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AULA 4 
SEGURANÇA EM TRANSPORTES 
Prof. Luiz Antonio Forte 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Cerca de setenta por cento da superfície do planeta Terra é coberta pela 
água dos oceanos, mares, rios e lagos. Devido a essa condição, o modal de 
transporte por via aquática é o mais utilizado para o deslocamento de enormes 
quantidades de matérias-primas e de produtos acabados entre as nações e dentro 
das fronteiras de vários países. Pelas hidrovias, terminais portuários fluviais e 
marítimos circulam cerca de 14% da carga transportada no Brasil (IBGE, 2014). O 
transporte aquaviário é de extrema importância na região Norte, que conta com 
grandes rios navegáveis. Os aspectos de segurança do transporte marítimo e fluvial 
são estabelecidos primeiramente pelas normas da autoridade marítima (Norman), 
que são normas estabelecidas pela autoridade marítima brasileira, com o objetivo 
de salvaguarda da vida humana e segurança da navegação no mar aberto e 
hidrovias interiores, bem como pela prevenção da poluição ambiental causada por 
embarcações, plataformas e suas instalações de apoio, além de outros 
cometimentos a ela conferidos pela legislação e pelas normas regulamentadoras 
NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 
(Brasil, 1997), NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário (Brasil, 2002), 
e NR 34 – condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, 
reparação e desmonte naval (Brasil, 2011). 
TEMA 1 – SEGURANÇA EM PORTOS E INSTALAÇÕES DE ARMAZENAGEM 
Segundo a NR-29 (Brasil, 1997), os portos são instalações utilizadas para 
atracação e amarração de embarcações, áreas de armazenagem e equipamentos 
de movimentação de carga, que possibilite o embarque e desembarque de 
mercadorias, cargas diversas e passageiros. Os portos são localizados em baía, 
angra, enseada, foz ou margens de rios, que ofereça proteção natural ou artificial 
contra ventos, marés, ondas e correntes. 
As instalações dos portos compreendem normalmente o cais, as docas, as 
áreas de armazenagem e os pátios de manobras de veículos de transporte. No cais 
são executadas as atividades de estiva (movimentação de mercadorias ou cargas 
diversas nos conveses e nos porões das embarcações). As áreas de armazenagem 
são de espaços reservados à guarda e conservação de mercadorias soltas ou 
embaladas, geralmente constituída de armazém, galpão, parque e silos. Nesta 
 
 
3 
seção vamos conhecer as principais normas de segurança do trabalho aplicáveis a 
essas instalações. 
1.1 Segurança na atracação, desatracação e manobras de embarcações 
Para movimentar cargas ou embarque e desembarque de passageiros as 
embarcações necessitam se aproximar e serem atracadas e posteriormente 
desatracadas ao cais ou píer. Durante estas manobras há vários riscos para os 
trabalhadores envolvidos e para as pessoas do público. Normas rigorosas de 
segurança devem ser seguidas para evitar acidentes. 
Segundo o item 29.8 da NR-29 (Brasil 1997), nas operações de atracação, 
desatracação e manobras de embarcações, devem ser adotadas as seguintes 
medidas básicas de prevenção de acidentes do trabalho: 
29.8.1.1 É obrigatório o uso de um sistema de telecomunicação entre a 
embarcação e o responsável em terra pela atracação. 
29.8.2 Todos os trabalhadores envolvidos nessas operações devem 
fazer uso de coletes salva-vidas conforme Normas da Autoridade 
Marítima - NORMAM. 
29.9.1 Deve ser garantido acesso seguro para o embarque e 
desembarque da embarcação. 
29.9.2 O acesso à embarcação deve ficar fora do alcance do raio da 
lança do guindaste ou assemelhado. 
29.9.2.1 Quando o item 29.9.2 não puder ser aplicado, o local de acesso 
deve ser isolado e sinalizado durante a movimentação de carga 
suspensa. 
29.9.3 Não é permitido o acesso à embarcação atracada utilizando-se 
escadas tipo quebra-peito. 
29.9.4 É proibido o acesso de trabalhadores a embarcações em 
equipamentos de guindar, exceto: a) em operações de resgate e 
salvamento; ou b) nas operações com contêineres previstas no subitem 
29.16.3. 
29.9.5 Nos locais de trabalho próximos à água e nos pontos de 
embarque e desembarque de pessoas, devem existir, na razão mínima 
de uma unidade para cada berço de atracação, boias salva-vidas e 
outros equipamentos necessários ao resgate de vítimas que caiam na 
água, de acordo com os requisitos contidos nas NORMAM. 
29.9.5.1 As boias salva-vidas possuirão dispositivo de iluminação 
automática ou fita reflexiva homologados pelas NORMAM. 
29.9.5.2 Nos trabalhos noturnos, as boias salva-vidas possuirão 
dispositivo de iluminação automática aprovadas pela Diretoria de Portos 
e Costas, da Marinha do Brasil. 
29.9.6 Somente podem ser utilizados meios de acesso à embarcação 
quando estes atenderem ao disposto no item 30.18 da NR-30 - 
Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. 
29.9.7.1 As escadas, pranchas, rampas e demais meios de acesso às 
embarcações somente podem ser utilizadas em bom estado de 
conservação e limpeza, além de possuir características das superfícies 
antiderrapantes. 
29.9.7.2 As escadas, pranchas e rampas de acesso às embarcações 
somente podem ser utilizadas se forem dotadas de guarda-corpo com 
corrimão em ambos os lados. 
 
