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TÓPICOS ESPECIAIS 
EM EDUCAÇÃO
Autoria:	 Ana	Maria	Stolfi
 Welington Soares
 Thaise Dias Alves
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
S875t
											Stolfi,	Ana	Maria
																	Tópicos	especiais	em	educação.	/	Ana	Maria	Stolfi;	Thaise	Dias	
Alves;	Welington	Soares.	–	Indaial:	UNIASSELVI,	2020.
																	79	p.;	il.
 ISBN 978-65-5646-236-3
 ISBN Digital 978-65-5646-232-5
1.	Educação.	-	Brasil.	I.	Stolfi,	Ana	Maria.	II.	Alves,	Thaise	Dias.	
III. Soares, Welington. IV. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 370
Impresso por:
Sumário
CAPÍTULO 1
Metodologias	Digitais ...................................................................5
CAPÍTULO 2
Metodologias	Ativas ...................................................................35
CAPÍTULO 3
Inteligência	Emocional ...............................................................57
CAPÍTULO 1
Metodologias	Digitais
Autoria: Welington Soares
Objetivos : 
� Compreender o conceito e uso das metodologias ativas e seu caráter 
autônomo e interativo, inserindo-o nas demandas educacionais cada vez mais 
virtualizadas e de acordo com as linguagens contemporâneas inerentes à 
digitalização social.
Habilidades que o aluno deverá desenvolver : 
�	Compreender	as	tecnologias	digitais	no	contexto	da	educação;
� Selecionar tecnologias digitais para o contexto educacional.
Competências que deverá adquirir ao final da disciplina: 
�	Conhecer	as	tecnologias	digitais	mais	pertinentes	ao	contexto	educacional;
� Selecionar tecnologias digitais assertivas ao contexto educacional.
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Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Se	voltarmos	nossa	atenção	para	uma	reflexão	sobre	como	foi	a	educação	
da humanidade desde os primórdios até os dias atuais, podemos concluir que 
o modelo atual pode estar retornando ao passado para adotar um caminho de 
maior	eficiência.	Retornar	ao	passado	para	um	 resgate	não	é	necessariamente	
retroceder,mas	ressignificar.
Um exemplo prático, é a valorização de receitas gastronômicas que durante 
algum	 tempo	 da	 história	 contemporânea	 deram	 lugar	 às	 comidas	 feitas	 quase	
que inteiramente por máquinas, entregues em tempos curtos e muitas vezes sem 
nenhum toque humano. A educação personalizada está passando pelo processo 
de tornar-se novamente mais humana e adaptada ao cardápio de necessidades 
de cada período do desenvolvimento humano.
Uma aplicação muito prática que sustenta este pensamento pode ser 
a	 maneira	 como	 comunidades	 que	 não	 tem	 acesso	 aos	 modelos	 formais	 de	
educação	 ensinam	 as	 gerações	 mais	 jovens:	 por	 observação,	 aprendizado	
prático,	experimentos	e	experiências.
Figura	1	-	Pai	ensinando	o	filho	a	pescar	em	seu	habitat	natural
Os	profissionais	da	educação	em	todo	o	mundo	dirigem	seus	esforços	para	
descobrir	novas	maneiras	de	ensinar.	Os	jovens	estudantes	que	nasceram	na	era	
digital não conseguem acompanhar com atenção concentrada os ensinamentos 
baseados	na	educação	 tradicional,	aquela	em	que	o	professor	se	posiciona	em	
frente	 ao	 quadro	 ou	 projetor,	 e	 os	 alunos	 ficam	 distantes	 em	 suas	mesas	 dis-
Fonte: Mestyle, 2019.
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 Tópicos	Especiais	em	Educação
tribuídas	em	fileiras	paralelas.	Os	ambientes	de	aprendizagem	atuais	devem	se	
atentar aos diversos recursos tecnológicos que entram como ingredientes neces-
sários	para	possibilitar	as	diferentes	conexões	do	processo	ensino	aprendizagem	
das	atuais	gerações,	não	somente	de	alunos,	mas	também	de	professores.	Desta	
forma,	recursos	como	livros	digitais,	portal	online,	aplicativos	para	tablets	e	smar-
tphones	começam	a	fazer	parte	do	processo	de	ensino.
No cenário contemporâneo, por mais naturais que possam parecer, de acor-
do com AXT (2003), ainda precisamos destacar algumas razões para que ocorra a 
adoção,	ou	inclusão	do	uso	das	tecnologias	digitais,	em	ambiente	escolar,	como:
a) Despertar mais interesse e atenção dos alunos por promover mais enga-
jamento e dinamicidade às apresentações de conteúdo. O simples variar 
de	rotina,	desperta	a	curiosidade	na	mente	humana	que	busca	resulta-
dos	diferentes	para	experiências	muitas	vezes	iguais;
b)	 Auxiliar	na	percepção	e	resolução	de	problemas	reais	uma	vez	que	pode	
aproximar um conteúdo estudado à realidade do aluno (vide exemplo do 
pai	e	filho	aprendendo	na	natureza	-	Figura	1);
c)	 Inserir	os	estudantes	no	debate	social	e	contribuir	para	formação	do	sen-
so	crítico	pela	possibilidade	de	acesso	a	informações	atualizadas	e	em	
tempo real. A atualização de um livro didático, por exemplo, envolve mui-
tos	processos	(elaboração,	impressão,	distribuição),	ao	passo	em	que	a	
informação	atualizada	pode	promover	uma	inversão	do	papel	passivo	de	
receptor	para	ativo	em	querer	protagonizar	a	busca	da	argumentação,	
senso	crítico	e	desafios	da	vida	social	e	acadêmica;
d)	 Estimular	o	desenvolvimento	da	maturidade	ou	responsabilidade	quanto	
ao uso da internet e dos recursos digitais uma vez que estes recursos 
fazem	parte	da	vida	dos	 jovens	desde	o	nascimento.	Regras	de	convi-
vência	e	boas	práticas	de	segurança	em	ambientes	virtuais,	bem	como	
do uso dos equipamentos, podem ser aprendidos quando ensinados de 
maneira	didática	e	transparente	nos	ambientes	escolares;
e)	 Democratizar	o	acesso	ao	ensino	pelo	uso	de	ferramentas	e	metodolo-
gias	desenvolvidas	com	a	finalidade	de	inclusão,	então,	recursos	sono-
ros,	visuais	ou	escritos	podem	oferecer	mais	autonomia	aos	estudantes	
portadores	de	deficiências,	transtornos	ou	dificuldades	de	aprendizado;
f)	 Oportunizar	feedback	imediato	e	constante	aos	professores,	alunos	e	res-
ponsáveis,	quando	são	utilizados	ambientes	virtuais	de	aprendizagem	(AVA)	
em	que	podem	ser	realizadas	transferências	de	tarefas,	avaliações	de	de-
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Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
sempenho e consequente geração de dados para todos. Por uso destes 
recursos,	a	velocidade	de	intervenção	ou	direcionamento	sobre	estudos	ne-
cessários	ao	melhor	desenvolvimento	do	aluno,	é	mais	ágil	e	eficaz;
g) Traçar um plano de ensino adequado para cada aluno com as suas es-
pecificidades	e	particularidades.	Como	a	tecnologia	digital	permite	gerar	
dados	e	sua	interpretação	é	cada	dia	mais	simples,	é	possível	identificar	
temas	e	conceitos	de	maior	ou	menor	 facilidade	de	compreensão	para	
toda	uma	turma,	como	também	o	desempenho	individual	de	cada	aluno.
A tecnologia digital como recurso para avaliação, proporciona uma 
velocidade	de	 troca	de	 informações	e	 feedback,	 em	 relação	ao	desempenho	e	
tende a aliar-se ao processo de ensino aprendizagem, como um microondas, 
que	não	faz	a	comida	sozinho,	mas	a	aquece	mais	rápido,	 indiferente	de	deixá-
la	saborosa	ou	insossa.	O	sabor	ao	conteúdo	e	a	forma	como	ele	é	apresentado	
para	ser	degustado	pelos	alunos,	bem	como	todos	os	mais	criativos	ingredientes	
acrescentados,	 sempre	 será	 responsabilidade	 do	 educador,	 de	 acordo	 com	 a	
cultura educacional da instituição.
SAIBA MAIS
 
