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<p>CYAN</p><p>VS Gráfica VS Gráfica</p><p>MAG</p><p>VS Gráfica</p><p>YEL</p><p>VS Gráfica</p><p>BLACK</p><p>Garrison</p><p>Noreen</p><p>Brew</p><p>er</p><p>www.grupoa.com.br</p><p>0800 703 3444</p><p>Garrison, Noreen & BrewerGarrison, Noreen & Brewer</p><p>contabilidade</p><p>www.grupoa.com.br</p><p>14a edição</p><p>A contabilidade gerencial é o instrumento essencial para a análise das necessidades</p><p>internas de qualquer organização; por meio dela, obtemos as informações necessárias</p><p>para os planos de ação, as atividades de controle e as tomadas de decisão.</p><p>Nesse contexto, esta nova edição de Garrison expõe como coletar e interpretar as in-</p><p>formações contábeis e apresenta novas ferramentas didáticas para auxiliar o seu es-</p><p>tudo, como resolução de exercícios com o uso de fórmulas no Excel®, textos para</p><p>análise com base em histórias reais de grandes empresas e outros recursos aplicados a</p><p>sua realidade.</p><p>Contabilidade gerencial é leitura indispensável para estudantes de graduação e pós-</p><p>-graduação em administração e contabilidade, com interesse em controle de gestão,</p><p>controladoria, gestão de custos, teoria da contabilidade, contabilidade societária e</p><p>áreas afins.</p><p>Material online</p><p>Visite o site www.grupoa.com.br e tenha acesso a planilhas em Excel®,</p><p>exercícios adicionais e outros materiais, em inglês e português.</p><p>Área do professor</p><p>Visite a Área do Professor no site e tenha acesso à biblioteca de imagens,</p><p>em português, e ao manual de soluções, ao banco de testes e a outros</p><p>materiais exclusivos, em inglês, deste livro.</p><p>CoNtaBilidade</p><p>GERENCIAL</p><p>14a edição</p><p>14a edição</p><p>CoNtaBilidade</p><p>GERENCIAL</p><p>CoNtAbILIdAdE GERENCIAL</p><p>Recorte aqui seu m</p><p>arcador de página.</p><p>a Bookman editora é parte do Grupo a,</p><p>uma empresa que engloba diversos</p><p>selos editoriais e várias plataformas</p><p>de distribuição de conteúdo técnico,</p><p>científico e profissional,</p><p>disponibilizando-o como, onde</p><p>e quando você precisar.</p><p>o Grupo a publica com exclusividade</p><p>obras com o selo McGraw-Hill</p><p>em língua portuguesa.</p><p>Garrison</p><p>Noreen</p><p>Brew</p><p>er</p><p>CoNtaBilidade</p><p>GERENCIAL</p><p>14</p><p>a edição</p><p>42377_Garrison_Contabilidade 2 14/11/12 16:10</p><p>G242c Garrison, Ray H.</p><p>Contabilidade gerencial [recurso eletrônico] / Ray H.</p><p>Garriosn, Eric W. Noreen, Peter C. Brewer ; tradução:</p><p>Christiane de Brito ; revisão técnica: Luciane Reginato. – 14.</p><p>ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.</p><p>Editado também como livro impresso em 2013.</p><p>ISBN 978-85-8055-162-4</p><p>1. Ciências contábeis. 2. Contabilidade gerencial.</p><p>I. Noreen, Eric W. II. Brewer, Peter C. III. Título.</p><p>CDU 330</p><p>Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052</p><p>Iniciais_Eletronico.indd ii 17/01/2013 17:43:04</p><p>FOCO NOS</p><p>NEGÓCIOS</p><p> Objetivos de aprendizagem</p><p>OA14.1 Classi�car entradas e saídas de caixa como operacional, de investimento ou</p><p>de �nanciamento.</p><p>OA14.2 Preparar uma demonstração de �uxos de caixa usando o método indireto</p><p>para determinar o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais.</p><p>OA14.3 Calcular o �uxo de caixa livre.</p><p>OA14.4 (Apêndice 14A) Usar o método direto para determinar o caixa líquido gerado</p><p>pelas atividades operacionais.</p><p>Compreender os fluxos de caixa</p><p>Em 2009, a The Kroger Company, a maior varejista de alimentos e medicamentos</p><p>dos Estados Unidos, divulgou um lucro líquido de US$ 57 milhões. No mesmo ano,</p><p>a empresa gastou US$ 2,3 bilhões em fábricas e equipamentos, pagou dividendos</p><p>totalizando US$ 238 milhões, quitou uma dívida de longo prazo de US$ 432 mi-</p><p>lhões e gastou US$ 218 milhões com a compra de suas próprias ações ordinárias.</p><p>À primeira vista, esses valores podem parecer confusos, porque a Kroger gasta</p><p>quantias de dinheiro que excedem em muito seu lucro líquido. Neste capítulo,</p><p>você aprenderá sobre a demonstração de �uxos de caixa, que explica a relação</p><p>entre o lucro líquido de uma empresa e suas entradas e saídas de caixa.</p><p>FONTE: The Kroger Company, 2009 Form 10 -K Annual Report, <www.sec.gov/edgar/sear-</p><p>chedgar/companysearch.html>.</p><p>DEMONSTRAÇÃO</p><p>DE FLUXOS DE CAIXA14</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 634 20/09/2012 11:24:36</p><p>Capítulo 14  Demonstração de fluxos de caixa 635</p><p>São necessárias três principais demonstrações financeiras para os relatórios ex-</p><p>ternos – uma demonstração de resultados, um balanço patrimonial e uma demons-</p><p>tração de fluxos de caixa. A demonstração de fluxos de caixa ressalta as princi-</p><p>pais atividades que causam impacto sobre os fluxos de caixa e, logo, afetam o saldo de</p><p>caixa geral. Os gerentes se concentram no caixa por um ótimo motivo – sem caixa sufi-</p><p>ciente nos momentos certos, uma empresa pode perder excelentes oportunidades de in-</p><p>vestimento ou mesmo ir à falência.</p><p>A demonstração de fluxos de caixa responde a perguntas que não podem ser facil-</p><p>mente respondidas ao analisar a demonstração de resultados e o balanço patrimonial. Por</p><p>exemplo, onde a Delta Airlines conseguiu o dinheiro para pagar um dividendo de quase</p><p>US$ 140 milhões em um ano em que, segundo sua demonstração de resultados, teve mais</p><p>de US$ 1 bilhão em prejuízos? Como a Walt Disney Company conseguiu investir quase</p><p>US$ 800 milhões para expandir e renovar seus parques temáticos apesar de um prejuízo</p><p>de mais de US$ 500 milhões sobre seu investimento na EuroDisney? Onde a The Kro-</p><p>ger Company conseguiu US$ 2,3 bilhões para investir em fábricas e equipamentos em</p><p>um ano em que seu lucro líquido foi de apenas US$ 57 milhões? As respostas a essas</p><p>perguntas podem ser encontradas na demonstração de fluxos de caixa.