 
4 
29.9.7.2.1 Os corrimãos devem estar firmemente fixados, oferecerem 
resistência e apoio em toda a sua extensão e, quando constituídos por 
cordas ou cabos de aço, devem estar sempre esticados. 
29.9.7.3 As escadas de acesso às embarcações ou estruturas 
complementares do subitem 29.9.8 somente podem ser utilizadas se 
atenderem aos seguintes requisitos: a) estar apoiada em terra; b) 
compensar os movimentos da embarcação; 
c) possuir largura que permita o trânsito seguro; d) possuir rede de 
segurança contra queda de pessoas; e e) estar livre de obstáculos. 
29.9.7.3.1 A utilização da rede pode ser dispensada caso não haja risco 
de queda de pessoas na água. 
29.9.8 É proibida a colocação de extensões elétricas, mangueiras, 
mangotes e assemelhados nas estruturas e corrimões das escadas e 
pranchas de acesso às embarcações. 
29.9.9 As pranchas, rampas ou passarelas utilizadas para acesso, 
conjugadas ou não com as escadas, devem seguir as seguintes 
especificações: a) ser construída de material rígido; b) possuir largura 
mínima de 0,80 m (oitenta centímetros); c) estarem providas de tacos 
transversais a intervalos entre 0,35m (trinta e cinco centímetros) e 0,45m 
(quarenta e cinco centímetros) em toda extensão do piso; d) possuírem 
corrimão, em ambos os lados de sua extensão, dotado de guarda-corpo 
duplo com régua superior situada a uma altura de 1,10 m (um metro e 
dez centímetros) e régua intermediária a uma altura entre 0,50m 
(cinquenta centímetros) e 0,70 m (setenta centímetros), medidas a partir 
da superfície do piso e perpendicularmente ao eixo longitudinal da 
escada; e) ser dotadas de dispositivos que permitam fixá-las firmemente 
à escada da embarcação ou à sua estrutura numa extremidade; f) a 
extremidade, que se apoia no cais, deve ser dotada de dispositivo 
rotativo que permita acompanhar o movimento da embarcação; e g) 
estarem posicionadas no máximo a trinta graus de um plano horizontal. 
(Brasil, 1997, p. 10-12) 
1.2 Segurança em porões de navios 
As atividades que mais expõem os trabalhadores portuários a riscos de 
acidentes são as executadas dentro dos porões dos navios nas etapas de 
carregamento e descarregamento de mercadorias. Apesar do enorme espaço 
existente nos porões, o acesso a esses locais é feito por passadiços estreitos e 
escadas que podem estar corroídos e escorregadios com risco de queda de nível 
diferente e dificuldades para resgate rápido em emergências (Figura 1). 
 
 
 
5 
Figura 1 – Acesso ao porão de navio 
 
Crédito: Eugene/Adobe Stock. 
Para que o acesso e as atividades nos porões sejam executados com 
segurança, o item 29.11 da NR-29 (Brasil, 1997) diz que: 
29.11.1 As bocas das pequenas escotilhas utilizadas para trânsito de 
pessoal entre pavimentos da embarcaçãodevem estar protegidas por 
braçolas e serem providas de tampas com travas de segurança. 
29.11.2 As escadas de acesso ao porão devem estar em perfeito estado 
de conservação e limpeza. 
29.11.3 O acesso ao porão por meio de escada vertical deve possuir 
sistema de proteção contra queda. 
29.11.4 A estivagem das cargas nos porões não deve obstruir o acesso 
às escadas dos agulheiros. 
29.11.5 Quando não houver condições de utilização dos agulheiros, o 
acesso ao porão da embarcação deverá ser efetuado por escada de mão 
de no máximo 7 m (sete metros) de comprimento, afixada junto à 
estrutura da embarcação, devendo ultrapassar a borda da estrutura de 
apoio em 1m (um metro). 
29.11.6 Não é permitido o uso de escada do tipo quebra-peito. 
29.11.7 As passarelas utilizadas para circulação de pessoas sobre 
cargas estivadas devem possuir no mínimo 0,60 m (sessenta 
centímetros) de largura. 
29.11.8 Os pisos dos porões devem estar limpos, livres de 
contaminantes e de materiais inservíveis antes do início da operação. 
29.11.9 Quando empregada a forração das cargas, esta deve: a) 
oferecer equilíbrio à carga; e b) resultar em um piso de trabalho regular 
e seguro. 
29.11.10 As plataformas de trabalho devem ser confeccionadas de 
maneira que não ofereçam riscos de desmoronamento e propiciem 
espaço seguro de trabalho. 
29.11.11 Passarelas, plataformas, beiras de cobertas abertas, bocas de 
celas de contêineres e grandes vãos entre cargas, com diferença de 
 
 
6 
nível superior a 2,00 m (dois metros), devem possuir guarda-corpo com 
1,10 m (um metro e dez centímetros) de altura. 
29.11.12 O trânsito de pessoas sobre os vãos entre cargas estivadas só 
será permitido se cobertos os vãos com pranchas. 
29.11.12.1 As pranchas devem ser de material resistente. 
29.11.12.2 Caso seja usada madeira, esta deve ser de boa qualidade, 
sem nós ou rachaduras que comprometam a sua resistência, sendo 
proibido o uso de madeira verde e de pintura que encubra imperfeições. 
29.11.13 É obrigatório o uso de escadas para a transposição de 
obstáculos de altura superior a 1,50 m (um metro e cinquenta 
centímetros). 
29.11.14 As escotilhas e aberturas similares devem estar sempre em 
perfeito estado de conservação e niveladas, a fim de não prejudicarem 
a circulação. 
29.11.15 As escotilhas e aberturas similares devem permanecer 
fechadas por ocasião de trabalho na mesma coberta. 
29.11.16 Em locais em que não haja atividade, os vãos livres com risco 
de quedas, como bocas de agulheiros, cobertas e outros, devem estar 
fechados. 
29.11.16.1 Quando em atividade, os vãos livres devem ser devidamente 
sinalizados, iluminados e protegidos com guarda-corpo, redes ou 
madeiramento resistente. 
29.11.17 A altura entre a parte superior da carga e a coberta deve 
permitir ao trabalhador condições adequadas de postura para execução 
do trabalho. 
29.11.18 Nas operações de carga e descarga com contêineres, ou 
demais cargas de altura equivalente, é obrigatório o uso de escadas. 
29.11.19 As escadas portáteis devem: a) ultrapassar 1,0 m (um metro) 
do topo do contêiner; b) ser providas de sapatas antiderrapantes e 
sinalização refletiva nos degraus e montantes; c) possuir até 7,0 m (sete 
metros) de comprimento; e d) ser construída de material leve e 
resistente. 
29.11.20 Nas operações em embarcações do tipo transbordo horizontal 
(roll-on/roll-off), devem ser adotadas medidas preventivas de controle de 
ruídos e de exposição a gases tóxicos. 
29.11.21 A carga deve ser estivada de forma que fique em posição 
segura, sem perigo de tombar ou desmoronar sobre os trabalhadores no 
porão. 
29.11.22 Tubos, bobinas ou outras cargas sujeitas à movimentação 
involuntária devem ser calçadas e peadas na pilha imediatamente após 
a estivagem. 
29.11.22.1 Durante a movimentação dessas cargas, os trabalhadores 
somente devem se posicionar próximos quando for indispensável as 
suas atividades. 
29.11.23 A estivagem de carga deve ser efetuada à distância de 1,0 m 
(um metro) da abertura do porão, quando esta tiver que ser aberta 
posteriormente. 
29.11.24 É proibida qualquer atividade laboral em cobertas distintas do 
mesmo porão e mesmo bordo simultaneamente. (Brasil, 1997, p. 12-14) 
1.3 Segurança em armazéns e silos 
 Muitos produtos e mercadorias a serem carregados ou descarregados 
necessitam de locais para armazenamento temporário nos portos. Esses locais 
podem oferecer riscos de acidentes aos trabalhadores e devem ser tomadas 
medidas de prevenção adequadas. 
Para esses locais, o item 29.19 da NR-29 (Brasil, 1997) estabelece que: 
 
