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1 
 
 
 
 DIREITO AMBIENTAL 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2 
DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................... 3 
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ................................................................... 6 
PRINCÍPIO DO DIREITO AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO COMO UM DIREITO 
HUMANO FUNDAMENTAL ....................................................................................... 6 
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO (PRUDÊNCIA OU CAUTELA) ................................... 7 
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO ................................................................................... 8 
PRINCÍPIO DO UNIVERSALISMO ............................................................................ 9 
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................................... 10 
PRINCÍPIO DO ACESSO EQUITATIVO AOS RECURSOS NATURAIS ................. 11 
PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO ............................................................................. 11 
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO .............................................................................. 12 
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR .................................................................. 12 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DA UNIÃO E DOS ESTADOS ...................... 14 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
DIREITO AMBIENTAL 
A Revolução Industrial é o marco desencadeador de uma sociedade fundada 
no consumo. Esta sociedade impõe pressões cada vez maiores sobre os recursos 
naturais, fazendo crescer preocupações com o equilíbrio do meio ambiente e com a 
própria sobrevivência da vida no planeta. 
 
Fonte: Google, 2019. 
Diante das constantes agressões ao meio ambiente, confirmadas pela ciência 
e condenadas pela ética e pela moral, surge a necessidade de se repensar conceitos 
desenvolvimentistas clássicos. Neste sentido, torna-se imperiosa a agregação de 
diversas áreas do conhecimento científico, técnico e jurídico, aliados aos 
conhecimentos locais e de comunidades tradicionais em torno da construção de uma 
nova teoria de desenvolvimento econômico que agregue a noção de sustentabilidade. 
Em outras palavras, significa a internalização pelo processo produtivo de 
externalidades que até então não eram computadas nos custos de produção. A 
sustentação jurídica desta nova forma de encarar a relação do homem com o meio 
ambiente reside justamente no reconhecimento do direito das futuras gerações de 
usufruírem, em igualdade de condições, os recursos naturais disponíveis 
hodiernamente. 
A Lei 6.983, de 1981, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, no art. 
3º, inc. I, dispõe que “Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e 
4 
 
 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas”. A redação é clara e precisa, porém restringe o tema aos 
recursos naturais, quando se reconhece maior amplitude ao meio ambiente 
(FREITAS, 2001). 
Terence Dornelles Trennepohl (2007, p. 27) explica, e também assim entende 
Celso Antonio Pacheco Fiorillo, que o meio ambiente, para fins didáticos, pode ser 
dividido em quatro pontos de abordagem: natural, cultural, artificial e do trabalho. O 
natural trata diretamente da flora e fauna e envolve também atmosfera, água, solo, 
subsolo, os elementos da biosfera e recursos minerais. O cultural refere-se aos 
elementos referentes à formação dos grupos nacionais de expressão, criações 
artísticas, tecnológicas, obras, objetos, documentos, edificações em sentido amplo, 
conjuntos urbanos, paisagísticos, arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e 
científicos. Inserem-se, neste contexto cultural, atividades como a música, as 
religiões, a literatura, o teatro, a dança, entre outras manifestações existentes. O meio 
ambiente artificial representa o direito ao bem estar, relacionado às cidades 
sustentáveis e aos objetivos da política urbana, diz respeito ao espaço urbano 
construído pelo homem. Finalmente, o meio ambiente do trabalho é aquele com 
enfoque na segurança da pessoa humana no local de seu trabalho, envolvendo 
saúde, prevenção de acidentes, dignidade da pessoa humana, salubridade e 
condições de exercício saudável do trabalho. Ressalta-se que, dessas análises, será 
objeto da presente dissertação somente o meio ambiente natural, o físico. 
A preocupação do homem com o meio ambiente não é recente. Desde tempos 
remotos, nas regiões mediterrâneas, os povos nômades necessitavam de 
fortificações tanto para a defesa contra ataques de inimigos naturais, bem como de 
povos hostis, como para proporcionar melhores condições de suas populações, 
levando essas comunidades a uma preocupação com o meio com o qual interagiam 
(TRENNENPOHL, 2007). 
A crescente preocupação social com as questões ambientais influenciou a 
comunidade internacional e as legislações constitucionais e infraconstitucionais de 
diversos países a enveredarem para a elaboração de normas de proteção do meio 
ambiente. A conscientização de que os recursos naturais renováveis ou não 
renováveis são limitados, clamou por uma intervenção legislativa capaz de reconstruir 
modelos clássicos desenvolvimentistas. Esta reconstrução passou a impor ao 
5 
 
