduais e Municipais de educação e para conselheiros escolares, de acordo com as necessidades dos sistemas de ensino, das políticas educacionais e dos profissionais de educação envolvidos com gestão democrática. Aos conselhos escolares cabe deliberar sobre as normas internas e o funcionamento da escola, além de participar da elaboração do Projeto Político- Pedagógico; analisar as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola, propondo sugestões; acompanhar a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras da escola e mobilizar a comunidade escolar e local para a participação em atividades em prol da melhoria da qualidade da educação, como prevê a legislação. Fonte: http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-de-fortalecimento-dos-conselhos-escolares ANOTE ISSO Aprendemos que as instâncias colegiadas são organizações compostas por representantes da comunidade escolar e local, para efetivação da Gestão Democrática. Elas têm por finalidade fazer com que tudo o que acontece dentro do ambiente escolar seja pensado e decidido coletivamente. São instâncias colegiadas: o Conselho Escolar, conselho de classe, a APMF e o Grêmio Estudantil. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 AULA 6 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Fonte: https://pixabay.com/photos/meeting-business-architect-office-2284501/ O projeto político pedagógico é o documento mais importante da instituição escolar que ampara todos os processos administrativos e de ensino e aprendizagem, bem como os conteúdos e metodologia utilizada. 6.1 Fundamentos do Projeto político pedagógico O Projeto Político Pedagógico (PPP) foi criado juntamente com a Gestão Democrática,após a Constituição de 1988, permitindo que a instituição escolar tenha autonomia sobre sua própria identidade. Esse projeto é o referencial de qualquer instituição de ensino. Amparado pela LDB, Lei 9.394/96, em seu art. 12 diz: “Os estabelecimentos de ensino, respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”. E GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 no art. 14 “São definidos os princípios da gestão democrática; o primeiro deles é a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.” Para compreender a dimensão do PPP, se faz necessário compreender o significado de cada palavra: projeto - político - pedagógico. De acordo com o dicionário online da Língua Portuguesa, o significado de cada termo é: Projeto substantivo masculino Plano; planejamento que se faz com a intenção de realizar ou de- senvolver alguma coisa. Político adjetivo Relativo ao governo de um Estado. Direitos políticos, direitos em virtude dos quais um cidadão partici- pa do governo. Pedagógico adjetivo Que se refere à pedagogia, ciência que se dedica ao processo de educação dos jovens, estudando os problemas que se relacionam com o seu desenvolvimento. Tabela 1 Fonte: https://www.dicio.com.br/ O PPP constitui-se, portanto, um instrumento não só de organização, mas que contribui para a aquisição da autonomia da escola por meio da participação dos envolvidos neste processo (MOITA;PEREIRA, 2019, p.59). Nesta perspectiva, Libâneo (2005, p.345) afirma que “O projeto é um documento que propõe uma direção política e pedagógica para o trabalho escolar, formula metas, prevê as ações, institui procedimentos e instrumentos de ação.” O Projeto Político Pedagógico (PPP) deve explicitar, ainda, os fundamentos teóricos metodológicos, os objetivos, o tipo de organização e as formas de avaliações implementadas pela escola, sendo passível de mudanças sempre que as circunstâncias, as reflexões, as finalidades sócio-políticas e culturais da escola o exigir. Um bom projeto político-pedagógico é a busca da autonomia da escola (MOITA; PEREIRA, 2019, p.59). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 Assim, a construção e aprovação do PPP da unidade escolar coloca em prática a gestão democrática de acordo com a lei. 6.1.1 A construção do Projeto político pedagógico O Projeto político pedagógico deve ser construído com a participação de representantes de toda comunidade escolar e sua aprovação depende do órgão máximo da instituição, a instância colegiada: conselho escolar. A elaboração do Projeto Político Pedagógico é indispensável a todas as escolas e deve ser construído coletivamente, uma vez que existem problemas na escola a serem resolvidos, problemas esses que envolvem toda a comunidade escolar. Esses problemas são comuns e as soluções devem surgir do coletivo, através do diagnóstico preciso, de interpor objetivo a serem alcançados, da discussão, da tomada de decisão, da execução e das avaliações coletivas (MOITA; PEREIRA, 2019, p.60). Nesse sentido, Vasconcellos e Celso (1995) afirmam que o projeto, por ser um plano, obedece a alguns princípios e deve conter itens, ordenados e interligados, seguindo um roteiro metodológico constituído de cinco partes essenciais: Justificativa: é a parte que abre o projeto, a história da instituição e da comunidade, a trajetória, as questões problematizadoras e a sua realidade. Marco referencial:esse item é composto por três elementos: 1. Marco situacional: apresentação da realidade do aluno. 