 
7 
29.19.1 Os armazéns e silos onde houver o trânsito de pessoas devem 
dispor de sinalização horizontal em seu piso, demarcando a área de 
segurança, e sinalização vertical que indique outros riscos existentes no 
local. 
29.19.2 Toda instalação portuária que tenha local onde uma atmosfera 
explosiva de gás, vapor, névoa e/ou poeira combustível esteja presente, 
ou possa estar presente, deve adotar as seguintes providências: a) 
identificar as áreas classificadas; b) dotar a instalação de materiais e 
equipamentos certificados de acordo com classificação da área, 
inclusive circuitos elétricos e iluminação; c) estabelecer medidas para o 
controle dos riscos de explosões e incêndios; e d) definir procedimentos 
de segurança para liberação de serviços a quente, como solda elétrica 
ou corte a maçarico (oxiacetileno) e para transporte, manuseio e 
armazenamento, incluindo entrada e permanência de pessoas. 
29.19.3 Embalagens com produtos perigosos não devem ser 
movimentadas com equipamentos inadequados que possam danificá-
las. 
29.19.4 Tubos, bobinas ou outras cargas sujeitas à movimentação 
involuntária devem fixadas imediatamente após o armazenamento. 
29.19.4.1 Durante a movimentação dessas cargas, os trabalhadores 
somente devem se posicionar próximos quando for indispensável às 
suas atividades. (Brasil, 1997, p. 23-24) 
1.4 Trabalhos em espaços confinados 
Segundo a Norma Regulamentadora NR-33 – Segurança e saúde nos 
trabalhos em espaços confinados (Brasil, 2006), 
espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para 
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e 
saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover 
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de 
oxigênio. 
Não é difícil encontrar em navios locais que atendam simultaneamente a 
essas características. A simples oxidação do metal do casco pela maresia pode 
consumir o oxigênio de locais mal ventilados. O transporte de produtos químicos 
em porões de navios também pode caracterizar esses locais como espaços 
confinados. 
Tendo em vista o acima exposto, o item 29.12 da NR-29 (Brasil, 1997) 
estabelece algumas medidas básicas para prevenção de acidentes nesses locais: 
29.12.2 Cabe ao operador portuário ou ao titular de instalação portuária 
autorizada realizar o gerenciamento de riscos ocupacionais dos espaços 
confinados, em conformidade com a NR-33. 
29.12.3 Nas operações portuárias com trabalhadores em porões de 
embarcações, deve ser verificado na inspeção das condições de 
segurança do subitem 29.5.7 desta NR se o porão e seus acessos 
caracterizam espaço confinado nos termos da NR-33. 
29.12.4 Identificado espaço confinado em operações portuárias no 
interior de embarcações, as operações neste espaço devem ser 
precedidas das seguintes medidas técnicas: a) isolar e sinalizar os 
espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas; 
b) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada dos 
trabalhadores, para determinar as medidas de prevenção a serem 
 
 
8 
adotadas; c) implementar todas as medidas de prevenção 
recomendadas; d) emitir a permissão de entrada e trabalho, após a 
adoção das medidas de prevenção, consignando na permissão as 
medidas de prevenção adotadas; e) controlar o acesso, mantendo vigia 
fora do espaço confinado; f) monitorar continuamente a atmosfera nos 
espaços confinados nas áreas ondeos trabalhadores autorizados 
estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as 
condições de acesso e permanência são mantidas; e g) manter equipe 
para situações de emergência em conformidade com os possíveis 
cenários de acidente. 
29.12.5 É dispensado o cadastro dos espaços confinados em operações 
portuárias no interior de embarcações, devendo, neste caso, as 
informações serem inseridas na Permissão de Entrada e Trabalho. 
(Brasil, 1997, p. 14-15) 
TEMA 2 – OPERAÇÕES COM CARGAS PERIGOSAS 
O transporte, a armazenagem e a movimentação de produtos perigosos 
são atividades que exigem muito cuidado por parte de todos os envolvidos, desde 
os responsáveis pela condução das embarcações até os empregados da estiva. 
Os volumes transportados e movimentados são enormes e qualquer vazamento 
ou incêndio pode tomar proporções catastróficas 
2.1 Reconhecimento e sinalização dos riscos 
Segundo a NR 29 (Brasil, 1997), os produtos perigosos são classificados 
pela Organização das Nações Unidas (ONU) em nove classes de riscos e suas 
respectivas subclasses conforme Tabela 1: 
Tabela 1 – Classes de riscos de produtos perigosos 
CLASSE DO PRODUTO SUBCLASSE DO PRODUTO 
1: Explosivos 1.1: Substâncias e artigos com risco de explosão em massa; 
1.2: Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de 
explosão em massa 
1.3: Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de 
explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em 
massa; 
1.4: Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo; 
1.5: Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa; 
1.6: Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em 
massa. 
2: Gases 2.1: Gases inflamáveis; 
2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos; 
2.3: Gases tóxicos 
3: Líquidos inflamáveis – Não possui subclasses 
4: Sólidos inflamáveis 4.1: Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e explosivos 
sólidos insensibilizados; 
4.2: Substâncias sujeitas à combustão espontânea; 
4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis 
5: Substâncias oxidantes e 
peróxidos orgânicos 
5.1: Substâncias oxidantes; 
5.2: Peróxidos orgânicos 
6: Substâncias tóxicas e 
substâncias infectantes 
6.1: Substâncias tóxicas; 
6.2: Substâncias infectantes 
 
 
9 
Classe 7: Material radioativo Não possui subclasses 
8: Substâncias corrosivas - Não possui subclasses 
9: Substâncias e artigos 
perigosos diversos, incluindo 
substâncias que apresentem risco 
para o meio ambiente 
- Não possui subclasses 
Fonte: Brasil, 1997. 
As embalagens, containers e recipientes contendo produtos perigosos 
devem ser sinalizados e identificados com placas ou etiquetas padronizadas pela 
organização marítima internacional (IMO) que indiquem os riscos específicos 
(Figura 2). 
Figura 2 – Exemplo de sinalização de risco de produtos químicos perigosos 
 
Crédito: Montree/Adobe Stock. 
 
