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SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO PREFÁCIO Esta obra foi elaborada para oferecer a você um material atualizado e ilustrado a respeito de um campo do conhecimento que vem assumindo importância cada vez maior nos dias de hoje: A Eletrônica. Aliado à estrutura didática do texto, apresentamos um conteúdo relacionado ao seu dia-a-dia, de modo a lhe oferecer uma Eletrônica contextualizada , mais próxima da realidade. Não foi minha intenção trazer novos conhecimentos sobre o assunto e, sim compilar e coordenar ensinamentos oriundos das diversas fontes citadas na Bibliografia, relacionado com alguma experiência profissional. A escolha dos assuntos leva em conta as indicações do programa oficial, mantendo a exposição dos temas o mais simples possível de modo a facilitar a verificação prática e experimental. Levei em conta também, os limites de tempo à disposição para o desenvolvimento do “Curso Técnico em Eletrônica, Nível de 2o Grau”. Aos meus filhos, Saionara, Tatiana e Luciano Por sua paciente amizade O AUTOR __________________________________________________________________________ SUMÁRIO 1 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO SUMÁRIO I – TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA ................................................................................ 07 1.1 Constituição da matéria ............................................................................................... 07 1.2 Natureza da eletricidade .............................................................................................. 08 1.3 Material isolante .......................................................................................................... 10 1.4 Material condutor ........................................................................................................ 10 1.5 Material semicondutor................................................................................................. 12 II – DIODO DE JUNÇÃO PN ................................................................................................. 17 2.1 Curva do diodo de junção............................................................................................ 17 2.2 Polarização do diodo de junção ................................................................................... 18 2.3 Análise do diodo de junção em circuitos elétricos ...................................................... 20 2.4 Circuitos com diodo de junção .................................................................................... 24 Dobrador de tensão em meia-onda ....................................................................... 24 Dobrador de tensão em onda-completa ................................................................ 25 Triplicador de tensão ............................................................................................ 25 Ceifadores..............................................................................................................26 Grampeador C.C. ................................................................................................. 27 Detetor de pico ..................................................................................................... 28 2.5 Diodos emissores de luz .............................................................................................. 29 2.6 Diodos zener ................................................................................................................ 32 Diodo zener como regulador de tensão ................................................................ 34 Regulador zener FFCF ......................................................................................... 35 Regulador zener FFCV ........................................................................................ 36 Regulador zener FVCF ........................................................................................ 37 Regulador zener FVCV ........................................................................................ 38 III – CONVERSOR ESTÁTICO ............................................................................................. 41 3.1 Retificador estático ...................................................................................................... 41 Retificador não controlado de meia-onda ............................................................ 46 Retificador não controlado de onda-completa ..................................................... 50 IV – TRANSISTOR BIPOLAR ............................................................................................... 56 4.1 Polarização de um transistor ....................................................................................... 57 4.2 Parâmetros de um transistor ........................................................................................ 58 4.3 Curvas do coletor ........................................................................................................ 60 4.4 Curva da região de base .............................................................................................. 61 4.5 Curvas de ganho de corrente - cc .............................................................................. 62 4.6 Linhas de carga C.C. ................................................................................................... 62 __________________________________________________________________________ SUMÁRIO 2 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO V – CIRCUITOS POLARIZADORES DO TRANSISTOR .................................................... 64 5.1 Polarização de base ...................................................................................................... 64 Polarização de base em circuitos digitais ............................................................. 65 Polarização de base em circuitos de comutação ................................................... 67 5.2 Polarização com realimentação do emissor ................................................................. 67 Configuração em emissor-comum ........................................................................ 68 Configuração em seguidor de emissor.................................................................. 70 5.3 Polarização com realimentação do coletor ................................................................. 72 5.4 Polarização por divisor de tensão ................................................................................ 75 5.5 Polarização do emissor ................................................................................................ 79 5.6 Circuitos complementares ........................................................................................... 83 VI – CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DERIVAÇÃO ............................................. 84 6.1 Capacitores de acoplamento ........................................................................................ 85 6.2 Capacitor de derivação ................................................................................................ 87 VII – AMPLIFICADOR EMISSOR-COMUM (EC) ............................................................... 88 7.1 Teorema da superposição ............................................................................................ 88 7.2 Resistência C.A do diodo de emissor. ......................................................................... 89 7.3 Ganho de corrente C.A. (ca) ...................................................................................... 90 7.4 Ganho de tensão (AV) ................................................................................................. 90 7.5 Impedâncias do circuito ...............................................................................................ou proteger os circuitos que recebem um dado sinal. São classificados em limitadores positivos, negativos ou positivos e negativos. __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 26 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A) Limitador positivo No limitador positivo, o diodo D1 ceifa o semiciclo positivo e deixa para os terminais da carga apenas os semiciclos negativos. O corte do semiciclo positivo não é feito exatamente em “zero volts”, devido a barreira de potencial do diodo de junção, para o exemplo 0,7V. Para manter o limitador como uma fonte de tensão estabilizada, adota-se o resistor série RS, cem vezes menor que a carga (RL) conectada. RS = RL 100 B) Limitador negativo: No limitador negativo, o diodo D1 ceifa o semiciclo negativo e deixa para os terminais da carga apenas os semiciclos positivos. RS = RL 100 C) Limitador negativo polarizado: Para o limitador polarizado, podemos deslocar o ponto de corte para (V + 0,7V), como o limitador corta no semiciclo negativo, a tensão de corte é dado por -(V + 0,7V). Quando a tensão sobre os terminais da carga atingir -(V + 0,7V), o diodo conduzirá e a saída será mantida em -(V + 0,7V). Para tensões inferiores a -(V + 0,7V), o diodo deixará de conduzir e o circuito se transforma em um divisor de tensão. D) Limitador positivo e negativo polarizado A associação de limitadores nos permite criar formas de ondas na saída, que se assemelhará a uma onda quadrada, podendo ser simétrica ou assimétrica. __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 27 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO O princípio de funcionamento é o mesmo definido nos subítens B e C. As fontes V1 e V2 podem ser substituídas, acrescentando mais diodos de silício, sendo que cada diodo acrescentado produzirá uma compensação de 0,7V. 2.4.3 Grampeador C.C. (CLAMPERS) O grampeador C.C., também conhecido como “estabilizador de linha de fase” ou “restaurador C.C.”, tem como função somar uma tensão C.C. ao sinal de entrada. Este tipo de circuito é utilizado em TV para somar uma tensão contínua ao sinal de video (restaurador de vídeo). Como exemplo, citamos um sinal senoidal variando de +5V a -5V, para o grampeador positivo sua saída idealmente oscila de 0 a +10V e para o grampeador negativo sua saída idealmente oscila de 0 a -10V. A) Grampeador positivo: No primeiro semiciclo negativo, o diodo D1 entra em estado de condução e carrega o capacitor C1 com a tensão de pico da entrada (VP). No semiciclo positivo o diodo D1 é polarizado reversamente (corte) e a tensão que aparece sobre os terminais da carga será a soma da tensão de pico armazenada em C1 com a tensão de pico positivo da fonte geradora de C.A. Na primeira aproximação, considerando a resistência dinâmica do diodo de junção (RFD = 0), temos na carga: Numa segunda aproximação, considerando a resistência dinâmica que aparecerá sobre os terminais do diodo (RFD 0), a queda de tensão de 0,7V (silício) sobre o mesmo, temos nos terminais da carga: VRL = 2VP VRL = 2VP - 0,7V __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 28 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Grampeador negativo O grampeador negativo tem o mesmo princípio de funcionamento do grampeador positivo, o que o diferencia é a polaridade da tensão sobre os terminais da carga: 2.4.4 Detetor De Pico Formado por grampeadores C.C., ligados em cascata. A senoide de entrada é grampeada positivamente, portanto, na saída do detetor tem um valor de pico de 2VP. Como regra de projetos, para que o detetor obtenha um bom desempenho, a constante de tempo RLC deve ser muito maior que o período do sinal de entrada: Sua maior aplicação é nos voltímetros de corrente contínua, quando se deseja medir tensões senoidais assimétricas. No exemplo ao lado, se utilizarmos um voltímetro C.A. teremos uma leitura incoerente, uma vez que, os instrumentos de medição C.A. medem valores eficazes (RMS) de ondas senoidais simétricas. Utilizando um voltímetro C.C., acrescentado de um detetor de pico, teremos uma leitura do valor real do sinal medido de pico a pico. VRL = - (2VP - 0,7V) RLC >> 1 Fent __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 29 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 2.5 DIODOS EMISSORES DE LUZ Quando um diodo é percorrido por uma corrente no sentido direto, a recombinação dos portadores de carga na junção é acompanhada de um fenômeno: parte da energia envolvida no processo é emitida na forma de ondas eletromagnéticas. Estas ondas eletromagnéticas tem freqüência e comprimento que dependem do material empregado na construção do dispositivo. Para os diodos comuns de silício, a emissão ocorre em pequena escala na região dos raios infravermelhos. Os diodos emissores de luz têm a capacidade de emitir luz no espectro visível; isto ocorre quando o mesmo é polarizado diretamente, fazendo com que seus elétrons livres atravessem a junção e combinem com as lacunas. Os primeiros diodos emissores de luz foram feitos utilizando “Fosfeto-Arseneto de Gálio” e emitiam luz vermelha, recebendo o nome de “Light Emitting Diodo”- diodo emissor de luz - que abreviando, em inglês, resultou na sigla “LED”. O diodo LED é fabricado para emissão de luz com comprimento de onda que varia de 5500 Å(Angstrons) a 9100 Å. O comprimento da onda da luz emitida depende dos elementos semicondutores aplicados, sendo que a cor da luz irradiada pelo Led depende do comprimento da onda, que depende da quantidade de fósforo (GaAsP). 3000 ULTRAVIOLETA 4000 VIOLETA AZUL 5000 VE RDEAMARELO 6000 LARANJA VERMELHO 7000 8000 INFRAVERMELHO 9000 A faixa de freqüência da luz visível aos olhos humanos é: 4000 Å a 7000 Å. Å Angstrons (unidade de comprimento de onda) 1 Å = 0,1 nm Lambda (símbolo indica-tivo de (Å) __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 30 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A tensão de alimentação dos diodos emissores, está relacionado com a queda de tensão em seus terminais, quando circula uma corrente através de sua junção. A queda de tensão dos diodos emissores é a tensão capaz de vencer a barreira de potencial existente na junção quando polarizado diretamente. Os diodos Led’s tem uma queda de tensão típica que varia de 1,4V a 3,0V, e esta variação depende da cor e da corrente que circula por ele (ver tabela). MATERIAL COR MAX VD (V) ID (mA) GaP GaAsP GaAsP GaAsP GaAs Verde Amarelo Laranja Vermelho Infravermelho 5600 Å 5900 Å 6100 Å 6600 Å 9100 Å 3,0 3,0 2,0 1,6 1,4 20 20 20 20 20 Os diodos emissores suportam correntes diretas de no máximo 100mA e uma mínima corrente direta com uma emissão de luz estável de 10mA. Sua tensão direta (VD) de trabalho, é especificada em função de uma corrente direta (ID) de trabalho. GaP Fosfato de Gálio GaAs Arseneto de Gálio GaAsP Fosfeto de Arseneto de Gálio APLICAÇÕES: Os diodos emissores de luz substituem as lâmpadas incandescentes em várias aplicações, devido à baixa tensão de alimentação, longa vida, baixo consumo e rápido chaveamento. • Vida útil da lâmpada incandescente 500 horas __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 31 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO • Vida útil da lâmpada néon 1000 horas • Vida útil do diodo emissor de luz , sua vida útil é reduzida quando se trabalha com uma corrente superior à corrente nominal (20mA). Tem um tempo de resposta 106 vezes mais rápido que a lâmpada incandescente. Sua maior aplicação é como lâmpadas indicadoras, displays alfanuméricos e componentes optoacopladores. Cálculo De Circuitos Com LED 1) Resistor limitador (RS): VF - Tensão da fonte em volts VD - Queda de tensão no diodo (depende da cor do Led a ser aplicado). IF - Corrente direta que se deseja circular pelo Led ( o valor da corrente deve estar entre a mínima de 10mA e a máxima de 100mA).Idealmente que a corrente direta assuma o valor da corrente nominal 20mA. Para o exemplo, utilizando os valores típicos da corrente de VD, calcular o resistor “RS” para um Led vermelho. RS = 12V - 1,6V = 520 20mA Usando o mesmo exemplo, calcular o resistor limitador para que a corrente do diodo seja de 40mA. R = 12V - 1,6V = 260 40mA Para os dois casos, os resistores calculados são indisponíveis comercialmente; por isso, adotam-se os resistores padronizados mais próximos do calculado (510 e 270). VPM - Valor Padrão de Mercado Para o caso de ligarmos Led’s em série, conforme figura, podemos usar a seguinte fórmula: RS = 12V - (3,0V + 2,0V + 1,4V) RS = 280 20mA 2) Potência de dissipação (PD) Sabemos que a potência dissipada pelo componente, não é totalmente convertida em luz, já que o rendimento do dispositivo não é 100%, entretanto, para efeito de cálculo adota-se: PD = VD x IF Para o exemplo anterior, substituindo o resistor VPM = 510 VPM = 270 VPM = 270 __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 32 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO calculado pelo resistor padrão. IF = 12V - 1,6V = 20,4mA 510 PD = 1,6V x 20,4mA = 32,64mW 2.6 DIODO ZENER É um diodo que trabalha melhor na região de ruptura e é um dos componentes de maior importância dos reguladores de tensão; circuitos que mantém a tensão na carga praticamente constante, apesar das grandes variações na tensão de linha e de carga. Podem funcionar em três regiões: A) Região direta Na região direta ele começa a conduzir 0,7V, como um diodo de silício comum e estabelece uma corrente direta (IF) pelo diodo. B) Região de fuga Polarizado inversamente, entre zero e a ruptura, ele apresenta apenas uma pequena corrente de fuga (IOR - corrente de fuga reversa). C) Região de ruptura Polarizado inversamente, ao atingir a tensão de ruptura (VZ), é seguido de um aumento de corrente praticamente na vertical com o eixo x; (ver reta de carga). D) Reta de carga VZ tensão zener é o ponto que o diodo sai da região de fuga e entra na região de ruptura. A tensão zener é especificada em função de uma corrente de teste (IZt) e uma corrente máxima permitida (IZMAX). __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 33 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Para levantamento da reta de carga, definir os valores mínimos e máximos de tensão de fonte e a tensão zener na reta horizontal do gráfico. Adota-se VEpelo fabricante. PZMÁX = VZ x IZMÁX PZMÁX = Potência especificada (máxima) VZ = Tensão zener IZMÁX = Máxima corrente zener especificada F) Corrente mínima do zener (IZMIN): É a mínima corrente que deve circular pela junção do diodo para que o mesmo opere como regulador de tensão. Como regra de projetos, este valor deverá estar entre 5% a 10% da corrente máxima permitida pelo zener. __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 34 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO G) Resistência zener (Rzt): É a resistência ou impedância zener de especificação, para uma corrente de teste (IZT) e uma tensão zener de teste (VZT) . Como exemplo, especificaremos o diodo zener 1N3020 VZT = 10V IZT = 25mA RZT = 7 Neste exemplo, o diodo zener tem uma tensão de 10V e uma resistência de 7 quando a corrente zener for 25mA. 2.6.1 Diodo Zener Como Regulador De Tensão É chamado de regulador de tensão porque mantém uma tensão de saída constante, mesmo que a corrente que passe por ele varie. Para operar como regulador zener o mesmo deve operar com polarização inversa e a tensão da fonte deve ser maior do que a tensão zener de ruptura (VZ). Para limitar a corrente zener abaixo de sua especificação, instala-se um resistor em série (RS) com o diodo zener. VE Tensão de saída da fonte a ser regulada. VRS Queda de tensão no resistor série. VZ Tensão zener ou tensão de saída regulada. Regra de cálculo para o regulador zener: A) Tensão Thevenin (VTH) É a tensão que aparece sobre os terminais do diodo zener, imaginando que o diodo zener está aberto, neste instante tem-se um divisor de tensão, formado por RS e RL. A relação que satisfaz o funcionamento do diodo zener na região de ruptura é: VTH > VZ B) Corrente quiescente no resistor série ( IRSQ) IRSQ = VE - VZ ou IRSQ = IRL + IZ RS C) Corrente quiescente na carga RL (IRLQ) IRLQ = VZ VRL = VZ RL D) Corrente quiescente no diodo zener (IZQ) IZQ = IRSQ - IRLQ E) Cálculo do resistor série RS Para o dimensionamento do resistor “RS’, necessitamos conhecer as características da fonte de alimentação a ser regulada e das condições operativas que o regulador deverá atuar. Exemplificaremos quatro formas de operação: 1) Fonte fixa e carga fixa (FFCF); 2) Fonte fixa e carga variável (FFCV); 3) Fonte variável e carga fixa (FVCF); 4) Fonte variável e carga variável (FVCV). VRS = VE -VZ VTH = RL x VE RL + RS __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 35 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 2.6.2 Regulador De Tensão Zener Com Fonte Fixa e Carga Fixa (FFCF) IZMAX = PZ = 0,5W = 41,66mA VZ 12V IZMIN = IZMAX x 0,1 = 4,166mA IRL = VZ = 12V = 24mA RL 500 A) Dimensionamento do resistor RS : • Menor valor ôhmico que o resistor RS pode assumir (RSMIN) RSMIN = VE - VZ = 16V - 12V = 65 IRL + (IZMAX x 0,9) 24mA + (41,66mA x 0,9) • Maior valor ôhmico que o resistor RS pode assumir (RSMAX) RSMAX = VE - VZ = 16V - 12V = 142 IRL + IZMIN 24mA + 4,166mA • Valor ôhmico ideal que o resistor RS pode assumir (RSIDE) RSIDE = VE - VZ = 16V - 12V = 89,22 IRL + IZMAX 24mA + 20,83mA 2 B) Cálculo dos parâmetros elétricos quiescente por componente: • Resistor série RS IRSQ = VE - VZ = 16V - 12V = 43,96mA RS 91 PRSQ = RS x (IRSQ)2 = 91 x (43,96mA)2 = 175,85mW • Carga RL IRLQ = VZ = 12V = 24mA RL 500 PRLQ = RL x (IRLQ)2 = 500 x (24mA)2 = 288mW • Diodo zener IZQ = IRSQ - IRLQ = 43,96mA - 24mA = 19,96mA PZQ = VZ x IZQ = 12V x 19,96mA = 239mW Podemos observar no projeto que suas características atendem plenamente a carga e não sobrecarrega o diodo zener, pois sua potência máxima é de 500mW e no circuito opera próximo a 50% da mesma. Cálculo da tensão thevenin: VTH = RL x VE = 500 x 16V = l3,54V RL + RS 500 + 91 VTH > VZ, satisfaz a regra de cálculo para o regulador de tensão zener. VPM = 91 __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 36 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 2.6.3 Regulador De Tensão Zener Com Fonte Fixa e Carga Variável (FFCV) IZMAX = PZ = 0,5W = 41,66mA VZ 12V IZMIN = IZMAX x 0,1 = 4,166ma IRL = VZ = 12V = 24mA RL 500 A) Dimensionamento do Resistor RS • Menor valor ôhmico que o resistor RS pode assumir (RSMIN): RSMIN = VE - VZ = 16V - 12V = 106,68 IZMAX x 0,9 41,66mA x 0,9 • Maior valor ôhmico que o resistor RS pode assumir (RSMAX): RSMAX = VE - VZ = 16V - 12V = 142 IRL + IZMIN 24mA + 4,166mA • Valor ôhmico ideal para o resistor RS (RSIDE): RSIDE = VE - VZ = 16V - 12V = 121 IZMAX + IRL 32,83mA 2 B) Cálculo dos parâmetros elétricos quiescentes por componente: • Resistor série RS IRSQ = VE - VZ = 16V - 12V = 33,33mA RS 120 PRSQ = RS x (IRSQ)2 = 120 x (33,33mA)2 = 133mW • Carga RL: IRLQ = VZ = 12V = 24mA RL 500 PRLQ = RL x (IRLQ)2 = 500 x (24mA)2 = 288mW • Diodo zener Com a carga RL conectada: IZQ = IRSQ - IRL = 33,33mA - 24mA = 9,33mA PZQ = VZ x IZQ = 12V x 9,33mA = 111mW Com a carga RL desconectada: IZQ = IRSQ = 33,33mA PZQ = VZ x IZQ = 12V x 33,33mA = 399mW VPM = 120 __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 37 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Podemos observar no projeto que suas características atendem plenamente a carga e não sobrecarrega o diodo zener independente da carga RL estar ou não conectada. Cálculo da tensão thevenin (VTH): VTH = RL x VE = 500 x 16V = 12,9V RL + RS 500 + 120 VTH > VZ, satisfaz a regrade cálculo para o regulador de tensão zener 2.6.4 Regulador De Tensão Zener Com Fonte Variável e Carga Fixa (FVCF) IZMAX = PZ = 0,5W = 41,66mA VZ 12V IZMIN = IZMAX x 0,1 = 4,166mA IRL = VZ = 12V = 24mA RL 500 A) Dimensionamento do resistor RS • Menor valor ôhmico que o resistor RS pode assumir (RSMIN) RSMIN = VEMAX - VZ = 20V - 12V = 130 IRL + (IZMAX x 0,9) 24mA + (41,66mA x 0,9) • Maior valor ôhmico que o resistor Rs pode assumir (RSMAX): RSMAX = VEMIN - VZ = 20V - 12V = 142 IRL + IZMIN 24mA + 4,166mA • Valor ôhmico ideal para o resistor RS (RSIDE): Podemos observar nos cálculos que a faixa entre os resistores máximo e mínimo é muito estreita e em alguns projetos onde a fonte de entrada assume uma grande faixa de variação, os valores calculados dos resistores máximo e mínimo tornam-se incoerentes (RSMÁX RSMIN. 2) manter a potência inicial do zener e fazer RSIDE = RSMIN. B) Cálculo dos parâmetros elétricos quiescentes por componente: 1) Com a tensão máxima de entrada (VEQ=20V) • Resistor série RS IRSQ = VEQ - VZ = 20V - 12V = 61,54mA RS 130 PRSQ = RS x (IRSQ)2 = 130 x (61,54mA)2 = 492mW VPM = 130 ( ) ( ) RS = VE - VE 20V -161V IDE MAX MIN 2 2 2 16 12 24 41 66 2 133 8 + − + = + − + = VE VZ I IZ V V mA mA MIN RL MAX , , __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 38 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO • Carga RL IRLQ = VZ = 12V = 24 mA RL 500 PRLQ = RL x (IRLQ)2 = 500 x (24mA)2 = 288mW • Diodo zener IZQ = IRSQ - IRLQ = 61,54mA - 24mA = 37,54mA PZQ = VZ x IZQ = 12V x 37,54mA = 450mW 2) Com a tensão mínima de entrada (VEQ=16V) •Resistor série RS IRSQ = 16V - 12V = 30,77mA PRSQ = 130 x (30,77mA)2 = 123mW 130 • Carga RL Mantém os mesmos valores calculados em “B”. • Diodo zener IZQ = 30,77mA - 24mA = 6,77mA PZQ = 12V x 6,77mA = 81mW Podemos observar nos cálculos dos parâmetros elétricos que, utilizando VEMAX e VEMIN, ambos atendem plenamente à carga e às características do diodo zener. Cálculo da tensão thevenin : VTH = RL x VEQ RL + RS VTH1 = 500 x 20V =15,87V VTH2 = 500 x16V = 12,69V 500 + 130 500 + 130 VTH > VZ satisfaz a regra de cálculo para o regulador de tensão zener. Para o regulador FVCF, quando RSMAX RSMIN. Para o exemplo, substituindo o diodo zener de 0,5W para um de 1W, o resistor RSMAX torna-se maior que RSMIN. Calcular o resistor ideal como: . (VEMAX - VEMIN) + VEMIN - VZ RSIDE = 2 = 6V = 111,8 IRL + IZMAX 53,66mA 2 2) Manter a potência zener inicial de projeto e fazer: RSIDE RSMIN = 213 B) Cálculo dos parâmetros elétricos quiescentes por componentes: Para o cálculo dos parâmetros elétricos, consultar a tabela abaixo, utilizando as mesmas fórmulas aplicadas no subitem 2.6.4. PARÂMETROS PZ = 1,0 W OPÇÃO 1 RSIDE = 110 PZ = 0,5W OPÇÃO 2 RSIDE = 200 VEMAX = 20V VEMIN = 16V VEMAX = 20V VEMIN = 16V IRSQ 72,73mA 36,36mA 40mA 22,8mA PRSQ 582mW 145mW 320mW 104mW IRLQ 24mA 24mA 24mA 22,8mA PRLQ 288mW 288mW 288mW 259mW IZQ 48,73mA 12,36mA 16mA - X - PZQ 585mW 148mW 192mW - X - VEC 15,56V 17,53V VPM = 110 VPM = 200 __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 40 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Na opção - 1, com um aumento da potência zener de 0,5W para 1W, o regulador permite operar em toda faixa de variações da tensão não regulada. Para a menor tensão de entrada a carga recebe a corrente necessária para o seu funcionamento e o diodo zener uma corrente de trabalho > IZMIN, garantindo o seu funcionamento. Para a maior tensão de entrada a carga continua com sua tensão e corrente estáveis e o diodo zener recebendo uma corrente de trabalhocorrente disponível para a carga, aproximadamente 20mA. IRSQ = VEQ - VZ 16V - 12V = 20mA RS 200 Em uma segunda aproximação, considerando que o diodo zener encontra-se fora de serviço, a corrente sobre o resistor RS com maior precisão é: IRSQ = VEQ = 16V = 22,8mA RS + RL 200 + 500 Como o cálculo do regulador foi feito através da segunda opção do subitem “A”, torna-se necessário calcular a tensão crítica de entrada, para garantir o funcionamento do zener. VEC = (IRLQ + IZMIN) x RS + VZ = (24mA + 4,166mA) x 200 + 12V = 17,63V A tensão VEC = 17,63V é a menor tensão que a fonte não regulada pode fornecer, sem que o regulador zener perca suas características de regulador estabilizado. A perda da regulação de tensão em uma fonte de alimentação de circuitos eletrônicos ocasiona irregularidades em seu funcionamento, tornando necessário um aumento da potência zener, para que as variações da carga e da tensão de entrada, não limite o funcionamento do regulador. Um regulador estabilizado deve operar com o diodo zener na região de ruptura (VTH > VZ). Outra maneira de se projetar um regulador zener estabilizado, é conhecendo a impedância zener (RZ), aplicando-se a relação: RZ 0,01RS e RZ 0,01RL Sendo impossível, em certos casos, satisfazer a regra de 100 : 1 usando um regulador zener, optamos por um regulador menos estabilizado ou um regulador transistorizado. → Os reguladores de tensão transistorizados, serão concatenados com os estudos dos amplificadores transistorizados na configuração “Coletor-Comum” ou “Seguidor de Base”. __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 41 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO III - CONVERSOR ESTÁTICO É um sistema elétrico, constituído por elementos passivos (resistores, indutores e capacitores) e elementos ativos (interruptores), tais como diodos, tiristores, GTOs e triac’s, associados segundo uma regra preestabelecida. Podemos definir conversor estático, como sendo um dispositivo que transforma a corrente de um tipo em outra ou dispositivo para mudar uma freqüência para outra. Os conversores realizam o tratamento eletrô- nico da energia elétrica e são empregados para o controle da energia elétrica entre dois ou mais sistemas elétricos. As principais funções reali- zadas pelos conversores estáticos estão representadas no diagrama de bloco. Podemos citar dentre as várias aplicações dos conversores estáticos: • fonte estabilizada; • controle de motores C.C. ; • alimentação de segurança; • carregadores de baterias; • transmissão de corrente contínua; • controles de motores C.A. (síncrono e de indutância). Nesta primeira parte de nossos estudos enfocaremos os conversores retificadores. 3.1 RETIFICADORES ESTÁTICOS Dispositivo capaz de converter uma corrente alternada (C.A.) em uma corrente contínua unidirecional (C.C.) pulsativa e com alto nível de ruído psifométrico. Existe um grande número de aplicações que exigem a energia elétrica sob forma de C.C., tais como: alimentação de circuitos eletrônicos, eletrificação de ferrovias, carregadores de baterias, etc. Cada aplicação acima requer um determinado nível de potência em função do sistema e da carga que recebe a corrente contínua. Além disso, cada aplicação admite um determinado valor máximo de componente alternada (ripple) na tensão retificada. No projeto de fontes de alimentação C.C. de qualquer circuito eletrônico, devemos levar em conta diversos parâmetros, como a tensão C.C. necessária ao seu correto funcionamento, corrente máxima de carga e os tipos de transformadores, retificadores e capacitores adequados ao sistema tanto quanto ao desempenho quanto ao custo. Um dos fatores preponderantes no cálculo de uma fonte de alimentação, é a escolha do correto valor de um capacitor de filtro, devido a sua influência na limitação da tensão de ondulação residual ou ruído psifométrico (ripple), presente na saída dos retificadores; principalmente se esta fonte irá alimentar circuitos eletrônicos sensíveis à tensão de ondulação, prejudicando seu funcionamento. Em nossos estudos, analisaremos três regras para um correto dimensionamento de uma fonte de alimentação e com baixo custo: 1) Para as baixas potências, os retificadores monofásicos satisfazem às exigências de tensão e corrente para a maioria dos circuitos eletrônicos (corrente de carga 10A). 2) Para as cargas de alta potência, os circuitos mais adequados são os retificadores polifásicos, tendo em vista que estes circuitos possibilitam a obtenção de níveis mais elevados de tensão e corrente, com menor ondulação e com menor fator de utilização dos diodos retificadores (corrente de carga > 10A). __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 42 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 3) Para a escolha do correto valor do capacitor de filtro, adotamos: • equipamentos profissionais fator de ondulação (Ko)de saída do retificador , considerando uma fonte de tensão real (Ri0), corrente disponível à carga. G) Tensão eficaz total de saída - VL É a tensão em RMS (Root Mean Square) na saída do retificador, com a carga conectada, cujo valor é medido utilizando um osciloscópio. H) Corrente eficaz total de saída - IL É a corrente em RMS na saída do retificador , com a carga conectada. I) Tensão de ondulação de saída em RMS - VCA É a tensão eficaz na saída do retificador cujo valor é medido com um voltímetro C.A. J) Tensão primária - VP É a tensão eficaz de alimentação do enrolamento primário do transformador. K) Tensão secundária - VS É a tensão eficaz nos terminais do enrolamento secundário do transformador. L) Freqüência de ondulação - Fo É a freqüência que ocorre à oscilação do sinal de saída do retificador. M) Fator de ondulação de saída - Ko É definido como sendo a relação entre a componente efetiva de C.A. e a componente média de C.C. na saída, dado em percentual. Para os retificadores de meia onda, este fator de ondulação corresponde a 120%, que é considerado um alto nível de ruído psifométrico. N) Potência média de saída - PCC É a potência média de saída do retificador, fornecida à carga. O) Potência média de entrada - Pent É a potência média fornecida à entrada do retificador. Para os retificadores que dispõem de transformador de entrada, a potência de entrada é a potência fornecida ao enrolamento primária do transformador. __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 44 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO P) Eficiência do retificador - Indica o rendimento do processo de retificação. Os rendimentos máximos que podem ser apresentados pelos retificadores são: Meia-onda = 40,5%, Onda-completa 1= 81,1% e Onda-completa 3 = 95,5%). Q) Corrente direta no diodo retificador - IFD É a corrente média direta que circula pelo diodo retificador. R) Tensão inversa de pico - PIV É a máxima tensão inversa de pico, sobre os terminais dos diodos retificadores. S) Parâmetros do circuito retificador thevenizado: Aplicando o Teorema de Thevenin no circuito retificador, podemos representá-lo por um circuito retificador thevenizado. Resistência Thevenin - RTH É a resistência thevenin, vista pela fonte thevenin para alimentar a carga. Tensão Thevenin C.C. - VTH É uma fonte de tensão thevenin com resistência interna igual a zero (Ri=0), o valor desta tensão eqüivale à tensão média retificada de saída aproximada. • Tensão Thevenin C.A. - vth É uma fonte de tensão thevenin C.A. com resistência interna igual a zero (Ri=0), o valor desta tensão eqüivale à tensão eficaz do enrolamento secundário (VS). Resistência dos enrolamentos do transformador As resistências dos enrolamentos variam em função da potência do transformador, quanto maior sua potência, menor será a resistência dos respectivos enrolamentos (resistência do enrolamento primário “RP” e resistência do enrolamento secundário “RS”). Para efetuar-se um cálculo com precisão, recomendamos medir o valor ôhmico dos enrolamentos, utilizando uma ponte “Wheatstone”. Resistência da fonte geradora - Rg É a resistência interna da fonte de energia, responsável pela alimentação do transformador. Para os retificadores ligados diretamente à rede de alimentação, faz-se Rg=0. Resistência dinâmica do diodo retificador - RFD É o valor ôhmico de cada diodo retificador durante o processo de retificação. Conforme estudos feitos no subitem 2.3 (B) , a resistência direta do diodo retificador (RFD), operando em C.A. pode ser determinada utilizando a equação da resistência dinâmica do diodo. RFD = 25 mV + rb ID Resistência ôhmica de carga - RL É o valor ôhmico da carga conectada à saída do retificador Relação de espiras - (n) É a relação de espiras do transformador, calculada em relação ao número de espiras do secundário (NS) para o primário (NP). Pode também ser determinada, em relação à tensão secundária (VS) para a tensão primária (VP). __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 45 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO FORMULÁRIO - RETIFICADOR SEM FILTRO PARÂMETROS MEIA - ONDA ONDA COMPLETA PONTE DE GRAETZ CENTER - TAP VCCA = VCCA = 1 0 VSmax senwt dt 2 0,45 x VS 1 0 VSmax senwt dt 0,9 x VS 1 0 VS1max senwt dt 0,9 x VS1 ICCA = VCCA RL VCCA RL VCCA RL n = VS VP VS VP VS1 VP RTH = n2 ( RP + RG) + RS +RFD n2 ( RP + RG) + RS +2RFD n2 ( RP + RG) + RS/2 +RFD KA = RL . RL + RTH RL . RL + RTH RL . RL + RTH VCC = VCCA x KA VCCA x KA VCCA x KA vth = VS x 0,707 VS VS1 VTH = VCCA VCCA VCCA VL = VL = 1,57 x VCC vth x KA 1,11 x VCC vth x KA 1,11 x VCC vth x KA IL = VL RL VL RL VL RL VCA= VCA = VS x KA x 0,545 VCC x 1,21 VS x KA x 0,435 VCC x 0,483 VS1 x KA x 0,435 VCC x 0,483 Fo = FENT 2 FENT 2 FENT Ko = VCA x 100 VCC VCA x 100 VCC VCA x 100 VCC PCC = VCC x ICC VCC x ICC VCC x ICC PENT VP x IL x n x 0,707 VP x IL x n VP x IL x n = = KA x 40,5% PCC x 100 PENT KA x 81,1% PCC x 100 PENT KA x 81,1% PCC x 100 PENT IFD = ICC ICC 2 ICC 2 PIV = VS x 2 VS x 2 (VS1 +VS2) x 2 KA Fator de atenuação da tensão de saída, determinado em função do divisor de tensão no circuito thevenizado (RL e RTH). __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 46 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO FORMULÁRIO - RETIFICADOR COM FILTRO PARÂMETROS MEIA - ONDA ONDA COMPLETA PONTE DE GRAETZ CENTER - TAP VCCA = 1,41 x VS 1,41 x VS 1,41 x VS1 ICCA = VCCA RL VCCA RL VCCA RL n = VS VP VS VP VS1 VP RTH = n2 ( RP + RG) + RS +RFD n2 ( RP + RG) + RS +2RFD n2 ( RP + RG) + RS/2 +RFD KA = RL RL + RTH RL RL + RTH RL RL + RTH VCC = VCCA x KA VCCA x KA VCCA x KA VTH = VCCA VCCA VCCA VL = VCC VCC VCC ICC=IL = VCC RL VCC RL VCC RL Ko = VCA x 100 VCC VCA x 100 VCC VCA x 100 VCC VCA VCC x Ko x 0,01 VCC x Ko x 0,01 VCC x Ko x 0,01 Vm = VCC - VCA VCC - VCA VCC - VCA Im = Vm RL Vm RL Vm RL Fo = FENT 2 FENT 2 FENT PCC = VCC x ICC VCC x ICC VCC x ICC PENT VP x 1,41 x IL x n VP x 1,41 x IL x n VP x 1,41 x IL x n = PCC x 100 PENT PCC x 100 PENT PCC x 100 PENT IFD = ICC ICC 2 ICC 2 PIV = 2 x VS x 2 VS x 2 (VS1 +VS2) x 2 KA Fator de atenuação da tensão de saída, determinado em função do divisor de tensãono circuito thevenizado (RL e RTH). Fo Para um fator de ondulação Ko = 0%, a freqüência de ondulação assume também Fo = 0. 