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Aula 00
Direito Civil p/ DPE-ES 
Professor: Paulo H M Sousa
 
 
 
Prof. Paulo H M Sousa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 69 
DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
 
AULA 00 
TEORIA GERAL 
(ITENS 9, 10, 23 E 47 DO EDITAL) 
Sumário 
Sumário .............................................................................................. 1 
Direito Civil na Prova da DPE/ES .............................................................. 3 
Cronograma de Aulas ............................................................................. 7 
Metodologia do Curso............................................................................. 8 
Apresentação Pessoal........................................................................... 11 
Considerações Iniciais .......................................................................... 12 
9 – PESSOA NATURAL .......................................................................... 12 
9.1 – Definição e distinções ................................................................ 12 
9.2 – Aquisição e extinção da personalidade .......................................... 13 
9.3 – Direitos da personalidade ........................................................... 15 
9.4 – Capacidade.............................................................................. 20 
9.5 – Incapacidade e emancipação ...................................................... 21 
9.6 – Ausência, morte presumida e comoriência..................................... 26 
9.7 – Domicílio ................................................................................. 29 
10 – PESSOA JURÍDICA ........................................................................ 31 
10.1 – Definição e natureza ................................................................ 31 
10.2 – Classificações ......................................................................... 32 
10.2.1 – Associações ......................................................................... 37 
10.2.2 – Fundações .......................................................................... 38 
10.2.3 – Organizações sociais ............................................................. 38 
10.2.4 – Entes despersonalizados ........................................................ 40 
10.3 – Registro e prova ..................................................................... 41 
10.3 – Domicílio ............................................................................... 42 
23 – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA .......................... 43 
Questões ........................................................................................... 46 
Questões sem comentários................................................................. 46 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
Gabaritos ........................................................................................ 56 
Questões com comentários................................................................. 58 
Legislação pertinente ........................................................................... 65 
Jurisprudência e Súmulas Correlatas....................................................... 66 
Considerações Finais ............................................................................ 68 
 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
Direito Civil na Prova da DPE/ES 
Hoje vamos iniciar o nosso Curso de Direito Civil para o Concurso da Defensoria 
Pública do Estado do Espírito Santo, a DPE/ES, focado na prova objetiva, que 
será realizada em 09/10/2016. Ou seja, temos pouquíssimo tempo para te deixar 
afiado para essa prova. 
Se você está acompanhando nossa aula demonstrativa e resolver 
adquirir o pacote de Direito Civil ou o pacote integral do Concurso, você 
já está um passo à frente da concorrência! Isso porque, como a prova está 
marcada para já (pouco mais de 2 meses!), isso indica que você já está focado 
neste Edital, ao invés de se perder estudando para outros concursos. Isso é muito 
importante! 
Segundo as informações do Edital, teremos 5 vagas imediatas de Defensor 
Público Estadual na Classe Inicial a serem preenchidas, mais eventuais vagas que 
surgirem ao longo da validade do concurso. Como o quadro de Defensores do 
Estado é de 186 membros e seriam necessários 269 membros, segundo a lei 
estadual, a expectativa de que bem mais gente seja convocada é grande. O 
Conselho Superior da DPE/ES tem expectativa de nomear 50 candidatos, 
aproximadamente. O número reduzido de vagas tem por objetivo, 
provavelmente, evitar a obrigatoriedade de nomeação na hipótese de não haver 
recursos suficientes. 
A remuneração inicial da carreira é mais de R$10.000,00, sem contar ainda com 
os benefícios que incidem sobre esse valor e que majoram a remuneração. É 
muito provável que sejam chamados mais candidatos aprovados fora do limite 
das 17 vagas inicialmente previstas, dado que o último concurso foi realizado em 
2010 e há um grande déficit de Defensores no Estado. 
Além disso, como o prazo de validade do concurso é de um ano, prorrogável por 
mais um ano. Ou seja, se o concurso for finalizado na data pré-estabelecida, 
teremos convocações a começar no primeiro semestre de 2017, o que permite à 
Administração Pública chamar candidatos até 2019. Se hoje já há um grande 
déficit de Defensores, imagine quantos candidatos podem ser chamados até lá! 
As duas últimas provas, realizada em 2012 e 2009, respectivamente, foram 
elaborada pelo CESPE. Esta prova, agora, será realizada pela Fundação 
Carlos Chagas – FCC, fugindo um pouco ao que parecia se estabelecer como 
uma tradição de selecionar os candidatos com base na banca do CESPE. 
Comparando as duas bancas, temos grandes diferenças, pelo que podemos 
esperar grandes mudanças em relação à prova anterior. 
Na primeira fase, objetiva, que é o objeto central desse Curso, serão 100 
questões que trataram dos seguintes temas: Direito Civil, Direito Empresarial, 
Direito Processual Civil, Direito Penal e Criminologia, Direito Processual Penal, 
Direito Constitucional, Direitos Humanos, Direito Administrativo, Direito da 
Criança e do Adolescente, Direito dos Idosos, as Pessoas com Defiicência e das 
Mulheres, Direito do Consumidor, Direito Previdenciário e Tributário, Direitos 
Difusos e Coletivos e Princípios Institucionais e Legislação da DPE/ES. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
 
Quanto ao Direito Civil, teremos 10 questões, o que significa 10% da 
Prova! Isso dá grande relevância para as nossas aulas na sua aprovação! 
Nessa prova da DPE/ES nós temos um número de questões na área do 
Direito Civil semelhante a áreas que tradicionalmente têm mais questões 
e peso, como o Direito Constitucional. 
E qual a razão de tamanha importância para o Direito Civil? Pela extensão da 
matéria. Pra usar uma analogia rápida, imagine qual é o “maior dos Códigos”. 
Assim, se você quer acertar as 10 questões e carimbar seu sucesso em 10% da 
prova (e ajudar em outras tantas), o Direito Civil é imprescindível! 
Como fazer para saber o foco necessário para a prova? Nós analisamos 
TODAS as questões de TODOS os últimos concursos das DPEs estaduais 
que encontramos. Ou seja, nosso foco principal são exatamente as 
provas de DPEs. Nosso foco é a matéria voltada à resolução das questões que 
você precisa para obter a aprovação. Parte das questões ficará disponível para 
vocêforma: 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
 
Como disse mais acima, o nascimento da PJ depende de um ato formal, já que 
ela “naturalmente” não existe. Esse ato é o registro do ato constitutivo, 
consoante regra do art. 45 do CC/2002. Mas, o que é necessário para o registro? 
1. Associações (art. 44, inc. I): são pessoas 
jurídicas de direito privado formadas para fins 
não econômicos;
2. Sociedades (art. 44, inc. II): são a reunião de 
pessoas e bens ou serviços com objetivo 
econômico e partilha de resultados, ou seja, têm 
natureza eminentemente lucrativa;
3. Fundações (art. 44, inc. III): são um complexo 
de bens. Curiosamente, são pessoas jurídicas 
sem quaisquer pessoas físicas/naturais em sua 
composição;
4. Organizações religiosas (art. 44, inc. IV): têm 
por objetivo a união de leigos para o culto 
religioso, assistência ou caridade. Por isso, não 
podem ter fim econômico, segundo estabelece 
o art. 53 do CC/2002. Sua criação, organização e 
funcionamento não podem sofrer intervenção 
estatal (art. 44, § 2º);
5. Partidos políticos (art. 44, inc. V): são 
associações com ideologia política, cujos 
membros se organizam para alcançar o poder e 
satisfazer os interesses de seus membros. Os 
partidos, apesar de serem pessoa jurídicas de 
direito privado, regem-se pela legislação 
eleitoral específica (art. 44, § 3º);
6. Empresas individuais de responsabilidade 
limitada - EIRELI (art. 44, inc. VI);
7. Sindicatos (art. 8º, inc. VII da CF/1988 e art. 
511 da CLT): são associações de defesa e 
coordenação dos interesses econômicos e 
profissionais de empregados, empregadores e 
trabalhadores autônomos;
8. OSCIPs (art. 1º da Lei nº. 9.790/1999): são 
organizações da sociedade civil de interesse 
público;
9. Empresas públicas: art. 5º, inc. II do Decreto-
Lei 200/1967, sempre com patrimônio próprio 
e capital exclusivo da União;
10. Sociedades de economia mista: art. 5º, inc. 
III do Decreto-Lei 200/1967, sempre 
constituídas sob a forma de S.A. e com maioria 
do capital votante público (União ou 
Administração Indireta);
11. Organizações Sociais (art. 1º da Lei nº. 
9.637/1998): são organizações cujas atividades 
sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, 
ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e 
preservação do meio ambiente, à cultura e à 
saúde;
12. Cooperativas (art. 1º da Lei nº. 5.764/1971): 
conglomerado de pessoas que reciprocamente 
se obrigam a contribuir com bens ou serviços 
para o exercício de uma atividade econômica, 
de proveito comum, sem objetivo de lucro. Elas 
também podem ser públicas.
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
O art. 46 do CC/2002 estabelece quais são os requisitos gerais do registro, em 
seus incisos: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 
Cumpridos esses requisitos, a pessoa jurídica “nasce”, adquire personalidade e 
passa a ter autonomia completa, desde que seus administradores exerçam seus 
poderes nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo, na dicção do 
art. 47. 
 
DPE/BA – 2006 
84. Relativamente ao tema das pessoas jurídicas, pode-se asseverar que: 
 I. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito 
privado e são pessoas jurídicas de direito público interno: a União; os 
Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as autarquias; as 
demais entidades de caráter público criadas por lei. 
II. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
III. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos 
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
IV. São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; 
as autarquias; as fundações; as organizações religiosas; os partidos 
políticos. 
V. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público e 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
Analisando as assertivas da questão 84, verifica-se que: 
(A) Apenas I, II e III estão incorretas. 
(B) Apenas IV e V estão incorretas. 
(C) Apenas a IV está incorreta. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
(D) Apenas a I está incorreta. 
(E) Todas estão incorretas. 
Comentários 
O item I está correto, na forma do art. 41: “São pessoas jurídicas de direito 
público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.” 
O item II está correto, segundo o art. 42: “São pessoas jurídicas de direito 
público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas 
pelo direito internacional público.” 
O item III está correto, consoante regra do art. 43: “As pessoas jurídicas de 
direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que 
nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.” 
O item IV está incorreto, no que tange às autarquias, por força do art. 41, inc. 
IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno as autarquias, inclusive as 
associações públicas” 
O item V está incorreto, especificamente quanto às pessoas jurídicas de direito 
público, segundo o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.” 
A alternativa B está correta, portanto. 
O art. 52, por fim, traz dicção bastante polêmica. 
Consolidou-se o entendimento de que os direitos da 
personalidade eram parte subjetiva da própria 
personalidade, pensada, na corrente formal, para ser a 
qualificação jurídica do ser humano, transformando-o em pessoa. Partindo dessa 
premissa, o art. 52 estabelece que se aplica às pessoas jurídicas, no que 
couber, a proteção dos direitos da personalidade. A extensão dos direitos 
da personalidade à pessoa jurídica depende, obviamente, da 
possibilidade de a pessoa jurídica poder ser titular de determinados 
direitos e obrigações. 
O Código detalha diversas espécies de pessoas jurídicas. Algumas delas, porém, 
são próprias do estudo do Direito Empresarial, pelo que não vamos nos deter 
nelas. Duas delas, no entanto, estão tratadas na Parte Geral do Código, pelo que 
sua prova pode questionar algum aspecto relevante nesse sentido. Vamos ver 
cada uma delas 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
10.2.1 – Associações 
As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas para fins não 
econômicos, conforme estabelece o art. 53 do CC/2002. 
No entanto, pode a associação ter lucro? Pode ela exercer atividades produtivas? 
Pode, mas o objetivo da associação não pode ser a distribuição de lucro 
social, exatamente o contrário de uma sociedade. Se há distribuição de 
lucro, portanto, trata-se de uma sociedade, e não de uma associação. 
Os requisitos da associação encontram-se no art. 54: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Todos esses requisitos devem estar contidos no Estatuto Social. Esse Estatuto 
pode prever categorias de associados com vantagens especiais, mas todos eles 
devem ter iguais direitos (art. 55 do CC/2002). Por isso, nenhum associado 
poderá ser impedido de exercer direito ou função, a não ser nos casos e 
pela forma previstos na Lei ou no Estatuto (art. 58 do CC/2002). 
O Estatuto ainda tem de prever normas de admissão e a possibilidade de 
demissão dos associados. A exclusão do associado, assim, só é admissível se 
houver justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de 
defesa e de recurso, nos termos previstos no Estatuto, conforme estabelece o 
art. 57. 
Ele deve prever, ainda, os órgãos deliberativos e os administradores. Em regra, 
tais previsões podem ser feitas livremente, desde que se obedeça a alguns limites 
legais. 
 
