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Profa. Ma. Tânia Trajano
UNIDADE II
História e Teoria
do Jornalismo
 Agora o foco é o desenvolvimento do jornalismo no Brasil.
Veremos:
 O jornalismo no período colônia;
 O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência;
 O jornalismo no Segundo Reinado;
 O jornalismo na República Velha;
 O jornalismo na República Nova: a Revolução de 1930 e o Estado Novo;
 O jornalismo de 1945 a 1964: do governo Dutra a João Goulart;
 O jornalismo na Ditadura Militar;
 O jornalismo na Nova República.
O que temos nesta unidade II da nossa disciplina?
 Em seus primórdios, a imprensa brasileira foi tributária do jornalismo praticado em Portugal, 
onde começou relativamente cedo. 
 Já em 1641 eram publicados em terras portuguesas os primeiros papéis noticiosos, como 
eram chamadas as gazetas. 
 As notícias eram dadas de forma sucinta e superficial. 
 Por exemplo, quando ocorreu o terremoto de Lisboa, em 1755, que devastou a cidade e 
provocou milhares de mortes, os jornais daquele país se limitaram a noticiar o fato em 
algumas poucas linhas, sem se aprofundar na tragédia.
O jornalismo no período colonial
 Tem uma explicação para isso...
 relação de desconfiança que Portugal tinha com a leitura e o conhecimento, reflexo do 
domínio secular que a Igreja Católica exercia sobre os países ibéricos;
 a Inquisição agia de forma mais rígida do que em outras paragens para coibir o 
pensamento livre;
 assim como os espanhóis, os portugueses viam os livros e, posteriormente, os jornais 
como algo perigoso...
 enquanto a leitura era estimulada nos países protestantes, a partir dos estudos 
sistemáticos das escrituras, na península ibérica esse hábito era desencorajado e 
estava sob constante escrutínio das autoridades eclesiásticas. 
E essa política se estendia aos seus domínios d’além-mar.
O jornalismo no período colonial
 No Brasil colonial, a situação era ainda mais restrita do que na Corte;
 apenas os religiosos tinham acesso aos livros, normalmente inacessíveis ao 
público em geral, mantidos nas bibliotecas dos mosteiros e colégios jesuítas, longe 
de olhares desautorizados. 
 Praticamente não havia bibliotecas em casas de particulares. Apenas as obras que 
passavam pelo crivo da censura e tinham o selo de aprovação da autoridade eclesiástica 
é que podiam circular no país livremente. 
 As demais só entravam em nosso território de maneira clandestina, por intermédio de 
livreiros que as contrabandeavam para os interessados.
O jornalismo no período colonial
 Pela mesma razão, a imprensa demorou a se instalar no Brasil, enquanto no restante do 
continente ela já vinha sendo exercitada em várias partes. 
 Data de 1690 a primeira publicação de um jornal na América, o Public Occurences, both 
Foreign and Domestic, editado em Boston, nos Estados Unidos, embora o verdadeiro início 
do jornalismo americano seja atribuído ao Boston News Letter, lançado em 1704.
 Essas iniciativas foram seguidas por publicações jornalísticas na Guatemala (Gaceta de 
Guatemala, a partir de 1729), Equador (Primicias de La Cultura de Quito, do mesmo ano), 
Colômbia (Gaceta de Santa Fé y Bogotá, Capital del Nuevo Reino de Granada, lançado 
em 1735), Peru (Gaceta de Lima, de 1743, o primeiro diário 
das Américas), México, em 1772, Cuba, em 1790, e 
Argentina, em 1801. 
O jornalismo no período colonial
 Enquanto isso, no Brasil, todas as tentativas de se criar jornais no país eram severamente 
reprimidas pela Metrópole;
 Apenas alguns jornais impressos em Portugal circulavam por aqui e a instalação de 
tipografias era proibida. 
 Essa história muda de rumo apenas em 1808, quando a Corte se transfere para o Brasil.
 Alguns estudiosos consideram a Carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de 
Pedro Álvares Cabral, que narrava a descoberta e as explorações iniciais do Brasil em 
1500, a primeira reportagem realizada em nosso país... mas o jornalismo propriamente 
dito só fincou raízes em nossas terras quando a Corte de Portugal aportou no 
Rio de Janeiro. 
O jornalismo no período colonial
 Uma das medidas tomadas por D. João na ocasião de sua chegada ao Brasil foi a fundação 
da Imprensa Régia no Rio de Janeiro, estabelecida em decreto de 13 de maio daquele ano;
 Foi abolida, naquele momento, a proibição de se criarem tipografias no país;
 A Imprensa Régia originalmente tinha a função de imprimir e divulgar os atos 
normativos e administrativos reais, além de documentos diplomáticos e 
registros das repartições públicas.
 Mas o rei também instituiu a censura prévia de todas as publicações, determinação 
que seria anulada somente em 1821, às vésperas da Independência. 
O jornalismo no período colonial
 Foi nesse contexto de cerceamento da liberdade de expressão que entrou em cena aquele 
que é considerado pelos historiadores o primeiro jornal brasileiro. 
 Correio Braziliense – publicado em Londres, era redigido por 
Hipólito José da Costa, e que se manteve em circulação por 
mais de 14 anos, de 1º de junho de 1808, quando o primeiro 
número foi lançado, até dezembro de 1822, somando 
175 edições mensais.
O jornalismo no período colonial
Fonte: Disponível em: 
https://bit.ly/301nUUH. 
Frontispício da edição de junho 
de 1808 do Correio Braziliense
Em termos formais, o Correio Braziliense inseria-se no modelo estabelecido pelo 
Primeiro Jornalismo:
 doutrinário, preocupado mais em fazer proselitismo político-ideológico do que 
noticiar os fatos;
 estruturalmente, era dividido em seções nas quais o autor discorria sobre diversos assuntos, 
incluindo ciências, artes, comércio e, naturalmente, política;
 parecia-se mais com um livro do que um jornal, como imaginamos hoje; 
 o número de páginas variava entre 100 e 140 páginas. Era escrito por um intelectual para 
intelectuais que compartilhavam as suas ideias e, portanto, empregava uma linguagem 
erudita e floreada. Estava longe de ser um veículo de comunicação popular.
