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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “A REVOLUÇÃO DOS BICHOS” 
ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. São Paulo: Companhia das Letras, 
2007. 
 São Paulo: Saraiva, 2014 
 A Revolução dos Bichos (Animal Farm, em inglês) um 
romance que foi publicado no dia 17 de agosto de 1945 
com originalmente 152 páginas divididas em 10 capítulos. 
A obra publicada na Segunda Guerra, retrata um regime 
totalitário no meio rural, a narrativa foi baseada na ditadura 
stalinista da antiga Rússia Soviética, e é protagonizada por 
animais e trata-se de uma das obras mais emblemáticas 
do escritor e ensaísta indiano George Orwell. 
 A história tem como enfoque uma fazenda de animais. Ali 
os animais discutem entre si sobre a vida de servidão que 
levam e com isso buscam uma revolução almejando a 
construção de uma sociedade ideal e igualitária. Para isso 
eles criam regras e se revoltam contra os humanos e 
especialmente o dono da fazenda senhor Jones. 
 Os porcos, então, assumem o poder da fazenda por serem os mais inteligentes e 
alfabetizados e começam a controlar de forma tirana os outros animais agindo de 
forma soberba, e aos poucos vão mudando as regras antes estabelecidas para seu 
próprio proveito. Dessa forma, o palco está montado com uma crítica muito bem 
escrita e estruturada que condena a sociedade capitalista e mostra de forma clara a 
alienação da massa socialista por pessoas poderosas que no caso do livro se reflete 
nos porcos, se transformando de comunista para um capitalismo opressor das 
legiões iletradas. 
 Revolução dos Bichos, se passa numa granja liderada, inicialmente, pelo Sr. 
Jones. Porém, insatisfeitos com a dominação e exploração e liderados pelo Porco 
Major, os animais decidem fazer uma revolução. Assim, o inimigo seria aquele que 
anda sobre duas pernas. Os animais se organizam e expulsam Sr. Jones da granja, 
pois não queriam mais ser tratados como escravos dos humanos. Os porcos passam 
a liderar a granja, considerando-se os animais mais inteligentes. 
 Ainda no início da obra, o porco falece, mas a ideia transmitida por ele é seguida 
por seus amigos. Embora todos os animais tenham a mesma idealização, no 
decorrer da obra começam as peripécias e os impasses de opiniões entre eles. 
 Enquanto o porco Bola-de-neve, um dos líderes da revolução, quer realizar a 
construção de um moinho, o porco Napoleão é contra a ideia. Por fim, Bola-de-neve 
é considerado traidor e expulso da granja. Quando Napoleão sobe ao poder, essas 
características ficam mais evidentes. Seu egoísmo e totalitarismo é revelado pela 
maneira em que ele conduz a granja depois de destituir e expulsar Bola-de-Neve da 
liderança. 
 Protegido por cães ameaçadores, Napoleão lidera a granja de uma maneira 
ditadora; constrói o moinho, e há economia de comida, os animais trabalham várias 
horas seguidas. Começa uma nova escravidão, onde agora os animais são 
explorados pelos porcos. Para a construção do moinho, são necessários materiais 
que não podem ser produzidos na granja, e com isso, Napoleão começa um contato 
comercial com humanos, por intermédio de seu advogado, Sr. Whymper. Nesse 
momento, os porcos se mudam para a casa grande, onde o Sr. Jones vivia, apesar 
de anteriormente ser proibido. Segundo eles, era necessário um local onde 
pudessem repousar, já que, por serem muito inteligentes, faziam muito esforço para 
governar a granja. Os porcos eram extremamente persuasivos. Garganta era braço 
direito de Napoleão e andava pela granja defendendo seu “mestre”. 
 Indignados por estarem tendo uma qualidade de vida pior do que com o Senhor 
Jones, os animais explorados começam a discutir sobre o tema. Por fim, acabam 
mortos por serem cúmplices do porco Bola-de-neve. Frederick e seus homens 
invadem a granja e explodem o moinho. Os animais, revoltados com mais uma vez a 
destruição do moinho, enfrentam e expulsam os homens. Mais uma vez os animais 
trabalham demais, sem comida. Sansão, muito trabalhador, adoece e Garganta diz 
que virão busca-lo para um tratamento fora da granja. Um carro vem busca-lo e os 
animais percebem que era um carroção do matadouro através do letreiro do carro. 