DPE/ES – 2012 
9. Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os 
administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por 
outro. 
Comentários 
O item 9 está correto, eis que a solidariedade decorre de lei ou de disposição 
contratual, sendo que o CC/2002 não estabelece a solidariedade entre os 
associados. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
10.2.2 – Fundações 
As fundações são um complexo de bens, ou seja, são pessoas jurídicas sem 
quaisquer pessoas físicas/naturais em sua composição. Ela, assim, configura o 
caso mais explícito da concepção formal de pessoa, bem como da Teoria da 
Realidade Técnica. 
O objetivo das fundações é sempre público, apesar do caráter privado 
que possuem. Esses objetivos podem ser assim resumidos, segundo o art. 62 
do CC/2002: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de 
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e 
científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas. 
Na instituição da fundação, seu instituidor deve designar o patrimônio que a 
compõe. Quando, porém, insuficientes os fundos para constituir a 
fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser 
o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim 
igual ou semelhante, segundo dispõe o art. 63 do CC/2002. 
Contrariamente às associações, a alteração do Estatuto das fundações tem 
algumas exigências legais, conforme estabelece o art. 67 do CC/2002: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz 
supri-la, a requerimento do interessado. 
IV – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o 
qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do 
interessado. 
10.2.3 – Organizações sociais 
As Organizações Sociais – OS nada mais são do que qualificações dadas 
pelo Poder Público a determinadas pessoas jurídicas 
de direito privado, sem fins lucrativos, para que 
possam receber recursos da Administração Pública 
para a consecução de seus objetivos. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
Para tanto, foi editado regulamento específico, que é a Lei 9.637/1998, que 
dispõe no seu art. 1º: 
O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa 
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à 
cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei. 
Para fazer jus ao recebimento dessa qualificação, a pessoa jurídica 
interessada devem comprovar uma série de requisitos. Cumpridos esses 
requisitos, a organização pode habilitar-se à qualificação de OS: 
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre: 
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; 
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes 
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; 
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, 
um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, 
asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas 
nesta Lei; 
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes 
do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e 
idoneidade moral; 
e) composição e atribuições da diretoria; 
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros 
e do relatório de execução do contrato de gestão; 
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto; 
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer 
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou 
membro da entidade; 
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe 
foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, 
em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social 
qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes 
alocados; 
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como 
organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de 
atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração 
Federal e Reforma do Estado. 
As organizações sociais compõem aquilo que se convencionou chamar de 
Terceiro Setor, que nada mais é do que uma parcela das atividades do interesso 
do Poder Público a cargo do setor privado, sem a necessidade de concessão ou 
de outras medidas de cunho administrativo geralmente utilizadas nesses casos. 
Farão parte do Terceiro Setor as pessoas jurídicas de direito 
privado que obtenhama qualificação de OS. No mais, 
maiores interações entre as OS e o Poder Público são 
vistas no Direito Administrativo. 
 
 
 
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10.2.4 – Entes despersonalizados 
Por outro lado, há determinados grupos de pessoas ou de bens que atuam como 
se pessoas jurídicas fossem, mas lhes falta o requisito de personalidade jurídica, 
pelo que não constituem, efetivamente, pessoas jurídicas, curiosamente. 
Por isso, essas situações jurídicas são mero agrupamento de pessoas 
e/ou bens, sem que cheguem a constituir pessoas jurídica. 
No entanto, possuem direitos e obrigações muito 
semelhantes às pessoas jurídicas, sendo que alguns 
desses grupos, de maneira bastante contraditória, 
possuem até mesmo CNPJ (que, como o próprio nome diz, é o Cadastro 
Nacional de Pessoas Jurídicas), como é o caso do Condomínio. No fundo, é mera 
opção da lei, já que, na prática, a semelhança de alguns grupos não 
personificados com uma pessoa jurídica é tão grande que muitos acabam 
achando que são eles efetivamente pessoas jurídicas. 
A relevância dos entes despersonalizados está no Processo Civil, pois, 
novamente, de maneira bastante contraditória – e as contradições são muitas 
quando falamos em grupos sem personalidade – apesar de não terem 
personalidade jurídica, e, portanto, capacidade 
jurídica, possuem capacidade processual, exercida 
mediante representação processual. 
Quem são esses grupos despersonalizados? Eles aparecem no art. 75 do CPC, 
que estabelece que serão eles representados em juízo, ativa e passivamente, por 
um representante: 
 
 
 
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10.3 – Registro e prova 
Segundo a Teoria da Realidade Técnica, adotada pelo CC/2002, a pessoa 
jurídica resulta de um processo técnico, a personificação, que depende 
da lei. Assim, a pessoa jurídica é assim uma realidade, ainda que produzida pelo 
Direito, a partir de uma forma jurídica. Essa teoria, por conta do Positivismo 
Jurídico, é a teoria mais aceita no mundo. 
Atualmente, ela se encontra no art. 45 do CC/2002, que assim dispõe: 
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar 
o ato constitutivo. 
Ou seja, cumpridos os atos exigidos por lei, a pessoa jurídica passa a 
existir, como se pessoa fosse (no sentido de “ser humano”). 
A esse processo se dá o nome de personificação, que nada mais é do que dotar 
de personalidade jurídica algo que não tem personalidade ainda, para que esse 
“algo” possa se tornar uma pessoa. Ou seja, a 
personificação constitui a pessoa jurídica. Pode ser um 
ser humano, que ainda não é pessoa, lembre-se, por só se 
tornar pessoa após o nascimento com vida, segundo o art. 2º do CC/2002. Ou 
• Pelo administrador judicial
1. A massa falida
• Por seu curador
2. A herança jacente ou vacante
• Pelo inventariante
3. O espólio
• Pela pessoa a quem couber a administração de seus bens
4. A sociedade e a associação irregulares
• Pelo administrador ou síndico
5. O condomínio
• Pela pessoa a quem couber a administração de seus bens
6. Outros entes organizados sem personalidade 
jurídica
 
 
 
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pode ser um aglomerado de seres humanos, bens ou ambos, seres humanos + 
bens, que precisa de um “processo de personificação” para se tornar algo 
diferente do que realmente é. 
Diferentemente da pessoa física/natural, é possível anular o “nascimento” de 
uma pessoa jurídica. Isso se descumpridos os requisitos legais de sua 
instituição. É o que estabelece o art. 45, parágrafo único do CC/2002: 
Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, 
por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
10.3 – Domicílio 
Com relação à pessoa jurídica, o CC/2002 fixa algumas regras no art. 75, que 
estabelece que o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
Além disso, caso a pessoa jurídica tenha diversos 
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um 
deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados. Se a sede (administração ou diretoria) ficar 
no exterior, o §2º estabelece que o domicílio da pessoa 
jurídica será, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas 
agências, o lugar do estabelecimento, situado no Brasil, a que ela corresponder. 
 
DPE/BA – 2006 
85. Relativamente ao tema das fundações, do domicílio, dos bens móveis e 
da validade do ato jurídico, observa-se que: 
I. Para criar uma autarquia, o seu instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
 II. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio apenas uma delas. 
III. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: da União, o Distri to Federal; 
dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; do Município, o lugar onde 
funcione a administração municipal; das demais pessoas jurídicas, o lugar 
onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde 
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
IV. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: as energias que tenham 
valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações 
 
 
 
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correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas 
ações. 
V. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, pode, para eximir-se de uma 
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido 
pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. Analisando 
as assertivas acima, verifica-se que: 
(A) Apenas I, II, III, e V estão incorretas. 
(B) Apenas a III está correta. 
(C) Apenas a III está incorreta 
(D) Apenas I e IV estão incorretas 
(E) Todas estão corretas 
Comentários 
O item I está incorreto, na forma do art. 62: “Para criar uma fundação, o seu 
instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens 
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira 
de administrá-la.” 
O item II está incorreto, de acordo com o art. 71: “Se, porém, a pessoa natural 
tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio 
seu qualquer delas.” 
O item III está correto, conforme reza o art. 75: “Quanto às pessoas jurídicas, 
o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto 
ou atos constitutivos.” 
O item IV está incorreto. Trataremos dele em aula subsequente. 
O item V está incorreto.Trataremos dele em aula subsequente. 
A alternativa B está correta, portanto. 
 
23 – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA 
José Lamartine Corrêa de Oliveira apontou um fenômeno que ele chamou de 
dupla crise da pessoa jurídica. Não é uma crise do conceito de pessoa jurídica ou 
da própria noção de pessoa jurídica, mas da deformação causada pelo 
formalismo. Esse formalismo atribui um apartamento absoluto entre a pessoa 
jurídica e a pessoa física/natural. 
 
 
 
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E esse apartamento absoluto é fonte de abuso pela pessoa física/natural, 
que se aproveita disso para se utilizar da pessoa jurídica com fins diversos do 
imaginado a ela. Mas, o que caracteriza o abuso, mencionado pela teoria? 
Se configuraria no caso de abuso de direito, de fraude, de descumprimento de obrigações 
contratuais e legais, de atos ilícitos praticados pela sociedade, de confusão patrimonial entre 
o patrimônio pessoa do sócio e o patrimônio da pessoa jurídica, de desvio da finalidade 
contratual prevista no Estatuto etc. 
E quando cabe a desconsideração? Depende da situação. Se for uma relação 
trabalhista, há regra própria por aplicação do art. 2º da CLT. Se for uma relação 
tributária, há aplicação dos arts. 134 e 135 do CTN. Na parte do Direito Privado, 
é preciso compreender duas diferentes teorias. 
A primeira teoria é a chamada Teoria Maior, adotada pelo art. 50 do CC/2002. 
Esse artigo diz que: 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Públic o 
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da 
pessoa jurídica. 
Em outras palavras, além de se verificar um abuso na utilização da 
personalidade jurídica, deve se caracterizar o desvio de finalidade ou a 
confusão patrimonial. Se não se caracterizar nem uma dessas situações, não 
se pode desconsiderar a personalidade jurídica, ainda que a pessoa jurídica seja 
insolvente, por exemplo. Daí o nome de Teoria Maior, pois ela exige a verificação 
de mais requisitos. 
Já a Teoria Menor é adotada pelo art. 28 do CDC, que assim dispõe: 
O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento 
do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito 
ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada 
quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa 
jurídica provocados por má administração. 
Veja que o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica ainda que não 
tenha havido confusão patrimonial ou desvio de finalidade, basta que se 
configure alguma das hipóteses previstas no art. 28. Daí o nome de Teoria 
Menor, pois ela exige menos requisitos para ser aplicada. 
Na sequência, o CDC estabelece algumas regras 
específicas a aplicar no caso de desconsideração, nos 
parágrafos. Tome cuidado com eles: 
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades 
controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. 
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações 
decorrentes deste código. 
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade 
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
No Direito Civil, portanto, aplica-se a Teoria Maior: 
 
 
 
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Não é incomum que as questões de concursos exijam exatamente essa distinção 
presente no CC/2002 e no CDC sobre as chamadas Teorias Maior e Menor. O 
problema é que geralmente elas tentarão te confundir, já que, em regra, quando 
pensamos na aplicação do CDC, pensamos numa aplicabilidade maior, em maior 
proteção do consumidor, em relações jurídicas mais frequentes, o que nos induz 
em erro. 
Fica a dica: a Teoria Maior é aplicável à maioria das 
relações jurídicas, o que abrange o CC/2002 e o CDC, 
ao passo que a Teoria Menor é mais limitada, aplicada 
a um conjunto menor de relações jurídicas, ao 
microssistema do CDC, apenas! DECORE!!! 
 
DPE/BA – 2010 
92. Ao tratar da desconsideração da pessoa jurídica, o CDC estabelece que 
as sociedades integrantes dos grupos societários, as sociedades controladas 
e as consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações 
previstas no código. 
Comentários 
TEORIA MAIOR
previsão: art. 50 do CC
Requisitos:
abuso de personalidade +
desvio de finalidade ou
confusão patrimonial
 
 
 
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A alternativa está incorreta, de acordo com o art. 28, §2° do CDC: “As 
sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são 
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.” 
Ao contrário, cabe também a chamada “desconsideração 
inversa da personalidade jurídica”, quando a pessoa 
física se utiliza da pessoa jurídica, indevidamente, 
para se “blindar” de ataques contra seu patrimônio. 
O fundamento é o mesmo: evitar o abuso no uso da 
personalidade jurídica. Faz-se, nesse caso, uma 
interpretação teleológica do art. 50 do CC/2002, de 
modo a permitir que se busque o patrimônio da 
pessoa física “escondido” atrás da pessoa jurídica. O STJ, nesse sentido, 
tem reiteradas decisões afirmando a possibilidade da desconsideração inversa. 
Eu recomendo a leitura do leading case que está mais á frente, no tópico da 
jurisprudêncoa correlata. 
Questões 
Questões sem comentários 
 
As questões abaixo apresentação gabarito na sequência e, ao final, 
comentários: 
 
 
DPE/ES – 2012 
9. Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os 
administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por 
outro. 
 
 
DPE/ES – 2009 
71. O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a 
intervenção cirúrgica com risco de morte. 
 
 
DPE/ES – 2009 
72 A União, os estados, o DF e os municípios são, de acordo com o Código 
Civil, as únicas pessoas jurídicas de direito público interno. 
 
 
 
 
 
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DPE/ES – 2009 
73. No que concerne a domicílio, é correto afirmar que, tendo uma pessoa 
natural vivido sucessivamente em diversas residências, qualquer uma delas 
será considerada como domicílio seu. 
 
 
DPE/BA – 2010 
35. Marcos e Marcela, casados no regime da comunhão parcial de bens, 
faleceram simultaneamente, vítimas de acidente de avião. Nesse caso, 
eventual indenização decorrente de apólice de seguro de vida em grupo, em 
que ambos constem reciprocamente como beneficiários, somente será paga 
pela seguradora se o casal deixar descendentes. 
 
 
DPE/BA – 2010 
92. Ao tratar da desconsideração da pessoa jurídica, o CDC estabelece que 
as sociedades integrantes dos grupos societários, as sociedades controladas 
e as consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações 
previstas no código. 
 
 
DPE/BA – 2006 
81. Analise os artigos do Código Civil, apresentados a seguir: 
I. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a 
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos donascituro. 
 II. São absolutamente capazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: os maiores de dezesseis anos; os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade. 
 III. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais, os 
viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo; os pródigos. 
IV. A capacidade dos índios será regulada por legislação geral ou comum. 
V. A menoridade cessa aos vinte e um anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Pode-se afirmar que: 
(A) Apenas o I e III estão corretos. 
(B) Apenas o IV está correto. 
 
 
 
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(C) Apenas o V está correto. 
(D) Todos estão corretos. 
(E) Todos estão incorretos. 
 
 
DPE/BA – 2006 
82. Analise os artigos do Código Civil e responda: 
I. Cessará, para os menores, a incapacidade: pela concessão dos pais 
manifestada conjuntamente em instrumento público, independentemente de 
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor 
tiver dezesseis anos completos. 
II. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo casamento. 
III. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo exercício de emprego 
público efetivo. 
IV. Cessará, para os menores, a incapacidade pela colação de grau em curso 
de ensino superior. 
V. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
(A) Apenas I, III e V estão corretos. 
(B) Apenas I está incorreto. 
(C) Apenas II, III, IV e V estão incorretos. 
(D) Todos estão corretos. 
(E) Todos estão incorretos. 
 