 
 
10 
2.2 Armazenamento 
O armazenamento de produtos perigosos dentro das embarcações e em 
áreas de armazenagem nos portos deve seguir rigorosas medidas de segurança. 
Segundo o item 29.27 da NR 29 (Brasil, 1997): 
29.27.3 nos locais de armazenagem deve haver sinalização contendo a 
identificação das classes e Tipos dos produtos perigosos armazenados, 
em pontos estratégicos e visíveis e em conformidade com Os símbolos 
padronizados pela organização marítima internacional - OMI. 
29.27.3 apenas podem ser operadas ou armazenadas cargas perigosas 
que possuam ficha de Informações de segurança da carga perigosa. 
29.27.3.1 a ficha de informações de segurança da carga perigosa deve 
estar disponível para os Trabalhadores. 
29.27.3.1.1 caso não disponível a ficha de informações de segurança da 
carga perigosa em língua Portuguesa, essas informações devem ser 
repassadas aos trabalhadores antes da realização da Operação. 
29.27.4 as operações e o armazenamento de cargas perigosas devem 
estar sob supervisão de Profissional capacitado e sob responsabilidade 
de profissional legalmente habilitado. 
29.27.5 os trabalhadores devem ser capacitados para operar e 
armazenar cargas perigosas. 
29.27.6 o treinamento para operação e armazenagem com cargas 
perigosas deve ser de vinte horas e Ter o seguinte conteúdo: A) classes 
e seus perigos; B) marcação, rotulagem e sinalização; C) procedimentos 
de resposta a emergências; 
D) noções de primeiros socorros; E) procedimentos de manuseio seguro; 
F) requisitos de segurança nos portos para carga, trânsito e descarga; e 
G) regulamentação da instalação portuária, em especial, a limitação de 
quantidade. (Brasil, 1997) 
Os produtos químicos devem ser armazenados obedecendo ao critério de 
segregação por classes. Caracteriza rico elevado armazenar produtos químicos 
de classes diferentes em um mesmo ambiente sem que existam barreiras de 
contenção de vazamentos que impeçam o contado e a reação entre as 
substâncias químicas. Produtos inflamáveis não podem ser armazenados junto 
com substâncias corrosivas ou com substâncias oxidantes. As características de 
reatividade e de incompatibilidade química devem ser do conhecimento de todos 
os envolvidos nas operações de carga/descarga e da tripulação. 
2.3 Preparação para emergências 
As instalações portuárias devem possuir planos de controle de emergências 
e equipes de trabalhadores treinados e liderados por profissionais qualificados. 
Segundo o item 29.28 da NR-29 (Brasil, 1997): 
29.28.1 Compete à administração do Porto Organizado e aos titulares das 
instalações portuárias autorizadas e arrendadas a elaboração e 
implementação do PCE, devendo constar as seguintes situações: a) 
 
 
11 
incêndios e explosões; b) vazamento de produtos perigosos; c) poluição 
ou acidente ambiental; d) condições adversas de tempo, como 
tempestades com ventos fortes que afetem a segurança das operações 
portuárias, demonstrando quais os possíveis riscos; e) queda de pessoa 
na água; e f) socorro e resgate de acidentados. 
29.28.2 O PCE deve ser elaborado considerando as características e a 
complexidade da instalação e conter: 
a) nome e função do(s) responsável(eis) técnico(s) pela elaboração e 
revisão do plano; b) nome e função do responsável pelo gerenciamento, 
coordenação e implementação do plano; c) designação dos integrantes da 
equipe de emergência, responsáveis pela execução de cada ação e seus 
respectivos substitutos; d) estabelecimento dos possíveis cenários de 
emergências, com base em análises de riscos e considerando a classe e 
subclasse de risco de produtos perigosos; e) descrição dos recursos 
necessários para resposta a cada cenário contemplado; f) descrição dos 
meios de comunicação; g) procedimentos de resposta à emergência para 
cada cenário contemplado; h) procedimentos para comunicação e 
acionamento das autoridades públicas e desencadeamento da ajuda 
mútua; i) procedimentos para orientação de visitantes e demais 
trabalhadores que não participem da equipe de emergência quanto aos 
riscos existentes e como proceder em situações de emergência; e j) 
cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios 
simulados. 
29.28.2.1 O PCE deve estabelecer critérios para avaliação dos resultados 
dos exercícios simulados. 
29.28.3 O PCE deve observar ainda os seguintes requisitos: a) devem ser 
adotados procedimentos de emergência, primeiros socorros e 
atendimento médico, constando para cada classe de risco a respectiva 
ficha nos locais de operação das cargas perigosas; b) o plano deve ser 
abrangente, permitindo o controle dos sinistros potenciais, como explosão, 
contaminação ambiental por produto tóxico, corrosivo, radioativo e outros 
agentes agressivos, incêndio, abalroamento e colisão de embarcação com 
o cais; e c) devem ser previstas ações em terra e a bordo. (Brasil, 1997) 
TEMA 3 – SEGURANÇA DO PESSOAL EMBARCADO 
Os trabalhadores que exercem atividades nas embarcações estão sujeitos 
a várias situações que os expõem a riscos de acidentes e a doenças profissionaise do trabalho. No Brasil temos a NR-30 (Segurança e saúde no trabalho 
aquaviário), que aborda aspectos de prevenção de acidentes nas embarcações 
nacionais que navegam em águas costeiras, rios e lagos. Para tráfego marítimo 
também devem ser atendidas as normas internacionais da Autoridade Marítima 
Internacional (IMO), especialmente a que trata da salvaguarda da vida humana 
no mar, conhecida pela sigla em inglês Solas (Safety of Life at Sea). 
3.1 Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Aquaviário – PGRTA 
Segundo o item 30.4.1 da NR 30 (Brasil, 2002), o empregador ou 
equiparado deve elaborar e implementar o PGRTA, por embarcação, nos termos 
da Norma Regulamentadora n. 1 (NR-01) e do disposto nesta NR, com base nas 
necessidades e peculiaridades das atividades aquaviárias. A elaboração do 
 
