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OS RESULTADOS DA
PESQUISA CIENTÍFICA
Aula 1
CONHECENDO AS ETAPAS DA
PESQUISA CIENTÍFICA
Conhecendo as etapas da pesquisa
científica
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você
irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos
assisti-la? 
 
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Ao realizar um trabalho acadêmico, o pesquisador propõe-se a seguir de
forma criteriosa algumas regras e normas que são pertinentes da ciência para
poder investigar seu problema de forma relevante e obter respostas
consistentes e importantes para a comunidade acadêmica e para a sociedade
de uma forma geral. O estudante universitário é um pesquisador em
formação, que, após a conclusão do curso, pode escolher seguir no caminho
acadêmico ou ingressar no mercado de trabalho, por exemplo. Para a
conclusão do curso, as universidades solicitam a elaboração de uma
monografia ou de um trabalho de conclusão de curso (TCC). Vamos falar de
forma aprofundada a respeito desses trabalhos e das suas diferentes etapas.
Vamos tomar como base a seguinte questão: você está desenvolvendo seu
trabalho de conclusão de curso, você já definiu o tema da sua pesquisa:
“impacto da tecnologia na saúde mental de adolescentes” e definiu também o
problema da sua pesquisa: em que medida o uso noturno de dispositivos
eletrônicos interfere nos padrões de sono e bem-estar emocional em
adolescentes de 13 a 17 anos? A partir desse tema e do problema de
pesquisa, ao final da aula, vamos pensar em como a justificativa pode
começar a ser redigida; vamos refletir também sobre o objetivo geral da
pesquisa.
Bons estudos!
Vamos Começar!
Diferentes são os conceitos encontrados na literatura para se definir o que é o
TCC e o que é a monografia. O que podemos entender como um consenso
entre os autores é que se trata de estudos sobre um determinado tema que
obedecem a uma metodologia específica. Ou seja, partem do método
científico no tocante ao rigor para a sua elaboração. De acordo com Baptista
e Campos (2016, p. 54), “o uso do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi
regulamentado pela Resolução n.º 11/84 do Conselho Federal de Educação
com o intuito de proporcionar maior aprofundamento de um tema ao aluno”.
Ainda segundo os autores, o TCC normalmente é um trabalho interdisciplinar
que visa demonstrar o conhecimento adquirido.
“A palavra ‘monografia’ deriva do grego monos (um só) + graphein (escrever).
Logo se percebe que se trata de um documento escrito que trata de um só
assunto” (Silva, 2015, p. 100). A monografia pode ser entendida como um
trabalho que aborda um assunto ou um problema de maneira sistemática,
profunda e completa em uma determinada área do conhecimento. Segundo
Baptista e Campos (2016, p. 54), “há três tipos básicos de trabalhos
monográficos: tais como as monografias de conclusão de curso, as
dissertações de mestrado e as teses de doutorado”. Vamos conhecer mais
sobre esses trabalhos, focando especificamente no TCC.
Trabalho de conclusão de curso
A elaboração da monografia ou do TCC, em um sentido amplo, tem o objetivo
de satisfazer um dos requisitos necessários para a obtenção de grau, título ou
avaliação acadêmica em nível de graduação ou pós-graduação. Nos cursos
de pós-graduação, os trabalhos de conclusão de curso se diferenciam pelo
grau de aprofundamento que precisam apresentar no tema abordado. Esses
cursos se dividem em lato sensu, que conferem ao concluinte o título de
especialista, e stricto sensu, que conferem ao concluinte o título de mestre ou
doutor em uma área. Vamos acompanhar no Quadro 1 os diferentes tipos de
Pós-Graduação:
Quadro 1 | Tipos de pós-graduação. Fonte: elaborado pela autora.
Especialização – Lato Sensu Enfoca no nível técnico profissional,
fornecendo o título de especialista no
campo de estudo e objetiva o
aprofundamento dos conhecimentos da
sua área de formação, fazendo o
direcionamento da graduação. Para
obter o título de especialista, é
necessário a entrega de uma
monografia.
Mestrado acadêmico – Stricto Sensu Tem o período fixo de dois anos e é
voltado para a pesquisa cientifica. O
seu objetivo é aprofundar e direcionar
os conhecimentos obtidos na
graduação e formar pesquisadores e
professores de ensino superior. Ele
conta com a supervisão de um
orientador e exige defesa de uma
dissertação para a obtenção do título
de mestre.
Doutorado – Stricto Sensu Objetiva um aprofundamento maior que
o mestrado e é voltado para a pesquisa
científica. Esse tipo de formação leva
quatro anos e exige a elaboração de
uma tese sobre uma área a ser
defendida como requisito para
obtenção do título. Essa tese, em geral,
deve possuir um conteúdo original que
contribuía com o avanço do campo de
estudos.
A diferença básica entre essas produções é o aprofundamento teórico e
metodológico que elas precisam apresentar. O principal em um trabalho
acadêmico, em qualquer nível de formação, é que ele atenda os critérios
científicos. O autor precisa ser responsável na sua condução, fundamentando
posições e ideias, citando e referenciando corretamente os autores que tomar
como base e seguindo os preceitos éticos de uma pesquisa científica
(Crivelaro; Crivelaro; Miotto, 2011). Assim, o trabalho de conclusão de um
curso, seja de graduação ou de pós-graduação, é de extrema relevância no
processo de aprendizagem do aluno, pois visa articular e consolidar o
processo formativo do aluno por meio da construção do conhecimento
científico em uma determinada área.
No âmbito da graduação, diferentes são os tipos de trabalho de conclusão de
curso que podem ser feitos, como relatos de pesquisa ou de estágio
acadêmico, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo. Isso depende do que
a instituição de ensino propõe que o aluno realize. Dessa forma, o TCC pode
ser entendido como um “produto intelectual do pesquisador a partir das
leituras, reflexões e interpretações do tema de interesse” (Baptista; Campos,
2016, p. 55). O estudante precisa, então, a partir da escolha do tema,
organizar suas ideias, buscar o referencial teórico, realizar análises e sínteses
sobre o tema abordado.
Siga em Frente...
A escolha do tema da pesquisa
O tema da pesquisa é o assunto que se pretende desenvolver. Ao escolher um
tema a ser pesquisado, é importante que o pesquisador tenha alguma
familiaridade com o assunto ou interesse por aquela realidade que deseja
pesquisar. As fontes para a escolha do tema podem ser diversas, como a
experiência pessoal ou profissional do pesquisador, o interesse despertado
por uma disciplina, um fato cotidiano que chamou a sua atenção, ou outras
situações (Marconi; Lakatos, 2024). No entanto, não são somente esses
fatores que precisam ser considerados, outras questões podem ser
elencadas e precisam ser avaliadas:
O tema precisa ser relacionado à área de formação do pesquisador, isso
proporciona maior credibilidade e reconhecimento ao trabalho realizado.
O objeto de pesquisa precisa ser relevante para a ciência, e não apenas
para o pesquisador.
É necessário que exista uma base teórica sobre o assunto para que o
pesquisador possa buscar seu referencial bibliográfico.
Após a escolha do tema, ele precisa ser bem delimitado. E o que isso quer
dizer? O autor precisa ser bem específico com os aspectos que vai abordar a
respeito daquele assunto para que seja possível trabalhá-lo no todo, da forma
mais abrangente possível. Vamos pensar de que forma é possível delimitar
um tema de pesquisa a partir de um exemplo prático na Figura 1:
Figura 1 | Exemplo da delimitação do tema da pesquisa. Fonte: elaborada pela autora.
Problema e hipóteses
Um dos primeiros passos ao desenvolver uma pesquisa científica passa por
elaborar a pergunta de pesquisa. O problema da pesquisa está intimamente
ligado ao tema, é a pergunta que o pesquisador vai buscar responder ao longo
da investigação. Na maioria das áreas de estudo, é uma tarefa quase
impossível sanar todos os questionamentos que surgemDocumento
sonoro em meio
eletrônico 
MAMILOS: A Nova Tradicional Família Brasileira.
Entrevistadoras: Juliana Wallauer e Cris Bartis. Entrevistado:
Pastor Henrique Vieira. [S. l.]: B9, fev. 2019. Podcast.
Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/676wEdjCL6LsjOFconIH0K?
si=7e56a08736d94147. Acesso em: 9 nov. 2023.
Filmes, vídeos,
entre outros em
meio eletrônico
BOOK. [S. l.: s. n.], 2010. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal
Leerestademoda. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=iwPj0qgvfIs. Acesso em: 9
nov. 2023.
BLADE Runner. Direção: Ridley Scott. Produção: Michael
Deeley. Intérpretes: Harrison Ford; Rutger Hauer; Sean Young;
Edward James Olmos e outros. Roteiro: Hampton Fancher e
David Peoples. Música: Vangelis. Los Angeles: Warner
Brothers, c1991. 1 DVD (117 min), widescreen, color. Baseado
na novela “Do androids dream of electric sheep?”, de Philip K.
Dick.
Todas as possibilidades estão listadas na norma da ABNT. Por ser muito
ampla, é claro que não damos conta de recordar de todas de maneira
automática. Por isso, o essencial é sempre consultar o manual a fim de
elaborar de maneira correta o corpo de referências de um trabalho
acadêmico. E você pode se questionar: mas onde eu encontro todas essas
informações? A resposta é: depende! Dependendo da fonte, você encontrará a
chamada ficha catalográfica com todas as informações necessárias no
próprio documento. Se for um artigo científico, as informações normalmente
constam no cabeçalho da página ou no rodapé. Quando a publicação não
apresentar essas informações tão explicitamente, o pesquisador fará uso da
norma para identificar os elementos essenciais, a fim de referenciá-los
corretamente.
Vamos Exercitar?
Agora que já compreendemos a inserção de citações no decorrer dos textos
acadêmicos e como devemos elaborar as referências, é hora de retomarmos
nossa situação inicial. Você está finalizando seu TCC e percebeu que suas
citações não estão padronizadas; à medida que você foi escrevendo o texto,
você se confundiu. Então, para ficar mais fácil realizar o ajuste, você decidiu
elaborar um esquema que sintetize as principais características de cada tipo
de citação, para que você possa voltar no texto e realizar a revisão de maneira
mais eficaz.
Quadro 5 | Tipos de citação. Fonte: elaborado pela autora.
Saiba Mais
Inserir corretamente citações no decorrer de um texto acadêmico e
posteriormente elaborar o corpo de referências é primordial para um trabalho
acadêmico confiável e dentro do que se espera dos padrões científicos.
Assim, é necessário que você tenha conhecimento sobre esses tópicos. Para
isso, leia o capítulo 6 – “Apresentação de citações diretas e indiretas e
elaboração de referências bibliográficas”, p. 207-237, do livro Metodologia do
trabalho científico, de Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos –
Minha Biblioteca.
 