 
DPE/BA – 2006 
83. No que concerne aos “direitos da personalidade”, a legislação vigente 
dispõe que: 
I. Todos os direitos da personalidade, sem qualquer exceção são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo apenas o seu exercício sofrer 
limitação voluntária. 
II. Pode-se apenas exigir que cesse a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
A mera ameaça a direitos de personalidade não resta protegida pela 
legislação. 
 
 
 
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III. É absolutamente defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes, ainda que haja pronunciamento médico favorável. 
IV. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita ou 
paga do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
V. O testamento vital é aceito pela legislação brasileira nos termos do Código 
Civil fundado no princípio da dignidade humana e no art. 15 do citado 
diploma legal ao dispor que “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, 
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. 
Analisando as assertivas acima, verifica-se que: 
(A) Apenas I e III estão corretas. 
(B) Apenas IV e V estão corretas. 
(C) Apenas a V está incorreta. 
(D) Todas estão corretas. 
(E) Todas estão incorretas. 
 
 
DPE/BA – 2006 
84. Relativamente ao tema das pessoas jurídicas, pode-se asseverar que: 
 I. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito 
privado e são pessoas jurídicas de direito público interno: a União; os 
Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as autarquias; as 
demais entidades de caráter público criadas por lei. 
II. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
III. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos 
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
IV. São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; 
as autarquias; as fundações; as organizações religiosas; os partidos 
políticos. 
V. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público e 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
Analisando as assertivas da questão 84, verifica-se que: 
(A) Apenas I, II e III estão incorretas. 
 
 
 
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(B) Apenas IV e V estão incorretas. 
(C) Apenas a IV está incorreta. 
(D) Apenas a I está incorreta. 
(E) Todas estão incorretas. 
 
 
DPE/BA – 2006 
85. Relativamente ao tema das fundações, do domicílio, dos bens móveis e 
da validade do ato jurídico, observa-se que: 
I. Para criar uma autarquia, o seu instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
 II. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio apenas uma delas. 
III. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: da União, o Distrito Federal; 
dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; do Município, o lugar onde 
funcione a administração municipal; das demais pessoas jurídicas, o lugar 
onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde 
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
IV. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: as energias que tenham 
valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações 
correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas 
ações. 
V. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, pode, para eximir-se de uma 
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido 
pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. Analisando 
as assertivas acima, verifica-se que: 
(A) Apenas I, II, III, e V estão incorretas. 
(B) Apenas a III está correta. 
(C) Apenas a III está incorreta 
(D) Apenas I e IV estão incorretas 
(E) Todas estão corretas 
 
 
As questões abaixo apresentação gabarito, mas não apresentarão 
comentários específicos, pois orbitam em torno das questões acima. É 
pra você treinar! 
 
 
 
 
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DPE/MA – 2015 
24. Em relação à personalidade e à capacidade da pessoa natural, analise as 
assertivas abaixo. 
I. Uma pessoa com dezesseis anos pode ser interditada. 
II. Os atos jurídicos praticados por absolutamente incapaz são anuláveis. 
III. A emancipação acarreta a antecipação da maioridade. 
IV. Pela teoria concepcionista, o nascituro já tem personalidade jurídica 
antes do nascimento com vida. 
V. Os pródigos são relativamente incapazes, de modo que podem praticar, 
validamente e sem assistência, atos que não envolvam a administração 
direta de seus bens. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I, III e V. 
 (B) I, III, IV e V. 
(C) I, IV e V. 
(D) II, IV e V. 
(E) I, II e III. 
 
 
DPE/MA – 2009 
42. A respeitoda capacidade de direito, é correto afirmar: 
(A) O menor de dezesseis anos é absolutamente incapaz, ao passo que a 
capacidade de direito plena ocorre somente aos dezoito anos. 
(B) Em relação às pessoas físicas, ocorre a partir do nascimento com vida, 
mas somente se prova com o registro de nascimento. 
(C) Em relação às pessoas jurídicas, ocorre a partir do nascimento com vida, 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
(D) O registro civil da pessoa física possui natureza jurídica meramente 
declaratória, ao passo que, para as pessoas jurídicas, o registro tem efeito 
constitutivo. 
(E) Para o maior de dezoito anos, pode ser afastada mediante ação de 
interdição, na qual se prove a total falta de discernimento do interditando, 
quer por doença, quer por mal congênito. 
 
 
DPE/MA – 2009 
 
 
 
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48. Os direitos de personalidade são direitos subjetivos 
(A) intransmissíveis e irrenunciáveis em qualquer hipótese, não podendo o 
seu exercício sofrer limitação voluntária. 
(B) intransmissíveis e irrenunciáveis, embora excepcionalmente o seu 
exercício possa sofrer limitação voluntária, mesmo sem expressa previsão 
legal. 
(C) e, por essa razão, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, em 
qualquer hipótese, quando importar diminuição permanente da integridade 
física, ou contrariar os bons costumes. 
(D) fundamentais, razão pela qual a vida privada da pessoa natural é 
inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências 
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
(E) fundamentais, razão pela qual é válida, com objetivo científico, ou 
altruístico, a disposição onerosa do próprio corpo, no todo ou em parte, para 
depois da morte. 
 
 
DPE/MA – 2003 
29. Cessará para os menores a incapacidade 
(A) por concessão do pai, ou da mãe, se esta tiver a guarda do filho, quando 
o menor completar 14 (catorze) anos de idade. 
(B) pela existência de relação de emprego, se em função dele o menor com 
16 (dezesseis) anos completos tiver economia própria. 
(C) pela conclusão de curso técnico profissionalizante. 
(D) pelo união estável com pessoa capaz. 
(E) pela nomeação para cargo público de provimento em comissão. 
 
 
DPE/MA – 2003 
30. Têm domicílio necessário 
(A) os agentes diplomáticos do Brasil, enquanto servindo no estrangeiro. 
(B) somente os militares e os marítimos. 
(C) as pessoas casadas. 
(D) apenas o preso e os servidores públicos titulares de cargo efetivo. 
(E) os incapazes. 
 
 
 
 
 
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DPE/AC – 2012 
Considerando os direitos relacionados à personalidade, aos alimentos, ao 
divórcio e à evicção, assinale a opção correta. 
39. Prevalece, nos tribunais, a tese de que ao nascituro é garantida apenas 
a expectativa de direito, tornando-se este efetivamente adquirido na 
eventualidade de aquele nascer vivo; não tem, portanto, o nascituro direito, 
por exemplo, aos danos morais decorrentes da morte do pai causada por ato 
ilícito. 
39-BIS. Capacidade de fato, ou capacidade de gozo, ou capacidade de 
aquisição, é a faculdade abstrata de alguém gozar os seus direitos; a 
capacidade de direito, por sua vez, é a capacidade para adquirir direi tos e 
exercê-los por si mesmo. 
 
 
DPE/AC – 2006 
25. Francisca, viúva, que vivia sob a dependência econômica de seu único 
filho, Mário, detentor de um pequeno patrimônio, narra que ele viajava em 
uma embarcação, entre dois municípios do Acre, quando o barco naufragou, 
em janeiro de 2003. Diz, ainda, que seu filho não se encontrava entre os 
sobreviventes, nem tampouco o seu corpo foi resgatado pelas equipes de 
busca e salvamento, que, quando encerraram os trabalhos, declararam 
desaparecidos 10 passageiros, entre eles Mário. Assinale a opção correta, 
tendo como base a legislação pertinente à situação hipotética acima 
apresentada. 
 A É correto que Francisca entre com ação esperando que, com base no art. 
7.º do novo Código Civil, o juiz declare a morte de Mário, pois, no momento 
do referido naufrágio, este se encontrava em iminente risco de morte. 
B Não havendo certeza da morte nem do paradeiro Mário, teria fundamentos 
jurídicos a ação que pedisse que Mário fosse declarado ausente e Francisca 
fosse nomeada curadora do patrimônio de seu filho. 
C Com base na morte presumida de Mário, haveria previsão legal para ação 
em que Francisca entrasse com pedido de sucessão provisória dos bens de 
seu filho. 
D Do ponto de vista legal, a ação mais adequada na situação em apreço, 
quanto à sua eficácia, seria aguardar o prazo para que fosse requerida a 
usucapião sobre os bens do desaparecido. 
 
 
DPE/AL – 2003 
Em relação ao direito civil, julgue os itens a seguir. 
 
 
 
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1 A lei concede personalidade ao nascituro, a qual termina no instante em 
que o indivíduo morre. 
2 A lei não exclui de sua proteção o menor púbere que, para eximir-se de 
uma obrigação, minta acerca de sua idade, no ato de contratar, pois a 
incapacidade é circunstância objetiva e independe da vontade do agente. 
3 A despersonalização da pessoa jurídica autoriza o juiz a ignorar a 
autonomia da pessoa jurídica e atingir o patrimônio dos sócios, vinculando 
as responsabilidades destes frente a atos ilícitos ou abusivos cometidos pelos 
representantes da pessoa jurídica. 
4 Define-se o patrimônio como o complexo de relações jurídicas, apreciáveis 
economicamente, de uma pessoa, nele incluindo-se os créditos e excluindo-
se os débitos, que formam o seu passivo. 
6 As pessoas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos respondem objetivamente pelos danos causados por seus 
funcionários a direitos particulares. 
 
 
DPE/AM – 2011 
25. Os direitos de personalidade ganham expressão no direito 
contemporâneo como consectário da afirmação histórica dos direitos 
humanos. Sobre esses direitos é correto afirmar: 
a) os direitos da personalidade são absolutamente indisponíveis, 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo seu exercício sofrer limitação 
voluntária. 
b) até mesmo o morto é titular desses direitos e, devidamente representado, 
tem legitimação para reclamar perdas e danos por violação dos seus direitos. 
c) somente a pessoa natural é titular desses direitos, podendo dispor do 
próprio corpo, vendendo órgãos ou membros dele, considerado o princípio 
da autonomia privada. 
d) o direito à intimidade da vida privada é inviolável, estando o juiz impedido 
de adotar medidas para impedir ou fazer cessar o ato de violação, 
resolvendo-se em perdas e danos. 
e) são atributos específicos da personalidade e seu titular não pode ser 
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou 
intervenção cirúrgica. 
 
 
DPE/RS – 2014 
32. Os Direitos da Personalidade são direitos 
 
 
 
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 (A) tutelados, em vida, pelo titular e por parentes em linha reta até o 
segundo grau, pela via preventiva e repressiva. 
(B) de defesa da integridade física, intelectual e moral, abrangendo o 
resguardo do mínimo existencial, mas não o respeito pelas condições de 
liberdade e de igualdade, dimensão reservada à proteção pelos direitos 
fundamentais. 
(C) subjetivos de natureza patrimonial e que têm como objeto os bens e os 
valoresessenciais da pessoa. 
(D) adquiridos pelo sujeito independentemente da vontade, mas seu 
exercício admite limitação voluntária, desde que esta não ocorra de forma 
geral e permanente. 
(E) inerentes à dignidade da pessoa humana, razão pela qual sua proteção 
não se aplica às pessoas jurídicas. 
 
 
DPE/RS – 2011 
47. Pessoas jurídicas de direito privado, seu processo de personificação e 
desconsideração de sua personalidade jurídica. 
(A) Não se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da 
personalidade. 
(B) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, sendo exigível, em regra, 
autorização estatal para a sua criação e personificação. 
(C) Nos termos do Código Civil, a desconsideração da personalidade jurídica 
exige a comprovação de fraude ou abuso de direito, sendo prescindível, 
nesses casos, a demonstração de insolvência da pessoa jurídica, mas 
necessária a prova da má-fé do sócio gestor. 
(D) É cabível a desconsideração da personalidade jurídica “inversa”, visando 
a alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou 
desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 
(E) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não alcança as 
pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não 
econômicos. 
 
 
DPE/PE – 2015 
3 O espólio possui legitimidade para postular indenização por danos morais 
pelos prejuízos decorrentes de ofensa à imagem do falecido, em virtude da 
contratação de cartão de crédito após a morte do usuário, com a inscrição 
do seu nome nos cadastros de devedores inadimplentes. 
 
 
 
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4 A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias 
privadas deve ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao esquecimento 
das vítimas de crimes e, assim, preservar a dignidade da pessoa humana. 
 
 
Gabaritos 
 
Gabaritos das questões com comentários 
 
DPE/ES – 2012 
9. C 
 
DPE/ES – 2009 
71. C 
 
72. E 
 
73. E 
 
DPE/BA – 2010 
35. E 
 
92. E 
 
DPE/BA – 2006 
81. A 
 
82. B 
 
83. E 
 
84. B 
 
85. B 
 
 
 
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Gabaritos das questões sem comentários 
 
DPE/MA – 2015 
24. C 
 
DPE/MA – 2009 
42. D 
 
48. D 
 
DPE/MA – 2003 
29. B 
 
30. E 
 
DPE/AC – 2012 
39. E 
 
39-BIS. E 
 
DPE/AC – 2006 
25. A 
 
DPE/AC – 2003 
1. E 
 
2. E 
 
3. C 
 
4. E 
 
6. C 
 
 
 
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DPE/AM – 2011 
25. E 
 
DPE/RS – 2014 
32. D 
 
DPE/RS – 2011 
47. D 
 
DPE/PE – 2015 
3. E 
 
4. C 
 
Questões com comentários 
 
 
DPE/ES – 2012 
9. Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os 
administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por 
outro. 
Comentários 
O item 9 está correto, eis que a solidariedade decorre de lei ou de disposição 
contratual, sendo que o CC/2002 não estabelece a solidariedade entre os 
associados. 
 
 
DPE/ES – 2009 
71. O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a 
intervenção cirúrgica com risco de morte. 
Comentários 
O item 71 está correto, na forma do art. 15: “Ninguém pode ser constrangido a 
submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica". 
 
