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Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) Autor: Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques 20 de Março de 2024 02849056235 - nazare maciel da silva 1 65 SUMÁRIO Introdução ........................................................................................................................................................ 2 1. Como é constituído o Sistema Político ................................................................................................ 2 2. Sistema de Governo ................................................................................................................................ 5 3. Presidencialismo – Noções Gerais ........................................................................................................ 6 3.1 Características Básicas do Presidencialismo (perspectiva do Direito Constitucional) ............... 8 3.2 Controle dos e entre os Poderes ..................................................................................................... 10 4. Capacidade Governativa ...................................................................................................................... 11 5. História do Presidencialismo no Brasil: Um Panorama Geral ......................................................... 16 6. Especificidade do presidencialismo Brasileiro .................................................................................. 18 6.1 Presidencialismo de Coalizão ........................................................................................................... 20 6.1.1Tensões nas coalizões .................................................................................................................. 25 6.2 Presidencialismo: Abordagem das Crises ................................................................................. 26 7. À guisa de uma conclusão ................................................................................................................... 28 Lista de questões sem comentários ........................................................................................................... 29 Gabarito .......................................................................................................................................................... 40 Lista de Questões com comentários .......................................................................................................... 40 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 2 65 INTRODUÇÃO 2.3 - Presidencialismo como sistema de governo: noções gerais, capacidades governativas e especificidades do caso brasileiro Queridas e queridos, Este último capítulo do nosso curso se dedica ao exame do Presidencialismo, um pilar fundamental do sistema político, mais especificamente dos sistemas de governo contemporâneos e, particularmente, da estrutura política brasileira. Veja que se trata do estudo sobre o Estado Brasileiro. É uma aula teórica, com abordagem na Ciência Política, mas que deve manter um diálogo com a realidade da história brasileira na medida em que o edital colocou "especificidades do caso brasileiro". Alerto para o fato de que não temos questões de Cesgranrio desse tema. A maioria das questões de concurso são do Direito Constitucional, pegando as competências constitucionais do Poder Executivo. Esse conhecimento do DC é importante sim, mas essa prova deve extrapolar essa perspectiva. Assim, começaremos definindo o que é sistema político para, então, partir para cada uma das engrenagens dele nos aproximando do sistema de governo presidencialista. Vamos lá! 1. COMO É CONSTITUÍDO O SISTEMA POLÍTICO O sistema político de um país é formado pelo conjunto de instituições políticas que existem para definir a constituição do poder político do Estado, garantir a organização administrativa e os processos políticos de tomada de decisão. Foi para compreender essa complexidade política que os pensadores foram separando em camadas os diferentes aspectos do sistema e, dessa forma, chegamos às noções de Forma de Governo, Sistema de Governo e Regimes Políticos. Não vamos esquecer que representação política, sistemas partidários e eleitorais também fazem parte das engrenagens do sistema. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 3 65 → Forma de Estado se refere à organização espacial e territorial do poder político dentro de um país. Esse conceito destina-se a descrever como o poder é distribuído geograficamente e como o Estado é estruturado em termos de centralização ou descentralização. As formas de Estado mais comuns incluem: Estado Unitário e Estado Federado. → A Forma de Governo determina a estrutura fundamental de como um país é governado. Isso pode envolver questões como quem detém o poder, qual é a sua base de legitimidade e como a autoridade é transmitida. Assim, a palavra chave é aqui AUTORIDADE. → Sistema de Governo se refere a como o poder político está dividido e como os detentores do poder se relacionam. É preciso lembrar de que a discussão sobre sistema de governo foi chave no momento de formulação dos Estados Constitucionais. Assim, buscava-se encontrar um sistema de governo que impedisse a concentração de poderes e garantisse a proteção dos direitos e liberdades. Portanto, a grande pergunta era (e tem sido, sobretudo, nos momentos de crise do sistema político): qual sistema de governo gera melhor equilíbrio entre o poderes? Aqui a noção chave é DIVISÂO e RELAÇÃO ENTRE PODERES. → Regime Político diz respeito à estrutura global da realidade política, com todo o seu complexo institucional e ideológico, segundo Maurice Duverger. Diz o estudioso francês:"no sentido amplo chama-se regime político a forma que, num dado grupo social, assume a distinção entre governantes governados." Assim, aqui estamos falando da forma como o poder é exercido, quais as regras e as instituições usadas para estabelecer o exercício do poder político do Estado. Forma de Estado Federado Unitário Forma de Governo Monarquia República Sistema de Governo Presidencialista Parlamentarista Regime Político Democracia Ditadura Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 4 65 Brasil é: Estado Federado Forma de Governo: República Sistema de Governo: Presidencialista Regime Político: Democrático Confere a definição constitucional: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:1 Para os objetivos da sua prova, vamos agora passar aos estudos do Sistema de Governo, ok. Mas quero lembrar que esta aula deve ser relacionada às nossas duas primeiras aulas, ok? Vamos lá. 1 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 02/10/2023. Estado Forma de Governo Sistema de governo Regime Político (ou regime de governo) Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024(Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 5 65 2. SISTEMA DE GOVERNO Vamos retomar: Sistema de Governo se refere a como o poder político está dividido e como os detentores do poder se relacionam. É preciso lembrar de que a discussão sobre sistema de governo foi chave no momento de formulação dos Estados Constitucionais. Assim, buscava-se encontrar um sistema de governo que impedisse a concentração de poderes e garantisse a proteção dos direitos e liberdades. Portanto, a grande pergunta era (e tem sido, sobretudo, nos momentos de crise do sistema político): qual sistema de governo gera melhor equilíbrio entre o poderes? Aqui a noção chave é DIVISÂO e RELAÇÃO ENTRE PODERES. Assim, vejamos a sistematização de dois aspectos centrais em relação ao sistema de governo : Divisão de Poderes: O Sistema de Governo trata da divisão de poderes. Há três poderes distintos: Executivo, Legislativo e Judiciário. A distribuição desses poderes e suas respectivas funções visam a evitar a concentração excessiva de autoridade em um único órgão e a proteger os direitos individuais. Relação entre os Poderes: Além da divisão de poderes, o Sistema de Governo determina como esses ramos interagem entre si. Em sistemas parlamentaristas, o Executivo e o Legislativo estão intimamente ligados, enquanto em sistemas presidencialistas, eles geralmente operam de forma mais independente. Assim, é impossível debater o sistema de governo sem considerar a questão da separação de poderes. O sistema de governo não pode ser desvinculado da forma como o poder é dividido e exercido pelas instituições governamentais. Daí decorre a discussão intrínseca ao sistema de governo: a relação entre os poderes. A forma como o poder político se dividiria e seria executado deu origem às definições de parlamentarismo e presidencialismo. Por isso, é importante trazer à luz as nuances desses dois sistemas. No parlamentarismo, uma parte das funções executivas é transferida para o Poder Legislativo. Assim, o Legislativo não apenas legisla, mas também assume funções executivas. Isso resulta em uma concentração de poder no Legislativo, colocando-o em posição superior à do Executivo. No entanto, o Executivo ainda retém uma fração de atividades executivas, principalmente as relacionadas à representação do Estado nas relações internacionais. No presidencialismo puro, ocorre uma distribuição mais equitativa de competências entre os ramos do governo: o Legislativo legisla, o Executivo administra, tanto interna quanto externamente, e o Judiciário julga. Contudo, lembre-se de que, na disciplina de Direito Constitucional, cada um dos poderes tem funções típicas e atípicas. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 6 65 Perceberam como o sistema de governo está intrinsecamente ligado à divisão do poder e mais precisamente sobre a execução, ou seja, a competências dos poderes? Segundo Paulo Bonavides2, o parlamentarismo pode ser considerado uma derivação da teoria tradicional da tripartição de poderes, enquanto o presidencialismo se alinha mais com a distribuição igualitária de competências entre os ramos do governo. 3. PRESIDENCIALISMO – NOÇÕES GERAIS Origens: Origens Históricas: O presidencialismo tem suas origens na filosofia política dos Estados Unidos e, em particular, na Constituição dos Estados Unidos de 1787. A Constituição dos EUA estabeleceu um sistema presidencialista com uma clara separação de poderes entre o Legislativo (Congresso), o Executivo (presidente) e o Judiciário (Suprema Corte) com definição clara das competências de cada poder na Constituição. Relação com a Tripartição de Poderes: No presidencialismo, a distribuição de competências é mais equânime em comparação ao parlamentarismo. Cada ramo do governo tem funções distintas e poderes independentes. O Legislativo é responsável pela elaboração de leis, o Executivo é encarregado da administração do governo, tanto interna quanto externamente, e o Judiciário é responsável pela interpretação das leis e pela aplicação da justiça. Essa distribuição equilibrada de competências reflete a ideia de separação de poderes preconizada por Montesquieu, na França do final do século XVIII. Definição: O presidencialismo é caracterizado, principalmente, pela separação e independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Esta divisão funcional visa a um equilíbrio de poder, prevenindo abusos e promovendo uma governança equilibrada. 2 BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo: Ed. Malheiros, 2010, p. 317 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 7 65 No coração deste sistema está a figura do presidente, que detém as funções de chefe de estado, representando a nação em questões diplomáticas e simbólicas, e de chefe de governo, dirigindo a administração pública e a execução de políticas. Diferentemente de outros sistemas, no presidencialismo, o presidente é eleito diretamente pelo povo, para um mandato fixo, o que atribui um forte senso democrático e de legitimidade ao seu governo, já que não pode ser facilmente removido do poder antes do término de seu mandato, exceto em casos de impeachment sob circunstâncias graves. O Presidente traça a política geral e dirige a administração de maneira autônoma em relação ao Parlamento, portanto, o Presidente é plenamente responsável pelos atos de governo e da administração pública. Por isso, quando falarmos em "capacidade governativa", veremos a centralidade do Poder Executivo e do Presidente. Além disso, é o Presidente é capaz de montar seu próprio ministério. Por isso, os ministros devem seguir a política do presidente e não sua ou do seu partido. Importante reparar nisso, especialmente para o caso do Brasil que, em geral, vemos que os ministérios são fruto de alianças e acordos políticos entre o chefe do Poder Executivo, seu partido e os partidos de sua base aliada. A separação dos poderes é um princípio chave no presidencialismo. Este modelo busca garantir que nenhum braço do governo tenha poder excessivo capaz de levar a um desgoverno ou a uma tirania. O Executivo, liderado pelo presidente, é responsável pela implementação das leis e pela condução da política externa e interna. O Legislativo, composto por duas casas– uma câmara baixa (como uma Câmara dos Deputados representante do povo) e uma câmara alta (como um Senado, representante dos Estados federados) –, tem a função de criar leis, enquanto o Judiciário interpreta essas leis e julga sua conformidade com a constituição. Darcy Azambuja ressalta que essa separação não é oposição entre eles, mas sim ausência de subordinação, são independentes dentro das atribuições que a Constituição lhes outorga, colaborando sempre um com o outro.3 3 AZAMBUJA, Darcy. Introdução à Ciência Política. São Paulo, Ed. Globo, 2008, p. 307 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 8 65 Nessa relação com os poderes e a capacidade de controlar um ao outro, ao Presidente cabe a prerrogativa do poder de veto - isto é: negar totalmente ou parcialmente a aprovação das leis criadas pelo Legislativo. Lembrando que o Legislativo tem o poder de derrubar o veto. 3.1 Características Básicas do Presidencialismo (perspectiva do Direito Constitucional) Chefe de Estado e Chefe de Governo Único: No presidencialismo,o Presidente da República é tanto o Chefe de Estado quanto o Chefe de Governo, acumulando ambas as funções. Chefia de Governo Unipessoal: A responsabilidade pela definição de diretrizes do poder executivo cabe exclusivamente ao Presidente da República. Escolha Direta pelo Povo: O Presidente da República é escolhido diretamente pelo povo em eleições populares, não apenas pelos parlamentares. Mesmo que um partido receba menos votos, ainda pode eleger o Presidente, pois o voto é na figura do candidato, caracterizando o personalismo. Prazo Determinado para o Mandato: Um prazo determinado é estabelecido para o mandato do Presidente da República, evitando uma monarquia eletiva. No caso do Brasil, há a "rotatividade", pois uma mesma pessoa somente pode ser Presidente de forma sucessiva apenas em um segundo mandato de reeleição. Poder de Veto do Presidente: O Presidente tem o poder de veto para evitar o risco de uma ditadura legislativa, permitindo-lhe interferir no processo legislativo por meio do veto. Vale lembrar que o Presidente também tem capacidade de iniciativa legislativa, seja por propor matérias de competência geral, seja por apresentar proposições legislativas de competência privativa. Princípio da Derivação dos Poderes da Nação (Conforme Paulo Bonavides): Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 9 65 Historicamente, o presidencialismo adotou o princípio clássico da separação de poderes. O Presidente deriva seus poderes diretamente da Nação. VUNESP - 2022 - Procurador Jurídico (DAE Bauru) O Brasil adotou na Constituição de 1988 o sistema presidencialista de governo, o qual difere do sistema parlamentarista. A esse respeito, é correto afirmar: A)no sistema parlamentarista, a Chefia de Estado cabe a um Monarca vitalício e hereditário, cabendo ao Primeiro Ministro a função de Chefe de Governo. B)o sistema presidencialista no Brasil é tratado como cláusula pétrea, não podendo ser objeto de emenda constitucional. C)a função de Chefe de Governo do Presidente da República concentra tanto a gerência dos negócios internos de natureza política quanto dos negócios internos de natureza administrativa. D) o sistema parlamentarista de governo não é compatível com a existência de um Presidente da República. Comentários: A)Esta afirmação está incorreta. No sistema parlamentarista, o Chefe de Estado pode ser um monarca (como em monarquias parlamentaristas) ou um presidente (como em repúblicas parlamentaristas). O Primeiro Ministro geralmente desempenha a função de Chefe de Governo. B) Esta afirmação está incorreta. O sistema presidencialista não é uma cláusula pétrea na Constituição brasileira e, portanto, pode ser objeto de emenda constitucional, embora seja um tema político importante que pode ser controverso. C) Esta afirmação está correta. No sistema presidencialista, o Presidente da República desempenha o papel de Chefe de Estado e Chefe de Governo, concentrando tanto a gerência dos assuntos políticos quanto dos administrativos do país. D) Esta afirmação está incorreta. O sistema parlamentarista é compatível com a existência de um Presidente da República em repúblicas parlamentaristas, onde o Presidente é muitas vezes uma figura cerimonial, enquanto o poder executivo real é exercido pelo Primeiro Ministro, que Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 10 65 é o líder do partido majoritário no parlamento. Portanto, a coexistência de um Presidente e um sistema parlamentarista é possível em certos arranjos políticos. Gabarito: C 3.2 Controle dos e entre os Poderes A separação dos poderes é fundamental para gerar equilíbrio, proteger os direitos e garantir estabilidade. Já vimos isso, certo? Contudo, como garantir que as pessoas no Governo não irão abusar de seu poder? Essa era - e contina sendo - uma pergunta fundamental da discussão sobre sistema político e, mais especificamente, sobre sistema de governo. Essa é a pergunta que norteia esta seção - e também poderia ser motivo de cobrança em sua prova. Vamos recorrer