</p><p>A demonstração de fluxos de caixa é uma valiosa ferramenta analítica para os gerentes e</p><p>para investidores e credores, embora os gerentes tendam a se preocupar mais com as demons-</p><p>trações de fluxos de caixa previstas e preparadas como parte do processo orçamentário. A</p><p>demonstração de fluxos de caixa pode ser usada para responder a perguntas essenciais, como:</p><p>1. A empresa produz, com suas operações atuais, fluxos de caixa suficientemente posi-</p><p>tivos para continuar sendo viável?</p><p>2. A empresa será capaz de pagar suas dívidas?</p><p>3. A empresa será capaz de pagar seus dividendos?</p><p>4. Por que a receita líquida e o fluxo de caixa líquido diferem?</p><p>5. Quanto a empresa deverá tomar emprestado a fim de fazer os investimentos necessários?</p><p>Os gerentes preparam a demonstração de fluxos de caixa aplicando um princípio funda-</p><p>mental de contabilidade de partidas dobradas – a variação no saldo de caixa deve ser igual</p><p>às variações em todas as outras contas do balanço patrimonial que não estejam em termos</p><p>de caixa.1 Esse princípio garante que analisar adequadamente as variações em todas as</p><p>contas não monetárias do balanço patrimonial sempre quantifica as entradas e saídas de</p><p>caixa que explicam a variação no saldo de caixa. Nosso objetivo neste capítulo é converter</p><p>esse complexo princípio em um pequeno número de conceitos e passos que simplifiquem o</p><p>processo de preparar e interpretar uma demonstração de fluxos de caixa.</p><p>Antes de entrarmos nas especificidades de como se preparar a demonstração de flu-</p><p>xos de caixa, precisamos rever duas equações fundamentais que se aplicam a todas as</p><p>contas de ativos, contra -ativos, passivos e patrimônio dos acionistas:</p><p>Equação fundamental para contas de ativos</p><p>Saldo inicial + Débitos − Créditos = Saldo final</p><p>Equação fundamental para contas de contra -ativos, passivos e</p><p>patrimônio dos acionistas</p><p>Saldo inicial − Débitos + Créditos = Saldo final</p><p>1 A demonstração de fluxos de caixa é baseada nas seguintes equações fundamentais do balanço patrimo-</p><p>nial e da demonstração de resultados.</p><p>(1) Variação no caixa + Variação nos ativos não monetários = Variação nos passivos + Variação no patrimô-</p><p>nio dos acionistas</p><p>(2) Fluxo de caixa líquido = Variação no caixa</p><p>(3)	Variação	no	patrimônio	dos	acionistas	=	Receita	líquida	−	Dividendos	+	Variação	no	capital	acionário</p><p>Essas três equações podem ser usadas para deduzir esta:</p><p>(4)	Fluxo	 de	 caixa	 líquido	=	Receita	 líquida	−	Variação	 nos	 ativos	 não	monetários	+	Variação	 nos	 passi-</p><p>vos	−	Dividendos	+	Variação	no	capital	acionário</p><p>Essencialmente, a demonstração de fluxos de caixa, que explica o fluxo de caixa líquido,</p><p>é construída começando</p><p>pela receita líquida e, então, ajustada em relação às variações nas contas não monetárias do balanço patrimonial.</p><p> Demonstração de</p><p>�uxos de caixa</p><p>demonstração financeira</p><p>que ressalta as principais</p><p>atividades que afetam os</p><p>fluxos de caixa e, logo,</p><p>o saldo de caixa geral.</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 635 20/09/2012 11:24:37</p><p>636 CONTABILIDADE GERENCIAL</p><p>Essas equações o ajudarão a calcular várias entradas e saídas de caixa que entram na</p><p>demonstração de fluxos de caixa e serão mencionadas em todo o capítulo.</p><p>DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA: CONCEITOS ‑CHAVE</p><p>A demonstração de fluxos de caixa resume todas as entradas e saídas de caixa de uma em-</p><p>presa durante um período, explicando, dessa forma, a variação em seu saldo de caixa. Em</p><p>uma demonstração de fluxos de caixa, a definição ampla de caixa inclui caixa e equivalen-</p><p>tes de caixa. Equivalentes de caixa consistem em investimentos de curto prazo de alta li-</p><p>quidez como notas do Tesouro, papéis comerciais e fundos do mercado monetário que são</p><p>feitos com a única finalidade de gerar retorno sobre fundos temporariamente ociosos. A</p><p>maioria das empresas investe suas reservas de caixa em excesso nesses tipos de ativos que</p><p>rendem juros que podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Como esses ativos são</p><p>equivalentes a dinheiro, eles são incluídos em uma demonstração de fluxos de caixa.</p><p>O restante desta seção discutirá quatro conceitos -chave que você precisa compreen-</p><p>der para preparar uma demonstração de fluxos de caixa. Esses quatro conceitos incluem</p><p>sua organização, a distinção entre métodos direto e indireto para sua preparação, a con-</p><p>clusão do processo de três passos em que consiste o método indireto e o registro de flu-</p><p>xos de caixa brutos no local apropriado de uma demonstração de fluxos de caixa.2</p><p>2 Outro conceito relacionado às demonstrações de fluxos de caixa é o de transações de permuta direta, que</p><p>se refere a transações em que itens não circulantes do balanço patrimonial são trocados um pelo outro. Por</p><p>exemplo, uma empresa pode emitir ações ordinárias em permuta direta de imóveis. As transações de per-</p><p>muta direta não são divulgadas na demonstração de fluxos de caixa; entretanto, são reveladas em um</p><p>programa separado que acompanha a demonstração. Cursos de contabilidade mais avançada abordam</p><p>esse assunto com mais detalhe. Não incluiremos transações de permuta direta neste capítulo.