 
desenvolvimento econômico a racional utilização dos recursos naturais e fez com que 
os processos industriais passassem a internalizar as externalidades ambientais. 
O direito ambiental está inserido neste contexto. Um ramo do direito que regula 
a relação entre a atividade humana e o meio ambiente. Por sua natureza 
interdisciplinar, o direito do ambiente acaba se comunicando com outras áreas da 
ciência jurídica. Em alguns casos com peculiaridades próprias e distintas, em outros, 
socorrendo-se de noções e conceitos clássicos de outras áreas. Assim, o direito 
ambiental está intimamente relacionado ao direito constitucional, administrativo, civil, 
penal e processual. 
O Direito Ambiental é referido como um dos chamados "direitos de terceira 
geração", juntamente com o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de 
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de comunicação. 
Como “Ciência jurídica que estuda os princípios e normas relativas ao meio 
ambiente, especialmente naquilo que diz respeito a sua interação com o homem” 
(TRENNEPOHL, 2007, p. 35), o direito ambiental apresenta-se como instrumento de 
adequação das políticas de crescimento, promovendo um ajustamento dos custos 
privados aos custos públicos e sociais. Certamenteesse ramo do direito também 
representa objetivos econômicos, mas que não podem ser distanciados da 
preservação, compelindo o desenvolvimento a uma atitude mais racional e controlada 
de insumos naturais (CARNEIRO, 2001, p. 10). 
 
Fonte: Google, 2019. 
6 
 
 
A ideia do direito ambiental brasileiro é que ele está intimamente ligado com o 
desenvolvimento econômico e com o desenvolvimento social e não apenas em 
matéria de preservação ambiental propriamente dita. O direito ambiental não foi 
criado apenas para proteger, preservar o meio ambiental. Esta seria uma visão 
equivocada, pois o direito ambiental brasileiro em momento algum quer frear o 
desenvolvimento sócio econômico. Pelo contrário, se frear o desenvolvimento sócio 
econômico, com certeza, estará gerando indiretamente uma maior agressão ao meio 
ambiente, pois atividades irregulares começarão a aparecer. 
Princípios do Direito Ambiental 
Os princípios do direito ambiental são frutos de uma construção jurídica 
originada no direito internacional ambiental, a partir das conferências ambientais 
internacionais. Por exemplo, a Conferência de Estocolmo (1972), a Cúpula da Terra 
ou Conferência do Rio (1992) e a Convenção Quadro das Nações Unidas Sobre as 
Mudanças do Clima (1992). 
Os princípios do direito ambiental são muito importantes e relevantes, pois, de 
acordo com Paulo de Bessa Antunes (2005, p. 24), “é a partir deles que as matérias 
que ainda não foram objeto de legislação específica podem ser tratadas pelo Poder 
Judiciário”. Porém o recurso aos princípios jurídicos é uma tarefa árdua, pois não há 
consenso doutrinário acerca dos reconhecidos pelo Direito Ambiental, assim como há 
divergência entre o significado de cada um deles. 
Os princípios do direito ambiental foram elaborados para dar legitimidade 
jurídica aos Estados a criarem políticas públicas voltadas à proteção ambiental. Por 
isso, os princípios do direito ambiental possuem a função de ordenar a construção 
normativa ambiental internacional, regional e nacional. 
 Princípio do direito ao meio ambiente equilibrado como um direito 
humano fundamental 
Se por muito tempo o meio ambiente foi visto como algo dissociado dos direitos 
humanos, a partir do Século XX, com o aumento significativo das tragédias 
ambientais, ele passou a ser reconhecido como um valor autônomo no meio jurídico, 
acabando com a visão utilitarista das normas ambientais antigas, para passar a 
considerar a proteção ao meio ambiente um direito de todos. 
7 
 
