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Fotojornalismo Aspectos legais no ambiente do Fotojornalismo: Direitos autorais e direitos de imagem Apresentação Nesta aula, estudaremos o Fotojornalismo e sua relação com a legislação. O aluno conhecerá os aspectos legais da atividade, através do confronto entre o direito de informar, garantido ao jornalismo constitucionalmente, e o direito à privacidade e à proteção da imagem, também garantido por lei ao cidadão comum. Abordaremos a fotogra�a como manifestação criativa protegida pela Lei dos Direitos Autorais. A re�exão em torno da liberdade fotojornalística será desenvolvida adotando-se como parâmetros dispositivos legais e o Código de Ética da pro�ssão de jornalista. Objetivos Discutir a atividade fotojornalística à luz da legislação e do Código de Ética; Explicar o conceito de direito autoral e sua abrangência na fotogra�a; Situar o direito da imprensa em informar e o direito à privacidade e à preservação da imagem. Fotojornalismo, legislação e Código de Ética No Brasil, não existe uma legislação especí�ca que regulamente a atividade fotojornalística. No entanto, alguns aspectos relacionados a essa atividade, especialmente no que dizem respeito à liberdade e/ou limites do ato fotográ�co, dentro ou fora do jornalismo, são submetidos diretamente à Constituição Federal, à Lei dos Direitos Autorais e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Saiba mais A pro�ssão de fotógrafo consta no Código Brasileiro de Ocupações, sob o código 2618-05, e é rami�cada em três tipos: Fotógrafo social, fotógrafo publicitário e fotojornalista. Desde 2014, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei da Câmara 64/2014, que tem como objetivo regulamentar essa pro�ssão, estabelecendo os requisitos necessários para que uma pessoa possa ser reconhecida legalmente como fotógrafa. O projeto é alvo de críticas de muitos fotógrafos que consideram desnecessária a regulamentação. A legislação pro�ssional do jornalista (Decreto 83.284/79) prevê entre as funções do jornalista a de repórter fotográ�co. Para que um fotógrafo obtenha carteira de habilitação de repórter fotográ�co, ele deve requerer junto ao sindicato da categoria, apresentando portfólio de seu trabalho na área. O registro é concedido pelo Ministério do Trabalho, através da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas). Foto de Pedro França/Agência Senado. (Fonte: Senado) A Constituição Federal assegura a liberdade de expressão aos pro�ssionais do jornalismo. Diversos artigos da Carta Magna corroboram com este princípio: "Art. 5º: (...) IV – É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; (...) IX – É livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí�ca e de comunicação, independentemente de censura ou licença. (...) Art 220: A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. (...) Parágrafo 1º: Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social; Parágrafo 2º: É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística." Dessa forma, a atividade fotojornalística, como expressão informativa e criativa manifestada em veículos de comunicação, é garantida pela Lei Maior do país. No entanto, a Constituição Federal também assegura proteção à imagem do cidadão, o que pode ocasionar limites à liberdade de expressão, como veremos mais adiante. "Art. 7º: São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou �xadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: (...) VII – as obras fotográ�cas e as produzidas por processo análogo ao da fotogra�a." No Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, alguns artigos fazem menção direta ou indireta à atividade fotográ�ca. Vale ressaltar que este dispositivo não possui força de lei, mas consiste em uma série de recomendações fundamentais para a adoção de um jornalismo mais justo, coerente com seus princípios e respeitoso com a sociedade. Entre os artigos do Código que guardam relação com a imagem no Jornalismo estão: "Art. 6º É dever do jornalista: (...) VIII – respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão; IX – respeitar o direito autoral e intelectual do jornalista, em todas as suas formas." Dessa forma, o repórter fotógrafo deve saber quais são os limites entre produzir informação visual publicamente relevante e invadir o espaço privado, bem como considerar se a fotogra�a não atinge o fotografado em sua honra, expondo-o