Citação direta curta
Até 3 linhas – mencionar autor,
ano, página.
No corpo do texto.
Entre aspas duplas.
Citação direta longa
Mais de 3 linhas – mencionar
autor, ano, página.
Recuo de 4 cm da margem
esquerda.
Em outro parágrafo, fonte menor
que a do texto.
Citação indireta
Não necessita aspas nem recuo.
Não necessita citar a página.
Citação da citação (apud)
Segue as regras das citações
diretas e indiretas.
É usado quando não se teve
acesso diretamente ao texto fonte.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597026559/epubcfi/6/30[%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml13]!/4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597026559/epubcfi/6/30[%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml13]!/4
 
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6023:
informação e documentação: Referências: elaboração. Rio de Janeiro: ABNT,
2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR
10520: informação e documentação: Citações em documentos:
apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2023.
CRIVELARO, Lana Paula; CRIVELARO, Lara Andréa; MIOTOO, Luciana
Bernardo. Guia prático de monografias, dissertações e teses: Elaboração e
apresentação. 5ª ed. Campinas: Editora Alínea, 2011.
MARCONI, Marina de Andrade.; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho
científico: projetos de pesquisa, pesquisa bibliográfica, teses de doutorado,
dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. 9ª ed. São Paulo:
Atlas, 2024.
MICHAELIS Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo:
Melhoramentos, 2023. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-
portugues/. Acesso em: 8 out. 2023.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUCMG).
Orientações para elaboração de citações e referências: conforme a American
Psychological Association (APA) 7ª edição. Belo Horizonte, 2022. Elaboração:
Fabiana Marques de Souza e Silva. Disponível em:
https://portal.pucminas.br/biblioteca/documentos/APA-7-EDICAO-2022-
NV.pdf. Acesso em: 7 nov. 2023.
Encerramento da Unidade
OS RESULTADOS DA PESQUISA
CIENTÍFICA
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
https://portal.pucminas.br/biblioteca/documentos/APA-7-EDICAO-2022-NV.pdf
https://portal.pucminas.br/biblioteca/documentos/APA-7-EDICAO-2022-NV.pdf
Videoaula de Encerramento
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você
irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos
assisti-la? 
 
Ponto de Chegada
Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta unidade, que é
“compreender a construção e estruturação de um relatório final de pesquisa,
suas normas e padronizações, possibilitando a articulação dos
conhecimentos adquiridos e a prática do pensar científico”, você deve
primeiramente entender o que é um trabalho de conclusão de curso. Depois é
preciso compreender as partes desse TCC, ou seja, todos os elementos que
precisam ser contemplados no seu desenvolvimento de maneira teórica e
metodológica. Por fim, é necessário também observar as normas e a
padronização científica, a maneira como o TCC precisa ser formatado e como
as citações e referências precisam ser inseridas no texto.
A elaboração do TCC é um dos elementos que marcam a finalização de uma
etapa, seja de um curso de graduação ou de pós-graduação. Para a sua
correta elaboração, ela precisa seguir normas de estruturação e estar dentro
do que se espera dos padrões científicos de um trabalho acadêmico. A ética é
primordial no desenvolvimento da pesquisa, independentemente do seu tipo.
Para além disso, é preciso pensar em cada etapa específica da pesquisa e o
que precisa ser desenvolvido nela. É importante relembrar que a NBR 14724
(2011) nos orienta quanto à formatação e apresentação do TCC, mas o
conteúdo fica sob responsabilidade do pesquisador.
Assim, é fundamental conhecer cada uma dessas partes da pesquisa e
compreender como elas devem ser desenvolvidas. No entanto, lembre-se:
mesmo que elas pareçam partes independentes, um ponto fundamental é a
atenção ao fato de que elas são interligadas e precisam conversar entre si
para que a pesquisa faça sentido como um todo. Isso significa que, quando
você escolhe um tema de pesquisa, a pergunta deve ser pertinente a esse
tema, assim como as hipóteses, as justificativas e as demais partes da
pesquisa.
A partir do momento em que conseguimos delimitar o tema, levantar o
problema, elencar as hipóteses (se for o caso) e estabelecer os objetivos da
pesquisa, podemos estabelecer o tipo de pesquisa que vamos realizar e o
método a ser utilizado. Não é possível fazer o caminho inverso, ou seja,
estabelecer o tipo de pesquisa e o método para depois pensar em um tema
de pesquisa. Por exemplo: fica inviável estabelecer o desejo de fazer uma
pesquisa quantitativa de levantamento a partir de uma entrevista com uma
pessoa referência em uma determinada área. O mais pertinente seria uma
pesquisa qualitativa a partir de um estudo de caso.
No momento de escrita do trabalho acadêmico, outra questão a ser
observadaé a inserção de citações no decorrer do texto. É a NBR 10520
(2023) que indica como as citações devem ser inseridas e referenciadas no
corpo do texto. As citações são imprescindíveis, pois elas dão crédito à nossa
escrita a partir do embasamento em outros estudos já publicados. Por isso, é
importante a busca por pesquisas de cunho científico em bases confiáveis, os
quais publiquem trabalhos que se preocupem com o desenvolvimento
sistematizado e ético da ciência.
Por fim, e não menos importante, a NBR 6023 (2018) apresenta as instruções
de como o corpo de referências do trabalho deve ser elaborado. Cada
documento tem um formato específico de apresentação dos elementos que
são essenciais para a sua identificação individual. As referências devem ser
elaboradas em ordem alfabética a partir do último sobrenome do autor ou
conforme ocorrer o elemento de entrada na referência.
É Hora de Praticar!
A apresentação, a análise e a discussão dos dados da pesquisa são os
momentos em que o pesquisador vai conseguir mostrar para o leitor aquilo
que ele encontrou durante a sua busca. É o momento de defender seu ponto
de vista buscando embasamento no referencial teórico. Os dados da
pesquisa podem ser dados primários, aqueles coletados pelo próprio
pesquisador, ou secundários, aqueles dados coletados por outros
pesquisadores ou órgãos governamentais, como o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo.
Vamos pensar em uma situação em que, na sua pesquisa, você está
investigando a ocupação de jovens entre 15 e 29 anos. Você estabeleceu um
recorte temporal dos últimos 10 anos. Assim, você buscou os dados
divulgados pelo IBGE na Síntese de indicadores sociais de 2012 e de 2022. Os
gráficos encontrados foram os seguintes:
Reflita
A partir do que foi exposto, reflita sobre os seguintes questionamentos:
Qual a importância das normas de citações e de referências para o
desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos?
É realmente necessário elaborar um TCC ao concluir um curso de
graduação ou pós-graduação?
Figura 1 | Gráfico encontrado na pesquisa: distribuição percentual dos jovens de 15 a 29 anos de idade, por tipo de
atividade na semana de referência, segundo os grupos de idade – Brasil – 2012. Fonte: IBGE (2013).
Figura 2 | Gráfico encontrado na pesquisa: distribuição percentual de jovens de 15 a 29 anos de idade, por tipo de
atividade na semana de referência – Brasil – 2016/2021. Fonte: IBGE (2022).
Agora, responda aos seguintes questionamentos:
É possível fazer a comparação entre os dois gráficos? Se sim, faça a
comparação entre eles. Se não, justifique o motivo de não ser possível.
Como cada gráfico pode ser interpretado?
Bons estudos!
Reflita
Qual é a recomendação para se trabalhar com dados em uma pesquisa? Na
hora de interpretá-los e expor os resultados, o pesquisador deve ter muito
cuidado para não enviesar e comprometer esses dados com sua análise.
Resolução do estudo de caso
É possível fazer a comparação entre os dois gráficos, pois eles apresentam as
mesmas variáveis e a mesma população. Ambos apresentam o tipo de
atividade exercida por jovens de 15 a 29 anos de idade na semana de
referência. As variáveis são divididas em: somente estuda, trabalha e estuda
(estuda e está ocupado), somente trabalha (só está ocupado) e não trabalha
nem estuda (não estuda e não está ocupado).
Pensando na comparação entre os gráficos e na proposta feita, é possível
pensar em cada variável de maneira isolada ou na totalidade da amostra.
Vamos pensar nas variáveis de maneira isolada para fazer a reflexão: no ano
de 2012, a população que declarou somente trabalhar foi de 45,2%; no ano de
2016, esse percentual era de 39,4%. A queda na variável “somente ocupado”
pode indicar o investimento governamental no setor educacional no período
de referência, o que possibilitou a permanência dos jovens no setor
educacional e ampliou o acesso às universidades por meio de subsídios
financeiros proporcionando condições à população menos favorecida
permanecer por mais tempo na escola.
Olhando para o mesmo indicador no período seguinte em 2017 e 2018, o
índice dos jovens entre 15 e 29 anos que somente trabalhavam se manteve
em 39,4%, tendo um discreto aumento em 2019 para 40,2%, e caindo
significativamente em 2020 para 35,1%. Precisamos nos recordar de que
2020 foi o ano da pandemia de Covid-19; portanto, a queda significa o
desemprego da população. Essa afirmação fica evidente quando olhamos
para os dados referentes aos jovens que declararam não estudar nem estar
ocupados em 2019: o percentual era de 24,1% e sobe para 28% em 2020.
Esse é apenas um exemplo de como os dados podem ser interpretados e
discutidos, mas essa interpretação e discussão também pode ser feita de
outras formas, trazendo ainda outros dados a nível de comparação. Que tal
treinar um pouco mais?! Agora é com você!
Dê o play!
Assimile
Vamos analisar a figura a seguir para compreender de maneira sintetizada as
etapas a serem seguidas na elaboração de um Trabalho de Conclusão de
Curso.
Fonte: elaborada pela autora.
 