 
12 
PGRTA não dispensa a organização de elaborar e implementar o PGR em seus 
estabelecimentos, nos termos da NR-01. O PGRTA deve conter o inventário de 
todos os riscos de acidentes e também um plano de ação para controle dos riscos 
identificados no inventário. As embarcações comerciais de pesca devem seguir o 
Anexo I da NR-30 – Pesca comercial. 
A gestão dos riscos identificados no inventário deve gerar procedimentos 
operacionais a serem seguidos por todos os trabalhadores. O item 30.4.2 da NR 
30 (Brasil, 2002) diz que a organização deve elaborar e manter na embarcação 
os seguintes procedimentos operacionais: 
a. procedimentos de segurança nas atividades de manutenção em 
embarcação em operação; 
b. orientação aos trabalhadores quanto aos procedimentos a serem 
adotados na ocorrência de condições climáticas extremas e interrupção 
das atividades nessas situações; 
c. procedimentos de acesso seguro à embarcação atracada e fundeada; 
d. procedimentos seguros de movimentação de carga; 
e. procedimentos de segurança nas atividades que envolvam outras 
embarcações, balsas, plataformas de petróleo e demais unidades 
marítimas; e. 
f. procedimentos de segurança nas manobras de atracação e fundeio. 
(Brasil, 2002, p. 3) 
Segundo o item 30.4.3 da NR 30 (Brasil, 2002), 
O PGRTA deve ser revisto a cada 3 (três) anos, ou quando ocorrerem 
inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos, 
condições, procedimentos e organização do trabalho, ou quando 
identificadas inadequações ou insuficiência na avaliação dos riscos e na 
adoção das medidas de prevenção. 
3.2 Medidas de Proteção à saúde 
Como nos ambientes de trabalho em terra firme os trabalhadores do setor 
aquaviário estão sujeitos a exames médicos de rotina para assegurar a 
manutenção da saúde ocupacional 
O item 30.5 da NR 30 estabelece as seguintes medidas básicas de 
proteção á saúde: 
30.5.1 Além das disposições previstas na Norma Regulamentadora n. 
07 (NR-07), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - 
PCMSO deve contemplar o disposto nesse item. 
30.5.1.1 Para os trabalhadores aquaviários do grupo marítimos, devem 
ser adotados os padrões médicos e o modelo de Certificado Médico 
(Health Certificate - Convenção Internacional sobre Padrões de 
Instrução, Certificação e Serviço de Quarto para Marítimos - STCW) 
estabelecidos no QUADRO III desta NR, sem prejuízo da elaboração do 
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, conforme a NR-07 e disposições 
desta NR sobre o tema. 
 
 
13 
30.5.2 Os exames médicos compreendem exames clínicos e exames 
complementares realizados de acordo com as especificações da NR-07. 
30.5.2.1 Uma cópia do Atestado de Saúde Ocupacional - ASO deve ser 
mantida na embarcação em meio físico ou eletrônico. 
30.5.3 Caso o prazo de validade do exame médico expire no decorrer de 
uma travessia, fica prorrogado até a data da escala da embarcação em 
porto onde haja condições necessárias para realização desses exames, 
observado o prazo máximo de quarenta e cinco dias. 
30.5.4 Podem ser realizados outros exames complementares, a critério 
do médico responsável, desde que relacionados aos riscos ocupacionais 
identificados e classificados no PGRTA. 
30.5.5 Toda embarcação deverá estar equipada com material 
necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as 
características da atividade desenvolvida, mantendo esse material 
guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para 
prestar os primeiros socorros. 
30.5.6 A enfermaria, quando existente, deve: a) ser separada de outras 
dependências; b) ter espaço apropriado para guarda os materiais e 
medicamentos do navio; c) possuir instalações de água quente e fria; e 
d) dispor de drenagem de líquidos e resíduos. 
30.5.6.1 A enfermaria não poderá ser utilizada para outros fins que não 
sejam aqueles destinados ao atendimento de doentes. 
30.5.6.2 A enfermaria das embarcações SOLAS deve atender 
adicionalmente ao disposto nas normas da Autoridade Marítima 
(NORMAM). 
30.5.7 O empregador ou equiparado deve viabilizar o acesso dos 
trabalhadores aos órgãos de saúde com a finalidade de: a) prevenção e 
profilaxia de doenças endêmicas; e b) aplicação de vacinas. (Brasil, 
2002, p. 3-4) 
3.3 Salvaguarda da vida humana no mar – SOLAS 
 A Organização Marítima Internacional (IMO) é uma agência especializada 
da Organização das Nações Unidas (ONU) que foi criada em 1948 com o objetivo 
de padronizar e estabelecer princípios de segurança para a navegação marítima 
e estabeleceu regras de segurança e proteção ambiental aplicável ao trafego de 
embarcações marítimas. 
A norma IMO mais conhecida é a salvaguarda da vida humana no mar, do 
inglês Safety of Life at Sea (Solas). 
Segundo Adissi (2021), as regras do Solas abrangem os seguintes 
aspectos: 
a. Construção – Estrutura, Compartimentagem e Estabilidade, 
b. Instalações de Máquinas e Elétricas, 
c. Proteção contra incêndio, detecção de incêndio e extinção de 
incêndio. 
d. Equipamentos salva-vidas e outros dispositivos, 
e. Radiocomunicações, 
f. Segurança da navegação, 
g. Transporte de cargas e de óleos combustíveis. 
h. Transporte de produtos perigosos. 
i. Navios Nucleares. 
j. Gerenciamento para a operação segura de navios. 
k. Medidas de segurança para embarcações de alta velocidade, 
l. Medidas especiais para intensificar a segurança marítima 
 