à leitura das elaborações dos Federalistas, no contexto, da elaboração da Constituição dos Estados Unidos porque os mecanismo defendidos por eles influenciaram a organização do sistema político de boa parte do mundo Ocidental. Tudo começa, para os Federalistas, com a discussão sobre a natureza humana e sua relação com o exercício do poder. "Afinal, o que é o próprio governo senão o maior de todos os reflexos da natureza humana? Se os homens fossem anjos, não seria necessário haver governos." Esta afirmação de James Madison, presente no "O Federalista" n. 51, encapsula a visão dos autores deste documento sobre a natureza humana, que serve como fundamento para suas reflexões profundas. Eles adotaram uma abordagem realista, às vezes até pessimista, em relação ao comportamento humano, uma visão que permeia diversas passagens de "O Federalista". Em outro exemplo, no "O Federalista" n. 6, Alexander Hamilton lembra-nos que nunca devemos esquecer de que os seres humanos são, por natureza, "ambiciosos, vingativos e ávidos". Ignorar essa realidade, para o autor, seria negar a longa trajetória da experiência humana ao longo dos séculos. Essa abordagem sobre a natureza humana é um recurso de argumentação fundamental para justificar a necessidade de estabelecer um Estado e, mais importante, de criar controles rigorosos sobre aqueles que detêm o poder. Afinal, como Madison nos lembra, os seres humanos não são governados por anjos, mas sim por seus semelhantes, o que torna essencial o controle sobre o poder que eles detêm. Quando um governo é formado por indivíduos que têm autoridade sobre seus compatriotas, a grande dificuldade é capacitá-los a controlar aqueles que governam e, em seguida, obrigá-los a exercer autocontrole. Portanto, as estruturas internas do governo (as instituições) devem ser projetadas de forma a funcionar como um mecanismo de defesa contra a inclinação natural do poder em se tornar arbitrário e tirânico. Nesse ponto, o argumento dos Federalistas americanos segue de perto as máximas do pensamento liberal e constitucional, às quais os autores se alinham como expoentes. Reconhecendo que, dada a natureza Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 11 65 humana, qualquer indivíduo que detenha poder tem tendência a abusar dele, os autores argumentam que o poder deve ser eficazmente controlado para que não ultrapasse os limites estabelecidos. Para alcançar essa limitação do poder, dada sua tendência inerente à usurpação, é necessário que haja um contrapoder - sistema de freios e contrapesos. É aqui que "O Federalista" se aproxima do pensamento de Montesquieu e desenvolve a teoria da separação de poderes e dos múltiplos controles. No entanto, a abordagem apresentada em "O Federalista" traz nuances específicas que a diferenciam. Vejamos na sequência. Enquanto Montesquieu ainda estava ligado à ideia de um "governo misto", no qual diferentes grupos sociais detinham diferentes poderes, os Federalistas buscavam novas bases para defender um governo popular nos Estados Unidos, onde as condições sociais para um "governo misto" não se aplicavam - uma vez que não havia aristocracia nobre. Assim, os autores enfatizaram a aplicação do princípio da separação de poderes como uma medida constitucional para garantir a liberdade e maisprofundamente o sistema de representação como forma de organizar o sistema político. A separação de poderes, conforme apresentada pelos Federalistas não é baseada na premissa de um povo virtuoso, como alguns sugeriram. Em vez disso, ela se apoia na necessidade de conter os interesses e ambições pessoais dos seres humanos, que buscam acumular poder. Para isso, é essencial que os diferentes ramos do governo sejam dotados de força suficiente para resistir às ameaças uns dos outros e, assim, garantir que cada um permaneça dentro dos limites estabelecidos pela Constituição. Portanto, podemos afirmar que o controle sobre os poderes, a fim de garantir a liberdade e evitar a tirania e todo tipo de abuso de poder não é de ordem moral, mas sim institucional. 4. CAPACIDADE GOVERNATIVA Independentemente da ideologia política, os governantes brasileiros se deparam com desafios similares, como o ajuste econômico e a reforma do Estado, influenciados tanto por fatores exógenos (crises internacionais, como os choques do petróleo e a crise da dívida externa) quanto por questões internas (o esgotamento do modelo desenvolvimentista baseado na substituição de importações e a crise do modelo estatal associado). Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 12 65 A solução para essas questões vai depender muito da capacidade governativa desses atores. Mas o que é capacidade governativa, professora? A capacidade governativa, conforme discutida por Maria Helena de Castro Santos4, refere-se à habilidade de um sistema político em formular e implementar políticas públicas que respondam eficazmente às necessidades da sociedade. Este conceito é proposto pela autora como uma maneira de sintetizar e superar as ambiguidades encontradas nos termos governabilidade e governança, fornecendo uma perspectiva mais integrada que abrange tanto aspectos operacionais quanto políticos do Estado. Entenda a diferença entre os conceitos: → Governabilidade refere-se às condições sistêmicas e institucionais sob as quais o poder é exercido. Esse conceito está relacionado às características estruturais do sistema político, como a forma de governo, as relações entre os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), o sistema de intermediação de interesses (como partidos políticos e grupos de pressão) e a arquitetura institucional do Estado. Historicamente, o termo "governabilidade" tem sido usado para discutir a capacidade ou dificuldade dos governos de implementar suas agendas políticas dentro dessas estruturas sistêmicas. Por isso, está diretamente relacionado à legitimidade do governo, já que se ele e exitoso será mais legítimo. → Governança (ou Governance), originalmente refere-se ao modo como a autoridade é exercida na administração dos recursos econômicos e sociais de um país. No entanto, com o tempo, o conceito de governança ampliou-se para incluir práticas e mecanismos que promovem a eficiência, a transparência, a responsabilidade e a participação no processo de gestão pública. Governança envolve tanto os aspectos administrativos e gerenciais do governo quanto as interações entre o Estado e a sociedade civil, abordando questões como regulamentação, políticas públicas, participação cidadã e parcerias entre setores público e privado. 4 SANTOS, Maria Helena de Castro. Governabilidade, governança e capacidade governativa: algumas notas. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), 2001. (Texto para discussão, 11). Disponível em: [file:///C:/Users/ale.lopes/Desktop/EC/CNU%20-/capacidade%20governativa.pdf]. Acesso em: [19/03/2024]. OPERACIONAL POLÍTICA Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 13 65 Capacidade Governativa é um conceito proposto por Santos para integrar e superar as limitações dos conceitos de governabilidade e governança. A capacidade governativa refere-se à habilidade do sistema político de formular e implementar políticas públicas eficazes que atendam às necessidades da sociedade. Este conceito abrange tanto a dimensão operacional e administrativa do Estado (ligada à governança) quanto sua dimensão política e institucional (ligada à governabilidade). Inclui a capacidade de identificar problemas sociais, formular respostas políticas, mobilizar recursos e apoio político, e implementar soluções de maneira eficiente e democrática. Portanto, a capacidade governativa engloba as habilidades necessárias para conduzir o governo de maneira eficaz, responsiva e inclusiva, mantendo o equilíbrio entre eficiência administrativa e legitimidade democrática. Em suma, enquanto "governabilidade" se concentra nas condições sistêmicas que permitem o exercício do poder, "governança" foca no exercício prático desse poder e nas interações entre Estado e sociedade. "Capacidade governativa", por outro lado, é um termo mais abrangente que une ambos os aspectos, destacando a habilidade do governo de responder efetivamente aos desafios sociais e políticos dentro de um quadro democrático. OPERACIONAL POLÍTICO Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 14 65 Essa definição geral de capacidade governativa serve bem aos nossos propósitos. Por um lado, engloba tanto características operacionais do Estado, em que se analisam a eficiência de sua máquina administrativa, novas formas de gestão pública, mecanismos de regulação e controle, como sua dimensão política, em que se investigam as características das coalizões de sustentação do governo, do processo decisório, das relações Executivo-Legislativo, do sistema partidário, além da atuação do Judiciário como ator político e a capacidade de liderança e coordenação do governo.5 5 SANTOS, Maria Helena de Castro. Governabilidade, governança e capacidade governativa: algumas notas. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), 2001. (Texto para discussão, 11). Capacidade governativa Aspectos Operacionais Implementação de Política Públicas gestão, regulação, controle Aspectos Políticos Formação de alianças e coalizões de apoio relação entre poderes Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 15 65 Aspectos Principais da Capacidade Governativa: Formulação de Políticas Públicas: Envolve a capacidade do sistema político de identificar problemas sociais e econômicos e de desenvolver estratégias e políticas eficazes para solucioná-los. Este processo requer um entendimento profundo das necessidades da sociedade, bem como conhecimento técnico e criatividade política para desenhar soluções adequadas. Implementação de Políticas: Refere-se à habilidade do governo de colocar em prática as políticas formuladas, mobilizando os recursos políticos, administrativos e financeiros necessários. A implementação efetiva depende da competência administrativa do Estado, da colaboração entre diferentes níveis de governo e da capacidade de engajar outros atores sociais e econômicos no processo. Desenvolvimento de Coalizões de Apoio: Destaca a importância da habilidade política do governo em construir e manter coalizões de apoio que possam sustentar suas políticas. Essa capacidade é crucial, especialmente em sistemas democráticos, onde a negociaçãoe o compromisso entre diferentes grupos e interesses são fundamentais para a governabilidade. Contexto Democrático: A capacidade governativa está relacionada à forma como o Estado interage com a sociedade e como as decisões políticas são tomadas e implementadas dentro de um quadro democrático. Isso envolve a participação da sociedade nas decisões políticas, a transparência dos processos governamentais e o respeito aos direitos humanos e às liberdades civis. Eficiência Operacional do Estado: Inclui aspectos como a qualidade da administração pública, os mecanismos de regulação e controle, e as práticas de gestão pública. A capacidade governativa está intrinsecamente ligada à capacidade do Estado de operar de maneira eficiente e transparente. No contexto brasileiro, Santos argumenta que a capacidade governativa é particularmente desafiadora, dado o complexo cenário político, econômico e social do país. A formação de coalizões políticas, a negociação entre diferentes níveis de governo e a gestão de recursos em um ambiente de restrições fiscais são aspectos que demandam habilidades específicas dos governantes. Além disso, o desafio de manter a ordem democrática e promover o desenvolvimento social e econômico sustentável requer uma abordagem integrada que combine eficiência administrativa com legitimidade política. Além disso, a literatura da Ciência Política traz a noção de que o Poder Executivo tem grande capacidade de agenda6. Contudo, sem formação de maioria parlamentar não há aprovação. Assim, vamos debater capacidade governativa, na prática, ao estudarmos sobre o presidencialismo brasileira, o presidencialismo de coalizão e a relação entre poder executivo e legislativo. Disponível em: [file:///C:/Users/ale.lopes/Desktop/EC/CNU%20-/capacidade%20governativa.pdf]. Acesso em: [19/03/2024]. 6 FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. Poder de Agenda e Políticas Substantivas. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 16 65 5. HISTÓRIA DO PRESIDENCIALISMO NO BRASIL: UM PANORAMA GERAL O presidencialismo no Brasil possui uma trajetória singular, moldada por eventos históricos e contextos sociais específicos. Seu início remonta à Proclamação da República em 1889, um movimento predominantemente militar que destituiu a monarquia e estabeleceu as bases para os primeiros governos republicanos. Esses primeiros anos da república, muitas vezes chamados de "República Velha", foram caracterizados por governos autoritários e um cenário político marcado por baixa participação popular, um eleitorado restrito e uma forte fragmentação política. O poder estava largamente nas mãos de oligarquias locais, refletindo os interesses da elite agrária em uma sociedade ainda majoritariamente rural. Durante esse período, o modelo brasileiro de governo estava longe do ideal democrático delineado nas "Poliarquias" de Robert Dahl, onde pluralismo político e participação cidadã são essenciais. No Brasil, a política era dominada por poucos, com eleições frequentemente manipuladas para garantir a continuidade do poder nas mãos de um seleto grupo de líderes regionais. A história do presidencialismo brasileiro também experimentou um breve interlúdio parlamentarista entre 1961 e 1963. Esse período foi marcado pela tentativa de implementar um sistema de governo em que o presidente da República era escolhido indiretamente pelo Congresso Nacional. Essa mudança surgiu como uma solução de compromisso após a crise política que envolveu a renúncia do presidente Jânio Quadros e a subsequente resistência à posse do vice-presidente João Goulart. No entanto, essa experiência parlamentarista foi de curta duração, terminando com o retorno ao presidencialismo em 1963 após um plebiscito no qual o eleitorado escolheu o presidencialismo. Durante o regime Militar (1964-1985) houve o fortalecimento do papel do presidente da República ampliando sua capacidade de iniciativa e formulação de agenda. O capítulo mais recente da história do presidencialismo brasileiro começa com a Constituição de 1988, elaborada no contexto da redemocratização do país após duas décadas de regime militar. Durante os trabalhos da Assembleia Constituinte, houve debates significativos sobre a forma de governo que o Brasil deveria adotar. Embora o projeto inicial sugerisse um modelo parlamentarista, com importantes poderes atribuídos ao presidente da República (um formato semipresidencialista), a opção pelo presidencialismo acabou prevalecendo. Essa escolha foi posteriormente reafirmada pelo plebiscito de 1993, no qual a população brasileira votou pela manutenção do sistema presidencialista. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 17 65 Olha que interessante esse artigo de Michel Temer escrito para o Jornal Folha de São Paulo, no contexto da Constituinte Brasileira, em 1987, para defender o presidencialismo como o sistema de governo capaz de gerar maior equilíbrio entre os poderes e, com isso, garantir estabilidade de governo e o processo democrático. No parlamentarismo desloca-se uma parcela da atividade executiva para o Poder Legislativo. Este, sobre legislar, passa, também, a executar. No parlamentarismo, portanto, há uma concentração de poder no Legislativo (enquanto soma de competências), que o coloca em nível superior ao do Executivo. A este remanesce, apenas, uma- fração da atividade tradicionalmente executiva: a de representar o Estado nas suas relações internacionais. Estamos falando, até agora, do parlamentarismo puro. No presidencialismo (puro) há uma distribuição mais equânime de competências entre os órgãos do poder: o Legislativo legisla, o Executivo administra, interna e externamente, e o Judiciário julga. O presidencialismo com ela (teoria da tripartição) consoa, já que é igualitária a distribuição de competências entre os órgãos do poder. A democracia, portanto, no Brasil, tem a ver com o sistema de equilíbrio de poderes. E diferente da hipótese de alguns países que não têm forte tradição presidencialista, como o Brasil. Aqui, equilibrados os poderes, assegura-se a prática democrática. Basta que o Legislativo utilize, com vigor, a figura do impedimento do presidente da República e de outras autoridades do Executivo. Que o "impeachment" não fique recoberto por teias de aranha, mas que seja invocado a todo instante em que a autoridade executiva se desmande. Que haja efetivo controle, pelo Congresso Nacional, do desempenho doso detentores dos Poderes Executivo, Judiciário. E que se estabeleçam mecanismos constitucionais de autocontrole do Legislativo. Até mesmo" com a fixação, no novo texto magno, da possibilidade de certo número, de eleitores deflagrar, perante a Câmara dos Deputados, o processo de responsabilização política de qualquer governante. Se o momento da Constituinte é uma oportunidade histórica para a mudança do sistema de governo, como querem os parlamentaristas, também o é, para o estabelecimento de um sistema de equilíbrio de poderes em que nenhum deles seja superior ao outro. E isto pode dar-se com o presidencialismo. De toda forma, como as instituições, para serem fortes, devem ter apoio popular, insisto na tese de que sistema de governo deva ser plebicitado7. Só assim pode iniciar e solidificar-se uma tradição.8 7 Temer aqui defende a realização de um plebiscito sobre o sistema de governo, que de fato foi previso pela Constituição e realizado em 1993. 8 TEMER, Michel. Sistema de governo e separação de poder. Folha de São Paulo. 