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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 37 
secretariaead@funec.com.br 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Biologia e Manejo de Plantas Daninhas 
 
INTERFERÊNCIA NEGATIVA DE PLANTAS DANINHAS 
AO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO 
E PRODUTIVIDADE DOS CULTIVOS 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
No vasto cenário da agricultura, uma batalha silenciosa acontece diariamente 
nos campos: a competição entre plantas. Nessa arena natural, onde recursos como 
água, luz, dióxido de carbono e nutrientes minerais são disputados acirradamente, as 
plantas cultivadas e as daninhas travam um embate constante pelo direito de sobre-
vivência e prosperidade. Essa competição não é apenas uma simples disputa por es-
paço no solo, mas sim um conflito que pode impactar significativamente o cresci-
mento, desenvolvimento e produtividade das culturas agrícolas. 
A competição entre plantas, seja ela direta ou indireta, representa um desafio 
complexo para os agricultores, pois influencia diretamente na saúde e no rendimento 
das plantações. Quando plantas daninhas compartilham o mesmo ambiente com as 
culturas desejadas, a luta por recursos essenciais se intensifica, podendo resultar em 
perdas significativas caso não seja devidamente controlada. 
Neste contexto, a interferência negativa das plantas daninhas ganha desta-
que, revelando-se como um dos principais obstáculos para o sucesso das lavouras. 
Aspectos como competição por nutrientes, umidade, luz e espaço, bem como a pro-
dução de compostos alelopáticos, desempenham papéis cruciais nesse cenário de 
conflito vegetal. Além disso, o parasitismo de plantas daninhas acrescenta uma ca-
mada adicional de desafio, especialmente quando se trata de espécies que se alimen-
tam diretamente das culturas agrícolas, dificultando ainda mais o controle e manejo 
dessas invasoras indesejadas. 
Portanto, compreender a dinâmica da competição entre plantas daninhas e 
culturas é fundamental para implementar estratégias eficazes de manejo integrado de 
plantas invasoras e garantir a sustentabilidade e produtividade dos sistemas agrícolas. 
Nessa jornada, exploraremos os mecanismos de competição, os efeitos adversos no 
crescimento das culturas e as estratégias para minimizar os impactos negativos das 
plantas daninhas, visando promover uma agricultura mais resiliente e produtiva. 
AULA 4 
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2. COMPETIÇÃO 
 
Está relacionado a uma luta entre plantas pela busca de recursos naturais: 
água, luz, dióxido de carbono e nutrientes minerais. A competição é uma interação 
negativa na qual indivíduos com demandas simultâneas excedem os recursos naturais 
disponíveis e ambos sofrem, um sempre mais do que o outro. A competição entre 
plantas daninhas e plantas cultivadas dependerá de vários fatores, mas quanto mais 
similares são as duas espécies em relação ao hábito e requerimentos nutricionais, 
mais severo é o efeito competitivo. 
Como a relação de competição entre plantas daninhas e plantas cultivadas 
pode ter aspectos diretos e indiretos, podemos chamar a competição de interferência. 
• Competição direta: nutrientes, umidade, luz e espaço. 
• Competição indireta: através da exsudação ou produção de compostos ale-
lopáticos. 
Em um processo competitivo, primeiramente ocorre a ocupação de uma área 
do solo por um pequeno ou grande grupo de plantas, que tendem a excluir outras 
espécies. Se a planta daninha se instala após a cultura estar estabelecida, geralmente 
o efeito competitivo será menor do que aquelas que germinam antes ou junto às plan-
tas cultivadas. 
Os componentes gerais de feito competitivo podem ser: 
• Competição intraespecífica entre indivíduos de espécies cultivadas. 
• Competição interespecífica entre indivíduos de espécies cultivadas e plantas 
daninhas. 
• Competição interespecífica entre indivíduos de diferentes espécies dani-
nhas. 
• Competição intraespecífica entre indivíduos das mesmas espécies dani-
nhas. 
Primeiramente, em qualquer lavoura deve-se verificar se não está ocorrendo 
competição entre os indivíduos da espécie cultivada. Características como densidade, 
espaçamento, duração do cultivo, condições climáticas e do solo devem ser avaliadas 
antes de se iniciar o cultivo. 
Em uma relação de competição, a que se dá entre plantas daninhas e plantas 
cultivadas é o confronto mais direto, em que entram em jogo: o porte, a velocidade de 
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crescimento, tanto da parte aérea, quanto a radicular; o vigor e a rusticidade; a efici-
ência na absorção de nutrientes, a água, o gás carbônico; o aproveitamento do espaço 
e a luz. 
 