2. Marco filosófico ou conceitual: apresentação do caminho que se deve seguir, concepção de ensino e aprendizagem. 3. Marco operativo: define os conteúdos que serão trabalhados em cada disciplina. Contexto situacional: inclui o diagnóstico, como o momento em que a instituição e os seus agentes são determinados, a partir de dados sistemáticos e retirados da realidade que lhes dá o pano de fundo: Como os pais percebem a escola? • Que deficiência percebem nela? • Que qualidades lhe atribuem? • Como percebem o trabalho dos professores? • Como vêem a ação da direção e da secretaria? • Os objetivos e as ações têm sido coerentes? • Como a comunidade percebe a escola? Os currículos escolares atendem às expectativas dos pais? • As atividades extracurriculares são adequadas? • Como a escola tem GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 acompanhado as exigências do mercado de trabalho? • Que língua estrangeira gostariam que os filhos estudassem? • Quais matérias sugerem para o currículo? Programação: é a etapa que encerra o conjunto de ações a serem executadas para diminuir a distância entre o que foi diagnosticado e a realidade pretendida. As metas são traçadas e constituem o resultado mais relevante que se espera alcançar. Avaliação: ao interferir no sentido de corrigir falhas, o grupo gestor está exercendo a sua responsabilidade e avaliando, ao comparar, ao analisar o que se realizou, tomando como parâmetros o que se delineou como desejado, expressos nas metas e nos objetivos. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA De acordo com o texto “O que é o Projeto Político Pedagógico?”, podemos entender melhor o que consta no PPP. Na prática, o documento estipula quais são os objetivos da instituição e o que a escola, em todas as suas dimensões, vai fazer para alcançá-los. Nele, serão considerados todos os âmbitos que compõem o ambiente educacional, como: • A proposta curricular: deve ficar claro o que será ensinado e qual será a metodologia adotada. A proposta pedagógica deve trazer, ainda, as diretrizes adotadas pela instituição para avaliação da aprendizagem, bem como do próprio método de ensino. • Diretrizes sobre a formação dos professores: o documento deve ser claro sobre a forma como a equipe docente vai se organizar para cumprir a proposta curricular. Além disso, deve haver um plano para desenvolvimento e capacitação contínuos da equipe. • Diretrizes para a gestão administrativa: para que a proposta curricular e as diretrizes sobre o corpo docente sejam cumpridas é necessário que exista um suporte administrativo bem organizado. O documento aponta o caminho para que a gestão da escola viabilize os outros pontos. Fonte: https://www.somospar.com.br/saiba-o-que-e-o-projeto-politico-pedagogico/ 6.1.1.1 O projeto político pedagógico e a gestão democrática É importante ressaltar que “o projeto é um instrumento para a construção de uma educação de qualidade democrática, um ponto de apoio para todos aqueles que se comprometem com esta causa” (VASCONCELLOS, 2002, p.54). https://www.somospar.com.br/entenda-a-importancia-da-proposta-pedagogica-da-escola/ https://www.somospar.com.br/a-formacao-continuada-e-a-sua-importancia-para-manter-o-corpo-docente-atualizado/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 O regimento escolar, como vimos, é um documento que apresenta a escola. Deve, então, buscar expressar de forma clara os seus objetivos, sua filosofia, sua estrutura organizacional e pedagógica, bem como as demais informações que seja de interesse, como as regras disciplinares. Nele deverá estar materializado o projeto político- pedagógico, construído coletivamente (SANTT’ANA, 2014, p.108). Ainda para o autor, o projeto político-pedagógiconão deve ser visto apenas como a panaceia para todos os problemas institucionais, mas deve amparar todo processo coletivo, ele tem o poder de resgatar em cada um dos educadores-participantes a capacidade de sonhar, de acreditar, de desejar e de ter esperanças. Desta forma, o Projeto político pedagógico é indispensável para a organização escolar e para garantir a efetividade da gestão democrática. E nesta perspectiva, nas próximas aulas discutiremos a organização escolar de cada etapa da educação básica. ISTO ESTÁ NA REDE O artigo “PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: A GESTÃO E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PARA A COMUNIDADE” esclarece a perspectiva de um Projeto político pedagógico. O projeto político pedagógico é um dos pilares mais fortes na construção de uma gestão democrática. É através dele que o gestor reconhece e concretiza a participação de todos na definição de metas e na implementação de ações e a equipe assume a responsabilidade de cumprir as metas projetadas. [...] Com um projeto político pedagógico bem estruturado, a escola ganha uma identidade clara, e a equipe, segurança para tomar decisões. E, a partir disto, a gestão se torna cada vez mais democrática, com a participação efetiva de toda a comunidade escolar na sua elaboração e execução. Fonte:https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_equipeppp_0.pdf GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 AULA 7 GESTÃO ESCOLAR E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR Fonte: https://pixabay.com/photos/meeting-team-workplace-group-1245776/ A Gestão Escolar deve ter conhecimento de todos os documentos que amparam a Educação. Nesse sentido é indispensável conhecer detalhadamente a Base Nacional Comum Curricular, pois ela foi produzida e aprovada para cumprir objetivos pré- estabelecidos nos seguintes documentos: Constituição Federal de 1988. Lei de Diretrizes e Bases - Lei nº. 9.394/96. Plano Nacionalde Educação 2014-2024. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Resolução CNE/CEB no 2, de 30 de janeiro de 2012. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Resolução CNE/CEB no 06, de 20 de setembro de 2012. Para compreender melhor a aplicação dessa Base vamos conhecer os fundamentos que nortearam esse documento e sua organização nas etapas da Educação Básica. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 7.1 Fundamentos da Base Nacional Comum Curricular A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi aprovada em 2017, após muitas discussões e organização sobre o assunto. O direcionamento na base é a Educação Básica Nacional (pública e privada). [...] a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC (BRASIL, 2017). O maior objetivo da BNCC é oferecer os mesmos conteúdos para todos os alunos do país, indiferente de região ou se está matriculado no setor público ou privado, de forma que a metodologia é de escolha da instituição escolar, mas os conteúdos sejam da BNCC. [...] os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BNCC, 2017). Para melhor compreender os fundamentos desta base, veremos a seguir as palavras do documento - Base Nacional Comum Curricular: Art. 4º A BNCC, em atendimento à LDB e ao Plano Nacional de Educação (PNE), aplica-se à Educação Básica, e fundamenta-se nas seguintes competências gerais, expressão dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, a serem desenvolvidas pelos estudantes: 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (BNCC, 2017). GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 Transmitir os conhecimentos historicamente construídos é indispensável e é nesse sentido que a BNCC deseja manter um equilíbrio entre todo território nacional, para garantir que todos recebam esses conhecimentos, mesmo que seja de diferentes maneiras. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas; 3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural; Mesmo com a Base comum a todas as instituições nacionais há livre escolha de acrescentar a cultura local no processo de ensino e aprendizagem, principalmente nas atividades artísticas. 4. Utilizar diferentes linguagens –verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, em diferentes contextos, e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; A metodologia deve ser escolhida pela instituição, com base no Projeto-Político Pedagógico aprovado pelo Conselho escolar e deve utilizar diferentes linguagens. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação, de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva; 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar- se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns, que respeitem e promovam os direitos humanos, a GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado consigo mesmo, com os outros e com o planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, de forma harmônica, e a cooperação, fazendo-se respeitar, bem como promover o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (BNCC, 2017). Todas as orientações da Base Nacional Comum Curricular articulamo pleno desenvolvimento do cidadão, pois mesmo que os conteúdos sejam pré-estabelecidos pela Base, a forma como ele será repassado será definido pela instituição escolar, se deve prezar por princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. ISTO ESTÁ NA REDE O texto “Tudo o que você precisa saber sobre a BNCC” é muito claro sobre a organização da BNCC. A BNCC é um documento muito extenso e que trata sobre o desenvolvimento do currículo de toda a Educação Básica, compreendida em Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e Ensino Médio. A Base Nacional Comum Curricular determina como deve se da o ensino- aprendizagem de todos os estudantes de sua instituição e, por isso, é preciso conhecer bem este documento e saber como aplicá-lo, de fato, em cada etapa da educação básica. [...] Além disso, a BNCC tem o objetivo de instituir um currículo universal e fazer com que todos os estudantes, sejam eles de escolas públicas ou particulares, tenham o mesmo nível de conhecimento. A Base Nacional Comum Curricular foi pensada durante muitos anos e muitos educadores ainda possuem dúvidas sobre o processo histórico que deu origem à BNCC. Fonte: https://educacao.imaginie.com.br/bncc/ GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF. ROSIMEIRE APARECIDA MONTEIRO SILVEIRA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 7.2 A Educação Básica e a Base Nacional Comum curricular A Educação Básica é composta pela educação Infantil, Ensino Fundamentale Ensino Médio. Cada etapa é única e muito importante para a Educação Básica. Como primeira etapa da Educação