3.1.1 Retificador Não Controlado de Meia Onda Em função de seu alto nível de ruído psifométrico, sua aplicação se restringe a circuitos eletrônicos de comutação, circuitos elétricos de sinalização, iluminação e acionamento de motores em corrente contínua. Para os circuitos de iluminação e acionamento de motores, aplica-se o retificador de meia onda controlado, que tem a função de controlar o nível de iluminação e a velocidade dos motores. __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 47 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A) Retificador de meia-onda sem filtro: Cálculo Dos Parâmetros Elétricos: VCCA = 0,45 x 12V = 5,4V ICCA = 5,4V = 200mA 27 n = 12V = 0,1 RDF = 25mV + 2 = 2,12 120V 200mA RTH = 0,12 (50 + 0) + 1,1 + 2,12 = 3,72 KA = 27 = 0,88 27 + 3,72 VCC = 5,4V x 0,88 = 4,75V ICC = 4,75V = 176mA 27 vth = 12V x 0,707 = 8,484V Fo = 60Hz IL = 7,46V = 276mA VL = 8,48V x 0,88 = 7,46V 27 VCA = 4,75V x 1,21 = 5,75V Fo = 60Hz Ko = 5,75V x 100 = 121% PCC= 4,75V x 176mA =836mW 4,75V PENT = 120V x (276mA x 0,1) x 0,707 = 2,34W = 0,836W x 100 = 35,7% 2,34W IFD = 176mA PIV = 12V x 2 = 16,97V __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 48 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A.1) Retificador de meia-onda com filtro: Para escolha do valor do capacitor de filtro, dependemos de cálculos morosos, envolvendo funções transcendentais que podem ser não satisfatoriamente atenuadas pela utilização de ábacos (que nem sempre temos à mão). Com pequenas simplificações poderemos facilitar este cálculo, como veremos a seguir: Desprezando-se o tempo de carga do capacitor de filtro, a tensão de ondulação (VCA) é dado por: VCA = VCC - VCC x e -T/RL x C1 ou VCA = Vp - Vm Onde a tensão média de saída retificada (VCC), pode ser considerada igual ou aproximadamente igual à tensão de pico de saída (Vp). VCC Vp T = período da forma de onda de saída do retificador T = 1 = 1 = 16,67 ms Retificador de meia-onda Fo 60Hz T = 1 = 1 = 8,33 ms Retificador de onda-completa Fo 120Hz RL = valor ôhmico da carga C1 = valor do capacitor de filtro Expressando a equação da tensão de ondulação (VCA), como sendo a relação entre a componente efetiva de C.A. e a componente média de C.C., na saída do retificador, temos: VCA = 1 - e - T/RL x C1 VCC __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 49 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Podemos observar que para pequenos valores de T/RL x C1 a relação de ondulação tende a “zero”. Baseado neste fato podemos fazer uma nova aproximação, na qual a margem de êrro será absorvida pela tolerância do capacitor: Toda análise feita para o cálculo do capacitor de filtro, é aplicado também para os retificadores de onda-completa. Para o exemplo, considerando que se deseja projetar uma fonte de alimentação que opere com um fator de ondulação de Ko = 8%, temos: VCA = 0,08 VCC Logo: Podemos observar, que, para os retificadores de meia-onda, torna-se inviável o dimensionamento do capacitor de filtro, devido ao seu alto valor de capacitância acompanhado de um alto custo. Para este tipo de aplicação são utilizados os capacitores eletrolíticos. Cálculo dos parâmetros elétricos: n = 12V = 0,1 RDF = 25mV + 2 = 2,04 120V 628mA RTH = 0,12 (50 + 0 ) + 1,1 + 2,04 = 3,64 VTH = VCCA = 16,97V KA = 27 = 0,88 VCC = 16,97V x 0,88 = 14,93V 27 + 3,64 ICC = 14,93V = 553mA VL = VCC = 14,93V 27 IL = ICC = 553mA VCA = 14,93V x 0,08 = 1,19V Ko = 1,19V x 100 = 8% Vm = 14,93V - 1,19V = 13,74V 14,93V Podemos observar que o retificador de meia onda quando dimensionado com filtro de ripple, sua tensão de ondulação residual é reduzida bruscamente, enquanto que o rendimento ( ) do processo de retificação cresce subitamente, aproximando de um rendimento ideal. VCCA V V V mA= = = =12 2 16 97 16 97 27 628, , ICCA Im , , , , , , , , , = = = = = − = = = = 13 74 27 508 8 14 93 553 8 26 33 94 120 2 553 0 1 9 38 8 26 9 38 100 88% V mA V mA W V Pent v mA W W W PCC PIV = 2 VS 2 VCA VCC C1 T RL VCA VCC = T RL C1 C1 16,67ms 27 VPM = 10.000 F = 0 08 7718 , F __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 50 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 3.1.2 Retificador Não Controlado Em Onda Completa A) Configuração Ponte de Graetz Sem Filtro: Em função de seu baixo nível de ruído psifométrico, apresenta uma grande utilização em circuitos eletrônicos. Possui um fator de ondulação do sinal de saída de 48,3%, podendo ser reduzido com a utilização de filtros (capacitores e indutores) na saída do retificador e apresenta um rendimento máximo de 81,1%. O semiciclo indicado no circuito retificador mostra D1 e D2 em estado de condução, D3 e D4 em estado de corte. No semiciclo seguinte D1 e D2 entra em estado de corte, D3 e D4 passa para o estado de condução. Cálculo Dos Parâmetros Elétricos : VCCA = 0,9 x 12V = 10,8V ICCA = 10,8V = 400mA 27 n = 12V = 0,1 RDF = 25mV + 2,0 = 2,125 120V 200mA RTH = 0,12 (50 + 0) + 1,1 + (2 x 2,125) = 5,85 KA = 27 = 0,82 27 + 5,85 __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 51 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VCC = 10,8V x 0,82 = 8,86V ICC = 8,86V = 328mA 27 vth = 12V VTH = 10,8V VL = 12V x 0,82 = 9,84V IL = 9,84V / 27 = 364mA VCA = 8,86V x 0,483 = 4,28V VP = 16,97V x 0,82 = 13,91V IP = 13,91V/27 = 515mA Fo = 2 x 60Hz = 120Hz Ko = 4,28V x 100 = 48,3% 8,86V PCC = 8,86V x 328mA = 2,91W PENT = 120V x 364mA x 0,1 = 4,37W = 2,91W x 100 = 66,59% 4,37W A.1) Configuração Ponte de Graetz Com Filtro: Apesar da configuração apresentar um baixo nível de ruído psifométrico (Ko = 48,3%), para os circuitos eletrônicos sensíveis à tensões de ondulação, este nível de ruído passa a ser prejudicial ao seu funcionamento. Como exemplo, iremos reduzir este fator de ondulação de Ko = 48,3% para Ko = 8%. PIV V V= =12 2 16 97, IFD = 328mA = 164mA2 __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 52 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Sendo o retificador em onda completa, a freqüência de ondulação Fo = 120Hz, e o período da forma de onda na saída do retificador será: T = 1 = 1 = 8,33ms C 8,33ms = 3.856F Fo 120Hz 27 x 0,08 Cálculo do Parâmetros Elétricos: VCCA = 12V x 2 = 16,97V ICCA = 16,97V = 628mA 27 n = 12V = 0,1 RDF = 25mV + 2 = 2,08 120V 314mA RTH = 0,12 (50 + 0) + 1,1 + 4,16 = 5,76 VTH = VCCA = 16,97V KA = 27 = 0,82 VCC = 16,97V x 0,82 = 13,91V 27 + 5,76 ICC = 13,91V = 515mA VL = VCC = 13,91V 27 IL = ICC = 515mA VCA = 13,91V x 0,08 = 1,11V Ko = 1,11 x 100 = 8% Vm = 13,91V - 1,11V = 12,8V 13,91V Im = 12,8V = 474mA PCC = 13,91V x 515mA = 7,16W 27 Pent = 120V x 2 x 515mA x 0,1 = 8,74W = 7,16W x 100 = 81,9% 8,74W Podemos observar que o retificador de onda completa quando dimensionado com filtro de ripple, sua tensão de ondulação é reduzida bruscamente, enquanto que o rendimento () do processo de retificação cresce gradativamente, aproximando de um rendimento ideal. B) Configuração Center - Tap Sem Filtro Esta configuração, também, apresenta um baixo nível de ruído psifométrico e possui uma grande utilização em circuitos eletrônicos. Apresenta as mesmas características do retificador em ponte, com um fator de ondulação de 48,3% e rendimento máximo de 81,1%.Tem como vantagem em relação a configuração em ponte: • utilização de apenas dois (02) diodos retificadores; • menor resistência thevenin; • melhor rendimento. Tem como desvantagem uma tensão reversa maior sobre os diodos retificadores. O semiciclo indicado no circuito retificador mostra D1 em estado de condução, D2 em estado de corte, e o secundário “S1” alimenta a carga via D1. No semiciclo seguinte D1 e D2 trocam de estado e o secundário “S2” entra em serviço, alimentando a carga via D2. Para a configuração “Center - Tap”, a relação de espiras do transformador é dado em relação a um dos enrolamentos, (número de espiras do enrolamento S1 = número de espiras do enrolamento S2), pois cada metade do enrolamento secundário é responsável por um dos semiciclos, sendo assim definimos “n“ como sendo: n = VS1 = VS2 = NS1 = NS2 , VP VP NP NP onde: NP e NS número de espiras dos enrolamentos VPM = 4700F __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 53 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Cálculo dos Parâmetros Elétricos: VCCA = 0,9 x 12V = 10,8V ICCA = 10,8V = 400mA 27 n = 12V = 0,1 RFD = 25 mV + 2,0 = 2,125 120V 200mA RTH = 0,12 (50 + 0) + 2,2 + 2,125 = 3,72 KA = 27 = 0,88 2 27 + 3,72 VCC = 10,8V x 0,88 = 9,50V ICC = 9,50V = 352mA 27 vth = 12V VTH = 10,8V VL = 12V x 0,88 = 10,56V IL = 10,56V = 391mA 27 VP = 16,97V x 0,88 = 14,93V IP = 14,93V/27 = 553mA VCA = 9,50V x 0,483 = 4,59V Fo = 2 x 60Hz = 120Hz __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 54 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Ko = 4,59V x 100 = 48,3% PCC = 9,50V x 352mA = 3,34W 9,50V PENT = 120V x 391mA x 0,1 = 4,69W = 3,34W x 100 = 69% 4,69W IFD = 352mA = 176mA PIV = (12V + 12V)2 = 33,9V 2 B.1) Configuração Center-Tap Com Filtro: Apesar da configuração apresentar um baixo nível de ruído psifométrico (Ko = 48,3%), para os circuitos eletrônicos sensíveis à tensões de ondulação, este nível de ruído passa a ser prejudicial ao seu funcionamento. Como exemplo, irem os reduzir este fator de ondulação de Ko = 48,3% para Ko = 8%. Cálculo dos Parâmetros Elétricos: VCCA = 12V x 2 = 16,97V ICCA = 16,97V = 628mA 27 n = 12V = 0,1 RDF = 25mV + 2 = 2,08 120V 314mA __________________________________________________________________________ CONVERSORES C.A. / C.C. 55 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO RTH = 0,12 (50 + 0) + 1,1 + 2,08 = 3,68 VTH = VCCA = 16,97V KA = 27 = 0,88 VCC = 16,97V x 0,88 = 14,93V 27 + 3,68 ICC = 14,93V = 553mA VL = VCC = 14,93V 27 IL = ICC = 553mA VCA = 14,93V x 0,08 = 1,19V Ko = 1,19V x 100 = 8% Vm = 14,93V - 1,19V = 13,74V 14,93V Im = 13,74V = 508,8mA PCC = 14,93V x 553mA = 8,26W 27 Pent = 120V x 2 x 553mA x 0,1 = 9,38W PIV =(1 2V + 12V) x 2 = 33,9V = 8,26W x 100 = 88% 9,38W Para o retificador de onda-completa em Center-tap com filtro, sua tensão de ondulação é reduzida bruscamente, enquanto que o rendimento () do processo de retificação cresce gradualmente, aproximando de um rendimento ideal. O retificador em Center-tap apresenta um melhor desempenho (maior rendimento), que o retificador em Ponte-de-Graetz; isto se deve ao fato, do retificador em Center-tap apresentar uma menor resistência dinâmica dos componentes ativos, envolvidos no processo de retificação. ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 56 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO IV - TRANSISTOR BIPOLAR O avanço da tecnologia do estado sólido teve início com o desenvolvimento do transistor em 1948, por três cientistas (SCHOCKLEY-BARDEN-BRATTAIN), no laboratório de pesquisas da “BEL TELEPHONE”, nos Estados Unidos. A pesquisa foi concretizada em 1951 por SCHOCKLEY, quando foi lançado o primeiro transistor. O nome transistor vem da redução de dois vocábulos gramaticais (contração) da língua inglesa “TRANSFER-RESISTOR” resistor de transferência. Um transistor é bipolar, porque em seu funcionamento participam dois tipos de portadores com cargas opostas (elétrons e lacunas livres). SIMBOLOGIA REGIÕES DO TRANSISTOR EMISSOR: É uma parte do cristal densamente dopado, que tem a função de emitir ou injetar elétrons na base. Sua região é de tamanho intermediária entre as regiões de base e coletor. BASE: É uma parte do cristal levemente dopado e muito fina, tem como função permitir que a maioria dos elétrons injetados pelo emissor passe para o coletor. COLETOR: É uma parte do cristal com dopagem intermediária entre a dopagem da base e a dopagem do emissor, é a região mais extensa das três. Tem como função coletar os elétrons que vem da base, é a região que tem maior dissipação de calor. JUNÇÕES DO TRANSISTOR Possui duas junções, uma entre o emissor e a base que chamamos de diodo daesquerda ou diodo emissor-base; e a outra entre coletor e a base, que chamamos de diodo da direita ou diodo coletor-base. Na figura, representamos um transistor em configuração com dois diodos para melhor entendimento, mas não podemos afirmar que é um transistor, pois a configuração apresenta três junções. CAMADA DE DEPLEÇÃO É a parte de um transistor que indica a presença de “ions” e a falta de portadores. Em uma junção “PN”, devido a sua repulsão mútua, os elétrons livres do lado N difundem-se ou espalham-se em ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 57 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO todas as regiões; alguns difundem através da junção. Quando um elétron livre sai da região N a sua saída cria um átomo carregado positivamente (um íon positivo), na região N. Além disso, à medida que ele penetra na região P o elétron livre torna-se um portador minoritário e tem uma vida média curta, logo depois de entrar na região P, o elétron livre preencherá uma lacuna. Quando isto ocorre, a lacuna desaparecerá e o átomo associado torna-se carregado negativamente, (um íon negativo). Os íons estão fixos na estrutura do cristal por causa da ligação covalente e não podem se deslocar como os elétrons e lacunas livres. BARREIRA DE POTENCIAL É a diferença de potencial através da camada de depleção. A camada de depleção age como uma barreira impedindo a continuação da difusão de elétrons livres através da junção. O impedimento da difusão ocorre quando a diferença de potencial da camada de depleção atinge 0,7V para junções de silício e 0,3V para junções de germânio. Emissor-Base: Sua camada de depleção é pequena e só penetra ligeiramente na região do emissor ( densamente dopado ), porém, profundamente na base (levemente dopada). Coletor-Base: Sua camada de depleção é grande, estende-se bem para dentro da base e penetra na região do coletor numa quantidade menor. 4.1 POLARIZAÇÃO DE UM TRANSISTOR 4.1.1 Polarização Direta (Não Utilizada) Os elétrons livres entram no emissor e no coletor, juntam-se na base e fluem através do fio comum. Como os dois diodos estão polarizados diretamente, as correntes de emissor e coletor assumem altos valores, limitadas pelos seus respectivos resistores (RC e RE). 4.1.2 Polarização Reversa Nesta situação os dois diodos estão polarizados reversamente, constituindo apenas um fluxo pequeno de portadores minoritários, provocados pela fuga superficial ou produzidos termicamente. O aumento de portadores minoritários é dobrado para cada 10C de variação de temperatura ambiente. ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 58 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 4.1.3 Polarização Direta-Reversa É a polarização ideal para o funcionamento de um transistor; polarizando diretamente o emissor e inversamente o coletor. No instante em que a polarização direta é aplicada ao diodo emissor, os elétrons do emissor ainda não penetraram na região da base, sendo VBE maior que o potencial da barreira ( 0,7V), muitos elétrons do emissor penetram na região de base. Os elétrons da base, podem fluir em duas direções: descendo pela base fina e passando pelo terminal externo da base, ou através da junção do coletor passando pela região do mesmo. A corrente que circula pelo terminal da base é chamada de “corrente de recombinação”, ela é pequena porque a base é pouco dopada (poucas lacunas). Mais de 95% dos elétrons injetados pelo emissor, são coletados pelo coletor e menos de 5% preenchem as lacunas da base e fluem para fora do transistor, através do terminal externo da base. A polarização direta do diodo emissor, controla o número de elétrons livres injetados na base. Quanto maior o “VBE”, maior o número de elétrons injetados na base. Na figura mostramos o gráfico das bandas de energia de um transistor, quando o diodo emissor está polarizado diretamente e o diodo coletor polarizado inversamente. A tensão “VBE” nos terminais do transistor, atingindo o valor suficiente para romper a barreira de potencial da junção emissor-base ( 0,7V ), os elétrons do emissor podem se difundir da banda de condução do emissor para a banda de condução da base. Ao entrar na banda de condução da base, os elétrons tornam-se portadores minoritários porque estão dentro de uma região P. Agora a base tem uma densidade maior de portadores minoritários. Em quase todos os transistores, mais de 95% desses portadores minoritários tem uma vida média suficientemente longa para se difundir pela camada de depleção do coletor e descer pela barreira de energia do coletor. À medida que caem liberam energia, principalmente na forma de calor. O coletor deve ser capaz de dissipar esse calor e por essa razão, ele é geralmente a maior das três regiões dopadas. Menos de 5% dos elétrons injetados pelo emissor caem ao longo do percurso de recombinação mostrado na figura, aqueles que se recombinam tornam-se elétrons de valência e fluem através das lacunas da base para o terminal externo da base. 4.2 PARÂMETROS DE UM TRANSISTOR 4.2.1 Alfa cc - cc Indica a aproximação das correntes de emissor e coletor. Quanto mais levemente dopada a base, mais alto será o se cc. Idealmente, se todos os elétrons injetados fossem para o coletor, cc=1. Muitos transistores tem cc maior que 0,99 e praticamente todos têm cc maior que 0,95. Por esta razão podemos aproximar cc a “1” na maioria das análises: cc = IC IE ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 59 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Exemplo: 1) Calcular o cc de um transistor, sabendo que a corrente de emissor é 5mA e corrente do coletor 4,9mA. cc = 4,9mA = 0,98 5,0mA 2) Calcular a corrente de coletor de um transistor, sabendo que IE = 10mA e cc = 0,99. Ic = cc x IE Ic = 0,99 x 10mA = 9,9mA 4.2.2 Resistência De Espalhamento Da Base - r 'b É a resistência do fino canal de base, sendo que esta resistência varia em função da polarização reversa do diodo-coletor. Aumentando “VCB”, diminui a largura do canal de base, o que eqüivale a um aumento em “r'b”. Em alguns casos “r'b” chega a valores elevados (1000); mas tipicamente situam-se na faixa de 50 a 150. Os efeitos “r'b” são importantes em circuitos de altas freqüências. 4.2.3 Tensões De Ruptura - BV É a tensão reversa aplicada aos diodos de emissor e de coletor, que podem provocar a interrupção dos mesmos. Esta tensão “BV” depende da largura da camada de depleção e dos níveis de dopagem. BVBE = Tensão de ruptura entre os terminais base-emissor; nos transistores comerciais varia de 5 a 30V. BVBC = Tensão de ruptura entre os terminais base-coletor; nos transistores comerciais varia de 20 a 300V. 4.2.4 Beta cc - cc É o símbolo que indica o ganho de corrente C.C. de um transistor; define-se pela relação entre a corrente de coletor e corrente de base. O ganho de corrente (cc) dos transistores comerciais, é quase sempre maior que 20. Geralmente, ele se encontra entre 50 e 600, e alguns transistores tem cc da ordem 1.000 cc = IC IB 4.2.5 Lei De Kirchhoff Para O Transistor Dedução Matemática: - Dividindo ambos os lados por IC IE = IC + IB 1 = 1 + 1__ IC IC IC cc cc 1 = cc + 1 cc cc logo: 1 - 1 = 1 1 - cc = 1 cc cc cc cc cc = cc 1 - cc cc = cc cc + 1 ________________________________________________________________________TRANSISTOR BIPOLAR 60 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Exemplos: Calcular o ganho de corrente C.C. de um transistor, sabendo que a corrente de coletor é 5mA e a corrente de base 0,05mA. cc = 5mA = 100 0,05mA Calcular o ganho de corrente C.C. de um transistor, sabendo-se que a aproximação de IC e IE é de 0,98. cc = cc = 0,98 = 49 1 - cc 1 - 0,98 Calcular o cc de um transistor, sabendo-se que o seu ganho de corrente C.C. é de 200. cc = cc = 200 = 0.99 cc + 1 200 + 1 Sabendo-se que o ganho de corrente C.C. de um transistor é de 200 e sua corrente de coletor 100mA, calcular IB, IE e cc. IB = 100mA = 0,5mA cc = 200 = 0,995 IE = 100mA + 0,5mA = 100,5mA 200 200 + 1 4.3 CURVAS DO COLETOR DE UM TRANSISTOR Fixamos o valor da corrente de base e variamos o valor da tensão entre coletor-emissor (VCE). Quando VCE = 0, o diodo-coletor não está polarizado inversamente, portanto a corrente do coletor é desprezível. Para VCE entre “0V” e aproximadamente 1V, a corrente do coletor aumenta de forma drástica. Acima do joelho, aumentando VCE a corrente de coletor é praticamente constante. Se aumentarmos VCE demais, o diodo-coletor rompe-se a acaba com o seu funcionamento normal. A - Região de Saturação: É toda curva entre a origem e o joelho. Fixando um valor de corrente de base e mantendo o VCE =0, o diodo-coletor não está polarizado reversamente, portanto, a corrente IC é desprezível. Para um VCE entre 0 (zero) e aproximadamente 1V, o diodo-coletor entra na polarização reversa e a corrente IC aumenta de forma drástica. ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 61 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B - Região ativa: É a parte plana da curva, onde o transistor funciona como uma fonte de corrente controlada. Fixando IB e variando a tensão VCE à partir de 1V, a corrente IC permanece constante. C - Região de Ruptura: É a parte final da curva, onde não se deve trabalhar com um transistor. Os transistores dispõem de uma tensão limite para um correto funcionamento (VBR). A partir deste ponto há um rompimento das junções, ocasionando um curto-circuito entre os terminais coletor- emissor, que gera um aumento brusco de corrente pelo seus terminais. Tensão de Compliance: É a faixa de tensão entre coletor-emissor, ao longo do qual o transistor funciona como uma fonte de corrente: é a faixa de tensão VCE entre 1V e a tensão de ruptura. 4.3.1 Coletor Com Base Aberta: ICEO - Corrente de coletor-emissor com base aberta (pequena corrente de fuga). BVCEO - Tensão de Ruptura entre os terminais de CE com base aberta. A corrente de coletor é a corrente de fuga do diodo-coletor, formada pelos portadores gerados termicamente e pela corrente de fuga superficial. 4.4 CURVA DA REGIÃO DE BASE DE UM TRANSISTOR É um gráfico da corrente de base x tensão base- emissor. Como a seção base - emissor de um transistor é um diodo, o gráfico se assemelha com a curva de um diodo. O espaço entre as duas curvas é chamado de “EFEITO EARLEY”, resulta da realimentação interna do transistor do diodo-coletor para o diodo- emissor. o espaço entre as curvas é pequeno, nem mesmo perceptível em um osciloscópio, por esta razão ignoramos o efeito EARLEY em todas as análises preliminares. O efeito EARLEY será incluído nas análises dos parâmetros híbridos. No gráfico mostramos duas curvas, variando o “VCE” para um VCE mais alto, aumenta o VBE e reduz a corrente de base. 4.5 CURVAS DE GANHO DE CORRENTE - CC A uma temperatura fixa, cc aumenta até um valor máximo, quando a corrente de coletor aumenta. Para aumentos da corrente de coletor, fora do pico da curva de cc, o ganho de corrente começa a desaparecer. ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 62 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Uma variação na temperatura ambiente, produz também uma variação do cc. Para qualquer projeto, não se deve exigir um valor exato de cc. No pior caso, onde tanto a corrente de coletor quanto a temperatura variam significativamente, o cc pode variar numa faixa de 9:1. 4.6 LINHAS DE CARGA C.C. DE UM TRANSISTOR A) Cálculo do ponto superior da linha de carga: considera-se VCE = 0 e aplica-se a fórmula, este é o ponto de saturação do transistor. Ponto de saturação: É a interseção da linha de carga e a curva IB = IBsat. ICSAT = VCC - VCE ICSAT = 10V - 0V = 10mA RC 1k B) Cálculo do ponto inferior a linha de carga: considera-se IC = 0 e aplica-se a fórmula, este é o ponto de corte do transistor. Ponto de corte: é onde a linha de carga intercepta a curva IB = 0. IC = VCC - VCE 0 = 10V - VCE RC 1K 10V - VCE = 1K x 0 VCE 10V C) Cálculo da corrente de base: Aplicando a lei de KIRCHHOFF, podemos afirmar que a soma das tensões ao longo da malha é igual a zero. IBRB + VBE - VBB = 0 IB . 220K + 0,7V - 5V = 0 IB . 220K - 4,3V = 0 IB = 4,3V = 19,5A 220K VCECORTE VCC ________________________________________________________________________ TRANSISTOR BIPOLAR 63 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Com a aplicação do teorema de Kirchhoff, resulta na fórmula: IB = VBB - VBE RB Associando a corrente de base, na curva de coletor, fixamos o VCE > 1,0V e definimos duas regiões de funcionamento controlado pela corrente de base: • Região de saturação IB91 7.6 Características da configuração “EC” ......................................................................... 91 7.7 Cálculos e análise de um amplificador emissor-comum ............................................. 92 7.8 Amplificador emissor-comum com estágios em cascata ............................................. 94 7.9 Amplificador “EC” com realimentação parcial do resistor de emissor ...................... 95 VIII – AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM (CC)........................................................ 98 8.1 Linha de carga C.C. ..................................................................................................... 98 8.2 Ganho de tensão (AV) ................................................................................................. 99 8.3 Características da configuração “CC” ......................................................................... 99 8.4 Polarização por realimentação do emissor .................................................................. 99 8.5 Polarização por divisor de tensão .............................................................................. 103 8.6 Transistores em montagem DARLINGTON ............................................................. 106 8.7 Regulador de tensão transistorizado com seguidor de emissor ................................. 111 8.8 Regulador de tensão paralelo transistorizado ............................................................ 113 8.9 Regulador de corrente transistorizado ...................................................................... 115 IX – AMPLIFICADOR BASE-COMUM (BC) ..................................................................... 121 9.1 Características da configuração “BC” ....................................................................... 121 9.2 Polarização por divisor de tensão .............................................................................. 121 9.3 Circuitos equivalentes e cálculos dos parâmetros elétricos ....................................... 122 __________________________________________________________________________ SUMÁRIO 3 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO X – AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA ............................................................................ 125 10.1 Amplificador classe – A ....................................................................................... 125 Classe – A em configuração “EC” .................................................................. 125 10.2 Amplificador classe – B ....................................................................................... 129 Configuração “PUSH-PULL” ........................................................................ 130 10.3 Acionador de classe – B ....................................................................................... 135 10.4 Cálculo dos parâmetros de um amplificador completo ......................................... 135 10.5 PUSH-PULL com par DARLINGTON ................................................................ 138 10.6 PUSH-PULL com par DARLINGTON/SZIKLAI ................................................ 139 10.7 PUSH-PULL acoplado por transformador ............................................................ 139 10.8 PUSH-PULL com fonte simétrica ......................................................................... 139 10.9 Amplificador de Áudio Estéreo 320 PMPO ..........................................................140 XI – MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CICUITOS COM TANSISTORES LINEARES ...................................................................................................................... 150 11.1 Parâmetros de impedância (Z) ................................................................................. 150 11.2 Parâmetros de admitância (Y) .................................................................................. 151 11.3 Parâmetros “G” ........................................................................................................ 153 11.4 Parâmetros híbridos (h) ............................................................................................ 154 Parâmetros híbridos e suas especificações em folhas de dados .......................... 156 Análise dos parâmetros, para uma rede com duas porta, adicionado de carga e fonte ...................................................................................................................... 157 Cálculos de circuito transistorizado em configuração “EC”, utilizando os parâmetros híbridos .............................................................................................. 159 Cálculos de circuito transistorizado em configuração “CC”, utilizando os parâmetros híbridos .............................................................................................. 162 Cálculos de circuito transistorizado em configuração “BC”, utilizando os parâmetros híbridos .............................................................................................. 165 XII – TIRISTORES ................................................................................................................ 170 12.1 A trava ideal ........................................................................................................... 170 12.2 Tiristor uniderecional ............................................................................................ 171 Retificador controlado de silício – SCR ......................................................... 171 Foto-tiristor (LASCR) ................................................................................... 177 Chave unilateral (SUS) .................................................................................. 177 12.3 Tiristor bidirecional ............................................................................................... 178 Diodo para corrente A.C. (DIAC) .................................................................. 178 Triodo para corrente A.C. (TRIAC) ............................................................... 180 Chave bilateral (SBS) ..................................................................................... 182 XIII – SUPRESSORES DE TRANSIENTE ........................................................................... 183 13.1 Supressores de transitórios primário...................................................................... 183 13.2 Supressores de transitórios polarizado/não polarizado .......................................... 183 13.4 Supressor de transitórios dv/dt .............................................................................. 184 __________________________________________________________________________ SUMÁRIO 4 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO XIV – TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO (TEC) ....................................................... 185 14.1 Construção e características do TEC .................................................................. 185 14.2 Transistor de efeito de campo de junção (TECJ) ................................................ 185 Estrutura do TECJ ....................................................................................... 185 Características de polarização .................................................................... 186 Parâmetros elétricos especificados em folhas de dados .............................. 188 14.3 Transistor de efeito de campo de metal-óxido semicondutor (TEC-MOS) ........ 189 Construção e características ........................................................................ 189 TEC-MOS de depleção ................................................................................ 190 TEC-MOS de indução ................................................................................. 191MILETO V - CIRCUITOS POLARIZADORES DO TRANSISTOR São circuitos que definem as formas de se polarizar um transistor para que ele funcione linearmente, o que significa estabelecer um ponto “Q” próximo ao meio da linha de carga C.C., para os transistores operando como “fonte de corrente”, ou um ponto “Q” na extremidade da reta de carga C.C., para os transistores operando como “chave”. 