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EnfErmagEm Profª. Aline Wisnieski Lemke Profª. Danieli Holderried Grübel Profª. Miriam Quadros de Oliveira mEtodologia do Cuidado dE Indaial – 2022 1a Edição Impresso por: Elaboração: Profª. Aline Wisnieski Lemke Profª. Danieli Holderried Grübel Profª. Miriam Quadros de Oliveira Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. Núcleo de Educação a Distância. LEMKE, Aline Wisnieski. Metodologia do Cuidado de Enfermagem. Aline Wisnieski Lemke, Danieli Holderried Grübel, Miriam Quadros de Oliveira. Indaial - SC: Arqué, 2022. 193p. ISBN 978-65-5466-214-7 ISBN Digital 978-65-5466-211-6 “Graduação - EaD”. 1. Tratamento 2. Materiais 3. Saúde CDD 610 Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Metodologia do Cuidado em Enfermagem, que trata de assuntos voltados às teorias de Enfermagem, abordando pontos de destaque de atuação dos principais teoristas que norteiam a consulta de Enfermagem e embasam as visitas domiciliares. Assim, possibilita a atuação do profissional enfermeiro, não apenas dentro das suas unidades de saúde como nos domicílios quando necessário. Na Unidade 1, veremos as principais teorias da Enfermagem que dão suporte a nossa atuação profissional. A profissão dos enfermeiros tem ganhado mais visibilidade no decorrer dos anos e, com isso, novas atribuições passaram a ser garantidas por lei a esses profissionais. Na Unidade 2, estudaremos a consulta de Enfermagem. Embora muitas pessoas vejam a consulta, na área da saúde, como uma atividade somente do médico, o que muitos não sabem é que a Enfermagem também tem que a realizar consultas, prescrever condutas de cuidados, entre outras atribuições, conforme a legislação vigente. Todavia, todo esse processo deve seguir etapas para que se alcance os objetivos desejados. E, por último, porém não menos importante, na Unidade 3, estudaremos a visita domiciliar, que não é algo novo. Com certeza, já ouvimos nossos pais e avós falarem que, antigamente, os médicos e enfermeiros realizavam atendimentos em casa. Atualmente, os programas do Governo Federal também estabelecem condutas que devem ser acompanhadas pela equipe de saúde no domicílio do paciente. Bons estudos! Profª. Aline Wisnieski Lemke Profª. Danieli Holderried Grübel Profª. Miriam Quadros de Oliveira APRESENTAÇÃO GIO Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! Olá, acadêmico! 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Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! QR CODE SUMÁRIO UNIDADE 1 — INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS DO CUIDAR .............................1 TÓPICO 1 — PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM .......................................... 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 TEORIA AMBIENTALISTA ..................................................................................... 3 3 TEORIA DO AUTOCUIDADO ................................................................................. 6 4 TEORIA DA ADAPTAÇÃO ................................................................................... 10 5 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS (NHB) ..............................11 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 16 AUTOATIVIDADE ....................................................................................................17 TÓPICO 2 — CONSULTA DE ENFERMAGEM .......................................................... 19 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 2 CONSULTA DE ENFERMAGEM ........................................................................... 21 3 PROCESSO DE ENFERMAGEM .......................................................................... 27 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................36 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 37 TÓPICO 3 — VISITA DOMICILIAR ..........................................................................39 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................39 2 VISITA DOMICILIAR ...........................................................................................39 3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO – LEGISLAÇÃO .................................................... 47 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 51 RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................da vida diária ou que apresentam dificuldade de locomoção para o seu deslocamento até a unidade de saúde podem solicitar a visita domiciliar, assim como outras circunstâncias específicas, como: • adaptações iniciais no puerpério, redução de mobilidade transitória ou permanente de idosos, composição sócio-familiar-econômica frágil, que afete, indireta ou diretamente, o estado de saúde do usuário; • pacientes com afecções crônicas ou agudas, conforme o grau de comprometimento da doença e os cuidados paliativos, com o intuito de minimizar o sofrimento e para controle da dor, necessitando, assim, de cuidados semanais; • bebês prematuros com baixo peso com demanda de ganho ponderal (RIBEIRÃO PRETO, 2021). Destacamos, também, uma importante atuação para pacientes que precisam de cuidados da equipe multiprofissional com uso de equipamentos, introdução de procedimentos de maior complexidade, como nutrição parenteral ou transfusão sanguínea, necessitando de, pelo menos, uma visita domiciliar na semana (RIBEIRÃO PRETO, 2021). A Visita Domiciliar também deve ser considerada no contexto de educação em saúde por contribuir para a mudança de padrões de comportamento e, consequentemente, promovera qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da saúde. Garante atendimento holístico por parte dos profissionais, sendo, portanto, importante a compreensão dos aspectos psicoafetivo-sociais e biológicos da clientela assistida (SOUZA; LOPES; BARBOSA, 2004, p. 3). 45 Figura 26 – Atendimento durante a visita domiciliar Fonte: http://twixar.me/JcMm. Acesso em: 24 set. 2022. A visita domiciliar proporciona maior proximidade entre os profissionais e o pa- ciente e seu modo de vida, permitindo que o processo saúde e doença seja determinante para o âmbito familiar. Assim, possibilita identificar, no meio familiar, a forma de vida e a solidariedade, compreendendo, assim, as funções socioeconômicas e ideológicas, e contribuindo para o processo de cuidado, recuperação e cura do paciente (SOUZA; LO- PES; BARBOSA, 2004). Figura 27 – Acompanhando o paciente na visita domiciliar Fonte: http://twixar.me/ycMm. Acesso em: 24 set. 2022. A Figura 28 demonstra um formulário de aviso de visita domiciliar, para assegurar o acompanhamento do paciente na visita domiciliar. 46 Figura 28 – Aviso de visita domiciliar Fonte: http://twixar.me/5cMm. Acesso em: 29 set. 2022. Para que a visita domiciliar ocorra com melhor êxito, o enfermeiro deverá destinar a escolha correta de alguns materiais a serem utilizados pela equipe de Enfermagem e equipe multidisciplinar (RIBEIRÃO PRETO, 2021). Alguns materiais podem variar conforme a complexidade do paciente: • estetoscópio; • esfigmomanômetro; • termômetro; • otoscópio; • glicosímetro, fita de reagente para glicemia capilar e lanceta; • oxímetro de pulso portátil; • álcool 70%; • algodão; • garrote; • luvas de procedimentos e demais EPIs; • luvas estéreis; • óculos de proteção; • avental; • touca; • máscara; • materiais para coleta de exames (agulhas, seringas, agulhas a vácuo e tubos); • materiais para curativos (gaze, instrumentais, soro fisiológico [SF] 0,9%, coberturas, pomadas, faixas); • caixa para perfurocortantes pequena; • saco de lixo para contaminantes; • documentos para realizar anotações (RIBEIRÃO PRETO, 2021). 47 Para êxito na visita domiciliar, o profissional deve observar o meio em que esse paciente e seus familiares vivem, averiguar questões referentes a saneamento básico, coleta de lixos, acúmulo de lixos nas ruas e localidade, e observar o grau de segurança da localidade bairro ou rua na qual será realizado o atendimento de saúde. Além disso, é preciso atentar para os vínculos familiares, comportamento e comunicação; verificar condições básicas de higiene, organização, iluminação no interior da residência, objetos que possam ser obstáculos (tapetes, degraus, vasos e rampas, entre outros); verificar se a família dispõe de produtos de limpeza e a disposição de medicamentos, principalmente quando houver crianças na residência; e orientar sempre referente aos cuidados com a automedicação e possíveis criadouros de insetos e animais peçonhentos (RIBEIRÃO PRETO, 2021). Para entender melhor sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo Sistematização da assistência de Enfermagem: vislumbrando um cuidado interativo, complementar e multiprofissional: http://twixar.me/ScMm. DICA É de suma importância manter a cordialidade e postura profissional, respeitando limites e crenças, sem invadir a privacidade da família e do paciente. Ainda, é fundamental informar e explicar ao paciente todo procedimento e cuidados a serem realizados, orientar e ouvir o usuário sem julgamentos, mantendo a postura profissional. Ao término da visita domiciliar, cabe à equipe de saúde realizar as anotações de Enfermagem, bem como os procedimentos feitos e os materiais utilizados durante o procedimento, a fim de registrar no prontuário do paciente. Segundo Horta (1979, p. 10), “Cabe à Enfermagem comunitária, assistir ao ser humano, dentro da família e da comunidade, direta ou indiretamente, através da enfermeira e de pessoal auxiliar, para atender às necessidades humanas básicas e intervir na história natural da Enfermagem em todo os níveis de prevenção”. 3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO – LEGISLAÇÃO A visita domiciliar deve ser realizada pela equipe de saúde, cabe ao enfermeiro a condução correta da equipe. Para que isso ocorra de forma segura e correta, esse profissional precisa estar seguro das suas competências a serem realizadas. Nesse sentido, o Art. 2º da Resolução nº 0464/2014 descreve como competências do enfermeiro: 48 I- Dimensionar a equipe de Enfermagem. II- Planejar, organizar, coordenar, supervisionar e avaliar a prestação da assistência de Enfermagem. III- Organizar e coordenar as condições ambientais, equipamentos e materiais necessários à produção de cuidado competente, resolutivo e seguro. IV- Atuar de forma contínua na capacitação da equipe de Enfermagem que atua na realização de cuidados nesse ambiente. V- Executar os cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnico-científica e que demandem a necessidade de tomar decisões imediatas (COFEN, 2014). Sobre a atuação do enfermeiro durante a visita domiciliar, atualmente, não temos vigente, na legislação, uma indicação da quantidade ou um limite de visitas para cada paciente. Essa avaliação e decisão de conduta cabe ao enfermeiro, em conjunto com a equipe de saúde que irá prestar atendimento ao paciente. A visita domiciliar “considera um contato pontual da equipe de Enfermagem para a avaliação das demandas exigidas pelo usuário e/ou familiar, bem como o ambiente onde vivem, visando estabelecer um plano assistencial, programado com objetivo definido” (COFEN, 2014). Na realização da visita domiciliar, o enfermeiro deve aplicar o processo de Enfermagem, proporcionando qualidade no atendimento e seguindo uma ordem lógica de raciocínio. Portanto, a aplicação da SAE é de fundamental importância, para nortear as condutas da equipe. A Resolução Cofen nº 0464/2014 estabelece: Art. 3º A atenção domiciliar de Enfermagem deve ser executada no contexto da Sistematização da Assistência de Enfermagem, sendo pautada por normas, rotinas, protocolos validados e frequentemente revisados, com a operacionalização do Processo de Enfermagem, de acordo com as etapas previstas na Resolução COFEN nº 358/2009, a saber: I- Coleta de dados de (Histórico de Enfermagem). II- Diagnóstico de Enfermagem. III- Planejamento de Enfermagem. IV- Implementação. V- Avaliação de Enfermagem (COFEN, 2014). O enfermeiro deve levar em consideração, durante o atendimento ao paciente, suas particularidades, podendo, assim, planejar o atendimento adequado para cada paciente, de forma individualizada, seguindo também a Resolução Cofen nº 358/2009. A Resolução Cofen nº 0464/2014 classifica em três modalidades de atendimento na visita domiciliar: atendimento domiciliar,internação domiciliar e visita domiciliar. Logo, o enfermeiro precisa, no momento do atendimento ao paciente, determinar qual das modalidades de atendimento irá aplicar, a fim de poder dar continuidade ao processo de Enfermagem. 49 §1º A Atenção Domiciliar compreende as seguintes modalidades: I- Atendimento Domiciliar: compreende todas as ações, sejam elas educativas ou assistências, desenvolvidas pelos profissionais de Enfermagem no domicilio, direcionadas ao paciente e seus familiares. II- Internação Domiciliar – é a prestação de cuidados sistematizados de forma integral e contínuo e até mesmo ininterrupto, no domicilio, com oferta de tecnologia e de recursos humanos, equipamentos, materiais e medicamentos, para pacientes que demandam assistência semelhante à oferecida em ambiente hospitalar. III- Visita Domiciliar: considera um contato pontual da equipe de Enfermagem para avaliação das demandas exigidas pelo usuário e/ou familiar, bem como o ambiente onde vivem, visando estabelecer um plano assistencial, programado com objetivo definido (COFEN, 2014). Para aprofundar os seus conhecimentos, acesse a Resolução Cofen nº 358/2009: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. DICA Ainda segundo a Resolução Cofen nº 0464/2014, a fiscalização da atuação do enfermeiro nas visitas domiciliares fica a cargo dos conselhos regionais, sendo estes responsáveis por garantir a qualidade da entrega dos serviços de saúde, com base no Código de Ética, atuando conforme a lei do exercício profissional das equipes de Enfermagem. Acadêmico, sugerimos a leitura do Código de Ética de Enfermagem, disponível em: http://twixar.me/jcMm. DICA Figura – Código de Ética Fonte: http://twixar.me/pcMm. Acesso em: 5 out. 2022. http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html 50 No Art. 5º da Resolução Cofen nº 0464/2014, fica evidente a responsabilidade legal da profissão: “Ficam os Conselhos Regionais de Enfermagem responsáveis para implementar ações fiscalizatórias junto aos profissionais de Enfermagem que atuam em domicílio” (COFEN, 2014). O acesso ao site do Cofen é importante para o profissional de Enfermagem se atualizar sobre a legislação aplicada à profissão: http://www.cofen.gov.br/. DICA Vimos, no decorrer dos nossos estudos, como a Enfermagem tem um papel fundamental no restabelecimento da saúde do paciente. Para isso, vários processos precisam ser observados por toda a equipe de saúde. Na Unidade 2, estudaremos a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), abordando a contextualização da sua implantação e a legislação, especificamente, sobre cada uma de suas principais características. ESTUDOS FUTUROS http://www.cofen.gov.br/ 51 LEITURA COMPLEMENTAR SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: VISLUMBRANDO UM CUIDADO INTERATIVO, COMPLEMENTAR E MULTIPROFISSIONAL Keyla Cristiane do Nascimento Dirce Stein Backes Magda Santos Koerich Alacoque Lorenzini Erdmann INTRODUÇÃO No momento histórico atual, marcado pela hegemonia de determinadas disciplinas/profissões sobre outras, pela crescente especialização e consequente fragmentação do saber e, por que não dizer, pela fragmentação do próprio ser humano, o pensamento complexo interpela-nos a redimensionar o nosso olhar e a revisitar as práticas pautadas por um saber linear e reducionista. Percebe-se, com muita frequência, que a implementação de um modelo e/ ou uma fórmula predeterminada de assistência, não é garantia de maior qualidade na assistência em saúde. É preciso, também, que se estabeleçam novas e sempre mais complexas relações e interações profissionais para apreender o ser humano de forma ampla e integral. Com base nessas e outras ideias, tornou-se cada vez mais incisivo o desejo de compreender a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a partir de novos referenciais, capazes de ampliar o campo de visão para além das fórmulas prescritivas e normativas e, sobretudo, para além dos modelos formalmente instituídos como norteadores de uma assistência centrada no ser humano. O pensamento complexo apresenta-se, nessa direção, como possibilidade para rever os pressupostos metodológicos seguros e ordenados que vêm predominando, há muito tempo, no campo das ciências e que tiveram como consequência a inflexibilidade e a desintegração do real. As áreas da saúde e educação, por estarem dinamicamente envolvidas com as transformações ocorridas na sociedade, são chamadas, constantemente, a responder reflexiva e criticamente os novos desafios, buscando as adequações cabíveis tanto nos campos epistemológicos como metodológicos. Estes setores são chamados a responder a uma pluralidade de necessidades e especificidades, centradas nos seres humanos, de forma individual ou coletiva. 52 Na era do conhecimento, torna-se importante buscar de novas competências nos modos de organizar o trabalho, nas atitudes profissionais integradas aos sistemas sociais de relações e interações múltiplas, em suas diversas dimensões, abrangências e especificidades. O trabalho ou exercício profissional é determinante do espaço social das profissões, as quais se inserem na multidimensionalidade desse espaço social que é complexo, por vezes, exigente. O enfermeiro, para prestar assistência de Enfermagem, com qualidade e de forma humanizada, necessita inserir-se na rede social de cuidados de forma consciente, competente, tanto técnica quanto cientificamente. A Enfermagem, como uma profissão crucial para a construção de uma assistência qualificada em saúde, vem acompanhando profundas e importantes mudanças nas relações sociais e políticas, no campo tecnológico, nas relações interpessoais e, principalmente, na maneira de organizar os serviços e responder às novas demandas gerenciais e científicas. Ao longo dos anos, o tipo de organização da assistência de Enfermagem, associado ao modelo de gestão tradicional, baseou-se em contradições geradas por uma estrutura rígida, linear, excessivamente especializada, com funções rotineiras e pouco desafiadoras. A Enfermagem conformou-se, basicamente, com uma cultura do fazer disciplinar sem, contudo, refletir acerca de novas possibilidades do ser e agir nos microespaços do cotidiano diário. A partir da década de 1970, observa-se uma tendência crescente na Enfermagem pela busca de atividades relacionadas à organização e ao planejamento dos serviços de Enfermagem, ou seja, de algumas funções administrativas ligadas, principalmente, ao gerenciamento dos diversos setores. No Brasil, Wanda de Aguiar Horta foi a pioneira nos estudos relacionados ao Processo de Enfermagem, publicados em 1979. Assim, o processo de Enfermagem, propriamente dito, emergiu com o objetivo de organizar o serviço de Enfermagem hospitalar, ou seja, garantir a autonomia profissional através de uma sistematização das ações de Enfermagem. A partir de então, vêm sendo realizados, em larga escala, trabalhos sobre a sistematização da assistência de Enfermagem, aplicados aos diferentes campos de atuação de Enfermagem. A sistematização da assistência de Enfermagem, enquanto processo organizacional, é capaz de oferecer subsídios para o desenvolvimento de métodos/ metodologias interdisciplinares e humanizadas de cuidado. Percebe-se, contudo, um cuidado de Enfermagem ainda fortemente centrado na doença, e não no ser humano, enquanto sujeito ativo e participativo do processo de cuidar. A crescente abertura para os novos métodos/metodologias de produzir conhecimento por meio do processo de cuidar humano permite substituir o olhar reducionista e seguro do saber institucionalizado, por um outro, diferenciado para os contornos de saúde/doença. 53 Através de uma busca bibliográfica nas bases de dados LILACS e SciELO, com o descritor sistematização da assistência de Enfermagem, foram identificados estudos reflexivos, bibliográficos e, principalmente, pesquisas que vão desde as áreas de clínica médica, pediátrica, intensivista, cirúrgica, áreas especializadascomo queimados, quimioterapia, radioterapia, hemocentros, pronto-socorro até os serviços em creches e clínicas privadas, entre outros. Os vários estudos demonstram, em síntese, que, com a sistematização da assistência de Enfermagem, é possível qualificar e humanizar a assistência sob os diferentes enfoques. Nessa busca, não foram identificados trabalhos que analisassem a sistematização da assistência/cuidado de Enfermagem à luz do pensamento complexo. Questiona-se, então, se existe a possibilidade de os profissionais de Enfermagem desenvolverem as teorias/processos do cuidado ao paciente/cliente, de forma eficiente e eficaz, sob essa perspectiva. Isso porque o trabalho em saúde é complementar, integrado e multidimensional, e a Enfermagem é parte da equipe da saúde, de modo que a assistência de Enfermagem tem relação com as outras práticas de saúde que, no conjunto, complementam-se. Se tal modelo predominou durante os séculos passados, os avanços científicos começam a demonstrar que ele encontrou seus limites. Assim, torna-se premente a busca por processos mais dinâmicos e sistemas cooperacionais complexos no processo de cuidado, que valorizem as diferentes concepções do ser humano e que sejam capazes de integrar as várias dimensões do cuidado, de forma inovadora e criativa. Ao inovar formas, práticas e métodos de produzir conhecimento em saúde, é preciso levar em conta os diferentes olhares, contextos, subsistemas. As múltiplas concepções acerca do mundo, da sociedade, do ser humano e da construção do conhecimento direcionam, portanto, o nosso modo de conhecer a realidade subjetiva e/ou objetiva, isto é, diagnosticar, planejar, operacionalizar e avaliar os processos sob diferentes olhares. Dessa forma, ao observar a realidade sob a perspectiva do pensamento complexo, a sistematização da assistência de Enfermagem poderia ser enquadrada nos processos tradicionais de produzir conhecimento e saúde, isto é, pautados em processos lineares e reducionistas. A partir dessa constatação, buscou-se respostas aos seguintes questionamentos: Qual é o significado da sistematização da assistência de Enfermagem para os profissionais da equipe de saúde? A sistematização experienciada pela Enfermagem integra toda a complexidade que envolve a assistência à saúde? Com o propósito de responder tais questionamentos, o estudo objetivou compreender o significado da sistematização da assistência de Enfermagem para os profissionais da equipe multiprofissional da saúde. 54 MÉTODO O presente estudo é fruto de um projeto ampliado, intitulado: A sistematização da assistência de Enfermagem à luz do pensamento complexo. Trata-se do projeto de pesquisa realizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração de Enfermagem e Saúde (GEPADES), cujo objetivo foi compreender a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) à luz do pensamento complexo. Ao longo dos anos, o GEPADES vem norteando os seus estudos pelo referencial da complexidade, o qual, além de ampliar o campo de visão dos integrantes do grupo, tem proporcionado reflexões e discussões sobre a própria organização da Enfermagem e, principalmente, acerca dos modelos por ela sustentados que podem ser considerados, em alguns casos, unidimensionais e reducionistas. Com base nesse pensar, o método de escolha para a pesquisa foi a Teoria Fundamentada nos Dados (TFD), ou também chamada de Grounded Theory. Trata-se de uma metodologia, originalmente, desenvolvida por sociólogos norte-americanos, que intentaram construir uma teoria assentada nos dados, a partir da exploração do fenômeno na realidade em que o indivíduo se insere, sendo que a construção teórica explica a ação no contexto social. Por meio dessa abordagem, é possível acrescentar novas perspectivas e novos significados ao fenômeno, nesse caso a SAE, a fim de gerar um conhecimento complexo, consolidado e fundamentado essencialmente nos dados. A pesquisa teve início com o parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSC, registrado sob o número 0291/06. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e uma pergunta inicial: Qual o significado da SAE para você? O encaminhamento das demais questões foi direcionado pelas pesquisadoras, a partir das respostas dos entrevistados, levando-os a refletirem sobre suas práticas e o desenvolvimento do seu fazer em saúde. Inicialmente, optou-se por realizar a pesquisa em duas instituições de saúde, de grande porte, sendo uma de caráter privado e a outra de caráter público, localizadas na Grande Florianópolis/SC, que utilizam modelos de sistematização da assistência de Enfermagem. Desse modo, o primeiro grupo amostral foi composto por profissionais da saúde das referidas instituições, dentre eles: enfermeiras, técnicas de Enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e médicos, que se dispuseram a integrar o grupo. Para formar o segundo grupo amostral, composto pelas diretoras do Serviço de Enfermagem das referidas instituições, foram consideradas as sugestões, ideias e dúvidas que emergiram dos dados codificados e analisados a partir do primeiro grupo. E, com as frequentes referências aos órgãos de classe, optou-se, para um terceiro 55 momento, entrevistar enfermeiros que atuam no Conselho Regional de Enfermagem. A validação do Modelo Teórico, propriamente dito, foi efetivada com um profissional enfermeiro, Diretor do Serviço de Enfermagem de uma instituição hospitalar da Região Sudeste do país, que vem desenvolvendo estudos sobre a SAE. Os dados foram coletados no período compreendido entre novembro de 2006 e maio de 2007, os quais foram gravados e, posteriormente, transcritos, conforme prevê a metodologia adotada. Realizada a transcrição, seguiu-se com a extração das unidades conceituais de cada frase, o agrupamento das subcategorias e categorias que, concomitantemente, foram analisadas, comparadas e reorganizadas até alcançar o ponto de saturação, que foi atingido com 15 profissionais e/ou três grupos amostrais. A codificação e análise dos dados conduziram à identificação do tema central da pesquisa: Vislumbrando a Sistematização da Assistência de Enfermagem como Fenômeno Interativo e Complexo. Este tema é complementado por dois fenômenos secundários, porém, representativos no processo de investigação da SAE na perspectiva da complexidade: Verificando a necessidade de um processo interativo, complementar e multiprofissional e Percebendo a desarticulação entre o saber, o fazer e o legislar. Dada a importância e relevância do tema central e dos fenômenos secundários em particular, optou-se por analisar cada um deles separadamente, para explorar, de forma mais abrangente, os significados, dado a riqueza dos dados desvelados. Por isso, nesse momento, nos propomos analisar e discutir apenas o fenômeno: Verificando a necessidade de um processo interativo, complementar e multiprofissional, por constituir- se, do ponto de vista das autoras, em uma importante estratégia para repensar as práticas de Enfermagem, ainda, centradas em modelos lineares e unidimensionais. Para preservar o anonimato, as contribuições dos participantes serão identificadas, ao longo do texto, com a letra P seguida de algarismos arábicos que representam a ordem dada às entrevistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A sistematização da assistência de Enfermagem, enquanto processo organizacional é capaz de oferecer subsídios para o desenvolvimento de métodos/ metodologias interdisciplinares e humanizadas de cuidado. As metodologias de cuidado, sejam quais forem as suas denominações, representam, atualmente, uma das mais importantes conquistas no campo assistencial da Enfermagem. O profissional, imbuído nesse processo, necessita, entretanto, ampliar e aprofundar, continuamente, os saberes específicos de sua área de atuação, sem esquecer o enfoque interdisciplinar e/ou multidimensional. 56 Vimos, ao longo desta pesquisa, que a SAE é parte de um processoque vem sendo desenvolvido, ao longo do tempo, por enfermeiros comprometidos em melhorar cada vez mais o cuidado prestado ao paciente, pois vislumbram a necessidade de cuidado interativo, complementar e multiprofissional. A SAE proporciona uma maior autonomia para o enfermeiro, um respaldo seguro a partir do registro, que garante a continuidade/complementaridade multiprofissional, além de promover uma aproximação enfermeiro–usuário, enfermeiro–equipe multiprofissional. Faz-se necessário que os profissionais de saúde continuem a busca do aprimoramento contínuo de sua prática, contribuindo para as ações cada vez mais embasadas em princípios científicos, o que refletirá na melhor qualidade de cuidado oferecido a quem cuidamos. Fonte: adaptada de NASCIMENTO, K. C. et al. Sistematização da assistência de Enfermagem: vislumbrando um cuidado interativo, complementar e multiprofissional. Rev Esc Enferm USP, v. 42, n. 4, p. 643-648, maio 2008. Disponível em: http://twixar.me/ScMm. Acesso em: 23 set. 2022. 57 Neste tópico, você aprendeu: • A visita domiciliar prevista no Sistema Único de Saúde (SUS) está prevista na Política Nacional de Atenção Domiciliar. • A Resolução nº 0464/2014 enfatiza que a visita domiciliar de Enfermagem abrange ações desenvolvidas para a promoção, a prevenção e o tratamentos de saúde, além da reabilitação e de cuidados paliativos. • Há três modalidades de atendimento na visita domiciliar: atendimento domiciliar, internação domiciliar e visita domiciliar. Assim, o enfermeiro precisa, no momento do atendimento ao paciente, determinar qual das modalidades de atendimento irá aplicar, a fim de poder dar continuidade ao processo de Enfermagem. • A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve ser aplicada, pelo enfermeiro, na visita domiciliar, sendo de fundamental importância, para nortear as condutas da equipe. • Entre as etapas do planejamento da visita domiciliar, estão: definição dos pacientes que irão receberão a visita; conferir histórico e decidir objetivo da visita domiciliar; organizar material a ser utilizado; confirmar a disponibilidade do paciente para a realização da visita domiciliar; após a visita, registrar no prontuário do paciente e realizar encaminhamentos (se necessário). RESUMO DO TÓPICO 3 58 1 A visita domiciliar proporciona maior proximidade entre os profissionais e o paciente e seu modo de vida, permitindo que o processo saúde e doença seja determinante para o âmbito familiar. Quais são os três principais fatores que a visita domiciliar possibilita? 2 A Lei nº 7.498/1986, regulamentada pelo Decreto nº 94.406, de 9 de junho de 1987 (COFEN, 1987), determina que cabe ao enfermeiro as atividades privativas de consulta de Enfermagem, prescrição e assistência de Enfermagem, sendo este profissional o responsável pelo atendimento ao paciente. Sobre essa lei e a regulamentação do exercício de Enfermagem, analise as sentenças a seguir: Fonte: BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da En- fermagem e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 1986. Disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/128195/lei-7498-86 Acesso em: 24 set. 2022. I- Os cuidados de Enfermagem são prestados, privativamente, por técnicos e auxiliares apenas a pacientes graves com risco de vida. II- Cabe ao enfermeiro somente a execução e a avaliação dos planos assistenciais de saúde. III- Cabe, ao enfermeiro, realizar os cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimento de base cientifica e capacidade de tomar decisões imediatas. IV- Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas é atividade exclusiva do enfermeiro. V- É atividade privativa do enfermeiro: organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. b) ( ) As sentenças II e V estão corretas. c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas. d) ( ) As sentenças III e V estão corretas. 3 A equipe de saúde, que irá realizar a visita domiciliar, deve separar e organizar alguns equipamentos e materiais a serem utilizados durante o atendimento ao paciente. Sobre esses equipamentos e materiais utilizados na visita domiciliar, analise as sentenças a seguir: I- Oxímetro de pulso, estetoscópio, esfigmomanômetro, cureta e espelho. II- Termômetro, esfigmomanômetro, álcool 70%, fixador celular e pinça de Cheron. III- Estetoscópio, termômetro, oxímetro de pulso, esfigmomanômetro e álcool 70%. IV- Fixador celular, lanterna, gaze, álcool 70%, pinça de Cheron e oxímetro de pulso. AUTOATIVIDADE 59 Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentença I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) ( ) Somente a sentença IV está correta. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 4 A visita domiciliar acontece com a atuação da equipe da atenção básica, a partir de algumas ações nos domicílios dos pacientes, iniciando por cadastramento dos usuários, busca ativa, ações de educação e vigilância em saúde. Quais são os pacientes que podem solicitar visita domiciliar? 5 Na visita domiciliar, os dados são coletados durante o atendimento, assim como todo o cuidado prestado ao paciente e a seus familiares. Para que essa visita domiciliar ocorra, há várias maneiras de solicitação para inclusão da visita domiciliar. No que se refere aos diversos tipos de solicitação de visita domiciliar, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A solicitação pode ser feita a partir de familiares, hospitais, unidades de pronto atendimento, Samu, UBS, pelo próprio paciente ou demandas judiciais. b) ( ) A solicitação pode ser feita somente por familiares ou demandas judiciais. c) ( ) É o médico da unidade que determina quais pacientes precisam de visita domiciliar, independentemente de requisição. d) ( ) A solicitação pode ser feita somente pelos hospitais. 60 ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de Enfermagem: uma ferramenta para o pensamento crítico. Artmed: Porto Alegre, 2010. ANDRADE, A. C. A Enfermagem não é mais uma profissão submissa. Rev Bras Enferm., Brasília, v. 60, n. 16, p. 96-98, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3f0wJlN. Acesso em: 27 set. 2022. ANGERAMI, E. L. S.; STEAGALL-GOMES, D. L. 