Clique aqui para acompanhar a evolução das tecnologias 
educacionais: 
https://www.youtube.com/watch?v=tcLLTsP3wlo
2 CONCEITOS, FERRAMENTAS E 
TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA DIGITAL
2.1 CONCEITO
De	acordo	com	Ribeiro	([20--],	online),	“a	tecnologia	digital	é	um	conjunto	deem	equipe	dentro	da	perspectiva	do	aluno,	no	centro	
do processo de ensino aprendizagem com as comunidades de prática (COPs).
3.2 A SALA DE AULA INVERTIDA
Enquanto	professores,	sabemos	que	na	sala	de	aula	 tradicional	o	 tempo	é	
limitado,	 tendo	em	média	40	minutos	de	exposição	do	professor,	cinco	minutos	
para	debate	e	outros	cinco	para	exercícios,	sem	contar	a	chamada	e	contratempos.	
E	se	tivéssemos	mais	tempo	para	ensinar?	Quando	você	inverte	a	sala	de	aula,	a	
relação	com	o	tempo	e	espaço	se	modificam	e	algumas	atividades	tão	importantes	
como o momento da dúvida e da prática se tornam a parte principal da aula. Na 
dinâmica	da	sala	de	aula	invertida,	o	professor	pode	propor	ao	aluno	que	inverta	
o processo, proporcionado através da postagem de determinados elementos em 
uma	plataforma	digital,	como	mídias,	vídeos	gravados,	vídeo	do	Youtube,	textos,	
slides,	 reportagens,	músicas	 e	 filmes,	 que	 devem	ser	 verificados	 em	 tempos	 e	
espaços diversos à sala de aula, antes que os encontros aconteçam. A partir do 
momento em que o aluno tem um contato prévio com os materiais, antes da aula 
presencial, ele se sente mais engajando e adota outra postura para conversar, 
tirar dúvidas, discutir com os outros colegas, questionando de uma maneira mais 
crítica,	uma	vez	que	o	diálogo	tem	a	possibilidade	de	ocorrer.
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 Tópicos	Especiais	em	Educação
Esta	inversão	faz	com	que	o	tempo	deixe	de	ser	um	vilão,	além	de	transformar	
o tempo presencial em um momento mais dinâmico, reservado para tirar dúvidas, 
interagir com jogos, realizar questionários e simulações. Consequentemente, o 
aluno terá espaço para uma interagir e ser mais ativo, adotando uma postura 
protagonista em sala de aula.
Figura 3 - Espaços de aprendizagem
Fonte:	Adaptada	de	Horn;	Staker,	2015.
De	forma	prática,	a	modalidade	sala	de	aula	invertida	necessita	de	um	am-
biente	de	virtual	de	aprendizagem	(AVA),	que	podem	ser	pagas	ou	gratuitas	como	
a	plataforma	moodle,	blog	ou	Google	Classroom,	para	que	a	indicação	prévia	de	
conteúdos	possa	ser	realizada.	O	professor	pode	até	mesmo	convidar	os	alunos	a	
participar	da	construção	deste	ambiente,	possibilitando	que	a	turma	seja	protago-
nista	também	nesta	seleção.
Para	que	a	sala	de	aula	invertida	possa	ser	concretizada,	você	poderá	iniciar	
as	 indicações	em	um	momento	presencial,	 informando,	por	exemplo,	que	a	dis-
ciplina tem sete capítulos, todos compostos de pré-aulas que devem ser realiza-
das extra classe momento em que o aluno irá assistir vídeos, ler contos, poemas, 
músicas,	e-	books,	ou	seja,	ter	contato	com	alguma	mídia.	Extra	classe,	o	aluno	
acessa	a	plataforma	virtual,	estuda,	aprende,	faz	jogos,	exercícios	e	lê	o	material	
disponível.	A	aula	fica	mais	personalizada,	pois	o	aluno	pode	ver,	pausar	e	rever	
todos os conteúdos em casa, apreendendo a partir do seu ritmo. Após quinze 
dias, a aula presencial acontece e a primeira atividade será um teste online com 
perguntas	e	respostas	de	múltipla	escolha,	que	auxiliará	na	verificação	do	que	foi	
absorvido	pelo	aluno,	a	partir	do	que	foi	disponibilizado	na	sala	de	aula	virtual.	
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Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
O que vai para a sala são as dúvidas e, com o uso de um questionário, o 
professor	 obtém	 informações	 a	 respeito	 das	 lacunas	 de	 aprendizagem	 e	 dos	
progressos	 de	 maneira	 rápida,	 elaborando	 um	 teste	 em	 que	 resultados	 das	
questões	 são	 fornecidos	 na	 mesma	 hora,	 com	 a	 utilização	 de	 um	 formulário	
Google,	 por	 exemplo.	 Após	 a	 verificação,	 o	 professor	 possibilita	 o	 debate	 e	
proporciona	momentos	de	interação	entre	aluno-professor	e	aluno-aluno.
Figura 4 - Sala de aula invertia
3.3 PEDAGOGIA DE PROJETOS
Quando	propomos	projetos	também	lidamos	com	a	educação	de	forma	ativa,	
pois	tal	proposta	permite	que	o	aluno	estude	em	grupo	e	trabalhe	de	forma	prática.	
O	princípio	 do	projeto	 está	 baseado	no	 tempo:	 deve-se	 levar	 em	consideração	
que todo projeto consiste em uma atividade com prazo determinado e que pode 
variar entre um dia, uma semana ou um semestre. Nesta perspectiva, o tempo 
não	importa,	desde	que	esteja	estabelecido	que	o	projeto	deve	ter	início,	meio	e	
fim.	Para	finalizá-lo,	os	alunos	apresentam	o	produto	final,	através	de	um	artefato	
tangível, como uma exposição em PowerPoint, maquetes, cartazes ou outra 
manifestação.	Mas	como	colocar	esta	metodologia	em	prática?	Existem	alguns	
passos	que	orientam	a	pedagogia	de	projetos	de	 forma	prática.	Primeiramente,	
deve-se instigar o aluno trazendo pequenos vídeos, casos reais, trechos de 
reportagens,	 que	 fomentem	o	 tema	 a	 ser	 trabalhado.	No	 segundo	momento,	 é	
necessário	elaborar	o	estudo	em	 forma	de	desafio	e	propor	a	 resolução	de	um	
problema.	Por	exemplo,	os	alunos	devem	investigar	o	fenômeno	das	enchentes	
dos	últimos	meses	em	sua	 região,	após	 receber	a	seguinte	 informação	em	um	
papel:	 Com	 o	 crescimento	 populacional,	 certos	 bairros	 foram	 construídos	 em	
locais	aterrados,	sobre	rios,	córregos	e	mangues.	No	último	mês,	vimos	desastres	
após longos períodos de chuva. Levando em consideração o crescimento 
populacional	inevitável,	bem	como	a	chuva	que	não	pode	ser	controlada,	como	é	
possível	construir	e	habitar	estes	locais?
Fonte:	https://commons.wikimedia.org/.
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 Tópicos	Especiais	em	Educação
O terceiro passo é a pesquisa e a discussão, ou seja, momento em que os 
alunos	irão	pesquisar	na	internet	e	livros,	conversar	em	grupos,	em	duplas,	e	bus-
car	soluções	com	especialistas,	para	entender	como	economicamente	e	ambien-
talmente será viável colocar em prática seus projetos. A quarta etapa é a idea-
lização	do	projeto,	 isto	é,	 traduzir	estas	 ideias	em	um	artefato	na	 forma	de	um	
protótipo,	um	cartaz,	projeto	textual,	maquete,	palestra,	PowerPoint,	blog.	Por	fim,	
temos	a	etapa	dos	 feedbacks,	 afinal,	 todo	projeto	demanda	uma	 resposta	 com	
percepções positivas e com os pontos em que é possível e preciso desenvolver. 
Esta	resposta	também	pode	ser	oferecida	durante	o	processo,	em	forma	de	uma	
avaliação	formativa,	em	que	se	avalia	o	interesse,	o	trabalho	em	grupo	e	o	enga-
jamento do aluno no projeto.
Outra	especificidade	da	pedagogia	 de	projetos	é	o	potencial	 experimental,	
pois	muitas	vezes	o	 trabalho	dos	alunos	 toma	 formas	que	nem	o	professor	es-
perava.	O	fato	é	que	os	alunos	acabam	adquirindo	conhecimentos	e	outras	com-
petências	ao	longo	do	projeto,	em	certos	casos,	nem	ao	menos	eram	esperados.	
Assim,	além	de	ensinar	os	alunos	a	aprender,	o	projeto	ensina	o	professor	a	ensi-
nar.	De	modo	geral,	este	método	desenvolve	o	nível	criticidade	e	gera	significados	
para	o	aluno.	É	uma	 forma	de	envolvê-lo	completamente,	na	medida	em	que	o	
educador indica como é possível adquirir conhecimento e ir além do conteúdo 
estudado ou que estava previsto.
Figura	5	-	Elaborando	soluções
Fonte:	lucianarondon.com.br
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Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
Figura	6	-	A	importância	do	feedback
3.4 APRENDIZAGEM BASEADA EM 
EQUIPES	E	COMUNIDADES	DE	
PRÁTICA
Promover	um	bom	trabalho	em	equipe	ou	time,	em	sala	de	aula,	requer	pla-
nejamento	prévio,	bem	como	o	compromisso	com	o	que	se	está	 fazendo,	caso	
contrário	qualquer	proposta	inovadora	pode	ser	tornar	um	grande	fracasso.
Portanto,	para	garantir	o	sucesso	de	uma	aprendizagem	baseada	em	comu-
nidades de práticas, podemos seguir alguns passos.
O	primeiro	passo	é	a	formação	de	grupos	de	maneira	estratégica.	Mas	o	que	
isso	significa?	Não	significa	concordar	com	as	panelinhas	e	com	as	escolhas	dos	
alunos, mas levar em consideração critérios, como espalhar representantes de 
grupo	e	os	alunos	que	conseguem	 impactar	positivamente	os	outros.	Também,	
é	possível	agrupar	de	acordo	com	a	familiaridade	com	a	temática,	proatividade,	
pulverizando	esses	alunos	para	que	o	objetivo	da	equipe	possa	ser	alcançado.
O segundo passo é o teste de garantia prévia: antes do projeto serão delega-
das leituras prévias, que deverão sercomprovadas, a partir de testes individuais e 
posteriormente coletivos, deixando sempre um espaço para que os alunos questio-
nem	o	gabarito,	criando	um	ambiente	crítico.	O	terceiro	passo	será	a	resolução	de	
fato	do	problema,	a	partir	de	uma	situação	problema	indicada	à	equipe,	que	deve	
tomar	decisões	pertinentes.	Entretanto,	a	problemática	não	pode	ser	escolhida	ou	
construída	de	qualquer	forma,	ela	deve	ter	significado	e	relação	com	a	vida	cotidia-
na	dos	alunos,	estar	clara	quanto	ao	seu	sentido	e	função	naquela	aula.
Outra	possibilidade	entre	grupos	é	abrir	espaço	para	que	eles	ofereçam	fe-
edback	uns	aos	outros,	mas	de	forma	individual,	com	bilhetes	escritos,	para	que	
ninguém	se	sinta	exposto	ou	 ridicularizado.	Assim,	é	possível	 firmar	o	 sucesso	
entre	as	equipes,	bem	como	garantir	futuros	trabalhos	em	grupo.
Fonte: Free PNG, 2016.
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 Tópicos	Especiais	em	Educação
As	comunidades	de	prática,	também	conhecidas	como	CoP,	estão	em	todo	
os lugares e sempre existiram, desde os primórdios do processo de ensino apren-
dizagem. Nascemos em uma comunidade, nos desenvolvemos com o auxílio e 
o zelo de outros e vamos expandindo nossas relações à medida em que cresce-
mos,	como	a	grupos	de	trabalho,	de	auxílio,	nas	instituições	de	ensino	e	demais	
espaços	sociais.	Porém,	nem	todo	grupo	ao	qual	nos	 integramos	pode	ser	defi-
nido	de	comunidade	de	prática.	O	elemento	principal	e	que	define	as	CoPs	é	a	
aprendizagem	coletiva,	que	se	estabelece	no	compartilhamento	de	conhecimento	
e	práticas,	que	se	integram	por	um	objetivo	ou	interesse	comum	e	estejam	envol-
vidas em uma prática e atividade.
Os autores responsáveis pela expressão e conceito inicial de comunidades de 
prática	são	Lave	e	Wenger	(1991).	De	acordo	com	os	autores,	a	primeira	definição	
de comunidades de prática está relacionada a grupos de pessoas que comparti-
lham	uma	preocupação	ou	paixão	por	algo	que	 fazem	e	aprendem	como	 fazê-lo	
melhor,	 pois	 interagem	 regularmente.	Quando	aplicada	ao	 contexto	escolar,	 esta	
teoria	se	remete	aos	aprendizes	e	suas	participações	em	comunidades.	É	algo	que	
percebemos	principalmente	fora	da	sala	de	aula,	quando	alunos	se	juntam	para	tro-
car	figurinhas,	falar	de	futebol,	conversar	sobre	assuntos	extracurriculares.	
O princípio da CoP parte da ideia de que grupos geralmente se reúnem com 
um propósito intencional em comum e esta dinâmica pode ser utilizada em sala de 
aula,	e	não	apenas	fora	dela,	como	em	momentos	estritos	de	lazer.	O	ideal	é	que	
esta	prática	pode	proporcionar	que	a	aquisição	de	conhecimento	também	se	torne	
uma	atividade	de	lazer.	Wenger	(2003	apud	ENGELMAN,	2013),	um	dos	funda-
dores	da	ideia	de	CoP,	descreve	que	existem	três	tipos	de	engajamento	entre	os	
membros	deste	grupo:
a)	 O	 primeiro	 seria	 o	 envolvimento,	 que	 modela	 nossas	 experiências	 na	
ação	sobre	o	mundo,	assimilando	as	reações	e	consequências;
b)	 O	segundo	nível	de	pertencimento	está	na	imaginação,	que	está	na	ima-
gem que construímos de nós mesmos, dos outros e do mundo, que é 
como	nos	percebemos	e	como	entendemos	nossa	participação;
c)	 O	 terceiro	é	o	alinhamento,	 isto	é,	o	quanto	nosso	 fazer	está	alinhado	
com processos sociais.
E	por	quais	motivos	não	trazemos	esta	teoria	para	a	educação?	Muitas	vezes	
deixamos	de	aproveitar	esta	tendência	do	agrupamento	como	aliada	ao	processo	
de	ensino	aprendizagem,	em	detrimento	do	silêncio	e	da	ordem.	A	questão	é	que	
as instituições de ensino ainda não tiram proveito desse interesse momentâneo 
e intenso dos discentes em aprender certos temas, impondo e direcionando os 
alunos	a	conteúdos	predefinidos.
49
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
PARA SABER MAIS
Você	o	conhece?
Jonathan	Bergmann	 foi	um	dos	primeiros	educadores	
a colocar em prática metodologias ativas com a prática da 
sala de aula invertida. No ano de 2007, em uma escola ru-
ral no interior dos EUA, ele começou a gravar suas aulas 
em	DVDs	e	disponibilizar	aos	alunos	que	não	conseguiam	
chegar a tempo na sala de aula, pois moravam distante das 
escolas. O momento presencial na sala passou a ser des-
tinado	a	tirar	dúvidas	e	fazer	exercícios.	Nesta	experiência,	
descobriu	que	o	professor	ganhava	tempo	e	otimizava	suas	
aulas.	Para	conhecer	um	pouco	mais	sobre	as	experiências	
de Bergmann, leia: 
BERGMANN,	J.;	SAMS,	A.	Sala	de	aula	invertida:	uma	
metodologia	ativa	de	aprendizagem.	(Tradução	Afonso	Celso	da	
Cunha Serra). 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 104 p, 2016.
50
 Tópicos	Especiais	em	Educação
4 PERSONALIZAÇÃO DA 
APRENDIZAGEM
Durante	este	nosso	contato,	 repetimos	diversas	vezes	sobre	a	questão	da	
personalização.	Mas	afinal,	o	que	é	essa	tal	de	personalização	da	aprendizagem?	
Primeiramente,	 personalizar	 significa	 oferecer	 trajetórias	 de	 aprendizagem	
significativas,	e	o	que	é	significativo	para	uma	pessoa,	pode	não	ser	para	a	outra.
Trazer e aplicar instrumentos que deixem a disciplina menos maçante, com 
conteúdos mais atrativos, priorizando temas que agreguem aos alunos, na mesma 
medida em que os conquistem, por possuírem sentido e dialogarem com a sua 
realidade. Personalizar nada mais é do que atender a uma necessidade do aluno 
e	fazer	com	que	ele	possa	trilhar	o	caminho	do	seu	próprio	aprendizado.
Figura 7 - Aprendizado com prazer 
Todos	nós	gostamos	da	liberdade,	de	escolher	aonde	ir	e	o	que	fazer,	então	
por	quais	motivos	seria	diferente	para	um	jovem	ou	criança?	São	estratégias	de	
ensino personalizado:
a)	 A	 individualização	 do	 ensino:	 quando	 um	 aluno	 de	 um	 grupo	 busca	
alternativas	de	ensino	mais	voltadas	às	suas	necessidades;
b)	 A	diferenciação	do	ensino:	é	quando	um	grupo	de	alunos	com	o	mesmo	
objetivo	busca	um	ensino	mais	personalizado;
Fonte:Google Imagens, 2020. 
51
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
c)	 A	personalização:	nada	mais	é	do	que	oferecer	um	ambiente	onde	um	
aluno escolhe o que ele quer estudar.
CURIOSIDADES
Você	sabia	que	um	fórum	de	discussão	não	é	uma	co-
munidade	de	prática?	Conheça	mais	sobre	as	comunidades	
práticas:	https://www.youtube.com/watch?v=8d1l13LLqUY
Outra	 perspectiva	 da	 personalização	 do	 ensino	 tem	 como	 referências	 às	
COP’s,	 comunidades	de	prática,	onde	um	grupo	se	 reúne	com	um	objetivo	em	
comum.	Também	 observamos	 como	 isto	 pode	 ser	 utilizado	 dentro	 do	 contexto	
escolar,	 e	 não	 apenas	 de	 forma	 extracurricular.	 A	 última	 tem	 ligação	 com	 os	
modelos	 de	 rotação	 por	 estações	 e	 laboratório	 rotacional,	 em	 que	 os	 alunos	
alternam	as	estações	em	que	circula,	volta	a	alguma	estação	que	não	ficou	muito	
clara,	ou	no	caso	do	laboratório,	pesquisa	o	quanto	for	necessário	para	entender	e	
depois	tirar	as	dúvidas	que	ficaram	em	sala.
5 AVALIAÇÃO FORMATIVA
Quando	 somos	 estudantes	 e	 ouvimos	 a	 palavra	 avaliação,	 normalmente,	
vem	a	nossa	cabeça	um	processo	punitivo.	Na	verdade,	é	necessário	romper	com	
esta concepção e construir o seu oposto. As metodologias ativas podem se tornar 
aliadas	dentro	desta	 ressignificação	da	 ideia	de	avaliar.	Outro	ponto	 importante	
será entender que a avaliação, dentro do processo ativo de ensino, não deve ser 
aplicada	apenas	no	final,	e	sim	como	um	instrumento	formativo,	com	a	finalidade	
de corrigir desvios de percurso.
Por	exemplo,	quando	estamos	em	um	ambiente	trabalho	e	vamos	fazer	uma	
avaliação	dos	colaboradores,	na	verdade	vamos	avaliar	se	o	objetivo	proposto	e	
planejado pelo líder está sendo alcançado. Caso este desempenho não esteja de 
acordo,	é	necessário	verificar	o	que	precisa	ser	feito,	para	que	estes	comportamen-
tos	sejam	ajustados.	Dentro	da	sala	de	aula,	esta	finalidade	da	avaliação	se	repete.
É	válido	destacar	que	existe	uma	diferença	entre	avaliação	e	 instrumentos	
de	avaliação.	Quando	falamos	de	provas,	 testes,	questionários,	produções	con-
52
 Tópicos	Especiais	em	Educação
cretas, estes são instrumentos de avaliação para avaliar o processo de ensino 
aprendizagem.	Outro	parâmetroimportante	que	devemos	observar	é	a	concepção	
de avaliação que está na própria Leis de Diretriz e Bases da Educação (LDB), que 
em seu artigo 24 descreve que o docente precisa se atentar tanto aos critérios 
qualitativos, quanto aos quantitativos, assim como os demais resultados ao longo 
do	processo	de	ensino	aprendizagem.	Sobre	avaliação,	 três	 formas	de	aborda-
gem	podem	ser	utilizadas:	a	avaliação	diagnóstica,	somativa	e	a	formativa.
Figura 8 - Personalizar o ensino é atender as demandas individuais e coletivas 
Fonte: SunnyGB5, 2017
A avaliação diagnóstica é uma avaliação prévia e que pode ser aplicada 
no	 início	 do	 processo	 de	 aprendizagem.	 Por	 exemplo,	 se	 enquanto	 professora	
ministrou	um	curso	de	 formação	de	professores,	em	uma	 turma	com	alunos	de	
21	a	70	anos,	que	nunca	 trabalharam	como	professores,	 junto	a	outros	alunos	
que	possuem	experiência	média	de	40	anos	como	docentes,	estamos	falando	de	
uma	turma	bastante	heterogênea.	O	nível	de	conhecimento	e	vivência	destes	dois	
grupos	são	diferenciados,	algo	que	se	descobre	na	avaliação	diagnóstica,	este	
processo	pode	ser	definido	como	um	momento	prévio,	quando	serão	identificados	
os	conhecimentos	prévios,	que	possibilitaram	traçar	um	plano	para	alcance	dos	
objetivos.	De	forma	prática,	pode	ser	feita	através	de	um	formulário	impresso	ou	
online,	ou	de	uma	entrevista,	conversa	ou	debate.
A	 avaliação	 somativa	 tem	 a	 finalidade	 de	 gerar	 uma	menção	 final,	 com	 o	
uso	de	 testes,	provas,	 seminários	e	outros	 instrumentos.	A	 legislação	brasileira	
ainda	 necessita	 de	 números	 para	 estabelecer	 a	 aprovação	 ou	 reprovação	 do	
aluno,	 como	 uma	 espécie	 de	 controle	 da	 vida	 acadêmica,	 que	 permanecem	
registrados nos arquivos, indicando se ele pode ou não avançar para os próximos 
períodos	e	fases	de	sua	vida	acadêmica.	Esta	avaliação	é	mais	tradicional	e	ainda	
53
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
necessária,	no	contexto	educacional	brasileiro,	já	que	o	sistema	não	permite	que	
o aluno avance sem uma nota mínima estipulada pela instituição escolar.
Por	 fim,	 e	 a	 mais	 importante	 quando	 assunto	 é	 metodologias	 ativas,	 	 a	
avaliação	 formativa	 é	 aquela	 que	 vai	 acompanhar	 o	 processo	 de	 ensino	
aprendizagem	 como	 um	 todo,	 não	 apenas	 seu	 resultado	 final,	 transformando	
resultados	 em	 notas.	 Normalmente,	 ela	 não	 trabalha	 com	 a	 ideia	 de	 nota	 ou	
menção, sendo uma avaliação processual de acompanhamento, que respeita o 
ritmo,	a	liberdade	e	autonomia	do	aluno.
Neste	modelo,	 o	 professor	 acompanha	 de	 forma	 próxima	 e	 personalizada	
o cotidiano do aluno, como um mediador, não censurando ou criticando, mas 
estimulando	 e	 dando	 sugestões	 de	 como	ele	 pode	 desenvolver	 o	 seu	 trabalho	
em sala de aula. O desenvolvimento qualitativo de cada aluno é central dentro 
do	modelo	formativo,	tanto	que	o	educador	deve	estar	atento	a	toda	caminhada	
do aluno, para que ao longo do processo possa aplicar recuperações paralelas e 
atividades	colaborativas,	com	foco	no	desenvolvimento.
Sendo	assim,	não	se	espera	o	final	do	curso,	do	semestre	ou	do	bimestre	
para	 identificar	 se	 o	 aluno	 aprendeu	 ou	 não,	mas	 se	 acompanha	 ao	 longo	 da	
caminhada	acadêmica	o	que	deve	ser	ajustado,	potencializado	ou	corrigido.	Tipos	
de avaliação que ocorrem durante a aplicação deste modelo são os questionários 
durante as atividades, no modelo de Flipped Classroom, o acompanhamento do 
aluno	em	suas	atividades,	se	está	assistindo	as	vídeo	aulas,	se	baixou	os	arquivos	
em	PDF,	leu	os	e-books,	seu	posicionamento	durante	os	debates	e	momentos	de	
dúvida em sala de aula, durante o momento da tutoria.
SAIBA MAIS
 
Para	 entender	 um	 pouco	 mais	 sobre	 o	 tema	 ensino	
híbrido,	 metodologias	 ativas	 e	 educação	 personalizada,	
acesse	o	site	da	professora	Lilian	Bacich,	um	dos	grandes	
nomes do assunto no Brasil, autora e organizadora de li-
vros	como:	Ensino	Híbrido:	Personalização	e	Tecnologia	na	
Educação (2015), STEAM em Sala de Aula: A Aprendiza-
gem Baseada em Projetos Integrando Conhecimentos na 
Educação Básica (2020) e Metodologias ativas para uma 
educação	inovadora.	https://lilianbacich.com/
54
 Tópicos	Especiais	em	Educação
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Nesta	 etapa	 aprendemos	 como	 o	 professor	 precisará	 favorecer	 a	
personalização do ensino ao pensar em estratégias de organização do espaço na 
sala de aula, na escolha de novas tecnologias, no método avaliativo e utilização 
de	diferentes	recursos	didáticos.
Concluímos	 que	 um	bom	planejamento	 será	 uma	prática	 essencial	 para	 o	
desenvolvimento	de	uma	aula,	empregando	a	metodologia	ativa	e	o	ensino	híbrido.	
Em sala de aula, vimos que o aluno será o protagonista de seu aprendizado, ao 
passo	que	o	papel	de	professor	será	de	mediador	das	atividades.
Entendemos	também	que	a	classificação	dos	modelos	da	Metodologia	Ativa,	
saber	articulá-los	com	a	criatividade	e	um	bom	planejamento,	é	a	chave	para	a	
inovação na sala de aula.
Por	fim,	compreendemos	que	avaliar	não	é	apenas	uma	etapa	final.	Quando	
a	metodologia	ativa	está	em	pauta,	a	avaliação	 formativa	será	a	proposta	mais	
assertiva, uma vez que ela proporciona acompanhar os alunos durante toda a sua 
trajetória,	orientando	e	corrigindo	as	 rotas	durante	o	processo,	seja	no	 trabalho	
em	grupo,	no	 laboratório,	 individual,	na	 tutoria	online,	ou	no	contato	por	e-mail,	
uma vez que a metodologia ativa requer um contato constante e personalizado 
com o aluno.
REFERÊNCIAS
 