5.1 POLARIZAÇÃO DE BASE São usados em configuração emissor comum ou emissor à massa. Neste tipo de ligação o emissor é comum tanto à entrada quanto à saída do circuito, ver figuras, utilizando transistores NPN e PNP. Este tipo de polarização não é usado em circuitos lineares, devido a dificuldade de estabelecer um ponto “Q” estável. Usando a saturação forte para ultrapassar as variações em cc, a configuração é utilizada em circuitos digitais e circuitos de comutação, nas regiões de corte e saturação. Para transistores nesta configuração, dizemos que o mesmo está operando como chave. Como regra para esta configuração, considera-se o transistor saturado, a partir de uma corrente de base que seja aproximadamente “um décimo” do valor da corrente de coletor saturado Exemplos: A) A tensão de saída, com 0V na entrada é de 15V, pois nesta condição o transistor está em corte, não havendo nenhuma queda de tensão em RC = 1K. A tensão de saída, com 5V na entrada é de 0V pois nesta condição o transistor está saturado, não havendo nenhuma queda no corpo do transistor proveniente dos terminais coletor-emissor. Podemos afirmar que o transistor está saturado, uma vez que a corrente de base atinge um décimo da corrente de coletor saturado. B) No circuito de comutação, o transistor opera como chave para ligar e desligar o diodo emissor de luz (cor laranja - V = 2V). O circuito foi projetado para que a chave se “feche” (transistor NPN em estado de saturação), quando uma tensão de entrada de controle VE = +5V for aplicada em seus terminais. Calcular o resistor “RC” para que a corrente no Led seja de aproximadamente 25mA e o resistor “RB”, sabendo que a tensão de entrada é de +5V. __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 65 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO ICSAT = VCC - Vled RC = 15V - 2V 520 RC 25mA IB 25mA IB 2,5mA 10 Calcula-se o resistor “RB”, considerando um décimo da corrente de coletor saturado, o valor mínimo da corrente de base (IBQ) para que o transistor entre em saturação. IBQ = VE - VBE → RB 5 - 0,7 → RB 1,72K RB 2,5mA 5.1.1 Aplicação Da Polarização De Base Em Circuitos Digitais Os circuitos lógicos transistor-transistor (TTL) é uma forma de porta lógica, que apesar de ter componentes separados é próprio para ser fabricado na forma integrada. O desenho abaixo, mostra a forma básica de um circuito lógico, onde cada entrada corresponde a um terminal de emissor, sendo usado um único transistor de múltiplos emissores. Podemos observar, pela tabela de Boole, que o circuito opera como uma porta NÃO-E lógica positiva. Quando as entradas A, B, C estiverem abertas ou com + 5V (emissor com polarização reversa), o diodo de coletor de “Q1” fica polarizado diretamente e através de RB1, transfere para a base de “Q2” uma corrente de base suficiente para levar o transistor “Q2” para o estado de saturação, nesta condição, o nível de saída vai para “ZERO”. Quando uma das entradas ou toda elas assumirem “ZERO” (0V), o transistor “Q1” através de RB1 entra em estado de saturação (VCE = 0), transferindo para a base de “Q2” uma polarização reversa, que o faz entrar em corte. Com “Q2” em corte a saída assume o nível “UM” (1). Os circuitos lógicos com múltiplos emissores são aplicados em circuitos integrados, porém podemos criar circuitos lógicos digitais utilizando os transistores triviais A B C Saída 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 A S 0 1 1 0 VPM = 1,6K S A= __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 66 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 5.1.2 Aplicação Em Circuitos De Comutação A B S 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 A B S 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 A B S 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 S A B= • O transistor com polarização de base, tem uma ampla aplicação em circuitos de comutação de relês. As regras de cálculo são as mesmas aplicadas no item 5.1 S = A + B S = A • B __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 67 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Exemplo: Dimensionar o circuito de comutação para operar um relé de 15V, com uma resistência de bobina de RL = 125. A tensão de alimentação C.C. é de 15V e tem uma tensão de acionamento VE = + 3V. ICSAT = VCC = 15V = 120mA IBSAT 120mA = 12mA RL 125 10 RB VE - VBE 3V - 0,7V 191,66 IBSAT 12mA Para circuitos eletrônicos que operam com comutação de bobinas, é recomendada a utilização do “DIODO DE FREEWEELING” (diodo de giro livre - D1), para evitar espúrios no circuito eletrônico proveniente da força contra-eletromotriz induzida (FCEM), gerado pela bobina do relê. A operação de relês com indutância elevada, pode gerar tensões induzidas que somadas com a fonte de alimentação é aplicada aos terminais do coletor e emissor do transistor, podendo ultrapassar a sua tensão de ruptura e levar o transistor à danificação. A tensão induzida é gerada no instante em que o transistor entra em estado de corte, contrariando a causa que deu origem ao campo magnético. Esta reação pode ser melhor explicado, utilizando a LEI DE LENZ: “O sentido de uma força eletromotriz induzida é tal que ele se opõe, pelos seus efeitos, à causa que a produziu”. Com a utilização do diodo “D1”, a tensão induzida será ceifada pelo diodo, provocando um giro de corrente induzida entre o diodo e o enrolamento da bobina do relê. 5.2 POLARIZAÇÃO COM REALIMENTAÇÃO DO EMISSOR Possui um resistor de emissor que produz uma estabilização na polarização do transistor. Toda vez que a corrente de coletor “tender” à uma variação em sua intensidade, a tensão de emissor “VE” varia, realimentando o sinal de entrada que gera uma variação na corrente de base (IB), que irá compensar parcialmente as variações da corrente de coletor (IC). As variações de cc, são compensadas através da tensão no resistor RE. Nesta configuração o transistor funciona na região ativa, como “Fonte de Corrente”. Se cc variar em pequena proporção, a corrente de base varia, mas a corrente de coletor permanece constante. O emissor está amarrado (Bootstrap) à tensão de entrada. Na seqüência lógica de realimentação temos: T cc IC VE VRB IB IC Aumento de temperatura ambiente VPM = 180 __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 68 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 5.2.1Realimentação Do Emissor Em Emissor-Comum Lei de Kirchhoff: O circuito é formado por duas malha: 1a malha “RC RE”. RCIC + VCE + REIE - VCC = 0 considerando IC IE IC (RC + RE) = VCC - VCE 2a malha “RB RE” RBIB + VBE + REIE - VCC = 0 sendo IB = IC cc RB IC + REIE = VCC - VBE considerando: IC IE cc IC ( RB + RE ) = VCC - VBE cc Linha de carga C.C.: A) Cálculo da corrente de coletor em saturação (ICSAT) ICSAT = VCC ICSAT = 15V = 30,6mA RC + RE 390 + 100 B) Cálculo da tensão entre coletor-emissor, com o transistor em corte. VCECORTE = VCC = 15V IC VCC -VCE RC + RE IC VCC -VBE RB + RE cc __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 69 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO C) Cálculo da corrente de coletor no ponto quiescente (Q), para um transistor que varia o seu cc entre 100 e 300. ICQ = VCC - VBE Para cc = 100 ICQ = 15V - 0,7V = 7,53mA RB + RE 180K + 100 cc 100 Para cc = 200 ICQ = 15V - 0,7V = 14,30mA 180K + 100 200 Para cc = 300 ICQ = 15V - 0,7V = 20,43mA 180K + 100 300 D) Cálculo das tensões “VCE”, para as variações de cc: cc = 100 cc = 200 VCE = VCC - IC (RC + RE VCE = VCC - IC (RC + RE)) VCE = 15 - 7,53mA ( 390 + 100) VCE = 15 - 14,30mA (390 + 100) VCE = 11,3V VCE =7,99V cc = 300 VCE = VCC - IC (RC + RE) VCE = 15 - 20,43mA (390 + 100) VCE = 4,99V No exemplo, para uma variação de 3 : 1 em cc, a corrente de coletor praticamente varia na mesma proporção. Na prática estas variações são inaceitáveis e este tipo de polarização é menos utilizado. Podemos observar na configuração, que para um resistor de base ligeiramente inferior ao produto “cc RC”, leva o circuito a saturação. Para operar com o transistor em saturação é necessário fazer RB = ccRC, e teremos: Dimensionamento Dos Resistores Para o dimensionamento dos resistores, usaremos o circuito mostrado na linha de carga C.C. Dados: ICMAX do transistor 100mA ICSAT que se deseja no circuito 30mA cc do transistor à temperatura ambiente 200 VCC da fonte de alimentação +15 Sabendo que a corrente de saturação do circuito deverá assumir 30mA, idealmente, que no ponto quiescente: ICQ = 15mA e VCEQ = 7,5V A) Cálculo do resistor de emissor (RE) Para o cálculo do resistor de emissor, faz-se como regra VE = VCC/10, então: RE = VE = 1,5V = 100 ICQ 15mA B) Cálculo do resistor de coletor (RC) Para localizar o ponto “Q” no meio da reta de carga, faz-se: RC = 4 x RE = 4 x 100 = 400 C) Cálculo do resistor de base (RB) RB cc(VCC - VE - VBE) 200(15V - 1,5V - 0,7V) 170,66K ICQ 15mA IC VCC - VBE RC + RE VPM = 390 VPM = 100 VPM = 180K __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 70 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 5.2.2 Realimentação Do Emissor Em Seguidor De Emissor Este tipo de polarização, tem o mesmo princípio de funcionamento especificado no item - 7.2. A tensão de coletor é fixada no valor positivo da fonte de alimentação. Para VCE aproximadamente igual à metade da tensão VCC, permitindo que a tensão de saída varie o máximo antes que haja distorção, a tensão de emissor (VE) deve ser fixada em torno da metade de VCC. VCC = VEQ + VCEQ Lei De Kirchhoff: O circuito é formado por duas malhas 1a Malha “VCE REIE” VCE + REIE - VCC = 0 2a Malha “RB RE” RBIB + VBE + REIE - VCC = 0 sendo: IB = IC cc RBIC + REIE = VCC - VBE considerando IC IE cc IC (RB + RE) = VCC - VBE cc Linha de Carga C.C. A) Cálculo da corrente de coletor em estado de saturação (ICSAT): ICSAT = VCC = 15V = 29,4mA RE 510 IC VCC - VBE RB + RE cc IC IE VCC - VCE RE __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 71 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Cálculo da tensão entre coletor-emissor com o transistor em corte: VCECORTE = VCC = 15V C) Cálculo da corrente de coletor no ponto quiescente (Q), para um transistor que varia o seu cc entre 100 e 300. ICQ = VCC - VBE RB + RE cc Para cc = 100 ICQ = 15 V - 0,7 V = 10,07mA 91K + 510 100 Para cc = 200 ICQ = 15 V - 0,7V = 14,82mA 91K + 510 200 Para cc = 300 ICQ = 15 V - 0,7V = 17,58mA 91K + 510 300 D) Cálculo das tensões “VCE”, para as variações de cc: cc = 100 VCE = 15V - ( 510 x 10,07mA) VCE = 9,86V cc = 200 VCE = VCC - REIE VCE = 15V - (510 x 14,82 mA) VCE = 7,44V cc = 300 VCE = 15V - (510 x 17,58mA) VCE = 6,03V No exemplo, para uma variação de 3 : 1 em cc, a corrente de coletor tem uma variação inferior à configuração emissor-comum. Este tipo de configuração apresenta maior estabilização na tensão de base e consequentemente uma corrente de coletor mais estável. O uso mais comum para o circuito em seguidor de emissor é como um estágio acoplador, que desempenha a função de transformação de resistência (de alta para baixa) em uma larga faixa de freqüências, com um ganho de tensão próximo da unidade. O seguidor de emissor tem ainda a propriedade de elevar o nível de potência de saída. __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 72 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Dimensionamento Dos Resistores Para o dimensionamento dos resistores, teremos como exemplo o circuito mostrado no levantamento da linha de carga C.C. Dados: ICMAX do transistor 100mA ICSAT que se deseja no circuito 30mA cc do transistor à temperatura ambiente 200 VCC da fonte de alimentação +15 Sabendo que a corrente de saturação do circuito deverá assumir 30mA, idealmente, que no ponto quiescente: ICQ = 15mA e VCEQ = 7,5V A) Cálculo do resistor de emissor (RE) Para o cálculo do resistor de emissor, faz-se como regra VE = VCC/2, para que o ponto quiescente fique localizado no centro da reta de carga, então: RE = VE = 7,5V = 500 ICQ 15mA B) Cálculo do resistor de base (RB) RB cc(VCC - VRE - VBE) 200(15V - 7,5V - 0,7V) 90,66K ICQ 15mA 5.3 POLARIZAÇÃO COM REALIMENTAÇÃO DO COLETOR Este tipo de polarização, também conhecido como ‘AUTOPOLARIZAÇÃO”, compensa parcialmente o aumento de cc, porém apresenta vantagens sobre a polarização com realimentação de emissor. • Na figura -1, esquematizamos um circuitoauto polarizado, levando o terminal base ao terminal do coletor, passando por um resistor RB . • Na figura - 2, esquematizamos um circuito auto polarizado, com o terminal base em curto com o terminal do coletor. • Na figura - 3, mostramos o circuito equivalente da figura - 2. Na seqüência lógica de realimentação temos: T cc IC VC VRB IB IC VPM = 510 VPM = 91K __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 73 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Aumento de temperatura ambiente Lei de Kirchhoff: - O circuito é formado por duas malhas: 1a Malha VRC VCE 2a Malha RC RB VBE RC(IC + IB) + VCE - VCC = 0 RC (IC + IB ) + RBIB + VBE - VCC = 0 Considerando que IBCIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 77 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A)Divisor De Tensão Estabilizado Para que um divisor seja estabilizado, faz-se R2 0,01 cc RE B)Divisor De Tensão Firme Faz-se R2 0,1cc RE. Satisfazendo-se esta condição, significa que a corrente de coletor (IC) será de aproximadamente 10% mais baixa que o valor ideal, dado pela equação: 5.4.3 Linha De Carga CC A) Determinar o ponto superior da linha de carga C.C., curto-cicuitando mentalmente os terminais de emissor-coletor, nestas condições RC fica em série com RE, dando origem a uma corrente de coletor saturado (ICSAT). ICSAT = VCC = 30V = 8mA RC + RE 3k + 750 B) Determinar o ponto inferior da linha de carga CC, abrir mentalmente os terminais do coletor e emissor, e medindo nos terminais de RC e RE, a tensão VCE de corte. VCECORTE = VCC = 30V C) Cálculo da tensão thevenin (VTH) Abra mentalmente o terminal de base na figura. Desse modo, você olhando para um divisor de tensão descarregado, cuja tensão thevenin pode ser dada através das equações. R1I1 + R2I2 - VCC = 0 sendo I1 = I2 = I I (R1 + R2) = VCC I = VCC R1 + R 2 Sendo “I” a corrente que circula pelos resistores R1 e R2, e a tensão thevenin, é a que aparece sobre os terminais do resistor R2, podemos dizer: VTH = VCC VTH = R2 x VCC VTH = 1,1K x 30V = 3,84V R2 R1 + R2 R1 + R 2 1,1K + 7,5K IC = VTH - VBE RE __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 78 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO D) Cálculo da corrente quiescente de coletor (ICQ). ICQ = VTH - VBE = 3,84V - 0,7V = 4,19mA RE 750 E) Cálculo da tensão quiescente de coletor (VCQ). VCQ = VCC -RCIC VCQ = 30V - (3K x 4,19mA) = 17,43V F) Cálculo da tensão quiescente de emissor (VEQ). VEQ = REIE = 750 x 4,19mA = 3,14V G) Cálculo da tensão quiescente nos terminais coletor-emissor (VCEQ). VCEQ = VCQ - VEQ = 17,43 - 3,14V = 14,19V No exemplo dado, o valor do resistor R2, satisfaz a equação R2 0,01 cc RE, logo: R2que nesta configuração não é possível estabelecer o ponto “Q” no meio da reta de carga. Isto se deve ao valor ôhmico do resistor de coletor, se RC = 0, o ponto de saturação do circuito deslocaria para 30mA e assim o ponto “Q” estaria localizado próximo ao meio da reta de carga. Como regra de projeto adota-se fazer o resistor de coletor próximo à metade do valor ôhmico do resistor de emissor. Não é recomendado fazer RC extremamente baixo, pois a impedância de saída do circuito assumiria, também, um baixo valor, o que o tornaria difícil no acoplamento com outros estágios amplificadores. Esta configuração com RC=0 , tem grande aplicação em circuitos amplificadores lineares (pequena oscilação no sinal de entrada).Para os amplificadores de potência, a fonte simétrica terá sua aplicação usando dois transistores em configuração “Push-Pull”. Dimensionamento Dos Resistores Para o dimensionamento dos resistores, teremos como exemplo o circuito mostrado no levantamento da linha de carga cc. Dados: ICMAX do transistor 100mA ICSAT que se deseja no circuito 30mA cc do transistor à temperatura ambiente 200 +VCC e -- VCC da fonte de alimentação +15 - 0 - - 15V IC = VCC + VEE - VCE IC = 15V +15V - 0V 510 +1K = 19,87mA SAT VCE = 0 SAT RC RE+ __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 82 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Sabendo que a corrente de saturação do circuito deverá assumir 30mA, idealmente, que no ponto quiescente ICQ = 15mA e VCEQ = 15V. A) Resistor de emissor B) Resistor de coletor: O resistor de coletor, deve ser aproximadamente a metade do valor do resistor de emissor: RC = RE = 1K = 500 2 2 C) Resistor de base: Para um projeto estabilizado, aplica-se a fórmula: RB 0,01 ccRE Para cc = 70 RB 0,01 x 70 x 1K = 680 Exemplo: 1 - Calcular os valores dos resistores no circuito abaixo, para uma polarização estabilizada. A fonte de alimentação é +10V e -10V, dimensionar o circuito para que a corrente quiescente de coletor seja de 5mA, sabendo que o transistor tem um cc de 540. RE = 10V - 0,7V = 1860 → 5mA RC = 1,8K = 900 → 2 RB 0,01 x 540 x 1,8K = 9720 → Desconsiderando o valor de cc: ICQ = 10V - 0,7V = 5,16mA VCQ =10V-(5,16mA x 910) = 5,3044V 1,8K VEQ = 10V - (5,16mA x 1,8K) = -0712V VCEQ = 5,305V + 0,712V = 6,017V VBQ = -0,712V + 0,7V = 12mV IBQ = 5,16mA = 9,5A 540 VRB VB RBIB VBQ = 9,1K x 9,5a = 86,45mV VPM = 910 12mV 86,45mV VPM = 9K1 VPM = 510 VPM = 1K VPM = 1K8 RE = VEE - VBE IC 2 = 15V - 0,7V 30mA 2 = 14,3V 15mA = 953 SAT __________________________________________________________________________ CIRCUITOS POLARIZADORES DE TRANSISTOR 83 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Considerando o valor de cc ICQ = 10V - 0,7V = 9,3V = 5,12mA VCQ = 10 - (5,11mA - 910) = 5,35V 1,8K + 9,1K 1,82K 540 VEQ = (5,11mA x 1,8K) - 10V = -0,802V VCEQ = 5,35V + 0,802V = 6,152V VBQ = -0,802V + 0,7V =102mV IBQ = 5,11mA = 9,46 A 540 VRB VBQ RBIB VBQ = 9,1K x 9,46 A = 86,09mV NOTA: A fórmula para cálculo da corrente de coletor, considerando o cc do transistor, oferece maior precisão nos cálculos. 5.6 CIRCUITOS COMPLEMENTARES O transistor PNP é chamado complemento do transistor NPN. A palavra “complemento” significa que todas as tensões e correntes são opostas às do transistor NPN. Todo circuito NPN tem um circuito PNP complementar. Para se determinar o circuito complementar: a) Substitua o transistor NPN por um transistor PNP b) Inverta todas as correntes e tensões. 102mV 86,09mV __________________________________________________________________________ CAPACITORES - ACOPLAMENTO / DERIVAÇÃO 84 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VI - CAPACITORES DE ACOPLAMENTO E DERIVAÇÃO CAPACITOR: Dispositivo capaz de acumular energia temporariamente, consiste especialmente de duas superfícies condutoras, separadas por um dielétrico, tal como: papel, mica, ar, folha plástica, óleo mineral, óleo askarel, cerâmica, óxido de alumínio e poliéster. Basicamente suas funções em circuitos eletrônicos, são: • Armazenar energia elétrica; • Bloquear a passagem de corrente contínua; • Permitir um fluxo de componente alternada dentro de certos limites, determinados pela capacitância e pela freqüência do sinal aplicado. A quantidade de energia armazenada por um capacitor é dado pela sua “capacitância”. C = Q Q = carga em coulomb V V = tensão em volts C = capacitância em “FARAD” A capacitância de um capacitor, está relacionada com o seu dielétrico e suas armaduras: • Dielétrico Material que oferece uma “ALTA” resistência à passagem da corrente elétrica embora não se oponha à passagem de linhas de força, magnéticas ou eletrostáticas. Quanto melhor sua característica isolante e menor a sua espessura, maior será sua capacitância. • Armaduras Placas condutoras de energia que desempenham a função de armazenar elétrons e lacunas. Quanto melhor a condutividade do material e maior for sua área, maior será sua capacitância. SIMBOLOGIA SÍMBOLOS CARACTERÍSTICAS OPERATIVAS DIELÉTRICOS Não polarizado papel, mica, ar, folha plástica, óleo mineral, óleo askarel, cerâmica e poliéster. polarizado óxido de alumínio (eletrolítico) variável ar ajustável mica O estudo sobre capacitores (tecnologia de construção e operação), serão considerados na Disciplina de Circuitos Elétricos. __________________________________________________________________________ CAPACITORES - ACOPLAMENTO / DERIVAÇÃO 85 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 6.1 CAPACITORES DE ACOPLAMENTO Dispositivo capaz de acoplar sinais alternados entrando ou saindo de um estágio transistorizado, sem variar as tensões de polarização C.C. O resistor em série com a fonte de sinal, denominado de “RS”, equivale à resistência ôhmica interna da fonte de sinal. Simplificando o circuito, aplicando o teorema de THEVENIN: A intensidade da corrente alternada em um circuito “RC” com uma única malha é: Para o nosso circuito RT = RS + RTH Podemos concluir que a medida que a freqüência do sinal de entrada aumenta, XC diminui. 6.1.1 Acoplamento Estabilizado Para que o acoplamento seja estabilizado, calcula-se o capacitor de acoplamento considerando a freqüência mais baixa a ser acoplada e faz-se a reatância capacitiva (XC), menor ou igual a um décimo da resistência total em série (RT). Exemplo: 1 - Calcular um capacitor de acoplamento estabilizado, para um circuito transistorizado (entrada), sabendo que sua freqüência de acoplamento varia entre 20 Hz e 30 KHz. O capacitor percebe uma resistência total de entrada de 20K. XC = 20K = 2K C 1 3,9 F 10 6,28 x 20Hz x 2K VPM = 4,7F I V R XC CA = +2 2 XC = 1 2 fC f = freqüência do sinal aplicado (Herts) C = capacitância em Farad XC = reatância capacitiva em Ohms XC → 0,1R XC = 1 2 fC C = 1 2 fC X T C __________________________________________________________________________ CAPACITORES - ACOPLAMENTO / DERIVAÇÃO 86 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 2 - No circuito abaixo, a fonte de C.A. pode ter umafreqüência de 50Hz a 200KHz. Para se ter um acoplamento estabilizado ao longo desta faixa, que valor deve ter o capacitor de acoplamento? 3 - No circuito abaixo, calcular um acoplamento estabilizado para as freqüências de 500Hz a 10Hz. 4 - No amplificador abaixo, calcular os capacitores de acoplamento para a entrada e saída do circuito. a) Circuito de entrada thevenizado b) Circuito de saída thevenizado VPM = 10F VPM =10F VPM = 1,5F VPM = 1,0F __________________________________________________________________________ CAPACITORES - ACOPLAMENTO / DERIVAÇÃO 87 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 6.2 CAPACITOR DE DERIVAÇÃO: Dispositivo capaz de acoplar sinais alternados de um ponto desaterrado a um ponto aterrado. Circuito equivalente thevenizado: O capacitor de derivação se comporta como um curto para o sinal alternado. O ponto “A” refere-se ao “Ponto de Terra C.A.”. O capacitor de derivação não interfere na tensão C.C. no ponto “A” porque ele fica aberto para as correntes C.C. e entra em curto para as correntes C.A., levando o ponto “A” à terra para as componentes alternadas. Para cálculo do capacitor de derivação, usa-se: RT = RTH RTH = 10K x 2,2K = 1K8 RT = 1K8 10K + 2,2K XC = RT = 1K8 = 180 CD 1 1,7F 10 10 6,28K x 500Hz x 180 Um capacitor operando como derivador de componente alternada (C.A.), é semelhante a um capacitor de acoplamento. O capacitor de acoplamento estabelece um entrelaçamento entre dois pontos, um composto de corrente contínua (C.C.) e outro composto de corrente alternada (C.A.). O capacitor de derivação, desvia a componente alternada, de um componente passivo (resistor RE) para um ponto de terra (C.A.). Para o circuito em exemplo, um amplificador em configuração emissor-comum, traz o seu capacitor de derivação em paralelo com o resistor de emissor (RE), aterrando o terminal de emissor para as componentes C.A. que circularem pelo diodo de emissor do transistor “Q1”. As derivações e acoplamentos capacitivos, são feitos em circuitos eletrônicos que operam com sinais acima de 10Hz. Para sinais abaixo, torna-se inviável o acoplamento capacitivo devido às grandezas elétrica (capacitância) e física (tamanho do componente); neste caso, adota-se os acoplamentos diretos. VPM= 2,2F __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 88 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VII - AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) O terminal do emissor é comum à fonte de sinal alternado e o terminal de carga; a tensão que alimenta a carga é colhida entre o terminal de coletor e massa. 7.1 TEOREMA DE SUPERPOSIÇÃO Nos amplificadores transistorizados dividimos a análise do circuito em: Uma análise C.C. e uma análise C.A., para aplicação do teorema de superposição. Circuito equivalente C.A. e C.C. 1- Reduza a fonte C.A. a zero, curto-circuitando uma fonte de tensão ou abrindo uma fonte de corrente. Abra todos os capacitores. O circuito que permanece é chamado “equivalente C.C. Parâmentros C.C. : IE IC IB VE VC VB VBE VCE VCB 2 - Reduza a fonte C.C., curto-circuitando uma fonte de tensão ou abrindo uma fonte de corrente. Coloque um curto em todos os capacitores (acoplamento e derivação). O circuito que permanece é chamado “equivalente C.A.” Parâmetros C.A. : ie ic ib ve vc vb vbe vce A corrente total em qualquer ramo do circuito é a soma da corrente C.C. e da corrente C.A. através deste ramo. A tensão total através de qualquer ramo do circuito é a soma da tensão C.A. e da tensão C.C. através deste ramo. __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 89 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 7.2 Resistência c.a. do diodo emissor: É a resistência apresentada pelo diodo do emissor, que aparece entre os terminais base-emissor, em oposição à circulação de corrente alternada. Para melhor entendimento da resistência C.A. de emissor, usaremos o circuito simplificado “MODELO EBERS-MOLL”. r ' e = vbe / ie ou r ' e = VBE / IE r ' e resistência C.A. do emissor; vbe tensão C.A. através dos terminais base-emissor; ie corrente C.A. através do emissor VBE pequena variação na tensão IE variação correspondente à base-emissor; corrente do emissor Na ausência de sinal C.A., o transistor funciona no ponto “Q” (ver gráfico IE VBE), geralmente localizado no meio da linha de carga. Ao aplicarmos um sinal alternado, a corrente e a tensão do emissor variam. O circuito é considerado “linear”, se o sinal de C.A. for pequeno e as variações de corrente de emissor forem mais próximas do ponto “Q”. O sinal é considerado pequeno se as oscilações de pico na corrente do emissor forem menores que 10% do valor de corrente quiescente do emissor. Quando o sinal de entrada, gerar uma variação na corrente de emissor bem acima de 10% da. corrente de emissor no ponto “Q”, a corrente de emissor não será mais senoidal devido à não linearidade da curva do diodo. No caso de um excesso de sinal alternado na entrada do transistor, a corrente de emissor perde a linearidade da curva, ficando alongada no semiciclo positivo e comprimida no meio do ciclo negativo. A resistência C.A. de um diodo de emissor é diretamente proporcional à VBE, sendo que a inclinação da curva do diodo emissor no ponto “Q” determina o valor de r 'e. Variações na tensão de base-emissor produzem variações na corrente do emissor. Nota: Para verificação preliminar de defeitos e projetos de amplificadores de pequeno sinal, para qualquer transistor, utiliza-se a dedução matemática da resistência dinâmica de um diodo de junção (subitem 2.3) e adota-se: r 'e = 25mV IE __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 90 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Exemplos: 1 - Calcular a resistência C.A. de emissor, dos circuitos abaixo: A) VTH = 10K x 30V = 10V 30K IE = 10V - 0,7V = 3,44mA 2,7K r 'e = 25mV = 7,27 3,44mA B) VTH = 1K x 30V = 3,85V 7,8K IE = 3, 85V - 0,7V = 4,2mA 750 r 'e = 25mV = 5,95 4,2mA 7.3 GANHO DE CORRENTE C.A. -- BETA C.A. (CA) É o símbolo que indica o ganho de corrente C.A. de um transistor; define-se pela relação entre IC e IB ou pela relação entre a corrente C.A. (ic) de coletor e a corrente C.A. (ib) de base. Nas especificações do fabricante de transistores, o ca é indicado por um parâmetro “híbrido”(hfe), e o cc representado por hFE. 7.4 GANHO DE TENSÃO ( AV ) É a razão da tensão de C.A. de saída (vsaída) pela tensão C.A. de entrada (vent). AV = vsaída ic = vent ic ie vent r ' e vsaída = - ic Rc vsaída - vent Rc AV = -- RC r’e r’e __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 91 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Osinal negativo indicado na tensão de saída, mostra que no semiciclo positivo da tensão de entrada, a corrente de coletor aumenta, produzindo na saída, o semiciclo negativo. O sinal de saída está defasado de 180o em relação ao sinal de entrada. 7.5 IMPEDÂNCIAS DO CIRCUITO A impedância de entrada de um amplificador, determina a quantidade de corrente que o amplificador retira da fonte. Para as freqüências normais de funcionamento do amplificador, os capacitores de acoplamento e derivação se comportam como curtos em C.A. e todas as outras reatâncias são desprezíveis. 7.5.1 Impedância de entrada de base (Zent b): 7.5.2 Impedância de entrada (Z ent) 7.5.3 Impedância de saída ( Z saída): No circuito amplificador com emissor aterrado, no lado de saída, podemos ver uma fonte de tensão alternada “AV x ventb”, em série com uma impedância de saída “RC”. Nessa primeira parte de nossos estudos ( cálculos aproximados ) , iremos considerar o transistor como uma fonte de corrente ideal (resistência interna tendendo ao ). Portanto, a impedância de saída é: . 7.6 CARACTERÍSTICAS DA CONFIGURAÇÃO EMISSOR COMUM: • Impedância de entrada base (Zentb) média - 500 à 6.000 • Impedância de saída do transistor (ZsaídaT ) média - 30K à 150K • Ganho de corrente grande - 10 à 500 • Ganho de tensão médio • Ganho de potência alto Z ent RTH Zent b Zent b = vent ib Zent b = ca x ib x r ' e ib Zent b = ca x re Z saída RC __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 92 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 7.7 CÁLCULOS E ANÁLISE DE UM AMPLIFICADOR EMISSOR-COMUM A) Circuito equivalente C. B) Tensão Thevenin VTH = R2 x VCC VTH = 2,2K x 10V= 1,8V R1 + R2 12,2K C) Corrente quiescente de coletor (ICQ) ICQ = VTH - VBE IC = 1,8V - 0,7V = 1,1mA RE 1K D) Resistência C.A. do diodo de emissor (r'e) E) Ganho de Tensão (AV) r'e = 25mV sendo IE IC AV = RC AV = 3600 = - 158,38 IE r'e 22,73 r'e = 25mV = 22,73 1,1mA F) Circuito equivalente C.A. G) Impedância de entrada na base (Zent b) Zent b = ca x r'e Zent b = 150 x 22,3 = 3,41K H) Impedância de saída (Zsaída) I) Impedância de entrada (Zent) Zent = RTH Zent b Zsaída RC 3K6 Zent = 1,8K 3,41K = 1,18K __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 93 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO J) Modelo C.A. simplificado K) Tensão C.A. de entrada de base (vent b) vent b = Zent x vent Zent + RS vent b = 1,18K x 10mV = 5,41mV 1,18K + 1K L) Tensão C.A. de saída com M) Tensão C.A. de saída (vSAÍDA) a carga desconectada (vth) vth = ventb x AV vSAÍDA = RL x vth RL + ZSAÍDA vth = 5,41mV x 158,38 = 856,83mV vSAÍDA = 1,5K x 856,83mV = -252mV 1,5K + 3,6K N) Ganho de potência no transistor (APT) 1 - Potência de entrada de base (Pent b) Pent b = ventb x ib ib = vent b = 5,41mV = 1,59A Zent b 3,41K Pent b = 5,41mV x 1,59A = 8,60nW 2 - Potência de saída (Psaida) PSAÍDA = vth x ic ic = ib x ca ic = 1,59A x 150 = 238,5A PSAÍDA = 856,83mV x 238,5A PSAÍDA = 204,35W APT = PSAÍDA APT = 204,35W = 23761 PENTRADA 8,60nW APT = AV x Ai sendo Ai = ca APT = -158,38 x 150 = 23757 O) Ganho de potência do circuito (APC) 1 - Potência de entrada do circuito (Pent) Pent = vent x is is = vent = 10mV = 4,59A Zent + RS 1,18K + 1K Pent = 10mV x 4,59A = 45,9nW 2 - Potência de carga (PRL) PRL = vRL x iRL iRL = 252mV = 168A 1,5K PRL = 252mV x 168A = 42,34W APC = PRL APC = 42,34 W = 922 Pent 45,9nW __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 94 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 7.8 AMPLIFICADOR EMISSOR-COMUM “ESTÁGIOS EM CASCATA” A) Circuito equivalente C.C. B) Tensão thevenin (VTH) 10 e 20 estágio: VTH = 3,9K x 15V = 2,26V 22,9K C) Corrente quiescente de coletor (ICQ) D) Resistência C.A. de emissor (r'e) 10 e 20 estágio: 10 e 20 estágio ICQ = 2,26V - 0,7V = 0,78mA r'e = 25mV = 32 2K 0,78mA E) Ganho de tensão (Av) F) Circuito equivalente C.A. 10 e 20 estágio: Av = 8,2K = - 256,25 32 G)Impedância de entrada de base ( Zentb) 10 e 20 estágio Zentb = 100 x 32 = 3,2k H) Impedância de entrada (Zent) I) Impedância de saída (Zsaída) 10 e 20 estágio 10 e 20 estágio Zent =RTH //Zentb Zsaída = 8,2K Zent = 3,31K // 3,2K = 1,63K J) Modelo C.A simplificado: __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 95 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO K) Tensão C.A. de entrada de base (Ventbb) L) Tensão thevenin de saída1 (vth1) 10 estágio: 10 estágio ventb = 1,63K x 900V = 657,85V vth1 = 657,85V x 256,25 =168,57mV 1,63K + 600 M) Tensão C.A. de saída do 10 estágio entrada do 20 estágio vsaída1 = vent2 vsaída1 = 1,63K___ x 168,57mV = 27,95mV 1,63K + 8,2K N) Tensão thevenin de saída2 (vth2) 20 estágio: vth2 = 27,95mV x 256 = 7,16V O) Tensão C.A. de saída2 (vsaída2) vsaída2 = ____51K x 7,16V = 6,17V 51K + 8,2K 7.9 AMPLIFICADOR EMISSOR-COMUM COM REALIMENTAÇÃO PARCIAL DO RESISTOR DE EMISSOR A resistência dinâmica do diodo de emissor de um transistor pode variar para diferentes temperaturas e transistores. Qualquer variação no valor de r’e irá variar o ganho de tensão em um amplificador de emissor aterrado. Em algumas aplicações estas variações tornam- se inaceitáveis, e para compensar estas variações, utiliza- se um resistor de emissor “re” em série com o resistor C.C. de emissor(RE). A corrente C.C. de emissor, fluindo através de “re”, produz uma tensão C.A. de emissor; sendo “re” muito maior que “r’e”, praticamente todo o sinal de C.A. de entrada aparecerá no emissor. Nesta configuração podemos afirmar que o emissor está amarrado à base tanto em C.C. quanto em C.A., mantendo o mais estável possível o ganho de tensão do circuito, ver exemplo. Para o dimensionamento dos resistores, aplica-se a mesma regra vista no subitem 5.4.4, fazendo “re 30% do valor ôhmico total do resistor de emissor”. Exemplo:__________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 96 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A) Circuito equivalente C.C. B) Tensão thevenin VTH = ___510__ X 12V = 2,44V 2510 C) Corrente quiescente de coletor (IQ) ICQ = 2,44V - O,7V = 9,67mA 150 + 30 D) Resistência C.A. de emissor (r'e) E)Ganho de tensão C.A (AV) r'e = 25mA = 2,58 9,67mA AV = 470 = -14,43 2,58 + 30 F) Circuito equivalente C.A. G)Impedância de entrada de base (Zentb) ZentBASE = 200 (32,58) = 6,52K H) Impedância de entrada (Zent) Zent = 406,37 // 6,52K = 382,53 I) Impedância de saída (Zsaída) J) Modelo C.A. simplificado Zsaída = 470 K) Tensão C.A. de base (Ventb) L) Tensão thevenin de saída (vth) VentBASE = Vent = 100mV vth = vsaída = 100mV x -14,43 vth = - 1,44V ICQ = VTH - VBE RE + re AV = RC r'e + re Zentb = ca( re + re ) Zent = RTH Zentb Zsaida = RC __________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR EMISSOR COMUM (EC) 97 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO M) Tensão C.A. de saída (vsaída) N) Tensão C.C. de coletor (VCQ) vsaída= 2,2 K x -1,44V=1,19V VCQ = 12V - (9,67mA x 470) 470 + 2,2K VCQ = 7,45V O) Tensão C.C. de emissor (VEQ) P) Tensão C.A. de emissor (ve) ie = vent = 100mV = 3,07mA re + r'e 30 + 2,58 VEQ = 9,67mA x 180 = 1,74V ve = VRE = reie ve = 30 x 3,07mA = 92,1mV 7.9.1 Cálculos De Comparação 1 - Ganho de tensão C.A. com o resistor “re” 2 - Ganho de tensão C.A.sem o resistor “re” Av = 470 = - 14,43 AV = 470 = - 182 30 + 2,58 2,58 Caso a temperatura aumente e haja uma variação de 100% em r'e : r'e = 2,58 passa a ser: r'e = 5,16 1- variação do ganho de tensão com re: 2 - variação do ganho de tensão sem re: AV = 470 = - 13,37 AV = 470 = - 91,08 30 + 5,16 5,16 AV= 14,43 - 13,37 = 1,06 AV = 182 - 91,08 = 90,92 CONCLUSÃO • A diminuição do ganho de tensão é menor do que 5%, mesmo que r'e aumente 100%; quando se utiliza o resistor de realimentação parcial (re). • Quando não utiliza o resistor “re”, o ganho de tensão é alto; mas para um aumento de r'e, o decréscimo do ganho é grande. (-180 para -90,4). Uma grande vantagem na realimentação parcial do diodo emissor é a redução da distorção do sinal amplificado. A variação do ganho de tensão (AV), resulta em um sinal de saída distorcido. Nos amplificadores de grande sinal, que não usa o encadeamento tanto em C.C. quanto em C.A., o que significa que o ganho de tensão C.A. (AV) varia ao longo de todo o ciclo do sinal de entrada, ocasionando uma variação no valor ôhmico da resistência dinâmica do diodo de emissor (r'e). Para os amplificadores operarem na faixa linear de amplificação, torna-se necessário limitar uma pequena parte da linha de carga, para evitar a distorção excessiva do sinal. Acrescentando um resistor (re) em série com a resistência dinâmica do diodo de emissor (r'e), podemos usar uma parte maior da linha de carga com níveis de distorção menor. A distorção é reduzida, porque o valor ôhmico de re r'e, e sendo r'e um resistor ativo não linear e “re” um resistor passivo linear, praticamente todo o sinal senoidal de entrada aparece através do resistor de realimentação “re”, isto significa que a corrente de coletor terá também uma variação senoidal. VEQ = IE (re + r'e) 98 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VIII - AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM O amplificador coletor comum “CC”, é fortemente realimentado pelo emissor, com o resistor de coletor em curto (Rc = 0) e a retirada da tensão de saída é feita nos terminais do resistor de emissor. O circuito também é chamado de “seguidor do emissor “, porque a tensão C.C. do emissor, segue a tensão C.C. da base. Com base nesta equação, podemos afirmar que a tensão alternada de saída (vsaída) está em fase com a tensão alternada de entrada (vent). A configuração coletor-comum é usada principalmente para fins de casamento de impedância, é como um estágio acoplador que desempenha a função de transformação de impedância (de alta para baixa impedância), em uma larga faixa de freqüências, com um ganho de tensão próximo da unidade. O seguidor de emissor, tem ainda a propriedade de elevar o nível de potência de saída. Para os amplificadores de áudio, é usado o primeiro estágio em configuração “EC” para elevar o sinal de entrada e o estágio final em configuração “CC” para diminuir a impedância a ser acoplado na carga. 8.1 - LINHA DE CARGA C.C. : A) Determine o ponto superior da linha de carga C.C., curto-circuitando mentalmente os terminais de emissor-coletor, nesta condição RE fica sendo alimentado pela tensão VCC, dando origem a uma corrente de coletor saturado (ICsat). B) Determina o ponto inferior da linha de carga C.C., abrindo mentalmente o terminal de emissor, e medimos nos terminais de coletor e emissor, a tensão VCE de corte. Vsaída = VB - VBE = VE Icsat = VCC = 15V = 1,25mA RE 12K ICQ= VB - VBE RE VCEcorte = VCC = 15V 99 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO C) Cálculo da corrente quiescente de coletor (ICQ) D) Cálculo da tensão VCEQ VCEQ = 15V - 7,5V = 7,5 V Quando aparecer na base do transistor, uma tensão contínua e uma componente alternada, a linha de carga C.A. é a mesma linha de carga C.C. porque IC e VCE vão apresentar uma flutuação senoidal, conforme o sinal de entrada. Se o sinal for suficientemente grande para usar toda a linha de carga C.A., o transistor atingirá a saturação e o corte nos picos. Para que se tenha uma excursão da tensão de saída para um valor de pico a pico de VCC, é necessário que se faça ICQ igual a 50% de ICSAT. 8.2 - GANHO DE TENSÃO (AV) Para um melhor entendimento do cálculo do ganho de tensão, mostramos na figura abaixo o circuito equivalente C.A., referente ao item 8.1. 