Trabalho ambientes hospitalares

Prévia do material em texto

FACULDADE ANHAGUERA
ADRIELLE FERNANDES DE JESUS
AMBIENTES HOSPITALARES
Uberlândia
2024
Ambulatório
De acordo com a Resolução CFMV nº 1.275/2019, o ambulatório veterinário é um estabelecimento destinado ao atendimento de animais para a realização de consultas e procedimentos que não demandam internação. Abaixo, está uma descrição detalhada do que caracteriza um ambulatório, conforme essa normativa:
 
1. Atendimentos e Procedimentos:
 O ambulatório oferece serviços de atendimento clínico, incluindo consultas, exames diagnósticos, tratamentos ambulatoriais e procedimentos de baixa complexidade.
São procedimentos que não envolvem a necessidade de internação ou acompanhamento prolongado, sendo o local adequado para casos de menor gravidade ou aqueles que possam ser resolvidos em visitas rápidas.
 2. Limitações de Procedimentos:
 O ambulatório não pode realizar cirurgias de grande porte ou procedimentos que exijam infraestrutura avançada ou equipamentos específicos de alta complexidade.
Também não pode haver internação de animais no ambulatório, uma vez que ele não possui estrutura adequada para monitoramento intensivo ou prolongado.
 3. Instalações:
 As instalações de um ambulatório devem ser adequadas para consultas e exames básicos. Embora seja um estabelecimento de menor porte em comparação com clínicas e hospitais veterinários, deve cumprir com requisitos de higiene, segurança e conforto, tanto para os animais quanto para os profissionais de saúde veterinária.
 4. Infraestrutura de Apoio:
O ambulatório deve possuir os equipamentos básicos necessários para a realização dos procedimentos de rotina e de baixa complexidade.
Deve garantir que o atendimento seja prestado de forma rápida e eficiente, e que os animais possam ser tratados e liberados no mesmo dia.
 5. Finalidade:
 A principal função de um ambulatório é permitir que os animais tenham acesso rápido a serviços de saúde de menor complexidade, facilitando a triagem de casos e os tratamentos que não necessitam de um acompanhamento mais detalhado.
6. Equipe Profissional:
O ambulatório deve contar com a presença de médico-veterinário habilitado para realizar os atendimentos, garantir a saúde dos animais e observar o cumprimento das normas éticas e técnicas.
Portanto, o ambulatório é uma unidade voltada para atendimentos rápidos, sem a necessidade de cirurgias complexas ou internações, proporcionando uma estrutura básica, mas eficiente, para cuidados de saúde veterinária mais simples e pontuais.
Clínica
A Resolução CFMV nº 1.275, de 25 de junho de 2019, estabelece as diretrizes e normas para o funcionamento de estabelecimentos veterinários no Brasil. De acordo com essa resolução, uma Clínica Veterinária é um tipo específico de estabelecimento veterinário destinado à prestação de serviços de assistência veterinária. Abaixo, segue uma descrição detalhada baseada na definição e nas exigências estabelecidas pela resolução:
 
Definição de Clínica Veterinária
A clínica veterinária é um estabelecimento que presta serviços de assistência à saúde animal, com ou sem internação de curta duração. Nela, podem ser realizados atendimentos clínicos, diagnósticos, tratamentos e cirurgias de menor complexidade. As clínicas devem ser registradas no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de seu respectivo estado e seguir as diretrizes estabelecidas na legislação vigente.
 