 
14 
m. Medidas especiais para intensificar a proteção marítima. 
n. Medidas adicionais de segurança para graneleiros. 
As regras contidas nos protocolos Solas só se aplicam a navios que 
efetuem viagens internacionais; e não são aplicáveis a navios de guerra e de 
transporte de tropas; navios de carga de arqueação bruta menor que 500; navios 
sem meios de propulsão mecânica; navios de madeira, de construção primitiva; 
iates de recreio não empenhados em tráfego comercial; e embarcações de pesca 
(Adissi, 2021). 
TEMA 4 – SEGURANÇA EM ESTALEIROS E INSTALAÇÕES DE REPARO NAVAL 
A construção e reparos em embarcações apresentam elevados riscos de 
acidentes devido às condições em que são executadas. Normalmente nos 
estaleiros são realizadas várias operações ao mesmo tempo e com um grande 
número de trabalhadores transitando pelas áreas de risco. A NR 34 – condições 
e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, reparação e desmonte 
naval estabelece as normas de segurança a serem aplicadas nestas atividades. 
Nesta seção abordaremos algumas situações que apresentam os riscos de 
acidente graves e as medidas de prevenção adequadas 
4.1 Trabalhos a quente 
No item 34.5 a NR 34 (BRASIL, 2011) conceitua trabalho a quente como 
as atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras que 
possam gerar fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou chama, e 
estabelece medidas básicas de prevenção de acidentes: 
34.5.2.1 Nos locais onde se realizam trabalhos a quente deve ser 
efetuada inspeção preliminar, de modo a assegurar que: a) o local de 
trabalho e áreas adjacentes estejam limpos, secos e isentos de agentes 
combustíveis, inflamáveis, tóxicos e contaminantes; b) a área somente 
seja liberada após constataçãoda ausência de atividades incompatíveis 
com o trabalho a quente; c) o trabalho a quente seja executado por 
trabalhador capacitado. (Brasil, 2011, p. 4) 
4.2 Hidrojateameto 
As atividades de limpeza com a utilização de jatos de água de alta pressão 
oferecem risco de acidentes graves para os executantes e para outros 
trabalhadores que entrarem na área de aplicação. 
 
 
15 
O item 34.8 da NR 34 (Brasil, 2011) estabelece as seguintes medidas de 
prevenção de acidentes nesta atividade: 
34.8.1 Os serviços de jateamento/hidrojateamento somente devem ser 
realizados por trabalhadores capacitados. 
34.8.1.1 Os envolvidos no serviço devem utilizar cartão especifico 
contendo as informações necessárias ao atendimento de emergência. 
34.8.1.2 Os trabalhadores devem estar devidamente protegidos contra 
os riscos decorrentes das atividades de jateamento/hidrojateamento, em 
especial os riscos mecânicos. 
34.8.2 A manutenção dos equipamentos deve ser realizada somente por 
trabalhadores qualificados. 
34.8.3 A PT deve ser emitida em conformidade com a atividade a ser 
desenvolvida. 
34.8.4 Na execução dos trabalhos, devem ser tomados os seguintes 
cuidados: 
a) demarcar, sinalizar e isolar a área de trabalho; b) aterrar a máquina 
de jato/hidrojato; c) empregar mangueira/mangote dotada de 
revestimento em malha de aço e dispositivo de segurança em suas 
conexões que impeça o chicoteamento; 
d) verificar as condições dos equipamentos, acessórios e travas de 
segurança; 
e) eliminar vazamentos no sistema de jateamento/hidrojateamento; f) 
somente ligar a máquina após a autorização do jatista/hidrojatista; g) 
operar o equipamento conforme recomendações do fabricante, proibindo 
pressões operacionais superiores às especificadas para as 
mangueiras/mangotes; h) impedir dobras, torções e a colocação de 
mangueiras/mangotes sobre arestas sem proteção; i) manter o contato 
visual entre operadores e jatista/hidrojatista ou empregar observador 
intermediário; j) realizar revezamento entre jatista/hidrojatista, 
obedecendo à resistência física do trabalhador. 
34.8.5 A atividade de hidrojateamento de alta pressão deve ser realizada 
em tempo contínuo de até uma hora; com intervalos de igual período, 
em jornada de trabalho máxima de oito horas. (Brasil, 2011, p. 14) 
4.3 Pintura 
As atividades de pintura em uma embarcação compreendem são feitas em 
ambientes internos e externos. Devido às características especiais das tintas e 
solventes utilizados, que devem oferecer proteção elevada das estruturas contra 
a corrosão salina, os riscos de intoxicação e de incêndio/explosão estão sempre 
presentes. 
O item 34.9 da NR 34 (Brasil, 2011) estabelece que: 
34.9.1 Na realização de serviços de pintura, devem ser observadas as 
seguintes medidas: a) designar somente trabalhador capacitado; b) 
emitir PT em conformidade com a atividade a ser desenvolvida, exceto 
em serviços realizados em cabines de pintura; c) impedir a realização de 
trabalhos incompatíveis nas adjacências; d) demarcar, sinalizar e isolar 
a área de trabalho; e) utilizar equipamentos e iluminação à prova de 
explosão, com cabo de alimentação elétrica sem emendas, para pintura 
em espaço confinado ou com pistola pneumática (Airless); f) aterrar a 
bomba empregada no sistema de pistola pneumática. 
34.9.2 Devem ser implementadas as recomendações da FISPQ, 
treinando o trabalhador quanto a suas disposições. 
 