8.3 - CARACTERÍSTICAS DA CONFIGURAÇÃO COLETOR-COMUM A- Impedância de entrada de base - ALTA -100 a 800K B- Impedância de saída - BAIXA -10 a 100 C- Ganho de corrente - GRANDE -10 a 500 D- Ganho de tensão - BAIXO - > r’e e oganho de tensão aproxima-se da unidade DADOS: cc = 45 ca = 40 ICmax = 4mA AV = RE RE + re IC V V K mAQ = − = 8 2 0 7 12 0 625 , , , VCEQ= VCC - REIE VCEQ= VCC - Vsaída 100 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 8.4.1- Dimensionamento dos resistores A) Resistor de Emissor ( RE ) Para se obter uma excursão da tensão de saída igual ao valor de pico-a-pico de VCC, aplica-se: ICSAT = 0,9 x ICmax = 0,9 x 4mA = 3,6mA = 9V = 2,5K 3,6mA B) Resistor de Base (RB) O resistor de base é o responsável pela definição do ponto de saturação do circuito, como em nosso exemplo queremos que o transistor no circuito tenha uma plena utilização, usa-se: RB 45 x 2,4K RB 108K 8.4.2- Circuitos Equivalentes e Cálculos dos Parâmetros: A) Circuito equivalente C.C. D) Resistência CA do diodo emissor (re) = 25mV = 13,89 1,8mA r’e = 14,88 E) Circuito Equivalente C.A. F) Ganho de Tensão G) Impedância de entrada de base (Zentb) • Com carga conectada: • Com carga desconectada: Zentb = 40 (13,89 + 21,8) Zentb = 40 (13,89 + 2,4K) Zentb = 1,43K Zentb = 96,55K VPM = 2K4 VPM = 100K C)Tensão de base quiescente (VBQ ) VBQ = REIEQ + VBE VBQ = 2,4K x 1,80mA + 0,7 VBQ = 5,02V RE = VCC ICSAT RB cc x RE B) Corrente quiescente de coletor (ICQ) ICQ = 9V - 0,7V = 1,8mA 2,4K + 100K 45 Para um cálculo aproximado podemos considerar: ICQ IEQ 1,80mA ICQ = VCC - VBE RE + RB cc VBQ = VE + VBE r’e = 25mV ICQ Zentb = ca (re + RE//RL) Zentb = ca (re + RE) = 2,4K 2,4 K + 13,89 AV = 0,99 AV = RE RE + re 101 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO ventb = Zent x vent Zent + Rs H) Impedância de entrada (Zent) • Com carga conectada: • com carga desconectada: Zent =1,43K //100K Zent = 96,55K // 100K Zent = 1,41K Zent = 49,12K I) Impedância de saída (Zsaída) Aplicando “KIRCHHOFF”, no circuito equivalente C.A. , teremos: ie( re + RE) + ib (RB// RS) = vent sendo ib = ie . ca ie (re + RE) + ie(RB // RS) = vent ie (r’e + RE + (RB // RS) = vent ca ca ie = vent ie = vent Zsaída = vent. = re + RE + (RB//RS) Zsaída ie ca Como o resistor de carga está em paralelo com o resistor “RE”, a carga não vê o resistor “RE” como oposição à sua corrente de carga , concluímos que: Zsaída = 13,89 + (100K// 1K) = 38,64 40 Conforme características da configuração “CC”, mostrado no subítem - 8.3, a impedância calculada encontra-se dentro da faixa de especificação. J) Modelo C.A. simplificado K) Tensão C.A. de entrada de base (ventb) • Com carga conectada • Com carga desconectada: ventb = 1,41 K x 2,0V = 1,17V 1,41K + 1K L) Tensão C.A. de saída (vsaída) • Com carga conectada • Com carga desconectada vsaída = 1,17V x 0,99 x 22 = 420mV 22 + 38,64 Zsaída = re + (RB// RS) ca Zent = Zentb //RB Zent = Zentb //RB ie re + ie RE - vent + ib (RB//RS) = 0 ventb = 49,12K x 2,0V 49,12K + 1K ventb = 1,96V vsaída = vent RL RL + Zsaída b AV vsaída = vent vsaída = 1,96V 0,99 vsaída = 1,94V b AV 102 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO M) Ganho de Potência 1] Potência de entrada de base com carga desconectada (Pentb) ib = 1,96V = 20,3A 99,55K Pentb = ventb x ib Pentb = 1,96V x 20,3A = 39,79W 2] Potência de saída com carga desconectada (Psaída) ie = ib x ca ie = 20,3A x 45 = 913,5A Psaída = vsaída x ie Psaída = 1,94V x 913,5A = 1,77mW 3] Ganho de potência no transitor (APT) APT = Psaída APT = 1,77mW = 44,48 Pentb 39,79W Podemos adotar a fórmula direta: APT = Av x ca APT = 0,99 x 45 APT = 44,55 4] Potência de entrada do circuito com carga (Pent) is = vent = 2,0V = 829,87A RS + Zent 1K + 1,41K Pent = vent x is = 2,0V x 829,87A = 1,66mW 5] Potência de saída com carga (Psaída) iRL = vsaída = 420mV = 19,09mA Psaída = Vsaída x iRL RL 22 Psaída = 420mV x 19,09mA = 8,02mW 6] Ganho de Potência do circuito (APc) APc = Psaída = 8,02mW = 4,83 Pent 1,66mW 8.5 - CONFIGURAÇÃO COLETOR-COMUM, COM POLARIZAÇÃO POR DIVISOR DE TENSÃO DADOS: cc = 45 ca = 40 ICmax = 4mA ib = ventb Zetb 103 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VEQ = RE x ICQ 8.5.1- Dimensionamento Dos Resistores A) Resistor de emissor (RE) Para obter uma excursão de tensão de saída igual ao valor de pico-a-pico de VCC, aplica-se: VEQ 50% de VCC ICSAT = 0,9 x ICmax = 0,9 x 4mA = 3,6mA RE VCC = 9,0 = 2,5K ICSAT 3,6mA B) Divisor de Tensão Seguindo o mesmo objetivo, definido no subitem “A”, fazemos: V2 = VE + VBE = 4,5V + 0,7 = 5,2V V1 = VCC - V2 = 9V - 5,2V = 3,8V Para o cálculo dos resistores, podemos adotar o divisor firme (RTH 0,1 x cc x RE) ou o divisor estabilizado (RTH 0,01 x cc x RE). Para a configuração “CC”, que tem como característica uma alta impedância de entrada de base, aplica-se com mais freqüência o divisor firme. RTH 0,1 x 45 x 2,4K RTH 10,8K R2 = 2 x RTH = 2 x 10,8K = 21,6K R1 = V1 x R2 = 3,8V x 22K = 16,08K V2 5,2V 8.5.2 - Circuitos Equivalentes e Cálculos Dos Parâmetros A) Circuito Equivalente C.C. B) Tensão Thevenin (VTH) C) Corrente quiescente de coletor (ICQ) D) Tensão quiescente de emissor (VEQ) ICQ = VTH - VBE RE ICQ = 5,2 - 0,7 = 1,87mAVEQ = 2,4K x 1,87mA 2,4K VEQ = 4,5V E)Circuito Equivalente C.A. F) Resistência C.A. do diodo emisso r (re) re = 25mV = 25 mV ICQ 1,87mA re = 13, 36 VPM = 2,4K VTH = 22 K x 9V 22K + 16K VTH = 5,2V VPM = 22 K 22222222K VPM = 16K 16K VTH = R2 x Vcc R1 + R2 104 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO ie = Vent ie = Vent G) Ganho de Tensão (Av) AV = RE = 2,4 K AV = 0,994 RE + re 2,4K + 13,36 H) Impedância de entrada de base (Zentb) A impedância de entrada de base é diretamente proporcional ao Valor Ôhmico da Carga conectada no circuito. Sendo assim, para que possamos analisar as reações do circuito, iremos calcular as impedâncias de entrada com e sem carga conectada. • Com carga conectada • Com carga desconectada Zentb = ca (RE//RL + re) Zentb = ca (RE + re) Zentb = 40 (2,4K//22 + 13,36) Zentb = 40 (2,4K + 13,36) Zentb = 1,41K Zentb = 96,53K Para a configuração seguidor de emissor, observamos que a impedância de base aumenta bruscamente, com a retirada da carga; permitindo que o circuito fique ligado apresentando um consumo dinâmico de baixa potência. I) Impedância de entrada (Zent) • Com carga conectada • Com carga desconectada Zent = RTH//Zentb Zent = RTH//Zentb Zent = 9,26K // 1,41K Zent = 9,26K // 96,53K Zent = 1,22K Zent = 8,45K J) Impedância de saída (ZSAIDA) Aplicando “KIRCHHOFF”, no circuito equivalente C.A., temos: ie (re + RE) - Vent + ib (RS//RTH) = 0 Sendo ib = ie ca ie (re + RE ) + ie (RS//RTH) = Vent ca ZSAIDA = re + RS//RTH + RE ca Como o resistor de carga está em paralelo com o resistor “RE”, a carga não vê o resistor “RE” como oposição à sua corrente de carga, concluímos que: ZSAIDA = re + RS//RTH ZSAIDA = 13,36 + 1K//9,26K ZSAIDA= 35,92 ca 40 K) Modelo C.A. simplificado ( )ie r e RE RS RTH ca Vent + + = / / re + RE + RS//RTH ZSAIDA ca 105 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO L) Tensão C.A. de entrada de base (Ventb) • Com carga conectada • Com carga desconectada Ventb = Vent x Zent Ventb = Vent x Zent . Zent + RS Zent + RS Ventb = 2,0V x 1,22K Ventb = 2,0V x 8,45K . .. 1,22K + 1K 8,45K + 1K Ventb = 1,1V Ventb = 1,79V M) Tensão C.A. de saída (VSAIDA) • Com carga conectada • Com carga desconectada VSAIDA = Ventb x AV x RL VSAIDA = Ventb x AV RL + ZSAIDA VSAIDA = 1,79V x 0,994 VSAIDA = 1,1V x 0,994 x 22 VSAIDA = 1,78V 22 + 35,92 VSAIDA = 415,31mV N) Ganho da potência (AP) 1) Potência de entrada de base, com carga desconectada (Pentb) ib = Ventb ib = 1,79V = 18,54A Zentb 96,53K Pentb = Ventb x ib Pentb = 1,79V x 18,54A = 33,19W 2) Potência de saída no transistor, sem carga (PSAIDA) ie = ib x ca ie = 18,54A x 40 = 741,6A PSAÍDA = vSAÍDA x ie PSAÍDA = 1,78V x 741,6A = 1,32mW 3) Ganho de potência no transistor (APT) APT = PSAÍDA = 1,32mW = 39,77 Pentb 33,19W Para o ganho de potência no transistor, podemos usar também o produto do ganho de tensão pelo ganho de corrente. APT = AV x ca APT = 0,994 x 40 = 39,76 4) Potência de saída na carga (PSAÍDA) iRL = vsaída = 415,31mW = 18,88mA RL 22 Psaída = vsaída x iRL = 415,31mV x 18,88mA Psaída = 7,84mW 5) Potência de entrada no circuito com carga conectada (Pent) is = vent = 2,0V = 900,9A RS + Zent 1K + 1,22K Pent = vent x is = 2,0V x 900,9A Pent = 1,8mW 106 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 6) Ganho de potência no circuito (APc) APc = Psaída = 7,84mW = 4,35 Pent 1,8mW A configuração coletor-comum, com um ganho de tensão14.4 Sistemas de polarização do TECJ ....................................................................... 193 Polarização de porta .................................................................................... 193 • Chave analógica ..................................................................................... 194 • Chave Shunt ........................................................................................... 195 • Chave série ............................................................................................. 196 • Chopeers TECJ ....................................................................................... 197 • Multiplex analógico ................................................................................ 197 • TECJ como resistor variável (VVR) ...................................................... 197 Auto polarização .......................................................................................... 198 Polarização por divisor de tensão ................................................................. 201 14.5 Amplificador em configuração Fonte-comum (SC) ........................................... 204 14.6 Polarização de transistores TEC-MOS ............................................................... 207 XV – TRANSISTOR DE UNIJUNÇÃO (TUJ) ..................................................................... 208 15.1 Parâmetros elétricos ............................................................................................ 209 15.2 Curva característica estática do emissor ............................................................. 210 15.3 Oscilador com TUJ ............................................................................................. 210 XVI – AMPLIFICADOR OPERACIONAL ......................................................................... 219 16.1 CIs monolíticos ................................................................................................... 219 CIs de filme fino e grosso ........................................................................... 222 CIs híbridos ................................................................................................ 222 Formas de integração .................................................................................. 222 16.2 Configuração interna do amplificador operacional ............................................. 223 Diferencial básico ....................................................................................... 223 • Análise C.C. ........................................................................................... 225 • Análise C.A. ........................................................................................... 226 • Ganho de modo-comum (AVc) ............................................................. 228 • Razão de rejeição de modo-comum ....................................................... 229 • Polarização por espelho de corrente ...................................................... 229 Amplificador operacional TL – 741 ........................................................... 230 Amplificador operacional TL – 071 ........................................................... 233 __________________________________________________________________________ SUMÁRIO 5 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 16.3 Sistemas analógicos lineares .............................................................................. 234 Diferencial .................................................................................................... 234 Somador........................................................................................................ 235 Integrador ..................................................................................................... 236 • Integrador sem limitador de ganho nas baixas freqüências .................... 238 • Integrador com limitador de ganho nas baixas freqüências .................... 240 Filtro ativo .................................................................................................... 244 • Passa-baixas ............................................................................................ 245 • Passa-baixas de 1a ordem ........................................................................ 245 • Passa-baixas de 2a ordem ........................................................................ 247 • Passa-baixas de ordens superiores .......................................................... 249 • Passa-altas ............................................................................................... 250 • Passa-altas de 1a ordem ........................................................................... 250 • Passa-altas de 2a ordem ........................................................................... 252 • Passa-altas de ordens superiores ............................................................. 253 • Passa-faixa .............................................................................................. 253 • Rejeita-faixas .......................................................................................... 254 16.4 Sistemas analógicos não lineares ........................................................................ 255 Comparador ................................................................................................. 255 • Com sinal senoidal .................................................................................. 256 • Com sinal de desengate alterado ............................................................. 256 • Disparador SCHMITT ............................................................................ 257 • Disparador com ponto de desengate deslocado ...................................... 259 • Disparador SCHMITT não inversor ....................................................... 259 • Disparador SCHMITT não inversor com desengate deslocado .............. 260 XVII – TEMPORIZADOR 555 ............................................................................................. 261 17.1 Comparador ........................................................................................................ 261 17.2 Flip-flop RS ........................................................................................................ 262 17.3 Circuito de Temporização .................................................................................. 262 17.4 Análise do diagrama esquemático simplificado ................................................. 263 17.5 Operação mono estável ....................................................................................... 264 17.6 Operação astável ................................................................................................. 265 17.7 Aplicações do CI-555 ........................................................................................ 267 17.8 Versões do temporizador 555 ............................................................................. 268 XVIII - APÊNDICE ...............................................................................................................269 A.1 – Características de componentes ativos ..............................................................269 A.2 – Código de semicondutores e símbolos dos Parâmetros elétricos de transistores Bipolares e TEC ............................................................................................... 270 A.3 – Sistema AWG & mm para fio esmaltado.......................................................271 A.4 – Canais de TV......................................................................................................272 • Espectro de Rádio .........................................................................................273Q1, adotamos: ICMAX ICSAT = 90mA 900A cc2 100 B) Divisor de tensão Para o dimensionamento do divisor de tensão, adotamos RTH 100 vezes menor que o produtor “RE x cc1 x cc2” para o divisor estabilizado e 10 vezes menos para o divisor firme. Para o exemplo, divisor firme: RTH 0,1 x cc1 x cc2 x RE RTH 0,1 x 100 x 100 x 160 160K cc1 = cc2 = 100 ca1 = ca2 = 90 VPM = 180 107 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VPM = 300K VPM = 200K Para que se tenha uma simetria das excursões do sinal C.A. de entrada de base e a tensão C.C. de saída próximo a 50% de VCC, faz: V2 = VE + 2VBE = 7,5V + 1,4V = 8,9V V1 = VCC - V2 = 15V - 8,9V = 6,1V R2 = 2 x RTH = 320K R1 = V1 x R2 = 6,1V x 300K = 205,6K V2 8,9V 8.6.1.2 - Circuitos equivalentes e cálculos dos parâmetros: A) Circuito equivalente C.C. B)Tensão thevenin (VTH) C) Corrente quiescente de coletor (ICQ) D) Tensão quiescente de emissor (VEQ) ICQ1 = ICQ2 = 42,22mA = 422,22A cc2 100 IBQ1 = ICQ1 = 422,2A = 4,22A cc1 100 E) Circuito Equivalente C.A. F) Resistência C.A. do emissor (re) G) Ganho de tensão C.A. Av = RE Av = 180 = 0,993. . RE + re2 + re1 180 + 0,50 + 59,21 ca1 90 VTH = 300K x 15V 300K + 200K VTH = 9,0V VTH = R2 x VCC R1 + R2 re2 = 25mV = 25mV = 0,59 ICQ2 42,22mA re1 = 25mV = 25mV = 59,21 ICQ1 422,2A IC VTH VBE RE V V mAQ2 2 9 1 4 180 42 22= − = − = , , VE IC RE VE mA VE V Q Q Q Q = = = 42 22 180 7 6 , , IC IB AQ Q1 2 422 2= = , 108 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO H) Impedância de entrada de base (Zentb) O cálculo individual da impedância de entrada de base do transistor Q2, torna-se desnecessário, em nossas análises utilizaremos a impedância de entrada de base visto a partir do transistor Q1. • com carga conectada Zentb = ca1 [re1 + ca2 (re2 + RE//RL)] Zentb = 90[59,21 + 90(0,59 + 180//22)] Zentb = 168,9K • com carga desconectada Zentb = ca1 [re1 + ca2 (re2 + RE)] Zentb = 90[59,21 + 90(0,59 + 180)] Zentb = 1,47M I) Impedância de entrada do circuito (Zent) • com carga conectada • com carga desconectada Zent = Zentb //RTH Zent = Zentb //RTH Zent = 168,9K // 120K Zent = 1,47M //120K Zent = 70,15K Zent = 110,9K J) Impedância de saída (Zsaída) Aplicando Kirchhoff no circuito equivalente C.A., temos: ( ) ( ) ie i ib = ie ca ib 1 1 1 1 1 2 2 1 2 2 2 2 2 1 2 1 2 0r e ie r e RE vent ib RS RTH do ib ie ca b ie ie ca ca + + − + = = = = / / sen : ( ) ( ) ie ca r e ie r e RE ie ca ca RS RTH vent ie r e ca r e RE RS RTH ca ca vent e RE r e ca RS RTH ca ca vent r e RE r e RS RTH ca ca 2 2 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 1 2 + + + = + + + = = + + + = = + + + / / / / / / / / ie r ie = = + + + vent vent r e RE r e RS RTH ca ca ie2 2 1 1 2 / / 109 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Como o resistor de carga está em paralelo com o resistor “RE”, a carga não vê o resistor “RE” como oposição à sua corrente de carga, concluímos que: K) Modelo C.A. simplificado L) Tensão C.A. de entrada de base (ventb) • Com carga conectada • Com carga desconectada ventb = vent x Zent ventb = vent x Zent . Zent + RS Zent + RS ventb = 2V x 70,15K ventb = 2V x 110,9K . 70,15K + 1K 110,9K + 1K ventb = 1,97V ventb = 1,98V M) Tensão C.A. de saída (vsaída) • Com carga conectada • Com carga desconectada vsaída = ventb x Av x RL vsaída = ventb x AV RL + Zsaida vsaída = 1,97V x 0,993 x 22 vsaída = 1,98V x 0,993 22 + 1,37 vsaída = 1,84V vsaída = 1,97V N) Ganho de potência (AP) 1] Potência de entrada de base com carga desconectada (Pentb) ib1 = ventb = 1,98V = 1,35A Zentb 1,47M Pentb = ventb x ib1 = 1,98V x 1,35A = 2,67W 2] Potência de saída no transistor, com carga desconectada (Psaída) ie2 = ib1 x ca1 x ca2 = 1,35A x 90 x 90 = 10,93mA Psaída = vsaída x ie2 = 1,97V x 10,93mA = 21,53mW Zsaída = r'e + Zsaída = 0,59 + 59,21 +11,02 = 1,372 r e RS RTH ca ca + 1 1 2 90 / / 110 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 3] Ganho de potência no transistor (APT) APT = Psaída = 21,53mW = 8063,67 Pentb 2,67W Para o ganho de potência no transistor, podemos usar também o produto do ganho de tensão pelo ganho de corrente. APT = AV x ca1 x ca2 APT = 0,993 x 90 x 90 = 8043,3 4] Potência de entrada no circuito, com carga conectada (Pent) is = vent = 2V = 28,11A RS + Zent 1K + 70,15K Pent = vent x is = 2V x 28,11A = 56,22W 5] Potência de saída na carga (Psaída) iRL = vsaída = 1,84V = 83,64mA RL 22 Psaída = vsaída x iRL = 1,84V x 83,64mA Psaída =153,9mW 6] Ganho de potência do circuito (APc) APc = Psaída = 153,9mW = 2737,46 Pent 56,22W Podemos observar que a configuração coletor-comum em “Darlington”, fornece uma alta impedância de entrada e uma baixa impedância de saídado ganho 1 pelo ganho 2. 111 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 8.7 - REGULADOR DE TENSÃO TRANSISTORIZADO COM SEGUIDOR DE EMISSOR O regulador de tensão transistorizado é a combinação de um “seguidor zener” com um “seguidor de emissor”. O resistor de emissor é substituído pela carga “RL”, a tensão de emissor é a tensão na carga “RL”. A tensão de saída será dada pela tensão “zener” menos a queda “VBE”. Vsaída = VZ - VBE O regulador de tensão transistorizado, também conhecido como “regulador série”, devido ao coletor/emissor em série com a carga, apresenta vantagens em relação a regulação zener: • menor carga no diodo zener; • menor impedância de saída; • aumento na corrente de carga. O esquema elétrico do regulador de tensão série, pode ser desenhado de duas formas conforme abaixo: 8.7.1 - Circuito Equivalente e Cálculo dos Parâmetros de Um Regulador Série A) Tensão Thevenin C.C. de saída (VTHsaída) VTH saída = VZ - VBE VTH saída = 9V - 0,7V VTH saída = 8,3 V B) Resistência C.A. de emissor (r’e) Considere a tensão thevenin de saída ( VTHSAÍDA) igual à tensão regulada de saída (VSAÍDA), para efeito de cálculo de r’e e a corrente na carga, igual a corrente de coletor. IRL = VTHsaída IRL = 8,3V = 415mA IE 415mA RL 20 r’e = 25mV r’e = 25mV = 0,06 IE 415mA 112 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO C) Impedância de saída (Zsaída) Zsaída r’e + RZ Zsaída 0,06 + 8 Zsaída 0,14 cc 100 D) Circuito equivalente E) Tensão C.C. de saída regulada (Vsaída) É a tensão nos terminais da carga “RL” Vsaída = RL x VTHsaída RL + Zsaída Vsaída = 20 x 8,3 V 20 + 0,14 Vsaída = 8,2 V F) Corrente de carga (IRL) G) Corrente de base (IB) IRL = Vsaída IB = IC RL cc IRL = 8,2V = 410mA IB = 410mA = 4,10mA 20 100 IRL IE IC H) Corrente Zener máxima admissível (IZ(max)) IZ (max) = PZ . IZ(max) = 0,5 W = 55,5 mA VZ 9 V I) Cálculo do resistor série ideal (Rs) RS = VE - VZ RS = 15V - 9V = 188 IZ (max) + IB 55,5mA + 4,15mA 2 2 J ) Corrente no resistor “RS” K) Corrente no diodo zener ( IZ) IRS = VE - VZ IZ = IRS - IB 200 RS IZ = 30mA - 4,10mA IRS = 15V - 9V = 30mA IZ = 25,9mA 200 L) Tensão VCE M) Potência de dissipação no transistor (PD) VCE = VENT - Vsaída PD = VCE x IC VCE = 15V - 8,2V PD = 6,8V x 410mA VCE = 6,8V PD = 2,8W Os reguladores série, apresentam como desvantagem a potência de dissipação do transistor, em alguns casos torna-se necessário o uso de dissipadores de calor. VPM = 200 - VPM 113 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 8.8 - REGULADOR DE TENSÃO PARALELO TRANSISTORIZADO O regulador de tensão paralelo, é a combinação de um “regulador zener” com um transistor operando como “chave”. O transistor opera em paralelo com o resistor de carga. A tensão sobre os terminais da carga (Vsaída) será dado pela fórmula: Vsaída = VZ + VBE Vsaída = VCE No regulador de tensão em paralelo a corrente de carga não passa pelo transistor. O regulador de tensão em paralelo tem sua maior aplicação em alimentação de cargas que requer um potencial maior ou igual ao potencial regulado. Em condições normais de operação a tensão de carga (Vsaída = VZ + VBE), em condições de defeito no regulador a tensão de carga será dado pela fórmula: Vsaída = VENT - RSIS Na seqüência lógica de realimentação do regulador, temos: 8.8.1 - Cálculo Dos Parâmetros Elétricos A) Tensão de saída (Vsaída) Tensão regulada sobre os terminais da carga Vsaída = VCE = VZ + VBE Vsaída = 6.0V + 0,7V = 6,7V Tensão não regulada sobre os terminais da carga. Vsaída = VENT x RL Vsaída = 12V x 100 = 8,63V RL + RS 100 + 39 No cálculo da tensão de saída, podemos observar que a tensão na carga assume um valor maior ou igual à tensão regulada, dependendo do regulador estar ou não em operação. 114 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Corrente na carga (IRL) C) Corrente no resistor série (IRS) IRL = Vsaída É a corrente total fornecida pela fonte RL não regulada. IRL = 6,7V = 67mA IRS = VENT - Vsaída = 12V - 6,7V 100 RS 39 IRS = 135,89mA D) Corrente de emissor (IE) E) Corrente de base (IB) IE = IRS - IRL IB = IE = 68,9mA = 459,33A IE = 135,89mA - 67mA cc 150 IE = 68,9mA IB = IZ = 459,33A F) Corrente de coletor G) Potência de dissipação no transistor IC = IE - IB (PDT) IC = 68,9mA - 459,33A = 68,44mA PDT = VCE x IE PDT = 6,7V x 68,9mA = 462mW H) Potência de dissipação no resistor série (PDRS) PDRS = IRS2 x RS PDRS = (135,89mA )2 x 39 = 720mW 8.8.2 - Dimensionamento Dos Componentes Passivos e Ativos Dados: • Tensão de saída - 6,7V • Valor ôhmico da carga - 100 - VN = 6,7V • Tensão de entrada não regulada = 12V A) Componente passivo - Resistor RS O dimensionamento do resistor série RS, depende das características da carga a ser conectada (máxima tensão admissível sobre os seus terminais). Como regra de projeto, uma carga deve ser dimensionada para suportar uma sobre tensão em seus terminais de 30% acima da tensão nominal. A carga prevista para o regulador, tem uma tensão nominal (VN) de 6,7V e suporta uma sobre tensão (VsaídaMAX) de 8,6V. Vsaída = 6,7V x 1,3 = 8,71V A máxima corrente que circulará pela carga será dado pelafórmula: 8,71V = 87,1mA logo: 100 RS 12V - 8,71V RS 37,77 87,1mA VsaídaMAX = VN x 1,3 IRLMAX = VsaídaMAX RL VPM = 39 RS VENT - VsaídaMAX IRLMAX 115 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Para uma tensão de entrada variável, o seu máximo valor de entrada não deve ultrapassar 30% do menor valor de tensão de entrada. Neste caso, o resistor RS é dado pela fórmula: B) Componente ativo (Transistor e Diodo Zener) A operação crítica dos componentes ativos é feita quando a carga é retirada fora de serviço. Nesta condição circula pelo transistor a corrente fornecida pela fonte não regulada (IRS), dado pela fórmula: IRS = 12V – 6,7V = 135,9mA 39 Sendo assim, o transistor a ser utilizado no projeto deve atender às características: ICMAX 135,9mA x 1,1 149,49mA VCEO > 6,7V O dimensionamento do diodo Zener é feito com base na tensão de saída, para definir a tensão Zener (VZ) e com base na intensidade de corrente que circula na base do transistor, para definir a potência Zener (PZ). Considerando o ponto crítico de funcionamento do transistor ICMAX = 135,9mA e o transistor com um ganho de corrente cc = 150, teremos na base uma corrente de: IB = ICMAX = 135,9mA = 906A cc 150 A corrente que deverá circular pelo diodo Zener IZ IB 906A . Sendo assim, o diodo zener deverá assumir as características: VZ = 6,0V PZ = IZ x VZ = 906A x 6V = 5,4mW Podemos observar que o diodo Zener, neste tipo de montagem, tem uma potência de dissipação muito pequena, oferecendo ao circuito maiores recursos de regulação de tensão no seguidor Zener. A potência Zener é inversamente proporcional ao ganho de corrente do transistor projetado. 8.9 REGULADOR DE CORRENTE TRANSISTORIZADO O Regulador de Corrente Transistorizado é projetado na Configuração Emissor Comum (carga conectada) no terminal do coletor, com polarização por divisor de tensão formando um componente passivo (resistor RB) e um componente ativo (diodo zener). O regulador tem como função, manter uma corrente fixa na carga, independente de variações na tensão de entrada e/ou do valor ôhmico da carga, dentro de um limite preestabelecido. O regulador de corrente é aplicado em circuitos eletrônicos que exigem uma corrente fixa de operação e dispõem de fontes de alimentação variável e/ou valores ôhmicos variáveis na entrada dos circuitos eletrônicos. O regulador de corrente transistorizado pode ser diferenciado como: RS VENTMAX - VsaídaMAX IRLMAX IRS = VENT - Vsaída RS ICMAX IRS x 1,1 VCEO > Vsaída 116 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A] Regulador de corrente série negativo Nesta configuração, utilizamos um transistor NPN em série como a carga, através do terminal negativo da fonte. B] Regulador de corrente série positivo Nesta configuração, utilizamos um transistor PNP em série com a carga, através do terminal positivo da fonte. Para uma melhor visualização do esquema, nas análises de projetos, adotaremos o esquema mostrado no subitem 8.9.2 8.9.1 - Parâmetros elétricos de um Regulador Zener: A] Tensão de entrada - VENT É a tensão não regulada, disponível nos terminais de entrada do regulador de tensão. Pode assumir os valores: VENTMAX - máxima tensão de entrada VENTMIN - mínima tensão de entrada VENTQ - Tensão quiescente de entrada, num dado ponto de trabalho B] Tensão de saída - Vsaída É a tensão de saída nos terminais da carga. C] Tensão entre Coletor e Emissor - VCE É a tensão entre o coletor e o emissor do transistor. Esta tensão varia em função da tensão de entrada (VENT). D] Tensão de emissor - VE É a queda de tensão sobre os terminais do resistor RS, dado por: E] Tensão de Base - VB É a tensão de polarização do terminal de base do transistor, em relação ao terminal de alimentação do emissor. A tensão de base eqüivale à tensão Zener (VZ). Vsaída = RL x IC VCEQ = VENTQ - (Vsaída + VE) VCEMAX = VENTMAX - (Vsaída + VE) VCEMIN = VENTMIN - (Vsaída + VE) VE = VRS = RS x IS = RS x IE VB = VZ 117 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO F] Ganho de Corrente C.C. - cc Parâmetro de especificação de Q1, indica o ganho de corrente do transistor. Este parâmetro é dado pela curva característica do transistor, sendo especificado em função da corrente de coletor. Pode ser calculado, usando a fórmula: G] Corrente de Fonte não regulada (IF) É a corrente não regulada fornecida pela fonte de alimentação. Esta corrente varia em função da tensão de entrada. H] Corrente de Coletor - IC É a corrente que circula pelo coletor do transistor (IC) ou pelo resistor de carga (IRL) I] Corrente de Emissor - IE É a corrente que circula pelo emissor do transistor (IE) ou pelo resistor RS (IRS) J] Corrente de Base - IB É a corrente que circula pelo terminal de base (IB) do transistor. K] Corrente Zener - IZ É a corrente reversa que circula pelo corpo do diodo zener. L] Corrente no Resistor de Base -IRB É a corrente que circula pelo resistor de base. M] Potência de Dissipação Zener - PDZ É a potência de dissipação do diodo zener. Pode ser diferenciado como: PDZN - Potência nominal de dissipação. cc = IC IB IFQ = IZQ +IE IFMAX = IZMAX + IE IFMIN = IZMIN + IE IC = IRL = VZ - VBE RS IE = IRS = IC + IB IB = IC cc IZQ = VENTQ - VZ RB IZMAX = VENTMAX - VZ RB IZMIN = VENTMIN - VZ RB IRBQ = IZQ + IB IRBMAX = IZMAX + IB IZMIN = IZMIN + IB 118 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO PDZMAX - Potência máxima dissipação zener, no projeto. PDZMIN - Potência mínima de dissipação zener no projeto. N] Potência de Dissipação do Transistor - PDT É a especificação da potência de dissipação do transistor . Pode ser diferenciado como: PDTN - Potência nominal de dissipação. PDTMAX - Potência máxima dissipação do transistor, no projeto. PDTMIN - Potência mínima de dissipação do transistor, no projeto. 8.9.2 – Projeto De Um Regulador Série Positivo Os cálculos e análises feitas nesse projeto são similares para o regulador série negativo. Dados necessários para o dimensionamento do projeto: • Tensão de entrada - 7 a 20V • Corrente fixa na carga - 80mA • Valor ôhmico da carga - 20 Na seqüência lógica de realimentação temos: 1] Dimensionamento Dos ComponentesAtivos A) Transistor Q1 Para o dimensionamento do transistor Q1, torna-se necessário conhecer a corrente de coletor e emissor com a base aberta (VCEO). Sabendo que a corrente de carga a ser fixada é de 80mA e a máxima tensão de entrada no circuito regulador é de 20V, definimos as características do transistor Q1, como: IC MAX 80,0 mA x 1,1 = 88mA VCEO > 20V Considerando a tabela de transistores, podemos aplicar no projeto o transistor BC558, que apresenta em sua curva característica de ganho de corrente C.C. de cc = 250, que é representado em sua curva característica por hFE PDZN = IZN x VZ PDZMAX = IZMAX x VZ PDZMIN = IZMIN x VZ PDTN = ICN x VCE PDTMAX = IE x VCEMAX PDTMIN = IE x VCEMIN ICMAX IRL x 1,1 VCEO > VENTMAX 119 _______________________________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES COLETOR-COMUM SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Diodo zener (D1) Para o dimensionamento do diodo zener, utilizamos as mesmas regras do regulador zener. Sabendo-se que a carga a ser conectada no diodo zener eqüivale à impedância de base do transistor Q1, correspondendo a um alto valor ôhmico pois apresenta uma baixa corrente de base. IB = IC = 80mA = 228A hFE 350 Sendo ca corrente de base, a corrente de carga do diodo zener e que no exemplo eqüivale a um valor extremamente baixo, a intensidade desta corrente é definida pelo hFE do transistor. O zener a ser projetado deve atender às características: VZ 6,0V 20 x 77,9mA 7V - 5,3V 1,56V VZ RL x IC VENTMIN - VE VENTMINC = VE + Vsaída VENTMAXC = VZ + (IZMAX x RB) _________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR BASE-COMUM (BC) 121 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO IX - AMPLIFICADOR BASE-COMUM ( BC ) Com a configuração BC, queremos dizer que a base é o ponto de referência para as medidas de entrada ( emissor neste caso ) e de saída ( coletor ). O resistor de emissor “RE” é basicamente um resistor limitador de corrente para fixar a corrente de emissor IE. O resistor de coletor “RC” é o responsável pela impedância de saída do circuito, sendo o sinal alternado de saída, obtido em seu terminal. O amplificador base-comum, também denominado “base aterrada”, porque sua base é aterrada em CA. A configuração BC, pode ser esquematizada de duas formas ( Figura 1 e 2 ) em nossos estudos utilizaremos o esquemático da Figura 2. 9.1 - CARACTERÍSTICAS DO AMPLIFICADOR BASE-COMUM: A - Impedância de entrada de base (Zentb)- baixa - 30 a 200 B - Impedância de saída do transistor- alta - 200K a 2M C - Ganho de corrente - menor que 1 D - Ganho de tensão - alto E - Ganho de potência - médio 9.2 - POLARIZAÇÃO POR DIVISOR DE TENSÃO Dados: ICMAX = 3,4mA cc = 75 ca = 70 9.2.1 Dimensionamento dos Resistores A ) Resistor de emissor “RE” Para cálculo de RE, adota-se a tensão CC de emissor aproximadamente um décimo de Vcc. Para se trabalhar com o ponto “Q” próximo ao meio da reta de carga, usamos 50% da corrente máxima de coletor, fornecida pelo fabricante. ICSAT = ICMAX x 0,9 = 3,4mA x 0,9 = 3mA ICQ = 1,5mA VE = 0,1Vcc VE = 1,5V RE = 1,5V = 1K 1,5mA _________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR BASE-COMUM (BC) 122 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO VPM = 2,7K B ) Resistor de coletor “RC” RC 4RE RC 4K VPM = 3,9K Para cálculo do resistor “R1”, primeiramente determina V2 e V1 V2 = VE + 0,7 V1 = VCC - V2 V2 = 2,2V V1 = 12,8V 9.3 - CIRCUITOS EQUIVALENTES E CÁLCULO DOS PARÂMETROS A ) Circuito equivalente CC: C ) Corrente de coletor ( ICQ ) D) Tensão quiescente de emissor (VEQ) ICQ IEQ VEQ = RE x ICQ ICQ = VTH - VBE VEQ = 1,0K x 1,6mA RE VEQ = 1,6V ICQ = 2,3 - 0,7V = 1,6mA 1K E ) Resistência C.A. de emissor ( r’e ) F) Tensão quiescente de coletor (VCQ) r’e = 25mV VCQ = VCC - RCICQ ICQVCQ = 15V - 3,9K x 1,6mA r’e = 25mV = 15,6 VCQ = 8,76V 1,6mA G ) Ganho de tensão ( AV ) O ganho de tensão tem a mesma intensidade que teria num amplificador Ec não realimentado; somente a fase é diferente. Para o exemplo, BC tem um ganho de 250, enquanto, se utilizarmos os mesmos componentes para EC, o ganho seria de -250. Av = RC. Av = 3,9K = 250 r’e 15,62 H) Circuito equivalente CA C ) Divisor de tensão: Para um divisor de tensão estabilizado, faz-se: R2 0,01 cc RC. R2 0,01 x 75 x 3,9K R2 2,9K B) Tensão Thevenin CC (VTH): VTH R R R VCC VTH K K K V V = + = + = 2 1 2 2 7 15 2 7 15 2 3 , , , R V V R R V V K K 1 1 2 2 1 12 8 2 2 2 7 15 7= = = , , , , VPM = 15K _________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR BASE-COMUM (BC) 123 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO I) Impedância de entrada ( Zent ) A impedância de entrada, apresentada nos amplificadores BC, é de valor ôhmico muito baixo em relação à outras configurações. A baixa impedância de entrada, é um dos motivos que impede o amplificador BC de ser usado em baixas freqüências; ele é usado principalmente em aplicações de alta freqüência ( acima de 10MHz ) onde são comuns as fontes de baixa impedância. A configuração base-comum também é amplamente usado em circuitos integrados, na configuração de amplificador diferencial. Zent r’e Zent 15,6 Para melhorar a impedância de entrada, conforme subitem 12.1. acrescenta um resistor de realimentação parcial “re” que somado com a resistência CA de emissor ( r’e ), atinja a impedância mínima 30. J ) Impedância de saída ( Zsaída ) Considerando a fonte de corrente do coletor, uma fonte ideal com impedância interna infinita. Podemos aproximar o valor da impedância de saída a RC. Zsaída RC Zsaída = 3,9K K ) Modelo C.A. simplificado L ) Tensão CA de entrada de emissor: M ) Tensão Thevenin de saída ( vTH) _________________________________________________________________________________________ AMPLIFICADOR BASE-COMUM (BC) 124 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO ventEMISSOR = Zent x vent vTH = ventEMISSOR x Av Zent + RS ventEMISSOR = 15,6 x 100mV = 17,22mV vTH = 17,22mV x 250 = 4,3V 15,6 + 75 N ) Tensão C.A. de saída ( vsaída ) vsaída = RL x vTH vSAÍDA = 6,8K x 4,3V = 2,73V RL + Zsaída 6,8K + 3,9K O ) Ganho de potência no transistor ( APT ) 1 - Potência de entrada de emissor (PentE) 2 - Potência de saída com a carga desconectada (Psaída) Psaída = vTH x ic ic ie 1,1mA considerando que o ganho de corrente é igual a 1. Psaída = 4,3V x 1,1mA = 4,73mW 3 - Ganho de potência (APT) APT = Psaída APT = 4,73mW = 249,74 PentE 18,94W Para esta configuração o ganho se potência é aproximadamente igual ao ganho de tensão. P ) Potência na carga ( PRL ) PRL = Vsaída x iRL iRL = Vsaída = 2,73V = 401,47A RL 6,8K PRL = 4,3V x 401,47A = 1,73mW Q ) Ganho de potência do circuito ( APC ) APC = PRL is = vent = 100mA = 1,1mA Pent RS + Zent 75 + 15,6 Pent = vent x is Pent = 100mV x 1,1mA = 110,37W APC = 1,173mW = 15,67 110,37W Pent vent Zent mA mV mA W E emissor E = = = = ie ie = vent ie = 17,22mV Pent emissor 15 6 11 17 22 11 18 94 , , , , , ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 125 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO X - AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA Um sistema amplificador consiste em um transdutor captador de sinais, seguido de um amplificador de pequenos sinais e um dispositivo transdutor de saída. O sinal de entrada do transdutor é geralmente pequeno e deve ser suficientemente amplificado para operar o dispositivo de saída. Portanto, os fatores de principal interesse nos amplificadores de pequenos sinais são normalmente linearidade e ganho. Como geralmente a tensão e a corrente do sinal proveniente do transdutor de entrada são pequenas, as questões de capacidade e eficiência em relação à potência são secundárias. Os amplificadores de tensão fornecem um sinal de tensão suficientemente grande para os estágios do amplificador de grandes sinais a fim de operar dispositivos de saída tais como alto-falantes e motores. Os amplificadores de grandes sinais (potência), são aqueles que têm carga final de aproximadamente 8 ou menos; enquanto que os amplificadores de pequenos sinais (baixa potência) são aqueles que utilizam transistores de baixo sinal ( 1/2W) e são usados geralmente junto ao terminal inicial de sistemas. 