O jornalismo no período colonial
 O Correio foi arduamente combatido pela Coroa, que chegou até a patrocinar, em 1811, a 
criação de outro veículo para anular a sua influência, O Investigador Português, produzido e 
vendido em Londres por dois médicos lusitanos.
 Embora o Correio tenha sido o primeiro jornal genuinamente brasileiro, preocupado 
exclusivamente com questões nacionais, ainda que sob uma perspectiva estrangeira, o 
primeiro jornal escrito e impresso em nosso território foi A Gazeta do Rio de Janeiro.
 Produzido nas instalações da Imprensa Régia e lançado alguns meses depois do jornal 
de Hipólito José da Costa, em setembro de 1808. 
 A sua redação ficava a cargo de Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, o primeiro 
jornalista profissional de nosso país, enquanto a edição era responsabilidade de Frei 
Tibúrcio José da Rocha. Tratava-se, portanto, de um jornal 
oficial, limitado a publicar comunicados da Coroa e atrelado aos 
interesses régios.
O jornalismo no período colonial
 Enquanto o Correio possuía periodicidade mensal e preço alto, 
A Gazeta do Rio de Janeiro circulava duas vezes por semana 
e era barato, o que o tornou rapidamente popular. 
 Inicialmente com poucas folhas, assemelhava-se mais a um 
folheto do que a um jornal propriamente dito. 
 Essencialmente informativo, sem o caráter doutrinário 
de seu concorrente, publicava informes retirados de 
jornais de Lisboa a respeito da situação internacional. 
O jornalismo no período colonial
Fonte: Disponível em: 
https://bit.ly/3GVVpbX
Frontispício da edição de 
setembro de 1808 de A 
Gazeta do Rio de Janeiro
 Em 1822, o seu nome foi abreviado para Gazeta do Rio e, no ano seguinte, mudou para 
Diário do Governo. 
 No decorrer dos anos, sofreu outras alterações, sendo chamado sucessivamente de 
Correio Oficial e Gazeta Oficial do Império do Brasil até se tornar o Diário Oficial, em 1892, 
após o advento da República. 
 A Gazeta do Rio de Janeiro, em suas diversasencarnações, é o jornal mais antigo em 
circulação no país quase que ininterruptamente. Desde dezembro de 2017, ele passou a 
ser exclusivamente virtual, só podendo ser acessado através da página da Imprensa 
Oficial na internet.
 O primeiro jornal não oficial impresso no Brasil só apareceria em 1811:
 A Idade de Ouro no Brasil era escrito e impresso na Bahia por 
dois portugueses, o padre Inácio José de Macedo e Diogo 
Soares da Silva;
 Como o próprio nome sugere, esse jornal fazia apologia do rei 
e do regime absolutista, preocupava-se mais em relatar os 
eventos sociais envolvendo a Corte e exaltar as realizações 
joaninas do que em retratar a realidade social.
O jornalismo no período colonial
 Para fecharmos a análise deste período, vale o registro sobre essa característica da 
imprensa áulica: jornalismo bajulador e sincronizado com os interesses reais.
 Com a difusão da imprensa, contudo, começaram a surgir os “opositores” ao 
governo, como o Preciso.
 A leitura de obras de cunho iluminista e libertário se expandiu, fazendo com que mais 
pessoas aderissem à causa separatista. 
 reação: censura das provas tipográficas, em vez do material impresso, e proibição de 
qualquer publicação que versasse sobre política, religião ou a figura do rei que não fosse 
da maneira laudatória da imprensa áulica.
 Diversos jornais nasceram para fazer defender a posição dos 
liberais: Diário Constitucional, Revérbero Constitucional 
Fluminense, A Malagueta.
 .... Detalhe: consta que os jornais foram determinantes para 
convencer o príncipe regente a permanecer no Brasil, no 
episódio conhecido como Dia do Fico.
O jornalismo no período colonial
Com relação ao marco inicial de nossos meios de comunicação social, analise as afirmativas:
I. O marco inicial do jornalismo no Brasil é 1808, quando passou a circular, 
em 1º de junho, o Correio Braziliense.
II. O Correio Braziliense era editado na Bahia, por Hipólito José da Costa Pereira 
Furtado de Mendonça.
III. O jornalismo no país tornou-se possível quando Dom João VI, ao aportar no Brasil, assinou 
a Carta Régia que, entre outras medidas, instalava a Imprensa Régia.
É correto o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
Interatividade
Com relação ao marco inicial de nossos meios de comunicação social, analise as afirmativas:
I. O marco inicial do jornalismo no Brasil é 1808, quando passou a circular, 
em 1º de junho, o Correio Braziliense.
II. O Correio Braziliense era editado na Bahia, por Hipólito José da Costa Pereira 
Furtado de Mendonça.
III. O jornalismo no país tornou-se possível quando Dom João VI, ao aportar no Brasil, assinou 
a Carta Régia que, entre outras medidas, instalava a Imprensa Régia.
É correto o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
Resposta
O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência
 Órgãos de imprensa continuaram exercendo pressão sobre o governo para dar andamento à 
redação de uma Constituição brasileira;
 Havia, neste momento, 3 vertentes que representavam as diversas forças políticas em ação 
no país, desenharam-se nesse contexto: 
 A facção conservadora, que apoiava o imperador D. Pedro I – remanescente da imprensa 
áulica, como o Diário Fluminense;
 A monarquia constitucional e a elaboração de uma Constituição menos autoritária, além 
das prerrogativas do Legislativo, continuavam a ser defendidas por jornais de cunho liberal 
mais moderado.
 Na ponta mais radical do espectro político figurava o Tífis 
Pernambucano. Criado em 1823, era um feroz opositor do 
absolutismo – campanha aguerrida pela dissolução da 
Constituinte e pregava a proclamação da República e a 
libertação dos escravos, décadas antes que isso se 
tornasse possível.
Primeiro Reinado
 Característica importante:
 A Regência possuía um feitio mais democrático e liberal, que se traduzia em uma ampla 
liberdade de imprensa, mas, à medida que as crises políticas se sucederam, a linha 
conservadora gradualmente recuperou a proeminência.
