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RESUMO PARA PROVA – DIREITO PREVIDENCIARIO. MODULO I 1. Proteção Social (Seguridade Social) · Definição e objetivo: A seguridade social visa proteger os indivíduos em situações que dificultem ou impossibilitem sua subsistência. Ela envolve ações na saúde, assistência social e previdência, sendo de iniciativa tanto do poder público quanto da sociedade. · Exemplo: Se uma pessoa perde sua capacidade de trabalhar por causa de um acidente, o Estado oferece benefícios por meio da Previdência Social, enquanto outras pessoas em situação de vulnerabilidade (como idosos e pessoas com deficiência) podem contar com assistência social. 2. Composição da Seguridade Social · Sistema contributivo e não contributivo: O primeiro é financiado por contribuições específicas (como a Previdência Social), enquanto o segundo (como a saúde pública e assistência social) é custeado pelos tributos gerais. · Exemplo: No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um exemplo de um sistema não contributivo, enquanto os benefícios previdenciários dependem de contribuições feitas ao longo do tempo. 3. Princípios Gerais da Seguridade Social · Universalidade: Todos os cidadãos têm direito ao atendimento em saúde e assistência social, mas a previdência exige contribuição. · Seletividade e distributividade: O sistema busca atender de forma seletiva, focando nos mais necessitados, e distribuir recursos de forma justa. · Exemplo: Uma pessoa que nunca trabalhou pode não ter direito à aposentadoria, mas pode ter acesso a benefícios assistenciais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). 4. Assistência Social · Benefício de Prestação Continuada (BPC): Garante um salário mínimo mensal a idosos ou pessoas com deficiência que não tenham meios de sustento. · Exemplo: Um idoso de 65 anos ou mais, que não contribuiu para a previdência e vive em situação de pobreza, pode receber o BPC. 5. Saúde · O Sistema Único de Saúde (SUS) é mencionado como um sistema descentralizado e universal, que visa garantir o acesso à saúde de todos os cidadãos, residentes ou não. · Exemplo: O SUS oferece atendimento médico gratuito a todas as pessoas, sem a exigência de contribuição. 6. Previdência Social · Definição e origem: A previdência social é descrita como um seguro que protege o trabalhador contra perda da capacidade de subsistência devido a doença, acidente, invalidez, entre outros. · Exemplo: No Brasil, a Lei Eloy Chaves de 1923 é considerada a fundadora do sistema previdenciário, que criou caixas de aposentadoria para ferroviários. 7. Regimes Previdenciários · Regime Geral de Previdência Social (RGPS): É o regime obrigatório para trabalhadores que realizam atividades remuneradas, exceto servidores públicos efetivos e militares. · Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS): Aplicam-se a servidores públicos. · Exemplo: Um trabalhador da iniciativa privada contribui ao INSS, enquanto um servidor público pode ter um regime previdenciário próprio. 8. Princípios da Previdência Social · Contributividade: Só tem direito à previdência quem contribui previamente. · Irredutibilidade: O valor dos benefícios não pode ser reduzido. · Exemplo: Um trabalhador que contribuiu durante sua vida tem direito à aposentadoria, e o valor dessa aposentadoria não pode ser inferior ao salário mínimo. MODULO II 1. Organização da Seguridade Social · Seguridade Social: Abrange as áreas da Saúde, Assistência Social e Previdência Social, geridas por diferentes Ministérios no Brasil (como os Ministérios do Trabalho, Previdência Social, Saúde e Desenvolvimento e Assistência Social). · Exemplo: Um trabalhador formal contribui para a Previdência Social, garantindo benefícios como aposentadoria e pensão por morte, enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cobertura de saúde universal, independentemente de contribuição. · INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): Autarquia responsável pela arrecadação e fiscalização das contribuições previdenciárias, além de conceder e manter benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e pensão. · Exemplo prático: Se uma pessoa se acidenta e fica incapacitada para o trabalho, ela pode solicitar o auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez ao INSS, após comprovar seu direito a esses benefícios. 