à injúria, calúnia ou difamação. O direito autoral do fotógrafo também deve ser respeitado, ou seja, os créditos da imagem devem ser tornados públicos e deve ser vedado o uso não autorizado de suas fotogra�as. "Art 7º O jornalista não pode: (...) IV – expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identi�cação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais; (...) VIII – assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não tenha participado." O Artigo 7º determina que o veículo de comunicação não publique ou poste imagens de pessoas em situação de risco de vida ou ameaçadas, visando a manutenção de sua segurança. Mais uma vez, o respeito aos direitos autorais é enfatizado, à medida que um jornalista ou fotojornalista não pode assumir como suas produções de terceiros. "Art 11. O jornalista não pode divulgar informações: (...) II – de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes; III – obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração." No Artigo 11, observa-se a preocupação em não se incentivar a prática do Jornalismo sensacionalista, frequentemente reforçado por imagens fortes ou apelativas. Há especial atenção à prática da captação de informação sem a identi�cação do pro�ssional que, no caso da fotogra�a, relaciona-se ao uso de câmeras escondidas ou secretas e à atividade dos paparazzi. "(...) Art 12. O jornalista deve: (...) V – rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações." Por �m, o Código de Ética dos jornalistas brasileiros enfatiza a necessidade de as imagens não sofrerem manipulações que alterem o sentido da realidade. Caso isso ocorra, o público deve ser informado pelo veículo que houve a adoção de recursos de montagem e demais efeitos. O conceito de direito autoral e sua abrangência na fotogra�a Direito autoral é a área do Direito relacionada à proteção das obras artísticas, literárias e cientí�cas. Através dele, os autores nas áreas da música, literatura, teatro, dança, artes plásticas, softwares, produção cientí�ca, audiovisual, arquitetura e fotogra�a têm resguardados certos direitos, principalmente ligados à autorização para uso de terceiros. O uso não autorizado, o plágio e a cópia sem permissão de uma obra protegida pelos direitos autorais consistem em uso indevido, punível por lei. No Brasil, a legislação que regula os direitos autorais é a Lei 9.610/98. Ela substituiu a Lei 5.988/73, que foi a primeira a tratar especi�camente do tema em nosso país. A proteção aos direitos autorais abarca uma série de possibilidades, que vão desde a apropriação da ideia até as condições de circulação, divulgação e exibição do produto. Surgimento Clique no botão acima. Surgimento A proteção aos direitos de autor surgiu com o Estatuto de Anne, na Inglaterra, em 1710, que determinava que as obraspublicadas a partir de então possuiriam proteção legal por 14 anos. Segundo Lawrence Lessig (2005), a princípio a lei limitava ao autor apenas o direito de publicar a obra. A lei não controlava adaptações da obra para outros formatos nem a tradução para outros idiomas. Nas décadas seguintes, estabeleceu-se um embate entre o Estatuto de Anne e a common law (lei maior que de�nia o campo de atuação das demais leis), que não considerava justo a “propriedade criativa” de uma pessoa ser usada por outra sem autorização. Dessa forma, a partir de 1774 as diferentes legislações sobre o tema, em vários países, passaram a estabelecer limites de tempo maiores para a proteção do direito autoral. Além disso, passou a ser considerado ilegal, se não houver autorização, não somente publicar novas cópias, mas utilizar trechos de obras existentes, realizar execuções públicas, regravar, converter para a linguagem digital e fazer circular nos diferentes meios toda e qualquer obra protegida. Nos dizeres de Erivam Morais de Oliveira e Ari Vicentini (2010): Tendo as obras de arte inegável contribuição na difusão da cultura e do conhecimento humano, impôs-se a necessidade de protegê-las, concedendo certos poderes ao autor, para que pudesse sentir-se seguro em sua proteção e utilização. Interpretações da lei A fotogra�a é uma das obras protegidas pela Lei dos Direitos Autorais (9.610/98). Oliveira e Vicentini (2010) lembram que, durante as discussões para elaboração da lei, questionou-se o caráter artístico da fotogra�a, por se tratar de um sistema mecânico de reprodução. Prevaleceu, porém, a interpretação