Características e Estrutura
 1. Espaço Físico:
A clínica deve ter uma recepção e sala de espera adequadas ao porte dos animais atendidos.
Uma sala de atendimento clínico equipada com materiais necessários para o diagnóstico e o tratamento de pacientes.
Sala de cirurgia devidamente equipada para realizar procedimentos cirúrgicos de menor complexidade, incluindo esterilização e assepsia.
Sala de procedimentos ou curativos, se necessário.
Deve haver instalações sanitárias adequadas para profissionais e clientes.
2. Equipamentos:
Equipamentos médicos e cirúrgicos apropriados à atividade realizada.
Materiais necessários para esterilização de instrumentos cirúrgicos.
Equipamentos de apoio ao diagnóstico, como ultrassom, raio-X, ou laboratórios para análises clínicas, se for o caso.
3. Equipe:
A clínica deve contar com profissionais habilitados, registrados no CRMV, como médicos veterinários e auxiliares, que sejam suficientes para o atendimento adequado aos pacientes.
O responsável técnico (RT) da clínica deve ser um médico veterinário, que responde pelo estabelecimento junto ao CRMV.
4. Serviços Oferecidos:
Atendimentos clínicos e procedimentos de rotina, como consultas, vacinação, curativos e exames clínicos.
Procedimentos cirúrgicos de pequena e média complexidade.
Internação de curta duração, que pode ser oferecida caso a clínica tenha estrutura para manter o paciente sob observação por um período de tempo.
5. Internação:
A clínica pode ou não oferecer serviços de internação, sendo que, caso ofereça, essa internação deve ser de curta duração e estar relacionada ao atendimento clínico-cirúrgico oferecido.
O ambiente de internação deve ser higienizado, seguro, bem ventilado e com monitoramento regular.
6. Licenciamento e Registro:
Todas as clínicas veterinárias devem estar registradas no CRMV e manter atualizada a documentação exigida para o funcionamento.
O estabelecimento deve seguir as normas sanitárias e de biossegurança, garantindo a segurança tanto dos animais quanto dos profissionais.
Responsabilidades
A clínica deve cumprir rigorosamente as normas éticas e técnicas estabelecidas pelo CFMV.
O responsável técnico (RT) deve supervisionar as atividades do estabelecimento, garantir a qualidade dos serviços prestados e zelar pelo cumprimento das exigências legais e sanitárias.
Infrações e Penalidades
O não cumprimento das normas estabelecidas pela Resolução CFMV nº 1.275/2019 pode resultar em sanções administrativas, que vão desde advertências até a suspensão do funcionamento da clínica, além de eventuais penalidades para os profissionais responsáveis.
Hospital Veterinário 24 horas
A Resolução CFMV nº 1.275/2019, emitida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), regulamenta e define os requisitos mínimos para o funcionamento de hospitais veterinários no Brasil. De forma detalhada, vamos explorar o que é um hospital veterinário de acordo com essa norma.
 