2. Relação de Custeio · Custeio da Seguridade Social: Refere-se à forma como os recursos para financiar os benefícios são arrecadados. Existe um orçamento próprio da Seguridade Social, e a União é obrigada a cobrir qualquer deficiência financeira para garantir o pagamento de benefícios. · Exemplo: Se o sistema previdenciário arrecada menos do que o necessário para pagar as aposentadorias, a União deve complementar os recursos para que todos os benefícios sejam pagos em dia. · Contribuições Sociais: A seguridade social é financiada por contribuições de várias fontes, como empresas (que pagam sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro), empregadores domésticos e até mesmo apostadores de loterias. · Exemplo: Um empregador doméstico que contrata uma empregada é responsável por pagar contribuições ao INSS com base no salário pago, para garantir que a empregada tenha direito aos benefícios previdenciários. 3. Definição da Relação Jurídica de Custeio · Vínculo Jurídico: A relação de custeio surge quando um fato gerador (como o pagamento de salários) ocorre, criando a obrigação de o contribuinte pagar as contribuições previdenciárias. · Exemplo: Um empregador que contrata funcionários tem a obrigação de recolher tanto sua própria contribuição quanto a contribuição dos empregados, além de repassar esse valor ao INSS. Caso isso não seja feito, ele será responsabilizado judicialmente. 4. Sistema de Financiamento da Seguridade Social · Participação da Sociedade: Toda a sociedade contribui direta ou indiretamente para o financiamento da seguridade social, e a criação de novas fontes de custeio deve ser aprovada por lei complementar. · Exemplo: Além das contribuições previdenciárias pagas por empresas e trabalhadores, outras fontes de receita incluem multas, doações e o valor obtido em leilões de bens apreendidos, como os provenientes de tráfico de drogas. 5. Contribuintes · Sujeito Passivo: O contribuinte é a pessoa física ou jurídica responsável pelo pagamento das contribuições. Isso pode incluir empregadores, empresas, trabalhadores, entre outros. · Exemplo: Um trabalhador autônomo é um contribuinte individual e deve pagar sua própria contribuição ao INSS para garantir o direito a benefícios como aposentadoria. · Empregador Doméstico: É a pessoa física ou família que contrata empregados domésticos e recolhe as contribuições ao INSS, mas não é segurado em função disso. · Exemplo: Uma pessoa que contrata uma faxineira ou uma babá como empregada doméstica deve recolher contribuições para garantir que ela tenha direito a aposentadoria e outros benefícios previdenciários. 6. Tipos de Segurados · Segurados Obrigatórios: São aqueles que são obrigados a contribuir para o sistema, como empregados, trabalhadores avulsos e segurados especiais (como pequenos agricultores). · Exemplo: Um empregado formal de uma empresa é automaticamente um segurado obrigatório e contribui para o INSS, tendo direito a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença. · Segurados Facultativos: São pessoas que, mesmo sem ser obrigadas, optam por contribuir para o sistema previdenciário, como donas de casa e estudantes maiores de 16 anos. · Exemplo: Uma dona de casa pode se filiar ao INSS como segurada facultativa para garantir o direito à aposentadoria futuramente, mesmo que não tenha renda própria. MODULO III 1. Contribuições para a Seguridade Social As contribuições para a seguridade social são valores obrigatórios que ajudam a financiar ações de saúde, previdência e assistência social. Estas podem ser pagas por empresas, empregadores domésticos, trabalhadores, entre outros. · Exemplo: Uma empresa paga contribuições sobre a folha de pagamento de seus funcionários para garantir que eles tenham acesso a benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença. 2. Tipos deContribuições O documento lista diferentes tipos de contribuições, que incluem: · Contribuições de empresas: Incidem sobre a remuneração dos trabalhadores e a receita ou lucro da empresa. · Contribuições de empregadores domésticos: Pagas com base no salário de contribuição de empregados domésticos. · Contribuições de trabalhadores: Incidem sobre o salário de contribuição (base de cálculo para o recolhimento). · Contribuições sobre a comercialização da produção rural e receita de concursos de prognósticos (loterias, apostas). · Contribuições do importador de bens ou serviços do exterior. 