 
O Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio tem berço no art. 225, 
caput da Constituição da República. Este princípio busca garantir a utilização 
continuidade dos recursos naturais, que apesar de poderem ser utilizados, carecem 
de proteção, para que também possam ser dispostos pelas futuras gerações. Para 
tanto é necessário que as atuais gerações tenham o direito de não serem postas em 
situações de total desarmonia ambiental. 
Temos o direito de viver em um ambiente sadio e livre de poluição sobre 
qualquer das formas, sem que sejamos postos diante de situações que acarretem 
prejuízos à qualidade de vida, em razão de posturas contrárias aos dogmas de 
preservação do meio ambiente. 
Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental, tanto no 
âmbito nacional, como no internacional. Tanto é que a Declaração de Estocolmo de 
1972 trouxe como direito fundamental do ser humano, a garantia de condições de 
vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade, suficiente para assegurar o 
bem-estar. 
Na Conferência do Rio, realizada em 1992 da Cidade do Rio de Janeiro, o 
Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio foi reconhecido como o direito 
dos seres humanos a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. 
Este princípio, que reputamos ser o mais importante a sustentar o Direito 
Ambiental, deve ser lido como um alerta ao aplicador das normas ambientais. Isto 
porque além de representar uma garantia ao ser humano, representa também a 
exigência de que o administrador público destine especial atenção à preservação do 
meio ambiente nas mais diversas formas apresentadas pela legislação ambiental. 
Neste sentido e, por sua topografia no texto constitucional, o Princípio do 
Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio deve ser interpretado como a 
necessidade de o Estado focar suas ações em medidas de preservação, apenas 
acolhendo subsidiariamente outras medidas de repressão ou de recomposição dos 
prejuízos ambientais. 
 Princípio da Precaução (Prudência ou Cautela) 
O Princípio da Precaução, ao lado do Princípio do Direito Humano 
Fundamental ao Meio Ambiente Sadio representa a grande base de sustentação da 
8 
 
 
manutenção da sadia qualidade de gozo e disposição dos bens ambientais para a 
atual e para as futuras gerações. 
O fato é que a efetivação da tutela ambiental deve impor limitações à plena 
liberdade de manifestação em outros segmentos da sociedade, de modo a que sejam 
conservadas as condições ambientais necessárias à sadia qualidade de vida. 
No entanto, antes de impor limitações com o propósito de guardar proteção à 
tutela do meio ambiente, deve ser garantida a possibilidade ao titular do direito em 
contraposição ao meio ambiente, demonstrar que adota medidas aptas a garantir a 
não ocorrência de danos ou mesmo, que venham a reduzir os impactos ambientais 
negativos. 
A não demonstração destas circunstâncias e, a falta de solução técnica, de 
acordo com o estado da arte, capaz de reduzir ou eliminar os impactos ambientais 
negativos, deve ser própria a dar efetividade ao Princípio de Precaução, no sentido 
de que não seja permitida a disposição do direito que pode ocasionar prejuízos ao 
meio ambiente. 
Este princípio se consubstancia pela adoção de posturas conservadoras, ou 
seja, na dúvida ou na incerteza, não se deve praticar tal ato ou permitir o uso ou a 
produção de determinadas substâncias e/ou o desenvolvimento de certa atividades 
ou implantação do empreendimento. Diante da incerteza científica, tem sido 
entendido que a prudência é o melhor caminho, evitando-se a ocorrência de danos 
que, muitas vezes, não poderão ser recuperados. 
Ou seja, o princípio da precaução orienta que não seja produzida intervenção 
no meio ambiente antes de se ter a certeza de que ela não se qualifica como adversa, 
a partir de um juízo de valor sobre a sua qualidade e uma análise do custo/benefício 
do resultado da intervenção projetada. 
 Princípio da Prevenção 
O Princípio da Prevenção em muito se aproxima do Princípio da Precaução, 
embora com ele não se confunda. 
O objetivo do Princípio da Prevenção é o de impedir que ocorram danos ao 
meio ambiente, concretizando-se, portanto, pela adoção de cautelas, antes da efetiva 
9 
 