 O relaxamento da censura, em um primeiro momento, permitiu o surgimento 
de uma imprensa descomprometida com a verdade dos fatos e a disseminação 
de mentiras e ofensas. 
 Fake News? Os jornais brasileiros desse período já 
inventavam notícias, difamavam e injuriavam os adversários 
políticos, devassando sem pudor as suas vidas particulares e 
de suas famílias, trocando entre si todo tipo de ataque verbal, 
que muitas vezes resvalava para a agressão física 
pura e simples.
O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência
 Esse foi o período áureo dos chamados pasquins, jornais baratos, na maioria dos casos em 
formato de in-quarto, escritos em linguagem vulgar e chula, dirigidos à população menos 
culta e semiletrada, como os artesãos, os trabalhadores braçais e os ex-escravos.
 Esses jornais recebiam nomes jocosos e indecorosos...
 O Buscapé, Doutor Tirateimas, O Médico dos Malucos, Diabrete e 
O Par de Tetas, entre outros. 
 Outro detalhe interessante: traziam epígrafes criativas e 
poéticas, algumas tiradas de Camões ou outros escritores, 
e que resumiam o seu lema.
O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência
Fonte: Biblioteca Nacional Digital. 
Disponível em 
http://memoria.bn.br/docreader/doc
reader.aspx?bib=224464&pagfis=1
 Sobre os pasquins:
 tinham poucas páginas, dedicavam-se a abordar apenas um assunto específico, 
em tom inflamado;
 estavam mais para panfletos provocativos do que para jornais propriamente ditos;
 não possuíam uma periodicidade regular;
 duravam apenas alguns poucos números, isso quando passavam da primeira edição.
 Durante o período da Ditadura Militar, entre os anos 1960 e 
1970, o semanário O Pasquim escolheu o nome desses 
jornais de baixa qualidade do período regencial para 
satirizar o contexto político em que o país havia mergulhado 
após o Golpe de 64.
O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência
 Paralelamente à proliferação dos pasquins, surgiram alguns jornais especializados:
 A Mineira, do Rio de Janeiro, voltado para o público feminino, e O Crioulinho, O Homem de 
Cor ou o Mulato e O Brasileiro Pardo, exemplos pioneiros de publicações preocupadas em 
discutir as questões raciais. 
 Outro fato digno de nota nessa fase foi o aparecimento da 
primeira caricatura feita no país, uma litografia satirizando o 
servilismo de um jornalista diante do governo, de autoria de 
Manuel de Araújo Porto Alegre, publicada no Jornal 
do Comércio, em 1837. 
O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência
Fonte: Biblioteca Nacional Digital. 
Disponível em 
http://memoria.bn.br/docreader/DocRea
der.aspx?bib=701815&pagfis=1
 Alguns anos depois, já no Segundo Reinado, foi em jornais “personalistas” que o fim da 
escravidão e a implantação da República começaram a ser propostos.
 À medida que as insurreições nas províncias eram sufocadas com violência, a ala 
conservadora voltou-se contra a oposição de esquerda e forçou a linha liberal moderada a 
preparar a manobra que levou ao chamado Golpe da Maioridade, em que D. Pedro II foi 
declarado maior de idade antes de completar 15 anos e, portanto, apto a assumir o trono, o 
que ocorreu em 23 de julho de 1840. 
 Começava então o Segundo Reinado, uma das fases mais prósperas e vibrantes para o 
nosso jornalismo.
O jornalismo no Primeiro Reinado e no período da Regência
Segundo Reinado: contexto:
 D. Pedro II passou a concentrar em suas mãos todas as decisões relativas ao império que 
havia herdado e, aos poucos, desestimulou o avanço dos liberais.
 Concomitantemente a esse processo, a economia tornou-se cada vez mais dependente do 
crescente comércio internacional do café. 
 Os latifundiários cafeeiros, instalados sobretudo no Sudeste, nas províncias de São Paulo 
e Rio de Janeiro, emergiram então como as novas forças econômicas do país.
 Utilizando a mão de obra escrava abundante e barata,que havia ficado ociosa com o fim do 
ciclo de mineração, as lavouras de café puderam se expandir e forneceram ao governo real o 
afluxo de recursos de que ele precisava para se consolidar. 
 Um pacto tácito entre conservadores e liberais permitiu que o 
imperador exercesse o seu reinado sem grandes oposições 
iniciais, apaziguando momentaneamente as disputas políticas 
entre as duas facções rivais.
O jornalismo no Segundo Reinado
 Aproveitando-se do surto econômico que o Brasil atravessava, a imprensa brasileira 
começou a estruturar-se em bases empresariais e capitalistas, típicas do período do 
Segundo Jornalismo.
 Embora a imprensa conservadora fosse dominante nessa fase, posições políticas mais 
liberais começavam a ser defendidas em jornais como o Correio Mercantil, que seguia uma 
linha mais independente. 
 Publicações cada vez mais diferenciadas também despontaram, como 
a Lanterna Mágica, que se beneficiou dos avanços técnicos e gráficos 
que permitiam reproduzir gravuras para se tornar o primeiro jornal 
especializado em publicar caricaturas.
O jornalismo no Segundo Reinado
Fonte: http://bndigital.bn.br/acervo-
digital/gazeta-da-tarde/819280. 
 Um reflexo dessas mudanças sociais foi a gradual emancipação das mulheres. 
 À medida que superavam as restrições do período colonial, elas foram cada vez mais 
atraídas para o modelo urbano europeu. 
 Conquanto ainda dependentes dos maridos, conquistaram relativa liberdade enquanto 
buscavam equiparar-se às damas francesas e inglesas na moda e nos hábitos. 
 ... Consequentemente, diversas publicações impressas passaram a explorar essa tendência. 
O Jornal das Senhoras, lançado em 1852 pela baiana Violante Ataliba Ximenes de Bivar, foi 
um dos primeiros dedicados exclusivamente ao público feminino. 
 Trazia poemas, novidades a respeito das modas e outras 
amenidades típicas da época. Esse padrão foi logo seguido 
por várias outras publicações, como o Jornal das Moças 
Solteiras, o Bom Tom e o Correio das Damas. 