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TÓPICO 1 – COMPETÊNCIAS REQUERIDAS PARA O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM TÓPICO 2 – CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO E RACIOCÍNIO CRÍTICO NA ENFERMAGEM Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 70 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 2! Acesse o QR Code abaixo: 71 TÓPICO 1 — COMPETÊNCIAS REQUERIDAS PARA O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Anteriormente, vimos elementos que compõem a atuação do enfermeiro durante a carreira profissional. Neste tópico, abordaremos as competências requeridas para o trabalho dos profissionais de Enfermagem, com enfoque em atender, de forma administrativa, as necessidades do mercado de trabalho, e não apenas no âmbito assistencial. Assim, inicialmente, falaremos das habilidades e das competências que o enfermeiro precisa desenvolver para a sua atuação profissional. Sabemos que cada pessoa possui características diferentes em relação a atitudes e valores motivacionais, porém, algumas habilidades são necessárias, para que seja possível conduzir a equipe com eficiência e prestar o atendimento diferenciado ao paciente. 2 HABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE TRABALHO A atuação do enfermeiro está dividida em processos de trabalho, que podem estar relacionados com as atribuições no atendimento operacional, na assistência e nas estratégias da organização do trabalho, sendo esse profissional o principal elemento da equipe de saúde, para delimitarmos os cargos de cada membro da equipe. Para compreender melhor essas atribuições relacionadas com o cargo do enfermeiro, é importante observarmos o Quadro 1. 72 Quadro 1 – Cargos do enfermeiro e suas atribuições Enfermeiro Coordenador Normatizar e fazer cumprir as normas e as rotinas na unidade de terapia intensiva (UTI), de forma democrática, mantendo-as sempre atualizadas e disponíveis à equipe. Participar na seleção dos técnicos que irão compor o quadro da equipe de Enfermagem. Confeccionar a escala mensal do pessoal de Enfermagem. Confeccionar escala anual de férias da equipe de Enfermagem. Integrar a UTI com os demais serviços da instituição, priorizando a ética profissional e zelando pelo trabalho multiprofissional. Assessorar a direção do hospital nos assuntos referentes a sua área de atribuição. Manter a equipe de Enfermagem atualizada, em parceria com a Educação Permanente. Convocar e presidir reuniões com funcionários do setor. Prever e prover os recursos materiais, garantindo uma assistência adequada, sem quebra da continuidade, registrando pendências ou problemas. Supervisionar o adequado uso dos recursos materiais. Coordenar, supervisionar e avaliar, periodicamente, as atividades da equipe de Enfermagem. Supervisionar a manutenção de materiais. Supervisionar manutenção preventiva e limpeza de equipamentos de reserva. Colaborar com o controle de saída e recebimento de materiais para manutenção ou reposição. Zelar pela garantia da sistematização da assistência de Enfermagem. Ter resolubilidade diante dos problemas detectados para o bom funcionamento da unidade. Estimular, facilitar e participar da elaboração de trabalhos científicos. Zelar pela manutenção de comportamento ético, junto a todos os membros da equipe, perante familiares e funcionários de outros setores do hospital. Prestar assistência direta ao paciente, conforme necessidade. Constituir as Comissões e Núcleos de forma representativa. Prestar assistência segura, humanizada e individualizada aos pacientes críticos. Realizar demais atividades inerentes ao cargo. Enfermeiro Intensivista Rotina Organizar prontuários com registros das observações, tratamentos executados e ocorrências verificadas, em relação ao paciente. Participar da prevenção, do controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral. Atuar quando da ocorrência do óbito, executando e orientando os procedimentos necessários, bem como prestando apoio aos familiares. Verificar o funcionamento de aparelhos utilizados na área de Enfermagem, solicitando reparos e/ou substituições. Participar das medidas de biossegurança, realizando treinamentos em procedimentos que assegurem e minimizem os acidentes de trabalho. Assegurar condições adequadas de limpeza, preparo, esterilização e manuseio de materiais no âmbito hospitalar e no ambulatório. Apoiar as atividades de pesquisa e extensão. Zelar pela segurança individual e coletiva, utilizando equipamentos de proteção apropriados, quando da execução dos serviços. Zelar pela guarda, conservação, manutenção e limpeza dos equipamentos, instrumentos e materiais utilizados,bem como do local de trabalho. Manter-se atualizado em relação às tendências e às inovações tecnológicas de sua área de atuação e das necessidades do setor. Prestar assistência segura, humanizada e individualizada aos pacientes críticos. Realizar demais atividades inerentes ao cargo e a especialidade de terapia intensiva. 73 Enfermeiro Rotina Organizar prontuários com registros das observações, tratamentos executados e ocorrências verificadas em relação ao paciente. Participar da prevenção, do controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral. Atuar quando da ocorrência do óbito, executando e orientando os procedimentos necessários, bem como prestando apoio aos familiares. Verificar o funcionamento de aparelhos utilizados na área de Enfermagem, solicitando reparos e/ou substituições. Participar das medidas de biossegurança, realizando treinamentos em procedimentos que assegurem e minimizem os acidentes de trabalho. Assegurar condições adequadas de limpeza, preparo, esterilização e manuseio de materiais no âmbito hospitalar e no ambulatório. Apoiar as atividades de pesquisa e extensão. Zelar pela segurança individual e coletiva, utilizando equipamentos de proteção apropriados, quando da execução dos serviços. Zelar pela guarda, conservação, manutenção e limpeza dos equipamentos, instrumentos e materiais utilizados, bem como do local de trabalho. Manter-se atualizado em relação às tendências e às inovações tecnológicas de sua área de atuação e das necessidades do setor. Prestar assistência segura, humanizada e individualizada aos pacientes críticos. Realizar demais atividades inerentes ao cargo. Enfermeiro Supervisor Coordenar e otimizar serviços de transferências, óbitos, realização de exames e altas, de forma contínua e documentada, melhorando a qualidade do atendimento ao cliente. Tomar ciência dos plantões para solução de possíveis problemas existentes. Avaliar técnica, ética, conduta e postura dos colaboradores. Realizar inspeções periódicas das UTIs, observando se o padrão de trabalho tem sido mantido. Realizar controle do cumprimento das normas e rotinas dos colaboradores. Orientar e cobrar não apenas a equipe de Enfermagem, mas a equipe multiprofissional, para que se conservem os 5S e o correto preenchimento dos formulários. Verificar a quantidade de exames que serão realizados no dia. Otimizar a realização dos exames, bem como altas, transferências e óbitos. Observar, à noite, se o aparelho de eletro e desfibrilador estão ligados na tomada. Participar de reuniões sempre que solicitado. Incentivar sua equipe ao aperfeiçoamento e crescimento profissional. Identificar (plantão noturno) a necessidade de recursos humanos e materiais para o bom funcionamento do serviço e realizar remanejamentos, segundo necessidade. Informar, ao enfermeiro, rotina de qualquer problema ou necessidade da unidade. Cumprir e fazer cumprir regulamentos das rotinas circulares e outras instruções. Esclarecer, quando solicitado, dúvidas sobre as condições de saúde do cliente e sobre o serviço de Enfermagem a familiares. Encaminhar alta, óbito e transferência do paciente. Executar trabalhos específicos, em cooperação com outros profissionais, ou assessorar em assuntos de Enfermagem. Realizar registros de Enfermagem, para historiar e mapear o cuidado prestado. Facilitar o rastreamento das ocorrências com o paciente a qualquer momento e reforçar a responsabilidade do profissional envolvido no processo de assistência de Enfermagem. Zelar pela manutenção e pela conservação de equipamentos e material da unidade. Ter postura, assiduidade e pontualidade. Receber o plantão e resolver, junto à rotina, as possíveis pendências existentes. 74 Enfermeiro Plantonista Planejar, organizar, coordenar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de Enfermagem em pacientes adultos criticamente enfermos. Desenvolver as atividades assistenciais e propor alternativas de trans- formação na realidade gerencial e do cuidado ao paciente criticamente enfermo e/ou em situação de risco de morte. Executar as funções per- tinentes a sua profissão, que possam identificar intercorrências e tomar decisões imediatas sobre o atendimento do paciente crítico. Prestar as- sistência segura, humanizada e individualizada aos pacientes críticos. Realizar as atribuições de Enfermeiro e demais atividades inerentes ao cargo. Enfermeiro Coordenador Núcleo de Internação e Regulação Normatizar e fazer cumprir as normas e rotinas na unidade, de forma democrática, mantendo-as sempre atualizadas e disponíveis à equipe. Participar na seleção e no gerenciamento dos leitos. Confeccionar escala mensal do pessoal da equipe. Confeccionar escala anual de férias da equipe. Integrar os setores com os demais serviços da instituição, gerenciando os leitos, priorizando a ética profissional e zelando pelo trabalho multiprofissional. Assessorar a direção do hospital nos assuntos referentes a sua área de atribuição. Fazer a interação, junto à central de leitos e unidades de internação, com vistas à gestão dos leitos disponíveis. Contribuir com o desenvolvimento do Núcleo Interno de Regulação (NIR). Enfermeiro Rotina Núcleo de Internação e Regulação Fazer a interface com o setor de transportes, para o envio ou o recebimento de pacientes. Fazer a interação, junto à central de leitos e unidades de internação, com vistas à gestão dos leitos disponíveis. Contribuir com o desenvolvimento do NIR, a partir das atribuições do cargo de enfermeiro. Enfermeiro Comissão de Curativo Os profissionais da Comissão têm, como base de atuação, a prevenção e tratamento de feridas, no acompanhamento aos pacientes, com o objetivo de padronizar os curativos utilizados na prevenção e tratamento de lesões. Enfermeiro de Gerenciamento de Resíduo Profissional capacitado, para proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro e de forma eficiente, visando à proteção humana e à preservação do meio ambiente. Enfermeiro Núcleo de Vigilância Profissional responsável pelo planejamento e execução das ações de epidemiologia hospitalar, incluindo a vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória ou outros agravos de interesse para a saúde pública. Fonte: adaptado de http://twixar.me/McMm. Acesso em: 29 set. 2022. Para aprofundar o conhecimento sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo Competências do enfermeiro: estudo em um hospital privado: http://twixar.me/6cMm. DICA 75 Segundo Arone et al. (2006), a partir da década de 1970, um novo modelo produtivo começou a ser implantado, possibilitando a flexibilização dos processos, perante as necessidades do mercados de trabalho. Esse modelo estendeu-se também ao setor saúde, que passou a ser encarado como relevante para o conjunto do sistema econômico. Essas transformações propuseram novas relações no mercado de trabalho, novos mecanismos de gestão e exigências de novos perfis profissionais nesse setor (ARONE et al., 2006). Nesse momento, identificou-se a necessidade de um “novo” profissional de saúde que se adequasse às exigências da nova realidade do mercado de trabalho, sendo considerada a sua capacidade como ser humano, ou seja, criatividade, versatilidade, flexibilidade, capacidade de relacionar-se, comunicar-se e resolver problemas, na qual o “saber ser” dá lugar ao “saber fazer”. Conforme Fleury e Fleury (2001), profissionais de saúde, dentro de seu âmbito, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto no coletivo; portanto, o profissional deve assegurar que a sua prática seja realizada, de forma integrada e contínua, com as demais instâncias do sistema desaúde, sendo capaz de pensar criticamente, analisando os problemas da sociedade e auxiliando nas resoluções desses problemas. Na Figura 1, podemos ver as ações de saúde interligadas, tendo o profissional de saúde como ponto central do processo. Figura 1 – Ações de saúde Fonte: as autoras 76 Segundo Cunha e Neto (2006), a equipe de Enfermagem compõe uma parte significativa do quadro multiprofissional de saúde, contando com enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, dos quais são exigidos conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seus papéis, com foco em resultados positivos – em especial, exigindo-se dos enfermeiros competência no exercício de suas atribuições, assim como a garantia da competência dos membros de sua equipe. Figura 2 – Profissionais de saúde Fonte: http://twixar.me/2cMm. Acesso em: 27 set. 2022. Tendo em vista as mudanças repentinas do cotidiano dos ambientes de saúde, fica evidente que o profissional enfermeiro precisa buscar qualificações profissionais em diversas áreas, possibilitando atender às novas demandas, abrindo-lhe novas perspectivas no mercado de trabalho diante da ampliação do escopo do seu cargo (BRITO, 2004). Para a maioria dos enfermeiros, a atuação, em funções gerenciais e assistenciais, representa uma situação conflituosa, muitas vezes confusa, devido à indefinição de papéis, pois, ao assumirem várias atividades, torna-se impossível a priorização e a conciliação dentre essas atividades (BRITO, 2004). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Da gestão por competências às competências gerenciais do enfermeiro: http://twixar.me/HcMm. DICA 77 “Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e princípios da ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas, sim, com a resolução do problema de saúde” (BRASIL, 2001, p. 1-2). Segundo Fleury e Fleury (2001), a competência profissional está relacionada às atividades desenvolvidas, aos resultados e às características das pessoas. É definida como “saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo” e os tais saberes e respectivas competências profissionais foram descritos em sete dimensões: saber agir (“saber o que e por que faz”; “saber julgar, escolher, decidir”); saber mobilizar (“saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais, criando sinergia entre eles”), saber comunicar-se (“compreender, processar, transmitir informações e conhecimentos, assegurando o entendimento da mensagem pelos outros”); saber aprender (“trabalhar o conhecimento e a experiência”, “rever modelos mentais”, “saber desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros”); saber comprometer-se (“saber engajar-se e comprometer-se com os objetivos da organização”); saber assumir responsabilidades (“ser responsável, assumindo os riscos e as consequências de suas ações e ser, por isso, reconhecido”); e ter visão estratégica (“conhecer e entender o negócio da organização, seu ambiente, identificando oportunidades, alternativas”) (FLEURY; FLEURY, 2001, p. 191). Greco (2004) demonstra que o mercado exige do enfermeiro a capacidade para trabalhar com conflitos, resolver problemas, argumentar, dialogar, negociar, propor e alcançar mudanças, sendo necessário desenvolver e implementar estratégias que contribuam para a qualidade do cuidado. Dessa forma, a Enfermagem assegura seu papel e seu compromisso com a sociedade, que tem como principal objetivo entregar assistência à saúde com qualidade. De acordo com Peres e Ciampone (2006), o trabalho de Enfermagem, como instrumento do processo de trabalho em saúde, subdivide-se, ainda, em vários processos de trabalho, como cuidar/assistir, administrar/gerenciar, pesquisar e ensinar, sendo o cuidar e o gerenciar os processos mais evidenciados no trabalho do enfermeiro (Figura 3). 78 Figura 3 – Instrumentos do processo de trabalho em saúde Fonte: as autoras O gerenciamento, realizado pelo enfermeiro, resulta da composição histórica da força de trabalho em Enfermagem, que sempre promoveu sua divisão técnica e social, seja pelas vantagens, obtidas ao ocupar espaços de poder mais elevados nessa cadeia hierárquica, seja pela incorporação, provocada entre gerenciamento e execução, desde os primórdios da Enfermagem Moderna. O processo de trabalho gerencial foi mantido como privativo do enfermeiro, reforçando essa categoria profissional, aliada à garantia de sua responsabilidade legal sobre a equipe (PERES; CIAMPONE, 2006). Conforme Felli e Peduzzi (2005), a gerência, configurada como ferramenta/ instrumento do processo do “cuidar”, pode ser entendida como um processo de trabalho específico e decomposto em seus elementos constituintes como o objeto de trabalho (recursos humanos e organização do trabalho), tendo como finalidade recursos humanos qualificados e trabalho organizado, a fim de obter as condições adequadas de assistência e de trabalho, buscando desenvolver a “atenção à saúde”. Desse modo, os objetos de trabalho do enfermeiro, no processo de trabalho gerencial, são a organização do trabalho e os recursos humanos de Enfermagem. Já os meios/instrumentos utilizados no processo de trabalho gerencial do enfermeiro são os recursos físicos, financeiros, materiais e os saberes administrativos, que utilizam instrumentos/ferramentas específicos para serem operacionalizados, que compreendem o planejamento, a coordenação, a direção e o controle. 79 Conforme Lunardi Filho e Lunardi (1996), os profissionais de saúde devem estar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e a administração, tanto da força de trabalho quanto dos recursos físicos e materiais da informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde – por isso, o perfil do enfermeiro deve ser ajustado conforme a necessidade do setor de trabalho. O enfermeiro tem sido responsável pela organização e pela coordenação das atividades assistenciais dos serviços de saúde e pela viabilidade; assim, os demais profissionais da equipe de Enfermagem e outros da equipe de saúde podem atuar tanto no ambiente hospitalar quanto na saúde pública (LUNARDI FILHO; LUNARDI, 1996). Figura 4 – Atuação do enfermeiro Fonte: http://twixar.me/kcMm. Acesso em: 27 set. 2022. Segundo Felli e Peduzzi (2005), todas essas funções gerenciais, apontadas como responsabilidade do enfermeiro, permitem vislumbrar caminhos para compreender, com maior clareza, que gerenciar é uma ferramenta do processo de trabalho “cuidar”, ao exemplificar como o enfermeiro pode fazer uso dos objetos de trabalho “organização” e “recursos humanos” no processo gerencial, que, por sua vez, se insere no processo de trabalho “cuidar”, possuindo como finalidade geral a atenção à saúde, evidenciada na forma de assistência (promoção, prevenção, proteção e reabilitação). Conforme Gardner (1990), a precursora da Enfermagem Florence Nightingale é apontada como exemplo de líder. 80 Para aprofundar o seu conhecimento sobre Florence Nightingale, sugerimos a leitura do artigo O legado de Florence Nightingale: uma viajem no tempo, disponível em: http://twixar.me/qcMm. DICA Para o desenvolvimento das competências de administração e gerenciamento, é considerado indispensável o conjunto de conhecimentos identificados para planejar, tomar decisões, interagir, realizar a gestão de pessoas e ter ênfase nas funções administrativas, com destaque para planejamento, organização, coordenação, direção e controle dos serviços de saúde, além dos conhecimentos específicos da área social/ econômica, que permitem, ao gerente,acionar dados e informações do contexto macro e micro-organizacional, e analisá-los, de modo a subsidiar a gestão de recursos humanos, recursos materiais, físicos e financeiros (PERES; CIAMPONE, 2006). O trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões, visando o uso apropriado, eficácia e custo efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, eles devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas (FLEURY; FLEURY, 2001, p. 191). 3 LEGISLAÇÃO E COMPETÊNCIA DO PROCESSO DE TRABALHO DE ENFERMAGEM As atribuições de Enfermagem devem ser realizadas somente pelos membros da equipe que são auxiliares, técnico em Enfermagem e enfermeiros. Cabe ao enfermeiro exercer todas essas funções, sendo o único profissional habilitado para essa conduta, quando necessária, conforme previsto em lei. Segundo o presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Manoel Neri, “O enfermeiro é um profissional liberal, que exerce a profissão com autonomia; já técnicos e auxiliares não são considerados profissionais liberais, cuja autonomia é limitada, pois devem atuar sob direção e coordenação dos enfermeiros – isso é o que diz a lei” (FERIS, 2020, s. p.). Conforme a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 (BRASIL, 1986), e o Decreto nº 94.406/1987 (COFEN, 1987), o profissional enfermeiro é o único que pode exercer todas as atividades da Enfermagem, tendo exclusividade em algumas atividades, como: planejamento, organização, coordenação, execução, direção e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; consultoria, auditoria e emissão de pareceres da consulta 81 de Enfermagem; prescrição da assistência de Enfermagem; cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; e cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. Segundo Jorge et al. (2004), o gerenciamento em Enfermagem é visto como uma atividade complexa, na qual são exigidas dos profissionais competências cognitivas, técnicas e atitudes indispensáveis à implementação de estratégias administrativas. Figura 5 – Gerenciamento de Enfermagem pelo enfermeiro Fonte: http://twixar.me/rcMm. Acesso em: 27 set. 2022. A participação do enfermeiro, em cargos gerenciais, necessita de conhecimentos relacionados à operacionalização do cuidado ao cliente, à capacitação na área administrativa, à habilidade de coordenar o trabalho da equipe multiprofissional e a sua relação com a clientela, uma vez que, no exercício da gerência, o enfermeiro é o mediador das decisões, das condutas médicas e da administração, repassando, aos membros da equipe de trabalho, as determinações a serem seguidas, tanto administrativas quanto médicas (BRITO, 2004). As competências necessárias para a atuação na área da saúde são descritas nos Arts. 4º e 5º da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995 (BRASIL, 1995), e no Parecer Homologado CNE/CES nº 1.133, de 7 novembro de 2001 (BRASIL, 2001a), partindo de estudos que classificam essas competências também como funções gerenciais, para analisar o trabalho do enfermeiro. A seguir, apresentamos o Art. 4º da Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001, que se refere à formação do enfermeiro com base nas competências e habilidades que devem ser desenvolvidas: atenção de saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração, gerenciamento e educação permanente (BRASIL, 2001b). Já o Art. 5º, da mesma legislação, descreve a formação do enfermeiro, com enfoque na sua atuação profissional, utilizando seus conhecimentos para desenvolver competências e habilidades pertinentes à atribuição do enfermeiro (BRASIL, 2001b). 82 RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 3, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001 Art. 4º A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais: I- Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para os mesmos. Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/ bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde, tanto em nível individual como coletivo. II- Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas. III- Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveis e devem manter a confidencialidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não-verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação. IV- Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de saúde deverão estar aptos a assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz. V- Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho quanto dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde. VI- Educação permanente: os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras 83 gerações de profissionais, mas proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico/ profissional, a formação e a cooperação por meio de redes nacionais e internacionais. Art. 5º A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades específicas: I- atuar profissionalmente, compreendendo a natureza humana em suas dimensões, em suas expressões e fases evolutivas. II- incorporar a ciência/arte do cuidar como instrumento de interpretação profissional. III- estabelecer novas relações com o contexto social, reconhecendo a estrutura e as formas de organização social, suas transformações e expressões. IV- desenvolver formação técnico-científica que confira qualidade ao exercício profissional. V- compreender a política de saúde no contexto das políticas sociais, reconhecendo os perfis epidemiológicos das populações. VI- reconhecer a saúde como direito e condições dignas de vida e atuar de forma a garantir a integralidade57 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................58 REFERÊNCIAS .......................................................................................................60 UNIDADE 2 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) .......69 TÓPICO 1 — COMPETÊNCIAS REQUERIDAS PARA O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ..................................................71 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................71 2 HABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE TRABALHO .........................................................................................................71 3 LEGISLAÇÃO E COMPETÊNCIA DO PROCESSO DE TRABALHO DE ENFERMAGEM ...................................................................................................80 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................89 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................90 TÓPICO 2 — CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ..........................................93 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................93 2 ENTENDENDO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ..................................................................................................................94 3 ETAPAS DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM (SAE)..96 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................104 AUTOATIVIDADE .................................................................................................105 TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO E RACIOCÍNIO CRÍTICO NA ENFERMAGEM ............ 107 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 107 2 RACIOCÍNIO CLÍNICO ....................................................................................... 107 3 PENSAMENTO REFLEXIVO, PENSAMENTO CRÍTICO E DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM .................................................................................................. 110 4 LEGISLAÇÃO DE ENFERMAGEM ...................................................................... 111 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 118 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................120 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 121 REFERÊNCIAS .....................................................................................................124 UNIDADE 3 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA ........................................... 129 TÓPICO 1 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA ................................................131 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................131 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) .....................131 3 PRÁTICAS DE ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIA ..............................134 3.1 EXEMPLO DE CASO CLÍNICO ......................................................................................... 141 3.2 FISIOPATOLOGIA DA ÚLCERA VENOSA ..................................................................... 146 3.2.1 Tratamento farmacológico da úlcera venosa ...................................................147 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 153 AUTOATIVIDADE .................................................................................................154 TÓPICO 2 — PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E TAXONOMIAS – NANDA, NIC, NOC ........................................................................... 157 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 157 2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE ENFERMAGEM ....................................... 157 3 CLASSIFICAÇÃO NANDA .................................................................................160 4 CLASSIFICAÇÕES NOC E NIC .........................................................................164 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 167 AUTOATIVIDADE .................................................................................................168 TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM (CIPE®) E SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, AVALIAÇÃO E PLANO) .....................................................................171 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................171 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIPE® .....................................................................171 2.1 EIXOS DA CIPE® .................................................................................................................173 2.2 CIPE® – LINGUAGEM E CUIDADO .................................................................................175 3 MÉTODO SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, AVALIAÇÃO E PLANO) ..................177 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................185 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 187 AUTOATIVIDADE .................................................................................................188 REFERÊNCIAS ......................................................................................................191 1 UNIDADE 1 — INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS DO CUIDAR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • aprender as principais teorias de Enfermagem; • conhecer a consulta de Enfermagem, que faz parte da assistência prestada ao paciente e deve ser realizada pelo profissional enfermeiro; • identificar a atuação do enfermeiro na visita domiciliar; • conhecer as etapas da consulta de Enfermagem. A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM TÓPICO 2 – CONSULTA DE ENFERMAGEM TÓPICO 3 – VISITA DOMICILIAR Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM TÓPICO 1 — UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Na década de 1960, declaramos o marco do surgimento das primeiras teorias de Enfermagem, com o objetivo de fazer a relação científica entre as evidências, encontradas pelos profissionais enfermeiros, e a ciência. Portanto, a prática profissional está associada, principalmente, aos cuidados do que outros aspectos da profissão (HORTA, 1979). A evolução científica das teorias de Enfermagem continuou repercutindo em 1970, com o surgimento de novos estudos e pesquisas na área, destacando, ainda mais, a atuação do enfermeiro no cuidado ao paciente. Entre os anos 1980 e 1990, seguindo essa crescente evolução das pesquisas de Enfermagem, tornou-se evidente a necessidade de fundamentação e aplicação das teorias de Enfermagem na assistência prestada aos pacientes em todos os serviços de saúde. Essas teorias surgiram no contexto de orientações filosóficas, pela forma como o mundo é visto de um determinado ponto (OLIVEIRA; CURADO, 2019). Para aprofundar o seu conhecimento sobre o tema, sugerimosda assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. VII- atuar nos programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente, da mulher, do adulto e do idoso. VIII- ser capaz de diagnosticar e solucionar problemas de saúde, de comunicar- se, de tomar decisões, de intervir no processo de trabalho, de trabalhar em equipe e de enfrentar situações em constante mudança. IX- reconhecer as relações de trabalho e sua influência na saúde. X- atuar como sujeito no processo de formação de recursos humanos. XI- responder às especificidades regionais de saúde através de intervenções planejadas estrategicamente, em níveis de promoção, prevenção e reabilitação à saúde, dando atenção integral à saúde dos indivíduos, das famílias e das comunidades. XII- reconhecer-se como coordenador do trabalho da equipe de Enfermagem. XIII- assumir o compromisso ético, humanístico e social com o trabalho multiprofissional em saúde. XIV- promover estilos de vida saudáveis, conciliando as necessidades tanto dos seus clientes/pacientes quanto às de sua comunidade, atuando como agente de transformação social. XV- usar adequadamente novas tecnologias, tanto de informação e comunicação quanto de ponta para o cuidar de Enfermagem. 84 XVI- atuar nos diferentes cenários da prática profissional, considerando os pressupostos dos modelos clínico e epidemiológico. XVII- identificar as necessidades individuais e coletivas de saúde da população, seus condicionantes e determinantes. XIII- intervir no processo de saúde-doença, responsabilizando-se pela qualidade da assistência/cuidado de Enfermagem em seus diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, proteção e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência. XIX- coordenar o processo de cuidar em Enfermagem, considerando contextos e demandas de saúde. XX- prestar cuidados de Enfermagem compatíveis com as diferentes necessidades apresentadas pelo indivíduo, pela família e pelos diferentes grupos da comunidade. XXI- compatibilizar as características profissionais dos agentes da equipe de Enfermagem às diferentes demandas dos usuários. XXII- integrar as ações de Enfermagem às ações multiprofissionais. XXIII- gerenciar o processo de trabalho em Enfermagem com princípios de Ética e de Bioética, com resolutividade tanto em nível individual como coletivo em todos os âmbitos de atuação profissional. XXIV- planejar, implementar e participar dos programas de formação e qualificação contínua dos trabalhadores de Enfermagem e de saúde. XXV- planejar e implementar programas de educação e promoção à saúde, considerando a especificidade dos diferentes grupos sociais e dos distintos processos de vida, saúde, trabalho e adoecimento. XXVI- desenvolver, participar e aplicar pesquisas e/ou outras formas de produção de conhecimento que objetivem a qualificação da prática profissional. XXVII- respeitar os princípios éticos, legais e humanísticos da profissão. XXIII- interferir na dinâmica de trabalho institucional, reconhecendo-se como agente desse processo. XXIX- utilizar os instrumentos que garantam a qualidade do cuidado de Enfermagem e da assistência à saúde. XXX- participar da composição das estruturas consultivas e deliberativas do sistema de saúde. XXXI- assessorar órgãos, empresas e instituições em projetos de saúde. XXXII- cuidar da própria saúde física e mental e buscar seu bem-estar como cidadão e como enfermeiro. XXXIII- reconhecer o papel social do enfermeiro para atuar em atividades de política e planejamento em saúde. 