 
execução de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras de recursos 
naturais. 
Aplica-se o Princípio da Prevenção naquelas hipóteses onde os riscos são 
conhecidos e previsíveis, de modo a se exigir do responsável pela atividade 
impactante a adoção de providências visando, senão eliminar, minimizar os danos 
causados ao meio ambiente. 
Portanto, a definição de Impacto Ambiental está associada à alteração ou efeito 
ambiental considerado significativo por meio da avaliação do projeto de um 
determinado empreendimento, podendo ser negativo ou positivo (Bitar & Ortega, 
1998). 
Para que sejam tomados os procedimentos adequados à proteção do meio 
ambiente, torna-se necessário existir permanente sistema de informação e séria 
pesquisa para resolver os problemas ambientais já na sua origem. Nesse sentido, 
Paulo Affonso Leme Machado organiza em cinco itens a aplicação do princípio da 
prevenção: “1º) identificação e inventário das espécies animais e vegetais de um 
território, quanto à conservação da natureza e identificação das fontes contaminantes 
das águas do mar, quanto ao controle da poluição; 2º)identificação e inventário dos 
ecossistemas, com a elaboração de um mapa ecológico; 3º) planejamentos ambiental 
e econômico integrados; 4º) ordenamento territorial ambiental para a valorização das 
áreas de acordo com a sua aptidão; e 5º) Estudo de Impacto Ambiental”. 
Assim como o Princípio da Precaução, o Princípio da Prevenção será exercido 
de forma ordinária no curso do processo administrativo de licenciamento ambiental e, 
em circunstâncias que envolvam impactos ambientais significativos, diante dos 
resultados do estudo de impacto ambiental. 
Como exemplo podemos citar a construção de uma fábrica que lançará 
partículas poluentes para a atmosfera por sua chaminé. Neste caso poderá ser 
exigida a instalação de um filtro tecnicamente selecionado, para que se elimine o grau 
de contaminação capaz de ocasionar prejuízos à saúde da comunidade vizinha de 
onde se instalará o empreendimento. 
 Princípio do Universalismo 
10 
 
 
Aja localmente e pense globalmente! A poluição não guarda respeito às 
fronteiras criadas por convenções do ser humano, os rios e os mares começam e 
terminam onde a natureza os coloca. 
De mesma forma, os danos ambientais gerados em determinada localidade 
podem alcançar extensões diferentes daquelas que inicialmente sustentavam a 
pretensão do poluidor, na medida em que não há como controlar as consequências 
dos danos ao meio ambiente. 
Exemplo claro desta característica universalista do meio ambiente é a geração 
de gases do efeito estufa. A redução da emissão de poluentes empreendida no Brasil 
tem a capacidade de alcançar regiões muito distantes, na medida em que reduzem a 
possibilidade global de aumento das temperaturas, ocasionando a minoração dos 
danos ambientais pelo descongelamento das geleiras. 
Diante da amplitude dos impactos que podem ser ocasionados pelo não 
atendimento das normas de natureza ambiental, deve ser validada a vocação 
universalista do Direito Ambiental, mormente no âmbito internacional. 
É diante deste cenário e como forma de efetivação do Princípio do 
Universalismo que surge a necessidade de os Estados nacionais buscarem, no 
âmbito internacional, ajustes que primem pela preservação do meio ambiente, 
mediante o estabelecimento de metas de redução dos fatos geradores da poluição. 
 Princípio do desenvolvimento sustentável 
Provavelmente seja o mais controverso dos princípios do direito 
ambiental devido ao seu alto grau de abstração, não obrigatoriedade, ou até mesmo 
se discute se é realmente um princípio ou um conceito. 
O conceito do princípio do desenvolvimento sustentável foi se construindo ao 
longo dos debates de Conferências Internacionais. Ganhou força a partir da 
Conferência do Rio, em 1992. Nessa ocasião, foi reconhecida a necessidade de 
assegurar o desenvolvimento sustentável ao longo de 12 dos 27 
princípios fundamentais da Conferência. 
 Segundo relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente da ONU, 
publicado em 1987, e conhecido como “Nosso Futuro Comum”, “é sustentável o 
desenvolvimento tal que permite satisfazer nossas necessidades atuais sem 
11 
 