</p><p>POR DENTRO</p><p>DAS EMPRESAS ESTOQUE DE CAIXA DA APPLE</p><p>A Apple Inc. acumulou US$ 20,8 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo. Seus investido­</p><p>res tinham diversas opiniões sobre como a empresa deveria usar esse dinheiro. Alguns investido­</p><p>res queriam que a Apple explorasse alvos de aquisição na indústria da música. Outros acreditavam</p><p>que deveria investir em empresas iniciantes que desenvolvessem tecnologias emergentes, como</p><p>uma bateria melhor para o iPhone. Outros, ainda, achavam que a empresa deveria estocar matéria­</p><p>­prima tendo em vista os aumentos de preço que se assomavam.</p><p>Esse exemplo ilustra o ciclo interminável da gestão de um negócio. Quando uma empresa</p><p>consegue gerar fluxos de caixa positivos, ela imediatamente levanta outra questão na mente dos</p><p>investidores – o que você planeja fazer por mim agora?</p><p>Fonte: Peter Burrows, “Apple’s Cash Conundrum”, BusinessWeek, 11 de agosto de 2008, p. 32.</p><p>Organizar a demonstração de fluxos de caixa</p><p>Para facilitar a comparação de dados de diferentes empresas, os princípios contábeis ge-</p><p>ralmente aceitos dos Estados Unidos (GAAP – Generally Accepted Accounting Princi-</p><p>ples) e os padrões internacionais de relatórios financeiros (IFRS – International Finan-</p><p>cial Reporting Standards) exigem que as empresas sigam regras prescritas ao prepararem</p><p>a demonstração de fluxos de caixa. Uma dessas regras exige a organização da demons-</p><p>tração em três seções que divulgam os fluxos de caixa resultantes das atividades opera-</p><p>cionais, atividades de investimento e atividades de financiamento. As atividades opera-</p><p>cionais geram entradas e saídas de caixa relacionadas a transações de receitas e despesas</p><p>que afetam a receita líquida. As atividades de investimento geram entradas e saídas de</p><p>caixa relativas à aquisição ou ao descarte de ativos não circulantes como propriedades,</p><p>instalações e equipamentos, investimentos de longo prazo e empréstimos a outra entida-</p><p>de. As atividades de financiamento geram entradas e saídas de caixa relativas à contra-</p><p>ção de empréstimos e ao pagamento do principal aos credores e à conclusão das transa-</p><p> OA14.1</p><p>Classificar entradas e</p><p>saídas de caixa como</p><p>operacional, de investimento</p><p>ou de financiamento.</p><p> Equivalentes de caixa</p><p>investimentos de curto prazo</p><p>altamente líquidos como títulos</p><p>do Tesouro, papéis comerciais</p><p>e fundos do mercado</p><p>monetário que são feitos</p><p>somente com a finalidade de</p><p>gerar um retorno sobre fundos</p><p>temporariamente ociosos.</p><p> Atividades</p><p>operacionais</p><p>atividades que geram entradas</p><p>e saídas de caixa relacionadas</p><p>a transações de receitas e</p><p>despesas que afetam a receita</p><p>líquida.</p><p> Atividades de</p><p>investimento</p><p>atividades que geram entradas</p><p>e saídas de caixa relacionadas</p><p>à aquisição de ativos não</p><p>circulantes como</p><p>propriedades, instalações e</p><p>equipamentos, investimentos</p><p>de longo prazo, e empréstimos</p><p>a outra entidade.</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 636 20/09/2012 11:24:37</p><p>Capítulo 14  Demonstração de fluxos de caixa 637</p><p>Entrada</p><p>de caixa</p><p>Saída de</p><p>caixa</p><p>QUADRO 14.1</p><p>Entradas e saídas de fluxo</p><p>resultantes de atividades</p><p>operacionais, de investimento</p><p>e de financiamento.</p><p>Atividades operacionais</p><p>Receber de clientes .................................................................................................</p><p>Pagar fornecedores por compras de estoque ........................................................</p><p>Pagar contas a seguradoras, provedores de serviços de utilidade pública etc. ...</p><p>Pagar remunerações e salários aos colaboradores ...............................................</p><p>Pagar impostos a agências governamentais ..........................................................</p><p>Pagar juros aos credores ........................................................................................</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>Atividades de investimento</p><p>Comprar propriedades, instalações e equipamentos .............................................</p><p>Vender propriedades, instalações e equipamentos................................................</p><p>Comprar ações e títulos de dívida como um investimento de longo prazo ...........</p><p>Vender ações e títulos de dívida para investimento de longo prazo ......................</p><p>Emprestar dinheiro a outra entidade ......................................................................</p><p>Receber o principal sobre um empréstimo a outra entidade .................................</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>Atividades de financiamento</p><p>Tomar dinheiro emprestado de um credor .............................................................</p><p>Pagar o valor principal de uma dívida ....................................................................</p><p>Receber caixa da venda de ações ordinárias ..........................................................</p><p>Pagar caixa para recomprar suas próprias ações ordinárias ................................</p><p>Pagar um dividendo aos acionistas ........................................................................</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>√</p><p>POR DENTRO</p><p>DAS EMPRESAS ESTOQUE DE CAIXA DA APPLE</p><p>A Apple Inc. acumulou US$ 20,8 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo. Seus investido­</p><p>res tinham diversas opiniões sobre como a empresa deveria usar esse dinheiro. Alguns investido­</p><p>res queriam que a Apple explorasse alvos de aquisição na indústria da música. Outros acreditavam</p><p>que deveria investir em empresas iniciantes que desenvolvessem tecnologias emergentes, como</p><p>uma bateria melhor para o iPhone. Outros, ainda, achavam que a empresa deveria estocar matéria­</p><p>­prima tendo em vista os aumentos de preço que se assomavam.