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uma	abordagem	teórico-prática.	Porto	Alegre:	Penso,	2018.	Disponível	em:	
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ZABALA,	A.;	ARNAU,	L.	Como	aprender	e	ensinar	competências.	Porto	Alegre:	
Penso Editor, 2015.
CAPÍTULO 3
Inteligência	Emocional
Autoria:	Ana	Maria	Stolfi
Objetivos : 
�	Contextualizar	as	inteligências	múltiplas;	inteligência	emocional	e	a	Inteligência	
emocional	intra	e	interpessoal;
�	 Identificar	a	importância	da	inteligência	emocional	no	mundo	do	trabalho;
�	Apresentar	a	criatividade,	espontaneidade	e	empatia	com	foco	no	processo	de	
ensino	aprendizagem,	aplicando	a	inteligência	emocional	em	projetos.
Habilidades que o aluno deverá desenvolver : 
�	Reconhecer	suas	emoções	e	sentimentos	diante	do	autoconhecimento;
�	Ter	 habilidade	 de	 se	 relacionar	 com	 outras	 pessoas	 (relacionamento	
interpessoal).
Competências que deverá adquirir ao final da disciplina: 
�	O	aluno	deverá	 adquirir	 equilíbrio	 emocional	 	 nas	 suas	 ações,	 tanto	 na	 vida	
pessoal	quanto	profissional.	
58
 Tópicos	Especiais	em	Educação
59
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
1 A INTELIGÊNCIA NÃO É UMA SÓ, 
ELA É MÚLTIPLA
Antes	de	investigarmos	o	contexto	das	inteligências	múltiplas	e	emocionais,	
iremos	compreender	o	conceito	de	inteligência,	que	é	entendido	como	uma	com-
petência	 intelectual	que	define	algumas	características	do	ser	humano,	como	a	
aprendizagem rápida, raciocínio lógico, capacidade de memorização, interpreta-
ção e pensamento. Entre as variáveis da psicologia humana tem como destaque 
como estou no estado emocional e motivacional, quem sou geneticamente e onde 
estou	diante	do	ambiente	social,	 logo,	são	através	desses	fatores	que	descobri-
mos o quanto a mente humana é complexa.
Neste contexto, Gardner (1995) pesquisou e desenvolveu a teoria das inteli-
gências	múltiplas,	identificando	seu	potencial	biopsicológico,	em	que	se	processam	
informações	e	podem	ser	ativadas	em	um	dado	cenário,	com	o	objetivo	de	resolver	
problemas	ou	elaborar	produtos	que	agreguem	valor	em	um	determinado	contexto.	
No	entanto,	as	 inteligências	múltiplas	 (IM)	não	se	 resumem	a	solução	de	proble-
mas,	mas	nas	habilidades	adquiridas	por	uma	sociedade	globalizada	e	multicultural,	
constantemente	conectada	nas	informações	no	novo	comportamento	humano.	
As	 inteligências	 múltiplas	 são	 representadas	 por	 diferentes	 capacidades	
intelectuais,	 como	os	 diversos	 estilos	 de	 aprendizagem,	 que	 são	 estabelecidos	
por	uma	série	de	tarefas	efetuadas	pelos	indivíduos,	como	palestras,	workshop,	
vídeos,	 leituras,	visitas	 técnicas,	dentre	outras	possibilidades.	Portanto,	a	 teoria	
das	IM	não	se	propõe	a	rotular	as	pessoas	pelos	tipos	de	inteligência	que	possuem,	
mas	 tem	como	objetivo	 investigar	e	 compreender	 como	as	pessoas	aprendem.	
Gardner (1995) argumenta que, dada a sua complexidade, a vida humana 
necessita	do	desenvolvimento	de	múltiplas	 inteligências	e	podem	se	manifestar	
em	oito	tipos	diferentes:	lógico	matemática,	linguística,	musical,	espacial,	corporal	
cinestésica, naturalista, interpessoal e intrapessoal.
‘Múltiplas’	 para	 enfatizar	 um	 número	 desconhecido	 de	
capacidades	 humanas	 diferenciadas,	 variando	 desde	
a	 inteligência	 musical	 até	 a	 inteligência	 envolvida	 no	
entendimento	de	si	mesmo;	‘inteligências’	para	salientar	
que	 estas	 capacidades	 eram	 tão	 fundamentais	 quanto	
àquelas	historicamente	 capturadas	pelos	 testes	de	QI.	
(GARDNER, 1995, p. 3).
60
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Para	Gardner	 (1995),	 a	 inteligência	 linguística	 se	manifesta	 como	 a	 capa-
cidade de dominar tanto a linguagem, quanto a comunicação, sendo esta última 
verbal	ou	não	verbal.	Indivíduos	que	possuem	uma	inteligência	linguística	supe-
rior	 se	 destacam	profissionalmente	 como	escritores,	 professores,	 políticos	 poe-
tas, jornalistas, comunicadores e atividades correlatas. Já atividades relacionadas 
à	engenharia,	ciência	 investigativa,	economia	e	estatísticas	são	mais	aderentes	
a	 indivíduos	que	apresente	a	 inteligência	 lógico	matemática	mais	desenvolvida,	
uma vez que estão mais relacionadas à necessidade de raciocínio lógico e reso-
lução	de	problemas	matemáticos,	atrelado	à	velocidade	na	resolução	de	cálculos.
Já	 a	 inteligência	 espacial,	 que	 demanda	 a	 capacidade	 de	 observação	 do	
mundo e seus respectivos elementos em diversas perspectivas, a partir da criati-
vidade,	é	mais	aderente	a	pessoas	que	possuem	habilidades	que	lhes	permitam	
desenhar	uma	perspectiva,	 criando	 imagens	mentais	 com	 refinamento	de	deta-
lhes.	Pessoas	que	possuem	esta	inteligência	são	fortes	candidatas	a	serem	escul-
tores,	designers,	arquitetos,	fotógrafos,	assim	como	outras	atividades	que	estejam	
alinhadas ao senso artístico.
Figura	1:	Inteligências	múltiplas
Fonte:	cesvale.edu.br
61
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
Outra	 IM	 alinhada	 a	 este	 senso	 é	 inteligência	musical.	 	 Segundo	Gardner	
(1995),	todas	as	pessoas	possuem	uma	inteligência	musical	latente,	uma	vez	que	
algumas	 áreas	 cerebrais	 são	 destinadas	 à	 execução	 de	 funções	 relacionadas	
à	 composição	 musical.	 Entretanto,	 como	 qualquer	 outra	 inteligência,	 exige	
envolvimento e dedicação, para que se alcance seu desenvolvimento, como a 
inteligência	 corporal	 e	 cinestésica,	 que	 exprime	 as	 habilidades	 motoras,	 de	
forma	a	expressar	sentimentos	e	emoções	através	do	próprio	corpo.	Atividades	
profissionais	mais	aderentes	a	esta	IM	estão	relacionadas	àquelas	desenvolvidas	
por	dançarinos,	atores	e	atletas,	dentre	outros	profissionais.
Gardner	(1995)	achou	necessário	incluir	no	rol	de	IM	a	inteligência	naturalista,	
por	 ser	 essencial	 à	 sobrevivência	 humana,	 assim	 como	 de	 outras	 espécies,	
uma	vez	que	se	referente	às	questões	da	natureza,	como	seus	fenômenos	e	os	
elementos	que	nela	coabitam,	como	os	animais,	vegetais	e	minerais.
Já	 as	 inteligências	 intra	 e	 interpessoais	 recebem	 um	 olhar	 diferenciado	
por Gardner (1995), destacando-se em sua pesquisa, uma vez que essas duas 
inteligências	 foram	 identificadas	 como	 essenciais	 ao	 desenvolvimento	 humano,	
muitas vezes negligenciadas no processo de ensino aprendizagem. Enquanto a 
inteligência	intrapessoal	está	relacionada	ao	autoconhecimento,	compreendendo	
e	 controlando	 as	 questões	 internas,	 a	 inteligência	 interpessoal	 possibilita	 a	
interpretação das palavras, aprimorando a capacidade de empatia.
A	multiplicidade	de	inteligências	apresentada	por	Gardner	(1995)	possibilita	
ampliar a concepção do desenvolvimento no processo ensino aprendizagem, 
deslocando	este	 processo	para	 além	do	 foco	nas	habilidades	 que	priorizem	 	 o	
desenvolvimento	 lógico	 matemático	 e	 linguístico.	 Muitas	 são	 as	 possibilidades	
na	vida	das	pessoas,	sejam	as	experiências	pessoais	ou	do	mundo	do	trabalho,	
e	para	que	possamos	desenvolver	habilidades	aderentes	a	esta	vasta	gama	de	
caminhos,	é	necessário	que	todas	as	inteligências	estejam	no	foco	do	processo	
de ensino aprendizagem. 
SAIBAMAIS
 
Conheça	mais	sobre	as	múltiplas	inteligências:	
https://www.youtube.com/watch?v=oJ85PMYqHqg
62
 Tópicos	Especiais	em	Educação
2 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
O	 termo	 inteligência	emocional	 (IE)	 foi	 imortalizado	pela	obra	de	Goleman	
(1995), em que era apresentava a IE como a capacidade de criar motivações para 
si, controlando impulsos e mantendo a assertividade, impedindo que a ansiedade 
interfira	no	 raciocínio	e	na	autoconfiança.	Essa	capacidade	de	criar	motivações	
para	si	 traz	a	possibilidade	do	 indivíduo	 identificar	seus	sentimentos	através	do	
comportamento	positivo,	desenvolvendo	a	capacidade	de	bons	relacionamentos	
com outras pessoas e grupos.
A pesquisa de Goleman desencadeou novos estudos, como os de Oliveira-
Castro	e	Oliveira-Castro	(2001),	em	que	conceitua	a	inteligência	emocional	como	
a	capacidade	de	identificar	e	compreender	os	próprios	sentimentos,	gerando	um	
comportamento alinhado aos mesmos e impactando na motivação. Para Mayer e 
Salovey	(1997	apud	AVELEIRA,	2013)	a	inteligência	emocional	pode	ser	dividida	
em quatro domínios, sendo eles: 
a)	 Percepção,	avaliação	e	expressão	da	emoção;
b)	 A	emoção	como	facilitadora	do	pensamento;
c) Compreensão e análise de emoções, emprego do conhecimento 
emocional;
d)	 Controle	reflexivo	de	emoções	para	promover	o	crescimento	emocional	e	
intelectual.
Figura	2	-	A	importância	da	inteligência	emocional
Os autores supracitados apontam que a percepção, avaliação e expressão 
da emoção são capacidades adquiridas pelas pessoas ao reconhecer seus pró-
prios sentimentos, assim como os sentimentos das pessoas que as rodeiam. Esse 
domínio	é	relacionado	às	expressões	não	verbais	das	emoções,	como	os	senti-
mentos	por	estímulos,	voz	e	expressões	faciais.	Argumentam	ainda	que	a	emoção	
Fonte: Riseley (2020).
63
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
como	facilitadora	do	pensamento	é	um	domínio	em	que	as	emoções	são	percebi-
das	a	ponto	de	facilitar	os	pensamentos	e	raciocínios,	auxiliando	a	resolução	de	
problemas	e	tomadas	de	decisão.
Já o domínio de compreensão, análise de emoções e emprego do 
conhecimento emocional proporcionam a capacidade de entendimento e análise 
de emoções, junto à linguagem e aos sinais emocionais. O domínio do controle 
reflexivo	 de	 emoções	 é	 necessário	 para	 promover	 o	 crescimento	 emocional	 e	
intelectual,	que	facilita	a	capacidade	de	se	relacionar	com	as	emoções	para	alcance	
de	objetivos	pessoais	e	demais	integrantes	de	um	grupo	(MAYER;	SALOVEY,	1997	
apud AVELEIRA, 2013).
É	válido	destacar	que	na	teoria	de	Goleman	(2001),	a	inteligência	emocional	
considera	que	competências	emocionais	são	competências	adquiridas,	aprendidas	
e desenvolvidas ao longo da vida para alcançar um desempenho excepcional. Nes-
se	sentido,	o	autor	argumenta	que	as	inteligências	emocionais	podem	ser	desenvol-
vidas e não se tratam de uma dádiva ou tenham relação à concepções inatas.
Posteriormente, avançando em suas pesquisas, Goleman (2011) destaca a 
importância	da	 inteligência	emocional,	no	que	se	 refere	ao	autocontrole	em	de-
terminadas	situações	e	no	alcance	dos	objetivos,	delimitando	cinco	pilares	que	
regem	a	compreensão	sobre	a	inteligência	emocional:	autoconhecimento	emocio-
nal, controle emocional, automotivação, empatia e relacionamentos interpessoais.
Para o autor supracitado, emoção é intrínseca aos seres humanos e o au-
toconhecimento	 emocional	 proporciona	 a	 superação	 do	 desafio	 de	 aprender	 a	
ouvir	e	conhecer	os	nossos	próprios	sentimentos	e	manifestações.	 	Entretanto,	
reconhecer	a	existência	de	nossos	sentimentos	não	é	suficiente,	é	preciso	saber	
lidar	com	eles	através	do	controle	emocional,	o	que	não	significa	um	real	domínio	
da vida, podendo estar dependente das emoções. Portanto, a automotivação tem 
um	papel	fundamental,	pois	exprime	a	capacidade	de	redirecionar	um	sentimento,	
com	o	objetivo	de	obter	algum	ganho	pessoal,	mantendo	a	serenidade	e	a	calma.	
Nesta	trajetória,	a	empatia	é	fundamental,	para	que	as	emoções	dos	outros	sejam	
respeitadas,	possibilitando	relações	pessoais	mais	sinceras	e	que	proporcionem	
relacionamentos interpessoais saudáveis, em que as trocas e as interações sejam 
resultados da capacidade de gerenciamento dos sentimentos das outras pessoas. 
Portanto,	tanto	a	inteligência	emocional,	quanto	às	inteligências	múltiplas	se	
complementam para o desenvolvimento integral, uma vez que sem relacionamen-
tos humanos a vida em sociedade como a conhecemos não seria possível – indi-
ferente	dos	elementos	positivos	e	negativos	que	o	compartilhamento	de	emoções	
64
 Tópicos	Especiais	em	Educação
DICA DO PROFESSOR
 
Conheça	o	Laboratório	Inteligência	de	Vida,	seu	lema	
é:	Você	não	pode	mudar	o	que	sente,	mas	pode	aprender	
o	 que	 fazer	 com	 seus	 sentimentos.	 Para	 conhecer	 o	 LIV,	
acesse	https://www.inteligenciadevida.com.br/pt/liv/
entre	as	pessoas	possibilita,	como	afirma	Goleman	(2011).	Sendo	assim,	vamos	
investigar	mais	essa	aderência,	retomando	o	destaque	da	pesquisa	de	Gardner	
(1995),	no	que	se	refere	às	inteligências	intra	e	interpessoal.
3 INTELIGÊNCIAS INTRA E 
INTERPESSOAL
As	inteligências	intra	e	interpessoal	são	definidas	como	tipos	de	inteligências	
múltiplas, que envolvem os indivíduos por meio da motivação, empatia, interação, 
autoestima,	 autorrealização	 e	 confiança,	 dentre	 outros	 sentimentos	 positivos.	
Tanto	 a	 inteligência	 intrapessoal,	 quanto	 a	 interpessoal	 se	 constituem	 como	
inteligências	emocionais.
A	 inteligência	 emocional	 intrapessoal	 é	 entendida	 como	 a	 capacidade	
do	 indivíduo	 em	 identificar	 as	 próprias	 emoções	 e	 sentimentos,	 diante	 suas	
necessidades,	identificando	seus	desejos,	ambições	e	motivações	–	assim	como	
outras	inteligências	deve	ser	aprimorada	e	seu	desenvolvimento	está	diretamente	
relacionado	 ao	 autoconhecimento.	 Para	 Goleman	 (2011),	 a	 inteligência	
intrapessoal	 se	 manifesta	 nos	 indivíduos	 a	 partir	 de	 características	 como	 foco	
e	 concentração	 nas	 atividades	 desempenhadas,	 facilidade	 em	 resolução	 de	
conflitos,determinação	 e	 persistência	 para	 atingir	 os	 resultados	 desejados,	
disciplina,	autocompreensão,	autoestima,		autonomia,	capacidade	de	realização;	
capacidade de despertar o melhor de si em todas as situações e comportamento 
congruente	 com	 seus	 princípios	 e	 valores.	 Como	 profissionais,	 indivíduos	 que	
possuem	 a	 inteligência	 emocional	 intrapessoal	 desenvolvida	 apresentam	 como	
tendências	 de	 carreira	 atuações	 que	 se	 relacionem	 à	 psicologia,	 psiquiatria,	
filosofia,	 sociologia,	 escrita,	 dentre	 outras	 experiências	 profissionais	 que	
demandem	um	elevado	nível	dessa	inteligência.
65
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
Figura 3 - Relacionamento intra e interpessoal
A	inteligência	emocional	interpessoal	é	entendida	como	a	capacidade	das	pes-
soas	em	serem	empáticas	 com	as	outras.	Esta	 inteligência	 se	 relaciona	 com	as	
interações, entendimentos, interpretações dos desejos e intenções das outras pes-
soas.	A	capacidade	do	bom	relacionamento	e	a	adaptação	ao	ambiente	são	habili-
dades	essenciais	para	quem	possui	essa	inteligência,	que	possibilita	compreender	
o	estado	emocional	de	outras	pessoas,	seja	na	vida	pessoal	e/ou	profissional.
Para	Gardner	 (1995),	 a	 inteligência	 interpessoal	 se	 relacionada	às	 capaci-
dades	 de	 inteligência	 emocional,	 empatia,	manejo	 das	 relações	 intersubjetivas,	
resolução	de	conflitos	e	habilidades	de	comunicação.
Assim	 como	 as	 demais	 inteligências,	 também	 é	 uma	 habilidade	 a	 ser	
construída	 e	 pode	 ser	 encontrada	 em	 profissionais	 que	 exercem	 diversas	
atividades,	 como	 professores,	 advogados,	 médicos,	 psicólogo,	 profissionais	
que atuam diretamente com a sociedade. Gardner (1995, p. 15) indica que a 
inteligência	interpessoal	pode	ser	entendida	como	a	
capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, 
como	 elas	 trabalhamcooperativamente	 com	 elas.	 Os	 vendedores,	
políticos,	professores,	clínicos	(terapeutas)	e	líderes	religiosos	bem-
sucedidos, todos provavelmente são indivíduos com altos graus de 
inteligência	interpessoal.
Fonte:	Elaborado	pela	autora.
66
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Portanto,	para	o	autor,	a	inteligência	emocional	interpessoal	tem	como	cerne	
a percepção do comportamento humano, a partir da maneira como as pessoas se 
relacionam.	Sendo	assim,	os	 tipos	de	 inteligência	estão	presentes	em	 todas	as	
pessoas	e	o	seu	desenvolvimento	estará	diretamente	atrelado	à	ênfase	de	seu	
aprendizado.
4 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO 
MUNDO DO TRABALHO
PARA SABER MAIS
 