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR
14724: informação e documentação: Trabalhos acadêmicos: apresentação.
Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6023:
informação e documentação: Referências: elaboração. Rio de Janeiro: ABNT,
2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR
10520: informação e documentação: Citações em documentos:
apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2023.
CRIVELARO, Lana Paula; CRIVELARO, Lara Andréa; MIOTOO, Luciana
Bernardo. Guia prático de monografias, dissertações e teses: Elaboração e
apresentação. 5ª ed. Campinas: Editora Alínea, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de
Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população
brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66777.pdf. Acesso em: 14
nov. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de
Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população
brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101979.pdf. Acesso em:
14 nov. 2023.
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66777.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101979.pdfao olhar para o tema
escolhido e no decorrer da pesquisa. A pergunta elaborada para direcionar a
pesquisa não deve derivar de uma simples opinião ou de um questionário,
mas sim ter cunho científico. A pergunta da pesquisa não apresenta uma
resposta imediata e permite que sejam levantadas várias respostas
hipotéticas a respeito do assunto em questão (Crivelaro; Crivelaro; Miotto,
2011).
Há ainda as questões-problemas que surgem a partir do avanço na ciência.
As novas tecnologias e os novos instrumentos utilizados pela ciência geraram
uma série de perguntas sobre questões já conhecidas que originaram novos
paradigmas de pesquisa. Essa capacidade de gerar novas perguntas é algo
intrínseco ao pensamento científico. Dessa maneira, não faltam incertezas a
serem trabalhadas e desenvolvidas em projetos de pesquisa. O desafio que
se coloca ao pesquisador é conseguir elaborar uma questão que possa ser
transformada em um projeto de estudo possível e válido de ser realizado.
Assim, para elaborar uma boa pergunta de pesquisa, é necessário ter um
certo domínio da literatura da área de estudos. Também é recomendável que
o pesquisador discuta sobre ela com os seus pares. A pergunta de pesquisa é
o ponto de partida de todos os estudos científicos. Ela expressa a dúvida,
inquietação e incerteza do pesquisador frente a uma parte do campo de
estudo de uma disciplina. Tomando como base o exemplo do tema anterior, a
pergunta da pesquisa poderia ser: “Como o trabalho industrial no Brasil se
modificou nas décadas de 2000 a 2020?” ou ainda “Como o trabalho no Brasil
foi afetado pela 4ª Revolução Industrial no período de 2000 a 2020?”. Após a
elaboração a pergunta da pesquisa, o pesquisador deve elaborar as hipóteses,
um passo que orientará o trabalho investigativo.
Levantando as hipóteses da pesquisa
Após a elaboração do problema da pesquisa, a depender do seu tipo, pode ser
necessário a elaboração de hipóteses que serão testadas e posteriormente
darão uma resposta em relação ao problema colocado pelo pesquisador.
Nem todas as pesquisas formulam hipóteses. A formulação de hipóteses é
dada apenas em estudos correlacionais ou explicativos, isto é, que preveem
um dado acerca do fenômeno analisado. Em geral, pesquisas apenas
exploratórias não formulam hipóteses. No entanto, o fato de uma pesquisa
não formular uma hipótese não significa que ela não está pautada nos
pressupostos científicos. As pesquisas bibliográficas, por exemplo, não
formulam hipóteses, mas, ao seguirem os critérios do desenvolvimento de um
estudo científico, podem produzir conhecimentos relevantes para aquela área
a que a pesquisa se destina.
As pesquisas que formulam hipóteses se utilizam do método hipotético-
dedutivo. Ele consiste na construção de conjecturas, isto é, premissas
altamente prováveis baseadas em hipóteses que, se verificadas, confirmam
também sua veracidade. Um estudo que busque medir o índice de delitos de
uma cidade pode ter como hipótese que o índice para determinado semestre
será menor que o semestre anterior baseado em determinados fatores, como
o aumento das vagas de emprego no local, por exemplo. Ou então: quanto
maior variedade houver no trabalho, maior será a motivação do trabalhador.
As fontes comuns para formulação de hipóteses são as teorias,
generalizações empíricas sobre o problema de pesquisa e estudos revisados,
mas elas também podem surgir em campos de estudo pouco explorados. Um
erro grave ao elaborar hipóteses se faz quando o pesquisador não revê a
literatura do campo de estudo e formula hipóteses que já foram
significativamente aceitas ou descartadas por outros estudos. Existem
algumas características que as hipóteses precisam apresentar para, vamos
acompanhar no Quadro 2:
Quadro 2 | Características de uma boa hipótese. Fonte: adaptado de Marconi
e Lakatos (2022).
É importante ressaltar que, mesmo quando a hipótese inicial for negada, a
pesquisa tem sua relevância: isso pode indicar que novos conceitos estão
sendo construídos. O importante é que todos os cuidados sejam tomados na
interpretação e análise nas buscas bibliográficas.
Justificativa da pesquisa
A justificativa da pesquisa é o momento que se apresenta para o leitor o
porquê de a pesquisa estar sendo feita. O pesquisador deve incluir uma
consideração sobre a relevância do tema ou problema a ser investigado, o
que e onde se pode contribuir com a realização da pesquisa. É uma
apresentação completa das razões (teóricas) e dos motivos de ordem prática
Consistência lógica O enunciado da hipótese não deve ser
contraditório, além disso, deve ser
compatível com o conhecimento
científico já existente.
Verificabilidade A hipótese deve ser passível de
verificação.
 
 
Apoio teórico
A hipótese precisa ser baseada em uma
teoria já estabelecida, a fim de que haja
uma probabilidade maior de produção
de conhecimento relevante.
Plausibilidade e clareza A hipótese deve ser provável e seu
enunciado claro.
 
que mostram a importância da realização da pesquisa. De acordo com
Marconi e Lakatos (2024, p. 120), a justificativa da pesquisa, de maneira geral,
deve enfatizar:
Como está estruturada a teoria que embasa o tema da pesquisa.
As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer.
Importância do ponto de vista geral e para casos específicos.
Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada
pelo tema proposto.
Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares.
Dessa forma, a justificativa da pesquisa deve ser redigida de modo a
sustentar o motivo da realização, sendo ela bem argumentada e embasada
teoricamente. Isso é fundamental para mostrar a sustentação da
argumentação para o leitor e convencer uma possível banca julgadora sobre a
importância da realização da pesquisa. A justificativa deve ser escrita de
forma clara e objetiva para que o leitor compreenda exatamente o que o
pesquisador pretende desenvolver no decorrer da pesquisa.
Objetivos: geral e específicos
A pesquisa precisa ser clara quanto os seus propósitos. Os objetivos devem
ser bem definidos e coerentes, além de compatíveis com os métodos e o
corpo de conhecimento estabelecido da área. O objetivo da pesquisa pode
variar significativamente com base na área de estudo, na natureza do projeto
e nas perguntas específicas que estão sendo investigadas. Existem alguns
questionamentos que podem ser feitos para orientar o desenvolvimento dos
objetivos da pesquisa: pensar em “para que fazer” ou “por que fazer” pode
nos orientar a estabelecer o objetivo geral do estudo. Pensar em “para quem
fazer” nos orienta a desenvolver os objetivos específicos.
De maneira geral, os objetivos da pesquisa podem:
Descrever fenômenos: entender e descrever a natureza de um
determinado problema.
Explicar: investigar relações de causa e efeito entre variáveis.
Predizer resultados: prever resultados com base em determinadas
condições ou variáveis.
Analisar e interpretar: analisar dados para tirar conclusões e interpretar
significados.
Resolver problemas práticos: encontrar soluções para problemas
práticos ou aplicados.
Avaliar programas ou intervenções: avaliar a eficácia de programas,
intervenções ou políticas.
Explorar novas ideias: investigar conceitos ou ideias inexploradas.
Validar teorias existentes: confirmar ou refutar teorias existentes por
meio de evidências.
Compreender percepções e atitudes: explorar e compreender as
percepções e atitudes das pessoas em relação a um determinado
tópico.
É importante que o pesquisador defina claramente os objetivos de sua
pesquisa antes de iniciar o trabalho, pois isso orientará a metodologia da
pesquisa, a coleta de dados, a análise e a interpretação dos resultados. Os
objetivos específicos são metas mais detalhadas e específicas que são
específicas para atingir o objetivo geral da pesquisa. Eles fornecem uma
direção mais precisa para a condução da pesquisa. De maneira mais
específicas, os objetivos podem:
Descrever características:identificar e descrever as características-
chave de um objeto específico.
Analisar relações: investigar as relações entre variáveis específicas para
entender melhor os padrões ou correlações.
Coletar dados: realizar pesquisas de campo, entrevistas ou
experimentos para coletar dados relevantes.
Testar hipóteses: formular e testar hipóteses específicas com base nas
relações esperadas entre as variáveis.
Avaliar impacto: avaliar o impacto de uma intervenção, programa ou
política em uma população específica.
Identificar padrões: identificar padrões ou tendências nos dados
coletados por meio de análises estatísticas.
Validar instrumentos: validar instrumentos de medição, questionários ou
métodos utilizados na coleta de dados.
Comparar grupos: comparar grupos específicos para entender
diferenças ou semelhanças em relação a determinadas variáveis.
Explorar percepções: explorar as percepções, atitudes e opiniões das
pessoas em relação a um tópico específico.
Identificar fatores de influência: identificar fatores que influenciam um
determinado comportamento, preferências ou condição.
Corrigir problemas de implementação: identificar e propor soluções para
problemas práticos encontrados durante a implementação de um projeto
ou intervenção.
É importante ressaltar que os objetivos, geral e específicos, precisam ser
escritos com verbos no infinitivo, ou seja, desejamos “alcançar” os objetivos
da pesquisa. Os verbos devem ser claros e diretos, como: verificar, indicar,
identificar, citar, localizar, organizar, entre outros. Assim, é mais preciso traçar
um cronograma de execução da pesquisa.
Vamos Exercitar?
Vamos retomar a nossa situação inicial: você começou a redigir seu TCC; seu
tema de pesquisa é o “impacto da tecnologia na saúde mental de
adolescentes”. Você definiu também o problema da sua pesquisa: “em que
medida o uso noturno de dispositivos eletrônicos interfere nos padrões de
sono e bem-estar emocional em adolescentes de 13 a 17 anos?”. A
justificativa pode começar a ser redigida contextualizando o uso de
tecnologia pelos adolescentes: “Diante da experiência de adolescentes na era
digital, com o uso generalizado de dispositivos tecnológicos e plataformas
online, surge a necessidade de investigar os potenciais impactos específicos
na saúde mental dessa faixa etária. O problema de pesquisa consiste em
compreender de que forma a exposição constante à tecnologia influencia
fatores como ansiedade, depressão e qualidade do sono entre os
adolescentes”. O objetivo da pesquisa é analisar o impacto da tecnologia na
saúde mental de adolescentes na faixa etária de 13 a 17 anos.
Saiba Mais
1. A justificativa de pesquisa deve ser bem elaborada e fundamentada, para
mostrar ao leitor a importância da realização do estudo e do
desenvolvimento do tema em questão. Para se aprofundar nesse
assunto, acesse o texto: “Exemplos de justificativa de TCC”, da Biblioteca
da Faculdade de Direito da UFMG.
2. Os objetivos gerais e específicos de uma pesquisa são os fios
condutores para a posterior delimitação da metodologia. Assim, os
objetivos precisam ser coerentes com o tema e o problema da pesquisa,
e estar de acordo com o referencial teórico que vai embasar o
desenvolvimento do estudo. Para compreender melhor como elaborar os
https://biblio.direito.ufmg.br/?p=3503
objetivos da pesquisa, acesse o link a seguir e leia o texto “Como
elaborar objetivos gerais e específicos”, de Amanda Tracera.
 