10.1 AMPLIFICADOR CLASSE "A": Nos amplificadores Classe A, o transistor funciona na região ativa em todos os instantes; e sua corrente C.A. flui durante os 360º do ciclo do sinal de entrada. Apresenta como desvantagem, a de ter baixo rendimento de potência, entre 20% a 30% da energia consumida pelo amplificador é entregue à carga; os restantes 70% ou 80% da energia consumida são dissipadas no estágio amplificador, sob forma de calor. Os amplificadores Classe A, podem ser montados nas configurações "EC", "CC" e "BC"; observando as fórmulas de cálculo da "COMPLIANCE" de saída, que é dada em função da configuração do amplificador . 10.1.1 - Classe "A" Em Configuração EC. A ) Resistência C.A. de carga (rl) É a oposição à componente C.A. detectado pelo terminal de saída (coletor) do transistor. rl = RC//RL rl = 1,6K//1,2K = 685,71 B ) Corrente C.A. de saturação (icSAT) É a corrente máxima, que deve circular pelo transistor , quando o sinal de entrada for suficiente para levar o transistor para o estado de saturação. 11,27mA = 71,685 5,5 25,3 +=+= V mAic rl VCE ICic SAT Q QSAT ( ) VTH K K K V V IC V V mA IC V K mA VCE V mA K V Q SAT Q = + = = − = = = = − = 2 4 2 4 12 12 2 0 2 0 7 400 3 25 12 2 6 0 12 3 25 2 0 5 5 , , , , , , , , , ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 126 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO C ) Tensão C.A. de corte (vce corte) É a tensão alternada que aparece, sobre os terminais do transistor (coletor e emissor), quando o mesmo está em estado de corte. vce corte = VCEQ + ICQrl vce corte = 5,5V + (3,25mA x 685,71) = 7,73V D ) Linhas de carga C.C. e C.A.: E) Compliance CA de saída (PP) E.1 ) Excursão máxima positiva (E+) E.2 ) Excursão máxima negativa ( E- ) E+ = vce corte - VCEQ ou E+ = ICQrl E- = 0 - VCEQ E+ = 7,73V - 5,5V = 2,23V E- = - VCEQ E+ = 3,25mA x 685,71 = 2,23V E- = - 5,5V Podemos observar no gráfico de linhas de carga, que durante o semiciclo positivo da tensão da fonte C.A., a tensão do coletor oscila do ponto Q até a saturação. No semiciclo negativo, a tensão do coletor oscila do ponto Q até o corte. A compliance CA de saída é a tensão C.A. máximade pico-a-pico não ceifada que um amplificador pode produzir. ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 127 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO E.3 ) Cálculo da tensão de compliance (PP) PPC = compliance do circuito PPC = vce corte = 7,73V PPAC = compliance admissível do circuito PPAC = 2ICQrl= 2 x 3,25mA x 685,71 = 4,46V Podemos observar que o circuito permite uma compliance de 7,73V, porém, está limitado numa compliance de 4,46V; isto quer dizer que o amplificador pode ultrapassar a compliance de 4,46V, porém, o semiciclo positivo do sinal de saída fica ceifado a partir de 7,73V de VCE. E.4 ) Tentativa de aproximação para cálculo da compliance máxima de saída: Compliance máxima de saída, significa obter oscilações de tensão iguais nos dois sentidos. Para obter excursões máxima positiva e máxima negativa iguais adota-se ICQrc = VCEQ. Podemos observar no gráfico, que, quanto mais alto o ponto "Q", maior a tensão C.A. de saída não ceifada. Portanto, em projetos de amplificadores de potência, que se deseja obter a compliance máxima CA de saída, localize o ponto "Q" acima do centro da linha de carga CC. 10.1.2- Projeto Revisado: 10.1.2.1 - Cálculo dos Parâmetros Elétricos C.C. A) Parâmetros quiescente ideal: VTH=(400 x 4,37mA) + 0,7V = 2,45V Sabendo que R2 deve permanecer inalterado, devido sua polarização estabilizada, fazemos: 4,37mA = 685,71 3,0 =IC rl VCE =IC VCE=rlIC se-Aplica 0,3 4 12 4 VCC = Q Q Q Q QQ == VVCE R R VTH VCC R R K V V K K 1 2 2 1 2 4 2 45 12 2 4 9 35 − − , , , , VPM=9,1K ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 128 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Parâmetros quiescentes: 10.1.2.2 ) Cálculo dos Parâmetros CA. Considerando a potência máxima que o circuito pode dissipar ic=8,87mA, temos: A máxima tensão C.A. que pode ser aplicada na entrada do circuito, sem gerar distorção do sinal é 134,23mV. Considerando o sinal de entrada, no máximo valor permitido, temos: VTH K K K V V V mA= + → − = 2 4 2 4 9 1 12 2 5 0 7 4 5 , , , , , ,= 2,5V IC 400 Q = ( )VCE V mA K V mA IF mA mA mA Q CC = − = → → = = + = → 12 4 5 2 0 3 0 1 04 1 04 4 5 5 54 , , , , , , , IC = 12V 2,0K = 6,0mA I1 = 12V 11500 PF = 12V 5,54mA = 66,48mW SAT CC ( ) ( ) ic mA V mA V E V V V V V V Ai ic ib AV K SAT T = + = → = + = − = → − = − = − → = = → = = = − → 4 5 3 0 685 71 8 87 6 1 6 1 3 0 31 0 3 0 3 0 6 17 5 55 1 6 5 55 288 29 , , , , , , , , , , , , , , , vce = 3V + 4,5mA 685,71 E PP = 3,1V + 3,0V = 6,1V PP = 2 4,5mA 685,71 Ai = hFE = 150 r'e = 25mV 4,5mA corte C AC AP = 288,29 150 = 43243 Z = 150 Z = 9,1K \ \2,4K \ \832,5 = 578,78 T entb ent = →5 55 832 5, , ib = 8,87mA 150 v =entb= → = = + = 59 13 59 13 832 5 49 23 49 23 578 78 578 78 1 134 23 , , , , , , , , A A mV v mV K mVent ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 129 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A potência de pico-a-pico dissipada na carga: A potência em RMS dissipada na carga: A potência de dissipação do transistor “PDT = 13,5mW”, não deve exceder a especificação de potência do transistor utilizado no circuito. Conhecendo a máxima potência em RMS dissipada na carga e a potência gasto pela fonte de alimentação, podemos calcular o rendimento do circuito: ( ) iS = 134,23mV 1578,78 P = 49,23mV 85 A = 4,18 W v = 49,23mV 288,29 ent saida = → + = 85 1 2 1 2 1 6 6 08 A K K K VPP , , , , PL v PL PL = VL 0,707 2 RL PL = VL 8RL PL PDT RMS = saidaRMS 2 RMS = RMS pp RMS pp2 RMS RL V K mW ou V K mW PDT VCE IC V mA mW Q Q Q Q → = = = = → = = 2 15 1 2 3 85 6 08 8 1 2 3 85 3 0 4 5 13 5 2 2 , , , , , , , , , = = PL PF RMS CC 100 100 5 79% = 3,85mW 66,48mW , Isto implica que, 5,79% da potência gasto pela fonte de alimentação C.C., alcança a saída na forma de potência de carga C.A.. Os amplificadores em “classe A”, tem como desvantagem, baixo rendimento do estágio; e como vantagem, possuírem circuitos de polarização mais simples e mais estáveis. Na reta de carga CC e CA, mostramos a compliance do circuito que tem como característica a simetria da forma de onda. PL vsaida RLPP pp = 2 PL V K mWPP = = 6 08 1 2 30 81 2, , , ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 130 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.2 - AMPLIFICADOR CLASSE "B" Um transistor operando em "Classe B", significa que a corrente de coletor flui durante somente 180º do ciclo CA. A configuração tem como vantagem, menor dissipação de potência no transistor, redução da corrente de alimentação e um alto rendimento. 10.2.1 - Configuração “Push – Pull” A ) DISTORÇÃO DE CRUZAMENTO: É a distorção do sinal de saída, também conhecido como distorção por "CROSSOVER", que ocorre entre o instante em que um transistor corta o sinal e o instante em que o outro se liga. Nos amplificadores "PUSH - PULL", o sinal de saída distorcido, produz somente harmônicos ímpares: fent, 3 fent, 5 fent etc... Para se eliminar a distorção de cruzamento, precisamos aplicar uma pequena polarização direta para cada diodo emissor (localizar o ponto Q um pouco acima do corte). O valor da corrente “ICQ” suficiente para eliminar a distorção, deve estar dentro da faixa de 1 a 5% da corrente de saturação do transistor ICSAT. Quando se desloca o ponto "Q" na reta de carga, o circuito passa a operar em Classe "AB". Como o funcionamento está mais para Classe "B" do que Classe "A"; refere-se ao circuito como amplificador Classe "B" sem distorção; esta consideração é feita devido a corrente de coletor fluir em cada transistor durante mais de 180º, mas menos de 360º. B)POLARIZAÇÃO DE UM “PUSH - PULL": Divisor De Tensão Passivo: Este tipo de polarização não é muito utilizado, devido à dificuldade de se estabelecer a tensão "VBE" entre os dois transistores. Esta dificuldade se resolve, com a substituição do resistor "R2" por um resistor variável, porém, não resolve o problema da variação da corrente de coletor em função da temperatura. Para esta configuração não existindo resistor de emissor, a tensão VBE se altera em função da corrente de coletor, que, por sua vez se altera em função da variação de temperatura (VBE Um transistor operando em "Classe B", ele corta um semiciclo, resultando uma distorção na saída. Utilizando dois transistores em configuração seguidor de emissor "PUSH - PULL", podemos montar um amplificador que apresenta baixa distorção, grande potência de carga e alto rendimento ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 131 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO diminui 2mV por grau de aumento de temperatura); isto implica, que, a tensão de base "VBE" fixa pelos resistores ( + 0,7) não se altera com a variação de temperatura. Com um aumento de temperatura o "VBE" exigido pelo transistor, para manter o ICQ, diminui; como o "VBE" de polarizaçãoé fixo força a corrente do coletor a aumentar (para cada 60mV de diferença entre o VBE de polarização e o VBE do transistor, a corrente de coletor aumenta com um fator 10). À medida que a corrente de coletor aumenta, a temperatura do transistor aumenta, reduzindo ainda mais o valor correto de "VBE". Esta situação escalonada significa que o ponto "Q" pode "escapar", subindo ao longo da linha de carga CC até que a potência excessiva destrua o transistor; neste caso, dizemos que houve um escape térmico do transistor. As formas de se evitar o escape térmico, é com a polarização com compensação por termistor ou com a polarização por diodos (divisor de tensão ativo). Divisor De Tensão Ativo: .Compensação Por Termistor: Utiliza-se termistores (NTC - resistor cujo valor ôhmico diminui quando a temperatura aumenta, pois tem um coeficiente de temperatura negativo), para compensar às variações da tensão "VBE". Os valores dos termistores “R2” são escolhidos para uma temperatura ambiente, de modo a estabelecer o ponto "Q" ligeiramente acima do corte. Com a utilização dos termistores, à medida que a temperatura aumenta, o "VBE" necessário diminui, mas como a resistência dos termistores também diminui, o "VBE" de polarização também diminui; evitando um aumento escalonado da corrente de coletor. . Polarização Por Diodos: É uma das formas mais eficientes de se evitar o escape térmico, substituindo os resistores "R2" por diodos, que possuem curvas capazes de casar com as curvas VBE do transistor. Então, qualquer aumento na temperatura reduz a tensão de polarização desenvolvida pelos diodos compensadores. R2 - Termistores ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 132 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Nos projetos de amplificadores de alta potência, torna-se difícil, encontrar diodos compensadores com curva similar à curva "VBE" dos transistores. Neste caso, faz-se opção com polarização por transistores em configuração "Realimentação de Coletor". NOTA: Para se ter uma eficiência na polarização do circuito, torna-se necessário uma conexão térmica entre o elemento compensador e o transistor a ser supervisionado. 10.2.1.1 - Cálculo De Amplificador PUSH - PULL: Para obter excursões positivas e negativas iguais, adota-se R1 do transistor - 1 igual ao resistor R1 do transistor - 2. A configuração "PUSH - PULL", permite uma compliance de valor igual à VCC, logo, a tensão máxima de saída C.C. nos terminais dos emissores (VE) será de + 10V e - 10V. Sendo a configuração do circuito montado em “Seguidor de Emissor”, a tensão de saída segue a tensão de base. O divisor de tensão deve ser projetado para que a tensão na base do transistor Q1 seja de 10,7V e na base de Q2 seja de 9,3V; dando assim condições ao circuito de fornecer na saída (VE) uma tensão de 10V, via terminal de saída do transistor Q1 ou Q2. - Cálculo da corrente máxima alternada que deve circular pelos transistores (este valor não deve ultrapassar 95% da corrente máxima do transistor). - Cálculo da corrente no ponto quiescente (1 a 5% de ICSAT ). Para cálculos convencionais adota-se 3,0%. Para o exemplo, estamos considerando que os transistores Q1 e Q2 dispõem de uma corrente máxima de coletor ICMAX > 1,0 A. IC Q =ICSAT x 0,03 ICQ = 1000mA x 0,03 = 30mA - Cálculo do resistor R1: B ) Cálculo da corrente IC Q com os resistores R1 já definidos: A polarização por diodo baseia-se no conceito do "ESPELHO DE CORRENTE", uma técnica de circuito amplamente usada em circuitos integrados lineares. O conceito espelho de corrente, é analisado através de uma configuração transistorizada, utilizando resistor e diodo como polarizadores de base. A corrente através do resistor de base é refletida pelo circuito do coletor; a corrente de coletor é controlada pela corrente no resistor de base. IC VE RL V ASAT SAT= → = = IC 10 10 1 0 , R VCC VBE mAQ 1 2 60 322= − → = IC R1 = 20V - 0,7V ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 133 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Para a configuração Push - Pull, utilizamos espelho NPN e PNP, e adota-se ICQ igual a IR1. C ) Cálculo da tensão contínua de base (VB) VB1 = VCC - R1I1 VB1 = 20V – (322 x 28,9mA) = 10,7V VB2 = VCC - R1I1 - 2VBE ou VB2 = VB1 - 2VBE VB2 = 20V - 9,3V - 1,4V = 9,3V D ) Cálculo da tensão contínua de emissor (VE) VE1 = VB1 - VBE VE1 = 10,7V - 0,7 = 10,0V VE2 = VB2 + VBE VE2 = 9,3V + 0,7 = 10,0V E) Reta de carga CC/CA G ) Ganho de tensão (AV) r'e → identificar na curva dos parâmetros híbridos ou calcular pela fórmula: H ) Impedância de entrada de base (Zent b) Zentb = hfe (RL + r'e) Zentb = 120 (10 + 0,86) = 1,3K F ) Cálculo da corrente CA de saturação do circuito (icSAT): IC IC VCE RL IC mA mA mA SAT Q Q SAT = + = + =28 9 100 1029, IR VCC VBE V V mA IR mA1 2 2 20 1 4 644 28 9 1 28 9= − → = − = → = = R1 IR1 ICQ , , , r'e AV = RL RL + r'e = = = = + = 25 25 28 9 0 86 10 10 0 86 0 92 mV IC mV mASAT , , , , ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 134 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO I ) Impedância de saída (Zsaída) r'd → é a resistência CA do diodo compensador, que tem o mesmo valor de r'e do diodo de emissor do transistor. J ) Circuito CA equivalente: L ) Dissipação de potência no transistor (PDT) Na ausência de sinal de entrada a potência dissipada é muito pequena; entretanto, na presença de sinal, os transistores têm grandes excursões de corrente, produzindo uma dissipação de potência muito maior. A potência dissipada no transistor depende de quanto é usado na linha de carga CA. No pior caso, a dissipação atinge um máximo quando se utiliza 63% da linha de carga CA. Podemos observar no gráfico, que aumentos maiores no nível do sinal fazem a dissipação do transistor diminuir. Como a maior dissipação possível de potência é PP2/40RL, cada transistor no amplificador, precisa ter uma especificação de potência maior que 1W. M ) Corrente contínua de alimentação (IFCC) IFCC = I1 + I2 I1 = corrente C.C. através dos resistores de polarização I2 = corrente C.C. máxima através do coletor superior. A corrente C.C. máxima através do coletor é o valor médio da corrente máxima alternada. ICmédio = 0,318 x icSAT I2 = ICmédio = 327,19mA ICmédio = 0,318 x 1028,9mA = 327,19mA IFCC = 28,9mA + 327,19mA = 356,09mA K ) Potência em RMS na carga (PLRMS) PL V RL V W PP = → = = 2 2 8 20 8 10 5 PL • PLRMS= potência C.A. da carga • Vpp = tensão de pico-a-pico na carga • RL = resistência ôhmica da carga 12,6 0,63Vpp PD (W) PP2 = 1W 40RL Vpp (V) Zsaída r'e + rB rB = resistência de base vista pela carga r'd ) / /(R1 r'd ) rB rB Zsaída Zsaída 1 2 = = + + = = = + = hfe rB R( , / /322, , , , , 1 322 86 86 161 4 0 86 161 4 120 2 2 PDT RL PDT V W MAX PP MAX = = = 2 2 40 20 40 10 1 ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 135 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO N ) Potência CC fornecida ao circuito (PF) PF = VCC x IF PF = 20V x 356,09mA PF = 7,12W O ) Rendimento do estágio () Os amplificadores Classe B, apresentam um rendimento bem maiorque os amplificadores Classe A; sendo esta uma das razões dos circuitos Push - Pull, próximo do final de um sistema. 10.3 - ACIONADOR DE CLASSE B: A melhor forma de se acoplar uma entrada de um amplificador Push - Pull, é com a utilização de um "Acionador de Classe B", este acionador é montado em configuração emissor-comum, com acoplamento direto ao amplificador Push - Pull. O transistor Q1, R1 e R2, forma um amplificador com realimentação parcial do emissor, o sinal de saída em Q1 está defasado de 180º em relação ao sinal de entrada. O transistor Q1, funciona como fonte de corrente, estabelecendo a tensão de polarização através dos diodos. Ajustando R2, podemos controlar a corrente de emissor através de R4. Aplicando um sinal senoidal na entrada, no semiciclo positivo Q1 conduz, levando Q3 à saturação; no semiciclo negativo Q1 entra em corte, levando Q2 à saturação. O sinal CA é acoplado à resistência de carga através do capacitor C2. Para os cálculos dos resistores do acionador Classe B, utiliza-se os mesmos princípios de cálculo, adotado no amplificador emissor-comum. 10.4 - CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE UM AMPLIFICADOR COMPLETO AMPLIFICADOR COM ESTÁGIOS EM CASCATA: = → = = PL PF W W RMS CC 100 5 7 12 100 70 22% , , ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 136 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO - Pequeno Sinal - Q1 - Grande Sinal Classe A (Acionador Classe - B )- Q2 - Classe B - Push - Pull - Q3 - Q4. Os transistores utilizados no circuito são os do tipos NPN e PNP, modelos BC548C e BC558C. O ganho de corrente C.C. e C.A. (hFE e hfe), foram extraídos da curva característica dos parâmetros híbridos dos respectivos transistores, mostrados no apêndice-A12. 10.4.1 - Cálculos dos Parâmetros elétricos CC : Circuito Equivalente CC : 10.4.2 - Cálculos Dos Parâmetros CA: ( ) ( ) 57,57263,2820 63,2823,92mA 49,8089,3IF 92,230,636 61,37I A 808,49=0,318)A x (136,76+0,765mAI 3,9mA =0,318)(6,87mA x +1,72mA=I 10V=10V-20V=VCE=VCE 8,37V=0,93V-9,3V=VCE 9,71V=2,06V-11,76V=VCE 9,3V=VB=VC 76,112,187,620 107,07,10VEVE 93,0680076,136VE 06,230087,6VE 3,94,17,10 7,1076,1366820VB 37,61mA 550 2 A136,76 76,136 6800 7,063,1 IC 87,6 300 7,076,2 63,120 2455,2129 55,2129 VTH 76,220 106,1 6,1 CC 432 143 21 421 432 14 343 Q21 21 mWmAVPFmAAmA mAxmAI VKmAVVC VVVVA VmAVVVVB VAKVICIC A VV mA VV IC VV K VV KK K VTH CC QQ Q ===++= ==== =−= =−==== ===−= =−==== = − == − = = + == + = mVventKZsaida Zent K mA mV er b 30 vent 2,1 23,7081379\\1456nt Ze 145664,3400 67,329 64,3 2,1 AV 64,3 87,6 25 ' b11 11 11 === ==== = === − ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 137 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Tensão C.A. de saída do 1º estágio com o 2º estágio desacoplado (vTH1): vTH1 = 30mV x 329,67 = 9,89V TRANSISTOR –Q2 COMO FONTE DE CORRENTE PARA O TRANSISTOR –Q3: TRANSISTOR –Q2 COMO FONTE DE CORRENTE PARA O TRANSISTOR –Q4: CIRCUITO EQUIVALENTE CA MODELO EBERS-MOLL : ( ) ( ) →+ ===→===→== 3420,7=0,66+8395=Zent=Zent 1954,6=//2,76M1956=ent Z 2,76M=8,68,182395= 66,0 6,37 25 '' 6,365 38,68 25mV '' 8,182 76,136 25 ' b4b3 22 43212 KZent mA mV erer A drdr A mV er b 63,292,086,2 92,0 66,08 8 ' 86,2 687,3420 7,3420 74,913,6 vsaída=vent 6,13V=V89,9 1200+1954,6 1954,6 =vent 68K=RC=saida Z 9,74= 182,8+6,8K 68K = 'RE RC =AV 333 3 3 233 3 23223b3 b2 223 - 22 2 23 VVAVventvsaida erRL RL AV V K V ZsaidaZent Zent AVvent er b b b b === = + = + = = + = + = → + VVAVventAVAV VV ZZent Zent AVventvent drdrRCZ K K b b b bb 63,292,086,2 vsaída vsaída 92,0 86,2 2,687317,3420 7,3420 84,913,6 saída 2,687316,3656,36568000''saída 84,9 8,1828,6 6,3656,36568 er'RE d2r'd1r'RC AV 443434 244 4 2424 21224 22 2 24 ====== = + = + = =++=++= = + ++ = + ++ = − ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 138 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO É um amplificador Classe B, em configuração "PUSH - PULL" utilizando "Pares Darlington". Nesta configuração o amplificador tem um aumento na impedância de entrada de base e uma diminuição da impedância de saída; proporcionando em sua saída uma potência CA de carga muito elevada. Para os cálculos dos resistores de polarização, adota-se os mesmos critérios do Push - Pull Convencional; levando em consideração 2VBE. R VCC VBE IC V V mAQ 1 2 2 20 1 4 60 310= − → = − = R1 , CIRCUITO SIMPLIFICADO CA A tensão de pico de saída foi de 2,63V, quando se aplica na entrada 30mV de pico; portanto a tensão máxima de pico de entrada que se pode aplicar, sem distorção no circuito é: Os transistores Q3 e Q4 estão conectados em pontos diferentes da linha de coletor do transistor Q2, ocasionando ao circuito ganhos de tensão e impedâncias de saída diferentes. Estas diferenças são complementares uma da outra, de maneira que a tensão de saída (ciclo positivo ou negativo) via Q3 ou Q4 assumem os mesmos valores. O rendimento ( ) do conjunto (classe-A e classe-B), pode ser calculado pela relação da potência em RMS entregue à carga e a potência média gasta pela fonte de alimentação C.C.. Sabendo que a potência média gasta pela fonte é de 572,57mW, calcula-se a potência entregue à carga: Para um melhorar rendimento do conjunto amplificador, temos que aumentar a intensidade do sinal de entrada, que, resultará num aumento proporcional de potência na carga e um pequeno acréscimo na potência da fonte de alimentação. 10.5 - PUSH - PULL COM PAR DARLINGTON: mV V VmV vsaida vent ventMAX 114 63,2 1030excursão MAX = = = %75,5 100 57,572 3,432 3,432 88 )263,2( 2 === = mW mW mW Vx PLRMS ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 139 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.6 - PUSH - PULL COM PAR DARLINGTON/SZIKLAI 10.7 - PUSH - PULL ACOPLADO POR TRANSFORMADOR: No semiciclo positivo, o transistor "Q1" liga e “Q2”corta; inversamente ocorre no semiciclo negativo. Ocorrendo o semiciclo positivo, o transistor “Q1” conduz através do enrolamento da metade superior do transformador de saída (T2), no semiciclo negativo o transistor "Q2" conduz através do enrolamento da metade inferior do transformador de saída. Em ambos os casos, o sinal "CA" é acoplado pelo transformador "T2" ao resistor de carga. O sinal de saída é defasado em 180º em relação ao sinal de entrada. 10.8 - PUSH - PULL COM FONTE SIMÉTRICA: Utiliza-se dois transistores "NPN" em configuração emissor-comum, com os seus emissores amarrados, e um diodo "D1" para polarizar as bases dos dois transistores, ligeiramente acima do "VCE" de corte. O sinal de CA de entrada é acoplado por um transformador "T1" para as bases. Nesta configuração, tanto a entradaquanto a saída, podem ser dadas em relação ao terra. Como as alimentações são iguais e opostas, cada transistor tem um VCEQ igual a VCC; sendo a tensão quiescente da saída igual a zero. Devido ao ponto quiescente ser igual a zero, podemos fazer o acoplamento direto do resistor de carga. A tensão quiescente entre os dois diodos compensadores é zero; sendo este ponto, o ponto conveniente para aplicação da tensão CA de entrada em relação à terra. Uma das grandes vantagens deste tipo de alimentação é a de produzir mais potência de carga sem distorção, sendo o VCEQ de cada transistor igual a VCC, a compliance de saída é: O par SZIKLAI, às vezes chamado "Par Darlington Complementar", age como um transistor único do tipo "PNP" com um ganho de corrente muito alto. Nesta configuração utiliza-se apenas três diodos compensadores. Uma das maiores vantagens do circuito, é devido aos dois transistores de saída serem do mesmo tipo "NPN"; do ponto de vista do projeto, isto facilita a adaptação dos transistores de potência. PP = 2VCC ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 140 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.9 – AMPLIFICADOR DE ÁUDIO ESTÉREO 320 PMPO Descrevemos sucintamente, o funcionamento de um amplificador de áudio ESTÉREO de 320 PMPO (Potência de Pico Musical), que corresponde por canal á 160 W PMPO ou 80W RMS. A finalidade dessa interpretação de um amplificador de áudio é tornar-se possível, a junção de todas as técnicas estudadas das configurações transistorizadas. Com a evolução tecnológica dos grandes laboratórios de semicondutores, começam os mesmos a fabricarem os “Circuitos Integrados”, que tem em seu interior, agregados os transistores, resistores, capacitores e outros componentes, formando circuitos em diversas configurações, que podem ser usados em aplicações diversas. O circuito transistorizado conforme o amplificador de áudio em exemplo, montado com componentes discretos, pode ser encontrado em uma única pastilha de silício, que recebe a denominação de CI – Circuito Integrado. Para os amplificadores automotivos ou portáteis compactos, os CIs amplificadores são utilizados em larga escala, podemos citar como exemplo o CI – STK2250, que pode fornecer em suas saídas potências de 50W + 50W em RMS; porém, os amplificadores profissionais de grandes potências, ainda são aplicados os amplificadores montados com componentes discretos. O amplificador foi dividido em três Módulos, para facilitar nossa interpretação 10.9.1 – MÓDULO–I PRÉ-AMPLIFICADOR COM CONTROLE DE GRAVES E AGUDOS O Módulo-I é formado pôr três etapas, sendo uma delas operando somente com a entrada de microfone em serviço e com a chave “S1a” na posição “2a “ ; essa etapa forma um pré-amplificador de alto ganho para microfones de baixa impedância. A montagem do pré-amplificador , é feito pôr um BC549 (Q1.1) em configuração emissor–comum, com polarização pôr divisor de tensão. A Segunda etapa é também formado pôr um pré-amplificador emissor-comum em cascata (Q1-BC549 e Q2-BC548), com controle de derivação do emissor de Q1, podendo assim através da chave “S1b” ajustar o ganho do circuito, conforme operação desejada, feito pela chave “S1a “ (terminais de entrada de sinal); esta operação nos permite amplificar e equalizar o sinal de entrada. A terceira etapa é um amplificador em configuração coletor-comum (Q3-BC548), com polarização pôr divisor de tensão. O seu sinal de entrada é retirado da saída da 2º etapa. Essa etapa não amplifica, mas nos permite fazer um controle de volume nos terminais de entrada e um controle de tonalidade do tipo Baxandall, nos terminais de saída. Neste circuito temos redes de realimentação seletivas, ou seja, circuitos que podem controlar independentemente os sinais de baixas freqüências e altas freqüências. Dependendo da posição do cursor de cada potenciômetro (P2 e P3) , podemos atenuar como reforçar os graves e agudos. Na posição central dos cursores, os sinais da etapa anterior passam para a seguinte sem qualquer atenuação ou reforço das freqüências indicadas (0 dB), ou seja, na forma original. O circuito é projetado para que o reforço máximo seja de 18dB em 50Hz para os graves e 18dB em 10KHz para os agudos. Já a atenuação será de –23dB em 30Hz para os graves e –22dB em 13KHz para os agudos. Na 3ª etapa, não podemos deixar de citar a função do capacitor C9, que opera como um “Supressor de transiente de entrada (Passa-baixas)”, isso significa que para os sinais de ruídos, que ultrapassem a freqüência de áudio (20KHz), são imediatamente drenados via C9 para terra, evitando que a etapa dê seqüência ao sinal indesejado (ruído) e os sinais de áudio com freqüências abaixo de 20 KHz, são direcionados para a base do transistor Q3 . ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 141 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 142 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.9.2 – MÓDULO – II AMPLIFICADOR DE SINAL COM BALANÇO E VU-METER O amplificador de sinal é formado pôr três etapas, sendo uma delas (2ºetapa), um amplificador com realimentação do coletor, com ajuste do nível de sinal a ser medido pelo galvanômetro no potenciômetro (P7); sendo o galvanômetro um micro amperímetro de corrente contínua, o diodo D2 funciona como um retificador de meia-onda com filtro (C36) e o diodo D3 curto circuita os ciclos negativos para á terra evitando tensões reversa (VCE) sobre os transistores Q12 e Q13 . A 2ª etapa pode ser definida como um circuito de medição de sinal de áudio, alimentado pôr um potencial de 12V, formado pôr um regulador ZENER (R40 , D1 e C37); o LED D6 conectado nessa etapa, tem a função de sinalizar a presença de potencial de alimentação do circuito. A primeira etapa (Q4) é um amplificador de sinal na configuração emissor-comum, com polarização pôr divisor de tensão; essa etapa tem a função de reforçar os graves e agudos através do capacitor “C20”, que faz, uma realimentação no controle de tonalidade Baxandall,, via terminal “C”. O sinal de entrada é o sinal de áudio de saída do pré- amplificador do módulo - I, via terminal “B”.O capacitor “C17” opera como um “Supressor de Transiente de Saída (Filtro Passa-baixas)”, tem a função de realimentar o terminal de base do transistor “Q4”, com um sinal proporcional á freqüência das oscilações de sinal gerados no terminal do coletor de Q4. Esta realimentação ocorre em proporções maiores, quando as oscilações do sinal ultrapassar freqüências maiores de 20 KHz; sinais estes considerados como ruídos. Ao realimentar a base do transistor Q4, com o sinal gerado no coletor de Q4 (sinal de saída defasado de 180° do sinal de entrada), o mesmo cancela ou atenua o sinal gerador de ruído, presente no terminal de base Q4. A terceira etapa (Q5) é um amplificador de sinal na configuração emissor comum com polarização pôr divisor de tensão realimentado pelo coletor e com Bootstrap em C.A. feito pelo capacitor “C26”. Na entrada do amplificador (3ª etapa), através do potenciômetro “P4”, o mesmo permite fazer o balanço de sinal nas saídas via “C25”, para os amplificadores de potência. O capacitor de derivação “C26”, já no final do processo de amplificação de sinal, nos permite fazer um controle automático do ganho (CAG) no transistor “Q5”; sendo o ganho de tensão Av=(R43+R44) / (r’eQ5 +( XC26 //R45)+ R46) e a reatância do capacitor “C26” depende do sinal de saída do amplificador de potência “PUSH-PULL MÓDULO III “, via terminal “G”. Aparece também na terceira etapa, o “Supressor de Transientes Primário (Filtro Passa-baixas)”, feito pelo capacitor “C23”, que temas mesmas funções expostas na atuação do capacitor “C9” da 3ª etapa - Módulo-I. Para o capacitor “C24”, que opera como “Supressor de Transientes de Saída (Filtro Passa-baixas), tem as mesmas funções expostas na atuação do capacitor “C17” da 1ª etapa. O capacitor polarizado (eletrolítico) “C25”, opera como um “Capacitor de Acoplamento de sinal de saída”, tem como função, transportar a componente de áudio amplificada, presente no terminal do coletor “Q5”, para o amplificador de potência Módulo- III. ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 143 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 144 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.9.3–MÓDULO–III AMPLIFICADOR DE POTÊNCIA E FONTE DE ALIMENTAÇÃO Formado pôr duas etapas, a 1ª etapa forma o amplificador de potência na configuração PUSH-PULL DARLINGTON QUASE-COMPLEMENTAR com polarização por divisor de tensão, controlado pôr um acionador classe - B (Q6). Os transistores de potência (Q10 e Q11), são transistores pares complementares, acionados pêlos transistores pares complementares de média potência (Q8 e Q9). O capacitor C28 funciona como um supressor de transientes nas bases de Q8 e Q9; isto é, para sinais transientes de alta freqüência, o capacitor leva a tensão entre bases próximo à “zero voltes” , os mesmos entrando em corte protege os transistores Q10 e Q11 contra danificação por transientes. O equilíbrio da etapa de potência em qualquer condição de funcionamento é garantido por um circuito de proteção térmica (Q7), que é montado no próprio dissipador de calor dos transistores de potência. O transistor Q7 funciona como um sensor de temperatura (NTC), de modo que a corrente entre seu coletor e emissor passa a depender da temperatura dos transistores de saída. O ajuste do sensor é feito no potenciômetro P6. Conforme a corrente dos transistores de saída tenda a aumentar com a elevação de temperatura, gerando um possível escape térmico, o transistor Q7 atua sobre a polarização de base, levando de volta a corrente ao valor ideal. Com isso evita-se a deriva térmica que pode causar a queima dos transistores de saída. Cada transistor de potência de saída é excitado diretamente pôr um transistor de média potência complementar. Assim, o TIP34 que do tipo PNP é excitado pôr um BD137 do tipo NPN. O potenciômetro P5 ajusta a corrente “quiescente” dos transistores de saída para evitar a distorção de CROSSOVER. Atuando no ajuste do potenciômetro “P5”, estaremos ajustando a tensão de base do transistor “Q6”, que pôr sua vês define a intensidade de corrente quiescente no coletor de Q6. A corrente de coletor Q6 e os ganhos de corrente CC (CC) dos transistores Q8, Q9, Q10 e Q11, são as variáveis responsáveis pôr definir a corrente quiescente nos coletores dos transistores Q10 e Q11. O circuito RC formado pelo capacitor C30 e R59, atua como supressor de ruído de RF gerado pela comutação dos transistores de saída. O resistor R56 realimenta o amplificador de sinal módulo-II, com uma amostra do sinal de saída do amplificador de potência, para efetuar um controle automático de ganho (CAG) do projeto. A tensão no ponto médio da etapa de saída, onde é ligado o alto-falante, deve ser, nas condições de repouso (ausência de sinal de entrada) a metade da tensão de alimentação ou 30V. No entanto, nos picos positivos do sinal, quando o capacitor em série com o alto-falante é carregado, ela vai praticamente à VCC ou 60V. Na descarga do capacitor, que corresponde aos picos negativos, esta tensão vai praticamente a zero. Isso significa que a tensão sobre os transistores de saída sofre uma excursão cuja amplitude chega a 60V. Para a garantia da integridade desses transistores TIP33 e TIP34, recomendamos o tipo “B”, que suportam 120V de tensão máxima entre coletor e o emissor; os tipo “C” ou mesmo “D” também podem ser usados com vantagens, mas custam mais caro. Existem dois componentes importantes para a estabilidade da etapa amplificadora: com o excesso de potência e a grande sensibilidade de entrada pode haver uma tendência para oscilação do circuito. Os capacitores C4 e C8 ajudam na eliminação desta tendência. Se, mesmo com estes componentes, ela ocorrer, seus valores devem ser aumentados. A 2ªetapa é formado por um conversor retificador estático de onda-completa com filtro, em configuração center-tap; dimensionado para alimentação dos dois canais. ____________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 145 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO __________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 146 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO CIRCUITO IMPRESSO - DISPOSIÇÃO DOS COMPONENTES __________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 147 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.9.4 - MONTAGEM DO AMPLIFICADOR É sempre importante alertar o montador que devem ser tomados cuidados especiais principalmente no setor de entrada, que deve ter uma boa blindagem de modo a não ocorrerem instabilidades ou a captação de zumbidos. O uso de caixa metálica que possa servir de blindagem é fundamental para o êxito da montagem. O terra (0 V) da fonte deve ser ligado a esta caixa. A placa de circuito impresso deve ser fixada na caixa pôr meio de separadores, assim como os radiadores de calor dos transistores de potência, cuja disposição física é mostrado na placa de circuito impresso “Disposição de componentes” . Os transistores são montados com isoladores de mica ou plástico que devem ser untados de pasta térmica, para facilitar a dissipação de calor pêlos radiadores. Estes isoladores são fundamentais para isolar o transistor dos radiadores, evitando curto-circuito, já que os coletores dos transistores de potência são conectados eletricamente a aleta do radiador. Um teste na verificação deste isolamento com o multímetro é importante antes de se fazer sua conexão ao circuito e experimentar o aparelho. A caixa deve ser dotada de furos para ventilação ou então os radiadores de calor com os transistores devem ser fixados do lado externo. Para a conexão dos transistores de potência à placa devem ser usados fios comuns flexíveis ou rígidos encapados e os mais curtos possíveis. Para as conexões de entrada, feitas num conjunto de jaques do tipo RCA e também à chave seletora e potenciômetros de volume e tom, devem ser usados cabos blindados com a malha devidamente aterrada. Para as saídas dos alto-falantes, usar conectores apropriados e fios polarizados, para que a conexão dos alto-falantes sejam feitas em fase, para se ter o efeito estéreo. A 2ª etapa do Módulo –III (Fonte de Alimentação), não está incluída na placa de circuito impresso, o aluno deve recorrer aos estudos de Conversores Estáticos – Item III pagina 41 e montar sua própria fonte. 