 
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas”. Nesse 
sentido, a ideia de um desenvolvimento sustentável diz respeito à exploração de 
recursos naturais no presente sem comprometer os recursos naturais à disposição 
das gerações futuras (DERANI, 2001, p. 126), o que implica na necessidade de 
conciliação entre os interesses econômicos e a preservação do meio ambiente. 
O Princípio do Desenvolvimento Sustentável operacionaliza os demais 
princípios, pois permite o consensualismos entre as perspectivas de desenvolvimento 
econômico, tecnológico e social e, garante a preservação dos recursos ambientais 
para as presentes e futuras gerações. 
Este Princípio tem por berço no caput do art. 225 da Constituição da República. 
Nada obstante, temos ainda no ordenamento jurídico brasileiro outras normas que 
apontam este princípio como pilar, como por exemplo, o art. 2º, II, da Lei nº 9.433/97, 
Lei de Gerenciamento de Recursos Hídricos e o art. 4º, IV, da Lei nº 9.985/2000, Lei 
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, sem prejuízo de sua 
reprodução em outros dispositivos normativos. 
 Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais 
A Constituição da República, em seu art. 225, destacou o meio ambiente como 
bem difuso. Neste sentido, mostra-se equivocada qualquer restrição não 
fundamentada e desarrazoada, que venha a ser imposta ao acesso aos recursos 
naturais. 
É, portanto inconstitucional, as limitações de acesso e uso dos recursos 
naturais, desde que seus utilitários ajam no sentido de preservar o meio ambiente. 
Nada obstante, esclareça-se que existem situações em que a própria Constituição da 
República reserva caráter privado a determinados bens que à primeira vista poderiam 
ser listados como públicos. 
É o que ocorre, por exemplo, em relação art. 26, II da CRFB in fine, que refere 
a possibilidade de haver ilhas sob o domínio de terceiros. Nestes casos, carece de 
efetividade o Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais, pois em relação 
àqueles recursos que estiverem nestas ilhas não serão usufruídos por aqueles que 
sobre elas não tenham domínio. 
 Princípio da Preservação 
12 
 
 
O Princípio da Preservação do Meio Ambiente está vinculado à ideia de 
proteção e conservação da boa qualidade do meio ambiente, de modo a garantir 
existência digna. 
Consiste em uma decorrência lógica e direta do dever imposto a todos - Poder 
Público e coletividade – de manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Decerto que o contexto de preservação do meio ambiente não se sustenta 
apenas de primados conservadores. É necessário e efetivado por normas legais de 
proteção ambiental, que haja a responsabilização pela prática de condutas contrárias 
à conservação do meio ambiente. 
Neste contexto temos, por exemplo, a previsão constitucional inserta no §3º do 
art. 225, de responsabilização administrativa, cível e penal daqueles que adotarem 
condutas contrárias à garantia de preservação do meio ambiente. 
 Princípio da Cooperação 
O princípio da cooperação, insculpido no art. 225 da Constituição Federal, é 
aquele que afirma ser dever de todos, coletividade e Poder Público, defender e 
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. 
Existem, hoje, na doutrina, duas concepções acerca do princípio da 
cooperação. A primeira afirma ser este preceito instituidor das ingerências 
particulares nas decisões de ordem ambiental. Outra concepção, no entanto, segue 
entendimento através do qual vê-se a cooperação como uma imposição do dever de 
todos os brasileiros em preservar e proteger os recursos naturais. 
Destarte, a amplitude do princípio da cooperação alcança a necessidade de 
atuação de todos no sentido de preservação e proteção dos recursos naturais. 
Entendemos, desta forma, ter o legislador constitucional instituído verdadeiro dever a 
ser obrigatoriamente observado por todos os cidadãos, independente de fazerem 
parte de organizações ou grupos sociais voltados à proteção do meio ambiente. 
Logo, podemos concluir que o princípio da cooperação consiste na 
observação, por toda a coletividade, do dever de atuar positivamente no sentido de 
tentar alcançar a prevenção do dano ambiental e a proteção dos recursos naturais 
disponíveis. 
 Princípio do Poluidor-Pagador 
13 
 