Referências Bibliográficas
BAPTISTA, Makilim Nunes; CAMPOS, Dinael Corrêa de. Metodologias de
Pesquisa em ciências: análises quantitativas e qualitativas. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Ltc, 2016.
CRIVELARO, Lana Paula; CRIVELARO, Lara Andréa; MIOTTO, Luciana Bernardo.
Guia prático de monografias, dissertações e teses: elaboração e
apresentação. 5ª ed. Campinas: Editora Alínea, 2011.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica.
8ª ed. Barueri: Atlas, 2022.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho
científico: projetos de pesquisa, pesquisa bibliográfica, teses de doutorado,
dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. 9ª ed. São Paulo:
Atlas, 2024.
SILVA, Airton Marques da. Metodologia da pesquisa. 2ª ed. Fortaleza:
EDUECE, 2015.
Aula 2
REFERENCIAL TEÓRICO E
METODOLOGIA
Referencial teórico e metodologia
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você
irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos
https://www.atenaeditora.com.br/blog/como-elaborar-objetivos-gerais-e-especificos
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Ponto de Partida
Olá, estudante!
Chegou o momento de pensarmos na condução da pesquisa, em como
desenvolver e dar a condução da metodologia da pesquisa. Para isso, vamos
refletir sobre a diferença entre método da pesquisa e metodologia da
pesquisa, que, embora pareçam ter o mesmo significado, não são a mesma
coisa. Precisamos compreender também o que é o estado da arte da
pesquisa e, então, pensar nos procedimentos, ou seja, nos sujeitos e em
como os dados da pesquisa serão coletados, se em campo ou em material
bibliográfico.
Vamos refletir sobre a seguinte questão: você está avançando no
desenvolvimento da sua pesquisa cujo tema é “impacto da tecnologia na
saúde mental de adolescentes”. Você já sabe que o seu público-alvo são
adolescentes de 13 a 17 anos e o problema de pesquisa reside na
necessidade de identificar os fatores específicos associados ao uso intensivo
de tecnologia que são importantes para desafios na saúde mental dos
adolescentes.
Agora você precisa definir o recorte temporal para realizar o estado da arte,
definir o recorte em relação aos sujeitos que vão participar da pesquisa e os
instrumentos para a coleta dos dados. Bons estudos!
Vamos Começar!
Estamos caminhando para a compreensão da construção de uma pesquisa
acadêmica bem estruturada, pautada nos princípios científicos e éticos no
tocante à sua organização e sistematização. Precisamos começar a pensar
no desenvolvimento do “corpo da pesquisa”, ou seja, no método, na
metodologia e nos procedimentos técnicos e teóricos. Vamos começar
diferenciando método e metodologia, que muitas vezes são usados como
sinônimos, um equívoco. De maneira simplificada, o método é mais
específico e se refere aos procedimentos concretos utilizados em uma
pesquisa, enquanto a metodologia é mais abrangente e aborda as
considerações teóricas e conceituais que orientam a escolha e aplicação
desses métodos.
O método refere-se ao conjunto específico de procedimentos ou técnicas que
são utilizadas para realizar uma pesquisa ou investigação. Refere-se a uma
abordagem específica ou a um conjunto de técnicas que os pesquisadores
utilizam para conduzir uma investigação ou realizar um estudo. É mais focado
e específico, representando as etapas práticas e a sequência de atividades
que os pesquisadores seguem para examinar dados, analisar informações e
chegar a conclusões. Exemplos de métodos incluem o método experimental,
método de estudo de caso, método survey, entre outros (Marconi; Lakatos,
2022).
A metodologia é um termo mais abrangente que engloba não apenas os
métodos específicos, mas também os princípios teóricos, as abordagens
gerais e os fundamentos filosóficos que orientam a pesquisa. Ela inclui a
escolha e a justificativa do método, bem como a estruturação geral do
processo de pesquisa, desde a formulação das perguntas de pesquisa até a
análise e interpretação dos resultados. A metodologia responde à pergunta
“como a pesquisa será realizada?”, incluindo considerações sobre o desenho
da pesquisa, a abordagem teórica, a coleta e análise de dados, entre outros.
Em resumo, a metodologia é o plano geral que orienta a pesquisa, enquanto o
método é a implementação específica desse plano. Em outras palavras, a
metodologia é a estrutura mais ampla que informa como a pesquisaserá
realizada, enquanto o método refere-se aos detalhes práticos e técnicos de
como cada parte da pesquisa será concluída. Ambos são essenciais para
garantir a qualidade e a validade de um estudo.
O estado da arte da pesquisa
O termo “estado da arte” refere-se ao ponto mais avançado ou à situação
atual de desenvolvimento em uma área específica de pesquisa ou tecnologia.
O estado da arte da pesquisa representa o conhecimento mais recente, as
descobertas mais avançadas e as práticas mais inovadoras em um
determinado campo. Quando se fala do “estado da arte da pesquisa”,
geralmente está se referindo ao panorama mais recente e avançado de
descobertas e contribuições em uma área específica de pesquisa acadêmica.
Isso pode incluir novas teorias, métodos, experimentos, descobertas ou
avanços técnicos que representam o auge do conhecimento e progresso
daquele campo em um determinado momento.
É comum que os pesquisadores revisem o estado da arte para contextualizar
sua própria pesquisa, identificando lacunas no conhecimento existente e
entendendo como sua contribuição se relaciona com o que já foi feito. A
revisão do estado da arte é importante ao iniciar um novo projeto de pesquisa
para garantir que o trabalho seja relevante, inovador e contribua para o avanço
do conhecimento na área em questão (Baptista; Campos, 2016).
Os passos comuns ao realizar uma revisão do estado da arte incluem:
1. Identificação de fontes relevantes: revisão de artigos acadêmicos, livros,
conferências, patentes e outros recursos relevantes para encontrar
trabalhos relacionados à sua área de estudo.
2. Análise e síntese: análise crítica das descobertas e contribuições dos
trabalhos encontrados. Síntese das informações para ter uma
compreensão clara do que já foi feito na área.
3. Identificação de lacunas e desafios: identificação de lacunas no
conhecimento existente e desafios não resolvidos. Isso pode fornecer
oportunidades para novas pesquisas.
4. Contextualização do próprio estudo: com base na revisão do estado da
arte, os pesquisadores contextualizam seu próprio trabalho, destacando
como ele se relaciona com as contribuições existentes e como pode
contribuir para novas pesquisas.
5. Atualização contínua: dado que o estado da arte está em constante
evolução, é importante que os pesquisadores atualizem suas revisões ao
longo do tempo, incorporando novas descobertas e desenvolvimentos à
medida que ocorrem.
O estado da arte é um componente crucial de muitos projetos de pesquisa,
teses e artigos científicos, pois fornece uma base sólida para o trabalho
futuro e demonstra ao leitor o contexto em que uma nova pesquisa está
inserida.
 
