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VII Jornada de Geotecnologias do Estado do Rio de Janeiro (JGEOTEC 2024)
ANÁLISE TEMPORAL DA PAISAGEM NA BACIA DO CÓRREGO
IGREJINHA EM JUIZ DE FORA-MG, COM O USO DO MAPBIOMAS
Isabel Patricia Martins Baêta Guimarães1
Diogo Parreira Lapa2
Francisco Carlos Moreira Gomes3
1. Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Departamento de Geociências. Campus Universitário. 
Trindade. Florianópolis. SC. CEP: 88040-900. isabel.pmbg@posgrad.ufsc.br.
2. Universidade Juiz de Fora - UFJF. Departamento de Geociências. Rua José Lourenço Kelmer, s/n. Martelos. 
Juiz de Fora. MG. CEP: 36036-900. diogo.parreira@ich.ufjf.br.
3. Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Departamento de Geografia. Av. Athos da Silveira Ramos, 
274. Cidade Universitária. Rio de Janeiro. RJ. Brasil. CEP: 21941-909. 
franciscocarlosmoreiragomes@gmail.com.
RESUMO
O estudo examina o potencial das Métricas Ecológicas da Paisagem, inicialmente, desenvolvidas para análise de
fragmentos florestais, agora aplicáveis à paisagem como um todo. Utilizando dados do projeto MapBiomas,
analisa-se a Bacia do córrego Igrejinha, em Juiz de Fora - MG, nos anos 2002, 2012 e 2022, em resposta ao
novo Código Florestal brasileiro. O crescimento urbano substitui áreas de pastagem por urbanização e áreas não
vegetadas, enquanto corpos hídricos aumentam, devido à construção de barragens. A aplicação das métricas
revela mudanças significativas na paisagem, ao longo do tempo, com destaque para a fragmentação da classe
"Formação Florestal" e o aumento das áreas não vegetadas e urbanas. Esses resultados ressaltam a
importância do monitoramento contínuo e da implementação de políticas de conservação, a fim de mitigar os
impactos ambientais. O estudo contribui para ampliar a compreensão sobre gestão ambiental e monitoramento,
de forma mais abrangente e detalhada.
Palavras-chave: evolução temporal; uso e cobertura da terra; paisagem.
ABSTRACT
The study examines the potential of Landscape Ecological Metrics, initially developed for forest fragment analysis,
now applicable to the entire landscape. Using data from the MapBiomas project, the study analyzes the Igrejinha
stream basin in Juiz de Fora - MG, in the years 2002, 2012, and 2022, in response to Brazil's 2012 Enviromental
Code. Urban growth replaces pasture areas with urbanization and non-vegetated areas, while water bodies
increase due to dam construction. The application of metrics reveals significant landscape changes over time,
notably the fragmentation of the "Forest Formation" class and the expansion of non-vegetated and urban areas.
These findings underscore the importance of continuous monitoring and the implementation of conservation
policies to mitigate environmental impacts. The study contributes to a broader and more detailed understanding of
environmental management and monitoring.
Keywords: temporal evolution; land use and land cover; landscape.
INTRODUÇÃO
A geografia é o ramo do conhecimento, que vai buscar compreender como os processos se dão, de
acordo com as características que apresentam na paisagem (Moreira, 2023). Porém, para entender a
paisagem, é necessário compreender que ela é multifacetada, com características antropo-naturais,
culturais e socioeconômicos (Rodriguez; Silva; Cavalcanti, 2004). Tais recortes se mesclam e se
sobrepõem em áreas complexas, compostas por uma gama de classes distintas, que acabam por
denotar processos ocorridos em unidades de análise das paisagens.