 
O princípio do poluidor-pagador pode ser entendido como sendo um 
instrumento econômico e também ambiental, que exige do poluidor, uma vez 
identificado, suportar os custos das medidas preventivas e/ou das medidas cabíveis 
para, senão a eliminação pelo menos a neutralização dos danos ambientais. É 
oportuno detalhar que este princípio não permite a poluição e nem pagar para poluir. 
Embora a prevenção seja sempre objetivada, uma vez ocorrido o dano, a 
degradação, a poluição,cabe ao causador arcar com o ônus da sua atividade danosa. 
Cada Estado tem a obrigação de adotar medidas legais que levem os poluidores a 
pagar por esses custos. Assim, utiliza-se de recurso econômico para que o poluidor 
arque com os custos da atividade poluidora, que confirma que os Estados 
desenvolvidos são os maiores causadores e responsáveis pelo efeito estufa no 
Planeta Terra, sendo de sua responsabilidade tomar medidas para combater os 
desgastes ambientais. 
De acordo com Antônio Herman Benjamin (1993, p. 227), o princípio poluidor-
pagador não é um princípio de compensação dos danos causados pela poluição, pois 
seu “alcance é mais amplo, incluídos todos os custos da proteção ambiental, 
quaisquer que eles sejam, abarcando, a nosso ver, os custos de prevenção, de 
reparação e de repressão do dano ambiental [...]”. 
O princípio do poluidor-pagador parte da constatação de que os recursos 
ambientais são escassos e que seu uso na produção e no consumo acarretam a sua 
redução e degradação, sendo que “o custo a ser imputado ao poluidor não está 
exclusivamente vinculado à imediata reparação do dano, o verdadeiro custo está 
numa ação preventiva” (DERANI, 2001, p. 297). 
Com muita acuidade, Cristiane Derani (2001, p. 162) ensina que, durante o 
processo produtivo, são produzidas “externalidades negativas” que, embora sejam 
resultantes da produção, são recebidas pela coletividade, enquanto o lucro restringe-
se somente ao produtor. Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de 
internalização dessas externalidades. Ao arcar com esses custos é natural estes 
serem repassados, em última análise, ao consumidor final, que arcará com o custo 
de utilização do produto que não degrade o meio ambiente. 
14 
 
 
Repartição de Competências da União e dos Estados 
Para Celso Ribeiro Bastos (2001, p. 107), competência são os poderes que a 
lei confere para que cada órgão público possa desempenhar suas atribuições 
específicas. Toshio Mukai (1999, p. 210) doutrina que competência é a medida de 
poder que a Constituição ou a lei atribui ao agente público para a prática de 
determinados atos. 
A organização administrativa do Estado brasileiro está diretamente relacionada 
à distribuição dessas competências. O Brasil adotou o federalismo, forma de Estado 
que atribui a cada ente federativo uma determinada autonomia política. 
Manoel Gonçalves Ferreira Filho (1999, p. 51) afirma que a autonomia 
administrativa dos entes federativos pressupõe a divisão de competências entre o 
poder central e os poderes regionais e locais. Na opinião de Lúcia Valle Figueiredo 
(2004, p. 43), o federalismo é o modelo constitucional que prevê a descentralização 
do poder em vários centros autônomos coordenados por um poder central que é o 
responsável pelo exercício da soberania no plano internacional. 
A Constituição Federal dispõe basicamente sobre dois tipos de competência: 
a competência administrativa e a competência legislativa. A primeira cabe ao Poder 
Executivo e diz respeito à faculdade para atuar com base no poder de polícia 
(preventivo, repressivo ou simplesmente ordenador), ao passo que a segunda cabe 
ao Poder Legislativo e diz respeito à faculdade para legislar a respeito dos temas de 
interesse da coletividade. José Afonso da Silva (2003, p. 75) ressalta que a 
distribuição de competências entre os entes federativos em matéria ambiental segue 
os mesmos parâmetros adotados pela Constituição Federal em relação à repartição 
de competências das outras matérias. Nesse sentido, a competência administrativa é 
a atribuição que o Poder Executivo tem de proteger o meio ambiente, enquanto a 
competência legislativa é a atribuição do Poder Legislativo de legislar a respeito de 
temas ligados ao meio ambiente (FIORILLO, 2003, p. 61-63). 
A competência legislativa subdivide-se em remanescente, exclusiva, privativa, 
concorrente, suplementar e reservada. A competência remanescente é estadual e 
permite a atividade legislativa em relação às matérias não vedadas implícita ou 
expressamente, estando prevista no § 1o do artigo 25 da Constituição Federal. 
15 
 
