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LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO O efeito tampão ou efeito tamponante é a resistência que uma determinada solução tem à variação da concentração de íons hidrogênio presentes em solução (pH), ao serem adicionadas pequenas quantidades de ácido ou base (fortes) ou, ainda, quando é diluída. Uma solução que apresenta essa propriedade é chamada de solução- tampão, ou simplesmente tampão (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). As variações de pH ocorridas nas soluções tamponadas são insignificantes quando comparadas àquelas nas não tamponadas. Por esse motivo, essas soluções são utilizadas para manter constante o pH de um sistema e para preparar soluções de pH definido (SKOOG, 2001). SOLUÇÃO TAMPÃO As soluções-tampão geralmente são formadas a partir das misturas de ácido fraco e seu sal correspondente (base conjugada) ou, então, de uma base fraca e seu sal correspondente (ácido conjugado). Assim, temos a possibilidade de formar dois tipos diferentes de solução-tampão: • Solução-tampão ácida: formada por um ácido fraco (HX) e um sal solúvel (ZX). O sal deve apresentar o mesmo ânion do ácido utilizado. Como apresenta ácido, essa solução sempre apresenta um pH menor que 7. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br • Solução-tampão básica: formada por soluções com uma base fraca (YOH) e um sal solúvel (YD). O sal deve apresentar o mesmo ânion da base utilizada. Como apresenta base, essa solução sempre tem um pH maior que 7. Atenção! Devemos lembrar que as bases fracas são aquelas que não apresentam elementos das famílias IA e IIA, exceto o elemento magnésio (pertencente à família IIA). Já os ácidos fracos são todos aqueles cuja subtração do número de oxigênios pelo de hidrogênios resulta em 1, ou quando não são HCl, HBr, HI ou HF. Existem diferentes tipos de soluções-tampão que funcionam em diferentes faixas de pH, tanto em sistemas biológicos como em processos industriais. Alguns exemplos de solução-tampão e seus respectivos intervalos de pH de tamponamento (faixas de pH) podem ser observados na Tabela 1. Ácido Sal (base conjugada) Faixa de pH Ácido clorídrico HCl Hidrogenoftalato de potássio KHC8H4O4 2,2-4,0 Ácido acético CH3COOH Acetato de sódio CH3COONa 3,7-5,6 Ácido cítrico C₆H₈O₇ Citrato de sódio Na3C6H5O7 3,0-6,2 Base Sal (ácido conjugado) Faixa de pH Hidróxido de sódio NaOH Dihidrogenortofosfato de potássio KH₂PO₄ 5,8-8,00 Carbonato de sódio Na2CO3 Hidrogenocarbonato de sódio NaHCO3 9,2-10,8 Hidróxido de sódio NaOH Cloreto de potássio KCl 12,0-13,0 Tabela 1 – Solução-tampão e respectivo intervalo de pH de tamponamento (faixa de pH) útil, a 25°C. Fonte: Adaptada de Delloyd [s. d.]. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Nota: Uma lista detalhada de diferentes soluções-tampão e suas respectivas faixas de pH pode ser acessada em http://delloyd.50megs.com/moreinfo/buffers2.html. ONDE UTILIZAR ESSES CONCEITOS Os tampões têm um papel importante em processos químicos e bioquímicos em que seja essencial a manutenção do pH. Assim, muitos processos industriais e fisiológicos requerem um pH fixo para que determinada função seja desempenhada. Quase todos os processos biológicos são dependentes do pH. Uma pequena variação na acidez produz uma grande variação na velocidade da maioria desses processos. O pH do sangue de mamíferos é um reflexo do estado do balanço ácido-base do corpo. Em condições normais, o pH é mantido entre 7,35 e 7,45, devido a uma série de mecanismos complexos que compreendem produção, tamponamento e eliminação de ácidos pelo corpo. Um papel importante nesse equilíbrio é desempenhado por sistemas inorgânicos, como H2PO4–/HPO4 2–, CO2/H2CO3/HCO3–, e grupos orgânicos ácidos e básicos, principalmente de proteínas. Uma diminuição (acidose) ou aumento (alcalose) do pH do sangue podem causar sérios problemas e, até mesmo, serem fatais. A acidose metabólica é a forma mais frequentemente observada entre os distúrbios do equilíbrio ácido-base. Pode ser causada por diabetes grave, insuficiência renal, perda de bicarbonato por diarreia e hipoxia ou isquemia, durante, por exemplo, exercício físico intenso. Uma compensação natural da acidose metabólica pelo corpo é o aumento da taxa de respiração, fazendo com que mais CO2 seja expirado (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). Tecidos vivos de plantas também são