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Aula 1 - Direito Empresarial I

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José Carlos H Silva
Aula 1
José Carlos H Silva
Aula 1
Direito Empresarial I
"A empresa continua sendo um fenômeno desafiante para o Direito, não obstante já tenham decorrido tantos anos desde o seu primeiro aparecimento na legislação através do Código Napoleônico." Bulgarelli.
Unidade I – Empresa e Sua Repercussão Social
Introdução
O Problema da Atividade Empresarial, Sua Realidade Dinâmica e a Repercussão Social.
Projeção Internacional da Atividade Empresarial e da Pessoa Jurídica.
Direito Empresarial e Economia: Uma Relação de Estímulo Evolutivo Recíproco.
	
O que quer que possa fazer ou sonhe em fazer, comece.
Existe algo de genialidade, de poder e de magia na coragem. Goethe
1. Introdução
No atual cenário econômico tomado pela globalização e pelos avanços tecnológicos, é importante destacar a crescente influência e participação da Empresa como coração da sociedade contemporânea, estando, ela, sem dúvida, no centro da economia moderna, constituindo a célula fundamental de todo o desenvolvimento industrial.
Neste cenário, promulgou-se o novo Código Civil Brasileiro, que regula o "Direito de Empresa" no seu Livro II, marcando o abandono do sistema tradicional consagrado pelo Código Comercial de 1850, baseado no comerciante e no exercício profissional da mercancia – teoria dos atos de comércio, trocando-o pela adoção do sistema do empresário e da atividade empresarial – teoria da empresa.
O presente estudo se propõe, assim, a demonstrar a mudança de ótica do Direito Comercial, cujo objeto de atuação sofrerá profunda ampliação com a entrada em vigor da nova codificação em 2003, na medida em que o comerciante deixará de ser o centro nuclear do sistema, igualando-se os tipos de atividades econômicas produtivas (principalmente os de indústria e de serviços), passando todos a figurar em um mesmo plano, o da empresa como atividade economicamente organizada para a produção ou oferta de bens ou serviços aos mercados.
As consequências serão de grande monta, a principiar pelo abalo na estrutura tradicional do Direito Comercial, alcançando inclusive sua própria denominação, que futuramente não tratará esse direito como comercial, mas sim como "direito de empresa", ou "direito empresarial" que possui abrangência de significação muito maior.
2. O Problema da Atividade Empresarial, Sua Realidade Dinâmica e a Repercussão Social.
A Empresa desempenha atividade econômica e encontra no art. 170 da CRFB/88 sua fundamentação. Um dos princípios encontrado neste texto constitucional é o da Livre Iniciativa�. Vive-se atualmente numa sociedade de transição entre a modernidade e a pós-modernidade. Nesta última encontra-se uma nova perspectiva da postura do empreendedor� e da sociedade empresária�, sendo necessário o atendimento às exigências das características marcantes de um mundo economicamente globalizado, tais como: flexibilidade, agilidade, comodidade, informalidade, a queda das fronteiras. A burocracia é inflexível, causa morosidade no processo, não proporciona comodidade, é extremamente formal e dificulta a queda das barreiras geográficas para o desempenho da atividade econômica.
Conforme classificação aceita atualmente na doutrina, o Direito Comercial encontra-se dentro do Direito Privado, regulando as relações gerais entre os particulares, sendo necessária à proteção quanto às suas relações no que tange o desempenho de atividades econômicas.
É na CRFB/88, em seu art. 170 e seguintes que se encontram as normas atinentes ao fundamento destas atividades econômicas quando traça a visão propedêutica que deve acompanhar o desempenho de determinadas atividades que se reconhece como econômica. Ou seja, quando o particular se relacionar com outros particulares ou com Estado, objetivando o desempenho das atividades de caráter econômico, deverá estar lastreado em toda esta verdadeira base constitucional.
Ocorre que em virtude da constante evolução social, novas necessidades surgem exigindo-se uma resposta satisfatória para que, no mínimo, haja uma diminuição entre o descompasso dos avanços sociais e tecnológicos e o Direito.