Dentre as modificações antrópicas feitas pelo homem na paisagem, o uso e cobertura do solo são as
mais marcantes. Para Goudie (2017), muito tem se focado nos impactos ambientais no meio urbano,
mas as grandes transformações no meio rural, como o desmatamento e a monocultura, tem a
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VII Jornada de Geotecnologias do Estado do Rio de Janeiro (JGEOTEC 2024) SUMÁRIO
capacidade de afetar os microclimas locais, níveis tróficos da biota local, fluxo hidrológico etc. Porém,
mensurar os impactos das modificações do uso e cobertura na paisagem é algo complexo e mais fácil
de ser dito, do que feito. E nesse contexto, quando se observa o elemento da paisagem, denominado
bacia hidrográfica, se torna ainda mais delicado de compôr essa análise, pois se tratam de áreas
complexas, com inputs e outputs de matéria e energia bem delimitados (Christofoletti, 1999), mas que,
frente à ação antrópica, acabam perdendo esse padrão, se tornando ainda mais complexas que em
origem.
Nesse sentido, ao olhar para o município de Juiz de Fora (MG), a Bacia Hidrográfica do córrego
Igrejinha (BHCI) aparece como sendo uma dessas bacias, em estado complexo, para além de sua
dinâmica natural, possui a presença de atividades mineradoras em sua área, que divide espaço ainda
com atividades de agropecuária e silvicultura, que já existem na região há décadas. A BHCI então, se
caracteriza por sua diversidade de usos, configurações geomorfológicas e espaçadas ocupações
urbanas e estruturas rurais, que, atualmente, são somadas às atividades de exploração minerária, em
seus aproximados 40km² (Guimarães, 2023). Sob um clima Tropical de Altitude Cwa (Sá Júnior et al.,
2011), a utilização da bacia é intervalada entre pequenos vales, morros e morrotes, como é típico do
Tropical Atlântico (Ab’Saber, 2003).
Destarte, surgem as métricas ecológicas da paisagem, como uma forma de compreender a paisagem,
que, embora tenham sido criadas, em um primeiro momento, exclusivamente, para a análise de
fragmentos florestais; atualmente, demonstram certa potencialidade para a análise da paisagem, como
um todo (Lapa, 2022). Logo, este estudo vai discutir um dos aspectos da paisagem, marcado pela
composição do uso e cobertura, a partir da concepção das métricas ecológicas na Bacia do córrego
Igrejinha, em Juiz de Fora (MG).
METODOLOGIA
O processo metodológico adotado partiu da utilização de dados do projeto MapBiomas, mais
especificamente, os dados de uso e cobertura. Como destacado por Rosa, Shimbo e Azevedo (2017),
o MapBiomas traz confiabilidade e oferece a padronização dos dados de uso e cobertura, para a
análise ambiental, possibilitando que a mesma área possa ser revisitadam mantendo a
homogeneidade dos dados e da metodologia para a geração dos mapas de uso e cobertura.
Dessa forma, foram selecionados os dados de uso e cobertura dos anos 2002, 2012 e 2022, devido a
corresponderem a períodos anterior e posterior ao novo código florestal brasileiro, a Lei Federal n.
12.651/2012 (BRASIL, 2012). Essa marca foi selecionada, devido às importantes alterações que a
legislação adota com a implementação do novo código, desde a diminuição dos tamanhos obrigatórios
de áreas de preservação ambiental, até as exigências de vegetação em área urbana (Rocha; Freitas e
Casquin, 2019). Com os dados de uso e cobertura, foi executada a análise das métricas ecológicas de
paisagem, em ambiente SIG, do mesmo modo como feito por Lapa, Gomes e Rocha (2022) e Lapa,
Guimarães e Nunes (2022). Dentre as diversas análises de métricas que poderiam ser aplicadas,
foram destacadas para esse estudo, a análise da Área da Classe, da Proporção da Classe e o
Número de Fragmentos. Essas classes podem ser definidas assim (Lapa; Gomes; Rocha, 2022):
• Área da Classe - dialoga com a área total do elemento presente na cobertura da terra, a soma absoluta de
todos os fragmentos da classe encontrados;
• Proporção da Classe - representa a porcentagem que a classe ocupa na totalidade da área analisada,
também correspondendo ao somatório de todos os fragmentos encontrados para as classes;
• Número de Fragmentos - por sua vez, é uma métrica que vai demonstrar o quão fragmentada a classe se
encontra, informando o número absoluto de fragmentos observados para determinada classe, dentro da área
de estudo, sendo também indicador ecológico, pois, conforme dito por Silvério Neto et al. (2015) quanto maior
o número de fragmentos, menores e mais suscetíveis a impactos, as classes serão, comoum todo.