Siga em Frente...
Metodologia da pesquisa
A metodologia da pesquisa se refere ao conjunto de procedimentos, técnicas
e ferramentas utilizadas na realização de um estudo ou pesquisa científica.
Ela descreve o caminho que o pesquisador seguirá para coletar dados,
analisá-los e chegar às conclusões. A metodologia é fundamental para
garantir a validade e confiabilidade dos resultados obtidos. Assim, ela é uma
parte crucial de qualquer pesquisa, pois fornece o arcabouço teórico e prático
que orienta o pesquisador durante todo o processo. Ela ajuda a garantir que a
pesquisa seja realizada de maneira sistemática e que os resultados sejam
confiáveis e relevantes (Marconi; Lakatos, 2022).
Os sujeitos e os procedimentos da pesquisa
No desenvolvimento da pesquisa, a definição dos sujeitos ou participantes da
pesquisa é uma etapa fundamental. Essa parte é crucial para entender quem
está envolvido no estudo, fornecendo informações sobre quem foram os
participantes, como foram selecionados e quais características são
relevantes para a pesquisa. A descrição detalhada dos sujeitos é primordial
para que os leitores compreendam a base da amostra sobre a qual os
resultados da pesquisa são generalizados. Isso também ajuda a avaliar a
validade e a aplicabilidade dos resultados em contextos mais amplos.
Alguns aspectos são essenciais na escolha dos sujeitos e na condução da
pesquisa:
Características demográficas: são informações sobre características
básicas dos participantes, como idade, gênero, raça/etnia, nível
educacional, entre outras. Esses detalhes ajudam a contextualizar os
resultados em relação à diversidade da amostra.
Critérios de inclusão e exclusão: especificam os critérios que
determinam a seleção dos participantes para o estudo. Por exemplo, um
estudo pode incluir apenas adultos entre 25 e 40 anos que tenham uma
condição específica de saúde.
Processo de seleção: descreve como os participantes foram recrutados.
Pode incluir informações sobre abordagens de recrutamento, locais de
recrutamento, parcerias com instituições, etc.
Tamanho da amostra: informa quantos participantes foram incluídos no
estudo. A justificativa para o tamanho da amostra também pode ser
discutida.
Consentimento informado: deixa claro como o consentimento dos
participantes foi obtido, garantindo que eles estejam cientes dos
objetivos da pesquisa, dos procedimentos envolvidos e dos possíveis
riscos. Isso é particularmente importante em estudos que envolvem
seres humanos e é uma prática ética padrão.
Anonimato e confidencialidade: no caso de pesquisas envolvendo seres
humanos, a metodologia deve manter o anonimato e a confidencialidade
para proteger a identidade dos participantes.
Os dados da pesquisa
Após a seleção dos objetos/sujeitos ou participantes da pesquisa é
necessário pensar nos dados dessa pesquisa. Todavia, os métodos e
procedimentos de coleta serão diferentes para cada tipo de pesquisa. Para
fins didáticos, para compreendermos como podemos coletar os dados,
podemos dividir as pesquisas em duas áreas: experimental, que envolve a
coleta de dados em campo ou laboratório, podendo ser tanto qualitativa
quanto quantitativa, e a pesquisa bibliográfica, que envolve a procura na
literatura existente de uma resposta para o problema tratado.
Como se pode observar, ambas abordagens são complementares e
geralmente trabalham juntas. Na pesquisa experimental, as fontes dos dados
mais comuns são: experimentos laboratoriais, estudos de campo, entrevistas,
estudos de caso, observações empíricas, experimentos computacionais etc.
Na pesquisa bibliográfica, as fontes são documentos, registros, atas, cartas,
livros, teses, artigos científicos, relatórios, periódicos técnicos, estudos gerais,
metanálises, bancos de dados digitais, etc. Cada fonte exige um tratamento
específico para melhor proveito da informação obtida.
Há pesquisas que contam com fontes secundárias e fontes primárias de
informação. As fontes secundárias são geralmente dados que já foram
coletados por outros estudos e estão disponíveis por meio de alguma
listagem de informação. As fontes primárias seriam os dados brutos a serem
coletados na pesquisa, como os dados obtidos de um questionário elaborado
pelo pesquisador. Devido ao grande volume de informações disponíveis nas
pesquisas bibliográficas, que ocorrem tanto para fundamentar teoricamente a
pesquisa quanto para dar respostas ao problema tratado, deve-se ter muito
cuidado com a confiabilidade e autenticidade das informações coletadas.
A fontes primárias da pesquisa quantitativa, em geral, podem ser a
observação ou a utilização de instrumentos como levantamentos ou survey,
que são formas de descobrir o que existe e como existe no ambiente social
analisado. Em geral, são descritivos e visam determinar as características e
opiniões de populações, a partir de amostragens representativas. Têm como
vantagem a aplicação simples, fácil decodificação e análise dos dados. Como
desvantagem, há o problema de confiabilidade, pois uma vez que se faz
perguntas às pessoas, elas podem se recusar a prestar informações
verídicas. Por isso, é necessário muito cuidado na análise dos dados
coletados.
É importante compreender que os dados da pesquisa se constituem como as
variáveis coletadas e que posteriormente serão analisadas.Uma variável é
simplesmente algo que muda, ou seja, as variáveis devem assumir valores
diferentes ou categorias diferentes. Exemplo, as variáveis de valor podem ser
as idades: 17, 18, 20, 32, 45. As variáveis de categoria podem ser os gêneros:
feminino, masculino, não binário, etc. As variáveis são muito importantes
porque, através delas, observamos as variações dos fenômenos analisados
na pesquisa. Elas podem ser de dois tipos: qualitativas e quantitativas. As
variáveis qualitativas são os dados de atributos ou qualidades, por exemplo,
sobre o assunto que você mais lê: literatura. Já as variáveis quantitativas são
números em certa escala, por exemplo, quantos livros você lê ao ano: 12.
Técnicas de coleta de dados
Há diversas técnicas de coletas de dados. Cada pesquisa utilizará uma
técnica que esteja mais adequada aos seus objetivos. Nas pesquisas
quantitativas, os dados podem vir da observação, de levantamentos ou de
surveys. A observação pode ser: estruturada (em que é especificado o que
deve ser observado e como deve ser sua coleta); natural (no ambiente em que
a situação ocorre); planejada (em um ambiente artificial); disfarçada
(entrevistados não sabem que estão sob observação); não disfarçada
(entrevistados sabem que estão sob observação).
A observação é muito importante na pesquisa científica e, em relação a
outros métodos, traz a vantagem de que os dados são apreendidos
diretamente, sem intermediação. Contudo, uma possível desvantagem é que
o próprio pesquisador pode provocar alterações nos fenômenos observados,
podendo dar uma interpretação deslocada do objeto e produzindo resultados
pouco confiáveis. Os levantamentos, por sua vez, examinam amostras de
uma população ou grupo por meio de documentos, questionários, entrevistas
e formulários.
A entrevista é a técnica em que o pesquisador formula perguntas ao sujeito
observado. As questões devem ser elaboradas pensando nas mais relevantes
ao estudo, além de estarem baseadas em uma bibliografia atualizada do
assunto. Todos os dados coletados devem ser verificados em termos da sua
credibilidade. Como vantagem, a entrevista: é eficiente na obtenção de dados
com profundidade; seus dados são suscetíveis à classificação e
quantificação; ela permite a avaliação de informações não previstas
anteriormente; etc. As desvantagens seriam: fornecimento de respostas
inverídicas, influência exercida pelo entrevistador no entrevistado, etc.
O questionário se constitui como uma série de perguntas que devem ser
respondidas pelos sujeitos da pesquisa. Ele deve ser objetivo e com uma
extensão limitada, estando acompanhado de instruções que esclareçam o
propósito e facilitem o preenchimento pelo público-alvo. As vantagens dos
questionários são: menor curso, anonimato das respostas e menor influência
dos entrevistadores. As desvantagens podem ser: baixo índice de retorno; são
limitados a quem saiba ler e escrever. É preciso que o número de questões
não seja extenso. Os tipos de questões podem ser classificados em abertas
(em que o informante pode responder livremente), fechadas (escolha entre
duas opções disponíveis de resposta) e múltipla escolha (dispõe uma série de
respostas possíveis).
Os formulários, por sua vez, são coleções de questões anotadas pelo
entrevistador na presença do público-alvo; eles podem ser configurados como
um meio-termo entre entrevista e questionário. Suas vantagens são: a
presença do pesquisador, que pode elucidar os objetivos da pesquisa; ser
amplamente utilizável e flexível. Como desvantagens possíveis do formulário,
podemos citar: menor liberdade de respostas dada a presença do
pesquisador, tempo de resposta mais demorado e risco de distorções pela
presença do pesquisador entrevistador.
Depois de feita a coleta, os dados estão desorganizados e pouco claros,
então, a primeira coisa a fazer é tratá-los. A apresentação dos dados pode se
dar por meio de tabelas, quadros e gráficos que permitam ao pesquisador
fazer inferências e chegar a conclusões. Para a elaboração desses, há
inúmeros recursos digitais que auxiliam a apresentação dos dados, como o
Excel.
Vamos Exercitar?
Você se lembra da nossa situação inicial? Você está avançando no
desenvolvimento da sua pesquisa, cujo tema é “impacto da tecnologia na
saúde mental de adolescentes”. Você já sabe que o seu público-alvo são
adolescentes de 13 a 17 anos e o problema de pesquisa reside na
necessidade de identificar os fatores específicos associados ao uso intensivo
de tecnologia que são importantes para desafios na saúde mental dos
adolescentes. Agora você precisa definir o recorte temporal para realizar o
estado da arte, definir o recorte em relação aos sujeitos que vão participar da
pesquisa e os instrumentos para a coleta dos dados. Vamos lá?
Você precisa deixar claro para o leitor o recorte temporal que fará na busca
pelos estudos disponíveis, o estado da arte da pesquisa. Isso é necessário
porque é relevante buscar as últimas produções a respeito do tema da
pesquisa. Então, como o tema é referente ao uso da tecnologia, o recorte
pode ser referente aos últimos cinco anos. É necessário também mostrar o
recorte em relação aos sujeitos, pois não é possível coletar dados com todos
os adolescentes do país, por exemplo. Assim, os dados podem ser coletados
com adolescentes de uma cidade do sul de Minas Gerais por meio de um
questionário com respostas de múltipla escolha. Por se tratar de
participantes menores de idade, para que eles possam participar da pesquisa,
é necessário o consentimento prévio dos pais.
Saiba Mais
1. Saber coletar os dados de uma pesquisa científica é essencial para a
obtenção de bons resultados e para que eles sejam confiáveis aos olhos
do leitor da pesquisa. A coleta de dados varia, a depender do tipo de
pesquisa que está sendo realizado: se é qualitativa ou quantitativa, por
exemplo. Para se aprofundar no assunto, leia o artigo “Um apanhado
teórico-conceitual sobre a pesquisa qualitativa: tipos, técnicas e
características”, de Cristiano Lessa de Oliveira.
2. Método e metodologia são elementos interligados no desenvolvimento
da pesquisa científica. Embora sejam elementos que precisam ser
desenvolvidos, são distintos e o pesquisador precisa compreender a
diferença entre ambos. Saiba mais sobre o método da pesquisa e como
fazer essa escolha lendo o artigo: “A seção de método de um artigo
científico”, de Mauricio Gomes Pereira.
 
 
Referências Bibliográficas
BAPTISTA, Makilim Nunes; CAMPOS, Dinael Corrêa de. Metodologias de
Pesquisa em ciências: análises quantitativas e qualitativas. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Ltc, 2016.
CRIVELARO, Lana Paula; CRIVELARO, Lara Andréa; MIOTOO, Luciana
Bernardo. Guia prático de monografias, dissertações e teses: Elaboração e
apresentação. 5ª ed. Campinas: Editora Alínea, 2011.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica.
8ª ed. Barueri: Atlas, 2022.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho
científico: projetos de pesquisa, pesquisa bibliográfica, teses de doutorado,
dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. 9ª ed. São Paulo:
Atlas, 2024.
SILVA, Airton Marques da. Metodologia da pesquisa. 2ª ed. Fortaleza:
EDUECE, 2015.
https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3122/2459
https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3122/2459
https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3122/2459
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742013000100020
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742013000100020
Aula 3
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
DADOS DA PESQUISA
Análise e interpretação dos dados da
pesquisa
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você
irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos
assisti-la? 
 