Quando se analisa o tema da transição “modernidade – pós-modernidade”, é possível vislumbrar que não existem certezas absolutas, mas apenas um claro senso da necessidade de se pensar, repensar e escrever, pelo menos, que a maior parte da comunidade mundial vem mudando seus hábitos comportamentais, notadamente quando 
diz respeito ao modo de se relacionar economicamente, e que o Direito (Comercial – Empresarial) deve manter-se como um atento vigilante às soluções que deverão ser apresentadas diante das necessidades emergentes.
Existem vários fatores impeditivos em relação ao atendimento desta “nova sociedade pós-moderna em transição”, cite-se como exemplo a questão da burocracia dentro e fora da empresa como forma de desatendimento destas necessidades em consoante prejuízo ao ideal objetivado pelos textos constitucionais sobre a regulação da atividade econômica, especialmente da Livre Iniciativa.
A reflexão que propõe o presente trabalho é que diante desta transição modernidade – pós-modernidade, a Empresa – especialmente a brasileira – e o Estado (Governo), deverão se adaptar às novas exigências do mercado, devendo repensar a questão da burocracia dentro e fora da empresa, usando como exemplo e solução a Internet e as formas de se negociar em ambiente virtual.
A Constituição pátria é denominada Constituição Econômica porque em seu conteúdo estão presentes as preocupações com os temas econômicos, e o assunto econômico assume sentido jurídico, ou se ‘juridiciza’, em grau constitucional. Deste fato é que se tem a gênese do estudo do Direito Econômico em sede constitucional, consagrando a proteção da chamada atividade econômica.
A intervenção econômica do Estado na iniciativa privada é algo de grande importância ao estudo do Direito Econômico e que influencia diretamente o estudo da teoria empresária, sobretudo porque já consta do texto constitucional brasileiro de que é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos.
Observa-se que em nossa Constituição há presença da tendência para o Estado Mínimo ao priorizar a Livre Iniciativa e a Livre Concorrência. Assim, calcados neste ideal é que se torna possível o surgimento de empresas que atuem no desempenho de atividade econômica, eis que inicialmente, é este o desejo do Estado Neoliberal, sendo que os princípios da ordem econômica têm suma importância como normas jurídicas fundamentais e, ainda, cuidam da definição do quanto haverá de intervenção do Estado no domínio econômico. Assim, medidas tomadas que não viabilizem de forma direta (ou indireta) o surgimento de novas empresas podem ser péssimos indícios de que na prática não está havendo obediência aos preceitos idealizados na Constituição Pátria.
Entre os sistemas econômicos existentes dois ganham maior relevância: o capitalismo e o socialismo. O primeiro diz respeito ao sistema cujas relações estão calcadas na propriedade privada dos bens em geral. Outra característica fundamental é a ampla liberdade especialmente a de livre iniciativa e de concorrência. Por fim, outra marcante característica é a denominada economia de mercado, que no capitalismo assume a postura de reguladora de si mesma, isto é, o mercado é capaz de se auto-regular. Vezes há que o termo “capitalismo” se confunde com as idéias de individualismo e liberalismo. Segundo Bobbio “o liberalismo é a doutrina do estado mínimo: o estado é um mal necessário, mas um mal.” 
Por outro lado, o socialismo destaca-se como “o modelo econômico baseado na autoridade” (em contraposição à liberdade no capitalismo), e que de certa forma tratou-se de uma reação quanto aos malefícios trazidos pelo capitalismo, sobretudo as desigualdades entre as classes sociais.
Para a ideologia socialista o que se tem em mente é a limitação ao direito à propriedade; o controle dos recursos econômicos nas mãos da classe proletária; a Atualmente os doissistemas principais e puros já não são vislumbrados de forma estanque, não ocorrendo mais a eventual bipolaridade. Com as transformações político-econômicas, o desenho econômico no mundo tem tomado outro caminho, surgindo variações desses sistemas. 