10.9.5 - CALIBRAÇÃO DO AMPLIFICADOR Uma vez montado todo o conjunto, confira todas as ligações e mantém a ponte “X1 – X2” desconectada, isto nos permitirá uma calibração pôr canal. A calibração pode ser feito primeiramente em qualquer um dos canais, descreveremos para entendimento o canal esquerdo, que, é também valido para o direito. Para calibração do canal esquerdo, conectamos o potencial positivo (+) da fonte no terminal “X1” e para calibração do canal direito conectamos no terminal “X2”, o alto-falante deve ser conectado na saída correspondente ao canal em fase de calibração. Adote a seqüência de ensaios : 1) Antes de conectar o potencial positivo da fonte, utilizando um multímetro, medir a tensão da fonte, que, deve estar entre 55 e 60V; 2) Conectar umA.5 –Semicondutores de Potência Texas.....................................................................274 A.6 – Manual de Transistores Bipolares......................................................................283 A.7 – Transistores TECJ Canal N – 2N4223 e 2N4224..............................................289 Transistor TECMOS canal P – 3N163.............................................................290 __________________________________________________________________________ SUMÁRIO 6 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A.8 – Filtro de BUTTERWORK ................................................................................ 291 A.9 – Técnica de Fabricação de Transistores ............................................................. 292 A.10 – Parâmetros Típicos dos Amplificadores Operacionais Populares .................. 294 A.11 – Parâmetros Híbridos Transistor 2N3904 ........................................................ 295 A.12 – Características dos Transistores BC546 ao BC550 • Curva Característica do Ganho de Corrente C.C. (hFE) .......................... 296 • Curva Característica da Corrente de Base em f Temperatura de Junção 297 • Curva Característica da Tensão VCESAT em f Corrente de Coletor ..... 297 • Curva Característica da Tensão VCESAT em f Temperatura de Junção 297 • Curva Capacitância de Junção Coletor-Base ........................................... 298 • Curva Capacitância de Junção Emissor-Base .......................................... 298 • Curva de Transferência de Sinal em f da freqüência ............................. 298 • Parâmetros Híbridos (hie e hoe) ............................................................ 299 • Parâmetros Híbridos (hfe e hre) ............................................................. 300 A.13 – Símbolos • Componentes Ativos ................................................................................ 301 • Componentes Passivos e Ativos .............................................................. 302 • Diversos ................................................................................................... 303 A.14 – Característica Técnicas de Instrumentos de Medidas em Sistemas Móveis ... 304 A.15 – Formas de Ondas, Parâmetros Elétricos (senoidal, quadrada e dente de serra)305 A.16 – Capacitores • Valores Padrão de Capacitores ................................................................ 306 • Codificação de Poliéster Metalizado , PIN-UP e Cerâmicos................... 307 A.17 – Codificação de Diodos de Junção • Zener ........................................................................................................ 308 • Triviais ..................................................................................................... 309 A.18 – Codificação de Resistores e Valores Padrão .................................................. 310 ELETRÔNICA GERAL 3ª Edição Uberaba, janeiro de 2001 Fone – (034)3312-4122 Autor: Eng. Lécio G. Matos Produção Editorial: Eng. Eliana N. O. Gonçalves Capa: Alexandre A. do Prado Reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução desta edição, ou partes da mesma, sob quaisquer formas ou quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa da Sociedade Educacional Tales de Mileto. __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 7 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO I - TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 1.1 CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA Matéria é tudo que tem massa e que ocupa lugar no espaço (Madeira, Vidro, Sal, Ferro, etc.). A matéria se relaciona com uma variedade de coisas, sendo cada tipo de matéria uma substância. Molécula: É a menor partícula de uma substância, que apresenta todas as características da mesma. Átomo: É o que constitui as moléculas, o número de átomos que compreendem uma molécula varia de acordo com as substâncias. É a menor partícula de um elemento. Átomo - palavra de origem grega, “a” - não, “tomo” - divisão, (não divisível). H2O - 2 átomos de Hidrogênio e 1 átomo de oxigênio (molécula de água) Em 1803 foi promovida a “teoria atômica de Dalton” que diz:” Qualquer matéria é formada por átomos indivisíveis”. Em 1911, com as experiências de Rutherford, ficou provado que o átomo é divisível, formado por partículas ainda menores: prótons e elétrons. Substâncias simples: São substâncias que possuem suas moléculas com átomos iguais. Ferro - FE Cobre - CU Zinco - ZN Substâncias compostas: São substâncias que possuem suas moléculas com átomos diferentes. Água - H2O Acido - SO4 Gás Carbônico - CO2 Elemento: É a combinação de elétrons, prótons e neutros, para constituir um átomo. Atualmente são conhecidos 109 tipos de átomos. Hidrogênio - H Sódio - Na Silício - Si Oxigênio - O Cobre - Cu Germânio - Ge hidrogênio (H2) oxigênio (O2) água (H2O) gás carbônico (CO2) SUBSTÂNCIAS SIMPLES SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 8 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1.2 NATUREZA DA ELETRICIDADE Estrutura Atômica De Um Elemento . Toda Matéria é constituída de átomos O elemento mais simples é o Hidrogênio. Como se pode ver na figura, seu átomo tem um único elétron em órbita ao redor do núcleo com um próton . Um dos mais complexos elementos é o urânio, que tem 92 elétrons em órbita ao redor de um núcleo com 92 prótons. Cada elemento tem a sua própria estrutura atômica, porém cada átomo de um mesmo elemento tem igual número de prótons e elétrons ( elemento balanceado ). Elétrons : é uma partícula de átomo carregado de eletricidade negativa e são considerados indivisíveis. MASSA 9,11 x !0-28 Gramas Diâmetro 56 x 10-12 mm Carga 1,6 x 10-19 Coulombs Prótons: É uma das dezenas de partículas contidas no núcleo. Possui carga elétrica positiva. O número de prótons no núcleo, define o número atômico e o tipo de átomo. Neutrons: Partículas no interior do núcleo de um átomo, que não possui cargas elétricas. “Prótons e Neutrons” tem apenas 1/3 do diâmetro do elétron (18 x 10-12 mm), porém é mais pesado, a massa de um próton é aproximadamente 1840 vezes maior que a massa do elétron. 1.2.1 Camadas Energéticas De Um Átomo Formada de uma até sete camadas camadas 10 20 30 40 50 60 70 nome K L M N O P Q no Máximo de Elétrons 2 8 18 32 32 18 8 Tabela 1 __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIAmultímetro com escala VCC, nos terminais do Capacitor 3) Centralizar os ajustes dos trimpots “P5” e “P6” 4) Ligar a fonte de alimentação, conectada ao amplificador e através do trimpot “P5” ajustar a tensão nos terminais do Capacitor “C29” , num valor que eqüivale a metade da fonte VCC; 5) Desligar a fonte de alimentação e conectar um amperímetro C.C. em série com o positivo da fonte de alimentação (escala 70 mA). Religar a fonte e calibrar com o trimpot “P7” uma corrente de repouso de aproximadamente “35 mA”. NOTA : Se houver aquecimento excessivo dos transistores de saída quando o amplificador for ligado, isso indica problemas com a corrente de repouso, que deve estar muito elevada. Após calibração dos dois canais, conectar o positivo em seu ponto correspondente e interligar os pontos “ X1 - X2 “ . __________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 148 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO CIRCUITO IMPRESSO - LADO COBREADO __________________________________________________________________________ AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA 149 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10.9.6 - LISTA DE MATERIAL PARA UM CANAL SEMICONDUTORES: Q1 e Q1.1 - BC549 ou equivalente – transistor NPN de baixo ruído Q2 , Q3 , Q4 , Q7 , Q12 , Q13 – BC548 ou equivalente – transistor NPN de uso geral Q5 - BC547 ou equivalente - transistor NPN de uso geral Q6 - BC639 - transistor NPN para 100V/1A Q8 - BD137 - transistor NPN de média potência Q9 - BD138 - transistor PNP de média potência Q10 - TIP34B - transistor PNP de potência Q11 - TIP33B - transistor NPN de potência D1 - 12V ou 12V6 - diodo zener de 400mW a 1W D6 - Led vermelho trivial D2, D3 – 1N34 ou equivalentes – diodos de germânio D4, D5 – 1N4004 ou equivalentes RESISTORES VARIÁVEIS: P1 - 100 K - potenciômetro log duplo (*) P2 e P3 - 100 K - potenciômetro lin duplo (*) P4 - 100 K - potenciômetro lin simples P5 - 100 K - trimpot P6 - 100 K - trimpot P7 – 470 - trimpot (*) - Comum aos dois canais RESISTORES (1/8W x 5%, salvo indicação diferente) R1 , R28 , R39 , R45 - 4,7 K R2 , R4 - 470 K R3 , R5 , R35 - 39 K R6 - 100 K R7 , R22 - 15 K R8 - 1 M R9 , R9. 1 , R16 - 1 K R10 , R23 - 1,5 K R11 , R21 - 68 K R12 , R33 , R46 , R60 - 470 R13 , R42 - 150 K R14 , R26 , R27 - 220 K R15 , R24 , R25 , R29 , R30 , R32 , R44 - 10 K R17 - 820 K R18 - 82 K R19 - 2,2 K R20 - 180 K R31 , R43 - 33 K R34 , R41 - 330 K R36 , R56 - 6,8 K R37 - 560 R38 - 270 R40 - 2,7 K x 2W R47 - 22 K R48 - 2,7 K R49 - 680 R50 - 1,8 K R51 - 120 R52 - 47 R53 - 68 R54 , R55 - 68 x ½ W R57 , R58 - 0,33 x 2 W – fio R59 - 10 R61 - 2,2 M R62 - 5,6 K R63 - 1,2 K CAPACITORES : (cerâmicos ou poliéster para 100V ou mais) C1 , C28 - 220 pF – cerâmicos C5 - 3,9 nF - cerâmico ou poliéster C6 - 1nF - cerâmico ou poliéster C9 - 150 pF - cerâmico C10 , C31 - 100 nF - cerâmicos C12 , C13 - 33 nF - poliéster ou cerâmicos C14 , C15 - 2,2 nF - poliéster ou cerâmicos C17 - 1,8 nF - poliéster ou cerâmico C23 , - 100 pF - cerâmico C24 , - 180 pF - cerâmico C30 - 56 nF - cerâmico ou poliéster C34 – 100 nF – poliéster ou cerâmico CAPACITORES : ( eletrolíticos ) C2 , C4 , C4. 1 , C7 , C16 , C18 , C19 - 47 F x 16V – eletrolíticos C3 , C3. 1 - 1F x 16 V – eletrolítico C8 , C8 . 1 , C11 , C20 , C21 - 10F x 16 V - eletrolítico C22 , C25 , C26 - 47 F x 25 V – eletrolíticos C27 - 47 F x 50 V - eletrolítico C29 - 2200 F x 70 V - eletrolítico C32 , - 100 F x 70 V – eletrolítico C33 , C35 , C36 – 10 F x 16 V – eletrolíticos C37 – 100 F x 16 V – eletrolíticos C38 – 4700 F x 70 V ou 100 V – eletrolítico DIVERSOS: S1 - chave de 4 pólos x 4 posições - rotativa Placa de circuito impresso, radiadores de calor para os transistores, botões para os potenciômetros, jaques de entrada, caixa para o aparelho, fios blindados, terminais de saídas para os alto-falantes, separadores, parafusos, porcas, cabo de força, suporte de fusível, fios, solda, etc. VU-meter (material para 1 canal ) M1 – 0-200 A- microamperímetro – ver texto FONTE DE ALIMENTAÇÃO (para os dois canais ) Transformador com primário de acordo com a rede local e secundário de 36 a 42 V com 2 ou 2,5 A . F1 – 3 A – fusível S2 – Interruptor simples ( pode ser incorporado ao controle De volume ) S3 – Chave de 1 pólo x 2 posições – chave de tensão. _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 150 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO XI - MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES Teoria dos Quadripolos: Qualquer dispositivo eletrônico, seja ele um simples circuito resistivo, ou um complexo circuito eletrônico, pode ser representado por uma caixa contendo uma entrada e uma saída de corrente e tensão. As correntes de entrada e saída são representadas entrando no quadripolo, obedecendo o sentido convencional da corrente elétrica. A partir deste modelo, podem ser efetuadas análises envolvendo parâmetros de impedância, admitância, ou da mistura dos dois, os "PARÂMETROS HÍBRIDOS". 11.1 - PARÂMETROS DE IMPEDÂNCIA OU PARÂMETROS (Z): Para dedução desse parâmetro, consideramos ora entrada e ora saída como um circuito aberto e olhando através de qualquer uma das duas portas, vemos uma impedância "Z", em série com uma fonte de tensão. Os parâmetros de impedâncias são também conhecidos como "Parâmetro dos circuitos abertos". Aplicando KIRCHHOFF ao circuito elétrico equivalente: MALHA DE ENTRADA: Z1 i1 + Z3 i1 + Z3 i2 – V1 = 0 (Z1 + Z3) i1 + Z3i2 = V1 A) Fazendo i2 = 0 (circuito de saída aberto) Conclui-se: B) Fazendo i1 = 0 (circuito de entrada aberto) ( )Z Z I V Z Z V i Z1 3 1 1 1 3 1 1 1 3+ = → + = + onde "Z " é chamado de "Z11", nos estudos dos parâmetros de impedância. Z3 2 1 3 1 2 i = V Z = V i → onde "Z3" é chamado de "Z12", conclui-se: i2 = 0 Z V i 11 1 1 = → Parâmetro da impedância de entrada, com a saída em circuito aberto (Z11). _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 151 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO MALHA DE SAÍDA: Z2 i2 + Z3 i2 + Z3 i1 - V2 = 0 (Z2 + Z3) i2 + Z3 i1 = V2 A) Fazendo i2 = 0 (circuito de saída aberto) → Parâmetro da impedância direta de transferência com a saída em circuito aberto (Z21). B) Fazendo i1 = 0 (circuito de entrada aberto) → Parâmetro da impedância de saída, com a entrada em circuito aberto (Z22). Substituindo as expressões, podemos determinar a tensão de entrada e saída: Os parâmetros de impedância são montados, aplicando o teorema de THEVENIN. Este sistema de análise não tem aplicação específica em circuitos transistorizados. 11.2 - PARÂMETROS DE ADMITÂNCIA OU PARÂMETROS (Y): Teorema de Norton: Um circuito thevenizado, pode ser substituído por um circuito equivalente "NORTON", que tem uma fonte ideal de corrente em paralelo com a resistência da fonte; e (a resistência da fonte) tem o mesmo valor ôhmico da resistência thevenin. No circuito elétrico abaixo, representamos o mesmo circuito (circuito-equivalente) aplicando os teoremas de THEVENIN E NORTON. onde: “Z3” é chamado de “Z21”, conclui-se:Z Z3 3 1 2 2 1 i = V = V i → onde: “Z2 + Z3” é chamado de “Z22”, conclui-se: ( )Z Z i V Z Z V i 2 3 2 2 2 3 2 2 + = → + = Z V i V i Z i Z i Z V i V i Z i Z i 11 1 1 12 1 2 11 1 12 2 21 2 1 22 2 2 21 1 22 2 = = → + = = → + e Z V = e Z V = 1 2 → Parâmetro da impedância inversa de transferência, com a entrada em circuito aberto (Z12). i1 = 0 Z V i 12 1 2 = i2 = 0 Z V i 21 2 1 = i1 = 0 Z V i 22 2 2 = _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 152 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO i1 = Y1 V1 + (Y2 + Y3) V2 VTH = VNO e RTH = RNO Tensão Tensão Resistência Resistência Thevenin Norton Thevenin Norton Para calcular a fonte de corrente de Norton, inicialmente, faça um curto entre os terminais da carga no equivalente Thevenin, e calcule a corrente de carga, que é 0,375ma. Esta corrente em curto é igual à corrente de Norton. Aplicando KIRCHHOFF ao circuito elétrico equivalente: MALHA DE ENTRADA: A) Fazendo V2 = 0 (circuito de saída em curto) B) Fazendo V1 = 0 (circuito de entrada em curto) MALHA DE SAÍDA: V2 = 0 i Y V Y i V 1 1 1 1 1 1 = → = Onde “Y1” é chamado de “Y11” nos estudos dos parâmetros de admitância, conclui-se: Y i V 11 1 1 = → Parâmetro da admitância de entrada com a saída em curto- circuito (Y11). → Parâmetro da admitância inversa de transferência, com a entrada em curto-circuito (Y12). onde “Y2 + Y3” é chamado de “Y12” nos estudos dos parâmetros de admitância, conclui-se: ( ) ( )i Y Y V Y Y i V 1 2 3 2 2 3 1 2 = + → + = V1 = 0 Y i 12 1 2 = V ( )i Y V Y Y V2 2 2 1 3 1= + + _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 153 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A) Fazendo V2 = 0 (circuito de saída em curto) B) Fazendo V1 = 0 (circuito de entrada em curto) Substituindo as expressões, podemos determinar a corrente de entrada e saída: Os parâmetros de admitância são aplicados a transistores operando em alta freqüência. 11.3 - PARÂMETROS (G): Para dedução desse parâmetro, aplica-se o teorema de Norton à porta de entrada e o teorema de Thevenin à porta de saída. Este sistema de análise não tem aplicação específica em circuitos transistorizados. Aplicando KIRCHHOFF ao circuito elétrico equivalente: MALHA DE ENTRADA: i1 = (g1 + g3) V1 + g2 i2 A) Fazendo i2 = 0 (circuito de saída aberto) ( ) ( )i Y Y V Y Y i V 2 1 3 1 1 3 2 1 = + → + = V2 = 0 Y i V 21 2 1 = i Y2 2= → 2 2 2 2 V Y = i V onde “Y2” é chamado de “Y22” nos estudos dos parâmetros de admitância, conclui-se: V1 = 0 Y i V 22 2 2 = → Parâmetro da admitância de saída, com a entrada em curto-circuito. (Y22) onde “g1 + g3” é chamado de “g11” nos estudos dos parâmetros “g”, conclui-se: ( ) ( )i g g V g g i V 1 1 3 1 1 3 1 1 = + → + = Onde “Y1 + Y3 é chamado de “Y21”, nos estudos dos parâmetros de admitância, conclui-se: → Parâmetro da admitância direta de transferência, com a saída em curto-circuito. (Y21) i2 = 0 g i V 11 1 1 = → Parâmetro da admitância de entrada, com a saída em circuito aberto (g11). Y i V Y i V Y V Y V Y i V Y i V Y V Y V 11 1 1 12 1 2 11 1 12 2 21 2 1 22 2 2 21 1 22 2 = = → + = = → + e i = e i = 1 2 _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 154 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO I1 = g11V1 + g12 i2 V2 = g21V1 + g22 i2 B) Fazendo V1 = 0 (Circuito de entrada em Curto-circuito) MALHA DE SAÍDA: V2 = (g1 + g3) i2+ g2 V1 A) Fazendo i2 = 0 (Circuito de saída aberto) B) Fazendo V1 = 0 (circuito de entrada em curto) Substituindo as expressões, podemos determinar a corrente de entrada e tensão de saída. 11.4 - PARÂMETROS HÍBRIDOS (H) Os parâmetros híbridos, são decorrentes da mistura dos parâmetros de impedância ou circuito aberto e dos parâmetros de admitância ou de curto-circuito. Para dedução desses parâmetros, aplica- se o teorema de Thevenin à porta de entrada e o teorema de Norton à porta da saída. O termo "Híbrido" foi escolhido porque a mistura das variáveis (v i) em cada equação resulta em um conjunto "híbrido" de unidades de medida para os parâmetros h. (híbrido → mistura de parâmetros diferentes). Os parâmetros híbridos tem grande aplicação em circuitos transistorizados operando em baixa freqüência (entre 30 a 300 KHZ). i g1 2= → i g = i i 2 2 1 2 onde “g2” é chamado de “g12” nos estudos dos parâmetros “g”, conclui-se: → Parâmetro do fator inverso de amplificação de corrente com a . entrada em curto-circuito (g12). V1 = 0 g = i i 12 1 2 V = g V g = V V 2 2 1 2 2 1 → onde “g2” é chamado de “g21” nos estudos dos parâmetros “g”, conclui-se: i2 = 0 g = V V 21 2 1 → Parâmetro do fator direto de amplificação de tensão, com a saída em circuito aberto (g21). ( ) ( )V = g + g g + g2 1 3 1 3i V i 2 2 2 → = onde “g1+g3” é chamado de “g22” nos estudos dos parâmetros “g”, conclui-se: V1 = 0 g V i 22 2 2 = → Parâmetro da impedância de saída com a entrada em curto- circuito (g22). g i V i i g V V V i 11 1 1 1 2 21 2 1 22 2 2 = = → = = → e g e g 12 _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 155 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Aplicando KIRCHHOFF ao circuito elétrico equivalente: MALHA DE ENTRADA: V 1 = (h 2 + h 3 ) i 1 + h 1 V 2 A) Fazendo V2 = 0 (saída em curto-circuito) B) Fazendo i1 = 0 (circuito de entrada aberto) → Parâmetro do fator inverso de amplificação de tensão, com a entrada em circuito aberto (h12). MALHA DE SAÍDA: A) Fazendo i1 = 0 (circuito de entrada aberto) → Parâmetro da admitância de saída, com a entrada em circuito aberto(h22). B) Fazendo V2 = 0 (saída em curto-circuito) ( ) ( )V h h i h h V i 1 2 3 1 2 3 1 1 = + → + = onde "(h2+h3)" é chamado de "h11" nos estudos dos parâmetros híbridos, conclui-se: V2 = 0 h V i 11 1 1 = → Parâmetro da impedância de entrada, com a saída em curto- circuito (h11). V V h V V 1 2 1 1 2 = → = h1 onde "h1" é chamado de "h12" nosestudos dos parâmetros híbridos, conclui-se: i2 = (h2 + h3) V2 + h1 i1 ( ) ( )i h h h h i V 2 2 3 2 3 2 2 = + → + = V2 onde "(h2 + h3)" é chamado de "h22" nos estudos dos parâmetros híbridos, conclui-se: Conclui-se i1 = 0 h V V 12 1 2 = V2 = 0 h i V 22 2 2 = i h i h i i 2 1 1 1 2 1 = → = onde "h1" é chamado de "h21" nos estudos dos parâmetros híbridos, conclui-se: _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 156 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO h V i V V 11 1 1 12 1 2 = = e h h i i i V 21 2 1 22 2 2 = = e h SUBSTITUINDO AS EXPRESSÕES: → V1 = h11 i1 + h12 V2 → i2 = h21 i1 + h22 V2 TABELA DOS PARÂMETROS HÍBRIDOS Parâmetros Significado Equação Condição h11 Impedância de Entrada V1 / i1 Saída em curto h12 Ganho de Tensão Reverso V1 / V2 Entrada Aberta h21 Ganho de Corrente i2 / i1 Saída em Curto h22 Admitância de Saída i2 / V2 Entrada Aberta 11.4.1 - Parâmetros Híbridos E Suas Especificações Em Folhas De Dados: O estudo dos parâmetros híbridos, é reformulado substituindo o numeral do parâmetro pela primeira letra da palavra indicativa do parâmetro; esta indicação é utilizada pelos fabricantes para especificação de seus componentes semicondutores. i = INPUT (entrada) h11 = hi = impedância de entrada com saída em curto; r = REVERSE (reverso) h12 = hr = ganho de tensão reverso com a entrada aberta; f = FORWARD (direto) h21 = hf = ganho de corrente direto com saída em curto; O = OUT PUT (saída) h22 = ho = admitância de saída com a entrada aberta. PARÂMETROS HÍBRIDOS EM RELAÇÃO À CONFIGURAÇÃO DO TRANSISTOR Geral EC CC BC h11 hie hic hib h12 hre hrc hrb h21 hfe hfc hfb h22 hoe hoc hob Nas folhas de dados de componentes, os fabricantes só fornecem os dados para configuração de transistores em emissor com (EC), em caso de outras configurações, utilizam-se de fórmulas de conversão. Fórmulas de conversão dos parâmetros híbridos emissor/comum para coletor/comum: hic = hie hrc = 1 - hre hfc = - (1 + hfe) hoc = hoe Fórmulas de conversão dos parâmetros híbridos emissor/comum para base/comum: V2 = 0 h i i 21 2 1 = → Parâmetro do fator direto de amplificação de corrente com a saída em curto-circuito (h21). aberto(h22). ( )( ) ( ) ( ) D hfe hre hie hoe hie hoe hfb hfe hre hie hoe = + − + = − − − 1 1 1 hib = hie D hrb = - hre 1+ hfe D D hob = hoe D _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 157 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 11.4.2 - Análise Dos Parâmetros, Para Uma Rede Com Duas Portas, Adicionado De Carga E Fonte: Para o exemplo, analisaremos com os seguintes dados: h11 = hie = 3,5K h12 = hre = 1,3 x 10-4 h21 = hfe = 120 h22 = hoe = 8,5S rl = 3,6K ri = 1K A) Ganho de corrente do circuito (Ai): Ganho de corrente da rede híbrida h21 = hfe = 120 B) Ganho de tensão do circuito (Av): Ai = h21 = hfe Ai = ganho de corrente i1 = Corrente C.A de Entrada i2 = Corrente C.A de Saída V2 = 0 Ai i i = 2 1 Ai h i h V i h h V i h h i rl i = + = + − = 21 1 22 2 1 21 22 2 1 21 22 2 1 3600 116 2 2 21 22 21 22 -6 sendo V = - i rl temos: Ai = Ai = h - Aih rl Ai = h 1+ h rl Ai = hfe 1+ hoe rl Para o exemplo: Ai = 120 1+ 8,5 10 AV = ganho de tensão C.A. V1 = tensão C.A de entrada V2 = tensão C.A de saída AV V V = 2 1 1 h12 = = = −− 1 1 13 10 76924hre , Ganho de tensão da rede híbrida ( ) ( ) ( ) AV V h i h V i h i h i AV rl h Ai h h h h rl hf h rl e re = + → − + − = − − − − − 2 11 1 12 2 2 11 1 12 2 11 12 12 21 12 21 22 11 21 22 11 11 22 21 ie ie oe fe rl rl rl Ai = h 1+ h rl , substitui na fórmula: AV = - rl h h 1+ h rl rl AV = rl h + h h - h AV = rl h + h h - h _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 158 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Ganho de tensão do circuito, após conectada a carga: AV = - 121,7 C) Impedância de entrada do circuito (Zent): Impedância de entrada da rede híbrida h11 = hie = 3,5K A impedância de entrada do circuito, sem carga é de 3,5 K, conforme dados do problema e após conectar uma carga de 3,6 K, sua impedância de entrada reduz para 3,45K. D) Impedância de Saída do circuito(Z saída): V2 = 0 Zent V i = 1 1 Zent h h= = + 11 11 i + h V i Zent h V i 1 12 2 1 12 2 1 ( ) ( ) ( ) Z = V i + h V Sendo: i = - h V ri + h Z = - h h V ri + h + h V = V - h h V + ri + h h V ri + h Z = V ri + h - h h V + ri + h h V SAÍDA 1 22 2 1 12 2 11 SAÍDA 21 12 2 11 22 2 21 12 2 11 22 2 11 SAÍDA 2 11 21 12 2 11 22 2 2 2 2 21 2 2 i V h V = 1 1 1 8 5 117 6 22h hoe s K= = = , , Impedância de saída da rede híbrida: ( ) Para o exemplo: AV = -120 3600 3500 + 3500 8,5 10 AV = -121,7 Dados do circuito sem carga e fonte: AV = 1 h 1 h -6 12 re − = = = − − − 1 3 10 120 3600 1 1 3 10 7692 4 4 , , ( ) Sendo Zent h h h Ai h h hie hfe Para K : V = - i rl e Ai = h 1+ h rl - i rl i h rl Zent = h rl 1+ h rl Zent = hre rl 1+ hoe rl o exemplo : Zent = 3,5K - 120 1,3 10 2 2 21 22 2 1 12 12 22 -4 = + = − + = − − − 11 12 11 11 21 6 3600 1 8 5 10 3600 3 45 , , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 159 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A impedância de saída do circuito, sem fonte de sinal acoplada é de 118 K; conforme dados , e 199K com a fonte de sinal acoplada. 11.4.3 Cálculos De Circuito Transistorizado Em Configuração “EC”, Utilizando Parâmetros Híbridos Parâmetros híbridos do transistor 2N3904, para operar com uma corrente quiescente de coletor de 1mA e um ganho de corrente C.C. hFE = 200 hie = 3,5 K hre = 1,3 x 10 -4 adimensional hfe = 120 adimensional hoe = 8,5S (micro-siemens, unidade de admitância) 11.4.3.1 Circuitos Equivalentes E Cálculo Dos Parâmetros Elétricos: A) Circuito equivalente CA: B) Ganho de corrente do circuito (Ai) rl R Ai hfe hoe rl K TH = → = + de saída rl = RC / /RL = 1,059K = 120 1+ 8,5 10 = 118,93 -6 1 1 059, ( ) Z = 1K + 3,5K 8,5 10 SAÍDA -61 3 5 120 1 3 10 199 4K K K + − = −, , Z ri h ri h h h h Z ri hie ri hie hoe hfehreSAIDA SAIDA= + + − = + + − 11 11 22 21 12( ) ( ) _________________________________________________________________________________________MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 160 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO C) Ganho de tensão do circuito (AVc) D) Ganho de tensão do transistor (AVt) E) Impedância de entrada de base (Zentb): F) Impedância de entrada do circuito (Zent) Zent = Zentb //RTH Zent = 3,48K // 1,8K = 1,19K G) Impedância de saída do transistor (ZsaídaT) H) Impedância de saída do circuito (Zsaída ) Zsaída = RC// ZsaídaT Zsaída = 3,6K // 211,2K = 3,54 K I) Circuito Equivalente Híbrido: ( ) AVc = hfe rl hie + (hie hoe - hre hfe) rl AVc = -120 1059 3500 = -36,148 + − − − 3500 8 5 10 1 3 10 120 10596 4, , AVt = RC r'e onde r'e = hie hfe AVt = 3600 29,16 = = = − 3500 120 29 16 1235 , , Zent = hie - hfe hre rl 1+ hoe rl Zent = 3500 - 120 1,3 10 = 3,48K b b -4 + − 1059 1 8 5 10 10596, ( ) ( ) ( ) Desconectado de fonte e carga: Z = 1 hoe = 1 8,5 10 = 117,64K Conectado à fonte de sinal e uma carga: ri = RTH de entrada visto na saída do circuito Z = ri + hie ri + hie - hre hfe saídaT -6 saídaT = = = + + − = − − S K K K hoe K 10 2 643 27 643 27 3500 643 27 3500 8 5 10 1 3 10 120 211 2 6 4 / /2, / /1 , , , , , , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 161 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO PARÂMETROS TRANSISTOR TRANSISTOR NO CIRCUITO hie 3,5 K 3,48 K hre 1,3 x 10-4 2,76 x 10-2 hfe 120 118,93 hoe 8,5S 4,73S ri - 643,27 rl - 1,059K 1 - Cálculo do ganho de tensão reverso do transistor no circuito (hre) 2 - Cálculo da admitância de saída do transistor no circuito (hoe). 3 - Corrente CA de entrada (iS) 4 - Tensão CA de entrada de base (V1) 5 - Corrente CA de entrada de base (i1) 6 - Corrente C.A. no resistor Thevenin (iRTH) 7 – Tensão C.A. de saída (V2) V2 = V1 x AVc → V2 = 54,34mV x 36,148 = 1,96V 8 - Corrente C.A. de saída (i2) i2 = hfe i1 + hoe V2 → i2 = 118,93 x 15,61A + 4,73S x 1,96V = 1,865mA 9 - Corrente C.A. no resistor de coletor (iRC) hre AVc = → = − 1 2076 10 2 hre = 1 36,148 hoe Zsaída S= → = 1 4 73 T hoe = 1 211,2K , iS vent Zent RS A= + → = iS = 100mV 1,19K +1,0K 45 66, V Zent Zent RS vent K K mV mV1 1 0 100 54 34= + → + = V1 = 1,19K 1,19 , , i V Zent K A b 1 1 3 48 15 61= → = i1 = 54,34mV , , iRTH V RTH K A= → = 1 18 3018 iRTH = 54,34mV , , iRC V RC A= → = 2 544 44 iRC = 1,96V 3,6K , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 162 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 10 - Corrente C.A. no resistor de carga (iRL) 11 - Corrente CA na impedância de saída do transistor (ihoe) ihoe = hoe V2 → ihoe = 4,73S x 1,96V = 9,27A 12 - Corrente C.A. na fonte de Norton (iN) iN = hfe i1 iN = 118,93 x 15,61A = 1,86mA Para confirmar precisão dos cálculos efetuados, adota-se: i2 = hfe i1 + hoe V2 → i2 = 118,93 x 15,61A + 4,73S x 1,96V = 1,865mA i2 = iRL + iRC +ihoe → i2 = 1,31mA + 544,44A + 9,27A =1,864mA 11.4.4 Cálculos De Circuito Transistorizado Em Configuração "CC", Utilizando Os Parâmetros Híbridos. O circuito foi projetado para operar com um transistor 2N3904 , com uma corrente quiescente próximo de 1mA e um ganho de corrente C.C. hFE = 200. Estes dados foram mantidos em função dos parâmetros híbridos já utilizados na configuração emissor-comum. Após a conversão dos parâmetros híbridos de “EC” para “CC”, temos os seguintes parâmetros híbridos para análise do Circuito: hic = 3,5K hrc = 0,999 adimensional hfc = -121 adimensional hoc = 8,5S 11.4.4.1 Circuitos Equivalentes E Cálculos Dos Parâmetros Elétricos: A) Circuito equivalente C.A.: iRL V RL mA= → = 2 131 iRL = 1,96V 1,5K , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 163 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Ganho de corrente do circuito (Ai) rl = oposição à componente C.A. detectado pelo terminal de saída (emissor) do transistor C) Ganho de tensão do transistor (AVT) D) Ganho de tensão do circuito (AVc) E) Impedância de entrada de base (Zentb) F) Impedância de entrada do circuito (Zent) Zent = Zentb//RTH → Zent = 6,14K//3,89K = 2,38K G) Impedância de saída do transistor (ZsaídaT) Conectado a uma fonte de sinal e carga: ri = oposição à componente C.A. detectado pelo terminal de entrada (base) do transistor. ri = R1//R2//RS → ri = 6,8K//9,1K//1K = 795,6 rl RE RL = →/ / rl = 4,7K / /22 = 21,89 Ai hfc hoc rl = + → = − 1 2189 120 98 Ai = -121 1+8,5 10-6 , , AV RE RE T = + = = r'e onde r'e = hic hfc 3500 121 28 9, AVT = + 4700 4700 28 9 , = 0,99 ( ) ( ) AVc hfc rl hic hic hoc = − + + = - hrc hfc rl AVc = 121 21,89 3,5K + 3,5K 8,5 10 21,89-6 0 999 121 0 431 , , ( ) Zent hic Kb = → =- hfc hre rl 1+ hoc rl Zent = 3500 - -121 0,999 21,89 1+ 8,5 10 b -6 2189 6 14 , , Desconectado de fonte de sinal e carga: Zsaída = 1 hoc Zsaída = 1 8,5 10 = 117,6K -6 → S ( ) ( ) Zsaída = ri + hic ri + hic hoc - hrc hfc Zsaída = 795,6 795,6 8,5 10 = 35,52 T T -6 + + + 3500 3500 0 999 121S , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 164 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO H) Impedância de saída do circuito (Zsaída) Zsaída = RE//ZsaídaT → Zsaída = 4,7K//35,52 = 35,25 I) Circuito equivalente híbrido: PARÂMETROS TRANSISTOR TRANSISTOR NO CIRCUITO hic 3,5 K 6,14 K hrc 0,999 2,32 hfc -121 -120,98 hoc 8,5S 28,15 x 10 -3 S ri - 2,09K rl - 21,89 Para análise do circuito equivalente híbrido, utilizaremos os parâmetros híbridos do transistor no circuito. 1) Cálculo do ganho de tensão reverso do transistor (hrc) 2) Cálculo da admitância de saída do transistor (hoc). 3) Corrente C.A. de entrada (is) 4) Tensão CA de entrada de base (V1) 5) Corrente C.A. de entrada de base (i1) hrc AVc = → = 1 2 32 hrc = 1 0,43 , hoc mS= → = 1 28 15 Zsaída hoc = 1 35,52T , is vent K A= → + = Zent + RS is = 2V 2,38K 1 591 71, V Zent K V V1 1 2 1 41= → + = Zent + RS vent V1 = 2,38K 2,38K , i V A1 1 229 64= → = Zent i1 = 1,41V 6,14Kb , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 165 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 6) Corrente C.A. no resistor Thevenin (iRTH) 7) Tensão C.A. de saída (V2) V2 = V1 x AVc → V2 = 1,41V x 0,431 = 608mV 8) Corrente C.A. de saída (i2) 9) Corrente C.A. no resistor de emissor (ie) 10) Corrente C.A. no resistor de carga (iRL) 11) Corrente C.A. na impedância de saída do transistor (ihoc) ihoc = V2 hoc → ihoc = 608mV x 28,15mS = 17,11mA 12) Corrente C.A. na fonte de Norton (iN) iN = hfc i1 = 120,98 x 229,6A = 27,777mA Para confirmar precisão dos cálculosefetuados, adota-se: i2 = hfc i1 + hoc V2 = 120,98 x 229,6A + 28,15mS x 608mV = 44,89mA i2 = iRL + iRC + ihoc = 27,64mA + 129,36A + 17,11mA = 44,88mA 11.4.5 Cálculos De Circuito Transistorizado Em Configuração “BC”, Utilizando Os Parâmetros Híbridos Utilizando os mesmos princípios, vistos nos sub-itens 13.5 e 13.6, podemos calcular um circuito transistorizado em configuração base-comum, utilizando os seus parâmetros híbridos, através das fórmulas de conversão. O circuito foi projetado para operar com uma corrente quiescente próxima de 1mA e hfe = 200. Estes dados foram mantidos, em função dos parâmetros híbridos já utilizados na configuração emissor-comum. i RTH i = 1,41V 3,89KRTH RTH= → = V A 1 362 47 , i hoc i = -120,98 229,64 A + 28,15mS 608mV = 10,66mA2 2= + → hfc i V1 2 i = V2 RE i = 608mV 4,7KRE RE→ = 129 36, A i = V2 RL i = 608mV 22RL RL→ = 27 64, mA _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 166 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Após a conversão dos parâmetros híbridos temos os seguintes parâmetros para análise do circuito: hib = 28,9 hob = 0,0702S hfb = 0,992 hrb = 1,16 x 10-4 Para o exemplo dado no item 13.5, temos: hie = 3,5 K hoe = 8,5 S hfe = 120 adimensional hre = 1,3 x 10-4 adimensional Parâmetros para a configuração "BC": D = (1 + hfe) (1 - hre) + hie hoe D = (1 + 120) (1 - 1,3 x 10-4) + 3,5 K x 8,5 x 10-6 = 121 11.4.5.1 Circuitos Equivalentes E Cálculos Dos Parâmetros Elétricos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) hib = hie D hib = 3500 121 hob = hoe D hob = 8,5 S 121 hrb = hie hoe - hre (1+ hfe) D hrb hfb = - hfe 1- hre D hfb = -120 1- → = → = → = − + = − → − = − − − − − 28 9 0 0702 3500 8 5 10 1 3 10 1 120 121 116 10 1 3 10 3500 8 5 10 121 0 992 4 4 4 4 6 , , , , , , , , S hie hoe _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 167 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO B) Ganho de corrente do circuito (AiC) rl = oposição à componente C.A. detectado pelo terminal de saída (coletor) do transistor C) Ganho de tensão do transistor (AVT) D) Ganho de tensão do circuito (AVC) E) Impedância de entrada de emissor (ZentE) F) Impedância de entrada do circuito (Zent) Zent = ZentE //RE → Zent = 28,77 // 1K = 27,96 G) Impedância de saída do transistor (ZsaídaT) Desconectado de fonte de sinal e carga: Conectado à fonte de sinal e carga: ri = oposição à componente C.A. detectado pelo terminal de entrada (emissor) do transistor ri = RS // RE → 10 //1K = 9,9 rl = RC / /RL rl = 3,9K / /1,5K = 1083,33 Ai = hfb 1+ hob rl Ai = 0,992 1+ 0,0702 S 1080,33 = 0,991C C → → AV = RC r'e onde r'e = hib hfb r'e = 28,9 0,992 AV = 3,9K 29,13 T T→ = → =29 13 13388, , ( ) ZsaídaT = + + − = − 9 9 28 9 9 9 28 9 0 0702 116 10 0 992 345 35 4 , , , , , , , , S K ( ) AV = - hfb rl hib + hib hob - hrb hfb rll AV = - 0,992 1083,33 28,9 + (28,9 0,0702 S -1,16 0,992)1083,33 = 37,34 C C − 10 4 Zent ZentE E= − + → = − + = − hib hfb hrb rl hob rl S1 28 9 0 992 116 10 1083 33 1 0 0702 1083 33 28 77 4 , , , , , , , Zsaída 1 ZsaídaT T= → = = hob S M 1 0 0702 14 24 , , ( ) Zsaída hob T = + + − ri hib ri rib hrb hfb _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 168 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO H) Impedância de saída do circuito (Zsaída) Zsaída = RC // ZsaídaT → Zsaída = 3,9K // 345,35K =3,86K I) Circuito equivalente Híbrido PARÂMETROS TRANSISTOR TRANSISTOR NO CIRCUITO hib 28,9 28,77 hrb 1,16 x 10-4 26,78 x 10-3 hfb 0,992 0,991 hob 0,0702S 2,89S ri - 9,9 rl - 1083,33 Para análise do circuito equivalente híbrido, utilizamos os parâmetros híbridos do transistor no circuito: 1) Cálculo do ganho de tensão reverso do transistor (hrb) 2) Cálculo da admitância de saída do transistor (hob). 