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VII Jornada de Geotecnologias do Estado do Rio de Janeiro (JGEOTEC 2024) SUMÁRIO
Após o tratamento dos dados e a aplicação das métricas, os resultados foram compilados,em forma
de tabela e analisados, de forma a possibilitar uma melhor compreensão, acerca da evolução das
classes da paisagem na área.
RESULTADOS
Observando os mapas de uso e cobertura da área, foram encontradas oito classes de uso e cobertura
no total, sendo que seis destas classes, tiveram presença constante, nos anos analisados (Figura 1).
• Formação Florestal - Área de remanescentes e fragmentos florestais nativos e/ou característicos;
• Pastagem - Vegetação rasteira, voltada para alimentação de ruminantes;
• Mosaico de Usos - Um misto de áreas de pastagem e áreas agrícolas, sendo seu uso flexionando
entre agricultura e pecuária;
• Área Urbanizada - Referente a toda área com influência antrópica direta;
• Área não Vegetada - São áreas as quais sofreram de terraplanagem, desmatamento ou eventos
extremos, podendo ou não terem influência antrópica;
• Corpos Hídricos - Todos os rios, lagos e corpos d’água encontrados na área da bacia;
• Agricultura - Áreas com formação de plantações variadas de pequeno e grande porte; e
• Silvicultura - Árvores plantadas com finalidade comercial.
Assim, no ano de 2002, estavam presentes na área, as classes de Formação Florestal, Pastagem,
Mosaico de Usos, Área Urbanizada, Área não Vegetada, Corpos Hídricos e Silvicultura. Assim,
percebe-se que ocorria uma predominância da classe de Pastagem na área da bacia, com alta
fragmentação dos Mosaicos de Formação florestal. Havia ainda, a presença de uma pequena Área
Urbanizada, próximo à jusante do córrego Igrejinha.
A composição da paisagem na área sofreu uma modificação considerável no ano de 2012, pois
mesmo que a predominância da Pastagem tenha se mantido de forma geral, ocorreu um crescimento,
ao mesmo tempo, que surge uma intensificação da fragmentação de formações florestais. Essa
fragmentação observada demonstra o uso da bacia durante o ano da promulgação do novo código
florestal.
Assim, no panorama “pós-novo código florestal”, o mapa de uso da bacia do ano de 2022, destaca a
presença mais densa da área urbanizada para o interior da área da BHCI. Assim, de forma geral,
permaneceu a predominância da Pastagem, apenas com redistribuição no espaço. Porém, já foram
observados uma expansão urbana, que adentra pela foz do Córrego Igrejinha. 
Outra modificação observada após a aprovação do novo código florestal na área, é o acréscimo dos
fragmentos florestais cercado por áreas de Mosaico de Usos, na parte baixa e central da bacia,
enquanto que a área de formação florestal, foi reduzida. Esses fatores, em conjunto, têm a capacidade
de potencializar o efeito de borda nesses fragmentos restantes (Silvério Neto et al., 2015),
prejudicando a qualidade ambiental e ecológica desses refúgios.
Para além da análise visual dos mapas de uso e cobertura, a Tabela 1 traz os valores obtidos por
cada uma das métricas, de forma comparativa, entre os anos analisados na BHCI. À primeira vista, os
dados atestam a análise qualitativa, que foi realizada, com base na observação dos mapas,
destacando maior fragmentação, no ano de 2012, e uma predominância, no período, da classe de
Pastagem sobre todas as outras na bacia.
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FIGURA 1 - Mapa contendo a espacialização do Uso e Cobertura da Terra para a BHCI 
nos anos de 2002, 2012 e 2022. Elaboração própria.
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TABELA 1 - Métricas ecológicas da paisagem para a BHCI.
 
Elaboração própria.