2.1 Competição por nutrientes 
 
Os principais nutrientes que afetam o crescimento vegetal são nitrogênio, fós-
foro e potássio. A necessidade desses elementos varia entre as espécies cultivadas 
e entre as espécies daninhas, mas as plantas daninhas absorvem os nutrientes do 
solo mais rápido e acumulam em seus tecidos em quantidades relativamente grandes. 
Em um cultivo infestado de plantas daninhas, acreditava-se 
que colocar mais fertilizante no solo diminuiria a competição pelos 
nutrientes, mas isso está incorreto. As plantas daninhas em solos 
fertilizados, em geral, acabam crescendo mais rápido que a planta 
cultivada, causando aumento de a área foliar e competição por luz. 
 
A movimentação e absorção do nitrogênio nos solos segue o mesmo da água. 
Plantas daninhas em geral absorvem mais água do que a planta cultivada, conse-
quentemente acabam absorvendo o nitrogênio do solo, levando a uma rápid a deple-
ção do nutriente no local. Muitas vezes, a suplementação de nitrogênio no solo pode 
superar a competição, principalmente no início do cultivo. 
Com relação ao potássio e fósforo, geralmente o efeito competitivo é obser-
vado após o cultivo estar bem estabelecido no solo ou em cultivos perenes. Manuten-
ção de fertilização a fim de manter o cultivo vigoroso pode prevenir ou diminuir a inva-
são de plantas daninhas em cultivos perenes. 
 
2.2 Competição por umidade 
 
A distribuição e o suprimento de água determinam a sobrevivência de qual-
quer espécie vegetal. A capacidade de absorver água do solo levará ao desenvolvi-
mento e reprodução de uma espécie. A competição por água ocorre entre as raízes 
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das plantas. Essa habilidade está relacionada com o volume radicular e profundidade 
das raízes, quanto ao grau de extração de água. 
Geralmente, as plantas daninhas possuem taxas de transpiração mais altas 
que a maioria das plantas cultivadas, exaurindo a água do solo rapidamente. Além 
disso, elas podem ser mais eficientes no uso da água do que a cultivar que ela com-
pete. 
Exemplo: a água absorvida por Chenopodium album é 550 mm contra 479 
mm de uma planta de trigo, devido principalmente a capacidade de absorver água 
mais profundamente no solo do que o trigo. 
 
2.3 Competição por luz 
 
Com relação à luz, ocorre a competição direta, chamada de sombreamento, 
realizada pelas folhas das plantas. Esse tipo de competição é mais intenso quando o 
solo é fértile com umidade adequada, levando a grandes taxas de crescimento com 
plantas possuindo maior área foliar. Tanto a quantidade quanto a qualidade da luz são 
aspectos importantes na competição. 
Plantas com grande área foliar possuem vantagem competitiva contra aquelas 
com pequenas áreas foliares. Plantas daninhas necessariamente não têm mais folhas 
ou folhas maiores, mas têm a habilidade de posicioná-las para melhor interceptação 
de luz. Essa habilidade está relacionada com o arranjo foliar e a inclinação da folha. 
Plantas com folhas dispostas horizontalmente são mais competitivas que aquelas dis-
postas mais ou menos verticalmente em relação ao solo. Plantas altas ou eretas tem 
vantagens competitivas para luz que plantas pequenas e prostradas. 
O sombreamento leva a redução da fotossíntese, levando ao baixo cresci-
mento radicular, reduzindo a capacidade de absorção de água e nutrientes. A tolerân-
cia ao sombreamento é diferente entre plantas daninhas e plantas cultivadas. As es-
pécies daninhas além de serem adaptadas a alta radiação possuem mecanismos 
adaptativos para variações extremas de luz, principalmente sombreamento extremo. 
O controle dessas espécies através do manejo da luz pode ser ineficiente. 
 