21-09-1987. Disponível em https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/127639/Setembro%2087%20-%200241.pdf?sequence=1 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 18 65 Veja que Michel Temer, à época deputado federal pelo PMDB, além afirmar a tradição do presidencialismo no Brasil, defende que se constituam mecanismos de controle sobre os poderes como o impeachment o plebiscito. Isso nos remete ao próximo ponto: os mecanismos de controle de um poder sobre o outro. Há um consenso entre os cientistas políticos sobre uma continuidade institucional no que se refere aos poderes significativamente concentrados na figura do presidente. Apesar disso, e combinando com isso, consolidou-se um sistema de representação multipartidário. Assim, desde a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil viveu sob um presidencialismo de coalizão. Este modelo tem sido caracterizado por um intenso processo de negociação entre o Executivo e o Legislativo para a formação de maiorias governamentais. A influência e a força política dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva ilustram o papel central do chefe de Estado no presidencialismo brasileiro pós-1988, marcando períodos de significativas transformações políticas, econômicas e sociais no país, como apontam vários especialistas. Ah, sim, ainda tivemos um plebiscito em 1993 para que a população decidisse, dentre outras questões, se continuaríamos com o presidencialismo ou se, dali para frente, o Brasil passaria a adotar o parlamentarismo. Venceu a manutenção do presidencialismo. Passemos, agora, a compreender o presidencialismo mais recente marcado por essas características acima descritas, de modo que isso nos possibilitará refletir sobre capacidade governativa no atual presidencialismo brasileiro. 6. ESPECIFICIDADE DO PRESIDENCIALISMO BRASILEIRO Quando falamos de especificidade do caso brasileiro, precisamos considerar tudo o que é típico do presidencialismo mais as condições institucionais que o determinam. A primeira delas é considerar a força do Poder Executivo na elaboração da agenda política. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 19 65 A Constituição Brasileira de 1988 estabelece uma série de mecanismos que atribuem ao Poder Executivo, especialmente à figura do Presidente da República, um papel significativo no processo legislativo. Esses mecanismos contribuem para o controle da agenda legislativa pelo Executivo. Vamos a alguns mecanismos constitucionais principais: → Iniciativa de Leis (Artigos 61 e 62): A Constituição estabelece que o Presidente da República possui a iniciativa exclusiva para leis que versam sobre temas específicos, como a organização administrativa e judiciária, matéria tributária, orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração direta e autárquica. → Medidas Provisórias (Artigo 62): As Medidas Provisórias representam um dos mecanismos mais expressivos de poder de agenda do Executivo, permitindo ao Presidente da República expedir normas com força de lei sobre questões de relevância e urgência, que entram em vigor imediatamente após sua publicação. O Congresso Nacional precisa então apreciar essas medidas em um prazo estipulado, transformando-as em lei ou rejeitando-as. → Pedido de Urgência para Projetos de Lei (Artigo 64): O Presidente da República pode solicitar urgência para a apreciação de projetos de sua iniciativa. Se o Congresso Nacional não deliberar sobre a proposta em até 45 dias, ela passa a trancar a pauta, ou seja, impede a deliberação sobre as demais proposições legislativas, com exceção daquelas que não sejam suscetíveis de gerar despesas ou aumentar receitas. Esse mecanismo de urgência é uma ferramenta estratégica que o Executivo utiliza para acelerar a aprovação de projetos considerados prioritários e é um exemplo claro do poder de agenda que a Constituição confere ao Presidente. → Veto Presidencial (Artigo 66): Após a aprovação de projetos de lei pelo Congresso, o Presidente tem a prerrogativa de vetar, total ou parcialmente, quaisquer propostas legislativas. Embora o veto possa ser derrubado pelo Congresso, é necessária uma maioria qualificada para tal, o que confere ao Presidente uma posição de influência considerável no processo legislativo final. → Processo Orçamentário (Artigos 165 a 169): A Constituição confere ao Executivo o papel central na elaboração do orçamento, estipulando que o Presidente envie ao Congresso Nacional o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Embora o Legislativo possa emendar essas propostas, existem restrições significativas às emendas, sobretudo em relação a aumentos de despesas. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 20 65 A combinação dos mecanismos de iniciativa de leis, processo orçamentário, medidas provisórias, veto presidencial, e o pedido de urgência constitui um conjunto robusto de ferramentas que fortalecem a posição do Executivo no sistema político brasileiro. Eles permitem que o Presidente tenha uma influência considerável no processo legislativo, refletindo o poder significativo concedido ao Executivo na Constituição Brasileira de 1988. Na Ciência Política definimos isso como : o poder de agenda do Presidente da República Conforme ensina Lúcio Rennó9 , a Constituição do Brasil configura um arranjo institucional que dota o Poder Executivo de diversos instrumentos de influência sobre a pauta legislativa. Entretanto, a mesma Carta Magna também consagra o Poder Legislativo como o cenário decisivo para o diálogo e a ratificação de legislações. Este cenário sugere que, para uma governança efetiva, o Executivo deve buscar o alinhamento e colaboração do Legislativo, implicando na imprescindível formação de uma base de apoio majoritária por meio da articulação de coalizões no Congresso Nacional. Esse framework institucional sublinha uma dinâmica de interdependência entre os poderes, na qual o Executivo, apesar de seus recursos de poder significativos para direcionar a agenda legislativa, permanece condicionado ao diálogo e à concordância do Legislativo para a concretização de suas propostas e projetos. Tal necessidade molda o cenário político, enfatizando a importância estratégica das alianças e negociações partidárias. Daí temos que entender um pouco mais profundamente o Presidencialismo de Coalizão, cujo conceito procura explicar esse processo político e seus desdobramentos. 6.1 Presidencialismo de Coalizão Não há sombra de dúvidas de que quando se quer fazer referência à "especificidade do presidencialismo brasileiro" está a se referir ao conceito de Presidencialismo de Coalizão. Falamos sobre isso na aula anterior, mas vamos retomá-lo agora com mais profundidade. 9 RENNÓ, Lúcio R. Críticas ao presidencialismo de coalizão no Brasil : processos institucionalmente constritos ou individualmente dirigidos? In: Reforma política no Brasil. Belo Horizonte : Ed. UFMG ; Brasília : PNUD, 2006. p. 259-269. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 21 65 Primeiro, tenha em mente a definição de coalizões políticas, na teoria mais geral: As coalizões governamentais são acordos em que os partidos políticos e seus líderes concordam em compartilhar recursos políticos a fim de alcançarmetas em comum Presidencialismo de Coalizão: O Poder Executivo, com capacidade de montar o gabinete ministerial e fazer nomeações de cargos diretivos, distribui esses postos aos partidos políticos que passam a fazer parte de sua base aliada no Congresso Nacional. O Presidente espera obter em troca fidelidade, na prática é atuar no legislativo segundo a agenda política do Governo. Mas, para pensar nessas coalizões no presidencialismo devermos contextualizá-las no quadro institucional e estrutural mais amplo do país. No caso do Brasil, o professor Sérgio Abranches chama a atenção para esses elementos a fim de entender a especificidade do caso brasileiro. Para o autor, o Brasil é o único país, entre as democracias liberais mais estáveis, em que há associação entre representação proporcional, multipartidarismo e presidencialismo10 em um cenário de estrutural social heterogêneo, de baixo recurso de representação política, graves conflitos distributivos, disparidades de nível de renda, entre outros elementos determinados pelo processo de formação do Brasil. Em síntese, a situação brasileira contemporânea, à luz de seu desenvolvimento histórico, indica as seguintes tendências: (a) alto grau de heterogeneidade estrutural, quer na economia, quer na sociedade, além de fortes disparidades regionais; (b) alta propensão ao conflito de interesses, cortando a estrutura de classes, horizontal e verticalmente, associada a diferentes manifestações de clivagens inter e intra-regionais; (c) fracionamento partidário-parlamentar, entre médio e mediano, e alta propensão à formação de governos baseados em grandes coalizões, muito provavelmente com índices relativamente elevados de fragmentação governamental; (d) forte tradição presidencialista e proporcional. A primeira indicando, talvez, a inviabilidade de consolidação de um regime parlamentarista puro. A segunda, apontando para a natural necessidade de admitir à representação os diversos segmentos da sociedade plural brasileira; (e) insuficiência e inadequação do quadro institucional do Estado para resolução de conflitos e inexistência de mecanismos institucionais para a manutenção do “equilíbrio constitucional”11 10 Hoje em dia, a literatura prova que o Brasil não é o único caso e que presidencialismo de coalizão marca a política latino-americana, por exemplo, isso porque são Sistema de Governo Presidencialista combinado com sistema de representação multipartidário. 11 ABRANCHES, Sérgio. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 22 65 Para Abranches, as regras de representação e o sistema partidário brasileiro são expressões diretas dessa diversidade, ilustrando como a estrutura política do país é incapaz de simplificar ou homogeneizar uma realidade que é, em sua essência, estruturalmente heterogênea. Esse cenário implica que o modelo político brasileiro deve ser flexível o suficiente para abraçar essa pluralidade, algo que o presidencialismo de coalizão procura fazer. No presidencialismo de coalizão descrito por Abranches, a formação de coalizões é um processo tridimensional que começa com a aliança eleitoral, seguida pela constituição do governo, e culmina com a formação da coalizão governante propriamente dita. Multipartidarismo Representação Proporcional Presidencialismo Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 23 65 Esta última fase é crucial, mais complexa e dinâmica pois é onde as verdadeiras dinâmicas de poder se revelam: os partidos integrantes da coalizão engajam-se em um jogo complexo de negociações, buscando cargos e influência decisiva na formulação e implementação da agenda política do governo. Ao mesmo tempo, o Presidente precisa garantir apoio contínuo do Congresso Nacional para aprovar legislação e implementar a agenda política. Dado o multipartidarismo e a fragmentação política comuns no Brasil, isso frequentemente requer a formação de uma coalizão governante mais ampla, envolvendo negociações detalhadas com vários partidos. Assim sendo, esta etapa envolve concessões, negociações de cargos em diferentes níveis do governo (além dos ministérios), e compromissos sobre a agenda legislativa. O foco aqui está em manter uma base de apoio estável que permita ao governo funcionar efetivamente, negociando e reajustando constantemente os termos da coalizão para assegurar a governabilidade e a implementação de políticas. 👀É nessa etapa que conseguimos perceber a relação entre o presidencialismo de coalizão e a capacidade governativa do Governo, percebe? 1- Aliança Eleitoral Constituição de Governo - Formação do Gabinete Ministerial Formaçãoda coalização (acordos com a base aliada partidária no Congresso) Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 24 65 Assim, olhando para a governabilidade, vale a pena chamar sua atenção para o fato de que não existe propriamente uma disputa de Poder Executivo versus Poder legislativo na elaboração da agenda política. O que existe segundo os eminentes cientistas políticos Fernando Limongi e Argelina Figueiredo é uma Agenda da Maioria. Teoria da Agenda Dual: O texto "Poder de Agenda e Políticas Substantivas" de Fernando Limongi e Argelina Figueiredo12 contesta a ideia de que existiriam duas agendas completamente independentes e competitivas – uma do Executivo e outra do Legislativo. Em vez disso, argumenta- se que a realidade brasileira mostra uma agenda de políticas substancialmente compartilhada e complementar, onde Executivo e Legislativo colaboram mais do que competem. Agenda da Maioria: Os autores propõem uma mudança de perspectiva da "Agenda do Executivo" para a "Agenda da Maioria", indicando que as políticas são formuladas e apoiadas por uma coalizão governamental que inclui atores tanto do Executivo quanto do Legislativo. Esta abordagem sugere uma fusão de agendas que reflete uma governança integrada e colaborativa, mais do que a imposição unilateral de políticas pelo presidente. Em uma palavra, argumentamos que não existiria uma agenda formulada em um primeiro momento para a qual, em um momento posterior, buscar-se-ia obter apoio. A fusão de poderes que caracteriza o presidencialismo brasileiro implica na fusão das agendas. A agenda do Executivo seria na realidade a agenda da maioria, ou alternativamente, a agenda do governo. Ao longo do texto, usaremos agenda da maioria e agenda do governo como sinônimos. Note-se, de passagem, que na literatura sobre sistemas parlamentaristas, usa-se com maior frequência esta última denominação.13 12 FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. Poder de Agenda e Políticas Substantivas. 13 Idem. Presidencialismo de coalizão "Fusão" de Poderes Fusão de agendas Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 25 65 6.1.1Tensões nas coalizões Reflita aqui comigo: esta dinâmica do presidencialismo de coalização ressalta as negociações contínuas e, por vezes, ocorrem as tensões dentro da coalizão, onde cada partido tenta maximizar sua influência e garantir que suas prioridades sejam refletidas nas políticas governamentais. Leia o que o professor cientista político José Álvaro Moisés afirma, ao analisara retomada do presidencialismo de Coalizão : “O presidente, eleito sem maioria, oferece, então, participação em Ministérios e postos oficiais aos partidos em troca de seu apoio nas votações de projetos de interesse do governo. O problema é que esse esquema dá aos parlamentares, que em tese apoiam o governo, um enorme poder de veto que tende a estimular o abuso de poder, como a corrupção. Os apoiadores podem cobrar um preço pela manutenção de sua lealdade”.14 Veja que interessante - na análise do professor , os parlamentares da base aliada detém PODER DE VETO na elaboração da agenda política do governo. Vemos, então, que dentro do sistema de presidencialismo de coalizão, a formação de uma base aliada no Congresso é essencial para o governo conseguir aprovar sua agenda legislativa. No entanto, essa base aliada também detém um poder de veto significativo, já que a falta de apoio de um ou mais partidos dentro da coalizão pode dificultar ou até impedir a aprovação de medidas propostas pelo Executivo. Esse poder de veto da base aliada funciona como um mecanismo de negociação e equilíbrio, forçando o presidente a considerar e incorporar as demandas e interesses de seus aliados políticos. A ameaça de retirada de apoio ou de rejeição de proposições governamentais no Congresso serve como uma ferramenta de influência política para os partidos da coalizão, moldando significativamente a política e a agenda governamentais. 14 Presidencialismo de coalizão abre espaço para crises políticas e institucionais. Entrevista com professor José Álvaro Moisés. Radio USP. https://jornal.usp.br/?p=619488 Publicado em 22/03/2023. Acesso em 18/03/2024 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 26 65 6.2 Presidencialismo: Abordagem das Crises “A experiência reatualiza uma observação do cientista político espanhol Juan Linz sobre a rigidez do sistema presidencialista, pois, diferente do sistema parlamentarista, em situações de crise política disruptiva, o presidencialismo brasileiro tem apenas duas portas de saída: eleição ou os processos de impeachment […] a primeira alternativa só está à disposição dos eleitores de quatro em quatro anos, quando se renovam os mandatos presidenciais; e a segunda, além de ser demorada e de paralisar as atividades de governo, tem o potencial de detonar efeitos como descritos […] embora seja o remédio constitucional previsto para situações-limite, em ambos os casos a qualidade da democracia fica comprometida.” Esta citação do professor José Álvaro Moisés ressalta uma crítica fundamental ao sistema presidencialista, especialmente na versão praticada no Brasil, conforme observado por Juan Linz15. A rigidez do sistema é apontada como uma desvantagem em comparação com o parlamentarismo, particularmente em contextos de crise política significativa - como as que vimos no Brasil com especial atenção para os últimos anos. No presidencialismo, as opções para resolver crises políticas são limitadas: eleições regulares, que ocorrem em intervalos fixos, ou processos de impeachment, que são complexos e demorados. As eleições periódicas, que acontecem a cada quatro anos, significam que os eleitores têm oportunidades limitadas para expressar sua vontade de mudança de maneira imediata. Isso pode levar a uma sensação de impotência ou frustração entre a população, especialmente em momentos de insatisfação generalizada com o governo. Por outro lado, o impeachment, embora seja uma ferramenta constitucional para lidar com transgressões sérias por parte do presidente, é um processo que consome tempo e recursos, podendo paralisar as atividades do governo. Além disso, o processo de impeachment pode ser decisivo, exacerbando tensões políticas e sociais e podendo prejudicar a estabilidade e a funcionalidade das instituições democráticas. Portanto, a citação destaca um dilema central do presidencialismo brasileiro: a dificuldade de lidar com crises políticas de maneira ágil e eficaz sem comprometer a qualidade da democracia. Essa rigidez estrutural pode levar a um impasse político e a um desgaste da confiança nas instituições, desafiando a resiliência da democracia brasileira. 