Porém, Garganta dá uma desculpa, os animais aceitam, e Sansão nunca mais 
aparece. Pouco a pouco os animais que viveram a época do Sr. Jones foram 
morrendo, e foi se esquecendo como era antes da Revolução. Como um irônico 
desfecho, os porcos aparecem andando sobre duas patas, contrariando um dos 
mandamentos do início da Revolução, onde “quatro patas bom, duas patas ruim”. E, 
finalmente, os porcos unem-se definitivamente aos humanos. 
 A Revolução dos Bichos é um dos mais emblemáticos clássicos da literatura 
moderna. Na obra dividida em 10 capítulos, Orwell realiza uma sátira contundente 
sobre a ditadura stalinista. Aborda temas como as fraquezas humanas, o poder, a 
revolução, o totalitarismo, a manipulação política, etc. Além da sátira política, a obra 
é também considerada uma fábula, em que a moralidade é uma das principais 
características. Escrita no final de segunda guerra mundial (1945), o romance faz 
uma releitura sobre as figuras históricas, como podemos perceber nas personagens 
criadas pelo escritor. Como exemplos, temos Napoleão (que seria Stálin) e o Bola-
de-Neve (como Trotsky). 
 A linguagem utilizada é simples e com a presença do discurso direto, que aponta 
fidelidade na fala das personagens. A ideia de utilizar os bichos como atuantes da 
cena política, traz à tona a questão de animalização dos homens. 
 Além de remeter ao egoísmo, autoritarismo, corrupção que há em relações 
humanas, sejam elas políticas ou sociais, os personagens também lembram 
características de personagens históricos. Como, por exemplo, Major que apresenta 
semelhanças idealistas com Karl Max, ou então Napoleão que se assemelha com 
Stalin, a quem o autor paralelamente faz uma crítica, devido à administração 
corrupta. Assim, a obra de Orwell é considerada pela crítica uma fábula satírica, 
onde a realidade é retratada com um toque cômico sentimento de ambição e a 
busca pelo poder, pela vantagem, levam os porcos, principalmente Napoleão, a 
esquecer dos princípios e motivos que os levaram até a Revolução. Os porcos 
passam a tomar o lugar dos humanos, e a explorar os outros animais tanto quanto 
Sr. Jones explorava. O Animalismo, que passa a denominar o sistema e as regras 
que o regem, se transforma à medida que os interesses dos porcos vão mudando; 
mais uma vez remetendo ao Socialismo, duramente criticado por Orwell. 
 Com isso, até as os sete mandamentos, a princípio criados para nortear a 
Revolução e ditar regras de convivência, vão sendo mudados. E, mais uma vez 
metaforizando o povo que possui memória curta, os animais não se lembram das 
regras, não se lembram como era antes da Revolução, e muito menos conseguem 
comparar se a vida na granja está pior ou melhor, nem mesmo se lembram se o que 
foi prometido, foi cumprido. 
 Recomendo que a leitura desse livro seja feita por todos aqueles que tem desejo 
de mudança. São 96 páginas para serem completamente devoradas, sem deixar ao 
menos uma migalha para trás, afinal, como diz o próprio Eric Arthur Blair, “ver aquilo 
que temos diante do nariz requer uma luta constante”, ou seja, devemos fazer um 
esforço para conseguir realmente enxergar nossa realidade e, para nossa alegria, “A 
Revolução dos Bichos” traz tudo o que precisamos engolir já mastigado, basta 
entender o que está escrito nas linhas do texto. 
 George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, era um escritor de origem 
indiana que regava suas obras com suas opiniões e posicionamentos claros contra o 
fascismo, favoráveis à democracia e defensores do pensamento livre. Suas posições 
ideológicas eram Pró-socialismo,Pró-democracia, Antinazismo, Antifascismo, 
Antitotalitarismo ,Antiestalinismo,Anticatolicismo.Uma frase do autor que sintetiza a 
metáfora do livro é “Os melhoreslivros são os que dizem o que já sabemos.” Que 
nos faz refletir sobre a realidade social de desigualdade e injustiça presente na 
literatura de Orwell. Ler suas obras é vivenciar seu próprio presente e bisbilhotar o 
futuro distópico mas não tão irreal, caso você decida ficar apenas sentado com uma 
xícara de café do lado julgando as ovelhas como massa alienada, sem perceber que 
você também não passa de um cordeirinho. 
 Revolucione. 
Resenha crítica por Yasmin Pontieri ,Eduarda Tomazini e Lyara Santos discentes 
das aulas de literatura da turma 3º ano Delta ,da docente Lívia Moura Batista 
,ministradas no Colégio Estadual da Policia Militar de Goiás Gabriel Issa.

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