2.4 Competição por espaço/gás carbônico 
 
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Competição por espaço está relacionado a habilidade de captação e fixação 
de gás carbônico. Plantas do tipo C4 são mais eficientes na utilização de gás carbô-
nico que plantas do tipo C3. 
• Metabolismo C3: é o ciclo fotossintético básico para produção de carboidra-
tos nos vegetais, que não possuem adaptações fotossintéticas para reduzir a perda 
de carbono através da fotorrespiração. A maioria das espécies vegetais possuem o 
ciclo C3. 
• Metabolismo C4: é a via fotossintética adaptativade algumas espécies de 
plantas onde ocorre uma fixação prévia do gás carbônico, aumentando a eficiência na 
fixação e assimilação pela Rubisco. Aqui também ocorre o Ciclo C3, mas ele é espa-
cialmente separado no tecido vegetal. São espécies adaptadas a altas intensidades 
luminosas e altas temperaturas. Esse ciclo é típico de gramíneas tropicais (família 
Poaceae) e também ocorre em Cyperaceae e Chenopodiaceae. 
As características gerais de plantas competitivas são: 
• Crescimento rápido. 
• Folhas grandes. 
• Folhas horizontais em ambientes sombreados e folhas inclinadas em ambi-
entes ensolarados. 
• Metabolismo C4. 
• Folhas dispostas para melhor interceptação de luz. 
• Alta capacidade de alocar massa seca para crescimento em altura. 
• Extensão rápida do caule em resposta ao sombreamento. 
• Fácil penetração no solo e crescimento radicular rápido. 
• Boa densidade radicular. 
o Comprimento radicular maior em relação ao seu peso. 
o Boa proporção de raízes com crescimento ativo. 
o Alta quantidade de pelos radiculares. 
o Alto potencial de absorção de água e nutrientes. 
 
2.5 Duração da competição 
 
Com relação à duração da competição, podemos avaliar dois aspectos: o 
efeito da emergência das plantas daninhas junto à planta cultivada e quanto tempo é 
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permitido que elas cresçam juntas antes de um controle; e o efeito das plantas dani-
nhas que emergem após as plantas cultivadas já estarem estabelecidas no solo. Po-
demos permitir o crescimento de plantas daninhas até certo período antes que seus 
efeitos competitivos causem perda de produtividade. Assim como se as plantas dani-
nhas emergirem após certo período do cultivo já estabelecido, não haverá necessi-
dade de controle até o momento da colheita. 
A partir dessas avaliações, podemos definir o período crítico, a partir do qual 
se não houver o controle da espécie daninha, inicia-se a perda da produtividade da 
planta cultivada ou se a planta daninha se estabelecer após ele, não precisará ser 
controlada. Esse período crítico, em que as espécies daninhas podem ter vantagens 
competitivas está relacionado primariamente com a competição por luz. O quadro a 
seguir mostra alguns períodos críticos de algumas plantas cultivadas e a percentagem 
de redução na produtividade das mesmas se não houver o controle das plantas dani-
nhas. 
 
Quadro 8 – Período crítico de espécies cultivadas em dias e percentagem de redução 
da produção se não houver controle das espécies daninhas 
 
Fonte: Padilha (2020). 
 
2.6 Efeito da densidade de plantas daninhas 
 
O efeito da densidade de plantas daninhas nas plantas cultivadas pode afetar 
ou não a produtividade. Baixas densidades de espécies daninhas podem não influen-
ciar na produtividade de uma espécie cultivada, ou se houver um efeito, ele é irrele-
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vante do ponto de vista econômico. Às vezes, o gasto com o manejo de plantas dani-
nhas não irá compensar, pois, no final, não vai influenciar na melhoria da produtivi-
dade da planta cultivada. 
É claro que isso precisa ser avaliado, de acordo com as carac-
terísticas da planta cultivada e das espécies daninhas e quanto tempo 
ambas vão conviver no mesmo ambiente. 
Com relação à densidade, existe diversos modelos preditivos que podem ser 
usados para avaliar a necessidade ou não do manejo de daninhas em uma lavoura. 
 