Qual	 a	 relação	 da	 fala	 com	 as	 inteligências	 intra	 e	
interpessoal?	Assista	a	este	TED	e	identifique	como	a	fala	
é	 uma	 ferramenta	 incrível	 em	 nossas	 vidas:	 https://www.
youtube.com/watch?v=D236cCikGmA
Já	identificamos	o	conceito	de	inteligências	múltiplas	e	da	inteligência	emo-
cional,	e	como	estas	inteligências	se	entrelaçam	no	percurso	do	desenvolvimento	
humano, impactando nos comportamentos e sentimentos dos indivíduos. Nesse 
momento,	 iremos	 investigar	como	essas	 inteligências	se	manifestam	no	mundo	
do	trabalho,		locus	de	grande	parte	da	atuação	da	vida	adulta.		
A	inteligência	emocional	é	de	suma	importância	no	mundo	do	trabalho,	uma	
vez	que	é	por	meio	dela	que	os	profissionais	encontram	oportunidades	de	carrei-
ras	promissoras,	 imbuídas	de	um	sentido	de	pertencimento	e	projeções	futuras.	
Na	 conjuntura	 de	 processos	 contínuos	 de	 transformações	 e	mudanças,	 profis-
sionais	que	apresentam	essa	 inteligência	desenvolvida	saberão	driblar	obstácu-
los,	com	calma	e	clareza	dos	fatos,	transformando-os	em	oportunidades.	Nesse	
sentido,	ao	se	deparar	com	os	desafios,	os	mesmos	são	entendidos	como	parte	
natural	das	relações	de	trabalho,	que	devem	ser	elaborados	e	transformados	em	
soluções, sem que isso se torne um desgaste emocional.
Na	percepção	de	Nascimento	(2006,	p.	55),	“uma	possível	abordagem	pro-
missora	para	a	inteligência	emocional	em	ambiente	de	trabalho	reside	em	treina-
mento	e	desenvolvimento	de	competências	sociais	e	emocionais	[...]”.	Para	que	
esta	abordagem	possa	resultar	positivamente,	é	necessário	que	os	sentimentos	
de	empatia,	automotivação,	autocontrole,	trabalho	em	equipe,	afetividade,	assim	
67
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
como	outros	elementos	que	envolvem	o	universo	profissional,	sejam	valorizados	
tanto pelas organizações, quanto pelos indivíduos que as compõe. 
Gondim	e	Siqueira	(2004)	conceituam	a	afetividade	como	processos	subje-
tivos	que	estabelecem	vínculos	com	pessoas,	objetos	 físicos,	 sociais	e	com	as	
emoções	e	sentimentos.	Essa	afetividade	que	envolve	os	profissionais	nas	orga-
nizações	pode	ser	entendida	como	os	sentimentos	que	envolvem	emoções	e	afe-
tos,	podendo	causar	 fatores	positivos	e	ou	negativos,	e	naturalmente	ocasionar	
ruídos	e	conflitos.
A	 inteligência	 emocional	 é	 indispensável	 no	 âmbito	 organizacional,	 sendo	
aplicada	ao	planejamento	das	organizações,	de	modo	que	os	profissionais	exe-
cutem	 as	 atividades	 com	 eficiência	 e	 eficácia.	 Colaboradores	 com	 inteligência	
emocional mais desenvolvida conseguem alcançar melhores resultados, tanto 
pessoais,	quanto	profissionais,	proporcionando	ganhos	plurilaterais.	Para	Johann	
(2013),	os	colaboradores	que	possuem	inteligência	emocional	conquistam	melho-
res	resultados,	tanto	pessoais	quanto	profissionais.	Para	o	autor,	esses	colabora-
dores	convivem	com	seus	colegas	de	trabalho	com	mais	harmonia.	
Sendo assim, a liderança tem um papel primordial. Para Nascimento (2006), 
líderes	que	desenvolvem	a	inteligência	emocional	no	trabalho	tendem	a	ser	mais	
preparados para lidar com a suas equipes, são mais receptivos a ouvir e se co-
municam	efetivamente,	construindo	uma	relação	social	positiva	entre	colaborado-
res	e	organizações.	Neste	contexto,	é	fundamental	que	as	organizações	tenham	
como premissa planos estratégicos para incorporação de relacionamentos e emo-
ções	em	suas	relações	de	trabalho,	ressignificando	o	conceito	de	desempenho.	
Cooper	e	Sawaf	(1997)	especificam	sete	fatores	relacionados	às	transforma-
ções	do	mundo	do	trabalho,	que	devem	ser	levados	em	consideração,	para	que	a	
inteligência	emocional	pode	acrescer	ao	sucesso	das	organizações,	sendo	elas:
a)	 Confiança	nos	relacionamentos	de	trabalho;
b)	 As	decisões	são	tomadas	com	mais	cuidado;
c)	 Liderança	eficaz;
d)	 Honestidade	na	comunicação;
e)	 Confiança	nas	equipes	de	trabalho;
f)	 Inovação	e	criatividade;
g)	 Responsabilidade,	respeito	e	comprometimento.
A	aplicação	destes	fatores	às	corporações	aciona	o	sentimento	de	pertenci-
mento	dos	colaboradores,	o	que	promove	a	motivação	e	alinha	os	objetivos	das	
organizações	e	dos	colaboradores.	Para	que	isto	ocorra,	não	basta	que	a	inteli-
gência	emocional	seja	um	fator	isolado,	mas	que	faça	parte	da	cultura	organiza-
cional	(COPPER;	SAWAF,	1997).
68
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Goleman	(1995)	defendeu	a	inteligência	emocional	como	habilidade	essen-
cial	para	o	sucesso	no	trabalho.	Em	relação	à	inteligência	emocional	no	mundo	do	
trabalho,	destacam-se	quatro	pilares	que	compõem	as	habilidades	de	um	profis-
sional:	autoconsciência,	autogestão,	empatia	e	habilidade	social.	
Weisinger	 (1997,	 p.	 14)	 define	 a	 inteligência	 emocional	 como	 “fazer	 inten-
cionalmente	com	que	as	suas	emoções	trabalhem	em	seu	benefício,	usando-as	
para	ajudar-se	a	orientar	seu	comportamento	e	seu	raciocínio	de	maneira	a	obter	
melhores	resultados”.	Para	o	autor,	a	inteligência	emocional	é	algo	que	pode	ser	
desenvolvida	e	ampliada,	sendo	a	autoconsciência	o	seu	elemento	básico.	Wei-
singer	(1997,	p.	26)	conceitua	a	autoconsciência	como	a	compreensão	do	“que	o	
faz	agir	como	age,	antes	de	começar	a	alterar	seu	comportamento	em	busca	de	
melhores resultados”.
Entretanto,	a	autoconsciência	não	garante	que	este	processo	de	identificação	
de	 sentimentos	 se	 torne	 menos	 desafiador.	 Diante	 as	 fragilidades	 da	 nossa	
autoestima,	criamos	uma	espécie	de	proteção,	filtrando	as	situações	e	realizando	
leituras	fragmentadas,	criando	contextos	e	narrativas	que	nos	auxiliam	a	elaborar	
nossos posicionamentos e emoções. 
Quando	 se	 trata	 de	 emoções,	 forças	 e	 fraquezas,	 todos	 temos	 bloqueios.	
Todos possuímos uma emoção potencialmente destrutiva, onde nosso ego é 
preservado	e	nossa	autoestima	é	frágil.	É	difícil	mudar	o	que	não	se	percebe,	por	
isso,	 o	 desenvolvimento	 da	 autoconsciência	 é	 o	maior	 desafio	 na	manutenção	
da	 inteligência	 emocional,	 já	 que	 ela	 trás	 a	 mudança,	 o	 crescimento,	 o	
desenvolvimento e o aprimoramento (BLOUNT, 2018).
A	 importância	de	enfrentarmos	os	obstáculos	criados	em	nossas	mentes	é	
realmente	desafiador	para	qualquer	indivíduo.	Entretanto,	é	possível	desenvolver	
a	 autoconsciência,	 para	 que	 este	 autoconhecimento	 ocorra	 de	 forma	 mais	
orgânica,	galgando	o	desenvolvimento	da	nossa	inteligência	emocional.	
Para	 Goleman	 (2015),	 os	 outros	 pilares	 da	 inteligência	 emocional,	 além	
da	 autoconsciência,	 	 são	 a	 autogestão	 (capacidade	 de	 controlar	 as	 emoções)	
e	 o	 autocontrole	 (permanecer	 calmo	 sob	 estresse	 elevado	 ou	 se	 recuperar	
rapidamente).	 Para	 Soto	 (2002),	 pessoas	 com	 autocontrole	 emocional	 têm	 um	
temperamento	comedido,	pensando	com	clareza	e	fazendo	com	que	a	sua	tomada	
de	 decisão	 tenha	 base	 em	 suas	 emoções.	 Já	 pessoas	 sem	 esta	 habilidade,	
costumam ser vistas como pessoas de mau temperamento, que perdem o controle 
e descontam seus sentimentos nos outros.
O autocontrole emocional é uma característica sine qua non dos gestores de 
uma organização, uma vez que sua liderança se encontra atrelada às tomadas 
69
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
de	 decisão,	 que	 impactam	o	 ambiente	 como	um	 todo.	Não	 é	 incomum	que	 as	
lideranças	 tenham	 de	 realizarescolhas,	 solicitar	 metas	 e	 tarefas	 ou	 ainda	
remodelar uma determinada equipe, sem estarem completamente aderentes 
a	estas	propostas,	ou	ainda	 terem	de	 tomar	decisões	em	que	a	balança	 tende	
necessariamente pender para a equipe ou para a corporação. Nestas situações, 
o	 autocontrole,	 junto	 ao	 autoconhecimento,	 são	 fundamentais	 para	 que	 os	
posicionamentos possam ser assertivos e minimizem os impactos negativos.
Outra	 habilidade	pilar	 da	 inteligência	 emocional	 para	 o	mundo	do	 trabalho	
visa	a	empatia.	Blount	(2018)	conceitua	a	empatia	como	a	habilidade	de	criar	uma	
conexão	de	maneira	que	você	entende	o	que	o	outro	está	sentindo,	ou	seja,	é	
sentir o que o outro sente. Entender os sentimentos de uma outra pessoa não 
é	 uma	 tarefa	 simples,	 uma	 vez	 que	 existem	 contextos,	 e	 o	 que	 pode	 não	 ser	
impactante para uma determinada pessoa pode ser um grande impacto, para 
outro	indivíduo.	Por	isso,	Goleman	(2015)	afirma	que	a	empatia	não	é	sobre	fazer	
o que os outros querem, mas sim criar uma conexão que pauta o relacionamento 
entre	 o	 líder	 e	 seus	 colaboradores.	 Nesse	 sentido,	 a	 empatia	 é	 fundamental	
no	mundo	 do	 trabalho,	 em	 que	 colaboradores	 e	 líderes	 compartilham	 desafios	
conjuntos	e	juntos	às	trajetórias	pessoais.	Portanto,	sem	empatia	não	há	êxito	nas	
organizações.
Figura	4	-	Inteligência	emocional	no	mundo	do	trabalho
Fonte: Gerhardt, 2020.
A	 habilidade	 social	 é	 vista	 como	 o	 último	 pilar	 da	 inteligência	 emocional.	
Ela	 também	 pode	 ser	 chamada	 de	 inteligência	 interpessoal,	 e	 é	 representada	
pela	 comunicação	 eficaz	 e	 envolvimento	 direto	 com	 as	 pessoas	 do	 grupo.	 A	
interpessoalidade deve estar presente para o alcance dos resultados positivos 
que	as	organizações	almejam.	Quando	isso	não	ocorre,	a	ausência	de	habilidade	
70
 Tópicos	Especiais	em	Educação
social	 se	 transmuta	na	 ineficiência	dos	membros	da	equipe,	 causando	grandes	
perdas mensuráveis e intangíveis. Por isso, é de grande valia que os líderes 
tenham	 a	 habilidade	 social	 desenvolvida,	 para	 que	 possam	 gerir	 com	 eficácia,	
tanto as pessoas, quanto os negócios. 
Mayer	 e	 Caruso	 (2002)	 indicam	 que	 líderes	 com	 inteligência	 emocional	
elevada	 possuem	 um	 maior	 preparo	 para	 desenvolver	 times	 fortes	 e	 para	 se	
comunicar	 de	 forma	 efetiva,	 construindo	 uma	 relação	 social	 positiva	 entre	 a	
organização	 e	 seus	 colaboradores.	 Nesse	 sentido,	 é	 primordial	 a	 participação	
das organizações para o desenvolvimento das pessoas, por meio de uma cultura 
de	 gestão	 de	 pessoas	 que	 priorize	 a	 inteligência	 emocional,	 objetivando	 o	
crescimento de todos os envolvidos. 
Este desenvolvimento pode ser iniciado por meio de um mapeamento 
comportamental	 dos	 colaboradores	 para	 promoção	 do	 autoconhecimento	
–	 que	 também	 possibilita	 à	 organização	 conhecer	 seu	 colaborador	 –	 para	
que	 consequentemente	 a	 motivação	 seja	 manifestada,	 a	 partir	 do	 senso	 de	
pertencimento	 e	 feedbacks	 que	 sejam	 alinhados	 aos	 perfis	 profissionais.	 Este	
mapeamento	 pode	 ser	 realizado	 pelos	 gestores,	 a	 partir	 de	 testes	 de	 perfil,	
identificando	características	de	cada	profissional,	a	partir	de	perguntas	claras	e	
objetivas,	dinâmicas	de	grupo	e	ferramentas	de	análise	de	perfil.		
Fomentar	 a	 inteligência	 emocional	 nos	 profissionais	 é	 uma	 cultura	
extremamente	favorável,	tanto	às	organizações,	quanto	aos	profissionais	que	nela	
atuam.	É	 o	 que,	 popularmente,	 é	 o	 chamado	ganha-ganha,	 em	que	 o	 pêndulo	
fica	equilibrado	e	 todos	os	envolvidos	são	beneficiados.	Nesse	sentido,	 tanto	o	
profissional	colabora	com	a	organização	na	qual	trabalha,	quanto	a	organização	
colabora	 com	o	 profissional.	 Isso	 não	 significa	 que	os	 conflitos	 organizacionais	
deixarão de existir, mas serão administrados de maneira mais ágil, assertiva e 
com	menor	impacto	emocional	e	financeiro.	
Pessoas	 que	 desenvolvem	 sua	 inteligência	 emocional	 tornam-se	 mais	
preparadas	 para	 enfrentar	 os	 desafios	 diários,	 pertinentes	 ao	 seu	 contexto	
pessoal,	à	sua	carreira	e	ao	mundo	do	trabalho.	O	autoconhecimento,	a	motivação	
e	a	empatia	possibilitam	que	um	indivíduo	seja	mais	predisposto	a	analisar	várias	
perspectivas, compreendendo o contexto e agindo com maior assertividade. E 
são	pessoas	com	este	perfil	 que	 terão	mais	êxito	nas	 relações	pessoais	e	nas	
relações	de	trabalho.
71
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
CURIOSIDADES
 
Você	já	realizou	algum	teste	de	perfil,	para	desenvolver	
seu	 autoconhecimento?	 Conheça	 alguns	 testes	 muito	
utilizados no meio corporativo: 
https://www.gupy.io/blog/teste-de-perfil
5 CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE E 
EMPATIA COM FOCO NO PROCESSO DE 
ENSINO APRENDIZAGEM - APLICAÇÃO 
DA INTELIGÊNCIA NOS PROCESSOS DE 
ENSINO APRENDIZAGEM
Tornar jovens mais criativos tem sido uma das metas no processo de ensino 
aprendizagem	 nos	 últimos	 tempos.	 Nas	 escolas,	 universidades	 e	 faculdades	 a	
criatividade tem sido inserida no projeto político pedagógico e sendo estimulado 
72
 Tópicos	Especiais	em	Educação
por	meio	de	pesquisas,	projetos	e	trabalhos	acadêmicos.	A	multidisciplinaridade	
passa	a	ser	um	instrumento	fundamental	nesse	processo,	porém	toda	a	sociedade	
deve ser envolvida.
 
Estimular	 a	 criatividade,	 espontaneidade	 e	 empatia	 com	 foco	 no	 processo	
de	 ensino	 aprendizagem,	 traz	 ao	 indivíduo	 a	 perspectiva	 de	 uma	 formação	
mais	 integral,	 que	 não	 se	 baseia	 em	 meras	 questões	 de	 qualificação	 para	
exercer	funções,	mas	também	empreender	e	transformar	as	relações	sociais.		A	
compreensão	por	meio	do	conhecimento	possibilita	ao	indivíduo	a	harmonia	dos	
elementos e sua relação com o todo. Esse comportamento estimula a interação 
com	os	outros,	e	o	desenvolvimento	de	suas	habilidades	e	competências.
Muitos são os sentimentos que envolvem o desenvolvimento da aprendizagem: 
as emoções, empatia, o estímulo, à interatividade, a espontaneidade em poder 
apresentar ideias e não ser reprimido pelos outros, a partir da criação de um 
ambiente	seguro.	Antônio	e	Tavares	 (2013)	argumentam	que	o	conhecimento	é	
movido	pela	emoção,	que	é	responsável	por	mover	a	inteligência.	Portanto,	para	
os autores, não há conhecimento sem emoção.
O	 compartilhamento	 de	 experiências	 emocionais	 faz	 parte	 de	 uma	 prática	
pedagógica	que	 tenha	por	objetivo	atender	as	necessidades	dos	 indivíduos	em	
seu processo de ensino aprendizagem, essa cultura deve ser promovida pelas 
instituições	de	ensino	e	 fomentada	por	docentes	e	discentes.	 Inseridas	práticas	
que	fomentem	essa	cultura	de	ensino,	é	possível	promover	um	constante	interesse	
pelo conhecimento e pelo autoconhecimento. Wallon (2007) considera importante 
a participação e interação para o desenvolvimento do indivíduo, compreendida 
de	 forma	 que	 todos	 participem	 de	 suas	 experiências,	 na	 teoria	 das	 múltiplas	
inteligências,	desenvolvida	por	Gardner,	a	criatividade	também	se	destaca.		
Os indivíduos criativos são dotados de muita energia e são 
extremamente	exigentes	consigo	e	com	os	outros;	conservam	
traços	de	sua	infância	e	tendem	a	se	marginalizar;	podem	ser	
extremamente	 egoístas,	 egocêntricos,	 intolerantes,	 estúpidos,	
obstinados	 e	 altamente	 capazes	 de	 ignorar	 convenções	
(GARDNER,1994, p. 78).
No	entanto,	o	autor	defende	ainda	que	as	pessoas	criativas	não	expressam	
uma	 inteligência	 fora	 do	 comum,	 mas	 sim	 uma	 inteligência	 singular	 restrita	 a	
determinados	 domínios.	 Amabile	 (1996)	 propõem	 alternativas	 de	 estímulos	 da	
criatividade,	tanto	na	sala	de	aula,	quanto	no	ambiente	de	trabalho:
73
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
a) Encorajar autonomia do indivíduo, evitando controle excessivo e 
respeitando	a	individualidade	de	cada	um;
b)	 Cultivar	a	autonomia	e	 independência,	enfatizando	valores	no	 lugar	de	
regras;	
c)	 Ressaltaras	realizações	em	detrimento	de	notas	ou	prêmios;	
d)	 Enfatizar	o	prazer	no	ato	de	aprender;	
e)	 Evitar	situações	de	competição;	
f)	 Expor	 os	 indivíduos	 a	 experiências	 que	 possam	 estimular	 sua	
criatividade;	
g)	 Encorajar	comportamentos	de	questionamento	e	curiosidade;	
h)	 Usar	feedback	informativo;	
i)	 Dar	aos	indivíduos	opções	de	escolha;	
j) Apresentar pessoas criativas como modelos.
Neste	processo	de	construção	do	conhecimento	por	meio	da	criatividade,	faz-
se	necessário	destacar	sobre	a	espontaneidade	que	envolve	o	ser.	Isso	significa	
que	mesmo	com	este	ambiente	propício,	para	que	a	criatividade	se	desenvolva,	
deverá ser um movimento genuíno de docentes e discentes e não apenas pontual. 
Para	 Vigotsky	 (1987)	 a	 apropriação	 do	 conhecimento	 vem	 da	 participação	 do	
outro social. O autor ainda argumenta que para que a interação social ocorra com 
êxito,	para	o	desenvolvimento	humano,	o	contato	físico	e	social	entre	os	atores	do	
processo de ensino aprendizagem é determinante. 
Ao	 verificar	 a	 importância	 da	 criatividade,	 espontaneidade	 e	 empatia,	
com	 foco	 na	 aplicação	 da	 inteligência	 emocional	 nos	 processos	 de	 ensino	
aprendizagem, é importante destacar que docentes e discentes são precursores 
no	desenvolvimento	da	inteligência	emocional,	a	partir	de	uma	cultura	pedagógica	
que se comprometa a ser propulsora do desenvolvimento humano.
Figura 5 - Criatividade como propulsora da humanidade
Fonte:	Freepick.com
74
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Para Wallon (1989), o desenvolvimento humano vem de uma relação de in-
terdependência	entre	fatores	biológicos,	condições	de	existência	e	características	
individuais	de	cada	um.	Segundo	Goleman	(1998),	a	inteligência	emocional	mui-
tas	vezes	se	sobressai	às	competências	técnicas,	portanto,	é	uma	competência	
indispensável	para	os	profissionais.	Assim,	Goleman	e	outros	autores	elevam	a	
inteligência	emocional	como	fator	predominante	para	qualquer	tipo	de	projeto	de	
aprendizagem,	seja	ele	 inserido	no	trabalho	ou	na	vida	acadêmica.	Lima	(2015)	
corrobora	esta	teoria	ao	afirmar	que	os	aspectos	comportamentais	são	cada	vez	
mais relevantes para desenvolver as atividades nas organizações e na comunida-
de	científica.	
Stephens e Carmeli (2016) indicam que pessoas expandem seus conheci-
mentos	e	competências	através	da	inteligência	emocional,	melhorando	sua	capa-
cidade	de	se	comunicar	e	de	cooperar	de	forma	eficaz	para	obter	bons	resultados	
em	projetos.	Sendo	assim,	inteligência	emocional	retrata	um	conjunto	de	compe-
tências	que	gera	sentimentos	e	emoções,	aclarando	o	pensamento,	promovendo	
crescimento emocional e intelectual.
Rogers	 (1983)	afirma	que	quando	um	professor	 compreende	 internamente	
as	 reações	 do	 estudante	 as	 probabilidades	 de	 uma	 aprendizagem	 significativa	
aumentam.	 Neste	 cenário,	 a	 aprendizagem	 significativa	 é	 vista	 como	 algo	 que	
realmente proporciona o aprender, que instiga o conhecimento e desenvolve o in-
divíduo, potencializando seu processo de criatividade e espontaneidade, surgida 
por meio da autonomia conquistada.
Para Moreno (1992), um processo de criatividade espontânea coloca em evi-
dência	a	relação	entre	o	momento,	a	ação	imediata,	a	espontaneidade	e	a	cria-
tividade. Em suma, o indivíduo desperta no processo da criatividade e esponta-
neidade	ao	ser	desafiado	pelo	ambiente	em	que	vive,	ou	seja,	pela	sua	cultura,	
propósitos	e	evolução	das	relações.	A	espontaneidade	encontra-se	no	meio	afeti-
vo	emocional:	família,	amigos,	sociedade;	está	presente	em	todos	os	momentos,	
associada	à	emoção	e	à	ação.	Sendo	assim,	quando	o	indivíduo	percebe	que	é	
capaz de seguir seus próprios passos e decidir por si, o processo de criatividade 
é	ativado,	assim	como	a	espontaneidade,	fatores	positivos	para	sua	existência.
Segundo Moreno (1997), diversos procedimentos utilizados na área do teatro 
têm	a	base	na	abordagem	de	grupo,	na	qual	os	alunos	são	tratados	como	indiví-
duos no seio de um grupo, sendo uma situação muito semelhante a que será en-
contrada	no	mundo	em	geral.	Ademais,	a	aplicação	da	inteligência	emocional	no	
processo de ensino aprendizagem retrata a participação dos grupos num contexto 
das relações interpessoais, em que o indivíduo reage da emoção à ação, diante 
da aprendizagem. O autor supracitado ainda relata as seguintes relações no con-
texto educacional:
75
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
a)	 Relação	aluno-professor:	construindo	uma	relação	de	ensino	aprendiza-
gem que estimule a espontaneidade-criatividade do aluno e não negli-
gencie	a	interação	socioafetiva	entre	ambos;
b)	 Relação	 aluno-instituição	 educacional:	 considerando	 o	 sistema	 educa-
cional enquanto parte de um contexto social muito mais amplo, em que 
ocorre	influência	contínua	de	ambas	as	instituições	(escola	e	sociedade	
em geral) o tempo todo, instituições essas em que o aluno se encontra 
intrinsecamente	inserido;
c) Relação aluno-grupo: percorrendo as etapas do processo de interação, 
socialização e identidade grupal, visando produzir conhecimentos atra-
vés	da	vivência	de	desempenho	de	papéis;
d)	 Relação	professor-pais:	a	família	é	a	primeira	 instituição	a	qual	criança	
se	vê	inserida	socialmente,	socialização	essa	que	vem	a	ser	ampliada	ao	
ingressar	na	escola.	Ambas	são	responsáveis	pela	formação	do	aluno.
Estas relações citadas, no contexto do ensino aprendizagem, representam 
uma	abordagem	e	 exploração	 da	 psique	 humana,	 por	meio	 dos	 vínculos	 emo-
cionais do indivíduo, ou seja, essa inserção na aprendizagem é instigada nas ca-
pacidades	que	envolvem	a	 inteligência	emocional.	Moreno	 (1997)	afirma	que	a	
espontaneidade	é	 um	 fator	 inato	 que	 se	apresenta	 como	 forma	de	energia	 em	
constante	transformação,	que	capacita	o	homem	para	enfrentar	situações	novas	e	
criar respostas às situações antigas.
Esta energia é encontrada na maioria dos indivíduos, principalmente nas no-
vas	gerações,	que	já	nasceram	na	era	da	revolução	tecnológica,	que	faz	com	que	
o	indivíduo	saia	da	zona	de	conforto,	adaptando-se	ao	novo.	É	perceptível	que	os	
recursos tecnológicos mostram a importância da criatividade e espontaneidade, 
rompendo paradigmas em todas as direções. Contudo, a sensação das gerações 
atuais	é	de	estar	sempre	ultrapassada,	havendo	a	necessidade	de	buscar	cons-
tantemente o conhecimento. A própria sociedade, principalmente as relações de 
trabalho,	exige	este	aperfeiçoamento	constante,	junto	a	um	profundo	desenvolvi-
mento	da	inteligência	emocional.
O	conhecimento	é	nosso	bem	maior,	se	possuímos	ou	não	um	maior	nível	
de	inteligência	emocional	é	sempre	tempo	de	elevarmos	as	nossas	capacidades.
SAIBA MAIS
 