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Caminhando para a finalização do relatório de pesquisa,este é o momento de
pensar na apresentação dos resultados, nas considerações finais e na
formatação, que deve seguir a ABNT NBR 14724 (2011). A seção dos
resultados indica o que foi encontrado na pesquisa, isto é, mostra os dados
relevantes obtidos pelo pesquisador. Os resultados podem ser apresentados
junto com a discussão, pois assim é possível que os leitores entendam o que
os resultados significam. As considerações finais apresentam o resultado do
trabalho, interpretando os achados em um nível de abstração mais alto do
que a discussão e relacionando esses achados ao problema de pesquisa
declarado na introdução.
Vamos treinar a análise de tabelas e gráficos a partir da seguinte questão:
você e sua equipe foram contratados para realizar uma pesquisa quantitativa
sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho e suas condições de
vida no município de Campinas. O estado de São Paulo será analisado em um
contexto mais amplo, para fins comparativos a partir de uma base de dados
secundários. Após a coleta dos dados, ao colocar os valores referentes às
populações do município de Campinas e do estado na construção de um
mesmo gráfico, a barra correspondente à população do município ficou quase
invisível.
Figura 1 | Nível de instrução – população do estado de São Paulo e Campinas, 2010. Fonte: adaptada de IBGE
(2010).
 
 
 
Vamos Começar!
Quadros, gráficos e tabelas
Após coletarmos os dados, realizamos as análises iniciais, sejam estatísticas,
sejam algum tipo de interpretação. É necessário inserir os resultados na
pesquisa. Este é o momento de mostrar para o leitor o que você encontrou
com o desenvolvimento do seu estudo. Apresentar os resultados de uma
pesquisa científica de forma clara e eficaz é fundamental para comunicar
suas descobertas de maneira acessível e compreensível para os leitores. Os
resultados precisam ser discutidos articulando a hipótese inicial da pesquisa
e outros estudos relevantes no campo em questão (Shishito, 2018).
Segundo Pereira (2013), é importante que se apresentem as características
demográficas, socioeconômicas, clínicas ou de outra natureza do objeto
estudado. Gráficos, quadros e tabelas podem ser utilizados para apresentar
os resultados da pesquisa de uma maneira visualmente mais atraente. Esse
tipo de apresentação dos resultados permite que as análises sejam
realizadas por meio de uma visualização de conjunto. Os recursos visuais
podem ser utilizados para buscar por padrões e relações de uma ou mais
variáveis, descobrir novos fenômenos, verificar suposições etc. A
representação de uma variável a partir de um gráfico/tabela tem a vantagem
de informar de forma rápida e concisa a sua variabilidade (Shishito, 2018).
As tabelas são formas não discursivas, representadas por números e códigos,
dispostos em ordem, segundo as variáveis analisadas do fenômeno. As
tabelas, preferencialmente, devem ser completas para que dispense a
consulta ao texto, contenha os dados necessários, tenha uma estrutura
simples, objetiva e certa consistência lógica. Vamos acompanhar a seguir um
exemplo de como os dados da pesquisa podem ser apresentados em uma
tabela:
Tabela 1 | Exemplo de tabela com distribuição de frequências. Fonte:
adaptada de Shishito (2018, p. 137).
No exemplo acima, a frequência se refere aos números absolutos da
contagem; a proporção é em relação ao total e a porcentagem também é
calculada em relação ao total. Esse recurso de distribuição de uma variável a
partir de percentuais é bastante útil quando se pretende comparar essa
variável entre grupos distintos. A maneira como esses dados serão descritos
após a apresentação da tabela depende do objetivo da pesquisa, do que o
pesquisador se propôs a investigar. Podemos pensar em um exemplo: os
dados da Tabela 1 indicam que a maior parte dos respondentes da pesquisa
(50%) possuem o ensino médio completo, enquanto apenas 16,67%
declararam ter concluído algum curso superior.
Outra forma de apresentar os dados da pesquisa é por meio do gráfico de
barras. Eles permitem uma comparação visual por meio da altura das barras.
Os dados são indicados no gráfico para que o leitor entenda a que o autor
está se referindo. Os gráficos de barras são mais apropriados para as
variáveis ordinais, ou seja, aquelas em que os atributos têm uma ordenação,
por exemplo a distribuição por anos ou por grau de instrução. Para os
gráficos que utilizam os eixos verticais (y) e horizontais (x), como o da Figura
2 a seguir, é importante sinalizar, a partir de legendas, quais valores estão
referenciados em cada eixo.
Grau de instrução Frequência ni Proporção fi Porcentagem 100 fi
Fundamental 12 0,3333 33,33
Médio 18 0,5000 50,00
Superior 6 0,1667 16,67
Total 36 1,0000 100,00
Pode ser feita uma introdução antes da inserção do gráfico, por exemplo: Os
dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua divulgada
pelo IBGE em 2023 indicaram que de 2016 a 2022 a presença de telefone fixo
convencional diminui mais de 20% nas residências brasileiras. Por outro lado,
no mesmo período a presença de telefone móvel celular subiu mais de 3%,
mas ainda não chegou à totalidade dos lares brasileiros. Os dados podem ser
visualizados na Figura 2 a seguir.
Figura 2 | Domicílios com telefone fi xo convencional e com telefone móvel celular
(%).  Fonte: IBGE (2023).
Também podem ser utilizados os gráficos de setores (pizza) para a
apresentação dos resultados da pesquisa. Esse gráfico apresenta uma
frequência relativa de uma observação. Eles não são bons para comparações
temporais. Os gráficos de setores são mais apropriados para representar
variáveis qualitativas nominais, ou seja, aquelas em que os atributos descritos
não têm uma relação de ordem entre si.  A Figura 3 traz um exemplo desse
tipo aplicado às notas dos alunos. A discussão pode ser relacionada a
motivação dos alunos, à indisciplina, a frequência nas aulas ou a outro fator
que esteja associado ao que foi pesquisado.
Figura 3 | Exemplo de gráfico de setores. Fonte: elaborada pela autora.
Após a explicitação da amostragem, os resultados devem ser elencados em
uma ordenação. Primeiro, os mais relevantes, aqueles que respondem
diretamente à questão central da pesquisa. O pesquisador, na sequência,
poderá expor os resultados secundários, aqueles achados que não eram
esperados, mas que são relevantes. Há algumas dicas que podem ser
seguidas para facilitar a elaboração da seção de resultados:
Apresentar os resultados de forma ordenada e lógica.
Dar ênfase somente a informações imprescindíveis.
Não emitir opiniões ou julgamentos sobre o que foi encontrado, pois a
parte interpretativa cabe à seção de discussão.
Não replicar no texto os resultados que estão nas ilustrações.
Esses são alguns exemplos de como os dados podem ser apresentados, mas
também podem ser utilizados histogramas, tabulação cruzada, diagramas de
dispersão, gráfico sequencial, dentre outros. É importante ressaltar que, na
hora de interpretar os dados e expor os resultados, o pesquisador deve ter
muito cuidado para não enviesar e comprometer esses dados com sua
análise. Assim, espera-se que, na seção de resultados, se encontrem as
informações mais relevantes que a pesquisa obteve. A seção de resultados
deve ter um texto simples, objetivo, que preze pela clareza e pela ordenação
lógica, seguindo sempre as regras da comunicação científica. Muitas vezes,
se faz necessário redigir o texto mais de uma vez, até alcançar a clareza
pretendida.
 
Siga em Frente...
As considerações finais
Após a apresentação e discussão dos resultados, a pesquisa se encaminha
naturalmente para as considerações finais. Alguns autores se referem a esse
momento da pesquisa como a etapa das conclusões. Entretanto, se
consideramos o processo de construção do conhecimento como algo fluído e
dinâmico, em constante construção, é possível admitir que o tema escolhido
não é algo que se finda. Sempre haverá a possibilidade de trabalhar o tema de
umaoutra maneira, a partir de uma outra perspectiva, abordando novos
tópicos ou novos questionamentos.
Independente de chamarmos essa parte de pesquisa de considerações finais
ou conclusões, ela tem características próprias que precisam ser observadas.
É o momento em que o autor retoma de forma sintetizada as principais
argumentações desenvolvidas no decorrer do trabalho, buscando as relações
entre as ideias apresentadas e os resultados obtidos. É uma parte do texto
que deve ser redigida de forma clara, precisa e objetiva, não sendo
recomendado retomar citações ou trazer novas informações (Baptista;
Campos, 2016; Crivelaro; Crivelaro; Miotto, 2011).
Marconi e Lakatos (2024, p. 151) apontam que, ao finalizar um trabalho, se
deve “a) Evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo. b) Indicar as
limitações e as reconsiderações. c) Apontar a relação entre os fatos
verificados e a teoria”. É importante mostrar para o leitor que os argumentos,
teorias, hipóteses e conceitos conversam entre si, se unem e se
complementam. Dessa forma, o autor pode apresentar também propostas e
sugestões para novos estudos e depois se preocupar com a elaboração dos
documentos pós-textuais.
Formatação do relatório de pesquisa
A norma da ABNT que define como um trabalho final deve ser formatado é a
NBR 14724 (2011). Ela apresenta os elementos pré-textuais, os elementos
textuais e os elementos pós-textuais que devem ser apresentados, e define
aqueles que são obrigatórios e os que são opcionais. O TCC é definido como
um “documento que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar
conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado
da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa, e outros
ministrados” (ABNT, 2011, p. 4). A seguir, na Figura 4, podemos visualizar um
esquema que apresenta a estrutura do trabalho acadêmico:
Figura 4 | Estrutura do trabalho acadêmico. Fonte: ABNT 14724 (2011, p. 5).
O TCC sistematiza os resultados de uma pesquisa científica, sendo assim,
para a sua elaboração, é necessário aplicar os procedimentos observados na
construção de um estudo científico. O seu intuito é aprofundar o
conhecimento do aluno/pesquisador em um determinado tema. Ele é
realizado normalmente no final de um curso para demonstrar o conhecimento
adquirido durante aquele período. Não existe um padrão quanto ao tipo de
trabalho que será solicitado, podendo ser um artigo, uma monografia, um
paper, relatório de estágio, etc. Assim, cada instituição de ensino faz a
determinação do tipo de trabalho que o aluno fará (Baptista; Campos, 2016).
O esquema anterior nos permitiu visualizar aqueles elementos que são
obrigatórios e os que são opcionais. Vamos olhar de maneira mais detalhada
para esses elementos. Não podemos esquecer que a NBR 14724 (2011) nos
orienta quanto à estrutura do trabalho; o conteúdo deve ser desenvolvido pelo
pesquisador, contemplando de maneira detalhada aqueles elementos
abordados no projeto de pesquisa.
Figura 5 | Exemplo para apresentação de um trabalho acadêmico concluído. Fonte: adaptada de Crivelaro;
Crivelaro; Miotto (2011).
No exemplo anterior, apresentamos apenas a lista de tabelas, mas podem ser
inseridas também listas de ilustrações, abreviaturas, siglas e símbolos; isso
depende desses elementos estarem presentes ou não no decorrer do
trabalho. O sumário deve ser elaborado de acordo com a ABNT NBR 6027
(2013). As margens das páginas devem ser de 3cm para a esquerda e a
superior e 2cm para a direita e a inferior. A recomendação é que o texto seja
digitado em fonte 12 e o espaçamento entre linhas deve ser 1,5. Por fim, é
importante fazer toda a parte textual primeiro para depois voltar nos
elementos pré-textuais.
Vamos Exercitar?
Retomando a nossa situação inicial, você e sua equipe estavam realizando
um trabalho com a sistematização e apresentação gráfica de dados da
pesquisa survey e de dados coletados de bases de dados secundárias. Por
estar trabalhando com dois grupos populacionais de tamanhos distintos:
amostra da população do município de Campinas e população total do estado
de São Paulo, a representação gráfica apresentou um desenho de difícil
visualização e comparação dos dados. Uma forma de permitir a comparação
de padrões de distribuição de frequências a partir de gráficos é a
transformação dos dados em valores percentuais.
Considerando que as populações totais do estado de São Paulo e de
Campinas eram 41 milhões e cerca de 1 milhão, respectivamente, na
representação gráfica da Figura 1, fica difícil visualizar os valores para
Campinas. Dessa forma, a conversão dos valores em percentuais é a maneira
mais fácil para que posteriormente seja possível construir um gráfico de
barras com a finalidade de comparar o nível de instrução da cidade com o
nível do estado. Veja como ficou a conversão na Tabela 2:
População de Campinas e do estado de
São Paulo segundo nível de instrução,
2010
  Estado de São
Paulo
Campinas
Nível
de
instruç
ão
Frequ
ência
Perce
ntual
%
Frequ
ência
Percent
ual %
Funda
mental
incomp
leto
20.49
6.012
49,7 449.71
5
41,6
Funda
mental
comple
to
6.706.
403
16,3 165.21
8
15,3
Médio
comple
to
9.577.
010
23,2 259.21
8
24,0
Superio
r
comple
to
4.171.
221
10,1 200.25
2
18,5
Tabela 2 | Tabela com distribuição de frequências absolutas e percentuais.
Fonte: adaptada de IBGE (2010).
 