 
3. ALELOPATIA 
 
Alelopatia são as interações químicas que ocorrem entre plantas, entre plan-
tas e microrganismos e outros seres vivos. Essa interação pode ter efeitos inibitórios 
ou estimulantes, atuando sobre a germinação, crescimento e desenvolvimento. Com 
relação às plantas daninhas, a alelopatia geralmente apresenta efeito inibitório sobre 
as plantas cultivadas. 
Os compostos químicos com efeitos alelopáticos em geral são provenientes 
do metabolismo secundário vegetal. Um metabólito secundário é um composto que 
não possui distribuição universal e não tem função fisiológica essencial para que a 
planta complete seu desenvolvimento. Eles atuam em atividades de defesa vegetal 
contra patógenos, herbivoria e no aumento da competitividade da espécie. Muitos 
desses compostos apresentam fitotoxicidade, podendo ser utilizados como herbicidas 
naturais ou no desenvolvimento de novos herbicidas sintéticos. 
Os compostos alelopáticos variam enormemente, desde simples moléculas 
até substâncias complexas, podendo ser aminoácidos e peptídeos, terpenóides, es-
teroides, taninos, alcaloides, glicosídeos, fenólicos, cumarinas, ácidos orgânicos, al-
deídos alifáticos e cetonas, lactonas, naftoquinonas, antraquinonas e quinonas. 
 
3.1 Produção de compostos alelopáticos 
 
A produção de compostos alelopáticos varia de acordo com o ambiente e com 
estresses ambientais aos quais as plantas estão sujeitas. Podem ocorrer em qualquer 
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órgão vegetal, mas geralmente são encontrados nas raízes, casca de caules, folhas 
e nas sementes. O estresse ambiental é o principal fator que aumenta a produção de 
um composto alelopáticoem uma planta. Essa produção é influenciada pela intensi-
dade, qualidade e duração da luz, já que depende da rota respiratória vegetal para ser 
produzido. Os compostos alelopáticos são liberados no ambiente por diferentes me-
canismos. 
 
3.1.1 Volatilização 
 
Para que esse mecanismo ocorra, os compostos alelopáticos precisam ser 
voláteis. A classe de compostos voláteis vegetais é chamada de óleos essenciais e 
se encontram armazenados na epiderme das folhas, em estruturas especializadas 
chamadas tricomas glandulares. Também as plantas produzem substâncias voláteis 
nas flores, compostos aromáticos para atração de polinizadores. Esses compostos 
são liberados dos tricomas facilmente, através do calor do sol, vento e através do 
contato físico. Plantas da família Asteraceae e Lamiaceae são ricas em espécies com 
compostos voláteis. 
 
3.1.2 Lixiviação 
 
Os compostos alelopáticos são lixiviados das folhas através da chuva ou or-
valho e levados até o solo. Geralmente, eles ficam armazenados no vacúolo das cé-
lulas ou na própria epiderme, como ácidos orgânicos, açúcares, aminoácidos, subs-
tâncias pécticas, terpenoides, alcaloides e fenólicos. 
 
3.1.3 Decomposição 
 
A liberação dos aleloquímicos pode ocorrer pela decomposição das células 
das folhas, pela lixiviação de folhas caídas ou produzidos pelos microrganismos de-
compositores. Resíduos de cafezeiro, milho e trigo depositados no solo podem liberar 
composto tóxicos e inibir a germinação de espécies daninhas no local. 
 
3.1.4 Exsudação 
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São os compostos liberados pelas plantas através das raízes. Podem ser ex-
sudatos diretamente pelas células vivas, ou através da decomposição de células mor-
tas, além da possibilidade de serem produzidas por microrganismos associados as 
raízes. 
 
3.2 Modo de ação dos compostos alelopáticos 
 
Os compostos alelopáticos interferem nas atividades fisiológicas das plantas: 
fotossíntese, respiração, assimilação de nutrientes, síntese de proteínas, atividades 
enzimáticas e permeabilidade celular; levando a alterações no crescimento e desen-
volvimento vegetal. 
• Divisão celular: algumas substâncias reduzem a divisão ou o alongamento 
celular. 
• Síntese orgânica: pode ocorrer inibição da síntese de proteínas e outros 
compostos primários da planta. Alguns compostos fenólicos atuam dessa maneira, 
mas nem todos acabam inibindo a síntese de compostos. 
• Interação com hormônios: causam alterações nas concentrações hormonais 
de auxinas e giberelinas, hormônios diretamente relacionados à divisão e alonga-
mento celular. 
• Atividade enzimática: alguns compostos inibem a atividade de proteinases, 
catalases, peroxidases, fosforilases etc., alterando o metabolismo vegetal. 
• Respiração: os compostos aleloquímicos podem atuar diminuindo a taxa res-
piratória. Podem interferir na síntese de ATP e a absorção de oxigênio na mitocôndria. 
• Fotossíntese: atuam inibindo alguma etapa da fotossíntese, causando dimi-
nuição ou inibição da taxa fotossintética. A escopoletina, cumarina presente nas raízes 
de plantas do gênero Scopolia, reduz a taxa fotossintética, assim como o sorgoleone, 
exsudato radicular de plantas de sorgo. 
• Conteúdo de clorofila: nesse caso, os compostos atuam aumentando a de-
gradação da clorofila ou inibindo a sua síntese, causando sintoma clássico da clorose 
foliar. 
• Absorção mineral: os compostos alelopáticos interferem na absorção de nu-
trientes, através da alteração da seletividade nas membranas celulares. 
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4. PARASITISMO 
 