Segundo o art. 1º da Constituição, O Brasil é uma República Federativa que por sua vez é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, e se constitui em Estado Democrático de Direito, tendo como fundamentos, entre outros, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Cuida-se ainda como objetivo fundamental desta República Federativa Brasileira a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Posteriormente no art. 170 da Constituição relata em seu caput que a ordem econômica está fundada justamente na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. Finaliza, em seu Parágrafo Único, que a todos é assegurado o livre exercício de qualquer atividade econômica independentemente da autorização de órgãos públicos, excepcionando-se os casos previstos em lei.
O Estado brasileiro confia a exploração da atividade econômica, primeiramente, à iniciativa privada e na sua capacidade de empreender iniciativas hábeis a proporcionar o desenvolvimento nacional e, de forma secundária, à exploração direta da atividade econômica pelo Estado (situação esta em que o Estado assume posição de empresário) somente quando houver necessidade aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
Tal afirmação acima não existe sem razão. A força necessária para o crescimento e o desenvolvimento econômico, dentro de vários outros fatores, está na produção dos chamados bens de capital, na produção do lucro, da riqueza.
Nesta dinâmica, respeitando a Constituição (e até mesmo assegurando o Valor Social do Trabalho e da Livre Iniciativa), permite-se o desempenho de atividades econômicas que valorizarão a dignidade da pessoa humana e funcionarão como força motriz para o crescimento da economia. Significa que sendo viável a iniciativa, haverá abertura de novos postos de emprego e que gerará riqueza para os trabalhadores que passam a receber seus salários, conseqüentemente aumentará o consumo, e uma vez maior o consumo, uma indústria, por exemplo, deverá produzir mais para atender a demanda; ao aumentar sua produção, haverão novos postos de emprego. 
Destas idéias depreende-se que a livre iniciativa econômica (fundada nos ideais neoliberais) pressupõe a intervenção mínima do Estado no desempenho das atividades produtivas e ao mesmo tempo corrobora a economia de mercado, traço fundamental da natureza capitalista, liberal. 
O conceito de empresa guarda identificação com o ato de empreender, ou seja, com o ato humano individual ou coletivo que cria e mantém uma atividade produtiva, por isso se houver a intervenção estatal, estará prejudicada a idéia neoliberal. Contudo a não intervenção (liberalismo) não se constitui forma absoluta, ocorrendo a sua limitação na consagração de outros valores também estampados constitucionalmente, tais como a própria Soberania do Estado, a possibilidade do Estado atuar como Empresário (Sociedades de Economia Mista�, Empresas Públicas) e, também, a fiscalização e a idealização das leis no sentido de regulamentar a atuação econômica.
Ainda que pese esta liberdade (que não deve ser vista apenas do aspecto da iniciação de uma atividade econômica, pela própria característica neoliberal), ela deverá ser limitada. Esta limitação da liberdade de iniciativa é algo necessário, pois a experiência extraída do liberalismo clássico (Estado Mínimo) revelou que deve existir a preocupação com o interesse social. De outro lado, ela não pode ocorrer de forma tão intensa que restrinja a atuação privada na economia mediante o Estado Máximo, mesmo porque tal intervenção na prática é tão ideológica quanto a não intervenção.
O Estado desempenha atuação importante na dinâmica econômica, ao impor legislações várias que, por exemplo: regulem a dinâmica tributária (exportação e importação, com a denominada parafiscalidade); tratem da imposição de obrigações às sociedades empresárias; e, de certa forma, quando exigem o cumprimento de formalidades para que as empresas iniciem, mantenham, e finalizem suas atividades. 
Surge assim o problema quando a participação do Estado passa a prejudicar a liberdade de iniciativa da atividade empresarial, fazendo com que haja o desequilíbrio na balança, pois à medida que frustra a atividade particular, frustra também a realização do interesse público. Deve o Estado encontrar o equilíbrio para que suas “intervenções” não descaracterizem o ideal neoliberal inserido na Constituição, tornando insuportável a carga que a empresa deve levar ao cumprir inúmeras exigências para iniciar ou finalizar suas atividades.
