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Disciplina de Hematologia Clínica e Banco de Sangue – Biomedicina Profa. Graziela Batista ESTUDO DIRIGIDO I 1) Defina doação autóloga e doação alogênica. • Doação autóloga: A doação em que o próprio indivíduo doa sangue para uso futuro em procedimentos médicos, como cirurgias programadas. • Doação alogênica: A doação em que o sangue coletado é destinado ao uso em outra pessoa que necessita de transfusão. 2) Identifique os níveis mínimos aceitáveis para peso corporal, temperatura, batimento cardíaco, pressão arterial, hemoglobina e hematócrito para que um doador seja considerado apto à doação de sangue. • Peso corporal: ≥ 50 kg • Temperatura: ≤ 37,0 °C • Batimento cardíaco: 50 a 100 bpm (em repouso) • Pressão arterial: Máxima ≤ 180 mmHg e mínima ≥ 100 mmHg • Hemoglobina: • Homens: ≥ 13 g/dL • Mulheres: ≥ 12,5 g/dL • Hematócrito: • Homens: ≥ 39% • Mulheres: ≥ 38% 3) Qual a importância do voto de autoexclusão? O voto de autoexclusão permite que o doador informe de forma confidencial se considera que seu sangue não é seguro para transfusão, mesmo após responder ao questionário. Isso protege os receptores contra possíveis infecções transmissíveis, caso o doador se sinta constrangido em revelar informações durante a triagem. 4) Qual o intervalo entre as doações de sangue, aceitáveis nos hemocentros? • Homens: 60 dias (máximo de 4 doações por ano) • Mulheres: 90 dias (máximo de 3 doações por ano) 5) Elabore um quadro contendo 10 condições clínicas que afastem temporariamente o candidato de doar sangue. 6) Descreva quais são as condições que impedem definitivamente o indivíduo de doar sangue. • Doenças infecciosas crônicas: HIV, hepatites B e C, doença de Chagas. • Cânceres hematológicos: leucemia, linfomas. • Insuficiência renal crônica. • Uso de drogas ilícitas injetáveis. • Cardiopatias graves. • Epilepsia não controlada. 7) Quais são os exames laboratoriais para qualificar o doador de sangue? • Hemograma para avaliar hemoglobina e hematócrito. • Testes sorológicos para: • Hepatite B e C (HBsAg, anti-HBc, anti-HCV) • HIV 1 e 2 (anti-HIV, p24) • Sífilis (VDRL, RPR) • Doença de Chagas (anti-T. cruzi) • Testes de biologia molecular (NAT) para detecção precoce de vírus (HIV, HCV, HBV). 8) Se os resultados dos testes sorológicos de um doador apresentarem negativos, mas o resultado do NAT (testes de ácidos nucleicos) apresentar positivo, a unidade de sangue pode ser liberada? Justifique por que essa discrepância de resultados pode ocorrer. Não, a unidade de sangue não pode ser liberada. • Justificativa: O NAT detecta material genético do vírus, sendo mais sensível e capaz de identificar infecções em estágios iniciais (janela imunológica) antes da produção de anticorpos. Essa discrepância indica infecção recente e a unidade é descartada por precaução. 9) Quais são as diferenças entre as coletas de sangue para doação por meio da bolsa e por aférese? Explique cada tipo de coleta. • Coleta por bolsa: • O sangue total é coletado e, posteriormente, separado em hemocomponentes (hemácias, plasma, plaquetas). • Processo rápido, geralmente dura 10-15 minutos. • Coleta por aférese: • Apenas um componente específico (plaquetas, plasma ou hemácias) é coletado. • O restante do sangue é devolvido ao doador. • Processo mais demorado (1-2 horas). 10) Descreva as possíveis reações adversas a doação de sangue. • Tontura ou desmaio. • Náusea e vômito. • Hematoma no local da punção. • Sensação de fraqueza temporária. 11) O que são hemocomponentes e hemoderivados? Exemplifique cada um deles. Hemocomponentes: São as partes separadas do sangue total, obtidas por processos físicos (centrifugação ou filtração). Utilizados para tratar condições específicas. Hemoderivados: São produtos obtidos do plasma humano, processados industrialmente através de técnicas de fracionamento. 12) Descreva as modificações que podem ser realizadas nos hemocomponentes, ressaltando o objetivo de cada técnica. 13) Quais antígenos que determinam o grupo sanguíneo ABO? Descreva a composição bioquímica desses antígenos. 14) Quais testes laboratoriais podem ser usados para detectar o grupo sanguíneo ABO do paciente? • Tipagem direta (prova direta): • Testa a presença de antígenos A e B nas hemácias do paciente usando anticorpos específicos (anti-A e anti-B). • Tipagem reversa (prova reversa): • Testa a presença de anticorpos anti-A e anti-B no plasma do paciente usando hemácias conhecidas dos grupos A e B. 15) Explique os princípios das provas laboratoriais direta e reversa para tipagem sanguínea. • Prova direta: o Mistura as hemácias do paciente com soros contendo anticorpos conhecidos (anti-A e anti-B). o Aglutinação indica a presença do antígeno correspondente. • Prova reversa: o Mistura o soro do paciente com hemácias conhecidas dos tipos A e B. o Aglutinação indica a presença de anticorpos contra o antígeno correspondente. Essas provas se complementam para confirmar o grupo sanguíneo ABO. 16) Com base nos seus conhecimentos, como você justifica a hemaglutinação/aglutinação ocorrida no experimento? A hemaglutinação ocorre devido à ligação entre os anticorpos e os antígenos específicos presentes nas hemácias. Quando um anticorpo (como anti-A) encontra hemácias com o antígeno correspondente (A), forma-se um complexo antígeno- anticorpo, resultando na aglutinação visível. Exemplo no experimento: • Se houve aglutinação com o soro anti-A, o paciente possui o antígeno A. • Se não houve aglutinação com o soro anti-B, o paciente não possui o antígeno B. Esse padrão indicaria que o paciente é do grupo sanguíneo A. 17) Preencha a tabela abaixo com os possíveis resultados laboratoriais de tipagem sanguínea para cada grupo. Considere as provas direta e reversa para cada grupo. 