Plantas daninhas parasitas são espécies que precisam obter nutrientes de 
outras espécies vegetais, chamadas de hospedeiras. Elas possuem estruturas espe-
cializadas, os haustórios, que penetram nos feixes vasculares da planta hospedeira, 
absorvendo água e nutrientes. Existem duas classes de plantas parasitas: 
 
4.1 Parasitas hemiparasitas 
 
Possuem clorofila e são fotossintetizantes pelo menos em alguma parte de 
seu ciclo de vida. São divididas em outros dois grupos: as facultativas e as obrigató-
rias. Facultativas são espécies que completam seu ciclo de vida sem a necessidade 
de um hospedeiro. Já as obrigatórias necessitam de um hospedeiro para completar o 
seu ciclo de vida. Essas espécies geralmente retiram água e sais minerais dos feixes 
xilemáticos e se aproveitam do posicionamento para melhor captação de sol. 
 
4.2 Parasitas holoparasitas 
 
São plantas que não possuem clorofila e necessitam captar todos os recursos 
da espécie hospedeira. Possuem modificações morfofisiológicas, como redução do 
corpo vegetativo e perda completa dos cloroplastos. As folhas, por exemplo, desapa-
recem ou estão reduzidas na forma de brácteas. Outras espécies perdem o tecido 
caulinar, vivendo no subterrâneo, dentro dos tecidos da planta hospedeira. 
Com relação às plantas cultivadas, cerca de 30 gêneros de angiospermas pa-
rasitas causam impactos econômicos, principalmente porque os herbicidas geral-
mente são ineficazes. No quadro a seguir, você encontra uma lista de espécies para-
sitas encontradas nas culturas agrícolas. 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 9 – Espécies parasitas daninhas e as principais culturas agrícolas afetadas 
 
Fonte: Padilha (2020). 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - Qual das seguintes características não é típica de plantas competitivas por 
luz? 
a) Folhas dispostas horizontalmente em ambientes sombreados 
b) Crescimento radicular rápido 
c) Folhas dispostas verticalmente em ambientes ensolarados 
d) Alta capacidade de alocar massa seca para crescimento em altura 
 
2 - Qual das seguintes estratégias não é um mecanismo de ação de compostos 
alelopáticos? 
Vá no tópico MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse o artigo 
“Biologia e Plantas Daninhas”. 
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a) Inibição da divisão celular 
b) Aumento da taxa de fotossíntese 
c) Alteração da atividade enzimática 
d) Interferência na absorção mineral 
 
3 - Qual dos seguintes mecanismos não é usado por plantas daninhas para a 
liberação de compostos alelopáticos? 
a) Volatilização 
b) Lixiviação 
c) Polinização 
d) Decomposição 
 
4 - Qual das seguintes características não é típica das plantas holoparasitas? 
a) Ausência de clorofila 
b) Modificação morfofisiológica para parasitismo 
c) Capacidade de fotossíntese em algum estágio de seu ciclo de vida 
d) Necessidade de captar todos os recursos da planta hospedeira 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
DEUBER, R. Ciência das plantas daninhas: fundamentos. Jaboticabal: FU-
NEP,1992. 
OLIVEIRA, R. S.; CONSTANTIN, J.; INOUE, M. H. Biologia e Manejo de Plantas 
Daninhas. Curitiba: Omnipax, 2011 
PADILHA, J. H. D. Biologia e Controle de Plantas Daninhas. Indaial: Uniasselvi, 
2020. 
ROMAN, E. S. et al. Como funcionam os herbicidas: dabiologia à aplicação. Passo 
Fundo/RS: Berthier, 2005. 
VARGAS, L.; ROMAN, E. S. (ed.). Manual de Manejo e Controle de Plantas Dani-
nhas. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004 
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