 Essa corrente marcou o surgimento e a popularização da 
literatura romântica nas páginas de jornais e revistas.
O jornalismo no Segundo Reinado
Jornal das Senhoras
Fonte: http://bndigital.bn.br/acervo-
digital/vida-elegante/382612
Fonte: 
http://memoria.bn.br/DOCREADER/d
ocreader.aspx?BIB=700096. 
 Sobre os folhetins nacionais:
 O primeiro foi Cinco minutos, que José de Alencar começou a publicar no Diário do Rio de 
Janeiro em 1856, seguido, no ano seguinte, pelo seu maior sucesso, O guarani. 
 Vários escritores pegaram carona no êxito dos folhetins, entre os quais um jovem negro 
carioca que iniciou a carreira como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial e bem cedo 
escrevia seus contos e romances em capítulos para jornais como A Marmota, e que 
estava destinado a se tornar o maior escritor brasileiro de todos os tempos: 
Machado de Assis. 
 Outro gênero que adquiriu relevo nessa época foi a crônica, da qual Machado e Alencar 
foram dois dos mais proeminentes representantes. 
O jornalismo no Segundo Reinado
 A imprensa brasileira também se aproveitava da modernização tecnológica do país, como a 
extensão das linhas telegráficas e telefônicas e da implantação do serviço regular de 
correios, primeiramente entre Campinas e São Paulo, a partir de 1867, que permitiram 
ampliar a distribuição de revistas e jornais pelo país afora.
 Enquanto a imprensa conservadora prosperava em decorrência da calmaria política e do 
desenvolvimento econômico, o movimento abolicionista se fortalecia, sobretudo na 
imprensa estudantil.
 Aparecimento de jornais dedicados à causa, como O Sete de Abril, lançado em 1865, e de 
onde despontariam nomes como Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa e Castro Alves. 
 O Brasil passava, então, pela Guerra do Paraguai, evento que 
mudaria definitivamente os rumos políticos do país. 
O jornalismo no Segundo Reinado
 Um dos efeitos imediatos do conflito, que envolveu Brasil, Argentina e Paraguai, foi o 
substancial aumento do número de escravos que conquistavam a alforria depois de servir no 
exército e regressar ao país. 
 Esse processo contribuiu para alimentar a fogueira dos ideais libertários, ao mesmo tempo 
que enfraquecia as bases econômicas da sociedade cafeeira em que se estruturava o 
governo de D. Pedro II, à medida que a mão de obra escrava começava a escassear. 
 Diversos veículos passaram a defender abertamente o fim da escravidão, como A Reforma, 
surgida no Rio de Janeiro, em 1869, e que pregava a reforma ou a revolução. 
 Uma das publicações mais importantes que contribuíram para 
a causa foi a Revista Illustrada, fundada pelo imigrante italiano 
Angelo Agostini, que publicou Cenas da escravidão, uma série 
de desenhos que mostravam os sofrimentos dos negros sob 
as torturas impostas pela sociedade branca dominante, e que 
Joaquim Nabuco saudou como a Bíblia da Abolição para os 
que não sabem ler.
O jornalismo no Segundo Reinado
O jornalismo no Segundo Reinado
Fonte: Acervo Biblioteca Digital. Disponível em http://bndigital.bn.br/acervo-
digital/revista-illustrada/332747
 Pela primeira vez na nossa imprensa, a escravidão era exibida sem pudores, em toda a sua 
desumanidade e crueldade. 
 As imagens contundentes e perturbadoras podiam ser entendidas mais facilmente pela 
população, de maioria analfabeta, do que os textos impressos, que eram dirigidos para as 
classes mais letradas e ajudaram a conscientizar a opinião pública para a necessidade 
urgente de sua extinção. 
 Além desse trabalho memorável e fundamental, Agostini foi o pioneiro das histórias em 
quadrinhos em nosso país com o lançamento de As aventuras do Zé Caipora, em 1884.
 Por esse pioneirismo, ele é considerado hoje o patrono dos quadrinhos nacionais e seu 
nome é dado a mais importante premiação atribuída aos profissionais da área todos os anos.
O jornalismo no Segundo Reinado
 Um último aspecto sobre esse período:
 os latifundiários cafeeiros de São Paulo e do Rio de Janeiro reagiram às investidas pela 
abolição fundando o próprio jornal pró-escravidão, o Novidades, mas a essa altura o 
processo histórico que levou à libertação dos escravos era irreversível. 
 A campanha na imprensa gradualmente surtiu o efeito esperado. 
 Sob pressão da opinião pública, o escravismo cedia cada vez mais terreno, inclusive no 
plano legal, com a promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, que garantia a alforria 
aos filhos das escravas, e da Lei dos Sexagenários, em 1885, que determinava a 
liberdade para os escravos com 60 anos ou mais. 
 O fim definitivo da escravidão era inevitável e apenas uma questão de tempo.
O jornalismo no Segundo Reinado
 Quando os religiosos e os militares, descontentes com a solução que o governo havia dado 
àquelas questões, passaram a apoiar abertamente as causas abolicionistas e republicanas, o 
império dependeu apenas dos latifundiários para continuar existindo. 
 Finalmente, a pressão da opinião pública, mobilizada pelos 
órgãos de imprensa abolicionistas, levou à extinção da 
escravidão com a decretação da Lei Áurea, em 13 de 
maio de 1888. 
 Com a libertação dos escravos, o Segundo Reinado perdeu 
o seu último pilar de sustentação. 
 Os cafeicultores passaram então 
a apoiar a implantação da República, 
que ocorreria finalmente em 
15 de novembro de 1889. 
1º de janeiro de 1890, o jornal 
alterou o seu nome e se tornou 
O Estado de São Paulo.
O jornalismo no Segundo Reinado
Fonte: 
https://acervo.estadao.com.br/pa
gina/#!/18891116-4373-nac-0001-
999-1-not
A propósito do papel exercido pela imprensa áulica durante o regime monárquico no Brasil, é 
correto afirmar que:
a) Apoiava o imperador e a corte portuguesa.
b) Lutava pela causa abolicionista.
c) Criticava duramente o imperador e a corte portuguesa.
d) Levantava a bandeira do republicanismo.
e) Falava mal da vida de políticos e celebridades da época.