85 Parágrafo Único. A formação do Enfermeiro deve atender as necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a integralidade da atenção e a qualidade e humanização do atendimento. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Reso- lução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Enfermagem. 2001b. Disponível em: http:// portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf. Acesso em: 7 out. 2022. Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura, na íntegra, de: • Lei nº 9.131/1995: http://twixar.me/3sMm. • Parecer CNE/CES nº 1.133/2001: http://twixar.me/KsMm. DICA Referente às atribuições do enfermeiro em cada perfil profissional, o Decreto nº 94.406/1987 (COFEN, 1987), que dispõe sobre os exercícios da Enfermagem, define, nos Arts. 4º, 8º e 9º, a obrigatoriedade que cada enfermeiro precisa ter para exercer determinadas funções definidas dentro das especialidades. Portanto, quando nos referimos aos enfermeiros especialista, estes precisam realizar todas as atribuições previstas no Art. 8º, pois, somente assim, poderão obter o título de especialistas. DECRETO Nº 94.406/1987 Art. 4º São Enfermeiros: I- o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei. II- o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos nos termos da lei. III- o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz. IV- aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira conforme o disposto na letra “d” do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf 86 [...] Art. 8º Ao enfermeiro incumbe: I- privativamente: a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; e) consulta de Enfermagem; f) prescrição da assistência de Enfermagem; g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conheci- mentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas. II- como integrante da equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões; f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem; g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica; h) prestação de assistência de Enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido; i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência eexecução do parto sem distocia; m) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em geral; 87 n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continuada; o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho; p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contrarreferência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de Enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico e Auxiliar de Enfermagem. Art. 9º Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe: I- prestação de assistência à parturiente e ao parto normal. II- identificação das distócias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico. III realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, quando necessária. Fonte: COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Decreto nº 94.406, de 9 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enferma- gem, e dá outras providências. Disponível em: http://twixar.me/nsMm. Acesso em: 24 set. 2022. Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura, na íntegra, do Decreto nº 94.406/1987, disponível em: http://www.cofen.gov.br/ decreto-n-9440687_4173.html. DICA Conforme a Lei nº 7.498/1986 (BRASIL, 1986) e o Decreto nº 94.406/1987 (COFEN, 1987), o item de responsabilidade à legislação da Enfermagem também estabelece atividades de incumbência de todos os profissionais, independentemente da habilitação: a anotação de Enfermagem no prontuário do paciente, discorrendo a assistência prestada, para fins estatísticos; e o cumprimento do Código de Deontologia da Enfermagem. http://www.cofen.gov.br/decreto-n-9440687_4173.html http://www.cofen.gov.br/decreto-n-9440687_4173.html 88 Após conhecermos as competências requeridas para o trabalho do profissional da Enfermagem, no Tópico 2, estudaremos a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). ESTUDOS FUTUROS 89 Neste tópico, você aprendeu: • As atribuições de cada função do enfermeiro dentro das instituições de saúde, como Enfermeiro Coordenador, Enfermeiro Intensivista Rotina, Enfermeiro Rotina, Enfermeiro Supervisor, Enfermeiro Plantonista, Enfermeiro Coordenador Núcleo de Internação e Regulação, Enfermeiro Rotina Núcleo de Internação e Regulação, Enfermeiro Comissão de Curativo, Enfermeiro de Gerenciamento de Resíduo, e Enfermeiro Núcleo de Vigilância. • Equipe de Enfermagem compõe uma parte significativa do quadro multiprofissional de saúde, sendo composta por enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, dos quais são exigidos conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seus papéis, com foco em resultados positivos. • Visando ao mercado de trabalho, o enfermeiro deve trabalhar os conflitos, resolver problemas, argumentar, dialogar, negociar, propor e alcançar mudanças. • O Decreto nº 94.406/1987 define as atribuições dos enfermeiros, sendo este profissional o único que pode exercer todas as atividades da Enfermagem, com exclusividade em algumas atividades, como: planejamento, organização, coordenação, execução, direção e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; consultoria, auditoria e emissão de pareceres da consulta de Enfermagem; prescrição da assistência de Enfermagem; cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; e cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. RESUMO DO TÓPICO 1 90 1 A equipe de Enfermagem compõe uma parte significativa do quadro multiprofissional de saúde. Sobre esses profissionais da equipe de Enfermagem, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Enfermeiros e parteiras. b) ( ) Enfermeiros, técnicos de Enfermagem e auxiliar de laboratório. c) ( ) Enfermeiros, técnico de Enfermagem e auxiliar de Enfermagem. d) ( ) Parteiras, técnico de Enfermagem e auxiliar de laboratório. 2 A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das competências e das habilidades específicas da profissão. Com base nisso, descreva os três primeiros tópicos do Art. 5º da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995. Fonte: BRASIL. Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei nº 4.024, de 20 de de- zembro de 1961, e dá outras providências. Disponível em: http://twixar.me/1sMm. Acesso em: 7 out. 2022. 3 A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício da profissão, conforme apresenta o Art. 4º da Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Quais são as competências e as habilidades gerais da profissão descritas nessa resolução? Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Enfermagem. 2001b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf. Acesso em: 7 out. 2022. 4 Conforme Fleury e Fleury (2001), profissionais da saúde, dentro de seu âmbito, devem estar aptos a desenvolver ações e assegurar que sua prática seja realizada, de forma integrada e contínua, com as demais instâncias do sistema de saúde, sendo capazes de pensar criticamente, analisando os problemas da sociedade, e de auxiliar nas resoluções desses problemas. Segundo as ações de saúde, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Desenvolver competências e gerir conhecimentos em diferentes arranjos empresariais: o caso da indústria brasileira de plástico. In: FLEURY, M. T. L.; OLIVEIRA JR, M. M. (org.). Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2001. p. 189-211. a) ( ) Prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde. b) ( ) Prevenção, proteção e profissionais de saúde. c) ( ) Apenas comunicação e segurança. d) ( ) Apenas proteção e reabilitação. AUTOATIVIDADE 91 5 No processo de trabalho de gerenciamento da assistência de Enfermagem, decidir é uma das principais ações de um enfermeiro líder. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A decisão, tomada com base em evidências, é um processo ainda pouco adotado pelos enfermeiros, devido à baixa produção científica na área. b) ( ) Pensar criticamente é um processo mais complexo do que apenas resolver problemas ou tomar decisões, pois envolve raciocínio e avaliação em nível superior, e apresenta um componente cognitivo e afetivo. c) ( ) Na tomada de decisões – uma das etapas do processo de solução de problemas –, devem ser desprezadas habilidades como intuição, insight e empatia, por serem desnecessárias a esse processo. d) ( ) A solução de problemas e o raciocínio crítico são requisitos secundários na atividade de liderança, que tem como principal requisito a tomada de decisão. d) ( ) Os atos de decidir, resolver problemas e pensar de forma crítica são habilidades inatas, razão pela qual nem todos os enfermeiros conseguem desenvolvê-las. 92 93 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) UNIDADE 2 TÓPICO 2 — 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, aprenderemos sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é o principal processo utilizado na atuação assistencial e gerencial do enfermeiro no cuidadoao paciente, podendo proporcionar um atendimento sistematizado e padronizado. O membro da equipe de Enfermagem responsável pela SAE é o enfermeiro, porém, toda a equipe de saúde faz parte da construção coletiva, permitindo, assim, aplicar as condutas e as práticas descritas pelo enfermeiro. Saiba mais sobre a SAE com a leitura do guia prático: http://biblioteca. cofen.gov.br/sistematizacao-assistencia-enfermagem-guia-pratico/. DICA Segundo Neves (2020), a SAE tem sido utilizada para auxiliar na organização do atendimento prestado a pacientes, famílias e comunidade, para todo público que procura por atendimento de saúde. Tannure e Gonçalves (2008) destacam que a aplicação da SAE é de extrema importância para a atuação do enfermeiro, mas, para que se obtenha êxito no processo de Enfermagem, é necessário primeiro escolher as ferramentas que irão auxiliar nas etapas da implantação da SAE. A SAE é o alicerce da atuação do enfermeiro, fornecendo bases para fortalecer o julgamento e a tomada de decisão. O profissional enfermeiro deve dominar o conhecimento técnico científico para assegurar a implementação e garantir a qualidade de assistência nas áreas de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos indivíduos (BIANCHI; GURGUEIRA, 2018, p. 8). Bianchi e Gurgueira (2018) destacam que o enfermeiro, para garantir, com competência, a assistência de Enfermagem, precisa compreender a evolução da SAE, a fim de fortalecer o desenvolvimento do processo de Enfermagem e da compreensão da capacidade técnica. http://biblioteca.cofen.gov.br/sistematizacao-assistencia-enfermagem-guia-pratico/ http://biblioteca.cofen.gov.br/sistematizacao-assistencia-enfermagem-guia-pratico/ 94 Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Avaliação da realização e do registro da sistematização da assistência de Enfermagem (SAE) em um hospital universitário: http://twixar.me/GsMm. DICA 2 ENTENDENDO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) Compreendemos que a SAE abrange vários processos de estudos associados a teorias de Enfermagem. Neves (2020) destaca que a SAE é um elemento para consolidar a identidade e a valorização profissional, porém, como ponto de fragilidade, traz a discordância teórica na compreensão das práticas. Levando em conta que, com embasamento científico, a Enfermagem ganha ao compreender que a ciência e as novas evidências científicas precisam ser aprimoradas, para que a equipe de Enfermagem preste cuidados interdisciplinares, obtendo resultados com a aplicabilidade da metodologia assistencial (NEVES, 2020). A Resolução Cofen nº 358/2009, sobre a SAE e a implementação do processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, “considerando que a sistematização da assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem” (COFEN, 2009). Para aprofundar o seu conhecimento a respeito do tema, recomendamos a leitura da Resolução COFEN nº 385/2009, disponível em: http://twixar.me/0sMm. DICA Neves (2020) relata as dificuldades da implementação da SAE, visto que há várias discordâncias conceituais, procedentes do uso indevido, ou mesmo equivocado, de forma constante da SAE. A organização e o planejamento do processo de trabalho abrange toda a equipe de Enfermagem, sendo o início da SAE as fases de implantação, seguidas da utilização das teorias de Enfermagem e, posteriormente, da efetivação das etapas do Processo de Enfermagem (PE) na prática ininterrupta. 95 Consideramos a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como todo o planejamento registrado da assistência que abrange, desde a criação e implantação do manual de normas e rotinas das unidades à descrição padronizada dos procedimentos técnicos até, finalmente, a adoção do PE (AQUINO; LUNARDI FILHO, 2004, p. 61). Compreendendo que a SAE é uma ferramenta de constante adaptação e organização dos processos de trabalho da Enfermagem, dispondo de parâmetros cientificamente fundamentados, utilizando técnicas e instrumentos com o objetivo de integrar os serviços prestados pelos profissionais da área da saúde. Para simplificar, a SAE é um sistema ou parâmetro usado para organizar ou gerenciar o cuidado de Enfermagem (NEVES, 2020). Embora a idealização de Florence Nightingale da Enfermagem, como profissão, fosse constituída em reflexões e questionamentos, possuindo, como objetivo principal, o conhecimento conforme a realidade da saúde dos pacientes, Tannure e Gonçalves (2008) sugerem que a necessidade de desenvolver e organizar o conhecimento da Enfermagem, com o intuito de requerer medidas que busquem uma rotina, leva a um padrão para a assistência de Enfermagem, guiando o profissional de Enfermagem ao prestar a assistência. Tannure e Gonçalves (2008) trazem elementos que representam a Enfermagem como componentes da teoria, transcritos na forma de metaparadigmas, conforme apresentado no Quadro 2. Quadro 2 – Metaparadigmas Enfermagem Ciência do cuidado, praticada por meio da metodologia do trabalho. Pessoa Aquele receberá o cuidado, seja o paciente, a família ou a comunidade. Saúde Finalidade da assistência de Enfermagem, prestada em conjunto (paciente-enfermeiro). Ambiente Lugar de entorno daquele que receberá a assistência de Enfermagem, podendo ser ambiente de trabalho, moradia localidade pública. Fonte: adaptado de Tannure; Gonçalves (2008) Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo O conhecimento do enfermeiro sobre a sistematização da assistência de Enfermagem: da teoria à prática: http://twixar.me/DsMm. DICA 96 3 ETAPAS DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM (SAE) A metodologia utilizada na SAE não pode ser considerada algo inovador, uma vez que existe desde 1854, quando Florence Nightingale participou como voluntária na Guerra da Crimeia, reduzindo a mortalidade local de 40% para 2%, sendo que ela já defendia a necessidade de uma organização disciplinar para a Enfermagem (LIRA; BOMFIM, 1989). Segundo Horta (1979), a aplicação da SAE aumenta a qualidade da assistência de Enfermagem, beneficiando, principalmente, o paciente, por meio de um atendimento individual dentro de suas necessidades específicas, assim como o enfermeiro, o que demonstra a importância do processo de Enfermagem. Esse processo tem sido amplamente estudado e aplicado nos serviços de saúde no Brasil e no mundo. O modelo mais conhecido para a implantação do Processo de Enfermagem no país foi proposto por Horta (1979), conforme mostra a Figura 6. Figura 6 – Processo de Enfermagem Fonte: http://twixar.me/FsMm.jpg. Acesso em: 1 out. 2022. Para Bianchi e Gurgueira (2018), a atuação de Enfermagem pode ocorrer em diversos contextos na área da saúde, relacionados com a prestação do cuidado, aplicando as etapas do processo de Enfermagem e integrando a equipe de Enfermagem e a equipe de saúde envolvida no tratamento do paciente. As etapas do processo de Enfermagem são fundamentais para a realização do trabalho da equipe de saúde e permitem organizar a SAE, conforme apresentado por Neves (2020) em: método científico, dimensionamento de pessoal e instrumentos. 97 O método científico refere-se à base teórico-filosófica para a realização da prática em Enfermagem, utilizado para nortear o processo de trabalho em todos os níveis de atenção. Sua escolha deve ser adequada a cada realidade em que será aplicada, no entanto, não há um método padrão que garanta a qualidade da assistência. Dessa forma, podemos dizer que a garantia da qualidade da assistência ao paciente não depende exclusivamente da adoção de um método científico de organização da assistência, pois há diversos fatores que interferem na assistência segura aos usuários de saúde, porexemplo, as condições de trabalho em que a equipe de Enfermagem está submetida no seu cotidiano do cuidado (NEVES, 2020, p. 23). Assim como as teorias de Enfermagem, o método científico colabora para o conhecimento disciplinar e profissional. As teorias caracterizam estruturas com o intuito de desenvolver e analisar tecnologias e conhecimentos, com a finalidade de fortalecer a prática de Enfermagem. Ao aplicar as práticas profissionais de Enfermagem baseadas nas teorias, o profissional contribui para responsabilidade social, política e ética (NEVES, 2020). Desse modo, a Enfermagem utiliza as teorias como referenciais de fundamentação científica, a fim de proporcionar, para o paciente, uma assistência sistematizada, utilizando o Processo de Enfermagem como a principal ferramenta na prestação do cuidado do paciente, baseada em evidências e raciocínio clínico, desenvolvendo a tomada de decisão, o diagnóstico de Enfermagem, a intervenção e os resultados, padronizando uma assistência de Enfermagem com qualidade, que trará confiança e segurança para a atuação profissional do enfermeiro. Já o dimensionamento pessoal é uma das maiores dificuldades que o enfermeiro enfrenta nas suas atividades cotidianas, impactando na aplicação da SAE, desmotivando-o e deixando os profissionais de saúde insatisfeitos; assim, torna-se um problema que poderia ser evitado com o número de profissionais condizente com demanda (NEVES, 2020). A Resolução Cofen nº 543/2017 define o dimensionamento de pessoas, determinando a quantidade mínima de profissionais de Enfermagem por paciente, de acordo com a necessidade da demanda, podendo variar conforme as especificidades (COFEN, 2017). Considerando os avanços tecnológico e as necessidades requeridas pelos gestores, gerentes das instituições de saúde, dos profissionais de Enfermagem e da fiscalização dos Conselhos Regionais, para a revisão e atualização de parâmetros que subsidiem o planejamento, controle, regulação e avaliação das atividades assistenciais de Enfermagem; Considerando que o quantitativo e o qualitativo de profissionais de Enfermagem interferem, diretamente, na segurança e na qualidade da assistência ao paciente; Considerando que compete ao enfermeiro estabelecer o quadro quantiqualitativo de profissionais necessários para a prestação da assistência de Enfermagem; Considerando a necessidade de atingir p padrão de excelência do cuidado de Enfermagem e favorecer a segurança do paciente, do profissional e da instituição de saúde (COFEN, 2017). 98 Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura da Resolução Cofen nº 543/2017, disponível em: http://twixar.me/FsMm. DICA No que diz respeito a instrumentos, há uma grande complexidade de taxonomias e classificações em Enfermagem, com o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mais utilizadas são: NANDA-I (acrônimo para North American Nursing Diagnosis Association), Classificação dos Resultados de Enfermagem (também conhecida como NOC, sigla do inglês National Occupational Classification) e Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). Entretanto, como enfermeiros, sabemos que existem outros processos de Enfermagem que são fundamentais, como o registro de Enfermagem, que é fundamental para manter o cuidado e a qualidade da assistência de Enfermagem prestada ao paciente que procura atendimento de saúde qualificado. Assim como a Enfermagem precisa ter pensamento crítico, metodológico e sistematizado, a organização das etapas do cuidado e da assistência prestada é fundamental para o processo de trabalho. Figura 7 – Instrumento de trabalho da SAE Fonte: adaptada de Neves (2020) 99 Segundo a Resolução nº 543/2017, a liderança da SAE e do PE é de responsabilidade do enfermeiro, abrindo, assim, espaço para que os outros membros da equipe de Enfermagem participem do planejamento da assistência. Os instrumentos de implantação e implementação da SAE para a organização do cuidado de Enfermagem são aqueles recursos materiais necessários para que se possa aplicar uma metodologia de trabalho. Podemos considerar que esses recursos passam pela aquisição de computadores, sistemas, softwares e/ou formulários específicos (NEVES, 2020, p. 25). O Procedimento Operacional Padrão (POP) na Enfermagem possibilita que o enfermeiro padronize os atendimentos, as ações e, principalmente, as técnicas realizadas pela equipe de Enfermagem, dentro dos ambientes de saúde, de forma minuciosa e detalhada. Cabe ao enfermeiro avaliar a necessidade imediata de suas equipes, podendo, assim, construir e implantar o POP, facilitando, padronizando e qualificando o atendimento de saúde desenvolvido pela equipe. Conforme Guerrero, Beccaria e Trevizan (2008), a utilização do POP, pelo enfermeiro, como instrumento, auxilia a viabilização do cuidado sistematizado. O termo padrão significa aquilo que serve de fundamento ou norma para a avaliação, relacionando- se aos resultados desejados. 100 Figura 8 – Modelo de POP 101 Fonte: Coren-SE (2017, p. 13) As normas e as rotinas de Enfermagem servem, principalmente, para orientar o profissional que irá realizar a atividade junto ao paciente que procura atendimento de saúde. Com a implantação de normas e rotinas, o enfermeiro pode avaliar o atendimento oferecido ao paciente, visando, assim, à melhora na qualidade do serviço prestado. Conforme Borges (1979), normas são as medidas estabelecidas de um padrão, uma técnica ou critérios para o desempenho, a partir dos quais se podem determinar os níveis de assistência a serem prestados, permitindo avaliar a quantidade e qualidade do trabalho fornecido. As rotinas são as instruções técnicas para a realização do trabalho, descrevendo, de forma superficial, os passos para a sua realização. 102 Figura 9 – Normas e rotina de Enfermagem Fonte: Coren-SE (2017, p. 13) qualidade da assistência prestada, justificando a Enfermagem como ciência, pela aplicação de conceitos e teorias próprias, fundamentados nas ciências biológicas, físicas, comportamentais e humanas, que estão sempre presentes no processo de cuidar (NEVES, 2020 p. 338). Logo, facilita a organização do cuidado, desenvolvendo o pensamento crítico, metodológico e sistematizado, ampliando o olhar do enfermeiro para o aprimoramento e buscando formar habilidades para a autonomia na assistência de Enfermagem (NEVES, 2020). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Sistematização da assistência de Enfermagem: o contexto histórico, o processo e o obstáculo da implantação: http://twixar.me/WsMm. DICA Conforme Neves (2020), o aprimoramento pessoal e profissional é indispensável no aperfeiçoamento de técnicas de Enfermagem, competência, autonomia, identidade, cientificidade, valorização, metodologias e organização da SAE prestada. Por outro lado, como fortalezas da implantação e implementação da SAE, podemos dizer que ela ocorre em três principais direções. A primeira direção está relacionada com o profissional de Enfermagem, que, ao se apropriar da metodologia, passa a ter mais autonomia e visibilidade no desenvolvimento de suas ações dentro de sua equipe. A segunda direção está relacionada ao paciente/pessoa/usuário, que, ao ser cuidado com um método científico, de forma sistematizada, se 103 beneficia de intervenções de Enfermagem focadas em sua pessoa e em suas necessidades humanas. A terceira direção está relacionada ao desenvolvimento da ciência de Enfermagem por meio da utilização e aplicação de Teorias de Enfermagem e de Classificações de Enfermagem no cuidado, que possibilitam a evolução científica da profissão (NEVES, 2020, p. 27). Entretanto, para a implantação e a implementação da SAE em todas as instituições que prestam assistência de saúde, sejam elas unidades de saúde, hospitais ou redes privadas, as definições das práticas assistenciaisde Enfermagem devem ser respaldadas de sua importância com diferentes conceitos, para evidenciar a importância da educação permanente (NEVES, 2020). Caro acadêmico, podemos verificar, como na última década, o Brasil tem evoluído na informatização das atividades de saúde e como o processo da SAE é importante nesse contexto. No Tópico 3, estudaremos a legislação aplicada ao profissional da Enfermagem. ESTUDOS FUTUROS 104 Neste tópico, você aprendeu: • A metodologia utilizada na SAE foi desenvolvida por Florence Nightingale, que participou como voluntária na Guerra da Crimeia, desde 1854, reduzindo a mortalidade local de 40% para 2%, quando já defendia a necessidade de uma organização disciplinar para a Enfermagem. • As etapas do processo de Enfermagem são fundamentais para a realização do trabalho da equipe de saúde, sendo elas: método científico, dimensionamento de pessoal e instrumentos. • O Procedimento Operacional Padrão (POP) na Enfermagem possibilita a padronização dos atendimentos, das ações e das técnicas realizadas pela equipe de Enfermagem. Cabe ao enfermeiro avaliar a necessidade imediata de suas equipes, podendo, assim, construir e implantar o POP, facilitando, padronizando e qualificando o atendimento de saúde desenvolvido pela equipe. • As normas e as rotinas de Enfermagem servem, principalmente, para orientar o profissional que irá realizar a atividade junto ao paciente que procura atendimento de saúde. Com a implantação de normas e rotinas, o enfermeiro pode avaliar o atendimento oferecido ao paciente, visando, assim, à melhora na qualidade do serviço prestado. RESUMO DO TÓPICO 2 105 1 Tannure e Gonçalves (2008) destacam que a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é de extrema importância para a atuação do enfermeiro, mas, para que se obtenha êxito no processo de Enfermagem, é necessário primeiro escolher as ferramentas que irão auxiliar nas etapas da implantação da SAE. Responda: o que é a SAE? Fonte: TANNURE, M. C.; GONÇALVES, A. M. P. SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem. Guia prático. [S. l.]: Lab, 2008. 2 As etapas do Processo de Enfermagem são fundamentais para a realização do trabalho da equipe de saúde e permitem organizar a SAE. Com base em Neves (2020), essas etapas são divididas em três momentos, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: NEVES, R. de S. (org.). Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE: guia para o cuidado organizado. Quirinópolis: Editora IGM, 2020. 356p. Disponível em: http://twixar.me/vsMm. Acesso em: 28 set. 2022. a) ( ) Método científico, dimensionamento de pessoal e os instrumentos b) ( ) Coleta de dados (histórico), diagnóstico de Enfermagem, planejamentos de Enfermagem, implementação e avaliação de Enfermagem. c) ( ) Evolução de Enfermagem, método científico e prescrição de Enfermagem. d) ( ) Instrumento, dimensionamento de pessoal, relatório de Enfermagem, planejamento de Enfermagem e exame físico. e) ( ) Relatório de Enfermagem, planejamento de Enfermagem, exame físico e dimen- sionamento de pessoal. 3 Os instrumentos de implantação e implementação da SAE, visando à organização do cuidado de Enfermagem, são os recursos materiais necessários para que se possa aplicar uma metodologia de trabalho. Podemos considerar que esses recursos passam pela aquisição de computadores, sistemas, softwares e/ou formulários específicos. Descreva quais são esses instrumentos utilizados para a implantação da SAE, que padronizam uma assistência de Enfermagem com qualidade, e quais são os seus conceitos. 4 Existem outros processos de Enfermagem que são fundamentais, como o registro de Enfermagem, para manter o cuidado e a qualidade da assistência de Enfermagem prestada ao paciente que procura atendimento de saúde qualificado. Sabendo há uma grande complexidade de taxonomias e classificações em Enfermagem, com o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre as mais utilizadas, assinale a alternativa CORRETA: AUTOATIVIDADE 106 a) ( ) NANDA-I e Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). b) ( ) Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) e NOC. c) ( ) NANDA-I, NOC e Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). d) ( ) NANDA-I e CIPE. 5 Assim como a Enfermagem precisa ter o pensamento crítico, metodológico e sistematizado, a organização das etapas do cuidado e da assistência prestada é fundamental para o processo de trabalho. Segundo o passo a passo do instrumento de trabalho da SAE, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Formulários para o desenvolvimento do Processo de Enfermagem; NANDA-I; e manual de normas e rotinas. b) ( ) Prontuário eletrônico ou manual; protocolos assistenciais de cuidados; Procedi- mento Operacional Padrão (POP); e manual de normas e rotinas. c) ( ) Formulários para o desenvolvimento do Processo de Enfermagem; prontuário eletrônico ou manual; protocolos assistenciais de cuidados; POP; e manual de normas e rotinas. d) ( ) NANDA-1; CIPE; protocolos assistenciais de cuidados; POP; e manual de normas e rotinas. 107 TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO E RACIOCÍNIO CRÍTICO NA ENFERMAGEM UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Atualmente, observamos debates sobre questões relacionadas à influência da globalização nas práticas em saúde e à valorização da transdisciplinaridade nos diversos contextos de atuação da área médica e de Enfermagem (ENDERS; BRITO; MONTEIRO, 2004) Nesse sentido, a Enfermagem tem se mostrado uma categoria exemplar na procura dessas inovações, ao discutir, analisar e defender os novos modos de fazer, aprender e de “ser Enfermagem”, nos seus grandes encontros profissionais e na literatura científica, com base no conhecimento científico (ENDERS; BRITO; MONTEIRO, 2004). O raciocínio e a crítica, quando inseridos no pensar, são ferramentas fundamentais, especialmente, na compreensão da realidade e do conhecimento científico. Portanto, desenvolver habilidades crítico-analíticas sempre foi importante em todos os níveis de ensino de Enfermagem (ENDERS; BRITO; MONTEIRO, 2004). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Raciocínio clínico e pensamento crítico: http://twixar.me/ysMm. DICA 2 RACIOCÍNIO CLÍNICO Segundo Barros et al. (2015), o raciocínio clínico pode ser definido como o processo de aplicação do conhecimento e da avaliação, junto a uma situação clínica, para o desenvolvimento de uma proposta de solução. Isso possibilita a atuação do enfermeiro na análise dos dados, identificando problemas e ajudando o indivíduo, a família, o grupo ou a coletividade a encontrarem meios de resolver, adaptar-se à situação ou mesmo prevenir agravos. 108 Figura 10 – Atuação do profissional de Enfermagem na análise dos dados, identificando problemas e ajudando o paciente Fonte: https://sites.unoeste.br/blog-unoeste/saiba-sobre-a-enfermagem/. Acesso em: 2 out. 2022. O raciocínio clínico está presente em todas as ações e decisões assistenciais do enfermeiro, desde o diagnóstico dos fenômenos, a escolha de intervenções apropriadas e metas, e a avaliação dos resultados obtidos (BARROS et al., 2015). “De forma esquemática, as etapas do processo de raciocínio clínico, essencial para a tomada de decisão” (CARVALHO; OLIVEIRA-KUMAKURA; MORAIS, 2017, p. 691), podem ser representadas conforme mostra a Figura 11. Figura 11 – Raciocínio clínico Fonte: Carvalho; Oliveira-Kumakura; Morais (2017, p. 691) https://sites.unoeste.br/blog-unoeste/saiba-sobre-a-enfermagem/ 109 O pensamento crítico e o pensamento reflexivo são características desejadas na formação e na vida profissional do enfermeiro: • o pensamento reflexivo é metacognição, um nível de consciência que existe por meio do controle cognitivo executivo e autocomunicação sobre experiências; • o pensamento crítico está para a aquisição de habilidades cognitivascomo o pensamento reflexivo está para a aquisição de habilidades metacognitivas (BARROS et al., 2015). O raciocínio clínico envolve estratégias de raciocínio analíticas (conscientes, controladas) e não analíticas (inconscientes, auto- máticas), e sua efetividade depende do desenvolvimento de habi- lidades cognitivas e metacognitivas. Cognição é qualquer operação mental – percepção, atenção, memorização, leitura, escrita, com- preensão, comunicação e outras. A metacognição, por sua vez, é o conhecimento pelo indivíduo de sua própria cognição, ou seja, o co- nhecimento que a pessoa tem das suas próprias operações mentais, como as identifica, a forma como se processam, quando usa uma ou outra e que fatores ajudam ou interferem na sua operação (BARROS et al., 2015, p. 25, grifo nosso). Figura 12 – Raciocínio clínico Fonte: as autoras Cabe ao enfermeiro determinar e definir as ações durante o processo de Enfermagem. Para que isso aconteça de forma efetiva, precisamos desenvolver habilidades e determinadas capacidades desenvolvidas no raciocínio clínico, desde o momento inicial da nossa formação acadêmica. 