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Aproximações entre Estética e Comunicação A palavra estética deriva do grego aisthetikós Significa percepção, sensibilidade faculdade de sentir, compreensão pelos sentidos. “A estética (como teoria das artes liberais, como gnosiologia inferior, como arte de pensar de modo belo, é a ciência do conhecimento sensitivo” (BAUMGARTEN, 2013, p.69) No século XVIII, a palavra estética foi usada pela primeira vez, em 1750, pelo filósofo alemão Baumgarten, que a definiu como Ciência do Conhecimento sensível. Antiguidade clássica Estudo do belo e da beleza 3 A Estética enquanto ciência do modo sensível de conhecimento tem como fonte nossa experiência sensorial e depende de nossa aptidão em apreciar sensações, que nos termos de Baumgarten depende de nossa sensorialidade. O termo estética recobre assim, uma gnosiologia da sensação e da percepção sensível. A partir dela, os fenômenos envolvendo os dados da sensibilidade ganharam valor cognitivo. 4 ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA A compreensão dos estudos estéticos contemporâneos é indissociável do reconhecimento inicial de suas matrizes históricas, cujos primeiros desenvolvimentos datam do século XVIII. É um erro pensar que a estética tenha estabilidade própria, ou possua uma natureza própria fora do seu tempo. Pois, enquanto objeto, ela pertence à cultura, tem um caráter eminentemente histórico e é posta em constante transformação. (BARILLI, 1994, p. 17). A partir de Baumgarten, os estudos estéticos ganham a dimensão de ciência e, tempos depois, Kant – entre outros pensadores – se dedica ao estudo das formas do conhecimento sensível, na sua obra Crítica da razão pura (1781). Os estudos de Kant negam o valor cognitivo da experiência sensível, pois para ele o sensível pode ser conhecido através de conceitos que não fazem uso do intelecto e nem se aproximam da razão, depende antes de um senso, o gosto, e da apreensão estética de uma matéria, de um certo objeto, de uma certa forma (BARILLI, 1994, p. 30; SILVA, 2005, p. 64). ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA Estética contemporânea Os estudos estéticos passam a se concentrar em dois polos. 1. Afinado à sua origem com Baumgarten, que tem a Estética como ciência do conhecimento sensível de um objeto, ou melhor, como conhecimento sensível das mais variadas atividades em que podemos exercitar nossa sensorialidade; 2. Que se inicia com Kant, em que a Estética se distancia dessa definição e se define como estudo da artisticidade. O pensamento estético contemporâneo avança em sentido oposto a redução dos domínios do estético. Pois, o advento da modernidade traz consigo transformações que exigem uma reavaliação dos valores estéticos, entre elas a produção industrial da cultura. A maioria dos produtos culturais de massa têm caráter utilitário e estratégico, afinado à lógica da produção e do consumo e, portanto, nada tem em comum com a concepção tradicional de arte bela. Apesar do pensamento estético contemporâneo avançar em sentido oposto a redução dos domínios do estético, não se pode concordar com o pensamento de Baumgarten na integralidade. Já não se pode, por exemplo, aceitar que a sensorialidade seja um exercício inteiramente acompanhado de conhecimento (mesmo inferior, a chamada cognitio inferioris), uma vez que, se reconhece, atualmente, que qualquer intervenção do indivíduo possui um caráter pragmático. A distinção do estético do artístico, mas sem esquecer que, dado o seu caráter histórico, tal distinção é relativa; 2. A ideia do estético, destacando em primeiro plano, o seu significado original de sensível (aisthesis) como componente essencial de tudo que consideramos estético: objetos, percepções, valores etc. DEFINIÇÃO Para Vasquéz (1999), o conceito contemporâneo de Estética deve levar em consideração as seguintes premissas: DEFINIÇÃO 3. A extensão do conceito de estético a todos os objetos, processos ou atos que em condições determinadas mostram qualidades estéticas, que se trate daquelas existentes na natureza, ou produtos de finalidade prática; 4. O estudo especial da arte enquanto ocupa para a cultura ocidental, a partir dos tempos modernos, um lugar de destaque e privilegiado dentro do universo estético. DEFINIÇÃO 5. A atenção na arte; 6. A consideração do estético sem limitá-lo ao artístico; e do o estudo do artísticos sem limitá-lo ao estético; CONCEITO A Estética é a ciência de um modo específico de apropriação da realidade, vinculado a outros modos de apropriação humana do mundo e com as condições históricas, sociais e culturais em que ocorre (VASQUEZ, 1999, p.47). Compreender funções da arte, o papel do artistas, a relação entre arte e sociedade entre obra artísticas e mercado. A Estética também se ocupa do não-artístico, o que inclui produtos artesanais, artefatos mecânicos ou técnicos, artigos industriais ou usuais da vida cotidiana – que, se reagem bem a uma finalidade extra-estética, também tem seu lado estético. QUAL A FINALIDADE DA ESTÉTICA? Embora a estética não tenho por que guiar o espectador em cada ato contemplativo, ou o artista em sua criação, pode, sim, contribuir para esclarecer a ambos seu significado. É PRECISO EDUCAR O SENSÍVEL. O que é Estética da Recepção? 15 A estética desempenha um papel crucial na forma como a comunicação é percebida e vivenciada, desde a recepção de conteúdos até a formação de vínculos comunitários. Entender a estética da comunicação permite uma análise mais profunda e crítica das práticas jornalísticas e da mídia. Definição: A Estética da Recepção desloca o foco da análise para o momento de encontro entre o leitor e a obra literária. “A experiência da arte não se encerrava na obra, mas na relação entre o objeto e sua contemplação.” (Cruz, 1986) Estética dos Meios Da Arte à Mídia de Massa Conceito: A estética pode ser pensada para além das obras de arte, aplicando-se às mídias e à comunicação cotidiana. “O fenômeno estético pode ser pensado nas linguagens utilizadas no cotidiano, em particular às mídias.” (Schaeffer, 2000) Como a estética visual e narrativa dos sites de notícias influencia a experiência do leitor. 8/9/2024 Sample Footer Text 16 A Estética da Comunicação A estética é uma parte indissociável do fenômeno comunicacional, focando na relação criativa entre emissores e receptores. “A comunicação enquanto uma relação criativa entre dois elementos distintos ligados pela afecção mútua de sensibilidades.” (Caune, 1997) 8/9/2024 Sample Footer Text 17 Estética da Comunicação Reconfigurando o Mundo através da Comunicação A Estética da Comunicação não foca apenas na recepção de uma obra, mas na contínua reconstrução e interação entre subjetividades. “Não existe propriamente um momento específico da ‘recepção’ de uma obra, mas uma contínua reconstrução do mundo ao redor.” (Guimarães, 2006) O impacto das reportagens interativas e multimídia na forma como os leitores experimentam e interpretam as notícias. 8/9/2024 Sample Footer Text 18 image1.jpeg image2.jpeg