3) Corrente C.A. de entrada (is) 4) Tensão CA de entrada de base (V1) hrb AVc = → = − 1 26 78 10 3 hrb = 1 37,34 , hob S= → = 1 2 89 Zsaída hob = 1 345,35KT , is vent mA= → + = Zent + RS is = 100mV 27,96 10 2 63, V Zent mV mV1 10 100 73 66= → + = Zent + RS vent V1= 27,96 27,96 , _________________________________________________________________________________________ MATEMÁTICA AVANÇADA PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS COM TRANSISTORES LINEARES 169 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 5) Corrente C.A. de entrada de base (i1) 6) Corrente C.A. no resistor de emissor (iRE) 7) Tensão C.A. de saída (V2) V2 = V1 x AVc → V2 =73,66mV x 37,34 = 2,75V 8) Corrente C.A. de saída (i2) 9) Corrente C.A. no resistor de coletor (iRC) 10) Corrente C.A. no resistor de carga (iRL) 11) Corrente C.A. na impedância de saída do transistor (ihob) ihob = V2 hob → ihob = 2,75V x 2,89S = 7,95A 12) Corrente C.A. na fonte de Norton (iN) iN = hfb i1 iN = 0,991 x 2,56mA = 2,54mA Para confirmar precisão dos cálculos efetuados, adota-se: i 2 = iRL + iRC + ihoc → i 2 = 1,83mA + 705,13A + 7,95A = 2,543mA i V mA1 1 2 56= → = Zent i = 73,66mV 28,77b 1 , i RE i = 73,66mV RE RE= → = V K A 1 1 73 66, i ob V2 i = 0,991 2,89 S V = 2,545mA2 2= → + +hfb i h mA1 2 56 2 75, , i = V2 RL i = 2,75V 1,5KRLRL mA→ = 183, i = V2 RC i = 2,75V 3,9KRC RC→ = 70513, A i ob V2 i = 0,991 2,89 S V = 2,545mA2 2= → + +hfb i h mA1 2 56 2 75, , _________________________________________________________________________ TIRISTORES 170 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO XII - TIRISTORES Dispositivo semicondutor de quatro camadas que utiliza a realimentação interna para produzir o travamento. Ao contrário dos transistores bipolares e dos TEC´s, que podem funcionar como amplificadores lineares ou como chaves, os tiristores só funcionam como chaves. A sua maior aplicação está no controle de grandes quantidades de corrente de carga para motores, aquecedores, retificadores controlados, etc. A palavra TIRISTOR (TIRatrom + transISTOR) é a designação genérica dada aos dispositivos de estado sólido que possuem características semelhantes às da “Válvula Tiratron”. 12.1 A TRAVA IDEAL Por exemplo, se a corrente de base de Q2 aumentar, a corrente de coletor de Q2 aumenta. Isto força mais corrente de base através de Q1. Por sua vez, isto produz uma corrente maior no coletor de Q1, o qual alimenta a base de Q2 mais duramente. Este aumento nas correntes continua até que os dois transistores sejam levados à saturação. Neste caso, a trava se comporta como chave fechada. A trava uma vez fechada, permanece indefinidamente neste estado, até alguma coisa fazer as correntes diminuírem. 12.1.1 Disparando A Configuração Trava Uma forma de se fechar a trava é através de um disparo, aplicando uma tensão de polarização direta em cada base. Para o exemplo, mostramos um disparo (um pulsoestreito) atingindo a base Q2. Uma vez iniciada a regeneração ela aumentará e levará os dois transistores à saturação. A corrente de entrada mínima necessária para iniciar a ação chaveadora regenerativa, é chamada “corrente de disparo” . Todos os tiristores podem ser explicados em termos de uma trava ideal, utilizando dois transistores bipolares, podemos explicar melhor. O transistor Q1 é um dispositivo PNP e o transistor Q2 é um dispositivo NPN. Na configuração mostrada, o coletor Q1 alimenta a base de Q2 e o coletor de Q2 alimenta a base de Q1, formando um elo de realimentação. Na configuração, temos a realimentação positiva, também chamada regeneração. Uma variação na corrente em qualquer ponto do circuito é amplificado e retorna ao ponto de partida com a mesma fase. _________________________________________________________________________ TIRISTORES 171 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 12.1.2 Desligamento Da Configuração Trava Por Baixa Corrente Uma forma consiste em reduzir a corrente de carga a zero. Isto força os transistores a saírem da saturação e voltarem ao estado aberto. Para que isto aconteça, podemos abrir a carga ou reduzir a tensão de alimentação VCC a zero. Na família dos tiristores distinguimos os seguintes tipos: 12.2 – TIRISTOR UNIDIRECIONAL 12.2.1 – Retificador Controlado de Silício -SCR → Silicon Controlled Rectifier È um diodo de quatro camadas alternadas “PN”, conforme desenho abaixo. Sua estrutura “PNPN”, tem um condutor ligado à base da seção “NPN”, que tem a função de controlar a corrente que circula pelos terminais ânodo e cátodo. A condução no sentido direto é feita de ÂNODO para CÁTODO e comandada pelo terminal do GATILHO quando o mesmo recebe um pulso positivo em relação ao CÁTODO, devendo estar, neste instante, o ÂNODO positivo em relação ao CÁTODO. _________________________________________________________________________ TIRISTORES 172 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO CARACTERÍSTICAS E VALORES NOMINAIS DO SCR Tensão contínua bloqueada diretamente (VFR) É a máxima tensão que pode ser aplicada continuamente no sentido direto, com corrente de ganho (IG – 0), sem levar o tiristor à condução. Valores típicos de 100 a 2500 volts. Tensão direta de ruptura (VFM ou VBO) É a máxima tensão que pode ser aplicada instantaneamente com IG = 0 sem que o tiristor entre em condução. Valores típicos de 100 a 2500 volts. Tensão de pico bloqueada reversamente (VRM) É a máxima tensão instantânea que pode ser aplicada em sentido reverso sem que haja ruptura por avalanche das junções, tendo IG = 0. Valores típicos de 100 a 1500 volts. Tensão contínua bloqueada reversamente (VRR) É a máxima tensão que pode ser aplicada continuamente em sentido reverso sem que o dispositivo entre em avalanche, tendo IG = 0. Valores típicos de 100 a 1500 volts. Corrente máxima direta (IF) É a máxima corrente média de ânodo no sentido direto, condução em ½ ciclo (180º), para temperatura especificada da junção. Valores típicos de 1 a 800A . Corrente de pico de curto-circuito (IFM) É a máxima corrente de curto-circuito, especificada para ½ ciclo ou 1 ciclo na freqüência de 60Hz. Valores típicos de 30 a 7000A. Queda de tensão estática direta (VF) É a queda de tensão entre ânodo e cátodo quando o dispositivo se encontra no estado LIGADO. Este valor é aproximadamente constante, independente da corrente de ânodo, igual a 1,0 ou 1,5V. Tensão típica de gatilho (VGT) É a tensão direta necessária para produzir a corrente de disparo no gatilho. Valores típicos de 1,5 a 3,0V. Corrente típica de gatilho (IGT) É a mínima corrente direta de gatilho que o SCR necessita para disparar o dispositivo. Valores típicos de 1 a 500mA. Corrente de pico de gatilho (IGM) É a máxima corrente direta que pode ser aplicada momentaneamente no gatilho. Seu valor pode variar de 1 a 5A. Máxima tensão reversa de gatilho (VGRM) É a máxima tensão reversa que pode ser aplicada instantaneamente no gatilho sem danificar o dispositivo. Este valor gira em torno de –5V. _________________________________________________________________________ TIRISTORES 173 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Corrente direta de engate (IL) É a mínima corrente direta de ânodo que deve ser atingido, para que o processo de travamento seja concluído. Valores típicos de 10 a 150mA. Corrente de manutenção (IH) É a mínima corrente entre ânodo e cátodo, capaz de manter o dispositivo no estado de condução (H → HOLD → MANTER). Valores típicos de 10 a 100mA. Tempo de ligação e desligamento (TON e TOFF) Tempo em que o dispositivo leva para ligar ou desligar em função de um comando. Estes valores são dados para condições específicas de corrente e temperatura. Valores típicos - Tempo para ligar – 1s. - Tempo para desligar – 20s Corrente de fuga no sentido direto e reverso (IFX e IRX) É a corrente de fuga existente entre ânodo e cátodo, que é especificada no sentido de polarização direta e polarização reversa. Valores típicos de 50A a 10mA. Taxa crítica de crescimento da tensão no estado de bloqueio (dv/dt) É o mínimo valor da taxa de crescimento da tensão aplicada no sentido direto, que provocará o chaveamento do estado de bloqueio para o estado de condução. Como exemplo citamos a taxa de crescimento do SCR TIC-126, que tem um dv/dt mínimo de 10V/s e um valor máximo de 50V/s. Taxa crítica de crescimento da corrente no estado de condução (di/dt) É o valor máximo da taxa de crescimento da corrente do estado de condução que o SCR pode suportar sem ser danificado. Para o SCR TIC-126 o di/dt é de 100A/s operando em 200V e 50A/ S operando na faixa de 600V. DISPARO POR PULSO NO GATILHO Este processo é o mais utilizado na prática. O tiristor requer um determinado período de tempo para alcançar o estado de condução total, a partir do instante que recebe o pulso no gatilho. O tempo de ligação é definido como o intervalo desde o instante em que um pulso é aplicado ao gatilho quando o tiristor apresenta uma impedância infinita ao fluxo de corrente de ânodo, até o instante em que é estabelecido um equilíbrio de distribuição de cargas dentro do dispositivo, quando é alcançada a queda de tensão estática entre ânodo e cátodo (1,0V a 1,5V). O tempo de ligação típico dos tiristores pode varia de 1 a 3s, podendo chegar a 200ns ou menos, para tiristores ultra rápidos. Se a carga controlada for indutiva, o tempo de ligação será maior em relação a uma mesma corrente final com uma carga puramente resistiva, porém, a potência dissipada no dispositivo será reduzida. Este efeito se deve ao atraso da subida da corrente em relação à descida correspondente da tensão de ânodo, quando a carga é uma indutância, ou altamente indutiva. A forma ideal do pulso aplicado ao gatilho é um pulso retangular com mentor tempo de subida possível. Quanto menor for a duração do pulso, maior deverá ser sua amplitude para garantir a ligação do dispositivo. É importante ter em conta que mesmo um pulso de grande amplitude mas com pequena duração não será capaz de ligar um tiristor, isto é, existe um valor mínimo de corrente de ânodo que deve ser atingido antes que o pulso de gatilho possa ser retirado. Este valor é denominado de corrente de “LATCH” ou corrente de travamento (LATCH → engate). No início do processo de ligação do tiristor, a corrente circula apenas por uma pequena área das camadas de silício, até que haja uma total distribuição e equilíbrio de cargas. O tempo necessário para este equilíbrio ser alcançado limita a máxima taxa de variação da corrente de ânodo em relação ao tempo (di/dt). _________________________________________________________________________ TIRISTORES174 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO DISPARO PELA TENSÃO APLICADA O processo de disparo pela tensão aplicada se efetua quando a tensão entre ânodo e cátodo atinge à tensão de ruptura (VFR). Este método não é recomendado na prática, a menos que seja expressamente permitido pelo fabricante. No disparo pela tensão existe a possibilidade de grande dissipação de calor em pequenas áreas do dispositivo, onde estão concentrados os portadores, que pode levar à ruptura definitiva das junções por superaquecimento. DISPARO POR dv/dt Os diodos controlados podem ser ligados também por um aumento rápido da tensão positiva de ânodo devido à redução das reatâncias capacitivas internas, que transmitem esta variação sob forma de corrente para o gatilho. Este efeito pode ser explicado com o auxílio da figura abaixo. A junção J2 está reversamente polarizada quando o ânodo está positivo em relação ao cátodo e na ausência de sinal de gatilho. O comportamento de J2 neste estado corresponde, portanto, ao de um condensador ligado entre A e G. Embora seu valor seja da ordem de picofarads, uma variação rápida da tensão de ânodo vai injetar no gatilho uma corrente suficiente para ligar o tiristor, devido à conseqüente redução da reatância desta capacitância interna. Esta forma de ligar o dispositivo é obviamente indesejável, e pode ser evitada através de uma ligação de uma rede “RC” externa entre ânodo e cátodo. O valor de C é da ordem de 0,1F e a resistência de 20 a 100. Se di/dt é muito grande, o calor gerado em uma área reduzida da estrutura PN-PN pode levar à danificação definitiva do dispositivo. Normalmente o di/dt máximo permitido durante a ligação está situado entre 10 e 50A/s para tiristores comuns de pequena capacidade. Na prática, um dos recursos que tem utilizado para reduzir e di/dt é a ligação de indutância em série com o ânodo. Com o uso deste processo reduz di/dt mas aumenta o tempo de ligação do dispositivo. Com a proteção indicada, o transiente de ânodo faz circular uma corrente por “RC”, desviando a maior parte daquela corrente que seria injetada no gatilho indevidamente. O resistor R tem a finalidade de reduzir a dissipação de calor no dispositivo no instante que o condensador se descarrega, quando ocorre o disparo normal pelo gatilho. De um modo geral os tiristores comuns podem suportar um dv/dt de 20 a 200A/s De Indutância de amortecimento para reduzir di/dt _________________________________________________________________________ TIRISTORES 175 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO MEIOS DE COMUTAÇÃO DO TIRISTOR Existem três processos de desligar um tiristor: • Comutação Natural, • Comutação Por Polarização Reversa, • Desligamento Pelo Gatilho. COMUTAÇÃO NATURAL: Quando a corrente de ânodo cai abaixo do valor mínimo de corrente necessária para manter o dispositivo conduzindo (IH = corrente de manutenção), ocorre o desligamento. A corrente de manutenção pode ser até 1000 vezes menor que a corrente nominal de ânodo; isto significa que se o circuito for alimentado em corrente contínua a comutação natural só ocorre se for cortada a alimentação do tiristor, ou se a impedância de carga for aumentada, ou ainda se a corrente de carga for desviada por um circuito de baixa impedância (curto-circuito) em paralelo com o dispositivo. COMUTAÇÃO POR POLARIZAÇÃO REVERSA: A polarização reversa do tiristor (aplicação de um potencial positivo no cátodo e negativo no ânodo), quando o tiristor está conduzindo, tende a interromper a corrente de ânodo desligando o dispositivo. Quando o tiristor opera em circuitos alimentados por VCA, este processo de comutação ocorre a cada ciclo, quando a polaridade de ânodo se inverte no semiciclo negativo. Neste caso o desligamento é também chamado de comutação por fase ou comutação por linha de CA. Quando o tiristor opera em circuitos alimentados por CC, então será necessário um circuito auxiliar onde um capacitor será carregado com a tensão de alimentação e descarregado sobre o tiristor em condução, com a polaridade invertida, de modo a se conseguir a comutação. Neste caso o processo de desligamento recebe o nome de comutação forçada. DESLIGAMENTO PELO GATILHO: Alguns tiristores especiais possibilitam o desligamento através de uma corrente negativa no gatilho. Estes tiristores, no entanto, só têm sido fabricados para baixos valores de corrente de ânodo, não apresentando grandes vantagens no controle eletrônico de potências elevadas. APLICAÇÃO DO SCR Sua maior aplicação é feita nos conversores CC, ver “CONVERSORES ESTÁTICOS DE CORRENTE CONTÍNUA, CONTROLADO E SEMICONTROLADO”. _________________________________________________________________________ TIRISTORES 176 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO COMUTAÇÃO DE CARGA POR RESSONÂNCIA Quando o SCR é ligado, o capacitor se descarrega através do circuito ressonante, onde a corrente passa pelo SCR e L. Quando o capacitor muda de polaridade no sentido negativo, indicado entre parênteses, o SCR será desligado se a corrente na ressonância for maior que a de carga. O valor do capacitor deve ser tal que: COMUTAÇÃO DE CARGA POR CAPACITOR EM PARALELO A corrente de descarga em T2 se inicia com um valor a: Para concluir o desligamento do SCR: O resistor R1 atua como carga de T1 e deve satisfazer as seguintes condições: A) Carregar “C” durante o tempo mínimo em que T2 estiver ligado B) Tornar a corrente de T1 maior ou igual a IHMIN. Logo R1C TONMIN No circuito é utilizado o processo de comutação do SCR pelo fenômeno da ressonância em paralelo, onde o circuito “LC” é o responsável pelo desligamento do circuito. Quando o SCR se encontra DESLIGADO, o capacitor “C” carrega com a polaridade superior + e inferior -, indicada, sendo a tensão na indutância igual a “zero” no término do carregamento do capacitor. ( ) ( ) RLC T T s RLOFF OFF C onde C é dado em F Inicialmente o SCR T2 é ligado para conduzir a corrente de carga e sendo assim, o capacitor “C” carregar-se-á com a polaridade indicada via R1. Estando “C” carregado e disparando T1 o capacitor irá polarizar reversamente (indicado entre parênteses) o SCR T2, cortando-o. i Visto que "C" fica em série com a fonte, quando T1 é disparado.0 2 = VCC RL A tensão sobre os terminais do SCR T2 será: V t T RLCVCC e RL2 1= − − O tempo gasto para que a tensão em T2 seja "0" : t0 1 0 69= − = − e RLC t RLC , t RLC t R t s off off OFF off= → → → 0 69 0 69 1 , , e C onde T R C F t off _________________________________________________________________________ TIRISTORES 177 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Para uma maior confiabilidade, faz-se: Atendendo a condição “B”, calcula-se: O valor da corrente de manutenção calculado “IH1” tem que assumir um valor maior que a corrente de manutenção especificada pelo fabricante do SCR. Alterando a razão entre o tempo ligado e desligado de T2, podemos obter uma tensão média variável na carga. 12.2.2 – Foto-Tiristor - LASCR (Light Active SCR) Dispositivo semicondutor unidirecional de quatro camadas com elemento foto-sensível. O efeito foto-elétrico, geração de elétrons-lacunas através da luz, pode disparar um LASCR. O LASCR é um tipo de SCR, onde na região do gatilho é feito uma “janela”, ou seja, uma lente transparente aos raios luminosos. Tem sua aplicação em circuitos de controle de iluminação, vídeo cassete, televisão, etc. 12.2.3 – Chave Unilateral - SUS (Silicon Unidirection Switch)Dispositivo semicondutor unidirecional de quatro camadas, projetado para fechar com um pulso positivo na porta (GATE) e abrir com um pulso negativo. A SUS é usada em contadores, circuitos digitais e outras aplicações nas quais se dispõe de um disparo negativo para ser desligada. 5 5 RIC TON CMIN R1 TONMIN IH VCC R1 1 = O reistor R2 limita a corrente de gatilho dos SCRs: R2 VCC IGMAX _________________________________________________________________________ TIRISTORES 178 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 12.3 TIRISTOR BIDIRECIONAL Dispositivo semicondutor de quatro camadas, condutivo em dois sentidos. Esse tipo de dispositivo pode ter um controle dessa condução ou não; quando dispões de controle é chamado de “TRIAC” ou “GCS” e quando não dispõe de controle é denominado de “DIAC”. 12.3.1 – DIODO PARA CORRENTE A.C. - DIAC (DIODE ALTERNATIVE CURRENT) Analisando o primeiro semiciclo, conforme polaridade indicada, se a tensão de pico for inferior à VBR = 28V, o DIAC não estará conduzindo e consequentemente não terá corrente na lâmpada L1. Ao levar a tensão VCA para uma tensão de pico igual à 28V, considerando o semiciclo positivo, o DIAC comutará através do diodo da esquerda; invertendo o semiciclo o DIAC comutará pelo diodo da direita. Após a comutação do DIAC, a tensão entre seus terminais “VF” cai bruscamente, sendo de aproximadamente 6V. Uma vez comutado, permanece conduzindo, a única forma de abri-lo é através de um desligamento por baixa corrente. No caso de um sinal alternado, entrará em comutação toda vez que o sinal atingir sua tensão de ruptura, e deixará de conduzir toda vez que o sinal estiver passando próximo a zero. A corrente de desligamento é especificada como corrente de manutenção (IH). Características E Valores Nominais Do DIAC DIAC (do inglês DIode Alternative Current) é um semicondutor de quatro camadas montadas numa associação paralelo-inversa, dando origem a dois terminais: ânodo-1 e ânodo-2. O dispositivo não dispõe de terminal de controle (porta) mas permite o disparo em qualquer sentido. Na figura mostramos o arranjo básico das camadas semicondutoras e suas simbologias. O DIAC pode ser considerado como dois diodos em anti-paralelo: ânodo com cátodo, permitindo a condução bidirecional. A diferença, entretanto, é que a tensão limiar de um DIAC, especificada como Tensão de ruptura “VBR” (VBR1 = VBR2 10%) é muito superior à do diodo retificador. A tensão de ruptura de um DIAC, tipicamente varia de 22V a 36V. No esquemático, representamos a operação de um DIAC que tem um VBR = 28V. Tensão de ruptura (VBR) É o valor instantâneo da tensão, capaz de comutar o DIAC (break over voltage). Corrente de ruptura (IBR) É o valor instantâneo da corrente no ponto em que o DIAC começa a conduzir. _________________________________________________________________________ TIRISTORES 179 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO D I A C s TIPO VBR (volts) IBR (A) ST2 32 4,0 200 1N5758/MPT20 20 4,0 100 1N5760/MPT28 28 4,0 100 1N5761/MPT32 32 4,0 100 1N5762 36 4,0 100 IN5758A 20 2,0 25 1N5761A 32 2,0 25 Aplicação do DIAC A) Controle do ângulo de fase de uma CA através de um TRIAC: Este tipo de aplicação, será estudado juntamente com tiristor bidirecional controlado B) Oscilador de relaxação A freqüência de oscilação será dado pela fórmula: Neste caso, o cálculo de R e de C obedece ao mesmo princípio que vimos anteriormente no oscilador de relaxação com UJT, porém neste caso, o fim do ciclo não será quando o capacitor tiver alcançado 65% de sua carga, mas sim, quando a tensão entre seus terminais for de 32V aproximadamente, quando ocorrerá o disparo do DIAC. Considerando-se que a tensão entre os terminais de alimentação do circuito seja de 100V, o período de temporização dado pela fórmula, RC seria correspondente ao tempo necessário para que a tensão entre as armaduras de C alcançassem os 65% de VCC. Como o disparo do DIAC se dará antes disso, segue-se que a temporização será mais curta; a carga de C será de apenas 36%. Dimensionamento de um circuito oscilador, para que a freqüência de oscilação F0 = 1KHz: Sendo a tensão de disparo 36V e a tensão de carga no capacitor 65V, temos: Calculando o resistor “R”, verifica-se que o valor dimensionado atende às características do DIAC. FO RC K = 1 F RC K F 0 1 1 0 = = RC K K V V KHz mS RC K mS mS K = = = = = = = = 65% 65 32 2 0 1 1 1 1 2 100 de VCC VBR logo: RC K RC K RC Fazendo C = 20nF, teremos: R = 2ms 20nF , _________________________________________________________________________ TIRISTORES 180 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 12.3.2 – Triodo Para Corrente A.C. - Triac (Triode Alternative Current) O TRIAC (do inglês TRIode Alternative Current), pode ser considerado como dois SCR ligados em paralelo e em oposição, mas comum só eletrodo de controle. Existe uma ausência em ambos os sentidos da corrente de manutenção. No esquemático, representamos dois SCR ligados em paralelo e em oposição, para que possamos entender a operação de um TRIAC. Característica e Valores Nominais do TRIAC: Máxima tensão direta repetitiva (VDRM) É a máxima tensão que pode ser aplicada continuamente no sentido direto. Corrente RMS no estado de condução (IRMS) É o máximo valor de corrente em RMS no estado de condução que pode circular pelo TRIAC. Máxima corrente não repetitiva no estado de condução (ITSM) É o máximo valor de corrente não repetitiva no estado de condução que pode circular pelo TRIAC. Tensão de disparo no terminal de gate (VGT) É a tensão CC necessária para produzir a corrente de gatilho com disparo. Corrente de disparo no terminal de gate (IGT) É o mínimo valor de corrente contínua aplicada ao gatilho, necessária para chavear um TRIAC do estado de bloqueio ao estado de condução. Corrente de partida (IL) É o mínimo valor da corrente de ânodo requerida para concluir o travamento do dispositivo e permitir a remoção do pulso de gatilho. Corrente de manutenção (IH) É o valor da corrente de ânodo no sentido direto, que permite que o dispositivo permaneça em condução. I VCC V R V V K mA IFC FC= − = − = 6 100 6 100 0 96,Neste caso a variação do ângulo de disparo (D) resulta numa variação do valor eficaz da tensão de carga, uma vez que em um controle simétrico para os semiciclos positivos e negativos resulta em uma tensão média igual a zero. Para que possamos calcular a tensão eficaz na carga, utilizaremos a curva que relaciona uma constante “K” em função do ângulo d. A constante “K” é dada em função da relação entre a tensão RMS e a tensão máxima. Quando se faz o controle de potência em circuitos de CA, é possível determinar o valor da tensão eficaz resultante na carga em função do ângulo de disparo do TRIAC. No cálculo da tensão eficaz sobre os terminais da carga, e desprezada a queda de tensão no dispositivo quando este se encontra no estado LIGADO (VF 1,0 volts). Supondo um ângulo de disparo igual a 90°, o TRIAC conduz a partir de 90° do semiciclo positivo com uma faixa de condução c = 90º e 180° + 90° = 270° para o semiciclo negativo. _________________________________________________________________________ TIRISTORES 182 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Exemplos: 1) Para o exemplo mostrado esquematizado no subitem-A , calcular a tensão eficaz na carga para os ângulos: 12.3.3 Chave Bidirecional – SBS (Silicon Bidirection Switch) Dispositivo semicondutor bidirecional de quatro camadas, projetado para fechar e abrir parte da chave com pulsos positivo e negativo. A chave bidirecional tem sua maior aplicação em circuitos inversores CC/CA e reguladores de tensão senoidal. = = = = 0 0 68 21157 0 5 155 56 = 30 = 90 = 120 VRL = 220 2 0,707 220V VRL = 220 2 VRL = 220 2 VRL = 220 2 0,3 = 93,34V RMS RMS RMS RMS , , , , V V Logo VRL V KRMS MAX: = KK __________________________________________________________________________ SUPRESSORES DE TRANSIENTES 183 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO XIII – SUPRESSORES DE TRANSIENTES Dispositivos semicondutores, componentes ou conjunto de componentes passivos, capaz de suprimir transientes ou sinais de espúrio em um circuito eletro-eletrônico. Os supressores de transientes podem ser classificados: 13.1 – SUPRESSOR DE TRANSITÓRIOS PRIMÁRIO Capacitores não polarizados (folhas de papel impregnado a óleo), instalados em paralelo com o primário de transformadores. Sua função é amortecer transitórios de tensão que podem ocorrer no desligamento do mesmo. Além da função do supressor, serve também, para aumentar o fator de potência de entrada do transformador. 13.2 – SUPRESSOR DE TRANSITÓRIOS POLARIZADO 13.3 – SUPRESSOR DE TRANSITÓRIOS NÃO POLARIZADO Dispositivo semicondutor de dois eletrodos com resistência não-linear, dependente de voltagem que cai marcadamente quando a voltagem aplicada atinge sua tensão de ruptura. Este supressor é também conhecido como “MOV – Varistor de Óxido Metálico”. 13.3.1 – Características Dos Dispositivos MOV Tensão de ruptura (VBR) É o valor da tensão em RMS, capaz de levar o varistor a reduzir marcadamente sua resistência Tensão de pico de ruptura (VBRM) É o valor da tensão de pico capaz de levar o varistor a reduzir marcadamente sua resistência. Tensão contínua de ruptura (VBR-DC) É o valor médio da tensão contínua capaz de levar o varistor a reduzir marcadamente sua resistência. Dispositivo semicondutor, constituído de um diodo de selênio, especialmente processado de forma a apresentar características de diodo ZENER . Sua maior aplicação, é nos conversores estáticos de corrente contínua controlado ou semi-controlados instalados na saída da ponte retificadora . Sua função é impedir transitórios de tensão, que possam ocorrer devido a comutação dos SCR´s. __________________________________________________________________________ SUPRESSORES DE TRANSIENTES 184 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Potência média de dissipação por transiente (PBR) É o valor médio da potência de dissipação no dispositivo. Corrente de pico em forma de pulso (IBRSM) É o valor da corrente de pico em forma de pulso não repetitivo capaz de levar o varistor a reduzir marcadamente sua resistência sem ser danificado. Energia calorífica de dissipação por transiente (EJ) É o valor da energia calorífica dissipada pelo dispositivo durante o transiente. 13.3.2 - Aplicação Dos Dispositivos MOV Os dispositivos MOV tem uma ampla aplicação em circuitos de fonte de alimentação, circuitos indutivos que dispõem de chave de interrupção, entrada de circuitos de equipamentos industriais e residenciais. 13.4 – SUPRESSOR DE TRANSITÓRIOS dv/dt Conjunto de componentes passivos (resistor + capacitor), circuitos “RC” instalados em paralelo com SCR´s e diodos retificadores, com a função de proteger contra transitórios que possam ocorrer na rede de alimentação CA (evitar o disparo por dv/dt dos tiristores) e para amortecer as radiações de radiofreqüência “RF” (energia eletromagnética irradiada por freqüência entre 10KHz e 2000MHz) proveniente da comutação dos SCR´s e diodos retificadores. TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 185 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO XIV - TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO (TEC OU FET) Dispositivo semicondutor unipolar, que tem o seu funcionamento dependendo somente de um tipo de carga, lacunas ou elétrons, controlados através da tensão. Podem ser classificados como: • TECJ ou JFET Transistor de Efeito de Campo de Junção (Junction Field-Effect Transistor) • TECMOS ou MOSFET Transistor de Efeito de Campo de Metal-Óxido-Semicondutor (Metal-Óxide-Semiconductor Field Effect Transistor) 14.1 - CONSTRUÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TEC O TEC é um dispositivo de três terminais contendo uma junção P-N básica, podendo ser do tipo junção (TECJ) ou do tipo Metal-óxido-Semicondutor (TECMOS). A característica mais importante do transistor de efeito de campo á a sua elevadíssima impedância de entrada, que tem um valor típico da ordem de 100 M. Com isso, podemos dizer que enquanto um transistor bipolar comum funciona com a amplificação da corrente que circula em sua base, o TEC funciona com a tensão aplicada ao seu eletrodo de comporta. O TEC é relativamente imune à radiação, porém, o transistor bipolar é muito sensível (beta é particularmente afetado). O TEC produz menos ruído do que o transistor bipolar e, portanto, é mais adequado para estágios de entrada de amplificadores de baixo nível (usado em receptores FM de alta fidelidade), apresenta uma maior estabilidade térmica comparada ao transistor bipolar, mas tem como desvantagem uma maior suscetibilidade a danos quando manuseado. Com base nessas características, podemos afirmar que o TEC é um dispositivo semicondutor que mais se assemelha às válvulas eletrônicas. Suas aplicações na linha industrial são feitas através de circuitos: • BUFFER: Receptores e equipamento de medição; • AMPLIFICADOR AGC: Receptores e geradores de sinal; • AMPLIFICADOR CASCODE: Instrumentos de medição e equipamentos de teste; • RESISTOR VARIÁVEL COM TENSÃO (VVR): Amplificadores operacionais; • CIRCUITO DIGITAL MOS: Integração em grande escala, computadores, relês estáticos para proteção de sistemas elétricos. 14.2 – TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO – TECJ 14.2.1 - Estrutura do TECJ O TEC de canal N, tem por base um pedaço de material semicondutor extrínseco de silício tipo N com uma ligação direta em cada extremo. Esta ligação faz com que os extremos do material se manifestem uma resistência pura, ou seja, a corrente pode circular com a mesma facilidade de base-1 (dreno) para a base-2 (fonte), como da base-2 para a base-1. No material semicondutor que forma uma lâmina básica, existe uma região difusa de material “P”que forma então a única junção do transistor. Esta junção fica a uma certa distância das bases 1 e 2 que determinarão as características elétricas deste semicondutor. Na região “P” é ligado o terceiro terminal do transistor que então corresponde ao seu emissor (porta). TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 186 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO As duas regiões “P” são ligadas internamente e são chamadas de porta (gate), o espaço entre as regiões “P”, formam um estreito canal por onde os elétrons livres devem passar à medida que se deslocam da fonte para o dreno. A largura do canal é que define a quantidade de elétrons que atravessa o TECJ. O funcionamento de um TECJ de canal “P” é complementar, o que quer dizer que todas as tensões e correntes são invertidas. 14.2.2 - Características de Polarização Uma fonte “VDD” produz uma tensão nos terminais dreno-fonte (VDS), que resulta na corrente ID, do dreno para a fonte ou uma circulação de elétrons que entra no terminal fonte e sai pelo terminal dreno. Toda esta corrente passa pelo canal formado pela porta tipo “P”. Esta intensidade de corrente que circula pelos terminais dreno/fonte, depende da largura do canal “N”; a largura do canal “N” é controlada pela tensão porta-fonte (VGS), que tem a função de aumentar ou diminuir a barreira de potencial. A porta de um TECJ tem sempre a polarização reversa para impedir a corrente da porta. Com uma polarização reversa na porta, cria-se camadas de depleção em volta das regiões “P”, e isto faz com que o canal se estreite. Quanto maior a polarização reversa dos terminais porta-fonte, mais estreito torna-se o canal. Quando a tensão de porta for suficientemente negativa, as camadas de depleção tocam-se e o canal “N” desaparece. Consideremos o circuito em operação com VGS = 0, para em seguida aumentar esta tensão de polarização reversa . TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 187 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Ao atingir o ponto de estrangulamento, qualquer aumento de “VDD” resultará em aumento apenas da tensão nos terminais da região de depleção sendo que a queda de tensão do ponto de depleção “D” para terra permanece constante, e portanto, a corrente ID também permanece constante. Este valor de corrente de dreno, com VGS = 0, é especificado em folhas de dados como “IDSS” corrente de dreno para fonte (SOURCE), com a porta-fonte curto-circuitada (SHORTED)]. Característica Dreno-Fonte Conforme curva característica, podemos observar que, aumentado a tensão “VGS” (polarização reversa), o canal produzirá uma região de depleção, de forma que a corrente de saturação será menor (VGS = -1V) ou para TECJ de canal “P” (VGS = +1). Podemos observar na curva de ID em função de VDS, que a tensão de porta controla a corrente de dreno. Aumentando-se a polarização reversa “VGS”, mostrada na curva de ID em função de VGS, a corrente de dreno decresce independente da tensão “VDS”. Quando a tensão de porta (VGS) atingir a tensão VGSOFF (tensão de estrangulamento) não mais haverá corrente de dreno independente da tensão dreno-fonte (VDS). Característica de Transferência (equação de SHOCKLEY) A característica de transferência pode ser obtida diretamente a partir de medidas da operação do dispositivo ou desenhada a partir das características de dreno. Uma vez fixados os pontos IDSS (corrente de dreno com VGS = 0) e VGSOFF (tensão de porta com nível de estrangulamento); os demais pontos da curva aplica-se a equação de SHOCKLEY: O circuito mostra que a corrente de dreno através do material “N” produz uma queda de tensão ao longo do canal, que é mais positiva no terminal de dreno. Este potencial de polarização inversa nos terminais de junção P- N produz uma região de depleção; conforme o aumento de “VDD”, ID também aumenta, resultando em uma região de depleção maior e, portanto, uma resistência entre bases maiores. O aumento da região de depleção pode ser feito até que atinja o estrangulamento devido à corrente do canal. ID IDSS VGS VGSOFF = − 1 2 TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 188 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Usando a equação de SHOCKLEY, calcular ID para VGS = 0V, -1V, -2V, -3V, -4V e –5V. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ID mA mA mA mA ID mA mA mA mA ID mA mA mA = − − = = − − − = = − − − = = − − − = = − − − = = − − − = 14 1 0 5 14 14 1 1 5 8 96 14 1 2 5 5 04 14 1 3 5 2 24 14 1 4 5 0 56 14 1 5 5 0 2 2 2 2 2 2 ID ID ID mA , , , , 14.2.3 - Parâmetros elétricos especificados em folhas de dados dos componentes A} Corrente de saturação dreno-fonte (IDSS) B} Tensão de estrangulamento ou de corte porta-fonte [VP ou VGSOFF] É a corrente na qual o canal é estrangulado quando VGS = 0. Este valor de corrente, pode ser facilmente determinado utilizando a configuração abaixo. É a tensão de polarização reversa sobre os terminais porta-fonte, em que a corrente de dreno se aproxima de zero. TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 189 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO C} Tensão de ruptura porta-fonte (BVGSS) É o valor limite da tensão sobre os terminais porta-fonte com os terminais dreno-fonte curto- circuitados. Caso a tensão nos terminais porta-fonte de um transistor ultrapasse a tensão BVGSS, o mesmo poderá ser danificado permanentemente. D} Transcondutância de transferência em fonte-comum (gfs ou gm) É um parâmetro de indicação da amplificação “AC” de um TECJ, sua unidade é o SIEMENS (S) e varia tipicamente de 1mS a 20mS. A transcondutância pode ser calculada utilizando a fórmula: gm — transcondutância no ponto de trabalho gmo — transcondutância máxima do transistor Exemplo: 1) Calcular a transcondutância, gm, de um TECJ com as especificações IDSS = 14mA e VGS = -5V nos pontos de polarização: E} Resistência dreno-fonte para o dispositivo ligado [rdsON] Este parâmetro tem aplicação somente quando se usa o TECJ como uma chave. A resistência dreno-fonte para o dispositivo ligado, medida com uma tensão porta-fonte e uma corrente de dreno especificadas. Tipicamente o valor da [rdsON] varia de 10 a 100 . 