Com o Código Civil de 2002, houve a unificação da dicotomia até então existente no Direito Privado, sendo que o Direito Civil abarcou para si a matéria tratada no Direito Comercial, adotando para tanto a Teoria da Empresa, porém, não trouxe definição do conceito de Empresa, preferindo segundo tendência do Código Italiano em conceituar apenas o empresário. Conforme o art. 966 CC “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”
Portanto, caracteriza a empresa o desempenho de uma atividade, por um sujeito (Empresário Individual ou Sociedade Empresária), visando obter lucro ao oferecer ao mercado bens e serviços, mediante a organização dos fatores de produção. É a sociedade empresária, a Pessoa Jurídica criada que desempenha a atividade empresarial,
caracterizando-se como empresário e esta atividade econômica desenvolvida é o elemento caracterizador da empresa.
O termo Burocracia ganhou, ao longo do tempo, conotação negativa que merece ser esclarecida à luz dos ensinamentos desenvolvidos por Max Weber. O que se pode afirmar por enquanto é que toda empresa necessita da presença de um modelo burocrático, eis que ao falar-se em organização instaura-se a burocracia.
Iniciava-se uma nova época, industrialmente revolucionária no que tange sua forma de produção, sendo que Taylor fizera uma espécie de reengenharia de métodos em sua época. Nesta mesma época surgiram os ensinamentos de Henri Fayol que buscava a divisão do trabalho partindo de seu topo, devendo a empresa ser dividida em funções que posteriormente acabaram abrindo o caminho para a departamentalização.
Surgiram, nesta mesma época, os trabalhos de Max Weber, que se tornou famoso pelo fato de descrever minuciosamente o modelo burocrático de organização, em sua época, estava-se consolidando fortemente no mundo todo.
A estas situações (escassez e excesso) denominaram-se disfunções. Em certa forma estas disfunções são exatamente o que se entende hoje por burocracia. Ou seja, burocracia vista sob a ótica de uma sociedade que vivia a novíssima experiência de um mundo em “industrialização” era a organização necessária para que houvesse ordem, disciplina, obediência, crescimento, desenvolvimento.
Para aquela sociedade industrial parturiente, o modelo burocrático era exatamente o que se precisava. Explica CHIAVENATO� (1996, p.48) que “o modelo burocrático é ideal para ambientes estáveis e com poucas mudanças e alta previsibilidade.” E continua:
Hoje, quando o mundo ficou menor, uma espécie de aldeia global, devido à intensidade das comunicações e dos transportes, à sofisticação da tecnologia e à globalização da economia, as mudanças se aceleraram com notável rapidez e descontinuidade, a ponto de se tornarem muito rápidas e imprevisíveis. O ambiente empresarial tornou-se mutável, dinâmico, imprevisível e turbulento. E o modelo burocrático, em vez de impulsionar as empresas em seus negócios, passou a funcionar como uma camisa de força a bloquear e impedir o ajustamento às mudanças ambientais. O objetivo básico do modelo burocrático é impor ordem, orientação, disciplina e manutenção do status quo, razão pela quais suasnormas e seus regulamentos são eminentemente controladores, conservadores e restritivos. A burocracia apresenta fortes características de rigidez e inflexibilidade, aspectos que se opõem profundamente à natureza mutável e cambiante do ambiente em que no dias de hoje ela deve operar e funcionar. O resultado é uma organização arcaica, ultrapassada e obsoleta em um ambiente que exige adaptação, criatividade e inovação.
A marca da globalização, ainda que se apresente como um processo de origem remota, certamente sua evidência é muito marcante neste século XXI. E neste século, entender o Estado como uma grande máquina burocratizadora e as empresas adotarem este modelo organizacional são situações inaceitáveis.
Tendo-se destacado estas disfunções burocráticas, é preciso firmar o entendimento de que a burocracia tanto pode ser analisada do ponto de vista da Empresa em relação ao Estado, como pode ser vista da Empresa para si mesma. Analisando-a sob a ótica interna e administrativa é que se observam claramente as disfunções burocráticas.
Ainda mais grave e tão importante para este trabalho é a análise da ótica em que vislumbra o Estado como uma grande organização exageradamente burocrática. É uma organização lenta, inflexível, quase que imutável e que possui funcionários completamente burocratizados, que não possuem iniciativa e que são pouco propensos a
qualquer mudança. De outro lado este mesmo Estado possui regras denominadas constitucionais porque pertencem ao seu documento mais importante: a Constituição.