Interatividade
A propósito do papelexercido pela imprensa áulica durante o regime monárquico no Brasil, é 
correto afirmar que:
a) Apoiava o imperador e a corte portuguesa.
b) Lutava pela causa abolicionista.
c) Criticava duramente o imperador e a corte portuguesa.
d) Levantava a bandeira do republicanismo.
e) Falava mal da vida de políticos e celebridades da época.
Resposta
O jornalismo na República Velha
 Apesar da derrubada do regime imperial, os jornais monarquistas continuaram atuantes nos 
primeiros tempos da República, militando a favor do retorno ao poder de D. Pedro II e 
travando constantes polêmicas com os veículos republicanos. 
 Um dos mais influentes desses jornais pró-imperador foi o Jornal do Brasil, fundado em 9 
de abril de 1891.
 possuía estrutura de empresa de grande porte, com rotativas modernas, capazes de 
imprimir 50 mil exemplares diários, um feito impressionante para a época, distribuição 
por intermédio de carroças e outras inovações. 
 destacava-se também pela contribuição de correspondentes 
estrangeiros e por inaugurar a primeira coluna feminina regular
de nossa imprensa, assinada por Clotilde Doyle.
- apoio às causas sociais e a campanhas como a do combate 
ao analfabetismo.
O Jornalismo no Brasil Republicano
 Outro jornal que fazia oposição ao recém-instalado regime foi A Tribuna Liberal, de Eduardo 
Prado, que após algum tempo passou a se chamar simplesmente A Tribuna. Depois de uma 
série de críticas virulentas ao então presidente Deodoro da Fonseca, considerado inepto e 
prepotente, o jornal também foi depredado, em novembro de 1890.
O Jornalismo no Brasil Republicano
 Embora tenha sofrido um sério revés com o fim da escravidão, a elite agrária 
continuou prosperando no início da República, mas agora contando com a força dos 
trabalhadores assalariados. 
 Para garantir mais rendimento e reduzir os custos, essa mão de obra passou a ser 
importada ainda antes da Lei Áurea ser promulgada. 
 Os imigrantes, a princípio italianos e alemães, e posteriormente também japoneses, 
ajudaram a garantir a produtividade das culturas cafeeiras por décadas. 
 Uma parte significativa desse contingente estrangeiro se instalou nas grandes cidades, 
principalmente em São Paulo, em bairros como Brás, Bexiga e Barra Funda. 
 Jornais comunitários voltados para essas comunidades, 
escritos em suas línguas nativas, começaram então a circular: 
Fanfulla, da colônia italiana, Deutscher Zeitung, da colônia 
alemã, e Correo Iberico, do Rio de Janeiro, voltado 
para os espanhóis.
República Velha
 Período conturbado, com os movimentos de rebelião, de cunho tanto 
social quanto político, entre os quais o mais famoso e o de maior 
abrangência foi o que envolveu o arraial de Canudos, no interior da 
Bahia, entre 1896 e 1897. 
 Fato importante: o jornal O Estado de S. Paulo enviou para a 
região um correspondente de guerra, o engenheiro militar e 
jornalista Euclides da Cunha. 
 Durante meses, transmitiu para o jornal os relatos a respeito do 
progresso da guerra, que testemunhavam o morticínio perpetrado 
pelas tropas federais contra a população indefesa dos sertanejos. 
Depois do fim do conflito, ele 
reuniu esses relatos e lhes deu 
uma feição mais literária e científica 
no clássico Os sertões, publicado em 
1902 e considerado o primeiro 
livro-reportagem escrito no Brasil. 
Período republicano
Fonte: 
em http://www.euclides.
site.br.com/imagens/cari
caturaeuclides.jpg
Caricatura do 
autor brasileiro 
Euclides da 
Cunha por Raul 
Pederneiras 
(1903). 
 A ascensão da burguesia industrial, que já se desenhava desde o início da 
República, ganhou ímpeto a partir dos primeiros anos do século XX, com o 
nascente processo de industrialização. 
 O jornalismo, que já vinha se estruturando solidamente como empresa, elevou-se ao nível 
dos empreendimentos de grande vulto. 
 Os veículos de grande porte rapidamente sufocaram os pequenos, que saíram de circulação 
definitivamente ou foram absorvidos, incapazes de competir, em termos financeiros, com o 
avanço da grande imprensa no país. 
 O número de títulos diminuiu consideravelmente e uma quantidade menor de empresas 
jornalísticas passou a concentrar o volume de publicações.
Período republicano
 O próprio O Estado de S. Paulo, que em 1902 passou a ser propriedade de Júlio de 
Mesquita, com Nestor Pestana como secretário de redação, modernizou-se e passou a rodar 
tiragens diárias da ordem de 35 mil exemplares. 
 Assim como O Estado, o Jornal do Brasil também experimentou um 
considerável desenvolvimento. 
 Em seu prédio na Avenida Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o mais alto da América 
Latina até então, ele instalou os primeiros linotipos do país e passou a imprimir e distribuir 
suplementos em quatro cores. 
 A partir de 1912, fez uso, pela primeira vez no jornalismo brasileiro, de máquinas de 
escrever nas redações e inaugurou a primeira editoria de esportes do país. 
Um pouco antes, em 1906, surgiu A Gazeta, outro importante 
veículo de imprensa da capital paulista, que em 1918 passaria a 
ser dirigido por Cásper Líbero.
Período republicano
 Essa situação gerou um descompasso entre o jornalismo que passou a ser então praticado, 
de cunho mais capitalista, modernizante e industrial, e a elite política dominante, 
predominantemente latifundiária, escorada na chamada Política do Café com Leite.
Período republicano
 Problemas recorrentes na imprensa:
 para calar as vozes opositoras, governo passou a subornar a opinião favorável dos jornais 
abertamente, sem o mínimo resquício de pudor. 