de que o produto fotográ�co é, resultado de escolhas do fotógrafo, que de�ne enquadramento, ângulos, objetos a serem fotografados e equipamentos. Dessa forma, o texto da Lei 9.610/98 modi�cou a interpretação da lei anterior (5.988/73), que concedia o direito à proteção apenas às fotogra�as consideradas artísticas. Atenção A atual legislação protege toda e qualquer fotogra�a, seja ela jornalística, publicitária, de eventos sociais e até de documentos. Para que a fotogra�a ganhe direito à proteção, basta que o fotógrafo comprove a autoria por qualquer meio admitido no Direito, como, por exemplo, testemunhas. Não é necessário que a obra seja registrada, como prevê o artigo 18 (“A proteção dos direitos de que trata esta lei independe de registro.”) É importante ressaltar que a autoria de uma obra de arte é sempre de pessoa física, conforme o artigo 11 (“autor é pessoa física criadora de obra literária, artística ou cientí�ca”). Em relação à imagem fotográ�ca, Oliveira e Vicentini (2010) de�nem o autor de uma fotogra�a como aquele que determina todas as fases da criação, como o assunto, a escolha do ângulo, o equipamento e o instante de captura da imagem. A obrigação da identi�cação da autoria torna irregular um hábito comum na prática das redações: O de utilizar os termos “divulgação” ou “arquivo” nos créditos de uma fotogra�a, quando o previsto em lei (Art. 24) é creditar a foto a seu autor. É preciso fazer conexão entre foto e autor, colocando o nome do fotógrafo sempre ao lado da fotogra�a. Print de notícia no site da EBC, com o crédito do fotógrafo Alan Santos inserido no canto inferior direito da imagem. (Fonte: Agência Brasil) Direitos morais "Art. 24 da Lei 9.610/98: São direitos morais do autor: I – O de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; II – O de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra; (...)." Os direitos morais referem-se à autoria da obra, que não prescreve nem pode ser transferida. O autor de uma fotogra�a será reconhecido assim eternamente, mesmo após sua morte, independentemente do uso que se dê a ela. Já os direitos patrimoniais referem-se à exploração econômica, possuem tempo de vigência e podem ser negociados ou cedidos a terceiros. Na fotogra�a, os casos mais comuns sobre direitos patrimoniais relacionam-se à comercialização de fotos e permissão para publicação mediante pagamento. Oliveira e Vicentini (2010) chamam atenção para o fato de que aquele que adquire os direitos patrimoniais de uma fotogra�a não está autorizado a fazer qualquer tipo de utilização da imagem, mesmo a tendo comprado. Dica Se o fotógrafo faz um “frila” para um jornal ou revista, a autorização para publicação �ca restrita a uma publicação desse jornal ou revista; o objetivo da permissão que o fotógrafo concedeu é esse, não podendo aquele que contrata reutilizar a foto, argumentando que “pagou por ela”. Os fotógrafos têm direito de impedir que suas fotos sejam publicadas, por força do inciso III do artigo 24 (“São direitos morais do autor: (...) III – O de conservar a obra inédita”). Geralmente, isso pode ocorrer quando o fotógrafo considera que a publicação pode trazer danos à sua honra ou reputação como autores. A Lei de Direitos Autorais prevê que somente o autor pode modi�car sua obra, antes ou depois de utilizá-la. Dessa maneira, se existirem cortes na imagem, sem o consentimento do autor, �cará caracterizada violação de direito autoral: "Art. 79 (...) Parágrafo 2 – É vedada a reprodução de obra fotográ�ca que não esteja em absoluta consonância com o original, salvo prévia autorização do autor." Saiba mais Em relação ao tempo de proteção, o artigo 41 da Lei 9.610/98 determina que os direitos patrimoniais do autor perduram por 70 anos após seu falecimento. No caso de obras audiovisuais e fotográ�cas, o prazo é menor: Setenta anos contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da divulgação. Após esses prazos, as obras caem em domínio público. Direitos das fotos produzidas nas atividades diárias Uma dúvida comum entre os fotógrafos vinculados a empresas de comunicação é saber a quem pertencem os direitos patrimoniais das fotos que produzem dentro da rotina de atividades diárias. A Lei 9.610/98 não aborda esse aspecto. Caberá ao contrato de trabalho �rmado entre o pro�ssional e a empresa a resolução desta questão. Via de regra, os contratos preveem que os direitos patrimoniais das obras fotográ�cas (bem como dos textos noticiosos, reportagens e os demais formatos jornalísticos) sejam de propriedade da empresa. Firmado o contrato nesses termos, con�gura-se que o pro�ssional cedeu os direitos de exploração econômica para o veículo no qual trabalha. No entanto, na ausência dessa especi�cação, aplica-se a Lei 9.610/98, que garante ao autor a posse de seus direitos. Direito à informação versus direito à privacidade Clique no botão acima. Direito à informação versus direito à privacidade A Constituição Federal, em diversos incisos dos artigos 5 e 220, assegura a liberdade de expressão aos pro�ssionais do jornalismo. Em nome do direito fundamental do cidadão à informação, que abrange os direitos de informar, ser informado e ter acesso à informação, os jornalistas não podem admitir que esse direito sofra restrições. Segundo o inciso IV do artigo 1º do Código de Ética dos jornalistas brasileiros, a prestação de informações pelas organizações públicas, privadas e não governamentais é uma obrigação social. Como consequência da liberdade de expressão e de pensamento, a imprensa tem o direito de informar utilizando todos os recursos de que dispõe, entre eles o da imagem, sem que haja expressa autorização dos fotografados. Desde que a fotogra�a passou a integrar o jornalismo, o uso da imagem de pessoas tornou-se essencial como parte da informação. A partir dos princípios da liberdade de expressão e pensamento e da responsabilidade em se pautar pelo interesse público (prevista no artigo 2º, inciso II do Código de Ética), a interpretação mais corrente no campo do Direito é a de que é livre ao Jornalismo a publicação de fotogra�as de pessoas, desde que a �nalidade seja jornalística. De fato, para que houvesse uma fotogra�a jornalística como a de um jogo de futebol, em que são enquadrados na imagem, além dos jogadores, gandulas, árbitro e diversos torcedoresao fundo, seria inviável que cada pessoa fotografada tivesse que autorizar o uso de sua imagem. A divulgação da informação, que é um bem público, seria impedida por direitos individuais, ou no mínimo sofreria considerável atraso para ser efetivada, prejudicando toda uma coletividade. É o princípio da autorização tácita: Se o jornalista se apresenta para entrevistar e colher imagens de uma fonte, está implícita sua autorização para a publicação, a�nal o texto e as fotos são uma condição básica para a existência da reportagem. (Foto de Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas: Globoesporte) Direito de imagem Por outro lado, se a Constituição Federal garante o direito de informar, também prevê o direito de imagem, baseado no princípio de que, com a reprodutibilidade técnica propiciada pelo surgimento da fotogra�a no século XIX, a unicidade do ser humano poderia ser elevada a outros níveis, gerando interpretações e juízos de valor sobre a pessoa as quais ela não poderia controlar. A imagem de uma pessoa pode circular fora do seu ambiente de origem, funcionando como uma espécie de “cartão de visitas” do retratado, e o deixando vulnerável a violações em sua honra e dignidade. Por isso, a Constituição Federal estabelece: "Art. 5 (...) X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação." De certa maneira, o direito de imagem se relaciona ao direito à privacidade, ou seja, o direito do cidadão em se manter reservado em sua intimidade, que inclui não somente aspectos de sua vida individual, mas também familiar, pro�ssional e social. A fotogra�a pode ser um recurso invasor, revelador da privacidade de terceiros, e, com isso, infringir o direito da preservação da imagem destes. Se o fotografado se sentir atingido em sua honra, por exemplo, a partir da publicação de fotogra�a que induza a uma interpretação de que ele esteja cometendo ilícito ou comportando-se inadequadamente, ele pode requerer reparação, mesmo que a intenção da imagem seja a de informar, desde que de fato não esteja agindo de forma irregular. Dilema do Fotojornalismo Clique no botão acima. Dilema do Fotojornalismo Cria-se, portanto, um impasse: Até onde vai o direito de informar exercido pelo Fotojornalismo e até onde esse direito pode violar o direito de imagem do fotografado? Temos que considerar que, em tese, os direitos têm pesos iguais, especialmente se ambos são garantidos pela lei maior de um país. No entanto, como podem ser contraditórios, é inevitável que um venha a prevalecer sobre o outro, de acordo