14.3 TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE METAL-ÓXIDO- SEMICONDUTOR – TEC-MOS 14.3.1 - Construção e Características do TEC- MOS O dispositivo semicondutor TEC- MOS é um transistor de efeito de campo com o terminal da porta isolado do canal. Os transistores TEC- MOS, apresentam uma finíssima camada de óxido que separa o canal do terminal da porta, e é o ponto mais delicado, que deve ser manuseado com cuidado especial. gm ID VGS VDS = = 0 gmo = 2IDSS VGS gm = gmo 1- VGS VGSOFF OFF ou através dos dados fornecidos pelo fabricante ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) VGS mA V mS gm mS V mS mS V V mS mS V V mS = = − = − = − = = − − = = − − − = = − − − = 0 2 3 2 14 5 5 6 5 6 1 0 5 5 6 5 6 1 2 5 3 36 5 6 1 3 5 2 24 , , , , , , , , VGS e VGS gmo gm gm TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 190 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO O toque de seus dedos no terminal de porta, pode transferir a carga elétrica acumulada em seu corpo ao componente, de modo a perfurar a capa do material isolante, danificando o componente. Para facilitar9 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Podemos notar que somente a camada periférica de um átomo pode apresentar-se incompleta; as demais estão completas. Existem 6 substâncias com a camada periférica completa (gases nobres ou inertes), não se combinam com nenhum outro elemento. Os elétrons que se encontram na camada periférica são chamados de elétrons de valência (valência = elo, união ). Elétrons de valência são os que possuem liberdade para participar de fenômenos químicos ou elétricos. Cadeia de Valência: Ocorre: quando um elétron gira em torno de dois núcleos, efetuando uma união dos átomos entre si. Em uma substância, depois de se terem sido formados as cadeias de valência, os elétrons que não participam das cadeias de valência, não possuem união firme e são denominados “elétrons livres”. Quanto maior o número de elétrons livres na substância, tanto maior o fluxo de corrente de elétrons; para uma dada “tensão” ou seja, maior será a condutividade no material. Regra de Distribuição das Camadas Energéticas: 10 - Existem sete camadas energéticas, sendo que cada camada permite uma quantidade de elétrons. (ver tabela 1). 20 - Quando se tem mais de 8 elétrons, na última camada, cancela-se o número escrito e coloca- se em seu lugar o no 8 ou 18; dos dois, aquele que for imediatamente inferior ao número cancelado. 30 - A diferença é colocada na camada seguinte. A - Átomo de antimônio (Sb), número atômico 51: K - L - M - N - O 2 - 8 - 18 - 23 18 - 18 - 5 B - Átomo de Sódio (Na), número atômico 11. K - L - M 2 - 9 8 - 1 Observação: A regra de distribuição eletrônica, não é válida para a maioria dos elementos de “transição”. Exemplo: K - L - M - N - O - P Ferro (Fe) - Número Atômico 26 2 - 8 - 14 - 2 - - - - Tungstênio (W) - Número Atômico 74 2 - 8 - 18 - 32 - 12 - 2 __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 10 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1.3 MATERIAL ISOLANTE Possui pouco ou nenhuma quantidade de elétrons livres; os elétrons de valência estão todos em cadeias de valência e existem pouquíssimos elétrons livres para constituir um fluxo de corrente de elétrons (vidro, mica, madeira). Nos materiais isolantes os seus átomos possuem 5 ou mais elétrons em sua camada externa; ele tenta preencher sua camada de modo a alcançar uma situação estável; seus átomos tentam adquirir elétrons, ao invés de fornecê-los, assim, o movimento de elétrons de um átomo a outro é inibido. Exemplo: Enxofre (S) - número atômico 16 K - L - M 2 8 6 Camada periférica (M) com 6 elétrons de valência, apresenta uma condição maior de alcançar uma situação estável (receber elétrons). 1.4 MATERIAL CONDUTOR São materiais que possuem grande quantidade de elétrons livres. Seus átomos tem menos de 4 elétrons em sua camada exterior, ele apresenta tendência em fornecê-los com facilidade; seus elétrons da camada exterior podem se movimentar aleatoriamente de um a outro átomo. Exemplos: A) Cobre (Cu) número atômico 29 K- L - M - N 2 - 8 - 18 - 1 Camada periférica (N), apresenta uma tendência em fornecer um elétron com facilidade. B) Prata (Ag) número atômico 47 K - L - M - N - O 2 - 8 - 18 - 18 - 1 Camada periférica com um elétron de valência C) Ouro (Au) número atômico 79 K - L - M - N - 0 - P 2 - 8 - 18 - 32 - 18 - 1 Camada periférica com um elétron de valência. Para os exemplos “B” e “C”, ambos apresentam 1 elétron de valência na camada periférica; porém, podemos afirmar que o “ouro” ‘e melhor condutor de eletricidade que a “prata”, devido a sua camada periférica estar mais distante do núcleo. Esta afirmação somente é válida, considerando uma análise atômica de um elemento e para que possamos definir um bom condutor, temos que conhecer sua resistividade elétrica. Muitos metais são bons condutores, sendo o cobre o mais utilizado. Os materiais condutores são caracterizados por diversas grandezas, entre as quais se destacam: • condutividade ou resistividade elétrica; • coeficiente de temperatura; • condutividade térmica; • potencial de contato e força termoelétrica; • comportamento mecânico. __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 11 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Condutividade Ou Resistividade Elétricas: () Termo usado para comparar os níveis de resistência dos materiais. = R x A R = x l l A = Resistividade elétrica do material ( .cm ) R = Resistência elétrica ( ) A = Seção transversal ( cm2 ) l = Comprimento do corpo condutor (cm) = R x 1 cm2 = R . cm 1 cm Coeficiente De Temperatura () A resistência elétrica, correlacionando correntes que circulam sob um potencial aplicado, serve indiretamente de medida da quantidade de energia absorvida por imperfeições cristalinas e outros fatores. Como a “Zero Grau Absoluto” a estrutura é perfeitamente simétrica, sem que seus átomos vibrem, a resistência é teoricamente igual a Zero e praticamente possui o menor valor que pode adquirir. Aumentando-se lentamente a temperatura, as partículas vibram interferindo nos movimentos dos elétrons. Uma certa influência causa perdas nos deslocamentos dos elétrons e consequentemente aquecimento do corpo condutor. Traçando-se a Curva característica (resistência temperatura), nota- se que ela não obedece em toda sua extensão a uma relação constante entre ordenadas e abcissas. O setor reto da característica, cujo declive é da ordem de 5: 1 trecho AB, é de maior interesse prático, após esse trecho, a curva tende à horizontal. O coeficiente de temperatura é a relação “Tangente da reta AB/Resistência”. NOME DO METAL RESISTIVIDADE . mm2 / m COEFICIENTE TEMP. = 20C Ferro 0,098 0,0057 Alumínio 0,0262 0,0042 Ouro 0,0240 0,0037 Cobre 0,0169 0,0040 Prata 0,0162 0,0036 Nota: 1. mm2 / m = 104 . cm A inclinação da reta AB é dado por Tg T Onde: Tg = = − − R R R T2 T 2 1 1 R1 = → = − − Tg R R T2 T R 2 1 1 1 1 __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 12 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1.5 MATERIAL SEMICONDUTOR São elementos que tem seus átomos contendo exatamente 4 elétrons em sua camada periférica, ele hesita em fornecer ou aceitar elétrons prontamente. Os elementos que possuem tais átomos não são bons condutores nem bonso manuseio, os fabricantes passaram a incluir nos transistores e nos chips, diodos zener de proteção, conectados internamente entre a porta e a fonte. Os dispositivos TEC- MOS que dispõem deste tipo de proteção, consta na sua ficha característica “proteção contra carga estática”. O TEC- MOS pode ser construído para funcionar por depleção ou por indução. 14.3.2 - TEC- MOS de Depleção O dispositivo TEC-MOS de depleção de canal “N”, é formado sobre um substrato “P”. Os terminais “fonte “ e “dreno”, estão conectados através de um metal (alumínio) às regiões de fonte e dreno dopadas - N, que internamente estão conectadas por um canal de material dopado-N. Acima do canal N é depositado uma camada de dióxido de silício (SiO2) e sobre a camada de SiO2, que tem a função de dielétrico, é depositada uma camada de metal. Para o dispositivo de canal-N, a fonte VDD força os elétrons livres a passarem da fonte para o dreno. Esses elétrons fluem através do canal estreito à esquerda do substrato “P”. Quanto mais negativa a tensão da porta, menor a corrente do dreno. Como a porta é isolada do canal, com valores positivos ou negativos de VGS, o dispositivo pode operar com qualquer polaridade de VGS, não havendo corrente na porta em nenhum dos casos. Quando o TEC- MOS de canal-N, trabalha com uma tensão positiva na porta, a operação do dispositivo é chamada MODO DE INTENSIFICAÇÃ0. Os TEC-MOS saem da fábrica com um anel condutor curto-circuitando todos os seus terminais, de modo a evitar que se desenvolvam tensões irregulares anormais entre o canal e a porta. Somente, depois, que o transistor for montado definitivamente no circuito é que este anel condutor deve ser retirado. TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 191 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Na curva característica de transferência, o nosso exemplo nos fornece uma corrente de saturação (IDSS) de 10mA com VGS = 0V e uma tensão de estrangulamento “VGSOFF” de –4V. Usando a equação de SHOCKLEY, podemos levantar a característica de dreno. ID IDSS VGS VGSOFF = − 1 2 ( ) ( ) )ID mA V V mA= − − =10 1 0 4 10 2 ( ) ( ) ID mA V V mA= − − − =10 1 1 4 5 625 2 , ( ) ( ) ID mA V V mA= − − − =10 1 2 4 2 5 2 , ( ) ( ) ID mA V V mA= − − − =10 1 3 4 0 625 2 , ( ) ( ) ID mA V V mA= − − − =10 1 1 4 15 6 2 , Para o ponto com VGS = +1V e ID = 15,6mA, o TEC-MOS está operando em modo de intensificação. 14.3.3 - TEC-MOS de Indução O dispositivo TEC-MOS de indução não possui fisicamente canal entre o dreno e a fonte. Quando se aplica uma tensão porta-fonte positiva, as lacunas da região do substrato sob a porta são repelidas para fora da região de depleção. Para tensões de porta suficientemente positiva, elétrons são atraídos para dentro da região de depleção e passam a atuar como um canal “N” entre o dreno e fonte. Neste caso dizemos que o canal-N foi criado por indução da tensão na porta. Não há corrente de dreno até que tensão porta-fonte exceda o valor limite (VT). Para tensões positivas acima de “VT”, resultam em uma corrente de dreno, descrita por: ID = K (VGS - VT)² K - Constante de construção do dispositivo, tipicamente apresentam um valor 0,3mA / volts2 VGS - Tensão de polarização nos terminais porta-fonte. VT - Tensão limiar nos terminais porta-fonte, característica do componente. TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 192 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Na curva característica, representamos um TEC-MOS com VT = 2V. Representamos no gráfico curvas para VGS = 2V, 3V, 4V, 6V, 8V ( )ID K VGS VT= − 2 ( )ID mS V V= − =0 3 2 2 02, ( )ID mS V V mA= − =0 3 3 2 0 32, , ( )ID mS V V mA= − =0 3 4 2 122, , ( )ID mS V V mA= − =0 3 6 2 4 82, , ( )ID mS V V mA= − =0 3 8 2 10 82, , O TEC-MOS canal P, oferece as mesmas características do TEC-MOS canal-N, porém, com polaridade inversa. 14.3.4 - Transcondutância de Transferência em Fonte-Comum (gfs ou gm) É um parâmetro de indicação de amplificação “AC” de um TEC-MOS, sua unidade é o SIEMENS (S) e varia tipicamente de 1mS a 10mS. A transcondutância de TEC-MOS , pode ser calculada através da variação da corrente de dreno, dividido pela variação da tensão gate-fonte. ( ) ( ) ( ) gm ou pela derivada da equação de transferência: ID = K VGS - VT gm = d K VGS - VT K = 0,3 10 OU 0,3mSiemens 2 -3 = = − ID VGS gm K VGS VT A V 2 22 / TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 193 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Exemplo: Determinar a transcondutância de um TEC-MOS de indução canal “N” com tensão limite VT=3,0V nos pontos de operação com VGS = 3,5 e 6V. ( ) ( ) ( ) gm mS V V gm mS V V mS gm mS V V mS = − = = − = = − = 2 0 3 3 3 0 2 0 3 5 3 1 2 2 0 3 6 3 18 , , , , , 14.4 - SISTEMAS DE POLARIZAÇÃO TECJ 14.4.1 - Polarização de Porta: 14.4.1.1 - Dimensionamento dos resistores: A) Resistor de dreno: Aplicando Kirchhoff na malha dreno-fonte: -VDS - RDID + VDD = 0 RDID = VDD - VDS RD = VDD - VDS ID Onde: ID = IDSS + 30% IDSS e VDS = 0 ID = 13mA RD V mA 12 13 920 B) Resistor de porta: Aplicando Kirchhoff na malha porta-fonte: -VGS + VGG + RGIG = 0 Sendo: IG = 0 VGG = VGS Considerando que IG = 0, o resistor de porta pode assumir valor maior ou igual a 500K: RG K500 14.4.1.1 - Reta de Carga: Esta configuração de polarização de porta, também conhecida como polarização fixa, tem como inconveniente o uso de duas fontes de tensão e um ponto “Q” altamente sensível às variações da tensão de porta. TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 194 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO A) Cálculo do ponto superior da reta - VDS = 0 B) Cálculo do ponto inferior da reta ID = 0 C) Cálculo do ponto quiescente – IDQ Conhecendo os valores de IDSS e VGSOFF, podemos calcular a tensão de porta para uma dada corrente de dreno. Exemplo: Calcular o valor da tensão de porta para que a corrente de dreno seja de 6mA ( ) ( ) ( ) ( ) 6 10 1 3 5 6 10 1 3 5 0 6 1 3 5 2 71 3 5 2 71 3 5 0 79 2 2 mA mA VGS V mA mA VGS V mA VGS VGS VGS V = − − = − − − = = − − − − = − − − − = − + = − ( ) , , , ( ) , , , ( ) , , , VGS 14.4.1.3 - Aplicações de Polarização de Porta Reta de carga Em corte o TECJ opera na extremidade inferior da linha de carga e com um VGS de “zero” volt, opera na extremidade superior da linha de carga. Nesta configuração, sua operação é feita através de chaveamento; o TECJ opera em corte ou em estado de saturação. Para que possamos obter esta operação em dois estados, retiramos a fonte –VGG e levamos a tesão VGS a zero, ou a uma tensão negativa superior à tensão negativa de corte do transistor. A] Chave Analógica TECJ ID VDD VDS RD V mA= − = = 12 920 13 ID para ID = 0 VDS= − = = VDD VDS RD VDD V12 IDQ IDSS VGSQ VGSOFF = − 1 2 ( ) IDQ mA V V mA= − − − =10 1 1 3 5 51 2 ( ) , , TRANSISTOR TECJ E TEC-MOS 195 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Resistência CC do estado ligado “RDSON” A ação de chaveamento de um transistor TECJ não é perfeita, porque aparece sobre os terminais dreno-fonte em estado de saturação, uma resistência “dc” estática, que é definida como a razãoisolantes, portanto, são classificados como semicondutor. 1.5.1 Estrutura Atômica De Um Semicondutor: 1.5.2 Níveis De Energia Os elétrons podem se encontrar na 1a, 2a ou 3a órbitas, mas não podem ser encontrados em órbitas intermediárias. Os raios entre r1 e r2, r2 e r3 são proibidos (VER MECÂNICA QUÂNTICA). Quanto maior a órbita de um elétron, mais alto é o seu nível de energia ou sua energia potencial com relação ao núcleo. Podemos observar nos gráficos de “ENERGIA” dos materiais condutores, isolantes e semicondutores, mostrados a uma temperatura ambiente (300oK), que há níveis de fronteira e estado de energia máximo nos quais qualquer elétron da estrutura atômica pode-se situar, continuando proibido a região entre a banda de valência e o nível de ionização. Devemos nos lembrar que a ionização é o mecanismo pelo qual um elétron pode absorver energia suficiente para quebrar ligação com a estrutura atômica e se juntar aos portadores “livres” na banda de condução. Note que a unidade de medida apropriada para energia é o “ELÉTRON-VOLT’ (eV), pois: W (energia) = P (potência) x t(tempo) P = VI W =VIt I = Q/t ou Q = It Logo : W joules = QV Como a energia também é medida em joules e a carga de um elétron é 1,6 x 10 -19 coulomb: 1 eV = 1,6 x 10-19 Joules __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 13 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1.5.3 Estrutura Cristalina Ou Rede Cristalina: Os átomos de substância semicondutora possuem uma particularidade, que é a de se combinarem entre si, para formar uma estrutura crista- lina. Esta estrutura cristalina é uma união de vários átomos semicondutores, cuja forma no espaço é de um cubo com um átomo em cada vértice. Cada átomo da estrutura está unido por uma ligação covalente aos quatro átomos vizinhos, tomados à mesma distância. Banda De Energia : Ocorre na estrutura cristalina, porque a órbita de um elétron sofre influência das cargas de vários átomos adjacentes. Todos os elétrons que se encontram nas 1as órbitas têm níveis de energia ligeiramente diferentes, porque nenhum vê exatamente a mesma carga nas proximidades. Como há bilhões de elétrons nas camadas de energia, os níveis de energia ligeiramente diferentes formam uma nuvem ou uma banda (1a banda). O mesmo ocorre na 2a e 3a órbitas, dando origem a 2a e 3a banda. As bandas de energia saturadas ou preenchidas, são representadas escuras; isto porque as órbitas disponíveis já estão ocupadas por elétrons. A banda de valência na estrutura cristalina, está preenchida porque a órbita de valência de cada átomo possui 8 elétrons. 1.5.4 Condução Nos Cristais Zero Absoluto Em um cristal puro, em temperatura de zero absoluto “ Zero Kelvin ( 0 K ) ou -273,15 graus Celsius ( -273,15 0C) ”, os elétrons não podem mover dentro do cristal. Podemos observar no gráfico banda de energia que as três primeiras faixas estão preenchidas, os elétrons dessas bandas não podem deslocar-se com facilidade porque não há órbitas vazias. Nesta temperatura não há quebra de ligações covalentes, mantendo a banda de condução vazia; isto quer dizer que não pode haver nenhuma corrente no cristal de silício. __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 14 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Os materiais semicondutores de aplicação prática na eletrônica, possuem características de nomenclatura e, além disso, a periodicidade da estrutura não muda significativamente com adição de impurezas no processo de dopagem. Os dois elementos químicos de maior aplicação na eletrônica são o germânio (Ge) e o silício (Si), devido às suas características atômicas. Nos últimos anos, as pesquisas tem- se intensificado cada vez mais em relação ao silício diminuindo em relação ao germânio, embora, haja uma pequena produção de componentes de germânio. Acima Do Zero Absoluto Com o aumento de temperatura, a energia térmica quebra algumas ligações covalentes; alguns elétrons de valência são deslocados para a banda de condução. Sob a ação de um campo elétrico, estes elétrons livres movem-se para a esquerda, em direção ao terminal positivo da fonte (diferença de elétrons). Cada vez que um elétron é bombeado para a banda de condução, cria-se uma lacuna na banda de valência. Portanto, a banda de valência já não está mais saturada ou preenchida e a banda de condução dispõe de alguns elétrons livres, capaz de estabelecer uma corrente elétrica. À temperatura ambiente (aproximadamente 25oC), um pedaço de silício puro, não é nem bom isolante, nem bom condutor; a esta temperatura é chamado de semicondutor. Para uma temperatura ambiente 300oK (TK=TC + 273) um grande número de elétrons adquire energia suficiente para entrar na banda de condução, isto é, para pular o intervalo de 1,1 eV do silício ou 0,67 eV do germânio. O nível de energia, mais baixo no germânio é devido ao número maior de portadores em relação ao silício, à temperatura ambiente. O rompimento de uma ligação covalente por efeito térmico, cria um par elétron-lacuna, que fica no interior do cristal. Este fenômeno é chamado “geração térmica”. A presença destas partículas faz com que o cristal passe a conduzir eletricidade, chamado de condutividade intrínseca. 1.5.5 Fluxo De Corrente Em um semicondutor as lacunas também produzem uma corrente (banda de valência); isto é o que faz os semicondutores serem sensivelmente diferentes de um material condutor. O semicondutor oferece dois trajetos para a corrente elétrica, um através da banda de condução (elétrons) e outro através da banda de valência (lacunas); enquanto os materiais condutores (Cu) oferecem apenas um trajeto para a corrente elétrica, que é através dos elétrons da camada de valência, que resulta na banda de valência ou banda de condução. __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 15 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1.5.6 Recombinação É quando um elétron livre encontra e ocupa uma lacuna, restabelecendo uma ligação covalente. A recombinação acontece constantemente num semicondutor, devido ao desprendimento de energia térmica. Ocasionalmente, a órbita da banda de condução (elétron) de um átomo pode interceptar a órbita de lacunas da banda de Valência de outro átomo. Ocorrendo a recombinação, a lacuna não se desloca mais para lugar algum, ela desaparece, mas o desprendimento de energia térmica do semicondutor evita o preenchimento de todas as lacunas. 1.5.7 Dopagem Para se dopar um semicondutor “INTRÍNSECO” (cristal puro), é necessário injetarmos uma certa quantidade de impureza ou de contaminação, feito a dopagem o semicondutor passa a ser “EXTRÍNSECO”.O semicondutor extrínseco pode ser classificado como sendo do tipo P ou N. 1.5.7.1 Tipos De Impureza a) DOADORA : Os seus átomos são pentavalentes ( 5 elétrons na camada de valência). ELEMENTO SÍMBOLO NO ATÔMICO K L M N O FÓSFORO P 15 2 8 5 - - ARSÊNIO As 33 2 8 18 5 - ANTIMÔNIO Sb 51 2 8 18 18 5 b) ACEITADORA: Os seus átomos são trivalentes ( 3 elétrons na camada de valência). ELEMENTO SÍMBOLO NO ATÔMICO K L M N O BORO B 5 2 3 - - - GÁLIO Ga 31 2 8 18 3 - ÍNDIO In 49 2 8 18 18 3 1.5.7.2 Semicondutor Tipo N É um semicondutor puro (Si), dopado com um material pentavalente (Fósforo » impureza doadora). Ao aplicarmos uma tensão a um semicondutor tipo N, os elétrons livres (portadores majoritários) fornecidos pelos átomos doadores, vão fluir em direção ao terminal positivo da fonte. Entretanto, além desses, mais alguns elétrons vão se dirigir também ao terminal positivo; esses elétrons adicionais são produzidos pela quebra de ligações covalentes; dando origem a pares de elétrons- lacuna. As lacunas dirigem-se para o terminal negativo. __________________________________________________________________________ TEORIA ATÔMICA DA MATÉRIA 16 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1.5.7.3 Semicondutor Tipo P É um semicondutor puro (Si), dopado com um material trivalente ( Boro » impureza receptora). Ao aplicarmos uma tensão em um semicondutor tipo P, as lacunas (portadores majoritários), fornecidas pelos átomos receptores se movem em direção ao terminal negativo da fonte. Além das lacunas fornecidas pelos átomos receptores, muitas outras podem ser encontradas no semicondutor tipo P. Essas lacunas são produzidas pela quebra das ligações covalentes, dando origem a pares de elétron-lacuna; onde as lacunas são atraídas pelo terminal negativo e os elétrons pelo terminal positivo da fonte. 1.5.7.4 Junção PN É um cristal , ao qual, por meio de um processo tecnológico, são adicionados, de um lado impurezas do tipo P, e de outro lado, impurezas tipo N; a este processo denomina-se junção (união de duas regiões). Um cristal “PN” ‘ é comumente conhecido como DIODO. 1.5.7.5 Junção PNP É um cristal puro, ao qual, por meio de um processo tecnológico, são adicionadas impurezas doadoras e receptoras, ficando o cristal dividido em três partes ou regiões, cada uma devidamente dopada, sendo que, a junção “PNP” é formada por duas regiões P separadas por uma região N e a junção “NPN” formada por duas regiões N separadas por uma região P. Um cristal com duas junções, é comumente conhecido como “TRANSISTOR”. P N P N P N + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + - - - - - - + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - + + + + + + - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - junção PNP junção NPN __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 17 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO II - DIODO DE JUNÇÃO PN É um dispositivo semicondutor unidirecional. Os diodos de junção são aplicados em conversores, reguladores, controle automático de freqüência, controle de temperatura, acoplamento de sinais, emissores de luz, fotossensores, chave de comutação e oscilador em alta freqüência(micro-ondas),supressor de transientes, etc. 2.1 CURVA DE UM DIODO DE JUNÇÃO A) Tensão de joelho É a tensão para a qual a corrente começa a aumentar rapidamente; esta tensão eqüivale ao potencial da barreira. Tem como característica: Região não-linear Corrente de Fuga Em Estado de Saturação (IoS1): É uma parcela da corrente de fuga reversa, que circula pelo interior do semicondutor, produzida pelos portadores minoritários que são criados pela energia térmica. Esta corrente de fuga saturada só pode ser aumentada com o aumento de temperatura. A corrente IoS1, tem o seu valor aproximadamente dobrado para cada aumento de 10oC na temperatura ambiente. Exemplo: Um diodo de silício tem uma IoS1 de 10 nA a 25oC, caso sua temperatura de trabalho atinja 45o, a sua corrente IoS1 atinge 40 nA. Corrente De Fuga Superficial (IoS2): É uma parcela da corrente de fuga reversa, que circula pela superfície do semicondutor, produzida pelos portadores de corrente criados por impureza da superfície, que criam trajetos ôhmicos para circulação desta corrente. A IoS2, tem o seu valor extremamente pequeno. Corrente De Fuga Reversa (IoR): É a corrente que circula pelo semicondutor, quando polarizado reversamente, é a soma das correntes IoS1 e IoS2. Esta intensidade de corrente pode ser alterada, variando a temperatura do corpo do diodo ou da tensão reversa aplicada sobre seus terminais. Exemplo: O diodo trivial 1N914, tem uma corrente reversa de 25nA para uma tensão reversa de 20V e uma temperatura ambiente de 25oC. IoR = IoS1 + IoS2 C) Junção PN Com Polarização Direta: __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 20 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Os elétrons livres na região “N”, são repelidos pelo terminal negativo (-) e são forçados para a junção, onde eles irão neutralizar os átomos doadores (íons positivos) na camada de depleção. À medida que os elétrons encontram as lacunas, eles se tornam elétrons de valência e através das lacunas caminham para a extremidade da região “P”. Atingindo a extremidade, os elétrons de valência abandonam o cristal e escoam para o terminal positivo. No gráfico das bandas de energia, podemos observar que os elétrons livres ao atravessar a junção e entrar na região “P” da banda de valência, descem de um nível mais alto de energia para um outro mais baixo. À medida que descem irradiam energia na forma de calor e luz. Os diodos comuns são feitos de silício ou germânio e revestidos de um material opaco que bloqueia a passagem da luz; toda energia irradiada é dissipada em forma de calor. Para que um diodo conduza a corrente elétrica, é necessário que haja uma “QUEBRA NA BARREIRA DE POTENCIAL”. (Elétrons da banda de condução da região N, atingem as lacunas da banda de valência da região P). Si 0,6V a 0,7V Ge 0,3V a 0,4V 2.3 ANÁLISE DO DIODO DE JUNÇÃO EM CIRCUITOS ELÉTRICOS A) ANÁLISE EM CIRCUITO DE C.C. Aplicando KIRCHHOFF na malha dada: V= VD+VRL Substituição VRL = IDRL, temos: V = VD + IDRL e VD = V - IDRL A equação apresenta duas variáveis dependentes (VD e ID) e dois valores constantes (V e RL). Como são necessárias, no mínimo, duas equações para determinar duas variáveis dependentes desconhecidas; a segunda equação é fornecida pela característica do elemento diodo, isto é: ID = f(VD) Rescrevendo a equação: VD = V - IDRL ID = _ 1 VD + V . RL RL equação de uma reta Podemos observar na equação e no gráfico da linha de carga, que a inclinação da reta de carga é negativa, (o valor de ID diminui com o aumento de VD). y = m x + b __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 21 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO 1) Cálculo do ponto superior da reta de carga, adota-se VD = 0, logo: 2) Cálculo do ponto inferior da reta de carga, adota-se ID = 0, logo: 3) Cálculo do ponto quiescente de trabalho (Q): Quando não se dispõe da curva do diodo, adota-se para cálculo aproximado da corrente direta de trabalho: IDQ = V - 0,7 0,7 V para diodos de silício RL 0,3 V para diodos de germânio RESISTÊNCIA ESTÁTICA É a resistência ôhmica apresentada pelo corpo do diodo no ponto quiescente quando o mesmo opera em C.C.; também conhecido como resistência DC. RDC = VD RDC = 1V = 105,3 ID 9,5 X 10-3A Para a região de polarização inversa de um diodo semicondutor com VD = -20V, apresenta uma corrente inversa (IOR) de 1A, logo: RDC = 20 = 20 M >> 105,3 1A Uma vez determinada a resistência estática, o diodo pode ser substituído por um resistor com este valor. Qualquer mudança na tensão aplicada ou na resistência de carga, entretanto, resultará em um ponto quiescente diferente e, portanto, uma resistência DC diferente. B) ANÁLISE EM CIRCUITO DE CA ID RL VD V RL V K mA= − + = + = 1 0 20 2 10 0 1 1 = − + = = RL VD V RL V RL RL VD VD V RL RL VD = V = 20V IQ RL VD V RL K V mA mA= − + − + = 1 1 2 1 10 9 5 IQ = , __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 22 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Considerando que o circuito, tem como fonte de entrada, um sinal senoidal com um nível CC. Como o nível C.C. é muito maior do que o sinal senoidal em qualquer instante, o diodo estará sempre diretamente polarizado e existirá continuamente uma corrente no circuito. Conforme gráfico da reta de carga, é mostrado a resultante da entrada C.C. de 20V e também o efeito do sinal C.A.. Note que foram traçadas duas linhas de cargas adicionais nos picos positivo e negativo do sinal de entrada. No instante em que o sinal senoidal está no valor de pico positivo a entrada poderia ser substituída por uma bateria C.C. de 22V e a linha de carga resultante traçada conforme mostrado no gráfico. Para o pico negativo, VCC = 18V. RESISTÊNCIA DINÂMICA: É a resistência ôhmica resultante, apresentada pelo corpo do diodo quando circula por ele uma componente alternada. Para cálculo da resistência dinâmica ou resistência CA de um diodo, é necessário conhecer a variação de tensão e corrente no diodo. Usando o gráfico de linha de carga, determinamos ID e VD, traçando uma linha reta tangente à curva no ponto quiescente. A linha tangente deve ”aproximar o mais possível” as características na região de interesse, conforme mostrado. rd Vd rd 0,01V = 5 Id linha tangente 2 x 10-3A Nem sempre nos dispomos da curva do diodo, para que possamos determinar sua resistência dinâmica. Um outro processo é utilizando o Cálculo Diferencial que estabelece que “a derivada de uma função é igual à inclinação da linha tangente traçada naquele ponto”. __________________________________________________________________________DIODO DE JUNÇÃO 23 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Através da física do estado sólido pode-se demonstrar que a corrente do diodo está matematicamente relacionada à temperatura absoluta (T) e à polarização aplicada (V) da seguinte maneira: Is = corrente de saturação inversa T TC + 273 T temperatura absoluta da junção( Kelvin) e TC graus celsius q = 11.600 q carga do elétron (1,6 x 10-19C) k constante de Boltzmann (1,38 x 10-23) k constante empírica, 1 para Ge e 2 para Si Note que ID depende exponencialmente de V, o que resulta em um aumento bastante rápido quando “V” cresce. As características de um diodo de silício (Si) de uso comercial são levemente diferentes das características mostrada no gráfico abaixo. Isto se deve à resistência da massa, ou volume, do material semicondutor e à resistência de contato entre o material semicondutor e o condutor metálico externo. Elas provocarão um pequeno desvio da curva na região de polarização direta, conforme indica a linha tracejada do gráfico. q (Si) = 11.600 = 5.800 T = TC + 273 = 25 + 273 = 298º K k 2 I = Is (e 9,732 - 1) = ( 1 x 10-6) (16848 - 1 ) = (16,85 x 10-3A) Is = 1,0A (corrente inversa no diodo de silício à 100C) Is = 0,1mA (corrente inversa no diodo de germânio à 100C) tomando a derivada da equação de Shockley: Sendo I 16,85mA >> que Is = 1,0 A, adota-se n = 1 para Ge e Si, na região mais vertical da curva característica . Portanto, com a temperatura ambiente: T = 298º Kelvin q = 11.600 = 11.600 = 11.600 dI = 11.600 x I 38,93 x I k 1 dV 298 q k V T C V K C = = =5800 0 5 298 9 732 250 0 , , Para V = VD = 0,5V e TC ( ) I Is e q k I Is T qV kT= − = + 1 dI dV __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 24 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO Efetuando o arredondamento e fazendo I = ID, temos: dV = 1 0,0257 r'd = 0,0257 dI 38,93 x I I ID A equação acima implica que a resistência dinâmica pode ser determinada simplesmente substituindo o valor quiescente da corrente do diodo na equação. Não há necessidade de se ter as características ou se preocupar em traçar linhas tangentes, conforme foi definido. Já foi observado no gráfico de características do diodo semicondutor, que as características de uma unidade comercial são levemente diferentes daquelas determinadas pelas equações, por causa da massa e da resistência de contato do dispositivo semicondutor. Este nível de resistência adicional deve ser incluído na equação, acrescentando-se um fator denominado “rB”. O fator rB (medido em ohms) para diodos de uso geral pode variar tipicamente de 0,1 para dispositivos de alta potência até 2 para alguns dispositivos de baixa potência. Adota-se para cálculos: ID 1000mA rB = 2 ID > 1000mA rB = 0,1 r'd = 26mV + rB ID(mA) Para o exemplo dado anteriormente, onde o valor determinado graficamente é rd = 5, se escolhermos rB = 2, então: r'd = 26mV + 2 = 4,65 9,8mA Com a evolução das técnicas de construção, este fator adicional tem assumido importância cada vez menor, podendo ser eliminado. A equação padronizada pela maioria dos livros técnicos, para cálculo da resistência dinâmica, e que será utilizado em nossos estudos é: 2.4 CIRCUITOS COM DIODOS DE JUNÇÃO 2.4.1 Multiplicadores De Tensão Diodos e capacitores podem ser associados às linhas de alimentação de modo a aumentar a tensão de saída C.C. para um valor maior que aquele obtido por retificação. A montagem dos multiplicadores é feita por dois ou mais retificadores de pico que produzem uma tensão contínua igual a um múltiplo de tensão de pico de entrada (2VP, 3VP, 4VP, etc...) Os multiplicadores de tensão são aplicados nos dispositivos de ALTA TENSÃO e BAIXA CORRENTE, como exemplo citamos os tubos de raios catódicos (TV, Osciloscópios e telas de computadores. A) Dobrador de tensão em Meia-Onda r'd = 26mV IDmA rd → resistência dinâmica calculada pela tangente à curva do diodo. r'd → resistência dinâmica calculada pela fórmula da derivada da equação de SHOCLEY. r'd = 25mV ID __________________________________________________________________________ DIODO DE JUNÇÃO 25 SOCIEDADE EDUCACIONAL TALES DE MILETO No semiciclo negativo (-), o diodo D1 está polarizado diretamente e D2 reversamente, esta condição carrega C1 até a tensão pico (VP). No semiciclo positivo (+), diodo D1 fica polarizado reversamente e D2 diretamente, nesta condição, o diodo D2 transfere a carga C1 (VP) acrescido de VP da fonte, para os terminais do capacitor C2. A freqüência de oscilação do sinal armazenados no capacitor C2 tem o mesmo valor da freqüência do sinal de entrada (Fo = Fent). Cada diodo ficará submetido a uma tensão inversa de pico (PIV) de 2VP. B) Dobrador de tensão em Onda Completa No semiciclo positivo D1 conduz carregando o capacitor C1 com VP e D2 permanece em corte. No semiciclo negativo D2 conduz carregando o capacitor C2 com VP e D1 permanece em corte. Nesta condição tem-se, nas extremidades dos capacitores seriais, o potencial de 2VP, com uma freqüência de oscilação (Fo) de 2Fent. Cada diodo ficará submetido a uma tensão inversa de pico (PIV) de 2VP. C) Triplicador de tensão É um dobrador de tensão acrescido de mais um retificador de pico. No primeiro semiciclo negativo, D1 entra em estado de condução carregando C1 com VP. No segundo semiciclo, positivo, o diodo D1 entra em estado de corte e D2 em estado de condução, transferindo a carga de C1(VP) acrescido de VP da fonte, para os terminais do capacitor C2. Estando C2 carregado com 2VP, no segundo semiciclo negativo os diodos D1 e D3 entra em estado de condução transferindo a carga C2 para o capacitor C3. Nesta condição temos nas extremidades dos capacitores seriais (C1 em série com C3) um potencial de 3VP com uma freqüência de oscilação (Fo) de Fent. Cada diodo ficará submetido a uma tensão inversa de pico (PIV) de 2VP. Podemos observar na configuração do triplicador de tensão que para cada acréscimo de um retificador de pico, aumentamos um VP na tensão de saída. 2.4.2 Limitadores (CLIPPERS) Ou Ceifadores Os circuitos limitadores, tem como função retirar parte do sinal aplicado à entrada, acima ou abaixo de um dado nível, como exemplo podemos citar o “Amplificador Limitador”, que tem como característica limitar o valor instantâneo de sua saída dentro de um máximo pré-determinado. Podem, também, serem utilizados para alterar a forma do sinal de entrada