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AULA 01

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AULA 1 CULTURA BRASILEIRA
Padre Pedro Paulo
2011
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Nosso curso começa com um aprofundamento de seus objetivos, metas e contribuição para a nossa formação acadêmica, profissional e também de cidadãos. Para isso, faremos uso de uma velha e eficaz ferramenta do conhecimento: as perguntas! Através de três perguntas vamos desenvolver a aula de hoje
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Eis as nossas PERGUNTAS:
1. Porque estudar a Cultura Brasileira através desta disciplina?
2. Quais os principais objetivos do curso?
3. Como este conteúdo pode contribuir para  a sua formação?
Percorremos cada uma delas em busca de desenhar o rosto de nossa disciplina, de traçarmos juntos um caminho de descobertas e conhecimento sólido!
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A preocupação com uma história que tomasse a idéia de um passado nacional, comum a todos os “brasileiros”, teve início com o surgimento político do Brasil independente no século XIX. Mas, desde o período colonial, é possível encontrar escritos que foram chamados de ‘histórias do Brasil’ tais como relatos de administradores, missionários e viajantes que registraram os fatos ocorridos e observações sobre a vida e os costumes dos habitantes do Brasil entre os séculos XVI ao XVIII. 
1ª PERGUNTA: Porque estudar a Cultura Brasileira através desta disciplina?
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Neste Período, dito Colonial, eramos terra de escravos africanos, índios sobreviventes aos massacres e perseguições, e Portugueses, que vieram como prisioneiros, militares, religiosos ou aventureiros...
Em 1822, a Independência do Brasil e a Criação do Império do Brasil inaugura uma situação nova para todos os que lutaram pela liberdade e a autonomia de nossos destinos. 
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Era ‘hora’ de assumir a tarefa de construir a nação, de tecer sonhos, de caminhar juntos, de projetar nosso futuro, sob os signos da justiça, do progresso, da solidariedade, de escolher nosso destino, enfim de ‘inventar’ uma IDENTIDADE chamada BRASILEIROS.
Era tempo de escrever nossa própria história. Escritura da memória COLETIVA, de olhar para as marcas do nosso passado colonial. De entender quem éramos, como vivíamos, nossas mazelas e orgulhos.
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2ª PERGUNTA: 
Quais os principais objetivos do curso?
Mostrar através da leitura de textos, do debate e da reflexão crítica quais foram os processos históricos e culturais foram responsáveis pela formação de cultura, identidade e história do Brasil. 
De que maneira, a conquista da independência de Portugal no século XIX, não seria o auge de alguma coisa já tão latente nos entre os movimentos de revolta, a língua tão diversa daquela de Lisboa, a natureza exuberante, a mistura étnica de seus habitantes?
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A construção da identidade humana está relacionada à formação de processos histórico-culturais. São Formas de vida, de pensamento, de ação produtiva, de concepção religiosa, de mentalidade de uma coletividade que se cristalizam em um determinado momento. 
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A cultura e a identidade social caminham sempre juntas? De um lado, a cultura se inventa, na vida que se entende como vida social, modo de entender de um tempo, que todos acreditam ser um patrimônio comum, um meio social de exprimir-se. 
Do outro, não seria a cultura também uma imposição das necessidades que temos de nos justificar diante de outros povos, de outras identidades? Mas será que todos os cidadãos participavam deste processo? 
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Segundo CASTELLO[1] ‘ao contar de princípios do século XVI, a literatura que se cultiva no Brasil Colonial vem progressivamente conquistando sua auto-identificação, desde que se estabelece a relação homem//terra. ...Esta relação será aprofundada no período crítico do século XIX e proporcionará a progressiva conscientização da relação indivíduo/pátria, do sentimento local ao nacional. É um esforço interno de identificação e também de re-identificação, abrangendo dos adventícios aos seus descendentes. ’ 
 
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O que caracteriza a literatura deste período, aquela do séc.XIX, em particular com os eventos da chegada da Família Real (1808), do Império (1822) e da primeira República (1889-1930) é uma ‘revisão’ crítica da historiografia do Brasil atuada através da literatura brasileira do Barroco e do Romantismo. Segundo Castello ‘há de se enfatizar a passagem do nativismo para o nacionalismo, um novo enfoque do indianismo, ambos voltados agora para a formação de uma identidade nacional’[1]. 
