Prévia do material em texto
BACTERIOLOGIA VETERINÁRIA Prof. MSc.: Flávio Carolino Fortaleza – CE, 2024 Barreiras do hospedeiro Fatores de Virulência das Bactérias BARREIRAS DO HOSPEDEIRO Os principais “portas de entrada” são a pele, as vias aéreas, o tubo digestivo e as vias urinárias Barreiras físicas, químicas e anatômicas contra as infecções Conferem resistência natural contra a colonização e infecção por patógenos BARREIRAS NATURAIS Integridade cutânea Integridade das mucosas Secreção das glândulas exócrinas (glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas, as salivares, as biliares, o pâncreas, as glândulas mamárias, as glândulas mucosas e muitas outras) Integridade da flora microbiana normal Barreiras naturais contra doenças infecciosas Descamação contínua Pêlo, penas e escamas Ácidos graxos insaturados – glândulas sebáceas Transpiração – ácido láctico e sais PELE – é a primeira barreira de proteção do hospedeiro • Barreira contra penetração do agente, ação antimicrobiana • Impedem o livre acesso dos agentes • Remoção de microrganismos • Ação antimicrobiana Staphylococcus, Corynebacterium, Acinetobacter spp, Pityrosporum, Micrococcus, Propionio bacterium, Candida 104-106 bactérias/ cm2 Microbiota da pele População residente e transitória de bactéria e fungos (leveduras) Fatores que influenciam a composição: clima (temperatura e umidade), idade (criança com microbiota +variada) e higiene pessoal Microrganismos residentes: Bactérias Gram + (Streptococcus e Staphylococcus), espécies de Corynebacterium e Propionibacterium Fungos (Malassezia spp, levedura lipofílica Pityrosporum ovalis, Candida) Cavidade oral - Habitat complexo e heterogêneo - Saliva : - Nutrientes microbianos - Substâncias antibacterianas (lisozima e lactoperoxidase) Streptococcus mutans S. sobrinus S. sanguis S. mitis lisozimas, lactoferrinas, mucinas, histatinas, defensinas, imunoglobulinas (IgA) e glicoproteínas(saliva) Filme delgado Colonização por estreptococo s Intenso crescimento formando a Placa dental Microbiota produz altas concentraçõe s de ácidos orgânicos Cavidade oral Saliva: 108 bactérias/mL MUCOSAS – revestimento Conjuntiva ocular •Atividade de defesa •Fluxo lacrimal Mucosa respiratória •Pêlos •Células mucóides ciliares e glândulas secretoras de muco Mucosa digestiva •Boca – Epitélio estratificado; descamação; muco; saliva LISOZIMA (lágrima, saliva, secreção nasal e no leite) - enzima mucolítica TRATO RESPIRATÓRIO A comunicação com o exterior torna o aparelho respiratório mais suscetível às infecções 1014 bactérias para 1013 células humanas Trato digestório 10¹ - 10³ UFC/mL 104 - 108 UFC/mL 1010 - 1012 UFC/mL PROBIÓTICOS Definição: são microrganismos vivos que, ingeridos em determinadas quantidades, exercem efeitos benéficos, além dos relacionados aos efeitos nutritivos em geral. Produtos probióticos disponíveis comercialmente Probióticos BENEFÍCIOS DOS PROBIÓTICOS Antagonista do crescimento de patógenos. Impedem reabsorção de compostos indesejáveis. Desconjugação de ácidos biliares. Melhora da permeabilidade intestinal. Efeito positivo em câncer, diminuição de doenças coronárias. Efeitos nutricionais. Estimulação do sistema imunológico. Trato genitourinário • Staphylococcus epidermidis, Micrococcus, Enterococcus, Lactobacillus, Proteus, Klebsiella, Corynebacterium, Gardenerella • Bexiga é estéril, já as células epiteliais que revestem a uretra são colonizadas por bacilos e cocos Gram-negativoss aeróbios facultativos • Fertilidade pH 3,4-4,5: Lactobacillus acidophillus – microrganismo residente • Proximidade ao ânus Corrente circulatória SNC Trato respiratório inferior (bronquíolos e alvéolos) Bexiga Rim Fígado Baço ÁREAS DO CORPO SEM MICROBIOTA NORMAL Fatores Hormonais Hormônios estrogênicos - atuam no epitélio vaginal, fornecendo níveis adequados de glicogênio para produção de ácido láctico – inibindo seletivamente determinados agentes. O Lactobacillus acidophilus (bacilos de Döderlein) – organismo residente da vagina mantém o pH ácido (±5). Sob essa condição é desfavorável o crescimento de outras bactérias, como: estafilococos, estreptococos e E. coli. Lactobacillus acidophilus – 15806x - 2µm Miloslav Kalab, Agriculture