Saiba	mais	sobre	criatividade	e	como	desenvolvê-la	no	
cotidiano: 
https://rockcontent.com/br/blog/criatividade/
76
 Tópicos	Especiais	em	Educação
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Caro	pós-graduando!	
Finalizamos	este	capítulo	com	o	intuito	de	êxito.	Ao	iniciarmos,	conceituamos	
sobre	inteligência	sendo	definida	como	uma	competência	intelectual,	caracterizada	
na	 forma	de	pensar,	memorizar	e	 raciocinar.	Como	dito,	a	 inteligência	deve	ser	
entendida	 como	 um	 conjunto	 de	 inteligências	 que	 podem	 ser	 desenvolvidas	
ao longo do tempo, como algo novo a ser estudado todos os dias. Os tipos de 
inteligência	 estão	 presentes	 em	 todas	 as	 pessoas,	 porém	 algumas	 pessoas	
possuem	tipos	de	inteligências	mais	desenvolvidos.
Vimos	 a	 teoria	 das	 inteligências	 múltiplas	 de	 Gardner,	 na	 qual	 são	
apresentadas	 por	 meio	 das	 habilidades	 e	 competências	 do	 indivíduo	 e	 suas	
capacidades	 intelectuais:	 inteligência	 linguística,	 lógico	 matemática,	 espacial,	
musical, corporal e cinestésica, naturalista, intrapessoal e interpessoal. Estes 
tipos	de	inteligência	retratam	o	quanto	se	faz	necessário	a	busca	do	conhecimento	
contínuo,	sem	priorizar	um	tipo	específico	de	conhecimento.
Na	 continuidade,	 sobre	 a	 inteligência	 emocional,	 que	 é	 tema	 desse	 livro,foi	 explorada	 sobre	 a	 possibilidade	 do	 indivíduo	 identificar	 seus	 pensamentos	
por	meio	dos	comportamentos	positivos,	refletindo	ao	bom	relacionamento	entre	
as	pessoas	e	grupos.	Para	 tanto,	 existem	quatro	 domínios	 sobre	a	 inteligência	
emocional: percepção, avaliação e expressão da emoção, a emoção como 
facilitadora	 do	 pensamento,	 a	 compreensão	 e	 análise	 de	 emoções,	 emprego	
do	 conhecimento	 emocional	 e	 por	 último	 o	 controle	 reflexivo	 de	 emoções	 para	
promover o crescimento emocional e intelectual. 
Sobre	a	inteligência	emocional	intra	e	interpessoal	foi	destacada	a	congruência	
com	as	inteligências	múltiplas	e	sua	mútua	relação	com	os	comportamentos	dos	
indivíduos,	de	 forma	motivacional,	 empática,	 interação,	autoestima	e	confiança,	
dentre	outros	sentimentos.	Enquanto	a	inteligência	interpessoal	está	baseada	na	
empatia,	no	entender	e	se	colocar	no	 lugar	do	outro,	a	 inteligência	 intrapessoal	
está relacionada ao autoconhecimento, que se concretiza como um grande passo 
para entendermos o outro.
Ao	 descrever	 sobre	 a	 inteligência	 emocional	 no	 trabalho,	 contemplamos	 o	
quanto	é	importante	o	desenvolvimento	do	indivíduo	para	sua	carreira	profissional,	
por	 meio	 do	 treinamento	 e	 desenvolvimento	 das	 competências	 sociais	 e	
emocionais,	estando	preparado	para	as	mudanças	contínuas	e	 transformações,	
para	que	as	organizações	e	indivíduos	possam	alcançar	seus	objetivos,	diluindo	
os	conflitos.	
77
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
Foi	muito	gratificante	passar	este	tempo	com	você!	Esperamos	ter	contribuído	
assertivamente	no	seu	contínuo	processo	de	ensino	aprendizagem!
Foi	muito	gratificante	passar	este	tempo	com	você,	deixo	aqui	uma	citação	
de	 Goleman	 (2015),	 “a	 inteligência	 emocional	 é	 saber	 o	 que	 fazer	 e	 como	
direcionar	suas	próprias	emoções	de	modo	que	seja	flexível,	sempre	respeitando	
a si mesmo.”
Esperamos	 ter	 contribuído	 assertivamente	 no	 seu	 contínuo	 processo	 de	
ensino	aprendizagem!
REFERÊNCIAS
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Psicologia	das	Organizações,	Instituto	Universitário	de	Ciências	Psicológicas,	
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78
 Tópicos	Especiais	em	Educação
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79
Inteligência EmocionalInteligência Emocional Capítulo 3 
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VYGOTSKY, L. S. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
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São Paulo: Martins Fontes, 2007.
WALLON, H. As origens do pensamento na criança. São Paulo: Editora Manole 
LTDA, 1989.
WEISINGER,	H.	Inteligência	Emocional	no	Trabalho.	Rio	de	Janeiro:	Objetiva,	
1997.tecnologias	que	permite,	principalmente,	a	transformação	de	qualquer	linguagem	ou	
dado em números, isto é, em zeros e uns (0 e 1)”. Assim, imagens, sons, textos ou 
a	sua	soma,	que	podemos	ver	através	de	um	dispositivo	digital	(celular,	tablet,	tela	
de	computador,	televisor),	nada	mais	são	do	que	códigos	de	sim	e	não	sobrepostos.
10
 Tópicos	Especiais	em	Educação
O surgimento das tecnologias digitais revolucionou a indústria, a economia 
e	 a	 sociedade	 do	 século	XX.	Armazenar	 e	 transmitir	 a	 informação	modificou	 a	
relação das pessoas com a história. A propriedade intelectual, a originalidade, os 
direitos	 sobre	 qualquer	 criação	 se	 tornaram	preocupações	 importantes	 e	muito	
provavelmente eternas, uma vez que a velocidade de propagação e compartilha-
mento	da	informação	é	maior	a	cada	dia.	A	informação	que	no	passado	era	guar-
dada	em	livros,	manuscritos,	bibliotecas	e	academias,	muitas	vezes	distantes	da	
maioria da população, passou a ser permitida e acessada, na medida em que é 
digitalizada e compartilhada.
Ignorar a urgente necessidade de adequação de metodologias com o uso da 
tecnologia digital não é mais permitido em pleno século XXI e tornou-se mais do 
que	necessária,	uma	vez	que	os	desafios	pandêmicos,	resultantes	da	COVID-19,	
afastaram	o	aluno	da	sala	 física	e	o	 transportou,	 ou	ao	menos	deveria,	 para	o	
ambiente	virtual.
2.2 FERRAMENTAS
A tecnologia digital pode ser introduzida através de jogos, uso da internet, 
aplicativos, programas, músicas, exercícios virtuais, em que o aluno se conecta 
ao	 universo	 a	 ser	 aprendido,	 através	 de	 uma	 interface	 tecnológica,	 como	
computadores,	notebooks,	tablets,	smartphones.
Figura 2 - Educação por meio de uso de tecnologia
Fonte:	Freepik,	2020.
De	acordo	com	o	portal	Google,	em	2017	foram	realizadas	1,2	trilhões	de	pesquisas	
em	todo	o	mundo.	A	cada	segundo,	mais	de	40	mil	consultas	são	realizadas	e	3,5	bilhões	
de	pesquisas	foram	traduzidas.	O	uso	da	rede	mundial	de	computadores	cresce	de	maneira	
exponencial	em	unidades	de	tempo,	quase	impossíveis	de	mensurar.	Desta	forma,	com	o	
compartilhamento	e	colaboração	da	internet	novas	formas	de	aprender	e	ensinar	também	
11
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
são	disponibilizadas	a	cada	dia,	desafiando	escolas,	estudantes	e	professores	a	 fazer	o	
melhor	uso	destas	ferramentas.
Para	Santos	(2020),	são	cinco	as	mais	importantes	ferramentas	de	tecnologia	digital	
utilizadas na educação:
a)	 Aplicativos	de	realidade	virtual	(VR)	e	gamificação:	uso	de	jogos	digitais	
e	 ambientes	 de	 realidade	 virtual	 para	 trabalhar	 diferentes	 conteúdos	
atualizados e adequados aos programas de educação ou práticas 
cotidianas;
b)	 Learning	 analytics	 e	 aplicativos	 de	 gestão	 escolar:	 plataformas	 de	
auxílio	 para	 famílias	 e	 professores	 acompanharem	 o	 desenvolvimento	
dos	estudantes	(produção	e	frequência).	Por	esta	ferramenta	também	é	
possível	selecionar	indicadores	de	alunos,	turmas,	colégios	por	objetivos	
estabelecidos	e	com	isso	adaptar	o	planejamento	de	conteúdo	das	aulas;
c) G-Suite: pacote de serviços do Google disponíveis para qualquer 
professor	ou	aluno	com	conta	na	plataforma	(Gmail).	Este	pacote	permite	
o	 uso	 de	 metodologias	 ativas	 e	 colaborativas	 em	 sala	 de	 aula	 como	
elaboração	de	documentos	e	projetos	online;
d)	 Google	 sala	 de	 aula:	 plataforma	 que	 permite	 gerenciar	 atividades,	
avaliações e conteúdo como uma sala de aula virtual. Partindo da 
criação	de	uma	classe,	é	possível	adicionar	alunos	por	e-mail	e	elaborar	
tarefas,	anexando	links,	arquivos,	gerando	prazos,	enviando	e	recebendo	
trabalhos;
e)	 Programa	Google	 de	 Tecnologia:	 plataforma	 considerada	 como	 centro	
de	 treinamento	 voltado	 a	 instituições,	 estudantes	 e	 professores	 que	
querem	 desenvolver	 habilidades	 técnicas	 para	 a	 área	 da	 tecnologia	 e	
ciência	da	computação.	Esta	plataforma	tem	como	objetivo	maior,	gerar	
conhecimento	para	garantir	os	profissionais	do	futuro.
2.3	Tendências
Entre	 as	maiores	 tendências	 da	 tecnologia	 digital	 estão	 a	 internet	 5G,	 os	 veículos	
autônomos,	internet	das	coisas,	computação	em	nuvem,	blockchain	e	inteligência	artificial.	
Moura	(2020)	afirma	que	as	vivências	e	experiências	possíveis	na	área	da	tecnologia	da	
informação	e	que	foram	descritas	como	tendências	para	o	ano	de	2020	são:
a)	 Multi	Experiência:	com	a	chegada	das	redes	5G,	realidades	como	tênis	
e	pulseiras	conectadas,	reconhecimento	facial	(já	presente	na	China)	e	
casas inteligentes ou smart home, assim como Google Home e Amazon 
Alexa,	serão	cada	vez	mais	vividas;
12
 Tópicos	Especiais	em	Educação
b)	 Inteligência	 Artificial	 (I.A.):	 como	 extensão	 natural	 da	 automação,	 a	
democratização	tecnológica,	a	computação	em	nuvem	e	as	interfaces	de	
programação	de	aplicativos	(APIs),	nasceu	a	ferramenta	que	chamamos	
inteligência	 artificial.	 É	 pela	 IA	 que	 as	 empresas	 poderão	 obter	 mais	
insights	de	rede,	beneficiando	a	segurança	e	disponibilizando	agilidade	
geral	nos	negócios;	
c) Veículos autônomos: apesar de ainda não ser uma realidade presente, 
veículos	sem	motoristas	farão	parte	da	vida	de	todos,	inicialmente	pelos	
serviços	de	entrega	de	alimentos	por	robôs,	e	por	drones,	as	entregas	de	
encomendas;
d) Computação em nuvem: o custo dos equipamentos de computador 
ou	 interfaces	 tecnológicas	diminuem	de	 tamanho	na	medida	em	que	é	
possível	armazenar	dados	na	nuvem	(supercomputadores	profissionais	
localizados	em	diversos	países);
e)	 Blockchain:	 registro	 de	 transações	 de	 moedas	 virtuais	 em	 que	 estão	
contidas	informações	como	a	quantia	de	moedas	transacionadas,	quem	
enviou,	 quem	 recebeu,	 quando	 foi	 feita	 e	 onde	 está	 registrada.	 Este	
conjunto	de	informações	é	armazenado	em	blocos	que	são	carimbados	a	
cada	10	minutos,	formando	blocos	de	transações	que	se	ligam	ao	bloco	
anterior.	A	 cadeia	 de	 blocos,	 ou	 blockchain,	 forma	 uma	 tecnologia	 de	
informação	perfeita	e	fidedigna.	
TECNOLOGIAS DIGITAIS
PERCEPÇÃO DOCENTE QUANTO ÀS
VANTAGENS DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS
QUANTO AOS DESAFIOS DOCENTES 
FRENTE ÅS TECNOLOGIAS DIGITAIS
Acompanhamento 
mais personalizado do 
desempenho 36%
Velocidade insuficiente da internet 98%
Equipamentos institucionais inadequados 92%
Ausência de formação de qualidade 88%
Dificuldades técnicas docente 74%
Maior colaboração
com a equipe 48%
Incorporação de 
novos métodos de 
ensino 62%
Materiais de ensino de 
maior qualidade 51%
0 20 40 60 80 100
Fonte: Todos pela Educacão
Tecnologia e tudo aquilo que foi 
criado pelas pessoas.
Tecnologias digitais são criações 
aderentes ao tempo presente!
Frente aos desafios e diante os 
beneficios, é hora de transformar!
Fonte: Todos pela Educacão
TENDÊNCIAS DIGITAIS PARA A EDUCAÇÃO
13
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
DICA DO PROFESSOR
 