Surgem duas situações totalmente antagônicas e conflitantes. Isto é, de um lado se tem o Estado que deseja o surgimento e continuidade de empresas e de outro este mesmo Estado emperrando a máquina econômica com excesso de papéis, formulários; exigências que são completamente favoráveis à resistência de mudanças e, que nada cooperam para o crescimento da iniciativa privada tanto no mercado interno, quanto ainda mais no externo, obviamente levando-se em consideração um mundo economicamente globalizado transitando entre a modernidade e a pós-modernidade.
A discussão quanto à questão da burocracia como um fator impeditivo, ganha mencionado anteriormente, o Estado (brasileiro) e acima de tudo as peso na medida em que se começa a pensá-la sob a análise desta transição que se tem vivido na história da civilização da humanidade, sendo impossível não afirmar que os tempos atuais são marcados por profundas mudanças nas estruturas fundamentais da construção dos conceitos, valores, pensamentos. Entretanto, o alerta que deve ser feito não está relacionado com o término da burocracia, mas com a reflexão sincera de que na atualidade ela tem trazido muito mais malefícios do que benefícios.
Desta forma, em termos práticos para a Empresa, o aprendizado constatado é aquele que remete à necessidade de não mais se permitir que o modelo burocrático continue engessando a livre iniciativa da atividade econômica. Para tanto, conforme Empresas, devem atualizar-se e buscar a implantação de modelos e ferramentas que viabilizem a sua sobrevivência em um mercado economicamente globalizado.
Fechando com Bittar, percebe-se esta transição e a conseqüente necessidade de reavaliação, quando o nobre professor ensina que “Os tradicionais paradigmas que serviram bem ao Estado de direito do século XIX não se encaixam mais para formar a peça articulada de que necessita o Estado contemporâneo para a execução de políticas públicas”. (BITTAR�, 2005, p. 176).
Desta forma, a empresa (o empresário, sociedade empresária) deve buscar a quebra dos paradigmas consolidados anteriormente com a modernidade, mas que em nada se relacionam às idéias pregadas neste período de transição em que a economia se encontra cada vez mais globalizada e o mercado cada vez mais exigente e saturado, o que neste último caso viabiliza a possibilidade de adaptação a um modelo menos burocrático e mais flexível.
3. Projeção Internacional da Atividade Empresarial e da Pessoa Jurídica.
A atividade empresarial envolve o empreendedorismo e a capacidade do empresário de adaptar-se aos cenários superando os obstáculos que constantemente vêm ao seu encontro. Não bastassem esses obstáculos, a atividade econômica envolve regramentos jurídicos contidos no direito empresarial, ou seja, normas e leis a serem seguidas. Não obstante, muitos empresários exercem suas atividades descumprindo-as.
A atividade comercial de hoje é diferente daquela desenvolvida há séculos atrás, onde os mercadores vendiam seus produtos apenas para uma pequena região em volta de sua moradia e ainda em pouca quantidade, além disso, essas vendas ou trocas eram excedentes dos produtos feitos para a subsistência das famílias. Após a Revolução Industrial, as mudanças foram profundas, produção em larga escala, indústrias cada vez maiores e uma expansão do direito empresarial para regrar essas relações, que passaram a ter uma grande atividade internacional e não apenas doméstica.
Nesse contexto de desafios para atividade empresarial, depara-se a Responsabilidade Social Empresarial como um tema que cada vez mais começa a ser debatido no âmbito das empresas.
Ressalva se faz em que pese às atividades ligadas à responsabilidade social empresarial ainda estão restritas às grandes empresas, pois os pequenos empresários estão preocupados apenas em manterem-se no mercado.
Quando se aborda a questão do comércio internacional, pertinente é a temática da Globalização – ressaltando sua amplitude que vai além das conseqüências econômicas - este fenômeno permite que um fato, em um extremo do planeta, tenha repercussão em um país que fica a milhares de quilômetros de distância do mesmo. Nesse sentido, no mundo atual, em que as multinacionais estão espalhadas por todo o globo terrestre, as empresas estão ganhando espaços que devem ser tomados em consideração.