15 LINZ, Juan. The Perils of Presidentialism. Journal of Democracy Johns Hopkins University Press Volume 1, Number 1, Winter 1990 pp. 51-69 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 27 65 O Direito Constitucional em Perspectiva Vamos aproveitar e sistematizar o contorno básico que tende a disciplinar a posição do Presidente em face do Congresso, segundo Paulo Bonavides16: a) nenhuma ingerência do titular do poder executivo nas prerrogativas que tem o Congresso de determinar por iniciativa própria, conforme as disposições eventualmente estabelecidas pela Constituição, as datas as períodos de convocação e reunião do poder legislativo; b) ausência de faculdade que permita ao Presidente por competência própria efetuar dissolução do Congresso; c) inexistência de participação ou quando muito a menor participação possível do Presidente, nos sistemas autenticamente presidencialistas, em matéria de iniciativa de leis, que, por força do princípio da separação de poderes, cabe principalmente ao poder legislativo; cumpre a este, sobretudo tocante à matéria orçamentária, trabalhar porém em estreita conexão e harmonia com o poder executivo, a fim de afiançar a legislação mais conveniente aos interesses essenciais da ordem administrativa; d) consagração do direito de veto como meio de contrabalançar a competência legislativa do Congresso, colocando assim nas mãos do Presidente uma técnica familiar a Bolingbroke e ao próprio Montesquieu, que distinguiu no capítulo VI do livro II da obra Do Espírito das Leis entre a "faculdade de impedir e a "faculdade de estatuir" incluindo-se o veto na primeira e não em a última, esta sim privativa do órgão elaborador - o poder legislativo; e) caráter relativo daquela faculdade, meramente impeditiva, sem efeito absoluto, podendo o Congresso, por seu turno, tolher os efeitos do ato executivo, mediante rejeição do veto presidencial, o que via de regra se dá através de votação legislativa, por maioria de dois terços, ficando assim a última palavra com o Congresso, que aceitará ou rejeitará o veto do Presidente; f) nomeação pelo Presidente dos ministros da mais alta corte de justiça, sujeita porém à aprovação do Senado; g) direção da política exterior pelo Presidente da República, cabendo porém ao Senado exercer importante controle nessa política, mediante ratificação dos tratados, por maioria ordinariamente de dois terços. 16 Op. cit. P. 320 Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 28 65 Atenção: Semipresidencialismo Está em debate no Brasil, mais especificamente na Câmara dos Deputados, discussões sobre implantação do semipresidencialismo. O semipresidencialismo é o sistema de governo no qual o presidente da República compartilha o poder com um primeiro-ministro, eleito pelo Congresso Nacional. Para que seja implantado, é preciso mudar a Constituição, que define o atual sistema político do Brasil. Fonte: Agência Câmara de Notícias 7. À GUISA DE UMA CONCLUSÃO Após o exame das dinâmicas políticas brasileiras, é possível perceber que a relação entre o presidencialismo de coalizão e a capacidade governativa no Brasil é profundamente interligada e complexa.Esta relação reflete as nuances do sistema político brasileiro e suas implicações para a formulação e implementação de políticas públicas. Como vimos, o presidencialismo de coalizão, característico do Brasil, surge como resposta à fragmentação partidária e à diversidade política inerentes ao sistema representativo do país. A necessidade de formar e manter coalizões governamentais abrangentes é fundamental para assegurar a governabilidade e a estabilidade política, dado que raramente um único partido detém a maioria no Congresso. Este cenário obriga o Executivo a negociar constantemente com diferentes partidos para formar uma base aliada capaz de apoiar sua agenda legislativa. A capacidade governativa, por outro lado, refere-se à eficácia com que um governo consegue formular, aprovar e implementar políticas que atendam aos interesses e às necessidades da população. No contexto do presidencialismo de coalizão, essa capacidade é diretamente influenciada pela habilidade do Executivo em construir e manter alianças políticas sólidas e funcionais. A habilidade de negociar, comprometer-se e manter um diálogo constante com os partidos da coalizão é essencial para assegurar a aprovação de legislações importantes e para a efetiva implementação de programas governamentais. Entretanto, o presidencialismo de coalizão pode apresentar desafios para a capacidade governativa. As negociações para a formação de coalizões podem resultar em concessões políticas que afetam a coesão e a consistência da agenda governamental. O constante equilíbrio entre atender às demandas dos partidos aliados e manter um rumo político claro pode levar a compromissos que diluem a eficácia das políticas ou que desviam o governo de suas prioridades iniciais. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 29 65 Além disso, a necessidade de negociar extensivamente com múltiplos atores políticos pode resultar em lentidão e ineficiência na tomada de decisões, comprometendo a capacidade do governo de responder prontamente a desafios emergentes e de implementar políticas de maneira efetiva. A formação de coalizões amplas e heterogêneas também pode levar a uma certa volatilidade política, onde o apoio ao governo pode ser frágil e sujeito a mudanças rápidas devido a interesses partidários divergentes. No entanto, quando bem gerenciado, o presidencialismo de coalizão pode fortalecer a capacidade governativa ao promover a inclusão e a representatividade nas decisões políticas. A formação de coalizões pode levar à colaboração entre diferentes segmentos políticos, enriquecendo o debate e a formulação de políticas com diversas perspectivas. Além disso, ao assegurar o apoio de uma ampla base no Congresso, o governo pode obter a estabilidade necessária para implementar sua agenda e promover mudanças significativas. Por fim, a interação entre o presidencialismo de coalizão e a capacidade governativa no Brasil é marcada por um equilíbrio delicado entre cooperação e compromisso. A habilidade de navegar neste cenário complexo, mantendo a integridade da agenda governamental e respondendo às necessidades da população, é fundamental para o sucesso da capacidade governativa no contexto político brasileiro. LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1. CESGRANRIO - 2009 - Professor de Educação Básica (SEDUC TO)/Sociologia Um grupo de alunos que se preparava para um exame estava debatendo sobre o poder do Estado no Brasil, que é dividido entre os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Com a orientação do professor de Sociologia, o grupo concluiu que no sistema brasileiro de governo atual A)há uma separação dos cargos de Chefe de Estado e Chefe de Governo. B)há um governo de gabinete em que o poder Executivo é confiado ao Gabinete e seus ministros. C)o Presidente governa por Decreto-Lei, prescindindo da participação do Legislativo e do Judiciário. D)o Poder Executivo é exercido pelo Presidente, que é auxiliado pelos Ministros de Estado. E)o Poder Legislativo participa da escolha do Presidente da República. 2. CESGRANRIO - 2009 - Administrador (FUNASA) (e mais 13 concursos) Accountability, Governabilidade e Governança são categorias muito utilizadas pelos cientistas políticos e por profissionais especializados na área de administração pública, cujos conceitos Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 30 65 são importantes para a compreensão da formulação e da implementação das políticas públicas. Nesse contexto, como se caracteriza o conceito de Governabilidade? A)Conjunto dos mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão participativa e plural da sociedade, o que implica expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e de administração do jogo de interesses. B)Capacidade governativa em sentido amplo, envolvendo a capacidade de ação estatal na formulação e implementação das políticas, tendo em vista a consecução de metas coletivas. C)Condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do poder numa dada sociedade, refletindo características do sistema político, como a forma do governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e de intermediação de interesses. D)Efetividade das políticas públicas elaboradas por governos, caracterizadas pelo rigor dos mecanismos que induzem os decisores a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo a transparência. E)Prestação de contas pelo governo à Sociedade como fator de exposição pública das políticas. 3. FUMARC - 2023 - Analista Legislativo (ALMG)/Consultor do Processo Legislativo O presidencialismo de coalisão, concepção brasileira deste sistema de governo, está corretamente associado ao seguinte traço característico: A)Alcance do referido sistema apenas na esfera federal. B)Independência política irrestrita do Poder Executivo, na formação dos Ministérios e das Secretarias, tal como no modelo clássico. C)Multipartidarismo na composição do poder Legislativo. D)Sistema majoritário de composição do Legislativo. 4. FUMARC - 2023 - Analista Legislativo (ALMG)/Analista de Projetos Educacionais (e mais 22 concursos) O sistema de governo adotado pelo Estado brasileiro, sob a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, considerando a relação entre os poderes legislativo e executivo, pode ser classificado como: A)Absolutista. B)Ditatorial. C)Parlamentarismo. D)Presidencialismo. 5. CEBRASPE (CESPE) - 2012 - Analista Legislativo (CAM DEP)/Técnica Legislativa Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 31 65 Com relação ao presidencialismo, julgue o item a seguir. O presidencialismo de coalizão ocorre em sistemas multipartidários quando o partido a que pertence o presidente possui ampla maioria no parlamento para aprovar seus projetos e implementar suas políticas. C Certo E Errado 6. QUADRIX - 2018 - Assistente (CRM DF)/Administrativo Com relação ao Poder Executivo na CF, julgue o item a seguir. A expressão presidencialismo de coalizão designa a importância de o chefe do Poder Executivo, no contexto da heterogeneidade representativa e do sistema proporcional de lista aberta, construir uma base de apoio no Congresso Nacional que viabilize um governo operante. C Certo E Errado 7. Instituto AOCP - 2019 - Auxiliar de Perícia Médico-Legal (PC ES) Na estrutura do Poder Executivo, verifica-se a existência de duas funções primordiais diversas,quais sejam, a de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta. a)O Chefe de Governo representa o país nas suas relações internacionais, bem como corporifica a unidade interna do Estado. b)O Chefe de Estado exercerá a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa. c)Tanto no presidencialismo como no parlamentarismo, ocorre a acumulação dessas funções (Chefe de Governo e Chefe de Estado) em uma única pessoa. d)O texto constitucional brasileiro expressamente adotou o presidencialismo, proclamando a junção das funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, a serem realizadas pelo Presidente da República, prevendo-as no art. 84 da Constituição Federal. e)E m alguns países, a função de chefe de Governo é exercida pelo Monarca e a de chefe de Estado, pelo Primeiro Ministro que chefia o gabinete. 8. IDECAN - 2022 - Assistente (UFBA)/Administração Presidencialismo — É o sistema de governo em que o Chefe de Estado não é o Chefe de Governo. Nesse Sistema de Governo é necessário ter o apoio da maioria no Poder Legislativo Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 32 65 (parlamento) para governar. Quando o governo perde esta maioria, pode o parlamento exigir a dissolução do governo, substituindo-o. C Certo E Errado 9. FUMARC - 2014 - Analista Legislativo (ALMG)/Consultor Legislativo/Área I - Interlocução Social e Desenvolvimento de Projetos Institucionais Segundo Figueiredo e Limongi, é correto afirmar, EXCETO: A)O presidencialismo de coalizão brasileiro concentra poderes de agenda nas mãos do presidente da República. B)O presidencialismo de coalizão brasileiro concentra poderes de veto nas mãos do presidente da República. C)O Regimento Interno da Câmara dos Deputados brasileira concentra poderes de agenda nas mãos das lideranças partidárias. D)O arranjo institucional brasileiro, que combina representação proporcional, multipartidarismo e representação proporcional, é uma combinação explosiva. 10. CEBRASPE (CESPE) - 2002 - Consultor Legislativo (SEN)/Assessoramento Legislativo/Administração Pública As instituições políticas brasileiras conformam um modelo de federalismo, forma e sistema de governo. Com relação a esse assunto, julgue o seguinte item. O fisiologismo é um grande risco do presidencialismo de coalisão, uma vez que as lealdades podem depender de favores, cargos e privilégios. C Certo E Errado 11. CEBRASPE (CESPE) - 2006 - Juiz do Trabalho (TRT 5ª Região) Acerca das características do presidencialismo, assinale a opção incorreta. A) O presidente da República exerce plenamente o Poder Executivo, acumulando as funções de chefe de Estado, chefe de governo e chefe da administração pública. B) O eventual plano de governo, mesmo quando aprovado por lei, depende exclusivamente da coordenação do presidente da República. C) O governo é responsável ante o parlamento, o que significa que o governo depende de seu apoio e confiança para governar. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 33 65 D) No presidencialismo, as relações entre os Poderes Executivo e Legislativo são mais rígidas que em outros sistemas de governo, prevalecendo o princípio da separação de poderes independentes e autônomos, embora estes possam ser harmônicos. E) O presidencialismo é um sistema típico das repúblicas. 12. CEBRASPE (CESPE) - 2022 - Agente de Investigação (PC PB) Tendo em vista que as características de sistemas de governo, formas de governo e formas de Estado se entrelaçam e geram combinações bastante conhecidas entre as nações ocidentais, assinale a opção correta a esse respeito. A) O parlamentarismo está atrelado a regimes republicanos com a participação da população na escolha do chefe de governo. B) O semipresidencialismo une características do presidencialismo e do parlamentarismo; por isso, nesse sistema, o presidente é eleito pelo povo em caráter simbólico e com poderes limitados. C) No presidencialismo, ocorre o acúmulo das funções de chefe de Estado e de chefe de governo em um único indivíduo. D) No parlamentarismo, o chefe de Estado pode dissolver o parlamento, bem como nomear e demitir o primeiro-ministro. E) No presidencialismo, o Poder Executivo é legitimado pelo Poder Legislativo. 13. CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Notário e Registrador (TJ SC)/Provimento Tendo em vista que, atualmente, o Brasil é uma República federativa e segue o modelo presidencialista de governo, assinale a opção correta. A) No presidencialismo existente no Brasil, a nomeação de ministros de Estado depende da aprovação formal do Poder Legislativo. B) O Poder Legislativo brasileiro segue o modelo estadunidense, razão pela qual é unicameral, ou seja, há apenas uma assembleia geral. C) A eleição presidencial brasileira é feita por voto direto e universal, mas a aprovação do resultado das urnas necessita do aval de um colégio eleitoral, à maneira da realidade estadunidense. D) O Poder Executivo brasileiro, no âmbito da União, é exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos ministros de Estado; nos estados, pelos governadores; nos municípios, pelos prefeitos. E) O Poder Judiciário brasileiro, cuja posição mais elevada é ocupada pelo Superior Tribunal de Justiça, é responsável pela elaboração das leis relativas ao direito penal. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 34 65 14. CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Oficial de Inteligência/Área 3 No que se refere ao sistema presidencialista adotado no Brasil, no qual o governo opera por meio de coalizões partidárias, julgue o próximo item. A ocupação de cargos públicos e a alocação de verbas do orçamento, apesar de constituírem recursos para as negociações presidenciais, não são expedientes válidos para consolidar a coalizão de apoio no presidencialismo multipartidário brasileiro. Certo Errado 15. CEBRASPE (CESPE) - 2014 - Analista Legislativo (CAM DEP)/Consultor Legislativo/Área XIX Em relação ao sistema político brasileiro, julgue o item subsequente. A expressão presidencialismo de coalizão, na sua formulação original, designa a combinação de presidencialismo, multipartidarismo e federalismo. Certo Errado 16. QUADRIX - 2016 - Auxiliar Operacional (CRA AC) Os debates acerca de propostas para uma reforma política no Brasil têm sido extremamente efervescentes nos últimos anos. Diariamente, vemos alguns temas recorrentes nos principais meios de comunicação nacionais. Com base em seus conhecimentos acerca do sistema político brasileiro, assinale a alternativa que apresente um elemento atualmente pertencente à estrutura política brasileira. A) Financiamento totalmente público de campanha. B) Voto distrital. C) Candidatura avulsa. D) Sistema de governo parlamentarista. E) Presidencialismo de coalizão. 17. ESAF - 2005 - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (MPOG)/Gestão e Políticas Públicas (e mais 1 concurso) A experiência democrática brasileira desde a promulgação da Constituição de 1988 tem sido analisada, no que se refere à representação política, à dinâmica parlamentar e à governabilidade como tendente à instabilidade. Com acento em aspectos diferentes, o foco tem sido colocado na natureza do Presidencialismo e na relação entre o Presidente e o Legislativo Alessandra Lopes,André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 35 65 As afirmações a seguir referem-se a essas questões: 1- O Presidencialismo brasileiro tem características plebiscitárias, o que gera uma tendência a formar ministérios numerosos e heterogêneos. 