tamponados, embora menos intensamente. O pH normal em tecidos vegetais varia entre 4,0 e 6,2. Nesses tecidos, os principais tampões são fosfatos, carbonatos e ácidos orgânicos, como o málico, cítrico, oxálico, tartárico e alguns aminoácidos (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). mailto:contato@algetec.com.br http://delloyd.50megs.com/moreinfo/buffers2.html LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br O solo também age como um tampão e resiste a mudanças de pH, mas sua capacidade tamponante depende de seu tipo. Tal propriedade advém da capacidade de trocar cátions com o meio. Essa troca é o mecanismo pelo qual K+, Ca2+, Mg2+ e outros metais essenciais são disponibilizados às plantas (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). Na indústria de alimentos, alguns ácidos e bases (ácido cítrico, bicarbonato de sódio, ácido lático, ácido fosfórico, hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio) são usados como agentes de processamento para o controle da acidez e alcalinidade de muitos produtos alimentícios. Dependendo da quantidade desses aditivos e da acidez ou alcalinidade do alimento antes da adição desses compostos, pode ocorrer a formação de sistemas-tampão, ou estes simplesmente funcionam como agentes neutralizantes. Esses tipos de aditivos são usados em gelatinas, fermentos, queijos e bebidas refrigerantes. Em alguns casos, a própria solução-tampão (ácido lático/lactato de sódio) é adicionada ao alimento, com a função de agente conservante, evitando a deterioração por bactérias e outros microrganismos. Nesse caso, as substâncias do tampão são utilizadas como agentes antimicrobianos, mantendo o alimento com o pH baixo e, consequentemente, evitando o desenvolvimento de microrganismos, como fungos e bactérias (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). COMO AGEM OS TAMPÕES Os tampões têm a propriedade de resistir a mudanças no pH. Isso ocorre porque essas soluções contêm um componente ácido e um básico em sua constituição. Para que possamos entender o mecanismo de ação dessas soluções, vamos considerar o sistema-tampão ácido acético e acetato de sódio. Sabemos que o acetato de sódio (sal) é um eletrólito forte. Assim, em solução aquosa, estará completamente dissociado, conforme a reação descrita na Equação 1. 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑠) 𝐻2𝑂 → 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 − (𝑎𝑞) + 𝑁𝑎+(𝑎𝑞) (Equação 1) mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Em meio aquoso, o ácido acético estará em equilíbrio com seus íons, levando à formação do íon hidrônio (H3O+), conforme a reação descrita na Equação 2. 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) ⇌ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 − (𝑎𝑞) + 𝐻3𝑂 + (𝑎𝑞) (Equação 2) A constante de ionização para o ácido acético é descrita conforme a reação apresentada na Equação 3. 𝐾𝑎 = [𝐻3𝑂 +] .[𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 −] [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻] (Equação 3) É importante ressaltar que, na solução-tampão, a principal contribuição para a concentração de íons acetato, a base conjugada do ácido acético, é proveniente do sal. Portanto, a ionização do ácido acético é negligenciável frente ao excesso de sal (efeito do íon comum), assim como é negligenciável a hidrólise do íon acetato frente ao excesso de ácido acético. Por isso, é possível reescrever a expressão da constante de equilíbrio para o ácido acético, substituindo-se o termo [CH3COO– ] (que representa a base conjugada do ácido) por [Sal], conforme demonstrado na Equação 4. 𝐾𝑎 = [𝐻+] .[𝑆𝑎𝑙] [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻] (Equação 4) Dessa forma, é possível verificar o que acontece com uma solução-tampão, composta por ácido acético e acetato de sódio, quando a ela forem adicionados um ácido ou uma base forte (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br EFEITO DA ADIÇÃO DE ÁCIDO FORTE A UMA SOLUÇÃO- TAMPÃO Se um ácido for adicionado a um tampão, ocorrerá uma elevação da concentração dos íons hidrogênio (H+) no meio, ocasionando uma perturbação ao equilíbrio do sistema reacional. Segundo o princípio de Le Chatelier, essa perturbação será neutralizada pela base conjugada do tampão, restabelecendo o estado de equilíbrio, e o pH da solução irá variar pouco (RUSSEL, 1994; SKOOG, 2001). Imaginemos um tampão ácido acético/acetato de sódio, em que ambos os reagentes têm o ânion acetato (H3CCOO– (aq)). No entanto, sua concentração em solução deve-se praticamente à dissociação do sal, que é muito grande, já que a ionização do ácido acético (por ser um ácido fraco) é pequena. Ao adicionarmos um ácido forte (sobre essa solução), a concentração do íon hidrônio (H3O+) será aumentada. O íon acetato, presente na solução, tem grande atração por prótons. Dessa forma, os íons hidrogênio adicionados serão neutralizados pelo íon acetato, levando à formação de ácido acético. A Equação 5 descreve essa reação. 