A partir disso, tratar-se-á de citar um breve panorama do comércio desenvolvido desde a Antiguidade Antiga, mas tornada relevante na Idade Média com o exercício dessa atividade pelos mercadores e regulamentada pela Lex Mercatoria, bem como, devido à passagem do tempo e outros fatores, mostrarem as mudanças ocorridas, principalmente no que tange às relações econômicas, com o advento da globalização e seus efeitos na sociedade. Através desse fato, mostrar quão importante, para os dias de hoje, é a Responsabilidade Social Empresarial, ainda que discutível sua proposta.
4. Direito Empresarial e Economia 
A Constituição Federal de 1988 trata especificamente da atividade econômica entre os artigos 170 e 181, elencando princípios gerais, estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, monopólios da União, dentre outros; mas principalmente determina ao Estado uma função: "Agente Normativo e Regulador da Atividade Econômica"
Art. 174 da CRFB/88. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Direito Econômico é o ramo do direito que se compõe das normas jurídicas que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos para explorarem o mercado.
São normas, portanto, que regulam os monopólios e oligopólios, fusões e incorporações, tentando impedir a concorrência desleal, a manipulação de preços e mercado pelas corporações, através da maior transparência e regulação do assunto.
No Brasil, as normas estão espalhadas em leis (mesmo porque Direito Econômico e Empresarial são espécies de um mesmo gênero), dentre as quais se destacam a Lei Antitruste (Lei 8.884/94) 
5. Bibliografia:
NEGRÃO, Ricardo. Direito Empresarial – Estudo Unificado. SP: Saraiva 2008
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol . 3.SP:Saraiva, 2012.
Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil. Direito de Empresa. SP: Saraiva, 2012.
Bulgarelli, Waldirio. Direito Comercial. 15ª Edição. São Paulo: Atlas, 2000.
Filmes Jurídicos sugeridos:
1. O Reverso da Fortuna – Sobre o caso O.J.Simpson
2. O Advogado do Diabo, com Al Pacino
3. O Mentiroso, com Jim Carrey
4. O Sol é Para Todos – 1962, com Gregory Peck (motivou muita gente a estudar direito)
5. O Informante, sobre Delação Premiada.
6. O preço de uma vida, sobre Adoção.
7. Erin Brockvich: Uma mulher de talento, Sobre Ação Civil Pública - Ambiental
8. Uma linda mulher
Livro Recomendado: Cartas a um jovem advogado, Francisco Mussnich – Ed. Campus. 2007
� Existe economia de livre mercado, economia de mercado ou sistema de livre iniciativa quando os � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Agentes_econ%C3%B4micos" \o "Agentes econômicos" �agentes econômicos� agem de forma livre, sem a intervenção dos governos. É, portanto, um � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado" \o "Mercado" �mercado� idealizado, onde todas as ações econômicas e individuais respeitam a transferência de dinheiro, bens e serviços voluntariamente. Contudo, o cumprimento de contratos voluntários é obrigatório. A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a trabalhar para terceiros. Diferentemente do que ocorre na � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_planificada" \o "Economia planificada" �Economia planificada� ou � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_de_estado" \o "Economia de estado" �Economia de estado�, onde a produção econômica é dirigida pelo � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado" \o "Estado" �Estado�, na Economia de Mercado a maior parte da produção econômica é gerada pela � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Iniciativa_privada" \o "Iniciativa privada" �iniciativa privada�. � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria" \o "Indústria" �Indústria�, � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio" \o "Comércio" �comércio� e prestação de � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7os" \o "Serviços" �serviços� são controlados por cidadãos particulares, ou seja, são empresas do setor privado que detêm a maior parcela dos � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Meios_de_produ%C3%A7%C3%A3o" \o "Meios de produção" �meios de produção�. 
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� Empresa de economia mista ou, mais precisamente, "� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_de_economia_mista" \o "Sociedade de economia mista" �sociedade de economia mista�" é uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. 
� CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 1996
� BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. O Direito na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
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