3. Contribuições dos Trabalhadores As contribuições dos trabalhadores são calculadas sobre o salário de contribuição, exceto no caso de segurados especiais, como pequenos agricultores, que contribuem com base na receita da comercialização de sua produção. · Exemplo de cálculo de contribuição: Um trabalhador com salário de R$ 3.000,00 contribui da seguinte forma: · Até R$ 1.412,00: 7,5% de contribuição (R$ 105,90). · De R$ 1.412,01 a R$ 2.666,68: 9% sobre essa faixa (R$ 112,92). · De R$ 2.666,69 a R$ 3.000,00: 12% sobre o restante (R$ 39,99). · Total de contribuição: R$ 258,81. 4. Segurados Especiais e Contribuintes Individuais Os segurados especiais, como agricultores que comercializam sua produção, contribuem com base em uma alíquota de 1,3% sobre o valor da comercialização. Já os contribuintes individuais (autônomos) devem recolher 20% sobre seu salário de contribuição, com exceções para casos de prestação de serviços a empresas, em que a alíquota é de 11%. · Exemplo: Um trabalhador rural que comercializa sua produção paga 1,3% sobre a receita de venda. Já um autônomo que presta serviços a uma empresa terá 11% de seu salário de contribuição recolhido pela própria empresa. 5. Contribuições Patronais As empresas devem contribuir com 20% sobre o total das remunerações pagas aos empregados, sem limite de teto. Além disso, há um adicional de 1% a 3% para financiar benefícios relacionados a acidentes de trabalho, conhecido como contribuição SAT. · Exemplo: Uma empresa com 10 empregados que ganham um total de R$ 50.000,00 em salários pagará 20% desse valor, ou seja, R$ 10.000,00 em contribuições previdenciárias, além de um percentual adicional para cobrir o SAT. 6. Contribuições sobre Receita e Lucro Além das contribuições sobre a folha de salários, as empresas também pagam contribuições sobre a receita bruta (COFINS) e o lucro líquido (CSLL), com alíquotas de 7,6% e 9%, respectivamente. · Exemplo: Uma empresa com receita bruta de R$ 500.000,00 pagará 7,6% desse valor em COFINS, o que corresponde a R$ 38.000,00. 7. Empregadores Domésticos Os empregadores domésticos pagam 8% sobre o salário de contribuição de seus empregados, além de 0,8% para o seguro contra acidentes de trabalho. · Exemplo: Um empregador que paga R$ 2.000,00 a um empregado doméstico deve recolher 8% desse valor (R$ 160,00) como contribuição previdenciária, além de 0,8% (R$ 16,00) para o seguro contra acidentes. 8. Responsabilidade Solidária A legislação também prevê casos de responsabilidade solidária, onde outras partes podem ser responsabilizadas pelo pagamento de contribuições. Exemplos incluem o proprietário de uma obra e empresas do mesmo grupo econômico. · Exemplo: Se um dono de obra não contratar corretamente uma empresa para realizar a construção, ele pode ser solidariamente responsável pelas contribuições previdenciárias dos trabalhadores envolvidos. 9. Arrecadação e Fiscalização A Secretaria da Receita Federal é responsável pela arrecadação e fiscalização das contribuições para a seguridade social, e pode promover a cobrança judicial das contribuições não pagas por meio de execução fiscal. · Exemplo: Se uma empresa não recolher as contribuições devidas, a Receita Federal pode entrar com uma ação judicial para cobrar os valores atrasados, com juros e multas. 10. Justiça do Trabalho A Justiça do Trabalho tem competência para executar contribuições previdenciárias decorrentes de sentenças trabalhistas, mas essas decisões não vinculam o INSS, servindo apenas como prova inicial para requerer benefícios. · Exemplo: Se um trabalhador ganhar uma ação na Justiça do Trabalho, o valor de contribuições decorrentes dessa decisão deve ser executado e recolhido. MODULO IV 1. Relação Jurídica Previdenciária A relação jurídica previdenciária envolve o segurado ou seus dependentes como credor, e o Estado (INSS) como devedor, que deve entregar o benefício ou serviço devido ao segurado. · Exemplo: Um segurado que preenche os requisitos para se aposentar tem o direito de receber a aposentadoria, e o INSS tem o dever de concedê-la. Se o INSS negar indevidamente o benefício, pode cometer falta funcional. 2. Filiação e Inscrição dos Segurados A filiação ao RGPS ocorre de forma automática para quem exerce atividade remunerada (segurados obrigatórios) ou mediante inscrição e pagamento de contribuição (segurados facultativos). · Exemplo: Um trabalhador empregado é automaticamente filiado ao RGPS assim que começa a trabalhar. Já um estudante que deseja contribuir para a Previdência pode se inscrever como segurado facultativo e pagar as contribuições. 