110 3 PENSAMENTO REFLEXIVO, PENSAMENTO CRÍTICO E DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM A SAE é uma metodologia que organiza e sistematiza todo o cuidado, com base nos princípios do método científico, tendo como os objetivos identificar as necessidades para o cuidado de Enfermagem (TRUPPEL et al., 2009). As habilidades cognitivas, relacionadas aos hábitos da mente, são características da inteligência, aplicadas na interpretação de casos clínicos e na formulação de diagnósticos, atividades que podem ser desenvolvidas por meio da metacognição, a partir da qual a inteligência e o pensamento crítico são aperfeiçoados (BARROS et al., 2015). Na metacognição, ocorre o pensar sobre o pensamento. É um método de autoaperfeiçoamento, que serve de base para o crescimento profissional. A partir das habilidades cognitivas e dos hábitos da mente, o enfermeiro possui linguagem, significado e estrutura para analisar o próprio pensamento (BARROS et al., 2015). Segundo Kuiper e Pesut (2004), estudos mostram que o pensamento crítico está significativamente correlacionado com sucesso acadêmico, enquanto as habilidades de pensamento crítico estão positivamente relacionadas com os anos de experiência clínica. Portanto, embora alguns enfermeiros possam ter uma maior habilidade inata, a experiência profissional e a busca de capacitação permanente são importantes para aprimorar e facilitar o desenvolvimento do pensamento crítico. Relacionar significados, dentro de certos contextos, exige reflexão, envolve discriminar o que é relevante, determinar influências culturais, fazer conexões dentro do contexto de uma situação, sendo os quatro principais atributos do pensamento crítico descritos no Quadro 3 (FORNERIS, 2004). Quadro 3 – Atributos do pensamento crítico Reflexão Como um processo crítico, discrimina o que é relevante e determina a razão das ações. Contexto Inclui cultura, fatos, conceitos, regras, princípios e pressupostos que moldam o modo de construção do conhecimento. É atributo para a compreensão Diálogo Por meio do diálogo, a situação é moldada de forma reflexiva para gerar o entendimento. Tempo A noção de tempo indica que a aplicação prévia da aprendizagem tem impacto sobre a ação futura. Fonte: adaptado de Barros et al. (2015) 111 Ainda, segundo Barros et al. (2015), na prática do enfermeiro, o pensamento crítico é uma dimensão da inteligência, essencial para que se realize o processo diagnóstico de Enfermagem. Os enfermeiros e estudantes de Enfermagem podem melhorar a prática de seu trabalho ao aplicarem processos de pensamento, principalmente o pensamento crítico, utilizando uma linguagem uniforme e padronizada, que serve como facilitadora para a comunicação e o uso de sistemas informatizados, permitindo a representação do conhecimento clínico de Enfermagem. Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Habilidades de pensamento crítico no processo diagnóstico em Enfermagem: http://twixar.me/zsMm. DICA 4 LEGISLAÇÃO DE ENFERMAGEM O método utilizado para sistematizar a assistência de Enfermagem é o Processo de Enfermagem (PE), uma forma de tomada de decisões que se apoia nos passos do método científico, cuja SAE tem sido praticada desde Florence Nightingale, que, ao participar como voluntária na Guerra da Crimeia com outras 38 mulheres, em 1854, conseguiu reduzir a mortalidade local de 40% para 2%, quando Florence preconizou que as enfermeiras deveriam estar submetidas a uma forte organização disciplinar (AQUINO; LUNARDI, 2004). Do ponto de vista ético, é esperado que o enfermeiro utilize a sua criatividade ao gerenciar as ações assistenciais, ao tomar decisões e ao adequar os recursos humanos e materiais de que dispõe, assegurando um atendimento das necessidades dos pacientes, com isenção de riscos, quando estes forem previsíveis (FREITAS; OGUISSO, 2008). Além dessa habilidade técnica, é imprescindível que os profissionais de Enfermagem conheçam e apliquem as normas regulamentadoras do exercício, dos direitos e das obrigações profissionais (LEITE DE BARROS; LOPES, 2010). Assim, é irrefutável que o enfermeiro passe a ter um papel relevante na liderança da elaboração do planejamento da assistência, respaldado, legalmente, na Lei nº 7.498/1986 (BRASIL, 1986), conhecida como Lei do Exercício Profissional, e no Decreto nº 94.406/1987. 112 Art. 3º A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de Enfermagem. Art. 4º A programação de Enfermagem inclui a prescrição da assistência de Enfermagem. [...] Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: I- privativamente: [...] c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; [...] i) consulta de Enfermagem; j) prescrição da assistência de Enfermagem; [...] m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; II- como integrante da equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde (BRASIL, 1986, s. p.). Diante das normas de maior impacto jurídico, o sistema do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) sentiu a necessidade de emitir uma norma mais precisa sobre a temática, resultando na confecção da Resolução Cofen nº 272/2002, que dispunha sobre “a Sistematização da Assistência de Enfermagem nas instituições de saúde brasileiras” e, posteriormente, foi revogada pela Resolução Cofen nº 358/2009. RESOLUÇÃO COFEN Nº 272/2002 – REVOGADA PELA RESOLUÇÃO COFEN Nº 358/2009 Art. 1º Ao Enfermeiro incumbe: I- Privativamente: a implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de Enfermagem, que compreende as seguintes etapas: • Consulta de Enfermagem: compreende o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de Enfermagem. • Para a implementação da assistência de Enfermagem, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada uma das etapas, conforme descriminados a seguir: • Histórico: conhecer hábitos individuais e biopsicossociais visando a adaptação do paciente à unidade de tratamento, assim como a identificação de problemas. • Exame Físico: o Enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: inspeção, ausculta, palpação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente e anotação das anormalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico. • Diagnóstico de Enfermagem: o Enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico, identificaráos problemas de Enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. 113 • Prescrição de Enfermagem: é o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. • Evolução de Enfermagem: é o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente. Desse registro constam os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes. Art. 2º A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada. Art. 3º A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: • Histórico de Enfermagem • Exame Físico • Diagnóstico de Enfermagem • Prescrição da Assistência de Enfermagem • Evolução da Assistência de Enfermagem • Relatório de Enfermagem Parágrafo único: Nos casos de Assistência Domiciliar (home care), este prontuário deverá permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido, objetivando otimizar o andamento do processo, bem como atender o disposto no Código de Defesa do Consumidor. Fonte: COFEN. Resolução Cofen nº 272/2002 – Revogada pela Resolução Cofen nº 358/2009. Disponível em: http://twixar.me/5sMm. Acesso em: 7 out. 2022. Reforça-se a responsabilidade do enfermeiro pela implantação e pela aplicação da SAE e por colocar em ação o PE, sendo que não há uma distinção clara entre eles. Enfatiza-se, ainda, a necessidade de sua implementação em todo território nacional, nas instituições públicas e privadas, e a importância do registro adequado no prontuário do usuário. A Resolução ainda apontava a obrigatoriedade dos Conselhos Regionais de Enfermagem (CORENs) em capacitar os enfermeiros e incentivar a implementação e a execução da legislação: Art. 4º Os CORENs, em suas respectivas jurisdições, deverão promover encontros, seminários, eventos, para subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Art. 5º É de responsabilidade dos CORENs, em suas respectivas jurisdições, zelar pelo cumprimento desta norma (COFEN, 2002, s. p.). 114 No tocante ao papel do enfermeiro, a nova norma, isto é, a Resolução Cofen nº 358/2009, impõe a liderança da SAE e do PE, e reduz a sua responsabilidade privativa na realização do diagnóstico de Enfermagem e na prescrição das intervenções de Enfermagem, possibilitando uma maior participação dos outros membros da equipe de Enfermagem, o que fortalece e valoriza a equipe e a assistência: Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, participam da execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro (COFEN, 2009, s. p.). Entretanto, com o surgimento da obrigatoriedade da realização e da implantação da SAE e do PE, bem como a execução de ambos, o que leva a inserir que a implementação não é algo facultativo e, sim, um dever legal, conforme consta na Resolução do COFEN nº 358/2009: RESOLUÇÃO COFEN Nº 358/2009 Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. § 1º Os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros. § 2º Quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde de Enfermagem corresponde ao usualmente denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem. Art. 2º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter- relacionadas, interdependentes e recorrentes: I- Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença. II- Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de Enfermagem que representam, com mais 115 exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. III- Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de Enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. IV- Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem. V- Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de Enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de Enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de Enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de Enfermagem alcançados. Art. 4º Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, incumbe a liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de Enfermagem esperados, cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de Enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de Enfermagem a serem realizadas, face a essas respostas. [...] Art. 6º A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente, envolvendo: a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; b) os diagnósticos de Enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; 116 c) as ações ou intervenções de Enfermagem realizadas face aos diagnósticos de Enfermagem identificados; d) os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de Enfermagem realizadas. Art. 7º Compete ao Conselho Federal de Enfermagem e aos Conselhos Regionais de Enfermagem, no ato que lhes couber, promover as condições, entre as quais, firmar convênios ou estabelecer parcerias, para o cumprimento desta Resolução. Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando- se as disposições contrárias, em especial, a Resolução COFEN nº 272/2002. Fonte: COFEN.Resolução nº 358, 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 23 set. 2022. Cabe lembrar que o não cumprimento do Código de Ética de Enfermagem implica abertura de um processo ético e, consequente, penalidade, devido à infração. A seguir, podemos observar alguns artigos que podem ser infringidos com a não realização da SAE e do PE, conforme consta na Resolução Cofen nº 564/2017: Art. 26. Conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e demais normativos do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem. [...] Art. 37. Documentar formalmente as etapas do processo de Enfermagem, em consonância com sua competência legal. [...] Art. 46. Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e Médica na qual não constem assinatura e número de registro do profissional prescritor, exceto em situação de urgência e emergência (COFEN, 2017, s. p.). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, disponível em: http://twixar.me/SsMm. DICA Desse modo, pode-se entender que a não realização da SAE e do PE gera a penalidade de advertência verbal, no caso dos exemplos: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html 117 Art. 114. As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo. Art. 115. A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 26, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 46, 48, 47, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57,58, 59, 60, 61, 62, 65, 66, 67, 69, 76, 77, 78, 79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 98, 99, 100, 101 e 102 (COFEN, 2017, s. p.). Segundo Neves (2020), a implementação da SAE e do PE é extremamente importante, para a qualificação e a valorização do processo de trabalho da equipe de Enfermagem; portanto, o enfermeiro precisa introduzir tal conduta nas suas atribuições diariamente e garantir a participação de toda equipe de Enfermagem envolvida no cuidado ao paciente. Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura da Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001: http://twixar.me/KsMm. DICA Caro acadêmico, chegamos ao final da Unidade 2, em que conhecemos as competências requeridas para o trabalho do profissional da Enfermagem, as etapas da SAE e a legislação aplicada à profissão do enfermeiro e suas atribuições. 118 LEITURA COMPLEMENTAR AVALIAÇÃO DA REALIZAÇÃO E DO REGISTRO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Maria Ângela Reppetto Mariana Fernandes de Souza A Enfermagem organiza-se e expressa sua ação no cuidado ou na assistência ao indivíduo em vários ambientes, nas suas condições de saúde. A saúde é definida como um fenômeno multidimensional, com características individuais e coletivas, que envolve, de forma dialética, aspectos físicos, psicológicos e sociais da natureza humana. Todo o contexto, as multiplicidades de fatores que condicionam o bem- estar, o estado de saúde das pessoas, são objetos de preocupação do profissional de Enfermagem. O exercício desta profissão tem significado, alcança sua finalidade, ao voltar a atenção ao agir especificamente em favor das pessoas. Em uma publicação sobre o cuidado, o autor afirma que cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro. Por sua própria natureza, cuidado inclui, pois, duas significações básicas, intimamente ligadas entre si. A primeira, a atitude de desvelo, de solicitude e de atenção para com o outro. A segunda, de preocupação e de inquietação, porque a pessoa que recebe cuidado se sente envolvida e afetivamente ligada com o outro. O cuidar/cuidado é o núcleo da prática cotidiana de Enfermagem, a qual permite a manifestação de vários meios e características e o surgimento de seus métodos e instrumentos de trabalho. Para realizar as atividades de cuidado, o enfermeiro necessita de instrumental conceitual e técnico para abordar a realidade da prática. O método é a organização, a sistemática racional de ações para alcançar os objetivos da assistência. Para a implantação e operacionalização do cuidar o enfermeiro usa o método da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Esta sistematização possibilita que os enfermeiros identifiquem a presença das necessidades humanas básicas afetadas nos pacientes internados nas unidades específicas e, assim, com consequentes diagnósticos 119 classificados e respectivas intervenções de Enfermagem estabelecidas, que podem caracterizar essas unidades, a equipe de Enfermagem consegue prestar uma assistência planejada fundamentada em conhecimentos, viabilizando um cuidado objetivo e individualizado. A prática da assistência de Enfermagem vai além do modelo médico, ela é baseada e instrumentalizada por um referencial próprio, criado e construído pelos profissionais de Enfermagem, o qual possibilita a união da teoria à prática. O uso de marcos conceituais explícitos na prática assistencial altera, também, a estrutura da forma da assistência, possibilitando ação participativa, crítica, embasada em conceitos científicos, exigindo maior conhecimento da disciplina de Enfermagem. Durante toda nossa experiência profissional como enfermeira assistencial, atuamos em duas instituições hospitalares, nas quais a SAE era aplicada, incorporada à filosofia do Serviço de Enfermagem, sendo uma função privativa e prioritária do enfermeiro. Atualmente, atuamos como docentes de curso de graduação em Enfermagem, na disciplina de Semiologia e Semiotécnica, na qual um dos conteúdos a ser ministrado é a SAE e o processo de Enfermagem; assim, temos a oportunidade de ensinar ao discente, sua importância e aplicabilidade. Nessa nova etapa profissional, o estudo em relação a essa sistematização tornou- se um desafio, uma meta a ser alcançada e, acreditamos, fonte de conhecimentos para a valorização do enfermeiro, tanto na assistência direta como na docência. Como docentes, enfatizamos a responsabilidade da enfermeira dentro da equipe transdisciplinar de saúde, em qualquer nível de atuação e ressaltamos a função privativa da enfermeira na área hospitalar. A avaliação do registro das etapas da SAE tem sua importância como facilitadora da valorização da assistência de Enfermagem a ser estabelecida para o cuidado ao cliente/paciente. Essas reflexões levaram-nos ao seguinte questionamento: as etapas da sistematização da assistência de Enfermagem são realizadas e registradas, nas instituições hospitalares? Este estudo buscou esclarecimentos sobre essa questão, e se propôs a avaliar a SAE, sob o ponto de vista de seu registro [...]. Fonte: REPPETTO, M. A.; SOUZA, M. F. Avaliação da realização e do registro da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em um hospital universitário. Rev Bras Enferm., v. 58, n. 3, p. 325-329, maio-jun. 2005. 120 Neste tópico, você aprendeu: • O raciocínio clínico pode ser definido como o processo de aplicação do conhecimento e da avaliação, junto a uma situação clínica, para o desenvolvimento de uma proposta de solução. Isso possibilita a atuação do enfermeiro na análise dos dados, identificando problemas e ajudando o indivíduo, a família, o grupo ou a coletividade a encontrarem meios de resolver, adaptar-se à situação ou mesmo prev enir agravos. • O raciocínio e a crítica, quandoinseridos no pensar, são ferramentas fundamentais, especialmente, na compreensão da realidade e do conhecimento científico. Portanto, desenvolver habilidades crítico-analíticas sempre foi importante em todos os níveis de ensino de Enfermagem. • As habilidades cognitivas, relacionadas aos hábitos da mente, são características da inteligência, aplicadas na interpretação de casos clínicos e na formulação de diagnósticos. • Do ponto de vista ético, é esperado que o enfermeiro utilize a sua criatividade ao gerenciar as ações assistenciais, ao tomar decisões e ao adequar os recursos humanos e materiais de que dispõe, assegurando um atendimento das necessidades dos pacientes, com isenção de riscos, quando estes forem previsíveis. RESUMO DO TÓPICO 3 121 1 Segundo Barros et al. (2015), o raciocínio clínico pode ser definido como o processo de aplicação do conhecimento e da perícia, junto a uma situação clínica, para o desenvolvimento de uma proposta de solução. Nesse contexto, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. a) ( ) O enfermeiro analisa os dados, identifica problemas e ajuda o indivíduo, a família, o grupo ou a coletividade a encontrarem meios de resolver, adaptar-se à situação ou mesmo prevenir agravos. b) ( ) O enfermeiro deve analisar os dados, identificar problemas e ajudar o indivíduo, a família ou a coletividade com a prescrição de medicamentos. c) ( ) O enfermeiro deve identificar problemas e ajudar o indivíduo, a família, o grupo ou a coletividade a solucioná-los. c) ( ) O técnico de Enfermagem e o auxiliar de laboratório analisam os fatos, demonstrando iniciativa para os demais membros da equipe de saúde. 2 O raciocínio clínico está presente em todas as ações e decisões assistenciais do enfermeiro (BARROS et al., 2015). Sobre essas ações e decisões assistenciais do enfermeiro, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. a) ( ) Diagnóstico dos fenômenos, escolha de intervenções e metas apropriadas, e avaliação dos resultados obtidos. b) ( ) Realizar o diagnóstico dos fenômenos, visando à saúde da família, do grupo ou da coletividade. c) ( ) Escolha de intervenções e metas, assim como avaliação dos resultados obtidos. d) ( ) O técnico de Enfermagem e o auxiliar de laboratório devem analisar os fatos, demonstrando iniciativa para os demais membros da equipe de saúde. 3 O raciocínio clínico envolve estratégias de raciocínio e a sua efetividade depende do desenvolvimento de habilidades cognitivas (operação mental – percepção, atenção, memorização, leitura, escrita, compreensão, comunicação e outras) e de habilidades de metacognição, que, por sua vez, é o conhecimento pelo indivíduo de sua própria cognição, ou seja, o conhecimento que a pessoa tem das suas próprias operações AUTOATIVIDADE 122 mentais, como as identifica, a forma como se processam, quando usa uma ou outra e que fatores ajudam ou interferem na sua operação (BARROS et al., 2015). Quais são as duas estratégias de raciocínio? Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. 4 Segundo Kuiper e Pesut (2004), estudos mostram que o pensamento crítico está significativamente correlacionado com sucesso acadêmico e que as habilidades de pensamento crítico estão positivamente relacionadas com os anos de experiência clínica. Portanto, embora alguns enfermeiros possam ter uma maior habilidade inata, a experiência profissional e a busca de capacitação permanente são importantes para aprimorar o pensamento crítico. Relacionar significados, dentro de certos contextos, exige reflexão, envolve discriminar o que é relevante, determinar influências culturais, fazer conexões dentro do contexto de uma situação, sendo os quatro principais atributos do pensamento crítico (FORNERIS, 2004). Correlacione as colunas com suas descrições sobre os atributos do pensamento crítico: Fonte: KUIPER, R. A.; PESUT, D. J. Promoting cognitive and metacognitive reflective reasoning skills in nursing practice: self-regulated learning theory. Journal of Advanced Nursing, v. 45, n. 4, p. 381-391, 2004. FORNERIS, S. G. Exploring the attributes of critical thinking: a conceptual basis. International Journal of Nursing Education Scholarship, v. 1, n. 9, p. 1-18, 2004. I- Reflexão. II- Contexto. III- Diálogo. IV- Tempo. ( ) Como um processo crítico, discrimina o que é relevante e determina a razão das ações. ( ) Inclui cultura, fatos, conceitos, regras, princípios e pressupostos, que moldam o modo de construção do conhecimento. É atributo para a compreensão. ( ) Por meio do diálogo, a situação é moldada de forma reflexiva, para gerar o entendimento. ( ) A noção de tempo indica que a aplicação prévia da aprendizagem tem impacto sobre a ação futura. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – II – III – IV. b) ( ) III – IV – II – I. c) ( ) IV – I – II – III. d) ( ) III – II – I – IV. 123 5 Além da habilidade técnica, é imprescindível que os profissionais de Enfermagem conheçam e apliquem as normas regulamentadoras do exercício profissional, dos direitos e das obrigações profissionais (LEITE DE BARROS; LOPES, 2010). Assim, é irrefutável que o enfermeiro passe a ter um papel relevante na liderança da elaboração do planejamento da assistência, respaldado, legalmente. Qual é a lei que dá aos profissionais enfermeiros embasamento para a realização do seu exercício profissional? Fonte: LEITE DE BARROS, A. L. B.; LOPES, J. de L. A legislação e a sistematização da assistência de Enferma- gem. Enfermagem em Foco, v. 1, n. 2, p. 63-65, 2010. Disponível em: http://revista.cofen.gov.br/index.php/ enfermagem/article/view/17/18. Acesso em: 7 out. 2022. http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/17/18 http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/17/18 124 AQUINO, D. R.; LUNARDI FILHO, W. D. Construção da prescrição de Enfermagem informatizada em uma UTI. Cogitare Enferm. v. 9, n. 1, p. 60-70, 2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v9i1.1706. Acesso em: 28 set. 2022. ARONE, E. M.; CUNHA, I. C. K. O. Avaliação tecnológica como competência do enfermeiro: reflexões e pressupostos no cenário da ciência e tecnologia. Rev. Bras. Enferm., 59, n. 4, p. 18-26, 2006. BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. BERNDT, F. P. G. Competências gerenciais do enfermeiro. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. BIANCHI, M. B.; GURGUEIRA, G. P. Sistematização da Assistência de Enfermagem. 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A configuração identitária da enfermeira no contexto das práticas de gestão em hospitais privados em Belo Horizonte. Tese. Belo Horizonte: Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, 2004. CARVALHO, E. C. de; OLIVEIRA-KUMAKURA, A. R. de S.; MORAIS, S. C. R. V. Raciocínio clínico em Enfermagem: estratégias de ensino e instrumentos de avaliação. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 70, p. 662-668, 2017. COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Decreto nº 94.406, de 9 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.cofen. gov.br/decreto-n-9440687_4173.html. Acesso em: 24 set. 2022. COFEN. Resolução Cofen nº 272/2002 – Revogada pela Resolução Cofen nº 358/2009. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2722002-revogada- pela-resoluao-cofen-n-3582009_4309.html. Acesso em: 7 out. 2022. COFEN. Resolução nº 358, 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/ resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 23 set. 2022. COFEN. Resolução nº 543/2017. Atualiza e estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nos serviços/locais em que são realizadas atividades de Enfermagem. Brasília: COFEN, 2017. Disponível em: http://twixar.me/psMm. Acesso em: 7 out. 2022. COFEN. Resolução Cofen nº 564, de 6 de dezembro de 2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/ resolucao-cofen-no-5642017_59145.html. Acesso em: 7 out. 2022. COREN-SE – CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SERGIPE. Normas e Rotinas. Aracaju: Coren-SE, 2017. Disponível em: http://twixar.me/tsMm. Acesso em: 1 out. 2022. CUNHA, I. C. K. 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DICA As teorias de Enfermagem possibilitam a atuação profissional, com base no cuidado, e a associação com o conhecimento científico, auxiliando os profissionais da área a compreenderem e terem um melhor entendimento de vários aspectos que interferem no cuidado do paciente. 2 TEORIA AMBIENTALISTA A enfermeira Florence Nightingale foi reconhecida pela sua atuação profissional na guerra da Crimeia, em 1854, ficou conhecida popularmente como a Dama da Lâmpada (COREN-SP, 2021), objeto que se tornou símbolo universal da Enfermagem. 4 Durante a Guerra da Crimeia, em 1854, Florence Nightingale foi Enfermeira de guerra. Os soldados a transformaram em seu anjo da guarda porque ela ia nas enfermarias e acampamentos dos batalhões de lanterna na mão, iluminando o caminho, para cuidar dos doentes. É por isso que Florence Nightingale é conhecida como a Dama da Lâmpada (COREN-SP, 2021). Ao retornar para casa, quatro meses depois do término da guerra, Florence foi recebida como uma heroína, com reconhecimento internacional pela sua atuação profissional com os soldados durante a guerra. Figura 1 – Florence Nightingale Fonte: http://twixar.me/VNMm. Acesso em: 25 set. 2022. Em 1859, surgiu a Teoria Ambientalista, criada por Florence Nightingale (PADILHA; MANCIA, 2005), que se refere ao meio em que se vive como “Todas as condições e influências externas afetam a vida e o desenvolvimento do organismo são capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte” (MEDEIROS; ENDERS; LIRA, 2015, p. 522). Alguns aspectos gerais da Teoria Ambientalista podem ser destacados, como: • Um ambiente saudável é essencial para a cura. • As janelas devem ser abertas possibilitando a entrada da luz para todos os ocupantes e um fluxo de ar fresco. • Com a vestimenta adequada, pode-se manter, ao mesmo tempo, o paciente aquecido no leito e em ambiente muito bem arejado. • A administração apropriada da residência interfere na cura dos enfermos. • Os cuidados de Enfermagem envolvem a casa na qual o paciente vive e os que têm contato com ele, sobretudo os cuidadores. • O ruído é prejudicial e perturba a necessidade de repouso do doente. 5 • Alimentação nutritiva, leitos e roupas de cama apropriadas e higiene pessoal do indivíduo são essenciais. • A limpeza previne a morbidade. • Com o ambiente limpo o número de casos de infecção diminui. • Todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo são capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte (MEDEIROS; ENDERS; LIRA, 2015, p. 522). Florence traz, na sua teoria, como principais fatores envolvidos no cuidado em saúde: o paciente, ambiente e o profissional de saúde. “O meio ambiente foi por ela definido como tudo aquilo que cerca ou que envolve os seres vivos, sendo as condições externas que exercem influência na vida e no desenvolvimento das pessoas, favorecendo meios de prevenção e contribuindo para a saúde ou para a doença” (SCHAURICH; MUNHOZ; DALMOLIN, 2020, p. 14). Cabe ao profissional de Enfermagem manter o equilíbrio entre esses fatores, trazendo o aspecto de liderança nas condutas a serem tomadas para o tratamento do paciente. Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Enfermagem – História de uma profissão, de Maria Itayra Padilha e Miriam Süsskind Borenstein. DICA Figura – Enfermagem – História de uma profissão Fonte: http://twixar.me/NNMm. Acesso em: 1 jun. 2021. Atualmente, uma homenagem importante é o Dia da Enfermagem, no qual é ressaltado o termo anjos, que faz referência à Florence e a como ela ficou popularmente conhecida durante a guerra da Crimeia: 6 Dia 12 de maio é comemorado o Dia Mundial do Enfermeiro. A data é celebrada em homenagem a Florence Nightingale, um marco da Enfermagem que ficou conhecida como a Dama da Lâmpada, por percorrer os leitos de soldados durante a noite em tempos de guerra. Ela foi a fundadora da primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra, no Hospital Saint Thomas, em 1859. No Brasil, em 20 de maio comemora-se o Dia Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, na data do falecimento de Ana Neri, a primeira enfermeira voluntária do País. Assim como a europeia, ela deu nome à primeira Escola de Enfermagem oficializada pelo Governo Federal, em 1923. Enfermagem é a arte de cuidar do ser humano, protegendo, prevenindo e tratando da reabilitação e recuperação da saúde de todos. A coluna Presença de hoje estampa os profissionais do corpo de Enfermagem da Irmandade de Santa Casa de Misericórdia, que é um dos hospitais referência em tratamento do novo coronavírus na cidade, além de profissionais da Unidade Pré-hospitalar da Zona Leste (GARCIA, 2020, s. p.). Em 13 de agosto de 1910, Florence Nightingale faleceu em Londres, com 90 anos de idade. Antes de falecer, ela ficou em tratamento domiciliar e repouso absoluto no leito, tendo sido acometida por febre tifoide e sérias complicações, o que a levou ao óbito. 3 TEORIA DO AUTOCUIDADO Entre os anos de 1959 e 2001, Dorothea Orem desenvolveu a teoria de Enfermagem do Autocuidado ou o Modelo Orem de Enfermagem, com relevância para a atuação dos enfermeiros, por trazer conceitos gerais aplicáveis a todas as instâncias de Enfermagem (GONZALO, 2021), independentemente da atuação profissional do enfermeiro. Figura 2 – Dorothea Orem Fonte: https://quien.net/dorothea-orem/. Acesso em: 25 set. 2022. https://quien.net/dorothea-orem/ 7 A teoria de Dorothea Orem integra três teorias inter-relacionadas: a do autocuidado, a do déficit de autocuidado e a dos sistemas de Enfermagem. Figura 3 – Relação das teorias de Dorothea Orem Fonte: as autoras No Quadro 1, veremos a classificação das teorias de Orem, enfatizando a importância do autocuidado com as suas três classificações. Quadro 1 – Classificação das teorias de Orem Teoria do déficit do autocuidado Autocuidado individual. Reflexão do autocuidado relacionado à saúde. Teoria do autocuidado Enfermagem é indispensável. Teoria generalista. Teoria dos sistemas de Enfermagem Déficit de autocuidado do paciente. Ênfase nos cuidados de Enfermagem. Fonte: as autoras Segundo Bub et al. (2006), a teoria do autocuidado destaca: O tema do Cuidado de si mesmo foi abordado de forma específica durante o curso ministrado no Collège de France nos anos de 1981 e 1982, e publicado no Brasil sob o nome de “A hermenêutica do sujeito”. Para poder fazer uma aproximação a este tema é importante não esquecer que o pensamento de seu autor, no momento da sua produção, está atravessado por dois conceitos que organizam sua obra, o de biopoder e o de biopolítica (BUB et al., 2006, p. 153). 8 Acadêmico, sugerimos a leitura do artigo Metodologia do cuidar em Enfermagem na abordagem fenomenológica, para aperfeiçoar os seus conhecimentos: http://twixar.me/cNMm. DICA O Quadro 2 descreve a concepção de um plano de cuidado de Enfermagem, que visa ao autocuidado. Quadro 2 – Plano de cuidado de Enfermagem Diagnóstico de Enfermagem Plano Intervenção Evolução Adaptação prejudicada relacionada ao sistema de suporte inadequado Meta Levar a paciente a adaptar-se a sua nova situação. Orientar a paciente sobre a aceitação de sua gravidez por meio do diálogo, e dar apoio quanto à mudança no seu padrão de vida, com uma melhor aceitação para o novo colégio. A paciente tem aceitado a sua gravidez; já frequenta as aulas no novo colégio, relaciona-se com novos colegas e pensa concluir seu curso secundário. Objetivos Dar condições a uma melhor adaptação da gravidez da paciente e a sua mudança de colégio. Sistema de Enfermagem De apoio-educação. Método Orientação e apoio. Distúrbio do padrão do sono relacionado a alterações sensoriais internas Meta Promover sono e repouso adequado às suas necessidades fisiológicas. Orientar eC. O processo de enfermagem na área de enfermagem: uma abordagem psicanalítica. Rev. Adm., v. 31, n. 3, p. 63-71, jul./set. 1996. LUNARDI FILHO, W. D.; LUNARDI, V. L. Uma nova abordagem no ensino de enfermagem e de administração em enfermagem como estratégia de (re)orientação da prática profissional do enfermeiro. Texto Contexto Enferm., v. 5, n. 2, p. 20-24, maio-ago. 1996. NEVES, R. de S. (org.). Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE: guia para o cuidado organizado. Quirinópolis: Editora IGM, 2020. 356p. Disponível em: https://editoraigm.com.br/wp-content/uploads/2021/01/Livro-SAE-Rinaldo-v2.pdf. Acesso em: 28 set. 2022. PERES, A. M.; CIAMPONE, M. H. T. Gerência e competências gerais do enfermeiro. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 15, p. 492-499, 2006. PETRILLI FILHO, J. F.; MARTINS, D. C. O programa especial de treinamento na formação do profissional de Enfermagem do novo milênio: relato de experiência. Rev. Lat. Am. Enferm., v. 9, n. 4, p. 91-93, 2001. SILVA, C. C. Competências na prática educativa para constituição da força de trabalho em saúde: um desafio aos educadores. Tese. São Paulo: USP/Escola de Enfermagem; 2003. TANNURE, M. C.; GONÇALVES, A. M. P. SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem. Guia prático. [S. l.]: Lab, 2008. TRUPPEL, T. C. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 62, n. 2, p. 221-227, 2009. Disponível em: http://twixar.me/8sMm. Acesso em: 7 out. 2022. https://bit.ly/3G7uh8T https://bit.ly/3G7uh8T http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/17/18 https://editoraigm.com.br/wp-content/uploads/2021/01/Livro-SAE-Rinaldo-v2.pdf 128 129 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o processo da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) com base nas evidências científicas; • entender as principais classificações de Enfermagem, assim como a aplicação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) e da SOAP (acrônimo para os métodos Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano); • conhecer a NANDA-I, principal fundamentação científica internacional para a construção dos diagnósticos de Enfermagem. A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA TÓPICO 2 – PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E TAXONOMIAS – NANDA, NIC, NOC TÓPICO 3 – CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM (CIPE®) E SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, AVALIAÇÃO E PLANO) Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 130 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 3! Acesse o QR Code abaixo: 131 TÓPICO 1 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO No decorrer dos nossos estudos, foi possível perceber o quanto a Sistematização da Assistência a Enfermagem (SAE) é impactante nas atividades desenvolvidas no dia a dia do enfermeiro. Todo o conhecimento sempre está em estado de desenvolvimento e aprimoramento na sociedade, o que implica a possibilidade de identificarmos, na prática, algumas atitudes desvinculadas dos achados científicos (DOMENICO; IDE, 2003). Avanços tecnológicos simulam obtenções ao processo de cuidar e à prática profissional do enfermeiro, e exigem novas atitudes, comportamentos e formas de pensar e ser (PEDROLO, 2009). “Na Enfermagem, seu pilar de sustentação é a utilização de resultados de pesquisas na prática profissional” (PEDROLO, 2009, p. 761). Neste tópico, veremos algumas reflexões sobre a SAE e a prática baseada em evidência. Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Construção de hipermídia para apoio ao ensino da sistematização da assistência de Enfermagem: http://twixar.me/QsMm. DICA 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) A SAE tem sido utilizada, em algumas instituições de saúde, como uma metodologia assistencial, realizada por meio do Processo de Enfermagem (PE), o qual, por sua vez, pode ser entendido como a aplicação prática de uma teoria de Enfermagem na assistência aos pacientes (HERMIDA; ARAÚJO, 2006). Embora o PE tenha sido implantado no Brasil desde a década de 1970, por Wanda de Aguiar Horta, somente em 2002 a SAE recebeu o apoio legal do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a partir da Resolução nº 272/2002, que foi implementada em âmbito nacional nas instituições de saúde brasileiras. 132 Figura 1 – Wanda de Aguiar Horta Fonte: http://twixar.me/6sMm. Acesso em: 29 set. 2022. Para aprofundar seu conhecimento leia a Resolução Cofen nº 272/2002: suas atribuições legais e regimentais. Disponível em: http://twixar.me/5sMm. DICA Segundo Melleiro et al. (2001), a elaboração desses instrumentos pode ser uma construção coletiva, realizada com todos os membros da equipe de Enfermagem. Essa forma de criação em equipe pode representar um meio de viabilizar a execução do processo. Padronizar e elaborar os instrumentos em equipe proporciona a possibilidade de adaptações, quando necessário. A organização do cuidado foi descrita de forma onde os estudos de casos foram relatos do ano de 1929 e após 1945, estes deram lugar aos planos de cuidados considerados as primeiras expressões do processo de Enfermagem (TANNURE, 2008). Segundo Santana et al. (2000), o processo de Enfermagem é um paradigma científico, sem outra alternativa até o momento atual de que a Enfermagem deve lançar mão para ser reconhecida e consolidada. Consideramos a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como todo o planejamento registrado da assistência que abrange, desde a criação e implantação do manual de normas e rotinas das unidades à descrição padronizada dos procedimentos técnicos até, finalmente, a adoção do PE (AQUINO; LUNARDI FILHO, 2004, p. 61). A SAE é todo o planejamento de assistência e traz consigo, a implementação e criação de normas e rotinas das unidades, onde a padronização de escrito dos prontuários, o registro de Enfermagem e até a implementação (NEVES, 2020). 133 A aplicação da SAE, proporciona ao profissional enfermeiro uma melhora significativa na qualidade da assistência prestada ao paciente, permitindo o reconhecimento e a valorização da profissão (OLIVEIRA et al., 2019). “Os instrumentos de implantação e implementação da SAE para a organização do cuidado de Enfermagem são aqueles recursos materiais necessários para que se possa aplicar uma metodologia de trabalho” (NEVES, 2020, p. 25). Segundo Schmidt e Duncan (2003), devido a inúmeras inovações na área da saúde, a tomada de decisão dos enfermeiros necessita estar pautada em princípios científicos, a fim de selecionar a intervenção mais adequada para a situação específica de cuidado, uma vez que existem contestações entre esperar que esses avanços tenham resultados positivos e em como, de certa forma, podemos garantir a melhor funcionabilidade do atendimento ao paciente. Isso quer dizer que os enfermeiros precisam organizar o cuidado a partir de um pensamento crítico, metodológico e sistematizado, de certa forma, organizado em etapas que estão internamente relacionadas, com passos ou fases que se complementam, além de ser, também, necessário ter profissionais de Enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem) suficientes em quantidade e qualidade para dar continuidade nesse processo de trabalho (NEVES, 2020, p. 25). A organização da SAE requer a utilização de alguns instrumentos de trabalho, descritos a seguir: • Formulários para desenvolver as etapas do PE. • Prontuário eletrônico ou manual. • Protocolos assistenciais de cuidados.• Procedimentos operacionais padrões. • Manual de rotinas (NEVES, 2020, p. 25). Segundo Neves (2020), de modo a facilitar o entendimento e o aprendizado acerca do tema da SAE, podemos considerar a estrutura do filtro d’água. Nessa estrutura, a SAE é representada pela água, que é essencial para a vida, assim como a SAE é para a assistência de Enfermagem, enquanto a vela, que faz o processo de filtragem, é o instrumento de dimensionamento. Assim, ambas são as estruturas básicas necessárias que proporcionam o funcionamento de todo o filtro, uma vez que se conectam ao método científico, compreendido pelo compartimento que comporta a água e faz todo o suporte das outras estruturas; a água que sai pela torneira significa o Processo de Enfermagem (PE), o qual é canalização da SAE para a assistência direta ao paciente, conforme demonstrado na Figura 2. 134 Figura 2 – Filtro d’água como estrutura para analogia à SAE Fonte: Neves (2020, p. 28) No sentido de validar conhecimentos e produzir evidências que subsidiem sua aplicação dos instrumentos como a SAE e o PE, surge a necessidade de pesquisas que comprovem a efetividade das intervenções atuais, tornando-as mais confiáveis (PEDROLO, 2009). 3 PRÁTICAS DE ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIA Conforme Sackett et al. (2003), as melhores evidências de estudos clínicos sobre a precisão dos exames diagnósticos com o exame clínico demonstram uma eficácia na segurança dos esquemas terapêuticos, cuja evidência da qualidade é “praticar com base em evidências é integrar as melhores evidências de pesquisa à habilidade clínica do profissional e à preferência do paciente” (SACKETT et al., 2003, p. 103). Segundo Galvão, Sawada e Rossi (2002), a Enfermagem baseada em evidência tem a sua origem no movimento da medicina baseada em evidências, no qual é explicito e criterioso o uso da melhor evidência para tomar decisões sobre o cuidado individual do paciente. “A Enfermagem baseada em evidências requer habilidades que não são tradicionais na prática clínica, pois exige identificar as questões essenciais nas tomadas de decisão, buscar informações científicas pertinentes à pergunta e avaliar a validade das informações” (DOMENICO; IDE, 2003, p. 115). 135 Para Cruz e Pimenta (2005), evidência é algo que fornece provas, podendo ser a evidência categorizada em níveis (Figura 3). Figura 3 – Níveis de força de evidências Fonte: adaptada de Cruz; Pimenta (2005) “A Enfermagem ainda não dispõe de pesquisas em quantidade e com as características necessárias para sustentar a prática baseada em evidências” (GALVÃO; SAWADA; ROSSI, 2002, p. 690). Conforme visto, a Enfermagem é baseada em evidência e, a partir dela, podemos construir a SAE. Na prática realizada pelo profissional enfermeiro, primeiramente, devemos avaliar quais informações podem ser utilizadas para a elaboração da SAE. A primeira etapa da elaboração da SAE consiste na coleta de dados do paciente. Para tanto, podemos utilizar vários modelos de formulários, desde que apresentem as informações necessárias sobre o paciente, como dados de identificação, escolaridade, condições socioeconômicas e informações sobre o seu quadro de saúde (Figura 4). 136 Figura 4 – Dados do paciente Fonte: SBC (2009, p. 2) Também é necessário ter o conhecimento sobre o histórico de vida e os antecedentes de saúde do paciente, sendo importante para o enfermeiro aplicar as informações obtidas na SAE. 137 Figura 5 – Histórico do paciente Fonte: SBC (2009, p. 3) Outra etapa consiste em realizar o exame físico de Enfermagem do paciente, pois quanto mais informação conseguirmos obter nesse momento, melhor será a análise em relação a sua saúde, o que, consequentemente, facilitará a aplicabilidade da SAE. 138 Figura 6 – Exame físico 139 140 Fonte: SBC (2009, p. 4-6) A partir do conhecimento do modelo da SAE para a coleta de dados, precisamos entender, na prática, como aplicar essa sequência da SAE, utilizando como exemplo um caso clínico de uma paciente, identificada como I.R.B., com 93 anos de idade. 141 3.1 EXEMPLO DE CASO CLÍNICO Inicialmente, vimos a necessidade de coletar os dados do paciente e, por isso, construímos um instrumento de coleta de dados (Quadro 1), de acordo com a necessidade da instituição de saúde, que apresenta um layout pouco diferente do que vimos anteriormente, porém, de forma mais completa, ou seja, é composto por algumas informações mais específicas do caso da paciente I.R.B. Quadro 1 – Instrumento de coleta de dados da paciente I.R.B. Leito: Data da internação: / / Profissão: Nome completo: I.R.B. Nasc.: 13/ 06 /1923 Idade: 93 Sexo: (X) F ( ) M Diagnóstico médico: Úlcera venosa Motivo Internação na casa asilar? Ficou viúva e a neta não teria condições de cuidar o tempo todo, pois trabalha e a filha já faleceu. Alergias: ( ) sim (X) não A que? Queixa principal no momento: Não possui Tratamentos anteriores: Úlceras venosas, fratura no MSD Doenças crônicas/fatores de risco: ( ) hipotensão (X) HAS ( ) DM ( ) Dislipidemia (X) hipotireoidismo ( ) Problemas de Coagulação ( ) Cardiopatia ( ) AVE ( ) neoplasias (X) Outros Qual: Úlcera venosa anterior ( ) tabagismo ( ) etilismo (X) obesidade ( ) Outros O quê? EXAME FÍSICO SSVV: PA: 120/80 mmHg FC: 59 bcpm FR: 14 mrpm T°: 35 °C Dor: 0 SatO2: 97% NEUROLÓGICO: Comunicação: (X) verbal ( ) não verbal ( ) dificultosa ( ) ausente ( ) impossibilitada Estado mental: (X) acordado (X) lúcido (X) orientado ( ) sonolento ( ) torporoso Pupilas: (X) isocóricas (X) D / (X) E ( ) anisocoria ( ) D / ( ) E ( ) midríase ( ) D / ( ) E ( ) miose ( ) D / ( ) E ( X ) fotorreagente (X) D / (X) E ( ) não reagentes ( ) D / ( ) E ______________________________________________________________________ Escala de DOR: Classificação do paciente: Localização: Características: Crânio: (X) sem anormalidades ( ) incisão cirúrgica ( ) drenos Tipo: Olhos: ( ) visão normal ( ) diminuição da acuidade visual (X) óculos 142 RESPIRATÓRIO: Respiração: (X) espontânea ( ) Cateter de O2 _____l/m ( ) Máscara de Venturi _____l/m ( ) traqueostomia Expansão Torácica: (X) bilateral ( ) unilateral ( ) diminuída ( ) uso musc. acessória ( ) ausente Tipo: (X) eupneica ( ) dispneia ( ) Taquipneia ( ) Bradipneia Ausculta Pulmonar: (X) murmúrios vesiculares presentes (X) D / (X) E ( ) murmúrios vesicu- lares diminuídos ( ) D / ( ) E ( ) roncos ( ) D / ( ) E ( ) sibilos ( ) D / ( ) E ( ) estertores ( ) D / ( ) E CARDIOVASCULAR: Pulso: (X) cheio ( ) fino (X) rítmico ( ) arrítmico ( ) lento ( ) acelerado ( ) dicroico Local de verificação: radial Perfusão Periférica: ( ) ↓3seg (X) ↑3seg Local de verificação: mãos e pés Acesso Venoso: ( ) acesso venoso periférico Local: ( ) MSE ( ) MSD ( ) jug. Externa ( ) jug. Interna ( ) Subclávia D ( ) Subclávia E Outros:_______________________________________________ Dispositivo: Data da punção: Flebites: ( ) não ( ) sim Local: Batimentos cardíacos: (X) normocardia ( ) taquicardia ( ) bradicardia ( ) arritmias GASTROINTESTINAL: Dieta: (X) VO ( ) Dieta ø ( ) SNG narina ( ) D ( ) E ( ) SNE narina ( ) D ( ) E Tipo de dieta: ( ) pastosa ( ) líquida ( ) cremosa (X) livre ( ) com restrições alimentares Quais:_____________________________ ( ) outros tipos Qual:_____________________________ Ausculta abdominal: RHA: (X)+ ( ) - ( ) hiperativos ( ) hipoativos Percussão: (X) timpânico ( ) hipertimpânicos (X) maciço ( ) submaciços Local:____________________________________________________________________________________ Palpação: (X) indolor ( ) Dor à palpação local:____________________________ (X) flácido ( ) globoso ( ) plano ( ) resistência a palpação (X) massas palpáveis Local: hérnia umbilical Boa aceitação dieta: (X) sim ( ) não Náuseas/Vômitos: ( ) sim (X) não Eliminação Intestinal: (X) normais ( ) pouco diminuídas ( ) constipação ( ) colostomia ( ) diarreia nº de vezes: Aspecto: Dificuldadedeglutição: ( ) sim (X) não Por quê? ________________________ GENITURINÁRIO: Controle diurese: ( ) sim (X) não Tempo:_____________________________________________________ Micção: (X) espontânea ( ) fralda ( ) SVA nº:_____ ( ) SVD nº:____ ( ) papagaio ( ) comadre ( ) via oropen Quantidade de urina drenada:__________________________________________________ Hora:__________________________________________________________________________ Características da urina:________________________________________________________ Obs.: Alterações genitais: não observadas 143 TEGUMENTAR: Coloração da pele: ( ) normal ( ) hipocorada ( ) hipercorada ( ) pálida ( ) cianose total (X) cianose extremidades ( ) ictérico ( ) rósea ( ) acinzentada ( ) eritema ( ) outros:____________________________ Localização:________________________________________ Hiperemia: (X) sim ( ) não Local: MMII esquerdo Temperatura: (X) normotérmica ( ) hipotérmica ( ) hipertérmica ( ) pirexia ( ) febre Turgor: (X) diminuído ( ) normal Local da avaliação:__________________________________________ Hidratação da pele: ( ) hidratrada (X) desidratada ( ) sudoreica ( ) ressecada Local:_______________ Pele: ( ) eritema ( ) prurido ( ) petéquia ( ) fístula ( ) equimoses ( ) presença de curativo ( ) incisão cirúrgica ( ) pápulas ( ) escoriações Localização:_____________________________________ Lesão cutânea: (X) hematomas ( ) queimadura ( ) fissuras ( ) lesão por pressão ( ) sim ( ) não Grau:_______ Localização:__________________________________ Edema: (X) sim ( ) não Local: MMII ( ) anasarca Hematomas: (X) sim ( ) não Local: MMSS direito e perna direita Presença de dreno: ( ) sim (X) não Tipo: Local: LOCOMOTOR: Movimentação: ( ) deambula ( ) deambula com dificuldade (X) necessita auxílio ( ) acamado ( ) paresia ( ) plegia ( ) hemiparesia ( ) D ( ) E ( ) hemiplegia ( ) D ( ) E ( ) cadeira de rodas MSSE: __________________________________________________________________ MSSD: __________________________________________________________________ Força muscular: ( ) preservada (X) diminuída ( ) sem contração muscular ( ) com contração muscular Local: ____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Posição no leito (descrever): ________________________________________________ Fonte: as autoras Com base nas informações coletadas do instrumento, podemos descrever os seguintes históricos de saúde da paciente I.R.B., contendo a anamnese e o seu exame físico. • Anamnese: paciente I.R.B, 93 anos, sexo feminino, cor branca, religião evangélica. É viúva e teve uma filha, que já faleceu, tem uma neta e três bisnetos. Em relação ao seu histórico de saúde, relata não possuir alergias, é hipertensa, tem hipotireoidismo e possui histórico de úlcera venosa. Relata que se alimenta bem e come tudo que é oferecido, e faz uma boa ingesta hídrica. Nas horas de lazer, gosta de assistir à televisão e quando recebe a visita de sua neta. • Exame físico: sinais vitais – pressão arterial de 120×80 mmHg; frequência cardíaca de 59 bcpm; frequência respiratória de 14 mrpm; temperatura de 35 °C; e escala de dor de 0. • Exame neurológico: paciente lúcida, orientada quanto o tempo, espaço e lugar. Calma e colaborativa. Pupilas isocóricas, fotorreagentes. Sem queixa álgica. 144 • Respiratório: eupneica. Respira em ar ambiente, ausculta pulmonar com presença de murmúrios vesiculares bilateralmente. Sem abaulamentos do tórax. Respiração torácica. Sem desvio de septo. • Circulatório: normotensa e normocárdica. Bulhas cardíacas audíveis nos quatro focos cardíacos. Pulso rítmico. Perfusão periférica maior que 3 segundos em MMII e MMSS. • Gastrointestinal: dieta por via oral. Abdome flácido. Obesa. Ruídos hidroaéreos presentes. Sons timpânicos em colón ascendente, transverso e maciço no descendente. Abdome com massas palpáveis uma hérnia umbilical e indolor a palpação. Nega náusea ou vômitos. Usa prótese dentária. Nega alergias ou intolerâncias alimentares. • Genitourinário: eliminações urinárias espontâneas feitas no banheiro. Eliminações intestinais ausentes no momento. Genitália não observada. • Tegumentar: lesão no calcâneo direito. Cianose de extremidades. Textura fina e enrugada pela idade. Turgor da pele diminuído. MIE e MID apresentam hiperemia, edema, manchada e com cicatrizes de ulceras venosas anteriores. Possui hematomas no braço esquerdo e na perna esquerda. Ferida na reação orbicular da boca no lado direito. • Locomotor: necessita de auxílio para realizar atividades diárias. Com força global diminuída. Podemos observar que, pela descrição do histórico de saúde e do exame físico, a paciente apresenta uma idade avançada e suas condições de saúde favorecem a aplicação do diagnóstico de Enfermagem, conforme descrito no Quadro 2. O termo Diagnostico Esperado (DE) é o julgamento clínico que o enfermeiro faz a respeito das respostas atuais e potenciais do indivíduo aos seus problemas de saúde. O termo Resultado Esperado (RE) refere-se às medidas e às definições padronizadas que permitem avaliar os cuidados de Enfermagem com efetividade, tornando visível o impacto das suas ações. Fonte: http://twixar.me/3MMm. Acesso em: 29 set. 2022. NOTA 145 Quadro 2 – Diagnósticos de Enfermagem e resultado esperado DE: perfusão tissular periférica ineficaz relacionada a conhecimento deficiente do processo da doença e hipertensão, caracterizado por características da pele alteradas (cor, elasticidade, temperatura), edema e tempo de enchimento capilar maior que 3 segundos. RE: a paciente melhorar a circulação periférica. DE: risco de queda relacionada à história de quedas e idade acima de 65 anos. RE: a paciente não apresentar quedas. DE: integridade da pele prejudicada, relacionada à circulação prejudicada, caracterizada por alteração na integridade da pele. RE: a paciente recuperar a integridade da pele. DE: risco de integridade da pele prejudicada, relacionada à circulação prejudicada. RE: a paciente manter a integridade da sua pele. Fonte: as autoras Com base no diagnóstico apresentado, faremos as intervenções de Enfermagem necessárias para o atendimento do paciente descrito. Observe no quadro a seguir que as intervenções de Enfermagem nos dão base para desenvolver a prática e o aprazamento de horário de nossas condutas. Quadro 3 – Intervenções da Enfermagem a partir do diagnóstico realizado Intervenções de Enfermagem Aprazamento Verificar e registrar os sinais vitais a cada 6 horas; se alterações, comunicar enfermeiro imediatamente. 12h; 18h; 24h; 6h. Supervisionar a pele: observar a presença de hiperemia, edema, coloração e temperatura a cada 6 horas. 12h; 18h; 24h; 6h. Auxiliar paciente na higiene corporal no mínimo 1 vez por dia. 10h; 12h; 18h; 6h. - Paciente deve realizar higiene oral após refeições. 10h; 12h; 16h; 22h. - Passar cremes hidratantes ou óleos na pele após banhos. 12h; 18h; 24h; 6h. - Passar cremes hidratantes ou óleos na pele após banhos. Conforme a necessidade - Auxiliar paciente na realização de atividades diária para evitar quedas. Conforme a necessidade Elevar membros inferiores da paciente, com auxílio de coxins, para facilitar circulação sempre que estiver deitada. Conforme a necessidade Realizar exercícios, pois melhoram a circulação das pernas. Conforme a necessidade Oferecer água à paciente, para que ela tenha uma boa ingesta hídrica. Conforme a necessidade Realizar mudança de decúbito a cada 2h 10h; 12h; 14h; 16h; 18h; 20h; 22h; 24h; 6h Fonte: as autoras 146 Após conhecermos o histórico de saúde, realizarmos o diagnóstico e definirmos as intervenções, é necessário que o enfermeiro faça a evolução de Enfermagem, para que se possa ter um acompanhamento das condutas e práticas aplicadas ao caso. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM • Paciente lúcida, orientadaquanto ao tempo, ao espaço e ao lugar; calma e cola- borativa; pupilas isocóricas e fotorreagentes. • Eupneica, respirando em ar ambiente, ausculta pulmonar com murmúrios vesi- culares presentes bilateralmente, expansão pulmonar simétrica e bilateral sem alterações no formato do tórax. • Normotensa, pulso rítmico, ausculta cardíaca com bulhas audíveis e rítmicas, perfusão periférica maior que 3 segundos. • Alimentação via oral; eliminações intestinais ausentes no momento; ruídos hidroaéreos presentes. • Sons timpânicos em colón ascendente, transverso e maciço no descendente. • Eliminações vesicais espontâneas. • Apresenta hiperemia em perna direita, cicatriz de úlceras venosas anteriores nos membros inferiores, ferida na região orbicular da boca no lado D, manchas senis, lesão no calcâneo D, hematomas no braço e pernas e hérnia umbilical. • Necessita de auxílio, força global motora diminuída. Após concluída essa etapa, a paciente é encaminhada para atendimento médico, sendo a úlcera venosa o desfecho do diagnóstico médico do caso clínico. A seguir, estudaremos a fisiopatologia da doença e a sua abordagem terapêutica de forma mais detalhada. 3.2 FISIOPATOLOGIA DA ÚLCERA VENOSA As úlceras podem apresentar diversas etiologias, podendo ocorrer em pacientes com diabetes, insuficiência venosa, insuficiência arterial ou por contato prolongado com superfície rígida. Tais ulcerações tornam-se crônicas após um determinado período e não apresentam resolução (CUZZELL, 2003). Trata-se de feridas abertas e profundas nos membros inferiores, em geral, pouco dolorosas, que demoram muito a cicatrizar; sua localização se dá, principalmente, sobre os ossos dos tornozelos e, gradativamente, aumenta de tamanho. Aparecem acompanhadas de varizes, edema e manchas acastanhadas nas pernas, podendo haver, ainda, inflamação com hiperemia e presença de secreção purulenta. Também é comum existirem áreas de alergias ao redor das feridas (CUZZELL, 2003). 147 O sistema venoso dos membros inferiores é composto pelas veias superficiais (localizado acima da musculatura dos membros inferiores), profundas (entre a musculatura) e perfurantes (responsáveis pela comunicação entre os dois). Os sistemas venosos são compostos por válvulas bicúspides unidirecionais, promovendo o fluxo sanguíneo apenas para a direção cefálica e prevenindo o refluxo de sangue (CUZZELL, 2003). O sangue é direcionado da perna para o coração, pela ação de bomba dos músculos da perna. Com a deambulação, os músculos da panturrilha contraem, comprimindo o sistema venoso profundo e impulsionando o sangue para direção cefálica. Com a queda da pressão no sistema nervoso profundo, as válvulas fecham, prevenindo um fluxo retrógado e o aumento da pressão no sistema venoso superficial (CUZZELL, 2003). Com o relaxamento da musculatura da panturrilha, há o esvaziamento do sistema venoso profundo e, consequentemente, uma queda da pressão, promovendo abertura de válvulas que direcionam o fluxo do sistema superficial ao profundo. Nos pacientes com insuficiência venosa, durante a deambulação, não há a diminuição da pressão no sistema venoso profundo, ocasionando um aumento da pressão no local e, consequentemente, uma transmissão desse aumento para o sistema venoso dos membros inferiores, causando, então, o acúmulo de sangue nessa região, porque o sistema não consegue um refluxo suficiente e necessário para manter uma boa circulação nos membros inferiores (CUZZELL, 2003). 3.2.1 Tratamento farmacológico da úlcera venosa No tratamento da úlcera venosa, o médico poderá adotar, em sua conduta, o uso de vários tipos de fármacos, como descrito no Quadro 4. Quadro 4 – Tratamento farmacológico da úlcera venosa Medicamento Cuidados de enfermagem Levotirixina Classe terapêutica hormônio tireoidiano sintético, seu efeito principal é aumentar a taxa metabólica nos tecidos orgânicos. Indicada como terapia de reposição ou suplementação no hipotireoidismo. Contraindicada em infarto recente e insuficiência adrenal não tratada (FERREIRA et al., 2016). • Atentar para frequência do pulso, caso esteja maior que 100 bcpm em repouso, suspender medicação. • Avaliar resposta clínica durante terapia. • Instruir paciente a tomar a medicação exatamente conforme recomendado (todos os dias sempre no mesmo horário). 148 Alendronato Fármaco usado para profilaxia da osteoporose, derivado do bifosfonado. Inibe a reabsorção óssea, por meio da ação dos osteoclastos ou seus precursores, diminuindo a velocidade de reabsorção óssea, acarretando aumento indireto da densidade mineral óssea (FERREIRA et al., 2016). Indicado para prevenção e/ou tratamento da osteoporose em mulheres após a menopausa. Contraindicado em distúrbios da motilidade esofágica, pacientes permanentemente acamados (FERREIRA et al., 2016). Administrar nos horários adequados. Citolopram Antidepressivo, inibidor seletivo da recaptação da serotonina nos neurônios pré-sinápticos. Indicado no tratamento da depressão e para a prevenção de recaída ou de recorrência, no tratamento do transtorno do pânico e do transtorno obsessivo-compulsivo (TOT). Contraindicado uso concomitante com inibidores da monoamina oxidase (MAO) ou 2 semanas da sua suspensão (FERREIRA et al., 2016). • Questionar se paciente tem glaucoma. • Atentar para pacientes com insuficiência hepática, pode produzir piora. • Os comprimidos devem ser ingeridos com água sem serem mastigados. Omeprazol Da categoria terapêutica dos inibidores de bomba de prótons, antiúlcera péptica, derivado benzimidazólico. Seu mecanismo de ação inibe a bomba de prótons, resultando no bloqueio a etapa final da secreção ácida gástrica (FERREIRA et al., 2016). Indicado no tratamento de ulceras duodenal ativa, úlcera gástrica benigna ativa, tratamento de gastrite, esofagite erosiva. Contraindicado nos casos em casos de insuficiência hepática (FERREIRA et al., 2016). • Informar ao paciente as reações adversas mais frequentes (principalmente a diarreia e sobre a chance de ocorrer alopecia); deve-se informar o médico. • Pode causar boca seca: em caso de ocorrências, indica-se enxágues orais frequentes e boa higiene oral. • Deve ser administrada antes das refeições, em jejum. As cápsulas não devem ser maceradas ou mastigadas, mas engolidas inteiras. Losartana Anti-hipertensivo antagonista do receptor da angiotensina II. Bloqueia os efeitos vasoconstritor e secretor de aldosterona da angiotensina II. Interage de forma reversível com receptores AT1. Indicado para tratar hipertensão arterial, nefropatia diabética em pacientes com DM 2 e com história de HAS, redução do risco de acidente vascular encefálico (AVE). Contraindicado em casos de hipersensibilidade; em disfunção renal ou hepática, usar cuidadosamente e de hipotensão (FERREIRA et al., 2016). • Avaliar: hipotensão e desequilíbrio hidroeletrolítico. • Monitorar pressão arterial. • Pode ser administrado com ou sem alimentos. 149 Furosemida Sua classificação é dos diuréticos de alça, e inibe o cotransportador de Na/K/CL, inibindo a reabsorção de sódio e cloreto na porção espessa da alça ascendente, ocorrendo o aumento de excreção de água, sódio, cloreto, magnésio e cálcio (FERREIRA et al., 2016). Indicada no tratamento do edema associado à insuficiência cardíaca congestiva, à hepatopatia ou à nefropatia. Pode ser utilizada no tratamento da hipertensão arterial isoladamente ou em combinação com anti-hipertensivos. Contraindicada em insuficiência renal aguda que não responde a doses altas e hipersensibilidade aos componentes da fórmula (FERREIRA et al., 2016). • Informar paciente sobre as reações mais frequentes: zumbido, dor abdominal, dor de garganta e febre. • Monitorar, durante a terapia, o balanço hídrico, o peso, a hidratação, a função hepática e a glicose em pacientes diabéticos. • Avaliar sinais de hipocalemia (fraqueza e cãibras musculares). • Evitar o uso se o pacienteapresentar oligúria. • Não misturar com outros fármacos, como a dopamina, fluconazol, gentamicina, dobutamina etc. Tamarine É indicado para o tratamento sintomático da constipação intestinal crônica e secundária; preparação para os exames radiológicos e endoscópicos. É contraindicado nas retocolites e doença de Crohn, síndromes dolorosas abdominais de causa desconhecida. Hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. • O uso deve ser feito com cautela e, por isso, recomenda-se apenas até que haja o alívio dos sintomas da constipação intestinal. • O medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Óleo Dersani É um gel hidratante, destinado ao tratamento de feridas. Indicado no auxílio à cicatrização de feridas secas, periféricas ou profundas, com ou sem infecção, com necrose ou esfacelo, causadas por: úlceras venosas, arteriais e por pressão, queimaduras de primeiro e segundo grau (de pequena extensão com perda parcial ou total de tecidos) e áreas pós-trauma. Também usado como prevenção. • Passar na pele sempre com a ferida limpa. • Passar sempre após a troca do curativo. Flavenos Tratamento das manifestações da insuficiência venosa crônica dos membros inferiores. Tratamento dos sintomas funcionais relacionados à insuficiência venosa do plexo hemorroidário. Não deve ser utilizado por pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. • Administrar medicação nas refeições, para evitar problemas no trato gastrointestinal. • O medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Loratadina Anti-histamínico, antagonista do receptor H1 da histamina, reduzindo seu efeito. Indicado para o alívio dos sintomas nasais e não nasais da renite alérgica sazonal, tratamento da urticária idiopática crônica. Contraindicado em casos de hipersensibilidade, glaucoma, úlcera péptica, crise asmática (FERREI- RA et al., 2016). Deve ser administrado 1 hora antes ou 2 horas após as refeições. 150 Amiodarona Classe dos antiarrítmicos, classe III, indicada no tratamento de fibrilação ventricular recorrente, potencialmente letal ou de taquicardia supraventricular refratária a outros agentes antiarrítmicos. Contraindicada nos casos de disfunção grave do nó sinusal, bloqueio atrioventricular (AV) 2º ou 3º, bradicardia, ICC, disfunção tireoidiana (FERREIRA et al., 2016) • Atentar para distúrbios visuais. • Observar se paciente apresenta pneumonia, dispneia, tosse não produtiva e pleurite. • Recomenda-se o uso de protetores solares, para prevenção de reações de fotossensibilidade. • Pode causar tontura. Dipirona sódica Atua como analgésico e antitérmico, indicada no tratamento das manifestações dolorosas e febre. Seu efeito antitérmico e analgésico é devido à ação periférica e central, sendo seu efeito anti-inflamatório relacionado à inibição da COX-2 (FUCHS; WANNMACHER, 2010). • Perguntar se o paciente não é alérgico à dipirona e ao buscopam. • Deve ser administrado lentamente e diluído, pois causa ardência na administração. • Observar sinais de reação alérgica. • Monitorar pressão arterial; pode causar hipotensão isolada. Captopril Como anti-hipertensivo, inibe competitivamente a enzima conversora da angiotensina (ECA), diminuindo, assim, a conversão da angiotensina I em angiotensina II, que é um potente vasoconstritor. A queda da angiotensina II leva a aumento na atividade da renina plasmática e a uma diminuição da secreção da aldosterona, levando a um pequeno aumento de potássio e sódio e a uma maior eliminação de líquidos; inibidores da ECA reduzem a resistência arterial periférica e podem ser mais efetivos em hipertensão com renina alta (FUCHS; WANNMACHER, 2010). • Medir rotineiramente a pressão arterial. • Cuidado com exercícios e exposição ao sol, pelo risco de desidratação e queda de pressão. • Orientar o paciente a ingerir bastante líquidos. • Não usar substitutos do sal. Clonazepam Antiepilético; anticonvulsivante. Age como depressor do sistema nervoso central. Acredita-se que aumenta ou facilita a ação do ácido gama-aminobutírico (GABA), que é o maior neurotransmissor inibidor do sistema nervoso central (FUCHS; WANNMACHER, 2010). • Monitorar a função renal. • Administrar medicação nas refeições, para evitar problemas no trato gastrointestinal. • Orientar o paciente a não dirigir e não praticar atividades que exijam muita atenção. • Orientar o paciente que o medicamento pode causar dependência. 151 Quetiapina Antipsicótico seu mecanismo não é bem compreendido. Provavelmente, tem efeito antipsicótico por bloqueio dos receptores da serotonina e da dopamina no sistema nervoso central (FUCHS; WANNMACHER, 2010) • Não ingerir bebida alcoólica. • Cuidado ao dirigir ou executar tarefas que exijam atenção. • Pacientes com tendência suicida devem ser supervisionados e não ter acesso a grandes quantidades do produto. • Checar, periodicamente, exame oftalmológico, para detectar eventual catarata. Varfarina Anticoagulante, inibe a síntese de fatores de coagulação dependentes de vitamina K. Não tem ação sobre trombos já formados (FUCHS; WANNMACHER, 2010). • Orientar o paciente a descontinuar o uso se houver qualquer sinal de sangramento ou tendências de alergias, bem como mostrar sinais de necrose na pele ou de outros tecidos. • Orientar o paciente que o medicamento pode alterar a cor da urina. • Orientar o paciente a manter uma dieta balanceada, evitando alimento rico em vitamina K. • Orientar a evitar prática de esportes ou de atividades sujeitas de traumas ou acidentes; podem ocorrer sangramentos intensos nos ferimentos. Osteofix Deve ser utilizado em casos em que há dietas restritivas e inadequadas de cálcio e colecalciferol (vitamina D), por pessoas que apresentam deficiência destes componentes no organismo, para prevenção e tratamento da osteoporose (FUCHS; WANNMACHER, 2010). Administrar medicação nas refeições para evitar problemas no trato gastrointestinal. Colírio latanoprosta É indicado para a redução da pressão intraocular elevada em pacientes com glaucoma de ângulo aberto e hipertensão ocular. A substância ativa latanoprosta é um análogo da prostaglandina F2, um agonista seletivo do receptor prostanoide FP, que reduz a pressão intraocular, aumentando a drenagem do humor aquoso, principalmente pela via uveoescleral e também da malha trabecular (FUCHS; WANNMACHER, 2010). • Orientar o paciente que, após o uso, a visão pode ficar embaçada por alguns minutos. • Orientar o paciente a usar com as mãos limpas; se houver secreção nos olhos, deve-se limpar antes. • Orientar o paciente sobre a utilização de dois colírios; deve-se esperar 5 minutos entre as aplicações. 