and Agri-Food Canada, Ottawa • FATORES HUMORAIS Linfa: recolhe elementos particulados livre, inclusive agentes microbianos encaminhando-os aos gânglios linfáticos, onde são retidos e submetidos a outros mecanismos de defesa do organismo. Soro - propriedades microbicidas – atribuídas ao complemento e a bacteriolisinas (lisozima e leucina). Fatores Metabólicos Pressão sanguínea – regula o fluxo natural de suprimento nutritivo e de oxigenação dos tecidos; Facilita a eliminação de substâncias e agentes indesejáveis - transporte e filtração do sangue nos rins; Temperatura corporal - temperatura de crescimento de um número limitado de agentes patogênicos; Temperaturas elevadas como as das aves (42ºC) são mais restritivas; Febre – reação do organismo que pode limitar a sobrevivência do agente ou redução da virulência. NOÇÕES GERAIS DA IMUNOLOGIA NOÇÕES GERAIS DA IMUNOLOGIA Imunologia: é a ciência que estuda o sistema imune, ou seja, parte da biologia que estuda os mecanismos que o corpo dos seres humanos e outros animais usam para se defender contra a invasão de microrganismos. Imunologia = Imuno + Logia Imuno = Defesa Logia = Estudo / Ciência NOÇÕES GERAIS DA IMUNOLOGIA Sistema Imune – é o conjunto de orgãos, células e moléculas especializados na defesa. Imunidade – é a resistência a infecções, provém do latim “immunis = isento”. As células responsáveis pela imunidade são os linfócitos e os fagócitos. Os linfócitos podem apresentar-se como linfócitos T ou linfócitos B (estes são responsáveis pela produção de anticorpos). Ex:. As células T citotóxicas (CD8) destroem células infectadas por vírus e os linfócitos T auxiliares (CD4) coordenam as respostas imunes. CONCEITOS BÁSICOS Antígeno/Antigénio - É qualquer substância ou partícula estranha que, uma vez presente no organismo, provoca da parte deste a produção de anticorpos específicos contra a sua própria estrutura. Anticorpos - São substâncias (proteínas solúveis) produzidas especificamente pelo organismo contra determinadas partículas ou substâncias estranhas, com características de antígeno. Seroconversão - É o aparecimento de anticorpos no soro de um indivíduo depois da exposição a um antígeno. ANTICORPOS Moléculas de defesa Móleculas ou proteínas séricas=> antígeno Linfócitos B e T=> imunoglobulinas Cada anticorpo tem atividade específica dirigida ao antígeno que determinou a sua produção. ANTICORPOS Diferentes processos, desde a produção de moléculas de defesa ou anticorpos até a ativação de células específicas. Resposta imunológica só é provocada se o antígeno for reconhecido como estranho. RESPOSTA IMUNE Resposta Imune – é a reação coordenada das células, tecidos e moléculas que norteiam a imunidade. Resp. Imun. R. INATA •Não específica •1a linha de defesa R. ADAPTATIVA •Especíifica •2a linha de defesa Citocinas , Complemento e Mediadores da Inflamação As citocinas , o s is tema do complemento e os mediadores da inflamação s ão componentes cruciais da res pos ta imune inata e adaptativa. E les trabalham em conjunto para regular a combater infecções e reparar tecidos danificados . Definição e Classificação das Citocinas Citocinas • Pequenas proteínas produzidas por células do sistema immune • Comunicação celular. • São classificadas em famílias como interleucinas (IL), interferons (IFN), fatores de necrose tumoral (TNF) e quimiocinas. Função na Imunidade • Coordenação e regulação da resposta immune • Ativação de células imunes,a diferenciação de células T e a produção de anticorpos. Tipos de Citocinas • Diversidade das citocinas permite respostas imunes complexas e específicas para diferentes patógenos. Efeito Pleiotrópico • Agem em diferentes tipos de células e causam uma variedade de respostas, como inflamação, proliferação e diferenciação. Efeitos Autocrino, Paracrino e Endócrino • Podem atuar em células próximas (paracrino), na própria célula que as produz (autocrino) ou em células distantes (endócrino), através da corrente sanguínea. Funções das Citocinas no Sistema Imunológico As citocinas desempenham funções essenciais na resposta imune, como a ativação de células imunes, a indução de inflamação, a diferenciação de linfócitos e a eliminação de patógenos. Ativação