3. Segurados do RGPS Existem diferentes categorias de segurados, divididas em obrigatórios e facultativos: · Segurados Obrigatórios: · Empregados (Urbano e Rural): Incluem pessoas que trabalham sob subordinação e recebem salário. · Empregados Domésticos: Trabalhadores que prestam serviços contínuos no âmbito residencial. · Contribuinte Individual: Inclui autônomos, empresários, e pessoas que prestam serviços sem vínculo empregatício. · Trabalhador Avulso: Trabalha para várias empresas sem vínculo empregatício, com intermediação de sindicato ou órgão gestor. · Segurado Especial: Produtores rurais, pescadores artesanais e outros que trabalham em regime de economia familiar. · Exemplo: Um trabalhador avulso, como um estivador que carrega mercadorias em portos, presta serviços a várias empresas, mas é segurado obrigatório do RGPS e tem direito a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença. · Segurado Facultativo: Qualquer pessoa que não exerça atividade remunerada, como estudantes ou donas de casa, pode se filiar voluntariamente ao RGPS. 4. Dependentes Os dependentes são aqueles que podem receber benefícios previdenciários, como pensão por morte ou auxílio-reclusão, sem necessariamente contribuírem para o RGPS. Eles são divididos em três classes: · Classe 1: Cônjuge, companheiro(a) e filhos menores de 21 anos ou com deficiência. Têm presunção de dependência econômica. · Classe 2: Pais, que só recebem benefícios se não houver dependentes de Classe 1. · Classe 3: Irmãos menores de 21 anos ou com deficiência, se não houver dependentes de classes superiores. · Exemplo: Um cônjuge de segurado falecido, mesmo que não tenha dependência econômica comprovada, tem direito à pensão por morte, sendo parte da Classe 1 de dependentes. 5. Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado A qualidade de segurado é mantida por um período, mesmo sem contribuir, conhecido como período de graça. Este período é de até 12 meses para segurados obrigatórios e 6 meses para facultativos, podendo ser prorrogado em determinadas situações. · Exemplo: Um segurado que fica desempregado continua com a qualidade de segurado por até 12 meses após a última contribuição, podendo solicitar benefícios como auxílio-doença nesse período. 6. Plano de Benefícios e Serviços do RGPS O RGPS oferece uma série de benefícios (pagamento de valores) e serviços (como a reabilitação profissional) aos segurados e seus dependentes. Entre os benefícios estão: · Aposentadorias (por incapacidade permanente, idade, tempo de contribuição, especiais). · Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença). · Salário-maternidade. · Auxílio-acidente. · Pensão por morte e auxílio-reclusão (para dependentes). · Exemplo: Uma segurada que trabalha como empregada doméstica e se torna mãe tem direito ao salário-maternidade, calculado com base no valor do salário de contribuição. 7. CarênciaA carência é o tempo mínimo de contribuição exigido para ter direito a determinados benefícios. Os principais períodos de carência são: · Salário-maternidade para contribuintes individuais e facultativos: 10 contribuições mensais. · Auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade permanente: 12 contribuições mensais. · Aposentadoria programada e por idade rural: 180 contribuições mensais. · Exemplo: Um segurado que deseja se aposentar por idade deve ter contribuído por pelo menos 180 meses, o equivalente a 15 anos. 8. Salário de Benefício e Renda Mensal O salário de benefício é a base de cálculo para a maioria dos benefícios do RGPS. Ele é calculado pela média dos salários de contribuição desde julho de 1994. A renda mensal inicial do benefício é o valor que o segurado recebe, sendo que nenhum benefício pode ser inferior ao salário mínimo. · Exemplo: Um trabalhador que recebe um benefício de auxílio-doença terá o valor calculado com base na média de seus salários de contribuição nos últimos anos. 9. Direito Adquirido O direito adquirido ocorre quando o segurado preenche todos os requisitos legais para a concessão de um benefício. Mesmo que a lei mude posteriormente, ele mantém o direito de receber o benefício conforme as regras anteriores. · Exemplo: Um segurado que completou os requisitos para aposentadoria antes de uma reforma previdenciária pode se aposentar pelas regras antigas, mesmo que ainda não tenha solicitado o benefício. PUBLICO PUBLICO PUBLICO