De igual modo, percebe-se que, ao final dos vinte anos compreendidos na análise, apenas as classes
de Pastagem e Mosaico de Usos apresentaram decréscimo real total, entre 2002 e 2022 (mesmo que,
para Pastagem, tenha ocorrido um leve crescimento, entre 2012 e 2022). Boa parte das alterações
observadas nas classes, foram devido a terem sofrido alterações, para passarem a compor áreas
urbanizadas e áreas não vegetadas. Alterações essas, principalmente, localizadas na área a jusante
do córrego, como pode ser observado nos mapas. Essa mudança é um reflexo do crescimento urbano
no município, que começa a tocar, de forma mais intensa, a BHCI.
A classe “Corpos Hídricos” apresentou significativo aumento, desde o ano de 2002; em grande parte,
entende-se que tal crescimento se deve à construção de açudes e barragens, seja para consumo
doméstico, de pequenas empresas e comércios, seja para grandes empreendimentos. A barragem da
Nexa Resources, por exemplo, representa um grande fragmento hídrico, a partir de seu
preenchimento, entre 2011 e 2013. Enquanto que sua construção, entre 2005 e 2011, fazia parte da
classe “Mosaico de Usos” e de parte da “Área não Vegetada”.
As “Áreas não Vegetadas”, por sua vez, são apresentadas majoritariamente como terrenos de
degradação (Peloggia, 2018), com superfícies de escavação em áreas mineradas, terraplanagem em
loteamentos e cicatrizes de movimentos de massa ou erosão laminar. A partir de 2021, grande parte
da planície do córrego Igrejinha, caracterizada, sobretudo, pela presença de brejos de planície
(Guimarães, 2023), apresentando grande crescimento da classe de “Área não Vegetada”. Percebe-se
que houve o aterro dos brejos preexistentes, para a criação de áreas para a realização de atividades
comerciais ou imobiliárias, sugerindo uma tendência de supressão também do córrego principal da
bacia.
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Tipos de métricas analisadas
Área da Classe
(Km²)
Proporção da
Classe (%)
Número de
Fragmentos
 Ano 
2002 2012 2022 2002 2012 2022 2002 2012 2022
Classe
Formação Florestal 4,39 5,29 4,94 9,33 11,24 10,51 70 86 82
Pastagem 30,28 29,51 29,77 64,39 62,76 63,30 36 33 28
Mosaico de Usos 6,99 6,74 6,07 14,87 14,33 12,90 209 224 217
Área Urbanizada 5,03 4,67 5,11 10,69 9,93 10,87 5 6 8
Área não Vegetada 0,20 0,51 0,72 0,42 1,09 1,52 15 17 25
Corpos Hídricos 0,11 0,30 0,42 0,23 0,64 0,90 9 13 10
Agricultura 0,04 - - 0,08 - - 1 - -
Silvicultura - 0,01 - - 0,03 - - 1 -
VII Jornada de Geotecnologias do Estado do Rio de Janeiro (JGEOTEC 2024) SUMÁRIO
O aumento das classes de “área não urbanizada” e “área não vegetada” deve-se à tendência de
expansão dos núcleos urbanos da cidade, que, com a maior flexibilidade ofertada pelo novo código
florestal, facilitou que áreas, antes destinadas a pastagens e usos diversos, fossem substituídas por
infraestruturas, tanto públicas quanto privadas. Entende-se que, se tratando de uma área de
urbanização específica (SEPLAG/SSPLAT, 2018), o processo de crescimento da área urbanizada na
BHCI é esperado como uma tendência dada sob um padrão que rege os meios urbanos.
O recorte espacial não se situa na zona de abrangência das políticas de diretrizes especiais (ADEs) de
cunho ambiental, elaboradas pela prefeitura do município. Assim, as classes de uso que exigem maior
cuidado, não se encontram sob incentivos de conservação do poder público local, ligada a uma
política territorial urbana específica.
De fato, a classe de “Formação Florestal” apresenta uma certa variação, mesmo após a vigência do
Novo Código Florestal – Lei nº 12.651/12 (BRASIL, 2012). E, ao final do ciclo (2002-2022), pode-se
dizer que os fragmentos de formação florestal tiveram seu maior crescimento em 2012, seguido por
uma redução em 2022. Porém, é importante levar em conta a ocorrência de uma ampliaçãoda
fragmentação da classe, que passou de 70 para 82 fragmentos. 