Acesse os endereços a seguir e conheça as 
ferramentas	digitais,	abordadas	nesta	unidade!	
https://gsuite.google.com/ 
https://classroom.google.com/
https://edu.google.com/intl/pt-br/
3 INCORPORAÇÃO E UTILIZAÇÃO 
EM SALA DE AULA
3.1 INCORPORAÇÃO
A adequação das metodologias para atender as demandas dos novos 
estudantes	é	obrigatória.	Da	mesma	maneira	como	o	pai	ensina	o	filho	a	pescar	
no	habitat	natural,	família	e	docentes	devem	trabalhar	a	educação	das	crianças	e	
jovens	nos	ambientes	tecnológicos,	como	seu	novo	habitat.	A	 internet	 tornou-se	
um dos recursos mais utilizados no cotidiano das pessoas e é natural que este 
mecanismo,	ou	ferramenta,	entre	nas	salas	de	aula.	Com	o	advento	da	pandemia	
da COVID-19 a educação digital ou tecnológica assumiu uma velocidade muito 
além da planejada, ou prevista por qualquer empresa de tecnologia.
Crianças e jovens que não se utilizavam do modelo de ensino a distância 
(EAD),	bem	como	suas	famílias	e	docentes,	mudaram	esta	condição.	Estes	três	
atores	do	sistemade	educação	precisaram	transformar-se,	em	um	curto	espaço	
de	 tempo,	 em	 conhecedores	 de	 recursos	 básicos	 para	 uma	 boa	 transmissão	
(upload) e recepção (download) de dados. O distanciamento social compulsório 
não apresentou outra saída, senão a transmissão das aulas, com recursos 
tecnológicos disponíveis, tanto para os docentes, quanto para os discentes, no 
formato	 online.	 De	 acordo	 com	 Moran	 (2017),	 existem	 inúmeras	 formas	 de	 o	
professor	tornar	suas	aulas	mais	interativas,	seja	através	da	simples	formação	de	
grupos	nas	redes	sociais,	criação	de	blogs,	ou	do	uso	de	plataformas	e	aplicativos	
específicos	para	a	área	educacional,	que	possibilitam	desde	o	compartilhamento	
de	 informações	 e	 experiências	 até	 a	 confecção	 de	 livros,	 revistas,	 mapas	
conceituais	e	outros	materiais	para	utilização	por	parte	de	professores	e	alunos.	
14
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Se	 em	 2017,	 ano	 da	 publicação	 de	 Moran,	 estas	 interações	 significavam	
uma inovação, no atual contexto passaram recursos essenciais, para promover a 
participação	discente,	no	ambiente	escolar	virtual.
3.2 Utilização em Sala de Aula
Em uma pesquisa do movimento Todos pela Educação (2017), que teve o 
apoio	 de	 algumas	 empresas	 privadas	 publicada	 em	 2017,	 denominada	 “O	 que	
pensam	 os	 professores	 brasileiros	 sobre	 a	 tecnologia	 digital	 em	 sala	 de	 aula”,	
foram	ouvidos	quatro	mil	professores	dos	ensinos	fundamental	e	médio	e	também	
da	 educação	 de	 jovens	 adultos	 (EJA)	 da	 rede	 pública	 de	 ensino,	 em	 todo	 o	
Brasil.	 Os	 resultados	 desta	 pesquisa	 revelaram	 que,	 havendo	 ferramentas	 que	
auxiliassem	no	desenvolvimento	de	seu	trabalho	e	em	condições	adequadas	de	
uso,	docentes	estavam	dispostos	a	usar	a	tecnologia	digital	no	ambiente	escolar.
Na ocasião desta pesquisa, alguns discentes que responderam não adotar 
prontamente	 o	 uso	 de	 tecnologias	 digitais	 em	 sala	 de	 aula,	 atribuíram	 a	 estes	
posicionamentos	 à	 velocidade	 insuficiente	 da	 internet,	 à	 baixa	 quantidade	 de	
equipamentos,	à	sobrecarga	de	 trabalho	ou	à	 ineficiência.	Este	 fato	nos	 leva	a	
compreender	que	docentes	estão	abertos	à	utilização	de	 recursos	 tecnológicos	
em sala de aula, desde que haja recursos mínimos aceitáveis, tanto em relação à 
infraestrutura,	quanto	em	relação	às	habilidades	necessárias.	
De	 acordo	 com	Nogueira	 Filho	 (2017	 apud	ALEGRIA,	 2017),	 observou-se	
três	pontos	para	o	avanço	do	uso	das	tecnologias	em	sala	de	aula:		
a)	 Ampliação	 e	 melhoria	 da	 oferta	 de	 formação	 e	 apoio	 específico	 ou	
qualificado;
b)	 Propostas	que	possam	auxiliar	na	rotina	do	trabalho	do	professor;
c)	 Melhor	entendimento	sobre	o	potencial	de	impacto	pedagógico	no	uso	da	
tecnologia	para	a	formação.
Sobre	 rotina	 profissional,	 o	 Quadro	 1	 a	 seguir	 foi	 elaborado	 com	 os	
percentuais	de	resposta	sobre	os	desafios	no	cotidiano	docente,	apresentando	a	
média	da	somatória	de	respostas	das	cinco	regiões	brasileiras:
15
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
Quadro	1	-	Os	desafios	no	cotidiano	docente
Fonte	-	Autor	com	base	no	programa	Todos	pela	Educação
Os	 itens	 de	 pesquisa,	 relacionados	 à	 formação	 e	 apoio,	 buscaram	 coletar	
dados	sobre	o	conhecimento	docente	para	uso	das	tecnologias	digitais.	O	Gráfico	
1,	a	seguir,	mostra	a	participação	na	formação	ou	capacitação	profissional,	quanto	
ao uso de tecnologias digitais:
A	 temática	 da	 pesquisa	 relacionada	 a	 infraestrutura,	 talvez	 o	 ponto	 mais	
percebido	durante	o	período	de	distanciamento	social	decorrente	da	pandemia,	
trouxe os resultados voltados aos equipamentos tecnológicos e internet. Os 
respondentes	 indicaram	 como	 o	 uso	 das	 tecnologias	 digitais	 foi	 afetada	 pelas	
restrições	apresentadas	no	Gráfico	2:	
Gráfico	1	-	Participação	em	programas	de	formação	e	
capacitação	sobre	uso	de	tecnologias	digitais
Fonte:	Autor,	com	base	no	programa	Todos	pela	Educação
16
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Quanto	à	última	temática	sobre	a	relação	da	tecnologia	com	a	aprendizagem,	
foi	 possível	 avaliar	 o	 maior	 ou	 primeiro	 impacto	 positivo	 e	 o	 segundo	 maior	
quanto ao uso das tecnologias digitais, no processo ensino aprendizagem, como 
podemos	visualizar	no	gráfico	a	seguir:
Gráfico	2	-	Restrições	para	com	o	uso	de	tecnologias	digitais
Com	 base	 nos	 dados	 apresentados	 da	 pesquisa,	 é	 possível	 compreender	
que o uso das tecnologias digitais é aceito por docentes e discentes e que as 
limitações,	como	equipamentos	obsoletos	ou	não	atualizados	e	internet	fraca,	são	
os	pontos	negativos	de	maior	impacto.	Estes	fatos,	com	a	chegada	da	tecnologia	
5G é a comoditização dos equipamentos tecnológicos, se concretizam como o 
menor	 dos	 desafios	 no	 processo	 de	 incorporação	 e	 utilização	 de	 tecnologias	
digitais na sala de aula.
Gráfico	3	-	Impactos	positivos	quanto	ao	uso	de	tecnologias	digitais	para	a	educação
Fonte:	Autor,	com	base	no	programa	Todos	pela	Educação.
Fonte:	Elaborado	pelo	autor,	com	base	no	programa	Todos	pela	Educação.
17
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
PARA SABER MAIS
 
A pesquisa citada neste tópico está disponível para análise e 
revela	importantes,	 informações	que	fornecem	elementos	para	uma	
maior aceitação, implantação e adoção das tecnologias digitais no 
ambiente	escolar.	
Foram quatro os pilares da pesquisa: 
Rotina	profissional,	formação	e	apoio,	infraestrutura	e	percepção	
de	 impacto.	 Acesse	 em:	 https://www.todospelaeducacao.org.br/
tecnologia/desafios-dia-a-dia-professor/
4 EQUIPAMENTOS OU DISPOSITIVOS 
MÓVEIS E EXPERIÊNCIAS 
EDUCATIVAS
O advento do computador proporcionou a automatização de grande parte das 
áreas	profissionais.	A	internet	promoveu	a	convergência	tecnológica	e	alavancou	
a	 informatização	global,	o	que	trouxe	mudanças	expressivas	no	comportamento	
humano (SANTOS, 2017).
A	velocidade	na	transmissão	e	comunicação	de	 informações	em	tempo	real,	
que	 a	 extensão	 dos	 equipamentos	 móveis	 como	 notebooks,	 netbooks,	 tablets,	
smartphones	e	todas	as	suas	tecnologias	embarcadas,	proporcionou	a	mobilidade	
e	a	facilitação	das	multitarefas	do	cotidiano.	Ao	pensar	nestas	tecnologias	no	am-
biente	escolar,	muito	mais	do	que	discussões	sobre	desafios	e	uso	mais	pertinente,	
é	necessário	conscientizar	que	no	contexto	atual	não	há	como	abolir	o	seu	uso.
De	acordo	com	Silva	(2003),	a	inclusão	digital	na	escola	favorece	o	desenvol-
vimento	de	novas	formas	de	aprender	e	ensinar,	integrando	professores/as	e	alu-
nos/as	para	uma	educação	mais	flexível	e	colaborativa,	na	qual	o	primeiro	passa	
a desenvolver um papel de mediador e o segundo se torna mais autônomo, com 
objetivo	de	potencializar	o	aprendizado.
O ser humano, por sua natureza curiosa não para de explorar suas poten-
cialidades e está em constante aprendizado e desenvolvimento de mecanismos 
18
 Tópicos	Especiais	em	Educação
que	o	auxiliem	no	dia	a	dia.	“É	através	do	conjunto	de	conhecimentos	e	princípios	
científicos	que	 se	aplicam	ao	planejamento,	 à	 construção	e	 à	 utilização	de	um	
equipamento	 em	 um	 determinado	 tipo	 de	 atividade,	 que	 formamos	 a	 chamada	
tecnologia.”	(KENSKI,	2012b,	p.18).
Figura 3 - Cidadania digital
Fonte: Aprendices, 2019.
Dentre	 os	 muitos	 equipamentos	 que	 passaram	 a	 integrar	 o	 ambiente	 de	
sala de aula e que podem ser considerados como disruptivos, pois além de 
promoverem a mudança do modelo tradicional ainda trouxeram tecnologia – como 
o	rádio,	aparelho	toca	fitas	ou	toca	discos,	televisores	de	tubo,	computadores	em	
CPU,	até	as	mais	modernas	e	eficazes	com	acesso	à	internet,	como	televisores	
Smart,	notebooks,	tablets	ou	smartphones	-	que	permitem	maior	mobilidade	nas	
tarefas	e	maior	acesso	às	 informações,	em	tempo	real	 (BOTTENTUIT	JUNIOR,	
2012).	 O	 uso	 das	 Tecnologias	 de	 Informação	 e	 Comunicação	 (TIC)	 geraram	
transformações	 significativas	 também	 no	 âmbito	 educacional,maximizando	 e	
dinamizando o processo de ensino aprendizagem, criando uma cultura e modelo 
de sociedade (KENSKI, 2012a).
Segundo	Valente	(1993),	é	papel	docente	identificar	o	que	cada	uma	destas	
facilidades	 tecnológicas	 podem	 oferecer	 e	 de	 qual	 forma	 pode	 ser	 explorada,	
em	 diversos	 contextos	 educacionais,	 uma	 vez	 que	 podem	 oferecer	 diferentes	
aplicações a serem exploradas.
Considerando que
19
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
Nesta	perspectiva,	dentre	as	experiências	educativas	com	o	uso	de	apare-
lhos celulares em vários níveis de ensino estão as mensagens eletrônicas (SMS), 
para as atividades simples, como contextualização de conteúdos, até a promo-
ção	de	desafios,	como	caça	ao	 tesouro	e	 tantas	outras	 formas	de	uso	de	 infor-
mações	codificadas	ou	não.	As	máquinas	fotográficas	ou	de	vídeo	são	utilizadas	
para	registro	de	atividades,	tanto	internas,	quanto	externas	ao	ambiente	escolar,	
sendo que discentes podem ser motivados a acompanhar as estações do ano, 
crescimento	de	vegetais	em	uma	horta	e	dentre	tantas	outras	possibilidades.	As	
gravações	de	áudio	também	podem	ser	utilizadas,	tanto	para	contextualização	de	
conteúdo,	registros	e	relatos	de	experiências,	como	visitas	a	ambientes	externos	
aos	muros	da	escola.	Ainda	na	abordando	mídias	de	áudio,	os	podcasts	com	en-
trevistados	de	áreas	de	pesquisa	ou	produções	acadêmicas	se	concretizam	como	
experiências	educativas	significativas.	A	 realidade	virtual	proporciona	excursões	
interativas	a	museus,	bibliotecas,	ambientes	em	outros	estados	ou	países,	que	
poderiam nunca ser investigadas, presencialmente, mas proporcionam uma imer-
são positiva e aderente ao processo de ensino aprendizagem.
Dentre	as	diversas	possibilidades	pedagógicas,	para	utilização	dos	disposi-
tivos móveis pelos discentes, podem ser citadas a troca de mensagens, consul-
ta	ao	dicionário,	possibilidade	de	acesso	a	 imagens,	resolução	de	tarefas,	ouvir	
conteúdo	em	formato	de	áudio,	visualizar	vídeos,	acessar	conteúdos	curriculares,	
gravar	arquivos	em	formato	de	áudio,	tirar	fotografias,	marcar	datas	importantes	
em	calendário	eletrônico	e	até	mesmo	elaborar	uma	agenda	de	horários,	consul-
tando a previsão do tempo. Portanto, podemos constatar que a aprendizagem não 
é	estanque	e	deixou	de	 limitar-se	a	apresentação	de	conteúdos	 fechados.	Esta	
abordagem	educacional	proporciona	a	gestão	de	conteúdos	de	forma	personali-
zada	e	ainda	oferece	a	possibilidade	de	desenvolvimento	online,	em	tempos	e	es-
paços	diferentes,	atendendo	às	demandas	discentes	e	docentes.	(BOTTENTUIT	
JUNIOR 2012).
O acesso aos conteúdos multimídia deixou de estar limitado 
a	 um	 computador	 pessoal	 e	 estendeu-se	 também	 às	 tecnologias	
móveis,	proporcionando	um	novo	paradigma	educacional,	o	mobile	
learning ou aprendizagem móvel, desenvolveram-se projetos de 
investigação pelo e-learning (MOURA, 2009, p.50).
20
 Tópicos	Especiais	em	Educação
CURIOSIDADES
Já	 imaginou	 criar	 um	 podcast	 para	 suas	 turmas?	
Entenda	como,	assistindo	ao	vídeo	Como	fazer	um	podcast:	
dicas para começar do zero | Hotmart Tips:
https://www.youtube.com/watch?v=rRPU42zctCg
5 BLENDED LEARNING E 
FORMAÇÕES SEMIPRESENCIAIS
5.1 BLENDED LEARNING
O	termo	blended	learning	tem	origem	no	inglês,	onde	blend	significa	mistura	
ou	composição,	e	learning	se	refere	ao	aprendizado.	O	blended	learning,	também	
conhecido	como	b-learning,	é	a	combinação	de	práticas	pedagógicas	do	ensino	
presencial	e	do	ensino	a	distância,	utilizando-se	dos	dois	formatos	de	ensino,	com	
o	objetivo	de	potencializar	o	desempenho	discente.
Quando	é	adotado	um	modelo	híbrido	de	educação	composto	por	atividades	
presenciais	e	à	distância,	é	necessário	identificar	as	habilidades	dos	docentes	que	
podem	atuar	nestas	 frentes,	 e	ao	mesmo	 tempo	capacitar	 os	demais.	Talvez	a	
maior	vantagem	do	ensino	híbrido	seja	a	abertura	de	um	espaço	dinâmico	para	o	
desenvolvimento do pensamento crítico, uma vez que discentes passam a domi-
nar	assuntos	a	partir	de	aulas	online,	buscando	mais	aprofundamento	quando	se	
interessam pelo assunto.
Diferente	do	que	se	pensa,	o	blended	learning	é	uma	prática	antiga	de	ensi-
no	aprendizagem,	que	combina	aulas	dentro	e	fora	do	ambiente	escolar,	como	o	
caso	de	excursão	a	um	museu,	visita	a	uma	fábrica,	passeio	a	um	parque	ou	tea-
tro ou acampamento temático, por exemplo. Atualmente, essa metodologia alia as 
tecnologias	digitais	ao	ensino,	não	substituindo	práticas,	mas	integrando	e	intera-
gindo.	Outra	importante	caraterística	do	b-learning	é	que	as	atividades	podem	ser	
estruturadas em situações em que docentes e discentes interagem em um mesmo 
momento	(atividades	síncronas)	ou	em	momentos	diferentes	(atividades	assíncro-
nas).	Carvalho	(2016)	indica	que	o	b-learning	utiliza	a	tecnologia	não	apenas	para	
somar,	mas	transformar	e	engrandecer	o	processo	de	ensino	aprendizagem.
21
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
5.2	Formações	semipresenciais
As	Tecnologias	Digitais	de	Informação	e	Comunicação	(TDIC’s)	proporciona-
ram	mudanças	significativas	na	educação	à	distância	(EAD).	Até	o	início	dos	anos	
1980,	a	EAD	utiliza	como	estratégia	a	elaboração	e	envio	de	material	 impresso,	
que	foi	sendo	substituído	a	partir	de	tecnologias	que	permitiram	a	criação	de	di-
versas	interações,	potencializando	a	modalidade	de	ensino	à	distância,	com	dife-
rentes	formas	de	se	combinar	ensino	à	distância	e	atividades	presenciais.
A	maior	característica	deste	formato	de	ensino	aprendizagem	pode	ser	a	sala	
de	aula	invertida	ou	flipped	classroom,	em	que	discentes	buscam	o	conhecimento	
do	 conteúdo	 programático	 antes	 de	 entrarem	 em	 seu	 ambiente	 acadêmico,	 ou	
seja,	o	primeiro	contato	com	o	assunto	a	ser	aprendido	não	vem	pelo	professor.	
Tendo	estudado	ou	lido	sobre	o	assunto	previamente,	é	na	sala	de	aula	que	vai	
aprender	ativamente,	realizando	atividades	de	resolução	de	problemas	ou	proje-
tos,	discussões,	laboratórios	e	maneira	que	o	professor	faça	o	apoio	e	os	colegas	
aprendam	de	maneira	colaborativa	(VALENTE,	2014).
Dentre	 os	 grandes	 desafios	 que	 o	 ensino	 superior	 enfrenta	 na	 atualidade,	
pode-se	destacar	a	baixa	aderência	dos	alunos	às	aulas,	sendo	por	ausência	ou	
por estar presente, realizando outras atividades. Isto gera um desgaste na relação 
docente-discente, uma vez que o planejado para aquele encontro possivelmente 
não	será	satisfatório.	Outro	desafio	é	a	grande	demanda	de	alunos	que	deseja	
ingressar	no	ensino	superior	e	são	impedidos	por	sua	localização	geográfica,	im-
pactando	em	seu	deslocamento	–	horário	de	transporte,	ausência	de	segurança.	
Tapscott	e	Williams	(2010,	p.	18-9)	afirmam	que:
Tapscott	e	Williams	afirmam	que:
O atual modelo pedagógico, que constitui o coração
da	universidade	moderna,	está	se	tornando	obsoleto.
No modelo industrial de produção em massa de
estudantes,	o	professor	é	o	transmissor.	[...].	A
aprendizagem	baseada	na	transmissão	pode	ter	sido
apropriada para uma economia e uma geração
anterior, mas cada vez mais ela está deixando de
atender às necessidades de uma nova geração de
estudantes que estão prestes a entrar na economia
global	do	conhecimento	
(TAPSCOTT;	WILLIAMS,2010,	p.	18-19).
22
 Tópicos	Especiais	em	Educação
O	processo	de	ensino	tradicional,	em	que	o	professor	assume	a	postura	ativa	
e	os	alunos	a	passiva,	foi	criticado	por	Dewey	(1916)	há	mais	de	um	século,	como	
antiquado	e	 ineficaz,	sua	proposta	era	baseada	no	 fazer	ou	hands-on	–	 talvez	a	
expressão	brasileira	 literal	que	mais	se	assemelha	seja	 “mãos	na	massa”.	Desta	
forma,	nasceu	a	visão	de	que	os	alunos	não	fazem	parte	de	um	modelo	industrial	
em	que	o	resultado	final	é	sempre	igual	para	todos,	mas	que	cada	um,	com	suas	
vivências	 anteriores	 e	 culturas	 diferentes,	 pode	 ressignificar	 o	 conteúdo	 original.	
Esta	teoria	precisou	de	quase	100	anos	para	ser	aceita	e	praticada,	conforme	aponta	
Davidson	 (2011),	 independente	do	conteúdo	a	sertrabalhado	na	sala	de	aula,	a	
maneira	 como	 isso	 acontece	 tem	 como	objetivo	 construir	 uma	 prática	 disciplinar	
voltada	para	a	fábrica	ou	empresa,	que	mais	tarde	vai	contratar	os	seus	graduados.
Para	 assimilação	 da	 origem	 da	 base	 do	 ensino	 semipresencial,	 podemos	
adotar	dois	exemplos	distintos	utilizados	na	Universidade	de	Harvard	(Cambridge,	
Massachusetts)	 e	 no	 MIT-Instituto	 de	 Tecnologia	 de	 Massachusetts.	 Ambos	
adotaram a estratégia da sala de aula invertida, explorando os avanços das 
tecnologias educacionais e minimizando a evasão e níveis de reprovação. A 
primeira,	 denominada	 Peer	 Instruction	 (PI)	 foi	 desenvolvida	 por	 Mazur	 (2009)	
e	 baseia-se	 no	 estudo	 prévio	 do	 conteúdo	 individualmente,	 resposta	 a	 um	
questionário	online,	formação	de	grupos	para	discussão	das	questões	que	tiveram	
maior número de erros, nova apresentação de respostas e então a discussão do 
professor	sobre	os	temas	de	maior	apresentação	de	erros,	como	é	apresentado	
no esquema a seguir.
Esquema 1 - Método Peer Instruction – PI da Harvard University
Fonte:	Elaborado	pelo	autor.
23
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
Este	método	propõe	que	os	alunos	formulem	argumentos	e	avaliem	o	nível	
de	compreensão	sobre	os	conceitos,	antes	mesmo	de	deixar	a	sala	de	aula.	O	
MIT	desenvolveu	o	projeto	Technology	Enabled	Active	Learning	(TEAL)	que	é	apli-
cado	aos	alunos	sempre	que	 ingressam	na	universidade.	Quando	as	aulas	são	
presenciais, os alunos se agrupam em trios, sendo que em cada uma das treze 
mesas redondas dispostas em uma sala de aula, são organizadas em grupos. 
O	centro	desta	arena	indica	a	estação	central	de	trabalhos	do	professor	ou	sua	
equipe	e	cada	grupo	conta	com	um	computador	para	exibir	slides	das	aulas,	aces-
sar	informações	e	coletar	dados	de	experimentos.	Com	a	implantação	do	projeto	
TEAL,	o	MIT	conseguiu	bons	resultados	no	aproveitamento	dos	alunos,	reduzindo	
a	taxa	de	reprovação	nas	disciplinas	e	aumentando	a	frequência	no	final	do	se-
mestre,	que	era	inferior	a	50%	(BELCHER,	2001).
Com	base	nos	modelos	PI	e	TEAL,	considerados	semipresenciais,	é	possível	
compreender	que	seu	 formato	agrega	uma	carga	horária	à	distância	e	outra	na	
modalidade	presencial.	Pela	legislação	brasileira,	um	curso	pode	ser	considerado	
semipresencial	quando	oferece	até	20%	da	carga	horária	total,	para	atividades	à	
distância (MEC, 2004). As principais características dos cursos semipresenciais, 
de acordo com Aguiar, Ferreira e Garcia (2010) no Brasil são:
a)	 Os	cursos	de	origem	são	na	modalidade	presencial;
b)	 Nem	 todas	as	disciplinas	da	graduação	 são	oferecidas	na	modalidade	
semipresencial;
c) Dependendo do projeto pedagógico o conteúdo é ensinado através do 
ambiente	virtual	de	aprendizagem	e	em	encontros	presenciais;
d)	 Os	encontros	presenciais	ocorrem	na	própria	instituição;
e)	 Cada	instituição	define	quantos	encontros	presenciais	ocorrerão;
f)	 As	 avaliações	 finais	 são	 feitas	 obrigatoriamente	 por	 encontros	 presen-
ciais;
g)	 É	recomendada	para	alunos	que	queiram	ou	tenham	condições	de	fazer	
uma	 graduação	 presencial	 e	 precisam	de	 flexibilidade	 no	 processo	 de	
aprendizagem.
SAIBA MAIS
 