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Trata-se obviamente de uma perspectiva comparatista[1], que busca localizar a identidade nacional pelas suas relações internas (regionais/temporais) e externas (Europa/América Latina). 
Pois somos diversos tanto no plano das origens européias, em relação à América Latina, como no plano da própria América, por nossas configurações étnicas e nossa realidade geográfica (lusófonos e território continental).
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Além disso, outro objetivo é situar a cultura brasileira em seus processos permanentes de mudança no cenário que vem desenvolvendo-se a décadas, e que muitos especialistas chamam de GLOBALIZAÇÃO OU MUNDIALIZAÇÃO DAS CULTURAS.
Não é um fenômeno recente na história da Humanidade (Alexandre Magno e o Império Romano), mas suas características atuais se desenvolvem com mais força desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1936-1945) e afetam o conjunto de todas as nações, desenvolvidas e as pobres. Existem diversas avaliações sobre a Globalização. O que nos importa é perguntar de que maneira nossa identidade cultural participa deste contexto?
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3ª PERGUNTA: Como este conteúdo pode contribuir para  a sua Formação?
A Cultura Brasileira é uma disciplina que por suas próprias características envolve nossa formação profissional. Como já pudemos perceber ela tece uma rede complexa de conhecimentos, através da sociologia, da história, da política e da literatura. E ao interrogar-se sobre processos de Construção da Identidade de nosso Povo, ela colabora com a construção de cidadãos críticos. E, Profissionais de Letras estarão sempre envolvidos, de diversas maneiras em Processo Educativos de cidadanias. Por isso vale a pena estudar pra valer!
“Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer”.
Paulo freire
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“Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
 Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?”
Carlos Drummond de Andrade
‘ Hino nacional’ 
 
 Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás as florestas, com a água dos rios no meio,  o Brasil está dormindo, coitado. Precisamos colonizar o Brasil. O que faremos importando francesas muito louras, de pele macia,  alemãs gordas, russas nostálgicas para garçonetes dos restaurantes noturnos. E virão sírias fidelíssimas. Não convém desprezar as japonesas... Precisamos educar o Brasil. Compraremos professores e livros,  assimilaremos finas culturas,  abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa com fogão e aquecedor elétricos, piscina,  salão para conferências científicas. E cuidaremos do Estado Técnico.
 Precisamos louvar o Brasil. Não é só um país sem igual. Nossas revoluções são bem maiores do que quaisquer outras; nossos erros também. E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões... os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas... Precisamos adorar o Brasil! Se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens, por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão  de seus sofrimentos. Precisamos, precisamos esquecer o Brasil! Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado, ele quer repousar de nossos terríveis carinhos. O Brasil não nos quer! Está farto de nós! Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?
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A primeira Imagem é o Museu de Câmara Cascudo, o mais importante estudioso da formação língua brasileira a partir de suas raízes populares, negras, indígenas, e portuguesas.
2. A indiscutível beleza do Rio de Janeiro, sua Baia, suas montanhas, seu Povo.
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“E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa,
que foram 21 dias de abril, E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam furabuchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!” (http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html)
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Navios negreiros.
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Machado de Assis (1839- + 1908) carioca, negro. Poeta, romancista, crítico, Fundador da Academia de Letras.
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http://spintravel.blogtv.uol.com.br/2008/03/11/mulher-e-arte-em-ceramica-no-rio-de-janeiro : Artesanato do Rio de Janeiro
http://www.aninhacamelo.com.br/index.php?blog=2&p=2814&more=1&c=1&tb=1&pb=1 
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Figura de escravos de Debret. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://cafeinaeso.files.wordpress.com/2008/10/negros_debret.jpg&imgrefurl=http://cafeinaeso.wordpress.com/2008/10/03/esse-post-e-grande-mas-vale-a-pena-conferir-ja-que-fala-sobre-a-historia-do-cafe/&h=436&w=600&sz=76&tbnid=keEmdhV5s40QYM:&tbnh=98&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Ddebret&zoom=1&q=debret&hl=pt-BR&usg=__Owv9EdCUwNjy-IZtQvFScihcVfw=&sa=X&ei=doS_TNPhIIH88Aa959nXBg&ved=0CCsQ9QEwAw
O guarani. Ilustração. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://mosaicosdobrasil.tripod.com/sitebuildercontent/sitebuilderpictures/facchinaecgomes.jpg&imgrefurl=http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id16.html&h=302&w=435&sz=34&tbnid=t2MZ7dfPbGgUKM:&tbnh=87&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3Do%2Bguarani&zoom=1&q=o+guarani&hl=pt-BR&usg=__C_-IJLYQF9OE3Q6cDLkS_EDm1D4=&sa=X&ei=54W_TOKxC8GC8gagpozbBg&ved=0CEMQ9QEwCw
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[1] CASTELLO, J. A. A Literatura Brasileira. Origens e Unidade. vol. I, SP, Edusp, 1999, p.17-18.