 
A competência exclusiva diz respeito aos Estados e aos Municípios e é 
reservada unicamente a uma entidade, sem a possibilidade de delegação (CF, arts. 
25, § 2o , e 30, I). A competência privativa diz respeito à União e, embora seja própria 
de uma entidade, pode ser delegada ou suplementada desde que respeitados os 
requisitos legais (CF, art. 22). É preciso destacar que a competência legislativa 
privativa da União prevista no artigo 22 e a competência legislativa exclusiva prevista 
no artigo 25 da Carta Magna, embora tratem em diversos dispositivos da questão 
ambiental, possuem um caráter mais voltado à gestão administrativa e econômica do 
que à proteção ambiental propriamente dita. 
A competência concorrente é reservada à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal, cabendo à União a primazia de legislar sobre normas gerais (CF, art. 24), o 
que é, sem dúvida, o maior foco de conflitos. A competência suplementar é aquela 
que atribui aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a faculdade de 
complementar os princípios e normas gerais ou de suprir a omissão destes (CF, arts. 
24, §§ 2o e 3o , e 30, II). 
Tércio Ferraz Júnior (1995, p. 250) adverte que a competência suplementar é 
para a edição de legislação decorrente e não de legislação concorrente, e, por ser 
uma legislação de regulamentação, seria inconstitucional qualquer concorrência entre 
a legislação dos Estados e do Distrito Federal e as normas gerais da União. Trata-se 
de um tipo de competência que deve ser exercido em concordância com as normas 
gerais da União, e não na ausência delas. 
Finalmente, a competência reservada é aquela que atribui ao Distrito Federal 
a competência reservada aos Estados e aos Municípios, excetuada à relativa à 
organização judiciária (CF, art. 32, § 1o ). Na prática, o que predomina em relação à 
competência legislativa em matéria ambiental é a competência concorrente entre a 
União e os Estados e o Distrito Federal, cabendo à União a competência para legislar 
sobre normas gerais e, aos Estados e ao Distrito Federal, a para suplementar as 
normas gerais editadas pela União. 
Estados e Municípios devem respeitar as normas gerais da União, ainda que 
elas simplesmente deixem espaço para a regulação administrativa, que, uma vez 
implementada, também é norma geral. Assim, norma administrativa de alguma 
agência reguladora ou ministério, por exemplo, é, para fins de competência 
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concorrente, norma geral da União tanto quanto a lei federal que autorizou tal 
regulação. 
Segundo a Agência Senado, Federação é uma forma de organização do 
Estado, composta por diversas entidades territoriais, com autonomia relativa e 
governo próprio para assuntos locais, unidas numa parceria que visa ao bem 
comum. Essa parceria é regulada pela constituição de cada país, que estabelece a 
divisão do poder e a dinâmica das relações entre as unidades federadas, além de 
toda a moldura jurídica, como direitos e deveres que determinam a atuação dos entes 
federados. 
De acordo com a Constituição de 1988, a República Federativa do Brasil é 
composta pela parceria indissolúvel de estados, municípios e distrito federal. A 
organização político-administrativa brasileira compreende a União, os estados, o 
Distrito Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. 
O pacto federativo é o conjunto de dispositivos constitucionais que configuram 
a moldura jurídica, as obrigações financeiras, a arrecadação de recurso e os campos 
de atuação dos entes federados. O debate em torno do pacto federativo que está 
sendo travado atualmente no Congresso Nacional gira em torno, sobretudo, de 
questões fiscais. 
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