Conheça	mais	sobre	o	MIT,	acesse:	
https://www.youtube.com/watch?v=4LEH9Q-_Tyc
24
 Tópicos	Especiais	em	Educação
5 CONSTRUÇÃO COLETIVA NA EAD
6.1 REDES SOCIAIS E A EAD
Os cursos de ensino à distância são cursos em que a maior parte das ativi-
dades	se	dá	nos	ambientes	virtuais	de	aprendizagem.	Sendo	que	em	cursos	de	
graduação,	a	 legislação	brasileira	exige	que	os	alunos	participem	de	encontros	
presenciais, com periodicidade mensal ou semestral.
A	construção	coletiva	parte	do	princípio	de	que	os	alunos	não	só	façam	uso	
do	ambiente	virtual	acadêmico,	como	também	das	redes	sociais	para	compartilha-
mento	de	 informações,	estudos	em	grupo,	divulgação	de	conteúdos	pertinentes	
aos	assuntos	estudados,	partilha	de	materiais	e	recursos	(vídeos,	arquivos,	links)	
e	no	fortalecimento	das	relações	entre	os	membros	dos	diferentes	segmentos	da	
instituição	 acadêmica.	A	 informalidade	 permitida	 pelas	 redes	 sociais	 possibilita	
maior interação entre os atores envolvidos, mesmo que virtualmente. De acordo 
com	Ribas	(2015,	p.	17),	“às	relações	geradas	a	partir	das	redes	sociais	impactam	
diretamente	no	desempenho	acadêmico	dos	alunos	de	EAD,	 isto	é,	contribuem	
positivamente	como	ferramenta	no	processo	de	geração	do	conhecimento”.	Esta	
afirmação	é	corroborada	pelas	teorias	de	Vigotsky	(1991),	que	indica	que	proces-
sos	de	socialização	contribuem	tanto	para	o	desenvolvimento	social	e	emocional,	
quanto para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo.
Outros	 benefícios	 de	 utilização	 das	 redes	 sociais,	 no	 processo	 de	 ensino	
aprendizagem,	são	também	destacados	por	Lorenzo	(2013):
a)	 Centralização	das	atividades	de	ensino;
b)	 Aumento	do	senso	de	comunidade	educativa	para	alunos	e	professores;
c)	 Aumento	 da	 fluência	 e	 facilidade	 de	 comunicação	 entre	 professores	 e	
alunos,	com	participação	maior	de	todos;
d)	 Melhoria	 da	 eficácia	 do	 uso	das	TIC,	 aglutinando	pessoas,	 recursos	 e	
atividades;
e)	 Facilidade	na	coordenação	e	conexão	com	estudantes;
f)	 Facilidade	da	comunicação	e	transmissão	de	informações	entre	docen-
tes,	discentes	e	familiares.
25
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
Ao pensar na EAD com uma perspectiva comunicativa é necessário 
entender	 que	 um	 dos	 grandes	 problemas	 de	 exclusão	 social	 está	 relacionado	
à	 ausência	 de	 compartilhamento	 dos	 benefícios	 da	 ciência	 e	 tecnologia,	 que	
podem desempenhar um importante papel na redução das desigualdades 
sociais.	 Propagar	 ciência	 e	 tecnologia,	 por	 intermédio	 do	 trabalho	 de	 extensão	
ou	propagação	de	 conhecimentos,	 recebe	um	sentido	 transformador,	 quando	o	
objetivo	é	gerar	o	envolvimento	dos	atores	sociais	 interessados,	para	que	estes	
conhecimentos possam ser multiplicados.
A	participação	em	curso	à	distância	traz	a	inserção	em	ambientes	nos	quais	
a comunicação é o centro da leitura e interpretação de materiais alocados em 
diversos	suportes	como	fóruns,	chats,	wikis	ou	blogs.	Para	Almeida	(2003),	estes	
ambientes	integram	os	envolvidos	em	todo	o	processo	de	ensino	aprendizagem,	
abarcando	os	seguintes	objetivos:
a)	 Conviver	com	a	diversidade	e	a	singularidade;
b)	 Trocar	ideias	e	experiências;
c) Realizar simulações, 
d)	 Testar	hipóteses;
e)	 Resolver	problemas.
Este	conjunto	de	objetivos	é	capaz	de	criar	novas	situações	que	se	comple-
mentam	ou	culminam	na	construção	coletiva	de	uma	ecologia	da	informação	em	
que	valores,	motivações,	hábitos	e	práticas	são	compartilhados	(ALMEIDA,	2003,	
P.14-5). Ainda dentro da linha da construção coletiva, destaca-se que discentes e 
docentes utilizam o espaço virtual, não somente para tratar assuntos voltados ao 
conteúdo	programático	ou	acadêmico,	mas	também	para	marcar	reuniões	presen-
ciais,	trocar	referências	de	obras	e	estimular	colegas	a	permanecerem	no	curso.	
Sendo assim, relacionam-se diariamente e em vários momentos do dia, interagin-
do com pessoas de diversas partes do país e do mundo.
6.2 AVALIAÇÃO DIGITAL
O modelo de avaliação de estudantes tem passado por algumas mudanças, 
de	 acordo	 com	 teorias	 defendidas	 por	 educadores,	 grupos	 educacionais	 e	
instâncias	 governamentais.	 Assim,	 os	 modelos	 mais	 tradicionais,	 baseados	
apenas em pontuações por erros, acertos e suas parcialidades, tem dado espaço 
aos	 conceitos,	 cumprimento	 de	 objetivos	 ou	 demonstração	 de	 aprendizado,	
26
 Tópicos	Especiais	em	Educação
em	 diferentes	 formas,	mais	 adequadas	 à	 disciplina,	 docente	 e	 discente.	Assim	
também,	a	avaliação	digital	encontra	duas	 formas	básicas	que	podem	coexistir,	
seguindo os modelos adotados na educação tradicional.
O modelo de notas exatas soa aos tecnicistas como mais simples, uma vez 
que	conceitos	não	são	exatos	ou	se	somam,	subtraemou	fazem	a	própria	média.	
Entretanto,	padrões	tradicionais	também	estão	dando	espaço	a	novos	critérios	de	
classificação	e	aprovação.	Superadas	as	barreiras	e	todos	os	desdobramentos	da	
inclusão	digital	para	a	docência,	as	avaliações	digitais	utilizam	ferramentas	que	
privilegiam	a	utilização	da	avaliação	como	verificação	do	conhecimento,	como	os	
testes	de	múltipla	escolha	aliados	a	ferramentas	que	demonstram	o	potencial	do	
aluno,	por	sua	interação	social	nos	chats	e	fóruns	(ABED,	2004).
Importante	 observar	 que	 ferramentas	 de	 comunicação	 e	 interação	 fazem	
parte	 das	 propostas	 de	 EAD,	 mas	 para	 fins	 de	 comprovação	 do	 processo	 de	
avaliação, o uso de instrumentos tradicionais de avaliação ainda são os mais 
utilizados,	 para	 compor	 de	 maneira	 matemática	 uma	 nota	 ou	 média	 final.	 A	
participação	 dos	 alunos	 em	 chats	 e	 fóruns	 ainda	 não	 é	 uma	 tarefa	 simples	 de	
ser	realizada,	pois	a	tecnologia	disponível	atualmente	nos	AVA’s	permite	poucas	
interações	simultâneas.	Se	a	turma	for	grande,	pode	ser	difícil	perceber	um	aluno	
menos	 participativo,	 por	 ter	 compreendido	 o	 conteúdo.	 Desta	 forma,	 o	modelo	
adotado por Harvard ou MIT, poderia servir como inspiração para as propostas de 
EAD no Brasil.
Considerando	a	 evolução	da	 tecnologia	 e	 todas	as	 formas	de	 inteligência,	
possíveis	de	criação	de	algoritmos	para	medir	os	 formatos	de	participação	dos	
alunos nas diversas interações virtuais, o papel docente transcende a mera 
transmissão	de	conteúdos	e	aferição.
Verificar	 a	 assimilação	 dos	 saberes	 específicos	 é	 parte	 do	 processo	 de	
avaliação, mas ele não se esgota nesta dimensão. A avaliação não é um momento 
da proposta pedagógica de um curso, mas um de seus componentes constantes. 
É	fundamental	considerar	a	avaliação	como	parte	de	um	processo	dinâmico,	que	
influencia,	mas	ao	mesmo	tempo	é	influenciado	pelas	respostas	dos	alunos,	pela	
peculiaridade do contexto e do momento (CALDEIRA, 2004).
O conteúdo das interações produzidas em cursos online - content analysis 
–	é	um	vasto	tema	discutido	atualmente,	sendo	possível	 identificar	mais	de	seis	
milhões	 de	 resultados,	 somente	 no	 portal	 de	 buscas	Google	Acadêmico.	 Entre	
estas	publicações	disponíveis,	muitos	autores	não	diferenciam	os	conceitos	entre	
participação e interação dos alunos, assumindo que toda mensagem gravada em 
uma	plataforma	 já	 recebe	a	 atribuição	de	 ser	 interativa.	Desta	 forma,	 o	 critério	
quantitativo	 pode	 ser	 considerado	 quanto	 ao	 número,	 tamanho	 e	 frequência	
27
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
das mensagens, que cada aluno registre no sistema. De acordo com Caldeira 
(2004),	ainda	são	poucas	as	produções	acadêmicas	que	tratam	da	natureza	das	
interações	e	fazem	uma	análise	qualitativa	das	mesmas.
6.3 AMBIENTES VIRTUAIS DE 
APRENDIZAGEM	E	ESTRATÉGIAS	
PEDAGÓGICAS
Ambientes	 virtuais	 de	 aprendizagem	 passam	 por	 mudanças	 constantes.	
Assim como no passado era comum surgirem novos prédios de corporações 
educacionais,	ou,	em	uma	escala	mais	simplista,	salas	de	aula	eram	reformadas	
para	 cada	 novo	 período	 letivo,	 assim	 também,	 os	 ambientes	 virtuais	 de	
aprendizagem	passam	por	transformações.
Silva	 (2003)	 definiu	 o	 conceito	 de	 sala	 virtual	 para	 designar	 um	 ambiente	
virtual	 de	 aprendizagem.	 Este	 conceito	 se	 complementa	 com	 o	 ambiente	 ser	
também	um	espaço	online	integrador	e	de	uma	diversidade	de	quatro	dispositivos	
que	 possam	 possibilitar	 aos	 usuários	 uma	maior	 comunicação	 com	 os	 demais	
integrantes	 de	 uma	 turma,	 com	 professor/tutor,	 com	 os	 conteúdos	 e	 com	 a	
realização	 das	 atividades	 disponibilizadas	 (ALVES,	 2009).	 Desta	 forma,	 as	
plataformas	de	ensino	à	distância	trazem	um	AVA	como	uma	simulação	de	sala	de	
aula, com uma qualidade semelhante a uma sala presencial, sendo necessário um 
conjunto	harmonioso	e	em	perfeito	alinhamento	a	ferramentas	digitais	disponíveis.
Indiferente	 se	 o	 processo	 de	 aprendizagem	é	 à	 distância	 ou	 presencial,	 a	
necessidade	discente	por	 feedback	e	 incentivos	para	o	seu	processo	de	ensino	
aprendizagem	é	latente.		Este	feedback	está	para	além	das	notas	das	avaliações	
somativas	ou	do	seu	conceito	final,	ao	contrário,	deve	fazer	parte	do	cotidiano	de	
aprendizagem,	 construindo	essa	 relação	 com	os	alunos.	Por	 isso,	 faz	 parte	 da	
estratégia	pedagógica	da	EAD	utilizar	o	ambiente	virtual	de	aprendizagem	como	
uma	 interface	 tecnológica	que	proporcione	uma	experiência	de	aprendizado,	de	
forma	a	que	garanta	ao	aluno:	
a)	 Realizar	atividades	programadas;
b)	 Debater	ideias;
c)	 Acessar	o	conteúdo	das	disciplinas;
d) Acompanhar o seu avanço pelo relatório de atividades.
28
 Tópicos	Especiais	em	Educação
O	ambiente	virtual	 limita	a	 interação	pessoal	do	aluno,	mas	democratiza	o	
acesso	ao	conhecimento,	uma	vez	que	possibilita	a	redução	de	custos,	o	tempo	
de	deslocamento,	a	manutenção	da	edificação	de	ensino	e	outras	variáveis	como	
aquisição de material didático e alimentação.
Entre as estratégias pedagógicas mais utilizadas para manter os alunos inte-
grados	estão	os	fóruns	de	discussão	com	moderação	dos	tutores	ou	administra-
dores	do	curso,	o	estímulo	ao	debate,	gerenciamento	de	brainstorms,	o	comparti-
lhamento de conhecimento entre os participantes, de acordo com o planejamento 
e	objetivos	estratégicos	de	cada	curso	ou	disciplina.	Outra	importante	ferramenta	
é	o	calendário	com	prazos	de	entrega	de	 trabalhos	e	eventos	acadêmicos,	que	
auxiliam	 na	 construção	 e	manutenção	 de	 habilidades	 essenciais	 ao	mundo	 do	
trabalho.	As	principais	plataformas	AVA	utilizadas	atualmente	são:
a)	 Moodle:	uma	das	mais	utilizadas	por	alunos	de	universidades	públicas	
e	 privadas,	 apresentando	 interface	 fácil	 e	 design	 simples.	Seu	 softwa-
re é gratuito e não exige conhecimentos técnicos complexos, garantindo 
acessibilidade	por	ter	código-fonte	livre;
b)	 LMS	 Estúdio:	 sistema	 de	 fácil	 gerenciamento	 com	 visual	 profissional.	
Plataforma	voltada	para	criar,	comercializar	e	ensinar	cursos	online.	En-
tre seus recursos de ensino estão vídeos gravados e ao vivo, download 
de	materiais	e	conteúdos	didáticos	e	de	avaliação;
c)	 Teleduc:	Desenvolvido	pela	Unicamp,	tem	como	principal	objetivo	o	su-
porte	a	apoio	aos	professores	para	sua	formação	em	informática	para	a	
educação;
Figura 4 - Paralelo de ações possíveis ao aluno em AVA e uma sala de aula tradicional
Fonte:	Elaborado	pelo	autor.
29
Metodologias DigitaisMetodologias Digitais Capítulo 1 
DICA DO PROFESSOR
 