Esse comportamento indica que, por mais que a classe tenha experimentado uma ampliação de maior
área total em 2012, seus fragmentos tinham uma área média de aproximadamente 0,061 km². E
aqueles fragmentos maiores, apresentavam menor conexão entre os demais. Assim, do ponto de vista
ecológico, esse é um indicativo negativo, pois, quanto maiores os fragmentos e mais conectados eles
estão em uma área, maior as interações entre as espécies e sua proteção contra as pressões
externas (Silvério Neto et al., 2015). Assim, mesmo com menos área total em 2022, os fragmentos
encontrados são mais adequados de um ponto de vista ecossistêmico, uma vez que os fragmentos
estão em menor número, mas, relativamente, maiores. 
Porém, para todos os três anos analisados, se observa um panorama ainda sensível, no tocante à
preservação ambiental da BHCI, devido ao fato que, da maioria dos fragmentos registrados, uma
pequena parcela se encontra alinhada à margem do Córrego Igrejinha ou de seus afluentes. Não
havendo assim, o auxílio de interconexões, que, nas áreas de preservação permanente, poderiam
auxiliar nas trocas ecológicas locais (Silvério Neto et al., 2015).
Da mesma forma, a classe “Mosaico de Usos” se mostra particularmente proeminente às margens do
córrego Igrejinha, em áreas úmidas e nos arredores de cursos d’água em geral, em função da grande
mistura de pixels de cores e texturas distintas. Tal mistura é derivada, ainda, do crescimento das
classes “área não urbanizada” e “área não vegetada”, que se mesclam e se alternam em meio a áreas
naturais ou de pouca modificação prévia.
CONCLUSÕES
A insuficiência da disposição de Fragmentos Florestais e da formação de “faixas de proteção ao longo
de rodovias e ferrovias” (BRASIL, 2012) do Novo Código Florestal, é evidenciado ao longo da área
estudada: a grande fragmentação da classe supracitada, desde 2012, pode vir a denotar falta de
fiscalização ambiental e/ou falta de interesse por parte do poder público, quanto às áreas que
requerem maiores cuidados para preservação ou conservação, pois, como já afirmado, muitos
pequenos fragmentos não são tão interessantes, a nível ecossistêmico.
Em se tratando de uma área da cidade, que está em constante modificação, recebendo novas infra
estruturas, por meio do setor privado, seria interessante sua introdução no rol de ADEs do município,
visto que, no panorama, foi observada uma pouca conectividade entre os fragmentos florestais, baixa
proteção nas margens dos corpos d’água e uma urbanização intensa no trecho inferior da bacia.
Fatores que devem ser intensificados nos próximos anos, devido ao processo de expansão urbana e
especulação imobiliária.
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Nesse contexto, pode-se dizer que a aplicação das métricas da paisagem se mostra como um grande
auxílio para o estudo e a percepção da evolução temporal de recortes espaciais de maneira rápida,
eficaz e de baixo custo. Percebe-se, ainda, a possibilidade de uso do plugin, para o monitoramento de
áreas degradadas e da perda de corredores ecológicos e de florestas, de forma facilitada e ágil, ao ser
aplicado, de maneira integrada, com os dados da plataforma MapBiomas.
De maneira geral, o estudo apresentou resultados que demonstram que houve um impacto no uso da
terra e na distribuição dos fragmentos florestais nos últimos vinte anos, e por meio das métricas da
paisagem e dos mapas de uso e cobertura, foi possível compreender e quantificar quanto realmente
foi alterado, e quais tendências de uso da terra se fizeram presentes na transição entre as décadas e
as legislações.
Assim, se conclui que a junção dos métodos aqui trabalhados contribui para o melhor entendimento e
para o enriquecimento da discussão sobre o monitoramento, e sobre a temática ambiental de forma
mais ampla, cabendo replicações do método em outras escalas para validar a interescalaridade do
mesmo.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e
à FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) pelo apoio à pesquisa.
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