2. Imagem http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.webluxo.com.br/menu/turismo/ouro_preto_1.jpg&imgrefurl=http://www.webluxo.com.br/menu/turismo/ouro_preto.htm&h=334&w=455&sz=40&tbnid=ggQYzATM_g5hCM:&tbnh=94&tbnw=128&prev=/images%3Fq%3Darte%2Bcolonial&zoom=1&q=arte+colonial&hl=pt-BR&usg=__9z9VyXiHP_fE46th-I-8vq7zhuI=&sa=X&ei=joO_TMqAKYKB8gakuImjBg&ved=0CD0Q9QEwBw
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1] CASTELLO, J.A., A Literatura Brasileira, p. 24: ‘Em suma, nativismo e indianismo encontram-se agora para o revigoramento da ideologia nacionalista. ’
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[1] CASTELLO, J.A., A Literatura Brasileira, p.19: ‘Esboça-se uma perspectiva que abra a visão singular do processo literário interno para o comparatismo, sem ofuscar, porém a preponderância da contribuição portuguesa e espanhola, ou seja, hispânica, entre outras. ’ Cf. Sobre as contribuições do Comparatismo: COUTINHO, E.F., Comparativismo e Historiografia Literária, in MOREIRA, M.E.(org.), Histórias da Literatura. Teorias, Temas e Autores, Porto Alegre, Mercado Aberto, 2003, p. 15-22. 
2. Quadro de Portinari. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://jornale.com.br/mirian/wp-content/uploads/2009/01/portinari.jpg&imgrefurl=http://jornale.com.br/mirian/%3Fattachment_id%3D3163&h=520&w=415&sz=96&tbnid=9C0BuzR61zcX2M:&tbnh=131&tbnw=105&prev=/images%3Fq%3DPORTINARI&zoom=1&q=PORTINARI&hl=pt-BR&usg=__olHqFMcExieBTBkQ_wSuV-1DOI0=&sa=X&ei=kpK_TKXoKoH88Abe-IzABg&ved=0CEoQ9QEwBg
3. Arte Peruana.
4. Pintura Asteca.
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MUNDIALIZAÇÃO: Processo histórico, com incidência política, económica, cultural, tecnológica, etc., acelerado na segunda metade do século XX, que representa a consciência de que os fenómenos se apresentam inter-relacionados, independentemente das fronteiras territoriais, das diferenças étnicas ou linguísticas, etc. Para este fenómeno terá contribuído uma série de factores, como a emergência e o desenvolvimento de organizações transnacionais (de que são exemplos a ONU, a União Europeia, a UEO e a NATO), o incremento das vias de comunicação entre os vários países e regiões, a expansão das telecomunicações e das tecnologias de informação, a vigência de certos princípios políticos (direitos humanos, assistência humanitária) e o acesso generalizado à (mesma) informação.“Especificamente, na área económica, o fenómeno da mundialização teve como consequência a globalização dos mercados. Esta tem ainda algumas causas próprias do meio económico, como sejam a facilidade e rapidez com que os capitais são movimentados, a necessidade de as empresas obterem economias de escala e o incremento de processos de integração económica (como a União Europeia, o NAFTA e o MERCOSUL), não sendo também indiferentes os avanços nas negociações do GATT” (Mundialização. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-10-21] http://www.infopedia.pt/$mundializacao) 
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Cf. http://www.pensador.info/autor/Paulo_Freire/
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