 
 
 
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DPE/ES – 2009 
72 A União, os estados, o DF e os municípios são, de acordo com o Código 
Civil, as únicas pessoas jurídicas de direito público interno. 
Comentários 
O item 72 está incorreto, eis que, consoante regra do art. 41, incluem nas 
pessoas jurídicas de direito público, também, os Territórios, as Autarquias, as 
Associações e os Consórcios. 
 
 
DPE/ES – 2009 
73. No que concerne a domicílio, é correto afirmar que, tendo uma pessoa 
natural vivido sucessivamente em diversas residências, qualquer uma delas 
será considerada como domicílio seu. 
Comentários 
O item 72 está incorreto, já que a pluralidade de domicílios pode ser verifica 
quando a pessoa fixa residência em variados locais, presentemente. Se mudou 
de residência com ânimo definitivo, aquele local deixa de ser seu domicílio, ainda 
que mude sucessivamente para locais diversos. 
 
 
DPE/BA – 2010 
92. Ao tratar da desconsideração da pessoa jurídica, o CDC estabelece que 
as sociedades integrantes dos grupos societários, as sociedades controladas 
e as consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações 
previstas no código. 
Comentários 
A alternativa está incorreta, de acordo com o art. 28, §2° do CDC: “As 
sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são 
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.” 
 
 
DPE/BA – 2006 
81. Analise os artigos do Código Civil, apresentados a seguir: 
I. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a 
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 
 
 
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 II. São absolutamente capazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: os maiores de dezesseis anos; os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade. 
 III. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais, os 
viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo; os pródigos. 
IV. A capacidade dos índios será regulada por legislação geral ou comum. 
V. A menoridade cessa aos vinte e um anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Pode-se afirmar que: 
(A) Apenas o I e III estão corretos. 
(B) Apenas o IV está correto. 
(C) Apenas o V está correto. 
(D) Todos estão corretos. 
(E) Todos estão incorretos. 
Comentários 
O item I está correto, conforme o art. 2º: “A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os 
direitos do nascituro.” 
O item II está incorreto, na dicção do novo art. 3º: “São absolutamente 
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civi l os menores de 16 
(dezesseis) anos.” 
O item III estaria correto, na dicção anterior do CC/2002. No entanto, com as 
modificações operadas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, ele atualmente 
estaria incorreto. Veja novamente o art. 4º: “São incapazes, relativamente a 
certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade; 
IV - os pródigos.” 
O item IV está incorreto, na leitura do art. 4º, parágrafo único: “A capacidade 
dos indígenas será regulada por legislação especial.” 
O item V está incorreto, trazendo dicção do artigo próprio do CC/1916. 
A alternativa A está correta, portanto. 
 
 
 
 
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DPE/BA – 2006 
82. Analise os artigos do Código Civil e responda: 
I. Cessará, para os menores, a incapacidade: pela concessão dos pais 
manifestada conjuntamente em instrumento público, independentemente de 
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor 
tiver dezesseis anos completos. 
II. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo casamento. 
III. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo exercício de emprego 
público efetivo. 
IV. Cessará, para os menores, a incapacidade pela colação de grau em curso 
de ensino superior. 
V. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
(A) Apenas I, III e V estão corretos. 
(B) Apenas I está incorreto. 
(C) Apenas II, III, IV e V estão incorretos. 
(D) Todos estão corretos. 
(E) Todos estão incorretos. 
Comentários 
O item I está incorreto, de acordo com o art. 5º, parágrafo único, inc. I: 
“Cessará, para os menores, a incapacidade pela concessão dos pais, ou de um 
deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de 
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos”. 
O item II está correto, na forma do art. 5º, parágrafo único, inc. II. 
O item III está correto, consoante regra do art. 5º, parágrafo único, inc. III. 
O item IV está correto, conforme expressamente estabelece o art. 5º, parágrafo 
único, inc. IV. 
O item V está correto, na dicção do art. 5º, parágrafo único, inc. V. 
A alternativa B está correta, portanto. 
 
 
DPE/BA – 2006 
83. No que concerne aos “direitos da personalidade”, a legislação vigente 
dispõe que: 
 
 
 
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I. Todos os direitos da personalidade, sem qualquer exceção são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo apenas o seu exercício sofrer 
limitação voluntária. 
II. Pode-se apenas exigir que cesse a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
A mera ameaça a direitos de personalidade não resta protegida pela 
legislação. 
III. É absolutamente defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes, ainda que haja pronunciamento médico favorável. 
IV. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita ou 
paga do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
V. O testamento vital é aceito pela legislação brasileira nos termos do Código 
Civil fundado no princípio da dignidade humana e no art. 15 do citado 
diploma legal ao dispor que “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, 
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. 
Analisando as assertivas acima, verifica-se que: 
(A) Apenas I e III estão corretas. 
(B) Apenas IV e V estão corretas. 
(C) Apenas a V está incorreta. 
(D) Todas estão corretas. 
(E) Todas estão incorretas. 
Comentários 
O item I está incorreto, conforme art. 11: “Com exceção dos casos previstos em 
lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não 
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.” 
O item II está incorreto, de acordo com o art. 12: “Pode-se exigir que cesse a 
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei.” 
O item III está incorreto, na dicção do art. 13: “Salvo por exigência médica, é 
defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição 
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.” 
O item IV está incorreto, consoante regra do art. 14: “É válida, com objetivo 
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em 
parte, para depois da morte.” 
O item V estaria incorreto, em 2006. No entanto, com a publicação da Resolução 
do CFM nº 1.995/2012, esse item poderia ser considerado correto. 
A alternativa E está correta, portanto. 
 
 
 
 
 
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DPE/BA – 2006 
84. Relativamente ao tema das pessoas jurídicas, pode-se asseverar que: 
 I. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito 
privado e são pessoas jurídicas de direito público interno: a União; os 
Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as autarquias; as 
demais entidades de caráter público criadas por lei. 
II. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
III. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos 
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
IV. São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; 
as autarquias; as fundações; as organizações religiosas; os partidos 
políticos. 
V. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público e 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
Analisando as assertivas da questão 84, verifica-se que: 
(A) Apenas I, II e III estão incorretas. 
(B) Apenas IV e V estão incorretas. 
(C) Apenas a IV está incorreta. 
(D) Apenas a I está incorreta. 
(E) Todas estão incorretas. 
Comentários 
O item I está correto, na forma do art. 41: “São pessoas jurídicas de direito 
público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.” 
O item II está correto, segundo o art. 42: “São pessoas jurídicas de direito 
público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas 
pelo direito internacional público.” 
O item III está correto, consoante regra do art. 43: “As pessoas jurídicas de 
direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que 
 
 
 
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nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.” 
O item IV está incorreto, no que tange às autarquias, por força do art. 41, inc. 
IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno as autarquias, inclusive as 
associações públicas” 
O item V está incorreto, especificamente quanto às pessoas jurídicas de direito 
público, segundo o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.” 
A alternativa B está correta, portanto. 
 
 
DPE/BA – 2006 
85. Relativamente ao tema das fundações, do domicílio, dos bens móveis e 
da validade do ato jurídico, observa-se que: 
I. Para criar uma autarquia, o seu instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneirade administrá-la. 
 II. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio apenas uma delas. 
III. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: da União, o Distrito Federal; 
dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; do Município, o lugar onde 
funcione a administração municipal; das demais pessoas jurídicas, o lugar 
onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde 
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
IV. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: as energias que tenham 
valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações 
correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas 
ações. 
V. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, pode, para eximir-se de uma 
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido 
pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. Analisando 
as assertivas acima, verifica-se que: 
(A) Apenas I, II, III, e V estão incorretas. 
(B) Apenas a III está correta. 
(C) Apenas a III está incorreta 
(D) Apenas I e IV estão incorretas 
(E) Todas estão corretas 
Comentários 
 
 
 
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O item I está incorreto, na forma do art. 62: “Para criar uma fundação, o seu 
instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens 
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira 
de administrá-la.” 
O item II está incorreto, de acordo com o art. 71: “Se, porém, a pessoa natural 
tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio 
seu qualquer delas.” 
O item III está correto, conforme reza o art. 75: “Quanto às pessoas jurídicas, 
o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto 
ou atos constitutivos.” 
O item IV está incorreto. Trataremos dele em aula subsequente. 
O item V está incorreto. Trataremos dele em aula subsequente. 
A alternativa B está correta, portanto. 
 
Legislação pertinente 
 
Fique atento às modificações feitas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência 
ao CC/2002: 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
 
Distinga as pessoas jurídicas de direito público das pessoas jurídicas de 
direito privado: 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
 
 
 
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IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a 
que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu 
funcionamento, pelas normas deste Código. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Atente para as regras do domicílio: 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um 
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio 
da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o 
lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o 
preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do 
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde 
servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar 
imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, 
o lugar em que cumprir a sentença. 
 
Jurisprudência e Súmulas Correlatas 
 
Para a desconsideração da personalidade jurídica não basta dissolução 
irregular: 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. INDÍCIO DE ENCERRAMENTO 
IRREGULAR DA SOCIEDADE. CIRCUNSTÂNCIA INSUFICIENTE PARA AUTORIZAR A 
DESCONSIDERAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO. 
 
 
 
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1. Não é possível deferir a desconsideração da personalidade jurídica sem prova concreta 
de fraude ou de abuso de personalidade. Precedentes. 
2. A mera dissolução irregular da sociedade não autoriza a desconsideração da 
personalidade jurídica da sociedade para alcançar bens dos sócios. Precedentes. 
3. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no AREsp 757.873/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 15/12/2015, DJe 03/02/2016) 
 
A decretação da fraude é consequência, não fundamento, para a 
desconsideração da personalidade jurídica: 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. 
FRAUDE CONTRA CREDORES. CONFUSÃO PATRIMONIAL. RECONHECIMENTO. INCIDÊNCIA 
DA SÚMULA 7/STJ. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. 
1. No sistema de persuasão racional adotado pelo Código de Processo Civil nos arts. 130 e 
131, em regra, não cabe compelir o magistrado a autorizar a produção desta ou daquela 
prova, se por outros meios estiver convencido da verdade dos fatos, tendo em vista que o 
juiz é o destinatário final da prova, a quem cabe a análise da conveniência e necessidade 
da sua produção. 
2. O acórdão recorrido tem fundamentação robusta acerca da existência de confusão 
patrimonial entre empresas do mesmo grupo econômico, com a finalidade de fraudar 
credores. Assim, é cabível a desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do art. 
50 do Código Civil, bem como o reconhecimento da fraude à execução, com amparo na 
Súmula n. 375/STJ: "O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente". Incidência da 
Súmula 7/STJ. 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no AREsp 231.558/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 
em 18/12/2014, DJe 02/02/2015) 
 
Permite-se a desconsideração inversa da personalidade jurídica, quando o 
sócio “usa” a sociedade para esconder seu patrimôniopessoal: 
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 
50 DO CC/02. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. 
POSSIBILIDADE. 
I A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados impede o 
conhecimento do recurso especial. Súmula 211/STJ. 
II Os embargos declaratórios têm como objetivo sanear eventual obscuridade, contradição 
ou omissão existentes na decisão recorrida. 
Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal a quo pronuncia-se de forma clara e 
precisa sobre a questão posta nos autos, assentando-se em fundamentos suficientes para 
embasar a decisão, como ocorrido na espécie. 
III A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da 
autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na 
desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu 
patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio 
controlador. 
 
 
 
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IV Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine é combater a utilização indevida 
do ente societário por seus sócios, o que pode ocorrer também nos casos em que o sócio 
controlador esvazia o seu patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, conclui-se, 
de uma interpretação teleológica do art. 50 do CC/02, ser possível a desconsideração 
inversa da personalidade jurídica, de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas 
contraídas pelo sócio controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma. 
V A desconsideração da personalidade jurídica configura-se como medida excepcional. Sua 
adoção somente é recomendada quando forem atendidos os pressupostos específicos 
relacionados com a fraude ou abuso de direito estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente 
se forem verificados os requisitos de sua incidência, poderá o juiz, no próprio processo de 
execução, levantar o véu da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja 
os bens da empresa. 
VI À luz das provas produzidas, a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, 
entendeu, mediante minuciosa fundamentação, pela ocorrência de confusão patrimonial e 
abuso de direito por parte do recorrente, ao se utilizar indevidamente de sua empresa para 
adquirir bens de uso particular. 
VII Em conclusão, a r. decisão atacada, ao manter a decisão proferida no primeiro grau de 
jurisdição, afigurou-se escorreita, merecendo assim ser mantida por seus próprios 
fundamentos. 
Recurso especial não provido. 
(REsp 948.117/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
22/06/2010, DJe 03/08/2010) 
 
O Enunciado 512 do CJF torna desnecessária a autorização para o casamento 
de menor já emancipado: 
512) Art. 1.517. O art. 1.517 do Código Civil, que exige autorização dos pais ou 
responsáveis para casamento, enquanto não atingida a maioridade civil, não se aplica ao 
emancipado. 
 
O Enunciado 397 do CJF estabelece indiretamente que a emancipação se opera 
por decisão com efeitos constitutivos: 
397) Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita a 
desconstituição por vício de vontade. 
 
A pessoa jurídica, enquanto titular de personalidade jurídica, pode sofrer 
dano moral, segundo Súmula do STJ: 
STJ Súmula 227 08/10/1999 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
Considerações Finais 
Chegamos ao final da aula inaugural! Vimos que, mesmo que sejam temas mais 
genéricos, são assuntos bastante exigidos nas provas, como deixei bem claro no 
início da aula. Na verdade, com as modificações realizadas pela Lei 
 
 
 
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Teoria e Questões 
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13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, é muito provável 
que o examinador cobre alguma coisa nesse sentido. Vimos que há, 
inclusive, algumas pegadinhas que podem te trazer problemas se você não 
prestar atenção, por isso, todo cuidado é pouco! Podemos esperar questões 
que envolvam o Estatuto na DPE/ES! 
Na próxima aula daremos continuidade à Parte Geral do CC/2002, agora com os 
fatos jurídicos. Será uma aula mais teórica e um tanto mais pesada, porém muito 
importante, pois traremos os conceitos básicos da matéria que subsidiarão 
nossos estudos ao longo de todo o curso. 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou 
disponível no fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Facebook. 
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! 
 