de Células Imunes Citocinas como IL-1, IL-6 e TNF-alfa ativam células como macrófagos e neutrófilos, promovendo a fagocitose e a destruição de patógenos. Induzindo Inflamação Citocinas como TNF-alfa, IL-1 e IL-6 induzem a inflamação, promovendo a vasodilatação, o aumento da permeabilidade vascular e o recrutamento de células imunes. Diferenciação de Linfócitos Citocinas como IL-2, IL-4 e IL-12 direcionam a diferenciação de linfócitos T em diferentes subtipos, com funções específicas como a produção de citocinas ou a citotoxicidade. Quimiocinas As quimiocinas são citocinas que atraem células imunes, como neutrófilos, macrófagos e células dendríticas, para o local da infecção. Papel do S istema do Complemento na Inflamação O sistema do complemento é como um exército de proteínas no sangue que ajuda o corpo a combater infecções. É uma linha de defesa importante que funciona de forma rápida e eficaz. 1 Ativação O sistema do complemento pode ser ativado de três maneiras diferentes, cada uma desencadeando uma cascata de reações. A proteína C3 está presente no sangue em forma inativa, e o resultado final é a quebra de C3, formando duas partes: C3a e C3b. 2 Efeitos As partes do complemento, como C3a e C5a, e um complexo especial chamado MAC, trabalham juntas para combater infecções. Elas atraem células de defesa, marcam os invasores para serem destruídos e até mesmo podem destruir diretamente células infectadas. 3 Regulação O sistema do complemento precisa ser controlado cuidadosamente para evitar que ataque células saudáveis. Proteínas especiais garantem que ele funcione apenas quando necessário. Quando esse sistema é desregulado, pode causar problemas como doenças autoimunes. Mediadores Químicos da Inflamação A inflamação é um processo complexo que envolve a liberação de vários mediadores químicos que amplificam a resposta imune e recrutam células inflamatórias. Aminas Vasoativas Histamina e serotonina são aminas vasoativas que causam vasodilatação, aumentando a permeabilidade vascular e o recrutamento de células inflamatórias. Eicosanóides Prostaglandinas e leucotrienos são eicosanóides derivados do ácido araquidônico, que promovem a inflamação, a dor e a febre. Citocinas Citocinas como TNF-alfa, IL-1 e IL-6 são mediadores inflamatórios importantes que amplificam a resposta imune e induzem a produção de outras citocinas. Quimiocinas Quimiocinas são citocinas que atraem células inflamatórias, como neutrófilos, macrófagos e linfócitos, para o local da inflamação. Interações entre Citocinas, Complemento e Mediadores Inflamatórios As citocinas, o complemento e os mediadores inflamatórios interagem de forma complexa e dinâmica, amplificando e regulando a resposta imune, garantindo a homeostase e a resolução da inflamação. Ativação do Complemento As citocinas como TNF-alfa e IL-1 podem ativar o sistema do complemento, amplificando a resposta inflamatória. Recrutamento de Células Imunes Os produtos da ativação do complemento, como C3a e C5a, atuam como quimiocinas, atraindo células inflamatórias para o local da inflamação. Produção de Citocinas A ativação do complemento pode levar à liberação de citocinas por células imunes, amplificando a resposta inflamatória. Resolução da Inflamação As citocinas como IL-10 e TGF-beta podem suprimir a ativação do complemento e a inflamação, promovendo a resolução da resposta imune. Importância Clínica do Equilíbrio desses Componentes O equilíbrio entre as citocinas, o complemento e os mediadores inflamatórios é crucial para uma resposta imune eficaz e a homeostase do organismo. O desequilíbrio pode levar a doenças autoimunes, infecções crônicas e inflamações exacerbadas. Doenças Autoimunes A disregulação de citocinas e do complemento pode levar a doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide.Infecções Crônicas A resposta inflamatória exacerbada pode levar a infecções crônicas, como tuberculose e pneumonia. Inflamação Exacerbada O desequilíbrio entre mediadores pró-inflamatórios e anti- inflamatórios pode levar a inflamações exacerbadas, como choque séptico e síndrome do desconforto respiratório agudo. Células responsáveis pelas respostas imunes As células que apresentam