 
16 
34.9.3 É proibido consumir alimentos e portar materiais capazes de gerar 
centelha, fagulha ou chama na área da pintura e em seu entorno. 
34.9.4 Deve ser providenciada renovação de ar para eliminar gases e 
vapores gerados durante o serviço de pintura, monitorando 
continuamente a concentração de contaminantes no ar. 
34.9.4.1 Quando a concentração de contaminantes for igual ou superior 
a dez por cento do Limite Inferior de Explosividade - LIE, o serviço deve 
ser imediatamente interrompido e o compartimento evacuado, 
implementando-se ventilação adicional. 
34.9.4.2 Os contaminantes devem ser direcionados para fora dos locais 
de trabalho, onde não haja fontes de ignição próxima, observando a 
legislação vigente. 
34.9.5 Ao término do serviço, deve ser mantida a ventilação, avaliando-
se a concentração dos gases, em conformidade com o LIE. 
34.9.5.1 Exceto em serviços realizados em cabine de pintura, a área 
somente deve ser liberada após autorização do profissional de 
segurança e saúde no trabalho ou, na sua inexistência, pelo responsável 
pelo cumprimento desta Norma, observados os limites inferiores de 
explosividade e de exposição estabelecidos na APR. 
34.9.6 As tintas devem ser preparadas em local ventilado, pré-
estabelecido pela PT e delimitado por dique de contenção. 
34.9.7 No local do serviço, deve ser disposta a quantidade de tinta 
necessária à utilização imediata. 
34.9.8 Os vasilhames contendo resíduos de tintas ou solventes devem 
ser armazenados em local protegido, ventilado e sinalizado. 
34.9.9 Os resíduos devem ser tratados, dispostos ou retirados dos 
limites do estabelecimento em conformidade com a legislação ambiental. 
(Brasil, 2011, p. 16) 
4.4 Movimentação de cargas 
Queda de materiais ou impactos e peças içadas contra pessoas são riscos 
sempre presentes durante as atividades de movimentação de cargas em 
estaleiros e embarcações. O item 34.10 da NR 34 estabelece as seguintes regras 
básicas de segurança para estes casos: 
34.10.1 As operações de movimentação eletromecânicas de cargas 
somente devem ser realizadas por trabalhador capacitado e autorizado. 
34.10.2 Deve ser garantido que os equipamentos de movimentação de 
cargas e seus acessórios sejam utilizados em perfeito estado 
operacional e certificados, com identificação e documentação que 
possam ser rastreados. 
34.10.4 Antes de iniciar a jornada de trabalho, o operador deve 
inspecionar e registrar em lista de verificação (check-list), no mínimo, os 
seguintes itens: a) freios; 
b) embreagens; c) controles; d) mecanismos da lança; e) anemômetro; 
f) mecanismo de deslocamento; g) dispositivos de segurança de peso e 
curso; h) níveis de lubrificantes, combustível e fluido refrigerante; i) 
instrumentos de controle no painel; 
j) cabos de alimentação dos equipamentos; k) sinal sonoro e luminoso; 
l) eletroímã. 
34.10.5 Antes de iniciar a jornada de trabalho, o sinaleiro deve 
inspecionar e registrar em lista de verificação (check-list) os acessórios 
de movimentação de cargas. 
34.10.8 É proibida a utilização de cabos de fibras naturais na 
movimentação de cargas ou de pessoas. 
34.10.9 Deve ser realizada APR quando a Segurança no Trabalho e/ou 
responsável da operação considerar necessário. 
 
 
17 
34.10.10 A operação de movimentação de cargas deve ser impedida em 
condições climáticas adversas e/ou iluminação deficiente. 
34.10.17 A movimentação aérea de carga deve ser orientada por 
sinaleiro. 
34.10.18 O sinaleiro deve estar sempre no raio de visão do operador. 
34.10.18.1 Na impossibilidade da visualização do operador, deve ser 
empregada comunicação via rádio e/ou sinaleiro intermediário. 
34.10.19 O sinaleiro deve usar identificação de fácil visualização, 
diurna/noturna, que o diferencie dos demais trabalhadores da área de 
operação. 
34.10.20 O operador deve obedecer unicamente às instruções dadas 
pelo sinaleiro, exceto quando for constatado risco de acidente. 
34.10.21 O sinaleiro deve receber treinamento com carga horária e 
conteúdo programático em conformidade com o Anexo I, item 2, desta 
Norma. 
34.10.22 Para os operadores, além do estabelecido no item 34.10.21, 
deve ser ministrado treinamento complementar, de acordo com o Anexo 
I, item 3, desta Norma.(Brasil, 2011, p. 16) 
4.5 Testes de estanqueidade 
Após efetuar a construção ou reparos em peça, compartimento ou 
tubulação é necessário assegurar que não vão ocorrer vazamentos em soldas. 
Para isso são realizados testes de estanqueidade que podem ser hidrostáticos ou 
pneumáticos. Os equipamentos submetidos a esses testes podem falhar e 
fragmentospodem atingir pessoas nas imediações; 
O item 34.14 da NR 34 (Brasil, 2011) estabelece as seguintes medidas de 
prevenção de acidentes para a realização de testes de estanqueidade: 
34.14.2 A elaboração e qualificação do procedimento, bem como a 
execução e supervisão do ensaio devem ser realizadas por profissional 
capacitado. 
34.14.2.1 Considera-se trabalhador capacitado para realização de testes 
de estanqueidade aquele que foi submetido a treinamento teórico e 
prático com carga horária e conteúdo programático em conformidade 
com o item 5 do Anexo I. 
34.14.2.2 O trabalhador capacitado em teste de estanqueidade deve 
receber treinamento periódico a cada 12 meses, com carga horária 
mínima de 8 horas. 
34.14.2.3 Os treinamentos devem ser ministrados por instrutores com 
comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade de 
profissional legalmente habilitado. 
34.14.3 Os trabalhadores que executam o teste de estanqueidade 
devem usar uma identificação de fácil visualização que os diferencie dos 
demais. 
34.14.4 O sistema de teste deve dispor de regulador de pressão, válvula 
de segurança, válvula de alívio e medidor de pressão calibrado e de fácil 
leitura. 
34.14.5 O projeto do sistema do teste de estanqueidade deve ser 
elaborado por profissional legalmente habilitado. 
34.14.6 Antes do início das atividades, devem ser adotadas as seguintes 
medidas de segurança: a) emitir a PT; b) evacuar, isolar e sinalizar a 
área de risco definida no procedimento; c) implementar EPC; d) na 
inviabilidade técnica do uso de EPC, deve ser elaborada APR contendo 
medidas alternativas que assegurem a integridade física do trabalhador. 
 