Paulo H M Sousa 
 
prof.paulosousa@yahoo.com.br 
 
https://www.facebook.com/PauloHenriqueSousa 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Alunotreinar, com o gabarito na sequência, e outra parte ficará comentada. 
A quantidade de questões comentadas e de questões para exercício dependerá 
da quantidade de questões que foram cobradas. Assim, em tópicos nos quais 
temos quantidade grande de questões, como nas próximas aulas, teremos uma 
quantidade de questões de treino maior, ao passo que nos tópicos nos quais 
temos uma quantidade menor de questões, como Hermenêutica ou Direito 
Registral, teremos uma quantidade de questões de treino menor, com mais 
questões comentadas. Como você verá, na próxima aula, sobre a teoria do 
fato jurídico, teremos uma quantidade enorme de questões, o que torna 
esse um dos temas quentes para estudar para a prova da DPE/ES. Fique 
ligado! 
Além disso, preciso chamar sua atenção para um fato relevantíssimo. Você já 
olhou o Edital de Direito Civil? Não? Pois eu já e confesso que fiquei 
assustado. A quantidade de matéria é impressionante, disparado o maior 
Edital que já vi. Não à toa o Direito Civil tem tanta relevância na prova da DPE/ES, 
já que o Edital compensa tantos pontos na quantidade de temas. 
Direito Civil
10%
Demais
90%
Questões
Direito Civil Demais
 
 
 
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Teoria e Questões 
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E aí, precisamos fazer escolhas. Você tem menos de 2 meses para se preparar 
para o concurso com o nosso Curso, que inclui não apenas o Direito Civil, mas 
tantos outros “Direitos”. Se eu for detalhar ao extremo todos os itens do Edital 
de Direito Civil, você poderá começar a estudar Direito Penal, Constitucional etc. 
lá em setembro! Tá brincando!? Não, não mesmo. 
Por isso, alguns temas que me parecem menos críveis de caírem na sua 
prova, eu ou passarei por eles superficialmente, para você ter uma noção 
geral, ou eu simplesmente não passarei, torcendo para que aquilo não 
apareça na sua prova. Isso porque é humanamente impossível para você 
conseguir estudar tudo aquilo, com qualidade e profundidade, e no tempo que 
temos. 
Como eu disse, a prova será feita pela FCC. Eu conheço a FCC; eles têm por 
hábito cobrar as questões a partir da literalidade da lei, em regra. 
Cobram com profundidade, e às vezes com a jurisprudência consolidada 
do STJ/STF, mas trazem poucos aspectos doutrinários. Por isso, não 
adianta ficarmos muito batendo cabeça com os “Princípios informativos do Código 
Civil de 1916” (sim, isso está no Edital), pois a FCC dificilmente fará uma questão 
sobre isso. Entendeu? FOCO! 
Analisemos as duas últimas provas da DPE/ES. Na prova objetiva de 2012 
tivemos 11 itens de Direito Civil “puro” (sem contar ECA e CDC) e na prova de 
2009 contamos com 24 questões. Podemos visualizar, assim, por alto, o que 
esperar da próxima prova. Vou dividir o Direito Civil de uma maneira bem 
tradicional, para você ter em mente o que caiu: 
a. Pessoas, bens e fatos jurídicos (Parte Geral, Livros I, II e III); 
b. Obrigações (Parte Especial, Livro I); 
c. Contratos (Parte Especial, Livro I); 
d. Responsabilidade Civil (Parte Especial, Livro I); 
e. Coisas (Parte Especial, Livro III); 
f. Família (Parte Especial, Livro IV); 
g. Sucessões (Parte Especial, Livro V). 
Com essa divisão, chegamos à seguinte conclusão estatística: 
 
 
 
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Podemos observar desse gráfico que nas duas últimas provas da DPE/ES, de 2009 
e 2012, tivemos um foco bastante grande nas questões da Parte Geral, que 
envolve pessoas, bens e fato jurídico. Dos 35 itens daqueles certames, 16 deles 
foram integralmente voltadas à Parte Geral, ou seja, 50% da prova de Direito 
Civil focou-se exclusivamente nos conteúdos que apresentaremos nas Aulas 0, 1, 
2, 3 e 19. 
No mais, é de se destacar os 5 itens de Direito de Família e Direito dos Contratos, 
cada. Somando-se estes àqueles, temos 26 itens, quase a totalidade da prova de 
Direito Civil. 
Por outro lado, o Direito das Obrigações contou com 4 itens, o Direito das Coisas 
com3, a Responsabilidade de Civil com 2 e o Direito das Sucessões com nenhum 
item. 
Por isso, o recado das últimas provas parece evidente: foque na Parte 
Geral, mas não esqueça de Família e Contratos! Como, porém a prova foi 
realizada por outra banca e já há 4 anos, é de esperar que tenhamos algumas 
modificações, claro. 
Falo isso porque, pelo levantamento que fiz das DPEs, os dois temas mais focados 
são: Parte Geral e Direito de Família, disparados, seguidos de Contratos e 
Responsabilidade Civil. O Direito de Família conta, isoladamente, com 
muuuitas questões, provavelmente pela atuação que se espera do 
Defensor Público. 
No que tange às últimas modificações legais que tivemos, é de se esperar que o 
examinador traga questões que envolvam um tema relevante e extremamente 
novo: o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que entrou 
em vigor há poucos meses. Igualmente, o NCPC trouxe algumas modificações 
no CC/2002, pelo que é de se esperar que ele também seja cobrado, para 
averiguar se o candidato anda ligado nas recentes mudanças legislativas. 
0
5
10
15
20
Pessoas, bens e fatos
jurídicos
Obrigações
Contratos
Responsabilidade CivilCoisas
Família
Sucessões
Questões da 1ª Fase (2009 e
2012)
 
 
 
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Nós, obviamente, ao longo do curso, vamos chamar sua atenção para essas 
mudanças, para que você não perca os detalhes, que, por vezes, podem ser 
cobrados na sua prova. 
O foco é importante. Tão importante que nós também vamos guiar os seus 
estudos de maneira focada. Como? Nosso Curso foi desenhado 
especificamente em cima do Edital da prova da DPE/ES que foi publicado. 
É de se esperar que a sua prova não mude muito em relação aos demais feitos 
pela FCC. No entanto, quando tivermos mudanças mais impactantes na 
legislação, nós te avisaremos, para que você preste máxima atenção e não deixe, 
por bobeira, algum detalhe passar batido! 
Por isso, como você poderá ver ao longo das aulas e como poderá ver já nesta 
aula, os itens das nossas aulas CORRESPONDEM EXATAMENTE AOS ITENS 
DO EDITAL, inclusive na numeração. Assim você poderá ACOMPANHAR 
EXATAMENTE A MATÉRIA QUE CONSTARÁ DO CONCURSO, SEM ESTUDAR 
TEMAS DESNECESSÁRIOS E SEM PERDER OS NECESSÁRIOS. Nosso Curso 
foi pensado e desenvolvido na medida para você! 
Assim, em vista das informações que levantamos desenvolveremos um Curso 
objetivo e direto, com base nos assuntos mais cobrados em prova. 
Cronograma de Aulas 
O nosso Curso compreenderá um total de 20 aulas, além desta aula 
demonstrativa. Como vocês podem perceber as aulas são distribuídas para que 
possamos tratar cada um dos assuntos com a tranquilidade necessária para você 
absorver o conteúdo, transmitindo segurança a vocês para um excelente 
desempenho em prova. Obviamente, como o Edital está aí, precisamos também 
de muita objetividade para evitar perder tempo com questões laterais. 
As aulas ficarão distribuídas conforme cronograma abaixo: 
AULA DATA CONTEÚDO 
00 02/08/2016 Pessoas naturais e jurídicas (9, 10, 23, 47) 
01 05/08/2016 Bens (11) 
02 09/08/2016 Fato jurídico (12, 13, 16) 
03 12/08/2016 Prescrição e decadência (15) 
04 16/08/2016 Obrigações I (17) 
05 19/08/2016 Obrigações II (17, 20) 
06 23/08/2016 Contratos I (6, 7 18) 
07 26/08/2016 Contratos II (19, 40) 
 
 
 
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08 30/08/2016 Contratos III (19) 
09 02/09/2016 Responsabilidade Civil I (13, 14, 21) 
10 06/09/2016 ResponsabilidadeCivil II (21) 
11 09/09/2016 Direito das coisas I (24) 
12 13/09/2016 Direito das coisas II (25, 26, 43) 
13 16/09/2016 Direito das coisas III (27, 28, 29, 46) 
14 20/09/2016 Direito de família I (30, 31, 34) 
15 23/09/2016 Direito de família II (32, 33, 35, 44, 45) 
16 27/09/2016 Direito das sucessões I (36) 
17 30/09/2016 Direito das sucessões II (36) 
18 03/10/2016 Direito civil contemporâneo (9, 30, 31) 
19 
05/10/2016 LINDB, direito intertemporal e hermenêutica (1, 
3, 5, 8) 
20 02/08/2016 História do direito civil (2, 4) 
Do Edital de Direito Civil, vááários itens são serão por nós tratados, como eu 
disse antes, seja porque eu pessoalmente creio que não é necessário estuda-los 
para a prova objetiva da FCC, seja porque eles serão tratados por outros 
professores, ainda que pela Ementa eles façam parte do Direito Civil . Para 
racionalizar os seus estudos, eu não vou perder tempo com itens que 
serão tratados por outros professores ou “extravagantes demais, 
evitando repetições desnecessárias. O seu tempo é escasso e precisamos 
focar 100%. Lembre-se que o nosso objetivo é te preparar integralmente para 
a prova do seu concurso, pelo que precisamos trabalhar com a estratégia 
necessária para tornar os seus estudos o mais objetivo e direto possível, 
maximizando suas chances de aprovação! 
Eventuais ajustes de cronograma poderão ser realizados por questões didáticas 
e serão sempre informados com antecedência. 
Metodologia do Curso 
Vistos esses aspectos iniciais referentes ao concurso, vamos tecer algumas 
observações prévias importantes a respeito do nosso Curso: 
PRIMEIRA, como a disciplina e conteúdo são vastos vamos priorizar os assuntos 
mais recorrentes e importantes para a prova. Desse modo, os conceitos e 
 
 
 
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Teoria e Questões 
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informações apresentados serão objetivos e diretos, visando à resolução de 
provas objetivas. 
SEGUNDA, serão utilizadas, ao longo do curso, as questões do último concurso, 
além das demais provas que mencionamos acima. NOSSO INTUITO SERÁ, 
PORTANTO, FOCAR EXCLUSIVAMENTE NO EDITAL DO SEU CONCURSO 
PARA QUE SUA PREPARAÇÃO SEJA 100%! 
É bom registrar que todas as questões do material serão comentadas de 
forma analítica. Sempre explicaremos o porquê de a assertiva estar correta ou 
incorreta. Isso é relevante, pois o aluno poderá analisar cada uma delas, perceber 
eventuais erros de compreensão e revisar os assuntos tratados. 
TERCEIRA, os conteúdos desenvolvidos observarão a doutrina mais abalizada à 
prova atualmente. Além disso, dado o conteúdo exigido nas questões, 
levaremos em consideração especialmente a legislação pertinente e, se 
necessário, o posicionamento dos tribunais superiores, notadamente do 
STJ, a respeito dos temas. Essa é a nossa proposta! 
As aulas em .pdf têm por característica essencial a didática. Vamos abordar 
assuntos doutrinários, legislativos e jurisprudenciais com objetividade, 
priorizando a clareza, para facilitar a absorção. 
Isso, contudo, não significa superficialidade. Pelo contrário, sempre que 
necessário e importante os assuntos serão aprofundados de acordo com o 
nível de exigência das provas anteriores. 
Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos 
informativos, resumos, figuras, tudo com o fito de “chamar atenção” 
para os conteúdos que possuem relevância para a prova. Sempre 
que houver uma “corujinha” no material redobre a atenção. 
Sugere-se acompanhar as aulas com a legislação pertinente. Citaremos, por 
razões óbvias, apenas os dispositivos mais relevantes, dado o volume enorme de 
legislação que existe no Direito Civil. 
Outro aspecto muito importante dos nossos cursos é a possibilidade de contato 
direto e permanente com o Professor. Temos um fórum de dúvidas, por 
intermédio do qual o aluno poderá manter contato com o Professor. Durante o 
estudo dos materiais, podem surgir dúvidas ou dificuldades de compreensão. É 
direito do aluno e dever do Professor atendê-lo. 
Foco, objetividade e didática conduzirão todo o nosso curso. 
 
