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Aula 05 SIA - Civil II - 2013

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Curso de Direito Civil II 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos
Aula 05 – 1. Obrigação de meio. Conceito. Reflexos jurídicos
2. Obrigação de resultado. Conceito. Reflexos jurídicos
3. Obrigação alternativa. Conceito.Reflexos jurídicos
A distinção entre obrigações de meios e de resultado é importante e rigorosa, mas tem suscitado dificuldades e, por vezes, alguma oposição, embora seja amplo o seu acolhimento.
O rigor da distinção não exclui figuras mistas, sendo os casos de dupla definição da prestação, abaixo referidos, os mais frequentes e dignos de nota. Propomo-nos esclarecer os termos da distinção.
Se o seu alcance em sistemas como o português. Defendemos, em especial, que a distinção não tem reflexos em matéria de custos da prestação, ou seja, nos problemas de acréscimos de onerosidade, que podem configurar uma «alteração das circunstâncias». O tópico das obrigações de meios e de resultado não serve para determinar quais os casos em que a onerosidade da prestação é excessiva.
Pelo caminho da exposição, apresentamos ainda o conceito de resultado definidor da prestação, que cremos ter alguma utilidade geral e que se contrapõe aos resultados exteriores (o «fim da prestação») e aos resultados subalternos.
OBRIGAÇÕES DE MEIO 
Conceito
São aquelas em que o devedor é obrigado a empenhar-se para conseguir um certo resultado, estando cumprida a obrigação, mesmo que este não venha a ser alcançado, por exemplo: um advogado em elação ao seu cliente.
Na Obrigação de Meio, o que deve ser aferido é o comportamento do devedor, se houve diligência para o cumprimento da obrigação; o elemento culpara está presente; trata-se de observar o que o devedor prometeu e o que o credor pode esperar. 
Ex.: advogado e médico; não um comprometimento com o resultado, mas sim o meio adequado e diligente. Nesta o credor deverá provar que a obrigação não foi cumprida e, ainda, que o devedor não atuou como deveria.
Esta classificação é importante quando se apura a execução das obrigações.
Reflexos Jurídicos
As obrigações de meios chamar-se-iam com mais clareza obrigações de tentativa ou obrigações de adequação. As obrigações de meios também se definem por um resultado. O devedor, porém, não se obriga a causá-lo, mas a tentar causá-lo, ou melhor, a praticar os actos que, numa apreciação ex ante, sejam adequados a causá-lo. É portanto comum às obrigações de meios e de resultado serem definidas através de um fato que se pretende causar. A diferença está naquilo a que o devedor se obriga: nas de resultado, obriga-se a causá-lo; nas de meios, obriga-se a tentar adequadamente causá-lo. Assim, só há cumprimento das primeiras quando o resultado definidor da prestação ocorra causado pelo devedor; nas de meios, há cumprimento quando o resultado é adequadamente tentado. 
Note-se que as «obrigações de meios» não se definem por nenhuma indicação dos meios que o devedor usará para cumprir. Pelo contrário, ele é totalmente livre na sua escolha, salvo convenção adicional.
OBRIGAÇÕES DE RESULTADO
Conceito 
São aquelas que somente considera-se cumprida com a obtenção de um determinado resultado.
- Na Obrigação de resultado, o que importa é a execução da obrigação, o seu cumprimento; o credor deverá demonstrar que a obrigação não foi cumprida, que houve inexecução; não se analisa o elemento culpa do devedor.
Ex. entrega de mercadoria. Trata-se de descumprimento contratual; há presunção de culpa, ou a culpa é irrelevante. Art. 389 do CC
Reflexos Jurídicos
As obrigações de resultado poderiam chamar-se obrigações de causação ou obrigações causativas. Nelas, o devedor obriga-se a causar certo resultado, o resultado definidor da prestação. Como o comportamento devido se define pela causação de um facto, esse comportamento ocorre apenas se o resultado ocorrer: só se causa o que acontece. Logo, um ato só será qualificado como cumprimento se o resultado vier depois a ocorrer. - Pretende-se ver aqui analisado o que o devedor prometeu e o que o credor pode esperar.
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
OBRIGAÇÃO COMPLEXA OU COMPOSTA
        
Havendo pluralidade de prestação, a obrigação é complexa ou composta e se desdobra, então, nas seguintes modalidades:
i)  obrigações cumulativas;
ii)  obrigações alternativas;
iii)  obrigações facultativas;
OBRIGAÇÕES COMPLEXAS:
CUMULATIVA
       
Na modalidade especial de obrigação composta, denominada cumulativa ouconjuntiva, há uma pluralidade de prestações e todas devem ser solvidas, sem exclusão de qualquer delas, sob pena de se haver por não cumprida. Como por exemplo, na obrigação de entregar um veículo e um animal, ou seja, os dois, cumulativamente. Efetiva-se o seu cumprimento somente pela prestação de todos eles.
ALTERNATIVA
Conceito
É a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um. 
Ex.: A pagará a dívida perante B, mediante a entrega de R$ 200.000,00 ou de um apartamento nesse 
valor.
Reflexos Jurídicos
       
Tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais uma somente será escolhida para pagamento ao credor e liberação do devedor. Tal modalidade de obrigação exaure-se com a simples prestação de um dos objetos que a compõem. Por convenção das partes, somente uma delas há de ser cumprida, mediante escolha do credor ou do devedor.
        
Trata-se de obrigação única, com prestações várias, realizando-se, pela escolha, com força retroativa, a concentração numa delas e a consequente exigibilidade, como se fosse simples desde a sua constituição.
        
As obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de cumprimento, pelo devedor, pois lhe permitem selecionar, dentre as diversas prestações, a que lhe for menos onerosa, diminuindo, por outro lado, os riscos a que os contratantes se achem expostos. Se, por exemplo, um dos objetos devidos perecer, não haverá extinção do liame obrigacional, subsistindo o débito quanto ao outro.
        
A obrigação alternativa só estará em condições de ser cumprida depois de definido o objeto a ser prestado. Essa definição se dá pelo ato de escolha.
        
O Código Civil respeita, em primeiro lugar, a vontade das partes. Em falta de estipulação ou de presunção em contrário, a escolha caberá ao devedor. Nada obsta a que as partes, no exercício da liberdade contratual, atribuam à faculdade de escolha a qualquer delas, seja o devedor, seja o credor, ou a um terceiro de confiança de ambos. O direito de opção transmite-se a herdeiros, quer pertença ao devedor, quer ao credor.
        
O direito de escolha não é, todavia, irrestrito, pois o § 1º do citado art. 252 do Código Civil proclama que “não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra”, pois deve uma ou outra. Se, se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de arroz, por exemplo, não poderá compelir seu credor a receber uma saca de café e uma de arroz. O aludido dispositivo legal estabelece a indivisibilidade do pagamento.
        
Quando, no entanto, a obrigação for de prestações periódicas (mensais, anuais, p. ex.),“a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período” (CC, art. 252, § 2º). Poderá, assim, em um deles (no primeiro ano, p. ex.), entregar somente sacas de café, e no outro somente sacas de arroz, e assim sucessivamente.
        
Podem as partes estipular que a escolha se faça pelo credor ou deferir a opção a terceiro, que neste caso atuará na condição de mandatário comum. Se este não puder ou não quiser aceitar a incumbência, “caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes”. Essa regra, constante do art. 252, § 4º.
        
Não é aplicável à escolha da prestação, nas obrigações alternativas, o princípio jurídico do meio-termo ou da qualidade média: o titular do direito de escolha pode optar livremente por qualquer das prestações in obligatione, porque todas elas cabem no círculo das prestações previstas pelas partes.
         
        
A Concentração
        
Cientificada a escolha, dá-se a concentração, ficando determinado,de modo definitivo, sem possibilidade de retratação unilateral, o objeto da obrigação. As prestações in obligatione reduzem-se a uma só, e a obrigação torna-se simples. Só será devido o objeto escolhido, como se fosse ele o único, desde o nascimento da obrigação. Com efeito, a concentração retroage ao momento da formação do vínculo obrigacional, porque todas as prestações alternativas se achavam já in obligatione.
  
Não se exige forma especial para a comunicação. Basta a declaração unilateral da vontade, sem necessidade da aceitação. Comunicada a escolha, a obrigação se concentra no objeto determinado, não podendo mais ser exercido o jus variandi. Torna-se ela definitiva e irrevogável, salvo se em contrário dispuserem as partes ou a lei.
        
O contrato deve estabelecer prazo para o exercício da opção. Se não o fizer, o devedor será notificado, para efeito de sua constituição em mora. Esta não o priva, entretanto, do direito de escolha, salvo se a convenção dispuser que passa ao credor.
 
Impossibilidade das Prestações
        
A questão que ora se propõe é a dos reflexos que podem decorrer, para as partes, da impossibilidade, originária ou superveniente, das prestações colocadas sob alternativa ou opção de escolha.
        
Dispõe o art. 253 do Código Civil: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra”.
       
Na hipótese da impossibilidade originária, ou da impossibilidade superveniente, de uma das prestações, por causa não imputável a nenhuma das partes. Cuida-se deimpossibilidade material, decorrente, por exemplo, do fato de não mais se fabricar uma das coisas que o devedor se obrigou a entregar, ou de uma delas ser um imóvel que foi desapropriado. A obrigação, nesse caso, concentra-se automaticamente, independentemente da vontade das partes, na prestação remanescente, deixando de ser complexa para se tornar simples.
        
Se a impossibilidade é jurídica, por ilícito um dos objetos (praticar um crime, p. ex.), toda a obrigação fica contaminada de nulidade, sendo inexigíveis ambas as prestações. Se uma delas, desde o momento da celebração da avença, não puder ser cumprida em razão de impossibilidade física, será alternativa apenas na aparência, constituindo, na verdade, uma obrigação simples.
        
Se a impossibilidade for de todas as prestações, sem culpa do devedor, “extinguir-se-á a obrigação”, por falta de objeto, sem ônus para este (CC, art. 256).
        
Se houver culpa do devedor, cabendo-lhe a escolha, ficará obrigado “a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar” (CC, art. 254). Isto porque, com o perecimento do primeiro objeto, concentrou-se o débito no que por último pereceu.
        
Mas, se a escolha couber ao credor, pode este exigir o valor de qualquer das prestações (e não somente da que por último pereceu, pois a escolha é sua), além das perdas e danos.
        
Se somente uma das prestações se tornar impossível por culpa do devedor, cabendo ao credor a escolha, terá este direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos (CC, art. 255). Neste caso, o credor não é obrigado a ficar com o objeto remanescente, pois a escolha era sua. Pode dizer que pretendia escolher justamente o que pereceu, optando por exigir seu valor, mais as perdas e danos. No exemplo supra, pode alegar, por exemplo, que não tem onde guardar o animal, se este for o remanescente, e exigir o valor do veículo que pereceu, mais perdas e danos.
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