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3 8 9 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFECAF FARMÁCIA Bruna Muniz Bonifacio SAÚDE MENTAL E ASSISTÊNCIAS A PESSOAS COM TRANSTORNOS Estudo de Caso Taboão da Serra, 2024 Bruna Muniz Bonifacio SAÚDE MENTAL E ASSISTÊNCIA A PESSOAS COM TRANSTORNOS Estudo de Caso Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Saúde Mental e Assistência a Pessoas com Transtornos do Curso de Graduação em Farmácia do Centro Universitário UniFECAF. Tutor(a): Cristiane Natalino. Taboão da Serra, 2024 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 ESTUDO DE CASO 5 2.1 Descrição do Caso 5 2.2 Plano de Ação 6 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 8 4 REFERÊNCIAS 9 3 INTRODUÇÃO A saúde mental é um componente essencial do bem-estar geral, mas os transtornos mentais continuam sendo estigmatizados, o que dificulta o acesso ao cuidado adequado e de qualidade. Nesse contexto, os enfermeiros de saúde mental desempenham um papel fundamental, enfrentando inúmeros desafios no cuidado de pessoas com transtornos mentais. As funções do enfermeiro estão focadas na promoção da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao doente a enfrentar as pressões da enfermidade mental e na capacidade de assistir ao paciente, à família e à comunidade, ajudando-os a encontrarem o verdadeiro sentido da enfermidade mental. Para o enfermeiro realizar suas funções, deve usar a percepção e a observação, formular interpretações válidas, delinear campo de ação com tomada de decisões, planejar a assistência, avaliar as condutas e o desenvolvimento do processo. Essas ações fazem parte do processo de enfermagem, devendo direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico. (SCATENA; VILLELA, 2009) O presente estudo de caso tem como objetivo analisar os desafios enfrentados pela equipe de enfermagem no atendimento a um paciente fictício com comorbidades entre saúde mental e dependência química. A enfermagem desempenha um papel crucial na gestão desses pacientes, abordando as necessidades físicas, emocionais e psicossociais. ESTUDO DE CASO “Saúde Mental e Dependência Química. ” Descrição do Caso Um paciente com diagnóstico de Transtorno Depressivo e Uso de Substâncias (álcool e crack). Ao longo dos anos, apresentou múltiplas internações hospitalares, tanto psiquiátricas quanto clínicas, devido a complicações associadas ao uso de substâncias. O paciente foi admitido em um hospital geral para tratamento de uma crise de abstinência de crack e alcoolismo. Além disso, apresenta um quadro depressivo grave, com histórico de tentativas de suicídio. Ele é solteiro, vive em um bairro de alta vulnerabilidade social e possui pouco apoio familiar. Ele tem dificuldade em manter um emprego devido ao consumo de substâncias e às crises de saúde mental. Desafios da Enfermagem no Atendimento a Pacientes com Dupla Diagnóstico A dependência química e os transtornos mentais frequentemente coexistem. A interação entre essas condições dificulta o diagnóstico e o tratamento, uma vez que os sintomas podem se sobrepor, e as abordagens terapêuticas exigem uma intervenção multidisciplinar. No caso deste paciente, as comorbidades entre o Transtorno Depressivo e a dependência de substâncias psicoativas contribui para a complexidade do quadro. Alguns dos desafios enfrentados são: · Identificação de Sintomas Combinados: A enfermagem enfrenta dificuldades para distinguir os sintomas relacionados à saúde mental e à dependência química. No caso do paciente, o quadro depressivo pode ser mascarado pelos efeitos do uso de substâncias, e a abstinência pode ser confundida com sintomas psicóticos ou de um transtorno mental. · Manejo da Abstinência: A síndrome de abstinência de substâncias como crack e álcool pode ser grave e exige monitoramento constante. No caso do paciente, os sintomas intensos de abstinência, podem dificultar o manejo do transtorno depressivo. · Adesão ao Tratamento: Pacientes com dependência química e transtornos mentais têm uma adesão ao tratamento muitas vezes comprometida. No caso do paciente, a falta de motivação para seguir as orientações médicas e de enfermagem pode ser um grande desafio. · Suporte psicossocial: O paciente apresenta um quadro de isolamento social e falta de apoio familiar, o que agrava o quadro de saúde mental. A equipe de enfermagem deve realizar