1. Conceito de Hospital Veterinário
 Um hospital veterinário é uma instituição destinada à prestação de serviços médico-veterinários, com estrutura e organização para atendimento clínico, cirúrgico e emergencial de animais. Ele deve dispor de uma equipe qualificada, equipamentos adequados e oferecer uma gama de serviços que vão desde diagnósticos até tratamentos mais complexos.
 2. Estrutura Física
De acordo com a Resolução CFMV nº 1.275/2019, um hospital veterinário deve ter uma estrutura física específica para garantir o atendimento adequado dos animais. Alguns dos requisitos são:
Recepção e Sala de Espera: O hospital deve contar com um espaço apropriado para recepcionar os tutores e seus animais de forma confortável e organizada. A recepção deve ser capaz de atender a uma demanda significativa de clientes.
Consultórios: O hospital deve dispor de consultórios para atendimento clínico, com os materiais e equipamentos necessários para o exame físico dos animais.
Centro Cirúrgico: Deve haver uma sala de cirurgia devidamente equipada e mantida em condições ideais de assepsia, com equipamentos adequados para realizar intervenções cirúrgicas, além de uma sala de preparo pré-operatório e recuperação pós-anestésica.
Internação: O hospital deve possuir área de internação adequada para o manejo e tratamento de animais hospitalizados. Esta área deve ser segregada de acordo com o estado dos animais (por exemplo, separação entre animais em tratamento de doenças infecciosas e os que não apresentam risco de contaminação).
Laboratório: Deve contar com um laboratório de análises clínicas ou estar vinculado a um laboratório externo que realize exames laboratoriais necessários para diagnósticos.
Área de Diagnóstico porImagem: A unidade hospitalar deve estar equipada com tecnologia de diagnóstico por imagem, como aparelhos de ultrassom, raio-X, tomografia ou outros, essenciais para exames mais detalhados.
Farmácia: O hospital deve possuir uma farmácia veterinária com medicamentos e produtos de uso veterinário controlados e disponíveis para o tratamento dos animais.
Emergência: Um hospital veterinário deve estar preparado para oferecer atendimentos de urgência e emergência durante todo o período de funcionamento.
3. Equipe Profissional
A equipe de um hospital veterinário deve ser composta por médicos veterinários legalmente habilitados, devidamente inscritos no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do estado em que atuam. Além dos veterinários, a equipe pode ser composta por auxiliares, estagiários e profissionais de outras áreas (como fisioterapeutas veterinários, anestesiologistas, etc.), desde que todos cumpram as exigências legais e sejam supervisionados por veterinários.
Responsável Técnico (RT): Cada hospital veterinário deve ter um médico veterinário responsável técnico, que será o responsável por garantir que a instituição funcione conforme as normativas do CFMV e as boas práticas da medicina veterinária.
4. Serviços Oferecidos
Um hospital veterinário, segundo a resolução, deve oferecer uma série de serviços que cobrem as necessidades de saúde animal de maneira abrangente:
Consultas Clínicas e Especializadas: O hospital deve realizar consultas em diversas áreas da medicina veterinária, como clínica geral, dermatologia, oftalmologia, odontologia, entre outras.
Cirurgias: Desde procedimentos cirúrgicos simples até intervenções mais complexas, incluindo cirurgias de emergência.
Internação e Monitoramento: Cuidados intensivos para animais hospitalizados, com monitoramento constante por parte dos profissionais de saúde.
Exames Diagnósticos: Como exames laboratoriais e de imagem (raio-X, ultrassom, tomografia, etc.).
Atendimento de Urgência e Emergência: O hospital deve estar preparado para realizar atendimentos emergenciais a qualquer momento durante o horário de funcionamento, com todos os recursos necessários à disposição.
5. Funcionamento e Padrões de Qualidade
Para funcionar, um hospital veterinário deve seguir padrões rigorosos de controle de qualidade, que abrangem desde o manejo sanitário até o descarte de resíduos. Esses critérios são fiscalizados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), que realiza inspeções periódicas para verificar o cumprimento das normas.
Biossegurança e Higiene: A manutenção de padrões de higiene, controle de infecções e segurança é imprescindível. O hospital deve seguir protocolos de assepsia e desinfecção em todas as áreas, especialmente nos ambientes de cirurgia e internação.
Documentação e Licenças: O hospital precisa estar devidamente licenciado para operar, com todas as autorizações e documentos necessários, inclusive os relacionados à manipulação de medicamentos controlados.
6. Responsabilidade Ética e Social
A resolução também impõe ao hospital veterinário a responsabilidade de atuar com ética e em conformidade com os princípios da medicina veterinária, garantindo que os animais recebam o melhor tratamento possível. O hospital deve manter um compromisso com o bem-estar animal, evitando práticas que possam gerar sofrimento desnecessário.
Além disso, os hospitais veterinários têm a obrigação de fornecer aos tutores todas as informações necessárias sobre o estado de saúde do animal, os tratamentos propostos e os possíveis riscos, agindo com transparência e responsabilidade profissional.
7. Fiscalização e Penalidades
A fiscalização do cumprimento da Resolução CFMV nº 1.275/2019 é de responsabilidade dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMV). Caso o hospital veterinário não cumpra com os requisitos estabelecidos, ele pode sofrer penalidades, que vão desde advertências até a interdição de suas atividades.
Diferença entre Clínica Veterinária e Hospital Veterinário
A clínica veterinária se diferencia do hospital veterinário pela complexidade dos serviços prestados. Enquanto a clínica oferece procedimentos de menor complexidade e internação de curta duração, o hospital veterinário deve possuir maior estrutura, com capacidade para internação de longa duração e para realizar procedimentos cirúrgicos e diagnósticos de alta complexidade.
Centro Cirúrgico:
Um centro cirúrgico veterinário é um ambiente altamente especializado, destinado à realização de procedimentos cirúrgicos em animais. Para garantir segurança, eficiência e assepsia, a estrutura física e os equipamentos seguem normas rigorosas. A seguir, uma descrição detalhada:
 