</p><p>Esse exemplo ilustra o ciclo interminável</p><p>da gestão de um negócio. Quando uma empresa</p><p>consegue gerar fluxos de caixa positivos, ela imediatamente levanta outra questão na mente dos</p><p>investidores – o que você planeja fazer por mim agora?</p><p>Fonte: Peter Burrows, “Apple’s Cash Conundrum”, BusinessWeek, 11 de agosto de 2008, p. 32.</p><p>3 Entradas de caixa operacionais também incluem renda proveniente de juros e de dividendos; no entanto,</p><p>neste capítulo limitaremos nosso escopo a recebimentos de caixa das vendas aos clientes.</p><p>ções com os proprietários da empresa, como vender ou recomprar ações ordinárias e</p><p>pagar dividendos. Os tipos mais comuns de entradas e saídas de caixa que resultam des-</p><p>sas três atividades são resumidos no Quadro 14.1.3</p><p>Atividades operacionais: método direto ou indireto?</p><p>Os GAAP e IFRS dos Estados Unidos permitem que as empresas calculem o montante</p><p>líquido de caixa das entradas e saídas resultantes das atividades operacionais, que é co-</p><p>nhecido como caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, usando o método</p><p>direto ou indireto. Ambos os métodos têm a mesma finalidade, que é expressar em ter-</p><p>mos de caixa a receita líquida que está em termos de regime de acréscimo. Entretanto,</p><p>eles abordam essa tarefa de duas maneiras diferentes.</p><p>No método direto, a demonstração de resultados é reconstruída em termos de caixa</p><p>e de cima para baixo. Por exemplo, lista -se caixa recebido de clientes em vez de receita,</p><p>e pagamentos aos fornecedores em vez de custos de produtos vendidos. Em essência, os</p><p>recebimentos de caixa são contados como receitas e os desembolsos de caixa pertencen-</p><p>tes às atividades operacionais são contados como despesas. A diferença entre os recebi-</p><p>mentos de caixa e os desembolsos de caixa é o caixa líquido gerado pelas atividades</p><p>operacionais.</p><p>Sob o método indireto, a receita líquida é ajustada em termos de caixa. Em outras</p><p>palavras, em vez de calcular as vendas em caixa, despesas de caixa e assim por diante,</p><p>esses montantes são deduzidos indiretamente, removendo da receita líquida qualquer</p><p>item que não afete os fluxos de caixa. O método indireto é vantajoso em relação ao mé-</p><p>todo direto porque mostra os motivos de qualquer diferença entre a receita líquida e o</p><p>caixa líquido gerado pelas atividades operacionais.</p><p>Embora ambos os métodos resultem no mesmo montante de caixa líquido gerado</p><p>pelas atividades operacionais, apenas em torno de 1% das empresas usa o método direto</p><p> Atividades de</p><p>�nanciamento</p><p>atividades que geram entradas</p><p>e saídas de caixa relacionadas</p><p>a empréstimos e pagamentos</p><p>do principal a credores e à</p><p>conclusão de transações com</p><p>os proprietários da empresa,</p><p>como a venda ou a recompra</p><p>de ações ordinárias e o</p><p>pagamento de dividendos.</p><p> Caixa líquido gerado</p><p>pelas atividades</p><p>operacionais</p><p>resultado líquido das entradas</p><p>e saídas de caixa provenientes</p><p>de operações do dia a dia.</p><p>Método direto</p><p>método para calcular o caixa</p><p>líquido gerado pelas atividades</p><p>operacionais no qual a</p><p>demonstração de resultados é</p><p>reconstruída em termos de</p><p>caixa e de cima para baixo.</p><p>Método indireto</p><p>método para calcular o caixa</p><p>líquido gerado pelas atividades</p><p>operacionais que começa com</p><p>a receita líquida e a ajusta,</p><p>expressando -a em termos de</p><p>caixa.</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 637 20/09/2012 11:24:37</p><p>638 CONTABILIDADE GERENCIAL</p><p>e os outros 99% usam o método indireto.4 Se uma empresa usa o método direto para</p><p>preparar sua demonstração de fluxos de caixa, então ela também tem de fornecer um re-</p><p>latório complementar que use o método indireto. Entretanto, se uma empresa escolher</p><p>usar o método indireto, não se exige que também divulgue resultados usando o método</p><p>direto. Como o método direto impõe mais trabalho, poucas empresas escolhem essa</p><p>abordagem. Portanto, explicaremos o método direto no Apêndice 14A, e abordaremos o</p><p>método indireto no decorrer do capítulo.</p><p>Método indireto: processo de três passos</p><p>O método indireto ajusta a receita líquida ao caixa líquido gerado pelas atividades opera-</p><p>cionais usando um processo de três passos.</p><p>Passo 1 O primeiro passo é somar encargos de depreciação à receita líquida. Encar-</p><p>gos de depreciação são os créditos na conta de depreciação acumulada durante o período</p><p>– a soma total dos itens que aumentaram a depreciação acumulada. Por que fazemos</p><p>isso? Porque a depreciação acumulada é uma conta não monetária do balanço patrimo-</p><p>nial e temos que ajustar a receita líquida considerando todas as variações nas contas não</p><p>monetárias do balanço patrimonial que ocorreram durante o período.</p><p>Para calcular os créditos na conta de depreciação acumulada, usamos a equação de</p><p>contra -ativos que foi mencionada anteriormente:</p><p>Equação fundamental para contas de contra -ativos, passivos e patrimônio dos acionistas</p><p>Saldo	inicial	−	Débitos	+	Créditos	=	Saldo	final</p><p>Por exemplo, suponha que a conta de depreciação acumulada tenha saldos inicial e final</p><p>de US$ 300 e US$ 500, respectivamente. Além disso, suponha que a empresa venda</p><p>equipamentos com depreciação acumulada de US$ 70 durante o período. Considerando</p><p>que usamos os débitos na conta de depreciação acumulada para registrar a depreciação</p><p>acumulada de ativos que foram vendidos ou baixados, a depreciação que precisa ser so-</p><p>mada à receita líquida é calculada como segue:</p><p>Saldo	inicial	−	Débitos	+	Créditos	=	Saldo	final</p><p>US$	300	−	US$	70	+	Créditos	=	US$	500</p><p>Créditos	=	US$	500	−	US$	300	+	US$	70</p><p>Créditos = US$ 270</p><p>A mesma lógica pode ser representada usando -se uma conta T de depreciação acumula-</p><p>da. Considerando que conhecemos os saldos inicial e final da conta e o montante do dé-</p><p>bito que teria sido registrado para a venda de equipamentos, o lado de crédito da conta T</p><p>deve ser igual a US$ 270.