 A filha de Campos Salles chegou a dizer que “se não houvesse feito calar a gritaria dos 
jornais, não teria levado a termo a obra de salvação financeira do país”.
 Uma voz discordante nessa fase, que rompe a complacência da imprensa para com o 
governo Campos Salles, foi o Correio da Manhã;
 posição de independência frente às oligarquias cafeeiras e aos partidos políticos, 
posicionando-se a favor dos interesses do povo em vez dos poderosos.
- oposição ferrenha a todos os governos que se seguiram e não 
se intimidava com ameaças nem com as frequentes prisões de 
seus dirigentes e os fechamentos que sofreu em sua longa 
trajetória, características que manteria até sair de circulação 
definitivamente, em 1974, em plena Ditadura Militar.
Período republicano
Aspectos importantes do jornalismo neste período:
 aumento da circulação fez com que os grandes jornais ampliassem a oferta de anúncios, que 
se tornaram determinantes para reduzir os custos e aumentar a margem de lucro. Até 
escritores de renome como Olavo Bilac chegaram a contribuir para criar slogans
criativos e chamativos.
 As revistas ilustradas, que haviam feito a sua estreia no país já em 1860, ganharam fôlego 
com a modernização gráfica promovida nos primeiros anos do novo século e passaram a 
publicar ilustrações e charges em tricromia e, depois da Primeira Guerra Mundial, 
também fotografias. 
 Revistas leves e humorísticas despontaram nesse período, 
como a Kosmos, lançada em 1904, e a Fon-Fon, três anos 
depois, cujo título fazia referência à nova febre tecnológica 
surgida com a urbanização acelerada: os automóveis.
 Mais corrosivas, com críticas contundentes aos poderosos e 
políticos de ocasião, foram O Malho, de 1902, e O Careta, 
lançada em 1908. 
Período republicano
 Também fez a sua aparição nessa época a primeira revista infantil do país, O Tico-Tico com 
histórias em quadrinhos de personagens americanos.
 Do ponto de vista formal, os jornais continuavam atrelados ao estilo da imprensa do período 
imperial, com:
 textos rebuscados e tingidos de subjetividade excessiva;
 matérias eram escritas por jornalistas-escritores, com forte traço literário, não jornalístico;
 atividade jornalística vista mais como “bico” do que como profissão.
Período republicano
Personagens importantes e que alteraram os rumos dessa história:
 Paulo Barreto, maisconhecido pelo pseudônimo que o tornou famoso, João do Rio;
 Colaborou em diversos jornais do Rio de Janeiro e passou a trabalhar como repórter e 
cronista para a Gazeta de Notícias, a partir de 1903. Dedicando-se exclusivamente ao 
jornalismo, João do Rio passou a realizar, de forma mais consistente e com mais método 
do que era feito antes, as entrevistas, as enquetes e as reportagens de campo,
instaurando no Brasil as práticas que já eram comuns no jornalismo americano e europeu.
 Muitos estudiosos o consideram o primeiro repórter profissional de nossa imprensa. 
 Subiu os morros cariocas para flagrar as condições de vida 
nas comunidades de ex-escravos, visitou os presídios e 
explorou os hábitos e costumes da cidade do Rio de Janeiro, 
então em franca transformação urbanística.
Período republicano
Personagens importantes e que alteraram os rumos dessa história:
 Também em 1918 assumiu a chefia de redação do Jornal do Brasil um jornalista oriundo de 
Pernambuco, que teria papel preponderante nos rumos que a imprensa seguiria dali em 
diante: Assis Chateaubriand. 
 Em 1922, adquiriu O Jornal, pedra fundamental de seu futuro império jornalístico, formado 
a partir da aquisição de outros jornais e revistas e, posteriormente, emissoras de rádio e de 
televisão: Os Diários Associados. 
 Em 1928, Chateaubriand daria um passo decisivo na consolidação de seu império 
com a aquisição de O Cruzeiro, a primeira revista de ilustração semanal de circulação 
nacional do país. 
 A publicação atingiu o seu auge nas décadas de 1940 e 1950, 
sobretudo com as reportagens de grande impacto realizadas 
por David Nasser e pelo fotógrafo Jean Manzon. Foi, durante 
décadas, a revista mais popular do país, até sair de 
circulação em 1975.
Período republicano
Período republicano
Fonte: https://bit.ly/3oerIud. 
Capa da primeira 
edição da revista O 
Cruzeiro, de 1928. 
 Outros lançamentos importantes do período:
 Folha da Tarde que, no começo da década de 1960, daria origem à Folha de São Paulo.
 Estreia oficial da radiodifusão no Brasil, com a transmissão do discurso do então 
presidente Epitácio Pessoa, realizado no alto do Corcovado... foi transmitido por intermédio 
de alto-falantes para uma multidão reunida na Praia Vermelha. 
 Lançamento de O Globo, fundado em 1925 por Irineu Marinho. O nome do jornal foi 
escolhido após uma enquete popular. Contudo, Irineu morreu apenas um mês depois da 
fundação do jornal e seu filho, Roberto, assumiu a direção em seu lugar, dando início à 
trajetória que o levaria a se tornar, na segunda metade do século XX, o sucessor de 
Chateaubriand como o mais influente e poderoso magnata da imprensa brasileira. 
 Outro importante jornal que passou a circular nessa época foi 
A Gazeta Esportiva, semanário do jornal A Gazeta lançado em 
1928 por Cásper Líbero, a primeira publicação especializada 
em esportes do país, que dava destaque para o mais popular 
de todos, o futebol.
O Jornalismo no Brasil Republicano
O jornalismo na República Nova: a Revolução de 30 e o Estado Novo
 A vitória de Vargas na Revolução de 30 não serenou os ânimos políticos 
como se pode imaginar. 
 O novo governo já demonstrava a sua vocação autoritária desde o princípio ao designar um 
interventor federal para São Paulo, cuja função principal era providenciar uma rigorosa 
censura aos meios de comunicação. 
 Esses desmandos de Vargas fizeram com que a imprensa, mesmo a que o havia apoiado, 
se voltasse contra ele. 
Período republicano
 Em março de 1932, o presidente assinou um decreto-lei que autorizava a veiculação de 
publicidade e propaganda pelas emissoras de rádio, o que abriu as portas para uma era da 
radiodifusão no país. 