 
 
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Teoria e Questões 
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Por fim, nossas aulas seguirão uma estrutura padronizada. Haverá uma parte 
inicial, onde abordaremos os assuntos que serão tratados, informações sobre 
aulas passadas (tais como esclarecimentos, correções etc.). Em seguida, teremos 
a parte teórica da aula, permeadas por questões. 
Por fim, além da lista de questões apresentadas, da legislação e jurisprudência 
correlatas, faremos o fechamento da aula, com sugestões para a revisão e dicas 
de estudo. 
Vejamos a estrutura das aulas: 
 
 
C
A
R
A
C
T
E
R
ÍS
T
IC
A
S
 
D
O
 
C
U
R
S
O
Destaque das principais aspectos de cobrança em 
prova.
Utilização de recursos didáticos (esquemas, quadros, 
resumos, gráficos).
Questões comentadas analíticamente.
Material objetivo
Fórum de Dúvidas
•Observações sobre aulas passadas, eventuais 
ajustes e assuntos a serem estudadosCONSIDERAÇÕES INICIAIS
•Teoria, questões comentadas, esquemas e 
gráficos explicativos, legislação pertinente, 
doutrina e jurisprudência
AULA
•Questões "secas", sem comentários, para você 
treinar, o gabarito, para que você possa rever o 
conteúdo e as questões comentadas
QUESTÕES
•Observações quanto a elementos pontuais da 
legislação, para você gravarLEGISLAÇÃO PERTINENTE
•Análise de jurisprudência e entendimentos 
sumulares, quando pertinentesJURISP. E SÚMULAS
•Dicas e sugestões de estudo e informações sobre 
a próxima aula.CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
Apresentação Pessoal 
Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Paulo H M Sousa. 
Sou graduado e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Atualmente, sou Doutorando em Direito pela mesma Instituição e visiting 
researcher no Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales 
Privatrecht, em Hamburgo/Alemanha. 
Estou envolvido especificamente com concursos há algum tempo. Atualmente, 
sou o responsável pelo Curso de Direito Civil para a Primeira e Segunda Fases da 
OAB do Estratégia Concursos. Essa prova ainda exige conteúdos de CDC, ECA e 
Direito Processual Civil, também sob minha responsabilidade. Além disso, sou o 
responsável pelos demais cursos de Direito Civil dos concursos de nível superior 
que o Estratégia recentemente vem lançando, como a PGE/SP, BACEN, AGU, 
PGFN, DPE/BA, DPE/ES e outros. 
Produzo tanto o material em pdf quanto as videoaulas para esses certames desde 
quando o Estratégia Concursos lançou esses cursos. Igualmente, leciono Direito 
já há 6 anos. Desde então exerço a advocacia e me dediquei à docência, 
profissões que exerço ainda hoje. 
Leciono as disciplinas de Direito Civil, desde a Introdução ao Direito Civil até o 
Direito das Sucessões, e de Bioética, na graduação e na pós-graduação em Direito 
em diversas instituições privadas. Recentemente empreendemos o projeto das 
Carreiras Jurídicas aqui no Estratégia e eu me tornei o responsável pela área do 
Direito Civil. 
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será um 
prazer orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que se inicia hoje. 
Sempre que precisar, utiliza um desses canais de comunicação, o que for mais 
fácil e conveniente para você: 
 
prof.paulosousa@yahoo.com.br 
 
https://www.facebook.com/PauloHenriqueSousa 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e QuestõesAula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
 
AULA 00 – TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL: 
PESSOAS 
 
Considerações Iniciais 
Na aula de hoje vamos tratar dos conceitos iniciais de Direito Civil, com algumas 
noções introdutórias importantes para a compreensão da Parte Geral do Código. 
Só pra você saber, após o levantamento que fiz em relação às questões das DPEs, 
A PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL É TEM UM GRANDE NÚMERO DE 
QUESTÕES NAS PROVAS, ao lado do Direito de Família. Por isso, nessas 
duas aulas, fique atento! 
Além disso, atenção para os modificações trazidas pelo Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, que fez um giro de 360º na compreensão que temos sobre 
alguns dos temas da aula de hoje. 
9 – PESSOA NATURAL 
9.1 – Definição e distinções 
O termo “pessoa” vem do latim persona, que era a máscara teatral utilizada para 
empostar a voz durante a apresentação. Na perspectiva positivista, ser 
humano e pessoa são conceitos distintos, ainda que tenham um espaço de 
confusão. 
É possível, portanto, haver pessoa que não é ser humano e ser humano que não 
é pessoa. Como? A resposta à primeira parte da pergunta ainda pode ser dada 
atualmente. Uma empresa, apenas de não ser humana, é considera uma pessoa. 
A resposta à segunda parte da pergunta já não é mais possível, dado o fim da 
escravidão. Porém, até 1888, determinados seres humanos não eram 
considerados pessoas, mas bens. 
Mas, o que é ser humano? A resposta a essa pergunta não está no mundo jurídico, 
porque esse conceito não é um conceito jurídico, é um conceito biológico, médico 
e histórico-sociológico. 
O Direito Civil, portanto, não se preocupa com essa divisão entre humano e não-
humano, mas com outra distinção: sujeitos e objetos. Aí é que o conceito de 
Pessoa Jurídica pode ser entendido, pois somente as pessoas são consideradas 
sujeitos, ainda quando não sejam humanas. 
Cria-se, assim, a categoria de sujeito de direito: “Sujeito de direito é quem 
participa da relação jurídica, sendo titular de direitos e deveres”. Esse 
 
 
 
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DIREITO CIVIL – DPE/ES 
Teoria e Questões 
Aula 00 – Prof. Paulo H M Sousa 
 
conceito da doutrina parte do art. 1º do CC/2002, que estabelece que “Toda 
pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. 
A pessoa, portanto, é um estado jurídico de potência em relação ao direito, ou 
seja, a possibilidade de ser titular de direitos e obrigações. Não há, portanto, um 
sujeito sem direitos ou direitos sem sujeito que os titularize, por lógica. 
Atualmente, porém, a tendência é confundir os conceitos, pois todo ser humano 
é também pessoa e, consequentemente, sujeito de direito. 
 
 
9.2 – Aquisição e extinção da personalidade 
De maneira simplista, a personalidade se adquire com o nascimento com 
vida e extingue-se com a morte. 
Nesse sentido, o art. 2º do CC/2002 assim estabelece: 
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Nascem, então, três correntes para explicar os direitos 
do nascituro, se já titular de direitos e obrigações e 
possuidor de personalidade jurídica – logo, pessoa – ou não: 
Sujeito de 
Direito
Pessoa 
Física/Natural
Ser humano
Pessoa 
Jurídica
Coisa/Bem
 
 
 
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Teoria e Questões 
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Já o art. 6º, por sua vez, tem a seguinte redação: 
A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
O problema são essas situações “peculiares”, o nascituro e aquele que 
desapareceu. Adquiriram já personalidade ou a perderam, respectivamente? 
Veremos, adiante, cada uma dessas peculiaridades. 
A personalidade é “a possibilidade de alguém participar de relações 
jurídicas decorrente de uma qualidade inerente ao ser humano, que o 
torna titular de direitos e deveres”. 1 Segundo Francisco Amaral, a 
capacidade é, portanto, uma qualidade intrínseca da pessoa. 
O autor parte da concepção naturalista, lecionando que a personalidade é uma 
qualidade intrínseca, própria, do ser humano. Se partirmos da concepção 
formalista, a qualificação jurídica que transforma o ser humano em pessoa é 
exatamente a personalidade. 
Assim, podemos dizer que a personalidade é a sombra de um ser humano 
projetado através de um vidro e esse vidro é o Direito. A personalidade é, assim, 
um valor, um princípio jurídico fundamental. 
 
Concepção naturalista 
 
1 Segundo AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014. 
• A aquisição da personalidade só ocorre com o nascimento com
vida. A lei salvaguarda os direitos do nascituro em vista de sua
potência como pessoa, mas não autonomamente
• É a perspectiva do art. 2ª do CC/2002
Teoria Natalista
• A aquisição da personalidade ocorre desde a concepção,
independentemente do nascimento com vida, já que a lei
salvaguarda os direitos do nascituro desde a concepção
• É a perspectiva da Lei de Alimentos Gravídicos, da
indenizabilidade dos danos morais e do DPVAT, ao nascituro.
Teoria Concepcionista
• A aquisição da personalidade começa com a concepção, mas
condicionada ao nascimento com vida; se nasce com vida, tinha
personalidade desde a concepção, se não, nunca a teve
• É a perspectiva do art. 1.799, §3º do CC/2002
Teoria da Personalidade Condicional
 
 
 
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Concepção formalista
 
9.3 – Direitos da personalidade 
Quando adquire personalidade, a pessoa passa a ter uma série de 
direitos oriundos dessa personalidade. São os chamados direitos de 
personalidade, que têm por objeto os bens e valores essenciais da pessoa. 
Os direitos da personalidade são direitos subjetivos e, portanto, 
conferem à pessoa o poder de defender sua personalidade no aspecto 
psicofísico amplo. A tutela dos direitos de personalidade também é bastante 
ampla: internacional, constitucional, civil e penal; diferentes esferas, portanto, 
protegem os diferentes direitos da personalidade de diferentes formas. 
A base dos direitos de personalidade é o princípio reitor da CF/1988, o princípio 
da dignidade da pessoa humana. O objetivo dos direitos de personalidade é a 
adequada proteção e tutela da pessoa humana. São as características dos 
direitos de personalidade, extraídas dos arts. 11 e ss. do CC/2002: 
 
Personalidade
PessoaSer humano
Ser humano Personalidade Pessoa
• Eficazes contra todos (erga omnes)
• No entanto, são os direitos da personalidade relativizados,
sobretudo aqueles que diretamente dependem da intervenção
estatal, como os chamados direitos subjetivos públicos (saúde,
educação, meio ambiente, moradia etc.)
A. Absolutos
 
 
 
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Quanto a esta última característica, especificamente, o art. 
12 estabelece que o interessado pode exigir que cesse 
a ameaça ou a lesão a seu direito da personalidade. 
Inclusive, pode ele reclamar perdas e danos, além das outras sanções previstas 
em lei. Mas, e no caso do morto? 
O parágrafo único, sanando essa dúvida, estabeleceu que 
em se tratando de morto, a legitimidade para requerer 
as medidas cabíveis recai sobre o cônjuge 
• Insuscetíveis de alienação
• Porém, são disponíveis os efeitos patrimoniais de todos os direitos
de personalidade e os próprios direitos de personalidade são
disponíveis, a depender da situação, como o direito à imagem ou
ao corpo, por exemplo
B. Indisponíveis
• Insuscetíveisde renúncia ou limite
• Mas, são renunciáveis os efeitos patrimoniais de todos os direitos
de personalidade e os próprios direitos de personalidade são
renunciáveis, a depender da situação (vacinação obrigatória,
renúncia de direito autoral)
C. Irrenunciáveis
• Não há prazo para sua utilização e não deixam de existir pelo
simples decurso do tempo
• Já os efeitos patrimoniais dos direitos da personalidade
prescrevem, como, por exemplo, o dano moral
D. Imprescritíveis
• Não são avaliáveis em dinheiro
• Porém, em caso de indenização por violação, afere-se a violação
por indenização pecuniária
E. Extrapatrimoniais
• Nascem com a pessoa e morrem com ela, independentemente de
atuação
• No entanto, os direitos da personalidade se estabelecem ainda
antes da pessoa nascer, como é o caso da proteção da
personalidade do nascituro, e ainda perduram, mesmo com a
morte, como no caso da proteção do nome do falecido
F. Inatos
 
 
 
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sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o 
quarto grau. 
Os direitos de personalidade são um todo unitário, mas dinâmico, que engloba 
os valores essenciais da pessoa. É possível falar em um direito geral de 
personalidade que se desdobra em direitos especiais da personalidade. 
Esse direito geral de personalidade tutela a 
personalidade de modo amplo, ao passo que os 
direitos especiais de personalidade tutelam cada 
aspecto específico dela. 
Como diferenciar os direitos de personalidade dos direitos humanos e 
dos direitos fundamentais? Segundo Anderson Schreiber todos esses termos 
são unívocos, eis que tratam todos da proteção da pessoa, da proteção dos 
diferentes atributos da personalidade humana merecedores de tutela jurídica. 
O que os distingue, fundamentalmente, é o plano de 
proteção em que essa personalidade se manifesta. No 
plano internacional, temos os direitos humanos, cuja base 
é a Declaração das Nações Unidas, de 1948. Geralmente, 
esses direitos são associados à humanidade em geral e aos ataques à pessoa 
humana por Estados do ponto de vista internacional. 
No plano constitucional, temos os direitos fundamentais, presentes na 
CF/1988, especialmente no Título II da Carta. Geralmente, esses direitos estão 
associados à defesa das liberdades públicas em face do Estado nacional, cujo 
documento base fora a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. 
No plano privado, temos, por fim, os direitos de personalidade, cuja base está 
no CC/2002, mas não só, espraiando-se por outros microssistemas (vide CDC e 
ECA) e leis extravagantes (vide o recente Estatuto da Pessoa com Deficiência ou 
o Estatuto do Idoso). Geralmente, esses direitos estão voltados à proteção da 
pessoa contra os demais particulares. 
Todos eles, porém, têm um mesmo fundamento: a 
dignidade humana, enxergada a partir de diferentes 
facetas, pelo que, a rigor, essa diferenciação perde 
importância e os direitos se aproximam, se entrelaçam. Numa perspectiva 
mais dogmática, no entanto, todo direito de personalidade é também 
fundamental e humano, mas nem todo direito humano e fundamental é da 
personalidade (ao menos não diretamente, como o direito de greve). 
A partir daí se pode construir uma divisão, um tanto arbitrária, a partir da 
doutrina clássica, dos direitos especiais de personalidade a partir da compreensão 
psicofísica. No entanto, uma classificação é desnecessária para sua prova, eis que 
o examinador não fará questionamentos dessa ordem. Deve-se, ao contrário, 
analisar os direitos de personalidade inscritos no CC/2002. 
Primeiro, o art. 13 limita atos de disposição do próprio corpo, quando 
importarem diminuição permanente da integridade física, ou contrariarem os 
bons costumes às situações em que há exigência médica. 
Excetuam-se os casos de transplante de órgãos (art. 
 
 
 
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13, parágrafo único) e de disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou 
em parte, para depois da morte, com objetivo científico ou altruístico. Esses 
atos, porém, podem ser livremente revogados a qualquer tempo. 
Ainda quanto ao corpo, o art. 15 preceitua que não se pode constranger 
alguém a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a 
intervenção cirúrgica. Nesse sentido, começa-se a permitir, no Brasil, o 
estabelecimento de diretivas antecipadas de vontade 
para tratamentos médicos, os chamados 
“testamentos vitais”, por aplicação da Resolução CFM 
1.995/2012, que assim dispõe em ser art. 1º: 
Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e 
expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, 
receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, 
sua vontade. 
Veja-se, porém, que ainda não há consenso legal sobre o assunto, que é tratado 
apenas pela referida Resolução. 
 