</p><p>Depreciação acumulada (US$)</p><p>Venda de equipamentos 70</p><p>Saldo inicial 300</p><p>270</p><p>Saldo final 500</p><p>Para empresas de serviços e de merchandising, os créditos na conta T de depreciação acu-</p><p>mulada são iguais aos débitos na conta de despesas de depreciação. Para essas empresas, o</p><p>ajuste do passo 1 consiste em somar as despesas de depreciação à receita líquida. Entretan-</p><p>to, para as empresas manufatureiras, alguns dos créditos na conta T de depreciação acumu-</p><p>lada estão relacionados à depreciação de ativos de produção que são debitados dos estoques</p><p>de produção em andamento em vez de das despesas de depreciação. Para essas empresas,</p><p>os encargos de depreciação não são simplesmente iguais às despesas de depreciação.</p><p>4 Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados, Accounting Trends and Techniques: 2007 (Jer-</p><p>sey City, NJ, 2007), p. 503.</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 638 20/09/2012 11:24:37</p><p>Capítulo 14  Demonstração de fluxos de caixa 639</p><p>Como a depreciação é somada de volta à receita líquida na demonstração de fluxos de</p><p>caixa, algumas pessoas concluem, de forma errada, que uma empresa pode aumentar seu</p><p>fluxo de caixa simplesmente aumentando suas despesas de depreciação. Isso é falso; uma</p><p>empresa não pode aumentar seu caixa líquido gerado pelas atividades operacionais au-</p><p>mentando suas despesas de depreciação. Se ela aumentar suas despesas de depreciação</p><p>em X dólares, a receita líquida diminuirá em X dólares e o montante do ajuste do passo 1</p><p>desse processo aumentará em X dólares. A diminuição na receita líquida e o aumento no</p><p>montante do ajuste no passo 1 neutralizam um ao outro exatamente, resultando em um</p><p>impacto zero sobre o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais.</p><p>Passo 2 O segundo passo é analisar as variações líquidas nas contas não monetárias</p><p>do balanço patrimonial que causem um impacto sobre a receita líquida. O Quadro 14.2</p><p>fornece diretrizes gerais sobre como analisar contas de ativos e passivos circulantes.5</p><p>Para cada conta exibida no quadro, você começará consultando o balanço patrimonial</p><p>para calcular a variação no saldo da conta do início ao fim do período. Depois, ou você</p><p>somará cada um desses montantes à receita líquida ou os subtrairá dela, como mostra o</p><p>Quadro 14.2. Observe que as variações em todas as contas de ativos circulantes (contas</p><p>a</p><p>receber, estoques e despesas antecipadas) resultam no mesmo tipo de ajuste à receita lí-</p><p>quida. Se o saldo de uma conta de ativos aumenta durante o período, o montante desse</p><p>aumento é subtraído da receita líquida. Se o saldo de uma conta de ativos diminui duran-</p><p>te o período, o montante da diminuição é somado à receita líquida. As contas de passivos</p><p>circulantes (contas a pagar, provisões para pagamentos e impostos de renda devidos) são</p><p>tratadas da maneira oposta. Se o saldo de uma conta de passivos aumenta, o montante</p><p>desse aumento é somado à receita líquida. Se o saldo de uma conta de passivos diminui,</p><p>o montante da diminuição é subtraído da receita líquida.</p><p>Tenha em mente que a finalidade desses ajustes é expressar a receita líquida em termos</p><p>de caixa. Por exemplo, a variação no saldo de contas a receber mede a diferença entre ven-</p><p>das a crédito e recebimentos de caixa de clientes que compraram a crédito. Quando o saldo</p><p>de contas a receber aumenta, isso significa que o montante de vendas a crédito excede o</p><p>montante de caixa recebido dos clientes. Nesse caso, a variação no saldo de contas a rece-</p><p>ber é subtraída da receita líquida porque reflete o montante pelo qual as vendas a crédito</p><p>excedem os recebimentos de caixa dos clientes. Quando o saldo de contas a receber dimi-</p><p>nui, isso significa que o caixa recebido dos clientes excede as vendas a crédito. Nesse caso,</p><p>a variação no saldo de contas a receber é somada à receita líquida porque reflete o montan-</p><p>te pelo qual os recebimentos de caixa dos clientes excedem as vendas a crédito.</p><p>Aumento no</p><p>saldo da conta</p><p>Diminuição no</p><p>saldo da conta</p><p>QUADRO 14.2</p><p>Diretrizes gerais para analisar</p><p>como as variações nas contas</p><p>não monetárias do balanço</p><p>patrimonial afetam a receita</p><p>líquida na demonstração de</p><p>fluxos de caixa.</p><p>Ativos circulantes</p><p>Contas a receber ..........................................................</p><p>Estoques .......................................................................</p><p>Despesas antecipadas</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>Passivos circulantes</p><p>Contas a pagar .............................................................</p><p>Provisões para pagamento ..........................................</p><p>Impostos de renda devidos</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>As outras contas exibidas no Quadro 14.2 têm uma lógica subjacente similar. Os ajustes</p><p>nos estoques e nas contas a pagar expressam os custos de produtos vendidos em termos</p><p>de caixa pago para compra de estoques. Os ajustes nas despesas antecipadas e nas provi-</p><p>sões para pagamento expressam as despesas de venda e administrativas em termos de</p><p>caixa. Os ajustes nos impostos de renda devidos expressam as despesas com impostos de</p><p>renda em termos de caixa.