 Com o aumento substancial da audiência e o afluxo de capital trazido pela venda de 
horários a anunciantes, o rádio rapidamente se tornou o mais popular meio de 
comunicação do país. 
 Naquele mesmo ano, ele teria papel decisivo na condução dos acontecimentos políticos 
que sacudiram a nação. 
 Com a decretação do Estado Novo, Getúlio pôs em prática as 
suas medidas para sufocar a democracia. Imediatamente, 
revogou a Constituição de 1934 e baixou naquele mesmo ano 
uma nova Carta Magna, baseada em seu similar do regime 
hitlerista, que ficou conhecida como polaquinha.
República Nova
 Entre as medidas impostas pela nova Constituição, estava:
 a extinção de todas as organizações políticas do país, inclusive a Ação Integralista, que 
havia apoiado o golpe em um primeiro momento;
 a criação de um órgão dedicado exclusivamente ao controle e à coordenação dos meios 
de comunicação. O Departamento de Imprensa e Propaganda, ou DIP, como era 
chamado, foi estruturado nos moldes do setor de propaganda da Alemanha nazista 
implantado por Joseph Goebbels. Sob o comando de Lourival Fontes, o DIP censurava 
tenazmente a imprensa. 
 O DIP também subornava diversos veículos de comunicação 
para dar apoio incondicional ao governo e elaborava registros 
de jornalistas considerados subversivos ou simpatizantes do 
comunismo, que eram entregues ao Dops, o principal órgão de 
repressão do regime.
 Os embates se estenderam até o fim do regime, que esgotou-
se no fim da segunda Guerra Mundial, abrindo caminho 
para a redemocratização.
República Nova
O primeiro jornalista a trazer para o Brasil técnicas do jornalismo moderno já adotadas no 
exterior, como a enquete e a entrevista, foi:
a) Samuel Wainer.
b) José do Patrocínio.
c) João do Rio.
d) Lima Barreto.
e) Vladimir Herzog.
Interatividade
O primeiro jornalista a trazer para o Brasil técnicas do jornalismo moderno já adotadas no 
exterior, como a enquete e a entrevista, foi:
a) Samuel Wainer.
b) José do Patrocínio.
c) João do Rio.
d) Lima Barreto.
e) Vladimir Herzog.
Resposta
 O período imediato do pós-guerra e pós-Estado Novo parecia particularmente auspicioso 
para o jornalismo. 
 Contudo, o governo do general Dutra foi marcado por uma série de violências cometidas 
contra a liberdade de expressão. 
 Ainda assim, foi durante esse governo que uma nova Assembleia Constituinte foi convocada. 
A Constituição de 1946, uma das melhores e mais democráticas que o nosso país já teve, 
possuía alguns dispositivos avançados no que dizia respeito à imprensa. 
 Nesse sentido, o artigo mais importante incorporado ao texto 
foi a proibição de as empresas de comunicação nacionais 
ficarem sob o controle de estrangeiros. Em outras palavras, 
apenas brasileiros natos poderiam ser proprietários de jornais, 
revistas, rádios etc.
O jornalismo de 1945 a 1964: do governo Dutra a João Goulart
 O início da década de 1950 foi também marcado pelo surgimento de alguns importantes 
grupos de comunicação fundados por imigrantes estrangeiros:
 o ucraniano Adolpho Bloch, que em 1952 criou a Manchete, uma revista fotográfica que 
seguia o padrão da francesa Paris Match e que foi o embrião da Bloch Editores, um dos 
maiores impérios jornalísticos do país. 
 Na década de 1980, a empresa inauguraria as suas emissoras de rádio, a Rede 
Manchete de Rádio FM e a Rádio Manchete AM, e a própria emissora de 
televisão, a Rede Manchete. 
 Outro poderoso grupo empresarial que começou a ser estruturado naquela década surgiu 
dos esforços do ítalo-americano Victor Civita, que fundou em São Paulo a Editora Primavera, 
nome posteriormente alterado para Editora Abril. 
 O título de estreia da nova casa editorial foi a revista em 
quadrinhos O Pato Donald, licenciada do grupo Disney, que 
ficou em circulação de 1950 até 2018. Posteriormente, a Abril 
faria história no jornalismo brasileiro com títulos como Claudia, 
Quatro Rodas, Playboy, Realidade, Exame e Veja, 
entre muitos outros.
O jornalismo de 1945 a 1964: do governo Dutra a João Goulart
 O ano de 1950 também foi decisivo por marcar a chegada ao país de um novo e 
imensamente influente meio de comunicação: a televisão. 
 A primeira emissora de TV do país,a TV Tupi, surgiu pelas mãos de Assis Chateaubriand.
 Em 1952, surgiria a segunda emissora de televisão do país, a TV Paulista, Canal 5 de São 
Paulo, e, no ano seguinte, seria a vez da Record ser inaugurada, em 27 de setembro, a 
mais antiga emissora do país ainda hoje em atividade. 
 Foi também em 1953 que começou a ser transmitido o Repórter Esso, o mais importante 
programa jornalístico de nossa televisão durante décadas. 
O jornalismo de 1945 a 1964: do governo Dutra a João Goulart
 Na Era JK, boa parte da imprensa, com O Globo à frente, fez ferrenha oposição ao 
presidente e à sua proposta de construção de Brasília. Em contrapartida, Adolpho Bloch, 
grande amigo de Juscelino, apoiou a empreitada do começo ao fim, usando a revista 
Manchete para acompanhar, semanalmente, o andamento das obras no planalto central.
 Apesar do clima beligerante entre os jornais e as revistas pró e contra JK, o período foi 
marcado por uma ampla liberdade de imprensa, que prosseguiu por algum tempo mesmo 
depois da eleição de Jânio Quadros, em 1960.
Era JK
 Com a tomada do poder pelos militares, redações de jornais como o Última Hora foram 
invadidas e destruídas, enquanto outros veículos, considerados de esquerda ou 
simpatizantes do socialismo, foram fechados ou sofreram restrições, e a censura 
recrudesceu, vetando qualquer tipo de notícia negativa referente ao novo contexto político. 