DPE/ES – 2009 
71. O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a 
intervenção cirúrgica com risco de morte. 
Comentários 
O item 71 está correto, na forma do art. 15: “Ninguém pode ser constrangido a 
submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica". 
Quanto ao nome, o direito ao nome protege também o 
prenome e o sobrenome (art. 16), além de apelidos ou 
pseudônimos socialmente reconhecidos, desde que lícitos 
(art. 19). Por isso, o nome da pessoa não pode ser 
empregado por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção 
difamatória (art. 17). Do mesmo modo, sem autorização, não se pode usar 
o nome alheio em propaganda comercial (art. 18). 
O nome social, a designação pela qual a pessoa 
travesti ou transexual se identifica e é socialmente 
reconhecida, é igualmente protegido. O Decreto 
8.727/2016, em vigor desde 28/04/2016, protege o uso do 
nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e 
transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e 
fundacional. 
Para tanto, o art. 2º, parágrafo único, expressamente veda o uso de 
expressões pejorativas e discriminatórias para referir-se a pessoas travestis 
ou transexuais. O objetivo é dar igual dignidade a todas as pessoas, 
independentemente de sua identidade de gênero. 
 
 
 
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Seguindo no mesmo sentido, a OAB, por meio da Resolução 
nº 5, de 07/06/2016 e DPU, por meio da Resolução nº 
108, de 05/05/2015, também protegem o uso do 
nome social. Veja o teor do art. 1º da Resolução da 
DPU: 
Art. 1º Fica assegurada a possibilidade de uso do nome social às pessoas trans, travestis e 
transexuais usuárias dos serviços, aos Defensores Públicos, estagiários, servidores e 
terceirizados da Defensoria Pública da União, em seus registros, sistemas e documentos, 
na forma disciplinada por esta Resolução. 
Parágrafo único. Entende-se por nome social aquele adotado pela pessoa, por meio do qual 
se identifica e é reconhecido na sociedade, a ser declarado pela própria pessoa, sendo 
obrigatório o seu registro. 
Por fim, o art. 20 do CC/2002 traz norma bastante restritiva em relação à 
divulgação relativa a pessoa: 
Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da 
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a 
exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa 
fama ou a respeitabilidade, ouse se destinarem a fins comerciais. 
Nesses casos, ainda que morto ou ausente não cessa a proteção, já que o 
parágrafo único permite que em se tratando de morto ou de ausente, são 
partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes 
ou os descendentes. 
Ao julgar a extensão da aplicação desse artigo, o STF, na 
ADin 4815, julgou que não é necessária a autorização 
de pessoa pública para a divulgação de biografia sua, 
mas o biógrafo responde por eventuais danos, na forma da lei. 
 
DPE/BA – 2006 
83. No que concerne aos “direitos da personalidade”, a legislação vigente 
dispõe que: 
I. Todos os direitos da personalidade, sem qualquer exceção são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo apenas o seu exercício sofrer 
limitação voluntária. 
II. Pode-se apenas exigir que cesse a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
A mera ameaça a direitos de personalidade não resta protegida pela 
legislação. 
III. É absolutamente defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes, ainda que haja pronunciamento médico favorável. 
 
 
 
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IV. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita ou 
paga do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
V. O testamento vital é aceito pela legislação brasileira nos termos do Código 
Civil fundado no princípio da dignidade humana e no art. 15 do citado 
diploma legal ao dispor que “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, 
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. 
Analisando as assertivas acima, verifica-se que: 
(A) Apenas I e III estão corretas. 
(B) Apenas IV e V estão corretas. 
(C) Apenas a V está incorreta. 
(D) Todas estão corretas. 
(E) Todas estão incorretas. 
Comentários 
O item I está incorreto, conforme art. 11: “Com exceção dos casos previstos em 
lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não 
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.” 
O item II está incorreto, de acordo com o art. 12: “Pode-se exigir que cesse a 
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei.” 
O item III está incorreto, na dicção do art. 13: “Salvo por exigência médica, é 
defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição 
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.” 
O item IV está incorreto, consoante regra do art. 14: “É válida, com objetivo 
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em 
parte, para depois da morte.” 
O item V estaria incorreto, em 2006. No entanto, com a publicação da Resolução 
do CFM nº 1.995/2012, esse item poderia ser considerado correto. 
A alternativa E está correta, portanto. 
9.4 – Capacidade 
De outro lado temos a capacidade. É possível que alguém tenha 
personalidade, mas não plena capacidade; ou, ao contrário, que alguém 
tenha capacidade sem plena personalidade. No primeiro caso temos os 
menores de 16 anos, que têm personalidade, mas não têm capacidade, segundo 
estabelece o art. 3º, inc. do CC/2002. Já no segundo caso temos as Pessoas 
Jurídicas, que têm plena capacidade, mas não tem plena personalidade, 
especialmente em relação aos direitos de personalidade que são próprios das 
pessoas humanas (direito de disposição do corpo, direito de voz, direito à 
liberdade religiosa etc.) 
A capacidade é a medida da personalidade. Pode-se fazer uma analogia com 
um copo: a personalidade é o copo, a capacidade é a marcação desse copo. 
 
 
 
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Alguns têm um copo pequeno, com poucas marcações de medida e pouca 
capacidade; outros possuem um copo grande, com muitas marcações e grande 
capacidade. 
Por isso, pode-se ser mais ou menos capaz, mas nunca mais ou menos 
pessoa. A capacidade é “manifestação do poder de ação implícito no conceito de 
personalidade”. 2 
 
 
Personalidade 
 
 
 
Capacidade 
 
9.5 – Incapacidade e emancipação 
Determinada pessoa pode ter capacidade jurídica, mas é faticamente limitada, 
em todos os sentidos. Nesses casos, a incapacitação é absoluta, pelo que nenhum 
ato pode ser praticado, sob pena de nulidade. Os dois elementos limitadores da 
capacidade são a idade e a saúde. 
Temos aqui uma importe e recente modificação da 
legislação civil trazida pela Lei 13.146/2015, a Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ou 
Estatuto da Pessoa com Deficiência. Sancionado em 
06/07/2015, o Estatuto entrou em vigor 180 dias 
após sua publicação, ocorrida em 07/07/2015. 
Ou seja, já em Janeiro de 2016, por força do art. 127, o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência entrou em vigor, pelo que ele é tema que 
constará, certamente, de sua prova. Por que ele é relevante? Porque 
trouxe profundas alterações no CC/2002 em matéria de capacidade e há 
grande chance de que essa novidade seja explorada já no seu concurso, 
por isso, atenção! 
O antigo art. 3º estabelecia três casos de incapacidade absoluta, veja só: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 
2 Segundo AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014. 
 
 
 
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Porém, o novo art. 3º limita a incapacidade absoluta 
aos menores de 16 anos apenas. No caso de 
incapacidade absoluta, há a representação do incapaz pelos 
pais, tutores ou curadores, que exercem os atos em nome 
da pessoa. Em geral, os pais serão os representantes do menor, por facilidade. 
Eventualmente, porém, na ausência dos pais, o absolutamente incapaz, por conta 
da idade (art. 3º, inc. I), será representado pelo tutor. 
Já na incapacidade relativa a limitação é parcial, pois se entende que o 
discernimento é maior. O art. 4º, igualmente modificado pelo Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, estabelece quais são os casos de incapacidade relativa: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos (foram retirados “os que, por deficiência 
mental, tenham o discernimento reduzido”); 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
ATENÇÃO ESPECIAL!!! O inc. III do art. 4º fala daqueles 
que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade. Antes do Estatuto da Pessoa com 
Deficiência essa situação se enquadrava na 
incapacidade absoluta; agora se trata de uma causa de incapacidade 
relativa! 
Voltando à pessoa com deficiência, elas, inclusive, não têm mais limitação ao 
testemunho. O art. 228, incs. II e III, do CC/2002 não admitia como testemunhas 
aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tinham 
discernimento para a prática dos atos da vida civil e os cegos e surdos, quando 
a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam. Essas 
limitações deixaram de existir e a avaliação sobre o testemunho depende 
da análise judicial acerca das possibilidades específicas de cada pessoa. 
Como ele fará isso? O §1º estabelece que para a prova de fatos que só elas 
conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere esteartigo. Nesse caso, diz o §2º, a pessoa com deficiência poderá testemunhar em 
igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os 
recursos de tecnologia assistiva. 
Mas, e como ficou a questão da capacidade das pessoas com deficiências depois 
da Lei nº. 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência? Primeiro, você 
tem de entender que o objetivo do Estatuto é dar paridade de status às pessoas 
com deficiência. Tais pessoas não passam mais, a partir da vigência da Lei, a se 
submeterem ao regime geral da tutela e curatela, típico dos relativa e 
absolutamente incapazes. 
O Estatuto reconhece, em seu art. 6º, que a deficiência não afeta a plena 
capacidade civil da pessoa, inclusive para: 
I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
 
 
 
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III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações 
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; 
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e 
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, 
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 
Em outras palavras, o Estatuto reconhece que as pessoas com deficiência 
necessitam tomar suas decisões autonomamente, mas com apoio especial 
daqueles que lhes apoiam, permanecendo intacto o princípio da dignidade 
humana, previsto na Constituição Federal, e estampado no art. 4º da Lei. 
Para isso, é necessário avaliar a deficiência da pessoa em questão, considerando, 
conforme estabelece o art. 2º do Estatuto: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e 
IV - a restrição de participação. 
Apenas quando necessário for a pessoa com deficiência será submetida 
à curatela, nos termos do art. 84, §1º do Estatuto, que constitui medida 
protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às 
circunstâncias de cada caso, que deve durar o menor tempo possível, 
conforme estabelece o §3º do mesmo artigo. Extraordinária que é, na sentença 
devem constar as razões e motivações de sua definição, preservados os 
interesses do curatelado (art. 85, §2º) 
Veja-se que, de maneira bastante interessante, o art. 1.768, inc. IV do CC/2002 
permite que a própria pessoa – a pessoa com deficiência – tem 
legitimidade ativa para promover o processo que estabelece os termos 
da curatela. É o reconhecimento de que a pessoa tem capacidade suficiente 
inclusive para esclarecer quais são os limites do exercício de sua capacidade para 
os atos negociais e patrimoniais. 
Esse processo de tomada de decisão apoiada foi instituído pela criação do Capítulo III, que 
estabelece, no art. 1.783-A do CC/2002 que estabelece, em seus 11 parágrafos, a chamada 
“tomada de decisão apoiada”, que é “é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege 
pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua 
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.” 
Os relativamente incapazes não são representados, 
seja por tutor, seja por curador, como os 
absolutamente incapazes. Eles são assistidos, o que 
consiste na intervenção conjunta do assistente e do 
assistido para a prática do ato. 
A lei civil permite que o incapaz, em determinas situações, atinja a plena 
capacidade ainda que se inclua nos casos de incapacidade, por se entender que, 
apesar de lhe faltar a idade necessária, atingiu maturidade suficiente. A 
emancipação, assim, é a aquisição da plena capacidade antes da idade legal. 
 
 
 
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Quando isso ocorre? Segundo o art. 5º, parágrafo único, nas seguintes hipóteses: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde 
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
DPE/BA – 2006 
82. Analise os artigos do Código Civil e responda: 
I. Cessará, para os menores, a incapacidade: pela concessão dos pais 
manifestada conjuntamente em instrumento público, independentemente de 
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor 
tiver dezesseis anos completos. 
II. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo casamento. 
III. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo exercício de emprego 
público efetivo. 
IV. Cessará, para os menores, a incapacidade pela colação de grau em curso 
de ensino superior. 
V. Cessará, para os menores, a incapacidade pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
(A) Apenas I, III e V estão corretos. 
(B) Apenas I está incorreto. 
(C) Apenas II, III, IV e V estão incorretos. 
(D) Todos estão corretos. 
(E) Todos estão incorretos. 
Comentários 
O item I está incorreto, de acordo com o art. 5º, parágrafo único, inc. I: 
“Cessará, para os menores, a incapacidade pela concessão dos pais, ou de um 
deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de 
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos”. 
O item II está correto, na forma do art. 5º, parágrafo único, inc. II. 
O item III está correto, consoante regra do art. 5º, parágrafo único, inc. III. 
 
 
 
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O item IV está correto, conforme expressamente estabelece o art. 5º, parágrafo 
único, inc. IV. 
O item V está correto, na dicção do art. 5º, parágrafo único, inc. V. 
A alternativa B está correta, portanto. 
Por fim, as ações de estado serão vistas mais adiante, quando tratamos 
do Direito de Família e as relações de parentesco e filiação, além da 
tutela e curatela. 
 
DPE/BA – 2006 
81. Analise os artigos do Código Civil, apresentados a seguir: 
I. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a 
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 II. São absolutamente capazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: os maiores de dezesseis anos; os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade. 
 III. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais, os 
viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo; os pródigos. 
IV. A capacidade dos índios será regulada por legislação geral ou comum. 
V. A menoridade cessa aos vinte e um anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Pode-se afirmar que: 
(A) Apenas o I e III estão corretos. 
(B) Apenas o IV está correto. 
(C) Apenas o V está correto. 
(D) Todos estão corretos. 
(E) Todos estão incorretos.Comentários 
O item I está correto, conforme o art. 2º: “A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os 
direitos do nascituro.” 
O item II está incorreto, na dicção do novo art. 3º: “São absolutamente 
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos.” 
 