2- A relação política entre o Presidente e o Legislativo faz com que se diga que o Brasil tem um Presidencialismo de coalizão. Essa circunstância internaliza divergências, que o presidente é obrigado a arbitrar, entre partidos, interesses regionais transpartidários, afetando as relações entre as bancadas e os governos estaduais. 3- A amplitude das coalizões de governo tem outras causas, além da falta de maioria parlamentar. Entre eles a representação proporcional, o federalismo, o bicameralismo e o pluripartidarismo amplo. 4- No presidencialismo de coalizão, o presidente assume a condição de árbitro tanto das divergências internas à aliança que o respalda no Legislativo, como das forças políticas regionais representadas na mesma aliança. 5- Apesar das características plebiscitárias de sua eleição e da condição de árbitro em relação às forças que compõem sua base parlamentar, o presidente, ao exercer o cargo sob constante risco de desintegração dessa base, tem seu poder e sua autoridade fragilizados. Em relação a essas afirmações pode-se dizer que: A) estão todas incorretas. B) apenas a nº 1 está correta. C) apenas a nº 2 está correta. D) apenas a nº 3 está correta. E) estão todas corretas. 18. ESAF - 2010 - Analista de Planejamento e Orçamento (MPO)/Geral Sérgio Abranches consagrou o termo 'Presidencialismo de Coalizão' para se referir ao sistema político brasileiro em artigo de 1988. Nessa perspectiva, o Poder Executivo se fortalece politicamente com base em grandes coalizões no Parlamento. Para alguns autores, como Fernando Limongi & Argelina Figueiredo, que seguem uma linha mais institucionalista, a Relação de Poderes, no Sistema Político, apresenta as características citadas a seguir, as quais são decisivas para a compreensão do funcionamento do sistema político brasileiro. Assinale a opção que corresponde ao pensamento de Fernando Limongi & Argelina Figueiredo. A) O sistema partidário brasileiro caracteriza-se por ser multipartidário e fragmentado, com partidos frágeis e incapazes de dar sustentação política às propostas do governo. B) Há falta de governabilidade no Brasil, com o governo dando mostras de ser incapaz de governar. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 36 65 C) O Parlamento é o centro das decisões do sistema político brasileiro, de onde provêm as orientações e inclusive a origem das políticas públicas que serão adotados pelo Poder Executivo, que é subordinado ao Poder do Parlamento. D) Os Deputados atuam de forma pessoal, reforçando o caráter Personalista do sistema político brasileiro, não seguindo a orientação dos líderes partidários. E) Há um predomínio do Executivo sobre a produção legislativa. O Poder Executivo é bem- sucedido na arena legislativa porque conta com o apoio sólido de uma coalizão partidária. A disciplina partidária é a norma no Parlamento brasileiro. 19. ESAF - 2012 - Auditor Federal de Finanças e Controle (CGU)/Prevenção da Corrupção e Ouvidoria "Presidencialismo de coalizão" é uma expressão cunhada pelo cientista político Sérgio Abranches logo após a entrada em vigor da Constituição de 1988 e foi incorporada ao debate político. Os enunciados a seguir referem-se à vigência desse sistema de governo no Brasil. indique a opção incorreta. A) Segundo Abranches, o presidencialismo de coalizão é um sistema instável e de alto risco. B) Segundo Abranches, o presidencialismo de coalizão está associado a uma crise fiscal estrutural e ao clientelismo. C) Outros autores, como Limongi, veem no presidencialismo de coalizão uma maneira do Presidente superar o problema da fragmentação partidária no Parlamento. D) O arranjo característico do presidencialismo se reproduz nos estados e municípios com pequenas diferenças. E) As Medidas Provisórias são um recurso de poder dos presidentes nas negociações com suas coalizões. Este é um recurso de que os governadores não dispõem, pois nenhum governador pode editar medidas provisórias. 20. CEBRASPE (CESPE) - 2014 - Analista Legislativo (CAM DEP)/Consultor Legislativo/Área XIX Em relação ao sistema político brasileiro, julgue o item subsequente. Os críticos do presidencialismo de coalizão, na forma como vigora no Brasil, apontam a heterogeneidade das coligações governistas e a indisciplina partidária como obstáculos à governabilidade e como fontes de instabilidade política. Certo Errado 21. AOCP - 2010 - Gestor de Políticas Públicas (Pref Camaçari) O poder irrestrito de demissão dos ministros é uma constante universal dos regimes presidencialistas. Mas observa-se alguma variação nos poderes formais de nomeação. Por Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva ==274356== 37 65 exemplo, nos EUA, o presidente tem que obter o consentimento de 2/3 do Senado para nomear os chamados secretários de Estado. Mas, do ponto de vista substantivo, o chamado consentimento senatorial pouco afeta a capacidade do chefe do Executivo de conseguir o gabinete que deseja. Essa regra não se aplica ao Brasil. Em suma, os poderes de demissão e nomeação ministerial no presidencialismo são sempre extensos e quase sempre absolutos. No que tange aos poderes legislativos dos presidentes, porém, verifica-se impressionante variação. Identificam-se dois tipos de poderes legislativos: os reativos e os proativos. Os reativos são aqueles poderes com os quais o Executivo pode sustentar o status quo mesmo diante de uma legislatura com preferências distintas. O veto presidencial é um poder reativo por excelência, cuja extensão depende das maiorias exigidas para derrubar um veto e de se o chefe do Executivo tem a capacidade apenas de vetar leis inteiras ou partes delas também. No Brasil, o presidente possui o veto parcial e o total, mas uma maioria absoluta do Congresso pode derrubá-los. O texto acima trata de A) Governança. B) Poder de veto. C) Repartição dos poderes. D) Governabilidade. E) Constituição Federal. 22. ESAF - 2009 - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (MPOG)/Gestão e Políticas Públicas O termo "presidencialismo de coalizão" é usado para designar o arranjo político estabelecido no Brasil em função das relações entre Executivo e Legislativo. A expressão é pertinente porque o sistema político brasileiro tem características híbridas do presidencialismo e do parlamentarismo, entre as quais: 1. o Presidente da República conta com recursos de poder como a execução do orçamento, que não é de aplicação compulsória. 2. o Executivo necessita do apoio do Legislativo para ter sua agenda aprovada e para governar. 3. o Presidente tem a prerrogativa de editar Medidas Provisórias com força de lei, mas a iniciativa legislativa é exclusividade do Congresso. 4. o Presidente impõe sua agenda legislativa porque as lideranças partidárias são frágeis e suas orientações raramente são seguidas por seus liderados. Os enunciados acima são: A)todos verdadeiros. B)todos falsos. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare macielda silva 38 65 C)verdadeiros o 3 e o 4. D)verdadeiros o 1 e o 2. E)verdadeiros o 2 e o 4. 23. FGV - 2022 - Assistente em Saúde (SEMSA Manaus)/Assistente em Administração/30h A respeito do nosso sistema presidencialista de governo, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa. ( ) O Poder Executivo é chefiado pelo Presidente da República que é auxiliado pelos Ministros de Estado, no âmbito federal. ( ) O Presidente da República é o único que acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. ( ) O Presidente da República age como Chefe de Estado quando celebra tratados internacionais ou declara guerra. As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente, a) V – V – V. b) V – F – V. c) F – F – V. d) F – V – V. e) V – V – F. 24. FGV - 2021 - Perito Legista (PC RJ)/Medicina (e mais 3 concursos) Marília, estudante de direito, tinha sérias dúvidas a respeito do sentido das expressões chefe de Estado e chefe de governo, principalmente ao considerar a atividade desempenhada pelo presidente da República como chefe da Administração Pública federal. Everardo, seu professor, informou-lhe, corretamente, que se tratava de atividade típica de: a) chefe de governo, designativo utilizado, em sistemas parlamentaristas, para indicar o agente que desempenha funções próprias de primeiro-ministro; b) chefe de Estado, designativo utilizado, em sistemas parlamentaristas, para indicar o agente que desempenha funções próprias de primeiro-ministro; c) chefe de governo, que costuma ser escolhido, em sistemas parlamentaristas, no âmbito do órgão legislativo, e que desempenha maior número de poderes apenas simbólicos; d) chefe de Estado, designativo utilizado, em sistemas presidencialistas e parlamentaristas, para indicar o primeiro mandatário, responsável pelas principais decisões políticas; e) chefe de Estado, designativo adotado em conjunto com o de chefe de governo apenas em regimes semipresidenciais, nos quais prepondera a escolha popular do primeiro mandatário. 25. FGV - 2019 - Especialista em Políticas Públicas (Pref Salvador) Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 39 65 O sistema de governo está relacionado com a maneira como funciona a relação entre os Poderes Legislativo e Executivo de um país, tendo sido adotado no Brasil o tipo presidencialista. Em relação ao sistema presidencialista, tem-se como pressuposto a ideia de que a) inexiste a tipicidade de funções, dado que o Presidente pode exercer tipicamente tanto a capacidade executiva, quanto a legislativa e jurisdicional. b) a separação dos Poderes delimita a atividade estatal de legislação, acarretando em uma relação dependente e harmônica entre os organismos políticos. c) a administração pública é interpretada de forma subjetiva, considerando-se apenas os órgãos administrativos, em detrimento das ações efetivamente governamentais. d) o sistema de freios e contrapesos garante a soberania de cada poder, viabilizando a arbitrariedade administrativa ao Presidente da República. e) a chamada dupla função do Presidente da República ocorre quando ele exerce as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. 26. FCC - 2018 - Consultor Legislativo (CL DF)/Redação Parlamentar O Estado de Direito se caracteriza pela divisão dos poderes, atribuições específicas distribuídas entre órgãos do Estado. Graças a essa divisão, com os poderes limitando uns aos outros, o governo fundado na lei, ou seja, a liberdade, torna-se possível. As três ordens de poderes são: o parlamento (o legislativo), que faz as leis; o executivo, que aplica as leis, executando as normas estabelecidas pelo legislativo e o judiciário, que as aplica exercendo sua função de resolver conflitos entre os componentes da sociedade e entre estes e o Estado. No entanto, essa separação não pode ser considerada uma prática rígida, pois na conformação do Estado contemporâneo o princípio da interdependência e o controle mútuo levam a práticas que relativizam a divisão ou separação dos poderes. (Adaptado de: MOSCA, G. e BOUTHOUL, G. História das Doutrinas Políticas desde a Antiguidade. Zahar Editores, 1962, cap. XXIX, pp 200-204) São exemplos de aplicação do princípio da interdependência e de controle mútuo entre os poderes: A)a fiscalização dos atos do Poder Executivo pelo Legislativo, a nomeação de juízes de instâncias intermediárias pelo Poder Executivo e a possibilidade de processar membros do Executivo e do Legislativo nas Instâncias Inferiores do Judiciário. B)o uso de decretos legislativos pelo Poder Executivo, aprovados ou não pelo parlamento, a aprovação ou rejeição de contas do Poder Executivo (ouvidos órgãos de controle) e o poder do Judiciário de fixar o próprio orçamento. C)a interferência mútua por meio de poderes, de veto do Executivo a Leis, fiscalização do Legislativo em relação ao cumprimento das Leis pelo Executivo e o poder do Judiciário de declarar inconstitucionais Leis feitas pelo Legislativo. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 40 65 D) a definição de competências para instâncias do Judiciário pelo Legislativo, o poder do Executivo de instaurar o processo constituinte, a fixação de prazos para apresentação de relatórios de gestão do executivo pelo Judiciário. E)a realização e controle do processo eleitoral pelo Judiciário, a instauração de processo de destituição de Ministros do Judiciário, o poder de veto de atos do Executivo pelo Legislativo, após processo formal instaurado no Parlamento. GABARITO 1. D 2. C 3. C 4. D 5. ERRADO 6. CORRETO 7. D 8. ERRADO 9. D 10. CERTO 11. C 12. C 13. D 14. ERRADO 15. CERTO 16. E 17. E 18. E 19. E 20. CERTO 21. D 22. D 23. A 24. A 25. E 26. C LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS 1. CESGRANRIO - 2009 - Professor de Educação Básica (SEDUC TO)/Sociologia Um grupo de alunos que se preparava para um exame estava debatendo sobre o poder do Estado no Brasil, que é dividido entre os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Com a orientação do professor de Sociologia, o grupo concluiu que no sistema brasileiro de governo atual Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 41 65 A)há uma separação dos cargos de Chefe de Estado e Chefe de Governo. B)há um governo de gabinete em que o poder Executivo é confiado ao Gabinete e seus ministros. C)o Presidente governa por Decreto-Lei, prescindindo da participação do Legislativo e do Judiciário. D)o Poder Executivo é exercido pelo Presidente, que é auxiliado pelos Ministros de Estado. E)o Poder Legislativo participa da escolha do Presidente da República. Comentários Vamos analisar cada uma das alternativas com base no sistema de governo brasileiro atual: A. Há uma separação dos cargos de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Incorreta. No Brasil, o sistema de governo é o presidencialismo, no qual o Presidente da República exerce simultaneamente as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. B. Há um governo de gabinete em que o poder Executivo é confiado ao Gabinete e seus ministros. Incorreta. O governo de gabinete, também conhecido como sistema parlamentarista, não é o sistema adotado no Brasil. No sistema brasileiro, o poder Executivo é centralizado na figura do Presidente da República, emboraeste seja auxiliado por ministros de Estado. C. O Presidente governa por Decreto-Lei, prescindindo da participação do Legislativo e do Judiciário. Incorreta. No Brasil, o Presidente pode emitir Medidas Provisórias em casos de relevância e urgência, mas estas precisam ser convertidas em lei pelo Congresso Nacional em um prazo determinado. Além disso, os decretos-leis eram um mecanismo utilizado durante o regime militar e não se aplicam ao sistema democrático atual. O Presidente não governa independentemente do Legislativo e do Judiciário. D. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente, que é auxiliado pelos Ministros de Estado. Correta. Esta afirmação está correta e reflete o sistema de governo brasileiro atual. O Presidente da República exerce o poder Executivo e é auxiliado pelos Ministros de Estado, que gerenciam diferentes áreas do governo. E. O Poder Legislativo participa da escolha do Presidente da República. Incorreta. No Brasil, o Presidente da República é eleito diretamente pelo povo, por meio de eleições, e não pela participação direta do Poder Legislativo no processo de escolha. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 42 65 Gabarito:D 2. CESGRANRIO - 2009 - Administrador (FUNASA) (e mais 13 concursos) Accountability, Governabilidade e Governança são categorias muito utilizadas pelos cientistas políticos e por profissionais especializados na área de administração pública, cujos conceitos são importantes para a compreensão da formulação e da implementação das políticas públicas. Nesse contexto, como se caracteriza o conceito de Governabilidade? A)Conjunto dos mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão participativa e plural da sociedade, o que implica expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e de administração do jogo de interesses. B)Capacidade governativa em sentido amplo, envolvendo a capacidade de ação estatal na formulação e implementação das políticas, tendo em vista a consecução de metas coletivas. C)Condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do poder numa dada sociedade, refletindo características do sistema político, como a forma do governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e de intermediação de interesses. D)Efetividade das políticas públicas elaboradas por governos, caracterizadas pelo rigor dos mecanismos que induzem os decisores a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo a transparência. E)Prestação de contas pelo governo à Sociedade como fator de exposição pública das políticas. Comentários Vamos analisar cada alternativa à luz do conceito acadêmico e prático de Governabilidade: A. Conjunto dos mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão participativa e plural da sociedade, o que implica expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e de administração do jogo de interesses. Incorreta. Embora importante, esta definição está mais próxima do conceito de governança, que envolve os mecanismos de interação entre Estado e sociedade, do que de governabilidade, que se refere mais a condições sistêmicas para o exercício do poder. B. Capacidade governativa em sentido amplo, envolvendo a capacidade de ação estatal na formulação e implementação das políticas, tendo em vista a consecução de metas coletivas. Incorreta. Essa definição alude mais à capacidade de um governo de realizar efetivamente suas políticas e programas — frequentemente referida como "capacidade governativa" ou "capacidade de governar" —, não à governabilidade per se. C. Condições sistêmicas mais gerais sob as quais se dá o exercício do poder numa dada sociedade, refletindo características do sistema político, como a forma do governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e de intermediação de interesses. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 43 65 Correta. Esta definição encapsula adequadamente o conceito de governabilidade, que se refere às condições sob as quais o poder é exercido em uma sociedade, incluindo a estrutura política e institucional que permite o governo operar de forma eficaz. D. Efetividade das políticas públicas elaboradas por governos, caracterizadas pelo rigor dos mecanismos que induzem os decisores a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo a transparência. Incorreta. Esta definição se relaciona mais com a eficácia das políticas públicas e com a responsabilidade e transparência governamental, aspectos que são importantes, mas não definem a governabilidade em si. E. Prestação de contas pelo governo à Sociedade como fator de exposição pública das políticas. Incorreta. Embora seja um componente importante da boa governança e da democracia, a prestação de contas se refere mais à responsabilidade e transparência do governo do que à sua governabilidade. Gabarito: C. 3. FUMARC - 2023 - Analista Legislativo (ALMG)/Consultor do Processo Legislativo O presidencialismo de coalisão, concepção brasileira deste sistema de governo, está corretamente associado ao seguinte traço característico: A)Alcance do referido sistema apenas na esfera federal. B)Independência política irrestrita do Poder Executivo, na formação dos Ministérios e das Secretarias, tal como no modelo clássico. C)Multipartidarismo na composição do poder Legislativo. D)Sistema majoritário de composição do Legislativo. Comentários Vamos analisar cada uma das alternativas em relação ao conceito de presidencialismo de coalizão no contexto brasileiro: A. Alcance do referido sistema apenas na esfera federal. Incorreta. Enquanto o termo "presidencialismo de coalizão" é frequentemente aplicado ao nível federal, os princípios de negociação e formação de alianças podem se manifestar em diferentes níveis de governo. No entanto, essa característica não é o traço distintivo primário do presidencialismo de coalizão. B. Independência política irrestrita do Poder Executivo, na formação dos Ministérios e das Secretarias, tal como no modelo clássico. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 44 65 Incorreta. Na verdade, no presidencialismo de coalizão brasileiro, a independência política do Executivo não é irrestrita; ao contrário, a formação dos Ministérios e das Secretarias frequentemente reflete a necessidade de negociar e acomodar os interesses dos partidos da coalizão governante. C. Multipartidarismo na composição do poder Legislativo. Correta. O presidencialismo de coalizão no Brasil está intimamente associado ao multipartidarismo no Congresso. A fragmentação partidária no Legislativo exige que o Presidente negocie com diversos partidos para formar uma base de apoio estável, o que é uma característica central do presidencialismo de coalizão. D. Sistema majoritário de composição do Legislativo. Incorreta. O sistema eleitoral para o Legislativo no Brasil não é majoritário, mas proporcional. A confusão pode surgir do fato de que as eleições presidenciais são majoritárias, mas isso não se aplica ao Legislativo. Além disso, o sistema eleitoral não é um traço característico do presidencialismo de coalizão. Gabarito: C. 4. FUMARC - 2023 - Analista Legislativo (ALMG)/Analista de Projetos Educacionais (e mais 22 concursos) O sistema de governo adotado pelo Estado brasileiro, sob a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, considerando a relação entre os poderes legislativo e executivo, pode ser classificadocomo: A)Absolutista. B)Ditatorial. C)Parlamentarismo. D)Presidencialismo. Comentários O sistema de governo estabelecido pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é o presidencialismo. Neste sistema, o Presidente da República exerce tanto o papel de Chefe de Estado quanto de Chefe de Governo, sendo eleito de forma direta pela população para mandatos fixos. O Presidente tem a prerrogativa de nomear ministros, conduzir a política externa e interna, e é responsável pela administração pública federal. Gabarito:D 5. CEBRASPE (CESPE) - 2012 - Analista Legislativo (CAM DEP)/Técnica Legislativa Com relação ao presidencialismo, julgue o item a seguir. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 45 65 O presidencialismo de coalizão ocorre em sistemas multipartidários quando o partido a que pertence o presidente possui ampla maioria no parlamento para aprovar seus projetos e implementar suas políticas. C Certo E Errado Comentários O presidencialismo de coalizão, especialmente no contexto brasileiro, não implica que o partido do presidente possua uma ampla maioria no parlamento. Pelo contrário, ocorre justamente em cenários multipartidários onde nenhum partido, incluindo o do presidente, detém maioria absoluta no Legislativo. Nesses sistemas, para aprovar projetos e implementar políticas, o presidente precisa formar alianças com outros partidos, criando uma coalizão governamental. Essas coalizões são essenciais para assegurar apoio legislativo suficiente para a agenda governamental, dada a fragmentação partidária. Portanto, a afirmação é incorreta, pois o presidencialismo de coalizão é caracterizado pela necessidade de negociação e formação de alianças, não pela existência de uma maioria ampla pertencente ao partido do presidente. Gabarito: Errado 6. QUADRIX - 2018 - Assistente (CRM DF)/Administrativo Com relação ao Poder Executivo na CF, julgue o item a seguir. A expressão presidencialismo de coalizão designa a importância de o chefe do Poder Executivo, no contexto da heterogeneidade representativa e do sistema proporcional de lista aberta, construir uma base de apoio no Congresso Nacional que viabilize um governo operante. C Certo E Errado Comentários A expressão "presidencialismo de coalizão" de fato descreve a necessidade do chefe do Poder Executivo, especialmente em um contexto político marcado pela heterogeneidade representativa e pelo sistema proporcional de lista aberta, como o do Brasil, de construir uma base de apoio no Congresso Nacional. Esta base de apoio é crucial para garantir a governabilidade e possibilitar a implementação efetiva das políticas do governo. No presidencialismo de coalizão, dada a fragmentação partidária e a ausência de maiorias automáticas no Legislativo, o presidente precisa negociar e formar alianças com diferentes partidos para assegurar uma maioria que apoie sua agenda legislativa e administrativa. Portanto, a afirmação é correta. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 46 65 Gabarito: Correto. 7. Instituto AOCP - 2019 - Auxiliar de Perícia Médico-Legal (PC ES) Na estrutura do Poder Executivo, verifica-se a existência de duas funções primordiais diversas, quais sejam, a de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta. A) O Chefe de Governo representa o país nas suas relações internacionais, bem como corporifica a unidade interna do Estado. B) O Chefe de Estado exercerá a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa. C) Tanto no presidencialismo como no parlamentarismo, ocorre a acumulação dessas funções (Chefe de Governo e Chefe de Estado) em uma única pessoa. D) O texto constitucional brasileiro expressamente adotou o presidencialismo, proclamando a junção das funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, a serem realizadas pelo Presidente da República, prevendo-as no art. 84 da Constituição Federal. E)E m alguns países, a função de chefe de Governo é exercida pelo Monarca e a de chefe de Estado, pelo Primeiro Ministro que chefia o gabinete. Comentários Vamos analisar cada uma das alternativas com base nos conceitos de Chefe de Estado e Chefe de Governo, bem como a estrutura do Poder Executivo em diferentes sistemas de governo: A. O Chefe de Governo representa o país nas suas relações internacionais, bem como corporifica a unidade interna do Estado. Incorreta. Esta descrição se aplica mais adequadamente ao Chefe de Estado, especialmente em sistemas parlamentaristas. O Chefe de Estado, em muitos contextos, é quem representa o país internacionalmente e simboliza a unidade nacional. B. O Chefe de Estado exercerá a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa. Incorreta. Esta descrição se encaixa mais ao papel do Chefe de Governo, especialmente em sistemas presidencialistas, onde é ele quem lidera a política nacional e dirige a administração do Estado. C. Tanto no presidencialismo como no parlamentarismo, ocorre a acumulação dessas funções (Chefe de Governo e Chefe de Estado) em uma única pessoa. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 47 65 Incorreta. Esta afirmação não é verdadeira. No presidencialismo, as duas funções podem ser acumuladas na mesma pessoa (o Presidente), mas no parlamentarismo, elas são geralmente divididas entre duas figuras distintas (por exemplo, o Monarca ou Presidente como Chefe de Estado e o Primeiro Ministro como Chefe de Governo). D. O texto constitucional brasileiro expressamente adotou o presidencialismo, proclamando a junção das funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, a serem realizadas pelo Presidente da República, prevendo- as no art. 84 da Constituição Federal. Correta. No sistema brasileiro, adotado pela Constituição Federal de 1988, o Presidente da República acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, conforme expresso no artigo 84 da CF. E. Em alguns países, a função de chefe de Governo é exercida pelo Monarca e a de chefe de Estado, pelo Primeiro Ministro que chefia o gabinete. Incorreta. Esta descrição está invertida. Em sistemas parlamentaristas onde existe um monarca, este geralmente exerce a função de Chefe de Estado, enquanto o Primeiro Ministro atua como Chefe de Governo. Gabarito: D. 8. IDECAN - 2022 - Assistente (UFBA)/Administração Presidencialismo — É o sistema de governo em que o Chefe de Estado não é o Chefe de Governo. Nesse Sistema de Governo é necessário ter o apoio da maioria no Poder Legislativo (parlamento) para governar. Quando o governo perde esta maioria, pode o parlamento exigir a dissolução do governo, substituindo-o. C Certo E Errado Comentários: Esta descrição está incorreta em relação ao presidencialismo. No sistema presidencialista, o Chefe de Estado é também o Chefe de Governo; as duas funções são exercidas pela mesma pessoa, tipicamente o Presidente. Esta é uma das características distintivas do presidencialismo em comparação com o parlamentarismo. Além disso, no sistema presidencialista, o governo não precisa do apoio da maioria no parlamento para permanecer no poder, ao contrário do que acontece no parlamentarismo. No parlamentarismo, se o governo perde a maioria, o parlamento pode de fato exigira sua dissolução ou forçar a renúncia do governo através de uma moção de desconfiança. No entanto, no presidencialismo, o Presidente geralmente permanece no cargo por um mandato fixo e não pode ser removido simplesmente porque perdeu a maioria parlamentar; ele só pode ser removido por processos específicos como impeachment, sob circunstâncias muito específicas definidas na constituição ou nas leis do país. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 48 65 Portanto, a declaração apresentada descreve incorretamente o presidencialismo e parece mais alinhada com características do sistema parlamentarista. Gabarito: Errado 9. FUMARC - 2014 - Analista Legislativo (ALMG)/Consultor Legislativo/Área I - Interlocução Social e Desenvolvimento de Projetos Institucionais Segundo Figueiredo e Limongi, é correto afirmar, EXCETO: A)O presidencialismo de coalizão brasileiro concentra poderes de agenda nas mãos do presidente da República. B)O presidencialismo de coalizão brasileiro concentra poderes de veto nas mãos do presidente da República. C)O Regimento Interno da Câmara dos Deputados brasileira concentra poderes de agenda nas mãos das lideranças partidárias. D)O arranjo institucional brasileiro, que combina representação proporcional, multipartidarismo e representação proporcional, é uma combinação explosiva. Comentários Analisemos cada alternativa com base nos trabalhos e teorias de Figueiredo e Limongi sobre o presidencialismo de coalizão no Brasil: A. O presidencialismo de coalizão brasileiro concentra poderes de agenda nas mãos do presidente da República. Correto. Figueiredo e Limongi argumentam que no presidencialismo de coalizão brasileiro, o Presidente tem consideráveis poderes de agenda, especialmente através da iniciativa de leis em áreas-chave e do uso de Medidas Provisórias. B. O presidencialismo de coalizão brasileiro concentra poderes de veto nas mãos do presidente da República. Correto. Eles também destacam que o presidente possui poderes significativos de veto, permitindo-lhe influenciar a legislação e as políticas públicas. C. O Regimento Interno da Câmara dos Deputados brasileira concentra poderes de agenda nas mãos das lideranças partidárias. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 49 65 Correto. De acordo com as observações de Figueiredo e Limongi, o regimento interno confere às lideranças partidárias um papel importante na determinação da agenda legislativa, embora este aspecto seja mais relacionado à organização interna do Congresso do que ao presidencialismo de coalizão per se. D. O arranjo institucional brasileiro, que combina representação proporcional, multipartidarismo e representação proporcional, é uma combinação explosiva. Errado (a afirmativa a ser EXCETUADA, portanto correta nesta context). Embora Figueiredo e Limongi discutam os desafios do sistema político brasileiro, incluindo representação proporcional e multipartidarismo, eles não caracterizam necessariamente essa combinação como "explosiva". O termo "combinação explosiva" não é tipicamente usado por Figueiredo e Limongi para descrever o sistema brasileiro. Eles de fato discutem as dificuldades e desafios do sistema, mas seu trabalho geralmente apresenta uma visão mais matizada, indicando que, sob certas condições, o sistema pode funcionar e proporcionar estabilidade política, mesmo que não seja ideal. Gabarito:D 10. CEBRASPE (CESPE) - 2002 - Consultor Legislativo (SEN)/Assessoramento Legislativo/Administração Pública As instituições políticas brasileiras conformam um modelo de federalismo, forma e sistema de governo. Com relação a esse assunto, julgue o seguinte item. O fisiologismo é um grande risco do presidencialismo de coalisão, uma vez que as lealdades podem depender de favores, cargos e privilégios. C Certo E Errado Comentários O fisiologismo, prática na qual o apoio político é trocado por favores, cargos e privilégios, é de fato considerado um risco significativo dentro do modelo do presidencialismo de coalizão, especialmente no contexto brasileiro. No presidencialismo de coalizão, onde o governo muitas vezes precisa negociar apoio com diversos partidos políticos para formar uma maioria no Congresso, pode surgir a tentação de oferecer posições no governo, influência ou recursos em troca de apoio legislativo. Essa prática pode levar à distribuição de cargos e benefícios com base em lealdades políticas em vez de mérito ou competência, prejudicando a eficiência e a integridade da administração pública. Além disso, o fisiologismo pode enfraquecer a responsabilidade política, uma vez que os membros do Congresso podem apoiar o governo não com base em convicções ideológicas ou no interesse público, mas sim em troca de ganhos pessoais ou partidários. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 50 65 Portanto, a afirmativa é correta: o fisiologismo representa um grande risco para o presidencialismo de coalizão, já que pode comprometer a qualidade da governança e a representatividade democrática. Gabarito: Certo. 11. CEBRASPE (CESPE) - 2006 - Juiz do Trabalho (TRT 5ª Região) Acerca das características do presidencialismo, assinale a opção incorreta. A) O presidente da República exerce plenamente o Poder Executivo, acumulando as funções de chefe de Estado, chefe de governo e chefe da administração pública. B) O eventual plano de governo, mesmo quando aprovado por lei, depende exclusivamente da coordenação do presidente da República. C) O governo é responsável ante o parlamento, o que significa que o governo depende de seu apoio e confiança para governar. D) No presidencialismo, as relações entre os Poderes Executivo e Legislativo são mais rígidas que em outros sistemas de governo, prevalecendo o princípio da separação de poderes independentes e autônomos, embora estes possam ser harmônicos. E) O presidencialismo é um sistema típico das repúblicas. Comentários A)Correta. No sistema presidencialista, especialmente o brasileiro, o presidente realmente acumula essas funções B)Correta. Embora o plano de governo possa ser influenciado pelo debate legislativo, a coordenação e implementação do plano dependem em grande medida da liderança do presidente. C)Incorreta. Esta é uma característica do parlamentarismo, não do presidencialismo. No sistema parlamentarista, o governo deve manter a confiança do parlamento para permanecer no poder. No presidencialismo, o presidente tem um mandato fixo e não depende da confiança contínua do parlamento para governar, embora possa buscar o apoio do parlamento para aprovar legislação. D)Correta. O presidencialismo caracteriza-se pela separação clara e rígida entre os poderes, com sistemas de freios e contrapesos projetados para manter a independência e autonomia de cada um. E)Correta. Geralmente, o sistema presidencialista é adotado por repúblicas, onde um presidente serve como chefe de Estado e chefe de governo. Gabarito: C. 12. CEBRASPE (CESPE) - 2022 - Agente de Investigação (PC PB) Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 51 65 Tendo em vista que as características de sistemas de governo, formas de governo e formas de Estado se entrelaçame geram combinações bastante conhecidas entre as nações ocidentais, assinale a opção correta a esse respeito. A) O parlamentarismo está atrelado a regimes republicanos com a participação da população na escolha do chefe de governo. B) O semipresidencialismo une características do presidencialismo e do parlamentarismo; por isso, nesse sistema, o presidente é eleito pelo povo em caráter simbólico e com poderes limitados. C) No presidencialismo, ocorre o acúmulo das funções de chefe de Estado e de chefe de governo em um único indivíduo. D) No parlamentarismo, o chefe de Estado pode dissolver o parlamento, bem como nomear e demitir o primeiro-ministro. E) No presidencialismo, o Poder Executivo é legitimado pelo Poder Legislativo. Comentários a) Incorreta. No sistema parlamentarista, o chefe de governo, geralmente o Primeiro-Ministro, é escolhido pela maioria parlamentar e não diretamente pela população. Além disso, o parlamentarismo pode existir tanto em repúblicas quanto em monarquias. b) Incorreta. Embora o semipresidencialismo combine elementos de presidencialismo e parlamentarismo, o presidente em um sistema semipresidencialista tipicamente detém poderes significativos, que não são meramente simbólicos. O grau de poder pode variar, mas geralmente inclui responsabilidades além do simbólico. c) Correta. Esta é uma característica definidora do sistema presidencialista. O presidente cumpre ambos os papéis, liderando tanto o governo quanto o Estado. d) Incorreta. Enquanto o chefe de Estado no parlamentarismo pode dissolver o parlamento em algumas circunstâncias, geralmente ele não possui a autoridade unilateral para nomear e demitir o primeiro- ministro. Essas ações dependem das condições políticas e, em muitos casos, da maioria parlamentar. e) Incorreta. No presidencialismo, o Poder Executivo é diretamente legitimado pelo voto do povo, não pelo Legislativo. O presidente é eleito de forma independente do parlamento. Gabarito: C 13. CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Notário e Registrador (TJ SC)/Provimento Tendo em vista que, atualmente, o Brasil é uma República federativa e segue o modelo presidencialista de governo, assinale a opção correta. A No presidencialismo existente no Brasil, a nomeação de ministros de Estado depende da aprovação formal do Poder Legislativo. B) O Poder Legislativo brasileiro segue o modelo estadunidense, razão pela qual é unicameral, ou seja, há apenas uma assembleia geral. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 52 65 C) A eleição presidencial brasileira é feita por voto direto e universal, mas a aprovação do resultado das urnas necessita do aval de um colégio eleitoral, à maneira da realidade estadunidense. D) O Poder Executivo brasileiro, no âmbito da União, é exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos ministros de Estado; nos estados, pelos governadores; nos municípios, pelos prefeitos. E) O Poder Judiciário brasileiro, cuja posição mais elevada é ocupada pelo Superior Tribunal de Justiça, é responsável pela elaboração das leis relativas ao direito penal. Comentários a) Incorreta. No Brasil, o presidente da República tem a prerrogativa de nomear os ministros de Estado sem a necessidade de aprovação formal pelo Poder Legislativo. b) Incorreta. O sistema legislativo brasileiro é bicameral, composto pelo Senado Federal (câmara alta) e pela Câmara dos Deputados (câmara baixa), diferente do modelo unicameral. c) Incorreta. No Brasil, a eleição presidencial é feita por voto direto e universal, sem a necessidade do aval de um colégio eleitoral para aprovação dos resultados. d) Correta. Esta afirmação está correta e reflete a estrutura do Poder Executivo no Brasil, conforme estabelecido pela Constituição Federal. e) Incorreta. A posição mais elevada no Poder Judiciário brasileiro é ocupada pelo Supremo Tribunal Federal, não pelo Superior Tribunal de Justiça. Além disso, o Poder Judiciário não é responsável pela elaboração das leis, que é uma atribuição do Poder Legislativo, de forma típica, do Executivo de forma atípica. Vale lembrar que o Judiciário até tem competência para propor determinado projetos de lei, porém, também de forma atípica. Gabarito: D 14. CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Oficial de Inteligência/Área 3 No que se refere ao sistema presidencialista adotado no Brasil, no qual o governo opera por meio de coalizões partidárias, julgue o próximo item. A ocupação de cargos públicos e a alocação de verbas do orçamento, apesar de constituírem recursos para as negociações presidenciais, não são expedientes válidos para consolidar a coalizão de apoio no presidencialismo multipartidário brasileiro. Certo Errado Comentários Na realidade do sistema presidencialista brasileiro, especialmente sob o modelo de presidencialismo de coalizão que predomina, a ocupação de cargos públicos e a alocação de verbas do orçamento são, de fato, Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 53 65 expedientes frequentemente utilizados para consolidar a coalizão de apoio no presidencialismo multipartidário. Esses recursos são partes integrantes das negociações presidenciais para garantir a governabilidade e apoio legislativo, em especial em um contexto caracterizado pela fragmentação partidária. O oferecimento de cargos em ministérios e outras posições de governo para os partidos que compõem a coalizão, bem como a destinação de recursos orçamentários para projetos de interesse desses partidos, são práticas comuns destinadas a manter ou expandir o apoio ao governo no Congresso. Embora essas práticas possam levantar questões sobre ética e eficiência governamental, elas constituem, na prática, ferramentas importantes para a consolidação da base de apoio parlamentar no sistema político brasileiro atual. Portanto, a afirmação é considerada errada no contexto das normas convencionais da política brasileira. Gabarito: Errado 15. CEBRASPE (CESPE) - 2014 - Analista Legislativo (CAM DEP)/Consultor Legislativo/Área XIX Em relação ao sistema político brasileiro, julgue o item subsequente. A expressão presidencialismo de coalizão, na sua formulação original, designa a combinação de presidencialismo, multipartidarismo e federalismo. Certo Errado Comentários A expressão "presidencialismo de coalizão", cunhada e amplamente difundida na análise política brasileira, realmente designa a combinação específica de presidencialismo, multipartidarismo e federalismo, características marcantes do sistema político brasileiro. No presidencialismo de coalizão: Presidencialismo: Refere-se ao sistema de governo no qual o Presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e chefe de Governo, sendo eleito diretamente pela população e responsável pela administração pública e pela direção das políticas nacionais. Multipartidarismo: O sistema político brasileiro é caracterizado pela existência de múltiplos partidos políticos com representação significativa, o que torna raras as ocasiões em que um único partido detém a maioria no Congresso Nacional. Isso exige que o presidente forme alianças, ou coalizões, com outros partidos para garantir apoio legislativo suficiente para aprovar leis e implementar a agenda governamental. Federalismo: O Brasil é uma República Federativa, o que significa que os poderes são divididos entre a União, os estados e os municípios. Essa divisão de poderes adiciona outra camada de complexidade às negociações Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito- 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 54 65 políticas, já que os interesses regionais e locais frequentemente influenciam as alianças partidárias e as negociações no nível federal. Assim, o termo "presidencialismo de coalizão" encapsula essas três dimensões fundamentais que interagem e moldam a governança e a dinâmica política no Brasil. Portanto, o item está correto. Gabarito: Certo 16. QUADRIX - 2016 - Auxiliar Operacional (CRA AC) Os debates acerca de propostas para uma reforma política no Brasil têm sido extremamente efervescentes nos últimos anos. Diariamente, vemos alguns temas recorrentes nos principais meios de comunicação nacionais. Com base em seus conhecimentos acerca do sistema político brasileiro, assinale a alternativa que apresente um elemento atualmente pertencente à estrutura política brasileira. A) Financiamento totalmente público de campanha. B) Voto distrital. C) Candidatura avulsa. D) Sistema de governo parlamentarista. E) Presidencialismo de coalizão. Comentários a) Incorreta. O Brasil não possui um sistema de financiamento de campanha que seja totalmente público. Há elementos de financiamento público, como o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), mas as campanhas podem receber, dentro de certos limites, contribuições de pessoas físicas. b) Incorreta. O Brasil utiliza principalmente o sistema proporcional para as eleições legislativas federais e estaduais. O voto distrital não é a metodologia principal para eleições legislativas no Brasil. c) Incorreta. No Brasil, para se candidatar a um cargo eletivo, é necessário estar filiado a um partido político. Candidaturas avulsas (sem filiação partidária) não são permitidas pelo sistema eleitoral atual. d) Incorreta. O Brasil adota um sistema de governo presidencialista, conforme definido pela Constituição de 1988. e) Correta. O "presidencialismo de coalizão" é uma característica do sistema político brasileiro, onde o presidente da República, para garantir a governabilidade e o avanço de sua agenda, forma alianças com diversos partidos políticos, geralmente por meio da distribuição de cargos no governo e de outras negociações políticas. Gabarito: E 17. ESAF - 2005 - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (MPOG)/Gestão e Políticas Públicas (e mais 1 concurso) Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 55 65 A experiência democrática brasileira desde a promulgação da Constituição de 1988 tem sido analisada, no que se refere à representação política, à dinâmica parlamentar e à governabilidade como tendente à instabilidade. Com acento em aspectos diferentes, o foco tem sido colocado na natureza do Presidencialismo e na relação entre o Presidente e o Legislativo As afirmações a seguir referem-se a essas questões: 1- O Presidencialismo brasileiro tem características plebiscitárias, o que gera uma tendência a formar ministérios numerosos e heterogêneos. 2- A relação política entre o Presidente e o Legislativo faz com que se diga que o Brasil tem um Presidencialismo de coalizão. Essa circunstância internaliza divergências, que o presidente é obrigado a arbitrar, entre partidos, interesses regionais transpartidários, afetando as relações entre as bancadas e os governos estaduais. 3- A amplitude das coalizões de governo tem outras causas, além da falta de maioria parlamentar. Entre eles a representação proporcional, o federalismo, o bicameralismo e o pluripartidarismo amplo. 4- No presidencialismo de coalizão, o presidente assume a condição de árbitro tanto das divergências internas à aliança que o respalda no Legislativo, como das forças políticas regionais representadas na mesma aliança. 5- Apesar das características plebiscitárias de sua eleição e da condição de árbitro em relação às forças que compõem sua base parlamentar, o presidente, ao exercer o cargo sob constante risco de desintegração dessa base, tem seu poder e sua autoridade fragilizados. Em relação a essas afirmações pode-se dizer que: A) estão todas incorretas. B) apenas a nº 1 está correta. C) apenas a nº 2 está correta. D) apenas a nº 3 está correta. E) estão todas corretas. Comentários Vamos analisar cada item. 1. Esta afirmação é considerada correta no contexto brasileiro, onde as eleições presidenciais, sendo diretas e universais, possuem características plebiscitárias, conferindo ao presidente eleito um forte mandato popular. Isso, combinado com a necessidade de formar coalizões no sistema multipartidário, resulta frequentemente em ministérios grandes e compostos por membros de diversos partidos para assegurar apoio legislativo. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 56 65 2. Esta afirmação também é correta, descrevendo adequadamente a dinâmica do Presidencialismo de coalizão no Brasil, onde o presidente precisa negociar constantemente com diferentes partidos e interesses para manter o apoio do Legislativo e governar efetivamente. 3. Esta afirmação é verdadeira. A necessidade de amplas coalizões no Brasil é influenciada por vários fatores institucionais e estruturais, incluindo o sistema eleitoral de representação proporcional, que tende a resultar em uma fragmentação partidária, e o federalismo, que traz uma variedade de interesses regionais ao Congresso. 4. Esta afirmação é correta e reflete o papel do presidente no presidencialismo de coalizão brasileiro, onde ele precisa mediar conflitos dentro de sua própria base de apoio e entre diferentes facções e interesses regionais. 5. Esta afirmação é correta, pois apesar do mandato forte obtido nas urnas, o presidente enfrenta o desafio contínuo de manter coesa sua base de apoio no Congresso. A possibilidade de desintegração dessa base representa uma constante ameaça à estabilidade de seu governo. Gabarito: E. 18. ESAF - 2010 - Analista de Planejamento e Orçamento (MPO)/Geral Sérgio Abranches consagrou o termo 'Presidencialismo de Coalizão' para se referir ao sistema político brasileiro em artigo de 1988. Nessa perspectiva, o Poder Executivo se fortalece politicamente com base em grandes coalizões no Parlamento. Para alguns autores, como Fernando Limongi & Argelina Figueiredo, que seguem uma linha mais institucionalista, a Relação de Poderes, no Sistema Político, apresenta as características citadas a seguir, as quais são decisivas para a compreensão do funcionamento do sistema político brasileiro. Assinale a opção que corresponde ao pensamento de Fernando Limongi & Argelina Figueiredo. A) O sistema partidário brasileiro caracteriza-se por ser multipartidário e fragmentado, com partidos frágeis e incapazes de dar sustentação política às propostas do governo. B) Há falta de governabilidade no Brasil, com o governo dando mostras de ser incapaz de governar. C) O Parlamento é o centro das decisões do sistema político brasileiro, de onde provêm as orientações e inclusive a origem das políticas públicas que serão adotados pelo Poder Executivo, que é subordinado ao Poder do Parlamento. D) Os Deputados atuam de forma pessoal, reforçando o caráter Personalista do sistema político brasileiro, não seguindo a orientação dos líderes partidários. E) Há um predomínio do Executivo sobre a produção legislativa. O Poder Executivo é bem- sucedido na arena legislativa porque conta com o apoio sólido de uma coalizão partidária. A disciplina partidária é a norma no Parlamento brasileiro. Comentários Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. AlessandraLopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 57 65 a) Incorreta. Embora o sistema partidário brasileiro seja de fato multipartidário e fragmentado, Limongi e Figueiredo argumentam que, através do presidencialismo de coalizão, o Executivo consegue formar coalizões que sustentam suas propostas no Congresso b) Incorreta. Limongi e Figueiredo, em suas análises, não sustentam que há uma falta geral de governabilidade; pelo contrário, eles destacam como o Executivo consegue, através de negociações e coalizões, assegurar governabilidade. c) Incorreta. Esta descrição é mais alinhada com um sistema parlamentarista, não refletindo a visão de Limongi e Figueiredo sobre o sistema político brasileiro, onde o Executivo tem um papel central. d) Incorreta. Embora exista um aspecto personalista na política brasileira, Limongi e Figueiredo destacam a importância e eficácia das coalizões partidárias e da disciplina partidária na condução legislativa. e) Correta. Esta afirmação está alinhada com as análises de Limongi e Figueiredo. Eles destacam que, no presidencialismo de coalizão brasileiro, o Executivo desempenha um papel predominante na produção legislativa, contando com o apoio de coalizões partidárias. Além disso, eles apontam a disciplina partidária como um aspecto importante na dinâmica parlamentar brasileira, contrariando a ideia de um Congresso desorganizado e ineficaz. Gabarito: E 19. ESAF - 2012 - Auditor Federal de Finanças e Controle (CGU)/Prevenção da Corrupção e Ouvidoria "Presidencialismo de coalizão" é uma expressão cunhada pelo cientista político Sérgio Abranches logo após a entrada em vigor da Constituição de 1988 e foi incorporada ao debate político. Os enunciados a seguir referem-se à vigência desse sistema de governo no Brasil. indique a opção incorreta. A) Segundo Abranches, o presidencialismo de coalizão é um sistema instável e de alto risco. B) Segundo Abranches, o presidencialismo de coalizão está associado a uma crise fiscal estrutural e ao clientelismo. C) Outros autores, como Limongi, veem no presidencialismo de coalizão uma maneira do Presidente superar o problema da fragmentação partidária no Parlamento. D) O arranjo característico do presidencialismo se reproduz nos estados e municípios com pequenas diferenças. E) As Medidas Provisórias são um recurso de poder dos presidentes nas negociações com suas coalizões. Este é um recurso de que os governadores não dispõem, pois nenhum governador pode editar medidas provisórias. Comentários a) Correta. Sérgio Abranches de fato argumentou que o presidencialismo de coalizão, devido à necessidade de negociar constantemente o apoio entre múltiplos partidos, pode levar a uma instabilidade política e é considerado de alto risco. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 58 65 b) Correta. Abranches também discutiu como o presidencialismo de coalizão no Brasil pode levar a problemas como a crise fiscal estrutural e a práticas de clientelismo, devido à negociação política envolvida na formação e manutenção das coalizões. c) Correta. Fernando Limongi e outros cientistas políticos consideram que, apesar de seus problemas, o presidencialismo de coalizão serve como um mecanismo pelo qual o Presidente pode superar a fragmentação partidária e garantir governabilidade. d) Correta. No Brasil, o sistema presidencialista de governo se estende aos estados e municípios, onde governadores e prefeitos, respectivamente, seguem um modelo semelhante de governança, embora com algumas diferenças devido às especificidades locais. e) Falso, pois governadores também podem editar medidas provisórios desde que, segundo o STF, o mecanismo esteja previsto nas respectivas constituições estaduais. Gabarito: E 20. CEBRASPE (CESPE) - 2014 - Analista Legislativo (CAM DEP)/Consultor Legislativo/Área XIX Em relação ao sistema político brasileiro, julgue o item subsequente. Os críticos do presidencialismo de coalizão, na forma como vigora no Brasil, apontam a heterogeneidade das coligações governistas e a indisciplina partidária como obstáculos à governabilidade e como fontes de instabilidade política. Certo Errado Comentários Os críticos do presidencialismo de coalizão, tal como praticado no Brasil, frequentemente apontam a heterogeneidade das coligações governistas e a indisciplina partidária como grandes desafios para a governabilidade. Eles argumentam que a diversidade ideológica e política dentro das coalizões governistas pode levar a conflitos e a uma falta de coesão, o que dificulta a aprovação de legislação e a implementação de políticas. Ademais, a indisciplina partidária, onde membros de partidos não seguem as linhas partidárias nas votações e decisões, pode enfraquecer a base de apoio do governo no Parlamento, contribuindo para a instabilidade política e dificultando a governança. Portanto, a afirmação é Certo. Gabarito: Certo 21. AOCP - 2010 - Gestor de Políticas Públicas (Pref Camaçari) O poder irrestrito de demissão dos ministros é uma constante universal dos regimes presidencialistas. Mas observa-se alguma variação nos poderes formais de nomeação. Por exemplo, nos EUA, o presidente tem que obter o consentimento de 2/3 do Senado para nomear os chamados secretários de Estado. Mas, do ponto de vista substantivo, o chamado consentimento senatorial pouco afeta a capacidade do chefe do Executivo de conseguir o gabinete que deseja. Essa regra não se aplica ao Brasil. Em suma, os poderes de demissão e Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 59 65 nomeação ministerial no presidencialismo são sempre extensos e quase sempre absolutos. No que tange aos poderes legislativos dos presidentes, porém, verifica-se impressionante variação. Identificam-se dois tipos de poderes legislativos: os reativos e os proativos. Os reativos são aqueles poderes com os quais o Executivo pode sustentar o status quo mesmo diante de uma legislatura com preferências distintas. O veto presidencial é um poder reativo por excelência, cuja extensão depende das maiorias exigidas para derrubar um veto e de se o chefe do Executivo tem a capacidade apenas de vetar leis inteiras ou partes delas também. No Brasil, o presidente possui o veto parcial e o total, mas uma maioria absoluta do Congresso pode derrubá-los. O texto acima trata de A) Governança. B) Poder de veto. C) Repartição dos poderes. D) Governabilidade. E) Constituição Federal. Comentários O texto aborda vários aspectos dos regimes presidencialistas, incluindo os poderes de nomeação e demissão de ministros pelo presidente e os diferentes tipos de poderes legislativos, especificamente os poderes reativos e proativos. Enquanto a discussão sobre a capacidade do presidente de nomear e demitir ministros e sobre os poderes legislativos, incluindo o veto, é relevante, é importante determinar qual conceito geral o texto está mais próximo. A. Governança. Embora o texto mencione aspectos que poderiam se enquadrar na governança, especialmente no contexto dos poderes do presidente, a discussão não se concentra exclusivamente nos mecanismos ou na prática da governança em si. B. Poder de veto. O texto menciona o poder de veto como um exemplo de um poder legislativo reativo que os presidentes podem ter. No entanto, o poder de veto é apenas um dos muitos temas tratados. C. Repartição dos poderes. O texto toca em questões relacionadas à repartição dos poderes, especialmente ao discutir os poderes distintos do Executivoe suas interações com o Legislativo, mas isso é apenas parte do conteúdo. D. Governabilidade. O texto, ao discutir os poderes de nomeação, demissão e legislativos do presidente, aborda implicitamente a capacidade do chefe do Executivo de governar efetivamente, apesar de não usar o termo "governabilidade" diretamente. A capacidade de sustentar o status quo diante de um Congresso de Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 60 65 preferências diferentes e a capacidade de formar o governo como desejado refletem aspectos da governabilidade. E. Constituição Federal. Embora o texto mencione práticas constitucionais, especialmente ao comparar os sistemas dos EUA e do Brasil, a discussão principal não se foca na Constituição em si, mas nas capacidades e limitações do Poder Executivo dentro do sistema presidencialista. Gabarito: D 22. ESAF - 2009 - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (MPOG)/Gestão e Políticas Públicas O termo "presidencialismo de coalizão" é usado para designar o arranjo político estabelecido no Brasil em função das relações entre Executivo e Legislativo. A expressão é pertinente porque o sistema político brasileiro tem características híbridas do presidencialismo e do parlamentarismo, entre as quais: 1. o Presidente da República conta com recursos de poder como a execução do orçamento, que não é de aplicação compulsória. 2. o Executivo necessita do apoio do Legislativo para ter sua agenda aprovada e para governar. 3. o Presidente tem a prerrogativa de editar Medidas Provisórias com força de lei, mas a iniciativa legislativa é exclusividade do Congresso. 4. o Presidente impõe sua agenda legislativa porque as lideranças partidárias são frágeis e suas orientações raramente são seguidas por seus liderados. Os enunciados acima são: A)todos verdadeiros. B)todos falsos. C)verdadeiros o 3 e o 4. D)verdadeiros o 1 e o 2. E)verdadeiros o 2 e o 4. Comentários Vamos analisar cada um dos enunciados para verificar sua veracidade no contexto do sistema político brasileiro: 1. Verdadeiro. No Brasil, o presidente tem a prerrogativa de executar o orçamento, que pode incluir a retenção ou realocação de recursos, embora dentro de certas limitações legais e constitucionais. Isso significa que nem toda alocação orçamentária é obrigatoriamente executada conforme aprovada. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 61 65 2. Verdadeiro. Isso reflete a essência do presidencialismo de coalizão, onde o presidente precisa formar alianças com diferentes partidos no Congresso para assegurar a aprovação de sua agenda legislativa e garantir governabilidade. 3. Falso. Enquanto é verdade que o Presidente pode emitir Medidas Provisórias com força de lei, a iniciativa legislativa não é exclusiva do Congresso. O Presidente e outras entidades, como o Supremo Tribunal Federal e os tribunais superiores, também têm o poder de iniciar legislações em determinadas áreas. 4. Falso. A afirmação de que o presidente impõe sua agenda devido à fraqueza das lideranças partidárias simplifica demais a dinâmica complexa do presidencialismo de coalizão. Na realidade, a agenda legislativa é muitas vezes o resultado de negociações e acordos, não apenas a imposição unilateral do presidente. Portanto, os enunciados verdadeiros são o 1 e o 2, o que torna a alternativa correta a D: verdadeiros o 1 e o 2. Gabarito: D. 23. FGV - 2022 - Assistente em Saúde (SEMSA Manaus)/Assistente em Administração/30h A respeito do nosso sistema presidencialista de governo, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa. ( ) O Poder Executivo é chefiado pelo Presidente da República que é auxiliado pelos Ministros de Estado, no âmbito federal. ( ) O Presidente da República é o único que acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. ( ) O Presidente da República age como Chefe de Estado quando celebra tratados internacionais ou declara guerra. As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente, a) V – V – V. b) V – F – V. c) F – F – V. d) F – V – V. e) V – V – F. Comentários (V) Essa afirmação destaca a estrutura do Poder Executivo na República Federativa do Brasil, que segue o modelo presidencialista. Vamos detalhar: Poder Executivo: É um dos três poderes fundamentais de um Estado, responsável pela execução das leis e administração pública. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 62 65 Presidente da República: O chefe do Poder Executivo é o Presidente da República, eleito democraticamente pelos cidadãos brasileiros. O Presidente exerce tanto o papel de Chefe de Estado quanto o de Chefe de Governo. Ministros de Estado: O Presidente é auxiliado pelos Ministros de Estado, que são nomeados por ele. Cada Ministro é responsável por uma área específica do governo, como Saúde, Educação, Justiça, entre outras. Os Ministros compõem o gabinete presidencial. Portanto, a afirmação destaca que o Presidente da República, como chefe do Poder Executivo, tem o suporte dos Ministros de Estado para conduzir as políticas públicas e administrar o país em diversas áreas. Essa estrutura é uma característica marcante do sistema presidencialista brasileiro. (V) No presidencialismo, o Presidente desempenha tanto o papel de Chefe de Estado quanto o de Chefe de Governo, ao contrário do parlamentarismo, onde essas funções podem ser separadas. (V) correto, pois no plano das relações internacionais essas atividades competem à chefia do Estado. Gabarito: A 24. FGV - 2021 - Perito Legista (PC RJ)/Medicina (e mais 3 concursos) Marília, estudante de direito, tinha sérias dúvidas a respeito do sentido das expressões chefe de Estado e chefe de governo, principalmente ao considerar a atividade desempenhada pelo presidente da República como chefe da Administração Pública federal. Everardo, seu professor, informou-lhe, corretamente, que se tratava de atividade típica de: a) chefe de governo, designativo utilizado, em sistemas parlamentaristas, para indicar o agente que desempenha funções próprias de primeiro-ministro; b) chefe de Estado, designativo utilizado, em sistemas parlamentaristas, para indicar o agente que desempenha funções próprias de primeiro-ministro; c) chefe de governo, que costuma ser escolhido, em sistemas parlamentaristas, no âmbito do órgão legislativo, e que desempenha maior número de poderes apenas simbólicos; d) chefe de Estado, designativo utilizado, em sistemas presidencialistas e parlamentaristas, para indicar o primeiro mandatário, responsável pelas principais decisões políticas; e) chefe de Estado, designativo adotado em conjunto com o de chefe de governo apenas em regimes semipresidenciais, nos quais prepondera a escolha popular do primeiro mandatário. Comentários a) Correto, pois o primeiro-ministro, em conjunto com o parlamento, tem atribuições de cuidar da administração e executar políticas públicas. b) Falso, é o chefe de governo que tem essas atribuições. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 63 65 c) A parte final está errada, pois o papel simbólico é atribuído ao chefe de Estado. d) Falso, pois a afirmação se refereao chefe de governo. e) Falso, pois os termos também são usados nos sistemas parlamentaristas e presidencialistas. Gabarito: A 25. FGV - 2019 - Especialista em Políticas Públicas (Pref Salvador) O sistema de governo está relacionado com a maneira como funciona a relação entre os Poderes Legislativo e Executivo de um país, tendo sido adotado no Brasil o tipo presidencialista. Em relação ao sistema presidencialista, tem-se como pressuposto a ideia de que a) inexiste a tipicidade de funções, dado que o Presidente pode exercer tipicamente tanto a capacidade executiva, quanto a legislativa e jurisdicional. b) a separação dos Poderes delimita a atividade estatal de legislação, acarretando em uma relação dependente e harmônica entre os organismos políticos. c) a administração pública é interpretada de forma subjetiva, considerando-se apenas os órgãos administrativos, em detrimento das ações efetivamente governamentais. d) o sistema de freios e contrapesos garante a soberania de cada poder, viabilizando a arbitrariedade administrativa ao Presidente da República. e) a chamada dupla função do Presidente da República ocorre quando ele exerce as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Comentários a) No sistema presidencialista, as funções são tipificadas, e o Presidente da República exerce predominantemente funções executivas. As funções legislativas e jurisdicionais são atribuídas a outros órgãos, sendo que todos têm funções típicas e atípicas. b) Incorreta: A separação dos Poderes visa evitar a concentração de poder, não uma relação dependente e harmônica. Cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) deve atuar de forma independente, fiscalizando e equilibrando o funcionamento do Estado. c) Incorreta: A administração pública engloba tanto os órgãos administrativos quanto as ações governamentais. O Presidente, como Chefe de Governo, desempenha um papel crucial na formulação e execução das políticas públicas. d) Incorreta: O sistema de freios e contrapesos visa evitar a arbitrariedade, garantindo que cada Poder exerça suas funções sem extrapolar seus limites constitucionais. Não se destina a viabilizar arbitrariedade. e) Correto. A alternativa está correta porque, no sistema presidencialista, o Presidente da República desempenha a chamada "dupla função", ocupando simultaneamente os cargos de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Essa característica diferencia o sistema presidencialista Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 64 65 do parlamentarismo, onde essas funções são separadas entre o monarca (ou presidente) como Chefe de Estado e o chefe do governo (primeiro-ministro). Chefe de Estado: Nessa função, o Presidente representa a unidade nacional, simbolizando a continuidade e estabilidade do Estado. Ele desempenha papéis cerimoniais, representativos e diplomáticos. Chefe de Governo: Nessa função, o Presidente exerce o comando do Poder Executivo, sendo responsável pela condução das políticas públicas, administração e tomada de decisões executivas. Gabarito: E 26. FCC - 2018 - Consultor Legislativo (CL DF)/Redação Parlamentar O Estado de Direito se caracteriza pela divisão dos poderes, atribuições específicas distribuídas entre órgãos do Estado. Graças a essa divisão, com os poderes limitando uns aos outros, o governo fundado na lei, ou seja, a liberdade, torna-se possível. As três ordens de poderes são: o parlamento (o legislativo), que faz as leis; o executivo, que aplica as leis, executando as normas estabelecidas pelo legislativo e o judiciário, que as aplica exercendo sua função de resolver conflitos entre os componentes da sociedade e entre estes e o Estado. No entanto, essa separação não pode ser considerada uma prática rígida, pois na conformação do Estado contemporâneo o princípio da interdependência e o controle mútuo levam a práticas que relativizam a divisão ou separação dos poderes. (Adaptado de: MOSCA, G. e BOUTHOUL, G. História das Doutrinas Políticas desde a Antiguidade. Zahar Editores, 1962, cap. XXIX, pp 200-204) São exemplos de aplicação do princípio da interdependência e de controle mútuo entre os poderes: A)a fiscalização dos atos do Poder Executivo pelo Legislativo, a nomeação de juízes de instâncias intermediárias pelo Poder Executivo e a possibilidade de processar membros do Executivo e do Legislativo nas Instâncias Inferiores do Judiciário. B)o uso de decretos legislativos pelo Poder Executivo, aprovados ou não pelo parlamento, a aprovação ou rejeição de contas do Poder Executivo (ouvidos órgãos de controle) e o poder do Judiciário de fixar o próprio orçamento. C)a interferência mútua por meio de poderes, de veto do Executivo a Leis, fiscalização do Legislativo em relação ao cumprimento das Leis pelo Executivo e o poder do Judiciário de declarar inconstitucionais Leis feitas pelo Legislativo. D) a definição de competências para instâncias do Judiciário pelo Legislativo, o poder do Executivo de instaurar o processo constituinte, a fixação de prazos para apresentação de relatórios de gestão do executivo pelo Judiciário. E)a realização e controle do processo eleitoral pelo Judiciário, a instauração de processo de destituição de Ministros do Judiciário, o poder de veto de atos do Executivo pelo Legislativo, após processo formal instaurado no Parlamento. Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva 65 65 Comentários A) Falsa. Esta opção menciona a nomeação de juízes de instâncias intermediárias pelo Poder Executivo, o que não é comum em sistemas democráticos. Além disso, não há menção à possibilidade de veto de atos do Executivo pelo Legislativo. B) Falsa. Embora mencione alguns aspectos relacionados ao controle e equilíbrio de poderes, não aborda adequadamente a fiscalização mútua e a interdependência entre os poderes. C) Verdadeira. Esta opção descreve corretamente exemplos de aplicação do princípio da interdependência e do controle mútuo entre os poderes, como o veto do Executivo a leis, a fiscalização do Legislativo em relação ao cumprimento das leis pelo Executivo e o poder do Judiciário de declarar inconstitucionais leis feitas pelo Legislativo. D) Falsa. Esta opção menciona aspectos que não são exemplos típicos de aplicação do princípio da interdependência e do controle mútuo entre os poderes, como a definição de competências para instâncias do Judiciário pelo Legislativo e a instauração do processo constituinte pelo Executivo. E) Falsa. Embora mencione algumas ações dos poderes, não aborda adequadamente a interdependência e o controle mútuo entre eles. D)a definição de competências para instâncias do Judiciário pelo Legislativo, o poder do Executivo de instaurar o processo constituinte, a fixação de prazos para apresentação de relatórios de gestão do executivo pelo Judiciário. E) a realização e controle do processo eleitoral pelo Judiciário, a instauração de processo de destituição de Ministros do Judiciário, o poder de veto de atos do Executivo pelo Legislativo, após processo formal instaurado no Parlamento. Gabarito: C Alessandra Lopes, André Rocha, Equipe André Rocha, Ricardo Torques Aula 11 - Profª. Alessandra Lopes CNU - Desafios do Estado de Direito - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 02849056235 - nazare maciel da silva