</p><p>5 Outras contas como a de “juros devidos” podem afetar esses cálculos. Entretanto, para simplificar, neste</p><p>capítulo, concentraremo -nos nas contas exibidas no Quadro 14.2</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 639 20/09/2012 11:24:37</p><p>640 CONTABILIDADE GERENCIAL</p><p>POR DENTRO</p><p>DAS EMPRESAS PAGAMENTOS LENTOS OPRIMEM PEQUENAS EMPRESAS</p><p>Quando o mercado imobiliário da Califórnia quebrou, a Artisan Shutter Company passou por pro­</p><p>blemas graves de fluxo de caixa. Metade dos clientes da empresa começou a fazer pagamentos</p><p>atrasados. Finalmente, a empresa teve de demitir 15% de seus colaboradores por causa de entra­</p><p>das de caixa insuficientes. Esse problema ficou evidente na demonstração de fluxos de caixa, que</p><p>mostrava que os pagamentos atrasados aumentavam o saldo de contas a receber da Artisan e,</p><p>logo, diminuíam seu caixa líquido gerado pelas atividades operacionais. Os proprietários da em­</p><p>presa tiveram de “atacar” suas contas de aposentadoria e acumular enormes dívidas em seus</p><p>cartões de crédito somente para pagar suas contas e evitar a falência.</p><p>Dedique um tempo para contrastar esse quadro Por dentro das empresas ao quadro intitulado</p><p>“Amazon.com impulsiona os fluxos de caixa”, na página 653. Qual é a sua opinião?</p><p>FONTE: Kelly K. Spors e Simona Covel, “Slow Payments Squeeze Small ­Business Owners”, The Wall Street</p><p>Journal, 31 de outubro de 2008, p. B1 e B6.</p><p>Passo 3 O terceiro passo para calcular o caixa líquido gerado pelas atividades opera-</p><p>cionais é ajustar os ganhos/perdas incluídos na demonstração de resultados. Sob as re-</p><p>gras dos GAAP e IFRS, dos Estados Unidos, ganhos e perdas devem ser incluídos na</p><p>seção de atividades de investimento da demonstração de fluxos de caixa. Como ganhos e</p><p>perdas já estão na receita líquida, que está na seção de atividades operacionais, eles têm</p><p>de ser removidos da receita líquida antes de serem mostrados na seção de atividades de</p><p>investimento. Para fazer esse ajuste, devemos subtrair os ganhos da receita líquida e so-</p><p>mar as perdas à receita líquida na seção de atividades operacionais.</p><p>Atividades de investimento e financiamento: fluxos de caixa brutos</p><p>Os GAAP e IFRS dos Estados Unidos exigem que as seções de investimentos e financia-</p><p>mentos da demonstração de fluxos de caixa revelem os fluxos de caixa brutos. Para ilus-</p><p>trar isso, suponha que as lojas de departamentos Macy’s comprem US$ 50 milhões em</p><p>imóveis durante o ano e vendam outros imóveis por US$ 30 milhões. Em vez de mostrar</p><p>a variação líquida de US$ 20 milhões, a empresa tem de mostrar os montantes brutos</p><p>tanto das compras quanto das vendas. A compra de US$ 50 milhões seria divulgada</p><p>como uma saída de caixa e a venda de US$ 30 milhões seria divulgada como uma entra-</p><p>da de caixa na seção de investimento da demonstração de fluxos de caixa. Da mesma</p><p>maneira, se a Alcoa receber US$ 80 milhões da venda de títulos de dívida de longo prazo</p><p>e então pagar US$ 30 milhões para extinguir outros títulos de dívida, as duas transações</p><p>devem ser divulgadas separadamente na seção de financiamentos da demonstração de</p><p>fluxos de caixa em vez de ser calculado o resultado líquido de um com o outro.</p><p>O método de divulgar os fluxos de caixa brutos não é usado na seção de atividades opera-</p><p>cionais da demonstração de fluxos de caixa, em que débitos e créditos neutralizam um ao</p><p>outro. Por exemplo, se a Sears somar US$ 600 milhões às suas contas a receber em decorrên-</p><p>cia de vendas durante o ano e forem recebidos US$ 520 milhões em contas a receber, apenas</p><p>o aumento líquido de US$ 80 milhões é divulgado na demonstração de fluxos de caixa.</p><p>Para calcular os fluxos de caixa brutos das seções de investimentos e financiamentos da</p><p>demonstração de fluxos de caixa, você começará calculando as variações no saldo de cada</p><p>conta aplicável do balanço patrimonial. Assim como ocorre com os ativos circulantes,</p><p>quando o saldo de uma conta de ativos não circulantes (incluindo propriedades, instalações</p><p>e equipamentos; investimentos de longo prazo; e empréstimos a outras entidades) aumenta,</p><p>isso sinaliza a necessidade de subtrair as saídas de caixa na seção de atividades de investi-</p><p>mento da demonstração de fluxos de caixa. Se o saldo em uma conta de ativos não circu-</p><p>lantes diminui durante o período, isso sinaliza a necessidade de somar as entradas de caixa.</p><p>As contas de passivos e o patrimônio dos acionistas (títulos de dívida a pagar e ações ordi-</p><p>nárias) são tratados da maneira oposta. Se o saldo de uma conta de passivos e patrimônio</p><p>dos acionistas aumenta, isso sinaliza uma necessidade de somar as entradas de caixa na</p><p>seção de atividades de financiamento da demonstração de fluxos de caixa. Se o saldo de</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 640 20/09/2012 11:24:37</p><p>Capítulo 14  Demonstração de fluxos de caixa 641</p><p>POR DENTRO</p><p>DAS EMPRESAS PAGAMENTOS LENTOS OPRIMEM PEQUENAS EMPRESAS</p><p>Quando o mercado imobiliário da Califórnia quebrou, a Artisan Shutter Company passou por pro­</p><p>blemas graves de fluxo de caixa. Metade dos clientes da empresa começou a fazer pagamentos</p><p>atrasados. Finalmente, a empresa teve de demitir 15% de seus colaboradores por causa de entra­</p><p>das de caixa insuficientes. Esse problema ficou evidente na demonstração de fluxos de caixa, que</p><p>mostrava que os pagamentos atrasados aumentavam</p><p>o saldo de contas a receber da Artisan e,</p><p>logo, diminuíam seu caixa líquido gerado pelas atividades operacionais. Os proprietários da em­</p><p>presa tiveram de “atacar” suas contas de aposentadoria e acumular enormes dívidas em seus</p><p>cartões de crédito somente para pagar suas contas e evitar a falência.