152 Loção Drenison Usado no tratamento de inflamações e alergias na pele associadas a infecções. Os efeitos anti-inflamatórios resultam da diminuição da formação, da liberação e da atividade de mediadores inflamatórios, reduzindo as manifestações iniciais do processo inflamatório (FUCHS; WANNMACHER, 2010). Corticosteroides promovem ação vasoconstritora pela reversão da dilatação e pelo aumento da permeabilidade vascular, diminuindo o extravasamento sérico, o edema e o desconforto. As propriedades imunossupressoras diminuem as respostas às reações de hipersensibilidade imediatas e tardias (FUCHS; WANNMACHER, 2010). • Orientar o paciente que o uso da medicação pode causar prurido, irritação, secura da pele, dermatite de contato alérgica, queimadura, foliculite ou alterações na pigmentação da pele. • Orientar como usar. Plasil Estimula a motilidade no trato gastrin- testinal superior. Aumenta a pressão no esfíncter esofagiano inferior. Acelera o esvaziamento do estômago e aumenta o trânsito intestinal. Os efeitos contra o vômito se devem por antagonizar receptores centrais e periféricos da do- pamina (FUCHS; WANNMACHER, 2010). Orientar quanto a:fadiga, sonolência, náuseas, diarreia e incapacidade de se manter parado. Fonte: adaptado de Ferreira et al. (2016); Fuchs; Wannmacher (2010); http://twixar.me/TMMm. Acesso em: 10 out. 2022. Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Sistematização da assistência de Enfermagem: vislumbrando um cuidado interativo, complementar e multiprofissional, disponível em: http://twixar.me/ScMm. DICA Caro acadêmico, conhecemos a SAE e exemplificamos a atuação do enfermeiro com um caso clínico na íntegra, contemplando todo o processo de Enfermagem que deve ser aplicado na atuação com o paciente. 153 Neste tópico, você aprendeu: • As etapas da SAE são importantes para a realização do diagnóstico de Enfermagem de um paciente. • A partir da elaboração da coleta de dados do paciente, é possível realizar um exame físico de Enfermagem e um diagnóstico detalhado de sua patologia. • Após a realização da SAE, o paciente é encaminhado para o diagnóstico médico e sua conduta terapêutica. • Foi explorado, como exemplo, como funciona a fisiologia de um diagnóstico de úlcera venosa, de forma detalhada, e quais fármacos podem ser utilizados para o restabelecimento do quadro clínico de um paciente com essa doença. RESUMO DO TÓPICO 1 154 1 A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) tem sido utilizada em algumas instituições de saúde como uma metodologia assistencial, por meio do Processo de Enfermagem (PE), o qual, por sua vez, pode ser entendido como a aplicação prática de uma teoria de Enfermagem na assistência aos pacientes (HERMIDA; ARAÚJO, 2006). Sobre a autora que introduziu a SAE, no Brasil, na década de 1970, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: HERMIDA, P. M. V.; ARAÚJO, I. E. M. Sistematização da assistência de Enfermagem: subsídios para implantação. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, p. 675-679, 2006. a) ( ) Wanda de Aguiar Horta. b) ( ) Florence Nightingale. c) ( ) Dorothea Orem. d) ( ) Callista Roy. e) ( ) Myra Levine. 2 Leia o texto a seguir: “Isto quer dizer que os enfermeiros precisam organizar o cuidado a partir de um pensamento crítico, metodológico e sistematizado, de certa forma, organizado em etapas que estão internamente relacionadas, com passos ou fases que se complementam, além de ser, também, necessário ter profissionais de Enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem) suficientes em quantidade e qualidade para dar continuidade nesse processo de trabalho” (NEVES, 2020, p. 25). Fonte: NEVES, R. de S (org.). Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE: guia para o cuidado organizado. Quirinópolis: Editora IGM, 2020. 356p. Disponível em: https://editoraigm.com.br/wp-content/ uploads/2021/01/Livro-SAE-Rinaldo-v2.pdf. Acesso em: 3 set. 2022. Os formulários, para desenvolver as etapas de PE, o prontuário eletrônico ou manual, os protocolos assistenciais de cuidados, os procedimentos operacionais padrões e o manual de rotinas fazem parte de qual instrumento da atividade de Enfermagem? 3 Segundo Neves (2020), para facilitar o entendimento e o aprendizado acerca do tema da SAE, podemos utilizar como exemplo a estrutura de um filtro d’água. Nesse sentido, pensando na sequência demonstrada no exemplo do filtro d’água, quando comparado com a SAE, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: NEVES, R. de S (org.). Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE: guia para o cuidado organi- zado. Quirinópolis: Editora IGM, 2020. 356p. Disponível em: http://twixar.me/vsMm. Acesso em: 3 set. 2022. AUTOATIVIDADE https://editoraigm.com.br/wp-content/uploads/2021/01/Livro-SAE-Rinaldo-v2.pdf https://editoraigm.com.br/wp-content/uploads/2021/01/Livro-SAE-Rinaldo-v2.pdf 155 a) ( ) SAE, processo de Enfermagem e instrumentos. b) ( ) SAE, processo de Enfermagem e cuidado direto com o paciente. c) ( ) SAE, instrumentos, dimensionamento de pessoal, processo de Enfermagem e cuidado direto ao paciente. d) ( ) Apenas SAE e processo de Enfermagem. 4 Leia o texto a seguir: “A Enfermagem baseada em evidências requer habilidades que não são tradicionais na prática clínica, pois exige identificar as questões essenciais nas tomadas de decisão, buscar informações científicas pertinentes à pergunta e avaliar a validade das informações” (DOMENICO; IDE, 2003, p. 115). Fonte: DOMENICO, E. B. L. de; IDE, C. A. C. Enfermagem baseada em evidências: princípios e aplicabili- dades. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 11, p. 115-118, 2003. Disponível em: https://doi. org/10.1590/S0104-11692003000100017. Acesso em: 10 out. 2022. Conforme as informações apresentadas, descreva quais são os níveis de força de evidências. 5 Segundo Schmidt e Duncan (2003), devido a inúmeras inovações na área da saúde, os enfermeiros necessitam estar pautados em princípios científicos, a fim de selecionar a intervenção mais adequada para a situação específica de cuidado, uma vez que existem contestações entre esperar que esses avanços tenham resultados positivos e em como, de certa forma, podemos garantir a melhor funcionabilidade do atendimento ao paciente. Diante desse texto, uma atitude deve ser tomada pelo enfermeiro para a melhor funcionalidade do atendimento. Assinale a alternativa CORRETA: Fonte: SCHMIDT, M. I.; DUNCAN, B. B. Epidemiologia clínica e medicina baseada em evidências. In: ROU- QUAYROL, M. Z. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. p. 193-227. a) ( ) Tomada de decisão. b) ( ) Protocolos assistências c) ( ) Manual e rotinas d) ( ) Processo de Enfermagem https://doi.org/10.1590/S0104-11692003000100017 https://doi.org/10.1590/S0104-11692003000100017 156 157 PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E TAXONOMIAS – NANDA, NIC, NOC UNIDADE 3 TÓPICO 2 — 1 INTRODUÇÃO A palavra classificar, na Enfermagem, significa desenvolver uma linguagem que possa apresentar os julgamentos clínicos pelos quais os enfermeiros são responsáveis. Os elementos básicos de uma classificação são: ser útil para a prática, para a educação e para a pesquisa, favorecer a mensuração de custos, contribuir para o desenvolvimento dos prontuários eletrônicos de clientes e apresentar dados para as estatísticas em saúde (TANNURE; PINHEIRO, 2011). A Enfermagem e, mais precisamente, os enfermeiros devem ter a ciência de que precisam utilizar sistemas de classificação para coletar, investigar, arquivar e comunicar a informações sobre a sua prática (TANNURE; PINHEIRO, 2011). As classificações favorecem a coleta de dados da Enfermagem, a síntese desses dados, o planejamento, a implementação, e, por fim, a avaliação do cuidado, com linguagens uniformes e agrupamento das informações, o que favorece a tomada de decisões sobre o cuidado a ser prestado (TANNURE; PINHEIRO, 2011). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Sistemas de classificação de Enfermagem e sua aplicação na assistência: revisão integrativa de literatura: http://twixar.me/mMMm. DICA 2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE ENFERMAGEM A profissão da Enfermagem, ao longo do tempo, tem buscado sua consolidação, enquanto ciência, e, para alcançar esse objetivo, os profissionais de Enfermagem procuram estratégias que visem a alicerçar a sua prática, como a necessidade de estabelecer uma linguagem comum, que seja utilizada universalmente pelos enfermeiros e adaptada às mais variadas culturas e contextos (TANNURE; PINHEIRO, 2011). 158 Segundo Barros et al. (2015), em 1970, as contribuições que os Sistemas de Linguagem Padronizadas (SLP) podem agregar na construção do conhecimento da disciplina, no raciocínio e na prática clínica de Enfermagem. Esses sistemas oferecem uma estrutura para organizar diagnósticos, intervenções e resultados de Enfermagem, sendo considerados instrumentos importantes para lidar com a crescente complexidade da Enfermagem, no que diz respeito à produção de conhecimento, ao raciocínio clínico e à prática clínica. Dessa forma, os Sistemas de Linguagens Padronizados (SLP) proporcionammais do que um método claro de documentação, fornecem orientação e apoio para o enfermeiro em seu raciocínio clínico, além de nomear os fenômenos de interesse da disciplina de Enfermagem. Figura 7 – Diagnóstico de Enfermagem Fonte: http://twixar.me/GMMm. Acesso em: 2 out. 2022. Reunir classes e grupos respectivos significa classificar, sendo que a utilização de classificação está presente no cotidiano do ser humano, uma vez que, continuamente, classificamos as nossas atividades, para separar, codificar e ordenar os fenômenos (BARROS et al., 2015). Todo o sistema de classificação deve apresentar as seguintes propriedades (BARROS et al., 2015): • as características da classificação devem estar claramente definidas e aplicáveis a todos os casos; • as classes em que podem se localizar os fenômenos não se sobrepõem, ou seja, um fenômeno só pode ser incluído em determinada classe; • o sistema de classificação deve permitir que todos os fenômenos de interesse sejam classificados. Para tanto, a criação de sistemas de classificação nas profissões requer a identificação de seus propósitos e de seus elementos centrais (BARROS et al., 2015). 159 Assim, a classificações de Enfermagem têm a finalidade de se estabelecer uma linguagem comum para os fenômenos da Enfermagem. Entre as vantagens do uso das classificações, podem-se citar: • a comparação dos dados entre populações, o estímulo às pesquisas de Enfermagem, devido à articulação de dados; • o estabelecimento da provisão de recursos humanos e materiais; • a influência da prática clínica e decisões sobre o cuidado de Enfermagem; • a melhora da documentação, sendo imprescindível para a criação de prontuários eletrônicos, o estabelecimento da expectativa de tempo gasto e o custo para a realização de atividades de Enfermagem. Além disso, as classificações ajudam o raciocínio clínico. Com a unificação dos termos de Enfermagem, os enfermeiros pensam e falam mais claramente no contexto do trabalho que desenvolvem sobre os fenômenos de interesse para sua disciplina (BARROS et al., 2015). Em todo o Brasil, temos o destaque dos trabalhos de Wanda de Aguiar Horta, que, nos anos de 1960 e 1970, seu modelo teórico, mesmo não sendo considerado uma classificação, promoveu a categorização das dificuldades e das atividades de Enfermagem, conforme o grau de dependência (BARROS et al., 2015). Observa-se que os elementos centrais de que abordam as classificações de Enfermagem estão harmônicos com o Processo de Enfermagem (PE), os diagnósticos, as intervenções e os resultados de Enfermagem (BARROS et al., 2015). A classificação NANDA-I (acrônimo para North American Nursing Diagnosis Association Internacional), a Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC, sigla do inglês Nursing Outcomes Classification), a Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC, sigla do inglês Nursing Interventions Classification) e a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) são as mais utilizadas na Enfermagem (BARROS et al., 2015). 160 Figura 8 – NANDA-I FONTE: http://twixar.me/dMMm. Acesso em: 1 out. 2022. 3 CLASSIFICAÇÃO NANDA A classificação de NANDA-I é a organização dos diagnósticos de acordo com nove padrões de respostas humanas, sendo elas: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer e sentir. Com o avanço do conhecimento e o aumento do número de diagnósticos, foi aprovada, em 1986, a Taxonomia I da NANDA (BARROS et al., 2015). Figura 9 – Padrões de respostas humanas Fonte: as autoras 161 Para aprofundar o seu conhecimento, assista ao vídeo NANDA – aplicação dos diagnósticos de enfermagem, disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=xDgpBuUia4Y. DICA Em 1994, após a conferência da bienal, o Comitê de Taxonomia teve certa dificuldade para categorizar novos diagnósticos na estrutura da Taxonomia I e reconheceu que era necessária e viável uma nova estrutura para a classificação. Em 1998, optou-se por utilizar a estrutura dos Padrões Funcionais de Saúde de Gordon. Algumas alterações foram introduzidas e, segundo a NANDA, a estrutura taxonômica final não é tão parecida com a proposta original de Gordon. Em 2002, foi publicada a Taxonomia II da NANDA-I (BARROS et al., 2015). A Taxonomia II está estruturada em três níveis de abstração: domínios, classes e diagnósticos. Atualmente, existem 13 domínios, 47 classes e 221 diagnósticos aceitos. O Quadro 5 mostra os domínios e classes da Taxonomia II (BARROS et al., 2015). Quadro 5 – Domínios e classes da classificação de diagnósticos de Enfermagem NANDA-I Fonte: adaptado de NANDA Internacional (2013) Conforme Barros et al. (2015), a Taxonomia II tem sua consistência em sete eixos, nos quais os componentes são combinados para o seguimento e o desenvolvimento dos diagnósticos, conforme mostra o Quadro 6. https://www.youtube.com/watch?v=xDgpBuUia4Y https://www.youtube.com/watch?v=xDgpBuUia4Y 162 Quadro 6 – Eixos da Taxonomia II Eixo 1 Foco diagnóstico, ou seja, o termo principal do título do diagnóstico. Eixo 2 Sujeito do diagnóstico (indivíduo, família, grupo ou comunidade). Eixo 3 Julgamento (prejudicado, ineficaz). Eixo 4 Localização (vesical, auditiva, cerebral). Eixo 5 Idade (bebê, criança, adulto). Eixo 6 Tempo (crônico, agudo, intermitente). Eixo 7 Situação do diagnóstico (risco, real, de promoção da saúde e síndrome). Fonte: adaptado pelo autor Barros et al. (2015) Os eixos são representados por títulos dos diagnósticos de Enfermagem, como enfrentamento comunitário ineficaz, em que podemos ver que o termo enfretamento corresponde ao eixo 1 (foco no diagnóstico), comunitário ao eixo 2 (sujeito do diagnóstico) e ineficaz ao julgamento do diagnóstico (eixo 3), porém, em alguns diagnósticos, o eixo não está explicito, o que sempre deve ser avaliado (BARROS et al., 2015). Os diagnósticos de Enfermagem da NANDA-I podem ser reais, os quais descrevem respostas humanas a condições de saúde/processos vitais que existem em um indivíduo, família, grupo ou comunidade e são compostos por título (nome do diagnóstico), definição do título, características definidoras (sinais e sintomas) e fatores relacionados (causas); diagnósticos de risco, que são julgamentos clínicos sobre experiências/respostas humanas a condições de saúde/processos vitais que tem elevada probabilidade de ocorrer em um indivíduo, família, grupo ou comunidade e são compostos por título, definição do título e fatores de risco (fatores que podem tornar o diagnóstico real); diagnósticos de promoção da saúde, que são os julgamentos da motivação e do desejo de um indivíduo, família, grupo ou comunidade de aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana, conforme manifestado em sua disposição e são compostos por título, definição do título e características definidoras; e os diagnósticos de síndrome são os julgamentos clínicos que descreve um grupo específico de diagnósticos de Enfermagem que ocorrem simultaneamente e são mais bem tratados em conjunto e por meio de intervenções similares e são compostos por título, definição do título, características definidoras e fatores relacionados(BARROS et al., 2015, p. 67). O Quadro 7 apresenta exemplos dos tipos de diagnósticos e seus respectivos elementos. 163 Quadro 7 – Tipos de diagnósticos de Enfermagem e seus respectivos elementos Tipo de Diag- nóstico/ Ele- mentos Real De risco Promoção da saúde Síndrome Título Estilo de vida sedentário Risco de perfusão tissular periférica ineficaz Disposição para resiliência melhorada Síndrome da interpretação ambiental prejudicada Definição Refere-se a um hábito de vida que se caracteriza por um baixo nível de atividade física. Risco de uma redução na circulação sanguínea periférica, que pode comprometer a saúde. Padrão de respostas positivas a uma situação ou crise adversa que é suficiente para otimizar o potencial humano e pode ser reforçado Consistentefalta de orientação quando a pessoa, lugar, tempo ou circunstâncias por mais de 3 a 6 meses, necessitando de ambiente protetor Características definidoras Escolhe uma rotina diária sem exercícios físicos; demonstra falta de condicionamento físico etc. Não tem Acesso a recursos; assume responsabilidades pelos atos etc. Desorientação consistente, estados crônicos de confusão etc. Fatores relacio- nados Conhecimento deficiente sobre os benefícios que a atividade física traz a saúde; falta de interesse etc. Não tem Não tem Demência; depressão etc. Fatores de risco Não tem Conhecimento deficiente de fatores agravantes. Não tem Conhecimento deficiente do processo da doença etc. Não tem Fonte: adaptado de NANDA Internacional (2013) 164 Todos os diagnósticos de Enfermagem são identificados por meio do raciocínio clínico e julgamento dos enfermeiros, utilizando-se o processo diagnóstico – em outras palavras, o processo diagnóstico consiste na coleta de informações, na interpretação dessas informações, no seu agrupamento e na denominação deste agrupamento, o que compõe o diagnóstico de Enfermagem. Ressalta-se que a interpretação das informações inicia na coleta de dados, na medida em que os dados são confrontados com normas e critérios conhecidos e recuperados da memória, sendo realizadas inferências (BARROS et al., 2015). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Diagnósticos de Enfermagem em terapia intensiva: mapeamento cruzado e taxonomia da NANDA-I, disponível em: http://twixar.me/hMMm. DICA 4 CLASSIFICAÇÕES NOC E NIC A Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC) foi criada com os objetivos de conceitualizar, qualificar, decidir e classificar os resultados e indicadores sensíveis aos cuidados de Enfermagem (BARROS et al., 2015). Saiba mais sobre as classificações NIC e NOC com a leitura do seguinte documento: http://twixar.me/vMMm. DICA Conforme Barros et al. (2015), a classificação também é estruturada em três níveis: domínios, classes e resultados, sendo que a NOC contém 385 resultados, sete 2família ou comunidade, que podem ser utilizados em diferentes locais e especialidades clínicas. 165 Figura 12 – Estruturas da NIC Fonte: as autoras A Figura 13 apresenta os domínios e as classes da classificação de resultados de Enfermagem NIC. Figura 13 – Domínios e classes da classificação de intervenções de Enfermagem NIC Fonte: Bulecheck; Butcher; Dochtermann (2010) As intervenções de Enfermagem são formadas por título, o que permite facilitar, no momento da procura, para atuação do enfermeiro, sendo composta por uma lista de atividades que podem ser desenvolvidas ou aplicadas ao paciente e que dão base científica para a construção da prescrição de Enfermagem. 166 As intervenções são constituídas de título (nome da intervenção), definição da intervenção, uma lista de cerca de 10 a 30 atividades que são utilizadas para o desenvolvimento da prescrição de Enfermagem (ações dos enfermeiros para implementar uma intervenção) e as referências bibliográficas. Por exemplo, Consulta, é o título da intervenção e é definida como uso de conhecimentos especializados para trabalhar com pessoas que buscam ajuda da solução de problemas, de modo a habilitar indivíduos, famílias, grupos ou instituições a atingirem as metas identificadas. E algumas atividades desta intervenção são: identificar a finalidade da consulta; coletar dados e identificar o problema que é o foco da consulta; identificar e esclarecer as expectativas de todas as partes envolvidas (BARROS et al., 2015, p. 76). Segundo Barros et al. (2015), todas as intervenções de Enfermagem encontram-se em ordem alfabética, por meio dos domínios e das classes da classificação, sendo o seu objetivo identificar as intervenções quando o enfermeiro possuir um diagnóstico da NANDA-I e precisa ter acesso a uma lista de intervenções de Enfermagem para aquele diagnóstico. A classificação NIC possui também um tempo estimado para cada intervenção e determina qual o profissional necessário para essa execução. Ressalta-se que as classificações NANDA, NIC e NOC podem ser utilizadas separadamente ou em conjunto (BARROS et al., 2015). Para aprofundar o seu conhecimento sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo Processo de Enfermagem aplicado a um portador de Cirrose Hepática utilizando as terminologias padronizadas NANDA, NIC e NOC, disponível em: http://twixar.me/4MMm. DICA Caro acadêmico, após conhecermos as competências requeridas para o trabalho do profissional da Enfermagem e as principais classificações utilizadas na assistência ao paciente (NANDA, NOC e NIC), no Tópico 3, aprofundaremos o nosso conhecimento com o estudo da Classificação Internacional para a prática de Enfermagem, conhecida como CIPE®, e da SOAP (acrônimo utilizado para “Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano”). ESTUDOS FUTUROS 167 Neste tópico, você aprendeu: • A classificação NANDA-I é a organização dos diagnósticos de acordo com nove padrões de respostas humanas, sendo elas: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer e sentir. • A Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC) foi criada com os objetivos de conceitualizar, qualificar, decidir e classificar os resultados e indicadores sensíveis aos cuidados de Enfermagem. • O enfermeiro precisa utilizar de sistemas para fazer a classificação dos paciente portanto precisa: coletar, investigar, arquivar e comunicar a informações sobre a sua prática. • A Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) refere-se às intervenções de Enfermagem desenvolvidas e aplicadas pelo enfermeiro. RESUMO DO TÓPICO 2 168 1 A palavra classificar, na Enfermagem, significa desenvolver uma linguagem que possa apresentar os julgamentos clínicos pelos quais os enfermeiros são responsáveis. As classificações favorecem a coleta de dados da Enfermagem, a síntese desses dados, o planejamento, a implementação e, por fim, a avaliação do cuidado, com linguagens uniformes e agrupamento das informações, o que favorece a tomada de decisões sobre o cuidado a ser prestado (TANNURE; PINHEIRO, 2011). Sobre os elementos básicos de uma classificação, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: TANNURE, M. C.; PINHEIRO, A. M. SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem – guia prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. a) ( ) Ser útil para a prática, para a educação e para a pesquisa, favorecer a mensuração de custos, contribuir para o desenvolvimento dos prontuários eletrônicos de clientes e apresentar dados para as estatísticas em saúde. b) ( ) Ser útil para a prática, para a educação e para a pesquisa, favorecendo a mensuração de custos. c) ( ) Contribuir para o desenvolvimento dos prontuários eletrônicos de clientes e apresentar dados para as estatísticas em saúde. d) ( ) Apresentar dados para as estatísticas em saúde. 2 Com o avançar do conhecimento e o aumento do número de diagnósticos, foi aprovada, em 1986, a Taxonomia I da NANDA (BARROS et al., 2015). A classificação de NANDA-I é a organização dos diagnósticos de acordo com nove padrões de respostas humanas. Assinale a alternativa CORRETA: Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. a) ( ) Trocar, comunicar, relacionar, assistir, mover, conferir, estabelecer limites, conhecer e valorizar. b) ( ) Perceber, conhecer, sentir, trocar, mover, assistir, valorizar, comunicar e saber identificar problemas. c) ( ) Valorizar, escolher, mover, comunicar, perceber, trocar, assistir, conferir e analisar. d) ( ) Trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer e sentir. AUTOATIVIDADE 169 3 Conforme Barros et al. (2015), a Taxonomia II tem sua consistência em sete eixos, nos quais os componentes são combinados para o seguimentoe o desenvolvimento dos diagnósticos. Com base nesses eixos e em suas definições, associe os itens, utilizando o código a seguir: Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfer- magem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. I- Eixo 1. II- Eixo 2. III- Eixo 3. IV- Eixo 4. V- Eixo 5. VI- Eixo 6. VII- Eixo 7. ( ) Foco diagnóstico, ou seja, o termo principal do título do diagnóstico. ( ) Sujeito do diagnóstico (indivíduo, família, grupo ou comunidade). ( ) Julgamento (prejudicado, ineficaz). ( ) Localização (vesical, auditiva, cerebral). ( ) Idade (bebê, criança, adulto). ( ) Tempo (crônico, agudo, intermitente). ( ) Situação do diagnóstico (risco, real, de promoção da saúde e síndrome). Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – II – III – IV – V – VI – VII. b) ( ) III – IV – II – I – V – VII – VI. c) ( ) IV – I – VII – III – V – VI – II. d) ( ) III – II – IV – I – V – VII – VI. e) ( ) IV – III – II – VI – I – V – VII. 4 A Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC) foi criada com os objetivos de conceitualizar, qualificar, decidir e classificar os resultados e indicadores sensíveis aos cuidados de Enfermagem (BARROS et al., 2015), sendo também estruturada em três níveis: domínios, classes e resultados. Descreva a quantidade de cada um dos três níveis. Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. 5 Segundo a NIC, a intervenção de Enfermagem é qualquer tratamento baseado no julgamento e no conhecimento clínico, realizado por um enfermeiro, para melhorar os resultados do paciente/cliente, sendo estruturada em três níveis: intervenções, domínios e classes. Descreva a quantidade de cada um dos três níveis. 170 171 TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM (CIPE®) E SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, AVALIAÇÃO E PLANO) UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, abordaremos a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®), considerada um sistema de linguagem de Enfermagem que compreende fenômenos, intervenções e resultados de Enfermagem como elementos primários de sua construção, contribuindo na sistematização da assistência ao paciente. Veremos que a sua aplicabilidade tem por objetivo aperfeiçoar as ações do enfermeiro, por meio de atuação mais reflexiva e baseada em evidências científicas, aumentando, assim, a efetividade do processo de comunicação e melhorando a aproximação dos enfermeiros com os demais profissionais de saúde, a fim de garantir o reconhecimento e a visibilidade da profissão de Enfermagem nos diferentes contextos e cenários da prática nas instituições de saúde. Para aprofundar o seu conhecimento sobre o tema, sugerimos a leitura do artigo Perspectivas de incorporação da Classificação internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) no Brasil: http://twixar.me/bMMm. DICA 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIPE® A CIPE® surgiu com exigência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para definir a prática de Enfermagem, trazendo um cuidado padronizado, com a finalidade de facilitar comunicação da Enfermagem com todos os profissionais da área da saúde do mundo (ENGLER et al., 2020). A CIPE® é um sistema de linguagem unificado da Enfermagem, com uma terminologia funcional para sua prática. Um de seus objetivos é homogeneizar vocabulários locais com terminologias existentes mundialmente, como parte de uma infraestrutura de informação da Enfermagem, para aprimorar a assistência à saúde da população (CUBAS; SILVA; ROSSO, 2010). 172 A CIPE® teve seu marco principal, em 1989, em um congresso quadrienal que ocorreu na Coreia do Sul, quando o Conselho Nacional de Representantes do Conselho Internacional de Enfermeiros (CNR-CIE) obteve a aprovação da resolução para o desenvolvimento da Classificação para a Prática Profissional de Enfermagem, com os elementos diagnósticos, resultados e intervenções de Enfermagem (ENGLER et al., 2020). A CIPE® é uma terminologia ampla bem complexa, que representa o domínio da prática da Enfermagem; trata-se de uma norma internacional para facilitar a coleta, o armazenamento e o análise de dados de Enfermagem, por meio de definições de saúde, idiomas e regiões geográficas distintas (BARROS et al., 2015). A CIPE® é um sistema de classificação da Enfermagem, em amplo desenvolvimento global, com potencial aplicabilidade nos diversos níveis assistenciais, colaborando com o armazenamento e a análise de informações relacionadas à assistência de Enfermagem, o que confirma a eficácia da profissão por meio da constatação de indicadores sensíveis à Enfermagem na prática clínica (GALVÃO, 2020). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Classificação internacional para a prática de Enfermagem e a contribuição brasileira: http://twixar.me/bMMm. DICA Engler et al. (2020) destacam que a CIPE® se tornou uma classificação de linguagem padronizada, de forma extensa e complexa, representando a competência na prática da Enfermagem de forma mundial. Reconhecida como um marco unificador de todos os sistemas de classificação dos elementos da prática de Enfermagem (diagnósticos, resultados e intervenções de Enfermagem). Compreendida, também, como uma tecnologia de informação por favorecer a coleta, armazenamento e análise de dados em variados cenários, linguagens e regiões, contribui para que a prática dos profissionais da Enfermagem seja eficaz e, sobretudo, se torne reconhecida pela sociedade e visível no conjunto de dados sobre saúde. A mesma tem sido fortemente utilizada como um instrumento pedagógico para reflexão e o desenvolvimento de habilidades diagnósticas e como forma de qualificar a assistência (ENGLER et al., 2020, p. 147). Foi planejada para fazer parte de uma infraestrutura global de informação, disponibilizando e desenvolvendo dados sobre as práticas de Enfermagem e políticas de atenção à saúde, assim como considerando os acontecimentos, as intervenções e os resultados de Enfermagem como componentes essenciais para a construção de uma linguagem comum (ENGLER et al., 2020). Desde a sua concepção até o presente momento, várias versões da CIPE® foram publicadas, sendo possível resumir a trajetória histórica da CIPE® conforme mostra a Figura 14 (CUBAS; SILVA; ROSSO, 2010). 173 Figura 14 – Versões da CIPE® Fonte: https://player.slideplayer.com.br/41/11498149/data/images/img5.jpg. Acesso em: 30 set. 2022. Desde a sua aprovação, houve várias atualizações da versão alfa (1996), beta (1999), versão 1.0 (2005), sendo a última atualização a versão de 2019, que apresenta 4.475 conceitos pertinentes a diagnósticos ou resultados, intervenções de Enfermagem e conceitos primitivos, mostrando a sua importância para os cuidados em saúde e para a profissão (ENGLER et al., 2020). Para aprofundar o seu conhecimento, leia a Resolução Cofen nº 311/2007, disponível em: http://twixar.me/wMMm. DICA 2.1 EIXOS DA CIPE® A CIPE® contém termos distribuídos em seus sete eixos para a composição de diagnósticos, intervenções e resultados de Enfermagem, conforme a área de atuação do enfermeiro. São incluídos um total de 4.475 termos, distribuídos entre dez conceitos, 2.035 conceitos pré-coordenados (relativos a diagnósticos/resultados e intervenções de Enfermagem) e 2.430 conceitos primitivos, distribuídos no Modelo de Sete Eixos (Quadro 9). https://player.slideplayer.com.br/41/11498149/data/images/img5.jpg 174 Quadro 9 – Eixos CIPE® Foco Área de atenção relevante para a Enfermagem. Julgamento Área de atenção relevante para a Enfermagem. Meios Maneira ou método de executar uma intervenção. Ação Processo intencional aplicado a, ou desempenhado por um cliente. Tempo O ponto, período, momento, intervalo ou duração de uma ocorrência. Localização Orientação anatômica ou espacial de um diagnóstico ou intervenção. ClienteSujeito a quem o diagnóstico se refere e que é o beneficiário de uma intervenção de Enfermagem. Fonte: adaptado de Garcia; Nóbrega (2009) Para uma melhor construção do diagnóstico, o enfermeiro precisa utilizar um termo do eixo foco e outro termo no eixo julgamento, ficando a critério do profissional a escolha de mais eixos adicionais. “Para compor enunciados de diagnósticos, intervenções de Enfermagem deve-se utilizar um termo do eixo foco e um termo do eixo julgamento e, ainda, pode-se incluir termos adicionais destes eixos ou de outros eixos” (BARROS et al., 2015, p. 80). Segundo Barros et al. (2015), nas intervenções de Enfermagem, orienta-se incluir um eixo de ação e, se precisar, termos que são adicionais do eixo ação e de todos os outros eixos. Como expandir o conhecimento é a finalidade da CIPE®, o Conselho Internacional de Enfermagem (CIE) estimula a produção de subconjuntos terminológicos, que são conteúdos de diagnóstico, resultado e intervenções de Enfermagem produzidos para áreas especificas da saúde, contribuindo também para atender às exigências práticas à elaboração de manuais e prontuário, para uma linguagem padronizada (ENGLER et al., 2020). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Mapeamento dos termos dos eixos tempo, localização, meio e cliente entre versões da CIPE® e CIPESC®: http://twixar.me/9MMm. DICA 175 2.2 CIPE® – LINGUAGEM E CUIDADO Segundo Tannure (2008), a preocupação com a prática assistencial de Enfermagem fortaleceu-se nas últimas décadas e tem evoluído, devido ao crescimento de pesquisas e à produção teórica, atualmente, voltados para um modelo de prevenção e reabilitação. O autor ainda ressalta a importância na uniformização da linguagem, de ações realizadas e de resultados analisados como uma classificação única. Em Enfermagem, classificar significa desenvolver uma linguagem que possa descrever os julgamentos clínicos pelos quais os enfermeiros são responsáveis. Em muitos países, têm sido feitos esforços para que seja desenvolvida uma linguagem uniformizada de Enfermagem que inclua os elementos básicos de uma classificação: Ser útil para a prática, para a educação e para a pesquisa, favorecer a mensuração de custos, contribuir para o desenvolvimento dos prontuários eletrônicos de clientes e fornecer dados que subsidiem as estatísticas em saúde (TANNURE, 2008, p. 143). Contudo, Garcia (2017) evidencia que a padronização da linguagem favorece o enfermeiro, como profissional de saúde, no processo de tomada de decisão, auxiliando o raciocínio e julgamento, de acordo com o sistema de cuidado, de resultados esperados ou a serem alcançados e sobre os quais a intervenção de Enfermagem tem influência. Engler et al. (2020) afirma que à Enfermagem é atribuído o fato de que o cuidado proporcionado pelos enfermeiros está relacionado a bons resultados para o paciente, com qualidade e segurança. A CIPE® tem como principais critérios o poder de ser suficientemente ampla e sensível à diversidade cultural e de utilizar em todos práticos para a elaboração do diagnóstico e seleção das intervenções que facilitam o processo de Enfermagem. Seus elementos primários são os fenômenos – diagnósticos, intervenções e resultados de Enfermagem e possui flexibilidade e aplicabilidade para composição desses elementos (ENGLER et al., 2020, p. 151). Cada membro da equipe de Enfermagem tem um papel importante para alimentar as etapas do processo em Enfermagem do cuidado, seja no histórico, seja na coleta de dados, para que a construção de um plano assistencial coerente. Entretanto, quando o enfermeiro planeja um diagnóstico de Enfermagem, o seu principal questionamento é sobre a eficiência dos resultados que se espera alcançar. Para Engler et al. (2020), o enfermeiro precisa ter conhecimento técnico e científico durante a atuação ao paciente, com o propósito de segurança, planejamento e habilidade. Tannure (2008) sugere que, para que o uso da classificação seja efetivo, é preciso desenvolver um conceito como base, para organizar o conhecimento de Enfermagem, facilitando com que esse sistema de classificação seja utilizado para coletar, arquivar, investigar, analisar, comunicar informações e a prática de Enfermagem. 176 As classificações favorecem a coleta de dados de Enfermagem, a síntese desses cuidados, o planejamento, a implementação e a avaliação do cuidado, utilizando linguagens uniformizadas, além do agrupamento e da comparação desses dados para que se possa conclui-lo em sistemas de dados de informação em saúde, favorecendo assim a tomada de decisões (TANNURE, 2008, p. 145). Desse modo, faz-se importante a valorização do serviço de saúde, reconhecendo e motivando a utilização do processo de Enfermagem, com a padronização da linguagem terminológica, formando conceitos, desenvolvendo, na prática, habilidades na administração da taxonomia e amparando o domínio teórico e prático na Enfermagem (TANNURE, 2008). A CIPE® proporciona a formulação de diagnósticos, resultados e intervenções em saúde em classes específicas do cuidado de Enfermagem, como os grupos de diabéticos, hipertensos, tabagistas, gestantes, entre outros, que precisem de cuidados específicos. Quadro 10 – Cuidados de Enfermagem na utilização da CIPE® Construção do plano de cuidados Análise dos dados coletados, definição dos diagnósticos prioritários, alcance de resultados, necessidade de autocuidado e intervenções. Diagnóstico Reavaliação diária, intervenções atualizadas conforme necessidade da assistência. Plano de cuidados Inclusão do plano de cuidados no prontuário (eletrônico) com aprazamento das intervenções. Evolução Realização da evolução em prontuário com coleta de dados e plano de cuidado. Acompanhamento Acompanhamento do plano de cuidados, atualização quando necessário, mudança das intervenções de acordo com complexidade. Plantão Na passagem de plantão, guiar o plano de cuidado direcionado, exclusivamente, à Enfermagem, de acordo com a atuação do enfermeiro. Alta Programar a alta de acordo com resultados alcançados; retorno do paciente. Fonte: adaptado de Neves (2020) biopsicossociais dos pacientes. A utilização de um método, como a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem na elaboração de diagnósticos de Enfermagem, qualifica e cientifica as decisões clínicas contribuindo para uma prática assistencial segura, eficaz e com resultados individualizados (ALVES; SILVA, 2020, p. 307). A CIPE® possibilita à Enfermagem a documentação dos problemas de saúde mais frequentes, com o objetivo estratégico, para que a saúde, como um todo, viabilize as classificações usadas (ALVES; SILVA, 2020). 177 A CIPE® é uma linguagem universal e pode ser aplicada pelos enfermeiros que prestam cuidados na atenção hospitalar. Percebe- se ainda, uma tímida aplicação desta classificação nestes ambientes, principalmente pelo desconhecimento dos seus fundamentos, como também pelas dificuldades de implantação e implementação da SAE nas instituições de saúde. Contudo, esta classificação vem sendo bastante utilizada por enfermeiros da atenção primária (ALVES; SILVA, 2020, p. 317). Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Avaliação inicial de Enfermagem em linguagem CIPE® segundo as necessidades humanas fundamentais, disponível em: http://twixar.me/JMMm. DICA 3 MÉTODO SOAP (SUBJETIVO, OBJETIVO, AVALIAÇÃO E PLANO) O Método SOAP é utilizado no processo de Enfermagem, servindo como base para o registro de Enfermagem. A Resolução Cofen nº 358/2009 dispõe sobre a SAE e o PE, e a implantação de ambos em ambientes públicos ou privados, em que ocorra o atendimento de Enfermagem (COFEN, 2009). Neves (2020) destaca que a aplicação do PE se dá a partir da contribuição teórica, sendo que as etapas de coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação de Enfermagem devem ser correlacionadas. Neves (2020) ainda salienta a importância de o prontuáriodemonstrar a paciente novas técnicas para mudança postural: • decúbito ventral com apoio de travesseiros sob o tórax; • decúbito lateral apoiando o abdome sobre os travesseiros; • colocar travesseiros sob as pernas quando em decúbito dorsal e posição de semi-Fowler. A paciente já consegue dormir e repousar com o apoio de travesseiros como foi ensinado Objetivo Tentar adaptar a paciente a novas posições para o sono e repouso. Sistema de Enfermagem De apoio-educação. Método Orientação e ensino. 9 Processo familiar alterado relacionado à situação de transição Meta Reduzir o desequilíbrio e o desajuste familiar. Orientar a paciente e seus familiares sobre a situação transitória que estão passando e apoiá-los nas discussões dos problemas, através do diálogo. A paciente refere que os seus pais já estão aceitando a gravidez e a presença do companheiro no convívio familiar (só a mãe), a qual demonstra interesse em sua gravidez; o companheiro começou a ajudar na compra do enxoval do bebê. Objetivo Melhorar o relacionamento e o convívio familiar. Sistema de Enfermagem De apoio-educação. Método Orientação e apoio. Fonte: adaptado de Torres; Davim; Nóbrega (1999) O plano de cuidado em Enfermagem está relacionado à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), sendo o diferencial na atuação do enfermeiro no tratamento aos pacientes que buscam atendimento em saúde. Desse modo, o processo de Enfermagem fica dividido em cinco etapas, sendo elas: coleta de dados, diagnóstico de Enfermagem, planejamento de Enfermagem, implementação da SAE e avaliação de Enfermagem, todas as etapas envolvidas em um processo sistemático, conforme mostra a Figura 4. Figura 4 – Etapas da SAE Fonte: Ribeiro; Pereira; Padoveze (2020, p. 39) 10 Portanto, para o desenvolvimento saudável de um ser humano, o autocuidado é essencial. Quando identificamos um déficit no autocuidado, é o momento da Enfermagem atuar e, literalmente, entrar em cena para auxílio ao paciente. 4 TEORIA DA ADAPTAÇÃO A enfermeira pesquisadora Callista Roy destaca a Enfermagem como ciência e prática. O ser humano se adapta às situações ambientais, no âmbito que envolve a saúde e a doença (KAMIYAMA, 1984; COELHO; MENDES, 2011). Figura 5 – Callista Roy Fonte: https://nurseslabs.com/wp-content/uploads/2014/08/Sister-Callista-Roy.jpg. Acesso em: 25 set. 2022. Três aspectos da sua Teoria da Adaptação são fundamentais, segundo Roy: • Pessoa/grupo: sistema adaptativo em que se manifestam os principais mecanismos de adaptação categorizados como reguladores, sensoriais ou perceptores e as formas de adaptação identificadas: fisiológicas, de autoconceito, desempenho de papel e interdependência. • Meio: refere-se ao conjunto de três estímulos internos e externos inerentes à pessoa ou ao grupo (focal, contextual e residual), ou seja, todas as condições, circunstâncias e influências situacionais que afetam o desenvolvimento da pessoa/grupo. São estímulos importantes, na adaptação humana, o estágio do desenvolvimento da pessoa, a família e a cultura. • Saúde: o objetivo da Enfermagem é o de promover a adaptação e contribuir para a saúde que é um estado e processo do ser humano como um todo integrado, que tem o seu estilo peculiar de vida (KAMIYAMA, 1984, p. 202-203, grifo nosso). https://nurseslabs.com/wp-content/uploads/2014/08/Sister-Callista-Roy.jpg 11 A adaptação é necessária para manter o equilíbrio do ser humano, no âmbito da saúde perante as mudanças do meio interno e externo. As respostas adaptativas são consideradas estimulantes, diante de todas as alterações do meio e do nível de adaptação da pessoa/grupo. A questão comportamental envolve aspectos de sobrevivência, crescimento, reprodução e domínio sobre si, de sua vida e do ambiente (KAMIYAMA, 1984; COELHO; MENDES, 2011). Callista Roy expôs o processo de Enfermagem, para assistir a pessoas/grupos, como: • identificação de problemas; • diagnóstico de Enfermagem ou classificação sumária do compor- tamento da pessoa/grupo; • determinação dos objetivos da assistência; • intervenção de Enfermagem; • avaliação de Enfermagem (KAMIYAMA, 1984, p. 203). A teoria de Roy, cada dia mais, tem sido aplicada pela Enfermagem, tendo em vista as necessidades patológicas do paciente em recuperação, com base no autocuidado em saúde. Assim, podemos evidenciar o avanço científico da atuação do enfermeiro. 5 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS (NHB) A enfermeira brasileira Wanda de Aguiar Horta nasceu em Belém do Pará, em 1926, estudou na escola de Enfermagem, que ficava no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e se tornou professora, em 1959, dessa instituição. Aprimorou seus conhecimentos quando criou a Teoria das Necessidades Humanas Básicas (GONÇALVES, 1988). Figura 6 – Wanda de Aguiar Horta Fonte: https://portal.uepg.br/noticias.php?id=14804. Acesso em: 25 set. 2022. https://portal.uepg.br/noticias.php?id=14804 12 Wanda Horta implantou a sua teoria nos atendimentos de saúde, tornando- os humanizados, ao levar em consideração sentimentos e emoções do paciente, que, posteriormente, nortearam a aplicação dos métodos de Enfermagem. Para saber mais sobre Wanda Horta e a sua teoria, sugerimos a leitura do artigo Fragmentos da trajetória pessoal e profissional de Wanda Horta: contribuições para a área da Enfermagem: https://www.souenfermagem. com.br/biblioteca/artigos/Wanda_Aguiar_Horta.pdf. DICA Para Horta (1979, p. 133), “Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência através da educação; de recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros grupos profissionais”. Uma frase de destaque da trajetória dessa importante figura na Enfermagem é “gente que cuida de gente” (COREN-SP, 2021). Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Processo de Enfermagem, da autora Wanda Horta. DICA Figura – Livro Processo de Enfermagem Fonte: http://twixar.me/MNMm. Acesso em: 23 set. 2022. Embora tenha sido desenvolvida a partir da Teoria da Motivação Humana de Maslow, que se fundamenta nas necessidades humanas básicas, a teoria de Wanda Horta foi aplicada à Enfermagem (HORTA, 1979). https://www.souenfermagem.com.br/biblioteca/artigos/Wanda_Aguiar_Horta.pdf https://www.souenfermagem.com.br/biblioteca/artigos/Wanda_Aguiar_Horta.pdf 13 Segundo Horta (1979), as leis que dão embasamento à Teoria das Necessidades Humanas Básicas são: • Lei do equilíbrio: todo universo se manter por processos de equilíbrio dinâmico entre seus seres (homeostase e hemodinâmica) • Lei de adaptação: todos os seres do universo interagem com seu meio externo buscando sempre forma de ajustamento para se manterem em equilíbrio. • Lei do holismo: o universo, o ser humano e as células são um todo, esse todo não é uma mera soma de partes constituintes de cada ser (HORTA, 1979, p. 28, grifo nosso). TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS I- A ENFERMAGEM É UM SERVIÇO PRESTADO AO HOMEM — O Homem é parte integrante do Universo dinâmico e como tal sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço. — A dinâmica do Universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. Resulta, pois: 1. O Homem como parte integrante do Universo está sujeito a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. — O Homem se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de reflexão, por ser dotado do poder de imaginação e simbo lização e por poder unir presente, passado e futuro. — Essas características do homem permitem sua Unicidade, Autenticidade e Individualidade (HORTA, 1974, p. 8). Fonte: HORTA, W. A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. Rev. Esc. Enf. USR, v. 5, n. 1, p. 7-15, 1974. Disponível em: http://twixar.me/QNMm. Acessoconter o registro de Enfermagem, contemplando informações coerentes e completas a respeito das ações de Enfermagem. Ressalta-se que os registros de Enfermagem correspondem a 50% das informações registradas no prontuário referentes à condição clínica de um usuário e dos cuidados a ele prestados. Além das variadas finalidades associadas ao ensino, pesquisa, auditorias, respaldo legal e monitoramento estatístico, os registros de Enfermagem viabilizam a comunicação entre os profissionais de Enfermagem e os demais membros da equipe de saúde acerca dos eventos documentados e a avaliação da qualidade da assistência fornecida (NEVES, 2020, p. 200). O registro de Enfermagem é uma ferramenta que possibilita a comunicação entre equipes multiprofissionais e a equipe de Enfermagem, principalmente na passagem do plantão, podendo ser utilizado nas consultas e em outras situações, a fim de possibilitar ao profissional a compreensão do quadro clínico do paciente, reforçando a continuidade do cuidado (NEVES, 2020). 178 Dessa maneira, a utilização do SOAP – um acrônimo para os métodos Subjetivo (S), Objetivo (O), Avaliação (A) e Plano (P) –, é um recurso de anotação de Enfermagem em prontuários e a subsequente padronização dos registros em etapas sequenciadas (Figura 15). Figura 15 – Significado de SOAP Fonte: adaptada de Neves (2020) O propósito da utilização do método SOAP, segundo Neves (2020), é usar uma base de dados que auxiliará no planejamento e na administração da informação, preconizando o registro individualizado em saúde, utilizando a base de dados: da pessoa, lista de problemas ou folha de rosto, notas de evolução clínica ou notas de SOAP, fichas de acompanhamento, resumo e fluxograma, integrando a informação e elaborando, assim, a melhor estratégia de cuidado em saúde com qualidade. Se constitui como um instrumento que pode ser aplicado para sistematizar o registro de Enfermagem na evolução diária em detrimento de suas estruturas de forma simplificada e sequencial. Concomitantemente a isso, pode ser implementado com o intuito de proporcionar acesso às informações, seja para as consultas cotidianas, seja para a contribuição de pesquisas (NEVES, 2020, p. 207). Nesse sentido, a SOAP contempla informações subjetivas, objetivas e o plano de ação, ou seja, avaliação e prescrição de Enfermagem. A efetividade dos registros de Enfermagem não depende apenas dos instrumentos existentes nas instituições, pois está ligada à capacitação e orientações aos profissionais, à supervisão da equipe e às instruções para a sua utilização. Os registros devem ser claros, objetivos e completos (ROJAHN et al., 2014). 179 O Ministério da Saúde (BRASIL, 2018) traz um modelo do sistema SOAP para atendimentos para atenção básica. No “Subjetivo”, o enfermeiro deve preencher dados no quadro CIAP2 (como cefaleia, vômito), ou seja, o relato do paciente. Assim que o profissional confirmar os dados, o sistema inclui os dados do prontuário do paciente, criando uma lista de motivos, permitindo ao profissional incluir ou modificar quantos forem necessários, para adequar ao relato do paciente (BRASIL, 2018). Figura 16 – Modelo do sistema SOAP Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf. Acesso em: 3 out. 2022. O registro Objetivo (Figura 17) funciona como uma estrutura de anotação dos sinais e sintomas que o profissional de saúde percebe durante a realização do atendimento, por exemplo: • antropometria: perímetro cefálico: registrar em centímetros (cm); peso: registrar em quilogramas (kg); altura: registrar em centímetros (cm); índice de massa corpórea (IMC): calculado automaticamente a partir da inserção dos dados referentes ao peso e à altura do cidadão; perímetro da panturrilha: registrar em centímetros (cm). • sinais vitais: pressão arterial (PA): o campo para registro da PA é no formato SSS/DDD, onde SSS é a pressão sistólica e DDD é a pressão diastólica, medidas em milímetros de mercúrio (mmHg); frequência respiratória: registrar em movimentos por minuto (mpm); frequência cardíaca: registrar em batimentos por minuto (bpm); temperatura: temperatura corporal, registrar em graus Celsius (°C); saturação O2: saturação do oxigênio no sangue, registrar em percentual (%); • vacinação: vacinação em dia: campo destinado a informar se a vacinação do indivíduo, em qualquer faixa etária, está atualizada ou não, observando as normas preconizadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde sobre o calendário vacinal nacional. http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf 180 • glicemia: glicemia capilar: registrar em miligramas por decilitro (mg/dL). É necessário informar se, no momento da coleta, o cidadão encontrava-se na situação de jejum, pré-prandial, pós-prandial ou não especificado (BRASIL, 2018, p. 235). Figura 17 – Modelo sistema SOAP Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf. Acesso em: 3 out. 2022. Na Figura 18, foi adicionada a opção “feminino” no sistema, que traz um quadro para que seja registrado a DUM, sendo possível definir a suspeita ou a confirmação de gestação ou mesmo para que o enfermeiro possa avaliar os resultados (BRASIL, 2018). http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf 181 Figura 18 – Adendo do objetivo quando paciente é do sexo feminino Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf. Acesso em: 3 out. 2022. Com relação à inclusão de resultados dos esquemas e de que forma devemos fazer no sistema, podendo deixar registrado no prontuário do paciente, podemos utilizar quatro passos: • Passo 1. Clique no botão “Informar Resultado” do exame – o sistema apresentará uma tela; • Passo 2. o bloco “Solicitação”, será mostrado o nome do exame em questão, a data da solicitação, os dados do profissional e UBS que realizou a solicitação; • Passo 3. No bloco “Resultados”, informe a data de realização, a data do resultado e a descrição sobre o(s) resultado(s) do exame; • Passo 4. No caso de ser um exame específico, algumas outras informações aparecerão no bloco “Resultado de exame específico” para serem preenchidas; • Passo 5. Para concluir, clique em “Salvar” (BRASIL, 2018, p. 238). A Figura 19 apresenta alguns os exames complementares que podem ser solicitados como auxílio para o diagnóstico do paciente. Figura 19 – Exames complementares Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf. Acesso em: 3 out. 2022. http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf 182 A avaliação é registrada pelo profissional da saúde que utilizará raciocínio clínico, buscando o melhor diagnóstico. Se o profissional achar necessário fazer um acompanhamento, devido à condição do paciente, o sistema apresentará opções para avaliar, conforme o seguinte passo a passo: • Passo 1. Informe o código CIAP2; • Passo 2. Após informar o código CIAP2, para registros de profissional médico ou odontólogo, é possível marcar a opção “Filtro CID10 X CIAP2”, que possibilita restringir a lista de códigos CID10 em relação a um código da CIAP2; logo depois, informe o CID10; • Passo 3. Caso necessário, registre alguma nota relacionada com o problema detectado; • Passo 4. Se houver necessidade de acompanhar este problema/ condição, marque a opção “Inserir na Lista de Problemas/Condições como ativo”; • Passo 5. Por último, clique no botão “Confirmar” para concluir (BRASIL, 2018, p. 242). Na Figura 20, podemos conhecer a tela que se refere à avaliação dos resultados apresentados, sendo que o enfermeiro precisará de informação para poder registrar no formulário eletrônico do paciente. Figura 20 – Avaliação Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf. Acesso em: 3out. 2022 http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf 183 Após a identificação do problema do paciente, a última parte do registro do método SOAP é o plano de cuidado (Figura 21), no qual o sistema possibilita o registro para que o profissional possa descrever os procedimentos realizados, as intervenções, os planos de cuidado, o retorno à consulta, os atestados, os exames, a prescrição de medicação, as orientações, os encaminhamentos e os lembretes (BRASIL, 2018). Figura 21 – Plano de cuidado Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf. Acesso em: 3 out. 2022 Para compreendermos melhor o processo de Enfermagem, torna-se necessário o uso das etapas do SOAP, para que não só o enfermeiro possa utilizar essas informações, mas também haja um compartilhamento de toda a equipe de Enfermagem e de saúde em geral, diferentemente da SAE. Os registros de Enfermagem, normatizados pela Resolução Cofen nº 358/2009, equivalem a um modo sistemático em prestar assistência, de forma simplificada e padronizada. Portanto, o método SOAP incentiva uma assistência de Enfermagem qualificada, eficiente e eficaz (NEVES et al., 2020). http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/esus/Manual_Pec_3_2.pdf 184 Para aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do artigo Análise da evolução dos registros de Enfermagem numa unidade cirúrgica após implantação do método SOAP: http://twixar.me/cMMm. DICA Caro acadêmico, chegamos ao final da Unidade 3, em que conhecemos as principais competências de trabalho a serem executadas, acompanhadas e avaliadas pelo profissional enfermeiro. Nosso objetivo, nesta disciplina, foi apresentar um panorama de como o atendimento em saúde, quando aplicado de forma sistematizada e com base em evidências científicas, pode favorecer para um diagnóstico e uma prática terapêutica mais eficazes. Além disso, a implementação da prática baseada em evidências na Enfermagem possibilita uma melhoria na qualidade da assistência prestada ao paciente, assim como aos seus familiares, uma vez que intensifica o julgamento clínico do profissional. 185 LEITURA COMPLEMENTAR PROCESSO DE ENFERMAGEM À PESSOA IDOSA NOS TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19: CIPE® INTRODUÇÃO Estima-se que a pandemia da COVID-19, dramaticamente, provoque o aumento da pobreza e desemprego; impactos no bem-estar e saúde mental e o trauma de estigma e discriminação para com as pessoas idosas. Nesse sentido, desenvolver medidas que aliviem, promovam tranquilidade e/ou fortaleçam esses indivíduos, dentro do processo de Enfermagem, constitui-se trabalho essencial das equipes atuantes na área gerontológica. Por essa lógica, ao se considerar o domicílio, destaca-se que o cuidado realizado pelo enfermeiro, embora relevante, seja “incipiente diante da especificidade do cenário atual”. Em vista disso, tem-se buscado mais elementos para nortear as ações de prevenção do adoecimento e a promoção à saúde da pessoa idosa – de modo a se considerar a resiliência, positividade e seu importante papel na sociedade – como base para a execução da Sistematização da Assistência de Enfermagem. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) instituída pela Resolução nº 358 Enfermagem nos âmbitos metodológico, pessoal e instrumental. Esse cuidado é operacionalizado pelo Processo de Enfermagem – PE, um recurso metodológico que dispõe de forma ordenada e científica não só da realização do cuidado de Enfermagem, mas também do Registro, tanto em ambientes públicos quanto privados. O que implica em comprovações da realização da prática profissional e, consequentemente, maior autonomia e visibilidade do trabalho do enfermeiro. O referido processo deve estar ancorado em uma teoria que norteie as etapas, cabendo somente ao enfermeiro a realização dos diagnósticos, resultados, intervenções e evoluções de Enfermagem que levem em consideração as informações relacionadas à pessoa, família ou coletividade humana. No âmbito da Enfermagem gerontológica, essas informações devem considerar, sobretudo, o processo de envelhecimento, as características da pessoa idosa, o local onde ela vive, bem como a rede de serviços de saúde acessível. Essas variáveis irão ajudar o enfermeiro a executar, prioritariamente, ações de prevenção e promoção da saúde dessas pessoas. No entanto, para traçar os diagnósticos de Enfermagem, o enfermeiro deverá escolher uma terminologia para a padronização do título diagnóstico que embase a sua construção intelectual. Para tanto, algumas são amplamente utilizadas, como: NANDA International (NANDA-I); Nursing Interventions Classification (NIC); Nursing Outcome Classification (NOC); Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®), sendo este o único sistema de classificação em Enfermagem reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. A taxonomia NANDA-I consiste em julgamentos clínicos sobre as respostas do indivíduo, família e comunidade a problemas de saúde reais ou potenciais. Com base 186 nesses problemas, o enfermeiro pode definir as intervenções indicadas para alcançar os resultados esperados. A cada dois anos é realizada a conferência da NANDA-I para discussão e aprovação de novos diagnósticos. A NIC são intervenções realizadas pela Enfermagem para melhorar o resultado do paciente. Uma intervenção é formada por várias atividades e informada em evidências. Já a NOC refere-se a condições de saúde do paciente, família ou comunidade, com o objetivo de analisar as mudanças apresentadas, após as intervenções de Enfermagem. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) A CIPE® é uma terminologia padronizada, ampla e complexa, que representa o domínio da prática de Enfermagem no âmbito mundial. É considerada uma tecnologia de informação que proporciona a coleta, o armazenamento e a análise de dados de Enfermagem em uma variedade de cenários, linguagens e regiões geográficas. Esta terminologia contribui para que a prática dos profissionais da Enfermagem seja eficaz e, sobretudo, torne-se visível no conjunto de dados sobre saúde e reconhecida pela sociedade. A CIPE® facilita o raciocínio clínico e a documentação padronizada do cuidado prestado ao paciente pelo profissional de Enfermagem, seja em prontuários eletrônicos ou sistemas manuais de registros. A versão 2019/2020 é a mais recente e mantém a representação multiaxial (Modelo de Sete Eixos) para organizar os conceitos primitivos do domínio da Enfermagem. Além disso, apresenta conjuntos de conceitos pré-coordenados, de diagnósticos/resultados e intervenções de Enfermagem, a fim de facilitar a elaboração de Catálogos ou Subconjuntos terminológicos da CIPE®. Fonte: MELO, P. de O. C. et al. Processo de Enfermagem à Pessoa Idosa nos Tempos de Pandemia da Covid-19: CIPE. Enfermagem gerontológica no cuidado do idoso em tempos da COVID, v. 19. Disponível: http://twixar.me/sMMm. Acesso em: 10 out. 2022. 187 Neste tópico, você aprendeu: • Os Sistemas de Linguagens Padronizados proporcionam mais do que um método claro de documentação, fornecendo orientação e apoio para o enfermeiro em seu raciocínio clínico. • O registro de Enfermagem é uma ferramenta que possibilita a comunicação entre equipes multiprofissionais e a equipe de Enfermagem, principalmente na passagem do plantão. • O Método SOAP é utilizado no processo de Enfermagem, servindo como base para o registro de Enfermagem. • A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) é dividida em sete eixos, para facilitar a atuação do enfermeiro, sendo eles: foco, julgamento, meios, ação, tempo, localização e cliente. RESUMO DO TÓPICO 3 188 1 A CIPE® contém termos distribuídos em seus sete eixos, para a composição de diagnósticos, intervenções e resultados de Enfermagem, conforme a área de atuação do enfermeiro. Em quantos eixos, relacionados ao processo de Enfermagem e à SAE, a CIPE® é estruturada e quais são os eixos?2 De acordo com a história, a CIPE® teve seu marco principal, em 1989, em um congresso quadrienal que ocorreu na Coreia do Sul, quando o Conselho Nacional de Representantes do Conselho Internacional de Enfermeiros (CNR-CIE) obteve a aprovação da resolução para desenvolvimento da Classificação para a Prática Profissional de Enfermagem. Nesse contexto, a CIPE® passou por várias atualizações. Em que ano a versão beta 2 da CIPE® foi lançada? a) ( ) 2003. b) ( ) 2002. c) ( ) 2008. d) ( ) 2001. 3 Na atenção primária à saúde, a SOAP é um acrônimo de “Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano”, cujo objetivo é auxiliar no registro dos dados do paciente. Descreva o significado de cada um desses quatros itens. 4 Segundo Tannure (2008), para que o uso da classificação seja efetivo, é preciso desenvolver um conceito como base, para organizar o conhecimento de Enfermagem, facilitando com que esse sistema de classificação seja utilizado para _______, ___________, ___________, _________, _________________ e a __________ de Enfermagem. Fonte: TANNURE, M. C. Banco de termos da linguagem especial de Enfermagem para Unidade de Terapia Intensiva de adultos. Dissertação (Mestre em Enfermagem) – Escola de Enfermagem da UFMG, Belo Horizonte, 2008. Disponível em: http://twixar.me/QMMm. Acesso em: 11 out. 2022. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) Comunicar a prática, investigar, identificar, arquivar, escrever e analisar. b) ( ) Coletar, arquivar, investigar, analisar, comunicar informações e a prática. c) ( ) Arquivar, identificar, Coletar, prática, Aplicar, investigar problemas e a analisar. d) ( ) Coletar, identificar, Arquivar, prática, aplicar, comunicar informações e analisar. AUTOATIVIDADE 189 5 A CIPE® é uma terminologia ampla e complexa, que representa o domínio da prática da Enfermagem; trata-se de uma norma internacional para facilitar a coleta, o armazenamento e a análise de dados de Enfermagem, por meio de definições de saúde, idiomas e regiões geográficas distintas (BARROS et al., 2015). Sobre a terminologia CIPE®, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfer- magem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. a) ( ) Classificação Internacional para o Processo de Enfermagem. b) ( ) Controle Internacional para o Processo de Enfermagem. c) ( ) Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. d) ( ) Controle Intersetorial para a Prática de Enfermagem. 190 191 AQUINO, D. R.; LUNARDI FILHO, W. D. Construção da prescrição de Enfermagem informatizada em uma UTI. Cogitare Enferm. v. 9, n. 1, p. 60-70, 2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v9i1.1706. Acesso em: 28 set. 2022. BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de Enfermagem: guia para a prática. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. e-SUS Atenção Básica: Manual do Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão PEC – Versão 3.1. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 466p. BULECHECK, G. M.; BUTCHER, H. K.; DOCHTERMANN, J. M. NIC: classificação das intervenções de Enfermagem. 5. ed. 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A partir da Figura 7, podemos entender melhor a Teoria das Necessidades de Maslow, que proporcionou embasamento científico para a Teoria das Necessidades Humanas Básicas. 14 Figura 7 – Teoria das Necessidades de Maslow Fonte: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/AOP0443/Piramide_Maslow.jpg. Acesso: 25 set. 2022. Ainda sobre as necessidades humanas básicas, destacamos o enfoque no conceito, nas proposições e nos princípios: CONCEITO, PROPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS — A ciência da Enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas básicas, dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e na assistência a ser prestada. — Alguns princípios podem também ser deduzidos: • A Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do Homem. • A Enfermagem é prestada ao homem, e não à sua doença ou desequilíbrio. • Todo o cuidado de Enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação. • A Enfermagem reconhece o homem como membro de uma família e de uma comunidade. • A Enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no seu autocuidado. Para que a Enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua metodologia de trabalho que está fundamentada no método científico. Esse método de atuação da Enfermagem é denominado processo de Enfermagem. Fonte: HORTA, W. A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. Rev. Esc. Enf. USR, v. 5, n. 1, p. 7-15, 1974. Disponível em: http://twixar.me/QNMm. Acesso em: 28 set. 2021. https://www.psicologia.pt/artigos/textos/AOP0443/Piramide_Maslow.jpg 15 Acadêmico, sugerimos a leitura do artigo Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo, para uma melhor compreensão do processo de Enfermagem: http://twixar.me/QNMm DICA Para Horta (1979, p. 39), as necessidades humanas básicas podem ser descritas como “estados de tensões conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos fenômenos vitais”. Acadêmico, neste tópico, tivemos a oportunidade de ampliar o nosso conhecimento sobre as teorias de Enfermagem e estudar sobre a sua importância para o desenvolvimento de nossas atividades profissionais no dia a dia. No Tópico 2, estudaremos a consulta de Enfermagem, apresentando quais são as nossas atribuições, enquanto profissionais da saúde e membros de equipes, no atendimento ao paciente. NOTA 16 Neste tópico, você aprendeu: • Florence Nightingale é responsável pela Teoria Ambiental e reconhecida, mundialmente, como uma referência na área de Enfermagem. Os principais fatores envolvidos no cuidado em saúde nessa teoria: o paciente, o ambiente e o profissional de saúde. • Wanda de Aguiar Horta criou a teoria das Necessidades Humanas Básicas, que foi implantada nos atendimentos de saúde, tornando-os humanizados, ao levar em consideração sentimentos e emoções do paciente, que, posteriormente, nortearam a aplicação dos métodos de Enfermagem. • Existem quatro principais teorias de Enfermagem: ambiental, autocuidado, adaptação e necessidade humanas básicas. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 As teorias definem e esclarecem a Enfermagem e a finalidade da sua prática, para distingui-la das outras profissões de atendimento, estabelecendo seus limites profissionais. Descreva o tema central das teorias de Enfermagem desenvolvidas por Florence Nightingale e Dorothea Orem. 2 O uso da teoria de Enfermagem oferece estrutura e organização ao conhecimento de Enfermagem e proporciona um meio sistemático de coletar dados para descrever, explicar e prever a prática da profissão. Ela confere um propósito mais claro, enunciando não apenas o foco dessa prática, mas ainda metas e resultados específicos. Sobre as teorias, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A teoria de Florence Nightingale dá particular importância para a manutenção do ambiente, visando a facilitar a execução dos cuidados prestados pelos enfermeiros, com destaque para a ventilação, a iluminação, o calor, a limpeza, os ruídos, os odores e a alimentação. b) ( ) A teoria de Orem define três outras teorias sequenciais: teorias do autocuidado, do déficit no autocuidado e de sistemas de Enfermagem, sendo a teoria do déficit do autocuidado a principal, pois orienta o desenvolvimento das outras duas teorias, que devem ser aplicadas, de forma simultânea e sistemática, durante a realização do cuidado. c) ( ) Um metaparadigma representa a visão de mundo de uma disciplina – a perspectiva mais global, que subordina visões e abordagens mais específicas aos conceitos centrais com os quais a disciplina se preocupa. Acredita-se que o metaparadigma da Enfermagem comumente consiste nos conceitos de indivíduo, ambiente, saúde e Enfermagem. d) ( ) A teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda de Aguiar Horta, recebeu forte influência da teoria de Maslow. Horta classificou as necessidades humanas básicas em diferentes níveis: necessidades fisiológicas, de segurança, de aceitação, de amor, de estima e de autorrealização. e) ( ) Florence Nightingale define três categorias dentro da sua teoria: autocuidado, déficit no autocuidado e de sistemas de Enfermagem. 3 As teorias de Enfermagem auxiliam a compreensão da realidade, favorecendo a reflexão e a crítica, evitando a naturalidade e a banalidade dos fenômenos, com base em elementos científicos no entendimento e na análise da realidade. A Teoria Ambientalista demonstrou que, com um ambiente limpo, o número de infecções diminui. Assinale a alternativa CORRETA sobre a teórica responsável por essa teoria: AUTOATIVIDADE 18 a) ( ) Wanda de Aguiar Horta. b) ( ) Joyce Travelbee. c) ( ) Hildegard Peplau. d) ( ) Florence Nightingale. e) ( ) Dorothea Orem. 4 O processo de Enfermagem é instrumento que carece de suporte teórico para a sua utilização. Segundo estudos, existem diferentes teorias e modelos teóricos e todos eles refletem os conceitos centrais da Enfermagem. Quais são esses conceitos? 5 A Enfermagem tem como base teórico-científica seus métodos próprios de cuidado e teorias que apoiam esse cuidado, fazendo parte de todo o processo de saúde aplicado pela equipe de Enfermagem. O Processo de Enfermagem está dividido em cinco etapas. Quais são essas etapas? 19 CONSULTA DE ENFERMAGEM UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, estudaremos a consulta de Enfermagem, que é um conjunto de ações realizadas, exclusivamente, pelo enfermeiro, sendo este o único profissional da equipe de saúde responsável e habilitado para fazer a consulta – portanto, trata-se de uma atribuição privativa do enfermeiro. Figura 8 – Consulta de Enfermagem Fonte: http://twixar.me/xNMm. Acesso em: 25 set. 2022. A consulta de Enfermagem tem como objetivo identificar possíveis problemas de saúde do paciente, podendo fazer uso de algumas prescrições de Enfermagem e implantar medidas de Enfermagem que visem à promoção, à proteção, à recuperação e à reabilitação do paciente. A consulta pode ser prestada de forma individual, quando se trata de um paciente, e de forma coletiva, quando prestamos atendimento aos familiares e, até mesmo, à comunidade, como nos grupo de apoio nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). 20 Figura 9 – Acolhimento da comunidade nas UBS Fonte: https://redehumanizasus.net/95313-unidade-basica-de-saude-ubs/. Acesso em: 26 set. 2022. Para complementar os seus estudos, acesse a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências: http://twixar.me/6NMm. INTERESSANTE Conforme a Lei nº 7.498/1986 (BRASIL, 1986), regulamentada pelo Decreto nº 94.406, de 9 de junho de 1987 (COFEN, 1987), determina que cabe ao enfermeiro as atividades privativas de consulta de Enfermagem, prescrição e assistência de Enfermagem, sendo este profissional o responsável pelo atendimento ao paciente. Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: I- privativamente: a) direção do órgão de enfermagemintegrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem; [...] h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; i) consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; https://redehumanizasus.net/95313-unidade-basica-de-saude-ubs/ 21 l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas (BRASIL, 1986, p. 2-3). 2 CONSULTA DE ENFERMAGEM Na atenção básica de saúde, os enfermeiros devem garantir a aplicabilidade da consulta de Enfermagem, sendo parte da assistência prestada ao paciente. A consulta de Enfermagem deve ser aplicada para integrar os primeiros cuidados de Enfermagem que devemos aplicar ao paciente, sendo assim fazemos o acompanhamento, proteção e principalmente nos preocupamos com a bem-estar físico e mental do paciente. A Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, descreve as atribuições de cada profissional na atenção básica e, entre as diversas atribuições do enfermeiro, destacam-se: I- Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida. II- Realizar consulta de Enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão (BRASIL, 2017, s. p.). Para aprimorar os seus conhecimentos, sugerimos a leitura do artigo O conceito de ação comunicativa: Uma contribuição para a consulta de Enfermagem, disponível em: http://twixar.me/2NMm. DICA A consulta de Enfermagem é de grande importância, seja na atenção básica, no ambiente hospitalar e privado. Sousa et al. (2020) destaca a atual relevância na assistência prestada pelo enfermeiro com o reconhecimento e crescimento ao prestar a consulta de Enfermagem. 22 O grau de satisfação daqueles que recorrem a atenção básica está intimamente ligado à capacidade de resolutividade dos enfermeiros que os atendem. Neste sentido a resolutividade tem grande importância tanto para as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) quanto para o enfermeiro (SOUSA et al., 2020, p. 25). Figura 10 – Atuação do enfermeiro Fonte: http://twixar.me/xNMm. Acesso em: 25 set. 2022. No que se refere à consulta de Enfermagem, cabe ao enfermeiro realizar ou supervisionar o acolhimento, de forma qualificada, efetuando a classificação de risco, estruturar um plano de cuidados, efetuar a estratificação de risco com equipes multidisciplinares, elaborar atividades em grupo e realizar o encaminhamento dos usuários, quando necessário, a outros serviços de saúde. Na Figura 11, temos a classificação de risco, bem como os seus resultados na forma de escore, para auxiliar o enfermeiro durante a atuação na consulta de Enfermagem. 23 Figura 11 – Classificação de risco Fonte: http://twixar.me/HNMm. Acesso em: 27 set. 2022. Após a aplicação da classificação de risco, cabe ao enfermeiro realizar a somatória dos resultados e interpretar a avaliação de escore, que nada mais é do que o resultado dos dados coletados do paciente. Assim, o enfermeiro precisa a conduta da equipe de Enfermagem, para a atuação no paciente. O escore possibilita conduta referente à reavaliação, após a aplicabilidade dos resultados, determinando o encaminhamento a ser dado ao paciente, conforme podemos observar na Figura 12. 24 Figura 12 – Escore Fonte: INTS (2021, p. 3) Compete ao enfermeiro, ainda, gerenciar, planejar e avaliar ações a serem realizadas por técnicos ou auxiliares de Enfermagem, agentes de combate às endemias (ACE) e agentes comunitários de saúde (ACS), além de supervisionar os procedimentos feitos por cada profi ssional envolvido no atendimento ao paciente. Figura 13 – Representação de uma equipe de saúde Fonte: http://twixar.me/kNMm. Acesso: 27 set. 2022. O enfermeiro deverá implementar e atualizar protocolos, fl uxos e rotinas pertinentes a sua área de competência na UBS, assim como exercer as atribuições, conforme a legislação vigente, dos profi ssionais na área de atuação (BRASIL, 2017). No Quadro 3, apresentamos as principais atribuições do técnico de Enfermagem e do enfermeiro na UBS. 25 Quadro 3 – Principais atribuições do técnico em Enfermagem e do enfermeiro Técnico em Enfermagem Enfermeiro Prestar assistência de Enfermagem segura, humanizada e individualizada aos pacientes, sob supervisão do enfermeiro, assim como colaborar nas atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas na instituição. Direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefi a de serviço e de unidade de Enfermagem. Coletar e/ou auxiliar o paciente na coleta de material para exames de laboratório, segundo orientação. Organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços. Realizar exames de eletrodiagnósticos e registrar os eletrocardiogramas efetuados, segundo instruções médicas ou de Enfermagem. Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem. Orientar e auxiliar pacientes, prestando informações relativas a higiene, alimentação, utilização de medicamentos e cuidados espe- cífi cos em tratamento de saúde. Consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem. Verifi car os sinais vitais e as condições gerais do paciente, segundo prescrição médica e de Enfermagem. Consulta de Enfermagem. Preparar e administrar medicações por via oral, tópica, intradérmica, subcutânea, intramuscular, endovenosa e retal, segundo prescrição médica, sob supervisão do Enfermeiro. Prescrição da assistência de Enfermagem. Cumprir prescrições de assistência médica e de Enfermagem. Cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida. Realizar a movimentação e o transporte de pacientes de maneira segura. Cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científi cos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas. Auxiliar nos atendimentos de urgência e emergência. Participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde. Realizar controles e registros das atividades do setor e outros que se fi zerem necessá- rios para a realização de relatórios e controle estatístico. Participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde. Efetuar o controle diário do material utilizado, bem como requisitar, conforme as normas da instituição, o material necessário à prestação da assistência à saúde do paciente. Prescrição de medicamentos, previamen- te, estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde. Efetuar o controle diário do material utilizado, bem como requisitar, conforme as normas da instituição, o material necessário à prestação da assistência à saúde do paciente. Participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões. 26 Manter equipamentos e a unidade de trabalho organizada, zelando pela sua conservação e comunicando ao superior eventuais problemas. Participação na elaboraçãode medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem. Executar atividades de limpeza, desinfecção, esterilização de materiais e equipamentos, bem como seu armazenamento e distribuição. Participação na prevenção e controle das do- enças transmissíveis em geral e nos progra- mas de vigilância epidemiológica. Propor a aquisição de novos instrumentos para reposição daqueles que estão avariados ou desgastados. Prestação de assistência de Enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém- nascido. Realizar atividades na promoção de campanha do aleitamento materno bem como a coleta no lactário ou no domicílio. Participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco. Auxiliar na preparação do corpo após o óbito. Acompanhamento da evolução e do trabalho de parto. Participar de programa de treinamento, quando convocado. Execução e assistência. participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continuada. Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utilizando-se de equipamentos e programas de informática. Participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em geral. Executar outras tarefas compatíveis com as exigências para o exercício da função. Participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho. Auxiliar o superior na prevenção e no controle das doenças transmissíveis em geral, em programas de vigilância epidemiológica e no controle sistemático da infecção hospitalar. Participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contrarreferência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde. Fonte: adaptado de Brasil (1986) São inúmeros os tipos de demanda em que o enfermeiro da UBS irá realizar a consulta de Enfermagem, porém é importante ressaltarmos alguns deles, como atendimento a gestantes de baixo risco, realização do preventivo de coleta de secreção do colo uterino (Papanicolau) e orientação para a realização do exame de mamas para a prevenção do câncer. 27 Figura 14 – Modelo de formulário da consulta de Enfermagem Fonte: http://twixar.me/qNMm. Acesso em: 3 out. 2022. Na consulta de Enfermagem, deve-se orientar as puérperas, esclarecer as dúvidas sobre o aleitamento materno, enfatizar e explicar a cobertura vacinal e sua importância para a vida saudável do bebê, sendo este um direito dele, e realizar o acompanhamento no desenvolvimento infantil. Ainda, na saúde do adulto e do idoso, o enfermeiro irá atuar no controle e no monitoramento de comorbidades e morbidades, na manutenção e na autonomia desses pacientes (BORGES, 2018), promovendo, assim, o seu reestabelecimento social e profissional o mais rápido possível. 3 PROCESSO DE ENFERMAGEM A consulta de Enfermagem ocorre, de forma sistematizada, por meio do processo de Enfermagem, o qual é usado como uma ferramenta que orienta o profissional no cuidado, seja no âmbito público, privado de forma sistemática. 28 Figura 15 – Consulta de Enfermagem sistematizada Fonte: http://twixar.me/fcMm. Acesso em: 25 set. 2022. O processo de Enfermagem ocorre em cinco etapas: coleta de dados de Enfermagem ou histórico de Enfermagem, diagnóstico de Enfermagem, planejamento de Enfermagem, implementação e avaliação de Enfermagem. Quadro 4 – Etapas do processo de Enfermagem Etapas do processo de Enfermagem Coleta de dados Diagnóstico de Enfermagem Planejamento de Enfermagem Implementação Avaliação de Enfermagem Fonte: as autoras A primeira etapa é a coleta de dados de Enfermagem , que tem como propósito obter informações básicas, como histórico de usuário, família ou comunidade. Na coleta de dados, abre-se espaço para o paciente dialogar, criando um vínculo e agindo de forma terapêutica. Figura 16 – Enfermeiros Fonte: http://twixar.me/3cMm. Acesso em: 25 set. 2022. 29 A coleta de dados no processo de Enfermagem é considerada a primeira a ser aplicada ao paciente, porém, como profissionais de Enfermagem, sabemos que ela continua durante todo o tratamento do paciente. Para realizar a coleta de dados, alguns pontos devem ser seguidos pelos enfermeiros: • Domínio profissional, a partir das suas responsabilidades práticas no atendimento. • Coletar apenas informações necessárias para o tratamento do paciente. • Escolha correta na elaboração de perguntas e observações pertinentes ao atendimento de saúde do paciente. Figura 17 – Tipos de coletas de dados Fonte: adaptada de Tannure; Gonçalves (2008) A coleta de dados deve iniciar no momento que o paciente chega para o atendimento, independentemente do local, seja público ou privado. O enfermeiro pode escolher qual tipo de coleta de dado ele prefere utilizar para esse atendimento, porém, independentemente da escolha, esta deve ser clara, sem condições para julgamento. Durante a coleta de dados, o enfermeiro precisa encontrar e identificar dois tipos de dados: objetivos e subjetivos. 30 Quadro 5 – Tipos de coleta de dados objetivos e subjetivos Dados objetivos Realizados pelo enfermeiro, quando se deve verificar órgãos dos sentidos, com auxílio de equipamentos específicos, sendo: balança, estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro, entre outros. Dados subjetivos Serão obtidos na forma de perguntas ou instrumento científico, no qual o paciente irá confirmar os dados. Ao realizar a coleta de dados, verificar se o ambiente que será usado se encontra livre de ruídos interrupções, sendo bem iluminado e tranquilo. Fonte: adaptado de Tannure; Gonçalves (2008) No processo de coleta de dados, o enfermeiro avaliará, perante a observação e o que o paciente relata, a fim de que os dados coletados indiquem uma intervenção sobre a presença ou não de um problema (TANNURE; GONÇALVES, 2008, p. 24) No entanto, os dados coletados precisam apresentar algumas características muito importantes: primeiramente, precisam ser válidos, ou seja, representar a resposta humana (por exemplo, relatos de dor); a segunda característica é que eles precisam ser confiáveis, de preferência, que possam ser coletados a partir de uso de equipamentos específicos (por exemplo, balança, esfigmomanômetro); e, por fim, está a relevância desses dados para o fechamento do diagnóstico do paciente. Quadro 6 – Tipos de dados Confiáveis Obtidos por meio de instrumentos acurados e que são representativos da resposta humana; nesse caso, pode-se considerar desde a utilização de equipamentos calibrados, como uma balança ou esfigmomanômetro. Válidos Representam as propriedades da resposta humana que está sendo julgada; por exemplo, o relato verbal de dor pode ser considerado um dado válido para afirmar o diagnóstico dor (aguda ou crônica), mas, por outro lado, o relato verbal de ocorrência de edema, ao final do dia, não parece ser um dado válido para afirmar o diagnóstico débito cardíaco diminuído. Relevantes São os dados válidos, porém, levando-se em conta o propósito da coleta de dados; por exemplo, a observação da presença de edema pode ser um dado válido para o diagnóstico débito cardíaco diminuído, porém a informação de que ele ocorre ao final do dia torna o dado pouco relevante para esse diagnóstico. Fonte: adaptado de Barros et al. (2015) A segunda etapa é o diagnóstico de Enfermagem e consiste em realizar o planejamento de atuação e a compreensão com o agrupamento das informações coletadas sobre o processo saúde-doença, seja de usuário, família ou comunidade, contemplando tudo na tomada de decisão do diagnóstico de Enfermagem. 31 O diagnóstico de Enfermagem é centralizado no cuidado ao paciente,podendo ser realizado a curto, médio e longo prazos. O enfermeiro usa, como principal referencial, a aplicação de diagnóstico de Enfermagem NANDA (acrônimo para North American Nursing Diagnosis Association), internacionalmente conhecido como NANDA-I, que utiliza, como padrão, para as respostas, o corpo humano na sua essência. Figura 18 – NANDA Fonte: http://twixar.me/KcMm Acesso: 27 set. 2022 Ainda no planejamento de Enfermagem, a terceira etapa da consulta de Enfermagem é o planejamento, quando os enfermeiros definem as ações e as intervenções de Enfermagem que devem ser realizadas e aplicadas no paciente. Nessa etapa da consulta de Enfermagem, deve-se enfatizar a promoção, a prevenção, a recuperação e a reabilitação da saúde. Portanto, esse planejamento é de extrema importância para determinar os resultados que a equipe de Enfermagem busca alcançar, já constatados no diagnóstico de Enfermagem. 32 Com a finalidade de estabelecer resultados dos diagnósticos de Enfermagem, devemos utilizar a Classificação de Resultados de Enfermagem, conhecida como NOC. NOC é um tema que será abordado, de forma mais clara, na Unidade 2. ESTUDOS FUTUROS Para aprimorar seus conhecimentos sobre os protocolos de Enfermagem, acesse: http://twixar.me/ncMm. DICA As intervenções de Enfermagem podem ser selecionadas com linguagem padronizada, conforme a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) ou a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). A quarta etapa se caracteriza pela implementação, a qual é executada pela equipe de Enfermagem, composta por enfermeiros, técnicos e auxiliares de saúde. Nesse momento, a equipe técnica e auxiliar deve aplicar a prescrição de Enfermagem feita pelo enfermeiro. Nessa etapa do processo, toda a equipe envolvida deve realizar as suas anotações no prontuário do paciente, seja físico ou eletrônico. 33 Figura 19 – Prontuário eletrônico Fonte: http://twixar.me/1cMm. Acesso em: 5 out. 2022. Na consulta de Enfermagem, a quinta etapa do processo de Enfermagem é a avaliação, um método sistemático e contínuo, no qual será analisada a resposta do paciente e do quadro clínico, para verificação de mudanças ou adaptações do processo de Enfermagem. Nesse momento, cabe ao enfermeiro fazer o levantamento das ações, avaliar os resultados, observando-se os casos que não obtiveram resultado evidenciados, a fim de podermos compreender a evolução do paciente durante todo o processo de atendimento da saúde. 34 Figura 20 – Diferenças entre evolução e anotação de Enfermagem Fonte: https://br.pinterest.com/pin/711850284846678483/. Acesso: 27 set. 2022. Segundo Borges (2018), o método SOAP (do acrônimo subjetivo, objetivo, avaliação e plano) baseia-se em um suporte teórico, a fim de orientar o processo de Enfermagem como um todo, contemplando as ações de Enfermagem a serem utilizadas no registro do prontuário do paciente (Quadro 7). Quadro 7 – SOAP Subjetivo (S) Nessa parte, anotam-se as informações recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da consulta ou o problema de saúde em questão. Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela pessoa que está sendo cuidada. Se tivermos como referencial o “método clínico centrado na pessoa” (MCCP), é nessa seção que exploramos a “experiência da doença” ou a “experiência do problema” vivida pela própria pessoa, componente fundamental do MCCP. Objetivo (O) Nessa parte, anotam-se os dados positivos (e negativos que se configurarem importantes) do exame físico e dos exames complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis. https://br.pinterest.com/pin/711850284846678483/ 35 Avaliação (A) Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações subjetivas (S) e objetivas (O), o profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais precisa em relação ao problema, queixa ou necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o. Nessa parte se poderá utilizar, se for o caso, algum sistema de classificação de problemas clínicos, por exemplo, o CIAP. Plano (P) • A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P) de cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada. De maneira geral, podem existir quatro tipos principais de planos: • Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas necessárias para elucidação do problema, se for o caso. • Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para a resolução ou manejo do problema da pessoa: medicamentos, dietas, mudanças de hábitos, entre outras. • Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal e continuado da pessoa e do problema em questão. • Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as informações e orientações apresentadas e negociadas com a pessoa, em relação ao problema em questão. Fonte: adaptado de http://twixar.me/mcMm. Acesso: 26 set. 2022 Caro acadêmico, chegamos ao final deste tópico, no qual conhecemos todas as etapas para realizar a consulta de Enfermagem. No Tópico 3, continuaremos nossos estudos sobre como ocorre a visita domiciliar e por que ela é tão importante no processo de recuperação do paciente. ESTUDOS FUTUROS 36 Neste tópico, você aprendeu: • A consulta de Enfermagem é um conjunto de ações realizadas, exclusivamente, pelo enfermeiro, sendo este o único profissional da equipe de saúde responsável e habilitado para fazer a consulta – portanto, trata-se de uma atribuição privativa do enfermeiro. • A classificação de risco não tem a função de diagnosticar doenças, sendo apenas um instrumento para hierarquizar a prioridade do atendimento, conforme a gravidade do paciente. • Escore da escala de classificação de risco: ◦ Emergência – deve ser feito o encaminhamento direto para a sala de ressuscitação; atendimento imediato; e casos de risco de morte muito alto (por exemplo, parada cardiorrespiratória, infarto, politrauma, choque hipovolêmico); ◦ Urgência – paciente deve ser encaminhado para consulta médica imediata, avaliação em, no máximo, 30 minutos e elevado risco de morte (por exemplo, trauma moderado ou leve, queimaduras menores, dispneia leve a moderada, dor abdominal, convulsão, cefaleias, idosos e grávidas sintomáticos). ◦ Pouca urgência – deve ser feito encaminhamento para consulta médica; urgência menor; avaliação em, no máximo, 1 hora; reavaliação periódica; e sem risco de morte (por exemplo: ferimento craniano menor, dor abdominal difusa, cefaleia menor, doença psiquiátrica, diarreias, idosos e grávidas assintomáticos). ◦ Não urgente – encaminhamento para atendimento por ordem de chegada; não há urgência; tempo de atendimento alvo: 2 horas; sem risco de morte (por exemplo, dor leve, contusões, distensões, mialgias, escoriações e ferimentos que não requerem fechamento). • A consulta de Enfermagem ocorre, de forma sistematizada, por meio do processo de Enfermagem, o qual é usado como uma ferramenta que orienta o profissional no cuidado, seja no âmbito público, privado de forma sistemática. • O processo de Enfermagem ocorre em cinco etapas: coleta de dados de Enfermagem ou histórico de Enfermagem; diagnóstico de Enfermagem; planejamento de Enfer- magem; implementação; e avaliação de Enfermagem. • O método SOAP (do acrônimo subjetivo, objetivo, avaliação e plano) serve como embasamento teórico para a realização do processo de Enfermagem. RESUMO DO TÓPICO 2 37 1 Quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Enfermagem corresponde ao, usualmente, denominado nesses ambientes como: a) ( ) Histórico de Enfermagem. b) ( ) Consulta de Enfermagem. c) ( ) Planejamento de Enfermagem. d) ( ) Avaliação de Enfermagem. 2 A consulta de Enfermagem é um conjunto de ações realizadas, exclusivamente, pelo enfermeiro, sendo este o único profissional da equipe de saúderesponsável e habilitado para fazer a consulta. Sobre a consulta de Enfermagem, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A consulta de Enfermagem é uma atividade privativa de toda a equipe de Enfermagem. b) ( ) A consulta de Enfermagem utiliza componentes do método científico para identificar situações de saúde-doença, prescrever e implementar medidas de Enfermagem. c) ( ) A consulta de Enfermagem apenas pode ser realizada em consultórios formais destinados para tal função. d) ( ) A consulta de Enfermagem apenas está autorizada de forma presencial, não sendo permitido ao enfermeiro realizá-la na forma de teleconsulta. e) ( ) Apenas as etapas de coleta de dados e de diagnósticos conseguem ser realizadas durante uma consulta de Enfermagem. As demais etapas apenas são possíveis diante de pacientes hospitalizados. 3 Cabe ao enfermeiro as atividades privativas de consulta de Enfermagem, prescrição e assistência de Enfermagem, sendo este profissional o responsável pelo atendimento ao paciente. Sabendo que o processo de Enfermagem é composto por cinco etapas inter-relacionadas, assinale a alternativa CORRETA: ( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnósticos Médicos; Planejamento de Enfermagem; Prescrição de Enfermagem; e Avaliação de Enfermagem. ( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Dados Subjetivos; Dados Objetivos; Análise de Enfermagem; e Plano de Enfermagem ( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnóstico de Enfermagem; Planejamento de Enfermagem; Implementação; e Avaliação de Enfermagem. AUTOATIVIDADE 38 ( ) Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnósticos Médicos; Prescrição Médica; Observações Complementares; e Prescrição de Enfermagem. ( ) Observações e Anotações de Enfermagem; Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnóstico de Enfermagem; Implementação; e Avaliação de Enfermagem. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) V – F – V – V – F. b) ( ) F – F – V – V – F. c) ( ) F – F – V – F – F. d) ( ) V – V – V – V – V. 4 O Processo de Enfermagem é organizado em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes. Qual é a etapa que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, a família ou a coletividade humana e sobre as suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença? 5 O método SOAP baseia-se em um suporte teórico, a fim de orientar o processo de Enfermagem como um todo, contemplando as ações de Enfermagem a serem utilizadas no registro do prontuário do paciente. O que significa a sigla SOAP? 39 TÓPICO 3 — VISITA DOMICILIAR UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, estudaremos a visita domiciliar (VD), prevista no Sistema Único de Saúde (SUS), na Política Nacional de Atenção Domiciliar, que define a Atenção Domiciliar (AD) como uma modalidade de atenção à saúde “substitutiva ou complementar as já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às Redes de Atenção à Saúde (RAS)” (BRASIL, 2012). Para complementar os seus estudos, acesse a Portaria nº 825, de 25 de abril de 2016, que redefine a atenção domiciliar no âmbito do SUS e atualiza as equipes habilitadas: http://twixar.me/bcMm. INTERESSANTE A visita domiciliar, exercida pelo enfermeiro, tem o objetivo de aproximar a equipe de Enfermagem (profissionais), o paciente e seus familiares, atuando todos juntos na terapêutica do paciente. Além disso, a visita domiciliar de Enfermagem contempla vários requisitos, a fim de desenvolver um conjunto de atividades, com a pretensão de determinar um plano assistencial, conforme as demandas estabelecidas pelos familiares e paciente, tendo o enfermeiro como principal profissional para essa atuação e condução de caso. 2 VISITA DOMICILIAR A visita domiciliar garante a continuidade da assistência prestada e funciona, de forma complementar, com um conjunto de características para a promoção da saúde. Proporciona, aos profissionais e usuários, uma maior aproximação, valorizando as práticas em saúde, facilitando a comunicação da equipe de saúde e usuários. Desse modo, a visita domiciliar possibilita aos profissionais de saúde entender as condições de vida das pessoas, a fim de dimensionar e adequar os cuidados, ampliando o serviço prestado àqueles que estão restritos ao leito ou ao domicílio. Nesse sentido, pode-se dizer que a visita domiciliar visa à aproximação de profissional e usuário, à promoção da equidade e à melhora da compreensão do contexto da vida. 40 Para aprimorar os seus conhecimentos, sugerimos a leitura do artigo: A contribuição do enfermeiro no contexto de promoção à saúde através da visita domiciliar: http://twixar.me/gcMm. DICA Figura 21 – Possibilidades da atenção domiciliar Fonte: Ribeirão Preto (2021, p. 5) Usuário é cada um daqueles que usam ou desfrutam de alguma coisa coletiva, ligada a um serviço público ou particular (SAITO et al., 2013). Fonte: SAITO, D. Y. T. et al. Usuário, cliente ou paciente? Qual o termo mais utilizado pelos estudantes de Enfermagem? Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 175-183, jan.-mar. 2013. NOTA 41 Segundo a Resolução Cofen nº 0464/2014, a visita domiciliar de Enfermagem são ações desenvolvidas para promoção, prevenção e tratamentos de saúde, abrangendo também a reabilitação e cuidados paliativos. Todas as ações no atendimento domiciliar, sejam educativas ou assistenciais, destinadas ao paciente ou a seus familiares, são desenvolvidas pelos profissionais de Enfermagem. Figura 22 – Visita domiciliar do enfermeiro Fonte: http://twixar.me/wcMm. Acesso em: 24 set. 2022. As características da visita domiciliar podem ser desempenhadas no campo da atenção primeira ou secundária, seja de forma autônoma ou em equipes multidisciplinares de instituições públicas, privadas ou filantrópicas. Todas as condutas de Enfermagem, realizadas durante o atendimento, devem ser registradas no domicílio do paciente, assim como a execução de toda SAE e dos cuidados de Enfermagem. A visita domiciliar deve ser registrada no prontuário, a fim de otimizar a assistência prestada (COFEN, 2014). A Figura 23, mostra um modelo de formulário/roteiro que deve ser preenchido na visita domiciliar, para a coleta de dados, podendo conter uma forma estrutural mais objetiva e de simples preenchimento. 42 Figura 23 – Roteiro visita domiciliar Fonte: http://twixar.me/9cMm. Acesso em: 29 set. 2022. 43 A visita domiciliar acontece com a atuação da equipe da atenção básica, a partir de algumas ações nos domicílios dos pacientes, iniciando por cadastramento dos usuários, busca ativa, ações de educação e vigilância em saúde. Há várias maneiras de solicitação para inclusão da visita domiciliar, algumas delas podem ser requeridas pela unidade de pronto atendimento, pela UBS, pelos hospitais, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por familiares, pelo próprio paciente ou, até mesmo, por demandas judiciais (RIBEIRÃO PRETO, 2021). Para que a visita domiciliar aconteça de forma efetiva, três questões devem ser atendidas: • A visita domiciliar tem contribuído para melhoria na demanda do usuário? • Avaliar a aceitabilidade da visita domiciliar. • Aceitação do usuário e de familiares ao acompanhamento da visita, com comprome- timento mútuo com tratamento. A Figura 24 apresenta um fluxograma com as etapas que auxiliam para uma melhor compreensão do planejamento da visita domiciliar. Figura 24 – Etapas do planejamento da visita domiciliar Fonte: as autoras Existem alguns tipos de chamados de visita domiciliar, como mostra a Figura 25. 44 Figura 25 – Tipos de visita domiciliar Fonte: as autoras Os pacientes que possuem comorbidades controladas ou compensadas, que dificultam ou impossibilitam a realização das atividades