as funções especializadas nas respostas imunes inatas e adaptativas são: Os neutrófilos, monócitos-macrófagos, basófilos, eosinófilos, os linfócitos T, B e células NK “assassinas naturais” provenientes da linhagem linfóide. As NK são geralmente específicas para determinados antígenos e actuam para eliminar as moléculas reconhecidas como sendo estranhas ao organismo. As principais células de entre várias mencionadas são os linfócitos, T e B. RESPOSTA IMUNE O sistema imune pode sofrer um desequilíbrio, esta falência pode ocasionar: Imunodeficiência - resposta imune ineficiente; Hipersensibilidade - resposta imune exagerada; doenças auto- imunes – reacção inadequada aos antigénios autólogos. Inflamação - concentração das células do sistema imune no local da infecção e compreende três eventos: aumento do suprimento sanguíneo para a área afectada, aumento da permeabilidade capilar e migração dos leucócitos, dos capilares para os tecidos circundantes. IMUNIDADE INATA Presente desde o nascimento Bloqueia a entrada ou elimina microrganismos que entram com sucesso nos tecidos. O sistema inato mecanismos de defesa não-específicos, que constituem uma resposta indiferenciada ao agente invasor. A pele é a principal barreira; Barreiras epiteliais; O ácido gástrico do estomago; A saliva e as lágrimas contêm enzimas bactericidas; O muco é outra defesa, revestindo as mucosas; Células Natural Killer (NK) e Macrófagos. Imunidade Inata A imunidade inata é a primeira linha de defesa do corpo contra patógenos. Ela é presente desde o nascimento e é caracterizada por mecanismos de defesa inespecíficos. Reconhecimento de Padrões O sistema imune inato reconhece padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs), como LPS (lipopolissacarídeo), presentes em bactérias. Resposta Rápida A imunidade inata responde rapidamente à infecção, geralmente dentro de horas, liberando células inflamatórias e citocinas. Inflamação A inflamação é uma resposta essencial da imunidade inata, que ajuda a conter a infecção e atrair células imunes para o local da infecção. Barreiras Físicas A pele é uma importante barreira física da imunidade inata, impedindo a entrada de patógenos no organismo. Outras barreiras incluem as mucosas e o sistema digestivo. Células da Imunidade Inata Células imunes inatas des empenham um papel fundamental na defes a inicial do corpo contra patógenos . 1 Fagócitos Macrófagos e neutrófilos s ão os principais fagócitos que englobam e des troem microrganis mos invas ores . 2 Células NK (Natural Killer) As células NK atacam e des troem células infectadas por vírus e células tumorais . 3 Células Dendríticas Células dendríticas capturam antígenos e os apres entam aos linfócitos T, iniciando a res pos ta imune adquirida. Mecanis mos daImunidade Inata A imunidade inata utiliza uma variedade de mecanis mos para combater patógenos e proteger o corpo. Fagocitos e Macrófagos e neutrófilos englobam e des troem microrganis mos invas ores . Sis tema Complemento Uma cas cata de proteínas que ajuda a des truir microrganis mos e promover a inflamação. Citocinas Moléculas s inalizadoras que regulam a res pos ta imune e recrutam outras células imunes . Imunidade Adquirida A imunidade adquirida é es pecífica para cada patógeno e é caracterizada por memória imunológica. 1 Reconhecimento de Antígenos L infócitos T e B reconhecem antígenos específicos expressos por patógenos, através de seus receptores. 2 Ativação e Proliferação A ligação do antígeno aos receptores dos linfócitos T e B ativa a proliferação e diferenciação dessas células. 3 Resposta E fetora L infócitos T citotóxicos destroem células infectadas, enquanto linfócitos B produzem anticorpos que neutralizam patógenos. 