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 − (𝑎𝑞) + 𝐻3𝑂 + (𝑎𝑞) ⟶ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) (Equação 5) Com isso, o pH do meio praticamente não sofre alteração. No entanto, se for adicionado cada vez mais ácido forte, chegará o momento em que todo o ânion acetato será consumido e o efeito tampão cessará. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br EFEITO DA ADIÇÃO DE BASE FORTE A UMA SOLUÇÃO-TAMPÃO Se uma base for adicionada a um tampão, ocorrerá uma elevação da concentração dos íons hidroxila (OH–) no meio, ocasionando uma perturbação ao equilíbrio do sistema reacional. Segundo o princípio de Le Chatelier, essa perturbação será neutralizada pelo ácido acético do tampão, restabelecendo o estado de equilíbrio, e o pH da solução irá variar pouco (RUSSEL, 1994; SKOOG, 2001). Imaginemos, novamente, a solução-tampão ácido acético/acetato de sódio como exemplo reacional. A adição de uma base forte aumenta a concentração dos íons OH–, mas esses íons são neutralizados pelos íons hidrônio (H3O+) liberados na ionização do ácido acético, levando à formação de água, conforme a reação descrita na Equação 6. 𝑂𝐻−(𝑎𝑞) + 𝐻3𝑂 + (𝑎𝑞) ⇌ 2 𝐻2𝑂(𝑙) (Equação 6) Com essa reação, a concentração dos íons hidrônio irá diminuir e haverá um deslocamento do equilíbrio no sentido de aumentar a ionização do ácido. Com isso, a variação de pH da solução será muito pequena. Assim, a concentração dos íons hidrônio será praticamente constante (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). Nesse caso, também existe uma capacidade-limite do tampão. Portanto, se adicionarmos cada vez mais base, o equilíbrio da ionização do ácido será mais e mais deslocado no sentido de sua ionização, até que todo o ácido seja consumido. CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL DE UMA SOLUÇÃO-TAMPÃO Além de saber reconhecer quando temos uma solução-tampão, devemos conhecer sua característica fundamental, que é a chamada capacidade tamponante. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br A capacidade tamponante é uma indicação da quantidade (de matéria) de ácido ou base que pode ser adicionada antes de o tampão perder sua habilidade de resistir à mudança de pH (variação de uma unidade de pH). Ela depende, também, da quantidade total do ácido conjugado e da base disponíveis. Se uma solução-tampão é diluída, terá uma baixa capacidade tamponante quando comparada com o mesmo volume de outra solução-tampão mais concentrada (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). Matematicamente, a capacidade tamponante (β) foi introduzida por Van Slyke em 1922, sendo expressa conforme descrito na Equação 7. 𝛽 = 𝛥𝐶𝑏 𝛥𝑝𝐻 = − 𝛥𝐶𝑎 𝛥𝑝𝐻 (Equação 7) Aqui, Ca e Cb são, respectivamente, as quantidades (mols) de ácido ou base forte adicionadas por litro. Em ambos os casos, o valor de β é sempre positivo. De forma simplificada, a quantificação da resistência de variação do pH de uma solução-tampão, frente à adição de um ácido ou base (fortes), pode ser determinada conforme a fórmula descrita na Equação 8. 𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 ± 1 (Equação 8) A quantidade de ácido forte ou de base forte que deve ser adicionada a uma solução-tampão para provocar a variação no pH depende não somente da relação das concentrações de seus componentes, mas também das concentrações efetivas destes. Quanto maiores forem as concentrações do ácido fraco e da base conjugada, maior será a quantidade do ácido forte ou da base forte que deverá ser adicionada para provocar uma dada variação no pH, ou seja, quanto maiores forem as concentrações dos componentes do tampão, tanto menor será a variação do pH quando a ele se adiciona uma certa quantidade de um ácido ou de uma base forte. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Dessa maneira, escolher corretamente um determinado tampão a ser utilizado em um processo qualquer não significa somente definir o valor de seu pH. É preciso saber corretamente quanto se deve adicionar desse tampão e quais as concentrações totais de cada espécie presente. Essas quantidades são o que garantirá, ou não, a realização do processo em um pH desejado e controlado. O PH DE UMA SOLUÇÃO-TAMPÃO Os sistemas-tampão são escolhidos de acordo com a faixa de pH que se deseja tamponar, utilizando-se a equação de Henderson-Hasselbalch. Com o propósito da derivação dessa equação, algumas considerações serão feitas a seguir. De acordo com a teoria de ácidos e bases de Brönsted-Lowry, um ácido (HA) é uma espécie química doadora de prótons(H+) e uma base (B) é uma espécie química aceptora de prótons. Após o ácido (HA) perder seu próton, diz-se existir como base conjugada (A–). Da mesma maneira, uma base protonada é dita existir como ácido conjugado (BH+). Segundo a teoria de pares conjugados ácido-base de Brönsted-Lowry, o íon acetato é a base conjugada do ácido acético (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). Para a reação de dissociação do ácido acético, em meio aquoso, descrita anteriormente, pode-se escrever a constante de equilíbrio, conforme as Equações 9 e 10. 𝐾𝑎 = [𝐻+] . [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 −] [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻] ⟶ [𝐻+] = 𝐾𝑎 . [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻] [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂−] (Equação 9) (Equação 10) Aplicando-se −𝑙𝑜𝑔10 em ambos os lados dessa expressão, e como, por definição, 𝑝𝐾𝑎 = −𝑙𝑜𝑔10 𝐾𝑎, temos: mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br 𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + 𝑙𝑜𝑔 [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂 −] [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻] (Equação 11) Ou: 𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + 𝑙𝑜𝑔 [𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎] [Á𝑐𝑖𝑑𝑜] (Equação 12) Ou, ainda: 𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + 𝑙𝑜𝑔 [𝑆𝑎𝑙] [Á𝑐𝑖𝑑𝑜] (Equação 13) A Equação 13 mostra que o pH de uma mistura ácido-base conjugada depende da razão de suas concentrações, tendo em vista que o pKa não varia. Pode-se observar que, quando as concentrações de base e ácido forem iguais, o pH da solução-tampão será igual ao pKa do ácido, uma vez que o logaritmo de 1 na base 10 é igual a zero. Sendo assim, pode-se conseguir o pH desejado apenas alterando-se as concentrações de ácido e base conjugada, bem como prever o pH da solução, tendo em vista as concentrações de seus componentes (FIORUCCI, 2001; MARCONATO, 2004). Já o pH de uma solução-tampão ácida pode ser determinado por meio da Equação 14: 𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑏 + 𝑙𝑜𝑔 [𝑆𝑎𝑙] [𝐵𝑎𝑠𝑒] (Equação 14) Curiosidade: A mudança de uma unidade na escala de pH representa uma mudança de 10 vezes da concentração anterior. Ou seja, um pH de 4,5 é 10 vezes mais ácido do que um de 5,5, 100 vezes mais ácido do que um de 6,5 e 1.000 vezes mais ácido do que um de 7,5. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM SISTEMA TAMPÃO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DELLOYD. Preparation of pH buffer solutions. Delloyd's Lab-Tech Chemistry, [s. d.]. Disponível em: http://delloyd.50megs.com/moreinfo/buffers2.html. Acesso em: 26 mar. 2021. FOGAÇA, J. R. V. O que é uma solução-tampão? Brasil Escola, [s. d.]. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/o-que-uma-solucao-tampao.htm. Acesso em: 26 mar. 2021. KOTZ, J. C.; TREICHEL JR, P. M. Química geral e reações químicas. 5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. MARCONATO, J. C.; FRANCHETTI, S. M. M.; PEDRO, R. J. Solução-tampão: uma proposta experimental usando materiais de baixo custo. Química Nova na Escola, v. 20, 2004. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc20/v20a11.pdf. Acesso em: 19 abr. 2021. RUSSEL, J. B. Química geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. v. 1. SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J. Fundamentals of analytical chemistry. 7. ed. New York: Saunders College, 2001. p. 205-209. mailto:contato@algetec.com.br http://delloyd.50megs.com/moreinfo/buffers2.html https://brasilescola.uol.com.br/quimica/o-que-uma-solucao-tampao.htm http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc20/v20a11.pdf