</p><p>Dedique um tempo para contrastar esse quadro Por dentro das empresas ao quadro intitulado</p><p>“Amazon.com impulsiona os fluxos de caixa”, na página 653. Qual é a sua opinião?</p><p>FONTE: Kelly K. Spors e Simona Covel, “Slow Payments Squeeze Small ­Business Owners”, The Wall Street</p><p>Journal, 31 de outubro de 2008, p. B1 e B6.</p><p>Embora essas diretrizes forneçam um ponto de partida útil, para calcular adequadamente</p><p>as entradas e saídas brutas de cada conta, você terá de analisar as transações que ocorre-</p><p>ram dentro dessa conta durante o período. Ilustraremos como fazer isso por meio de</p><p>propriedades, instalações e equipamentos e dos lucros retidos.</p><p>Propriedades, instalações e equipamentos Quando uma empresa compra proprieda-</p><p>des, instalações ou equipamentos, ela faz um débito na conta de propriedades, instalações</p><p>e equipamentos no valor da compra. Quando ela vende ou descarta esses tipos de ativos, faz</p><p>um crédito nessa mesma conta, mas no valor do custo original do ativo. Para calcular as</p><p>saídas de caixa relacionadas a propriedades, instalações e equipamentos, usamos a equa-</p><p>ção fundamental de ativos que mencionamos antes:</p><p>Equação fundamental para contas de ativos</p><p>Saldo	inicial	+	Débitos	−	Créditos	=	Saldo	final</p><p>Por exemplo, suponha que os saldos inicial e final de uma empresa em sua conta de pro-</p><p>priedades, instalações e equipamentos sejam US$ 1 mil e US$ 1,8 mil, respectivamente.</p><p>Além disso, durante o período a empresa vendeu um equipamento por US$ 40 em caixa</p><p>que, em um primeiro momento, custou US$ 100 e teve depreciação acumulada de US$</p><p>70. A empresa registrou um ganho de US$ 10 sobre a venda, que foi incluído na receita</p><p>líquida.</p><p>Começamos calculando o aumento de US$ 800 na conta de propriedades, instalações</p><p>e equipamentos. Esse aumento sinaliza a necessidade de subtrair as saídas de caixa na</p><p>seção de atividades de investimento da demonstração de fluxos de caixa. Na verdade,</p><p>pode ser tentador concluir que a maneira adequada de analisar as propriedades, instala-</p><p>ções e equipamentos nesse caso é registrar uma saída de caixa de US$ 800 correspon-</p><p>dente ao aumento de US$ 800 no saldo da conta. Entretanto, isso só seria correto se a</p><p>empresa não vendesse nenhuma propriedade, instalação ou equipamento durante o ano.</p><p>Como a empresa vendeu equipamentos, temos de usar a equação fundamental de contas</p><p>de ativos para calcular as saídas de caixa, como a seguir:</p><p>Saldo	inicial	+	Débitos	−	Créditos	=	Saldo	final</p><p>US$	1.000	+	Débitos	−	US$	100	=	US$	1.800</p><p>Débitos	=	US$	1.800	−	US$	1.000	+	US$	100</p><p>Débitos = US$ 900</p><p>A mesma lógica pode ser expressa usando uma conta T de propriedades, instalações e</p><p>equipamentos. Considerando que conhecemos os saldos inicial e final da conta e o mon-</p><p>tante de crédito que teria sido registrado para dar baixa do custo original do equipamento</p><p>Aumento no</p><p>saldo da conta</p><p>Diminuição no</p><p>saldo da conta</p><p>QUADRO 14.3</p><p>Diretrizes gerais para</p><p>analisar como as variações</p><p>nas contas não monetárias</p><p>do balanço patrimonial afetam</p><p>as seções de investimentos e</p><p>financiamentos da</p><p>demonstração de fluxos</p><p>de caixa.</p><p>Ativos não circulantes (atividades de investimento)</p><p>Propriedades, instalações e equipamentos .......................</p><p>Investimentos de longo prazo ...........................................</p><p>Empréstimos a outras entidades .......................................</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>Passivos e patrimônio dos acionistas</p><p>(atividades de financiamento)</p><p>Títulos de dívida a pagar ....................................................</p><p>Ações ordinárias ................................................................</p><p>Lucros retidos ....................................................................</p><p>Somar</p><p>Somar</p><p>*</p><p>Subtrair</p><p>Subtrair</p><p>*</p><p>* Exige maior análise para quantificar dividendos pagos em dinheiro.</p><p>uma conta de passivos e patrimônio dos acionistas diminui, isso sinaliza uma necessidade</p><p>de subtrair as saídas de caixa. O Quadro 14.3 resume essas diretrizes gerais.</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 641 20/09/2012 11:24:37</p><p>642 CONTABILIDADE GERENCIAL</p><p>que foi vendido, as adições à conta, como resume o lado de débitos da conta T, devem ser</p><p>iguais a US$ 900.</p><p>Propriedades, instalações e equipamentos (US$)</p><p>Saldo inicial</p><p>Adições</p><p>1.000</p><p>900 Venda de equipamentos 100</p><p>Saldo final 1.800</p><p>Então, em vez de divulgar uma saída de caixa de US$ 800 pertencente a propriedades,</p><p>instalações e equipamentos na seção de atividades de investimento da demonstração de</p><p>fluxos de caixa, a contabilidade adequada exige que se subtraia o ganho de US$ 10 sobre</p><p>a venda de equipamentos da receita líquida na seção de atividades operacionais da de-</p><p>monstração. Exige também que se divulgue uma entrada de caixa de US$ 40 da venda de</p><p>equipamentos e uma saída de caixa de US$ 900 nas somas à conta de propriedades, ins-</p><p>talações e equipamentos na seção de atividades de investimento da demonstração.</p><p>Lucros retidos Quando uma empresa obtém uma receita líquida, ela faz um crédito na</p><p>conta de lucros retidos e, quando paga um dividendo, faz um débito na conta de lucros</p><p>retidos. Para calcular o montante de um pagamento de dividendo, usamos a equação</p><p>fundamental de contas de patrimônio dos acionistas, mencionada anteriormente:</p><p>Equação fundamental para contas de patrimônio dos acionistas</p><p>Saldo	inicial	−	Débitos	+	Créditos	=	Saldo	final</p><p>Por exemplo, suponha que os saldos inicial e final de uma empresa em sua conta de lu-</p><p>cros retidos sejam US$ 2 mil e 3 mil, respectivamente. Além disso, a empresa divulgou</p><p>uma receita líquida de US$ 1,2 mil e pagou um dividendo, mas não sabemos de quanto.