 
 
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O item III estaria correto, na dicção anterior do CC/2002. No entanto, com as 
modificações operadas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, ele atualmente 
estaria incorreto. Veja novamente o art. 4º: “São incapazes, relativamente a 
certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade; 
IV - os pródigos.” 
O item IV está incorreto, na leitura do art. 4º, parágrafo único: “A capacidade 
dos indígenas será regulada por legislação especial.” 
O item V está incorreto, trazendo dicção do artigo próprio do CC/1916. 
A alternativa A está correta, portanto. 
9.6 – Ausência, morte presumida e comoriência 
Neste tópico, a rigor trataremos da extinção da pessoa natural, de maneira 
mais ampla que a mera ausência. Além da ausência, veremos também a 
presunção de morte e a comoriência, institutos jurídicos todos ligados à extinção 
da pessoa, de modo direto ou indireto, a depender do caso. 
Em realidade, o fim da pessoa significa o fim de sua capacidade. De acordo 
com o art. 6º do CC/2002, ela termina, no caso da pessoa natural, com a morte. 
A extinção da pessoa jurídica tem regimento próprio, como veremos mais 
adiante. Mais uma vez, assim como o termo ser humano, o termo morte é um 
conceito que não pertence ao Direito. 
O que significa morte é, atualmente, um conceito médico, de morte encefálica, 
ou seja, a cessação da atividade cerebral atestada por médico. Por isso, 
atualmente, a morte sempre deve ser estabelecida mediante atestado de morte, 
segundo o art. 9º, inc. I do CC/2002. 
Em algumas situações, a pessoa não pode ter sua morte atestada por médico, 
porque não se sabe se ela morreu, com absoluta certeza. Aí é que entram as 
situações de ausência e presunção de morte. A ausência é estabelecida pelo art. 
22 do CC/2002: 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver 
deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a 
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e 
nomear-lhe-á curador. 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar 
mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus 
poderes forem insuficientes. 
Em outras palavras, a ausência ocorre quando a pessoa desaparece do 
domicílio sem deixar representante, havendo dúvida quanto a sua 
existência. Nesse caso, segundo tal artigo, instaura-se um processo para que 
 
 
 
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possa o juiz decretar a ausência. Esse processo é regulado pelo CC/2002 e pelo 
CPC. Como? 
Primeiro, o juiz vai mandar arrecadar os bens do ausente e nomear um curador, 
que será, segundo o art. 25, prioritariamente, o cônjuge do ausente, sempre que 
não estejam separados judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da 
declaração da ausência. Caso não tenha cônjuge, ou seja, já separado, a 
curadoria dos bens do ausente ficará a cargo dos pais, segundo o §1º. 
Se o ausente não tiver pais, serão seus descendentes nomeados, primeiro os 
mais próximos e depois os mais distantes. Ou seja, primeiro verifica se tem filhos, 
se não tiver, serão nomeados os netos. Por fim, se não tiver 
nenhuma dessas pessoas, o juiz nomeia o curador (§3º) 
Para facilitar sua compreensão, eis um quadro que 
resume o procedimento todo: 
 
Se, nesses 10 anos, o ausente não regressar e nenhum interessado promover a 
sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio público do 
Município, Distrito Federal ou da União, a depender de sua localização (art. 39, 
parágrafo único do CC/2002). 
Desaparecimento Nomeação de Curador Arrecadação dos bens
Publica editais por 1 ano
Se não reaparece, abertura da 
Sucessão Provisória
Citação dos herdeiros e do 
Curador
Habilitação dos herdeiros
Sentença determinando a 
abertura da Sucessão 
Provisória (6 meses depois)
Se ninguém requisitar em 30 
dias a abertura do Inventário, 
vira herança jacente (bens 
vagos)
Conversão em Sucessão 
Definitiva: certeza de morte, 
10 anos da abertura da 
Provisória ou se o ausente for 
maior de 80 anos e passados 
5 anos do sumiço
Se regressa nos 10 anos 
seguintes, retoma os bens no 
estado em que se encontram
Se não regressa, termina a 
Sucessão Definitiva e não 
pode mais reclamar nada, 
ainda que retorne
 
 
 
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Pode haver a presunção de morte sem decretação de 
ausência? Sim, em situações específicas. Quando? 
Geralmente, em situações em que a morte é altamente 
provável, ainda que não comprovada, segundo o art. 7º do 
CC/2002. Porém, para tanto, nesses casos somente poderá ser requerida a 
decretação de morte presumida depois de esgotadas as buscas e averiguações, 
devendo a sentença fixar a data provável do falecimento: 
1. se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida (inc. I do art. 
7º), como nos casos de acidentes aéreos no mar, desaparecido durante uma nevasca numa 
expedição de montanhismo, um jornalista em uma zona de distúrbio civil; 
2. se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra (inc. II do art. 7º); 
3. no caso de pessoas desaparecidas entre 02/09/1961 a 05/10/1988 (Regime Militar de 
exceção vigente no país, incluindo período pré-Golpe e pós-Golpe), sem notícias delas, 
detidas por agentes públicos, envolvidas em atividades políticas ou acusadas de participar 
dessas atividades (Lei nº. 9.140/1995). 
Nesses casos, pula-se todo o procedimento inicial e se vai direto à 
Sucessão Definitiva. 
 
 
Em qualquer caso, a declaração de morte presumida e de ausência 
necessitam de sentença judicial própria, não havendo presunção se morte 
ou ausência sem que a competente sentença seja registrada no registro público, 
conforme exige o art. 9º do CC/2002. 
Já a comoriência é a presunção de morte simultânea de pessoas 
reciprocamente herdeiras (art. 8º do CC/2002). É importante observar dois 
pontos. 
Primeiro, deve-se esgotar as possibilidades de averiguar medicamente a 
precedência de quem morreu. Se houver meio de identificar quem morreu 
primeiro, não se aplica a regra da comoriência. Segundo, apesar de o artigo não 
mencionar, uma pessoa deve ser herdeira da outra, ou ter outro direito 
patrimonial derivado dessa relação, ou a verificação da comoriência é 
desnecessária. 
 
Presunção de morte 
(sem decretação de 
ausência)
Situações de morte 
provável
Guerra
Regime Militar 
(1961 a 1988)
 
 
 
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35. Marcos e Marcela, casados no regime da comunhão parcial de bens, 
faleceram simultaneamente, vítimas de acidente de avião. Nesse caso, 
eventual indenização decorrente de apólice de seguro de vida em grupo, em 
que ambos constem reciprocamente como beneficiários,somente será paga 
pela seguradora se o casal deixar descendentes. 
Comentários 
A alternativa está incorreta, já que, mesmo se não tiverem descendentes, mas 
tiverem outros herdeiros necessários, com os ascendentes, o seguro lhes é 
devido. A mera comoriência não limita o direito hereditário, mas apenas traz 
peculiaridades em sua análise. 
Por fim, o art. 9º estabelece que devem ser registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
9.7 – Domicílio 
O domicílio é a localização espacial da pessoa, ou seja, local onde ela 
estabelece suas atividades. Como um atributo da personalidade, o domicílio é 
considerado a sede jurídica da pessoa, seja ela pessoa fís ica/natural ou pessoa 
jurídica. 
REQUISITOS 
 
O domicílio segue três regras: 
ひ ResidênciaObjetivo
ひ Ânimo definitivoSubjetivo
 
 
 
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73. No que concerne a domicílio, é correto afirmar que, tendo uma pessoa 
natural vivido sucessivamente em diversas residências, qualquer uma delas 
será considerada como domicílio seu. 
Comentários 
O item 72 está incorreto, já que a pluralidade de domicílios pode ser verifica 
quando a pessoa fixa residência em variados locais, presentemente. Se mudou 
de residência com ânimo definitivo, aquele local deixa de ser seu domicílio, ainda 
que mude sucessivamente para locais diversos. 
O domicílio, como disse antes, em geral se fixa com a residência. A partir do 
CC/2002 podemos estabelecer uma divisão do domicílio em dois: 
A. Domicílio voluntário: em regra, o domicílio é voluntário, salvo as exceções 
legais; 
A. Necessidade
ひ Todos têm domicílio, ainda que residência não tenham (art. 73 do CC/2002). 
Ou seja, o domicílio é necessário, sempre. O domicílio é obrigatório e mesmo 
os que não têm residência têm domicílio, como os sem-teto ou os errantes, 
que se deslocam constantemente. Em geral, como se fixa o domicílio dos que 
não têm residência? Utiliza-se o local onde for encontrada a pessoa como seu 
domicílio, segundo o art. 73 do CC/2002.
B.
Fixidez
ひ O domicílio é fixo, apesar de se permitir mutabilidade (art. 74 do CC/2002). 
Por isso, é possível tem domicílio e residência diferentes. Como? Imagine que, 
apesar de aprovado na DPE você resolva seguir a carreira policial e é aprovado 
num Concurso de Delegado da Polícia Federal. Durante um semestre, você 
passará um período em Brasília/DF, fazendo um curso de treinamento. Se você 
não é de Brasília, nesse período em que você estiver lá, seu domicílio continua 
sendo a sua cidade de origem, mas a sua residência será, nesse caso, Brasília;
C.
Unidade
ひ Toda pessoa tem apenas um domicílio. O Direito brasileiro admite pluralidade 
de domicílios, excepcionalmente (art. 71 do CC/2002). Assim, o ator que tem 
uma casa em São Paulo/SP, uma casa no Rio de Janeiro/RJ e outra casa em sua 
cidade de origem, pode ter considerado qualquer dessas residências como 
domicílio seu.
 
 
 
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B. Domicílio necessário/legal: é a situação em que a Lei determina um 
domicílio mesmo que a pessoa queira ter outro. Quando isso acontece? Vejamos: 
 
10 – PESSOA JURÍDICA 
10.1 – Definição e natureza 
Mas, o que é pessoa jurídica? As pessoas jurídicas são entidades que 
conglobam seres humanos, bens ou ambos, seres humanos + bens. Elas 
são aptas a titularizar relações jurídicas de maneira bastante ampla e, por isso, 
as pessoas jurídicas têm personalidade jurídica, como as pessoas físicas ou 
naturais. 
E quais são as características da pessoa jurídica? Depende do autor que você 
escolher, mas podemos indicar, a partir de diversas obras, as seguintes, mais 
importantes do ponto de vista prático: 
a. Capacidade de direito e capacidade de fato; 
b. Estrutura organizativa artificial; 
c. Objetivos comuns dos membros que a formam; 
d. Patrimônio próprio e independente dos membros que a formam; 
e. Publicidade de sua constituição, dado que, diferente da pessoa física, a pessoa jurídic a 
não tem nascimento físico. 
ヱく PWゲゲラ;ゲ キデキミWヴ;ミデWゲ ふ;ヴデく Αンぶぎ さTWヴ-se-á por domicíl io da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o 
ノ┌ェ;ヴ ラミSW aラヴ WミIラミデヴ;S;ざき
ヲく IミI;ヮ;┣Wゲ ふ;ヴデく Αヶぶぎ さTZマ SラマキIケノ キラ ミWIWゲゲ=ヴキラ ラ キミI;ヮ;┣ざが ケ┌W Y ラ SW ゲW┌ ヴWヮヴWゲWミデ;ミデWが デ┌デラヴ ラ┌ I┌ヴ;Sラヴき
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função pública;
ヴく Mキ ノ キデ;ヴWゲ W ラaキIキ;キゲ W デヴキヮ┌ノ;ミデWゲ S; マ;ヴキミエ; マWヴI;ミデW ふ;ヴデく Αヶぶぎ さTZマ SラマキIケノキラ ミWIWゲゲ=ヴキラ ラ マキノキデ;ヴが ラ マ;ヴケデキマラざが ケ┌W Y o 
órgão ao qual está vinculado ou subordinado (batalhão, capitania dos portos etc.);
ヵく PヴWゲラゲ ふ;ヴデく Αヶぶぎ さTZマ SラマキIケノキラ ミWIWゲゲ=ヴキラ ラ ヮヴWゲラざが ケ┌W Y ラ ノラI;ノ ラミSW ゲW WミIラミデヴ; ;ヮヴキゲキラミ;Sラき
ヶく AェWミデWゲ Sキヮノラマ=デキIラゲ ふ;ヴデく ΑΑぶぎ さO ;ェWミデW Sキヮノラマ=デキIラ Sラ Bヴ;ゲキノが ケ┌Wが Iキデ;Sラ ミラ Wゲデヴ;ミェWキヴラが ; ノWェ;ヴ W┝デヴ;デWヴヴキデラヴキ;ノキS;SW 
sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do 
デWヴヴキ デルヴキラ Hヴ;ゲキノWキヴラ ラミSW ラ デW┗Wざく
 
 
 
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Quais são as características da Pessoa Jurídica? 
 
10.2 – Classificações 
Quais são as pessoas jurídicas trazidas pelo CC/2002? São dois grupos, as 
pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado, 
conforme dicção do art. 40 do CC/2002. As pessoas jurídicas de direito público 
são regidas por regime jurídico de direito público, típico do Direito Administrativo, 
e as pessoas jurídicas de direito privado são regidas por regime jurídico de direito 
privado, típico do Direito Civil/Empresarial. 
Os arts. 41 e 42 do CC/2002 classificam as pessoas jurídicas de direito público 
da seguinte forma: 
 
Capacidade fática e jurídica
Estrutura organizativa
Objetivos comuns dos membros
Patrimônio próprio e independente
Publicidade de constituição
PJ de Direito Interno
União
Estados
Municípios
Distrito Federal
Territórios
Autarquias
Associações/Consórcios
PJ de Direito Público Externo
Estados da comunidade 
internacional
Demais pessoas regidas 
pelo Direito 
Internacional Público
 
 
 
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Cuidado com o art. 41, parágrafo único! As pessoas jurídicas de direito 
público interno que tiverem estrutura de direito 
privado serão regidas pelas regras do Direito Privado. 
Ou seja, apesar de serem públicas são tratadas como se 
privadas fossem. Ainda assim, há diferenças, analisadas pelo Direito 
Administrativo, que não nos interessam aqui. 
 
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72 A União, os estados, o DF e os municípios são, de acordo com o Código 
Civil, as únicas pessoas jurídicas de direito público interno. 
Comentários 
O item 72 está incorreto, eis que, consoante regra do art. 41, incluem nas 
pessoas jurídicas de direito público, também, os Territórios, as Autarquias, as 
Associações e os Consórcios. 
Ademais, o art. 43 deixa claro que as pessoas jurídicas de direito público 
interno são civilmente responsáveis por atos dos seus 
agentes que nessa qualidade causem danos a 
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os 
causadores do dano, se houver, por parte destes, 
culpa ou dolo. 
O art. 44 do CC/2002 classifica as pessoas jurídicas de direito privado da 
seguinte

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