18) Explique por que o grupo O é considerado “doador universal” e o grupo AB é considerado “receptor universal”. Grupo O como doador universal: • As hemácias do grupo O não possuem os antígenos A ou B, que poderiam ser reconhecidos como "estranhos" pelo sistema imunológico do receptor. • Isso reduz o risco de reações imunológicas em transfusões. • Nota: Esse conceito aplica-se ao uso de hemácias, não ao plasma, pois o plasma do grupo O contém anticorpos anti-A e anti-B, que poderiam causar reações se transfundidos sem separação. Grupo AB como receptor universal: • O plasma de indivíduos do grupo AB não possui anticorpos anti-A ou anti-B, permitindo que recebam hemácias de qualquer grupo sanguíneo (A, B, AB ou O) sem risco de aglutinação. 19) Quais são os principais antígenos do Sistema Rh? O Sistema Rh compreende vários antígenos, mas os mais clinicamente significativos são: • Antígeno D: Determina se o indivíduo é Rh positivo (D+) ou Rh negativo (D−). • Outros antígenos menores incluem: C, c, E, e e variantes. O antígeno D é o mais imunogênico, sendo o principal foco em testes de compatibilidade e profilaxia, como na doença hemolítica do recém-nascido. 20) Quais testes laboratoriais podem ser usados para detectar os antígenos do Sistema Rh? • Teste direto com anti-D: • Usa reagentes contendo anticorpos anti-D para identificar a presença do antígeno D nas hemácias. • Aglutinação positiva confirma a presença do antígeno D (Rh+). • Testes moleculares: • Podem detectar mutações ou variantes no gene RHD em casos de resultados duvidosos. • Útil em situações como variantes de D fraco ou parcial. • Teste de Coombs indireto: • Usado para detectar anticorpos anti-Rh no plasma de indivíduos sensibilizados. 21) Qual a importância clínica Sistema Rh? 1. Transfusão de sangue: a. Transfusão incompatível pode levar a reações hemolíticas graves. Indivíduos Rh− devem receber sangue Rh− para evitar sensibilização ao antígenoD. 2. Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN): a. Ocorre quando uma mãe Rh− desenvolve anticorpos anti-D após exposição a hemácias Rh+ (do feto ou transfusão). Esses anticorpos podem atravessar a placenta e destruir as hemácias fetais em gestações subsequentes. b. Profilaxia com imunoglobulina anti-D (RhoGam) previne a sensibilização materna. 3. Compatibilidade em transplantes: a. O Sistema Rh é considerado na compatibilidade de transfusões intrauterinas e transplantes. A atenção ao Sistema Rh é essencial para evitar complicações imunológicas e garantir a segurança do paciente. 22) Em relação a compatibilidade transfusional, o que pode acontecer se um paciente com sangue B negativo receber a transfusão de hemácias B positivo? Se um paciente B negativo (Rh−) receber hemácias B positivo (Rh+), podem ocorrer as seguintes consequências: • O sistema imunológico do receptor Rh− reconhecerá o antígeno D presente nas hemácias transfundidas como estranho. • Isso levará à formação de anticorpos anti-D, resultando em reação hemolítica tardia ou, em casos sensibilizados previamente, reação hemolítica imediata. • Também pode sensibilizar o paciente, complicando futuras transfusões e gestações, caso seja uma mulher em idade fértil. 23) Pacientes com resultado de Rh D fraco pode ser considerado Rh negativo? Não. • Pacientes com Rh D fraco possuem uma expressão reduzida do antígeno D, mas ainda o apresentam. • Esses indivíduos são considerados Rh positivo para fins de transfusão, mas podem necessitar de testes moleculares para confirmar o tipo exato de variante. • Mulheres com Rh D fraco devem ser tratadas como Rh negativo durante a gravidez, pois podem sensibilizar-se ao antígeno D fetal. 24) Em caso de transfusão de um indivíduo Bombay, qual o critério para a seleção de uma unidade de concentrado de hemácias? Indivíduos com fenótipo Bombay (Oh) não possuem o antígeno H nas hemácias e têm anticorpos anti-H no plasma. • Critério: Somente hemácias de outro indivíduo Bombay podem ser transfundidas, pois todas as hemácias dos tipos ABO normais possuem o antígeno H, o que causaria uma reação hemolítica grave. 25) A eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido é uma doença hemolítica ocasionada pela incompatibilidade entre o fator Rh do sangue materno e o do fetal. Na avaliação pré-natal, é importante a gestante saber seu tipo sanguíneo, fator Rh e avaliar com o seu médico obstetra a necessidade de fazer uso da vacina anti-Rh, também conhecida como vacina RhoGam. A) Que tipo de fator Rh deve apresentar, respectivamente, a mãe e o feto para gerar incompatibilidade? B) Qual a finalidade da vacina RhoGam e por que ela é recomendada A) Tipo de fator Rh para gerar incompatibilidade: • Mãe: Rh negativo (Rh−). • Feto: Rh positivo (Rh+). B) Finalidade da vacina RhoGam e porque ela é recomendada: • A vacina RhoGam contém imunoglobulina anti-D, que neutraliza hemácias Rh+ fetais que entram na circulação materna, evitando que o sistema imunológico da mãe produza anticorpos anti-D.