</p><p>Começamos calculando o aumento de US$ 1.000 na conta de lucros retidos. Entretanto,</p><p>esse montante reflete a receita líquida obtida durante o período além de o valor do paga-</p><p>mento do dividendo. Portanto, devemos usar a equação anterior para calcular o montante</p><p>do pagamento do dividendo, da seguinte maneira:</p><p>Saldo	inicial	−	Débitos	+	Créditos	=	Saldo	final</p><p>US$	2.000	−	Débitos	+	US$	1.200	=	US$	3.000</p><p>US$ 3.200 = US$ 3.000 + Débitos</p><p>Débitos = US$ 200</p><p>A mesma lógica pode ser expressa usando -se uma conta T de lucros retidos. Consideran-</p><p>do que conhecemos os saldos inicial e final da conta e a receita líquida que teria sido re-</p><p>gistrada do lado do crédito da conta T, o dividendo, como divulgado no lado do débito da</p><p>conta T, deve ser igual a US$ 200.</p><p>Lucros retidos (US$)</p><p>Dividendo 200</p><p>Saldo inicial</p><p>Receita líquida</p><p>2.000</p><p>1.200</p><p>Saldo final 3.000</p><p>Então, em vez de erroneamente divulgar um fluxo de caixa de US$ 1.000 pertencente à</p><p>variação geral nos lucros retidos, a contabilidade adequada exige que se divulgue a recei-</p><p>ta líquida de US$ 1.200 dentro da seção de atividades operacionais da demonstração de</p><p>fluxos de caixa e um dividendo de US$ 200 na seção de atividades de financiamento da</p><p>demonstração.</p><p>DELTA PETROLEUM VENDE AÇÕES PARA FINANCIAR EXPANSÃO</p><p>A Delta Petroleum Corporation queria aumentar suas perfurações para a extração de gás natural e</p><p>petróleo no Colorado e em Utah, Estados Unidos. Entretanto, o orçamento de capital da empresa para</p><p>2008 excedia seu fluxo de caixa. Para cobrir a diferença, a Delta vendeu 36 milhões de novas ações</p><p>de suas ações ordinárias à Tracinda Corporation por US$ 684 milhões. A Delta está confiante de que</p><p>a entrada de caixa de sua transação aumentará sua reserva de recursos naturais e, afinal, aumentará</p><p>o preço de suas ações; no entanto, a transação deu à Tracinda uma participação acionária de 35% na</p><p>Delta e permitiu a esta empresa que nomeasse um terço do conselho de diretoria da Delta.</p><p>Quando as empresas não podem financiar seus planos de expansão com caixa gerado interna­</p><p>mente, normalmente escolhem uma dentre duas</p><p>opções para ganhar acesso a caixa. Ou tomam</p><p>dinheiro emprestado de credores ou vendem ações ordinárias a compradores, que ganham parti­</p><p>cipação acionária em sua empresa.</p><p>FONTE: Russell Gold, “Delta Petroleum’s Stake Sale Eases Need for Cash”. The Wall Street Journal, 2 de janei­</p><p>ro de 2008, p. A3.</p><p>POR DENTRO</p><p>DAS EMPRESAS</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 642 20/09/2012 11:24:37</p><p>Capítulo 14  Demonstração de fluxos de caixa 643</p><p>DELTA PETROLEUM VENDE AÇÕES PARA FINANCIAR EXPANSÃO</p><p>A Delta Petroleum Corporation queria aumentar suas perfurações para a extração de gás natural e</p><p>petróleo no Colorado e em Utah, Estados Unidos. Entretanto, o orçamento de capital da empresa para</p><p>2008 excedia seu fluxo de caixa. Para cobrir a diferença, a Delta vendeu 36 milhões de novas ações</p><p>de suas ações ordinárias à Tracinda Corporation por US$ 684 milhões. A Delta está confiante de que</p><p>a entrada de caixa de sua transação aumentará sua reserva de recursos naturais e, afinal, aumentará</p><p>o preço de suas ações; no entanto, a transação deu à Tracinda uma participação acionária de 35% na</p><p>Delta e permitiu a esta empresa que nomeasse um terço do conselho de diretoria da Delta.</p><p>Quando as empresas não podem financiar seus planos de expansão com caixa gerado interna­</p><p>mente, normalmente escolhem uma dentre duas opções para ganhar acesso a caixa. Ou tomam</p><p>dinheiro emprestado de credores ou vendem ações ordinárias a compradores, que ganham parti­</p><p>cipação acionária em sua empresa.</p><p>FONTE: Russell Gold, “Delta Petroleum’s Stake Sale Eases Need for Cash”. The Wall Street Journal, 2 de janei­</p><p>ro de 2008, p. A3.</p><p>POR DENTRO</p><p>DAS EMPRESAS</p><p>Resumo dos conceitos ‑chave</p><p>O Quadro 14.4 resume os quatro conceitos -chave que discutimos. O primeiro deles é que</p><p>a demonstração de fluxos de caixa é dividida em três seções: atividades operacionais,</p><p>atividades de investimento e atividades de financiamento. O caixa líquido usado ou gera-</p><p>do por esses três tipos de atividades é combinado, gerando aumento ou diminuição líqui-</p><p>dos em caixa e equivalentes de caixa, que explica a variação no saldo de caixa. O segun-</p><p>do conceito -chave é que a seção de atividades operacionais da demonstração de fluxos de</p><p>caixa pode ser preparada por meio dos métodos direto ou indireto. O método direto ex-</p><p>pressa, em termos de caixa, as vendas, os custos de produtos vendidos, as despesas de</p><p>venda e administrativas e as despesas com impostos de renda. O método indireto começa</p><p>com a receita líquida em regime de acréscimo e a ajusta em termos de caixa. O terceiro</p><p>conceito -chave é que o método indireto exige três passos para calcular o caixa líquido</p><p>gerado pelas atividades operacionais. O primeiro passo é somar a depreciação de volta à</p><p>receita líquida. O segundo passo é analisar as variações líquidas nas contas não monetá-</p><p>rias do balanço patrimonial que afetem a receita líquida. O terceiro passo é ajustar os</p><p>ganhos e perdas incluídos na demonstração de resultados. O quarto conceito -chave é re-</p><p>gistrar entradas e saídas de caixa brutas nas seções de investimentos e financiamentos da</p><p>demonstração de fluxos de caixa.</p><p>14_Contabilidade Gerencial.indd 643 20/09/2012 11:24:38</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p>

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