Saiba Mais
1. Representar os dados da pesquisa de maneira gráfica pode ser uma
estratégia interessante para prender a atenção do leitor e deixar o
conteúdo visualmente mais atrativo. Para isso, é necessário que o autor
da pesquisa saiba como elaborar os gráficos e tabelas. O Microsoft
Excel é um forte aliado nesse sentido. Para saber mais sobre o assunto,
acesse o capítulo 6 – “Gráficos” (p. 60-97), do livro Gráficos em
Dashboard para Microsoft Excel 2013, de José Eduardo Chamon,
disponível na Minha Biblioteca.
2. A elaboração do trabalho de conclusão de curso concretiza a finalização
de todo um processo de formação que se deu durante um tempo, seja
em um curso de graduação, seja na pós-graduação. Ele sintetiza os
conhecimentos adquiridos pelo aluno/pesquisador nesse período. Por
isso, é importante saber elaborar corretamente esse trabalho. Para
conseguir compreender melhor esse processo, leia o texto “Pequeno
guia prático para se fazer uma monografia acadêmica” de Paulo Roberto
de Almeida.
 
 
Referências Bibliográficas
Não
determi
nado
295.9
13
0,7 6.944 0,6
Total 41.24
6.559
100,0 1.081.
927
100,0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536519258/pageid/59
https://www.uniceub.br/arquivo/83ng_20190122114220*pdf?AID=2303
https://www.uniceub.br/arquivo/83ng_20190122114220*pdf?AID=2303
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR
14724: informação e documentação: Trabalhos acadêmicos: apresentação.
Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6027:
informação e documentação: Sumário: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2013.
BAPTISTA, Makilim Nunes; CAMPOS, Dinael Corrêa de. Metodologias de
Pesquisa em ciências: análises quantitativas e qualitativas. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Ltc, 2016.
CRIVELARO, Lana Paula; CRIVELARO, Lara Andréa; MIOTTO, Luciana Bernardo.
Guia prático de monografias, dissertações e teses: Elaboração e
apresentação. 5ª ed. Campinas: Editora Alínea, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: acesso à internet e à televisão
e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2022. Rio de Janeiro:
IBGE, 2023. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102040_informativo.pdf.
Acesso em: 9 nov. 2023.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho
científico: projetos de pesquisa, pesquisa bibliográfica, teses de doutorado,
dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. 9ª ed. SãoPaulo:
Atlas, 2024.
PEREIRA, M. G. A seção de resultados de um artigo científico. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, v. 22, n. 2, p. 353-354, 2013.
SHISHITO, Katiani Tatie. Pesquisa aplicada às ciências sociais. Londrina:
Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
 
 
Aula 4
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102040_informativo.pdf
NORMAS E PADRONIZAÇÃO
CIENTÍFICA
Normas e padronização científica
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você
irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos
assisti-la? 
 