 O Correio da Manhã foi um dos mais afetados. Pressionado pelos interesses estrangeiros, o 
jornal se viu obrigado a mudar a sua linha editorial, evitando críticas às multinacionais, e seu 
principal redator, Carlos Heitor Cony, foi demitido. 
 Ele não seria a única vítima da ditadura que se instalava. Na esteira do Golpe, 
diversos jornalistas foram presos, interrogados e torturados, permanecendo dias e 
semanas incomunicáveis. 
O jornalismo na Ditadura Militar
 No âmbito da grande imprensa, apesar dos problemas com a censura, alguns destaques:
 A revista Realidade, criada pela Editora Abril em abril de 1966, e que ficou em circulação 
por dez anos, trouxe para o país a linha literária humanizada das reportagens que 
caracterizaram o New Journalism. Inspirada nas revistas Life e Look americanas e na Paris 
Match francesa, propunha uma imersão completa dos jornalistas na realidade retratada, 
nos moldes do que vinha sendo feito naquelas publicações. Abordava temas delicados 
como feminismo, celibato dos padres, sexualidade da mulher e outras questões, 
com profundidade e maturidade, e trazia perfis detalhados de personagens 
célebres ou anônimas. 
 A Veja, chamada originalmente de Veja e leia, era dirigida por 
Mino Carta e Roberto Civita, e chegou às bancas em 
setembro de 1968, poucos meses antes do AI-5 ser 
decretado, estampando na capa uma ilustração com a foice e 
o martelo, os símbolos da revolução comunista, que servia 
como chamada para uma reportagem que tratava da crise 
que atravessava o bloco soviético na ocasião. 
O jornalismo na Ditadura Militar
 Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog, diretor do Departamento de Telejornalismo 
da TV Cultura, em São Paulo, foi preso, torturado e assassinado nas dependências do DOI-
CODI, na capital paulista. 
 Evento motivou a reação da imprensa contra os excessos 
do regime militar e diversas publicações se sentiram 
encorajadas a manifestar o seu repúdio à repressão. 
 Setores, tanto progressistas quanto conservadores, inclusive 
ligados à Igreja Católica, aderiram aos protestos, que foram 
ouvidos até mesmo no exterior. Grupos de direitos humanos 
internacionais passaram a pressionar 
o governo brasileiro para que 
estancasse a violência política. 
 De diversas maneiras, a morte de Herzog foi o divisor de 
águas no regime militar. Depois dele, a abertura se 
acelerou, mas ainda levaria dez anos para que a 
Ditadura enfim terminasse.
O jornalismo na Ditadura Militar
Fonte: 
https://bit.ly/307Oa04
O jornalista 
Vladimir Herzog, 
uma das maiores 
vítimas da 
repressão militar. 
 Em 1978, setores da sociedade civil se mobilizaram para criar o Comitê Brasileiro pela 
Anistia, sediado na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, que serviu de base 
para a elaboração da Lei da Anistia, ampla, geral e irrestrita, elaborada no ano seguinte pelo 
último presidente militar, João Figueiredo. 
 Com os ventos democráticos soprando com força, os jornalistas que haviam permanecido na 
clandestinidade voltaram às atividades na grande imprensa. 
 Os jornais voltaram a desfrutar de uma relativa liberdade de expressão e passaram a 
manifestar abertamente as suas críticas ao governo sem impedimentos. 
 Isso esvaziou a imprensa alternativa, que perdeu o 
protagonismo no combate ao regime e encolheu. 
Redemocratização
 Na Nova República, como ficou conhecido o período pós-Ditadura Militar, as instituições 
democráticas se consolidaram depois da elaboração da Constituição de 1988. 
 No que se refere às comunicações, alguns mecanismos do documento garantiram a plena 
liberdade de expressão e pensamento e passaram a proteger a imprensa e os cidadãos de 
qualquer espécie de censura, explícita ou velada. 
 A Lei de Imprensa, resquício da Ditadura Militar, contudo, continuou válida por mais alguns 
anos, até ser finalmente revogada em 2009 por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. 
 Na Nova República, a atuação do jornalismo é determinante 
na campanha das Diretas Já e também no impeachment do 
primeiro presidente eleito por voto direto, Fernando Collor. 
O jornalismo na Nova República
 Na virada do século XX para o XXI, o Brasil ingressou na Era Digital, passando a adotar a 
internet e, posteriormente, os dispositivos móveis de comunicação, como celulares, 
iPhones, iPads etc. 
 A comunicação entrou então em uma nova era, impulsionada por essas tecnologias. Assim 
como ocorreu no resto do mundo, o país foi impactado pela chamada bolha da internet, uma 
elevação exagerada das ações das empresas de Tecnologia da Informação (TI) que 
atuavam nesse setor no período de 1994 e 2000. 
 As empresas de mídias convencionais, sobretudo a impressa, 
foram severamente afetadas pela migração do público e de 
anunciantes para os sites noticiosos que despontaram na 
rede. Desde então, a grande imprensa vem perdendo espaço 
para as plataformas digitais, processo que se acelerou à 
medida que novos aplicativos e canais de comunicação 
surgiram, como o Youtube, o Twitter e as redes sociais como 
Facebook e Instagram. 
Era digital
Que efeito teve o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nos porões do DOI-CODI, em 
1975?
a) Levou o regime a amordaçar ainda mais a imprensa.
b) A imprensa ficou acuada e se tornou ainda mais servil ao governo.
c) O protesto dos jornalistas acabou levando ao processo de abertura política.
d) A linha-dura foi imediatamente derrubada e a democracia restaurada.
e) O governo passou a tratar os jornalistas com mais respeito.
Interatividade
Que efeito teve o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nos porões do DOI-CODI, em 
1975?
a) Levou o regime a amordaçar ainda mais a imprensa.
b) A imprensa ficou acuada e se tornou ainda mais servil ao governo.
c) O protesto dos jornalistas acabou levando ao processo de abertura política.
d) A linha-dura foi imediatamente derrubada e a democracia restaurada.
e) O governo passou a tratar os jornalistas com mais respeito.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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