Estrutura Física
A estrutura de um centro cirúrgico veterinário é dividida em várias áreas interconectadas para facilitar o fluxo de trabalho e garantir o isolamento de áreas potencialmente contaminadas:
1. Recepção e Sala de Espera: Área destinada ao atendimento inicial dos tutores e triagem dos pacientes. Deve ser bem ventilada e confortável.
2. Sala de Pré-Operatório (Preparo do Paciente): Local onde os animais são preparados antes da cirurgia, incluindo sedação, colocação de soro e raspagem de pelos. Esta área deve ser adjacente à sala de cirurgia para facilitar o transporte.
3. Sala de Indução Anestésica: Utilizada para a administração inicial da anestesia. Equipamentos de monitoramento são essenciais nesta sala, que também deve ser próxima à sala de cirurgia.
4. Sala Cirúrgica (Centro Cirúrgico):
Ambiente: A sala deve ser ampla, de fácil higienização, com piso antiderrapante, paredes lisas e resistentes a umidade para evitar contaminação. A climatização é controlada para manter a temperatura adequada para os animais, além de ter um sistema de ventilação e filtragem de ar eficiente.
Acessos limitados: Para evitar a entrada de pessoas e a contaminação do ambiente cirúrgico, as portas devem ser mantidas fechadas.
5. Sala de Recuperação (Pós-Operatório): Após a cirurgia, os animais são levados para uma sala onde serão monitorados até a total recuperação da anestesia. O ambiente precisa ser calmo, com condições controladas de temperatura e ventilação, além de contar com espaço para monitoramento e acesso fácil a oxigênio, se necessário.
6. Sala de Esterilização e Lavagem de Materiais: Contém equipamentos para a limpeza e esterilização de instrumentos cirúrgicos. A área deve ser separada do centro cirúrgico para manter a assepsia.
7. Vestiário: Área para os profissionais se prepararem, vestindo-se com roupas apropriadas, como jalecos, toucas e máscaras.
Equipamentos Principais
1. Mesa Cirúrgica: Estrutura ajustável e inclinável que facilita o posicionamento do animal durante a cirurgia. Pode ser aquecida para evitar hipotermia nos animais.
2. Sistema de Iluminação Cirúrgica: Luzes especiais, normalmente do tipo LED, com alta capacidade de iluminação e ajuste de intensidade, posicionadas sobre a mesa cirúrgica para garantir máxima visibilidade durante o procedimento.
3. Monitor Multiparamétrico: Equipamento que mede e exibe sinais vitais dos pacientes, como pressão arterial, frequência cardíaca, saturação de oxigênio, temperatura e, em alguns casos, capnografia (CO₂ exalado).
4. Aparelho de Anestesia Inalatória: Utilizado para administrar anestesia de forma contínua, garantindo maior segurança para o paciente. Este aparelho inclui um vaporizador, um circuito de anestesia e uma fonte de oxigênio.
5. Bomba de Infusão: Controla a administração precisa de medicamentos, como soro e anestésicos, durante o procedimento.
6. Desfibrilador: Essencial em situações de emergência, para o caso de uma parada cardiorrespiratória.
7. Aspirador Cirúrgico: Para sucção de líquidos, como sangue e fluidos, durante a cirurgia, garantindo um campo operatório mais limpo.
8. Autoclave: Usada para a esterilização dos instrumentos cirúrgicos, garantindo que todo o material utilizado esteja livre de contaminação.
9. Eletrocautério: Equipamento utilizado para a coagulação de vasos sanguíneos e corte de tecidos, reduzindo sangramentos e facilitandoo trabalho cirúrgico.
10. Mesa Auxiliar: Para dispor os instrumentos e materiais cirúrgicos de forma organizada durante o procedimento.
11. Monitor de Oxigenação: Fundamental para medir a saturação de oxigênio do paciente durante o procedimento, evitando hipóxia.
12. Oxímetro de Pulso: Equipamento que mede a saturação de oxigênio no sangue de forma não invasiva, alertando sobre possíveis complicações respiratórias.
13. Ventilador Mecânico: Em cirurgias prolongadas ou em pacientes de risco, o ventilador mecânico pode ser necessário para garantir a respiração adequada do animal.
Outros Materiais Importantes
· Campos cirúrgicos estéreis: Panos ou materiais usados para cobrir o paciente e delimitar a área cirúrgica.
· Luvas, máscaras, toucas e aventais estéreis: Vestimentas obrigatórias para manter a assepsia durante o procedimento.
· Suturas e fios cirúrgicos: Materiais utilizados para fechar incisões.
· Gazes e compressas: Usadas para limpeza do campo operatório e controle de sangramentos.
Normas de Higiene e Segurança
Além da estrutura e dos equipamentos, um centro cirúrgico veterinário deve seguir normas rigorosas de limpeza e esterilização, tanto de instrumentos quanto das salas. As equipes precisam utilizar roupas específicas, como jalecos, toucas, máscaras e luvas, para minimizar os riscos de infecções.
A organização e o planejamento são cruciais para o bom funcionamento de um centro cirúrgico veterinário, garantindo segurança para os animais e eficiência para os procedimentos realizados.
REFERÊNCIAS:
https://crmvsp.gov.br/ambulatorio-consultorio-clinica-e-hospital-saiba-as-diferencas-entre-estabelecimentos-para-tratamento-de-animais/
https://www.cfmv.gov.br/wp-content/uploads/2022/05/Resolucao1275_ComentadaFinal.pdf
https://abmes.org.br/public/arquivos/legislacoes/Resolucao-CFMV-1275-2019-07-25.pdf