 
18 
34.15.1.4 A classificação do elemento estrutural, considerando seu peso 
e área vélica, deve atender à situação mais crítica para selecionar o tipo 
de procedimento de estabilização (geral – G ou específico - E, citados 
nas tabelas do Anexo II) a ser adotado durante a fixação e estabilização. 
34.15.2 O procedimento geral - G deve conter no mínimo: a) sistema de 
fixação e estabilização do elemento estrutural através de equipamento 
de guindar e/ou dispositivos temporários; b) sequência de execução das 
atividades; c) inspeções; 
d) responsabilidades. 
34.15.3 O procedimento específico - E, além do descrito no item 34.15.2, 
deve contemplar: a) Análise de Risco; b) Permissão de Trabalho; c) 
isolamento e sinalização; d) representação mediante tabelas, esquemas 
ou desenhos específicos; e) fundamentação em memória de cálculo 
estrutural específica. 
34.15.4 As atividades de fixação e estabilização devem ser 
supervisionadas por Responsável Operacional - RO previamente 
capacitado nos procedimentos, sob a responsabilidade do profissional 
legalmente habilitado definido no item 34.15.1.2. 
34.15.4.1 Somente o RO deve autorizar a liberação do equipamento de 
guindar ou remoção dos dispositivos temporários. 
34.15.5 A remoção dos dispositivos temporários deve ser realizada 
quando o elemento estrutural se encontrar em uma das seguintes 
situações: a) fixado de forma permanente; b) fixado por processo de 
soldagem temporária, em conformidade com o procedimento de 
trabalho; c) sustentado por equipamento de guindar. (Brasil, 2011, p. 27) 
TEMA 5 – CULTURA DE SEGURANÇA – APRENDENDO COM OS ERROS 
O estudo de casos de acidentes que ocorreram no passado pode ajudar na 
prevenção de acidentes desde que as pessoas estejam dispostas a reconhecer 
que as suas causas básicas continuam presentes e que as lições sejam 
aprendidas. 
5.1 Naufrágio 
O caso mais emblemático de naufrágio na história recente foi o do navio 
Titanic em sua viagem inaugural em 1912, e suas lições continuam a ser válidas 
atualmente. 
O dia 15 de abril de 2012 marcou o 100º aniversário da perda do 
transatlântico Titanic no Oceano Atlântico Norte, aproximadamente 
02h30min após colidir com um iceberg. Mais de 1.500 pessoas morreram 
no mais famoso desastre marítimo da história. Milhares de páginas foram 
escritas sobre esse desastre, assim como muitos documentários e filmes 
foram produzidos. Muitos focados na construção do navio e nas ações 
de seu capitão e tripulação. Independentemente das questões de 
construção, a atenção para um item em particular poderia ter salvo 
muitas vidas – Preparação para Emergência! 
Algumas falhas específicas na preparação para emergência antes do 
afundamento do Titanic: 
• Não havia barcos salva-vidas para todos os passageiros e 
tripulação, talvez porque os construtores considerassem o navio 
“inafundável”! 
 
 
19 
• Nenhum exercício com botes salva-vidas havia sido praticado, e 
muitas pessoas não sabiam para onde se dirigir e o que fazer. 
• Muitos dos primeiros botes a deixar o Titanic não estavam lotados 
e alguns dos ocupantes estavam relutantes em puxar outras 
pessoas da água gelada por medo de virar os botes salva-vidas. 
• A decisão de abandonar o navio foi postergada enquanto o capitão 
e a tripulação avaliavam os danos. 
• Tivesse o capitão iniciado a evacuação mais cedo, antes que as 
pessoas entrassem em pânico, mais botes salva-vidas teriam sido 
preenchidos numa evacuação mais organizada. (CCPS, 2012) 
 
5.2 Incêndio a bordo 
As medidas básicas de prevenção e combate a incêndios em embarcações 
foram estudadas e implementadas ao longo da história. O conhecimento nessa 
área evoluiu muitas vezes após grandes tragédias. O caso apresentado a seguir 
ocorreu em uma das organizações mais reconhecidas mundialmente pela 
capacitação de seus integrantes. 
Em 12 de Julho de 2020, houve um incêndio no navio da Marinha dos 
EUA USS Bonhomme Richard enquanto estava atracado em San Diego, 
California. USA. O incêndio durou 5 dias e espalhou-se por 11 dos 15 
decks do navio. As temperaturas do incêndio ultrapassaram 760 °C 
(1400 °F). As perdas superaram 3 bilhões de dólares e o navio teve de 
ser descomissionado. Após o incêndio, a Marinha dos EUA conduziu um 
estudo sobre 15 incêndios que ocorreram em navios num período de 12 
anos antes do incêndio do navio Bonhomme Richard. Esse estudo 
identificou múltiplos fatores causais recorrentes, como os incêndios 
começaram e como se propagaram em navios. 
Algumas das conclusões da investigação da Marinha dos EUA incluem: 
• Materiais não autorizados foram trazidos para o navio. 
• Materiais perigosos e combustíveis foram manipulados e armazenados 
de forma imprópria. 
• Procedimentos não foram seguidos e os programas de inspeção foram 
ineficazes. 
• Quantidades excessivas de materiais perigosos e combustíveis foram 
armazenadas em contentores portáteis sem o reconhecimento do risco 
de incêndio. 
• Não houve revisão, aprovação e supervisão adequadas dos trabalhos 
a quente e não havia proteções temporárias contra incêndio ou mesmo 
um plano de resposta a incêndios. 
• O pessoal não tinha experiência no uso de sistemas de detecção e 
supressão de incêndios, bem como no uso de equipamentos de 
comunicação de emergência. (CCPS, 2022) 
 
 
 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
ADISSI, M. SOLAS – Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana 
no Mar - 1974/1988. Instituto Federal da Paraíba, 9 abr. 2021. Disponível em 
. Acesso em 16 jun. 2022. 
BRASIL. Ministério dos Transportes. PHE – Plano Hidroviário Estratégico. 
Brasília: Ministério dos Transportes, 2013. Disponível em 
. Acesso em: 16 jun. 2022. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 29 – Norma Regulamentadora 
de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Portaria SSST n. 53, de 17 de 
dezembro de 1997. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 6 jun. 
1978. 
_____. NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. Portaria SIT n. 34, 
de 4 de dezembro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, 
DF, 9 dez. 2002. 
_____. NR 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços CONFI. Portaria 
MTE n. 202, 22 de dezembro de 2006.Diário Oficial da União, Poder Legislativo, 
Brasília, DF, 27 dez. 2006. 
_____. NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da 
construção, reparação e desmonte naval. Portaria SIT n. 200, de 20 de janeiro de 
2011. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 jun. 2011. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Guia de boas práticas para 
trabalho em altura nas atividades portuárias. Brasília: Ministério do Trabalho e 
Previdência, 2015. 
CCPS. Center for Chemical Process Safety. Lições de Segurança de Processo 
de um incêndio em um navio. Process Safety Beacon, abr. 2022. Disponível em: 
. Acesso em 16 jun. 2022. 
_____. Preparação para Emergência – O Desastre do Titanic. Process Safety 
Beacon, jul. 2012. Disponível em 
. Acesso em: 16 jun. 2022. 
 
 
21 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Logística dos Transportes 
no Brasil. IBGE, 2014. Disponível em 
. Acesso em: 16 jun. 2022. 
 
 
 
.

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