com as circunstâncias em que estão envolvidos. Nesse sentido, como vimos, o interesse público e a �nalidade jornalística conferem ao direito de informar prevalência sobre o direito de imagem. Na ausência do interesse social, o direito de imagem é preponderante. Nos casos em que os direitos de imagem e de privacidade se sobrepõem ao direito de informar, é necessário que o fotografado consinta ao fotógrafo a produção da imagem. Caso contrário, o fotojornalista não deve fotografar. Evidentemente, muitas vezes esse limite pode ser tênue. Atividades privadas de um político em mandato podem ter relevância pública, por exemplo, se ele viaja com a família faltando a uma sessão parlamentar. Mas se estiver assistindo a uma peça de teatro em um dia de recesso parlamentar, pode alegar ter sua privacidade invadida. Paparazzi e limites de privacidade A atividade dos paparazzi (fotógrafos que tiram seguem celebridades e tiram fotos às escondidas, sem autorização) é tipi�cada como infração em diversos países, como França e Estados Unidos, justamente por privilegiar a produção de imagem em contexto desconexo ao jornalismo. Mesmo em locais públicos, como ruas e praças, o direito à privacidade deve ser respeitado pela imprensa quando o fato em questão não tem interesse público ou jornalístico. A publicação de fotogra�as chocantes de corpos ensanguentados, decapitações, rostos des�gurados, crianças mortas e congêneres podem con�gurar transgressão ética e violar o direito de imagem de fotografados e familiares. Nesses casos, por mais que haja interesse jornalístico, o choque provocado no leitor, que pode se estender a um conjunto enorme de pessoas, torna a publicação questionável. Para Jorge Pedro Sousa (2002), o princípio básico nessas situações é agir conforme o que é moralmente mais defensável. Exemplo de ação de paparazzo: Imagens da atriz Scarlett Johansson caminhando por um set de filmagem, de roupas comuns e sem maquiagem, tiradas sem o consentimento da artista. (Fonte: Domínio Pop) Atividade 1. Entre as atividades vedadas ao fotojornalista está: a) Assinar suas fotos. b) Tirar sua habilitação como repórter fotográfico. c) Respeitar o direito de privacidade. d) Responsabilizar-se por publicações de terceiros. e) Rejeitar alterações em suas fotos. 2. Segundo a Lei dos Direitos Autorais, a que se referem os direitos morais? a) Ao direito de comercialização das obras. b) À autoria da obra, que não prescreve nem pode ser transferida. c) À autoria da obra, que não prescreve mas pode ser transferida. d) Ao direito de autor de obras que não transgridem a moral e os bons costumes. e) Ao direito de resposta quando há ofensa à moral de uma pessoa. 3. Das opções abaixo, qual apresenta situação em que o fotojornalista deve requerer autorização do fotografado para produzir imagem fotográ�ca? a) Na cobertura de manifestação de rua. b) Durante entrevista coletiva. c) No registro da comoção dos familiares diante do corpo do ente querido. d) Na entrada dos jogadores em campo. e) Na visita do governador à cidade do interior.. Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Referências BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Acesso em: 16 jan. 2020. BRASIL. Decreto 83.284/79.. Legislação Pro�ssional do Jornalista. Acesso em: 16 jan. 2020. BRASIL. Lei 9.610/98.. Lei dos Direitos Autorais. Acesso em: 16 jan. 2020. LESSIG, L. Cultura livre: Como a grande mídia usa a tecnologia e a lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade. São Paulo: Trama, 2005. OLIVEIRA, E. M., VICENTINI, A. Fotojornalismo: Uma viagem entre o analógico e o digital. São Paulo: Cengage Learning, 2010. SOUSA, J. P. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotogra�a na imprensa. Porto: Letras Contemporâneas, 2002. Próxima aula Manipulação e tratamento de imagem; javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Limites éticos da prática do Fotojornalismo; Casos ilustrativos envolvendo questões éticas. Explore mais Leia o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Acesso em: 16 Jan. 2020; Leia o artigo A proteção ao direito à imagem e a Constituição Federal, de Domingos Franciulli Netto. Acesso em: 16 Jan. 2020; Leia o artigo ”Paparazzi”: Considerações sobre o direito à privacidade das celebridades (“right to privacy”) nos Estados Unidos, de Bruno Fontenele Cabral. Acesso em: 16 Jan. 2020. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);