4 Memória Imunológica Após a infecção, a imunidade adquirida gera células de memória que permitem uma resposta mais rápida e eficaz a futuras infecções pelo mesmo patógeno. Células da Imunidade Adquirida As células da imunidade adquirida são especializadas no reconhecimento e eliminação de patógenos específicos. Linfócitos T Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade celular, reconhecendo e destruindo células infectadas por vírus e células tumorais. Incluem células T citotóxicas, que destroem células infectadas, e células T helper, que ajudam a regular a resposta imune. Linfócitos B Os linfócitos B s ão res pons áveis pela imunidade humoral, produzindo anticorpos que neutralizam patógenos e tox inas . Células de Memória Células de memória s ão derivadas de linfócitos T e B e permitem uma res pos ta mais rápida e eficaz a futuras infecções pelo mes mo patógeno. Mecanis mos da Imunidade Adquirida A imunidade adquirida utiliza mecanis mos es pecíficos para eliminar patógenos , incluindo a imunidade humoral e a imunidade celular. Imunidade Humoral Mediada por anticorpos produzidos por linfócitos B . Imunidade Celular Mediada por linfócitos T que des troem células infectadas . Interação entre Imunidade Inata e Adquirida A imunidade inata e a adquirida trabalham em conjunto para proteger o corpo contra infecções . A imunidade inata ativa a imunidade adquirida, e a imunidade adquirida pode aumentar a eficácia da imunidade inata. Ativação da Imunidade Adquirida As células da imunidade inata, como células dendríticas, apresentam antígenos aos linfócitos T , iniciando a resposta imune adquirida. Aumento da Eficácia da Imunidade Inata Os anticorpos produzidos pela imunidade adquirida podem opsonizar patógenos, tornando-os mais suscetíveis à fagocitose pelas células da imunidade inata. Comunicação Intercelular Citocinas produzidas pelas células da imunidade inata e adquirida regulam e coordenam a resposta imune. FATORES DE VIRULÊNCIA FATORES DE VIRULÊNCIA Definições - Virulência: é a capacidade relativa de um patógeno de causar doença. - Fatores de virulência: são estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a bactéria aumentar sua capacidade em causar uma infecção. - Patogenicidade: é a habilidade com que um microrganismo causa infecção, através de mecanismos estruturais ou bioquímicos Virulência - grau de habilidade de um microrganismo causar doença Pode ser por • Fatores de virulência - propriedades do microrganismo, que aumentam sua patogenicidade. Podem ser : 1- ADESINAS 2- CÁPSULA 3- BIOFILME 4-INVASÃO 5- PAREDE CELULAR 6- TOXINAS - Invasão - Toxicidade Fatores de virulência CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS PATOGÊNICAS E ESTRATÉGIAS PARA INFECTAR • Primárias: capazes de causar infecções nos indivíduos normais • Oportunistas: capazes de causar infecções nos indivíduos com suas defesas comprometidas • Estratégias: Adesão Fixação das bactérias nas células e tecidos do organismo Invasão Invadem diferentes células – estratégia para causar infecção 1 2 44 5 3 1-ADESINAS Ex : Pili P, Pili tipo I, Pili tipo IV • Adesinas não fimbriais - Proteínas ou polissacarídeos não filamentosos que participam da ligação com as células do hospedeiro Ex : Proteína F (Streptococcus pyogenes), Ácidos teicóicos (bactérias Gram -positivas) • Estruturas que se ligam a proteínas da matriz extracelular (fibronectina, colágeno, laminina), ou diretamente a receptores da membrana celular do hospedeiro Pili ou Fímbria – Estrutura protéica filamentosa que participa da ligação com as células do hospedeiro E. coli 1- Adesinas • Estrutura geralmente polissacarídica que dificulta a fagocitose Ex : Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis 2- Cápsula 3- BIOFILME Estrutura altamente organizada • matriz polissacarídica (glicocálice) • Várias camadas sobrepostas de bactérias, que promove aderência inespecífica a materiais inertes ou estruturas do hospedeiro Ex.: Staphylococcus epidermidis, Streptococcus mutans, Pseudomonas aeruginosa • Penetração do patógeno no epitélio para dar início a patogenicidade. Fagocitose Exercida pelas células fagocitárias Processo natural Proteger o organismo da bactéria patogênica Fagocitose exercida pelas células epiteliais Processo induzido pela bactéria Proteger a bactéria das defesas do organismo Monócitos Macrófagos Neutrófilos Mastócitos 4- Fagocitose induzida ou invasão 4- Fagocitose induzida ou invasão • Mediada pela liberação de invasinas e enzimas destruidoras de tecido Invasão extra-celular – Patógeno quebra as barreiras de um tecido e se dissemina, permanecendo fora da célula do hospedeiro. Pode produzir enzimas que degradam moléculas