intervenções psicossociais, promovendo a reintegração do paciente à sociedade e fortalecendo sua rede de apoio. · Atenção Integral e Interdisciplinar: O atendimento a pacientes com duplo diagnóstico exige uma abordagem interdisciplinar, que envolva psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, e outros profissionais de saúde. · Prevenção de Recaídas: A prevenção de recaídas é outro desafio importante. No caso do paciente, o acompanhamento após a alta é fundamental, com visitas regulares, monitoramento do uso de substâncias e avaliação contínua do estado psicológico. Plano de Ação · Avaliação Inicial e Diagnóstico: identificar a extensão da dependência química e do transtorno mental para estabelecer um plano de cuidado apropriado. · Manejo da Abstinência: controlar os sintomas de abstinência e estabilizar o estado físico do paciente. · Suporte Psicossocial e Emocional: apoiar o paciente emocionalmente, abordando os aspectos psicossociais e motivacionais para o processo de recuperação. · Adesão ao Tratamento: garantir que o paciente siga com as terapias propostas para a recuperação, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. · Acompanhamento Pós-Alta e Prevenção de Recaídas: garantir a continuidade do tratamento após a alta, minimizando os riscos de recaídas tanto no uso de substâncias quanto na saúde mental. · Educação e Envolvimento familiar: capacitar a família do paciente a apoiar o processo de recuperação e proporcionar um ambiente saudável. · Acompanhamento Contínuo e Monitoramento: garantir a continuidade do tratamento e evitar que o paciente seja negligente com seu cuidado. O plano de ação é estruturado para tratar as necessidades imediatas e de longo prazo do paciente, considerando sua comorbidade entre Transtorno Depressivo e Dependência Química (álcool e crack). O objetivo principal é garantir uma abordagem multidisciplinar eficaz, promovendo a recuperação do paciente e prevenindo recaídas. Porém os enfermeiros que prestam assistência a pessoas com transtornos mentais enfrentam diversos desafios que podem afetar significativamente a qualidade dos cuidados oferecidos, como: sobrecarga de trabalho, escassez de recursos, local de trabalho estressante, entre outras coisas. Esses desafios, em conjunto, afetam a qualidade dos cuidados. Essas questões enfatizam a importância de priorizar a saúde mental dos pacientes e o bem-estar dos enfermeiros para melhorar a qualidade e a continuidade dos cuidados. CONSIDERAÇÕES FINAIS O tratamento de pacientes com comorbidade entre transtornos mentais e dependência química é um desafio complexo que exige uma atuação integrada e multidisciplinar. A enfermagem desempenha um papel essencial no cuidado, tanto no manejo da abstinência quanto no suporte emocional e psicossocial, além de ser crucial na promoção da adesão ao tratamento e prevenção de recaídas. No caso do paciente fictício, a equipe de enfermagem precisou lidar com a difícil tarefa de equilibrar o cuidado físico e psicológico, trabalhando para superar a resistência do paciente e proporcionando a ele um ambiente seguro para sua recuperação. Esses impactos evidenciam a importância de uma abordagem integrada e de apoio aos envolvidos na assistência à saúde mental. A promoção de um ambiente de cuidado mais acolhedor e de suporte psicológico tanto para os pacientes quanto para os enfermeiros e familiares pode ajudar a reduzir esses impactos emocionais e sociais, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar de todos os envolvidos. A superação desses desafios requer uma combinação de estratégias, como capacitação contínua dos enfermeiros, promoção de um ambiente de trabalho seguro e acolhedor, e sensibilização para a importância da saúde mental no contexto geral da assistência em saúde.4 REFERÊNCIAS SCATENA, Maria Cecília Moraes; VILLELA, Sueli de Carvalho. A enfermagem e o cuidar na área de saúde mental. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/tcfHZnwQJjwGWd9x5x5RMYj/#:~:text=As%20fun%C3%A7%C3%B5es%20do%20enfermeiro%20est%C3%A3o,verdadeiro%20sentido%20da%20enfermidade%20mental. Acesso em: 07 de novembro de 2024. Pereira, M. E., & Santos, J. L. (2020). Desafios e estratégias no cuidado de enfermagem em saúde mental. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(4), e20201002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1002. Acesso em: 07 de novembro de 2024.