Conheça	 as	 principais	 plataformas	 virtuais,	 utilizadas	
no ensino à distância:
www.modle360.com.br
www.lmsestudio.com.br
www.teleduc4.multimeios.ufc.br
www.ftp.inf.puc-rio.br
www.e-pronfo.mec.gov.br
d)	 AulaNet:	Desenvolvido	pela	PUCRJ,	 tem	como	principal	 objetivo	a	ad-
ministração	dos	cursos	à	distância	em	ambientes	 colaborativos	e	edu-
cativos	para	usuários.	Esta	interatividade	entre	alunos	e	professores	é	a	
principal	ferramenta	deste	ambiente,	favorecendo	um	ambiente	educati-
vo	eficiente	e	acessível;
e)	 E-Proinfo:	 Desenvolvido	 pelo	 MEC,	 tem	 como	 finalidade	 o	 auxílio	 na	
complementação do aprendizado de aulas presenciais e ensino a distân-
cia.	Mais	utilizado	por	instituições	de	ensino	público.	
Com	a	apresentação	destas	plataformas	de	AVA,	encerramos	o	último	capí-
tulo deste conteúdo, voltado às tecnologias ativas para a educação. Espero que 
estes	conhecimentos	tenham	agregado	forma	de	relevante	e	que	possamos	nos	
encontrar	em	outra	oportunidade.	Nossa	despedida	será	com	um	respeitoso	abra-
ço	virtual!
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Vimos	que	o	perfil	dos	estudantes,	por	força	de	atores	sociais	e	tecnológicos	
passa	por	modificações	e,	 a	 cada	geração	novos	paradigmas	 se	 impõe,	 o	que	
exige	 de	 sistemas	 educacionais	 e	 professores	 novas	 metodologias.	 Novas	
gerações exigem novos métodos e uma postura mais ativa acompanha o 
discente, o que exigedos docentes uma atitude de inserção desse aluno, em 
uma	atmosfera	técnica	e	lúdica	que	o	coloque	como	ator	privilegiado	no	processo	
de aprendizado, isso inclui uma maior democratização do contraditório, da 
disseminação	de	 ferramentas	como	games,	 internet,	apps	e	gadgets	que	deem	
suporte a tais implementos.
30
 Tópicos	Especiais	em	Educação
As	tecnologias	digitais	de	informação	e	comunicação	representam	um	passo	
significativo	na	criação	de	uma	esfera	pública	de	debate	e	trocas	informacionais	de	
diversos níveis, e isso não muda quando a temática se encontra com processos 
de aprendizagem. Por isso, a educação não deve estar alijada desse processo, 
ao contrário, deve estar entre os segmentos que ponteiam essa revolução multi 
experiencial. 
Tendo	em	vista	que	a	transformação	digital	deixou	as	histórias	de	ficção	e	já	
integra nossa realidade, e com ela toda uma gama de ações e pensares sociais, 
que está cada vez mais entremeada pela tecnologia. Atualmente, mais que reter 
conhecimento,	se	exige	a	interação,	o	debate	e	a	experimentação	de	novo	habitat	
digital, tão comum às novas gerações, mas que ainda representa para muitos um 
surpreendente	terreno	a	ser	desbravado.	E	por	isso,	aqui	estamos!
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na utilização de dispositivos móveis na educação. Educaonline: Educomunicação 
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2012.	Disponível	em:	http://www.latec.ufrj.br/revistas/index.34
 Tópicos	Especiais	em	Educação
CAPÍTULO 2
Metodologias	Ativas
Autoria: Thaise Dias Alves
Objetivos : 
�	reconhecer	e	entender	o	que	são	metodologias	ativas;
� apresentar alguns autores que servem de aporte teórico e que estão 
relacionados	ao	tema	metodologias	ativas;
�	compreender	a	importância	da	valorização	e	participação	efetiva	dos	alunos	na	
construção	do	conhecimento;
�	apresentar	práticas	pedagógicas,	possíveis	de	se	aplicar	na	educação	básica	
e/ou	superior,	que	valorizam	o	protagonismo	dos	estudantes;
�	observar	o	uso	de	algumas	metodologias	ativas,	como:	pedagogia	de	projetos,	
sala	de	aula	invertida,	aprendizagem	baseada	em	equipes	e	comunidades	de	
práticas.
Habilidades que o aluno deverá desenvolver : 
�	 Identificar	as	formas	de	aplicação	das	metodologias	ativas;
�	Compreender	a	história	do	ensino	híbrido;
�	Descrever	e	analisar	os	diferentes	papéis	do	professor	e	do	aluno	no	uso	das	
metodologias	ativas;
�	Aplicar	as	metodologias	ativas	em	sala	de	aula;
� Avaliar de maneira apropriada os alunos, levando em consideração que na 
metodologia ativa não importa o resultado, e sim o processo.
Competências que deverá adquirir ao final da disciplina: 
�	Comparar	o	ensino	tradicional	com	o	ensino	baseado	nas	metodologias	ativas;
�	Valorizar	os	alunos	e	aprender	a	utilizar	outras	formas	de	ensinar	em	sala	de	
aula;
� Estimular o aluno a ser responsável e autônomo dentro do processo de ensino 
e	aprendizagem;
� Entender a realidade do aluno hoje e as mudanças no processo epistemológico, 
tendo	em	vista	as	várias	tecnologias	digitais	e	as	várias	formas	de	aprender.
37
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
1 A APRENDIZAGEM É ATIVA
Ao	 longo	 de	 nossas	 vidas	 enfrentamos	 vários	 desafios,	 seja	 aprendendo	
ativamente	 entre	 as	 trocas	 de	 experiências	 com	 outro,	 seja	 desafiando	 e	
questionando,	quando	motivados	pela	nossa	curiosidade,	ou	redescobrindo	novas	
dimensões da vida em meio a acertos e erros.
Como diria Paulo Freire, em sentido amplo, a aprendizagem é ativa, pois ela 
ocorre acompanhada de um desejo de participar e criar, não apenas no desejo 
de	 se	 adaptar	 à	 realidade,	 “mas,	 sobretudo,	 de	 transformar,	 para	 nela	 intervir,	
recriando-a” (FREIRE, 1996, p. 28). Mas por quais motivos esquecemos estes 
elementos	tão	preciosos,	como	a	criatividade	e	a	atividade?
As	 últimas	 décadas	 foram	 marcadas	 por	 inúmeras	 pesquisas	 acerca	 de	
como	 e	 porque	 aprendemos.	 A	 questão	 central	 é	 se	 o	 aprendizado	 efetivo	
chega acompanhando do exercício e da prática, ou ocorre apenas por simples 
transmissão. 
Como resultado, surge o que denominamos como metodologias ativas, 
um método de ensino e aprendizagem que movimenta o conhecimento e as 
competências,	a	partir	da	experiência	direta	e	sua	interação,	compreendendo	que	
a	aprendizagem	mais	profunda	e	significativa	requer	espaços	abertos	ao	exercício	
ativo	 do	 aluno	 em	 novos	 ambientes,	 certamente,	 mais	 ricos	 de	 oportunidades	
para	trabalhos	colaborativos,	práticos	e	interativos.
Nesta caminhada, caro estudante, veremos como os papéis do educador 
e	 educando	 se	 alteram,	 pois,	 pensando	 em	 metodologias	 ativas,	 o	 professor	
deixa	de	ser	o	guia	e	censor,	para	 transformar-se	em	tutor,	mediador	e	curador	
dos melhores conteúdos. Já o aluno passa a ocupar papel central, construindo 
o seu conhecimento na interação cooperativa, sendo assim o protagonista e 
autor	do	conhecimento.	Além	disso,	compreenderemos	o	que	significa	o	famoso	
ensino	híbrido,	esta	junção	entre	o	melhor	dos	dois	mundos:	o	online	e	o	offline,	
observando	algumas	práticas	efetivas	que	envolvem	o	uso	de	tecnologias,	como:	
a	pedagogia	de	projetos,	a	sala	de	aula	 invertida,	a	aprendizagem	baseada	em	
equipes e as comunidades de prática (COPs).
As	 novas	 tecnologias	 de	 informação	 e	 comunicação	 (TICs)	 permearam	 a	
nossa	 conversa,	 afinal,	 elas	 auxiliam	os	 profissionais	 da	 educação	 dispostos	 a	
reinventar o ato de educar.
Vamos	lá?
38
 Tópicos	Especiais	em	Educação
1.1 METODOLOGIAS ATIVAS DE 
ENSINO E DE APRENDIZAGEM
Você	já	parou	para	pensar	que	nós,	enquanto	educadores,	somos	uma	ge-
ração não tecnológica tentando ensinar uma geração totalmente imersa na tec-
nologia?	E	que	se	o	mundo	passou	por	transformações	de	forma	tão	drástica	nas	
últimas décadas, não seria um grande erro acreditar que o ato de aprender e ensi-
nar	deva	permanecer	da	mesma	forma?	A	prova	de	que	devemos	nos	questionar	
acerca de como aprender e ensinar, a partir destas e de outras perguntas, se 
inscreve	no	momento	contemporâneo,	onde	os	desafios	docentes	frente	a	novos	
desafios	ficou	ainda	mais	evidente.	Se	estamos	diante	de	tempos	incertos,	quanto	
aos	comportamentos	nos	próximos	anos,	a	única	certeza	que	temos	é	que	falar	
de	educação	nunca	mais	será	mesma	forma.
Enquanto	escrevo	para	você,	estamos	em	meio	a	maior	pandemia	mundial	
enfrentada	por	gerações,	sem	previsão	de	 retorno	às	aulas,	e	ela	evidenciou	a	
importância	de	estar	preparado	para	realizar	trabalhos	à	distância,	que	exijam	o	
uso de outras metodologias, muito mais interativas, dinâmicas, personalizadas, 
rápidas, atraentes, indo além do uso do giz, do quadro, da sala de aula presen-
cial e dos materiais impressos. Neste contexto, as tecnologias educacionais, as 
famosas	TIC	(Tecnologias	da	Informação	e	Comunicação)	e	as	TDIC	(Tecnologias	
Digitais	da	Informação	e	Comunicação)	emergem	como	aliadas,	quando	o	assun-
to é personalização e autonomia dentro do processo de ensino e aprendizagem.
Ao analisar separadamente metodologia e metodologia ativa, constatamos 
que	a	primeira	é	bastante	conhecida	e	que	se	constitui	como	as	diretrizes	para	
o processo de ensino aprendizagem, resultando em estratégias, técnicas, exer-
cícios	e	abordagens.	A	segunda	direciona-se	à	participação	efetiva	e	intencional,	
não só do educador, mas principalmente do estudante, com a utilização de vários 
recursos,	flexíveis,	personalizados	e	adaptáveis	aos	discentes	e	as	suas	várias	
formas	de	aprender.	Este	processo	visa	garantir	o	respeito	ao	ritmo	de	aprendiza-
gem de cada aluno, e não o seu contrário. No entanto, como é possível colocar 
em	prática	a	metodologia	ativa?
A	partir	de	vários	modelos,	dentre	eles,	o	modelo	híbrido.	Vamos	entender	
um	pouco	mais	acerca	deste	conceito.	Acompanhando	as	transformações	globais	
e	suas	mudanças,	especialistas	e	educadores	brasileiros,	 como	Lilian	Bacich	e	
José	Moran,	importaram	alguns	métodos	americanos	com	intuito	de	modificar	gra-
dativamente	a	cultura	escolar,	logo	após	perceber	a	necessidade	de	inserir	meto-
dologias e práticas disruptivas de ensino, no Brasil. 
Um	dos	métodos	mais	famosos,	e	que	ganhou	espaço	no	cenário	brasileiro,	
é	o	ensino	híbrido,	um	misto	entre	o	ensino	presencial	e	à	distância,	também	co-
39
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
nhecido	como	blended	learning	(b-learning),	abordado	e	difundido	pelos	autores	
Clayton	M.	Christensen	e	Jonathan	Bergmann,	em	suas	famosas	obras:	O	dilema	
da Inovação e Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. 
Literalmente,	b-learning,	ou	ensino	híbrido,	significa	encarar	o	ensino	online	como	
espinha dorsal do processo ensino aprendizagem, mudança que pode ocorrer 
lentamente, mas que se torna disruptiva e irreversível, a partir do momento em 
que rompe com os padrões tradicionais da educação, ao reposicionar o aluno da 
margem, ao centro do processo do processo de ensino aprendizagem.
Segundo	 Bacich	 e	Moran	 (2018),	 existem	 três	movimentos	 ativos	 básicos	
que	compõem	a	concepção	de	Ensino	Híbrido:
a) Individual: onde os alunos percorrem e traçam seus caminhos (ao menos 
em	partes);
b)	 Grupal:	momento	em	que	o	aluno	dialoga	e	amplia	o	seu	conhecimento	na	
troca	e	compartilhamento,	como	na	produção	e	discussão	entre	pares;
c) Tutorial: que corresponde a aprender com pessoas mais experientes e 
que podem orientar naquele determinado campo eatividade (colega, 
mentor,	professor	etc.).					
Figura	1	-	O	professor	deve	se	reinventar	no	mundo	contemporâneo
Fonte: Google Imagens, 2020.
Assim,	ainda	que	o	papel	do	professor	se	modifique	no	ensino	híbrido,	como	
metodologia ativa, não diminui sua relevância, só que agora ocupará uma posição 
diferente:	a	de	elaborar	e	 selecionar	as	atividades	mais	aplicáveis	ao	cotidiano	
dos	alunos,	os	recursos	mais	aderentes,	assim	como	os	objetos	e	meios,	além	de	
coordenar,	cuidar	e	zelar	para	que	o	aluno	avance	efetivamente	no	seu	processo	
de	ensino	aprendizagem.	Sendo	assim,	a	responsabilidade	desse	processo	deixa	
de	ser	exclusivamente	do	professor	e	este	movimento	torna	o	discente	parte	ativa	
e	colaborativa	do	seu	processo	de	ensino	aprendizagem.
40
 Tópicos	Especiais	em	Educação
Trabalhar	 com	ensino	híbrido	significa	o	mesmo	que	 lançar	mão	de	vários	
expedientes	para	ensinar,	em	especial,	os	tecnológicos,	dando	ênfase	à	autonomia	
dos	alunos	a	partir	de	trabalhos	individuais	ou	coletivos,	fora	ou	dentro	do	espaço	
da sala de aula, como por exemplo:
a)	 Do	ensino	baseado	em	projetos;
b)	 Das	comunidades	de	práticas;
c)	 Aprendizagem	baseada	em	equipes;
d) De um ensino que ultrapasse a tradicional concepção de espaço e 
tempo,	como	na	sala	de	aula	invertida	(flipped	classroom).
SAIBA MAIS
 
TDIC	 são	 tecnologias	 digitais	 de	 informação	 e	 comunicação.	
Usá-las	 na	 educação	 corresponde	 a	 ensinar	 fazendo	 o	 uso	 de	
tecnologias,	 hardware,	 softwares,	 aplicativos,	 o	 que	 nos	 leva	 a	
ferramentas	como	podcast,	simuladores	de	realidade	virtual,	games	
interativos,	plataformas	de	 interação	entre	professor	e	aluno,	como	
moodle, AVA, dentre outros. O uso das TDIC e TIC chega com a 
inclusão digital, sendo um grande aliado, tanto na capacitação dos 
docentes, quanto no uso prática na sala de aula.
2 PROCESSO DE ENSINO E 
APRENDIZAGEM EMBASADO EM 
PRÁTICAS, METODOLOGIAS E
TRABALHO COLABORATIVO
O educador que integra as metodologias ativas em sua prática é aquele 
disposto	 a	 romper	 com	 hierarquia	 de	 domínio,	 da	 disciplina	 e	 do	 silêncio,	
ampliando	 a	 confiança	 que	 antes	 era	 mínima	 ¬–	 como	 no	 caso	 do	 ensino	
41
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
Mas	como	é	possível	oferecer	esse	ensino	personalizado,	colaborativo	e	ati-
vo	se	a	realidade	do	professor	é	de	40	horas/aulas	semanais,	com	salas	cheias	e	
tendo	em	média	50	alunos?	Sem	contar	a	falta	de	estrutura	escolar	nas	redes	pú-
blicas	ou	do	alcance	ainda	precário	da	internet,	sem	cobrir	as	zonas	rurais	ou	as	
regiões	periféricas.	A	questão	é	derrubar	mitos	e	o	senso	comum,	que	causam	re-
sistência	na	adoção	de	novas	formas	de	educar.	Antes	de	falarmos	de	metodolo-
gia ativas, o mais importante será tratar da mudança no pensamento do educador 
(mindset),	ajustes	disruptivos,	como	estruturar	a	sala	de	uma	forma	que	o	debate	
possa	ocorrer,	sugerindo	a	formação	de	pequenos	círculos	de	mesas	e	cadeiras,	
com	equipes	que	trabalham	temas	distintos	e	de	forma	multidisciplinar,	como	na	
montagem	de	uma	aula	com	Rotação	por	Estações,	ou	no	Laboratório	Rotacional.
De	fato,	modelos	de	ensino	híbrido	que	exigem	mais	da	criatividade	do	edu-
cador, mas por outro lado promovem uma aula mais participativa, ativa e coopera-
tiva	e	por	consequência	mais	eficiente	e	significativa	para	o	aluno.
Um	 dos	 grandes	 problemas	 encontra-se	 na	 cultura	 educacional	 –	 e	 isto	
significa	que	todos	nós	fazemos	parte	desta	cultura,	docentes,	discentes,	família	
e sociedade em geral – em que as aulas ainda são planejadas, levando em 
consideração	o	perfil	médio	dos	alunos.	Em	uma	sala	de	aula,	em	que	encontramos	
alunos retroativos, interativos e proativos, é necessário dar um novo passo e rever 
os	extremos,	perceber	que	cada	aluno	possui	sua	forma	individualizada	e	pessoal	
de	aprender.	É	necessário	admitir	que	isto	não	é	um	problema	a	ser	superado,	mas	
Figura 2 - Aprendizado atônomo
Fonte:	Freepick.com
tradicional	e	conteudista	¬–	para	conquistar	os	alunos	e	promover	um	aprendizado	
mais	 independente	 e,	 principalmente,	mais	 colaborativo.	 Para	 tanto,	 o	 primeiro	
passo será enxergar crianças e adolescentes como seres autores e dotados de 
um potencial excepcional.
42
 Tópicos	Especiais	em	Educação
DICA DO PROFESSOR
Laboratório	rotacional	é	um	entre	os	vários	modelos	de	
ensino	híbrido,	onde	os	alunos	são	divididos	em	grupos	e	
rotacionam entre os demais grupos da sala de aula e o la-
boratório	de	informática,	realizando	a	prática	nos	computa-
dores	e	esclarecendo	as	dúvidas	em	sala,	com	o	professor	
ou	 tutor.	Já	no	modelo	de	rotação	por	estações,	professor	
e os alunos se organizam dentro da sala de aula a partir de 
estações	de	trabalho	com	diferentes	temas	pelos	quais	os	
alunos irão transitar. Sugere-se que uma das estações con-
tenha	atividade	online,	porém,	não	é	obrigatório.	Saiba	mais	
em	https://www.youtube.com/watch?v=bJRF5jxeKMc
uma	situação	a	ser	explorada,	para	que	tais	diferenças	se	complementam	durante	
os	projetos	de	trabalho,	através	do	aprendizado	colaborativo	-	em	que	alunos	mais	
velhos	colaboram	com	os	mais	novos,	ou	alunos	proativos	colaborem	com	alunos	
interativos	e	estes	com	os	retroativos,	proporcionando	uma	transformação.	Desta	
forma,	tutores	provisórios	são	eleitos	e	irão	auxiliar	em	laboratórios	de	informática	
e	em	determinadas	atividades.	Esta	mudança	faz	com	que	o	aluno	se	sinta	parte	
importante e ator principal dentro deste processo de construção do seu próprio 
conhecimento	e	do	conhecimento	dos	demais	atores	envolvidos,	ressignificando	
seu processo de ensino aprendizagem.
Portanto,	as	modificações	nas	metodologias	de	ensino,	no	espaço	físico	e	na	
aula em si, precisam ocorrer, seja no simples ajuste na disposição das cadeiras 
e	mesas,	ou	com	a	proposta	e	promoção	de	aulas	fora	do	espaço	convencional	–	
no	pátio,	no	jardim,	laboratório	–	mas	principalmente	com	a	mudança	na	postura	
da	 cultura	 educacional,	 possibilitando	 ao	 professor	 que	 assuma	 seu	 papel	 de	
mediador, retirando-se do púlpito central para estar na mesma altura de seus 
alunos.	 Com	 o	 uso	 de	metodologias	 ativas,	 o	 professor	 passa	 a	 ser	 um	 guia,	
mais	disposto	a	ouvir	do	que	a	falar,	abrindo	espaço	para	sugestões	de	temas	e	
conteúdos que agreguem ao desenvolvimento dos atores de suas turmas.
Neste primeiro momento, é necessário compreender que a mudança principal 
não está na simples dinâmica de troca da metodologia tradicional pelo uso de 
novas e complexas tecnologias da moda, mas na mudança de pensamentos e de 
pequenas	práticas	que	possam	promover	interações	significativas.	Nos	próximos	
tópicos veremos como colocar em prática estas mudanças e como o estudo 
colaborativo	pode	deixar	de	ser	apenas	uma	teoria.
43
Metodologias AtivasMetodologias Ativas Capítulo 2 
3 Práticas docentes inovadoras
3.1 INCORPORAÇÃO
Sabendo	que	a	tecnologia	se	expande	e	é		atraente,	educadores	estão	colo-
cando	em	prática	as	metodologias	ativas	e	aventurando-se	nas	plataformas,	pes-
quisas	na	 internet,	uso	da	pedagogia	de	projetos,	de	games	e	gamificação.	No	
entanto, na hora de pôr em prática, nem sempre o sucesso é garantido. Isso nos 
faz	questionar	se	o	problema	estaria	apenas	na	resistência	por	parte	da	cultura	
escolar,	ou	se	também	perpassa	pela	necessidade	de	compreender	a	dinâmica,	
para	eficiência	destas	metodologias.
É	importante	ressaltar	que	a	proposta	não	se	refere	ao	abandono	de	métodos	
já utilizados pelos docentes, mas acrescentar métodos ativos no processo de ensi-
no aprendizagem pode revolucionar as relações de conhecimento contínuo. Veremos 
um	pouco	sobre	algumas	 ferramentas	 inovadoras,	como	da	sala	de	aula	 invertida,	
que	coloca	de	ponta	cabeça	o	ritmo	tradicional	da	aula.	No	segundo	momento,	enten-
deremos	o	porquê	a	pedagogia	de	projetos	é	importante,	respeitando	sua	metodolo-
gia,	bem	como	a	aprendizagem	baseada	em	problemas.	Por	último,	compreendere-
mos	a	importância	do	trabalho

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