do hospedeiro. • Hialuronidase - quebra o ácido hialurônico presente nos tecidos. Ex.: Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Clostridium perfringens 4- Fagocitose induzida ou invasão • Colagenase - destrói o colágeno. Ex: Clostridium perfringens • Lecitinase - hidrolisa lipídeos da membrana celular do hospedeiro Ex: Clostridium perfringens • Coagulase - liga-se a proteína plasmática e catalisa a transformação de fibrinogênio em fibrina, formando uma rede que protege o microrganismo da ação dos fagócitos. Ex : Staphylococcus aureus 4- Fagocitose induzida ou invasão ❖Proteína associada à parece celular • Endotoxina,da parede celular de bactérias Gram negativas • Peptideoglicana da parede celular de bactérias Gram positivas provocam a produção de citocinas mediadoras da reação inflamatória TNF - α INTERLEUCINA 1 ( IL – 1) 5- Parede celular FATORES DE VIRULÊNCIA BACTERIANA Função biológica : estimular o recrutamento de neutrófilos e monócitos para o sítio da infecção e ativar estas células a destruir o microrganismo. Em baixa quantidade : • Induz expressão de moléculas de adesão na superfície das céls. endoteliais • Estimula cels. endoteliais e macrófagos a produzirem quimiocinas 5- Parede celular TNF- α - Produzido por macrófagos FATORES DE VIRULÊNCIA BACTERIANA Em grande quantidade : • Atua como pirogênio endógeno FEBRE • Reduz contratilidade do miocárdio e o tônus dos músculos lisos vasculares Queda da pressão CHOQUE • Ativa fatores de coagulação, levando à formação de trombos intravasculares CID • Efeitos metabólicos : queda dos níveis de glicemia perda do apetite síntese de proteínas de fase aguda ptn-C reativa C3 fibrinogênio 5- Parede celular TNF- α FATORES DE VIRULÊNCIA BACTERIANA IL – 1 - Produzida por macrófagos, neutrófilos, cels. epiteliais e endoteliais Função biológica : aumentar a expressão de moléculas de adesão na superfície das células endoteliais Efeitos sistêmicos : febre, indução de proteínas de fase aguda, alterações metabólicas 5- Parede celular 6- TOXINAS: EXOTOXINA E ENDOTOXINA Produzida principalmente por bactérias Gram- positivas. Elevada toxicidade. São proteínas. Exotoxinas CitotoxinasNeurotoxinas Enterotoxinas Exemplos de algumas exotoxinas: Neurotoxina: Clostidium tetani Enterotoxina Colérica: Vibrio cholerae Enterotoxina Estafilocócica: Staphylococcus aureus 6- TOXINAS: EXOTOXINA E ENDOTOXINA MECANISMO DE AÇÃO DAS EXOTOXINAS Mecanismo de Ação da Toxina Tetânica A toxina tetânica (tetanospasmin) entra no corpo por meio de feridas contaminadas e viaja para o sistema nervoso central, onde se liga aos neurônios motores. Liberação da Toxina A toxina tetânica é liberada pela bactéria Clostridium tetani. Entrada no Corpo A toxina entra no corpo através de feridas contaminadas. Viagem para o Sistema Nervoso Ligação aos Neurônios A toxina se liga aos neurônios motores. Bloqueio da Liberação de Neurotransmissores A toxina impede a liberação de neurotransmissores inibitórios. O QUE SÃO ENDOTOXINAS? Liberação: Ocorre quando a célula bacteriana se desintegra (alto índice de morte ou multiplicação bacteriana). Toxinas intracelulares,compostas de lipossacarídeos que fazem parte da parede celular de bactérias Gram-negativas E. Coli, Salmonella, Shigella, Pseudomonas, Neisseria Principais Efeitos: - Causam febre. - Diarréia - Desencadeiam resposta inflamatória (aumento de leucócitos). - Ativam a via de coagulação. - Aumentam o número de plaquetas. - Dilatam vasos sanguíneos. Condição Associada: Endotoxemia – presença de endotoxinas no sangue Efeitos das Endotoxinas no Corpo Humano TOXICIDADE: MODERADAMENTE TÓXICAS. PRINCIPAIS EFEITOS: - CAUSAM FEBRE. - DESENCADEIAM RESPOSTA INFLAMATÓRIA. - ATIVAM A VIA DE COAGULAÇÃO. - AUMENTAM O NÚMERO DE PLAQUETAS. - DILATAM VASOS SANGUÍNEOS. CONDIÇÃO ASSOCIADA: ENDOTOXEMIA – PRESENÇA DE ENDOTOXINAS NO SANGUE. Exercício de fixação 1.Cite as principais células de defesa do sistema imune,função e onde elas são produzidas e amadurecidas? 2. Desenhe as principais células de defesa: neutrófilos, eosinófilos, linfócitos. 3. Defina imunidade inata e imunidade adaptativa, com suas principais diferenças 4. Oque é fato de virulência e quais são os principais? FIM