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Chegou o momento de pensarmos nas normas e na padronização de um
trabalho acadêmico. Esse momento, para muitas pessoas, pode parecer um
pesadelo, mas vamos ver que não é. Trata-se de processo bem simples, a
partir do momento em que compreendemos os elementos que precisam ser
apresentados tanto nas citações quanto nas referências. E a melhor maneira
para chegarmos a essa compreensão é praticando.
Vamos refletir e exercitar sobre a seguinte questão: você finalizou seu
trabalho de conclusão de curso e seguiu a norma 14724 da ABNT no tocante
à formação. Agora é o momento de revisar as referências e as citações que
foram feitas no decorrer do texto. Você percebeu que suas citações não estão
padronizadas; à medida que foi escrevendo o texto, você se confundiu. Então
para ficar mais fácil realizar o ajuste, você vai elaborar um esquema que
sintetize as principais características de cada tipo de citação para que você
possa voltar no texto e realizar a revisão de maneira mais eficaz. Bons
estudos!
Vamos Começar!
Falamos bastante nas normas que precisam ser aplicadas nos trabalhos
acadêmicos, na padronização científica, mas por que precisamos seguir
essas normas? Só existem as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT)? Muitos outros questionamentos podem ser feitos, mas o
que nos importa saber é que existem outras normas que são utilizadas para
padronizar os trabalhos acadêmicos, como a American Psychological
Association (APA). As normas da APA são direcionadas principalmente para
as áreas da Psicologia e da Administração e não apresentam orientações
quanto a formatação de capa, folha de rosto, anexos, etc. (PUCMG, 2022).
Existem ainda outras normas, como a Chicago, a Harvard ou a Vancouver.
Cada uma delas tem seus elementos específicos e formas próprias de
formatação.
Por que utilizamos, na maioria das vezes, as normas da ABNT? Porque são as
mais utilizadas nacionalmente, mesmo sendo facultativas do ponto de vista
institucional. Isso quer dizer que as instituições podem adotá-las em partes
ou no todo (no entanto, uma vez adotadas, todos os trabalhos realizados para
a instituição devem se adequar a elas). Elas são necessárias, pois a ciência
exige um padrão não apenas na condução de seus experimentos, mas
também na divulgação de seus resultados. Nesse sentido, compreendemos
que as normas não têm o intuito de limitar a produção científica, e sim de
adequar as produções a fim de favorecer a transmissão e divulgação do
conhecimento. Vamos falar especificamente das normas de citações e de
referências, que são dois elementos primordiais na realização de um bom
trabalho acadêmico.
Siga em Frente...
Citações – ABNT NBR 10520/2023
Sempre que vamos construir um texto científico, é necessário dialogar com
outros autores, por meio da consulta a textos já publicados. Precisamos nos
lembrar de que o conhecimento é dinâmico e está constantemente em
construção; essa busca permite também a compreensão do estado da arte
do tema em questão. Dessa forma, ao construir o texto, o pesquisador vai
inserir conceitos e ideias que são de outros pesquisadores e, para que a
pesquisa seja ética e não configure plágio, é necessário que as citações
sejam feitas conforme estabelece a norma. A norma da ABNT NBR 10520
(2023) é a que estabelece como as citações devem ser inseridas no texto.
Quando realizamos uma citação no decorrer de nosso texto, estamos dando
crédito ao autor que utilizamos como fonte. Estamos sinalizando para o
nosso leitor que aquela ideia, aquele conceito ou aquela visão não é nossa,
mas de outra pessoa. Entretanto, concordamos com o autor ou estamos
colocando no texto para, a partir dele, elaborar um contraponto. As citações
podem ser diretas ou indiretas. Também pode ser feita a citação da citação.
Elas podem ser inseridas em qualquer parte do texto. Precisamos nos atentar
para como mencionar o autor no decorrer do texto. Vamos ver todas essas
questões de maneira mais detalhada.
Citações diretas
As citações diretas consistem na transcrição literal das palavras do autor
base no texto que estamos escrevendo. De maneira geral, elas podem ser
curtas (até 3 linhas, entre aspas duplas no corpo do texto) ou longas (mais de
3 linhas, em parágrafo a parte com recuo lateral). Em ambos os casos, é
preciso mencionar o sobrenome do autor, o ano da publicação e a página de
onde aquele trecho foi retirado (Marconi, Lakatos, 2024). Vamos ver alguns
exemplos no Quadro 1:
CITAÇÕES DIRETAS CURTAS
Um autor
Quando se pensa na história da ética
das pesquisas com seres humanos,
Faintuch (2021, p. 9) aponta que “o
primeiro registro encontra-se na Bíblia,
com uma pesquisa prospectiva
controlada não aleatorizada”.
 Dois ou três autores
De acordo com Marconi e Lakatos
(2024, p. 15), a leitura é “um dos
fatores decisivos do estudo, é
imprescindível em qualquer tipo de
investigação científica”.
Quando pensamos na formação dos
indivíduos para a atuação na
sociedade, é preciso que essa
formação seja “considerada algo em
constante processo de construção e
desenvolvimento” (Mariano; Franco;
Oliveira, 2021, p. 364).
Quatro ou mais autores
O início da vida acadêmica ocasiona
muitas mudanças na vida dos
estudantes. “É um processo marcado
por modificações nos vínculos
comportamentais, que juntamente
com fatores psicossociais, estilo de
vida e situações do meio acadêmico
torna-os vulneráveis a circunstâncias
de risco à saúde” (Neves et al., 2015, p.
65).
Quadro 1 | Exemplos de citações diretas curtas. Fonte: elaborado pela autora.
Note que a inserção da citação no texto varia de acordo com a estrutura da
frase e de acordo com a maneira com que ela está sendo escrita. O que não
muda na citação direta curta é a maneira como ela é apresentada no texto,
sempre entre aspas duplas, acompanhada do sobrenome do autor ou autores,
do ano da publicação e da página de onde foi retirada. As aspas simples são
utilizadas para indicar citação no interior da citação. Em relação às citações
diretas longas, a maneira como elas aparecem nos textos é diferente das
curtas, mas permanece a obrigatoriedade de indicação de autor, ano e página
ou localização do trecho citado quando for possível. Vejamos alguns
exemplos:
Figura 1 | Exemplo de citação direta longa. Fonte: elaborada pela autora.
Note que o espaçamento entrelinhas utilizado no texto é de 1,5, mas, na
citação, o espaçamento entre linhas é simples. A ABNT (2023) recomenda
que seja feito o recuo de 4 centímetros da margem esquerda, com letra
menor que a utilizada no texto e sem aspas. Se forem dois, três ou mais de
três autores, a indicação dos sobrenomes seguem o modelo que foi
apresentado nas citações diretas curtas. Mas atenção: no caso de uma obra
com quatro autores ou mais, se você optar por utilizar a expressão et al., isso
precisa ser feito para todas as obras com quatro autores ou mais, a fim de
que haja padrão no texto. As supressões ou os acréscimos no decorrer das
citações são indicadas por colchetes e reticências [...].
Citações indiretas
As citações indiretas são aquelas em que não há transcrição literal de alguma
parte do texto, mas o autor se baseou no texto-fonte para escrever. As
citações indiretas podem ser comentários ou críticas a uma determinada
ideia; podem ser usadas para concordar ou refutar um argumento. Isso
sempredepende da estrutura do texto em questão. A maneira como o
sobrenome do autor ou dos autores aparecem no texto ou no final da frase
deve seguir o que está determinado na norma da ABNT. Por não serem
transcrições literais, elas não apresentadas entre aspas e não há a
necessidade de indicação da página do texto base (Marconi; Lakatos, 2024).
Acompanhe alguns exemplos a seguir:
Figura 2 | Exemplos de citações indiretas. Fonte: elaborada pela autora.
Citação da citação – apud
A palavra apud pode ser traduzida como “citado por”; isso quer dizer que o
autor não teve contato diretamente com a obra citada: ele a leu por meio de
outra citação (Marconi, Lakatos, 2024). Por ser uma palavra que vem do latim,
ela deve sempre ser apresentada em itálico no texto. A citação da citação
deve ser evitada: o recomendado é que sempre se busque o texto-fonte a que
se está referindo. Entretanto, existem alguns casos em que de fato não é
possível consultar o texto original, então realiza-se o apud. As regras de apud
seguem as regras de citações diretas e indiretas:
Figura 3 | Exemplos de apud. Fonte: elaborada pela autora.
A norma apresenta diversos outros detalhes quanto as citações; por exemplo,
em relação à maneira como devem ser apresentados autores com o mesmo
sobrenome e data de publicação. “Para autores com o mesmo sobrenome e
data de publicação, devem-se acrescentar as iniciais de seus prenomes. Se
persistir a coincidência, colocam-se os prenomes por extenso” (ABNT, 2024,
p. 8). Ela esclarece também como devem ser feitas as citações de diversos
documentos do mesmo autor, com publicações em anos diferentes, devem
ser “mencionados simultaneamente, devem ter as suas datas em ordem
cronológica, separadas por vírgula” (ABNT, 2023, p. 5).
Por fim, devemos nos atentar para o fato de que, quando há a indicação de
siglas (ABNT, IBGE, APA, MEC etc.) no corpo do texto ou no final da frase, a
recomendação é para que elas sejam grafas em letras maiúsculas. O
essencial é que a norma seja consultada sempre que ocorra alguma dúvida,
isso facilita a escrita do texto e diminui a possibilidade de cometermos erros
no momento da escrita. Em algumas ocasiões, como no envio de um artigo
para um evento ou para uma revista científica, a inserção correta das citações
e das referências pode ser um diferencial para que o responsável pelo texto o
envie ou não para a correção.
Referências – ABNT NBR 6023/2018
As referências de um texto devem ser elaboradas de acordo com a ABNT NBR
6023 (2018). Ao longo da elaboração do texto, de qualquer natureza, o
pesquisador usa diferentes fontes na sua construção, como livros, artigos,
teses, matérias de jornais, entrevistas, entre outros tipos de materiais. Tudo o
que é citado no decorrer do texto precisa ser referenciado e, para isso, o
pesquisador precisa conhecer o formato de apresentação de cada
documento a fim de elaborar a referência pertinente de maneira correta.
Isso quer dizer que não existe um padrão para todos os documentos. Cada
tipo de documento é apresentado de uma maneira específica nas referências
do texto. Isso não quer dizer que não existam regras para a elaboração das
referências. De maneira geral,
[...] as referências devem ser elaboradas em espaço simples, alinhadas à
margem esquerda do texto e separadas entre si por uma linha em branco
de espaço simples, [...] a pontuação deve ser uniforme para todas as
referências. [...] O recurso tipográfico (negrito, itálico ou sublinhado)
utilizado para destacar o elemento título deve ser uniforme em todas as
referências (ABNT, 2018, p. 5).
Vamos buscar compreender como cada documento deve ser apresentado.
Começando pela autoria de pessoas físicas, o autor ou os autores devem ser
apresentados pelo último sobrenome, em letras maiúsculas, seguidos pelos
prenomes e outros sobrenomes abreviados ou não. Os autores devem ser
separados por ponto e vírgula. Precisamos padronizar a forma de
apresentação dos prenomes e sobrenomes. Isso quer dizer que se
apresentarmos todo o nome de um autor em uma referência, em todas isso
deve ser feito. Se apresentarmos apenas a inicial, isso deve ser seguido nas
outras também. Acompanhe os exemplos no Quadro 2:
Quadro 2 | Exemplos: referências de monografia no todo. Fonte: elaborado
pela autora.
Um autor
ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense,
1995.
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um
enfoque econômico-financeiro. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Dois ou três
autores
SOUZA, J. C.; PEREIRA, A. M. Metodologia de trabalho. 3ª ed. São
Paulo: Estrela, 2011.
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber:
matemática, segunda série, 2, primeiro grau: livro do professor.
São Paulo: Scipione, 1995. 136 p.
Quatro ou
mais de
quatro
autores
URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade
social para o Brasil. Brasília: IPEA, 1994.
TAYLOR, Robert; LEVINE, Denis; MARCELLIN-LITTLE, Denis;
MILLIS, Darryl. Reabilitação e fisioterapia na prática de pequenos
animais. São Paulo: Roca, 2008.
Note que, quando há a indicação de quatro ou mais autores, a norma
estabelece que convém indicar todos; entretanto, é permitido utilizar a
expressão et al. após o nome do primeiro autor. Outro ponto importante é que
as referências devem obedecer aos mesmos princípios; portanto, se utilizar a
inserção de elementos complementares, como o número de páginas no caso
de um livro, estes devem ser incluídos em todas as referências daquela lista.
Mas atenção: se você estiver se referindo ao capítulo de um livro ou ao artigo
de um periódico, a indicação da página final e inicial são obrigatórias, a
menos que não seja possível a localização. O Quadro 3 nos possibilita
visualizar outros tipos de referências:
Quadro 3 | Exemplos: referências de diferentes formatos. Fonte: elaborado
pela autora.
Perceba que, no caso de documentos com título e subtítulo, apenas o título
aparece em destaque. No caso de um artigo de revista, o elemento destacado
é o nome da revista; o mesmo acontece quando utilizamos apenas o capítulo
de um livro como referência. Existem ainda muitos outros documentos que
Livro com
responsabilidade
Intelectual
LANDAU, L.; CUNHA, G. G.; HANGUENAUER, C. (org.).
Pesquisa em realidade virtual e aumentada. Curitiba: Editora
CRV, 2014. 164 p.
Autoria
institucional,
disponibilidade e
acesso
OMS - Organização Mundial da Saúde. Mulheres e saúde:
evidências de hoje: agenda de amanhã. Geneva: OMS, 2009.
92 p. Disponível em:
https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/7684/978857
9670596_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 9
nov. 2023.
 Autoria do
capítulo distinta
da autoria do
livro no todo 
BACHEGA, K.; ACCETTURI, E. Transplantes de tecido ósseos
no Brasil: uma história segura de sucesso da odontologia. In:
SANTOS, P. S. S. et al. (org.). Odontologia em transplante de
órgãos e tecidos. Curitiba: Editora CRV, 2018. cap. 7, p. 109-
127.
Artigo de
periódico
disponível na
internet
MARIANO, M. L. S.; FRANCO, S. A. P.; OLIVEIRA, K. L. de.
Estágio em docência no curso de doutorado em educação:
relatos de experiência. Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 361–375, 2021.
Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/
12785. Acesso em: 9 nov. 2023.
podem ser referenciados, como legislações, vídeos, podcasts. Vamos
acompanhar alguns outros exemplos no Quadro 4:
Quadro 4 | Exemplos: referências de diferentes formatos. Fonte: elaborado
pela autora.
 Constituição
Federal
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, [2016]. 496
p. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/51823
1/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 9 nov. 2023.
Atos
administrativos
normativos
BRASIL. Ministério da Educação. Ofício circular 017/MEC.
Brasília, DF: Ministério da Educação, 26 jan. 2006. Assunto:
FUNDEB.

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